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CPB mais | Adoração para toda a vida

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Lição 12

16 a 22 de março

Adoração para toda a vida

Sábado à tarde

Ano Bíblico: RPSP: Jr 48

Verso para memorizar: “Cantarei ao Senhor enquanto eu viver; cantarei louvores ao meu
Deus durante a minha vida” (Sl 104:33).

Leituras da semana: Sl 134; Is 42:10-12; Ap 14:3; Sl 15; 101:1-3; 96; Ap 14:6-12; Jo 4:23, 24

À medida que experimentamos mais e mais a graça e o poder de Deus, somos levados a
perguntar como o salmista: “Que darei ao Senhor por todos os Seus benefícios para
comigo?” (Sl 116:12). A resposta inevitável é dedicar a vida a ser fiel a Deus. Em Salmos,
Israel não é simplesmente uma nação, mas uma “grande congregação” (Sl 22:22, 25;
35:18). Isso revela o chamado principal de Israel para louvar a Deus e dar testemunho Dele
a outras nações, pois o Senhor quer que o mundo todo se una ao Seu povo em adoração. O
povo do Senhor é identificado como os justos, que adoram o Senhor e cuja esperança está
Nele e em Seu amor.

Louvar ao Senhor na congregação é considerada a forma ideal de adoração. Isso não


significa que a oração e o louvor do indivíduo em Israel assumissem um significado
secundário. A adoração do indivíduo a Deus alimenta com louvor renovado a adoração em
comunidade (Sl 22:22, 25). Por sua vez, a adoração individual desenvolve todo o seu
potencial no relacionamento com a comunidade de adoradores, também chamada de
“assembleia dos justos” (Sl 111:1, ACF). Os retos conhecem a Deus (Sl 36:10) e são
conhecidos por Ele (Sl 37:18), e essa experiência permeia todos os aspectos de sua
existência.

Domingo, 17 de março

Ano Bíblico: RPSP: Jr 49

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Levante as mãos no santuário

1. Leia o Salmo 134. Onde se oferece adoração nesse contexto? Qual é o resultado da
adoração ao Senhor?

O Salmo 134 relembra a bênção sacerdotal de Arão em Números 6:24-26 (Sl 67:1) e
destaca a bênção como o princípio e o resultado subjacentes do relacionamento entre Deus
e Israel. O povo abençoa a Deus no santuário, e Deus abençoa Seu povo desde Sião. As
bênçãos se estendem o todos, pois o Senhor é o Criador do céu e da Terra. A menção de
Sião como o lugar das bênçãos especiais divinas enfatiza o vínculo de aliança do Senhor
com Seu povo. É, portanto, dentro da aliança da graça que Israel exerce o privilégio de
abençoar o Senhor e ser abençoado por Ele.

2. De que maneira os salmos retratam os adoradores? Sl 18:1; 36:1; 113:1; 134:1, 2;


135:1, 2

Os salmos retratam os adoradores como servos do Senhor “que se encontram na Casa do


Senhor nas horas da noite” (Sl 134:1), o que deve ser uma referência à guarda noturna dos
levitas (1Cr 9:23-27) ou ao louvor que eles ofereciam a Deus tanto de dia quanto de noite
(1Cr 9:33).

Como os israelitas adoravam o Deus invisível, que não podia ser representado na forma de
alguma imagem, o santuário servia para refletir a glória do Senhor e oferecer um ambiente
seguro para os pecadores se aproximarem de seu santo Rei. Esse encontro tem a iniciativa
do próprio Senhor e é regulado por Seus estatutos e decretos.

Em 1 Pedro 2:4, 5, o apóstolo apresenta uma expressão do NT das mesmas ideias


apresentadas nesses salmos, no sentido de que o povo de Deus agora é um sacerdócio
santo, oferecendo louvor e ação de graças ao Senhor Jesus Cristo, seu Criador e Redentor,
por todos os benefícios realizados em favor deles.

No NT, todos temos um papel sacerdotal, visto que somos chamados a levar as boas novas
do evangelho ao mundo. Quais são as maneiras mais eficazes de se fazer isso?

Segunda-feira, 18 de março

Ano Bíblico: RPSP: Jr 50

Cantem ao Senhor um cântico novo

3. Qual é o tema comum nos Salmos 33:3; 40:3; 96:1; 98:1; 144:9 e 149:1?

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Os salmos convocam o povo a cantar um “cântico novo”. O que é esse “cântico novo”? A
razão para ele é um novo reconhecimento da majestade e soberania do Senhor sobre o
mundo e a gratidão por Seu cuidado e salvação como Criador e Juiz da Terra. O livramento
das mãos dos inimigos e da morte e o favor de Deus para com Israel são motivos pessoais
para se cantar “um cântico novo”. Enquanto outras canções louvam ao Senhor por Sua
bondade e maravilhas, o “cântico novo” é uma canção especial, que expressa alegria
reavivada e promessa renovada de devoção a Deus. A nova experiência da libertação
inspira o povo a reconhecer o Senhor como Criador e Rei. Os temas comuns nos salmos
que falam de “um cântico novo” são a confiança em Deus, o louvor por Suas obras e
libertação da aflição, entre outras coisas.

