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VENDEN
é que opera
2023
MEDITAÇÕES
MATINAIS
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Fé que opera
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Morris Venden
Tradução de Naor G. Conrado
Publicado em 1981
IMPRESSO NO BRASIL
Printed in Brazil
Editora dos Adventistas
do Sétimo Dia
PREFÁCIO
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Os Editores
O AUTOR
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"Não retarda o Senhor a sua promessa, como alguns a julgam demorada; pelo
contrário, ele é longânimo para convosco, não querendo que nenhum pereça,
senão que todos cheguem ao arrependimento.” 2 Pedro 3:9
"Então Jesus proferiu a seguinte parábola: E dizia esta parábola: Um certo
homem tinha uma figueira plantada na sua vinha, e foi procurar nela fruto, não o
achando; e disse ao vinhateiro: Eis que há três anos venho procurar fruto nesta
figueira, e não o acho. Corta-a; por que ocupa ainda a terra inutilmente? E,
respondendo ele, disse-lhe: Senhor, deixa-a este ano, até que eu a escave e a
esterque; E, se der fruto, ficará e, se não, depois a mandarás cortar.” Lucas
13:6-9. Deixa-a ainda este ano. Não a cortes ainda.
Será que Ele a cortou depois de mais um ano? Que significam as
palavras: Deixa-a ainda este ano? Elas dão a entender no presente que a
misericórdia e a paciência de Deus quase são ilimitadas. “Quase”, porque
sabemos que vira o tempo em que a misericórdia deixará de pleitear e a
justiça será posta em execução. Mas Jesus em sua vida aqui na Terra,
apresentou consideráveis evidências de que Deus é muitíssimo compassivo.
A apropriada fusão de misericórdia e justiça é uma das coisas com que
os cristãos têm lutado por muito tempo. Procuramos imaginar todos os
"porquês" e motivos das possíveis diferenças entre o Deus do Velho
Testamento e o Deus do Novo Testamento. Isto às vezes suscita dúvidas
acerca do Velho Testamento e sua validez. No entanto, há idênticas
evidências de castigo divino no Novo Testamento. A história de Ananias e
Safira é difícil de ser superada neste sentido. Há certos pontos que não
podemos compreender plenamente, tanto no Velho como no Novo
Testamento.
É indubitável que um pai de amor não permitirá que seu filho
prejudique sua filha sem fazer algo para detê-lo. Ele não ama a sua filha ou
a seu filho se não efetuar alguma coisa numa situação dessa natureza. Temos
ouvido muitas coisas a respeito da justiça e do castigo da parte de Deus,
mas existe uma grandiosa e bela verdade que tem duração até o momento
presente. A paciência de Deus continua “Poupa-os ainda este ano. Não os cortas
ainda. Dá-lhes um pouco mais de tempo." De algum modo, a misericórdia e a
paciência de Deus se fundem com Sua justiça e punição, e temos a redenção
Janeiro 7, sábado A Parábola da Figueira
Duas Espécies de Árvores
“Pois será como a árvore plantada junto a ribeiros de águas, a qual dá o
seu fruto no seu tempo; as suas folhas não cairão, e tudo quanto fizer prosperará”.
Salmos 1:3
Na Bíblia, Israel o povo de Deus muitas vezes são comparados a
árvores. lsaias61:3: “A fim de que se chamem árvores de justiça plantação do
Senho, para que Ele seja glorificado.” Versão de Almeida, antiga. Belas árvores
para produzir fruto e folhagem, abrigo e esperança!
O povo do tempo de Cristo fazia grande ostentação de piedade.
Eles tinham muitas folhas, muitas folhagens. Estais lembrados da história da
Figueira que foi amaldiçoada porque tinha tanta folhagem, mas nenhum
fruto? Nos dias de Jesus, os judeus faziam grande ostentação de piedade
mais do que os que viveram em épocas anteriores: porém eram mais
destituídos das suaves graças do Espírito de Deus. (Parábolas de Jesus, pág.
215).
Às vezes confundimos aquilo em que consiste o fruto nessas árvores.
Os estatísticos dizem que o fruto é o número de almas salvas que o fruto do
cristão é quantas pessoas de sua lista se converteram pelo seu esforço, ou
quantas estrelas terá em sua coroa. Isso não é o fruto. O fruto de que Jesus
realmente está falando aí é o fruto do Espírito.
Às suaves graças do Espírito - quais são elas? Isto nos é declarado em
Gálatas 5:22 e 23. “Amor, alegria”. Quando vemos uma pessoa com aspecto
melancólico, isto significa que ela provavelmente não possui um dos frutos
do Espírito. Um deles está faltando. “Paz longanimidade, benignidade, bondade,
fidelidade, mansidão, domínio próprio.” O povo do tempo de Cristo tinha muitas
folhas, mas bem poucas das suaves graças do Espírito.
Ao nos aproximarmos do próprio fim do tempo descobrimos que a
paciência de Deus prossegue e continua prosseguindo até a ocasião descrita
em Apocalipse 11:18. Encontramos aí o que finalmente acabará com as
coisas deste mundo e que resultará na derrubada das árvores infrutíferas.
Evidentemente, a paciência de Deus continuará até que o homem chegue ao
ponto de destruir-se a si mesmo. Se vossos olhos estão abertos; sabei que
quase chegamos a tal ponto. Portanto a parte restante do versículo deve
cumprir-se muito em breve.
Entrementes, Jesus “não veio para destruir as almas dos homens” (S. Luc.
9:56. Almeida Antiga). E quando os discípulos perguntaram: “Queres que
mandemos descer fogo do céu para os consumir? Jesus respondeu, Vós não sabeis
de que espírito sois. Porque o Filho do homem não veio para destruir as almas
dos homens, mas para salvá-las ".
Janeiro 8, domingo A Parábola da Figueira
Mais Tempo Ainda
“Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os
principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, Nem a altura, em
a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus,
que está em Cristo Jesus nosso Senhor.” Rom 8:38,39
"Certo homem tinha uma figueira plantada na sua vinha e, vindo procurar
fruto nela, não achou. Pelo que disse ao viticultor: Há três anos venho procurar
fruto nesta figueira, e não acho; pode cortá-la; para que estão ela ainda ocupando
inutilmente a terra?”. - S. Luc. 13:6 e 7.
O proprietário da vinha declara: "Esta árvore está ocupando o lugar que
poderia ser ocupado por uma árvore produtiva.” Quando uma árvore tem
abundante folhagem, mas não dá fruto, a primeira tendência talvez seja a
seguinte: "Deixa-a, ela não está causando danos algum.” Mas de acordo com
esta parábola, ela está causando danos, por estar privando o mundo da
bênção de outra árvore que poderia produzir fruto. Representa mal a Deus
no mundo e não somente é inútil, mas constitui um estorvo.
No ponto culminante desse relato, quando a situação parece estar
muito tensa e desejamos saber se a árvore será cortada, ou não, há o
argumento apresentado pelo viticultor. Ele não afirma que a declaração de
seu senhor não é correta. Ela é correta, e ele o admite. Mas replica: "Deixa-
a ainda este ano. Concede-lhe um pouco mais de tempo até que eu escave ao
redor dela e lhe ponha adubo.” Deus e Jesus, o Pai e o Filho, estão Juntos aí,
em unidade de propósito, e isso constitui um diálogo entre eles. Cortaremos
a árvore? E Eles dizem: "Não; não a cortemos. Deixá-la emos este ano,
procuraremos fazer outra coisa. Dar-lhe-emos mais vantagens.”
Ouça, amigo: Você acha que está passado o limite e que só merece
ser cortado? Fiz aqui a evidência da opinião de Deus a seu respeito nesse
tempo de misericórdia e graça: “Deixa-o, concede a esse jovem e àquela pessoa
mais idosa que dissipou a graça de Deus por muitos anos, concede lhe mais um
ano. E mais um depois disso, e então mais um ainda.”
O homem corta mais depressa do que Deus. Quão admirável é o Deus
a quem servimos! Ele não nos trata como os seres humanos tratam uns aos
outros, mas continua oferecendo Sua misericórdia e Seu amor.
Janeiro 9, segunda-feira A Parábola da Figueira
A Misericórdia Ainda Pleiteia
“E, respondendo ele, disse-lhe: Senhor, deixa-a este ano, até que eu a escave e
a esterque; E, se der fruto, ficará e, se não, depois a mandarás cortar.” Lucas
13:8,9
"És tu, ó coração indiferente, uma árvore infrutífera na vinha do Senhor?
Será esta sentença endereçada em breve a ti? Quanto tempo recebeste Suas
dádivas?... Com quanta frequência a terna mensagem do evangelho te comoveu
o coração! Tomaste o nome de Cristo, exteriormente és membro da igreja que é
Seu corpo; contudo estás consciente de nenhuma ligação viva com o grande
coração de amor." - Parábolas de Jesus, pág.216. A questão não é quanta
folhagem, e, sim se estamos conscientes de viva ligação, de pessoal,
vibrante e viva comunhão com Jesus.
Não gostaríeis de fazer parte do grupo que dá fruto e nunca é cortado?
Isto é possível. Podemos mostra-nos sensíveis à misericórdia de Deus
aceitando e recebendo cada dia Seu dom, que é Cristo. Não há outro meio,
porque a fim de compreender a bondade e a misericórdia de nosso paciente
Deus de justiça, precisamos estudá-Lo e contemplá-lo continuamente.
Podemos ouvir falar de Seu amor do púlpito, mas isto só ocorre uma vez por
semana ou talvez com menos frequência ainda. Para arrepender-nos
diariamente, precisamos meditar cada dia sobre a bondade de Deus para
com a nossa vida, e compreendê-la.
Escuta, amigo: Mesmo que fugiste de Deus porque interpretaste mal o
Seu caráter, se agora estás cansado de correr, mas com receio de que Ele
não te aceitará de volta, ouve Seu afável convite: "Vinde a Mim todos os que
estais cansados e sobrecarregados, e Eu vos aliviarei." S. Mat. 11:28. Descobre
o que significa prostrar-se diante da cruz e comungar com o teu Salvador,
Senhor e Amigo. "Deus em Sua Grande misericórdia não te cortou. Não te
contempla friamente. Não Se volta com indiferença, nem te abandona à
destruição. Olhando a ti, clama, como clamou há tantos séculos, referindo-Se a
Israel: “Como te deixaria. ó Efraim? como te entregaria, ó Israel?" - Idem,
págs.217 e 218
Ao reconhecermos que Ele nos aceita assim como estamos e ali
contemplarmos diariamente Seu amor e misericórdia, o fruto surge
espontaneamente. O segredo está na viva ligação com o grande coração de
amor.
Janeiro 10, terça-feira Perfis Bíblicos
O Amigo de Deus
“Pela fé Abraão, sendo chamado, obedeceu, indo para um lugar que havia de
receber por herança; e saiu, sem saber para onde ia.” Hebreus 11:8
Muitos estabelecem um contraste entre o Deus do Velho Testamento e
o Deus do Novo Testamento. Disse alguém "O Deus do Velho Testamento era
um Deus punitivo, um Deus que matava homens, mulheres e crianças.” lsto é o
que o homem efetuou para Deus do Velho Testamento. Consideremos
novamente um exemplo do Velho Testamento para ver como é Deus.
Vedes um homem que deixou seu país, sua parentela e a casa de seu
pai. Partiu sem saber aonde ia, crendo na promessa de que Deus faria dele
uma grande nação. É chamado "o amigo de Deus”.
Mesmo depois que ele chegou à Terra Prometida, a história apenas
começou. Houve um período de fome, e Abraão teve de refugiar-se
temporariamente na terra do Egito. Ali sua fé falhou. Ele ficou com medo de
que Deus não fosse suficientemente grande país proteger a Sara, sua esposa,
que era muito formosa. Resolveu, portanto, ajudar a Deus. Proferiu uma
meia-verdade, que na realidade constituía uma falsidade, dizendo que Sara
era sua irmã. Quando o rei do Egito ouviu falar de sua grande beleza, ele
mandou que a trouxessem ao seu palácio, tencionando tomá-la para ser sua
mulher.
Como Deus lidou com esse caso? Fez chover fogo do céu para destruir
a Abraão? Retirou Sua proteção desse casal? Disse para Abraão: "Você era
Meu amigo, mas agora não é mais"?
''O Senhor puniu Faraó e a sua casa com grandes pragas, por causa de
sarai, mulher de Abraão.” Gen. 12:17. "Faraó viu neste estrangeiro um homem
a quem o Deus do Céu honrava e receou ter em seu reino alguém que de maneira
tão evidente se achava sob o favor divino." - Patriarcas e Profetas. pág. 125.
Um homem que mentiu se acha sob o favor divino? Como pode ser
isso? Abraão pecara, ele falhara, mas ainda era filho de Deus. Ainda era Seu
amigo. Isto não significa que Deus aprovou o engano praticado por Abraão.
Devo significar, porém, que Deus aprovou a Abraão. Este homem teve de
deixar a terra do Egito porque o rei ficou com receio dos castigos futuros que
poderiam sobrevir ao país se Abraão fosse maltratado por alguma pessoa
daquele reino.
Evidentemente, a amizade de Abraão com Deus se baseava em outra
coisa mais elevada do que boas ações ou delitos ocasionais. Que belo quadro
do Deus do Velho Testamento e de Sua misericórdia, justiça e amor!
Janeiro 11, quarta-feira Perfis Bíblicos
Não Podemos Fugir do Amor de Deus
"Como um pai se compadece de seus filhos. Assim o Senhor Se compadece dos
que O temem." Sal. 103:13.
Vedes um dia uma grande multidão reunida no alto de uma montanha.
Eles estão ali desde as primeiras horas da manhã, e foram convocados por
um homem a quem o rei perseguiu inutilmente por mais de três anos. Corre
o boato de que ele é o responsável pela longa estiagem que assola o país, e
o povo espera, sussurra e permanece em expectativa perto dos dois altares
erigidos por ordem de Elias.
Com labaredas do céu, são consumidos o sacrifício de Elias, a água e
até mesmo o altar e todos os presentes são levados a reconhecer o Deus do
Céu.
Na noite desse mesmo dia, despertado do sono por um mensageiro do
palácio, Elias foge para salvar a vida, ante as ameaças de uma mulher irada.
Ele receia que até mesmo o Deus que responde com fogo não é
suficientemente grande para livrá-lo da perversa Jezabel.
Espavorido, ele foge em meio às trevas da noite, acompanhado da
densa escuridão de seus próprios temores e desalentos. Chegando ao fim de
seus próprios recursos, assenta-se debaixo de um zimbro e ora pedindo a
morte. "Abandonou Deus a Elias em sua hora de provas? Oh, não! Ele não amava
menos Seu servo quando este sentiu-se abandonado de Deus e dos homens do
que quando, em resposta a sua oração, flamejou fogo do céu e iluminou o topo
do monte." - Profetas e Reis, pág. 166.
Em vez de atender à oração de Elias, tirando-lhe a vida, o Deus de
infinito amor e compaixão, que conhecia a sua estrutura e Se compadecia de
sua humanidade, enviou um mensageiro celestial com alimento e água para
preservar lhe a vida. O anjo veio pela segunda vez, dizendo: "Levanta-te, e
come, porque o caminho te será sobremodo longo.”
"Quando nossa fé se enfraquece, quando o desalento se apodera de nossa
vida, fugimos cheios de terror, esperando que um Deus irado nos consuma por
causa de nossa falta de confiança? Somos tão propensos a duvidar de Seu amor
e compaixão? Esperamos constantemente que um Deus de fogo e relâmpagos
execute o juízo, e deixamos de reconhecer o toque ameno e a voz suave de nosso
melhor Amigo, o qual declara: "Quando a jornada se torna demasiado penosa
para ti, continuo a amar-te do mesmo modo que antes"?
É Deus quem fala assim. O Deus do Velho Testamento e o Deus do
Novo Testamento O Deus de hoje, o qual ainda Se compadece de Seus filhos
terrestres!
Janeiro 12, quinta-feira Perfis Bíblicos
"Pois Me Convêm Ficar Hoje em tua Casa"
"Porque o Filho do homem veio buscar e salvar o perdido. " S. Luc. 1 9:10.
"Entrando em Jericó, atravessava Jesus a cidade. Eis que um homem,
chamado Zaqueu, maioral dos publicanos, e rico, procurava ver quem era Jesus."
S. Luc. 19:i-3. Jericó era conhecida por seus publicanos e cobradores de
impostos. Era o lugar em que um judeu podia tornar-se traidor de seu próprio
povo, entregar-se aos romanos e levar assim uma vida regalada. Era um
lugar em que um homem podia ficar rico, pois lhe davam uma parte das
quantias que arrecadava. E se estas eram maiores, aumentava também a
seu quinhão. Se ele era fraudulento na maneira de determinar a parte que
lhe correspondia, suas riquezas aumentavam injustamente. Tal era a
condição de Zaqueu. Ele não somente era publicano, mas o maioral dos
publicanos.
Zaqueu ouvira dizer que Jesus viria aquela Cidade. O salvador já
enviará Seu Espírito diante Dele. E o coração de Zaqueu já havia sido tocado.
Ele estava muito entusiasmado com a probabilidade de ficar conhecendo este
Homem de Nazaré, e a Bíblia diz que procurava ver quem era Jesus. Quem
Ele era – não o que fazia ou dizia. Zaqueu tinha interesse em chegar ao
amago da questão. Saber algo a respeito do que Jesus disse, é uma coisa:
saber quem é Ele, é outra coisa.
“Procurava ver quem era Jesus, mas não podia, por causa da multidão, pois
ser ele de pequena estatura.” Verso 3. Imaginai como este homem, que
ordinariamente costuma andar pelas ruas de jerico com toda a dignidade e
calma que lhe permitia seu metro e meio de altura, correu em busca de uma
árvore, com os garotos da cidade. Obviamente, ao procurar ver a Jesus,
esqueceu-se de si mesmo.
“Quando Jesus chegou aquele lugar, olhando para cima, disse-lhe: Zaqueu,
desce depressa pois me convém ficar hoje em tua casa.” Verso 5 e 6.
Manifestando sua intenção de ir à casa de Zaqueu, Jesus estava
simplesmente aceitando o convite que já partira do coração desse publicano.
Estava indo ao seu encontro onde ele se achava; procurava facilitar sua
descida da arvore, tanto no sentido físico como espiritual, para que
encontrasse a solução de seu grande problema.
Janeiro 13, sexta-feira Perfis Bíblicos
Fé é Igual a Confiança
“Ora, sem fé é impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele que
se aproxima de Deus creia que ele existe, e que é galardoador dos que o buscam.”
Hebreus 11:6
"Partindo Jesus dali, retirou-Se para os lados de Tiro e Sidon. E eis que uma
mulher Cananéia, que viera daquelas regiões, clamava: Senhor, Filho de Davi,
tem compaixão de mim! Minha filha está horrivelmente endemoninhada. Ele,
porém, não lhe respondeu palavra." S. Mat. 15:21-23.
Já fostes desprezados? Isto vos agradou? É surpreendente que aquela
mulher permanecesse ali por perto. "E os Seus discípulos, aproximando se,
rogaram-Lhe: Despede-a, pois vem clamando atrás de nós." Ela nos está
incomodando. Por que não Te livras dela? As primeiras palavras de Jesus,
concordando aparentemente com a opinião dos discípulos, foram as
seguintes: "Não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel." "Ela,
porém, veio e O adorou." Adorou-O? Adorais as pessoas que vos desprezam
e dizem que não vieram ajudar-vos? Ela disse: "Senhor, socorre-me!" "Então,
Ele, respondendo, disse: Não é bom tomar o pão dos filhos e lançá-lo aos
cachorrinhos." Esta era a oportunidade que ela estava esperando. Replicou,
portanto, "Sim, Senhor, porém os cachorrinhos comem das migalhas que caem
da mesa dos seus donos." Se sou um cachorrinho, tenho direito ao alimento
que lhes é dado.
Jesus deve ter piscado o olho durante essa conversação e a mulher
notou isso. "Então lhe disse Jesus: Ó mulher, grande é a tua fé! Faça-se contigo
como queres. E desde aquele momento sua filha ficou sã." Versos 23-28.
Como definis a palavra "fé" neste relato? Aceitar o que Deus afirma?
Se ela tivesse feito isso, teria ido embora muito antes de Jesus referir-Se aos
"cachorrinhos". Definis a fé como sendo o ato de crer? Crer no que Jesus
disse? Não seria possível nem apropriado nesse caso. A fé, no caso dessa
mulher, consistiu em não acreditar no que Jesus disse. Foi não fazer caso de
Suas palavras.
Chegamos, portanto, à definição de fé segundo o sentido que lhe deu
Jesus. E a definição real desse termo. Numa palavra: confiança! Lemos no
livro Educação, página 253: "A fé é a confiança em Deus."
A premissa é que Jesus é completamente digno de confiança. Se não
credes nisto, ainda não O conheceis. A pessoa que não tem absoluta certeza
de que pode confiar em Jesus, não O conhece. A fé é encontrada, não pelos
que a buscam, mas pelos que procuram unicamente conhecer a Jesus.
Janeiro 14, sábado Perfis Bíblicos
Mas, Senhor, sou um Bom Homem!
E eis que, aproximando-se dele um jovem, disse-lhe: Bom Mestre, que bem
farei para conseguir a vida eterna? Mateus 19:16
Temos aí um indivíduo baseado na conduta. E ele tinha uma porção de
partidários. Em João 6, é mencionado como um grupo todo foi ter com Jesus
perguntando: "Que faremos para realizar as obras de Deus?" O Mestre
respondeu: "A obra de Deus é esta, que creiais naquele que por Ele foi enviado”
- transferindo-os imediatamente da conduta para comunhão.
Esse homem perguntou: "Que farei eu de bom?" "Respondeu-lhe Jesus:
Por que me perguntas acerca do que é bom? Bom, só existe um. Se queres,
porém, entrar na vida, guarda os mandamentos." Oh! Agora estamos em
dificuldade. Parece que o próprio Jesus está passando para um plano baseado
na conduta!
Jesus sabia que ninguém pode guardar os mandamentos por sua
própria força. Sabia também que não alcançaremos o Céu por observar os
mandamentos. Disse, porém: "Se queres entrar na vida, guarda os
mandamentos." O jovem príncipe perguntou: "Quais?" "Respondeu Jesus: Não
matarás, não adulterarás, não furtarás", e assim por diante. E o jovem replicou:
"Tudo isso tenho observado; que me falta ainda?" temos aí um homem forte,
baseado na conduta. Ele é uma boa pessoa. Não pensaria em fazer alguma
coisa errada. E então o Salvador revela o que realmente queria com esse
homem. "Disse-lhe Jesus: Se queres ser perfeito, vai, vende os teus bens, dá
aos pobres...; depois vem, e segue-Me”.
Jesus nem sempre chegava diretamente ao ponto ao lidar com pessoas
que buscavam a verdade. Com efeito, era muito hábil em Seu trato com os
outros, não por amor à habilidade, mas porque possuía sabedoria
proveniente de Sua ligação com o Pai.
Que farei para entrar na vida? Guardar os mandamentos. Tenho feito
isso. Oh, sim? Dar-lhe-ei mais um. Ele deu-lhe mais um e o homem baixou
a cabeça e começou a enfiar a ponta do pé na terra solta. Jesus procurou
demonstrar para esse homem que ele era um vigoroso e bem-sucedido
moralista no âmbito exterior, mas não tinha nada em seu íntimo. Era
incompetente neste sentido.
Pois bem, este é o ponto a que cada um de nós precisa chegar ao nos
aproximarmos genuinamente de Cristo. Temos de admitir que não podemos
fazer coisa alguma em nossa própria força, exceto desistir de procurar
realizar algo separado de Cristo e ir ter com Ele assim como estamos.
Janeiro 15, domingo Perfis Bíblicos
Tristeza Pelo Coração Partido
“Ou desprezas a riqueza da sua bondade, e tolerância, e longanimidade, ignorando
que a bondade de Deus é que te conduz ao arrependimento?” Romanos 2:4
Jesus veio demonstrar a Seus discípulos e a todos nós o amor e o
perdão de nosso Pai celestial. Desejava mostrar-nos que Deus não nos
condena isso é obra do inimigo. Queria revelar que Deus está
constantemente trabalhando para levar o maior número de pessoas possíveis
a aceitarem Seu amor. Sua bondade nos conduz ao arrependimento, como
sucedeu na experiência de Pedro.
Pedro estava em pé junto ao fogo, e apontaram o dedo o para ele.
Disse este discípulo:” oh, não! Não sou. Não sou mesmo!” E eles declararam:
“Sim. você é”. Finalmente, Pedro começou a praguejar, e a jurar, negando
que conhecia a Jesus,
No meio de suas imprecações e juras, ele olhou para o outro lado e viu
Jesus olhando para ele. Nesse olhar não havia ira ou ressentimento, nem
sensibilidades feridas. Era um olhar de compaixão e tristeza. Quando Pedro
olhou para o rosto de Jesus, adveio-lhe uma infinidade de recordações. Viu
a si mesmo junto ao mar quando Jesus o chamou para que O seguisse.
Tornou a ver aparte que desempenhara na discussão com as autoridades do
Templo, acerca das moedas do tributo. E como Jesus o ajudara sair dessa
enrascada. Viu-se mais uma vez no meio do mar. Jesus estende-lhe a mão
e puxa o para fora das águas enfurecidas. E, poucas horas antes - ainda
podia vê-lo - estivera andando no jardim com Jesus, e Ele dissera: "Pedro,
Satanás decidiu apoderar-se de você, mas Eu tenho orado em seu favor. Tenho
orado por você.”
Todas essas recordações refluíram-lhe à mente. Pedro ficou perplexo.
Repentinamente, enquanto se achava ali, viu outra mão erguida para
esbofetear a Jesus, e compreendeu que aquela mão era igual a sua e que ele
infligira o mais amargo golpe ao coração de Jesus aquela noite. Retirou-se
as cegas de perto do fogo transpôs impetuosamente o portão do pátio, saiu
da cidade, atravessou o riacho e se dirigiu para o Jardim.
Andou ali às apalpadelas, em meio às trevas até encontrar o lugar
onde Jesus havia orado. Prostrou-se com o rosto em terra e desejou morrer.
Ele realmente se achava arrependido. Quebrara o coração de seu melhor
Amigo, e seu arrependimento era sincero.
Janeiro 16, segunda-feira Esperança Para os Pecadores
Esperança Para o Pecador Desesperado
"Senhor, se quiseres, podes purificar-me.” Mateus 8:2
Havia um homem que era um personagem solitário na terra da
Palestina, nos dias de Cristo. Fora expulso da cidade, do lar, do convívio dos
amigos e de todos os entes queridos. Não tinha mais amigos; era um
destroço da humanidade, sujo e desgrenhado. Sua roupa era esfarrapada,
sua pele estava corroída e algumas partes de seu corpo não existiam mais.
Era vítima de uma das doenças mais repugnantes de todo o Oriente. Sofria
de lepra! Sentava-se à beira da estrada, e anunciava sua deplorável
condição, clamando: "Imundo! Imundo!" Mas ouvira falar de Jesus e de como
Ele ressuscitava os mortos, abria os olhos dos cegos e perdoava os pecados
das pessoas. Ah! o pecado era o que lhe afligia o coração. Será que Jesus
poderia fazer alguma coisa por ele?
