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MORRIS

VENDEN

é que opera

2023
MEDITAÇÕES
MATINAIS

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Fé que opera
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Morris Venden
Tradução de Naor G. Conrado

Publicado em 1981

CASA PUBLICADORA BRASILEIRA


Santo André - São Paulo
Título do Original, em inglês:
FAITH THAT WORKS
Direitos Para Tradução e Publicação
em Língua Portuguesa da CASA PUBLICADORA BRASILEIRA
Av. Pereira Barreto, 42
Caixa Postal 34,
09O00-Santo André, São Paulo.
Esta Edição
Vinte e dois Milheiros
1981

IMPRESSO NO BRASIL
Printed in Brazil
Editora dos Adventistas
do Sétimo Dia
PREFÁCIO
__________________________________________________________

Tudo que diz respeito ao perdão de nossos pecados e à maneira de


levarmos uma vida vitoriosa certamente desperta nosso reais profundo
interesse, pois tem que ver com a salvação ou com a perdição, segundo as
clássicas palavras de Moisés em sua despedida aos filhos de Israel: "Os céus
e a Terra tomo se por. testemunhas contra ti que te propus a vida e a morte,
a bênção e a maldição: escolhe, pois. a vida. para que vivas. tu e a tua
descendência. Deut, 30:19.
Nem sempre os passos que conduzem à salvação e,
concomitantemente, à vida eterna, são apresentados com singeleza.
exatidão e esmero, dentro da confirmação que lhes é dada nos ensinos de
Jesus e nos demais escritos inspirados que compõem a Palavra de Deus. Às
vezes há um Lamentável desvio para as obras de feitura humana ou para os
esforços pessoais. como se estes, independentemente da atuação divina,
pudessem assegurar-nos a tão almejada reconciliação ou harmonia com
Deus. Outras vezes. as sublimes realidades do glorioso plano da redenção se
transformam, por assim dizer. em conceitos ou enunciações de Índole teórica
ou intelectual. Sem nenhuma utilidade prática.
Pois bem. nesta obra o autor procurou fugir a ambos esses extremos,
deixando bem claro que "do Senhor é a salvação' (Sal, 3r81. A nós, em nossa
debilidade, insuficiência e imperfeição, só nos compete aceita a, ponderosa
constantemente em ligação com Deus, o Manancial da Vida - Aquele que
pode proporcionar-nos tudo que nos é necessário para a justificação e para
a santificação, inapreciáveis dádivas da munificência celestial. que podem
chegar até nós pelo único meio de comunicação entre o Céu e a Terra: nosso
bendito e compassivo Salvador Jesus Cristo. E a fé - suscitada pelo amo! e
aviva da série comunhão diária - ê a firme confiança em Deus que nos leva
a estender as mãos para receber essas dádivas que o Criador deseja
outorgar-nos.
O sábio Salomão disse com muito acerto que "a vereda dos justos é
como a luz da aurora que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito
'{Prov.4r18). Como a rotação de nosso planeta em torno do Sol possibilita
que o astro-rei o ilumine e aqueça, fazendo com que haja luz, vida e alegria,
assim deve o cristão volver-se continuamente para o Sol da Justiça,
crescendo "na graça e no conhecimento" e frutificando em toda boa obra- (ll
S. Ped.3:18 e Col. 1:10). E nosso sincero desejo que os pensamentos e
incentivos exarados nas Leituras diárias estimulem o leitor a tirar o maior
proveito dos infindos recursos da excelsa graça de Deus, alcançando assim,
em cada etapa de seu desenvolvimento espiritual, a perfeição que redunde
em honra e glória ao Deus do Céu.

Os Editores
O AUTOR
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Morris Venden é um orador e escritor muito conhecido' Como pastor


da igreja do Colégio União do Pacífico, em Angwin, Califórnia. tem sido
convidado a falar em grande número de reuniões gerais na América do Norte
e noutras partes do mundo. O Pastor Venden ê o autor de numerosos artigos
e livros Entre estes últimos encontram-se os seguintes: Righteousness by
Faith and the Three Angels’ Messages (“A justiça Pela Fé e "As três
mensagens angélicas”), Salvation by Faith and Your Will” (“A Salvação pela
fé e a Vossa Vontade”) e From Exodus to Adventus ["Do Êxodo ao Advento").
Depois de formar-se no Colégio La Sierra (Universidade de Loma
Linda). ele efetuou estudos adicionais na Universidade do Estado de Oregon.
na Universidade Potomac (Universidade Andrews) e na Universidade do
Estado de Colorado.
Janeiro 1, domingo Com é Deus?
Como é Deus?
"Disse-lhe Jesus: Filipe, há tanto tempo estou convosco, e não me tens
conhecido? Quem me vê a mim vê o Pai. “ João 14:9
Diz uma inscrição num antigo túmulo norte americano: "Aqui jaz Lem
S. Frame o qual matou 89 índios durante a sua vida. Esperava haver matado 100
até o fim do ano, quando adormeceu em Jesus, na sua residência em Hawks
Ferry." Será que isso constitui uma boa apresentação de Deus, ou revela que
alguém interpretou mal o Seu caráter?
Muitas vezes tem sido debatida a apropriada fusão do amor e da justiça
de Deus. O cristianismo vulgar descreve-O como sendo um Deus que nunca
prejudica a pessoa alguma e que finalmente permitirá que todos entrem no
Céu. O ponto de vista oposto encara a Deus como alguém que se prevalece
de toda oportunidade para destruir Suas criaturas.
Essas deturpações do caráter de Deus têm feito com que algumas
pessoas se mantenham afastadas da religião. Se muitos aceitassem o que
erroneamente têm sido ensinados a crer acerca de Deus talvez o próprio
Deus ficasse muito pesaroso.
Disse Filipe: "Mostra-nos o Pai." Jesus replicou: "Há tanto tempo estou
convosco, e não Me tendes conhecido? Quem Me vê a Mim, vê o Pai." Jesus veio
a um mundo que tinha uma concepção de Deus que era inteiramente falsa,
a fim de demonstrar o que o Pai é realmente o que Ele sempre tem sido e
sempre será.
Vede aquele homem aproximando-se da orda de uma grande multidão,
na beira de um lago? Ele é leproso. À medida que vai chegando as pessoas
recuam. Mas Jesus o convida a vir a Sua presença e toca nesse homem,
dizendo: "Consideram-te como estando sob a maldição de Deus? Eu te
purificarei." Quem estava falando dessa maneira? Era Deus quem assim
falava!
Vedes uma mulher sendo arrastada através do pó e conduzida à
Presença de Jesus? Seus acusadores estão dispostos a atirar grades pedras
para esmagar lhe o crânio. Jesus declara: "Eu não te condeno. Vai, e não
peques mais." Quem é esse? Deus, com Seu amor e justiça perfeitamente
mesclados. Vedes um homem pendurado numa cruz? Ele vira a cabeça e
consegue proferir estas palavras: "Senhor, lembra-te de mim.'' E Jesus a firma,
"Eu o farei. Estarás comigo no Céu." Quem é esse? Deus – o mesmo ontem,
hoje e eternamente.
Janeiro 2 – segunda-feira Com é Deus?
O Amor de Deus Pelos Pecadores
"Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para
que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” João 3:16
O apóstolo Paulo nos diz que o caráter de Deus tem sido mal
compreendido e interpretado erroneamente desde o princípio do mundo. As
pessoas conheceram outrora algo a Seu respeito, mas não O glorificaram
como Deus. Como resultado, "se tornaram nulos em seus próprios raciocínios,
obscurecendo-se lhes o coração insensato. Inculcando-se por sábios, tornaram-
se loucos, e mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem
de homem corruptível, bem como de aves, quadrúpedes e répteis”. Rom:21-23.
É-nos possíveis, em nossa mente, transformar a Deus nalguma coisa
que Ele na realidade não é, mesmo que não nos prostremos diante de ídolos
de madeira e pedra. Se não temos uma compreensão correta de Seu caráter,
estamos adorando a um falso deus! Entendemos que os últimos raios de
misericordiosa luz, a última mensagem de misericórdia a ser transmitida ao
mundo constitui uma revelação de Seu caráter de amor, A menos que
saibamos como Deus é realmente, não seremos capazes de revelá-Lo ao
resto do mundo! Jesus veio demonstrar ao mundo como o Pai é na realidade.
Um dia Jesus e Seus discípulos passaram perto de um cego (S. João
9:1), e os discípulos perguntaram: Mestre, quem pecou, este ou seus pais,
para que nascesse cego?
Sua pergunta baseava-se no conceito vulgar de Deus e do mal. As
pessoas do tempo de Cristo acreditavam que a doença e a morte eram a
punição arbitrária, por parte de Deus, da prática do mal, quer pelo próprio
sofredor ou por seus pais. Por esse motivo, o sofredor tinha de arcar com o
fardo adicional de ser considerado um Grande pecador.
Jesus corrigiu o erro deles explicando que a enfermidade e a dor são
causadas por Satanás. Mas uma das astutas ciladas do diabo consiste em
atribuir a Deus suas próprias características e, como resultado, milhões de
pessoas através dos séculos culparam a Deus pelo sofrimento, doença e
morte.
S. João 3:16 e 17 nos diz que Deus amou ao mundo de tal maneira
que enviou Seu próprio Filho para redimir-nos. Ele “enviou o Seu Filho ao
mundo não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo
por Ele.” É nisto que consiste o evangelho! É nisto que consiste a redenção!
Janeiro 3, terça-feira Com é Deus?
A Justiça de Deus
"Não fará justiça o Juiz de toda a terra?” Gênesis 18:25
Houvera algumas insurreições populares contra Pilatos, governador da
Judéia, e para restabelecer a ordem na província ele permitirá que seus
soldados invadissem o Templo e matassem peregrinos galileus que ofereciam
sacrifícios a Deus.
Os judeus falaram dessa calamidade a Jesus, não pelo senso de
piedade e simpatia, mas pela profunda satisfação de que isso não aconteceu
para mim – portando sou melhor e mais favorecido que as pessoas que
sofreram esse infortúnio. Jesus sabia disso e disse “Pensais que isso aconteceu
porque eles eram mais pecadores do que os demais dentre vós?” E acrescentou;
“Não eram. Eu vos afirmo. Mas, se não vos arrependerdes, todos igualmente
perecereis.”
Jesus não despreza a justiça de Deus. Com efeito, é algo muito
importante reconhecer a justiça e o juízo de Deus, bem como Sua
misericórdia. Consideremos o aspecto da justiça do caráter de Deus.
Sabemos que chegará o tempo em que a misericórdia deixará de
pleitear, e será aplicada a justiça. A Bíblia descreve certas ocasiões no
passado em que Deus "não poupou" coisa alguma, porque Sua justiça não
podia mais permitir que as condições continuassem como eram Uma dessas
ocasiões é relatada em Gênesis 18. Abraão, "o amigo de Deus", estava
debatendo com Ele o destino de Sodoma. Deve ter tido profunda comunhão
com um Deus complacente para fazê-lo dessa maneira.
Ele perguntou: "Destruirás o justo com o ímpio? Se houver, porventura,
cinquenta justos na cidade, destruirás ainda assim. e não pouparás o lugar por
amor dos cinquenta justos que nela se encontram?” Apelou para a justiça de
Deus, acrescentando: "Longe de Ti o fazeres tal coisa, matares o justo com o
ímpio. Não fará justiça o Juiz de toda a Terra?” Deus foi paciente com esse
homem que procurava dizer ao Criador o que devia ser feito, pois respondeu:
"Se Eu achar em Sodoma a alma de cinquenta justos dentro da cidade, pouparei
a cidade toda por amor deles.”
Então Abraão ficou apreensivo. E se não houvesse cinquenta
continuou, portanto, a pleitear por números cada vez mais baixos: quarenta
e cinco, quarenta, trinta, vinte e finalmente, dez. E o Senhor replicou: “Não
a destruirei por amor dos dez.” Conheceis a parte restante do relato. Deus viu
que a iniquidade e a rebelião não poderiam passar de certo ponto, pois Ele é
um Deus de justiça. Não havia nem mesmo dez pessoas justas, e Sodoma
teve deve ser destruída. Mas a quantidade de justos foi poupada.
Janeiro 4, quarta-feira Com é Deus?
Quando Deu Não Poupou
“Aquele que não poupou o seu próprio Filho, antes, por todos nós o entregou,
porventura, não nos dará graciosamente com ele todas as coisas?” Romanos 8:32
Deus não pôde poupar as cidades de Sodoma e Gomorra quando sua
rebelião atingiu certo ponto. Outra ocasião em que Deus “não poupou”
encontra-se em Romanos 11:21. Paulo estava escrevendo aos cristãos de
Roma, implorando que mudassem de atitude. Lembrou-lhes que embora
fossam ramos silvestre que haviam sido enxertados na oliveira. Deus
quebrará os ramos naturais porque chegaria o ponto em que Ele não podia
poupar toda a nação judaica.
O terceiro caso em que Deus “não poupou” devido a sua justiça é
descrito em II Pedro 2:5. “Não poupou o mundo antigo, mas poupou Noé,
pregador da justiça, e mais sete pessoas, quando fez vir o diluvio sobre o mundo
ímpio.”
A quarta vez em que Deus “não poupou” abrange o próprio universo.
“Deus não poupou a anjos quando pecaram.” II Ped. 2:4. O pecado prosseguiu
na própria presença de Deus – a rebelião surgiu nas cortes celestiais, dirigida
por um anjo poderoso. Embora Deus fosse extremamente paciente, precisou
afinal deter a rebelião. Conheceis os resultados dessa guerra no Céu. Os
anjos que foram expulsos ainda estão presentes em nosso mundo hoje em
dia.
A justiça de Deus parece ser bastante severa, não é mesmo? Ele não
poupou cidade, nação, um mundo ou mesmo um Universo por causa do
pecado. Como este mesmo Deus poderia encontrar suficiente misericórdia
para perdoar a um pecador?
Há esperança para cada um de nós porque Deus “não poupou” mais
uma vez. Romanos 8:32 nos diz que Ele “não poupou a Seu próprio Filho, antes
por todos nós O entregou”.
Se estudardes o sacrifício de Cristo na cruz, descobríeis que esta
constitui a maior ocasião em que “Deus não poupou.” Aí é demonstrado que
Deus a Si mesmo Se deu. Nada da ideia de que Deus insistiu que Seu Filho
viesse a este mundo ou de que Jesus instou com Seu pai irado para que
poupasse os seres humanos! Eliminemos tais conceitos!
Em vez disso, podeis ver o Pai e o Filho envolvidos juntos nesse grande
sacrifício. Jesus foi o maior dom que Deus poderia dar-nos. Deus não poupou
seu próprio Filho para que sua justiça permanecesse inalterada e Seus amor
pudesse igualá-la.
Janeiro 5, quinta-feira Com é Deus?
A Paciência de Deus
“Contudo, Jesus dizia: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem. Então,
repartindo as vestes dele, lançaram sortes.” Lucas 23:34
Certo dia, há alguns séculos, Jesus estava em íntima conversação com
o Pai. Os anjos observavam que se passava. A atmosfera estava repassada
de expectativa. Todos perguntavam a si mesmos como o plano original de
Deus se frustraria depois da entrada do pecado, e desejavam saber o que
Ele faria para completar o plano.
Depois de longo tempo Jesus saiu daquela íntima comunhão com Seu
Pai e foi revelado que Ele se oferecera para morrer em lugar do homem.
Deus deu todo o Céu: Seu próprio Filho. Não poderia ter dado nada mais que
isso.
Vedes aí Deus e Jesus juntos, tendo um só propósito. Estão unidos
nesse grandioso plano da redenção. O caráter de Deus é mais bem revelado
por Jesus e como Ele Se relacionou com os Pecadores quando es teve na
Terra.
Reiteradas vezes Ele concedeu misericórdia aos judeus. Eles haviam
rejeitado a Deus em tempos anteriores, matando os profetas e apedrejando
os que foram enviados para ajudá-los. Finalmente, Deus enviou seu Filho
Jesus em pessoa, como a maior manifestação de Si mesmo. "Dai-lhes outra
oportunidade!" Que demonstração de Sua glória e misericórdia!
Se estivéssemos pregados na cruz e homens maus estivessem
zombando de nós, diríamos: Trazei as doze legiões de anjos para que demos
uma lição a essas pessoas! Jesus proferiu, porém, as compassivas palavras:
"Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem.”
Mesmo após a cruz, a paciência de Deus não se esgotou. Depois que
a nação foi rejeitada, Ele continuou a instar com os indivíduos para que se
arrependessem.
A glória do Shekinah foi retirada do Templo, mas Deus enviou os
discípulos primeiramente a Jerusalém, ao lugar em que Jesus emitira a
palavra de condenação, “Eis que a vossa casa vos ficará deserta". Durante
todas as viagens missionárias dos apóstolos, o povo judeu era incluído ano
após ano.
Quando Estevão foi apedrejado por uma turba enfurecida, o Espírito
Santo desceu sobre ele, levando a orar: "Perdoa-lhes. Não os abandones
ainda." Não permitais que esse relato se aplique apenas às pessoas que
viveram no tempo de Cristo. Aplicai-o a vossa-vida a vossa família àqueles
porque quem tendes orado. Seu convite de misericórdia e amor continua ser
feito neste dia à toda pessoa, a todo coração.
Janeiro 6, sexta-feira A Parábola da Figueira
Misericórdia e justiça para todos