4. Leia Isaías 42:10-12; Apocalipse 5:9; 14:3. O que podemos deduzir do “cântico
novo” a partir dessas passagens?

Israel é descrito com termos afetuosos como povo que é chegado a Deus (Sl 148:14),
sugerindo que, de toda a criação, Israel tem o status mais especial e, portanto, tem o maior
privilégio e dever de ser grato ao Senhor. Assim, a Bíblia encoraja os crentes de todas as
gerações a cantar o cântico novo em louvor ao Redentor, cântico que carrega o testemunho
singular sobre a salvação no sangue do Cordeiro. Um “cântico novo” pode representar uma
nova canção que ninguém ouviu, uma canção que celebra uma experiência vívida da graça.
O “cântico novo” pode também exprimir esperança, e nesse caso a característica “novo” se
manifesta na antecipação da experiência singular, sem precedentes, da majestade de Deus
no futuro. A verdadeira adoração vai além de sacrifícios e ofertas e reflete um
relacionamento vivo sempre novo e dinâmico com Deus. Em certo sentido, pode-se dizer
que o “cântico novo” é uma nova expressão, mesmo diária, do nosso amor e apreço pelo
que Deus fez por nós.

Qual seria o seu “cântico novo” para expressar as bênçãos de Deus em sua vida?

Terça-feira, 19 de março

Ano Bíblico: RPSP: Jr 51

Senhor, quem habitará no Teu tabernáculo?

5. Leia o Salmo 15. Quem é digno de adorar na presença de Deus?

A resposta dada nesse salmo é o resumo dos requisitos já dados na lei de Deus e nos
profetas: aqueles cujas ações (“que pratica a justiça”) e caráter (“de coração”) são reflexo de
Deus (Dt 6:5; Mq 6:6-8). O santuário era um lugar santo e tudo nele, incluindo os
sacerdotes, era consagrado. Assim, a santidade é um requisito obrigatório para estar na

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presença de Deus. A santidade de Israel deveria ser abrangente, unindo adoração e ética, e
exercida em todos os aspectos da vida. A lei foi dada ao povo de Deus para capacitá-lo a
alcançar seu potencial máximo, ou seja, viver como um reino de sacerdotes. O sacerdócio
real inclui ter uma vida de santidade na presença de Deus e levar as bênçãos da aliança a
outras nações.

6. Leia os Salmos 24:3-6; 101:1-3. O que significa ser santo?

Um coração perfeito é a maior qualidade do adorador diante de Deus. O hebraico tamim,


“perfeito”, transmite a noção de “completude” e “totalidade”. Uma videira perfeita é “inteira”,
intacta e saudável (Ez 15:5). Os animais oferecidos como sacrifícios tinham que ser tamim,
ou sem mácula (Lv 22:21-24). O discurso “perfeito” é inteiramente verdadeiro (Jó 36:4). Um
“coração perfeito”, portanto, é um coração puro (Sl 24:4) ou um coração íntegro (Sl 15:2).
Ele busca a Deus (Sl 24:6) e é restaurado pelo perdão divino (Sl 51:2-10). Uma vida
irrepreensível brota do reconhecimento da graça de Deus e de Sua justiça. A graça divina
inspira e capacita os servos de Deus a viver no temor do Senhor, o que significa viver em
livre comunhão com o Senhor e em submissão à Sua Palavra. O testemunho de uma vida
dedicada e piedosa traz louvor a Deus e não a si mesma. Observe que a maioria dos
requisitos no Salmo 15 é dada em termos negativos (Sl 15:3-5). Não se trata de ganhar o
favor divino, mas de evitar as coisas que nos separariam de Deus.

Quais são as escolhas conscientes que devemos fazer para evitar tudo aquilo que nos
afasta de Deus?

Quarta-feira, 20 de março

Ano Bíblico: RPSP: Jr 52

Anunciem entre as nações a Sua glória

7. Que múltiplos aspectos da adoração são mencionados no Salmo 96?

A adoração inclui cantar ao Senhor, louvar o Seu nome, proclamar a Sua bondade e
grandeza e levar ofertas ao Seu templo. Além desses modos familiares de adoração, o
Salmo 96 destaca um aspecto não tão óbvio da adoração, ou seja, a dimensão evangélica
de proclamar o reino do Senhor a outros povos (Sl 96:2, 3, 10). No entanto, cantar, louvar,
levar ofertas e proclamar o evangelho não são ações separadas, mas diferentes formas de
adoração. A proclamação da salvação de Deus às nações fundamenta o louvor e dá
conteúdo à adoração. Observe como as razões para a adoração coincidem com a
mensagem proclamada a outros povos: “porque o Senhor é grande” (Sl 96:4), “porque todos
os deuses dos povos não passam de ídolos; o Senhor, porém, fez os céus” (Sl 96:5), “reina

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o Senhor” (Sl 96:10) e “porque vem, vem julgar a Terra” (Sl 96:13). Assim, o objetivo do
evangelismo é unir outros povos ao povo de Deus e, finalmente, toda a criação na adoração
ao Senhor (Sl 96:11-13).

A adoração brota do reconhecimento de quem o Senhor é: Criador, Rei e Juiz (Sl 96:5, 10,
13). Adoração é recordar os atos passados de Deus (criação), celebrar Suas maravilhas
presentes (o sustento do mundo e Seu reinado presente) e antecipar Seus atos futuros
(juízo do tempo do fim e nova vida no novo céu e na nova Terra).