Esse homem pensou, e refletiu, e planejou e esperou, até começar um
dia a arrastar-se pela estrada, em direção à praia de um lago. Estava à
procura daquela grande multidão que acompanhava a Jesus. Ao aproximar-
se do povo, foi visto por alguns que se achavam na orla externa. Eles
recuaram horrorizados e começaram a censurá-lo, para que fosse embora.
Isto acontece muitas vezes entre os seres humanos hoje em dia. Lembrai-
vos de que quando uma pessoa necessita desesperadamente de atenção, e
a procura, ela repele a outras pessoas. Mas nunca repele a Jesus Cristo -
nunca!
Ao acercar-se da multidão, esse homem foi censurado, mas não podia
ser detido. O povo recuou assustado, mas deste modo abriu-se um caminho
para ele chegar até onde estava Jesus. Quando esse pobre homem chegou
à presença do Salvador, prostrou-se diante dEle, ali no chão, e disse:
"Senhor, se quiseres, podes purificar-me." Ele experimentara tudo: médicos, a
força de vontade, o esforço pessoal. Recorrera a amigos, mas estes o
abandonaram. Experimentara tudo que era possível, até que só lhe restou
uma opção. "Senhor, se quiseres, podes purificar-me." Imediatamente estas
palavras saíram dos lábios de Jesus: "Quero, fica limpo!" E ele foi curado
naquele mesmo instante! O coração que ainda é incapaz de praticar qualquer
ato de bondade, mas que pode amar é aceito. Deus aceita a pessoa, não em
virtude do que ela é, e, sim, por causa do que Ele vê que ela poderá tornar-
se pela habitação de Cristo em seu Íntimo.
Janeiro 17, terça-feira Esperança Para os Pecadores
Esperança Para o Pecador Desamparado
"Não há quem busque a Deus.” Romanos 3:11
"Aproximavam-se de Jesus todos os publicanos e pecadores para O ouvir. E
murmuravam os fariseus e os escribas, dizendo: Este recebe pecadores e come
com eles." Ora, isso era uma grande verdade. Este homem, Jesus, recebe
pecadores! Eles não sabiam o que estavam dizendo, mas enunciaram algo
de Grande valor.
"Então lhes propôs Jesus esta parábola: Qual, dentre vós, é o homem que,
possuindo cem ovelhas e perdendo uma delas, não deixa no deserto as noventa
e nove e vai em busca da que se perdeu, até encontrá-la? Achando-a, põe-na
sobre os ombros, cheio de júbilo. E, indo para casa, reúne os amigos e vizinhos.
dizendo-lhes: Alegrai-vos comigo, porque já achei a minha ovelha perdida. Digo-
vos que assim haverá maior júbilo no Céu por um pecador que se arrepende, do
que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento." S.
Luc.75:7-7.
Ovelhas! A ovelha sabe quando está perdida, mas não sabe o caminho
de volta. Uma ovelha é o menor número de ovelhas que pode perder-se, e
ela vagueará inutilmente, e perecerá, a menos que seja trazida de volta. Na
história da ovelha perdida, Jesus torna claro que a salvação não provém de
buscarmos a Deus, e, sim, de sermos buscados por Deus. Nem sempre
sabemos qual é o caminho de volta. Talvez nem sequer saibamos que
estamos perdidos. Mas Deus sai à nossa procura.
Não andamos em busca de um Deus evasivo. Não procuramos
encontrar em algum lugar, um Deus que busca esquivar-Se de nós. Não
servimos a um Deus dessa natureza. Servimos a um Deus e cremos em
Alguém que seguiu a Adão quando ele estava fugindo. A um Deus que seguiu
a Jacó quando ele também estava fugindo. A um Deus que seguiu a Jonas
quando este homem fugia deliberadamente. A um Deus que seguiu a Saulo
de Tarso quando ele procurou evadir-se das cenas em Jerusalém que quase
lhe partiram o coração. Em vez de buscar ou procurar encontrar a Deus e a
Cristo, geralmente estamos fugindo dEles. Às vezes, mesmo depois que já O
aceitamos, ainda continuamos fugindo dEle. E Ele continua indo ao nosso
encalço. Deus é sempre Aquele que toma a iniciativa. E está buscando a cada
um de nós neste dia
Janeiro 18, quarta-feira Esperança Para os Pecadores
Esperança Para o Pecador ignorante
“Buscar-me-eis e me achareis quando me buscardes de todo o vosso coração.”
Jeremias 29:13
Em Romanos 3, Paulo declara haver pessoas que se acham
evidentemente perdidas em sua incapacidade para buscar a Deus. Com
efeito, disse ele: "Não há quem busque a Deus." Verso 11. Se quisermos buscá-
lo, nós O acharemos se O buscarmos de todo o nosso coração, mas não há
quem busque a Deus. Onde começa, então, a procura? Devemos buscar, mas
ninguém busca.
Se uma mulher que tem dez moedas de prata perder uma, vai
procurá-la, não é? Para encontrar a moeda perdida, acende a lâmpada. Varre
a casa e procura com muito cuidado até achá-la. E quando a encontra,
convida as amigas e vizinhas e diz: “Alegrem-se comigo, porque achei a minha
moeda perdida. Pois digo que assim também os anjos de Deus se alegrarão por
causa de uma pessoa de má fama que se arrepende”. S. Luc. 15:8-10, A Bíblia
no Linguagem de Hoje.
Nesta história, sob o símbolo da moeda, Jesus nos está dizendo que
é possível estar perdido sem ter conhecimento disso, e sem saber o caminho
de volta. E o Senhor vai em busca dessa moeda perdida. Na figura
empregada, ela perdeu-se dentro de casa, e não lá fora nas montanhas, ou
talvez até possamos dizer que ela se perdeu dentro da igreja ou na família.
E acha-se perdida entre o lixo e o pó de uma antiga residência do Oriente
Médio, mas a procura continua, pois a moeda ainda é uma peça de prata.
Ainda tem valor, e o valor de uma alma jamais pode ser superestimado à
vista do Céu.
''Buscar-Me-eis, e Me achareis, quando Me buscardes...Como? ''De todo o
vosso coração." "De todo o vosso coração"!
É o senso de necessidade que estabelece a diferença. Este é o grande
ponto de encontro. É o ponto em que encontramos a Cristo. E Ele a nós.
''O Senhor nada pode fazer para a restauração do homem enquanto ele,
convicto de sua própria fraqueza e despido de toda presunção, não se entregar a
guia divina. Pode então receber o dom que Deus está à espera de conceder”. - O
Desejado de Todas as Nações. ed. popular. Pág. 283.
Janeiro 19, quinta-feira Esperança Para os Pecadores
Esperança Para o Pecador Intencional
“Levantar-me-ei, e irei ter com o meu pai.” Lucas 15:18
Na parábola do filho perdido temos o relato de alguém que estava no
redil, mas decidiu - planejou - sair e perder-se, partindo para uma terra
distante por sua própria escolha. Reconheceu então que se achava perdido,
mas conhecia o caminho de volta. E durante todo o tempo o pai acompanhou-
o, por assim dizer, com os seus binóculos, estando à sua espera no dia do
regresso.
Assim, por meio dessa parábola, Jesus está demonstrando a bondade
e ternura do Pai, dizendo: "Estamos à procura de qualquer tipo de pessoa.
Estamos à procura de você!" Na realidade, essa é a ocupação de Deus e o
objetivo do grande plano da salvação. O Deus que permitiu que
nascêssemos, sem que tivéssemos qualquer opção neste sentido, não é um
Deus que nos deixará vaguear a esmo e ficar perdidos, quer saibamos ou
não que estamos perdidos, quer conheçamos ou não o caminho de volta. Ele
permanecerá conosco até aquele momento de realidade em nossa vida,
quando, por nossa própria inteligência consciente e nosso raciocínio,
pudermos aceitá-Lo ou rejeitá-lo.
Como o filho pródigo, estamos fugindo da entrega pessoal. Estamos
fugindo do momento da realidade em que enfrentamos a nós mesmos com
a percepção de que somos incapazes para a vida e para lidar com as coisas
da eternidade.
Uma das maneiras de fugirmos é por meio de atividades. Achamos que
temos de manter-nos ocupados, quer com livros ou estudos, quer com
trabalhos ou prazeres. E possível que isto se torne um cômodo meio de fuga.
E durante todo esse tempo Deus nos está seguindo bem de perto, ajudando-
nos sem que o saibamos e guiando-nos sem que o percebamos.
Então há os pseudorreligiosos que desejam esquecer a Deus, mas não
querem dar essa impressão, e passam, portanto, muito tempo debatendo,
dissecando e analisando a Deus, a Cristo e à religião. Provavelmente, há
tantos meios para fugir de Deus como pessoas que estão fugindo.
Quando, porém, compreendemos que Ele está à nossa espera,
podemos levantar-nos e ir ter com o nosso Pai. Ele virá ao nosso encontro.
"Se te aproximares um passo que seja, em arrependimento, Ele Se apressará para
cingir-te com os braços de infinito amor." - Parábolas de Jesus. pág. 206
Janeiro 20, sexta-feira História de Betânia
O Evangelho Segundo Maria
Certo dia eu estava visitando uma senhora em minha igreja local. Era uma
pessoa de quase oitenta anos de idade, alta, sofisticada e culta. Depois de
palestrarmos um pouco, perguntei-lhe se havia alguma coisa que eu como seu
pastor, podia fazer para ajudá-la ou animá-la. Ela respondeu: "Sim, se o senhor
tão somente pudesse tirar-me desta igreja e desta religião, e desta Bíblia, e deste
Deus e desta fé! " Perguntei, “Como a senhora disse?" Ele replicou: "Fui
apanhada numa armadilha. Cresci no lar de uma família de missionários em terras
de além-mar. Fiquei imbuída de toda essa atividade e rotina religiosa. Vou ao
culto de oração todas as quartas-feiras à noite. Não posso deixar de fazê-lo.
Frequento a igreja semanalmente. Quisera que não fosse assim. Tenho procurado
desvencilhar-me da igreja e de Jesus. Tenho procurado esquecer tudo isso, mas
não posso." E implorou que eu a ajudasse a evadir-se! Assegurei que essa não era
a minha responsabilidade. Ela era um exemplo exagerado de alguém que descobriu
não ser fácil fugir de Jesus e da salvação.
"Era nas horas de oração solitária que Jesus, em Sua vida terrestre,
recebia sabedoria e poder... [Sigamos] o Seu exemplo, procurando, na
aurora e ao crepúsculo, uns momentos tranquilos para a comunhão com...
[nosso Pai celestial].” Educação, pág. 259. "Diariamente cercado de
tentação, sofrendo a continua oposição dos guias do povo. Cristo sabia
dever fortalecer Sua humanidade pela oração. Para que fosse uma bênção
aos homens, precisava comungar com Deus... Assim mostrou Ele aos Seus
discípulos o esconderijo de Sua força. Sem esta diária comunhão com Deus,
nenhuma criatura humana poderá conseguir poder para o serviço.” -
Conselhos aos Professores, Pais e Estudantes, pág. 291. "Depois de passar
horas com Deus, apresentava-Se manhã após manhã para comunicar aos homens
a luz do Céu.” Parábolas de Jesus, pág.139,
Se Jesus necessitava dessa comunicação com Seu pai a fim de levar a
vida de fé, quanto maior não é a nossa necessidade! A fé genuína só provém
da comunhão com Deus, do estudo de Sua Palavra e da oração. “A fé é pelo
ouvir, e o ouvir pela Palavra de Deus.” Rom. 10:17, Almeida, antiga. Sem
persistente comunhão com Deus, não cresceremos na graça. Para vitória,
poder e obediência, a comunhão com Deus constitui uma absoluta
necessidade.
Eu costumava pensar que a maneira de ser cristão era esforçar-se
bastante por levar uma boa vida. Então, se houvesse algum tempo
disponível, eu teria de ler a Bíblia e orar um pouco. Mas, para ter uma vida
cristã progressiva, vibrante e sadia, precisamos dedicar tempo à comunhão
com Cristo. É simples assim. É nisto que devemos aplicar o nosso esforço.
Não constitui uma opção na vida cristã, mas a base vital.
Quando nos aproximamos de Deus inicialmente e aceitamos o
oferecimento de Sua justiça em troca de nossos pecados, começa a nossa
vida espiritual. Com a renovação diária de nossa aceitação, contemplando-O
diariamente, mantemos a realidade de nossa aceitação, por Ele, e a vida
espiritual continua.
Abril 12, quarta-feira Prescrição Espiritual
Confiai Unicamente em Deus
“Bem-aventurado o homem que põe no Senhor a sua confiança.” Salmos 40:4
Certa vez eu estava tendo uma semana de oração com um grupo de
estudantes de Medicina. Uma pergunta apresentada foi a seguinte : ''Pode
dizer-nos como viver a vida cristã de modo prático e compreensível? Não essa
recomendação de estudo da Bíblia, oração e testemunho, mas algo que realmente
seja prático.”
O estudo da Bíblia é comparado nas Escrituras ao ato de comer do Pão
da Vida e beber da Água da Vida. A oração é denominada a respiração da
alma. E testemunhar é comparado ao exercício. Por conseguinte, poderíamos
reformular a pergunta deste modo: "Doutor, quer ter a bondade de dizer-nos
como viver com saúde? Não nos dê a recomendação de comer, beber, respirar e
fazer exercício, mas algo que realmente seja prático!"
É fácil de omiti-lo porque é tão simples. Não há substituto da
comunicação particular com Deus dia a dia. O culto família, é significativo e
o culto público também. Mas precisamos passar igualmente algum tempo a
sós com Deus, alimentando assim nossa própria alma.
Certa ocasião, um colega no ministério me disse que os leigos em
geral estavam tão ocupados ganhando a subsistência e preservando a
unidade do corpo e de alma, que não se podia esperar que tomassem tempo
para estar a sós com Deus. O pastor teria de fazer isto por eles, transmitindo-
lhes então o que recebesse. Concordais com isso? Eu não pude fazê-lo.
Gostaria de sugerir que um de nossos maiores problemas na religião
cristã hoje em dia é que as pessoas estão constantemente dependendo dos
outros. É agradável dispor de pessoas da mesma índole. Do mesmo
comprimento de onda, da mesma frequência. Mas a minha comunhão com
Cristo jamais devo depender de quem está ou não na cidade. Não posso
esperar que os outros pensem, estudem e orem em meu lugar, preciso fazê-
lo por mim mesmo.
A vida devocional não é algo que deixamos de lado, fechando a Deus
numa caixa, abandonando-O e prosseguindo sem Ele durante o resto do dia.
À essência da vida devocional dia a dia é que ela deve ajudar-me a
estabelecer a prática de ter noção da presença de Deus durante o dia todo.
Reconhecer a presença de Deus momento a momento, hora após hora, do
começo ao fim do dia, é o nosso alvo e o Seu.
Abril 13, quinta-feira Prescrição Espiritual
Perdido e Achado
“Pensando, porém, estar ele entre os companheiros de viagem, foram caminho
de um dia.” Lucas 2:44
Jesus linha doze anos de idade na primeira vez que Seus pais O
levaram junto com eles para assistir à festa anual da Páscoa. Ao retornarem
de Jerusalém Jesus ficou para trás. José e Maria não o sabiam. Pensando que
estivesse entre os companheiros de viagem, foram caminho de um dia sem
Ele. Ao chegar, porém, anoite, perceberam que Jesus não tinha vindo.
Procuraram-no entre os parentes e os conhecidos. Como não O
encontrassem, voltaram a Jerusalém à Sua procura. No terceiro dia, O
acharam no Templo, assentado no meio dos doutores e mestres da lei,
ouvindo-os e interrogando-os. "E quando O viram, maravilharam-se, e disse-
Lhe sua mãe: Filho, por que fizeste assim para conosco? Eis que Teu pai e eu
ansiosos Te procurávamos. E Ele lhes disser: Por que é que me procuráveis? Não
sabeis que Me convêm tratar dos negócios de Meu Pai?” S. Luc. 2:48 e 49.
Há uma importantíssima lição para nós neste relato. É possível perder
a Jesus em sabê-lo. “Em nossas relações uns com os outros, devemos estar
atentos para não perder a Jesus, continuando o caminho sem nos advertir de que
Ele não Se acha conosco. Quando nos absorvemos em coisas mundanas, de
maneira que não temos um pensamento para Aquele em quem se concentra nossa
esperança de vida eterna, separamos de Jesus e dos anjos celestiais. Esses santos
seres não podem permanecer, onde a presença do Salvador não é desejada, e
Sua ausência não é sentida. Eis porque tantas vezes se fez sentir o desânimo
entre os professos seguidores de Cristo.” O Desejado de Todas as Nações, ed.
Popular, pág.72.
É possível perder a Jesus num dia, supondo que Ele está em nosso
meio. Quando começou a ficar escuro, José e Maria descobriram sua perda.
Passaram então a procurá-Lo entre os parentes, mas não conseguiram
encontrá-Lo. Finalmente, retornaram a Jerusalém, e acharam-nO onde O
haviam perdido. É aí também que sempre encontrais a Jesus: onde O vistes
pela última vez. Retornai ao Lugar em que vos separastes dEle.
É maravilhoso ter amigos e parentes que conhecem a Jesus. Não
dependais, porém, de sua relação com Ele. Deveis procurá-Lo por vós
mesmos. Só podemos permanecer ao lado de Jesus mediante comunhão
pessoal com Ele dia a dia.
Abril 14, sexta-feira Prescrição Espiritual
Perdidos por Negligência
“Como escaparemos nós, se negligenciarmos tão grande salvação.” Hebreus 2:3
"Se José e Maria houvessem firmado a mente em Deus. Mediante meditação
e oração... não teriam perdido de vista a Jesus. Pela negligência de um dia
perderam o Salvador custou-lhes, porém, três dias de ansiosas buscas a tomar a
encontrá-Lo. O mesmo quanto a nós... podemos perder num dia a presença do
Salvador, e talvez leve muitos dias de dolorosa busca o tornar a achá-Lo, e
reconquistar a paz que perdemos.” – O Desejado de Todas as Nações. ed.
popular, págs. 71 e 72.
Quando perdemos de vista a Jesus, o diabo procura evitar que
tornemos a encontrá-Lo, não é mesmo? Quando desvio a atenção de Jesus,
Satanás se apresenta com seus ardilosos disfarces, e eu caio em pecado.
Então ele diz: “Agora Deus provavelmente está furioso com você. É melhor que
se porte bem durante algumas semanas, dando-Lhe oportunidade de acalmar-se,
antes que você procure voltar para Ele." Dez dias depois ele me assalta
novamente, e eu caio outra vez. Satanás sugere então que eu espere mais
duas semanas! Esse tipo de espera pode continuar indefinidamente.
Podemos ter o infortúnio de perder a Jesus numa reunião geral, pensando
que Ele está entre nós, e talvez leve um ano todo para tornar a encontra-Lo.
Por quê? Por que Ele está perdido? Não! Isto se dá por negligência de nossa
parte.
''Muitos assistem a serviços religiosos, e são refrigerados e confortados pela
Palavra de Deus; mas, devido à negligência da meditação, vigilância e orações,
perdem a bênção, sentindo-se mais vazios do que antes de a receberem.” - Idem.
pág.72.
Já observastes como uma reforma às vezes é seguida de mais profunda
apostasia? Já vistes um avivamento num colégio ou numa igreja, verificado
depois que as coisas se tornaram piores do que antes? Qual é o problema?
A negligência da meditação, vigilância e oração. Se José e Maria houvessem
feito como Jesus, tratando dos negócios de seu Pai, não teriam pedido de
vista a Jesus. Tal era o seu encargo; e isso é também o meu encargo hoje
em dia - permanecer bem perto de Jesus.
O princípio envolvido na salvação pela fé é o princípio do carro reboque,
e não o princípio da bateria. A energia termina no momento em que é cortado
a ligação com a linha elétrica. Só seremos verdadeiros cristão se tivermos
uma experiencia diária nas coisas de Deus.
Abril 15, sábado Prescrição Espiritual
Salvos para companheirismo
“Habitarei e andarei entre eles; serei o seu Deus, e eles serão o meu povo.” 2
Coríntios 6:16
Há os que dizem que nossa salvação depende totalmente da obra de
Cristo, e que quando nos achegamos inicialmente a Jesus estamos tão salvos
como o seremos um dia. Isto é verdade. O ladrão na cruz estava tão salvo
no dia em que se chegou a Cristo como teria estado quarenta anos mais
tarde, se continuasse vivendo. Ele teve a vantagem de morrer pouco depois
disso, o que não é o caso da maioria de nós!
Conquanto nossa salvação se baseie na obra de Cristo, nenhum de nós
estará salvo por mais tempo do que mantivermos viva comunhão com Cristo.
“O homem pecaminoso só pode achar esperança e justiça em Deus. E nenhum
ser humano é justo por mais tempo do que aquele em que tem fé em Deus, e
com Ele mantem vital ligação.” – testemunhos Para Ministros, pág.367.
Foi a entrada do pecado no mundo que tornou necessária nossa
salvação. E em que consistiu o pecado? O pecado foi uma relação
Interrompida. Uma separação de Deus. O Senhor não pode mais andar com
homem pela viração do dia, nem se comunicar com ele face a face. Foi para
restabelecer essa comunhão interrompida que Jesus veio viver morrer por
nós. Por meio de Jesus é restaurada nossa comunhão com o Pai. O objetivo
da salvação não é somente que vivamos eternamente, livres de toda tristeza,
nas mansões celestiais preparadas para nós. O propósito da salvação é
restaurar-nos a comunhão com Deus que foi interrompida com a chegada do
pecado.
Não somos salvos pela vida devocional. Somos salvos por nossa
aceitação inicial e continuada do sacrifício de Cristo em nosso favor,
chegando-nos a ele dia a dia. Mas, somos salvos para o quê? Somos salvos
para ser amigos de Deus que devíamos ser de acordo com o objetivo de
nossa criação, salvos para companheirismo e comunhão e relação com Ele.
Esta comunhão com Ele nos dá a certeza da vida eterna. Por meio desta
comunhão com Cristo, contemplando-O, ele também é capaz de efetuar a
modificação em nossa vida que ponha em harmonia com Sua Pessoa. Da
relação com Cristo advém vitória, poder para obediência, fé, os frutos do
Espírito e a habilitação para o serviço em prol dos outros.
Abril 16, domingo Prescrição Espiritual
Comunhão a Despeito de Fracasso
“O que temos visto e ouvido anunciamos também a vós outros, para que vós,
igualmente, mantenhais comunhão conosco. Ora, a nossa comunhão é com o
Pai e com seu Filho, Jesus Cristo.” 1 João 1:3
João era conhecido como um dos filhos do trovão, por três anos ele
andou pessoalmente com Jesus. Sabia o que era comer com Ele, viajar com
Ele, tocá-Lo, ajudá-Lo em Suas necessidades. E por três anos João contendeu
e discutiu com os outros discípulos a respeito de quem seria o maior. Por
três anos ele continuou sendo um filho do trovão. Os que pensam que a
comunhão e o ato de andar em comunhão com Jesus sempre transformam
as pessoas da noite para o dia, e que se isso não ocorrer, não estão tendo
uma experiência genuína, deviam considerar a Tiago e João e os outros
discípulos.
Eles contenderam e discutiram até o fim do tempo que passaram com
Jesus. No cenáculo ainda estavam contendendo sobre quem seria o maior.
Não incidiram casualmente na discussão! Passaram horas andando pela
estrada, debatendo o assunto. E se achavam tão absortos no que estavam
fazendo que ficaram para trás de Jesus, e Ele acabaria chegando à cidade
cerca de meio quilômetro à frente deles!
E quando finalmente O alcançaram, Ele lhes perguntou: “De que é que
discorríeis pelo caminho?" E eles quiseram mudar de assunto. Ficaram
perplexos ao admitir o que estiveram fazendo, mas não deixaram de fazê-
lo.
Jesus lidou bondosa e ternamente com eles, e João continuou a andar
com Jesus mesmo após a partida do Mestre. Anos mais tarde ele escreveu:
"Ora, a nossa comunhão é com o pai e com Seu Filho Jesus Cristo." Ele estava
falando no tempo presente.
À medida que continuou andando com Jesus e comungando com Ele
dia a dia, João foi sendo transformado. Agora, em vez de perguntar "Quem é
o maior?" e buscar a posição mais elevada, ele disse: “Amados, amemo-nos
uns aos outros, porque o amor procede de Deus.”
O propósito da vida devocional é entrar em comunhão com Jesus. O
propósito de andar, falar e comungar com Ele é ter companheirismo com Ele.
E finalmente, mediante essa comunhão, tornar-nos-emos semelhantes a Ele.
Abril 17, segunda-feira Prescrição Espiritual
Olhando para Jesus
“Não há quem busque a Deus.” Romanos 3:11
Em toda a nossa experiência devocional, a necessidade é de empenhar-
se tendo em vista a comunicação ou comunhão com Jesus. Tempo a sós, no
começo de cada dia, para buscar a Jesus, é o alvo.
Se estou procurando ter comunhão com Jesus. Passarei mais tempo
estudando os quatro Evangelhos, ou algum ponto da História ou Profecia? Se
busco a comunhão com Jesus, escolherei um livro de censura e repreensão
ou O Desejado de Todas as Nações? Façamos uma distinção aqui. Há muitas
pessoas que se afastaram de Ellen White e seus escritos porque alguém se
excedeu no que podemos chamar de escritos instrutivos. Há livros inteiros
cujo objetivo é principalmente dar instrução, conselho e repreensão.
Há outros livros que podemos chamar de escritos inspiradores, isto não
significa que não se possa encontrar alguma instrução nos livros
inspiradores. Mas existem estes dois tipos gerais de escritos.
Uma pessoa que só estuda os Livros instrutivos, com frequência se
torna o tipo de indivíduo que anda para cá e para lá com um testemunho
especial para seu próximo do outro lado da nave da igreja. Tem uma
repreensão e censura para todas as ocasiões. Por favor, não nos entendais
mal quando dizemos que os Testemunhos Para a Igreja podem ser uma arma
perigosa nas mãos de alguém que não sabe como ler o Desejado de Todas
as Nações e o Caminho o Cristo. Se uma pessoa não se sentar como Maria
aos pés de Jesus, e conhecer pessoalmente seu amor e bondade, poderá
usar os Dez mandamentos como arma letal. A lei e o evangelhos precisam ir
juntos.
O Estudo dos escritos instrutivos tem o seu lugar. Mas no período de
comunhão com Jesus a dia a dia, a fim de nos tornarmos íntimos amigos
dEle, precisamos estudar Sua vida. “Far-nos-ia bem passar diariamente uma
hora a refletir sobre a vida de Jesus. Devemos tomá-la ponto por ponto, e deixar
que a imaginação se apodere de cada cena, especialmente as finais. Ao meditar
assim em Seu grande sacrifício por nós, nossa confiança nEle será mais constante,
nosso amor vivificado, e seremos mais profundamente imbuídos de Seu espírito.”
