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A Música no Culto do Novo Testamento

Categoria: Culto
Nos lembramos do cântico de Moisés, da harpa de Davi, da organização dos levitas e dos inúmeros
instrumentos musicais descritos nos Salmos.
Introdução

Quando pensamos em música na Bíblia, logo nos vem à mente os textos de Salmos e outros
textos do Antigo Testamento. Nos lembramos do cântico de Moisés, da harpa de Davi, da
organização dos levitas e dos inúmeros instrumentos musicais descritos nos Salmos. Parece
que estes eram os tempos áureos da música cristã e, assim, esquecemos do Novo
Testamento. Até parece que a música fora minimizada na Nova Aliança.

Acontece que, há um senso comum em associarmos ao Novo Testamento às curas, milagres e


ensinos de Jesus, bem como, aos conselhos e ensinos dos apóstolos de Cristo, e assim, deixar
de lado os inúmeros ensinos que há a respeito da música, louvor e adoração existentes no
texto neo-testamentário.

Neste breve estudo, veremos que a música era praticada pelos primeiros cristãos de forma
intensa, buscando oferecer a Deus uma adoração genuína, fruto de uma vida de renúncias por
amor a Cristo.

Contexto Histórico

O primeiro século da era cristã foi chamado pelo Apóstolo Paulo de “A Plenitude dos Tempos”
(Gl. 4:4). Foi uma época de grandes evoluções na civilização, contribuição das culturas gregas
e romanas. Boas estradas, ótimo sistema de correios, rotas úteis de navegação estabelecidas,
entre outras contribuições que foram indispensável para que o Evangelho de Cristo de
espelhassem rapidamente.

Neste contexto, onde entra a música?

A música do tempo de Paulo e dos apóstolos de Jesus era diferente do tempo de Davi. Já
haviam se passado cerca de mil anos e, logicamente, a música e as técnicas musicais já
haviam evoluído bastante.

Cinco séculos antes de Cristo, o sábio Pitágoras já havia criado a sua teoria sobre as cordas,
onde ele relacionou a música com a matemática e, assim determinou o tamanho e a
espessuras ideais para obter-se cada nota musical (dó, ré, mi, etc.) . 

Quatro séculos antes de Cristo, o médico Aristóteles escreveu a sua teoria sobre as catarses,
ou seja, as emoções que a música traz ao ouvinte. Estes estudos vão influenciar toda a música
do mundo antigo.

O povo de Jerusalém, do primeiro século, era muito diferente do povo do tempo de Davi. Era
um povo helenizado, ou seja, um povo que havia sido educado pela cultura grega. Isto
aconteceu graças ao domínio de outrora, de Alexandre, o grande. Então, o povo de Jerusalém
conhecia os Salmos de Davi, mas também conhecia os novos ritmos greco-romanos, bem
como os novos instrumentos musicais.

Este fenômeno nos é familiar. Ao mesmo tempo que conhecemos os hinos antigos e
tradicionais, também conhecemos os novos “hits gospel”, bem como as canções de sucesso do
mundo secular. Esta mistura de conhecimentos musicais, de uma certa forma, vai influenciar a
musicalidade de nossos cultos.
Qual tipo de música?

Havia música no culto cristão do primeiro século; isto é provado tanto através da Bíblia, quanto
através da própria história. O canto era o estilo mais utilizado, de forma uníssona e monódica,
baseado nas escalas gregas (dórico, jônio, eólio, mixolídio, etc.) como explica a história da
música. 

O único instrumento musical citado no Novo Testamento é a harpa (Ap. 5:8; 14:2; 15:2); no
entanto não existe nenhum texto neotestamentário que proíba o uso de instrumentos musicais
no culto.

A Música no Culto do Novo Testamento - Parte 2

Categoria: Culto
O Novo Testamento já inicia com música. Alguns comentaristas bíblicos já afirmam que o
chamado de Maria foi feito em, forma de música (Lc. 1: 30-35).
Parte 2

Vejamos agora alguns textos bíblicos descritos no Novo Testamento, que se referem a música.