"Não retarda o Senhor a sua promessa, como alguns a julgam demorada; pelo
contrário, ele é longânimo para convosco, não querendo que nenhum pereça,
senão que todos cheguem ao arrependimento.” 2 Pedro 3:9
"Então Jesus proferiu a seguinte parábola: E dizia esta parábola: Um certo
homem tinha uma figueira plantada na sua vinha, e foi procurar nela fruto, não o
achando; e disse ao vinhateiro: Eis que há três anos venho procurar fruto nesta
figueira, e não o acho. Corta-a; por que ocupa ainda a terra inutilmente? E,
respondendo ele, disse-lhe: Senhor, deixa-a este ano, até que eu a escave e a
esterque; E, se der fruto, ficará e, se não, depois a mandarás cortar.” Lucas
13:6-9. Deixa-a ainda este ano. Não a cortes ainda.
Será que Ele a cortou depois de mais um ano? Que significam as
palavras: Deixa-a ainda este ano? Elas dão a entender no presente que a
misericórdia e a paciência de Deus quase são ilimitadas. “Quase”, porque
sabemos que vira o tempo em que a misericórdia deixará de pleitear e a
justiça será posta em execução. Mas Jesus em sua vida aqui na Terra,
apresentou consideráveis evidências de que Deus é muitíssimo compassivo.
A apropriada fusão de misericórdia e justiça é uma das coisas com que
os cristãos têm lutado por muito tempo. Procuramos imaginar todos os
"porquês" e motivos das possíveis diferenças entre o Deus do Velho
Testamento e o Deus do Novo Testamento. Isto às vezes suscita dúvidas
acerca do Velho Testamento e sua validez. No entanto, há idênticas
evidências de castigo divino no Novo Testamento. A história de Ananias e
Safira é difícil de ser superada neste sentido. Há certos pontos que não
podemos compreender plenamente, tanto no Velho como no Novo
Testamento.
É indubitável que um pai de amor não permitirá que seu filho
prejudique sua filha sem fazer algo para detê-lo. Ele não ama a sua filha ou
a seu filho se não efetuar alguma coisa numa situação dessa natureza. Temos
ouvido muitas coisas a respeito da justiça e do castigo da parte de Deus,
mas existe uma grandiosa e bela verdade que tem duração até o momento
presente. A paciência de Deus continua “Poupa-os ainda este ano. Não os cortas
ainda. Dá-lhes um pouco mais de tempo." De algum modo, a misericórdia e a
paciência de Deus se fundem com Sua justiça e punição, e temos a redenção
Janeiro 7, sábado A Parábola da Figueira
Duas Espécies de Árvores
“Pois será como a árvore plantada junto a ribeiros de águas, a qual dá o
seu fruto no seu tempo; as suas folhas não cairão, e tudo quanto fizer prosperará”.
Salmos 1:3
Na Bíblia, Israel o povo de Deus muitas vezes são comparados a
árvores. lsaias61:3: “A fim de que se chamem árvores de justiça plantação do
Senho, para que Ele seja glorificado.” Versão de Almeida, antiga. Belas árvores
para produzir fruto e folhagem, abrigo e esperança!
O povo do tempo de Cristo fazia grande ostentação de piedade.
Eles tinham muitas folhas, muitas folhagens. Estais lembrados da história da
Figueira que foi amaldiçoada porque tinha tanta folhagem, mas nenhum
fruto? Nos dias de Jesus, os judeus faziam grande ostentação de piedade
mais do que os que viveram em épocas anteriores: porém eram mais
destituídos das suaves graças do Espírito de Deus. (Parábolas de Jesus, pág.
215).
Às vezes confundimos aquilo em que consiste o fruto nessas árvores.
Os estatísticos dizem que o fruto é o número de almas salvas que o fruto do
cristão é quantas pessoas de sua lista se converteram pelo seu esforço, ou
quantas estrelas terá em sua coroa. Isso não é o fruto. O fruto de que Jesus
realmente está falando aí é o fruto do Espírito.
Às suaves graças do Espírito - quais são elas? Isto nos é declarado em
Gálatas 5:22 e 23. “Amor, alegria”. Quando vemos uma pessoa com aspecto
melancólico, isto significa que ela provavelmente não possui um dos frutos
do Espírito. Um deles está faltando. “Paz longanimidade, benignidade, bondade,
fidelidade, mansidão, domínio próprio.” O povo do tempo de Cristo tinha muitas
folhas, mas bem poucas das suaves graças do Espírito.
Ao nos aproximarmos do próprio fim do tempo descobrimos que a
paciência de Deus prossegue e continua prosseguindo até a ocasião descrita
em Apocalipse 11:18. Encontramos aí o que finalmente acabará com as
coisas deste mundo e que resultará na derrubada das árvores infrutíferas.
Evidentemente, a paciência de Deus continuará até que o homem chegue ao
ponto de destruir-se a si mesmo. Se vossos olhos estão abertos; sabei que
quase chegamos a tal ponto. Portanto a parte restante do versículo deve
cumprir-se muito em breve.
Entrementes, Jesus “não veio para destruir as almas dos homens” (S. Luc.
9:56. Almeida Antiga). E quando os discípulos perguntaram: “Queres que
mandemos descer fogo do céu para os consumir? Jesus respondeu, Vós não sabeis
de que espírito sois. Porque o Filho do homem não veio para destruir as almas
dos homens, mas para salvá-las ".
Janeiro 8, domingo A Parábola da Figueira
Mais Tempo Ainda
“Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os
principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, Nem a altura, em
a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus,
que está em Cristo Jesus nosso Senhor.” Rom 8:38,39
"Certo homem tinha uma figueira plantada na sua vinha e, vindo procurar
fruto nela, não achou. Pelo que disse ao viticultor: Há três anos venho procurar
fruto nesta figueira, e não acho; pode cortá-la; para que estão ela ainda ocupando
inutilmente a terra?”. - S. Luc. 13:6 e 7.
O proprietário da vinha declara: "Esta árvore está ocupando o lugar que
poderia ser ocupado por uma árvore produtiva.” Quando uma árvore tem
abundante folhagem, mas não dá fruto, a primeira tendência talvez seja a
seguinte: "Deixa-a, ela não está causando danos algum.” Mas de acordo com
esta parábola, ela está causando danos, por estar privando o mundo da
bênção de outra árvore que poderia produzir fruto. Representa mal a Deus
no mundo e não somente é inútil, mas constitui um estorvo.
No ponto culminante desse relato, quando a situação parece estar
muito tensa e desejamos saber se a árvore será cortada, ou não, há o
argumento apresentado pelo viticultor. Ele não afirma que a declaração de
seu senhor não é correta. Ela é correta, e ele o admite. Mas replica: "Deixa-
a ainda este ano. Concede-lhe um pouco mais de tempo até que eu escave ao
redor dela e lhe ponha adubo.” Deus e Jesus, o Pai e o Filho, estão Juntos aí,
em unidade de propósito, e isso constitui um diálogo entre eles. Cortaremos
a árvore? E Eles dizem: "Não; não a cortemos. Deixá-la emos este ano,
procuraremos fazer outra coisa. Dar-lhe-emos mais vantagens.”
Ouça, amigo: Você acha que está passado o limite e que só merece
ser cortado? Fiz aqui a evidência da opinião de Deus a seu respeito nesse
tempo de misericórdia e graça: “Deixa-o, concede a esse jovem e àquela pessoa
mais idosa que dissipou a graça de Deus por muitos anos, concede lhe mais um
ano. E mais um depois disso, e então mais um ainda.”
O homem corta mais depressa do que Deus. Quão admirável é o Deus
a quem servimos! Ele não nos trata como os seres humanos tratam uns aos
outros, mas continua oferecendo Sua misericórdia e Seu amor.
Janeiro 9, segunda-feira A Parábola da Figueira
A Misericórdia Ainda Pleiteia
“E, respondendo ele, disse-lhe: Senhor, deixa-a este ano, até que eu a escave e
a esterque; E, se der fruto, ficará e, se não, depois a mandarás cortar.” Lucas
13:8,9
"És tu, ó coração indiferente, uma árvore infrutífera na vinha do Senhor?
Será esta sentença endereçada em breve a ti? Quanto tempo recebeste Suas
dádivas?... Com quanta frequência a terna mensagem do evangelho te comoveu
o coração! Tomaste o nome de Cristo, exteriormente és membro da igreja que é
Seu corpo; contudo estás consciente de nenhuma ligação viva com o grande
coração de amor." - Parábolas de Jesus, pág.216. A questão não é quanta
folhagem, e, sim se estamos conscientes de viva ligação, de pessoal,
vibrante e viva comunhão com Jesus.
Não gostaríeis de fazer parte do grupo que dá fruto e nunca é cortado?
Isto é possível. Podemos mostra-nos sensíveis à misericórdia de Deus
aceitando e recebendo cada dia Seu dom, que é Cristo. Não há outro meio,
porque a fim de compreender a bondade e a misericórdia de nosso paciente
Deus de justiça, precisamos estudá-Lo e contemplá-lo continuamente.
Podemos ouvir falar de Seu amor do púlpito, mas isto só ocorre uma vez por
semana ou talvez com menos frequência ainda. Para arrepender-nos
diariamente, precisamos meditar cada dia sobre a bondade de Deus para
com a nossa vida, e compreendê-la.
Escuta, amigo: Mesmo que fugiste de Deus porque interpretaste mal o
Seu caráter, se agora estás cansado de correr, mas com receio de que Ele
não te aceitará de volta, ouve Seu afável convite: "Vinde a Mim todos os que
estais cansados e sobrecarregados, e Eu vos aliviarei." S. Mat. 11:28. Descobre
o que significa prostrar-se diante da cruz e comungar com o teu Salvador,
Senhor e Amigo. "Deus em Sua Grande misericórdia não te cortou. Não te
contempla friamente. Não Se volta com indiferença, nem te abandona à
destruição. Olhando a ti, clama, como clamou há tantos séculos, referindo-Se a
Israel: “Como te deixaria. ó Efraim? como te entregaria, ó Israel?" - Idem,
págs.217 e 218
Ao reconhecermos que Ele nos aceita assim como estamos e ali
contemplarmos diariamente Seu amor e misericórdia, o fruto surge
espontaneamente. O segredo está na viva ligação com o grande coração de
amor.
Janeiro 10, terça-feira Perfis Bíblicos
O Amigo de Deus
“Pela fé Abraão, sendo chamado, obedeceu, indo para um lugar que havia de
receber por herança; e saiu, sem saber para onde ia.” Hebreus 11:8
Muitos estabelecem um contraste entre o Deus do Velho Testamento e
o Deus do Novo Testamento. Disse alguém "O Deus do Velho Testamento era
um Deus punitivo, um Deus que matava homens, mulheres e crianças.” lsto é o
que o homem efetuou para Deus do Velho Testamento. Consideremos
novamente um exemplo do Velho Testamento para ver como é Deus.
Vedes um homem que deixou seu país, sua parentela e a casa de seu
pai. Partiu sem saber aonde ia, crendo na promessa de que Deus faria dele
uma grande nação. É chamado "o amigo de Deus”.
Mesmo depois que ele chegou à Terra Prometida, a história apenas
começou. Houve um período de fome, e Abraão teve de refugiar-se
temporariamente na terra do Egito. Ali sua fé falhou. Ele ficou com medo de
que Deus não fosse suficientemente grande país proteger a Sara, sua esposa,
que era muito formosa. Resolveu, portanto, ajudar a Deus. Proferiu uma
meia-verdade, que na realidade constituía uma falsidade, dizendo que Sara
era sua irmã. Quando o rei do Egito ouviu falar de sua grande beleza, ele
mandou que a trouxessem ao seu palácio, tencionando tomá-la para ser sua
mulher.
Como Deus lidou com esse caso? Fez chover fogo do céu para destruir
a Abraão? Retirou Sua proteção desse casal? Disse para Abraão: "Você era
Meu amigo, mas agora não é mais"?
''O Senhor puniu Faraó e a sua casa com grandes pragas, por causa de
sarai, mulher de Abraão.” Gen. 12:17. "Faraó viu neste estrangeiro um homem
a quem o Deus do Céu honrava e receou ter em seu reino alguém que de maneira
tão evidente se achava sob o favor divino." - Patriarcas e Profetas. pág. 125.
Um homem que mentiu se acha sob o favor divino? Como pode ser
isso? Abraão pecara, ele falhara, mas ainda era filho de Deus. Ainda era Seu
amigo. Isto não significa que Deus aprovou o engano praticado por Abraão.
Devo significar, porém, que Deus aprovou a Abraão. Este homem teve de
deixar a terra do Egito porque o rei ficou com receio dos castigos futuros que
poderiam sobrevir ao país se Abraão fosse maltratado por alguma pessoa
daquele reino.
Evidentemente, a amizade de Abraão com Deus se baseava em outra
coisa mais elevada do que boas ações ou delitos ocasionais. Que belo quadro
do Deus do Velho Testamento e de Sua misericórdia, justiça e amor!
Janeiro 11, quarta-feira Perfis Bíblicos
Não Podemos Fugir do Amor de Deus
"Como um pai se compadece de seus filhos. Assim o Senhor Se compadece dos
que O temem." Sal. 103:13.
Vedes um dia uma grande multidão reunida no alto de uma montanha.
Eles estão ali desde as primeiras horas da manhã, e foram convocados por
um homem a quem o rei perseguiu inutilmente por mais de três anos. Corre
o boato de que ele é o responsável pela longa estiagem que assola o país, e
o povo espera, sussurra e permanece em expectativa perto dos dois altares
erigidos por ordem de Elias.
Com labaredas do céu, são consumidos o sacrifício de Elias, a água e
até mesmo o altar e todos os presentes são levados a reconhecer o Deus do
Céu.
Na noite desse mesmo dia, despertado do sono por um mensageiro do
palácio, Elias foge para salvar a vida, ante as ameaças de uma mulher irada.
Ele receia que até mesmo o Deus que responde com fogo não é
suficientemente grande para livrá-lo da perversa Jezabel.
Espavorido, ele foge em meio às trevas da noite, acompanhado da
densa escuridão de seus próprios temores e desalentos. Chegando ao fim de
seus próprios recursos, assenta-se debaixo de um zimbro e ora pedindo a
morte. "Abandonou Deus a Elias em sua hora de provas? Oh, não! Ele não amava
menos Seu servo quando este sentiu-se abandonado de Deus e dos homens do
que quando, em resposta a sua oração, flamejou fogo do céu e iluminou o topo
do monte." - Profetas e Reis, pág. 166.
Em vez de atender à oração de Elias, tirando-lhe a vida, o Deus de
infinito amor e compaixão, que conhecia a sua estrutura e Se compadecia de
sua humanidade, enviou um mensageiro celestial com alimento e água para
preservar lhe a vida. O anjo veio pela segunda vez, dizendo: "Levanta-te, e
come, porque o caminho te será sobremodo longo.”
"Quando nossa fé se enfraquece, quando o desalento se apodera de nossa
vida, fugimos cheios de terror, esperando que um Deus irado nos consuma por
causa de nossa falta de confiança? Somos tão propensos a duvidar de Seu amor
e compaixão? Esperamos constantemente que um Deus de fogo e relâmpagos
execute o juízo, e deixamos de reconhecer o toque ameno e a voz suave de nosso
melhor Amigo, o qual declara: "Quando a jornada se torna demasiado penosa
para ti, continuo a amar-te do mesmo modo que antes"?
É Deus quem fala assim. O Deus do Velho Testamento e o Deus do
Novo Testamento O Deus de hoje, o qual ainda Se compadece de Seus filhos
terrestres!
Janeiro 12, quinta-feira Perfis Bíblicos
"Pois Me Convêm Ficar Hoje em tua Casa"
"Porque o Filho do homem veio buscar e salvar o perdido. " S. Luc. 1 9:10.
"Entrando em Jericó, atravessava Jesus a cidade. Eis que um homem,
chamado Zaqueu, maioral dos publicanos, e rico, procurava ver quem era Jesus."
S. Luc. 19:i-3. Jericó era conhecida por seus publicanos e cobradores de
impostos. Era o lugar em que um judeu podia tornar-se traidor de seu próprio
povo, entregar-se aos romanos e levar assim uma vida regalada. Era um
lugar em que um homem podia ficar rico, pois lhe davam uma parte das
quantias que arrecadava. E se estas eram maiores, aumentava também a
seu quinhão. Se ele era fraudulento na maneira de determinar a parte que
lhe correspondia, suas riquezas aumentavam injustamente. Tal era a
condição de Zaqueu. Ele não somente era publicano, mas o maioral dos
publicanos.
Zaqueu ouvira dizer que Jesus viria aquela Cidade. O salvador já
enviará Seu Espírito diante Dele. E o coração de Zaqueu já havia sido tocado.
Ele estava muito entusiasmado com a probabilidade de ficar conhecendo este
Homem de Nazaré, e a Bíblia diz que procurava ver quem era Jesus. Quem
Ele era – não o que fazia ou dizia. Zaqueu tinha interesse em chegar ao
amago da questão. Saber algo a respeito do que Jesus disse, é uma coisa:
saber quem é Ele, é outra coisa.
“Procurava ver quem era Jesus, mas não podia, por causa da multidão, pois
ser ele de pequena estatura.” Verso 3. Imaginai como este homem, que
ordinariamente costuma andar pelas ruas de jerico com toda a dignidade e
calma que lhe permitia seu metro e meio de altura, correu em busca de uma
árvore, com os garotos da cidade. Obviamente, ao procurar ver a Jesus,
esqueceu-se de si mesmo.
“Quando Jesus chegou aquele lugar, olhando para cima, disse-lhe: Zaqueu,
desce depressa pois me convém ficar hoje em tua casa.” Verso 5 e 6.
Manifestando sua intenção de ir à casa de Zaqueu, Jesus estava
simplesmente aceitando o convite que já partira do coração desse publicano.
Estava indo ao seu encontro onde ele se achava; procurava facilitar sua
descida da arvore, tanto no sentido físico como espiritual, para que
encontrasse a solução de seu grande problema.
Janeiro 13, sexta-feira Perfis Bíblicos
Fé é Igual a Confiança
“Ora, sem fé é impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele que
se aproxima de Deus creia que ele existe, e que é galardoador dos que o buscam.”
Hebreus 11:6
"Partindo Jesus dali, retirou-Se para os lados de Tiro e Sidon. E eis que uma
mulher Cananéia, que viera daquelas regiões, clamava: Senhor, Filho de Davi,
tem compaixão de mim! Minha filha está horrivelmente endemoninhada. Ele,
porém, não lhe respondeu palavra." S. Mat. 15:21-23.
Já fostes desprezados? Isto vos agradou? É surpreendente que aquela
mulher permanecesse ali por perto. "E os Seus discípulos, aproximando se,
rogaram-Lhe: Despede-a, pois vem clamando atrás de nós." Ela nos está
incomodando. Por que não Te livras dela? As primeiras palavras de Jesus,
concordando aparentemente com a opinião dos discípulos, foram as
seguintes: "Não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel." "Ela,
porém, veio e O adorou." Adorou-O? Adorais as pessoas que vos desprezam
e dizem que não vieram ajudar-vos? Ela disse: "Senhor, socorre-me!" "Então,
Ele, respondendo, disse: Não é bom tomar o pão dos filhos e lançá-lo aos
cachorrinhos." Esta era a oportunidade que ela estava esperando. Replicou,
portanto, "Sim, Senhor, porém os cachorrinhos comem das migalhas que caem
da mesa dos seus donos." Se sou um cachorrinho, tenho direito ao alimento
que lhes é dado.
Jesus deve ter piscado o olho durante essa conversação e a mulher
notou isso. "Então lhe disse Jesus: Ó mulher, grande é a tua fé! Faça-se contigo
como queres. E desde aquele momento sua filha ficou sã." Versos 23-28.
Como definis a palavra "fé" neste relato? Aceitar o que Deus afirma?
Se ela tivesse feito isso, teria ido embora muito antes de Jesus referir-Se aos
"cachorrinhos". Definis a fé como sendo o ato de crer? Crer no que Jesus
disse? Não seria possível nem apropriado nesse caso. A fé, no caso dessa
mulher, consistiu em não acreditar no que Jesus disse. Foi não fazer caso de
Suas palavras.
Chegamos, portanto, à definição de fé segundo o sentido que lhe deu
Jesus. E a definição real desse termo. Numa palavra: confiança! Lemos no
livro Educação, página 253: "A fé é a confiança em Deus."
A premissa é que Jesus é completamente digno de confiança. Se não
credes nisto, ainda não O conheceis. A pessoa que não tem absoluta certeza
de que pode confiar em Jesus, não O conhece. A fé é encontrada, não pelos
que a buscam, mas pelos que procuram unicamente conhecer a Jesus.
Janeiro 14, sábado Perfis Bíblicos
Mas, Senhor, sou um Bom Homem!
E eis que, aproximando-se dele um jovem, disse-lhe: Bom Mestre, que bem
farei para conseguir a vida eterna? Mateus 19:16
Temos aí um indivíduo baseado na conduta. E ele tinha uma porção de
partidários. Em João 6, é mencionado como um grupo todo foi ter com Jesus
perguntando: "Que faremos para realizar as obras de Deus?" O Mestre
respondeu: "A obra de Deus é esta, que creiais naquele que por Ele foi enviado”
- transferindo-os imediatamente da conduta para comunhão.
Esse homem perguntou: "Que farei eu de bom?" "Respondeu-lhe Jesus:
Por que me perguntas acerca do que é bom? Bom, só existe um. Se queres,
porém, entrar na vida, guarda os mandamentos." Oh! Agora estamos em
dificuldade. Parece que o próprio Jesus está passando para um plano baseado
na conduta!
Jesus sabia que ninguém pode guardar os mandamentos por sua
própria força. Sabia também que não alcançaremos o Céu por observar os
mandamentos. Disse, porém: "Se queres entrar na vida, guarda os
mandamentos." O jovem príncipe perguntou: "Quais?" "Respondeu Jesus: Não
matarás, não adulterarás, não furtarás", e assim por diante. E o jovem replicou:
"Tudo isso tenho observado; que me falta ainda?" temos aí um homem forte,
baseado na conduta. Ele é uma boa pessoa. Não pensaria em fazer alguma
coisa errada. E então o Salvador revela o que realmente queria com esse
homem. "Disse-lhe Jesus: Se queres ser perfeito, vai, vende os teus bens, dá
aos pobres...; depois vem, e segue-Me”.
Jesus nem sempre chegava diretamente ao ponto ao lidar com pessoas
que buscavam a verdade. Com efeito, era muito hábil em Seu trato com os
outros, não por amor à habilidade, mas porque possuía sabedoria
proveniente de Sua ligação com o Pai.
Que farei para entrar na vida? Guardar os mandamentos. Tenho feito
isso. Oh, sim? Dar-lhe-ei mais um. Ele deu-lhe mais um e o homem baixou
a cabeça e começou a enfiar a ponta do pé na terra solta. Jesus procurou
demonstrar para esse homem que ele era um vigoroso e bem-sucedido
moralista no âmbito exterior, mas não tinha nada em seu íntimo. Era
incompetente neste sentido.
Pois bem, este é o ponto a que cada um de nós precisa chegar ao nos
aproximarmos genuinamente de Cristo. Temos de admitir que não podemos
fazer coisa alguma em nossa própria força, exceto desistir de procurar
realizar algo separado de Cristo e ir ter com Ele assim como estamos.
Janeiro 15, domingo Perfis Bíblicos
Tristeza Pelo Coração Partido
“Ou desprezas a riqueza da sua bondade, e tolerância, e longanimidade, ignorando
que a bondade de Deus é que te conduz ao arrependimento?” Romanos 2:4
Jesus veio demonstrar a Seus discípulos e a todos nós o amor e o
perdão de nosso Pai celestial. Desejava mostrar-nos que Deus não nos
condena isso é obra do inimigo. Queria revelar que Deus está
constantemente trabalhando para levar o maior número de pessoas possíveis
a aceitarem Seu amor. Sua bondade nos conduz ao arrependimento, como
sucedeu na experiência de Pedro.
Pedro estava em pé junto ao fogo, e apontaram o dedo o para ele.
Disse este discípulo:” oh, não! Não sou. Não sou mesmo!” E eles declararam:
“Sim. você é”. Finalmente, Pedro começou a praguejar, e a jurar, negando
que conhecia a Jesus,
No meio de suas imprecações e juras, ele olhou para o outro lado e viu
Jesus olhando para ele. Nesse olhar não havia ira ou ressentimento, nem
sensibilidades feridas. Era um olhar de compaixão e tristeza. Quando Pedro
olhou para o rosto de Jesus, adveio-lhe uma infinidade de recordações. Viu
a si mesmo junto ao mar quando Jesus o chamou para que O seguisse.
Tornou a ver aparte que desempenhara na discussão com as autoridades do
Templo, acerca das moedas do tributo. E como Jesus o ajudara sair dessa
enrascada. Viu-se mais uma vez no meio do mar. Jesus estende-lhe a mão
e puxa o para fora das águas enfurecidas. E, poucas horas antes - ainda
podia vê-lo - estivera andando no jardim com Jesus, e Ele dissera: "Pedro,
Satanás decidiu apoderar-se de você, mas Eu tenho orado em seu favor. Tenho
orado por você.”
Todas essas recordações refluíram-lhe à mente. Pedro ficou perplexo.
Repentinamente, enquanto se achava ali, viu outra mão erguida para
esbofetear a Jesus, e compreendeu que aquela mão era igual a sua e que ele
infligira o mais amargo golpe ao coração de Jesus aquela noite. Retirou-se
as cegas de perto do fogo transpôs impetuosamente o portão do pátio, saiu
da cidade, atravessou o riacho e se dirigiu para o Jardim.
Andou ali às apalpadelas, em meio às trevas até encontrar o lugar
onde Jesus havia orado. Prostrou-se com o rosto em terra e desejou morrer.
Ele realmente se achava arrependido. Quebrara o coração de seu melhor
Amigo, e seu arrependimento era sincero.
Janeiro 16, segunda-feira Esperança Para os Pecadores
Esperança Para o Pecador Desesperado
"Senhor, se quiseres, podes purificar-me.” Mateus 8:2
Havia um homem que era um personagem solitário na terra da
Palestina, nos dias de Cristo. Fora expulso da cidade, do lar, do convívio dos
amigos e de todos os entes queridos. Não tinha mais amigos; era um
destroço da humanidade, sujo e desgrenhado. Sua roupa era esfarrapada,
sua pele estava corroída e algumas partes de seu corpo não existiam mais.
Era vítima de uma das doenças mais repugnantes de todo o Oriente. Sofria
de lepra! Sentava-se à beira da estrada, e anunciava sua deplorável
condição, clamando: "Imundo! Imundo!" Mas ouvira falar de Jesus e de como
Ele ressuscitava os mortos, abria os olhos dos cegos e perdoava os pecados
das pessoas. Ah! o pecado era o que lhe afligia o coração. Será que Jesus
poderia fazer alguma coisa por ele?
Esse homem pensou, e refletiu, e planejou e esperou, até começar um
dia a arrastar-se pela estrada, em direção à praia de um lago. Estava à
procura daquela grande multidão que acompanhava a Jesus. Ao aproximar-
se do povo, foi visto por alguns que se achavam na orla externa. Eles
recuaram horrorizados e começaram a censurá-lo, para que fosse embora.
Isto acontece muitas vezes entre os seres humanos hoje em dia. Lembrai-
vos de que quando uma pessoa necessita desesperadamente de atenção, e
a procura, ela repele a outras pessoas. Mas nunca repele a Jesus Cristo -
nunca!
Ao acercar-se da multidão, esse homem foi censurado, mas não podia
ser detido. O povo recuou assustado, mas deste modo abriu-se um caminho
para ele chegar até onde estava Jesus. Quando esse pobre homem chegou
à presença do Salvador, prostrou-se diante dEle, ali no chão, e disse:
"Senhor, se quiseres, podes purificar-me." Ele experimentara tudo: médicos, a
força de vontade, o esforço pessoal. Recorrera a amigos, mas estes o
abandonaram. Experimentara tudo que era possível, até que só lhe restou
uma opção. "Senhor, se quiseres, podes purificar-me." Imediatamente estas
palavras saíram dos lábios de Jesus: "Quero, fica limpo!" E ele foi curado
naquele mesmo instante! O coração que ainda é incapaz de praticar qualquer
ato de bondade, mas que pode amar é aceito. Deus aceita a pessoa, não em
virtude do que ela é, e, sim, por causa do que Ele vê que ela poderá tornar-
se pela habitação de Cristo em seu Íntimo.
Janeiro 17, terça-feira Esperança Para os Pecadores
Esperança Para o Pecador Desamparado
"Não há quem busque a Deus.” Romanos 3:11
"Aproximavam-se de Jesus todos os publicanos e pecadores para O ouvir. E
murmuravam os fariseus e os escribas, dizendo: Este recebe pecadores e come
com eles." Ora, isso era uma grande verdade. Este homem, Jesus, recebe
pecadores! Eles não sabiam o que estavam dizendo, mas enunciaram algo
de Grande valor.
"Então lhes propôs Jesus esta parábola: Qual, dentre vós, é o homem que,
possuindo cem ovelhas e perdendo uma delas, não deixa no deserto as noventa
e nove e vai em busca da que se perdeu, até encontrá-la? Achando-a, põe-na
sobre os ombros, cheio de júbilo. E, indo para casa, reúne os amigos e vizinhos.
dizendo-lhes: Alegrai-vos comigo, porque já achei a minha ovelha perdida. Digo-
vos que assim haverá maior júbilo no Céu por um pecador que se arrepende, do
que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento." S.
Luc.75:7-7.
Ovelhas! A ovelha sabe quando está perdida, mas não sabe o caminho
de volta. Uma ovelha é o menor número de ovelhas que pode perder-se, e
ela vagueará inutilmente, e perecerá, a menos que seja trazida de volta. Na
história da ovelha perdida, Jesus torna claro que a salvação não provém de
buscarmos a Deus, e, sim, de sermos buscados por Deus. Nem sempre
sabemos qual é o caminho de volta. Talvez nem sequer saibamos que
estamos perdidos. Mas Deus sai à nossa procura.
Não andamos em busca de um Deus evasivo. Não procuramos
encontrar em algum lugar, um Deus que busca esquivar-Se de nós. Não
servimos a um Deus dessa natureza. Servimos a um Deus e cremos em
Alguém que seguiu a Adão quando ele estava fugindo. A um Deus que seguiu
a Jacó quando ele também estava fugindo. A um Deus que seguiu a Jonas
quando este homem fugia deliberadamente. A um Deus que seguiu a Saulo
de Tarso quando ele procurou evadir-se das cenas em Jerusalém que quase
lhe partiram o coração. Em vez de buscar ou procurar encontrar a Deus e a
Cristo, geralmente estamos fugindo dEles. Às vezes, mesmo depois que já O
aceitamos, ainda continuamos fugindo dEle. E Ele continua indo ao nosso
encalço. Deus é sempre Aquele que toma a iniciativa. E está buscando a cada
um de nós neste dia
Janeiro 18, quarta-feira Esperança Para os Pecadores
Esperança Para o Pecador ignorante
“Buscar-me-eis e me achareis quando me buscardes de todo o vosso coração.”
Jeremias 29:13
Em Romanos 3, Paulo declara haver pessoas que se acham
evidentemente perdidas em sua incapacidade para buscar a Deus. Com
efeito, disse ele: "Não há quem busque a Deus." Verso 11. Se quisermos buscá-
lo, nós O acharemos se O buscarmos de todo o nosso coração, mas não há
quem busque a Deus. Onde começa, então, a procura? Devemos buscar, mas
ninguém busca.
Se uma mulher que tem dez moedas de prata perder uma, vai
procurá-la, não é? Para encontrar a moeda perdida, acende a lâmpada. Varre
a casa e procura com muito cuidado até achá-la. E quando a encontra,
convida as amigas e vizinhas e diz: “Alegrem-se comigo, porque achei a minha
moeda perdida. Pois digo que assim também os anjos de Deus se alegrarão por
causa de uma pessoa de má fama que se arrepende”. S. Luc. 15:8-10, A Bíblia
no Linguagem de Hoje.
Nesta história, sob o símbolo da moeda, Jesus nos está dizendo que
é possível estar perdido sem ter conhecimento disso, e sem saber o caminho
de volta. E o Senhor vai em busca dessa moeda perdida. Na figura
empregada, ela perdeu-se dentro de casa, e não lá fora nas montanhas, ou
talvez até possamos dizer que ela se perdeu dentro da igreja ou na família.
E acha-se perdida entre o lixo e o pó de uma antiga residência do Oriente
Médio, mas a procura continua, pois a moeda ainda é uma peça de prata.
Ainda tem valor, e o valor de uma alma jamais pode ser superestimado à
vista do Céu.
''Buscar-Me-eis, e Me achareis, quando Me buscardes...Como? ''De todo o
vosso coração." "De todo o vosso coração"!
É o senso de necessidade que estabelece a diferença. Este é o grande
ponto de encontro. É o ponto em que encontramos a Cristo. E Ele a nós.
''O Senhor nada pode fazer para a restauração do homem enquanto ele,
convicto de sua própria fraqueza e despido de toda presunção, não se entregar a
guia divina. Pode então receber o dom que Deus está à espera de conceder”. - O
Desejado de Todas as Nações. ed. popular. Pág. 283.
Janeiro 19, quinta-feira Esperança Para os Pecadores
Esperança Para o Pecador Intencional
“Levantar-me-ei, e irei ter com o meu pai.” Lucas 15:18
Na parábola do filho perdido temos o relato de alguém que estava no
redil, mas decidiu - planejou - sair e perder-se, partindo para uma terra
distante por sua própria escolha. Reconheceu então que se achava perdido,
mas conhecia o caminho de volta. E durante todo o tempo o pai acompanhou-
o, por assim dizer, com os seus binóculos, estando à sua espera no dia do
regresso.
Assim, por meio dessa parábola, Jesus está demonstrando a bondade
e ternura do Pai, dizendo: "Estamos à procura de qualquer tipo de pessoa.
Estamos à procura de você!" Na realidade, essa é a ocupação de Deus e o
objetivo do grande plano da salvação. O Deus que permitiu que
nascêssemos, sem que tivéssemos qualquer opção neste sentido, não é um
Deus que nos deixará vaguear a esmo e ficar perdidos, quer saibamos ou
não que estamos perdidos, quer conheçamos ou não o caminho de volta. Ele
permanecerá conosco até aquele momento de realidade em nossa vida,
quando, por nossa própria inteligência consciente e nosso raciocínio,
pudermos aceitá-Lo ou rejeitá-lo.
Como o filho pródigo, estamos fugindo da entrega pessoal. Estamos
fugindo do momento da realidade em que enfrentamos a nós mesmos com
a percepção de que somos incapazes para a vida e para lidar com as coisas
da eternidade.
Uma das maneiras de fugirmos é por meio de atividades. Achamos que
temos de manter-nos ocupados, quer com livros ou estudos, quer com
trabalhos ou prazeres. E possível que isto se torne um cômodo meio de fuga.
E durante todo esse tempo Deus nos está seguindo bem de perto, ajudando-
nos sem que o saibamos e guiando-nos sem que o percebamos.
Então há os pseudorreligiosos que desejam esquecer a Deus, mas não
querem dar essa impressão, e passam, portanto, muito tempo debatendo,
dissecando e analisando a Deus, a Cristo e à religião. Provavelmente, há
tantos meios para fugir de Deus como pessoas que estão fugindo.
Quando, porém, compreendemos que Ele está à nossa espera,
podemos levantar-nos e ir ter com o nosso Pai. Ele virá ao nosso encontro.
"Se te aproximares um passo que seja, em arrependimento, Ele Se apressará para
cingir-te com os braços de infinito amor." - Parábolas de Jesus. pág. 206
Janeiro 20, sexta-feira História de Betânia
O Evangelho Segundo Maria

"Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei.”