O Desejado de Todas as Nações, ed. Popular, pag. 72.
É olhando para Jesus e exaltando a Jesus que somos transformados à
Sua imagem.
Abril 18, terça-feira Prescrição Espiritual
Ligação com o Céu
“Mas Jesus lhe replicou: Ninguém que, tendo posto a mão no arado, olha para
trás é apto para o reino de Deus.” Lucas 9:62
''Os que se revestirem de toda a armadura de Deus e dedicarem algum
tempo, cada dia, à meditação e oração, e ao estudo das escrituras, serão ligados
com o Céu e terão uma influência salvadora e transformadora sobre os que o
rodeiam.” Testimonies, vol.5, pág. 112.
“Os que se revestirem de toda a armadura de Deus.” Tendes lido sobre a
armadura em Efésios? Todo aspecto da armadura tem que ver com os
elementos de uma vida devocional pessoal. Palavra do Deus, oração, espada
do Espírito - cada um deles tem que ver com as coisas referentes ao combate
da fé. Dessa maneira, se dedicarmos algum tempo a oração, a meditação e
ao estudo da Bíblia, seremos ligados com o Céu.
Tenho ouvido algumas pessoas dizerem: “Experimentei isso. Não surte
efeito. Não fui ligado com o Céu. Não me aconteceu coisa alguma.”
Costumo perguntar para elas:
- Por quanto tempo experimentastes?
- Por três dias – respondem elas.
A única conclusão a que posso chegar é que, se decidirmos, de agora
em diante, passar diariamente algum tempo tranquilo a sós com Deus, com
o propósito de conhecer melhor a Jesus e manter-nos em contato com Ele
durante o dia todo, e se continuarmos a buscar esse companheirismo até
que Jesus venha, seremos ligados com o Céu.
A pessoa que não persiste em buscar a Deus de maneira contínua não
será ligada com o Céu. Nosso único objetivo na vida devocional é buscar a
Jesus. Nós O buscamos por meio de Sua palavra e pela oração, e escolhemos
o material que lemos tendo em mente este alvo de buscar a Jesus.
Isto abrange a entrega. Isto abrange o esforço. Às vezes há um desejo
momentâneo de buscar a Jesus. Outras vezes, isso requer uma luta. Mas é
só quando fazemos essa entrega e esse esforço, e O buscamos diariamente,
que somos ligados com o Céu, que nossa vida espiritual realmente se torna
vigorosa e que os frutos do Espírito se desenvolvem em nós. “Se o olhar se
mantiver fixo em Jesus, a obra do Espírito não cessa, até que a alma esteja
conforme a Sua imagem.” O Desejado de Todas as Nações, ed. popular, pág.
285.
Abril 19, quarta-feira Prescrição Espiritual
Informação ou Comunicação
“Respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo: quem não nascer da água
e do Espírito não pode entrar no reino de Deus”. João 3:5
"Havia entre os fariseus, um homem, chamado Nicodemos, um dos
principais dos judeus. Este, de noite, foi ter com Jesus e Lhe disse”: Rabi, Tu és
um grande mestre. És um grande operador de milagres. Vamos debater
alguma coisa! Nicodemos foi ter com Jesus com a ideia de entrar em
discussão com Ele. Procedendo desse modo, identificou se imediatamente
como pseudointelectual em estado latente – como alguém que usa a Bíblia e
os assuntos religiosos principalmente como plataforma de lançamento para
discussões.
É possível manter-se distante de Deus por falar sobre Ele. Há pessoas
que andam à procura de "um modo de esquecer a Deus, que passa por um
modo de lembrar-se dEle.” (O Grande Conflito pag. 571). Podemos ser
membros de igreja em boa situação, e, no entanto, estar fugindo de Deus
através da evasão pseudointelectual.
Assim, Nicodemos veio e disse: Vamos ter uma discussão vamos
dialogar.
E Jesus replicou: "importa-vos nascer de novo.”
Jesus permitiu que Nicodemos conduzisse a conversação para onde lhe
aprouvesse, mas quando ele fez uma pausa, trouxe-a de volta à verdadeira
questão: "Importa-vos nascer de novo."
"Se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus.” Visto que
o novo nascimento ou a conversão nos dá uma nova capacidade para
conhecer a Deus que não tínhamos antes, é somente após o novo nascimento
que realmente pode ter início a comunhão com Deus. Antes desse tempo
achamos a Bíblia desinteressante, a não ser como base de informação.
Quando, porém, Deus efetua Sua obra convertedora por meio do Espírito
Santo, temos prazer em estudar a Bíblia para comunicação com Ele.
A compreensão da verdade bíblica não depende tanto de capacidade
intelectual aplicada ao estudo como da singeleza de propósito e do intenso
anseio pela justiça. Mas, quem anseia pela justiça? Tem de ser a pessoa
convertida. Ninguém irá ansiar pela justiça se não houver nascido de novo.
Paulo declara que a mente carnal está em inimizade contra Deus. Assim, o
novo nascimento precede a vida devocional significativa.
Abril 20, quinta-feira Prescrição Espiritual
Não Podemos Converter-nos por Nós Mesmos
“Não te admires de eu te dizer: importa-vos nascer de novo.” João 3:7
Todos sabem que quando alguém quer pegar no sono, precisa fazer
diversas coisas: deitar-se sobre o colchão, na maioria dos casos (embora eu
certa vez, tenha adormecido trabalhando sobre uma ceifadeira-trilhadeira);
apagar as luzes, diminuir consideravelmente o volume do rádio, e convém
fechar os olhos!
Quando minha filha era bem pequena, adquiri o mau hábito de deitar-
me perto dela até que adormecesse. A situação chegou a tal ponto que ela
não queria ir dormir sem que eu me deitasse perto dela. Às vezes eu tinha
algum compromisso, e olhava com o rabo dos olhos e dizia: "LuAnn, feche os
olhos.” Ela fazia isso, mas na próxima vez em que eu espreitava, eles
estavam novamente bem abertos! Eu sabia que se conseguisse que ela pelo
menos fechasse os olhos, isso contribua para que pegasse no sono.
A fim de ter significativa comunhão com Cristo e encontrar valor nas
coisas espirituais, precisamos passar pela experiência do novo nascimento.
Não podemos converter-nos por nós mesmos. Mas podemos colocar-nos na
atmosfera em que isso venha a ocorrer. Não precisamos ficar sentados,
esperando constantemente que nos sobrevenha alguma coisa. Se estamos
fugindo de Deus, e notamos que no íntimo de nosso ser desejamos
estabelecer correta relação com Ele, podemos pelo menos colocar-nos numa
atmosfera religiosa em que estejam sendo apresentadas as coisas de Deus.
Caso estejais estudando num colégio e perceberdes que não sois
convertidos, em vez de faltar as reuniões ou passar o tempo dormindo ou
lendo, podeis pelo menos ir e prestar atenção quando é pregado o evangelho.
Se achais que a Bíblia é um livro insípido para vós, e tendes permitido
que ele fique coberta de pó na estante de livros, ano após ano, podeis pelo
menos dedicar alguns minutos cada dia a considerar algum trecho sobre a
vida de Jesus, convidando Deus a encontrar-Se convosco onde estais e a
realizar Sua obra de impressionar-vos o coração,
A responsabilidade por significativa comunicação com Deus tem de ser
dEle, não nossa. Mas podemos chegar-nos a Ele. Podemos colocar-nos na
atmosfera em que o Senhor consiga alcançar-nos com mais facilidade,
convidando então a operar em nossa vida o milagre da Regeneração.
Abril 21, sexta-feira Prescrição Espiritual
Não Desistir
“Prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo
Jesus.” Filipenses 3:14
Samuel estudava num colégio. Ele trabalhara bastante para
economizar o dinheiro suficiente para poder frequentar esse estabelecimento
de ensino. A princípio ficara tão animado por finalmente conseguir iniciar a
preparação para a carreira de sua vida, que seus estudos decorreram
suavemente. Mas, à medida que as semanas foram passando, parecia que
os professores aumentavam cada vez mais as tarefas escalares. Ele
envolveu-se em maior número de atividades sociais. Começou a diminuir
suas horas de sono para não esmorecer, mas uma noite aconteceu algo
terrível.
Ele estava procurando estudar para um exame oral no dia seguinte,
quando começou a ficar sonolento. Bocejou, espreguiçou-se e finalmente se
levantou de perto de sua escrivaninha e salpicou água fria no rosto a fim de
permanecer acordado. Reiniciou então o estudo do capítulo. Mas a próxima
coisa foi recordar-se de quão alegre ficará certa amiga sua quando ela
aceitou o convite que ele lhe fez para o programa de fim de semana.
Samuel ficou horrorizado. Que proveito tiraria dos estudos quando sua
mente divagava ou quando ele se achava meio adormecido? Quisera tornar-
se um advogado. Mas, como poderia fazer? Com tristeza, retirou-se do
colégio e voltou para casa.
- Pensamos que você iria para o colégio - declaravam todos os que o
viam de volta em seu antigo trabalho.
- Bem, procurei fazê-lo - replicou Samuel - mas os estudos não eram
interessantes para mim. Eu ficava com sono, e minha mente divagava
quando eu procurava estudar. Como não estava tirando proveito algum dos
estudos, desisti e voltei para casa.
Que sucede quando estais lendo a Bíblia e a mente começa a divagar
ou ficais com sono? Fazeis como Samuel e desistis? Tornais a guardar a Bíblia
na estante por mais seis meses? Ou sois perseverantes, como Samuel
deveria ter sido?
Provavelmente bem poucas pessoas abandonaram de fato os estudos
porque a mente divaga quando procuravam estudar. No entanto, muitos têm
deixado de procurar manter comunhão com Deus por esse motivo. É
incompreensível, não é mesmo? Devemos estar dispostos a envidar pelo
menos tanto esforço nalguma coisa que tem que ver com toda a eternidade,
como o somos com as coisas que apenas dizem respeito ao curto Período de
vida que passamos neste mundo.
Abril 22, sábado Prescrição Espiritual
A oração da Humildade
“Humilhai-vos na presença do Senhor, e ele vos exaltará.” Tiago 4:10
Todos sabem que para familiariza-se ou continuar mantendo boas
relações com alguém, é preciso conversar com essa pessoa. É nisso que
consiste a oração. Se toda base da vida cristã é uma relação, então a oração
consiste em uma absoluta necessidade. Não há substituto nem alternativa
para ela. Para um cego talvez tenha de haver alguma alternativa para a
leitura da Bíblia, mas não há alternativa algum para a oração.
Como essa comunicação com Deus por meio da oração pode tornar-
se significativa? É-nos declarado que “nada é mais essencial à comunhão com
Deus do que a mais profunda humildade” (Testimonies, vol. 5, pág. 5O).
Considerai a história do Fariseu e do publicano, relatada em S. Lucas 18. “O
fariseu, posto em pé, orava de si para si mesmo, desta forma: Ó Deus, graças
Te dou porque não sou como os demais homens ..." E continuou enaltecendo
sua boa conduta. Ora, em que sentido ele não era como os outros homens?
Externa ou internamente? Por certo, era a ações exteriores que ele se referia.
Porém o publicano. "estando em pé, longe, não ousava nem ainda levantar os
olhos ao Céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, sê propício a mim, pecador!”
E o publicano “desceu justificado para sua casa”, e não o fariseu.
Este último, por sus própria força de vontade, podia tornar correta sua
vida exterior. Mas o seu coração permanecia inalterado. Unicamente os que,
como o publicano, reconhecem sua incapacidade para fazer algo a fim de se
tornarem justos diante de Deus, a não ser chegar-se a Ele e admitir sua
desesperada necessidade da graça divina. É que são, justificados.
Isso é mais do que simplesmente uma questão de proferir as palavras
apropriadas. "Os lábios podem exprimir uma pobreza de alma que o coração não
reconhece. Ao passo que fala a Deus de pobreza de espírito, pode o coração
ensoberbecer-se com a presunção de sua humildade superior e exaltada justiça.
Só de um modo o verdadeiro conhecimento do próprio eu, pode ser alcançado.
Precisamos olhar a Cristo. O desconhecimento dEle e que dá aos homens uma
tão alta ideia de sua própria justiça.” - Parábolas de Jesus. pág. 159.
Ser desejamos ter comunhão com Deus, podemos contemplar a Cristo
e solicitar que Seus Espírito nos conduza à humildade que é essencial à
comunhão com Ele.
Abril 23, domingo Prescrição Espiritual
Deus Atende às Orações dos Pecadores
“O publicano, estando em pé, longe, não ousava nem ainda levantar os
olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, sê propício a mim, pecador!”
Lucas 18:13
Em S. Lucas 18:13, o publicano suplica: "Ó Deus, sê propício a mim,
pecador". Mas em S. João 9:31, no relato do cego de nascença, lemos o
seguinte: "Deus não atende a pecadores." E o Salmo 66:18 declara que se até
atentarmos à iniquidade em nosso coração, o Senhor não nos ouvirá.
Suponhamos que sejais alguém que esteja atentando à iniquidade em
seu coração. Como ireis livrar-vos dessa iniquidade? Tendes alguma ideia a
esse respeito? Não podeis fazê-lo por vós mesmos. A única maneira pela qual
alguém pode livrar-se da iniquidade é chegando a Deus por meio da oração.
Se Ele não me ouvir até que eu me livre da iniquidade e se não posso livrar-
me da iniquidade sem Sua ajuda, então estou perdido! Já pensastes sobre
isto?
Qual é o contexto das palavras: "Deus não atende a pecadores"? A cura
de um homem ou a realização de um milagre. Uma resposta especial a uma
oração especial.
Se estou atentando à iniquidade em meu coração, o Senhor talvez não
atenda a minhas orações especiais por cura, milagres ou outras bênçãos
especiais de todo o tipo. Ele teria de estar disposto a atender, porém, à
minha oração pedindo poder para deixar de atentar a iniquidade em meu
coração, não é mesmo? Ele teria de ouvir-me quanto a isso. Pelo menos!
Contudo, há pessoas que acham que suas orações não ascendem acima de
sua cabeça porque ainda não são perfeitas e cometem faltas e erros.
Lede o relato do homem purificado de lepra. Ele revela que Deus
sempre atende aos pecadores quando clamam ao Senhor por livramento e
perdão do pecado. Talvez nem sempre seja a vontade de Deus fazer certas
coisas que pedimos, mas sempre é a vontade de Deus "livrar-nos ... [do
pecado]. tornar-nos Seus filhos, e habilitar-nos a viver uma vida santa" (O
Desejado de Todas as Nações, pág. 244).
Não permitais que o diabo vos afaste da oração de comunhão com
Deus devido a vossas faltas e deficiências. É oferecido auxílio a todo pecador,
sem levar em conta quão longe ele tenha vagueado de Deus - quer esteja
perto da casa do Pai ou ainda se encontre na pocilga. Quem quer que clame
a Deus por perdão e pelo poder de Deus para vencer a iniquidade que tenha
sido acalentada no coração, sempre será atendido.
Abril 24, segunda-feira Prescrição Espiritual
Comunicar-se Pelo Prazer de Fazê-lo
“Falava o Senhor a Moisés face a face, como qualquer fala a seu amigo.” Êxodo
33:11
Pensai hoje durante alguns minutos em um de vossos amigos íntimos
cujo companheirismo desfrutais e com o qual podeis palestrar com
regularidade. Quanto tempo faz que conversastes com essa pessoa durante
dez minutos, de uma só vez, sem pedir que ela vos desse algo ou fizesse
algumas coisas para vós? Sobre que foi que conversastes? A maioria das
pessoas normalmente não teriam dificuldade para falar por longos períodos
com um de seus melhores amigos sem pedir-lhe alguma coisa.
Mas, com Deus? Quanto tempo faz que conversastes com Ele por dez
minutos sem pedir-Lhe que vos concedesse algo ou fizesse alguma coisa para
vós? Alguns achariam que isso é mais difícil.
Se o propósito primordial da vida cristã é ter comunhão com Deus, o
propósito primordial da oração é a comunicação. Todavia, quantos
consideram à oração principalmente como um meio para obterem certas
coisas - com o propósito primordial de conseguirem respostas. Com efeito,
há alguns que até perguntam a si mesmos se são ou não cristãos, pelo fato
de receberem ou não as respostas que buscavam.
Compreendemos que em nossas relações humanas o propósito
primordial de nossa conversação não é obter algo da outra pessoa e, sim,
conversar pelo prazer de fazê-lo - conversar porque apreciamos a companhia
da outra pessoa.
Conquanto os que nos são chegados com frequência estejam dispostas
a realizar muitas coisas por nós, e conquanto certamente esperemos que se
ofendêssemos a um de nossos amigos terrenos e lhe pedíssemos perdão, ele
o concederia, buscar esses préstimos jamais constitui a base de uma relação
que realmente seja duradouro. Em nossas tentativas para comunicar-nos
com Deus, quantas, vezes, porém, restringimos nossa comunicação a
pedidos por Sua ajuda, perdendo a benção de conversar com Ele
simplesmente pelo prazer de falar com alguém que nos ama e compreende
e Se interessa em tudo que estamos desejosos de partilhar!
Se vossa comunicação com Deus tem consistido principalmente em
pedir Sua ajuda e Seu perdão, procurai reservar hoje dez minutos para falar
com Ele sem pedir-lhe coisa alguma. Talvez descubrais uma nova dimensão
da oração que não haveis visto anteriormente.
Abril 25, segunda-feira Prescrição Espiritual
Esperar Pelo Senhor
“Espera pelo Senhor, tem bom ânimo, e fortifique-se o teu coração; espera, pois,
pelo Senhor.” Salmos 27:14
Um dos maiores segredos que têm ajudado alguns do nós a ter uma
vida de posição mais significativa é simplesmente deixar de estar tão
apressado! Deus Se comunica conosco de duas maneiras. Ele nos fala por
meio de Sua Palavra, mas também fala conosco pela oração. Deus tem um
modo de orientar nossos pensamentos e de produzir ideias ou convicções em
nossa mente, se estivermos dispostos a esperar perante Ele, dando-lhe
assim a oportunidade de fazê-lo. A essência da oração é não se apressar em
Sua presença dizendo o que temos em mente e então retirar-se
apressadamente.
''Muitos, mesmo nas horas de devoção, deixam de receber a bênção da
comunhão real com Deus. Estão com demasiada pressa. Compassos precipitados
apertam-se ao atravessar o grupo dos que têm a adorável presença de Cristo,
detendo-se possivelmente um momento no recinto sagrado, mas não para esperar
conselho. Não têm tempo de ficar com o Mestre divino. E com seus fardos voltam
eles a seus trabalhos.... Nada de uma parada momentânea em Sua presença,
mas um contato pessoal com Cristo... - tal é a nossa necessidade," - Educação,
pág.260 e 261. (Grifo Acrescentado.)
Quando acabardes de falar com Deus acerca do que lestes em vosso
período de devoção, e Lhe apresentastes vossos pedidos e súplicas,
concluindo o que tínheis a dizer, ficai ali. Não vos levanteis nem saiais
precipitadamente para ir ao trabalho ou às aulas. Permanecei em Sua
presença. Conservai a mente aberta às mensagens que o Espírito Santo
talvez queira transmitir-vos. Prestai atenção. Concedei a Deus a
oportunidade de criar pensamentos em vosso cérebro que vos sejam úteis
no decorrer do dia. Dai-lhe a oportunidade de trazer-vos à lembrança certas
coisas que de outro modo talvez teríeis esquecido. Permiti que Ele se
comunique diretamente convosco, concedendo-lhe alguns momentos
tranquilos para focalizar a vossa atenção naquilo que Ele vê que deveis
considerar.
Procurar descrever este conceito às vezes é um pouco difícil, mas eu
creio na sua validade e que, se ficarmos de joelhos durante algum tempo
depois de proferirmos nossas breves orações, descobrimos que Deus pode
comunicar-Se conosco de duas maneiras, e muito mais do que
frequentemente Lhe permitimos. "Pela oração sincera somos postos em ligação
com a mente do Infinito," - Caminho a Cristo, pág.96.
Abril 26, quarta-feira Prescrição Espiritual
Crendo Que Deus Existe
“O justo se alegra no Senhor e nele confia.” Salmos 64:10
Já tivestes receio de confessar a Deus que ficastes irado contra Ele? ou
que não compreendestes Seu procedimento para convosco? Ou ainda que
não tinha nenhuma certeza de que Ele faria para vós aquilo que Lhe pedistes?
Há uma grande diferença entre acreditar que Deus irá atender às
nossas orações de acordo com a nossa compreensão e crer em Deus. ''É
necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele existe e que Se
torna galardoador dos que O buscam.” Heb. 11:6. Se cremos que Deus existe
de que Ele nos galardoa quando O buscamos, temos fé. Não precisamos crer
que Ele recompensará nossa procura de coisas da exata maneira em que O
pedimos. Fé é muito mais do que pensamento positivo.
” Se não recebemos exatamente as coisas que pedimos e ao tempo
desejado, devemos não obstante crer que o Senhor nos ouve, e que atenderá às
nossas orações. Somos tão falíveis e curtos de vistas que às vezes pedimos coisas
que não nos seriam uma bênção, e nosso Pai celestial amorosamente nos atende
às orações dando-nos aquilo que é para nosso maior bem - aquilo que nos mesmos
desejaríamos se com vistas divinamente iluminadas, pudéssemos ver todas as
coisas tais como elas são na realidade.” - Caminho a Cristo pág. 95
Considerai a oração de Moisés relatada em Êxodo 5:23. Ele viera
libertar o povo de Israel do Egito, por ordem de Deus. Proceder de acordo
com as instruções de Deus ao lidar com Faraó. Mas, em vez de deixar ir o
povo de Israel, conforme Moisés esperava, Faraó aumentar a os seus
encargos. Parecia que as orações de Moisés pelo livramento do povo não
tinham sido atendidas. Ele dirigiu-se a Deus dizendo: "Desde que me
apresentei a Faraó, para falar-lhe em Teu nome, ele tem maltratado este povo;
e Tu de nenhuma sorte livraste o Teu povo!" Moisés não compreendeu o plano
de Deus - e aparentemente não estava muito contente com os resultados
havidos até então. Mas ainda cria em Deus, e continuou a comunicar-se com
Ele, dizendo a Deus como se sentia. Sua fé foi evidenciada, não em virtude
de palavras piedosas, mas continuando a chegar-se a Deus sem levar em
conta as respostas que ele recebia.
Abril 27, quinta-feira Prescrição Espiritual
Perseverança na Oração
“E eis que uma mulher cananeia, ... clamava: Senhor, Filho de Davi, tem
compaixão de mim.” Mateus 15:22
Aparentemente, Jesus nem sequer notou a presença da mulher que O
seguia. Não atendeu a seus clamores, e finalmente os discípulos pediram que
Ele se desvencilhasse dela, pois essa pessoa os estava incomodando. Quando
afinal lhe dirigiu a palavra, Ele lhe disse que Seu auxílio não era para ela, e
como a mulher persistisse em seu pedido, Jesus fez alusão aos cachorrinhos.
Ela continuou, porém, a suplicar, e sua petição foi atendida.
Veja agora uma viúva paupérrima, coberta de trapos e solitária. Ela
comparece reiterada vezes à presença de um juiz que poderia aliviar sua
aflição num momento, se quisesse fazê-lo. Mas ele se recusa a atender-lhe
o pedido. Ela comparece mais vezes diante dele para reforçar sua petição.
Finalmente o juiz lhe concede a ajuda de que necessita.
Por que esses relatos se encontram nas Escrituras? É-nos declarado
que "a perseverança nas orações é também uma condição para que seja atendida"
(Caminho o Cristo, pág. 97). Mas por quê? Será que Deus não está disposto
a vir em nosso auxílio? Precisa ser persuadido a ajudar-nos?
Em ambos esses exemplos, Deus é velado por contraste, não por
comparação. A mulher siro-fenícia foi por Jesus tratada dá maneiro como
teria sido tratada pelos judeus. Ele desejava despertar consideração para
com ela no coração de Seus discípulos, embora nesse tempo os discípulos
estivessem muito mais em afinidade com os sentimentos dos judeus em
relação aos "estranho”, e quase passaram por alto a lição ensinada por Jesus.
Mas a mulher, vendo a compaixão que Jesus não podia ocultar, continuou a
insistir em suas petições até ser recompensada.
O juiz iniquo é também um exemplo oposto da maneira como Deus lida
conosco. O Senhor está mais disposto a conceder-nos boas dádivas, do que
nós a nossos próprios filhos. Ele aponta para o juiz iníquo, mostrando que se
até mesmo um homem injusto pode ser conquistado pela perseverança, com
quanto mais certeza serão atendidas es nossas súplicas por Aquele que
deseja ajudar-nos desde o princípio, concedendo-nos o que é melhor!
Como obtemos essa perseverança? “Cristo mesmo colocou no coração
daquela mãe a persistência que não se deixa repelir. Cristo foi quem deu àquela
suplicante viúva, ânimo e resolução perante o juiz... E não deixou de recompensar
a confiança que Ele mesmo implantara." - Parábolas de Jesus, pág. 175.
Abril 28, sexta-feira Prescrição Espiritual
Orar Mesmo quando não se Tenha Vontade de Fazê-lo
“Então, na sua angústia, clamaram ao Senhor, e ele os livrou das suas
tribulações.” Salmos 107:6
Se é verdade que a, relação com Jesus constitui a base total da vida
cristã e que a oração ou a comunicação direta com Deus e vital para essa
relação, é evidente que Satanás fará tudo que estiver ao seu alcance para
impedir que busquemos a Deus por meio da oração.
Induzir-nos ao pecado sempre tem sido uma de suas ciladas mais
eficazes. Ele faz que caiamos e erremos, e nos diz então que nosso estado é
desesperador e que não adianta mais buscar a Deus. Satanás está muito
mais interessado no uso que ele pode fazer de nossa má conduta para levar-
nos a romper nossa comunhão com Deus, do que está nas Diversas coisas
que praticamos em si.
Quando cremos realmente que nada podemos fazer por nós mesmos
para recomendar-nos a Deus, nada para ganhar ou merecer a salvação de
Deus, continuaremos a buscar a relação que pela fé é mantida com Deus,
independentemente do que acontece ao cairmos, falharmos e pecarmos.
“Quando sentimos que pecamos, e não nos é possível orar, é o momento de orar.
Talvez nos sintamos envergonhados e profundamente humilhados: devemos,
porém, orar e crer.” - O Maior Discurso de Cristo. págs. 100 e 101.
Há poder na oração. É unicamente por meio da oração e da comunhão
com Deus que teremos forças para vencer os ardis de Satanás. Quanto mais
compreendermos a importância da oração, tanto mais iremos orar. Foi-nos
prometido: “Nenhuma oração sincera se perde. Em meio das antífonas do coro
celestial, Deus ouve o clamor do mais débil ser humano. Derramamos o desejo
do nosso coração em secreto, murmuramos uma oração enquanto seguimos
nosso caminho, e nossas palavras atingem o trono do Monarca do universo.