O juízo em Salmos significa restauração da ordem divina de paz, justiça e bem-estar em um


mundo sobrecarregado pela injustiça e pelo sofrimento. Toda a Terra se alegra em antecipar
os juízos divinos (Sl 96:10-13; 98:4-9). O Senhor é um Juiz justo. Isso deve também motivar
as pessoas a adorá-Lo em santidade e “tremer” e deve servir de advertência contra a atitude
leviana na adoração (Sl 96:9). A adoração envolve alegria e confiança (Sl 96:1, 2, 11-13) e
santo temor e tremor (Sl 96:4, 9).

O apelo universal do Salmo 96 para adorar o Criador e o Juiz reflete-se na proclamação


final do evangelho de Deus para o mundo, as três mensagens angélicas de Apocalipse
14:6-12. Em muitos aspectos, o salmo parece incorporar essa mensagem do fim dos
tempos: criação, salvação (“evangelho eterno”), adoração e juízo.

Compare o Salmo 96 com as três mensagens angélicas (Ap 14:6-12). O salmo ensina as
mesmas verdades básicas das três mensagens que devemos proclamar ao mundo?

Quinta-feira, 21 de março

Ano Bíblico: RPSP: Lm 1

Quando Deus não Se agrada de sacrifícios

8. Leia os Salmos 40:6-8; 50:7-23; 51:16-19. Que questão importante esses textos
abordam? Por que, às vezes, Deus não Se agradava dos sacrifícios que Ele
prescreveu em Sua Palavra (Êx 20:24)?

Como os profetas, os salmistas condenam várias formas erradas de adoração. O ponto


principal nesses versos não é a aversão do Senhor aos sacrifícios e festivais de Israel, mas
as razões para tal repugnância: a distância fatal entre adoração e espiritualidade. Deus não
estava repreendendo Seu povo por seus sacrifícios e holocaustos, mas por sua maldade e
atos de injustiça que cometiam na vida pessoal (Sl 50:8, 17-21). Os salmos não pregam
contra o sacrifício e a adoração, mas contra o sacrifício vão e a adoração vazia
demonstrada na injustiça desses adoradores.

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Quando não há unidade entre a expressão externa da adoração e a motivação interna
correta para ela, em geral os rituais se tornam mais importantes do que a experiência de se
aproximar de Deus. Ou seja, as formas de adoração se tornam um fim em si mesmas, em
oposição ao Deus a quem esses rituais devem apontar e revelar.

9. Leia João 4:23, 24. A que Jesus chamou atenção nessa passagem que se encaixa
exatamente com as advertências dos salmos mencionados na lição de hoje?

Sacrifícios não são suficientes. De que adiantavam esses sacrifícios se o coração dos que
os ofereciam não estava cheio de arrependimento, fé e tristeza pelo pecado? Somente
quando acompanhados de arrependimento e sincera ação de graças os sacrifícios de touros
poderiam agradar a Deus como “sacrifícios de justiça” (Sl 51:19, veja também Sl 50:14).
Jesus, ao citar Isaías, expressou isso assim: “Este povo Me honra com os lábios, mas o seu
coração está longe de Mim” (Mt 15:8). Os problemas que os salmistas viram eram os
mesmos que Jesus encontrou em relação a alguns, especialmente os líderes, durante o Seu
ministério terreno.

Será que nós, tendo tanta luz e conhecimento, não caímos na armadilha de pensar que
apenas conhecer a verdade e passar pelos rituais da verdade é suficiente?

Sexta-feira, 22 de março

Ano Bíblico: RPSP: Lm 2

Estudo adicional

Leia, de Ellen G. White, Caminho a Cristo, p. 93-104 (“O privilégio de falar com Deus”). O
arrependimento genuíno é fundamental para a adoração: “O arrependimento inclui a tristeza
pelo pecado e o afastamento dele. Não abandonaremos o pecado enquanto não
reconhecermos quão perigoso ele é. E enquanto não nos afastarmos sinceramente do
pecado não haverá mudança real em nossa vida.

“Muitas pessoas não compreendem a verdadeira natureza do arrependimento. Lamentam


seus pecados e até procuram fazer alguma mudança na sua forma de viver por medo de
que seus erros lhes causem maiores sofrimentos. Mas isso não é arrependimento, no
sentido bíblico. Essas pessoas querem evitar o sofrimento, mas não o próprio pecado”
(Ellen G. White, Caminho a Cristo, p. 23).

“Embora Deus não habite em templos feitos por mãos humanas, Ele honra com Sua
presença as assembleias de Seu povo. O Senhor prometeu que, quando Seus servos se
reunissem para buscá-Lo, reconhecendo seus pecados e para orar uns pelos outros, Ele Se
reuniria com eles por meio de Seu Espírito. Mas os que se reúnem para adorá-Lo devem

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abandonar tudo que é mau. Se não O adorarem em espírito e em verdade e na beleza de
Sua santidade, o culto será sem valor. Sobre esses, o Senhor declara: ‘Este povo honra-Me
com os lábios, mas o seu coração está longe de Mim. E em vão Me adoram’” (Mt 15:8, 9;
Ellen G. White, Profetas e Reis [CPB, 2021], p. 27). Perguntas para consideração 1. Qual
é a maior oferta do adorador a Deus (Sl 40:6-10; Rm 12:1, 2)? 2. Qual é a relação entre os
cultos individual e comunitário? Precisamos de ambos? 3. Adoração é apenas orar, cantar
hinos e estudar a Bíblia e a literatura espiritual? 4. Ellen G. White escreveu: “Os cultos a Ele
dedicados não deveriam ser vistos como uma atividade triste e cansativa. Louvar ao Senhor
e desempenhar uma parte em Sua obra devem ser um prazer” (Caminho a Cristo, p. 103).
Como a adoração ao Senhor pode se tornar um prazer?