Mateus 11:28
Na aldeia de Betânia residiam duas mulheres: Maria e Marta, com seu
irmão Lázaro, o qual evidentemente era o arrimo da família. O pai e a mãe,
por certo, já eram falecidos. Ambas as mulheres eram bem conhecidas, mas
Maria era mais extrovertida do que Marta. Ela sentia-se à vontade com a
multidão. Todos gostavam de Maria. E sempre que havia um banquete,
reunião social ou programa da igreja, Maria sempre se achava ali para fazer
com que as pessoas se sentissem à vontade.
Certo dia, um dos dirigentes da igreja, chamado Simão, começou a
observar a Maria de modo especial. Ele decidiu em seu íntimo conhecê-la
melhor. A princípio Maria não suspeitou de nada. Ela era afetuosa para com
todos. Com a ajuda do arqui-inimigo, Simão conseguiu, pouco a pouco,
induzir Maria a cair em pecado.
Ela não conseguiu ocultar isso para sempre, e gradualmente se tornou
notório em volta da cidade que Maria era uma mulher "leviana". As coisas
ficaram tão insuportáveis em Betânia que Maria reuniu seus poucos
pertences e retirou-se dessa localidade. Ela desceu pelo monte Moriá e
dirigiu-se para uma cidadezinha chamada Magdala. Por isso, mais tarde
passou a ser conhecida como Maria Madalena.
Ali, Maria começou a ganhar dinheiro "fácil". Mas no fim se evidenciou
que ele não era tão fácil assim. Encontrou algumas pessoas dispostas a
pagar-lhe certo preço, e, por estranho que pareça, até teve boa acolhida
entre essa gente. Mas o fardo sobre os seus ombros tornou-se cada vez mais
pesado. Verificou que o dinheiro ganho com facilidade se transformava em
amargura.
Certo dia chegou àquela localidade um pregador itinerante. Postou-se
nas ruas de Magdala e começou a dizer ao povo certas coisas que eles nunca
dantes tinham ouvido. Naquele tempo, ninguém aceitava publicanos,
meretrizes e ladrões. Jesus disse, porém: "Vinde a Mim todos os que estais
cansados e sobrecarregados, e Eu vos aliviarei." Alívio? Descanso? Para Maria.
que não conseguia dormir à noite? Ela ouviu tais palavras como estas: "O
que vem a Mim, de modo nenhum o lançarei fora." S. João 6:37.
Pela primeira vez em sua vida, Maria teve um vislumbre do verdadeiro
caráter de Deus - de Seu amor revelado por meio de Jesus – e compreendeu
que Deus a aceitaria. Não precisava mais punir-se a si mesma. Não precisava
mais fugir do Deus a quem temia.
Janeiro 21, sábado História de Betânia
Amor e aceitação que transformam
“O que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora.” João 6:37
Muitas vezes temos ouvido dizer que a conversão é uma modificação
imediata, completa, absoluta, final da vida — que não teremos mais
problemas depois disso, nem fraquezas ou deficiências. E quando surgem
problemas aparecem, pensamos que não nos convertemos realmente. A
conversão é uma obra sobrenatural do Espírito Santo no coração do homem,
produzindo uma mudança de atitude para Deus; em vez de ser contra Ele,
agora somos por Ele. A conversão cria na pessoa uma nova capacidade para
conhecer e amar Deus — é o ponto de retorno, o início, mas é tudo o que ela
é. Nós é declarado que precisamos ser convertidos todo dia, não apenas uma
vez por todas.
A primeira vez que Maria Madalena ouviu Jesus falando, ela não pôde
acreditar nas palavras de conforto. Os líderes religiosos aceitaram apenas os
bons, morais frequentadores de igreja — não pecadores, prostitutas ou
ladrões! Era mais do que ela poderia aguentar. Com seu coração
despedaçado, ela pressionada através da multidão após a porta, e ali no
meio, ela abriu seu coração para Jesus e contou-Lhe de seu fardo. Jesus a
aceitou. Ele orou por ela com fortes orações, buscando a presença de Seu
Pai em favor dela. E Maria foi convertida bem naquele lugar. Sua carga de
pecado e culpa a deixou. A conversão, como geralmente acontece, veio
quando ela estava desesperada o bastante para desistir de si mesma
inteiramente.
Nós gostaríamos de dizer que a história termina ali. Mas a verdade é
que Maria falhou, evidentemente logo depois de Jesus deixar a cidade. Ela
ficou onde ela estava, a mesma multidão estava ao redor, as mesmas vozes
sussurravam para ela no mercado. Quando Jesus não estava na cidade, ela
descobriu ser difícil manter a paz que ela havia encontrado em ouvir Suas
palavras e de estar com Ele. Mas ela ainda tinha aquela mudança de atitude
para Deus, e sua capacidade para conhecê-Lo ainda estava lá dentro. E da
próxima vez que Jesus veio à cidade, ela desabafou seus problemas para Ele,
e novamente Ele agiu em favor dela. Ele aceitou a novamente. A Bíblia
registra que Jesus expeliu sete demônios dela. Mas Ele sempre a aceitou,
como Ele sempre aceita qualquer um que vem a Ele. Foi nessa atitude de
aceitação amorosa que o coração de Maria foi quebrado de novo.
Janeiro 22 – domingo História de Betânia
Assentando-se aos pés de Jesus
“Reconcilia-te, pois, com ele e tem paz.” Jó 22:21
Jesus expulsou sete demônios de Maria Madalena. Sete vezes Ele
trabalhou em favor dela, mas finalmente, um dia, ela aprendeu o segredo da
justiça pela fé. Foi a experiência que estar com Ele produz, e Ele deve tê-la
ajudado a encontrá-lo. Qual é o segredo? Estar em sentar-se aos pés de
Jesus, até quando Jesus não está na cidade. Isso é possível? Sim, é. E
quando Maria aprendeu isso, ela começou a ficar de joelhos em fortes
súplicas, buscando comunhão com o Pai cada dia, crescendo em um
relacionamento com Ele. E as coisas começaram a melhorar. Por quê? Porque
ao Jesus vir, o pecado é expelido. Não há maneira de tentar erradicá-lo por
nós mesmos; nunca funcionará desse jeito. Isso acontece apenas quando
Jesus habita em nós, pois nossas fraquezas são então superadas por Seu
poder. É por isso que Jesus aceita as pessoas como elas são. Apenas Ele
pode fazer mudanças. Se nós olharmos para nossos pecados, nos
tornaremos mais como eles, mas se contemplarmos Cristo, nos tornaremos
como Ele. Maria aprendeu que em vez de deter-se em seus pecados e falhas,
ela deveria concentrar-se no amor de Deus.
As coisas ficaram muito melhor para Maria, lá em Magdala, onde ela
estava vivendo, que ela começou a levantar novas esperanças de voltar para
Betânia novamente. Talvez eles lhe aceitassem agora. Seria bom ver Marta
e Lázaro de novo. Ela arrumou suas coisas, e voltou para o topo da montanha
para Betânia.
Havia uma bonita reunião entre Maria e Marta e Lázaro. Mas as pessoas
na cidade eram o mesmo tipo de gente. Alguns diziam, "Bom, Maria está de
volta!". Mas a maioria dizia, "Cuidado com Maria!". Como Maria conseguiu que
as fofocas não a deixassem para baixo? Como ela conserva sua paz de
espírito?
Jesus lhe ensinara o segredo — que comunicação com Deus cada dia
lhe daria poder sobre seus problemas e temores. Como ela poderia
comunicar-se com Deus mesmo quando Jesus não estava na cidade? Da
mesma maneira que podemos hoje em dia, por um significativo tempo
devocional de estudo da Bíblia e oração, conversando com Deus e ouvindo-
Lhe a voz, e partilhando a mensagem com os outros.
Janeiro 23 – segunda-feira História de Betânia
Uma só coisa é necessária
“Entretanto, pouco é necessário ou mesmo uma só coisa; Maria, pois, escolheu a
boa parte, e esta não lhe será tirada.” Lucas 10:42
Um dia Jesus e Seus discípulos vinham de uma longa viagem de Jericó
a Betânia. Marta pensou que seria uma boa ideia convidá-los para um jantar,
porque todos eles teriam a chance de conhecerem um ao outro melhor.
Quando Marta pediu a Jesus que ordenasse Maria a ajudá-la na cozinha,
Marta estava inquieta. Ela estava preocupada em dar uma boa impressão a
Jesus. Mas Jesus respondeu, "Apenas uma só coisa é necessária...". Esta foi
sua declaração sobre a totalidade e essência, o começo, o meio, e o fim —
todas as coisas concernentes à vida cristã. Há apenas uma coisa que é
necessária na vida cristã, mas é também uma coisa que muitos de nós ainda
não tentamos.
"Não posso sentar-me aos pés de Jesus agora. Ele não está na cidade!" Ó,
sim; sim, você pode! Por favor, lembre-se de que todas as frases intangíveis
que usamos em descrever a vida cristã — "vir a Cristo", "sentar-se aos pés de
Jesus", "dar-Lhe seu coração ou sua vontade" — são feitas tangíveis por três
coisas que podemos fazer. Como conhecermos um ao outro melhor?
Comunicando-se e fazendo coisas juntos. O mesmo é verdade em conhecer
Deus — comunicação com Ele ao início de cada dia através do estudo da
Bíblia, especialmente nos evangelhos, e aplicá-lo à sua própria vida, suas
próprias experiências, suas próprias vontades e necessidades, e então você
conversa com Deus sobre o que você tem aprendido. Então, compartilhe com
seus amigos o que você tem recebido de seu encontro pessoal com Deus.
Contar a eles o que Jesus tem feito por você os fará desejar buscá-Lo por si
próprios.
Alguém pergunta, "Não faremos nada mais além de ler a Bíblia e orar?"
Claro que faremos! Existe uma abundância de outras coisas que são
necessárias — boas obras, obediência, padrões elevados, doutrinas da igreja.
Mas todas estas crescerão a partir desta única coisa necessária, sentar-se
aos pés de Jesus. É a base de toda experiência cristã. E muitos de nós ainda
não percebemos isso; não pensamos que a vida cristã pode ser simples
assim. Mas Maria tinha percebido sua necessidade por aquela "boa parte",
como Jesus disse, e isso não lhe seria tirado.
Janeiro 24, terça-feira História de Betânia
Prescrição Espiritual
“Mas, ao que não trabalha, porém crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe
é atribuída como justiça.” Romanos 4:5
Se você quiser produzir maçãs, a melhor coisa a fazer é encontrar uma
macieira em algum lugar. E se você quiser produzir o tipo correto de fruto
na vida cristã, a melhor coisa a fazer é ser um cristão. Porque uma macieira,
lembre-se, gera maças porque ela é uma macieira, nunca para ser uma
macieira. E um cristão faz o que é correto porque ele é um cristão, nunca
para ser um cristão. O problema de muitos jovens hoje é que eles estão
tentando fazer o que é correto para ser um cristão.
Então, qual é a real fé que opera? Fé é mais bem definida como
confiança. A questão é, como aprendemos a confiar? Aprendemos a confiar
em alguém aprendendo a conhecê-lo. E nós geralmente não confiamos em
ninguém realmente até que o conheçamos. Deus é aquele que é
completamente digno de confiança, mas você nunca acreditará nisso até que
você o conheça. Se você conhece Deus, confiará nEle, e confiará nEle
espontaneamente. Se você não conhece Deus, desconfiará dele. Sempre que
você vir uma pessoa dando evidência de desconfiança em Deus, ela está
anunciando o fato de que ela não conhece Deus.
Quando você realmente captar o sentido do que a cristandade é,
perceberá que ela está envolvida em conhecer Jesus. Existem muitos
professos cristãos que defrontar-se-ão com isto, e dirão: “Não, obrigado; eu
quero uma religião, quero uma cristandade, na qual eu possa fazer algo por mim
mesmo.” Ir ter com Jesus e dizer, "Senhor, acho que você está certo. Acho que
não posso fazê-lo. Gostaria de entregar tudo a você.", requer renúncia pessoal.
Agora, como isso é feito? Aqui é onde nos tornamos primários. Aqui
está a prescrição: Tome tempo, a sós, ao início de cada dia, para buscar
Jesus através de Sua Palavra e através de oração. Isto é tudo o que você
pode fazer, com a rendição de sua vontade, para ser um cristão. Não há nada
mais que você possa para ser um cristão. Se você não o faz, não é um cristão.
Apenas estareis vegetando. E existem muitos na igreja que estão vegetando,
pois não conhecem Deus, que não se importam nem um pouco com o Senhor
Jesus Cristo. Deus vos convida a atingir um nível muito mais elevado do que
esse. Ele vos convida a conhecer Sua presença e poder em vossa vida diária.
Isso é cristianismo!
Janeiro 25, quarta-feira História de Betânia
Flores Antes do Funeral
"Em verdade vos digo: Onde for pregado em todo o mundo este evangelho, será
também contado o que ela fez, para memória sua.” Mateus 26:13
Há um banquete na casa de Simão. Jesus encontra-Se ali, e Maria está
aos pés de Jesus. Seu coração está se partindo, pois ela ouviu Jesus dizer
que iria a Jerusalém, onde seria morto por homens maus. Maria ouviu isso -
embora os próprios discípulos recusassem ouvi-lo. Ela não consegue suportar
esse pensamento, pois Jesus é seu melhor Amigo.
Ela não se agrada com o costume artificial de enviar flores após o
falecimento de entes queridos. Portanto, podeis vê-la atravessar o aposento
e dirigir-se furtivamente até onde Jesus está sentado. Carrega o precioso
bálsamo, e pensa que se tiver cuidado, ninguém ficará sabendo do que se
passou.
E foi nesse sentido que seu plano falhou. Sempre que se abre um frasco
de nardo puro, ele inunda o aposento com o seu odor. De repente todos os
olhares convergem para ela, incluindo o de Simão, à cabeceira da mesa. Os
convivas começam a murmurar enquanto ela verte o bálsamo sobre a cabeça
e os pés de Jesus.
Maria descobre então que se esquecera de alguma coisa – não trouxera
uma toalha ou alguma outra coisa semelhante. Naqueles dias, só uma mulher
de má conduta soltaria seu longo cabelo esvoaçante, mas Maria não se
importa com isso. Ela solta o cabelo e enxuga o bálsamo. Procure imaginá-
la nessa situação embaraçosa. Todos olham fixamente para ela e sussurram
algo, e na outra extremidade da mesa, Simão está pensando: Se o homem
Jesus, sabendo quem e qual é essa mulher, ainda permite que ela lhe toque
não deve ser profeta! Parece estranho que alguém com tais antecedentes
como Simão pensasse dessa maneira, mas ele o fez.
"Maria não sabia toda a significação de seu ato de amor não podia responder
a seus acusadores. Não saberia explicar por que escolhera aquela ocasião para
ungir a Jesus. O Espírito Santo planejara por ela, e ela Lhe obedecera às
sugestões" - O Desejado de Todas as Nações, ed. popular, pág. 535. Cristo
explicou para Maria e para os demais que se acham presente o significado
de seu ato. "E, ao baixar à treva de Sua grande prova, levou consigo a lembrança
desse ato, penhor do amor que Seus remidos Lhe votariam para sempre." –
Ibidem.
Janeiro 26, quinta-feira História de Betânia
Preocupados com Muitas Coisas
“Lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós.” 1
Pedro 5:7
"Indo eles de caminho, entrou Jesus num povoado. E certa mulher, chamada
Marta, hospedou-O na sua casa. Tinha ela uma irmã, chamada Maria, e esta
quedava-se assentada aos pés do Senhor a ouvir-Lhe os ensinamentos. Marta
agitava-se de um lado para outro, ocupada em muitos serviços. Então se
aproximou de Jesus e disse: Senhor, não Te importas de que minha irmã tivesse
deixado que eu fique a servir sozinha? Ordena-lhe, pois, que venha ajudar-me.
Respondeu-lhe o Senhor: Marta! Marta! andas inquieta e te preocupas com muitas
coisas. Entretanto, pouco é necessário, ou mesmo uma só coisa Maria, pois,
escolheu a boa parte e está não lhe será tirada." S. Luc. 10:38-42.
Que faríeis vós se ouvísseis dizer que Jesus está na cidade em que
residis? Onde estaríeis vós? Dormiríeis na calçada, defronte de qualquer
lugar em que Ele iria manifestar-Se? Ou sairíeis da cidade? Havia pessoas
nos dias de Cristo que tinham certeza de que amavam a Deus, mas
descobriram que O odiavam. Havia pessoas que tinham plena convicção de
que estavam do lado certo, mas clamaram: "Crucifica-O!" Lembrai-vos de que
foram pessoas religiosas e dirigentes de igreja que condenaram Jesus à
morte.
Marta certificou-se de que Jesus recebesse um convite para ir a sua
casa. E, então, deixou-O sentado na sala de estar, e foi para a cozinha,
entregando-se aos afazeres domésticos. Vemos, porém, que a preocupação
de Marta não tinha que ver apenas com a cozinha e com a ajuda de Maria,
pois Jesus disse que ela se preocupava com muitas coisas. Ela se preocupava
com tudo. Repreendendo-a com brandura, Jesus não estava falando
meramente da cozinha e de panelas e caçarolas. Ele estava falando sobre
um gênero de vida para Marta. Ela era uma boa pessoa, e não pensaria em
fazer alguma coisa que fosse incorreta.
Com frequência, boas pessoas acham que não necessitam de Jesus.
Podem ser muito bem-sucedidas sendo religiosas. Aquela ponderada hora a
sós com Jesus, cada dia, não é, porém, algo que fazemos além de ser
cristãos. Constitui toda a base da vida cristã. Os que não sabem o que é isso,
tendem invariavelmente a andar ansiosos e a preocupar-se com muitas
coisas. Só há um caminho para vitória e paz na vida cristã. Sabeis o que é
assentar-se aos pés de Jesus, hoje, amanhã e todos os outros dias, até que
Jesus venha?
Janeiro 27, sexta-feira História de Betânia
Jesus ama os fariseus também!
“Quem há semelhante ao Senhor, nosso Deus, cujo trono está nas alturas.”
Salmos 113:5
Jesus veio um dia à cidade de Betânia. Lá Ele encontrou o homem que
havia levado Maria Madalena ao pecado, Simão — pobre Simão — uma vítima
de lepra. Nós o deixaríamos sofrer à margem do caminho. Simão não merecia
a cura! No entanto, o mesmo poder que expeliu os demônios de Maria e
trouxe Lázaro da morte purificou Simão da lepra. E Jesus curou Simão antes
mesmo de ele Lhe aceitar como Messias, como seu Senhor e Salvador, ou
como qualquer coisa!
Este milagre criou um problema real para Simão, porque um fariseu,
um legalista, acostumado a adquirir todas as coisas na vida pelo seu próprio
esforço, ficaria muito perturbado se alguém lhe desse alguma coisa de graça.
Você vê Simão deitado e acordado à noite, você vê fazendo um caminho
através de seus carpetes felpudos durante o dia, tentando imaginar o que
fazer. Ele não pode suportar — alguém lhe dera alguma coisa!
Finalmente, ele tem uma brilhante ideia. Ele pagará Jesus! Ele não teve
uma chance de ganhar, mas ele O pagará. Assim ele planeja um grandioso
banquete em honra de Jesus. Lá, a reação de Jesus à unção de seus pés de
Maria deu a Simão razão para justificar sua rejeição a Cristo.
Naquele momento Jesus voltou-se para Simão e disse, "Simão, tenho
algo a dizer". E Simão ficou com os músculos do estômago contraídos. Ele
ouvira falar sobre este Homem — este Homem que poderia ler os
pensamentos das pessoas. Simão endureceu-se. Ele esperara ser humilhado
em sua própria casa, em sua própria festa, diante de todos. Ele estava
começando a sentir dor e confusão quando Jesus, de maneira gentil, mansa,
simplesmente lhe contou uma história — uma história que apenas Simão
poderia compreender, só ele mesmo! Ela calou fundo em seu coração, e pela
primeira vez, Simão se viu como realmente era. E ele se viu na presença de
alguém que sabia como ele realmente era, mas que ainda lhe amava, que
mostrou amabilidade e ternura em não retirar publicamente a máscara de
seu rosto. Seu coração estava quebrado, e ele estava convertido logo ali em
seu próprio banquete. Jesus conquistou Simão também!
Janeiro 28, sábado História de Betânia
Não morreremos eternamente
“E todo o que vive e crê em mim não morrerá, eternamente. Crês isto?” João
11:26
Um certo homem estava doente, um homem de nome Lázaro, de
Betânia, a cidade de Maria e sua irmã, Marta. Era aquela Maria que ungiu o
Senhor com bálsamo e enxugou Seus pés com seu cabelo, cujo irmão Lázaro
estava doente.
O Desejado de Todas as Nações conta-nos que desde seu primeiro
encontro, a fé de Lázaro em Cristo era forte; ele tornou-se um dos mais
firmes discípulos de Cristo (p. 524). Todos eles — Maria, Marta, e Lázaro —
tornaram-se amigos próximos de Jesus, e sempre que Ele vinha a Betânia,
Ele ia vê-los. Eles eram unidos em um laço estreito de amizade e amor.
Jesus fez muitas viagens, e Ele estava muito distante da Judéia, onde
Betânia está, quando Lázaro ficou doente. Maria e Marta enviaram uma
mensagem para Jesus, "está enfermo aquele a quem amas". Certamente
porque Jesus os amava tanto, Ele voltaria imediatamente para curar Lázaro.
Porém, Jesus mandou dizer-lhes: "Esta enfermidade não é para morte". Eles
correram para o quarto de Lázaro.
- "Lázaro, podes ouvir-nos?"
- "Sim."
- "Não te preocupes, Lázaro, não morrerás. Jesus assim o disse."
E então ele morreu. Deve ter sido difícil aceitar isto. A pessoa que não
se senta aos pés de Jesus invariavelmente finda com raiva de Deus, culpando
Deus por permitir todos seus problemas. Mas para quem senta-se aos pés
de Jesus, é diferente. E apesar do choque e tristeza que eles deviam estar
sentindo, Maria e Marta não vacilaram em sua fé; elas não culparam Jesus
pela morte de Lázaro.
Depois de uma desapressada espera de dois dias, Jesus disse a Seus
discípulos, "Vamos outra vez para a Judéia... Nosso amigo Lázaro adormeceu".
Seus discípulos pensaram que Jesus estava falando sobre o repouso do sono,
e não puderam entender por que Jesus quis ir despertá-lo. Finalmente Jesus
disse claramente, na linguagem que eles estavam familiarizados, "Lázaro
morreu. Mas vou para despertá-lo".
Jesus voltou a Betânia e foi encontrado por Maria e Marta. A fé delas
tinha permanecido apesar de sua perda. Você sabe o resto da história. A
pedra foi removida, e Lázaro foi despertado para a vida. O que nós
chamamos de morte é apenas uma separação temporária. Não é eterna. E
cada um de nós pode olhar adiante para a grande reunião quando Jesus vier
novamente.
Janeiro 29, domingo Jesus Chorou
Por que Jesus Chorou?
“Jesus chorou.” João 11:35
Quando Jesus Se dirigiu com Maria e Marta até a sepultura de Lázaro, ele
sabia quais eram os Seus planos para transformar aquela cena de tristeza
numa demonstração de regozijo. No entanto, lemos no relato bíblico que
"Jesus chorou". Por que isso?
Jesus não tinha receio de que Lázaro estivesse retido para sempre
detrás daquela pedra. O que chamamos morte não constitui um problema
para Deus. A morte jamais constituiu um problema para Deus. Restituir a
vida a Lázaro foi provavelmente uma das coisas mais fáceis sobre a Terra
para Jesus. E quando o Senhor mesmo descer do Céu, com alarido e voz de
Arcanjo, e os mortos em Cristo despertaram em qualquer lugar em que
estiverem dormindo, isto será uma das coisas mais fáceis a serem efetuadas
por Deus.
O único problema para Deus é a descrença. O verdadeiro problema é
este. Ver uma pessoa dirigir-se a Jesus e abandonar o ceticismo e o ateísmo
é um milagre muito maior do que a ressurreição de Lázaro por causa da
incredulidade.
Eles disseram: "Vede quanto o amava!" Não, não era por isso por isso
que Jesus estava chorando! Ele estava chorando por causa das pessoas
dentre a multidão que não criam. Elas não aceitavam o que Ele tinha a
oferecer. Disse Jesus noutra ocasião: “Não quereis vir a Mim para terdes vida.”
Havia outro motivo por que Jesus chorou junto à sepultura de Lázaro.
Chorou por compadecer-Se dos que estavam sofrendo. Não de Maria e Marta,
mas de todos os enlutados no decorrer de todas as épocas. Lançando o olhar
através dos séculos por vir, viu a dor que afligiria a família humana.
Seu amor era tão grande que Ele Se condoeu da tristeza de Seus
amigos, embora duraria bem pouco tempo. Almejava, aliviar a aflição de
cada um de seus filhos. Chora hoje em dia com os que choram em nosso
meio. E em virtude do sacrifício que realizou em nosso favor, temos a
promessa de um tempo e lugar em que todas as nossas lágrimas hão de ser
enxutas.
Janeiro 30, segunda-feira Jesus Chorou
Quando Jesus Chorou por Satanás
“Era desprezado e o mais rejeitado entre os homens; homem de dores e que sabe
o que é padecer.” Isaías 53:3
Depois que o pecado e a rebelião penetraram em nosso universo,
depois que houve guerra no Céu e depois que Satanás e seus anjos foram
expulsos, ele não estava satisfeito com o que realizara. Não sentia genuína
tristeza por haver pecado e ofendido a Alguém que o amava, mas ficou
apavorado ao ver os resultados, mesmo naquele ponto, de sua rebelião.
''Satanás treme ao contemplar sua obra. Ele está sozinho, meditando sobre
o passado, sobre o presente, e sobre o futuro de seus planos. Sua poderosa
constituição física vacila como se estivesse sendo abalada por uma tempestade.
Um anjo do Céu está passando. Ele o chama e suplica uma entrevista com Cristo.
Isto lhe é concedido. Então, relata ao Filho de Deus que está arrependido de sua
rebelião e deseja voltar ao favor de Deus." Notai agora o seguinte: "Cristo chorou
ante o infortúnio de Satanás, mas disse-lhe, como a mente de Deus, que ele
jamais poderia ser recebido no Céu. O Céu não devia ser colocado em perigo.” -
História do Redenção, pág. 26.
Jesus chorou - no começo da separação e tristeza causadas pelo
pecado: ao olhar para a frente e ver Adão e Eva compelidos a deixar o belo
jardim que Ele criara pensando neles, ao ver Caim, incapaz de tolerar o Justo
Abel, acabando violentamente com a vida de seu irmão. E recusando então
arrepender-se. Ele viu a crescente impiedade do mundo, as guerras, os
crimes. O ódio, até que todos, menos oito pessoas, foram destruídos da face
da Terra.
Ele viu os que se encontravam na miséria e escravidão, bem como as
massas que aguardavam ansiosamente a vinda de um Libertador, mas O
rejeitariam quando aparecesse entre eles.
Ele viu o Getsêmani e o Calvário. Viu quão poucos aceitariam o Seu
sacrifício e quão débil seria a fé até mesmo desses poucos. Chorou por causa
da incredulidade, tristeza, ansiedade e dor. Viu os mártires sofrendo por Sua
causa. Viu também os que O negariam para esquivar-se ao sofrimento.
Entristeceu-se porque Satanás, a quem ainda amava, não podia ser
salvo. Comoveu-se Lhe o coração com a dor da separação de um ente
querido e de uma incontável multidão de outra pessoas amadas, com as
quais nunca poderia tornar a viver lado a lado. Que esplêndido comentário
sobre o amor de Deus se acha contido na singela declaração: "Jesus chorou”!
Janeiro 31, segunda-feira Jesus Chorou
O Homem de Dores
"Certamente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou
sobre si.” Isaías 53:4
É o crepúsculo da tarde. O Sol está se pondo e o céu assume um
colorido fulgurante. O coração dos discípulos de Jesus também se acha
radiante. Jamais suas esperanças atingiram um ponto mais elevado. E seus
planos e sonhos nunca pareciam ter estado mais próximos de um rápido
cumprimento.
Foi com grande esforço que eles suportaram os três anos passados, e
às vezes quase se afigurava que não valeu a pena agora, porém, estão a
caminho de Jerusalém. Jesus está viajando como um rei, montado num
jumento, e uma multidão de pessoas uniu-se aos doze, manifestando o seu
apoio. Certamente será estabelecido agora o novo governo.
A procissão se detém no topo da colina. As aclamações de louvor
silenciam momentaneamente, enquanto o povo contempla o pôr do Sol e os
reflexos procedentes do alvo mármore do Templo. Durante alguns instantes
eles contemplam a cena com orgulho e admiração volvem então o olhar para
o Salvador, esperando ver seus próprios sentimentos refletidos na face de
Jesus, a fim de pastilha com Ele o esplendor desta ocasião.
Jesus está chorando não com o olhar cintilante e o sorriso estampado
na face que denotam a presença de lágrimas de alegria, mas com angústia
e soluços. A tristeza era tão profunda que só pôde encontrar expressão em
visível manifestação de pesar. O povo fica perplexo, Jesus chorara junto à
Sepultura de Lázaro, e compreenderam isso naquela ocasião - ou pensaram
que compreenderam. Mas o que se passa agora é diferente. Eles lançam
rápida olhada para os discípulos, esperando encontrar uma explicação. Que
havia acontecido? Mas o semblante dos discípulos contém a mesma
expressão de surpresa e perplexidade.
De nossa posição vantajosa no tempo, conhecendo o que estava
prestes a acontecer, poderíamos relacionar sua tristeza com a porta das
ovelhas, ao lado do templo. Lemos, porém, o seguinte na página 552 do livro
O Desejado de Todas as Nações: “As lagrimas de Jesus não eram a antecipação
de seus sofrimentos.” Continuando a leitura do comentário inspirado,
descobrimos que Jesus está chorando numa angústia de separação ao
contemplar Seus filhos a quem não pode salvar porque não Lho permitem.
Seu olhar abrange a tristeza de um mundo separado de Deus, desde aquele
momento até o presente.
Fevereiro 1, quarta-feira Passos em Direção a Cristo
O Desejo de Alguma Coisa Melhor
“A saber, a verdadeira luz, que, vinda ao mundo, ilumina a todo homem.” João
1:9
"O primeiro passo rumo da salvação é corresponder à atração do amor de
Cristo." - Mensagens Escolhidas. livro 1, pág. 323. Todos, em toda parte,
estão sendo atraídos, a não ser, talvez, os que já foram conduzidos a um
confronto com Deus e O rejeitaram. Jesus disse que o Espírito Santo
convenceria o mundo do pecado (S João 16:8). Ele não afirmou que isso
ocorreria apenas com os membros da Igreja. Não só alguns, mas o mundo
todo! Ele nos declarou o seguinte a respeito de Seu Pai: "Ninguém pode vir a
Mim se o Pai que Me enviou não o trouxer." S. João 6:44. E o próprio Jesus
está envolvido: "E Eu, quando for levantado da Terra, atrairei todos a Mim
mesmo." Cap. 12:32. Às três poderosas Pessoas da Divindade estão atraindo
todo indivíduo para que enfrente as verdadeiras questões do tempo e da
eternidade, e tome sua decisão.
Tendes o desejo de alguma coisa melhor do que aquilo que conheceis
atualmente? Em caso afirmativo, é Deus quem vos dá esse desejo. Quer
estejais dispostos a admiti-lo, ou não; quer o identifiqueis dessa maneira, ou
não, esse desejo é dado por Deus. Ele vos está atraindo. Está atraindo vosso
coração, vossa vida, vossa mente, para Ele.
Tal desejo não será satisfeito se apenas formos religiosos. Há uma
grande diferença entre ser religioso e ser espiritual. Há uma diferença entre
conhecer os preceitos e conhecer o Senhor. Pode haver uma grande lacuna
entre submeter-se às formas exteriores, observar as regras da Igreja, e
realmente conhecer a Deus.
Meu telefone tocou às duas horas da madrugada. Andei aos tropeções
pelo corredor, a fim de atender ao chamado, e ouvi a voz de uma mulher no
outro lado da linha. Disse ela:
- O senhor pode ajudar-me? Perguntei:
- Que espécie de ajuda a senhora necessita a esta hora do dia?
- Preciso encontrar a Deus. O senhor conhece a Deus?
Quais algumas respostas eu poderia ter dado? “Sou um pregador.” Não.
A pergunta foi: “O Senhor conhece a Deus?" “Estudei grego.” Não era isso, e
sim: "O senhor conhece a Deus?” “Guardo o sábado e devolvo o dízimo." A
pergunta foi: "O senhor conhece o Deus?”
Essa é a questão com que cada um de nós deparo hoje em dia.
Conheceis a Deus? Vós O conheceis pessoalmente? Esta é a vossa maior
necessidade. "Se [os homens] correspondem à Sua atração, rendendo o coração
a Sua graça, Ele os guiará passo a passo, a um pleno conhecimento dEle, e isto
é vida eterna." - Idem, pag. 324.
Fevereiro 2, quinta-feira Passos em Direção a Cristo
A Longa Procura
“Por que gastais o dinheiro naquilo que não é pão, e o vosso suor, naquilo que
não satisfaz.” Isaías 55:2
Meu irmão e eu fizemos uma excursão com o Dr. Siegfried Horn pela
Europa e pelo Oriente Médio, em 1959. No fim da excursão havíamos
comprado tantas recordações que ficamos sem dinheiro em Frankfurt,
Alemanha. Tínhamos nossas passagens de volta para casa, mas somente
cerca de setenta centavos de dólar por pessoa. Decidimos, portanto,
percorrer as ruas da cidade e escolher a melhor refeição possível com esses
setenta centavos, antes que morrêssemos de fome! Achamos finalmente
uma lanchonete que oferecia uma boa refeição por setenta centavos de dólar
pão preto, batatas com molho, e diversos outros bons alimentos.
Pensamos que esta teria de ser a nossa opção, mas andamos mais
alguns quarteirões, só para ter certeza. De repente chegamos a uma
pastelaria alemã. Aproximamo-nos da janela e olhamos para dentro.
Estavam ali as mais belas massas que já havíamos visto. O glacê era tão
espesso como a massa. Entramos, e gastamos o resto de nosso dinheiro em
produtos alemães. Dirigimo-nos apressadamente ao parque mais próximo,
sentamo-nos perto de um pequeno lago e começamos a comer. Não
queríamos jogar nada fora, de modo que comemos tudo que havíamos
comprado. Em seguida, revezamo-nos em montar guarda, enquanto os
outros gemiam em posição horizontal no banco do parque. Passamos metade
da noite ali. Comer o que havíamos comprado realmente foi divertido, mas
durou pouco. O prazer que o mundo oferece dura bem pouco.
Satanás tem uma contrafação para todas as coisas reais oferecidas por