Podem não ser audíveis aos ouvidos humanos, porém não podem morrer no
silêncio, nem se perder no tumulto dos afazeres diários. Nada pode sufocar o
desejo da alma. Alça-se sobre o alvoroto das ruas e a confusão da turba. Às
cortes celestiais. É a Deus que falamos e nossa oração é atendida.” - Parábolas
de Jesus, pág. 174.
Abril 29, sábado Prescrição Espiritual
Nós Oramos porque amamos
“Qual dentre vós, tendo um amigo, e este for procurá-lo à meia-noite e lhe
disser: Amigo, empresta-me três pães, pois um meu amigo, chegando de
viagem, procurou-me, e eu nada tenho que lhe oferecer.” Lucas 11:5,6
O assunto da oração intercessora pode suscitar muitas interrogações
na mente dos que buscam manter comunhão com Deus. Que lugar ocupa em
nossa vida cristã o ato de orar pelos outros? Qual a sua utilidade? Que
resultado produz? A parábola do homem buscando pães à meia-noite serve
de auxílio na compreensão destas perguntas.
Notai, em primeiro lugar, que nada temos para colocar diante dos que
estão em necessidade. Temos de prover-nos nalguma outra fonte para
ministrarmos aos outros, nós mesmos precisamos ir ter com o nosso Amigo,
o qual é o Pão da Vida, a fim de obter o que é necessário para partilhar com
os outros. E se estamos preocupados com o bem-estar dos que nos rodeiam,
não nos importaremos com o incômodo envolvido em ministrar a suas
necessidades. Embora fosse meia-noite, o homem da parábola decidiu
procurar o auxílio requerido. Esteve disposto a persistir na procura até ser
concedida a ajuda.
As vezes surge a pergunta: Por quanto tempo continuaremos a
orar por nossos queridos? Quando devemos desistir? Gostaria de declarar
que esta é uma pergunta que o amor nunca faz! Quando oramos por aqueles
a quem amamos, continuamos a orar porque não podemos deixar de fazê-
lo. Quando João Knox orou: "Dá-me a Escócia, senão eu morro", ele o fez
porque amava esse país, e o verdadeiro amor tem de orar. Quando Moisés
continuou a interceder por Israel, mesmo ao ser provado por Deus, o qual
propôs destrui-los e fundar uma outra nação por meio de Moisés, isto ocorreu
porque seu amor por Israel era tão grande que ele não pôde proceder de
outro modo. E Moisés apenas constitua um exemplo do amor que Jesus,
nosso Intercessor, dedica a cada um de nós.
Talvez a maior promessa dessa parábola seja a certeza da resposta de
Deus. Aquele que ora é dado "tudo o de que tiver necessidade". "Jamais será
dito a alguém: Não te posso auxiliar. Os que pedem pão à meia-noite para
alimentar almas famintas, serão atendidos.” - Parábolas de Jesus, pág. 148. A
oração pelos outros produz resultados! E nossa própria relação com Deus se
aprofunda ao nos unirmos a Ele para alcançar aqueles por quem Jesus deu
a vida.
Abril 30, domingo Prescrição Espiritual
Dar é viver
“Quem quiser, pois, salvar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a vida por
causa de mim e do evangelho salvá-la-á.” Marcos 8:35
Quando uma Dessoa começa a ter comunhão com Deus brota lhe no
coração o espontâneo desejo de partilhar o amor de Deus com os outros.
"Tão depressa uma pessoa se chegue para Cristo, nasce-lhe no coração o desejo
de revelar aos outros que precioso amigo encontrou em Jesus.” – Caminho a
Cristo, pág. 77.
O âmbito do testemunho cristão é o terceiro elemento vital para a
comunhão com Cristo. Nós falamos com Ele, ouvimo-Lo falar a nós, e vamos
a outros lugares e realizamos algo com Ele – isto é serviço cristão. É
labutando juntos e viajando juntos que conhecemos melhor os outros. Isto
também é verdade o respeito de nossa comunhão com Cristo. Labutando
com Ele, passamos a ter mais simpatia por Sua Pessoa. “E o esforço no
sentido de abençoar aos outros reverterá em bênção para nós mesmos. Foi este
o propósito de Deus dando-nos uma parte a desempenhar no plano da redenção.”
Idem, pág. 78.
No mundo físico, se comermos e bebermos, mas nunca fizermos
exercício, perderemos a capacidade de agir. Semelhantemente, se o cristão
não empregar as faculdades que lhe foram dadas por Deus, não somente
deixará de crescer em Cristo, mas perderá a vigor que já possui.
Quando alguém que começou a ter comunhão com Deus e se deleitou,
nela durante algum tempo mais tarde verifica que tudo vai mal, em nove
casos dentre dez o motivo está na falta de envolvimento em buscar a outros
e ajudá-los.
Deus está constantemente dando. Seu ato de dar é o poder que
mantém o Universo. Seu cuidado e amor por nós individualmente têm sido
incessantes. Não podemos contemplá-lo e tornar-nos semelhantes a Ele, a
menos que nos ocupemos em dar a outros assim como recebemos dEle. Se
recusarmos unir-nos a Cristo no serviço, estaremos na realidade rejeitando
a comunhão adicional com Ele. E a comunhão que já desfrutamos se
desvanecerá ou tornar-se-á mera formalidade. Falando de Jesus e
partilhando Seu amor com os que nos rodeiam, aprofunda-se nosso amor
por Ele e nossa comunhão com sua Pessoa continuará aumentando.
Maio 1, segunda-feira Fé
Por que as Coisas se Tornam Piores?
“Ainda que ele me mate, nele esperarei.” Jó 13:15, Almeida, Corrigida e Fiel.
"Num dia em que os filhos de Deus vieram apresentar-se perante o Senhor,
veio também Satanás entre eles. Então perguntou o Senhor a Satanás Donde
vens? Satanás respondeu ao Senhor, e disse: De rodear a Terra, e passear por
ela. Perguntou ainda o Senhor a Satanás: Observaste o Meu servo Jó? Porque
ninguém há na Terra semelhante a ele, homem íntegro e reto, temente a Deus,
e que se desvia do mal. Então respondeu Satanás ao Senhor: Porventura Jó
debalde teme a Deus? Acaso não o cercaste com sebe, a ele, a sua casa e a tudo
quanto tem? A obra das suas mãos abençoaste, e os seus bens se multiplicaram
na Terra. Estende, porém, a Tua mão, e toca-lhe em tudo quanto tem, e verás
se não blasfema contra Ti na Tua face! Disse o Senhor a Satanás: Eis que tudo
quanto ele tem está em teu poder; somente contra ele não estenda a tua mão. E
Satanás saiu da presença do Senhor." Jó 1: 6-12.
Por que as pessoas amiúde descobrem que as coisas tendem a piorar
quando buscam a Deus com mais fervor? Quando alguém começa a ter uma
vida devocional significativa, dia a dia, com Deus, talvez note que tudo se
torna Pior.
Ora, isso é compreensível do ponto de vista de Satanás, pois ele sabe
que o poder está na comunhão com Deus. Naturalmente, fará tudo que
estiver ao seu alcance para desanimar a pessoa que está buscando essa
comunhão. Mas a pergunta que nos deixa perplexos é a seguinte: Onde está
Deus? Não é Ele suficientemente poderoso para impedir que aconteça
semelhante coisa?
Essa pergunta tem uma resposta fascinante relatada no livro de Jó.
Não considereis a história de Jô simplesmente como tal. Ela encerra uma
aplicação prática para nós hoje em dia. Na vida de toda pessoa, de um modo
ou outro, repete-se a experiência de Jô. Satanás sabe que se puder levar-
nos a repelir nossa dependência de Deus, seu êxito é certo. Se consegue
fazer que as coisas se tornem piores, induzindo-nos desse modo a rejeitar
todo empenho de buscar a Deus, não somente está sendo bem-sucedido em
seu designo de separar-nos da comunhão com o Senhor, mas demonstra
também que só buscávamos a Deus, em primeiro lugar, por motivos
egoístas. Nossa única segurança está em decidir continuar buscando a Deus,
sem levar em conta o que acontece em nossa vida. Se fizermos isto, os
planos de Satanás serão frustrados.
Maio 2, terça-feira Fé
O Homem que Não Quis Duvidar de Deus
“O Senhor o deu, e o Senhor o tomou: bendito seja o nome do Senhor.” Jó 1:21
Satanás tinha certeza de que a única razão por que Jó servia a Deus
dizia respeito à proteção e bênção de Deus. O Senhor achou conveniente dar
permissão a Satanás para procurar provar o seu argumento. Ele saiu
apressadamente da presença do Senhor e destruiu toda a propriedade de Jó.
Jó não entendeu corretamente o que se passava. Ele pensou que fora
Deus quem arrebatara tudo quanto possuía. A despeito, porém, de sua má
compreensão, manteve ainda a confiança em Deus. Satanás teve permissão
para afligir mais ainda a Jó. Causando-lhe sofrimento e doença. Mas Jó
continuou mantendo a sua integridade.
Tal não foi, porém, o caso da esposa de Jó. Este homem perdeu tudo
que tinha, exceto sua mulher, e, talvez, ela deveria ter sido a primeira a
desaparecer. Mas o diabo sabia que ela seria um instrumento útil em suas
mãos. Logo que se apoderou dessa senhora, ele deve ter sorrido, dizendo
aos anjos maus que se fossem persistentes, certamente também se
apoderariam de Jó.
Satanás não se importa com o que nos leva ou não a fazer, contanto
que sejamos egocêntricos. Com frequência, é maior sua exultação diante do
mal que deixamos de cometer por nossa própria força, do que diante do mal
que praticamos. É evidente que prefere deixar arbitrariamente que algumas
pessoas vivam no luxo, enquanto outras são por ele impelidas à miséria.
Obtêm tanto benefício de um fariseu como do um endemoninhado. Uma
pessoa pode estar tão perdida jactando-se de seus triunfos como
chafurdando em seus fracassos. A única coisa que causa profunda
preocupação a Satanás ocorre quando uma pessoa resolve entrar em
comunhão com Deus, pois ele sabe quo é isso que o derrotará.
Quando alguém está interessado em conhecer a Deus, Satanás
meneia o punho diante do Senhor e faz a mesma acusação que fez contra
Jó. Às vezes Deus acha conveniente permitir que ele nos prove, para que
seja evidenciado se O buscamos por motivos egoístas, ou se amamos a Deus
e confiaremos nele a despeito das circunstâncias. E por esta razão que as
coisas frequentemente parecem piorar, durante algum tempo, quando
começamos a buscar significativa comunhão com Deus. Se compreendemos
isto, continuaremos a manter comunicação com Deus e a confiar nEle, seja
o que for que aconteça, e então Satanás é derrotado.
Maio 3, quarta-feira Fé
A Segunda Parte da Experiencia de Jó
“Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais estar firmes contra
as astutas ciladas do diabo.” Efésios 6:11
Com frequência, quem começa a ter comunhão com Deus verifica que
as coisas, durante algum tempo, se tornam piores do que antes. E deseja
saber que está errado. Podemos aprender da experiência de Jó que Satanás
é o responsável por isso, e que Deus lhe permite fazer o que quer por certo
tempo, a fim de provar a Deus, a Satanás e a nós mesmos se é ou não
correta a acusação feita por Satanás, de que buscamos a Deus por motivos
egoístas.
Satanás diz o seguinte a Deus: "Estás vendo aquela pessoa buscar-te?
Ela só está interessada em si mesma. Quer ir para o Céu e superar os seus
problemas, e deseja obter aquela paz de que ouve falar. Quer alcançar a vitória
sobre seus pecados e livrar-se de suas úlceras. Não está buscando a Ti porque
Te ama, e, sim, em virtude do que pode obter de tuas mãos." E a mesma
acusação que o diabo fez contra Jó.
Satanás investe com toda a fúria contra nós. É a segunda parte da
experiência de Jó. Todos os quatro pneus do automóvel se esvaziam no
mesmo dia. Há perturbações físicas. Talvez a vida seja pior do que antes. De
repente incorremos em certas faltas que esperávamos ter vencido há muito
tempo. Que faremos? Iremos dizer: “Esta comunhão com Deus não produz
resultado algum. Amanhã cedo dormirei até mais tarde"?
Procurai imaginar o que talvez aconteça se fizermos isso na manhã do
dia seguinte. Temos um bom dia. Os pneus tornam a encher-se de ar. Nossas
perturbações parecem ter-se desvanecido. No fim do dia, congratulamos a
nós mesmos pela esplêndida vida que estamos tendo. E o diabo e seus anjos
riem gostosamente. Eles não se importam com o que fazemos ou deixamos
de fazer, contato que consigam impedir-nos de prostrar-nos de joelhos.
Quando isso acontece, talvez pensemos que o diabo é suficientemente
esperto para não tocar mais no assunto. E é o que ele faz por breve período.
Talvez nos deixe em paz durante algumas semanas, embora exerça domínio
sobre nós pelo fato de não estarmos buscando a Deus. E então ele vem e
novamente ocasiona perturbações. Mas desta vez isso nos impele a colocar-
nos de joelhos!
Qual é o segredo na história de Jó? Quando Jó provou perante o
Universo que servia a Deus, não por motivos egoístas, mas porque O amava,
e que confiaria nEle em todas as circunstâncias. Deus pode outorgar-lhe Suas
bênçãos e fazer com que o diabo fugisse.
Maio 4, quinta-feira Fé
Buscar a Deus pelo Motivo Correto
“Grandes e admiráveis são as tuas obras, Senhor Deus, Todo-Poderoso! Justos e
verdadeiros são os teus caminhos, ó Rei das nações!” Apocalipse 15:3
Compreendeis com que imparcialidade Deus está conduzindo esta
grande controvérsia? Compreendeis que virá o dia em que se dobrará todo
joelho, e toda língua confessará que Deus tem sido imparcial e justo? Até o
próprio Satanás irá ajoelhar-se e admitir que Deus nunca se excedeu a Si
mesmo
Quase podeis vê-lo ao ler a descrição no livro o Grande Conflito. Quase
podeis ver o próprio Satanás bem mais alto que os outros milhões de pessoas
que estão se reunindo pela primeira e última vez. E elas olham e dizem: “É
este o homem que fazia estremecer a Terra. E tremer os reinos?... que a seus
cativos não deixava ir para suas casas?" Ali, diante do trono de Deus e da
Cidade Santa, Satanás, por sua própria escolha, prostra-se de joelhos e
admite que Deus foi justo. Então ele odeia a si mesmo por isso, e arremesse-
se para a batalha.
A fim de que seja demonstrado perante o Universo que Deus é
imparcial e justo, há ocasiões em que Ele vê que é melhor permitir que
Satanás faça o que quiser para afligir-nos durante algum tempo. E muitas
vezes Satanás está absolutamente certo ao afirmar que só estávamos
buscando a Deus pelo que esperávamos obter dEle, e que se as coisas
deixassem de correr suavemente, cessaríamos de buscar a Deus.
"Somos muitas vezes levados a buscar a Jesus pelo desejo de algum bem
terrestre; e da obtenção de nossas petições fazemos depender nossa confiança
em Seu amor. O Salvador anela dar-nos maiores bênçãos do que Lhe pedimos; e
retarda o deferimento de nossos pedidos. A fim de mostrar-nos o mal que existe
em nosso coração, e nossa profunda necessidade de Sua graça. Deseja que
renunciemos ao egoísmo que nos leva a buscá-Lo. Confessando nosso desamparo
e pungente necessidade, cumpre-nos confiar-nos inteiramente a Seu amor." O
Desejado de Todas as Nações, ed. popular. Pág. 178.
Quando compreendemos isto, compreendemos também por que
Satanás investe com toda a fúria contra nós quando começamos a ter
comunhão com Deus, e por que Deus tem de permitir que o faça. Deus é
suficientemente poderoso para impedi-lo. Mas, a fim de ser justo, o Senhor
tem de deixar que Satanás opere. Ao vermos o nosso problema e decidirmos
ir ter com Jesus dia a dia, seja o que for que aconteça, encontraremos a
graça do Céu para modificar os nossos motivos egoístas e habilitar-nos a
buscar a Jesus pela razão correta.
Maio 5, sexta-feira Fé
Buscar a Deus Por Amor a Ele
“Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós eterno peso de
glória, acima de toda comparação.” 2 Coríntios 4:17
A pessoa que deixa de buscar a comunhão com Deus quando há
aflições e dificuldades em sua vida, certamente estava buscando a Deus por
motivos egoístas. E muitas vezes somos levados a buscar a Jesus da mesma
maneira. Unicamente tendo um vislumbre do amor de Jesus é que somos
habilitados a buscá-Lo por amor a Ele, e não de nós mesmos.
O cristão amadurecido não está tão preocupado com a sua entrada no
Céu como com a entrada dos outros. Lembrai-vos de Moisés, o qual se
achava disposto a pôr em risco a sua própria vida eterna, a fim de interceder
por um povo que com a mesma prontidão lhe teria esmagado a cabeça com
pedras e abandonado o corpo na areia do deserto.
Não podemos produzir semelhante espécie de amor altruísta. Mas Deus
pode. Amor gera amor, e quando nos colocamos de joelhos e discernimos as
questões envolvidas, podemos pedir que Deus transforme os nossos
motivos. Podemos suplicar-Lhe que nos habilite a seguir o exemplo de Jó,
amando-o e confiando nEle, seja o que for que venha a acontecer-nos
mesmo que tenhamos de perder a própria vida. As dificuldades exteriores
deixarão de influir sobre a estabilidade de nossa comunhão com Deus.
Continuaremos a buscar a Jesus por Sua causa e pelo amor que nos tem
demonstrado.
Deus asseverou que Jó O amava e servia e que confiava nEle, quer as
coisas corressem bem, quer não. Jó demonstrou que Deus estava certo. É
nosso privilégio hoje em dia demonstrar novamente que Deus está certo.
Podemos manter-nos em comunhão com o Céu em virtude de nosso amor a
Deus e do que Jesus efetuou por nós na cruz. Se procedermos assim,
também poderá cumprir-se em nossa vida o restante da história de Jó.
Talvez um dia Deus diga ao diabo: "Como vão as coisas?" E o diabo
replica: "Estou empregando contra ele tudo que tenho." Então Deus declara:
"Eu sei. Tenho observado o que se passa. Ele continua, porém, a manter-se em
comunhão comigo." O diabo começa a ficar perturbado, e Deus lhe diz: "Não
é possível que essa pessoa esteja Me buscando impelida pelo amor e pelo que
Meu Filho efetuou por ela?" O diabo foge, pois nada mais tem a dizer.
Quereis unir-vos comigo hoje em tomar a decisão de continuar
buscando a Deus dia a dia, até que Ele volte - seja o que for que aconteça?
Maio 6, sábado Fé
Não Podemos Crer Por Nós Mesmos
“Ora, a fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não
veem.” Hebreus 11:1
Conta-se que certa igreja de uma zona rural convocou uma reunião
especial a fim de orarem pedindo chuva. Fazia tempo que não chovia, e as
plantações estavam morrendo. Uma menina que compareceu à reunião levou
um guarda-chuva. As pessoas riram da fé dessa criança. Mas choveu.
Pergunto agora: Choveu porque ela levou o guarda-chuva? ou será que ela
levou o guarda-chuva por que sabia que ida chover? A maneira como
interpretais essa história pode revelar muita coisa de vossa concepção sobre
a fé.
Que sucedeu com Pedro e João junto à porta chamada Formosa? Eles
disseram ao coxo que pedia esmola: "Em nome de Jesus Cristo....levanta-te e
anda.” Evidentemente, o coxo precisou de um pouco de estímulo adicional,
pois está escrito em Atos 3:7: “[Pedro], tomando-o pela mão direita, o
levantou.” Mas foi curado, e “de um salto se pôs em pé, passou a andar e entrou
com eles no templo, saltando e louvando a Deus" (v. 8).
Será que esse homem foi curado porque Pedro e João tinham suficiente
coragem para aproximar-se de um mendigo e ordenar que fosse curado? ou
será que eles tiveram suficiente coragem para fazer o que fizeram porque
sabiam de antemão que Deus iria curá-lo?
Talvez o conceito errôneo sobre a fé que se tornou mais comum seja o
de que ela á algo que desenvolvemos e expandimos; e que a maneira de ter
fé consiste em esforçar-se bastante para crer que algo irá acontecer, e que
se formos bem-sucedidos, isso de fato acontecerá. Mas a maior evidência da
fé genuína é que ela é totalmente espontânea. Surge naturalmente, como
resultado de alguma outra coisa. Se entendermos completamente este
ponto, escaparemos de uma porção de dificuldades. Efésios 2:8 declara que
somos salvos pela graça, mediante a fé, e que isto não vem de nós, é dom
de Deus. Se se a fé é um dom que vêm de Deus, a única maneira de obter
genuína fé consiste em ter comunhão com Deus, a fim do receber o Seu dom.
Não labutamos para receber um dom. Simplesmente nos achegamos ao
doador e aceitamos o seu dom. Assim, é aproximando-nos de Deus que
recebemos o Seu dom da fé.
Maio 7, domingo Fé
O Dom da Fé
“Segundo a medida da fé que Deus repartiu a cada um.” Romanos 12:3
Cresci no lar de um pregador. Meu pai costumava tomar emprestado
taças graduadas pertencentes à copa de mamãe: uma grande, com
capacidade para cerca de um litro; e outra menor, do tamanho de uma
xicara. Levava-as a seu púlpito evangelístico, e dizia: "Suponhamos que Deus
me tenha dado uma medida de fé, e tenha dado também uma medida de fé a
cada um de vós. E suponhamos que Ele vos tenha dado uma medida deste
tamanho, e a mim, uma outra bem maior. Não seria justo, não é mesmo?"
As Escrituras declaram que Deus deu a cada um a medida de fé! Ele
concedeu a todos nós suficiente fé que nos sirva de ponto de partida.
Outorgou a todos nós a capacidade de crer em algo que não é visível. Confiou
a todos nós a qualidade quase inata de ser capaz de confiar nalguma outra
pessoa.
Isto, porém, não é fé para salvação. Para ter tal espécie de fé,
precisamos possuir mais do que aquilo que Deus deu a cada um de nós no
início. Isto é bem elucidado no comentário que se encontra no livro Educação,
pag. 253: “A fé que nos habilita a receber os dons de Deus é em si mesma um
dom, dom, do qual certa medida é comunicada a todo ser humano. Ela cresce
quando exercitada no apropriar-se da Palavra de Deus. A fim de fortalecer a fé,
devemos frequentemente trazê-la em contato com a Palavra. “
Já pensastes que a maneira de exercitar a fé consisto em pedir a Deus
respostas difíceis? Já pensastes que a maneira de exercitar a fé consiste em
reivindicar as promessas, quer creiamos realmente nelas, quer não? Já
ouvistes dizer, que exercitar a fé é colocar-nos numa situação complicada e
esperar então que Deus nos tire de lá? Mas não é assim. De acordo com as
Escrituras, o exercício da fé tem que ver com ao ato de pôr-se
constantemente em contato com a Palavra de Deus. É assim que exercitamos
a fé. “A fé é pelo ouvir, e ouvir pela Palavra de Deus.” Rom. 10:17, Almeida,
antiga.
Que acontece quando entramos em contato com a Palavra de Deus?
Comunicamo-nos com uma pessoa - o Homem da Bíblia. Por toda a Bíblia,
em cada livro, há um homem. Seu nome é Jesus. Conhecendo novas coisas
a Seu respeito, começamos a experimentar uma relação de salvação com
ele. A fé genuína provém da relação de fé. Não existe fé genuína sem
comunhão. Ela abrange imediatamente duas partes, as quais confiam uma
na outra. Quando passamos a conhecer o amor de Jesus mediante a
comunhão com Ele em Sua Palavra, a fé nEle brota espontaneamente.
Maio 8, segunda-feira Fé
Fé Espontânea
“O que confia no seu próprio coração é insensato.” Provérbios 28:26
A fé que é para salvação provém unicamente da relação de fé com
Cristo. Talvez a melhor e mais simples definição de fé seja a palavra
confiança. “A fé é a confiança em Deus” - Educação, pág. 253. E se fé é
confiança, então quando temos fé há pelos menos duas partes. Não existe
tal coisa como fé e uma só pessoa. A fé encerra um elemento subjetivo – um
confiando no outro.
Como aprendemos a confiar um no outro? Bem, são necessárias duas
coisas. É preciso que haja alguém que seja digno de confiança, e é mister
conhecê-lo. Se alguém não for digno de confiança, chegar a conhecê-lo não
produzirá confiança, e sim, desconfiança. Se travamos conhecimento com
uma pessoa indigna de confiança, não é necessário fazer esforço algum para
desconfiar dela - a desconfiança será automática. O oposto também é
verdade. Se alguém é absolutamente digno de confiança, tudo que é mister
para aprender a confiar nele e conhecê-lo, e a confiança será natural e
espontânea
A Fé que é para salvação sempre constitui o resultado de alguma outra
coisa. É o resultado de uma relação com Aquele que é absolutamente digno
de confiança.
Assim, como desenvolvemos uma relação? Travando conhecimento por
meio da comunicação. Esta á a maneira de ter uma relação com alguém.
Como nos comunicamos com Deus e com Jesus? Por meio da Bíblia é assim
que Deus nos fala: e pela oração é assim que nós falamos com Ele e andando
e realizando as coisas juntos - isto é serviço cristão. Pode haver comunhão
mediante estes meios simples providos por Deus. Quando passamos a
conhecê-lo, nós confiamos nEle espontaneamente, e, quando confiamos
nEle, temos fé.
Por conseguinte, a fé nunca é alguma coisa elaborada. O plano do
diabo é que procuremos elaborar a nossa fé, pois ele sabe que se conseguir
induzir-nos a faze isto, desviará nossa atenção de Jesus, a fonte da fé.
Levando-nos a elaborar a nossa fé. Satanás focaliza a nossa atenção em
nosso íntimo, em nós mesmos e se conseguir fazê-lo, não haverá lugar para
verdadeira fé.
Sim, se desejo ter uma fé genuína a espécie que realmente tem valor:
uma fé que é para salvação - preciso aprender a confiar em Deus. Para fazer
isto, tenho de conhecê-Lo. Posso travar conhecimento com Ele por meio da
comunicação, e, quando eu O conheço, confio nEle espontaneamente.
Maio 9, terça-feira Fé
Conhecendo-O, Confiaremos Nele
“Diz o insensato no seu coração: Não há Deus.” Salmos 14:1
Certa vez um homem veio falar comigo e disse:
- Chega de Deus! Chega de fé! Chega de religião!
- Que houve? - Perguntei-lhe.
- Minha esposa faleceu! Li nas Escrituras: "Tudo quanto pedirdes em
oração, crendo, recebereis”, e por dois anos pedi e acreditei que minha esposa
não iria morrer. Eu lhe dizia diariamente: “Não se preocupe. Você não irá
morrer.” E agora ela está morta. Não há Deus. Esqueça-O.
Essa concepção errônea sobre a fé tem causado inútil esforço e
desalento a milhares de pessoas. Há igrejas inteiras e religiões em conjunto
baseadas nessa ideia de fé que se origina por si mesma. Creem que se
pensarmos com bastante positividade, as coisas terão de acontecer. Existe
suficiente número de pessoas resolutas, que ocasionalmente parecem ser
bem-sucedidas neste sentido, para fazer com que se afigure possível. E o
resto da população está sendo enganado por essa ideia.