• Anunciação: O Novo Testamento já inicia com música. Alguns comentaristas bíblicos já


afirmam que o chamado de Maria foi feito em, forma de música (Lc. 1: 30-35). 

• Cântico de Maria: É correto afirmar que o primeiro canto neo-testamentário é o de Maria,


quando grávida, visita sua prima Isabel (Lc. 1:46-55). O canto de Maria é uma canção que
exalta o Senhor e mostra gratidão ao Deus que exalta os humildes.

• Cântico de Zacarias (Lc. 1:67-79): Após o nascimento de seu filho João Batista, cheio do
Espírito Santo, Zacarias canta, do profundo de sua alma, um louvor de adoração e gratidão,
mostrando a fidelidade de Deus em cumprir suas promessas.

• Nascimento de Jesus: O canto angelical que envolve a noite do nascimento de Jesus


mostra a alegria de Deus pelo início de seu plano de salvação. A multidão dos anjos vistos
pelos pastores cantavam : “Glória a Deus nas alturas, paz na terra, boa vontade para com os
homens” (Lc. 2: 14).

• Hosana: Significa Senhor, salva-nos. Esta palavra só pode ser dita ao Messias (Mc. 11:9-11).
A Bíblia não diz que o povo que aclamava Jesus na entrada de Jerusalém, o fazia em forma de
música. No entanto, sabiamente usavam uma palavra de louvor e reconhecimento para se
referirem a Cristo. 

Em Mt. 21:12-17, vemos Jesus purificando o templo e, imediantamente, as crianças o


reconhecem como Messias, para indignação dos sacerdotes e escribas. Por isso Cristo cita o
Sl. 8:2: “Da boca dos pequeninos sai o perfeito louvor”.

• Cântico de Jesus – A Bíblia cita que Cristo cantou, ao final da primeira Ceia do Senhor,
antes de subir ao Monte das Oliveiras (Mt. 26:30; Mc. Mc. 14:26). Que hino era esse? Bem
provalvente um salmo cantado nas festividades pascais. 

• Igreja Primitiva – No final do segundo capítulo de Atos, vemos uma igreja que “louvava a
Deus e caía na graça do povo” (At. 2:47). Embora este versículo não se refere exatamente à
música, ele nos mostra que havia um louvor espontâneo, alegre e envolvente; que, em
conjunto com outras atitudes extraordinárias da igreja primitiva, resultava em conversões
diárias de pessoas.

• Paulo e Silas: At. 16:25-40 - O que você faria se fosse preso e açoitado por causa do
Evangelho? Com os pés num tronco, Paulo e Silas cantaram e oraram ao Senhor. Ele fizeram
um culto de louvor e adoração! 

Enquanto os presos escutavam aqueles louvores sentiam que algo começava a tremer. Não
era apenas seus corações, mas a estrutura da prisão também. O canto de Paulo e Silas
resultou, não apenas em libertação física, mas também em libertação espiritual de uma família
que foi salva em Cristo Jesus.

• O Canto dos Gentios: Defendendo a conversão dos gentios, o apóstolo Paulo cita em sua
carta aos Romanos (Rm. 15:9-11), dois versículos de Salmos (Sl. 18:49; Sl. 117:7) que
demonstram o quanto que o Senhor Deus se agrada da música de louvor e adoração de todos
os povos.

• Hino de Adoração: Rm. 11: 33-36 – É um canto que reconhece a sabedoria de Deus e sua
essência eterna, soberana e única.

• A Ordem de Culto: I Co. 14:26. – Neste texto, Paulo nos mostra os elementos litúrgicos do
culto cristão. Neste contexto, a música deve ser feita para a edificação da igreja, com temas
que auxiliam a igreja no conhecimento de Deus. 