Deus. A contrafação parece satisfazer as pessoas durante algum tempo, mas
no fim só deixa um vazio. Àquele que procura enriquecer-se ou tornar-se
famoso está buscando a Deus sem que o saiba. O pobre homem, caído na
sarjeta está procurando a Deus. Os parques de diversão e as cidades
balneárias estão repletos de pessoas que buscam a Deus. O jovem que estar
em estado de perturbação da consciência, está procurando a Deus, mas não
o sabe nem quer admiti-lo. Todos os indivíduos em sua desvairada procura
de alguma coisa que preencha o vácuo existente em seu íntimo, estão
buscando a Deus. A única solução duradoura para o nosso desejo de algo
melhor tem de centralizar-se em Jesus. O anseio é por Ele. Nada pode
substituí-lo.
Fevereiro 3, sexta-feira Passos em Direção a Cristo
Correto Conhecimento de Deus
“Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se
envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade.” 2 Timóteo 2:15
Quando nos mostramos sensíveis ao desejo de algo melhor, concedido
por Deus, precisamos conhecer então em que consiste esse "algo melhor".
Conhecimento, correto conhecimento de Deus e Seu amor é o segundo passo
para nos achegarmos a Ele.
Se alguém simplesmente recebe de outras pessoas suas informações
a respeito da salvação, é muito provável que suas informações acerca do
cristianismo se basearão na conduta, pois a maioria das pessoas o definem
em relação com esta última. Se confiais noutras pessoas quanto a vossas
informações, com toda a probabilidade acabareis compreendendo mal a
Deus.
"Procura apresentar-te a Deus, aprovado." Se não o fizerdes, um dia
ficareis envergonhados. Procurai fazê-lo por vós mesmos. Obtende por vós
mesmos o conhecimento correto. Não dependais do que os outros vos dizem
a respeito de Deus. Não fiqueis na dependência do pregador. Há igrejas
cheias de pessoas hoje em dia que dependem dos pregadores quanto a suas
informações. Que Deus as ajude! Os pregadores podem estar tão errados
como qualquer outra pessoa. Convêm que descubrais por vós mesmos o que
é certo e o que não é.
Isto envolve mais do que examinar as Escrituras em busca de
informações. O povo judeu examinava bastante as Escrituras. Mas eles não
encontraram Aquele que as Escrituras visavam ajudá-los a encontrar. Não
leiais a Bíblia só para dizer que a lestes. Buscai algo mais do que informações.
Estudai-a para manter comunicação com Deus. Não oreis apenas para
solucionar os vossos problemas. Orai para manter comunicação.
"Buscai, e achareis." S. Mat. 7:7. Paulo fala de buscar a Deus e
encontrá-Lo, posto que "não está longe de cada um de nós" (Atos 17:27). O
plano de Deus é que O encontremos. "Buscar-Me-eis, e Me achareis, quando
Me buscardes de todo o vosso coração." Jer. 29:13.
Lembrai-vos, porém, de que não andamos em busca de um Deus
evasivo. Não procuramos encontrar um Deus que está perdido ou procura
esquivar-se de nós, não sendo, portanto, o Deus da Bíblia. Temos um Deus
que seguiu a Adão quando ele se escondeu no jardim. Um Deus que seguiu
a Jonas quando ele fugiu deliberadamente do seu dever. Um Deus que seguiu
a Saulo de Tarso quando ele fugiu do apedrejamento em Jerusalém que
trouxera convicção a seu espírito. Unicamente quando vemos o amor de
Deus por nós é que estaremos dispostos a manter comunhão com Ele.
Fevereiro 4, sábado Passos em Direção a Cristo
Errôneo Conhecimento de Deus
“Vocês estudam minuciosamente as Escrituras porque creem que elas lhes dão
vida eterna. Mas as Escrituras apontam para mim! E, no entanto, vocês se
recusam a vir a mim para receber essa vida.” João 5:39,40 - NVT
Quando o diabo nos vê procurando obter correto conhecimento de
Deus por meio do estudo de Sua Palavra, ele fica irritado. Para todo passo
em direção a Cristo, ele tem desvios destinados a impedir que alcancemos o
nosso alvo.
Às vezes o diabo consegue desviar uma pessoa fazendo com que
comece num lugar errado da Bíblia. Há um lugar certo e errado para
começar? Para um principiante? Já fizestes o voto de ler a Bíblia, cada ano,
de fio a pavio e tornar-vos uma autoridade sobre o livro de Gênesis? Ou já
chegastes até Crônicas e vos detivestes por lá mesmo? O diabo fará tudo
que estiver ao seu alcance para impedir que tenhamos conhecimento do
amor de Deus. É possível ter conhecimento de tudo, menos do amor de Deus.
É possível compreender a História e a Profecia, e os animais proféticos, os
símbolos e tudo o mais, e desconhecer, porém, o amor de Deus.
Então há os pseudointelectuais, que gostam de falar sobre religião,
mas passam muito pouco tempo com a Palavra, para manter a comunicação
com Deus. Gastam muito tempo debatendo dissecando e analisando a Deus
e a religião. Procuram uma maneira de olvidar a Deus que seja encarada
como maneira de lembrar-se dEle. Passam o tempo considerando o que
acontece com uma flor colhida no Céu, se as asas dos anjos têm penas, ou
outras coisas mais sofisticadas ainda. O nome de Jesus jamais é mencionado,
e o diabo diverte-se e dá risada!
Alguns substituem a comunhão pessoal com Deus por modificações de
conduta. Se conseguem alterar sua conduta, pensam que O encontraram.
Alguns dependem de outras pessoas, e sua vida espiritual sofre elevações ou
declínios, de acordo com a espécie de pessoas com que se comunicam.
Alguns se preocupam com a aproximação psicológica, sem Deus como o
Centro, analisando a si mesmos e esquecendo a Cristo. Algumas pessoas se
evadem mantendo-se demasiado ocupadas para dedicar algum tempo a
Deus. Mas em todos os momentos Deus nos está acompanhando bem de
perto, ajudando-nos quando não o percebemos, guiando-nos quando não o
notamos, sempre procurando conduzir-nos ao verdadeiro conhecimento a
Seu respeito, pois conhecer a Deus é vida eterna.
Fevereiro 5, domingo Passos em Direção a Cristo
Senso de Necessidade
“Os sãos não precisam de médico, e sim os doentes. Ide, porém, e aprendei o
que significa: Misericórdia quero e não holocaustos; pois não vim chamar justos,
e sim pecadores.” Mateus 9:12,13
Certa manhã, um dos indivíduos que trabalhavam na fazenda de um
colégio voltou ao dormitório com um saco cheio de cereais secos. Este havia
sido guardado na fazenda para alimentar as vacas. "As vacas podem comer
capim", disse ele. "Nós comeremos os cereais." E colocou-o em seu quarto.
Todos os que estavam alojados naquela extremidade do corredor vinham
cada manhã com uma tigela e enchiam-na de cereais secos. Quem é que
precisava do refeitório?
Não sabiam que a razão desses cereais terem sido reservados para as
vacas era que eles haviam sido varridos e colhidos do chão, no depósito de
cereais até que uma manhã eles descobriram alguns "corpos estranhos" no
recipiente. Então os rapazes foram dirigidos ao refeitório. Subitamente
acharam que de fato necessitavam do refeitório. Nunca sentimos tanta
necessidade do seguro contra o fogo como quando nossa casa está em
chamas. Nunca sentimos tanta necessidade de um posto de gasolina como
quando nosso automóvel espirra e para ao lado da estrada, por falta de
combustível. E quando estamos doentes que sentimos necessidade de um
médico. "É absurdo, portanto, oferecer médico aos que estão sãos, ou que ao
menos se imaginam assim. Deveis primeiramente convencê-los de que estão
doentes; de outra maneira não vos agradecerão o trabalho. E igualmente absurdo
oferecer Cristo àqueles cujo coração está são, não tendo ainda sido quebrantado."
- O Grande Conflito, pág.262.
Senso de necessidade que faz a diferença. Este senso de necessidade
provém da contemplação do amor de Deus. Não precisais esperar até que
outra pessoa vos introduza à Sua presença. Podeis assentar-vos e, mesmo
que acheis ser difícil a princípio, estudar deliberadamente a revelação na
Palavra de Deus do amor de Deus por meio da vida de Jesus Cristo, e meditar
sobre ela. Este é o curto trajeto que pode conduzir-vos a um senso de
necessidade que talvez todo o curso da existência não poderia produzir de
outra maneira. Achegai-vos a Deus onde Ele é revelado, compreendendo ao
mesmo tempo que o Senhor tem estado à procura de cada um de nós. "Se
te aproximares um passo que seja, em arrependimento, Ele Se apressará para
cingir-te com os braços de infinito amor." - Parábolas de Jesus, pág. 206.
Fevereiro 6, segunda-feira Passos em Direção a Cristo
O Longo Trajeto Para Deus
“Tão certo como eu vivo, diz o Senhor Deus, não tenho prazer na morte do
perverso, mas em que o perverso se converta do seu caminho e viva.” Ezequiel
33:11
Há muitos que rejeitam o curto trajeto em direção a Deus - a deliberada
pesquisa e estudo da vida e do caráter de Cristo, em que é revelado o amor
de Deus. Provavelmente a maioria de nós seguimos o longo trajeto. Isto é
muito desagradável, pois não constitui o plano de Deus. E o trajeto de
perturbações, úlceras, e de ficar oscilando à beira do precipício. E uma longa
vida de pesares, aflições, dores e frustrações.
O ladrão na cruz percorreu o longo caminho de um malfeitor antes que
estivesse disposto a ouvir. Então ele escutou as afáveis palavras: “Pai,
perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem." E foi ali, na presença do amor
de Deus, e no momento mais angustioso de sua vida, que ele finalmente
deparou com a realidade.
Saulo havia resistido. Ele procurara apagar a recordação de um
moribundo que estava sendo apedrejado e o qual disse: "Senhor, não lhes
imputes este pecado." Mas, afinal, no caminho para Damasco, seu coração foi
quebrantado, e ele voltou-se para o amor de que estivera fugindo.
Nicodemos esperou três anos. Só quando foi crucificado o Amigo
que ele deve ter desejado conhecer melhor, é que esse homem finalmente
compreendeu o amor que lhe havia sido apresentado, e aceitou quando ele
e José de Arimatéia retiraram da cruz o dilacerado corpo de Cristo.
"Oh! - direis vós - se temos todos esses meios de escape e se o coração
humano tende a fugir de Deus, que iremos fazer?" Lembrai-vos simplesmente
de que Deus corre atrás de nós. Seu apelo para vos neste dia é que, pela fé,
deixeis que Ele vos encontre, segundo diz a Bíblia, e não por vossos próprios
esforços. Até mesmo a fé é dom de Deus. (Efe. 2:8). “Seu ouvido está aberto
ao clamor da alma contrita. O primeiro anseio do coração por Deus Lhe é
conhecido. Jamais é proferida uma oração, por vacilante que seja, jamais uma
lacrima vertida, por mais secreta que seja, e jamais alimentado um anelo por
Deus, embora débil, que o Espírito Santo de Deus não saia a satisfazê-lo. Antes
mesmo de ser pronunciada a oração, ou expresso o desejo do coração, sai graça
de Cristo para juntar-se à graça que opera na alma humana.” - Parábolas de
Jesus, Pág. 206.
Fevereiro 7, terça-feira Passos em Direção a Cristo
Convicção do Pecado
"Quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo, do
pecado, porque não creem em mim.” João 16:8,9
O conhecimento do amor de Deus da maneira como é revelado no
plano da salvação conduzirá ao terceiro passo em direção a Cristo: convicção
do pecado. Os que se apegam à conduta definem o pecado sob o aspecto da
transgressão da lei, e isso está certo, pois essa é a única definição legal e
forense do pecado na Bíblia. Há, porém, algumas definições experienciais do
pecado, na Bíblia, que vão um pouco mais além. Uma das melhores é a de
Romanos 14:23: “Tudo que não provém de fé é pecado.” Tudo que eu faço,
independentemente de ser bom ou mau, se não for feito mediante a fé em
Cristo, é pecado.
Há duas definições de pecado. Podemos dizer que uma delas é a
definição de pecado, no singular e a outra é a definição de pecados, no plural.
Pecado é viver uma vida sem Cristo. Pecados são transgressões da lei. Viver
uma vida separada de Cristo (pecado) é a causa da prática de coisas erradas
(pecados). É interessante o que está escrito em I S. João 3:4:” Todo aquele
que pratica o pecado (vive uma vida separada de Cristo), também transgride a
lei.” Quando Eva pecou? Quando ela comeu do fruto? Eva pecou quando
duvidou do que Deus Lhe dissera e se afastou dali. Comer do fruto foi
simplesmente o resultado natural daquilo. Se estou tendo um problema com
a prática de coisas erradas, meu verdadeiro problema é estar levando uma
vida separada de Cristo. Ou é isso ou ainda não O conheço suficientemente
bem para alcançar a vitória. E Jesus tomou providências neste sentido.
Portanto, ao falar de convicção, estamos falando da compreensão de
que somos pecadores, sem levar em conta o que tenhamos feito e quão bons
ou maus tenhamos sido. Nascemos pecadores, somos pecadores por
natureza. "Toda injustiça é pecado.” I S. João 5:17. “Não há justo, nem sequer
um”. Rom, 3:10. Assim, todos somos injustos, e toda injustiça é pecado.
Nunca penseis, porém, que somos considerados responsáveis por haver
nascido num mundo de pecado. Jesus sabe como nascemos, e a única coisa
pela qual somos responsáveis é o que fazemos com o Seu plano de salvação.
Quando encararmos a nós mesmos na presença de Jesus,
repetidamente nos convencemos de que somos pecadores. Não por causa do
que tenhamos feito, mas devido ao que somos, por meio dessa convicção
compreendemos a necessidade que temos dEle.
Fevereiro 8, quarta-feira Passos em Direção a Cristo
Convicção Simulada
“Mas o que para mim era ganho reputei-o perda por Cristo. E, na verdade, tenho
também por perda todas as coisas, pela excelência do conhecimento de Cristo
Jesus, meu Senhor.” Filipenses 3:7,8
Se o conhecimento sobre o amor de Deus, da maneira como é revelado
em Jesus, tem sido inadequado, pode fazer que uma pessoa se desvie do
caminho e impedir que chegue à convicção do pecado de modo correto. Se
o conhecimento que recebi apenas tem que ver com os Dez Mandamentos,
meramente me convencerei de que cometi ações pecaminosas, e é aí que
começam os desvios.
As pessoas podem ser divididas em duas classes: os fortes e os fracos.
Em virtude da hereditariedade e do ambiente, ou estamos entre os fortes ou
entre os fracos, ou nalguma parte entre eles. A pessoa forte que se
convenceu de haver cometido ações pecaminosas, sendo que seu
conhecimento do plano da salvação e do problema do pecado só chega até
esse ponto, modificará seus costumes, detendo as ações pecaminosas e
tornando-se uma "boa” pessoa moral. Isto poderá ser sua ruína, pois
moralidade não é cristianismo. Moralidade nunca foi cristianismo e nunca o
será. Não fazemos o que é correto por não fazer o que é errado. Procurar ser
bom procurando não ser mau, não é ser bom. Maldade detida nunca foi e
nem é bondade. Assim, a armadilha da pessoa decidida, resoluta e sensata
é a moralidade sem Cristo. Ela se engana deste modo, pensando que é uma
boa pessoa, sendo, portanto, cristã - quando pode estar mais longe de ser
cristã do que o ébrio caído na sarjeta, pois pode tornar-se insensível à sua
necessidade de Cristo. Os fariseus eram boas pessoas morais. Eram tão bons
observadores do sábado que retornaram apressadamente do local da cruz
para realizar a tempo o culto do pôr do Sol. Isto, porém, não os tornava
justos diante de Deus.
Se contemplarmos de longe a alguém que tem três metros de altura,
ele talvez não pareça ser alto. Com efeito, podemos ter a impressão de que
seu tamanho é igual ao nosso, ou até um pouco menor. Mas quando chegar
bem perto dele, procurando abranger sua estatura com o olhar, de repente
você se sentirá como um anão a seus pés. Assim também, se você estiver
andando longe de Jesus, Ele talvez não pareça ser muito maior do que você.
Mas quando comparecer diante de sua presença, verá como é realmente, e
se convencerá de sua real necessidade.
Fevereiro 9, quinta-feira Passos em Direção a Cristo
Convicção de Nossa Necessidade
"Ó Deus, sê propício a mim, pecador!” Lucas 18:13
Certa vez fui ver um homem que estava embriagado. Sua esposa era
membro da igreja. Ele olhou para mim com os olhos injetados e disse em
tom natural: "Admiro muito os adventistas. Só uma pessoa bem forte e um bom
homem pode ser adventista." Será que só uma pessoa bem forte pode ser
adventista? E possível que uma pessoa fraca seja um bom adventista? Sim
ou não? Se vossa crença cristã se baseia unicamente na conduta, então só
uma pessoa bem forte pode ser um cristão adventista do sétimo dia, ou
qualquer outra espécie de cristão. Mas onde a religião se baseia na comunhão
com Jesus Cristo, os fortes e os fracos são iguais.
Já considerastes quem odiou mais a Jesus quando Ele esteve aqui – os
fortes ou os fracos? Foram os fortes. Por quê? Porque pela primeira vez em
sua vida “pura” eles viram Alguém que ia além das exterioridades, e ficaram
irritados. Em Sua presença, subitamente toda a moralidade e beatice deles
redundou em nada, e eles o perceberam.
Há um tipo de pessoa neste mundo que diz: "O hábito de fumar produz
câncer do pulmão? Então eu o abandono!" Ele o faz, e nunca mais toca num
cigarro. Outra pessoa diz: "O hábito de fumar produz câncer do pulmão? Então
eu também deixarei de fumar!" Mas à tarde ela sai e compra outro maço de
cigarros. Os fortes são bem-sucedidos e os fracos são derrotados.
É possível guardar o sábado como mero dia de descanso físico, e estar
pecando nesse próprio ato. É possível permanecer fora da cadeia em virtude
de uma boa vida moral, vivendo, porém, ainda em pecado nesse próprio
processo, por fazê-lo de si mesmo, independentemente de Cristo. E possível
ater-se a todos os preceitos e regulamentos conhecidos, sendo uma boa
pessoa e gozando de tal reputação perante todos os outros, e ainda estar
vivendo em pecado. Um dia destes haverá um grande avivamento na Igreja,
mas não se baseará na confissão de pecados hediondos. Irá basear-se na
repentina compreensão, por parte de pessoas que têm levado uma boa vida
moral, de que estiveram vivendo separados de Jesus e são tão pecadores
como as meretrizes e os ladrões. Esta convicção é o passo que levará todos
- tanto fortes como francos - a sentirem sua necessidade de um Salvador.
Fevereiro 10, sexta-feira Passos em Direção a Cristo
Moralidade Não é Suficiente
“Mas todos nós, com rosto descoberto, refletindo como um espelho a glória do
Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo
Espírito do Senhor.” 2 Coríntios 3:18
O inimigo de Deus sabe que se uma pessoa busca a Jesus, o primeiro
resultado dessa experiencia será genuína fé. Ele sabe que o segundo
resultado dessa experiência será justiça – uma justiça natural e espontânea
que provenha de Cristo e não de nossa própria fibra. Assim, uma de suas
artimanhas favoritas é fazer que concentremos a atenção em tudo, menos
na comunhão com Jesus.
Ele tem sido bem-sucedido em fazer com que as pessoas concentrem
a atenção na justiça. Declara: “Escutem, só: para vocês serem cristãos,
precisam fazer o que é justo. Agora, esforcem-se neste sentido!”. Assim, as
pessoas começam a experimentar todos os meios de ter mais fibra. Já
experimentastes isso? Eu já o fiz, procurando obrigar-me a realizar certas
coisas que não desejava efetuar. Cataloguei os meus “sete pecados”, e
comecei a lidar com o pecado nº 1. Antes que chegasse, porém ao nº 7, o
pecado nº 1 já estava de volta! E quando eu estava no auge da luta, alguém
da California do Sul enviou-me um panfleto intitulado: “Cem pecados de que
Laodiceia Precisa arrepender-se!”
Então, veio alguém e disse: “Não, não bem assim! O que você precisa
fazer é controlar os seus pensamentos, pois como um homem “imagina em sua
alma, assim ele é”. Portanto, comecei a controlar os meus pensamentos.
“Vejamos agora. Hoje não irei pensar sobre...” pois, bem, é sobre isso mesmo
que eu acabava pensando! Já percorreste esse caminho? É possível olhar
tanto tempo para si mesmo, no espelho, que se fique cada vez mais
semelhante a si próprio.
Disse alguém: “Suponhamos que você odeie a João, e o esbofeteie toda
vez que se encontrar com ele. Sua parte para sair vitorioso consiste em esforçar-
se bastante para deixar de esbofetear a esse indivíduo. Se você deixar de
esbofetear a João, Deus fará o resto, tirando de seu coração o ódio e a irritação.”
Mas, quando experimentei isso, descobri que não conseguia deixar de
“esbofetear” a João.
Não somos contra a moralidade. A moralidade é proveitosa. Ela nos
manterá fora da prisão. Evita que sejamos multados. Impedirá que fiquemos
caídos na sarjeta. Porém, moralidade não é cristianismo, e não nos levará ao
Céu. A única maneira de possuirmos alguma justiça é ter a Jesus, por meio
da comunhão com Ele.
Fevereiro 11, sábado Passos em Direção a Cristo
Todos São incapazes
“Eu sou a videira, vós, os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse
dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer.” João 15:5
Uma vez estando convictos de que somos pecadores, quer tenhamos
ou não cometido alguma coisa “errada”, o próximo passo em direção a Cristo
é admitir que somos completamente incapazes de fazer algo neste sentido.
Não modificamos nossa vida a fim de ir a Cristo. Aproximamo-nos de Cristo,
e Ele transforma nossa vida. Muitos estão dizendo: "Quando eu conseguir
endireitar minha vida, de modo que seja suficientemente boa, então irei ter com
Ele." Deixai de gastar tempo e energia com isso. É inútil. Somos incapazes
de fazê-lo.
Se gostaríeis de ter toda a mensagem da salvação unicamente pela fé
em Cristo, "Sem Mim nada podeis fazer." Quanto? “Nada!!” Ora, quanto é nada?
Nada é nada! É isso mesmo, é nada mais! A outra passagem é Filipenses
4:13: "Tudo posso nAquele que me fortalece.” Quanto? Tudo! É tão simples
assim. O menor menino ou menina pode compreendê-lo. Sem Cristo, nada
posso fazer. Com Ele, tudo posso fazer. Portanto, a única coisa que posso
realizar é ir ter com Cristo. Isso é tudo que posso fazer para ser salvo.
Se ir ter com Cristo ainda é algo nebuloso em vossa mente, gostaria
de lembrar-vos que tudo quanto é intangível na vida espiritual, se torna
tangível mediante as três coisas bem definidas para manter comunhão com
Ele. Como posso ir ter com Cristo? por meio do estudo da Bíblia - ouvindo a
Deus pela oração - falando com Deus; e partilhando – trabalhando com Deus.
Com estes meios, o Espírito Santo atuará em nós, conduzindo-nos à relação
correta.
Talvez digais, porém: “Algumas pessoas são incapazes, outras não.” Que
diremos da pessoa forte que está sendo muito bem-sucedida? Ela é incapaz?
Sim, é! A pessoa forte consegue controlar a aparência exterior. A pessoa
franca, não. Mas o problema é mais profundo que as exterioridades. “A
educação, a cultura, o exercício da vontade, o esforço humano, todos tem sua
devida esfera de ação, mas neste caso são impotentes.” – Caminho a Cristo,
pag. 18 (Grifo acrescentado.) “nosso coração é ímpio, e não podemos
transformar.” – Ibidem. (Grifo acrescentado.) Tanto os fortes como os fracos
são incapazes de transformar sua vida interior. Ambas essas classes de
pessoas precisam admitir sua incapacidade e ir a Cristo assim como estão.
Fevereiro 12, domingo Passos em Direção a Cristo
Deus Ajuda os que Precisam de Auxílio
"Neste encontro, não tereis de pelejar; tomai posição, ficai parados e vede o
salvamento que o Senhor vos dará.” 2 Crônicas 20:17
Um homem chegou a um novo país com sua esposa, seu gado, seus
rebanhos e seus parentes. O povo dessa região saiu ao seu encontro e lhe
perguntou: "Como é mesmo o seu nome?" E ele respondeu: "Meu nome é Pai
de Uma Grande Multidão." "Ah, é? Quantos filhos o senhor tem?" "Bom, eu... eu
não tenho filhos." "Não?" E eles riram. Perguntaram então para a esposa desse
homem: "Como é seu nome?" "Meu nome é Mãe de Nações." “Quantos filhos a
senhora têm?" "O dia hoje está bonito na terra de Canaã, não é mesmo?" “Quantos
filhos a senhora têm?" "Não tenho nenhum filho." "Qual é a sua idade?" "Noventa
anos."
Esse homem e sua mulher disseram um para o outro: "Deus prometeu
alguma coisa maior do que Ele é capaz de fazer. Precisamos auxiliá-lo. Deus ajuda
quem se vira por si mesmo" Assim, eles elaboraram um plano sutil. E no
Oriente Médio ainda deparamos hoje com o problema- que resultou de seu
plano.
Vemos outro homem num palácio com estatuas de mármore e trono
de marfim. Seu nome é Moises. Deus aproxima-se dele e diz: “Moises, você
é a aquele que deve guiar a Israel para fora do Egito. “E Moises replica: “Tu
encontraste o homem certo. Acabo de graduar-me na escola militar. Começarei
amanhã cedo.” Ele o fez, e matou a um egípcio. Então empreendeu uma fuga
através do deserto até as proximidades do monte Sinai, e ali apascentou
ovelhas por quarenta anos. Depois disso, Deus aproximou-se dele
novamente, e disse: “Moises, agora chegou o tempo de você guiar a Israel para
fora do Egito.” Oh, não! Eu não! Sou um simples guardador de ovelhas.” Deus
sorriu e declarou: “Agora você está preparado.” Não demorou muito para que
Moisés reconhecesse sua incompetência para conduzir o povo a uma grande
vitória. O povo, no entanto, precisava aprender ainda a mesma lição, Deus
disse: “não tereis de pelejar. O Senhor pelejara por vós.” E a primeira coisa que
eles fizeram foi começar a lutar com seus inimigos. Eles também tiveram que
aprender que Deus tem poder para fazer o que prometeu, e não necessita
de nossa ajuda para efetuar o que prometeu realizar por nos. Admitir nossa
incapacidade para fazê-lo por nós mesmos é o passo final antes de nossa
entrega a Ele.
Fevereiro 13, segunda-feira Passos em Direção a Cristo
O Fim que é o Começo
"Porque o fim da lei é Cristo, para justiça de todo aquele que crê.” Romanos
10:4
Hoje falaremos sobre a entrega, que é o passo final na sequência de
como nos dirigimos a Cristo. Notai o que está escrito nos últimos versículos
de Romanos I e nos primeiros versículos do capítulo 10: "Que diremos pois?
Que os gentios, que não buscavam a justificação, vieram a alcançá-la, todavia a
que decorre da fé; e Israel que buscava lei de justiça não chegou a atingir essa
lei. Por quê? Porque não decorreu da fé, e, sim, como que das obras." Eles se
baseavam na conduta. "Tropeçaram na pedra de tropeço, como está escrito: Eis
que ponho em Sião uma pedra de tropeço e rocha de escândalo, e aquele que
nela crê não será confundido.... Porque lhes dou testemunho de que eles têm zelo
por Deus, porém não com entendimento. Porquanto, desconhecendo a justiça de
Deus, e procurando estabelecer a sua própria, não se sujeitaram à que vem de
Deus. Porque o fim da lei é Cristo para justiça de todo aquele que crê."
Lembrai-vos desta afirmação: Uma macieira produz maçãs porque é
uma macieira, e nunca a fim de ser uma árvore dessa natureza. Se quisermos
ter maçãs, a melhor coisa que podemos fazer é conseguir uma macieira. Esta
árvore não precisa efetuar um grande esforço para produzir maçãs; isto lhe
é uma coisa natural. Consideremos novamente a passagem citada mais
acima, parafraseando-a da maneira seguinte: "Que diremos pois? Que os
gentios que não procuravam produzir maçãs produziram tais frutas, a saber: as
maçãs que provêm da macieira. Mas Israel, que procurava produzir maçãs, não
produziu tais frutas. Por quê? Porque eles não procuraram tornar-se macieiras,
mas procuraram produzir maçãs por seus próprios esforços. Pois eles,
desconhecendo o método de Deus para produzir fruto, e esforçando-se para
produzir suas próprias maçãs, não se submeteram a si mesmos para que se
tornassem macieiras. Pois Cristo é o fim de procurar produzir maçãs à parte da
macieira para todos os que querem tornar-se macieiras." Esta é a versão de
Venden!
O cristão faz o que é correto porque é cristão, e nunca para ser cristão.
Desistir de nossa própria aptidão para produzir os frutos da justiça é o
começo da vida cristã.
Fevereiro 14, terça-feira Passos em Direção a Cristo
Força em Reconhecer a Fraqueza
"Quando sou fraco, então, é que sou forte.” 2 Coríntios 12:10
A palavra entrego é muito mal compreendida por milhares de cristãos.
Se a ideia que a pessoa tem do cristianismo se baseia na conduta, seu
enfoque principal estará nos Dez Mandamentos e em esforçar-se ao máximo
para obedecer a eles. Se ela for forte, será "bem-sucedida"; se for fraca,
fracassará.
A filosofia dos que se baseiam na conduta jamais conduz a pessoa ao
senso de incapacidade que a leve à entrega. O indivíduo baseado na conduta
que é forte e que aparentemente é bem-sucedido, não reconhece que é
incapaz. E o que é fraco declara: "Não consigo fazê-lo; portanto, eu desisto", e
se afasta de Deus no próprio ponto em que, se o soubesse, poderia estar
mais perto de Deus do que jamais no passado.
As pessoas baseadas na conduta pensam que a entrega é renunciar a
certas coisos nesta vida: os seus pecados, problemas e debilidades. Elas
dizem, portanto: "Diante de Deus e deste auditório, prometo que de agora em
diante nunca mais irei fumar, tomar bebidas alcoólicas ou dançar." Se forem
fortes, nunca mais praticarão essas coisas e se tornarão "bons" membros de
igreja. Se a entrega tem que ver principalmente com o abandono de certas
coisas, os fortes são bem-sucedidos, e os fracos não.
Tenho ouvido falar de uma porção de processos diferentes para
abandonar pecados e renunciar a determinadas coisas. Até ouvi falar de
pessoas que escrevem seus pecados em pedaços de papel que são recolhidos
e levados à frente da igreja, onde há um pequeno altar, e alguém acende
um fósforo, queimando completamente todos esses "pecados". Maravilhoso!
Os pecados desapareceram agora. Eles foram inteiramente consumidos pelas
chamas. Processos psicológicos e de psicologia das massas! O problema é
que a pessoa fraca que escreveu seus pecados num pedaço de papel, a fim
de que fossem queimados, vai para casa e descobre que continua tendo
esses mesmos pecados. Há indivíduos que experimentaram tudo que era
possível, até dizerem finalmente: "Presumo que algumas pessoas nasceram
para servir de combustível ao fogo do inferno, e devo ser uma delas." E começam
a crer na predestinação.
Gostaria de indicar o que realmente é entrega. Entrega não é renunciar
a certas coisos. Entrega é renunciar à ideia de que podemos fazer algo com
referência a determinadas coisas, exceto o seguinte: ir a Cristo assim como
estamos. Precisamos entregar a Ele nossa própria pessoa.
Fevereiro 15, quarta-feira Passos em Direção a Cristo
Quando os Esforços São Importantes?
"Combate o bom combate da fé. Toma posse da vida eterna, para a qual também
foste chamado e de que fizeste a boa confissão perante muitas testemunhas.” 1
Timóteo 6:12
Há duas maneiras de combater a Deus. Uma delas é dizer: "Não creio
em Deus. Não quero saber nada a Seu respeito, e não tenho tempo para Ele.
Portanto não vou ter com Ele." Há uma outra maneira mais sutil que tem a
mesma eficácia. Consiste em dirigir-se a Deus com o pensamento de que Ele
ajuda quem se vira por si mesmo. Levo-lhe os meus problemas, mas não os
deixo aos Seus cuidados. Em vez disso, envolvo-me em toda a situação.
Se eu tiver dificuldades com o meu automóvel, posso impedir que o
mecânico conserte o meu carro se eu não for procurá-lo. Há, porém, uma
forma muito mais sutil de combater o mecânico. Posso levar-lhe o meu
automóvel, e depois que ele o colocar dentro da oficina e erguer a capota,
posso introduzir a cabeça no lado oposto e dizer: "Só um minuto, por favor.
Não mexa nas velas de ignição. Faz apenas dois anos que foram trocadas. Não
mexa também no carburador. Este aparelho é muito delicado e o senhor pode
desregulá-lo. E mantenha as mãos afastadas da correia do ventilador e da bomba
de gasolina. E seja o que for, não mexa na caixa de direção." Finalmente o
mecânico larga as ferramentas e diz: "Leve embora o seu carro e conserte-o
por si mesmo!”
Assim também, dirijo-me a Deus e digo: "Agora, Senhor, eu gostaria que
fizesses isto e aquilo para mim." Mas então eu fico todo envolvido no processo,
procurando fazer uma parte e deixando que Deus faça a outra, e desta
confusão de mesclar meus próprios esforços com o poder de Deus advêm a
derrota.
A razão de tantas pessoas estarem frustradas na vida cristã é lidarem
com os resultados e não com a causa. Até os meninos e as meninas sabem
a resposta para a pergunta: "Se tivésseis de escolher entre comer e crescer,
qual escolheríeis?" Não levariam muito tempo para dizer: "Se resolvermos fazer
algum esforço para comer, conseguiremos ambas essas coisas, mas, se nos
esforçarmos por crescer, não conseguiremos nem uma coisa nem outra." A causa