A fé nada mais é que confiar em Deus. Consiste em crer que Ele
é amor e que deseja outorgar-nos a maior felicidade. Jesus é completamente
digno de confiança. Se não credes nisto, ainda não O conheceis. A pessoa
que não tem plena certeza de que pode confiar em Jesus, não mantém
comunhão com Ele.
Certa manhã, fui a um estabelecimento de limpeza a seco, numa
cidade do Nordeste dos Estados Unidos. Na noite anterior houve um acidente
automobilístico, no qual morreu a mãe de quatro criancinhas. Disse a
senhora que me atendeu: “Algumas pessoas querem morrer e deviam morrer,
mas não morrem. Outras não querem morrer nem deviam morrer, e morrem.
Não creio que Deus saiba o que está fazendo.”
"Perguntei: “Devemos culpar a Deus por isso?” Ela enfureceu-se, entrou
num aposento situado nos fundos e não quis mais falar comigo. Essa senhora
estava proclamando o fato de que não conhecia a Jesus. Confiar não é uma
questão de acreditar que Deus fará tudo que Lhe pedimos exatamente da
maneira e na ocasião que esperamos. Ele até permite que a morte
sobrevenha às vezes quando isto nos parece errado. Mas, se O conhecemos,
não nos afastaremos dEle quando vierem aflições. Continuaremos a andar
com Ele, porque O conhecemos e confiamos nEle.
Maio 10, quarta-feira Fé
Fé à Cabeceira da Cama
“Então, ele me disse: A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na
fraqueza.” 2 Coríntios 12:9
Durante o primeiro ano de meu mistério alguém me chamou para estar
ao lado da cama de um moribundo. Eu pensava que se uma pessoa tivesse
suficiente fé e coragem para pegar um homem pela mão e ordenar-lhe que
fosse curado em nome de Jesus, isso aconteceria.
Depois da oração, ungimos o enfermo, e olhei então em volta, para
ver se alguma pessoa mais idosa teria a coragem de fazer semelhante coisa,
mas eis que todos estavam olhando para mim! E tudo ficou escuro. Eu não
podia fazê-lo. Proferi algumas frases muito repetidas, procurando mostrar
que Deus nem sempre atende imediatamente às orações, e retirei-me
apressadamente. O homem faleceu, e pensei que eu o havia matado!
Provavelmente não há outra ocasião na obra de um ministro em
que sua relação pessoal com Deus é submetida a mais rigoroso escrutínio,
do que ao ser convidado a orar pelo restabelecimento de algum enfermo.
Muitos de nós temos tido a opinião é que o fato que determina se uma pessoa
será ou não curada está quase inteiramente na fé daquele que faz o pedido.
Temos achado que se um pedido de cura não é atendido, com toda a
probabilidade a fé do intercessor é um tanto deficiente.
Talvez essa ideia provenha dos poucos casos na vida de cristo em que
Ele enalteceu a fé das pessoas curadas. Cumpre lembrar, porém, que fé é
confiança numa Pessoa, e não nas respostas que esperamos receber.
O apóstolo Paulo pediu três vezes que o Senhor removesse sua aflição,
mas ela não foi removida. Não porque Paulo tivesse pouca fé, e, sim, porque
Deus viu que haveria maior benefício e bênção se o apóstolo deparasse com
a oportunidade de constatar que a força de Deus era a solução para a sua
debilidade.
A fé de Moisés em Deus era forte; no entanto, Deus recusou prolongar-
lhe a vida, e levou-o à sepultura. O Senhor tinha planos mais elevados a
respeito de Moisés. E, como resultado, Moisés hoje se encontra no Céu.
"Nem Enoque, que foi trasladado ao Céu, nem Elias, que ascendeu num
carro de fogo, foi maior ou mais honrado do que João Batista. Que pereceu sozinho
na prisão”. - O Desejado de Todas as Nações. ed. popular, pág. 206.
Genuína fé em Deus nos leva a cofiar nEle tanto nas ocasiões sombrias
como quando Ele age de acordo com as nossas expectativas.
Maio 11, quinta-feira Fé
Nada Tenho a Oferecer
“Não por obras de justiça praticadas por nós, mas segundo sua misericórdia, ele
nos salvou.” Tito 3:5
Dez homens foram ter com Jesus. Nove deles eram judeus e um era
samaritano. Mas eles tinham pelo menos uma coisa em comum. Todos eram
leprosos. Jesus ordenou que se apresentassem aos sacerdotes, e quando iam
indo para o Templo, perceberam que haviam sido curados. Todos os dez
começaram a correr – nove para o Templo e um de volta a Jesus. O
samaritano retornou para dizer: “Muito obrigado!” É-nos declarado que o
coração dos nove “Ficou insensível diante da misericórdia de Deus” (A Ciência
do Bom Viver, pág. 233)
Simeão, o fariseu, também fora leproso, e Jesus o curou, “Mas [Simão]
não O aceitara como Salvador.” – O Desejado de Todas as Nações, ed. Popular,
pág. 531. Só sentiu necessidade de que Jesus lhe curasse a alma durante o
banquete em que o Mestre contou a parábola dos dois devedores. Foi então
que aceitou a Jesus como Salvador.
Doze discípulos foram enviados como evangelistas. Um desses doze
era Judas. Jesus "dotou-o de poder para curar os doentes e expulsar os
demônios. Mas Judas não chegou ao ponto de render-se inteiramente a Cristo.”
(Idem. pág. 686).
Como nossa natureza humana se agradaria de que tais relatos fossem
omitidos do registro sagrado! Preferiríamos muito mais ter um Deus que
recompensasse nossa grande fé e nossa grande justiça, com Suas bençãos.
As vezes ficamos desgostosos com um Deus que faz “vir chuva sobre justos e
injustos”. S. Mat. 5:45. Mas as dadivas que Deus nos concede promanam de
sua bondade e de Seu desejo de abençoar-nos de acordo com as nossas
necessidades.
Ao estudarmos as curas relatadas na Bíblia, encontramos exemplos da
cura de pessoas de grande fé, como o centurião. Jesus maravilhou-Se da fé
desse homem. Mas também encontramos pessoas que foram curadas,
embora não tivessem genuína fé em Deus. Algumas eram justas, outras não.
O único denominador comum era sua grande necessidade, que só Jesus
podia satisfazer, e o fato de se dirigirem a Ele sem nada que os
recomendasse ao Seu favor. Os fariseus sugeriam que Jesus atendesse ao
pedido do centurião porque ele lhes edificara uma sinagoga. Disse, porém, o
próprio centurião: “Não sou digno.” Quando passamos a conhecer o amor de
Jesus, dirigimo-nos a Ele com nossas necessidades, e não com nossos
pretensos méritos, crendo que nos atenderá da maneira que achar melhor.
Maio 12, sexta-feira Fé
Conduta ou Comunhão?
“A obra de Deus é esta: que creiais naquele que por ele foi enviado.” João 6:29
Nosso propósito hoje é salientar que a fé é algo mais do que aquilo que
é abrangido pela compreensão comum da palavra “crença.” Em S. João 6, é
relatado que os dirigentes dos judeus se dirigiram a Jesus. Perguntando:
"Que faremos pera realizar as obras de Deus?" “Responder-lhes Jesus: A obra de
Deus é esta, que creias nAquele que, por Ele for enviado."
Que é abrangido pelo ato de "crer"? Somos informados de que a fé em
Cristo que salvo a alma não é o que afirmam muitas pessoas. ''Crede, crede!”
exclamam eles. – Tão somente crede em Cristo, e sereis salvos. (The SDA
Bible Commentary, vol. 6, pág. 1.063.) Uma das ideias populares acerca da
fé é que ela consiste meramente em anuir com a cabeça e dizer "Sim” ao fato
de que Cristo existe, e nada mais! A crescente ênfase ao assunto da salvação
pela fé em Jesus às vezes é acompanhada pela exclamação imatura,
ingênuas e leviana: "Tudo que tendes de fazer é crer. Crede somente!" No
entanto, se estudarmos o significado da palavra ''crer" e o contexto em que
é usada na Palavra de Deus, verificaremos que há alguma coisa muito mais
profunda do que isso.
Quando fizeram aquela pergunta a Jesus, é evidente que os dirigentes
judaicos se apegavam à ideia corrente de que é preciso merecer o Céu e
esforçar-se por alcançá-lo. Sua pergunta, portanto, tinha que ver com algo
baseado na conduta. “Que faremos para realizar as obras de Deus?” O que
realmente queriam dizer, era o seguinte: “Que podemos fazer para merecer o
Céu?” Jesus desviou-lhes imediatamente a atenção da conduta para
comunhão, dizendo: “A obra de Deus é esta, que creias nAquele que por Ele foi
enviado.” Dispomos assim de uma chave. Em primeiro lugar, a crença não se
baseia nalguma coisa, e, sim, em Alguém. Não consiste num conjunto de
doutrinas ou credos que consideremos corretos. “Sei em quem tenho crido” -
e não em que tenho crido.
Tiago diz que até os demônios creem – eles creem, e tremem (S. Tia.
2:19). Mas os demônios, obviamente, não possuem uma fé que é para
salvação. Não confiam em Deus. A anuência intelectual a certas verdades
bíblicas sempre será insuficiente. Os próprios demônios creem até esse
ponto. Mas a crença que constitui uma fé que é para salvação tem que ver
com a confiança mais profunda que provem unicamente da comunhão
pessoal com Jesus Cristo.
Maio 13, sábado Fé
Compreendendo a Verdadeira Fé
“Contudo, quando vier o Filho do Homem, achará, porventura, fé na terra?” Lucas
18:8
Uma das grandes razões por que as pessoas não creem e porque há
tantos "descrentes" consiste em que o diabo nos leva constantemente à má
compreensão de Deus, para impedi que tenhamos fé nEle. Embora - segundo
nos diz Hebreus 12: 1 e 2, Jesus seja o Autor e Consumador de nossa fé, até
mesmo a fé da qual Ele é o Autor se desvanece, se não fazemos nada mais
com ela do que anuir com a cabeça.
Em nosso texto para hoje, Jesus dar a entende, que quando vier o Filho
do homem, quase não encontrará fé na Terra. É-nos declarado que nos
últimos dias a Terra quase estará destituída da verdadeira fé (Spiritual Gifts,
vol. 3, pág. 94). Em toda parte, haverá pessoas dizendo: “Crede, crede, tão-
somente crede”, mas isso não é fé genuína. Esta última constitui um dom de
Deus e cresce ao pôr-se em contato com a Palavra de Deus.” A fé é pelo ouvir,
e o ouvir pela Palavra de Deus.” Portanto, a primeira coisa para que haja uma
fé mais profunda é o conhecimento de Deus e de Sua Palavra. Contudo, até
mesmo este conhecimento não é suficiente. Também deve haver
compreensão e aceitação de Palavra de Deus.
Certo dia Jesus andou com dois discípulos na estrada de Emaús e viu
que eles tinham um problema com sua compreensão. Eram como pessoas
com um véu diante dos olhos. Jesus abriu-lhe o entendimento para
compreenderem as Escrituras (S. Luc 24:451). Em vez de ler a Bíblia
meramente para obter conhecimento seria conveniente que também
orássemos por compreensão, suplicando que os conceitos errôneos acerca
de Deus que Satanás constantemente quer inculcar-nos, sejam reconhecidos
em seu verdadeiro caráter.
O terceiro ingrediente da fé genuína, que advém como resultado do
conhecimento e da compreensão é a confiança em Deus. Vendo a Jesus, o
qual veio revelar à Deus, e buscando-O em todo o tempo, pondo-nos em
contato com a Sua Palavra, a fim de conhecê-Lo melhor, discerniremos os
enganos do diabo a respeito do caráter de Deus. Será corrigida a nossa má
compreensão de Deus, e teremos a certeza e confiança em Deus que
constituem a fé genuína.
Maio 14, domingo Fé
Fé em Situações Difíceis
“E disseram um ao outro: Porventura, não nos ardia o coração, quando ele, pelo
caminho, nos falava, quando nos expunha as Escrituras?” Lucas 24:32
Certo dia, no caminho de Emaús, iam indo dois homens que não criam.
Sua fé se dissipara. Sentiam-se infelizes. Falaram a um Estranho que
caminhava com eles, dizendo: "Ora, nós esperávamos que fosse Ele quem havia
de redimir a Israel; mas, depois de tudo isto, e já este o terceiro dia desde que
tais coisas sucederam.” S. Luc. 24:21.
Estes homens, evidentemente, tinham estado entre os seguidores de
Jesus - entre os discípulos que reiteradas vezes haviam sido avisados de que
Jesus iria a Jerusalém, e que seria entregue nas mãos dos pecadores e
condenado à morte, mas ressurgiria no terceiro dia. Tinham ouvido o que Ele
dissera, mas não atentaram para isso. Os dirigentes, judaicos lembraram-se
do que Jesus dissera. Por esse motivo dirigiram-se a Pilatos e insistiram que
fosse colocada uma guarda em volta do sepulcro. Maria Madalena também
ouvirá o que Jesus disse. Por isso ela ungiu-Lhe os pés com um bálsamo de
nardo puro. Mas aqueles seguidores não recordaram o que tinham ouvido. E
assim, quando houve uma crise, ela revelou a verdadeira natureza de sua
fé.
Passamos por situações difíceis em nossa vida. Às vezes, quando isto
acontece, ficamos surpresos e desalentados. Mas é uma bênção passar por
experiências probantes antes da grande sacudidura final. E uma verdadeira
vantagem que haja algumas rajadas de vento antes que venha a tormenta
em toda sua fúria. É bom aprender a correr com homens que vão a pé, antes
de competir com os que vão a cavalo.
As crises não são inteiramente más, porque, mesmo que não sejamos
modificados por elas, podem revelar-nos a direção em que já estamos indo.
E se depois de uma crise houver tempo suficiente para mudarmos de atitude,
ela poderá ser útil para mostrar qual é a nossa necessidade.
Os discípulos que se achavam desalentados, temerosos e cheios de
dúvida, ao descobrirem finalmente o segredo do ardor de seu coração no
caminho para Emaús, retornaram a Jerusalém com uma lealdade, confiança
e fé que não conheciam antes. Não foi a crise que produziu essa modificação,
mas deu-lhes um vislumbre do que se passava em seu próprio coração, e
isso conduziu-os a uma transformação posterior. As crises fazem com que
compreendamos a nossa condição, para que reconheçamos a nossa
necessidade e nos voltemos para Cristo antes da crise final, depois da qual
não mais haverá oportunidade de transformação.
Maio 15, segunda-feira Fé
A Fé Saiu Pela Janela
“Ao que Jesus lhes disse: Tende fé em Deus.” Marcos 11:22
Um meninozinho voltava de ônibus para casa, depois da escola
dominical. O dia estava quente, e as janelas se achavam abertas. O menino
recebera um cartão com os dizeres: "Tende fé em Deus." Com a ação do
vento, seu cartão saiu voando pela janela, e ele gritou: “Pare o ônibus! Minha
fé em Deus saiu pela janela!”
Ora, a verdade é que a fé, se for genuína, não sai pela janela. A única
espécie de fé que realmente sai pela janela é a que só se encontra num
cartão, sendo, portanto, uma fé superficial. Gostaria que notásseis hoje que
se aproxima o tempo no qual será provada a fé de cada pessoa, para
constatar quão real ela é, e embora todos pareçam iguais agora, naquele
tempo haverá duas classes distintas.
Em Amós 8:11 e 12, lemos alguma coisa a respeito duma ocasião
vindoura em que haverá pessoas correndo de mar á mar, à procura da fé. O
contexto revela que isso tem algo que ver com o tempo do fim, tanto quanto
com os dias de Israel no passado, pois fala do sol e da Lua, e de dias escuros.
Convém avaliarmos agora a amplitude de nossa fé. Em S. Mateus 7
encontramos alguns elementos para determinar se uma pessoa possui ou
não uma fé genuína.
Fora as próprias palavras de Jesus em S. Mat. 7:21_23:” Nem todo o
que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos Céus, mas aquele faz a vontade
de Meu Pai que está nos Céus. Muitos, naquele dia, hão de dizer-Me: Senhor,
Senhor! porventura, não temos nós profetizado em Teu nome, e em Teu nome
não expelimos demônios, e em Teu nome não fizemos muitos milagres? Então
lhes direi explicitamente: Nunca vos conheci. Apartai-vos de Mim, os que praticais
a iniquidade." A seguir, Ele passa a contar a história do homem prudente e
do homem insensato. Ambos edificaram casas. Uma delas, porém, foi
edificada sobre a rocha, e a outra sobre a areia. Só quando veio a tempestade
é que se evidenciou realmente a diferença entre elas. Então foi vista com
facilidade a distinção entre as duas casas e seus alicerces.
Se alguém possui ou não uma fé genuína talvez não seja muito
evidente quando as coisas vão bem. Mas, quando sopram os ventos, quando
vem a tempestade, é unicamente a fé genuína que consegue resistir à crise.
Maio 16, terça-feira Fé
Edificando Sobre a Rocha
“Porque ninguém pode lançar outro fundamento, além do que foi posto, o qual é
Jesus Cristo.” 1 Coríntios 3:11
Jesus contou a história de um homem prudente que edificou sua casa
sobre a rocha. "E caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e
deram com ímpeto contra aquela casa, que não caiu, porque fora edificada sobre
a rocha.” S. Mat. 7:25. Mas a parábola, trata também de um homem
insensato, o qual edificou sua casa sobre a areia. “E caiu a chuva,
transbordaram os rios, sopraram os ventos – obviamente uma grande crise - e
deram com ímpeto contra aquela casa, e ela desabou, sendo grande a sua ruína."
Verso 27. Notai que a casa não mudou de alicerce. Ela caiu!
Hoje em dia há crises de vento, inundação e chuva – crises de
tragédias, aflições e tristezas que ocorrem em nossa vida. Quando surgem
essas crises, revelamos o que somos realmente, e não o que parecemos ser.
Pode haver uma espécie de esquizofrenia espiritual no âmbito da religião
cristã, na qual a pessoa tem bom aspecto exterior, mas está toda
transtornada interiormente. Foi que aconteceu entre os discípulos de Jesus.
Um deles parecia ser tão bom e leal como os outros, mas, quando ocorreu
uma verdadeira crise, a distinção tornou-se bem nítida. Judas teve poder de
expulsar demônios e curar enfermos. Foi um dos mais íntimos companheiros
de Jesus. Porém, quando veio a crise, descobriu-se que por dentro ele era
bem diferente.
Vemos uma árvore no meio da floresta. Parece ser boa por fora, mas
está toda carcomida por dentro. Ninguém o sabe, até que vem uma
tormenta, e ela cai ruidosamente. A tempestade não altera o estado em que
se encontra a árvore carcomida, e não foi ela que ocasionou esse estado. A
tempestade simplesmente revela a verdadeira condição da árvore.
Assim é também com as tormentas na vida espiritual. A casa não muda
então de alicerce. Ela desaba. É algo tão simples assim. As crises não
modificam a pessoa alguma. Se quisermos ter uma fé que resista às
tempestades da vida, precisamos desenvolver essa fé mantendo comunhão
Pessoal com Cristo antes que venha a crise. Só Permanecerá em pé a casa
que tenha sido edificada sobre a rocha antes que ocorra a tempestade.
Maio 17, quarta-feira Fé
Reação Diante de uma Crise
“Simão, Simão, eis que Satanás vos reclamou para vos peneirar como trigo! Eu,
porém, roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça.” Lucas 22:31,32
Meu irmão e eu estávamos na casa da vovó, brincando nos fundos do
quintal, perto do depósito de lenha. Ambos tínhamos um aspecto tranquilo e
calmo até que uma vespa picou meu irmão. Ele começou a portar-se de um
modo que julguei insensato – até que também fui picado por uma vespa! E
o que a princípio me pareceu ser uma insensatez, tornou-se o primeiro dueto
que meu irmão e eu já cantamos!
Nossa reação numa crise não constrói uma modificação de espécie
alguma, ela meramente revela o que dantes já existira interiormente.
Comumente, uma crise leva a pessoa a ir mais depressa na direção em que
já está indo. Se alguém que está escalando uma montanha resvala e cai, ao
erguer-se de novo, encontrar-se-á provavelmente um ou dois passos acima
do local em que caiu anteriormente. E quando alguém está descendo a
montanha, e cai, ao levantar-se provavelmente; estará vários passos abaixo
do lugar de onde caiu. A crise de cair simplesmente, coloca a pessoa mais
além na vereda que já está trilhando.
Deus quer que compreendamos claramente quando estamos indo na
direção errada. Quando surge uma crise e ela não somente revela a direção
em que estamos indo, mas chega até o aumentar nosso impulso inicial nesse
sentido, podemos ser despertados pela misericórdia de Deus e buscar Seu
poder para mudar de direção. Toda alteração que houver dar-se-á depois
que passou a crise.
É por isso que o arrependimento no leito de morte raramente é fé
genuína, se é que chega a sê-lo. Se há algo que constitui uma crise isso é a
morte, quando o tempo e a eternidade se encontrem de algum modo. E se
uma crise simplesmente revela o que somos, mas não nos modifica e se não
houver tempo para modificações posterior, como podemos admitir que haja
arrependimentos tardios, a não ser em casos extremos?
"Coragem, firmeza, fé e implícita confiança em Deus não vêm num
momento. Estas virtudes celestiais são adquiridas pelas experiências de anos."
Christian Experience and Teachings, pág. 188. Leva tempo Dara transformar
o humano no divino. O fato de Deus permitir que soprem ventos mais fracos,
para que vejamos a nós mesmos e tenhamos oportunidade de preparar-nos
para ventos mais fortes no futuro buscando manter uma relação com Ele que
não se baseia no temor, e, sim no amor, constitui outra manifestação do
amor de Deus.
Maio 18, quinta-feira Fé
A Crise da Tentação
“Meus irmãos, tende por motivo de toda alegria o passardes por várias provações,
sabendo que a provação da vossa fé, uma vez confirmada, produz perseverança.”
Tiago 1:2,3
As crises não nos transformam nem alteram a direção em que estamos
seguindo. Meramente nos revelam onde nos dirigimos antes que elas
surgissem. É interessante notar que até mesmo a tentação constitui uma
crise. Toda vez que o inimigo nos assusta com uma tentação, ocorre uma
mini crise ou, às vezes, uma maxi crise! Mas não deixa de ser uma crise.
Toda tentação que nos sobrevém revela-nos, por seus resultados, a direção
em que estávamos indo ao sobrevir essa tentação.
Se uma pessoa não se entregou a Deus ao ocorrer uma tentação, e
pouco provável que o faça então. O que acontece se estivermos separados
de Deus no momento da tentação é que dependemos então de nossa própria
fibra ou força de vontade. Os fortes vencem, externamente, por sua própria
força, ao passo que os fracos não conseguem fazê-lo. Mas interiormente —
o que constitui aquilo que na realidade tem importância — ambas as classes
são iguais. Ambas não resistem à tentação, pois o diabo é mais forte do que
nós e perderemos toda batalha com ele que procurarmos travar em nossa
própria força.
Em Hebreus 4 nossa atenção é chamada para nosso grande Sumo
Sacerdote, e somos convidados a achegar-nos confiadamente ao trono da
graça, "a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em
ocasião oportuna”. Esta passagem não nos convida a achegar-nos
confiadamente ao trono da graça em tempo de necessidade. Há uma
sequência. Achegamo-nos agora confiadamente ao trono da graça, a fim de
recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião
oportuna, quando chegar essa ocasião. A pessoa que se achegar ao trono da
graça somente quando houver necessidade, fracassará. Quando ocorre o
tempo de necessidade ou a tempo de tentação, ele revela se essa graça foi
obtida ou não. “Podemo-nos conservar tão achegados a Deus que, em cada
inesperada provação, nossos pensamentos para Ele se volvam tão naturalmente
como a flor se volta para o Sol." — Caminho a Cristo, pág. 99, Se vierem
tribulações, e brandirmos o punho contra Deus, acusando-o de tratar-nos
com severidade, isto nos revelará que temos andado longe dEle. Não
conhecemos nosso próprio coração. Algumas pessoas que pensavam que
poderiam enfrentar milhares de tempestades no oceano, pereceram
afogadas numa banheira. Enganamo-nos facilmente a respeito de nosso
próprio coração. Assim, em virtude de Seu amor, Deus permite que nos
sobrevenham provações e tentações, para que vejamos a realidade das
coisas.
Maio 19, sexta-feira Fé
O Dia da Grande Crise
“Correrão por toda parte, procurando a palavra do Senhor, e não a acharão.”
Amós 8:12
No próprio fim do tempo, pouco antes da volta de Jesus. Haverá grande
crise. As pessoas naquele tempo terão revelado que se dirigem rapidamente
para um lado ou para o outro. A diferença entre esta grande crise e as
menores que a precedem é que quando os ventos realmente soprarem com
a força de um furacão, não haverá tempo para mudar de direção. As
modificações precisam ser efetuadas antes que venha a tempestade. Se isso
é verdade, então Deus deve estar muitíssimo desejoso de que
compreendamos a nós mesmos antes que chegue esse tempo. Em Amós 8
encontra-se a predição de que virá um dia no qual as pessoas correrão de
mar a mar, e dum extremo do litoral ao outro, procurando uma fé que
deixaram de obter e que não podem mais encontrar. Perceberão que nada
mais tem valor senão isso, e lançarão suas riquezas às toupeiras e aos
morcegos, cheios de desespero e pavor, buscando com receio aquilo que lhes
poderia ter pertencido anteriormente, mas foi rejeitado,
Como podemos saber que resistiremos as tormentas prestes a
irromper? Há dois indícios pelos quais podemos saber se estamos indo na
direção certa. S, Mateus 7:21 — estamos fazendo a vontade de Deus? e S.
Mateus 25:12 — conhecemo-Lo? “Quando conhecermos a Deus como é dado o
privilégio de O conhecer, nossa vida será de contínua obediência.” – O Desejado
de todas as Nações, ed. Popular, pág. 642.
Isto esclarece que conhecer a Deus é a causa, e fazer a vontade de
Deus é o resultado. Ambas as coisas são igualmente significativas e
importantes, mas uma é completamente a causa da outra. Como posso saber
que estou indo em direção a Deus e subindo — não descendo — a montanha?
O fato importante é o seguinte: Tenho dia a dia uma relação pessoal e
significativa com Deus?
Quando eu O conheço como é meu privilégio conhecê-Lo, minha vida
será uma vida de continua obediência. Se estou tendo dificuldades neste
sentido, isto não ocorre porque não faço suficiente esforço para obedecer, e,
sim, porque não conheço a Deus, como é meu privilégio conhecê-Lo. É nisto
que consiste a dificuldade. Se eu persistir em buscar a comunhão com Deus
e continuar aproveitando o privilégio que me é concedido de conhecê-lo. Ele
completará a obra que iniciou em minha vida, conduzindo-me com segurança
e firmeza à grande crise final.
