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À minha imagem

Não farás para ti imagem de escultura, nem semelhança alguma do que há em cima nos
céus, nem embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Êxodo 20:4, ARA

O que você me diria se eu dissesse que existe uma igreja que adora um jogador de futebol
ou um espaguete voador? Não estou brincando. A Igreja Maradoniana venera o jogador
argentino Diego Armando Maradona, a quem denominam “D10S” (por causa do 10 da sua
camiseta). Uma das suas preces pode parecer até blasfema para nós: “Diego nosso que
estás no Céu: Santificada seja a tua canhota, venha a nós a tua magia. Que os teus gols
sejam lembrados tanto na Terra como no Céu […].” O pastafarianismo, por sua vez, é uma
religião que, de forma irônica, adora uma enorme bola de espaguete com duas almôndegas
como olhos. A oração deles é: “Oh, talharins que estais nos Céus gourmets: Santificada seja
a vossa farinha. Venham a nós os vossos nutrientes. Faça-se a vossa vontade na Terra
como nos pratos. Dai-nos hoje nossas almôndegas de cada dia e perdoai as nossas gulas
assim como nós perdoamos aos que não vos comem.”

Parece ridículo, mas há séculos o ser humano tem criado deuses à sua semelhança. O
fanatismo ou a razão tem desenvolvido seus próprios ídolos. Por sermos crentes, eles nos
incomodam, mas talvez nos permitam refletir sobre nossa coerência religiosa e o que
projetamos. Defendemos a igualdade em Cristo e seguimos fazendo distinção entre raças,
status ou economias. Propomos a fraternidade, mas adoramos as fofocas. Pregamos a
breve volta de Jesus, mas acumulamos posses como se fossem durar para sempre. As
pessoas nos olham e continuam vendo os mesmos objetos, os mesmos ídolos. Podemos
nos incomodar com o maradonismo, mas não temos nenhum problema em agredir em nome
do nosso time favorito. Podemos rir do pastafarianismo, mas não podemos viver sem uma
pizza no sábado à noite, acompanhada, se possível de uma enorme garrafa de refrigerante.
Podemos ridicularizar essas crendices e continuar celebrando a chegada do Papai Noel
como alternativa à vinda de Jesus.

Nós não criamos Deus. Ele é que nos criou. Sermos coerentes com as imagens que
projetamos é uma forma de respeitá-Lo. Se você O ama de verdade, nada de substitutos!
Por isso mesmo é que você deve amá-Lo acima de tudo.

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