de nosso crescimento cristão tem que ver com o conhecimento de Jesus
como nosso Amigo. Os resultados virão quando Ele viver Sua vida em nós
Fevereiro 16, quinta-feira Passos em Direção a Cristo
Que Há de Novo com o Novo Nascimento?
“Se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus.” João 3:3
Grande número de pessoas que no passado se dirigiram a Cristo pensa
que realmente não o fizeram, pois, a entrega não durou muito tempo. Esse
é um dos grandes dilemas no mundo cristão hoje em dia. Há centenas de
pessoas que sinceramente se achegaram a Jesus com grande senso de
necessidade de que mais tarde ficaram desiludidas quando a "conversão"
pareceu desvanecer-se. É possível ter aceitado genuinamente a Cristo e
renunciado a si mesmo durante uma Semana de oração no último ano letivo
ou num trilho coberto de serragem, há quarenta anos, mas deixar que essa
entrega se esvaeça por não fazer mais fazer nada neste sentido depois dessa
ocasião. A fim de crescer na vida crista precisamos aprender como converter-
nos diariamente.
Conversão é mais do que dizer “sim” a Deus uma vez. Quando alguém
acorda na semana posterior a uma semana especial e descore a que ainda
tem alguns dos mesmos problemas, debilidades e temores que antes, talvez
seja tentando a pensar que realmente não houve conversão alguma. E
aguarda o próximo avivamente, reunião geral ou chamado ao altar para
passar novamente pelo mesmo processo. Esquecendo-se de que o diabo,
com frequência, age com redobrada energia quando vê alguém dirigir-se a
Cristo. As coisas podem piorar durante certo período após a conversão.
Talvez haja mais provações, tentações e derrotas do que antes de ter sido
tomada a decisão. Já vistes acontecer semelhante coisa? O diabo
experimenta tudo que pode para levar-nos a desistir e a olvidar a Deus.
Se a conversão não é imediata vitória, paz e isenção de tentações
provas, que é então? Eis aqui uma definição de conversão baseada em dois
capítulos do livro o Desejado de Todas as Nações: "Nicodemos" e "Junto ao
Poço de Jacó": Conversão é uma obra sobrenatural do Espírito Santo no
coração humano, produzindo uma mudança de atitude para com Deus, e
criando uma capacidade para conhecer a Deus, que não possuíamos
anteriormente.
A conversão é obra de Deus, nunca de nós mesmos. Quando nascemos
de novo, em vez de ser contra Deus, passamos a colocar-nos ao Seu lado. E
temos então uma inclinação pelas coisas espirituais que eram uma tolice para
nós enquanto estávamos em inimizade com Deus. Ela não constitui o fim da
vida espiritual, assim como o nascimento físico não constitui o fim da vida
física. E apenas o meio de partida. É apenas o começo.
Fevereiro 17, sexta-feira Entrega
Zaqueu Vai Ter Com Jesus
"Zaqueu, desce depressa, pois me convém ficar hoje em tua casa.” Lucas 19:5
Jericó é um nome familiar a muitos cristãos, os quais têm recordações
relacionadas com esse lugar que remontam à infância. Houve a batalha de
Jericó e a maldição sobre esta cidade no tempo de Josué, com o resultado
de que a velha cidade de Jericó jamais foi reconstruída. Depois veio a cidade
mais nova, que existe até hoje. Foi para essa cidade que se dirigia o bom
samaritano, bem como o homem ajudado por ele. O cego Bartimeu sentava-
se do lado de fora da cidade, mendigando. E era a cidade de Zaqueu, um
homem "de pequena estatura".
A história de Zaqueu é emocionante, pois constitui um drama da vida
real. Tem um aspecto cômico e encerra profundas inferências espirituais, por
ser o relato de alguém que buscava sinceramente a Deus.
Zaqueu era maioral dos publicanos, e rico. Se analisardes a
consideração em que são tidos os cobradores de impostos no tempo atual,
talvez possais ter uma ideia do que o povo de Jericó pensava a respeito de
Zaqueu. Ele não só era um publicano, mas o maioral dos publicanos. Estes
últimos eram peritos em defraudar os outros. Suas riquezas acumulavam-se
dessa maneira. Zaqueu era ladrão. Podeis vê-lo acordado à noite, olhando
fixamente para as tapeçarias que deveriam estar na casa de alguma outra
pessoa e perguntando a si mesmo como poderia ser eliminado o vácuo que
sentia no íntimo. Então Zaqueu ouviu falar de Jesus, o qual aceitava a todos
os que iam ter com Ele e era amigo de publicanos e pecadores. Começou a
crescer em seu coração a esperança de que talvez também pudesse
encontrar paz. Então Jesus chegou à cidade em que morava esse homem.
Talvez tenhais vontade de rir ao ver Zaqueu, o diretor do serviço
interno da receita pública, correndo para subir a uma árvore com os garotos
da rua. Mas ele o fez. Isto demonstra algo muito importante. Quando está
em jogo uma questão de vida e morte, esquecemos nossas inibições, nossa
falsa dignidade e tudo o mais. Isso prova que Zaqueu estava realmente no
fim de seus próprios recursos e que reconhecia sua necessidade da ajuda
que só Jesus podia proporcionar. Quando sentimos necessidade de Cristo,
nada mais se apresentará tão importante que nos impeça de ir ter com Ele.
Fevereiro 18, sábado Entrega
Zaqueu Sai da Árvore em que se encontrava
“Hábito num lugar alto e santo, mas hábito também com o contrito e humilde de
espírito, para dar novo ânimo ao espírito do humilde e novo alento ao coração do
contrito.” Isaías 57:15
Quando Jesus chegou a Jericó, Zaqueu chegara ao ponto de renunciar
a uma vida centralizada no próprio eu. Estava enfadado de sua vida de fraude
e astúcia, enfadado de fugir do Espírito Santo e disposto a aceitar o quê Jesus
tinha a oferecer. Quando soube que Jesus passaria por lá, correu à frente da
multidão e subiu até os ramos do um sicômoro, a fim de ver a Jesus.
Chegando àquele lugar, Jesus olhou para cima e viu a Zaqueu, o qual
achava que ficaria oculto à vista. Jesus viu-o e lhe disse: ''Zaqueu." Sabia o
nome desse individuo, embora talvez nunca se tivesse encontrado com ele.
Jesus nunca despreza a quem quer que seja. Ele não faz acepção de
pessoas. Tem a mesma consideração para com todos. Ninguém deve julgar
que foi omitido ou passado por alto. Jesus tem passado por onde estais. Ele
passa por onde se encontra toda e qualquer pessoa.
Disse Iesus: "Desce depressa, pois Me convém ficar hoje em tua casa”. S.
Luc. 19:5. Zaqueu estava no alto de uma árvore em mais de um sentido.
Encontrava-se entre os ramos de uma árvore não só fisicamente, mas
também espiritualmente. Com frequência procuramos compensar nossa
pequena estatura espiritual com alguma manobra exterior.
É uma lei da vida espiritual que é preciso descer para poder subir.
Zaqueu recebeu a Jesus com alegria. E, naturalmente, todas as vezes que
isso acontece, sempre há alguns na multidão que começam a queixar-se e a
resmungar. Quando eles viram isso, todos murmuraram, dizendo que Jesus
Se hospedara com homem pecador. Por que Ele decidira ir almoçar com esse
patife? Por que não escolheu alguém que gozava de elevada consideração na
cidade de Jericó? Mas, eis aí, novamente, o evangelho numa só frase: Jesus
Se hospedara com alguém que era um pecador. Jesus recebe pecadores, Se
não fosse assim, não haveria esperança para vós e para mim. Não estais
contentes de que Ele Se acha disposto a hospedar-Se com pecadores? Isto
constitui uma boa nova, boa-nova do evangelho de Cristo.
Fevereiro 19, domingo Entrega
Agora Veio a Salvação
“Jesus lhe disse: Hoje houve salvação nesta casa! Porque este homem também é
filho de Abraão.” Lucas 19:9
"Entrementes, Zaqueu se levantou e disse ao Senhor: Senhor, resolvo dar
aos pobres a metade dos meus bens e, se nalguma coisa tenho defraudado
alguém, restituo quatro vezes mais." S. Luc. 19:8. Que estava Zaqueu fazendo
aí? Bem, algumas pessoas dirão que ele foi salvo por dar aos pobres ou
restituir quatrocentos por cento. Mas a resposta de Jesus ao aparente
tamborilar de seus próprios tambores morais é muito interessante. “Então
Jesus lhe disse: Hoje houve salvação nesta casa." Não vos esqueçais disso! Hoje
o homem recebe a salvação. Ele não pode receber salvação quando começa
a endireitar os seus caminhos, a reparar suas faltas e a fazer restituição?
Não. Não há salvação em dar aos pobres mesmo que demos cinquenta por
cento de nossa renda, não é isso que nos salva. Não há salvação na
restituição. Se defraudei alguém, restituir-lhe quatrocentos por cento parece
ser uma excelente restituição, não é mesmo? Mas não há salvação nisso.
''É verdade que os homens às vezes se envergonham de seus caminhos
pecaminosos e renunciam a alguns de seus maus hábitos, antes de estar
conscientes de que estão sendo atraídos a Cristo.” - Caminho o Cristo, pág. 27.
Que realmente está acontecendo? Eles estão sendo atraídos para Cristo.
“Quando quer, porém, que façam um esforço para reformar-se, movidos do
desejo sincero de proceder bem, é sempre o poder de Cristo que os está atraindo.”
- Ibidem. Admitamos, portanto, que foi o poder de Cristo que impeliu Zaqueu
a dar 400% e 50%. Mas isso não era salvação. "Uma influência para eles
descarecida lhes opera na alma, despertando-lhes a consciência, e sua vida
exterior emenda-se. E quando Cristo os atrai, levando-os a olhar à Sua cruz, para
contemplar Aquele que os seus pecados ali cravaram, o mandamento desperta na
consciência. É-lhes revelada a pecaminosidade de sua vida, o pecado que se acha
arraigado em sua alma.” - Ibidem. Não apenas os atos, mas sua verdadeira
condição. Começam a compreender alguma coisa da justiça de Cristo, e
exclamam: “Que é o pecado que devesse exigir tão grande sacrifício pela
redenção de sua vítima? Acaso se fez preciso todo esse amor, todo esse
sofrimento, toda essa humilhação, para que não parecêssemos, mas tivéssemos
vida eterna? " - Ibidem. É quando se recebe Cristo como salvador pessoal,
que sobrevém salvação à alma. - O Desejado de Todas as Nações.
Fevereiro 20, segunda-feira Entrega
Jacó Vai Ter Com Jesus
“Teve medo e disse: "Temível é este lugar! Não é outro, senão a casa de Deus;
esta é a porta dos céus". Gênesis 28:17
Jacó era um homem religioso. Seus familiares eram membros da
igreja. No tempo em que ele viveu em casa, sua experiência espiritual não
foi inteiramente má. Ele tinha interesse no direito de primogenitura por
outros motivos além das razões de ordem material. Desejava poder
comungar com Deus como Abraão o fez. Temos de dar-lhe boas notas por
isso. "Mas, conquanto Jacó assim estimasse as bênçãos eternas mais do que os
temporais, não tinha um conhecimento experimental do Deus a quem ele
venerava. Seu coração não se havia renovado pela graça divina." - Patriarcas e
Profetas, pág. 177.
Jacó não compreendia muito bem as atuações de Deus. Fora-lhe
prometido o direito de primogenitura, mas Deus tem o hábito persistente de
esperar até o último minuto possível. (Eu costumava ficar desgostoso com
Ele por isso. Se estais desgostosos com Deus, podeis contá-lo para Ele, pois
conhece tudo a esse respeito, mas nunca fica furioso por esse motivo.) Assim
Deus esperou até o último minuto, e Jacó achou que o Senhor estava
dormindo no ponto e que ele precisava fazer alguma coisa para ajudar a
cumprir as promessas de Deus. Ele e Rebeca consultaram um ao outro e
elaboraram um plano magistral.
Conheceis o resto da história, Jacó obteve o direito de primogenitura
de maneira fraudulenta. O resultado foi que Jacó nunca mais tornou a ver
sua mãe. Podeis vê-lo partir através das areias do deserto, sozinho,
compungido e aflito. O tiro saíra pela culatra. "Deus declarara que Jacó
receberia a primogenitura, e Sua palavra ter-se-ia cumprido ao tempo que Lhe
aprouvesse, se tivessem pela fé esperado por Ele a fim de operar em favor deles."
- Idem, págs. 179 e 180. Mas haviam resolvido fazer algo por si mesmos.
Portanto, vemos Jacó fugindo, desesperado. Vem a noite, e ele se deita
depois de tomar uma pedra como travesseiro. Quase não ousou orar.
Ele pensou que tudo estava perdido, mas teve um sonho no qual viu
uma escada que se estendia da Terra ao Céu. Anjos subiam e desciam por
ela. A escada representava a Jesus, o meio de ligação entre o Céu e a Terra.
Jesus ainda Se achava ali, Jesus ainda o amava. Jesus viera socorrê-lo em
sua grande necessidade, como Ele sempre faz quando estamos dispostos a
aceitar Sua graça. Jacó converteu-se aquela noite.
Fevereiro 21, terça-feira Entrega
Fazendo Transações com Deus
“Na verdade, o Senhor está neste lugar, e eu não o sabia.” Gênesis 28:16.
Quando Jacó dormiu sobre o travesseiro de pedra e viu a escada que
se estendia até o Céu, foi-lhe apresentado o plano da salvação; não
plenamente, mas os aspectos essenciais para ele naquela ocasião. Embora
sua mente compreendesse imediatamente uma parte da revelação, suas
grandes e misteriosas verdades constituíram o estudo de sua vida,
desdobrando-se cada vez mais ao seu entendimento.
Consideremos o que é relatado em Gênesis 28:13 e 14. Deus está
dizendo a Jacó que as promessas feitas a Abraão também se aplicavam a
ele. Diz o verso 15; "Eis que Eu estou contigo, e te guardarei por onde quer que
fores, e te farei voltar a esta terra, porque te não desampararei, até cumprir Eu
aquilo de que te hei referido." Não parece ter sido uma boa notícia? E Jacó
acordou e disse: "Na verdade o Senhor está neste lugar; e eu não o sabia." Ele
ficou atemorizado. Erigiu uma coluna de pedra e deu a esse lugar o nome de
Betel.
O verso 20 relata como ele efetuou algo característico de sua filosofia
religiosa naquele tempo. "Fez também Jacó um voto." Atentai cuidadosamente
para esse voto. "Se Deus for comigo, e me guardar nesta jornada que
empreendo, e me der pão para comer e roupa para que me vista, de maneira que
eu volte em paz para a casa de meu pai, então o Senhor será o meu Deus." Ele
está procurando fazer uma transação com Deus. Será que o plano da
salvação se baseia nisso? É óbvio que houve algum equívoco da parte de
Jacó quanto à maneira da atuação de Deus. Ele fez um voto. A salvação não
se baseia nos votos que fazemos a Deus, e, sim, em nossa aceitação dos
votos que Deus já fez para nós. A fé genuína continua amando a Deus e
confiando nEle, sem levar em conta o que nos aconteça. Deus apenas
prometeu forças para cada dia, e não um céu sempre azul. Se Jacó houvesse
passado fome, a fé genuína teria dito: "Eu ainda Te amo e confio em Ti”.
Jacó continuou a fazer transações com Deus durante todo o trajeto até
o ribeiro Jaboque. Finalmente, encontrou-se absolutamente só. E foi ali que
ele desistiu de fazê-lo por si mesmo, entregando-se por completo ao domínio
de Deus.
Fevereiro 22, quarta-feira Entrega
Ganhar ao Perder
“Disse este: Deixa-me ir, pois já rompeu o dia. Respondeu Jacó: Não te deixarei
ir se me não abençoares.” Gênesis 32:26
É interessante notar que a salvação pela fé é ensinada tão
vigorosamente no Velho Testamento como no Novo. Ela não constitui apenas
um ensino do Novo Testamento. Verificamos que um dos relatos que ensina
algumas das lições mais profundas é a história de Jacó, que se encontra em
Gênesis 32. No capítulo precedente, notamos que Jacó retirou-se nas trevas
da noite do local em que morava seu tio, com suas duas mulheres e com
suas manadas e rebanhos, e se dirigiu para a terra de que havia partido.
Quanto mais perto ia chegando dessa terra, tanto mais aumentava a
sua apreensão. Foi informado de que vinham vindo quatrocentos soldados.
O inimigo estava chegando. Esaú assume uma atitude agressiva. E Jacó fica
alarmado. Ele emprega, portanto, uma hábil estratégia. Divide seus
acompanhantes em dois grupos, pensando que se um grupo fosse atacado,
o outro escaparia. Realiza tudo que lhe é possível imaginar para garantir sua
própria segurança e fazer sua própria vontade. Ele acha que Deus ajuda os
que se viram por si mesmos. Finalmente, em desespero, dirige-se sozinho,
nas trevas da noite, ao ribeiro Jaboque, para orar. Gênesis 32:24-28: "E
lutava com ele um homem, até ao romper do dia. Vendo este que não podia com
ele, tocou-lhe nas articulações da coxa; deslocou-se a junta da coxa de Jacó, na
luta com o homem. Disse este: Deixa-me ir, pois já rompeu o dia. Respondeu
Jacó: Não te deixarei ir, se me não abençoares. Perguntou-lhe, pois: Como te
chamas? Ele respondeu: Jacó. Então disse: já não te chamarás Jacó, e, sim,
Israel: pois como príncipe lutaste com Deus e com os homens, e prevaleceste."
Desse relato aprendemos duas coisas importantes. Primeira: a
conversão é absoluta ou constante entrega não ocorrem necessariamente ao
mesmo tempo na experiência de uma pessoa. Com efeito, raras vezes
acontece isso. A segunda coisa é que o fim do esforço pessoal requer uma
luta que nenhum de nós está disposto a enfrentar sem reconhecer que
estamos cansados dele. Jacó saiu mancando dessa experiência. E, segundo
entendemos, ele ficou coxo pelo resto de sua vida. Sabemos quando ocorre
semelhante experiência. Talvez não saibamos quando nos convertemos. Mas
ficaremos sabendo quando passamos pela espécie de crise pela qual Jacó
passou no Jaboque.
Fevereiro 23, quarta-feira Entrega
Tocado por Deus
“Vi a Deus face a face, e a minha vida foi salva.” Gênesis 32:30
Após o derradeiro esforço de Jacó para garantir sua própria segurança,
ele se dirigiu sozinho ao ribeiro de Jaboque. Fizera tudo que estava ao seu
alcance para salvar-se a si mesmo. E não surtirá efeito. Provavelmente
pensou que a oração também não seria eficaz, se toda a sua estratégia e
todo o seu planejamento haviam falhado; mas não podia perder essa
oportunidade. Então Deus Se aproximou para atender a oração de Jacó. Ele
colocou-lhe a mão sobre o ombro. À noite era escura, e Jacó ficou com medo.
Quando ele sentiu o toque de Deus, pensou que era a mão de um inimigo.
E, assim, pôs-se a combatê-lo. Levou todo o resto da noite, até o raiar do
dia para descobrir que Deus viera comunicar-lhe uma preciosa bênção.
Isso era uma alegoria de toda a sua existência. Por vinte anos, toda
vez que Deus pôs a mão sobre o seu ombro, ele O combateu, pensando que
era um inimigo. Deus queria assumir a direção de sua vida, mas Jacó não
Lhe permitiu. Ele desejava governar-se a si mesmo. E nisso que consiste a
crise da entrega. E o dia custou a raiar. Mas quando finalmente ocorreu, Jacó
apegou-se a Deus, em vez de combatê-lo. Nossa grande força está em sentir
e reconhecer nossa fraqueza. Cristo une homens e mulheres caídos, em sua
debilidade e desamparo, com a fonte do poder infinito. Que foi que despontou
na mente de Jacó aquela noite? Ele estivera realizando o que Deus não
esperava nem pedira que fizesse. Por vinte anos Jacó procurara viver à altura
das promessas que fizera a Deus em Betel. Então ele descobriu que
necessitava aceitar as promessas que Deus lhe havia Feito. Descobriu que o
esforço requerido por Deus não é a luta para transformar a própria vida, nem
a lula para efetuar o que Deus prometeu realizar por nós, mas unicamente a
luta para manter comunhão com o Céu, com Deus. Há alguma que
precisamos fazer para obter a salvação. Precisamos ir ter com Jesus. “O que
vem a Mim - diz Jesus - de modo nenhum o lançarei fora.” S. João 6:37.
Foi por meio de entrega pessoal e fé que Jacó alcançou a vitória que
não conseguira alcançar em sua própria força. É por meio da entrega do
próprio eu e pela confiança em Deus que podemos ser vitoriosos em nossa
vida. Quando Deus colocar a mão sobre o ombro de cada um de nós, não
será admirável reconhecê-lo como nosso amigo, e não como nosso inimigo?
Fevereiro 24, sexta-feira Entrega
Quando Raia a Luz
“Ficando ele só; e lutava com ele um homem, até ao romper do dia.” Gênesis
32:24
Há diversas coisas que eram características de Jacó antes de sua
experiência no Jaboque. Em primeiro lugar, o pecado de ter enganado a seu
pai estava constantemente diante dele. Haviam decorrido vinte anos, mas
durante todo esse tempo ele lutara com o sentimento de culpa por essa
fraude. Algo mais se perpetuara em sua memória. Jacó estava ciente de que
os anjos o protegiam, mas pensava ainda que precisava fazer alguma coisa
para garantir sua própria segurança. Não acreditava que Deus podia cumprir
as promessas que fizera em Betel sem a sua ajuda
Já considerastes o que um só anjo é capaz de fazer? Que aconteceu
com 185.000 homens no acampamento dos assírios? Conheceis a história:
“E quando se levantaram os restantes pela manhã, eis que todos eles eram
cadáveres.” II Reis 19:35. Isso constitui o resultado da atividade de um só
anjo ao passar pelo acampamento. Jacó sabia que havia dois grupos de
anjos, um à frente e outro atrás. Chegou até a chamar esse lugar de acordo
com isso, mas talvez não soubesse muita coisa sobre a força dos anjos ou
sobre o poder de Deus para cumpri Suas promessas. Ainda pensava que teria
de fazer algo. Isto é característico da falta de entrega.
''Foi isso que se demonstrou a ruína dos judeus, e será a de muitas almas
em nossos próprios dias. Há milhares a cometer o mesmo erro dos fariseus a
quem Cristo reprovou no banquete de Mateus. Em lugar de abandonar certa ideia
nutrida, ou rejeitar algum ídolo de opinião, muitos recusam a verdade descida do
Pai da luz. Confiam em si mesmo, e dependem da própria sabedoria, e não
compreendem sua pobreza espiritual. Insistem em ser salvos por alguma maneira
em que realizem alguma obra importante. Quando veem que não há nenhum
modo de introduzirem o eu na obra, rejeitam a salvação provida." – O Desejado
de Todas as Nações. ed. popular. pag. 258.
É-nos declarado que Jacó foi um homem diferente depois da noite de
luta junto ao Jaboque. Isto ocorreu vinte anos após a sua conversão. A
confiança em si mesmo finalmente foi desarraigada no Jaboque. Jacó
descobriu aquela noite quanto vale a absoluta confiança em Deus. Jacó
desse ponto em diante, desapareceu a astúcia anterior. Sua vida foi
assinalada pela simplicidade e verdade. Ele aprendera a lição da singela
confiança no poder celestial.
Fevereiro 25, sábado Entrega
A Crise da Entrega
“Todo o que cair sobre esta pedra ficará em pedaços; e aquele sobre quem ela
cair ficará reduzido a pó.” Mateus 21:44
"Dia a dia instrui Deus a Seus filhos. Pelas circunstâncias da vida diária,
prepara-os para a parte que tem de desempenhar naquele mais vasto cenário que
Sua providência lhes designou. E o resultado de sua diária prova que determina a
vitória ou derrota deles na grande crise da vida." - O Desejado de Todas as
Nações, ed. popular, pág. 364. Pode haver, portanto, uma série de pequenos
incidentes, todos eles baseados numa só questão: Fá-lo-ei por mim mesmo,
ou confiarei em Deus para que Ele o faça? Se fracasso e continuo fracassando
dia a dia, posso esperar uma grande luta com o anjo, qualquer noite dessas,
junto ao Jaboque.
Foi o que aconteceu com Jacó. E com José. Ele deve ter falhado
nalgumas pequenas crises, tais como pensar que era muito importante em
comparação com os seus irmãos. Podeis vê-lo, portanto, debulhando-se em
lágrimas ao ser preso e conduzido como escravo para o Egito. Pedro agarrou-
se ao solo e esfregou o rosto na terra, no Getsêmani, desejando morrer,
porque fracassará na crise no lago e na discussão acerca do tributo do
Templo. Só depois que reconheceu sua debilidade, junto ao fogo, ao ver o
sofrimento que causara Aquele a quem muito amava, foi que ele passou a
desfrutar absoluta confiança em Cristo.
Se a conversão ocorreu imperceptivelmente em vossa vida e sois uma
dessas pessoas que nunca podem indicar um tempo ou uma data, ou mesmo
um ano, para isso; se apenas tendes sido bons membros de igreja durante
toda a vossa vida, lembrai-vos de que a entrega completa não se dará com
facilidade. "A luta contra o próprio eu, é a maior batalha que já foi ferida. A
renúncia de nosso eu, sujeitando tudo à vontade de Deus, requer luta." - Caminho
a Cristo, pág.43. A crise da entrega, o ato de despedaçar-se, caindo sobre a
Rocha, é uma grande crise na vida do Cristão.
Não estamos indicando que precisais ser transformados
completamente para ser aceito por Deus. Jacó foi aceito por Deus em Betel.
Estamos falando da obra transformadora do Espírito Santo.
Seja qual for a forma que essa grande crise tome em vossa vida,
lembrai-vos de que a mão de Deus colocada sobre o vosso ombro não é a
mão de um inimigo. É a mão do melhor Amigo que já tivestes.
Fevereiro 26, domingo Entrega
Não Minha Obra, Mas a Dele
“Ora, ao que trabalha, o salário não é considerado como favor, e sim como
dívida.” Romanos 4:4
Quando uma pessoa começa a compreender que Deus oferece uma
vida de liberdade, paz e realização por meio da justiça pela fé em Jesus, o
diabo fica irritado. Ele tem se esforçado ao máximo para que todos se
mantenham afastados de Deus, não tendo nenhum interesse nEle. Não quer
que pessoa alguma encontre descanso indo a Jesus Quanto mais longe
ficarmos, tanto mais ele se alegrará, Mas, se não conseguir impedir que
sejamos atraídos e que busquemos as coisas de Deus, lançará mão de outros
métodos.
O Primeiro deles é procurar levar-nos a alcançar a justiça por nossos
próprios esforços. É possível passar anos de inútil esforço lidando
penosamente com exterioridade e procurando tornar-se suficientemente
bom para ser aceito por Deus.
Afinal, chegamos à conclusão de que a justiça é unicamente pela fé
em Jesus. Aprendemos que a bondade exterior não é suficiente. Notamos
que nosso coração é mau e que não podemos modificá-lo, mesmo que
sejamos bem-sucedidos em melhorar nossa conduta. A essa altura a diabo
se aproxima com outra artimanha. Ele procura levar-nos a aperfeiçoar nossa
fé. Aposenta todos os seus argumentos em favor do pensamento positivo e
insta conosco para que concentremos a atenção no esforço para crer. Procura
fazer com que estejamos mais interessados em reivindicar as promessas do
que naquele que fez essas promessas. Quando nosso principal objetivo no
coração é obter respostas, senão obtivermos as respostas que esperávamos,
ele poderá destruir então nossa fé em Deus enquanto pretendemos
incrementá-la.
Quando compreendemos que não podemos desenvolver justiça e fé por
nossos próprios esforços, o diabo faz sua derradeira tentativa para evitar que
nos dirijamos a Cristo. “Agora você acertou", diz ele O que precisa fazer é
entregar-se. Tem de esforçar-se neste sentido.
Tem sido uma boa-nova para muitos de nós que reiteradas vezes
temos procurado entregar-nos, saber que a entrega é um dom, tão
verdadeiramente como a justiça e a fé. "Ninguém se pode esvaziar a si mesmo
do eu. Somente podemos consentir em que Cristo execute a obra." - Parábolas
de Jesus, pág. 159.
Todo dom que Deus deseja conceder-nos: justiça, paz, fé, vitória, vida
eterna, e mesmo a entrega, só está à nossa disposição se entrarmos em
comunhão com o Doador mediante comunicação pessoal com Ele.
Fevereiro 27, segunda-feira Entrega
Não Podemos Crucificar a Nós Mesmos
“Quem acha a sua vida perdê-la-á; quem, todavia, perde a vida por minha causa
achá-la-á.” Mateus 10:39
Sempre que falava da cruz, Jesus referia-Se a ela como nossa cruz, e
não dEle. "Quem não toma a sua cruz, e vem após Mim, não é digno de Mim."
S. Mat. 10:38. "Se alguém quer vir apôs Mim, a si mesmo se negue, dia a dia
tome a sua cruz e siga-Me." S. Luc. 9:23. Foi sobre a nossa cruz e em nosso
lugar, que Jesus sofreu e morreu.
Se resolvêsseis tirar vossa própria vida, haveria muitos meios
disponíveis. Poderíeis encostar um revólver no ouvido e puxar o gatilho.
Poderíeis tomar uma dose excessiva de alguns medicamentos. Poderíeis
saltar de uma ponte ou edifício de grande altura. Há, porém, uma coisa que
nunca podereis fazer. Não podeis crucificar a vôs mesmos! Se quereis ser
crucificados, alguma outra pessoa terá de fazer isto para vós.
"O jugo e a cruz são símbolos que representam a mesma coisa – a entrega
da vontade a Deus.” Comentários de Ellen G. White sobre Mat. 11:28-30, The
SDA Bible- Commentary, Vol. 5. Pag. 1.090. O próprio símbolo usado por
Cristo para representar completa entrega requer que isso seja realizado por
alguma outra pessoa, e não por nós mesmos. Não importa quanto nos
esforcemos por crucificar a nós mesmos, o fato é que não podemos fazê-lo.
Não importa quanto nos esforcemos para efetuar a entrega pessoal, o fato é
que também não podemos fazer isso. Só podemos consentir que alguém
efetue essa obra para nós.
Se não podemos crucificar a nós mesmos, se não podemos entregar-
nos a nós mesmos, é evidente que também não podemos determinar a
escolha do momento mais apropriado. Todo acontecimento na vida de Cristo
ocorreu de acordo com o programa de Deus. Cristo não fez coisa alguma
para apressar ou adiar a crise, nem procurou evadir-se quando a crise
chegou. Ele aceitava os planos de Deus para Sua vida numa base diária, e
não procurava elaborar Seus próprios planos.
O mesmo deve acontecer conosco. O próprio Jesus deu margem ao
crescimento. "Primeiro a erva, depois a espiga, e, por fim, o grão cheio
na espiga." S. Mar. 4:28. Nossos esforços para apressar o crescimento ou a
entrega são inúteis. Só podemos buscar conhecer a Jesus, manter comunhão
pessoal com Ele e acreditar que completará a obra que começou em nossa
vida. Jesus nos conduzirá à entrega completa a Ele.
Fevereiro 28, terça-feira Entrega
Vitória Pela Entrega
“Meu Pai, se possível, passe de mim este cálice! Todavia, não seja como eu
quero, e sim como tu queres.” Mateus 26:39
A entrega sempre requer uma luta. A base de toda tentação é virar-se
de alguma maneira por si mesmo, confiando no próprio eu. E não em Deus.
Jesus foi constantemente tentado a virar-Se por Si mesmo. A tentação para
confiar no próprio eu, em vez de em Seu Pai. Era tanto maior quanto Suas
capacidades inerentes eram maiores do que as nossas. No Getsêmani Ele
enfrentou a luta final da entrega. Se Satanás fracassasse aí, seu reino estaria
perdido para sempre.
Notai a base da tentação final: “[Jesus] parecia excluído da luz da
mantenedora presença de Deus. - O Desejado de todas as Nações. ed. popular,
pág. 653. (Grifo acrescentado.) Cristo passara toda a Sua vida na Terra em
comunhão com Seu Pai. Nem uma só vez Ele Se separou dessa permanente
dependência de Deus. Nada fizera para Si mesmo- a não ser mediante a vontade
de Seu Pai. Mas agora, tão terrível Lhe parece o pecado, tão grande o peso da
culpa que deve levar sobre Si, que é tentado a temer que ele O separe para
sempre do amor do Pai.” [Ibidem].
Percebeis em que consistiu a tentação? Satanás tornou manifesto que
a única maneira pela qual Cristo poderia salvar a humanidade era romper
Sua relação com o Pai. Por trinta e três anos ele procurara fazer com que
Cristo confiasse em Seu próprio poder. Agora, afigurou-se que a única
maneira de nos salvar seria agir por Sua conta, pois tomando sobre Si o
nosso pecado, separar-se-ia de Deus. Satanás disse "Se não confiares agora
em Teu próprio poder, não conseguirá salvar o homem como vieste fazer. O
pecado é deveras repulsivo a Deus. Ele não poderá ajudar-Te agora. Jesus, terás
de fazê-lo por Ti mesmo ou fracassar em Tua missão de salvar a humanidade.”
Notai, que a separação era apenas um sentimento – na realidade, Jesus
não estava sozinho. “Deus sofria com Seu Filho. Anjos contemplavam a agonia
do Salvador.” Idem. pág. 664. Deus separou de Jesus todo raio de luz, amor
e glória. Mas Ele ainda se achava ali! E foi pela submissão à vontade de Seu
Pai que Jesus saiu vitorioso. No Getsêmani e sobre a cruz. Cristo confiou na
evidência do amor de Seu Pai que já havia sido dada. “À medida que em
submissão Se confiava a Deus, o sentimento da perda do favor do Pai se
desvanecia. Pela fé saiu Cristo vitorioso.” - Idem, pág. 726. [Grifo
acrescentado.] A entrega é o único caminho para a vitória.
Março 1, quarta-feira O Grande Separador
Não Paz, mas Espada
“Não penseis que vim trazer paz à terra; não vim trazer paz, mas espada.” Mateus
10:34
O Bebê e seus pais obviamente eram pobres. As dedicações eram
ocorrências comuns no Templo, e o sacerdote que efetuou a cerimônia não
percebeu nada de extraordinário. Havia, porém, duas pessoas idosas no
Templo aquele dia - Simeão e Ana – que ansiosamente tinha aguardado a
vinda do messias, e não o fizeram em vão. Simeão tomou o bebê das mãos
de Maria, e segurando-O, abençoou a família e disse a Maria: "Eis que este
Menino está destinado tanto para ruína como para levantamento de muitos em
Israel, e para ser alvo de contradição.” S. Luc. 2:34.