Maio 20, sábado Fé
Coragem Para a Crise
“Não abandoneis, portanto, a vossa confiança; ela tem grande galardão.” Hebreus
10:35
Há uma visão dada muito tempo atrás, a qual foi relatada num dos
primeiros livros concedidos a esta Igreja pelo dom especial provido por Deus.
Encontra-se no livro Primeiros Escritos, página 269 em diante. É uma visão
do que ocorrerá na vida das pessoas pouco antes da vinda de Jesus.
Às vezes passamos uma porção de tempo estudando e debatendo o
que acontecerá no âmbito político e internacional no fim de todas as coisas.
Mas é ainda mais interessante notar o que sucede internamente e na
experiência do povo de Deus. Talvez queirais estudar por vós mesmos todo
o capítulo intitulado "A sacudidura”. Consideraremos aqui algumas partes
desse capítulo.
“Vi alguns, com forte fé e clamores agonizantes, a lutar com Deus.” Que
espécie de fé? Forte fé? Não olvideis isso. “Seu rosto estava pálido, e
apresentava sinais de profunda ansiedade, que exprimia a sua luta íntima....
Grandes gotas de suor lhes caíam da fronte.”
Essa descrição pode ser deveras animadora. Já vos ocorreu a ideia de
que as pessoas que experimentam profunda ansiedade e lutas interiores são
pessoas que estão longe de Deus? Já pensastes que ansiedade e lutas
constituem sinais de falta de fé? e que se tiverdes forte fé, jamais
experimentareis tal espécie de agonia? Mas não é assim. Podeis ser fortes
na fé e ainda sentir profunda ansiedade!
A seguir é declarado; “De quando em quando se lhes iluminava o
semblante com os sinais da aprovação divina,” Quando? Durante todo o tempo?
Não, Apenas de quando em quando, "E novamente o mesmo aspecto severo,
grave e ansioso, lhes voltava. Anjos maus se juntavam em redor, projetando
trevas sobre eles para excluir Jesus de sua vista." Notai seu principal objetivo;
excluir a Jesus da vista dos crentes, “Enquanto os que assim oravam
prosseguiam com seus ansiosos clamores, por vezes, lhes vinha um raio de luz,
procedente de Jesus, para lhes reanimar o coração e iluminar o rosto". Não
durante todo o tempo, mas só por vezes.
Quando os céus são como bronze sobre a vossa cabeça, muni-vos de
coragem. Isso não constitui um indício de falta de fé de vossa parte, não
precisais aumentar a luta e ansiedade que já estais experimentando,
censurando-vos por vossa falta de fé. Se continuardes buscando a Jesus e
prosseguirdes em vossa intensa luta com Ele, raios de luz procedentes de
Jesus tornarão a ocorrer para animar-vos o coração.
Mai 21, domingo Fé
A Prova Final
“Mas, agora, aspiram a uma pátria superior, isto é, celestial. Por isso, Deus não
se envergonha deles, de ser chamado o seu Deus, porquanto lhes preparou uma cidade.”
Hebreus 11:16
Quando o diabo vem tentar-nos, ele não bate à porta e diz; “Bom
dia. Sou o diabo, e hoje vim tentar-vos." Ele sabe que assim seria frustrado o
seu desígnio, pois nós iríamos dizer:” Já ouvimos falar a seu respeito", e lhe
bateríamos a porta na cara!
Portanto, ele se aproxima de nós por meio de nossas fraquezas, de
nossos problemas e de nossos pecados. O diabo é mais forte do que
nós. Também é mais sagaz do que nós, e sabe que a melhor maneira
de tentar-nos é fazer com que concentremos a atenção em nossas faltas
e debilidades, procurando vencê-las, em vez de olhar para Jesus e confiar
em Sua força. Há uma grande diferença entre o combate da fé, que a Bíblia
nos convida a combater, e a luta contra o pecado. Se procuramos lutar contra
o pecado e o diabo em nossa própria força, sempre perderemos a batalha.
Jesus instruiu os fariseus acerca daquilo em que deveriam aplicar o seu
esforça. Disse-lhes que se limpassem o interior, o exterior também ficaria
limpo. Esta é uma das mais importantes verdades para compreender como
levar a vida cristã, e essencial que saibamos no que devemos aplicar o nosso
esforço humano, e onde esse esforço é tolamente inútil. É-nos declarado que
se combatermos o combate da fé com toda a nossa força de vontade,
seremos vitoriosos. [Testimonies, vol. 5, pág. 513| Que é o combate da fé?
é a vida da comunhão com Deus, o esforço para reservar algum tempo,
diariamente, com a finalidade de travar e conhecimento com o Senhor Jesus.
Esse combate da fé é o único combate para o cristão mencionado na Bíblia.
Ao dirigirmos nossas energias e esforços nesse sentido, Jesus combaterá o
pecado e o diabo por nós, segundo prometeu fazer. "O mesmo Deus da paz
vos santifique em tudo; e o vosso espírito, alma e corpo, sejam conservados
integras e irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo. Fiel é o que vos
chama, o qual também o fará.” I Tess. 5:23 e 24.
“O homem não pode salvar-se a si mesmo, mas o Filho de Deus trava suas
batalhas para ele, e o coloca numa posição vantajosa, concedendo-lhe Seus
atributas divinos... E, aceitando a justiça de Cristo, ele é participante da natureza
divina. Pode guardar os mandamentos de Deus e viver." — Review and Herald,
2 de agosto de 1898.
Julho 8, sábado A Vontade
Boa Escolha, Mau Desempenho
“Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço.”
Romanos 7:19
Suponhamos que eu resolva ser um grande cantor. Alugo, portanto,
um salão de concertos e anúncio em todos os jornais: “Vinde ouvir o concerto."
Eu fiz a escolha correta. Desejo cantar como um grande artista. Não há nada
de errado nessa escolha. E uma multidão de pessoas vem ouvir-me. Chega
a hora de começar o concerto. Dirijo-me para a plataforma, e o piano faz a
introdução. Abro a boca. O querer estar em mim, mas agora tenho de
desempenhar a minha parte. E não sei como fazê-lo! Minha voz se torna
estridente e dissonante, e desaparece gradualmente. Em meio das
gargalhadas e das vaias do público, acabo me retirando do palco. Resolvi ser
um grande cantor, mas não posso alcançá-lo.
Suponhamos agora que eu resolva levar uma vida cristã. Não há nada
de errado com essa escolha. Observo para ver como isto se dá, e então me
esforço neste sentido. Mas, embora eu tenha feito a escolha acertada,
fracasso completamente no desempenho. Paulo descobriu a mesma coisa.
Até mesmo esse apóstolo, com seu extraordinário intelecto e sendo
aparentemente uma pessoa muito forte, descobriu a fraqueza existente em
seu íntimo. Ele sabia fazer escolhas acertadas, mas depois não conseguia
cumpri-las. Ele fala sobre isso em Romanos 7. Bem no meio de sua
frustração, expressa por todas aquelas negativas, encontramos este verso:
“Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum:
pois o querer o bem está em mim: não, porém, o efetuá-lo.” Verso 18.
Quando eu decido que irei fazer o que é correio, guardar os
mandamentos de Deus e ser obediente a Ele, estou tomando a decisão
acertada, Mas, se procuro combater o pecado e o diabo por mim mesmo,
jamais serei bem-sucedido, porque o problema do pecado está no íntimo, e
mesmo as pessoas fortes só podem controlar as exterioridades.
A fim de ter a devida compreensão de como devemos usar a nossa
vontade (nosso poder de escolha) e nossa força de vontade (nosso poder
para efetuar o que resolvemos fazer), precisamos compreender o papel do
esforço humano em viver a vida cristã. Deus jamais prometeu buscar a Si
mesmo por nós. Ele nunca prometeu estudar a Bíblia, orar e testemunhar
em nosso lugar. Mas Ele prometeu combater a Satanás por nós (Romanos
8:37). Ao envidarmos nosso esforço para conhecê-Lo, Ele nos dará a vitória.
Julho 9, domingo A Vontade
Quando Todas as Coisas se Tornam Novas
“E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já
passaram; eis que se fizeram novas.” 2 Coríntios 5:17
Esta passagem não diz que algumas coisas hão de tornar-se novas e,
sim, que todos elas se fizeram novas. Já se perguntou quando isto
acontecerá em vossa vida? Muitos jovens esperavam que logo que se
convertessem pela primeira vez tudo passasse a ser diferente, e que não
mais teriam problemas ou fracassos desse ponto em diante; se acaso os
tivessem, provavelmente não estavam convertidos. Isto tem desalentado a
muitas pessoas.
Precisamos compreender que o novo coração que nos é prometido
conduz a uma nova vida. (Caminho a Cristo, pág. 18.) A Bíblia está repleta
de casos de pessoas que demonstram o fato de que quando alguém nasce
de novo, ainda há uma trajetória a ser percorrida e uma batalha a ser
travada. As pessoas piedosas não deixam o seu procedimento pecaminoso
nem se tornam santas da noite para o dia. Alguns ficam irritados e dizem
que se falarmos assim abriremos a porta para a licenciosidade. Enfrentemos,
porém, a realidade. É porque não enfrentamos a realidade que há tantas
pessoas desalentadas. Os discípulos contenderam e debateram por três anos
a respeito de quem seria o maior. Eles sabiam que não estavam agindo
corretamente. Em sua última viagem a Jerusalém, quando os samaritanos
se recusaram a dar-lhes hospedagem, eles quiseram mandar descer Fogo do
céu. Mas Jesus não procurou começar tudo de novo com doze discípulos
completamente novos. Ele deu margem a cristãos em formação e
crescimento.
Demos margem ao crescimento, mas não deixemos todas as vitórias
que Deus almeja conceder-nos para bem perto da morte ou para quando
formos trasladados. II Coríntios 5:17 não se destina apenas para o fim da
jornada.
A verdade é que em qualquer ocasião na qual confiamos no poder de
Deus, e não em nossa própria forca, podemos ter completa vitória ou todas
as coisas podem tornasse novas agora mesmo. E todas as vezes que
confiarmos em nossa própria força, iremos fracassar. Como cristãos em
crescimento, oscilamos entre a confiança em Seu poder e a confiança em
nosso próprio poder. Essa é a penosa oscilação que todos nós
experimentamos. No entanto, o cristão em crescimento e mesmo o cristão
recém-nascido pode alcançar a vitória no sentido mais completo, enquanto
confiar no puder de Deus para obediência. E quando ele confia em seu
próprio poder que lhe sobrevém a derrota.
Julho 10, segunda-feira A Vontade
Enquanto
“Todo aquele que permanece nele não vive pecando.” 1 João 3:6
Ao estarmos crescendo em nossa vida cristã, em todo o tempo que
confiarmos inteiramente no poder de Deus e não em nosso próprio poder,
alcançaremos a vitória. Em qualquer ocasião que confiarmos em nosso
próprio poder, cairemos e fracassaremos. Não há um meio termo. Ou somos
100% submissos, ou somos 0% submissos. A vitória durante certa parte do
tempo e a derrota noutra parte do tempo não são atribuíveis a entrega
parcial, e, sim, à entrega de 100% apenas durante parte do tempo.
É isso que 1 S. João 3:6 está dizendo: "Todo aquele que permanece nEle
não vive pecando." Enquanto permanecermos nEle seremos novas criaturas,
enquanto estivermos na condição de inabalável confiança em Seu poder, não
cometeremos pecado. A fim de que o inimigo nos conduza à derrota ou ao
fracasso, ele terá em primeiro lugar de fazer com que percamos a inabalável
confiança em Deus.
A página 62 de Caminho a Cristo descreve em primeiro lugar a
experiência da justificação. “Se vos entregardes a Ele e O aceitardes como vosso
Salvador, sereis então, por pecaminosa que tenha sido vossa vida, considerados
justos por Sua causa. O caráter de Cristo substituirá o vosso caráter, e sereis
aceitos diante de Deus exatamente como se não houvésseis pecado.” isto é
justificação. Lemos então o seguinte: "E ainda mais ...” (Quer dizer que existe
algo mais do que a justificação? Sim?) "E ainda mais, Cristo mudará o coração.
Nele habitará, pela fé. Pela fé e continua submissão de vossa vontade a Cristo,
deveis manter essa ligação com Ele: e enquanto isso fizerdes, Ele operará em vós
o querer e o efetuar, segundo o Seu consentimento.” Enquanto! — uma palavra-
chave. Não olvideis este vocábulo! "Enquanto isso fizerdes. Ele operará em vós
o querer e o efetuar, segundo o Seu consentimento, ... Assim, operando Cristo
em vós, manifestareis o mesmo espírito e praticareis as mesmas obras — obras
de justiça e obediência.”
Essa obediência e vitória para o cristão não está reservada apenas para
bem pouco antes de sua morte ou trasladação. É disponível na primeira
semana após o novo nascimento. Desviando o olhar de nosso próprio
desempenho e centralizando-o em Cristo, alcancemos a vitória: e
continuaremos a ser vitoriosos enquanto permanecermos confiantes em Seu
poder.
Julho 11, segunda-feira A Vontade
Vitória Espontânea
“Teu, Senhor, é o poder, a grandeza, a honra, a vitória e a majestade.” 1
Crônicas 29:11
Enquanto mantivermos a relação de inabalável confiança no poder de
Deus, o pecado não terá domínio sobre nós. A experiência de sermos às
vezes derrotados e às vezes vitoriosos se deve ao fato de que ainda não
confiamos no poder de Deus em todo o tempo. Estamos penosamente cientes
das questões em que caímos e fracassamos, e somos dominados pelo
inimigo. Pendemos a ficar preocupados com o momento em que perdemos a
calma durante o dia, e chegamos à conclusão o de que não obtivemos vitória
alguma.
O Desejado de Todas as Nações, à página 642, nos diz que "quando
conhecermos a Deus como nos é dado o privilégio de O conhecer, nossa vida será
de contínua obediência.” O pecado nos será detestável. Dar-se-á o caso de
que quando estamos na íntima relação de conhecer a Deus e confiar nEle,
nem sequer notemos algumas de nossas vitórias pelo fato de ocorrerem
naturalmente? Se há vitória e obediência na vida cristã que é natural e
espontânea, então grande parte dela pode ocorrer sem que a notemos de
modo especial. Por quê? Porque quando ocorrem essas vitórias nossa
atenção está centralizaria em Jesus. É quando centralizamos a atenção em
nós mesmos que estamos tão cientes do que fazemos, e somos derrotados!
Por esse motivo, o constante esforço de Satanás consiste em induzir-
nos a desviar o olhar de Cristo, para que Ele não possa efetuar Sua vontade
em nossa vida. Satanás sabe que se conseguir fazer com que desviemos o
olhar de Jesus e olhemos para nós mesmos, ter-se-á apoderado de nós. E
pode ser bem-sucedido em desviar nossa atenção de Cristo atraindo-a para
as nossas derrotas ou para as nossas vitórias! Já fostes derrotados porque
Satanás se aproximou de vós e disse: "Veja como você tem procedido muito
bem ultimamente"?
É-nos declarado: "Nem por um pensamento [Jesus| cedia à tentação. O
mesmo se pode dar conosco. A humanidade de Cristo estava unida a divindade:
estava habilitado para o conflito, mediante a presença interior do Espírito Santo.
E veio para nos tornar participantes da natureza divina. Enquanto a Ele estivermos
ligados pela fé, o pecado não mais terá domínio sobre nós." — O Desejado de
Todas as Nações, ed. popular, pág. 109. Ao continuarmos a olhar para Jesus
diariamente, aprenderemos a confiar nEle de modo mais constante.
Julho 12, quarta-feira A Vontade
Escolhendo o Domínio de Deus
“Escolhei, hoje, a quem sirvais.” Josué 24:15
A pessoa que mantém constante comunhão com Cristo, que tem um
companheirismo diário tendo como base a vida devocional, resolveu
submeter-se à direção de Deus. Dentro dessa relação, à medida que Deus
nos conduz para o alto, em qualquer momento ou confiaremos inteiramente
em Seu poder ou confiando 100% em nós mesmos.
Satanás procura constantemente desviar nossa atenção, para que não
tenhamos sempre inabalável confiança no poder de Deus. Quando
começamos a procurar combater a Satanás em nossa própria força, quando
começamos a concentrar o pensamento em nossa conduta e desempenho,
nossa atenção se afasta de Jesus e se dissipa a nossa confiança em Seu
poder. Isto pode acontecer mesmo que a comunhão com Ele prossiga dia a
dia. Sempre que nossa atenção estiver em nossos pecados, debilidades e
problemas, seremos derrotados.
Se uma pessoa decidir manter permanente comunhão com Cristo, sua
direção será ascendente. Deus controla a situação, conduzindo tal pessoa o
mais depressa possível a inabalável confiança em Seu poder durante todo o
tempo. Mas, enquanto crescemos, há ocasiões em que olhamos para Jesus,
e ocasiões em que desviamos o olhar de Jesus, volvendo-o para nós próprios,
mesmo no decorrer de um só dia.
O que é belo é que Deus não julga o nosso caráter pela boa ou má
ação ocasional que advém como resultado dessa circunstância. Ele olha para
a tendência, para a direção da vida. Se resolvermos deliberadamente
colocar-nos dia a dia sob o Seu domínio, buscando manter comunhão com
Ele. Deus nos conduzirá à total confiança em Seu poder em todo o tempo. O
crescimento na vida cristã é essencialmente o crescimento em aprender a
continuar confiando em Jesus de maneira cada vez mais constante.
Se não resolvermos manter comunhão com Cristo diariamente, se não
compreendermos o uso correto da vontade e como aplicar nosso esforço
humano, e se continuarmos procurando combater o pecado e o diabo em
nossa própria força, nossa direção será descendente. Todos aqueles que não
mantiverem constante comunhão com o Senhor Jesus, quer tenham sido
cristãos ou não estão entregando a direção de sua vida a Satanás.
Nossa parte é decidir manter constante comunhão com Cristo, até que
finalmente sejamos conduzidos à completa confiança no poder de Jesus em
todo o tempo.
Julho 13, quinta-feira A Vontade
O Poço já foi cavado
“Se alguém tem sede, venha a mim e beba.” João 7:37
Eduardo não se sentia muito bem. A boca estava seca, os lábios se
achavam partidos, e ele sentia tanta tontura que chegava a cair
frequentemente. E sempre que isso acontecia, ele ficava deveras
desanimado.
Um dia ele resolveu consultar o médico, certamente não precisava ficar
nessa condição pelo resto da vida. Depois que o médico tomou conhecimento
de seus sintomas, meneou a cabeça e disse: “Eduardo, seu problema é que
você está com sede!” Eduardo ficou mais aliviado, e perguntou: “Que devo
fazer?"
O médico encostou-se na poltrona.
— Em primeiro lugar, você precisa notar o que o incomoda mais: se é
a secura da boca, os lábios partidos ou alguma outra coisa. Digamos, por
exemplo, que sejam os lábios partidos que lhe causam mais incómodo. Trate-
os até ficarem curados. Lide então com alguma outra coisa. Use sua força de
vontade. Isso é a chave.
Eduardo foi para casa, e depois de dizer várias vezes por dia: “Resolvi
não ter lábios partidos”, achava-se em pior estado do que antes. Procurou
outro médico. Este ficou comovido ao ouvir a história de Eduardo, e
exclamou:
— Não posso imaginar por que os outros médicos não lhe contaram a
verdade! O que você precisa fazer quando está com sede é tomar água!
— Água? perguntou Eduardo, isso parece ser bom! Onde posso
encontrá-la?
— Ela vem do poço — respondeu o médico.
Eduardo retirou-se apressadamente e começou a cavar um poço.
Dentro de pouco tempo faltaram-lhe as forças. Era evidente que iria morrer
antes que pudesse cavar até atingir a profundidade suficiente. Soube então
da boa-nova de que já fora cavado um poço. Só teria de falar com o dono do
poço, e ser-lhe-ia concedida toda a água de que necessitasse. Eduardo foi
até o poço e aceitou a dádiva que lhe foi feita. Agora ele percorre aquela
região, transmitindo a todos a agradável notícia.
Em nossa vida cristã, quantos de nós desperdiçamos muito tempo
procurando vencer os sintomas do pecado e obter a água da vida por nós
mesmos! Quando compreendemos que o uso apropriado de nossa vontade é
chegar-nos a Cristo, o qual fez o convite: "Aquele que tem sede, venha, e quem
quiser receba de graça a água da vida", alcançaremos a vitória que em vão
procuramos obter por nossas próprias forças. Não precisamos cavar o poço
— ele já foi cavado. Tudo que temos de fazer é dirigir-nos a Cristo e aceitar
as riquezas de Sua graça.
Julho 14, sexta-feira A Tentação
Vitória Definitiva no Tempo Presente
“Em todas estas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele
que nos amou.” Romanos 8:37
Ao falar sobre a obediência pela fé, não estamos falando sobre uma
vida inerte. Estamos falando do esforço que ocorre naturalmente, e não de
maneira compulsória. Devemos ter receio de uma religião em que as pessoas
simplesmente se assentam, esperam e não fazem nada. Houve um grupo de
indivíduos, conhecidos como quietistas, que foram acusados legitimamente
de fazer isso. Eles esperavam que Deus efetuasse tudo. Mas, há alguma coisa
que Deus não pode fazer por nós. Ele não pode atender a Seu próprio convite
em nosso lugar. Nós mesmos temos de fazê-lo. É deste modo que
cooperamos com Ele.
Alguns de nós temos tido a ideia de que passaremos a maior parte de
nossa vida pelejando, lutando e rangendo os dentes, na tentativa de abster-
nos de pecar, e que em algum lugar, no fim de nossa vida cristã, pouco antes
de morrermos, nossos esforços serão recompensados pelo fato de que o
pecado não mais exercerá atração sobre nós. A boa-nova, porém, é que essa
vitória definitiva é disponível agora mesmo.
Quando eu era adolescente, pensava que provavelmente depois dos
vinte anos eu experimentaria tal espécie de vitória. Perto dos trinta anos de
idade, cheguei à conclusão de que isso ocorreria na década seguinte. Mas no
fim dessa outra década, eu ainda estava fracassando em minha conduta. E
adiei a vitória para a década dos quarenta aos cinquenta anos. Não quero
dizer-vos para quando terei de adiá-la agora! Será, porém, que a experiência
de ser uma nova criatura em Cristo só poderá dar-se no futuro? Teremos de
esperar até que sejamos tão idosos que não possamos mais pecar, mesmo
que queiramos, por sermos demasiado débeis? Cremos na justiça por
senilidade?
Diversos avôs e avós me têm dito que ainda estão esperando que tudo
se torne novo. A idade não é o fator determinante. Aquilo que estabelece a
diferença entre a velha criatura e a nova, é estar em Cristo. É isso que
constitui o grande "Se" — “Se alguém está em Cristo."
Sempre que estivermos em Cristo — em comunhão com Ele e
confiantes em Seu poder, seremos novas criaturas. É quando abandonamos
a comunhão e confiança em Jesus, procurando gerir nossos próprios
afazeres, que perdemos a batalha contra Satanás, e fracassamos e caímos.
Mas estar em Cristo é acessível a cada um de nós hoje em dia, contanto que
confiemos em Seu poder.
Julho 15, sábado A Tentação
De Dentro Para Fora
“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque limpais o exterior do copo e do
prato, mas estes, por dentro, estão cheios de rapina e intemperança!” Mateus
23:25
A maioria de nós temos sido mais meticulosos em limpar o exterior do
que o interior, e é nisso que consiste a nossa dificuldade. Esse era o problema
dos fariseus no tempo de Cristo, e Ele lhes disse que se limpassem primeiro
o interior do copo e do prato, o seu exterior também ficaria limpo. Jesus não
lhes disse que limpassem primeiro o interior, e então se pusessem a limpar
o exterior. Ser uma nova criatura constitui o resultado de estar em Cristo. A
maioria de nós, porém, temos passado anos em inútil esforço, procurando
ser novas criaturas, novas pessoas — por fora. E temos feito pouco ou
nenhum esforço para estar em Cristo
1 S. João 3:6 diz que "todo aquele que permanece nEle não vive pecando",
isto é, outra causa e efeito. Devemos esforçar-nos para permanecer nEle, ou
para "não pecar”? A maioria de nós gastamos nosso tempo e energia
procurando não pecar, em vez de empregados para permanecer nEle. Alguns
declaram que esse verso está falando sobre o pecado habitual. Mas, quando
é que um pecado se torna habitual? Será um hábito se for praticado uma vez
ao ano? ou seis vezes por dia? ou duas vezes por semana? É difícil indicar
definidamente quando o pecado se torna um hábito.
Lede o que está escrito na página 61 do livro Caminho a Cristo. "Se
habitamos em Cristo, se o amor de Deus habita em nós, nossos sentimentos,
nossos pensamentos, nossas ações estão em harmonia com a vontade de Deus
tal como se expressa nos preceitos de Sua santa lei." Por favor, não olvideis
este ponto. Nossos sentimentos, nossos pensamentos, nossos propósitos - e
não somente nossas ações - estarão em harmonia com a vontade de Deus.
E isto acontece quando habitamos ou permanecemos em Cristo, e Seu amor
habita em nós.
Já ouviu alguém dizer; "Faz vinte anos que não tomo bebidas alcoólicas,
mas parece que só deixei de beber há três dias”? Mas, se habitamos em Cristo,
nossos sentimentos bem como nossas ações estarão em harmonia com a
vontade de Deus. O Senhor não concede vitória modificando simplesmente
as ações exteriores e deixando de transformar o interior— os sentimentos,
pensamentos e propósitos. Deus opera de dentro para fora. E se nossos
sentimentos, pensamentos e propósitos estiverem em harmonia com a
vontade de Deus, teremos de fazer grande esforço para obedecer, e para
vencer as tentações? Não! Isto acontecerá espontaneamente com aquele que
permanece em Cristo.
Julho 16, domingo A Tentação
Tudo ou Nada
“Acaso, pode a fonte jorrar do mesmo lugar o que é doce e o que é amargoso?
Acaso, meus irmãos, pode a figueira produzir azeitonas ou a videira, figos?
Tampouco fonte de água salgada pode dar água doce.” Tiago 3:11,12
Só há duas opções na vida cristã quanto a permanecer em Cristo. Ou
permanecemos nEle ou não permanecemos nEle. Podemos confiar em Cristo
ou podemos confiar em nós mesmos. Não há outras opções. Não podemos
depender em parte de Cristo e em parte de nós mesmos, ou tudo ou nada!
Se quando nós chegamos a Cristo pela primeira vez nos houvéssemos
apegado ao poder de Deus e permanecido assim desde então, jamais
teríamos desobedecido ou pecado novamente. "Todo aquele que permanece
nEle não vive pecando.” I 5, João 3:6. A maioria de nós, porém, estamos
dispostos a admitir que não temos tido contínua e ininterrupta vitória em
nossa vida cristã, desde o dia em que pela primeira vez fomos ter com Jesus
até o momento presente. Temos de admitir que fracassamos e falhamos,
precisando recorrer frequentemente ao perdão de Deus. Na vida cristã
experimentamos uma oscilação entre a inabalável confiança em Cristo e a
confiança em nosso próprio poder. É por isso que tem havido interrupções
na vitória alcançada. Se o pecado se apodera de mim em qualquer momento,
é porque nessa ocasião eu não estava unido a Cristo pela fé.