Respostas e atividades da semana: 1. No santuário. Bênçãos. 2. Como servos do Senhor.


3. A confiança em Deus, o louvor de Suas maravilhosas obras e libertação da aflição. 4. O
“cântico novo” é a expressão de louvor pela criação e redenção. 5. O que pratica a justiça,
que é verdadeiro e puro de coração, que vive com integridade. 6. Reconhecer a graça de
Deus e a Sua justiça, viver em comunhão com o Senhor e em submissão à Sua Palavra. 7.
Cantar, louvar o nome de Deus, proclamar a Sua bondade e grandeza e levar ofertas ao
Seu templo. 8. Por causa da adoração hipócrita; pelos atos de maldade e injustiça. 9. Deus
procura adoradores que O adorem em espírito e em verdade.

Resumo da Lição 12

Adoração para toda a vida

ESBOÇO

Introdução: Podemos definir adoração como a resposta da criatura às dádivas do Criador.


Duas verdades bíblicas ficam evidentes nessa definição.

Primeira, Deus concedeu muitas bênçãos à humanidade. Essas dádivas devem despertar
gratidão no coração humano pela grandeza do amor de Deus, de maneira que possamos
nos unir ao salmista em proclamar “com voz alta” “todas as [Suas] maravilhas” (Sl 26:7). O
ardor do salmista em proclamar aos outros a grandeza de Deus nos lembra de que a
adoração possui uma dimensão evangelística. Assim, como igreja, devemos proclamar ao
mundo os feitos do Senhor e Sua divina misericórdia em favor de cada indivíduo.

Em segundo lugar, os seres humanos foram criados com uma predisposição inata para
responder às maravilhas de Deus. Em resposta à graça divina, devemos nos curvar com o
coração agradecido, submetendo todas as coisas em nossa vida à vontade de nosso
Criador e Redentor.

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A adoração deve vir do coração. Ao mesmo tempo, o Livro dos Salmos nos instrui que a
adoração não deve ser conduzida de forma caprichosa. Existem maneiras apropriadas de
reverenciar o Senhor. Manter um prudente equilíbrio entre gratidão e submissão reverente
tornará nossa adoração na igreja uma experiência mais agradável e unificadora.

COMENTÁRIO

O Saltério é um livro acerca de adoração e destinado à adoração. Cada cântico e cada


oração expressam, de alguma forma, devoção a Deus. Vamos considerar diferentes
abordagens de adoração nesse sagrado hinário da igreja.

Salmo 3: adoração de manhã e à noite

Davi escreveu o Salmo 3 em um momento de profunda angústia. Ele sabia que podia
confiar em Deus, e que o Senhor o ouviria (Sl 3:4). A terna consideração de Deus fortalecia
diariamente a confiança de Davi na fidelidade divina, conforme revela o Salmo 3:5. Esse
texto também recorda o Salmo 55:17: “À tarde, pela manhã e ao meio-dia, farei as minhas
queixas e lamentarei; e Ele ouvirá a minha voz.” Esse versículo nos ensina que podemos
adorar a Deus em nosso coração a qualquer momento do dia.

Além disso, lugar ou localização não é impedimento para nossa adoração. O Salmo 4:3
afirma: “O Senhor me ouve quando eu clamo por Ele.” Imediatamente o salmista
acrescenta: “Tremam de medo e não pequem; consultem no travesseiro o coração e
sosseguem” (Sl 4:4). Seja na privacidade do quarto, como no caso do salmista, seja no
isolamento rochoso de Patmos, onde o apóstolo João foi exilado, nossas orações sobem a
Deus, sem impedimento algum de geografia ou localização.

O Saltério está cheio de orações, lamentos e louvores pessoais (Sl 9; 10; 30; 32; 34; 40; 41;
92; 107; 116; 138). A adoração congregacional tem início com o compromisso de cada
membro da igreja com a devoção pessoal.

Salmo 22: adoração na assembleia

No Salmo 22, notamos que Davi falou em primeira pessoa, “eu” (veja Sl 22:22, 25). Essa
maneira de se expressar, mais íntima e direta, reforça a ideia de que o louvor
congregacional começa com o adorador individual. Davi proclamou: “A meus irmãos
declararei o Teu nome; no meio da congregação eu Te louvarei” (Sl 22:22). Depois, ele
acrescentou: “De Ti vem o meu louvor na grande congregação; cumprirei os meus votos na
presença dos que O temem” (v. 25). Que lição para nós, ao entrarmos na presença de Deus
em adoração! O Salmo 22 nos mostra a importância da adoração congregacional para
nossa fé e saúde espiritual. Nossos filhos devem entender essa verdade essencial quando
os levamos à igreja. Além disso, vamos ao culto com espírito de submissão: não tanto para
obter bênçãos, mas para oferecermos e sermos bênçãos.

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Embora a consagração pessoal seja a base de nossa adoração congregacional, devemos
também reafirmar que os membros da igreja não podem crescer espiritualmente se
estiverem isolados. Assim, no Salmo 22:22-25, o salmista se uniu ao povo de Deus em
adoração coletiva. Algumas pessoas argumentam: “Não preciso ir à igreja; posso adorar a
Deus em casa.” Mas tal pensamento se dissolve diante desse texto bíblico. A adoração
congregacional traz unidade, alimenta o amor entre o povo de Deus e molda nossa
identidade em todo o mundo.