A predição de Simeão cumpriu-se na vida de Jesus. O evangelho


apresentado por Jesus nunca deixava as pessoas como eram antes, elas
dirigiam-se de um lado para o ou para o outro. Não havia neutralidade. Ou
se tornava defensores ou traidores de Sua causa. Essa polarização era
constante e aumentava de intensidade a cada dia de Sua vida, até o desfecho
no Calvário. Embora a ideia de que Jesus salva seja bela, e gostemos de
cantar a seu respeito, Jesus também divide. Ele não veio trazer paz, mas
espada. Jesus sacode as pessoas
Na passagem citado mais acima, notamos também que Jesus estava
destinado tanto para ruína como para levantamento de muitos em Israel.
Não estamos falando aqui dos gregos e dos romanos. Jesus veio e estava
destinado para a polarização ou para a tomada de decisões por parte de
pessoas que já pertenciam à Igreja. Como resultado da vinda de Jesus, as
pessoas dentro da igreja foram para um lado ou para o outro. Notamos
diversas vezes, do princípio ao fim dos Evangelhos, que só havia dois
caminhos serem a tomados. Não há uma terceira via. Nunca podemos
assumir o controle de nós mesmos. Apenas podemos escolher quem
dominará sobre nós. Ou aceitamos Sua graça e cremos nEle, ou perecemos.
O enaltecimento de Jesus e Este crucificado, a focalização de Sua vida
produzirá hoje em dia os mesmos resultados que produziu quando Ele esteve
aqui na Terra. Os elementos da natureza humana que se achavam presente
no tempo de Cristo ainda existem na atualidade. À medida que obtivemos
verdadeiro conhecimento de Jesus, também somos compelidos a decidir
submeter-nos ao Seu domínio, ou o recusar fazê-lo. Não podemos continuar
sendo neutros.
Março 2, quinta-feira O Grande Separador
Jesus, O Grande Separador
"Todo vale será aterrado, e nivelados, todos os montes e outeiros.” Isaías 40:4
Um dos primeiros grupos que caíram por ocasião da vinda de Jesus (o
qual estava “destinado tanto para a ruína como para levantamento de muitos em
Israel”) foram os defensores da tradição. Disse Jesus dos que vieram ter com
Ele acusando os Seus discípulos de transgredir as tradições dos anciãos: “em
vão Me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homens.” S. Mat.
15:9. A igreja cristã muitas vezes teve problemas com a tradição. Em todas
as épocas houve a preservação de certos costumes, como doutrinas, os quais
não tem fundamento bíblico. Frequentemente falamos do anticristo em
relação com isto, mas enfrentemos o fato de que a tradição pode ser um
problema para toda igreja
O segundo grupo de pessoas que caiu fragorosamente sob a presença
polarizadora de Jesus foi um grupo que poderíamos chamar de exterioristas.
Eles se preocupavam com o modo de se lavarem, com as orlas de suas
vestes, com longas orações, com o dízimo de coisas infinitesimais e com as
moscas na sopa ou com os mosquitos na água. Jesus enfrentou-os com
firmeza, segundo é relatado em S. Mateus 23, dizendo-lhes que embora
exteriormente parecessem limpos, estavam sujos por dentro.
O terceiro grupo que caiu na presença de Jesus foram os que eram
virtuosos aos seus próprios olhos. Como poderiam ter passado por alto a
parábola do fariseu e do publicano, segundo se acha relatada em S. Lucas
18. A figura-se que seriam impossíveis que as pessoas virtuosas a seus olhos
não vissem a representação de si mesmos e não reconhecessem sua
necessidade; mas lançaram-se contra Ele, e caíram.
O quarto grupo a cair foram os sábios – os que procuravam enredar a
Jesus. Repetidas vezes os doutores ficaram embaraçados com as simples
perguntas que Jesus fez a eles – perguntas essas que até as crianças deviam
ser capazes de responder. Percebera, como é verdade que “Ele apanha os
sábios na própria astucia deles.” (I Cor 3:19). Os liberais também caíram em
Sua presença. Jesus dividiu a igreja liberal bem como a igreja ritualista. Esta
última confiava em suas cerimônias, e a outra, em sua teologia transigente.
Em todos os grupos os que dependiam de seus dirigentes quanto a suas
respostas caíram na presença de Jesus, o Grande Separador. O fato de que
Jesus estava “destinado... pra ruína... de muitos em Israel” foi uma realidade
no decorrer de Sua vida terrestre. Os montes e outeiros foram nivelados.
Março 3, sexta-feira O Grande Separador
O Caminho para Baixo é o que Conduz para Cima
"O Senhor sustém os que vacilam e apruma todos os prostrados.” Salmos 145:14
Quando Jesus esteve aqui na Terra, Sua presença foi a causa de
polarização entre todos os que se encontraram com Ele. Estava "destinado
tanto para ruína como para levantamento de muitos em Israel". Os cultores da
tradição, os virtuosos aos seus próprios olhos, os liberais e os que dependiam
de outras pessoas que determinassem a verdade para eles, caíram
fragorosamente quando Jesus veio. Mas esse quadro possui também um
aspecto positivo que traz esperança e coragem para os corações aflitos. A
outra parte da profecia de Simeão abrangia o “levantamento de muitos em
Israel".
Conta-se a história de alguém que resvalara pela borda de um rochedo,
ficando suspenso acima do oceano. Estava numa situação desesperadora e
clamava por auxílio. Uma voz acima dele disse: "Eu o ajudarei, mas a primeira
coisa que você precisa fazer para receber minha ajuda é largar-se." Para algumas
pessoas constitui uma surpresa descobrirem que quando se largam, elas não
caem estrondosamente nas águas mais abaixo, mas são circundadas pela
rede do evangelho. "Teriam de cair os que se quisessem erguer novamente.
Precisamos cair sobre a Rocha e despedaçar-nos, antes de poder ser elevados em
Cristo. O eu, necessita ser destronado, abatido o orgulho, se queremos conhecer
a glória do reino espiritual. Os judeus não queriam aceitar a honra que se obtêm
por meio da humilhação. Não receberam, portanto, o Redentor. Ele foi um sinal
contra o qual se falaria." – 0 Desejado de Todas as Nações, ed. popular, pag.
47.
Esta é uma das razões por que as pessoas rejeitam a Jesus. Não
querem entrar em Seu reino por meio da humilhação. Ele "encheu de bens os
famintos e despediu vazios os ricos". O problema do pecado, nossa
incapacidade para satisfazer aos requisitos da lei de Deus, é o que revela
nossa necessidade e nos impede a despedaçar-nos sobre a Rocha. Para o
apóstata que quer voltar, para o adolescente enleado na culpa e no pecado,
para o desesperado que pensa não haver nenhuma oportunidade no mundo,
para você mesmo vem esta mensagem: É preciso descer antes de poder
subir. A posição mais perigosa não é a daquele que está lá embaixo e o sabe,
e, sim, a daquele que julga estar lá em cima e que não precisa descer, a
daquele que está levando sua vida "pura" independentemente de Jesus Cristo.
"Teriam de cair os que se quisessem erguer novamente."
Março 4, sábado É Penoso Perder-se
É Penoso Perder-se
“Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que
conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela.” Mateus 7:13
Há muito tempo tem havido pessoas com a ideia de que o caminho para a
perdição sempre é descendente e coberto de gelo, e que deslizamos facilmente para
dentro dele.