A Música no Culto do Novo Testamento - Parte 3

Categoria: Culto
Mais saiba que, em breve, nossos ouvidos também ouvirão estes cantos e também junto aos
anjos, entoaremos lindas notas musicais ao Senhor.
Parte 3

Continuando, veja abaixo mais textos bíblicos do Novo Testamento que se referem à música:

• O Conselho de Paulo – Ef. 5:19-21– Cheios do Espírito Santo, o povo de Deus deve falar,
mutuamente, com salmos, hinos e cânticos espirituais. As pessoas tinham liberdade de trazer
os cantos novos para o culto: músicas que brotavam de seus corações, ou músicas que elas
aprendiam em outras comunidades cristãs. Não havia um grupo que liderava a música como é
hoje; era um canto totalmente comunitário.

• Desperta Tu que Dormes – Ef. 5:14 – Este é um pequeno cântico cantado nos batismos dos
primeiros cristãos. Era uma canção de alerta para aqueles que ainda não haviam se decidido
ao batismo.

• Um canto cristocêntrico - Fp. 2:5-12: Um canto que reconhece o sacrifício de Cristo por nós
e enaltece o nome de Jesus, que fora capaz de se esvaziar, encarnar e nos salvar. É um canto
com um texto cristocêntrico, novo e atual.

• A Supremacia de Cristo – Em Cl. 1:15-20 – vemos um hino que fala sobre a divindade de
Cristo, mostrando-o como eterno, supremo e cabeça da Igreja. No final deste canto, enaltece a
salvação da humanidade, obtida através de Cristo.

• Ensinando com a Música - Cl. 3:16 – Sabendo do poder da música no ensino (herança dos
gregos), Paulo pede que ensinemos mutuamente com salmos, hinos e cânticos espirituais. Isto
nos mostra que devemos ter em nossa música uma letra com base na Palavra de Deus. Este é
o prumo do nosso louvor.

• Um só mediador – I Tm. 2:5-6 – Mais uma vez, de forma cristocêntrica, este cântico nos
mostra Jesus como o único mediador entre Deus e os homens, pois somente Ele foi capaz em
se dar por resgate de muitos.

• O Mistério da Cristo – I Tm. 3:16 - Um cântico que resume a essência da pregação do


Evangelho e da vida de Cristo.

• O Único Soberano – I Tm. 6: 15-16 - Um cântico que mostra a dinvidade de Cristo.

• A Perseverança do Cristão – II Tm. 2: 11-13. Outro cântico também cantado em batismo,


mostrando que devemos ser fiéis ao nosso compromisso com Deus.
• Os cantos do apocalipse: Na ilha de Pátmos, um lugar árido, isolado do mundo, João ouviu
os melhores acordes, as melhores canções, que jamais ouviremos em terra! Nem nos melhores
auditórios do mundo, com o supra-sumo da música, poderão representar a glória e a perfeição
da adoração da música ouvida pelo apóstolo João. 

Mais saiba que, em breve, nossos ouvidos também ouvirão estes cantos e também junto aos
anjos, entoaremos lindas notas musicais ao Senhor.

Veja então, o teor de cada canção apocalíptica:

a) Santo é o Senhor: Ap. 4:8;


b) Adoração dos 24 anciãos e dos seres viventes: Ap. 4: 11; 5:9-10;
c) O canto das multidões: 5: 12;
d) O canto da criação: 5:13
e) A multidão de vestes brancas: 7:10;
f) O Louvor dos anjos: 7:12
g) A vida nova dos adoradores: 7:14-17;
h) Após a sétima trombeta: 11:15;
i) Cântico de vitória e gratidão – 24 anciãos: 11: 16-18;
j) O Cântico de Moisés – 15:3-4;
k) Outro louvor da multidão de salvos: 19:1-2; 6-8.

A Música no Culto do Novo Testamento - Parte 4

Categoria: Culto
Tal qual os anjos no nascimento de Jesus, devemos louvar a Deus com beleza e, em meio a
este louvor, unir céus e terra numa adoração que transmite paz e boas-novas;
Parte 4

O que a Música no Novo Testamento nos ensina?