Adoração em sentido mais amplo

Conforme observado no estudo da primeira semana deste trimestre, os livros do Saltério


propriamente dito terminam com o Salmo 145. Os últimos cinco cânticos – os Salmos 146 a
150 – constituem uma majestosa conclusão do livro. Sendo que honrar o nome do Deus
todo-poderoso é o objetivo de nossa adoração, essas cinco melodias finais são
apropriadamente dedicadas à Sua adoração e louvor: “Cantem ao Senhor um cântico novo;
cantem o Seu louvor na assembleia dos santos” (Sl 149:1).

O verbo hebraico halal (“louvar”) é usado mais de 30 vezes nos Salmos 146 a 150, e cada
ocorrência está relacionada ao próprio Deus. Nossas razões para louvar ao Senhor,
conforme apresentadas nesses salmos, são inúmeras: o Senhor é nosso auxílio e
esperança (Sl 146:5); é o Criador e Sustentador (Sl 146:6; 147:4, 8, 9, 16-19); Ele defende e
livra os necessitados e os oprimidos (149:7-9; 147:2, 3); sustenta os humildes e pune os
ímpios (Sl 147:6; 149:5); provê as necessidades de Seu povo (Sl 147:14; Sl 146:7-9); e
reina para todo o sempre (Sl 146:10). O Salmo 148:13 resume a razão suprema de nossa
adoração e louvor a Deus: “Louvem o nome do Senhor, porque só o Seu nome é excelso; a
Sua majestade está acima da Terra e do céu.” O Senhor é o único Deus que existe, e Ele é
digno de louvor por causa de Sua “imensa grandeza” (Sl 150:2).

Nossa adoração, tanto pública quanto privada, deve ser conduzida de maneira inteligente e
criteriosa. Devemos reservar um tempo todos os dias, especialmente a cada sábado, para
relembrar as bênçãos que o Senhor derramou sobre nós. Registrar cada bênção em um
diário será de benefício inestimável tanto para nossa fé quanto para nossa adoração.

Como já observamos, a adoração é uma experiência coletiva da qual todo o corpo de Cristo
participa (Sl 147:12, 19, 20; 148:14; 149:1; 150:1). Embora um indivíduo certamente possa
adorar a Deus sozinho, na privacidade de sua casa e de acordo com sua compreensão
pessoal das Escrituras, o Senhor pretendia que a adoração ocorresse em Seu santuário (Sl
150:1) ou em algum outro local consagrado de adoração, na convocação comunitária que
ocorria na “assembleia dos santos” (Sl 149:1). Nossa adoração é incompleta se nos
isolamos continuamente uns dos outros na adoração a Deus.

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Os últimos cânticos do Saltério convidam não só o povo de Deus a louvar o Seu nome, mas
convidam o mundo inteiro a adorar o Criador e a prestar-Lhe tributo. “Todo ser que respira
louve o Senhor” (Sl 150:6; compare com Sl 148:11, 12). Como aprendemos nesta semana, a
adoração possui uma dimensão evangelística. Se nos esforçarmos para tornar nosso culto
de adoração mais alegre, criativo, inclusivo e variado, podemos e iremos alcançar pessoas
para o reino do Senhor.

Depois dessa avaliação, a seguinte pergunta surge naturalmente e requer um estudo mais
aprofundado: Quão extensa e ampla deve ser nossa adoração a Deus? No Salmo 148, o
escritor bíblico exortou não apenas os anjos a louvar o nome de Deus (Sl 148:2), mas
também “sol e lua” e as “estrelas luzentes” (v. 3). Ao personificar esses objetos inanimados
e corpos celestes (v. 3, 4, 7-10), o salmista estava nos transmitindo a ideia de que a
adoração deve permear todas as áreas da vida. À luz dessa verdade bíblica, muitos de nós,
que limitamos nosso louvor e adoração a Deus ao culto de sábado, faríamos bem em
reavaliar nosso conceito e prática da adoração divina.

Um tópico final a ser considerado nos Salmos 146 a 150 é o uso de instrumentos musicais
em nossa devoção. Esses últimos salmos mencionam sete instrumentos: 1) harpa (Sl 147:7;
149:3; 150:3); 2) tamborim (Sl 149:3; 150:4); 3) trombeta e 4) lira (Sl 150:3); 5) instrumentos
de cordas; 6) flautas (Sl 150:4); e 7) “címbalos sonoros” e “retumbantes” (Sl 150:5). A
adoração exige que levemos a Deus o que temos de melhor, e a área da música não é
exceção. Toda a tecnologia que temos hoje à nossa disposição certamente representa uma
bênção para o nosso culto na igreja. Ao mesmo tempo, nada se compara ao canto e à
música ao vivo. Essa música não só é mais pessoal e direta, mas também tem o poder de
tocar os corações de maneira singular. Nesse sentido, os pais fariam bem em incentivar os
filhos a aprender a cantar e tocar um instrumento musical. Devemos fazer tudo o que
pudermos para facilitar o uso de diferentes tipos de instrumentos em nosso culto de
adoração. Em última análise, o foco de toda a música em nosso culto de adoração deve ser
exaltar nosso Salvador.