Certo dia eu estava visitando uma senhora em minha igreja local. Era uma
pessoa de quase oitenta anos de idade, alta, sofisticada e culta. Depois de
palestrarmos um pouco, perguntei-lhe se havia alguma coisa que eu como seu
pastor, podia fazer para ajudá-la ou animá-la. Ela respondeu: "Sim, se o senhor
tão somente pudesse tirar-me desta igreja e desta religião, e desta Bíblia, e deste
Deus e desta fé! " Perguntei, “Como a senhora disse?" Ele replicou: "Fui
apanhada numa armadilha. Cresci no lar de uma família de missionários em terras
de além-mar. Fiquei imbuída de toda essa atividade e rotina religiosa. Vou ao
culto de oração todas as quartas-feiras à noite. Não posso deixar de fazê-lo.
Frequento a igreja semanalmente. Quisera que não fosse assim. Tenho procurado
desvencilhar-me da igreja e de Jesus. Tenho procurado esquecer tudo isso, mas
não posso." E implorou que eu a ajudasse a evadir-se! Assegurei que essa não era
a minha responsabilidade. Ela era um exemplo exagerado de alguém que descobriu
não ser fácil fugir de Jesus e da salvação.

Na estrada descendente há enormes barreiras, montanhas e obstáculos a


serem transpostos e pelos quais Deus mesmo é o responsável. Ela determinou que
todos os que quisessem fossem salvos. Não invalidará nossa faculdade de escolha,
mas estabeleceu poderosos meios que dificultassem o máximo possível a perda de
alguém.

É verdade que o caminho para a vida é descrito como sendo estreito.


"Todavia, não concluais que a vereda ascendente seja a penosa e a que vai em
declive seja a cômoda. Por toda a estrada que conduz à morte há dores e
penalidades, há aflições e desapontamentos, há advertências a não prosseguir
avante. O amor de Deus tornou penoso os descuidosos e os obstinados se
destruírem a si mesmos" - O Maior Discurso de Cristo, pág. 139. O Senhor não quer
"que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento " (II S. Ped.
3:9).
Março 5, domingo É Penoso Perder-se
Salvação Para Todos
"Porquanto a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens.” Tito
2:11
Gosto de assumir a posição, hoje em dia, de que Deus está interessado
na salvação de toda pessoa criada por Ele. "A graça de Deus se manifestou
salvadora a todos os homens." "O Espírito de Deus é concedido livremente, para
habilitar todos os homens a apoderar-se dos meios de salvação. Assim Cristo, ‘a
verdadeira Luz’, ilumina a todo o homem que vem ao mundo”. S. João 1:9. “Os
homens não conseguem a salvação, pela recusa voluntária da luz da vida.” O
Grande Conflito, pág. 260. Anjos do céu passaram pelo comprimento e
largura da Terra, procuram confortar os enlutados, proteger os que estão em
perigo e conquistar o coração dos homens para Cristo. Ninguém é
negligenciado ou esquecido. Deus não faz acepção de pessoas e cuida
igualmente de todas as almas criadas por Ele.
Fora com a ideia de que irei perder-me porque algum membro da
comunidade cristã deixou que os seus canários cantassem muito alto,
levando-me a perder o sono e a ficar desalentado e amargurado. Fora com
a ideia de que uma pessoa pode perder-se porque alguns membros de igreja
deixaram que a grama penetrasse no seu jardim! Fora com a ideia de que
eu perdi a minhas experiências porque alguém que estava sentado no outro
lado do corredor da igreja não sorriu amavelmente para mim! O plano da
salvação é muito mais profundo e amplo do que as inconveniências
relacionadas com os canários, com a grama ou com a pessoa sentada no
outro lado do corredor. Estão envolvidas questões mais importantes.
Visto que Deus, e não vossos pais, é o responsável por trazer-vos a
este mundo; e visto que Ele é um Deus de amor, imparcialidade e justiça,
não deixará de fazer coisa alguma que seja para o vosso bem.
No tempo de Cristo, os dirigentes judaicos combateram e rejeitaram a
Jesus durante todo o Seu ministério. Procuravam constantemente algum
meio de armar-Lhe uma cilada, alguma forma de opor-se a Sua influência
sobre o povo, algum método de impedir a realização de Seus milagres e
relutar Seus ensinos. “No entanto, o convincente Espírito de Deus os seguia, e
tiveram de construir muitas barreiras para Lhe resistir ao poder”. O Desejado de
Todas as Nações, ed. Popular, pág. 305. Deus não muda, e ainda está
resolvido a conquistar a cada um de nós hoje em dia.
Março 6, segunda-feira É Penoso Perder-se
A Montanha da Palavra de Deus
"Seca-se a erva, e cai a sua flor, mas a palavra de nosso Deus permanece
eternamente.” Isaías 40:8
Quais são algumas das montanhas usadas por Deus para cumprir Seu
propósito, não querendo que ninguém pereça? Uma das primeiras talvez seja
sem igual para as pessoas civilizadas que tenham tido a oportunidade de
conhecer algo das coisas de Deus. É a Bíblia.
Talvez sejais levados a dizer: Que espécie de repressão é essa? Há
milhões de pessoas que compram Bíblias, mas não as leem. Ela continua
sendo um livro de sucesso nas vendas, mas não na leitura! Contudo, o
próprio fato da existência da Bíblia, sendo que milhares de céticos e ateus
procuraram eliminá-la, significa alguma coisa, não é mesmo? Se aqueles que
um dia querem ver a completa extinção da Bíblia pretendem cumprir o seu
desejo, terão de realizar uma tarefa monumental. Há Bíblias de todas as
cores, formatos, tamanhos e versões. Como eles se livrarão de todas elas?
As pessoas vão a um motel, em algum lugar, para um fim de semana
perdido. Eu diria que tiveram primeiro de tirar a Bíblia de cima da cômoda e
colocá-la numa gaveta.
Certa vez, meu irmão e eu fomos realizar algumas reuniões numa
cidadezinha. O salão que desejávamos alugar era a metade de um auditório
duplo. Descobrimos que a ala esquerda se achava disponível nas noites em
que queríamos realizar nossas reuniões públicas para falar sobre as coisas
do evangelho. Na ala direita, entretanto, haveria danças durante três noites
por semana. Refletimos um pouco sobre isso e achamos que seria um
empecilho. Mas, pensando melhor, imaginamos que poderíamos até pedir
que alguns diáconos distribuíssem convites para as pessoas que fossem
chegando para os bailes. Dissemos, portanto, que pretendíamos alugar o
salão. Mas o gerente replicou: "Não. Não podemos cedê-lo para vocês." Como
desejássemos saber por que, ele replicou: "Se as pessoas que vêm divertir-se
e dançar notarem que outros estão entrando no salão ao lado com a Bíblia debaixo
do braço, isso prejudicará o baile." Por isso não conseguimos o auditório.
A própria existência da Bíblia é uma barreira erigida por Deus para
dificultar nosso movimento no caminho da perdição. Isto constitui uma boa
notícia. I S. Pedro 1:23 declara que a Palavra de Deus vive e é permanente.
Março 7, terça-feira É Penoso Perder-se
Uma Montanha de Sermões Evangélicos
“Visto como na sabedoria de Deus o mundo não conheceu a Deus pela sua
sabedoria, aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura da pregação.” I Coríntios
1:21
A Bíblia, a Palavra de Deus, é uma barreira ou montanha que tem de
ser transposta pelos que querem perder-se. A segunda grande montanha
que teria de ser transposta são os sermões evangélicos ouvidos pelas
pessoas. Paulo disse que agradou a Deus, em Sua sabedoria, salvar alguns,
pela loucura da pregação. Sim, em certo sentido parece ser uma loucura;
mas, através dos séculos, Deus tem tido um desígnio em tudo isso.
Consigo recordar alguns sermões evangélicos que ouvi quando era
menino e que permaneceram em minha memória desde então. Se acaso eu
incorresse na grande fatalidade de resolver perder-me, teria de fazer uma
tentativa para esquecê-los. Isto seria uma tarefa gigantesca. Lembro-me de
um sermão que ouvi numa reunião geral: "Jesus, meu Salvador, meu Senhor
e meu Amigo." Baseava-se em textos bíblicos que salientavam tais aspectos
a Seu respeito. Recordo ainda os pontos principais desse sermão. Como meu
coração ficou sensibilizado e comovido! Devo ter sentido uma grande
necessidade quando ouvi esse sermão: "Jesus, meu Salvador, meu Senhor e
meu Amigo.”
Lembro-me também de um sermão sobre o cego Bartimeu. As
palavras-chave eram as seguintes: Jesus de Nazaré está passando! O cego
Bartimeu, a princípio, não o sabia. Ele perguntou: Que agitação é essa? Eles
responderam: Jesus de Nazaré está passando. Bartimeu não desejava
absolutamente perder essa oportunidade, pois já ouvira falar de Jesus. "Não
permitam que Ele vá embora! Jesus, Filho de Davi, tem compaixão de mim" Se
eu quisesse perder-me, teria de esquecer essa frase. E há um poderoso
Agente da Divindade que sabe como tocar exatamente na parte de meu
cérebro onde se acha gravada essa recordação. Jesus de Nazaré está
passando. Não quero que Ele Se distancie de mim; e você?
Recordo os sermões que me foram pregados através do canto.
“Noventa e nove ovelhas hão/ Seguras no curral; /Mas uma longe se afastou/. Do
aprisco pastoral." Deus não quer que ninguém se perca. A mensagem do
evangelho, pregada, ensinada e cantada, é um poderoso meio dissuasório
para a pessoa deixar de prosseguir no caminho da perdição.
Março 8, quarta-feira É Penoso Perder-se
A Montanha do Bom Senso
“Ensina-nos a contar os nossos dias, de tal maneira que alcancemos corações
sábios.” Salmos 90:12
A Bíblia e a pregação do evangelho em palavras e cânticos são duas
grandes barreiras erigidas por Deus para impedir que seja fácil nos
extraviarmos. A terceira grande barreira é a do bom senso. Disse Jesus por
intermédio do profeta: "Vinde, pois, e arrazoemos" Isa 1:18. a. Arrazoar sobre
o que? Sobre os vossos pecados! Tomei providências para que eles se tornem
brancos como a neve, embora sejam vermelhos como o carmesim. Tomei
providências para que possais ter a vida eterna.
Bem, dirá alguém, o senhor não pode provar isso. Se uma pessoa se
aproximasse de mim e dissesse: "Prove-me que existe vida eterna", eu não
poderia prová-lo. Não possuo instrumentos ou dados científicos para provar
a eternidade. Mas os céticos também não podem provar que ela não existe!
Contudo, quando as pessoas mencionam as principais perguntas que fariam
se soubessem que obteriam a resposta correta, é a seguinte: "Ha vida após
a morte? Existe alguma coisa mais além?" Isto constitui uma grande incógnita,
a não ser pela-fé.
Francamente, se apenas estou usando a cabeça, a lógica e a razão
humana, não gosto das opções oferecidas pela pessoa que não aceita o
caminho de Deus. Não é a vida eterna no Céu em oposição à vida eterna em
Las Vegas; e, sim, a vida eterna no Céu em oposição à morte no fim dos
setenta anos, e estar morto por muito tempo, como se fosse para sempre,
certo? Isso não é muito impressionante para mim. Tenho ouvido pessoas que
se sentem satisfeitas consigo mesmas e "amadurecidas" expor o pensamento
de que creem que tudo quanto possuem é esta vida, e quando ela findar,
tudo estará terminado. Parecem contentar-se com isso. Não sei por quê!
Conversei com um homem no hospital. Esse indivíduo era um fumante
inveterado. Disse ele: "Qualquer covarde pode deixar de fumar; mas é preciso
ser um verdadeiro homem para morrer de câncer do pulmão!” Há algo de errado
em sua lógica. Naturalmente, ele estava sendo cômico. Todavia, ao acender
um cigarro, teria de transpor a enorme montanha da razão e do bom senso.
A sensatez é uma barreira designada por Deus para dificultar ao máximo a
perdição de alguém.
Marco 9, quinta-feira É Penoso Perder-se
A grande montanha da oração
“Por esta razão, nós também, desde o dia em que o ouvimos, não cessamos de
orar por vós, e de pedir que sejais cheios do conhecimento da sua vontade, em
toda a sabedoria e inteligência espiritual.” Colossenses 1:9
Se alguma vez em vossa vida ouvistes alguém dizer: Estou orando por
você, e continuarei a fazê-lo, isso é difícil de esquecer! Creio na eficácia da
oração como uma grande barreira para impedir-nos de resvalar para a
perdição. Se eu quisesse perder-me, teria de esquecer aqueles momentos
de minha infância em que eu entrava casualmente no gabinete de meu pai.
A qualquer hora do dia e da noite, e o encontrava de joelhos. Sabendo que
pelo menos uma pessoa pela qual ele estava orando era eu mesmo.
Li alguma coisa a respeito de um homem chamado Pedro. Jesus lhe
disse: "Satanás vos reclamou para vos peneirar como trigo. Eu, porém, roguei
por ti, para que a tua fé não desfaleça.” E quando Pedro estava praguejando e
jurando junto ao fogo, essas palavras vieram-lhe à memória. “Eu roguei por
ti.”
Certa vez, numa reunião de quarta-feira, tivemos uma serie de
considerações, procurando imaginar como a oração era eficaz e atuante.
Dissemos finalmente: "Por que não oramos? Por que não oramos em favor de
um caso impossível'? Naquele dia havia visitado um missionário que retornara
à pátria e estava desalentado, tendo abandonado a Deus, igreja e tudo mais.
Ele e sua família se achavam amargurados, e todos o sabiam. Disse esse
homem, quando sai de sua casa aquele dia: “E não ore por nós”! Seu nome
pesava na minha memória na reunião daquela noite. Mencionei-o em público.
Algumas pessoas conheciam-no. Admitimos que não poderíamos encontrar
um caso mais difícil. Decidimos que oraríamos cada dia daquele mês, em
casa, e em todas as quarta-feira à noite, na igreja, em favor de sua família.
Na semana seguinte sua casa foi destruída pelas chamas. Perguntei no culto
de oração: “Afinal de contas, pelo que os irmãos estiveram orando?" Oramos
novamente. Na outra semana ele perdeu uma valiosa peça do equipamento
utilizado em seus negócios. A notícia saiu no jornal. Continuamos orando,
não compreendíamos o que estava acontecendo. Seria obra do diabo? de
Deus? ou de quem? Tudo quanto soubemos foi que no fim do mês, no último
sábado, quando começava o Culto Divino, esse homem e sua família
entraram na igreja.
Deveríamos orar mais, não é mesmo? as orações de entes queridos
são uma gigantesca montanha que torna difícil que venhamos a Perder-nos.
Março 10, sexta-feira É Penoso Perder-se
Montanha de Vossa Consciência
“E, tornando a inclinar-se, continuou a escrever no chão. Mas, ouvindo eles esta
resposta e acusados pela própria consciência, foram-se retirando um por um, a
começar pelos mais velhos até aos últimos, ficando só Jesus e a mulher no meio
onde estava.” João 8:8,9
As quatro primeiras Montanhas sobre as quais falamos e que obstruem
o caminho descendente, fazendo com que nos detenhamos a refletir e
raciocinar, se encontram principalmente em países civilizados: a Bíblia, os
sermões e cânticos que temos ouvido, nosso bom senso e as orações de
nossos amigos e entes queridos que são cristãos. Às últimas quatro
montanhas talvez tenham uma aplicação mais universal, referindo-se
principalmente às pessoas que vivem em regiões não cristãs.
A primeira delas é a consciência. Romanos 2:15 fala sobre ela. Os
gentios que não possuem a lei de Deus percebiam que sua consciência
testemunhava alguma coisa. Tendes lido algo a esse respeito nas regiões
onde o evangelho não tem sido pregado, nem tem havido instrução em
assuntos espirituais, e onde não há pessoas que já aceitaram a Cristo, a
consciência fala.
É difícil definir a consciência. Ela é um pouco misteriosa. As vezes
dizemos que é o Espírito Santo. Mas não é bem assim. O Espírito Santo age
por meio da consciência. A maioria de nós sabemos o que é ser condenado
pela consciência. Certa vez, um grupo de homens pretendia atira pedras
numa mulher. De repente eles se detiveram e, cabisbaixo e envergonhados,
foram-se retirando. Sua consciência condenara-os. (Ver S. João 8.)
A consciência está presente nas crianças e nos jovens. Também está
presente nas pessoas idosas, se não houver sido cauterizada. E leva muito
tempo para cauterizar a consciência. Lembro-me de uma mentira que eu
disse para meu pai quando tinha quatro anos de idade. Quatro anos! Como
eu sabia o que era uma mentira, e como fui levado a proferi-la? Ainda consigo
recordar-me daquela mentira. E por sete anos ela esteve em minha
consciência. Será que alguém me dissera que eu tinha uma consciência? Eu
não sabia muita coisa a respeito da consciência aos quatro anos de idade.
Algo, porém, me condenava. Jamais esquecerei a paz que senti naquela
noite, aos onze anos de idade, em que encontrei no dormitório de meu pai,
depois que ele fora para a cama, e lhe pedi que me perdoasse a mentira que
proferi aos quatro ano. Ouso afirmar que todos nós sabemos em que consiste
a consciência. Ela é outra montanha, outra barreira, que tem de ser
transposta pelos que querem perder-se.
Março 11, sexta-feira É Penoso Perder-se
A Montanha das Aflições
"O caminho dos pérfidos é intransitável.” Provérbios 13:15
Outra grande montanha usada por Deus para impedir que tomemos o
rumo da perdição, é uma montanha que não foi criada por Ele, mas pode ser
usada para cumprir seu propósito. É a montanha das agruras e aflições da
vida. Lagrimas, angústias, dores, despedidas cortejos fúnebres, separações,
hospitais – tudo isso, de algum modo, tende a colocar-nos de joelhos. Elas
devem ser atribuídas a satanás. Nesta área, porém, muitas vezes, o diabo é
apanhado no próprio laço que preparou. Creio firmemente, que, se há
bastante tempo, satanás me houvesse deixado em paz, ele ter-se-ia
apoderado de mim. Mas foi tão insensato que continuou a me incomodar,
procurando ocasionar a minha ruína, e isso fez com que me colocasse de
joelhos. Você já passou pela mesma experiência? O diabo não se contenta
em separar as pessoas de Deus; quer levá-las a ruína completa. E nesse
processo ele leva alguns de nós a encontrar vida em Deus. Não gosto do
mundo de pecado em que vivo. Não gosto de lagrimas, dores e aflições. Mas,
às vezes, as palavras: “Ele lavou-me os olhos com lágrimas, para que eu
pudesse ver", têm a sua significação, não é mesmo?
Tenho encontrado pessoas em grande aflição que não se sentiam
desgostosas por isso; pois, desse modo, haviam encontrado significativa
comunhão com o Senhor Jesus. Não sei ao certo quem produz as lágrimas,
mas tenho plena certeza a respeito de quem nos faz ver. E sou grato pela
visão que advém quando despertamos para a compressão de que não há um
outro lugar a que possamos ir. Em S. João 6, é-nos declarado que Jesus
perguntou a Seus discípulos: "Porventura quereis também vós outros retirar-
vos?" E eles responderam: "Senhor, para quem iremos? Tu tens as palavras da
vida eterna." Não há outro lugar para ir. Já vistes a luta estampada no próprio
semblante daqueles que estão procurando extraviar-se? O sobrecenho
carregado e as linhas no rosto da pessoa que procura perder-se?
Provérbios 13:15: “O caminho dos falsos é... Fácil? Não! É intransitável.”
Creio que se algum dia eu quisesse perder-me, teria de passar por grande
esforço e aflição para consegui-lo. Rejeito a ideia de que o caminho para a
perdição está coberto de gelo. Deus tornou deveras penoso que algum de
nós se perdesse
Março 12, domingo É Penoso Perder-se
O Espírito Santo e o Monte Calvário
“Quando te desviares para a direita e quando te desviares para a esquerda, os
teus ouvidos ouvirão atrás de ti uma palavra, dizendo: Este é o caminho, andai
por ele.” Isaías 30:21.
Ao olharmos para as montanhas ou barreiras que há no caminho dos
que decidem perder-se, outra montanha a se somar chama-se: Espírito
Santo. (Ver S. João 16:8-13.) Quando Ele viesse, quantos seriam convertidos
a Ele? Só os adventistas? Quantos? Convenceria o mundo do pecado, e do
juízo. O Espírito Santo é aquela voz mansa e delicada. O Espírito Santo
trabalha enquanto estais dormindo. O Espírito santo penetrou no corpo de
uma baleia e falou a Jonas, que se encontrava no estomago desse cetáceo.
O Santo pode atravessar todos os limites e todas as barreiras. O Espírito
Santo pode ir à selva mais escura e à ilha mais remota. Está constantemente
em atividade, atraindo pessoas a Deus
Tenho visto indivíduos erguerem o punho contra Deus, dizendo: “Deixa-
me em paz!” Ouvi falar de pessoas que oraram para que o Espírito Santo Se
retirasse delas. E uma vez outras tais orações parecem ter sido atendidas.
Mas, também tenho encontrados jovens, até juvenis de anos de idade, que
estão absolutamente convictos de que cometeram o pecado imperdoável.
Inclinando a adotar a posição de que o pecado imperdoável é muito
difícil de ser cometido. Isso de maneira alguma deixa a porta aberta para
licenciosidade e delonga. Não, se olharmos para a próxima montanha
gigantesca que aparece à nossa frente. Ela se assemelha a uma caveira. Fica
do lado de fora dos muros de Jerusalém. Contém três cruzes, e na cruz do
meio há afetuosos braços que ainda se estendem a toda pessoa dizendo:
“Aquele que não poupou o seu próprio Filho, antes, por todos nós O entregou,
porventura não nos dará graciosamente com Ele todas as coisas? “Rom. 8:32
Como podeis traspor o Monte Calvário? Até os pagãos tem certa
compreensão do fato de que alguém precisava morrer em lugar do pecador.
O Espírito Santo procura penetrar no íntimo de todas as pessoas. A história
da cruz do Calvário é uma gigantesca montanha que ergue para o azul seu
cume coberto de neve. Deus não pode perdoar ao pecado, mas, e, virtude
da cruz, pode perdoar a pecadores. Se uma pessoa tem um vislumbre disso,
como pode transpor esse enorme obstáculo e dirigir-se para a perdição?
Marco 13, segunda-feira É Penoso Perder-se
Deus está do Nosso Lado
“Que diremos, pois, à vista destas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra
nós?” Romanos 8:31
É penoso perder-se. O Deus do Céu não está olhando com um óculo
alcance. procurando descobrir toda mancha ou defeito que lhe sirva de
pretexto para excluir-nos do Céu. Todos os seres celestiais estão unidos num
só propósito, procurando tornar nossa salvação o mais fácil possível. “Jesus
a tornou o mais fácil possível para seus filhos.” - Ellen White em Review and
Herald, 29 de abril de 1890.
Ele usa todo incentivo e estímulo para atrair nossa atenção e afeto.
Oferece Seu amor, a comunhão com Ele, paz e um lar eterno em Sua
presença, a todos os Seus filhos.
E se desprezarmos tudo isso, Ele ainda vai ao nosso encalço, trazendo-
nos a lembrança, por Sua Palavra, por seus servos, por nossa própria mente,
por nossos entes queridos que lhe pertencem, pela consciência, pelas aflições
da vida, pelo Espírito Santo e, finalmente, pela maior de todas as montanhas
– o Monte Calvário – que ainda se acha ali, à nossa espera. “não querendo
que nenhum [de nós] pereça.” (II S. Ped. 3:9.)
Meus amigos nunca creiais na ideia de que é difícil salvar-se e fácil
perder-se. Se Deus é por nós, quem será contra nós? Sou grato pelas
gigantescas montanhas que Ele colocou em meu caminho; grato porque
Deus tomou todas as providências para que todos pudessem ser salvos
eternamente e viver para sempre com Ele.
O argumento decisivo é este: para que eu me perca tenho de lutar
contra Deus, contra Jesus e contra o Espírito Santo; e essa luta é penosa.
Tenho de resistir as orações e a solicitude de todos os meus amigos cristãos
que estão orando por mim. Tendo de lutar contra dois terços dos anjos no
universo. Se resolvo salvar-me, só tenho contra mim o diabo e a minoria que
é um terço dos anjos, os quais clamaram por misericórdia na presença de
Jesus quando Ele esteve aqui na Terra, e que Jesus prometeu combater em
meu favor. Não admira que seja penoso perder-se!
“Amor de Cristo concedido tão abundantemente; graça de Deus sem
medida; misericórdia mais alta do que os céus e mais profunda do que o oceano!”
Março 14, terça-feira É Difícil Salvar-se
É difícil salvar-se
“Porque estreita é a porta, e apertado, o caminho que conduz para a vida, e são
poucos os que acertam com ela.” Mateus 7:14
Estivemos falando sobre a dificuldade de perder-se e como o caminho
descendente não é escorregadio, espaçoso sem obstáculos. Notamos que
Deus, por meio de poderosas instrumentalidades, tornou o mais penoso
possível que alguém se perca. No entanto, para que ninguém tenha a
impressão de que é fácil salvar-se, também precisámos considerar quão
difícil é ser salvo. Nosso texto para hoje focaliza as palavras de Jesus a esse
respeito. É o caminho apertado e a porta estreita que conduz para a vida.
Por que é difícil salvar-se, se Deus trabalha tão intensamente pela salvação
de cada um de nós? Como pode ser verdade que apenas alguns encontrarão
a vida eterna?
Há diversos textos que insinuam que Deus está interessado na
salvação de todos os indivíduos. S. João 3:17: "Porque Deus enviou o Seu Filho
ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo
por Ele." Isto abrange o mundo todo. I Timóteo 2:4:Deus "deseja que todos
os homens sejam salvos." Em Atos 2:21 é citada uma passagem do Velho
Testamento: "Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo." E então,
no último livro da Bíblia, é declarado que "quem quiser pode vir” (Apoc.22:17).
Deus não se ocupa em procurar ver quantos Ele pode conservar fora do Céu
e, sim, quantos pode conduzir até lá.
De acordo com o que acabamos de ler, não parece ser difícil salvar-se,
a não ser que seja difícil ir ter com o Senhor. Se o fizermos, Ele nos dará
descanso. Se tomarmos sobre nós o Seu jugo, este será leve. Portanto, é
fácil ser salvo? ou é difícil? Poderíamos debater está questão por muito
tempo. Gostaria de dizer que se vamos a Jesus e continuamos indo a Ele, é
fácil. O que torna difícil sermos salvos é não irmos a Jesus e não
continuarmos indo a Ele em busca de salvação. Aquilo que torna isso tão
difícil e decepcionante é constantemente acharmos penoso continuar indo a
Jesus. É uma luta fazer isso. Mas a Bíblia o chama de bom combate - o bom
combate da fé.
Março 15, quarta-feira É Difícil Salvar-se
Os Demônios Não Confiam
"Crês, tu, que Deus é um só? Fazes bem. Até os demônios creem e tremem.”
Tiago 2:19
Algumas pessoas dizem que não podemos adotar a opinião de que é
difícil salvar-se diante de tais passagens das Escrituras como Atos 16:31:
“Crê no Senhor Jesus, e serás salvo" Alguns afirmam que só preciso crer, e
nada mais. Asseveram que se alguma vez em minha vida tomei a decisão de
crer no Senhor Cristo, estou salvo daí em diante – não havendo mais nenhum
problema e preocupação a partir desse momento.
A bíblia diz, porém, que os demônios também fazem isso. Eles creem.
E creem até um pouco mais do que algumas pessoas. Eles creem que Jesus
é o Filho de Deus. Aparentemente, chegam até a coadunar-se com I S. João
4:2, onde o apóstolo declara que se cremos que Cristo veio ao mundo e que
Ele é o Filho de Deus, seremos salvos. Disse um demônio nos dias de Cristo:
"Bem sei quem és: o Santo de Deus!" S. Mar. 7:24. Isso é ir um passo além do
que algumas pessoas hoje em dia, não é mesmo? Deve haver, portanto, algo
mais do que simplesmente crer, segundo a compreensão superficial dessa
palavra.
Que diríamos daqueles que confessam com a boca que Jesus está em
sua vida e um dia até chegaram a afirmar: "Senhor, Senhor! porventura, não
temos nós profetizado em Teu nome, e em Teu nome não expelimos demônios,
e em Teu nome não fizemos muitos milagres?" S. Mat. 7:22. Mas Deus não os
conhece. A pessoa que toma Romanos 10:9 e 10 e declara: Para ser salvos
só precisais crer na ressurreição e confessar a Jesus como Senhor, também
dever levar em consideração outras passagens das Escrituras.
Na realidade o significado mais profundo da palavra traduzida por "fé"
ou “crença" é confiança. Os demônios creem, mas não confiam. E é nisso que
consiste a diferença. É-me possível crer que há um Deus e aceitar muitas
coisas a Seu respeito, como fazem os demônios sem confiar nEle. Quanto
podemos abrir a porta estreita e apertada? Quanto espaço se acha à nossa
disposição? Jesus declara: "Vinde a Mim todos quais estais cansados e
sobrecarregados, e Eu vos aliviarei". S Mat. 11:28. É ir a Ele, e continuar indo,
que desenvolve a confiança nEle. Isso é mais do que simples consentimento.
Março 16, quinta-feira É Difícil Salvar-se
Natureza de Fazê-lo Por si Mesmo
"Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de
Deus.” Efésios 2:8
O homem é uma vítima quase irrecuperável do "faça-o você mesmo".
Fazê-lo por si mesmo é a etiqueta da natureza humana com que nascemos.
Outras etiquetas seriam "egocentrismo" e "autossuficiência”. Até as criancinhas
estão imbuídas desse princípio. Lembro-me de que um dia eu procurava
esvaziar nossa garagem e meu filhinho de três anos de idade andava de um
lado para o outro, querendo ajudar. Ele começou a fazer alguma coisa, mas
de maneira errada. Eu não queria que determinado objeto fosse posto onde
ele o colocou, ou que ele trouxesse de volta outro que eu já havia levado
embora, portanto, procurei corrigi-lo. Que foi que ele disse? "Eu mesmo o
faço, papai! Eu mesmo o faço!” Quem lhe ensinou isso? Bem, eu e minha
esposa contribuímos com a nossa parte. Mas ele nasceu com essa natureza.
Uma das coisas mais difíceis a serem ditas a um adolescente que está criando
asas e deixando o ninho, é a de que ele é dependente e precisa confiar em
Deus? Como uma pessoa pode se satisfazer seu desejo de ser independente
e auto submeter-se ainda a direção de Deus? Isto constitui uma situação
extremamente complicada. Este é o dilema que torna a salvação tão difícil.
Não é somente o dilema das crianças e dos adolescentes, mas de todos.
Assim é a natureza humana.
Visto que nascemos com essa natureza inerente do "faça-o você”, e
visto que achamos difícil renunciar a nossa independência, notamos que na
religião as pessoas amiúde dependem do que são capazes de fazer para
ganhar e merecer sua salvação. Esta é a base de todas as religiões pagãs.
Com facilidade nos tornamos vítimas das obras ou da conduta como nossa
esperança de salvação. Mas Efésios 2:8 e 9 nos diz que somos salvos pela
graça, mediante a fé; e isto não vem de nós, é dom de Deus. A graça não
provém de nós mesmos; e a fé também não. Romanos 12:3 indica que a fé
constitui um dom concedido a cada pessoa. E Deus nos deu as Escrituras,
pelas quais cresce a fé. Assim, a fé é um dom e a graça é um dom. se
aceitamos a Palavra de Deus, temos de admitir que de modo algum podemos
olhar para nós mesmos como nossa esperança de salvação. Só podemos
aceitar Suas dádivas.
Março 17, sexta-feira É Difícil Salvar-se
Não Meçais a Vós Mesmos
“Mas a graça foi dada a cada um de nós segundo a medida do dom de Cristo.”
Efésios 4:7
Uma das provas de que estamos ferrenhamente apegados ao “faça-o
você mesmo” é que, com frequência, quando a pessoa começa a manter
comunhão com Deus, ainda avalia essa relação por sua conduta. Digamos
que alguém tenha sido vítima do erro de procurar entrar no Céu por seus
próprios esforços, e descubra que somos salvos unicamente pela fé em
cristo. Começa portando, a volver sua atenção para Jesus e a comunhão com
Ele. A primeira coisa que tende a fazer é olhar para sim mesmo, no dia
seguinte, para ver qual melhor é a vida que está levando como resultado
dessa relação. Você já fez isto?
Certa vez conversei com alguém que estava tendo grandes dificuldade
na vida diária, sem falar na esperança da vida eterna. Procurei indicar-lhe a
Jesus. fazendo algumas sugestões a respeito de como poderia familiarizar-
se com Ele. passando diariamente algum tempo em comunhão com o
Senhor. E acrescentei: Agora, muito cuidado! porque a primeira coisa que
fará, se passar algum tempo com Deus amanhã, é procurar determinar se
está sendo bem-sucedido com a maneira como a irá correr amanhã. A vida
até poderá pior, como acontece frequentemente.
Você já verificou alguma vez que a vida se tornou mais difícil para você
quando ora com mais fervor e diligência? Já percebeu que quando você fez
com decidido esforço para manter mais íntima comunhão com Jesus, tudo se
complicou? Com toda a sinceridade, já entregou tudo aos cuidados do Senhor
Jesus, notando então que na semana seguinte as coisas foram de mal a pior?
Disse-me um estudante: “Descobri que vivo melhor sem Deus”. E outro
declarou: “deixei de ser cristão a duas semanas, e não pequei desde então.”
Jamais devemos avaliar nossa relação por nossa conduta. Isto é algo
que compete a Deus. Ele julgara a cada um de acordo com as suas obras.
Não devemos julgar a pessoa alguma, e sendo assim, será que isso não
abrange a nós mesmos? É possível que a vida cristã se torne insuportável
devido a estarmos constantemente medindo a nós mesmos pelo nosso
próprio padrão, e desviando o olhar de Jesus. Achamos difícil olhar para Jesus
e reconhecer que “abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os
homens, pelo qual importa que sejamos salvos.” (Atos 4:12)
Março 18, sábado É Difícil Salvar-se
É difícil, mas é leve
“Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de
coração; e encontrareis descanso para as vossas almas.” Mateus 11:29
Outra coisa que torna difícil ser salvo é admitir que precisamos
converter-nos novamente amanhã e depois de amanhã, e no dia que virá em
seguida. Isto constitui uma cruz para o coração humano. Até mesmo o
apostolo Paulo tinha uma luta neste sentido. É nos declarado que cada dia
ele notava que sua inclinação se opunha a Deus. Algumas pessoas acham
que isto se refere a sua propensão para fazer coisas erradas. Mas não é
assim. A inclinação na vida de Paulo que se opunha a Deus era a tendência
de ser independente de Deus e levar outra vez uma vida baseada nos seus
próprios esforços. Essa era sua luta constante. Afinal de contas, fora muito
bem-sucedido sob esse aspecto, e podia olhar para trás e dizer que no
tocante à lei havia sido irrepreensível. Ele fora um fariseu muito bem-
sucedido.
Mediante o poder convertedor da parte de Deus, nossas inclinações
para fazer o que é errado são transformadas. "Quando somos revestidos da
justiça de Cristo, não temos prazer no pecado; pois Cristo estará trabalhando
conosco.” Ellen G. White, em Review and Herald, 18 de março de 1890.
Porém, enquanto durar esta vida, nunca perderemos a inclinação para ser
independente de Deus. Isto constitui uma luta constante. Admitir
diariamente que precisamos de Deus e ser crucificado com Cristo é uma obra
penosa para o cristão. Dizer que isso é fácil, dizer que ir a Cristo e aceitar o
descanso proporcionado por Ele, dizer que tomar o Seu jugo é fácil, não está
certo. É difícil ir a Cristo para achar descanso. É difícil continuar a tomar o
Seu jugo, que é suave.
Se tão somente nos compenetrássemos de que tudo a que o mundo dá
valor findará quando Cristo vier outra vez! Nada disso será importante então.
Absolutamente nada! Casas, terras automóveis, empregos, instrução, e
assim por diante. Nada disso será importante quando Jesus voltar. Se tão
somente pudéssemos pensar hoje naquele momento e dizer: Senhor, ajuda-
me a compreender que significa ir ter contigo e tomar o Teu jugo, que é leve!
Leve? Sim. Leve em comparação com tudo o mais que o mundo tem a
oferecer. Pesado para o coração obstinado, mas leve em vista da eternidade.
Oxalá aceitemos hoje o convite de Jesus para ir ter com Ele e encontrar
descanso para a nossa alma.
Março 19, domingo É Difícil Salvar-se
O bom combate da fé