Reiteradas vezes nos é declarado que Jesus odiava o pecado. Todo
pecado era uma tortura a Seu espírito (O Desejado de Todas as Nações, ed.
popular, pág. 97). Ele odiou o pecado com ódio perfeito (Mensagens
Escolhidas, livro 1, pág. 322). O contato com o mal era inexprimivelmente
penoso para Ele. (SDABC, vol. 7, pág. 727). Não podia testemunhar uma
ação injusta, sem uma dor que lhe não era possível disfarçar (O Desejado,
pág. 77).
Quando estivermos unidos com Ele pela fé, o pecado será tão
detestável para nós como era para Jesus. Não teremos prazer no pecado
(Mensagens aos Jovens, pág. 338). Olharemos para o pecado com aversão
(O Grande Conflito, pág., 647). No coração renovado haverá ódio ao pecado
(idem, pág. 508). A predominância de um desejo pecaminoso revela a ilusão
da alma (O Maior Discurso de Cristo, pág., 92).
Quando achamos que o pecado é atraente, podemos saber que de
algum modo nos afastamos da inabalável confiança em Deus e que estamos
confiando em nós mesmos. É quando fazemos isso que a tentação tem poder
sobre nós. Mas a vitória ocorre espontaneamente quando confiamos nEle,
Julho 17, domingo A Tentação
Nossa Única Segurança
“Vigiai e orai, para que não entreis em tentação.” Mateus 26:41
“Satanás está bom ciente de que a mais débil alma que permaneça em
Cristo é mais que suficiente para competir com as hostes das trevas. ... Portanto,
procura retirar das suas potentes fortificações os soldados da cruz." — O Grande
Conflito, pág. - 530. Ele sabe que precisa fazer isso para apoderar-se de nós.
Conhece o poder de permanecer em Cristo.
Se o indivíduo que permanece em Cristo é mais que suficiente para
competir com os poderes das trevas, e se quem permanece em Cristo não
vive pecando (1 S. João 3:6) e nem sequer sente inclinação para pecar, mas
acha o pecado repulsivo (O Grande Conflito, pág. 508; O Maior Discurso de
Cristo, pág. 92: e O Desejado de Todas as Nações, pág. 642), como então
Satanás consegue tentar-nos?
Em Caminho o Cristo, páginas 70 e 71, são mencionadas cinco
maneiras pelas quais ele pode trazer tentações sobre nós quando
permanecemos em Cristo. “Quando o pensamento se concentra no próprio eu,
é afastado de Cristo, a fonte de vigor e vida. Por isso é constante empenho de
Satanás conservar a atenção desviada do Salvador, e evitar assim a união e
comunhão da alma com Cristo." Por conseguinte, seu constante empenho é
fazer com que desviemos a atenção da inabalável confiança no poder de
Deus, olhando para nós mesmos. Então acabamos procurando combater o
pecado em nossa própria força. Em seguida, o livro citado menciona as
maneiras pelas quais ele efetua essa separação.
1ª Os prazeres do mundo. Estes teriam de ser prazeres inocentes, mas
que desviam nossa atenção de Deus.
2ª Os cuidados, perplexidades e pesares da vida. Todos temos tido
nosso quinhão dessas coisas, e sabemos quão difícil é às vezes continuar
confiando em Deus quando surgem perturbações.
3ª As faltas alheias. Vosso pensamento já se desviou de Cristo por
causa das faltas alheias?
4.ª Nossas próprias faltas e imperfeições, este ponto é deveras eficaz
no caso dos que são muito conscienciosos! E finalmente:
5ª Ansiedade e temor quanto à nossa salvação.
Seria inútil se Satanás se acercasse de alguém que está permanecendo
em Cristo e o tentasse a transgredir um dos mandamentos. O pecado é
repulsivo àquele que permanece em Cristo. Assim, Satanás se aproxima com
alguma coisa que desvie nossa atenção de Jesus. Unicamente permanecendo
em Cristo e olhando firmemente para Ele é que alcançamos a vitória.
Julho 18, segunda-feira A Tentação
Jesus Tira os Nossos Pecados
“Sabeis também que ele se manifestou para tirar os pecados, e nele não existe
pecado.” 1 João 3:5
Alguém escreveu um livro sobre como viver uma viria cristã vitoriosa.
O autor é mencionado no livro como "cristão desconhecido”. Quando vi isto,
pensei que será que ele queria dizer-me. Como viver a vida cristã vitoriosa,
por um cristão desconhecido! Quem fez isso? Pode alguém fazê-lo?
Ao falar sobre a vida vitoriosa, não estamos falando sobre como vencer
o pecado desconhecido. Isto teria de ser completamente da alçada de Deus.
Como poderíamos fazer alguma coisa com algum pecado de que nem sequer
temos conhecimento? E não estamos falando sobre o que acontecerá com a
natureza pecaminosa. Tudo que acontece com nossa natureza pecaminosa
também precisa ser manejada inteiramente por Cristo. A única coisa da qual
estamos cientes e sobre que podemos falar é como vencer o pecado
conhecido. Não estamos tratando da perfeição absoluta, mas simplesmente
da questão de vencer o pecado de que temos conhecimento. Isto é possível,
isto é necessário e isto é o plano de Deus para nós em nossa vida na
atualidade.
O pecado pode ser vencido? A resposta é: Sim! Uma Pessoa venceu-o.
Seu nome é Jesus. De acordo com Hebreus 4:15, Ele foi tentado em todas
as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado. I S. Pedro 2:22 diz que Ele
não cometeu pecado, nem dolo algum se achou em Sua boca. Em S. João
16:33 é mencionado o que Jesus disse a Seu próprio respeito: ‘‘Eu venci." I
S. João 3:5 declara que nEle não existe pecado. Mas o mesmo versículo
também nos diz que Ele veio tirar os nossos pecados. Jesus viveu uma vida
sem pecado porque era Deus? Ou foi pelo poder de Deus unido a Sua
natureza humana, da mesma maneira que acessível a cada um de nós?
Jesus viveu Sua vida como homem, não como Deus. Ele era Deus. Mas
não usou esse poder para viver a Sua vida. Quando Ele disse: "Eu nada posso
fazer de Mim mesmo", estava indicando que é nosso Exemplo. Veio mostrar-
nos como viver na dependência de outro poder. O poder que Ele teve para
viver Sua vida perfeito provinha do alto, e não do Seu íntimo.
Não é necessário que me digam que, separado de Jesus, não tenho
poder algum dentro de mim. Já fui derrotado tantas vezes que estou bem
ciente deste fato. Mas, se o Seu poder também está à minha disposição,
então me é possível viver hoje em dia como Ele viveu, sendo mais que
vencedor, por meio dAquele que nos amou.
Julho 19, quarta-feira A Tentação
Vivendo Sem Pecar
“Ao vencedor, dar-lhe-ei sentar-se comigo no meu trono, assim como também
eu venci e me sentei com meu Pai no seu trono.” Apocalipse 3:21
Pode alguém viver sem pecar? Sim, Jesus o fez. Podemos viver sem
pecar? Não. Romanos 8:7 declara que a mente pecaminosa não está sujeita
a Lei de Deus, nem mesmo pode estar. Romanos 3:23 diz que todos
pecaram. Até que compreendamos a nossa situação desesperadora, não
existe a menor possibilidade de presumirmos que conseguiremos resolver a
questão de viver sem pecar. Somos pecadores, e continuaremos sendo
pecadores até que sejamos transformados por ocasião da volta de Cristo.
Chegamos assim a um enigma estranho. Salmo 1:6 diz, que o Senhor
conhece o caminho dos justos. Bem, todos somos chamados justos em
virtude de Jesus. Mas, é só isso que se acha envolvido? II Coríntios 5:21
declara que Jesus Se tornou pecado por nós, para que nEle fôssemos feitos
justiça de Deus. Sendo assim, tudo que puder ser realizado em nossa
existência no sentido de viver sem pecar será efetuado mediante a ligação
com Jesus, e nunca independentemente dEle. Por conseguinte, se
perguntarmos se alguém pode ou não viver sem pecar, a resposta é: Sim.
Houve Alguém que conseguiu fazê-lo. Seu nome é Jesus. Separados dEle,
nós não podemos viver sem pecar. Mas podemos e precisamos fazê-lo em
ligação com Ele.
Não é necessário ler muita coisa do livro do Apocalipse para encontrar
a expressão: "Ao vencedor." Vencer é uma das últimas realidades que
vislumbramos na Bíblia quanto às pessoas que viverem antes de Jesus voltar.
Quando Jesus disse a mulher que foi arrastada a Sua presença: “Vai, e
não peques mais” e quando disse ao paralítico curado por Ele: “Não peques
mais”, será que tais palavras eram destituídas de significado? Podiam eles
obedecer à ordem do Mestre? Era passive! Mediante o Seu poder? Claro que
sim!
Não nos demos ao trabalho de procurar imaginar quem conseguiu fazê-
lo, isto não compete a nós. Procurar determinar a verdade com base em
quem a praticou é algo muito arriscado. Jesus é nosso exemplo, e devemos
olhar para Ele. Se permanecermos nEle como Ele em Seu Pai. seremos
vitoriosos como Ele o foi. É unicamente olhando para Jesus, e não para os
que nos rodeiam ou para nossa própria vida, procurando avaliar-nos a nós
mesmos, que alcançamos a vitória.
Julho 20, quinta-feira A Tentação
Continuai a Olhar Para Jesus
“Sede sóbrios e vigilantes. O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como
leão que ruge procurando alguém para devorar.” 1 Pedro 5:8
Uma das atividades favoritas de Satanás é golpear-nos a cabeça com
nossos fracassos, deficiências e erros. Provavelmente há muitas razões para
isso, em primeiro lugar, quando nos sentimos culpados somos infelizes, e ele
gosta de tornar-nos infelizes. Em segundo lugar, se ele pode concentrar
nossa atenção nas faltas que temos cometido, é muito provável que
continuaremos a cometê-las, pois nossa atenção se desviará de Jesus. E em
terceiro lugar, se ele puder conduzir-nos a tal desalento que fiquemos
desesperados e abandonemos toda a comunhão com Cristo e até deixemos
de procurar ser cristãos, então ele alcançou seu principal objetivo.
Sempre que deixamos de olhar para Cristo, o diabo faz imediatamente
com que nos preocupemos com o nosso procedimento. Se permanecestes
em Cristo o dia todo, exceto alguns minutos em que perdestes a calma e
atirastes a frigideira pela janela da cozinha, que sobressai em vossa mente
no fim do dia?
E que espécie de vitória é lembrada por mais tempo? A vitória que
ocorreu quando permanecestes em Cristo, fazendo com que a tentação se
afigurasse detestável e repulsiva? ou aquela em que lutastes por três dias,
querendo desesperadamente ceder, mas conseguindo não o fazer por que
sabíeis que estava errado? Quando compreendemos que a vitória de dentro
para fora é a única vitória real que existe, e que, quando achamos o pecado
desejável e atraente. Já pecamos, interiormente, quer cometamos ou não a
ação errada, sabemos então que a vitória pela qual lutamos por três dias
provavelmente apenas era externa, não sendo, portanto, uma vitória real.
Mas ainda nos lembramos mais dela do que das vitórias espontâneas e
genuínas que ocorrem quando olhamos para Cristo.
Por isso nunca é seguro olhar para nosso próprio desempenho
comedida de nosso crescimento cristão. Se desviarmos a atenção de Jesus e
olharmos para nós mesmos, seremos inevitavelmente dominados pelo
orgulho ou pelo desalento, segundo encararmos nossa maneira de proceder.
Porém, se olharmos continuamente para Jesus e pensarmos e falarmos em
Sua Pessoa e em Seu amor por nós, permaneceremos cada vez mais nEle, e
"todo aquele que permanece nEle não vive pecando.”
Julho 21, sexta-feira A Tentação
Vencendo o Mundo
“Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que
vence o mundo: a nossa fé.” 1 João 5:4
Se todos vencêssemos o pecado, isto certamente reduziria as tragédias
que experimentamos neste mundo, não é mesmo? Estou interessado em
vencer o pecado, E vós? Sabemos que isto só se dará quando concentrarmos
a atenção em Jesus. A Bíblia tem algo a dizer sobre o pecado e como vencê-
lo.
Deus tem apenas um tipo de vitória sobre toda espécie de pecado, e
essa vitória é natural e Espontânea para aquele que permanece em Cristo.
Todas as vitórias forçadas são as que obtemos por nós mesmos. E o que
chamamos de vitória nesse caso é só alguma coisa exterior. A Bíblia torna
bem claro que Deus deseja conceder-nos poder para livrar-nos de pecar. Ele
também tomou providências para perdoar aos que caem e erram enquanto
estão crescendo, podemos ser gratos por ambas essas verdades hoje em
dia.
A justiça de Cristo abrange tanto o perdão de Deus como o Seu poder
para vencer. No entanto, precisamos lembrar-nos de que a pessoa que vence
o pecado não anda proclamando isso, nem afirma que é sem pecado. Em I
S. João 1:8, lemos que se alguém disser que não tem pecado (ou natureza
pecaminosa, a si mesmo se engana. Isto, porém, não desfaz a verdade
bíblica de que podemos vencer o pecado.
Já ouviu alguém dizer que não deixaremos de pecar enquanto vivermos
neste mundo; mas, contanto que odiemos o pecado, tudo está bem, pois
isso é tudo que Deus espera de nós? Dizemos isto aos assassinos? Dizemos-
lhes que façam o possível para não matar muitas pessoas e que, contanto
que odeiem o que estão fazendo, não haverá problema, pois isso é o máximo
que Deus espera deles? Damos esse conselho aos ladrões, aos ébrios ou aos
adúlteros? E será que devemos obter conforto dessa ideia para os nossos
"pequenos" pecados?
Em I S, João 5:4 encontramos um dos fatores-chave na vitória sobre
o pecado. "Esta é a vitória que vence o mundo, a nossa fé." Quando nos
inteiramos de que a fé constituí um subproduto da comunhão com Cristo, e
de que ela é confiança em Alguém que sabemos ser fidedigno, torna-se claro
que o caminho para a vitória é o constante companheirismo e comunhão com
Cristo. Este é o meio usado por Ele para conduzir-nos a verdadeira
obediência.
Julho 22, sábado A Tentação
Passos Para a Vitória
“Porquanto o que fora impossível à lei, no que estava enferma pela carne, isso fez
Deus enviando o seu próprio Filho em semelhança de carne pecaminosa e no
tocante ao pecado; e, com efeito, condenou Deus, na carne, o pecado.” Romanos
8:3
O pecado nunca é vencido separadamente da comunhão com Cristo
pela fé. Mas, dentro dessa relação com Ele, há diversos passos a que Deus
nos conduz para vencermos o pecado em nossa vida. O primeiro é admitir
que o pecado é pecado. Se tendes lutado com um problema, e não
alcançastes a vitória, talvez seja esta uma de vossas dificuldades. Chegastes
a reconhecer que o pecado é pecado, ou ainda estais procurando justificá-
lo? O Espírito Santo vos trouxe convicção neste sentido, ou estais procurando
basear-vos no que dizem vossos pais ou no que pensam vossos vizinhos ou
vosso pastor? A vitória só advém quando nós mesmos reconhecemos que
algo é pecado.
Depois, então, precisamos reconhecer que por nós mesmos não
podemos fazer coisa alguma nesse sentido. A pessoa forte pode controlar
suas ações exteriores, mas não venceu o pecado. Este sempre provém do
íntimo, e só é vencido pelo poder de Deus.
Quando chegamos a reconhecer o pecado e admitir nossa incapacidade
para conhecê-lo, temos de compreender união em que consiste a batalha.
Romanos 8:3 e 4 diz que aquilo que era "impossível à lei, no que estava
enferma pela carne, isso Deus fez enviando o Seu próprio Filho em semelhança
de carne pecaminosa e no tocante ao pecado; e, com efeito, condenou Deus, na
carne, o pecada. A fim de que o preceito da lei se cumprisse em nós que não
andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito.” Se procuramos vencer em
nossa própria força, só encontraremos debilidade. Mas, se nos chegarmos a
Cristo e consentirmos que Seu Espírito opere em nós, seremos vitoriosos. Se
aplicarmos toda a nossa força de vontade em procurar manter comunhão
com Cristo pela fé, não sobrará nada para combatermos o pecado e o diabo.
E é assim que deve ser, pois Cristo prometeu fazer isto por nós. (Review and
Herald. 2 de agosto de 1898.)
Outro passo é reconhecer que Deus não nos condena. Ele não enviou
Seu Filho ao mundo para que condenasse o mundo. Ao vermos o amor de
Jesus e compreendermos a amorosa aceitação que Deus nos concede, é
enternecido o nosso coração e transformada a nossa vida. E, finalmente, ao
vermos o que o pecado fez para Jesus, no Calvário, isto se torna um poderoso
escudo contra a tentação.
Julho 23, domingo A Tentação
A Amorosa Presença de Deus
“Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama; e
aquele que me ama será amado por meu Pai, e eu também o amarei e me
manifestarei a ele.” João 14:21
“Como anteparo à tentação, e inspiração à pureza e à verdade, nenhuma
influência pode igualar a intuição da presença de Deus " — Educação, pág. 255.
Estais tendo problemas com o pecado em vossa vida? Uma das verdadeiras
razões detrás disso talvez seja que não tendes intuição da presença de Deus,
pois se tivésseis tal intuição possuiríeis um poderoso anteparo à tentação.
Talvez pareça um tanto místico e etéreo que Jesus pode ser mais real
para nós do que para os discípulos, quando Ele andava pelas poeirentas
estradas da Galiléia. Mas é verdade. S. João 14:21 torna bem claro que Jesus
nos ama e Se manifestará a nós. E essa intuição de Sua presença é nosso
anteparo contra a tentação e o pecado. Ao tomarmos a deliberada decisão
de continuar mantendo diária comunhão com Jesus, Ele nos conduzirá cada
vez mais à constante percepção de Sua presença.
Eu costumava voltar da escola para casa e ir diretamente ao pote de
bolinhos. (Penso que eram bolinhos de melado com germe de trigo!) Eu o
fazia porque estava com fome. Agora estou pagando pelo meu passado,
porque tenho filhos que precisam ser afastados... da caixa de maçãs! Mas
quando mamãe estava na cozinha, com sua “amorosa" presença,
subitamente eu não linha dificuldade em manter-me afastado do pote de
bolinhos. Entretanto, mamãe nem sempre podia estar na cozinha. Ela não se
achava ali quando estava no porão, no quintal ou no andar de cima. Mas
Deus, por meio de Seus anjos e do Espírito Santo, pode estar presente em
toda a parte. Não há nenhum lugar em que possamos fugir da presença de
Deus. Se nos inteirássemos disso em todos os momentos, quão diferente
seria nossa vida, não é mesmo?
E é a amorosa presença de Deus que nos circunda constantemente.
Não é uma presença condenatória O temor evitará que alguém assalte um
banco enquanto houver agentes policiais nesse local. O temor evitará que o
rapaz passe dos limites com a sua namorada no parque quando a Lua está
brilhando, se o pai e a mãe estiverem ali por perto. O temor evitará muitas
coisas. Mas a presença de Deus que nos serve de anteparo é uma presença
amorosa. Ela é real. É a amorosa presença de Jesus que nos dá poder para
sermos vitoriosos.
Julho 24, segunda-feira A Tentação
O Pecado Conduz a Pecados
“Todo aquele que pratica o pecado também transgride a lei, porque o pecado é a
transgressão da lei.” 1 João 3:4
Há uma diferença entre tentação e tentações. É a mesma diferença
entre pecado e pecados. Pecado é viver separado de Deus. Pecados
constituem os resultados disso — a prática de coisas erradas, os atos de
transgressão. Jesus nunca viveu separado de Deus, embora houver se
evidentemente algumas atrações para que Ele fosse independente e
confiasse em Seu próprio poder. Como resultado de não viver separado de
Deus, mas levar uma vida de constante dependência de Deus, os pecados
ou as tentações não tinham atração sobre Ele. Jesus os repelia. Se em
determinado momento confiarmos inteiramente no poder de Deus, e Satanás
nos assaltar com uma de suas tentações para cometer pecados, nós a
repeliremos assim como Jesus o fazia. A vitória ocorre espontaneamente,
pois não achamos que a proposta é atraente. Não consideramos desejável o
mau ato.
Quando, porém, confiarmos em nós mesmos, sermos suscetíveis as
tentações de Satanás, pelo menos internamente. As tentações ocorrem nesta
sequência: Primeiro, é apresentada a tentação. Não há pecado em ser
tentado. Então reconhecemos a tentação e temos oportunidade de
considerá-la. Isto ainda não é pecado, pois Jesus, no deserto, reconheceu
que estava sendo tentado e sabia quais eram as questões envolvidas.
O segundo passo nas tentações só ocorre para os que não confiam no
poder de Deus no momento da tentação: isto é, eles consentem com ela em
seu pensamento. Interiormente, há uma reação positiva que parece ser
agradável. É uma espécie de caixa de surpresas cuja alavanca é empurrada,
lançando o boneco para fora. Mas para aquele que confia em Cristo, não
ocorre essa reação interior que leva a pessoa a achar a tentação desejável e
atraente.
Quando consentimos interiormente com uma tentação, nós já
pecamos, porque os pecados sempre começam no íntimo (todo aquele que
odeia a seu irmão é assassino: todo aquele que olha para alguém com
intenção impura é adúltero). Para a pessoa que confia em sua própria força,
essa anuência ocorre em todas as ocasiões. Unicamente quando confiamos
no poder de Deus é que somos habilitados alcançar a vitória até mesmo
sobre os desejos.
Julho 25, terça-feira A Tentação
Quando as Tentações se Tornam Pecado
“Ao contrário, cada um é tentado pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e
seduz.” Tiago 1:14
Joana tinha um problema com a honestidade. Ou seria melhor dizer
que era um problema com a desonestidade? Bom, seja como for, ela era uma
trapaceira. Ela era uma ladra. Mas um dia Joana encontrou-se com Alguém
que fizera de um ladrão Seu último amigo sobre a Terra, e começou a travar
conhecimento com Ele. Convenceu-se de que roubar era pecado; mas, além
disso, convenceu-se de que durante toda a sua vida estivera separada de
Deus. Começou a compreender algo do amor e da aceitação de Deus, mesmo
para os ladrões, e sentiu necessidade dEle, Entregou-se a Ele e se converteu.
Um dia Joana entrou numa mercearia. Ao chegar a um canto, notou
que alguém deixara ali um carrinho de compras contendo uma bolsa aberta
na qual havia uma carteira bem recheada, que podia ser apanhada com
facilidade. Uma tentação! Ora, não é pecado deparar com uma bolsa deixada
ao esquecimento. Até aqui, portanto, tudo estava bem para Joana.
Ela reconheceu imediatamente que isso era uma tentação.
Compreendeu que estava tendo a oportunidade de roubar o dinheiro de
alguém. Mas ainda não havia pecado. Reconhecer a tentação não é pecado.
Jesus reconhecia que estava sendo tentado, mas nunca pecou. Sendo assim,
Joana ainda mantinha o controle de si mesma.
Só havia duas possibilidades a ocorrerem em seguida. Se Joana
confiasse nesse momento no poder de Deus e fosse dominada por Ele. Seria
repelida a ideia de roubar. Ela a consideraria repulsiva. E nesse instante
obteria a vitória espontaneamente.
Entretanto se naquele momento ela confiasse em seu próprio poder,
sua reação interna seria a seguinte: “Que oportunidade!” Consentiria
mentalmente com a tentação. Provavelmente faria alguns planos. “Quero ver
se realmente não há ninguém aqui por perto. Eu poderia pegar a carteira e colocá-
la no bolso do casaco....” Se esses planos seriam ou não executados
dependeria em grande parte da força de vontade dessa pessoa e do domínio-
próprio que ela conseguisse reunir. Porém, ela já pecou quando consentiu
com o furto em sua mente. Já pecou, seja qual fosso a ação que praticasse.
A verdadeira vitória só provém do interior, e ocorre espontaneamente
quando confiamos no poder de Deus, e não no nosso próprio poder.
Julho 26, quarta-feira A Tentação
Sendo Bom Por Não Ser Mau?
“Eu, porém, vos digo: qualquer que olhar para uma mulher com intenção impura,
no coração, já adulterou com ela.” Mateus 5:28
Se é verdade que os pensamentos e os intuitos são levados em tanta
consideração como as ações, e que quando consentimos interiormente com
o pecado, nós já pecamos, quer tenhamos chegado a cometer a ação, quer
não, por que não chegar então a praticá-la? Se já pecamos, e perdemos a
batalha, na ocasião em que achamos atraentes os pensamentos impuros,
por que não praticar ações impuras?
Bem, em primeiro lugar, pode haver boas razões morais para não
praticarmos a ação pecaminosa, as quais nada têm que ver com Deus, com
a vitória ou com a vida espiritual. Se tivermos suficiente força de vontade
para não matar a alguém contra o qual estamos irados, conseguiremos evitar
que sejamos presos, e isso é plausível. E haveria alguns benefícios reais para
a pessoa que odiamos. Há uma porção de benefícios morais a serem colhidos
de conduta positiva. Mas isso ainda não é vitória à vista de Deus. E há outra
razão, além dos benefícios morais, que faz com que seja uma boa ideia não
favorecer todo pecado interior por uma manifestação exterior. Há poder
disponível para retornar a Jesus e Seu poder antes que o fracasso interior se
exteriorize.
Quando compreendemos que já pecamos ao consentir interiormente
com o mal, e se não mais chamamos isso da vitória, temos então o ensejo
de nos volvermos para Deus em busca de arrependimento, antes de
praticarmos a má ação. Podemos reconhecer que nossos olhos, de algum
modo, se desviaram de Cristo, e nem sequer tentaremos combater o inimigo
em nossa própria força, mas admitiremos nossa incapacidade, e
recorreremos ao poder de Deus.
Para o cristão em crescimento, poderá haver ocasiões em que ele
confiará em sua própria força e cedendo interiormente à tentação. Em
virtude dos benefícios morais a serem colhidos, talvez tenhamos de ranger
os dentes e usar nossa própria fibra para evitar que a derrota interior seja
acompanhada pelo pecado exterior. Mas não devemos chamar isso de vitória!
Se não estamos dispostos a admitir que temos andado longe de Cristo,
decorrerá muito mais tempo até que resolvamos colocar-nos novamente sob
o Seu poder. Quando, porém, admitimos que já pecamos e nos volvemos A
Ele em busca de arrependimento, Cristo no-lo concederá.
Julho 27, quinta-feira A Tentação
Fazendo o que é Certo por Não Fazer o que é Errado?