APLICAÇÃO PARA A VIDA

A adoração é parte integrante da experiência do crente, não apenas um acessório dela. O


Livro dos Salmos oferece motivação e inspiração para nossa vida devocional. Assim,
devemos ler cada salmo de maneira atenta e em espírito de oração, com o propósito
de aprofundar nossa comunhão com Deus. Convide os alunos a se curvarem e orar com a
Bíblia aberta, usando as palavras dos salmos como oração. Dessa maneira, eles
descobrirão que os salmos aumentam nossa submissão e devoção pessoal ao Senhor.

Durante esta semana consideramos diferentes formas de adoração e as maneiras pelas


quais elas podem representar uma bênção em nossa vida e em nossa igreja. Agora, nesta
seção final, nos voltamos para a aplicação prática desses princípios. A implementação de
diferentes formas de adoração às vezes provoca divisões na igreja. Esse é um sinal claro de

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que estamos indo na direção errada. Aprendemos que a verdadeira adoração traz união e
harmonia entre o povo de Deus. Quando o espírito de harmonia e a intenção de obtê-la
predominam em nosso culto de adoração, os adoradores saem da igreja sentindo-se
abençoados pela experiência. É por isso que é tão importante alcançar e manter esse
equilíbrio e harmonia. Devemos nos esforçar para viver essa realidade em todos os
elementos de nosso culto de adoração, conforme vimos em nosso estudo. Em humildade de
espírito, estejamos prontos para nos unir a nossos irmãos na fé em adoração harmoniosa
ao nosso Criador. É isso que Ele espera de nós.

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O Deus esquecido

Índia | Jharendra

Todos se conheciam na pequena cidade onde Jharendra cresceu, perto da fronteira chinesa
no nordeste da Índia. Todos adoravam os deuses uns dos outros. Os habitantes da cidade
adoravam deuses de pedra e madeira; adoravam Jesus; adoravam o sol e a lua; e sempre
que uma religião tinha um feriado religioso, todos celebravam juntos em um templo, uma
igreja ou na rua.

Um dia, Jharendra, de 12 anos, estava olhando em uma das lojas da cidade, e seus olhos
foram atraídos para um belo pôster de Jesus. O grande pôster mostrava uma pintura de
Jesus pendurado na cruz. A qualidade do cartaz era muito alta. Jharendra podia ver cada
detalhe da pintura e queria levá-la para casa.

Jharendra não sabia muito sobre Jesus. Tudo o que ele sabia era que Jesus era um Poder
Superior, um Deus entre os muitos deuses que eram adorados em sua cidade. Ele comprou
o cartaz e, enquanto caminhava para casa, perguntou-se onde poderia colocar o lindo
pôster. Ele lembrou que a família tinha um quarto especial de adoração. Nesse quarto, a
família tinha fotos emolduradas de vários deuses. A mãe ia ao quarto todos os dias para se
curvar e adorar. Os outros membros da família também adoravam esses deuses. Mas não
havia nenhuma foto de Jesus no quarto. Jharendra decidiu que compensaria esse descuido
pendurando sua foto de Jesus na parede.

Então, quando voltou para casa, pegou um martelo e um prego de seu pai e, enquanto ele
estava martelando o prego na parede do quarto de adoração, sua mãe entrou.

Ela disparou para Jharendra e, sem dizer uma palavra, deu-lhe um tapa na bochecha.
Jharendra sentiu a dor aguda atravessar seu rosto. “Por que você me deu um tapa?”,
perguntou ele. Ele queria saber por que estava sendo punido. “Claro, Ele é Deus, mas Ele
não é o nosso Deus”, disse a mãe, apontando para Jesus. “Tire a foto daí.”

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Jharendra puxou o prego da parede e tirou a foto enquanto a mãe observava. Então, sua
mãe saiu do quarto. Jharendra não entendia por que sua mãe não queria a imagem de
Jesus entre seus deuses, mas tinha certeza de que não deveria jogar a foto fora ou colocála
em uma gaveta. Ele sentiu que Jesus era Alguém digno de adoração e que precisava ser
adorado. Ele pegou o pôster, abriu a porta do quarto de adoração e saiu. Olhando para a
porta, ele decidiu que seria um bom lugar para pendurar o lindo retrato de Jesus. Ele pegou
o prego e o cravou no topo do pôster. Recuando, ele admirou seu trabalho. Talvez a mãe
não permitisse que ele colocasse Jesus entre os deuses no quarto de adoração, mas agora
ele veria Jesus toda vez que entrasse no quarto para adorar. Todos que entrassem no
quarto de adoração veriam Jesus primeiro.

Embora Jharendra e sua família vissem Jesus todos os dias, depois disso, o próprio
Jharendra não pensou muito mais em Jesus – até que ficou muito mais velho. Durante um
período de infelicidade, começou a ler a Bíblia e a visitar várias igrejas.

Um amigo, ex-adventista do sétimo dia, notou seu interesse pelo cristianismo e disse-lhe:
“Se você deseja se unir a uma igreja, a Igreja Adventista do Sétimo Dia tem a verdade”.
Jharendra foi a uma Igreja Adventista. Ele se emocionou com o sermão e imediatamente
pediu o batismo ao pastor. Ele se convenceu de que estava na igreja verdadeira quando o
pastor respondeu: “Você só pode ser batizado depois dos estudos bíblicos. Não batizamos
ninguém sem estudos bíblicos”.