• Tal qual os anjos no nascimento de Jesus, devemos louvar a Deus com beleza e, em meio a
este louvor, unir céus e terra numa adoração que transmite paz e boas-novas;

• Como Maria e Zacarias, devemos louvar a Deus em reconhecendo a fidelidade de Deus e de


como ele atua em nossa história;

• Devemos sempre cantar Hosana, reconhecendo Jesus como o nosso Messias, o único que
nos pode salvar;

• Antes de enfrentar nossos maiores problemas, devemos louvar a Deus com confiança, como
fez Jesus antes de ir para o Monte das Oliveiras;

• Devemos louvar a Deus com alegria e gratidão, mesmo em meio a circunstâncias


desfavoráveis; como a igreja primitiva (e também Paulo e Silas) que, mesmo perseguida não se
calou, pelo contrário, cantou uma música que prega a Jesus.

• Sabendo que Deus aceita o louvor de todos os povos, devemos louvá-lo com alegria, pois Ele
se agrade de nosso jeito brasileiro de adorar, pois a nossa música jamais será igual a de outro
povo.

• Aprendemos que o nosso canto deve ser cristocêntrico. Embora precisamos de encontrar
bálsamo para o nosso dia-a-dia; nosso canto deve adorar a Cristo e não simplesmente cantar
com uma letra que apenas expressa petição, comum em nossos dias.

• A música faz parte da ordem do culto cristão. Jamais podemos negligenciar este momento de
íntima comunhão com Deus. Ela deve ser edificante, portanto, não deve ser escolhida por
motivos banais, como ser uma música que tem um ritmo legal, por exemplo.

• O repertório de nossos cultos deve ser cumulativo. Unimos os antigos hinos com o cântico
atual e assim, louvamos sempre a Deus com belas canções por Ele inspiradas.

• O nosso canto deve ser baseado na palavra de Deus. Os grupos musicais atuais cantam o
que suas igrejas pregam. Se nos basearmos na Palavra de Deus e analisarmos cada canção
antes de serem incluídas no culto, evitaremos que ventos de falsas doutrinas ensinem heresias
ao nosso povo através da música.

• O principal canto da igreja cristã é congregacional. Não existem mais levitas, ou seja, um coro
profissional de canto, e sim um povo que “fala entre vós”, que adora a Cristo junto, que se
comunica através da música. É um povo participativo na adoração. As igrejas que tem um
departamento musical formado, deve ensinar aos seus músicos que a função deles é serviço
ao povo de Deus.

• O nosso canto de hoje é um ensaio para o que viveremos no céu com Cristo. Lá cantaremos
juntos com todos os salvos, de todas as épocas, de todas as nações. Será um ajuntamento
maravilhoso, incomparável. Nem o ajuntamento de diversas nações, como são as olimpíadas,
que tanto nos emocionam, se comparam com o grande ajuntamento do povo de Deus.

Para pensar..

Como é o seu canto hoje, em sua igreja? Você o faz por obrigação ou com alegria e gratidão?

Você já pensou em sua responsabilidade em edificar o irmão que está ao seu lado, enquanto
você canta?

Você se sente cheio do Espírito Santo de Deus para então, proclamar com sua voz, as suas
maravilhas através do louvor a Deus?

Você tem se enchido da Palavra de Deus, de forma abundante, para então, ensinar aos outros
cantando?

Você consegue se enxergar na multidão dos salvos que estarão diante do Cordeiro, com
vestes brancas, corpo incorruptível, adorando e louvando ao Senhor juntamente com os anjos?

Se você tem dificuldade em louvar a Deus, se entregando plenamente, ore, pedindo que Ele
encha teu ser com o Espírito Santo. Após esta oração, cante um louvor ao Senhor, faça o seu
culto particular. 

Abra a sua vida a Deus, deixe-O agir intensamente em teu ser.


Pense em Deus, mergulhe na adoração e esqueça os problemas por um pequeno tempo. 

Faça como Paulo e Silas, como os primeiros cristãos. Apenas adore; cante com todo o teu ser. 

É preciso fazer este exercício de entrega total, diária, adorando a Deus primeiro, para depois
vermos Deus agir plenamente em nossas vidas. 
Amém.

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