“Eu, porém, vos digo que todo aquele que [sem motivo] se irar contra seu irmão
estará sujeito a julgamento.” Mateus 5:22
Certo dia, enquanto eu dava uma aula de Bíblia num colégio, notei que
dois de meus alunos, na fileira de trás, estavam se beijando. Isto constituiu
um insulto para mim. Fiquei irado. Perdi a calma. Em primeiro lugar, porque
achei não ser muito apropriado que eles fizessem semelhante coisa. Em
segundo lugar, porque era uma censura a minhas habilidades como
professor. Eles deviam ter ficado tão fascinados com a minha apresentação
que não tivessem tempo para se beijar! Mentalmente, dirigi-me até onde
eles estavam sentados e bati a cabeça de um deles contra a do outro, (Na
realidade, não teria sido tão fácil fazer isso, pois havia bem pouco espaço
entre as cabeças desse casal de namorados!)
Entretanto, não cheguei a praticar esse ato. Fui tentado. Reconheci a
tentação. E visto que não confiei no poder de Deus naquele momento,
embora eu estivesse dando uma aula de Bíblia, pequei, consentindo com a
tentação. Achei que era uma boa ideia. Atendi à sugestão mental. Planejei
pô-la em execução, mas não o fiz, consegui controlar-me, evitando ser
violento, com efeito, mantive tal serenidade que, tanto quanto eu saiba,
ninguém percebeu que eu estava perturbado. Não efetuei a ação porque
achei que a administração não teria boa impressão de minhas técnicas se
ficasse sabendo o que se passara. E, não tinha certeza de que isso melhoraria
a comunicação com os outros alunos da classe. Assim mesmo, porém, eu
havia pecado. A vista de Deus, eu batera a cabeça de um deles contra a do
outro! Não alcançará uma vitória, embora conseguisse controlar minhas
ações exteriores.
Quando falamos da necessidade de que a vitória seja tanto interna
rumo externa, para que realmente se torne uma vitória, não estamos
estimulando as pessoas a fazer o que bem entendem enquanto esperam que
Deus lhes transforme o íntimo da alma. Em certo sentido, porém, isto
provavelmente não constitui um perigo, pois haverá suficientes razoes
egocêntricas para bom procedimento exterior. Se alguém é bem forte, não
escolherá ser lançado na prisão ou destruir sua reputação, quer haja ou não
vitória à vista de Deus. Mas não deixa de ser importante compreendermos
que a única vitória real é a que provém do íntimo. Reconheceremos então a
necessidade de confiar em Deus, a qual advém como resultado de nossa
comunhão com Ele.
Julho 28, sexta-feira A Tentação
O Esquadrinhador do Coração
“Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente
corrupto; quem o conhecerá?” Jeremias 17:9
“Assim diz o Senhor: Maldito o homem que confia no homem, faz da carne
mortal o seu braço, e aparta o seu coração do Senhor! Porque será como o arbusto
solitário no deserto, e não verá quando vier o bem: antes morará nos lugares
secos do deserto, na terra salgado e inabitável. Bendito o homem que confia no
Senhor, e cuja esperança é o Senhor. Porque ele é como a árvore plantada junto
às águas, que estende as suas raízes para o ribeiro e não receia quando vem o
calor, mas a folha fica verde; e no ano de sequidão não se perturba nem deixa
de dar fruto." Jer. 17:5-8. Aqui é apresentado um contraste entre aquele que
confia no Senhor e aquele que confia na carne ou em si mesmo. O livro de
Provérbios declara que quem confia em seu próprio coração é insensato.
O texto para hoje diz que o coração humano é enganoso — mesmo no
que diz respeito a confiarmos em Deus ou em nós mesmos. Já descobriu que
estava confiando em si mesmo, sem que o soubésseis, até ocorrer um
terrível queda, mostrando quão enganoso realmente era o vosso coração,
por que pensava estar confiando em Deus? O Senhor, em Sua bondade,
tomou providências para esquadrinhar-nos o coração e provar nossos
pensamentos.
"Deus conduz avante Seu povo, passo a passo. Leva-os a diferentes pontos,
destinados a manifestar o que está no coração. Alguns resistem em um ponto,
mas caem no seguinte. A cada ponto mais adiante, o coração é provado um pouco
mais de perto.... Aí têm eles oportunidade de ver o que, em seu coração, está
excluindo a Jesus” — Test. Seletos. vol. 1. pág. 64.
A pessoa que permanece na força de Cristo experimenta o poder de
Deus para que o pecado não tenha domínio sobre ela. "Cristo mudará o
coração. Nele habitará, pela fé. Pela fé e contínua submissão de vossa vontade a
Cristo, deveis manter essa ligação com Ele; e enquanto isso fizerdes, Ele operará
em vós o querer e o efetuar, segundo o Seu consentimento." — Caminho a
Cristo, pág. 62. Não nos compete examinar-nos momento após momento
para ver se permanecemos em Sua força. Podemos não ser capazes de julgar
corretamente. Nossa parte consiste em continuar mantendo comunhão com
Cristo pela fé, e Ele nos conduzirá à vitória.
Julho 29, sábado A Tentação
A Verdadeira Questão na Tentação
“Torre forte é o nome do Senhor, à qual o justo se acolhe e está seguro.”
Provérbios 18:10
“Os que reconhecem sua debilidade confiam em um poder mais elevado do
que o próprio eu, e enquanto olham para Deus, Satanás não tem poder sobre
eles. Mas os que confiam em si mesmos são derrotados com facilidade.” —
Review and Harold, 16 de dezembro de 1902.
Se Satanás não tiver poder sobre nós, não acharemos atraentes as
mediações do pecado. Não estamos dizendo que será erradicada a natureza
pecaminosa. Mas enquanto estivermos sendo dominados pelo Espírito Santo,
não seremos suscetíveis as incitações do pecado, mesmo que sejamos
tentados.
A tentação, quando não achamos atraente a sugestão de coisas
pecaminosas, é a tentação para desligar-nos do domínio e posse das
instrumentalidades celestiais e enfrentá-la sozinho, confiando em nossa
própria força. Esta foi a grande tentação de Jesus.
Nas ocasiões em que nos encontramos no estado de total dependência
de Deus, obtemos a vitória sobre todos os pecados. Mas o cristão em
crescimento é desviado facilmente dessa condição.
Josué foi um dos homens mais piedosos que já viveram. Foi um dos
dois, dentre a vasta multidão, que tiveram suficiente fé em Deus para
percorrer todo o trajeto do Egito à Terra Prometida. Ele experimentou o
poder de Deus de tal maneira que seu exército se tornou inexpugnável ao
inimigo. Pela fé eles atravessaram o Jordão e entraram na Terra Prometida.
Pela fé caíram os muros de Jericó. Mas, em seguida, vemos Josué confiando
em sua própria força para conquistar pequena aldeia de Ai, e suas tropas
foram derrotadas.
Assim, o cristão em crescimento é desviado com facilidade. "Satanás
está bem ciente de que a mais débil alma que permaneça em Cristo é mais que
suficiente para competir com as hostes das trevas.... Portanto, procura retirar
das suas potentes fortificações os soldados da cruz.” — O Grande Conflito, pág.
530. Tiago fala a esse respeito, dizendo; "Cada um é tentado pela sua própria
cobiça, quando esta o atrai e seduz. Então a cobiça, depois de haver concebido,
dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte," S. Tg. 1:14
a 15. Há um afastamento na tentação que resulta em tentações de toda a
espécie. Porém, enquanto confiarmos no poder de Deus não poderemos ser
vencidos.
Julho 30, domingo A Tentação
O Amor de Deus Revela Nossa Fraqueza
“Ora, a perseverança deve ter ação completa, para que sejais perfeitos e íntegros,
em nada deficientes.” Tiago 1:4
Satanás sabe que enquanto confiarmos no poder de Deus e fixarmos o
olhar em Jesus, seremos inexpugnáveis a suas tentações. Portanto, ele
procura desviar-nos, fazendo com que nossa atenção se centralize em nós
mesmos, pois deste modo conseguirá vencer-nos. O fato cruel é que muitas
vezes não sabemos quando nos desviamos. Já passou pela experiência de
ter uma significativa vida devocional com Jesus de manhã cedo, e por volta
do meio-dia ser completamente vencido pelo inimigo nalguma debilidade
pessoal, sem que soubesse em que ponto se afastou de Jesus?
Deus, em Sua bondade, misericórdia e amor, está interessado em
revelar-nos quão facilmente nos desviamos da confiança nEle. Ajuda-nos a
compreender o quanto antes possível que nos afastamos dEle, e quer
auxiliar-nos a compreender o que nos livrará disso. Chegamos, portanto, ao
probante e penoso processa de nos ser revelado como é o nosso caráter. S.
Tiago 1:2-4 nos diz que devemos acolher o processo de prova com alegria,
pois ele produz crescimento e paciência, Deus não ocasiona as tentações e
aflições, mas pode usá-las para revelarmos o quanto necessitamos dEle.
Deus nos conduz de um ponto a outro, com a finalidade de mostrar-
nos o que se passa em nosso coração. Isto é descrito na página 470 do livro
A Ciência do Bom Viver: "Muitos que sinceramente consagram a vida ao serviço
de Deus, ficam surpresos e desiludidos ao encontrar-se, como nunca, rodeados
de obstáculos e assediados por provas e perplexidades. Oram para que seu caráter
se assemelhe ao de Cristo e se tornem aptos para a obra do Senhor, e, contudo,
são postos em circunstâncias que parecem provocar toda a malícia de sua
natureza. São-lhes reveladas faltas, de cuja existência jamais haviam suspeitado.
Como o Israel de outrora, perguntam: 'Se Deus nos conduz, por que nos sucedem
todas estas coisas’”?
O propósito de Deus é revelar-nos, passo a passo, ponto a ponto, onde
é que somos tentados a confiar em nossa própria força e a afastar-nos de
Seu poder. Ao suportarmos a prova e continuarmos buscando a comunhão
diária com Ele, conduzir-nos-á o mais depressa possível à total dependência
dEle, bem como ao Seu completo domínio e posse, em todo o tempo.
Julho 31, segunda-feira A Tentação
A Luz Que Não Ofusca a Vista
“Mas a vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais
até ser dia perfeito.” Provérbios 4:18
Já se perguntou por que os grandes pecados parecem ser vencidos com
mais facilidade do que os “pecadinhos”? A resposta está no fato de que
podemos vencer todo pecado enquanto confiarmos no poder de Deus, e de
que não podemos vencer nenhum pecado quando confiamos em nosso
próprio poder. Antes, porém, de estarmos dispostos a confiar no poder de
Deus, precisamos ser levados a perder a confiança em nosso próprio poder.
Achamos mais fácil reconhecer que não podemos vencer os “grandes"
pecados, e se torna muito mais difícil compreender que somos incapazes de
combater o diabo por nós mesmos no tocante aos "pequenos” pecados.
Somos derrotados porque nós mesmos procuramos enfrentar estes últimos
pecados.
Imaginai estar num quarto escuro a que já vos habituastes. Ele contém
uma persiana, que está fechada. Se alguém puxasse o cordão ao lado,
erguendo rapidamente a persiana, a repentina claridade vos ofuscaria os
olhos. Deus, em Seu amor, abre a persiana aos poucos, Ele não nos revela
imediatamente tudo que deseja mostrar-nos. Começa com as grandes
questões e os pecados mais evidentes. Se aprendermos a confiar nEle para
vencê-los. Ele passa a lidar com os “pecadinhos”, conduzindo-nos passo a
passo.
Se temos de palestrar com um homem condenado à morte, não
começamos a falar-lhe sobre engraxar sapatos na sexta-feira à noite. Há
uma sequência reconhecida pelo próprio Deus. Em Êxodo 23, o Senhor
declara que venceria o inimigo para Seu povo. Promete expelir todos os seus
adversários. Diz que enviaria vespões, os quais são armas extremamente
eficazes! E então Ele acrescenta nos versos 29 e 30: "Não os lançarei fora de
diante de ti, num só ano, para que a terra se não torne em desolação, e as feras
do campo se não multipliquem contra ti. Pouco a pouco os lançarei de diante de
ti, até que te multipliques e possuas a terra por herança,"
Deus sabe que se Ele procurasse transformar-nos repentinamente e
nos revelasse todas as nossas fraquezas de uma só vez, seríamos destruídos.
Portanto, Ele o faz aos poucos, à medida que nós, em nossa fraqueza, o
possamos suportar. Mas, enquanto continuarmos buscando Sua comunhão
dia a dia, a obra que Ele começou em nossa vida será levada avante até a
conclusão (Filipenses 1:6).
Agosto 1, terça-feira O Testemunho
A Testemunha Silenciosa
“Em verdade, em verdade te digo que nós dizemos o que sabemos e testificamos
o que temos visto; contudo, não aceitais o nosso testemunho.” João 3:11
Imaginemos a cena de um julgamento num tribunal. O réu é
introduzido no recinto. O promotor público e o advogado de defesa tomaram
seus lugares. O juiz entra, e inicia-se a sessão. A primeira testemunha é
chamada ao estrado. Ela faz o juramento e se assenta. Começa o
interrogatório.
- Onde o senhor estava por volta das dez horas da noite do dia 27?
Silêncio.
-Eu perguntei: Onde o senhor estava na noite do dia 27?
Mais silêncio.
E o juiz indaga:
- Por que não está respondendo às perguntas?
- Bom - declara a testemunha afinal - acho que ser uma testemunha
silenciosa é suficiente. Deve ser evidente a todos, por minha simples
presença neste tribunal, o que eu sinto a respeito deste caso, e creio que
isto diz tudo. Não gosto de responder a perguntas. Posso dar uma resposta
errada ou algo parecido. Prefiro ser meramente uma testemunha silenciosa.
O juiz ordena que a primeira "testemunha" se retire do recinto, e chama
outra testemunha. Esta faz o juramento e toma seu lugar no estrado das
testemunhas. O julgamento continua.
- Onde o senhor estava por volta das dez horas da noite do dia 27?
-Em casa, deitado na cama.
- Viu ou ouviu algo fora do comum?
-Não. Eu não só estava na cama, mas as cortinas tinham sido fechadas,
o meu rádio tocava músicas suaves, as luzes estavam apagadas, eu pusera
o travesseiro sobre a cabeça e estava dormindo. Não vi nem ouvi coisa
alguma!
-E o senhor é uma testemunha?
A maioria dos cristãos, hoje em dia, se assemelham a uma ou outra
dessas duas testemunhas. Ou resolvem continuar sendo testemunhas
silenciosas, ou não têm nada de pessoal a dizer. E por isso seu testemunho
para Cristo é ineficaz. Unicamente quando nos envolvemos pessoalmente
com o Senhor Jesus e temos um testemunho individual a ser dado, e o damos
- por nossa influência, mas também por nossas palavras - é que nos
tornamos testemunhas eficazes para Ele.
Agosto 2, quarta-feira O Testemunho
Por que o Reavivamento se Desvanece?
“Pois quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; quem perder a vida por minha
causa, esse a salvará.” Lucas 9:24
Credes que testemunhar sempre é algo espontâneo? Se realmente
tivestes um vislumbre do amor de Jesus, conseguireis manter-vos silenciosos
a esse respeito? ou falareis automaticamente das coisas do evangelho?
Consideremos dois trechos do livro Caminho a Cristo. O primeiro é o
seguinte: “Tão depressa uma pessoa se chegue para Cristo, nasce-lhe no coração
o desejo de revelar aos outros que precioso amigo encontrou em Jesus.” – Página
77. Gravemos bem este ponto. Se estamos imbuídos das coisas do
evangelho, teremos o desejo de falar aos outros sobre o amigo que
encontramos em Jesus. Diz o outro trecho: “O cristão que não exercita as
faculdades que Deus lhe deu, não só deixa de crescer em Cristo, como também
perde a força que já possuía.” – página 80.
Quando juntamos os dois trechos, chegamos a esta conclusão: No
entusiasmo inicial, ao aceitar o evangelho, tenho alguma coisa a contar. Se,
porém, eu não o fizer, perderei o que tenho. Teremos de deduzir, portanto,
que deve ser possível não contar. Testemunhar nem sempre é espontâneo.
Se contar sempre fosse algo automático, seria estranho o que diz o segundo
pensamento, a saber: se não testemunharmos, perderemos o que já temos.
Destarte, embora o impulso inicial para testemunhar seja espontâneo, a ação
deliberada talvez não seja tão espontânea assim.
É possível sentar-se no gabinete de estudo, ler e meditar sobre o
evangelho e ficar excitado durante alguns momentos, e então o ânimo se
dissipará, a não ser que comecemos a partilhá-lo com outros. Se
procurarmos ocultá-lo, acabaremos sendo envoltos por maiores trevas do
que antes.
''Se nos entregássemos tão-somente a piedosa meditação, nossa luz se iria
enfraquecendo, pois foi-nos dada para que possamos comunicara outros, e quanto
mais comunicarmos luz, tanto mais brilhante ela se tornará." - Mensagens
Escolhidas. Livro 1, pág. 139. Os que experimentam grande reavivamento,
mas deixam de envolver-se em partilhar, notarão que o reavivamento se
dissipará e que as trevas voltarão.
Sabeis o que significa falar explicitamente com alguém a respeito das
coisas do evangelho e do que Jesus significa para nós? É partilhando o amor
de Jesus com os outros que nós mesmos chegamos cada vez mais perto dEle.
Agosto 3, quinta-feira O Testemunho
Entrega Pessoal Para o Serviço
“Então, disse Jesus a seus discípulos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo
se negue, tome a sua cruz e siga-me. Porquanto, quem quiser salvar a sua vida
perdê-la-á; e quem perder a vida por minha causa achá-la-á.” Mateus 16:24,25
Um pouco antes, nesta passagem, Jesus perguntara a Seus discípulos
quem eles diziam que Ele era. Pedro respondeu: "Tu és o Cristo, o Filho do
Deus vivo." Jesus elogiou-o por essa resposta, começando então a falar sobre
Sua ida a Jerusalém, onde seria entregue nas mãos de homens maus,
crucificado e sepultado, e ressuscitaria no terceiro dia. Estando talvez ainda
eufórico por sua recente conquista, Pedro pensou que daria outra vez a
resposta mais acertada. E passou a repreender a Jesus, dizendo: "Tem
compaixão de Ti, Senhor; isso de modo algum Te acontecerá." Verso 22. Estais
lembrados do que aconteceu em seguida. "Mas Jesus, voltando-Se, disse a
Pedro: Arreda! Satanás; tu és para Mim pedra de tropeço." Verso 23.
Em seguida, Jesus procurou corrigir o conceito adotado por eles.
Virtualmente, o que Ele disse foi o seguinte: "Vede, estou indo para Jerusalém
e a cruz. E se quereis seguir-Me, negai-vos a vós mesmos, tomai a vossa cruz e
segui-Me. Também há uma cruz para vós.”
Qual é nossa cruz? É submeter-nos a Jesus. É submeter nossa vontade
a Cristo. Tem que ver com a entrega e com a renúncia de nós mesmos.
Significa viver para Cristo, e não para o próprio eu. A cruz, o jugo e a entrega
de nossa vontade são a mesma coisa. E o jugo é colocado sobre os bois para
o serviço.
Disse Jesus em S. Lucas 9:23: "Se alguém quer vir após Mim, a si mesmo
se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-Me." O primeiro passo consiste,
portanto, em entregar nossa vida inteiramente a Jesus, e o segundo passo é
envolver-se em cooperação e consagração, por meio de uma vida de serviço
para Ele.
Que Jesus quer dizer ao convidar-nos a segui-Lo? Ele nos está
convidando a uma vida de empenho e testemunho. "Vinde após Mim, e Eu vos
farei pescadores de homens." Quando deixamos de procurar salvar nossa vida
e buscamos em primeiro lugar o reino de Deus, empenhar-nos-emos no
serviço em prol de outros, e estaremos seguindo a Jesus, o qual viveu em
todo o tempo com a finalidade de amparar e ajudar a outras pessoas.
Agosto 4, sexta-feira O Testemunho
Dar é Viver
“Nem se acende uma candeia para colocá-la debaixo do alqueire, mas no velador,
e alumia a todos os que se encontram na casa.” Mateus 5:15
Passamos grande parte de nossa vida procurando prover suficiente
segurança para ocasiões difíceis, planejando, economizando e acumulando
para livrar-nos de perdas, e em todo o tempo os fatos depõem contra nós.
Quem quiser salvar a sua vida, perdê-la-á. E quem está disposto a perder a
sua vida, achá-la-á.
É-nos declarado que no grande dia do Juízo, “os que não trabalham para
Cristo, que andaram ao sabor dos ventos, só pensando em si, cuidando de si,
serão postos pelo juiz de toda a Terra com os que fizeram o mal. Receberão a
mesma condenação” (O Desejado de Todas as Nações, ed. Popular, pág. 618).
Sabemos que dar é viver, e deixar de dar é morrer. Precisamos comunicar
para receber, e o que deixa de comunicar deixa de receber. Até mesmo a
nossa capacidade de receber só é preservada pelo ato de dar. É por isso que
muitos cristãos nunca crescem e muitas igrejas nunca prosperam. A única
maneira pela qual Deus pode salvar-nos é permitindo que trabalhemos com
Ele. “O esforço no sentido de abençoar aos outros reverterá em benção para nós
mesmos. Foi este o propósito de Deus dando-nos uma parte a desempenhar no
plano da redenção.” Caminho a Cristo, pág. 78.
A maior necessidade isolada, da igreja e do cristão individual, é aceitar
o desafio de empenhar-se em expansão e serviço. Testemunhar não é
principalmente uma questão de sair e bater em portas, procurando
convencer pessoas completamente estranhas, de sua necessidade de Cristo,
em cinco minutos ou menos, de modo que se possa chegar rapidamente a
outra casa. Testemunhar deve ser um modo de viver, para que realmente se
torne significativo.
É impossível testemunhar sem que se tenha algo a contar. A relação
com Cristo deve ser a base para alcançar os outros. Mas também é
impossível ser uma testemunha sem jamais dizer algo. Uma candeia só emite
luz quando é acesa; no entanto, se for coberta depois de ser acessa, de modo
que não se veja a sua luz, logo se apagará. É unicamente partilhando nossa
luz com os outros que nós mesmos podemos crescer.
Agosto 5, sábado O Testemunho
Terra Santa
“Deus continuou: Não te chegues para cá; tira as sandálias dos pés, porque o
lugar em que estás é terra santa.” Êxodo 3:5
Moisés esteve quarenta anos no deserto, cuidando de ovelhas. Essas
ovelhas nem eram suas: pertenciam ao seu sogro. Um dia, ao percorrer as
areias do deserto, ele viu uma sarça em chamas. Chegou mais perto para
ver o que se passava. Do meio da sarça, disse-lhe o Senhor: "Tira as sandálias
dos pés, porque o lugar em que estás é terra santa."
Que fazia com que o solo em volta da sarça ardente fosse terra santa?
Oh! Direis foi a presença de Deus. Mas Deus não estivera ao lado de Moisés,
em suas vagueações pelo deserto, antes do episódio relacionado com a sarça
ardente? Sim. Qual era então a diferença agora? Ela consistia em que Moisés
compreendeu que Deus estava ali. Jesus esteve na Terra só por 33 anos e
meio. Destes, trinta anos foram passados na oficina de carpintaria. É-nos
declarado que Jesus fazia tanto a obra de Deus quando trabalhava junto ao
banco de carpinteiro como durante os três anos e meio de Seu ministério
público. (O Desejado de Todas as Nações, ed. popular, pág. 64.) Enquanto
trabalhava como carpinteiro, Jesus sentia a presença de Deus com Ele, ali, e
a oficina de carpintaria tornou-se terra santa para Ele.
Cada um de nós, hoje em dia, pode compreender que todo lugar em
que trabalhamos e passamos os nossos dias pode tornar-se terra santa para
nós, se notarmos a presença do Senhor ali. Não precisamos ir a algum templo
ou montanha sagrada para encontrar a presença do Senhor. Ele sempre está
conosco, e quando discernimos Sua presença, o lugar em que nós achamos
se torna terra santa. Não importa que sejamos pastores de ovelhas, como
Moisés; carpinteiros, como Jesus; ou professores, comerciantes, donas de
casa ou vendedores. Não importa que nosso local de atividade se encontre
"atrás do deserto", como o de Moisés (Êxo. 3:1), ou na aglomeração de uma
cidade. A oficina, o lar, o escritório, o posto comercial podem tornar-se terra
santa quando compreendemos que o Senhor está ao nosso lado.
Testemunhar para Cristo não é algo que se restringe aos sábados à
tarde. É um modo de viver. Talvez o campo mais amplo para dar testemunho
se encontre no lugar em que ganhais a subsistência, pois é ali que passais a
maior parte de vosso tempo. Se dedicardes ao Senhor o lugar em que
trabalhais, para que se torne terra santa, Ele estará presente ali quando
partilhardes Seu amor com os outros.
Agosto 6, domingo O Testemunho
Viagem Gratuita à Terra Santa
“Tal como o Filho do Homem, que não veio para ser servido, mas para servir e
dar a sua vida em resgate por muitos.” Mateus 20:28
''Muitos pensam que seria grande privilégio visitar os cenários da vida de
Cristo na Terra, andar pelos lugares por Ele trilhados, contemplar o lago à margem
do qual gostava de ensinar, as montanhas e os vales em que Seus olhos tantas
vezes pousaram. Mas não necessitamos de ir a Nazaré, a Cafarnaum ou a Betânia
para andar nos passos de Jesus. Encontraremos Suas pegadas ao pé do leito dos
doentes, nas choças da pobreza, nos apinhados becos das grandes cidades, e em
qualquer lugar onde há corações humanos necessitados de consolação. Fazendo
como Jesus fazia quando na Terra, andemos em Seus passos.” O Desejado de
todas as Nações. ed. Popular, pág. 616.
O desígnio de Deus para Sua Igreja, como um corpo, e para cada um
de Seus filhos, como indivíduos, é que andem nas pegadas de Jesus, no
serviço pelos outros. Dar é viver - eis a lei dá vida em todo o vasto Universo.
O próprio Céu originou o ato de dar, e é unicamente dando aos outros que
podemos ter vida e crescimento.
Este princípio é demonstrado no mundo físico. Não importa quão fresco
e puro seja o ar que respiramos, depois de inalá-lo temos de exalá-lo. É
impossível acrescentar mais ar aos pulmões quando eles já estão cheios, e
acumular o ar inalado causará a morte.
O princípio de dar também é demonstrado no mundo natural. Toda a
Natureza exerce ações reciprocas para produzir vida. Unicamente dando e
recebendo constantemente, e dando de novo, é que as coisas naturais
conseguem crescer e desenvolver com força.
Os anjos do Céu estão empenhados num ministério constante. Eles
labutam incessantemente em prol dos que lhes são inferiores em todo o
sentido, com a finalidade de colocar-nos em mais intimar comunhão com
Deus do que eles mesmos podem desfrutar.
E o maior Exemplo de dar encontra-se em Jesus. Ele não veio para
ser servido, mas para servir. Quantos de nós, porém, como Seus filhos,
procuramos acumular os dons de Sua graça, recusando empenhar-nos
no trabalho em favor dos outros! Á vida cristã constitui uma oportunidade
para dar. Sigamos as pegadas de Jesus estendendo a mão a outros.
Agosto 7, segunda-feira O Testemunho
A Pessoa Mais Feliz do Mundo
“Na tua presença há plenitude de alegria, na tua destra, delícias perpetuamente.” Salmos
16:11