Após o batismo, ele foi condenado ao ostracismo por sua família. Mas, hoje, ele tem certeza
de que tomou a decisão certa. “Sou a primeira pessoa da minha família a se tornar um
cristão”, disse ele. Um irmão mais novo o seguiu muitos anos depois. Ele disse que os fatos,
não os sentimentos, o levaram a Jesus, o Deus acima de todos os deuses. “Se você
escolher o cristianismo ou Jesus com base nas emoções, sua jornada pode terminar quando
seus sentimentos forem feridos”, disse ele. “Mas se você escolher Jesus pela lógica e seus
princípios, sua jornada durará.”

Parte da oferta deste trimestre ajudará a sustentar seis escolas e duas igrejas na Índia.
Obrigado por sua oferta generosa.

Por Andrew McChesney

Dicas para a história

Pronuncie Jharendra como: ja-REN-dra.

Baixe as fotos no Facebook: bit.ly/fb-mq.

Faça o download das Postagens da Missão e Fatos Rápidos da Divisão Sul-Asiática:


bit.ly/sud-2024.

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Comentário da Lição da Escola Sabatina – 1º Trimestre de 2024

Tema geral: O Livro dos Salmos

Lição 12 – 16 a 23 de março

Adoração para toda a vida

Autor: Ezinaldo Ubirajara Pereira

Editor: André Oliveira Santos: andre.oliveira@cpb.com.br

Revisora: Rosemara Santos

Introdução

O verbo “adorar” na língua hebraica é ?????? (shachah – lê-se “sharrah”), cujo sentido
primário é curvar-se, prostrar-se diante de algum monarca ou superior, prestando
homenagem (BROWN; DRIVER; BRIGGS, 2000, The Brown-Driver-Briggs Hebrew and
English Lexicon. Peabody, Massachusetts: Hendrickson Publishers, p. 1005). Esse verbo é
usado no sentido de “ir diante de Deus em adoração (ou seja, adorar), como em 1 Samuel
15:25 e Jeremias 7:2” (VINE; UNGER; WHITE JR., Dicionário Vine: O significado exegético
e expositivo das palavras do Antigo e do Novo Testamento. Trad. Luís Aron de Macedo. Rio
de Janeiro, RJ: Thomas Nelson Brasil, 2016, p. 31).

Em sua natureza, o ser humano foi “projetado como um ser adoracional” (Ozeas Caldas
Moura, “Temas de adoração nos livros poéticos”, em Parousia, v. 3; Emilson dos Reis,
Rodrigo Follis e Felipe Carmo, orgs., Engenheiro Coelho, SP: Unaspress, 2015, p. 31).
Diante disso, é fundamental entender que a adoração bíblica diz respeito ao relacionamento
da criatura com Deus, entendendo que toda a atenção deve ser dirigida a Ele.

Adoração não se limita a um momento ou ato isolado do ser humano, mas se define como
um estilo de vida. Compreende-se que “acima de tudo, o culto é um estilo de vida. Os
líderes da igreja devem promovê-lo, principalmente, como uma forma de vida e, em
segundo lugar, como atividade” (Zinaldo Santos, ed., Guia Para Anciãos, 6ª ed., Trad.,
Arlete Vicente, Ed. Rev., Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2014, p. 35). Criado para
adorar, em todos os momentos e em tudo que o ser humano faz deve refletir essa atitude.
Vida, tempo e atividades devem estar centralizados em adorar a Deus (1Co 10:31). Por isso,
o verso central da lição diz: “Cantarei ao Senhor enquanto eu viver; cantarei louvores ao
meu Deus durante a minha vida” (Sl 104:33).

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Algumas expressões sobre adoração em Salmos foram analisadas na lição: levantar as
mãos, cantar um cântico novo, habitar no templo de Deus, declarar a glória de Deus entre
as nações e oferecer sacrifícios agradáveis.

Salmo 134: Levante as mãos no santuário

O ato de erguer as mãos na adoração era comum no santuário, sendo que esse gesto tinha
o seu significado. As mãos eram movimentadas em direção ao alto, representando um gesto
em que o adorador quisesse dizer algo a Deus, assim como uma criança se encontra com
seus pais e estende as mãos ao alto para buscar seu colo. O levantar das mãos significa um
pedido de súplica: “Ouve-me as vozes súplices, quando a Ti clamar por socorro, quando
erguer as mãos para o Teu santuário” (Sl 28:2). Ao “bendizer” a Deus (louvá-Lo/adorá-Lo), a
pessoa levantava as mãos, usando o “nome” de Deus: “Assim, cumpre-me bendizer-Te
enquanto eu viver; em Teu nome, levanto as mãos” (Sl 63:4, ARA). Por esses exemplos,
percebe-se que o levantar das mãos tinha significados litúrgicos para o adorador, sendo
uma comunicação gestual dele para com Deus.

Nos dias de hoje, haveria algum problema em levantar as mãos no momento do culto? É
preciso considerar o princípio encontrado no Novo Testamento, segundo o qual se for feito
algo que venha escandalizar alguém ou à comunidade, é melhor que não seja feito (1Co
8:9-13). Se o levantar das mãos for contrário ao costume da comunidade, é melhor se
abster dessa prática.

Cantem ao Senhor um cântico novo

Os cânticos na Bíblia refletem experiências que o cantor ou a congregação vivenciaram.


Haverá um canto reservado somente para aqueles que passarem pelo período de
perseguição que antecederá a segunda vinda de Cristo (Ap 14:1-5), à semelhança daqueles
que passaram pelo Mar Vermelho e cantaram sobre o livramento operado por Deus (Êx
15:1-19). Assim, quando o povo de Deus canta, está cantando de sua própria experiência.

Deus pede que cantemos a Ele “um novo cântico” (Sl 33:3). Entendendo que os cânticos
expressam experiências vividas, o que Deus está pedindo é que vivamos, a cada dia, uma
nova experiência com Ele. Essa experiência de um “novo cântico” é fundamentada na
“palavra do SENHOR” (Sl 33:3, 4), celebrando a vitória sobre situações difíceis (Sl 40:1-3),
sendo que é o próprio Deus que coloca esse “novo cântico” em nossos próprios “lábios” (Sl
40:3). Esse “cântico novo” proclama a salvação de Deus na vida do cristão (Sl 96:1), diante
das “maravilhas” que Ele tem feito a cada dia (Sl 98:1). Esse é o convite para um “cântico
novo”, para uma experiência renovada com Deus.

Habitar no tabernáculo de Deus – uma vida de justiça e integridade – Salmo 15

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As perguntas iniciais do Salmo 15 conduzem à reflexão sobre o santo lugar em que Deus
habita. Habitar/comparecer diante da presença de Deus requer santidade (Lv 20:7, 8; 1Pe
1:14-16). Por isso, essas perguntas conduzem à seguinte questão: Como deve ser a vida do
adorador que vive na presença de Deus?

A fim de responder a essa questão, Davi elenca onze características daquele que vive na
presença de Deus (Sl 15:2-5). Dessas características, as duas primeiras são essenciais
para as demais, e é por isso que já estão logo no início: viver “com integridade” e praticar “a
justiça” (Sl 15:2). A palavra traduzida por “integridade” vem do hebraico ??????? (t?mîm),
que significa “algo completo”, condizente com o interior da pessoa em completude no
cumprimento da vontade de Deus (Ver Francis Brown, Samuel Rolles Driver e Charles
Augustus Briggs, The Brown-Driver-Briggs Hebrew and English Lexicon; Massachusetts:
Hendrickson Publishers, 1996, p. 1071). Já a palavra “justiça” é a tradução da palavra
?????? (?e?eq – lê-se tsedeq), relacionada ao que é correto e correspondendo à salvação
de Deus (Jr 23:6; Is 61:10. Ver Francis Brown, Samuel Rolles Driver e Charles Augustus
Briggs, The Brown-Driver-Briggs Hebrew and English Lexicon, p. 841). Esses dois
elementos, no interior da pessoa, vão resultar nos demais atos que constam na lista do
Salmo 15, que são de natureza relacional. Aquele que adora a Deus, primeiramente precisa
ter seu interior transformado, resultando em uma vida ética para com Deus e o próximo.
Essa pessoa habitará “no tabernáculo de Deus”.

Salmo 96 – Anuncie entre as nações a Sua glória

A adoração não se restringe apenas às atividades litúrgicas no templo ou em particular, mas


é estendida na proclamação do evangelho de Deus. Isto é apresentado no Salmo 96, que
começa com o convite para adorar a Deus em forma de cânticos (v. 1, 2), e prossegue com
o convite para testemunhar do poder e da grandeza de Deus “entre as nações” (v. 3, 10).
Então, quando a igreja sai para o cumprimento da missão, está adorando a Deus. Por isso,
este é o convite da Igreja Adventista do Sétimo Dia no contexto dos últimos dias: “Temam a
Deus e deem glória a Ele. [...] E adorem Aquele que fez o céu, a Terra, o mar e as fontes
das águas” (Ap 14:7).

Quando Deus não Se agrada de sacrifícios

O sistema de sacrifícios foi instituído pelo próprio Deus a fim de ser um tipo da solução que
Deus daria ao problema do pecado através do sacrifício de Jesus Cristo (Jo 1:29; Hb 9:11-
14). O problema que ocorreu em Israel é que, às vezes, os adoradores caíram no problema
do formalismo religioso, ocupando-se com os sacrifícios e as instituições apenas como
meros rituais, sem experimentarem os verdadeiros sentidos dos rituais e cerimônias. Isso foi
chamado de hipocrisia e foi condenado pelos profetas (Sl 40:6-8; 50:7-23; 51:16-19; Is 1:11-
13; Am 4:4, 5; Mt 23).

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Deus faz um chamado para que O adoremos em “espírito e verdade” (Jo 4:23, 24). Esses
são os “verdadeiros adoradores” que Deus procura.

Conheça o autor dos comentários deste trimestre: Ezinaldo Ubirajara Pereira nasceu na
capital de São Paulo. É graduado em Teologia pelo Centro Universitário Adventista de São
Paulo – campus, Engenheiro Coelho, e Administração de Empresas pela Escola Superior da
Amazônia (ESAMAZ), campus Belém, Pará. Tem pós-graduação em Interpretação Bíblica
pelo UNASP-EC. Possui Mestrado em Teologia com ênfase em Antigo Testamento pela
Universidad Peruana Unión (UPeU – campus Lima, Peru). Atualmente cursa o programa de
Doutorado em Teologia do Antigo Testamento pela UAP (Universidad Adventista del Plata –
Libertador San Martin – Argentina). Atuou como capelão e pastor distrital. Hoje é professor
na Faculdade Adventista de Teologia do UNASP-EC. É casado com Teresa Ramos Pereira,
nascida em Taboão da Serra, SP, mestre em Liderança pela Andrews University. O casal
tem dois filhos: Benjamim Dérek, de 6 anos, e Richard Dérek, de 2 anos.

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