“Combate o bom combate da fé.” 1 Timóteo 6:12


Em que consiste o combate da fé? Fé é confiança. Em quem confiamos
nós? Nas pessoas que conhecemos. Portanto, se aprendemos a conhecer
alguém que é digno de confiança, teremos fé. Conhecer a Deus resulta em
confiança nEle. Quando passamos a conhecer alguém que merece toda a
confiança, não podemos deixar de confiar nessa pessoa. A fé jamais é
desenvolvida, ela advém como resultado de conhecer a Deus. E a fé não
advém aos que a buscam, e, sim, aos que não a buscam, por buscarem
unicamente a Jesus. Quando buscamos a Jesus aprendemos a confiar nele
com naturalidade, e quando aprendemos a confiar nele, isto possibilita que
Ele realize a obra de batalhar contra o inimigo, que tantos de nos
empreendemos com péssimo resultado. O combate da fé nada mais é que o
esforço requerido para se pôr diariamente em intima contato e comunhão
pessoal com o Senhor Jesus Cristo.
O combate da fé abrange nossa vida devocional cotidiana. Ele abrange
o frequente e constante contato com Jesus. E se combatermos o bom
combate da fé, Ele prometeu batalhar contra o pecado. Por muito tempo,
alguns de nós temos estado tão empenhados na peleja com o pecado que
não temos tido tempo ou energia para o combate da fé. Já caíste nesta
cilada? Uma das razoes porque a vida cristã é tão deploravelmente penosa
consiste em que nos empenhamos na luta ou batalha errada, combatendo
onde não é travada a batalha, e deixando de fazê-lo onde isto se dá. A vida
cristã e a salvação se resumem numa relação ou comunhão devidamente
definida e compreendida.
A crença da salvação unicamente pela fé em Cristo se baseia na
premissa de que Ele é nosso Salvador total. Somos salvos pela fé em Jesus,
e nossas obras são o resultado, e não a causa, de nossa salvação. Assim,
Deus nos convida a combater o bom combate. Meu amigo, quanto tempo faz
que você se assentou e aplicou a mente na meditação das coisas referentes
à salvação? Ou quanto tempo faz que você passou quatro horas diante do
aparelho de TV, sem que percebesse? Aquilo que contemplamos, aquilo
sobre que meditamos, será exatamente o que havemos de ser no final. "Se
o olhar se mantiver fixo em Jesus, a obra do Espírito não cessa, até que a alma
esteja conforme a Sua imagem." - O Desejado de Todas as Nações, ed. popular,
pág. 285
Março 20, segunda-feira É Difícil Salvar-se
Morte Diária Para o Próprio Eu
“E dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome
cada dia a sua cruz, e siga-me.” Lucas 9:23
Disse Jesus: "Se alguém quer vir após Mim, o si mesmo se negue." As
vezes lemos este trecho de maneira diferente. Negue isto ou aquilo, este ou
aquele hábito, prática ou coisa. Eu costumava pensar que a cruz era obrigar-
me a não fazer algo que eu realmente gostava de fazer. Tenho ouvido outros
dizerem a mesma. “Minha cruz é renunciar à dança. Não posso dançar mais.
Quisera poder fazê-lo, mas esta é minha cruz." Não é isso o que Jesus está
dizendo. Não! A cruz é negar-se a si mesmo. "A si mesmo se negue, dia a dia
tome a sua cruz e siga-Me."
A entrega é a entrega de nós mesmos, a renúncia de nós mesmos. É
por isso que a má compreensão da entrega frequentemente conduz à evasão
ou substituição da que é genuína. Se sou suficientemente forte tenho
suficiente fibra e força de vontade para abandonar isso ou aquilo, posso ser
induzido a pensar que renunciei a mim mesmo. A verdade é que posso ter
feito exatamente o contrário. Se penso que posso deixar de fumar, e sou
bem-sucedido em abandonar esse hábito por mim mesmo, sem o poder de
Deus, talvez tenha criado a atmosfera em que encontrarei minha própria
condenação. Por quê? Poderei viver mais tempo sem sofrer de câncer do
pulmão, mas durante esse tempo, atribuirei glória, honra e louvor a mim
mesmo pelo fato de haver realizado isso Com muito êxito, e certamente
desejarei receber alguma recompensa verdade e por minha consecução
pessoal. Será que isso é possível? A verdade é que separado de Jesus só
posso renunciar exteriormente ao hábito de fumar, beber ou dançar. Por
dentro continuo sendo a mesma pessoa que antes. A cruz não consiste em
recusar fazer algo que gostaríamos de fazer. É negar a nós memos.
Quantas vezes deve ser tomada essa cruz? Uma só vez, no começo da
experiência cristã? Não! Devemos tomá-la diariamente. Notai o seguinte: “A
genuína conversão é necessária, não uma vez em alguns anos, mas diariamente.
Esta conversão conduz o homem a uma nova relação com Deus. As velhas coisas,
suas paixões naturais e tendências hereditárias e cultivadas para o mal se
dissipam, e ele é renovado e santificado. Mas essa obra deve ser
contínua...Nenhum coração renovado pode manter-se num estado de dulçor sem
a aplicação diária do sal da Palavra. A graça divina precisa ser recebida
diariamente, senão nenhum homem permanecerá convertido.” Ellen g. White,
em Review and Herald, 14 de setembro de 1897.
Março 21, terça-feira É Difícil Salvar-se
O Perigo das Riquezas
"Vida de um homem não consiste na abundância dos bens que ele possui.” Lucas
12:15
Em S. Mateus 19, lemos o que Jesus falou sobre os ricos, apresentando
a Seus discípulos um problema insuperável. Eles pensavam que os ricos
devem ter sido abençoados por Deus a fim de serem ricos, e que toda pessoa
abastada certamente entraria no reino dos Céus. Mas Jesus disse a Seus
discípulos: "Em verdade vos digo que um rico dificilmente entrará no reino dos
Céus. E ainda vos digo que é mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma
agulha do que entrar um rico no reino de Deus." S. Mat. 19:23 e 24. "Ouvindo
isto, os discípulos ficaram grandemente maravilhados. e disseram: Sendo assim,
quem pode ser salvo? Jesus, fitando neles o olhar [com bondade e paciência],
disse-lhes: Isto é impossível aos homens, mas para Deus tudo é possível. “Versos
25 e 26.
Sobre quem Jesus estava falando? Só sobre os ricos que possuem
muitos milhões? Ou será que estava falando sobre qualquer pessoa que
possui alguma coisa na qual confia em lugar de Deus?
Certa vez debatemos o seguinte com um grupo de jovens alunos
secundários: Quem é provavelmente o melhor cristão deste colégio? Eles
disseram: "Se tivermos de decidir se é um rapaz ou uma moça, é muito provável
que sela uma moça." Por quê? "Bem, as moças precisam mais de Deus do que
os rapazes." Perguntamos então: "Dentre todas as moças do colégio, a melhor
cristã seria uma moça muito bonita, ou não?" Responderam que ela não seria
muito bonita. "E dentre as moças que não são muito bonitas, quem seria a melhor
cristã: a que possuísse uma porção de talentos e tirasse notas bem altas, ou a
que tivesse pouco talento e tirasse notas baixas?" Nesta base, eles chegaram
finalmente à conclusão de que o pior cristão do colégio seria o rapaz de
melhor aparência e com a mais bela voz e um guarda-roupa muito
dispendioso, e que alcançasse a melhor classificação nos estudos. A óbvia
dedução era que enquanto uma pessoa tem algo em que possa confiar em
lugar de Deus, ela tende a fazer exatamente isso.
Para os homens é impossível, mas não para Deus. Quão agradecidos
podemos ser a um Deus que está fazendo tudo que é possível para abrir os
nossos olhos a fim de que vejamos no que consiste realmente a nossa
dependência e sintamos necessidade dEle, sem levar em conta o nosso êxito
exterior!
Março 22, quarta-feira A Maior Permuta
Maior permuta de Todos os Tempos
“Àquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que, nele,
fôssemos feitos justiça de Deus.” 2 Coríntios 5:21.
Possuo uma caneta esferográfica que eu gostaria de trocar com alguém
por um Cadillac Seville. Permita que eu vos conte algo a respeito, dessa
caneta. Foi um presente de alguém, e é muito boa e bonita. Cortaram-na de
alguma espécie de madeira. É bem cara. Deve haver alguém que goste de
fazer trocas e se interesse em minha proposta.
Quando eu era menino e residia em Filadélfia, costumávamos trocar
cartões e bolinhas. Três pequenas por uma grande. Recordo que mais tarde,
no colégio, certa noite efetuamos uma permuta de gravatas no dormitório
dos rapazes. Foi uma das coisas mais divertidas que já realizamos, livrando-
nos de todas as gravatas que nunca usávamos e obtendo algumas um pouco
melhores. Meu companheiro de quarto começou com nada e acabou ficando
com seis lindas gravatas. A maioria de nós já trocamos alguma coisa. Mas,
se alguém aceitasse a minha proposta acerca da caneta esferográfica,
garanto que isso poderia será atribuído a uma ou outra de duas coisas: ou
essa pessoa seria estulta ou teria realmente muita simpatia por mim.
Hoje desejo falar-vos sobre a maior transação de todos os tempos II
Coríntios 5:21: "Cristo estava sem pecado, mas Deus O fez participar de nossos
pecados, para que nós, em união com Ele, tomássemos parte da justiça de Deus."
- A Bíblia na Linguagens de Hoje. Parafraseemos um pouco este texto: Deus
fez com que Jesus, que não conheceu pecado Se tornasse pecado por nós;
para que nós, que não conhecíamos a justiça, nEle fôssemos feitos justiça
de Deus.
Que faria você se o próprio Jesus aparecesse hoje pessoalmente a sua
frente, como se você fosse a única pessoa existente no mundo? Como iria
sentir-se, se Ele o encarasse com os Seus olhos tão afetuosos e abrisse os
braços, como fez há tanto tempo no passado, dizendo: “Meu amigo, vim trocar
todo o Minha justiça, por todos os seus pecados.” Teria interesse nessa
permuta? Algumas pessoas me disseram que se Ele fizesse isso, e se elas
pudessem saber que seu destino eterno seria, determinado nesse próprio
local, essa ocorrência quase seria demasiada grandiosa para ser verdadeiro.
Mas é verdadeiro! A maior permuta de todos os tempos resulto em convicção
na vida cristão e constitui garantia de nosso destino eterno.
Março 23, quinta-feira A Maior Permuta
Certeza de Aceitação
“Porquanto a vontade daquele que me enviou é esta: que todo aquele que vê o
Filho e crê nele tenha a vida eterna.” João 6:40
Se pudésseis aproximar-vos da própria Pessoa de Deus e fazer-lhe uma
pergunta, que gostaríeis de perguntar? Alguns de nós temos efetuado
pesquisas em diversas localidades, fazendo esta indagação. Ela é
provavelmente um pouco egocêntrica, mas a pergunta que sempre se eleva
acima de todas as outras é a seguinte: "Serei salvo?"
Se Jesus Se acercasse pessoalmente de cada um de vós hoje e
permutasse toda a Sua justiça por todos os vossos pecados, haveria alguma
dúvida quanto ao vosso destino eterno neste próprio momento? Será que
haveria? Alguns acham que isso seria mais fácil de aceitar se tivessem a
vantagem proporcionada ao ladrão na cruz. Mas a maioria de nós temos de
continuar vivendo. Tendes hoje tanta certeza em Jesus como há vinte anos,
quando pela primeira vez aceitastes a fé? Talvez aceitássemos tal espécie de
permuta naquela ocasião, mas passou muita água debaixo da ponte desde
então. O tempo se foi, e talvez alguns de vós estejam pensando: "Já passei
muito além de setenta vezes sete!” Reconhecemos que Deus é admirável no
âmbito do perdão, mas temos receio de haver passado o limite. Talvez
tenhais a impressão de que não podeis aceitar essa promessa hoje. Mas não
conheço nenhuma data para o término da promessa. Não sei de ninguém ao
qual essa promessa não seja acessível.
Lembro-me de um homem, numa reunião geral, que pediu para falar
comigo. Fomos para um canto, e ele disse: "E demasiado tarde. Eu fui longe
demais. Cometi o pecado imperdoável: não há esperança para mim." Eu o
convidei a abrir a Bíblia em S. João 6:37. Ele procurou essa passagem. Ali
se acham registradas as próprias palavras de Jesus: "O que vem a Mim, de
modo nenhum o lançarei fora." Perguntei-lhe: "O que o senhor vê na margem?"
Ele respondeu: "Não há coisa alguma na margem de minha Bíblia." "Bem, não
há uma data no espaço em branco ao redor da página?" “Não." "Há algum nome
nesse espaço em branco?" "Não." "Então essa promessa é válida para o senhor
no dia de hoje." Quando Jesus declara que deseja trocar toda a Sua justiça
por todos os nossos pecados, a promessa ainda é válida no presente,
contanto que tornemos a aceitá-la neste dia. Cada dia podemos ter a certeza
de ser aceitos por Deus, se aceitarmos novamente Sua permuta.
Março 24, sexta-feira A Maior Permuta
Buscando a Justiça por Buscar a Jesus
“Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos.”
Mateus 5:6
Já vistes alguém que tinha absoluta certeza de haver cometido o
pecado imperdoável? Estava tão preocupado com isso! Mas o próprio fato de
estar preocupado com isso dizia alguma coisa, não é mesmo?
Lembro-me de uma reunião geral em que cada um dos pastores cuidou
de um pequeno grupo de pessoas e realizou uma reunião de testemunho.
Em meu grupo, levantou-se um homem idoso que evidentemente aceitará a
Cristo há bem pouco tempo. Seus lábios tremiam, e quase não conseguia
reter as lágrimas. Disse ele: "Por muito tempo Deus procurou conquistar-me, e
finalmente conseguiu fazê-lo." E assentou-se. Não me lembro de nenhum dos
outros testemunhos que foram dados naquele dia, mas recordo esse um.
Gosto dessas palavras. Creio que Deus não desiste com facilidade.
Foram tomadas providências para que Jesus pudesse trocar toda a Sua
justiça por todos os nossos pecados. Que é justiça? Temos algumas respostas
conhecidas que gostamos de dar. Uma delas é que a justiça consiste em
fazer o que é correto. Isto está certo. Há uma declaração inspirada que apoia
essa ideia. Mas não esqueçamos as declarações restantes. Às vezes nos
tornamos peritos em tirar frases de seu contexto e esquecer o resto. Se
justiça não é nada mais do que proceder com retidão, para tornar-nos, justos
só precisaríamos então fazer o que é correto. Estais vendo a cilada? Outros
dizem que justiça é conformidade com a vontade de Deus. Isto também está
certo, e é confirmado por declarações inspiradas. Mas, há igualmente uma
cilada em relação com isso. Se não formos cuidadosos, podemos ser levados
a adotar a ideia de que tudo que precisamos fazer é conformar-nos com a lei
de Deus. Mas essa conformidade pode ser meramente exterior.
Examinando todas essas definições, podeis ter uma grande frustração
se não considerardes a única definição de vivo e real interesse: justiça é igual
a Jesus. "A justiça de Deus se revela no evangelho [de Jesus]." Rom. 1:77. A
única espécie de justiça que este mundo já conheceu numa pessoa viva e
real foi a de nosso Senhor Jesus Cristo. A mais simples e melhor definição
de justiça é Jesus. Quando lemos: "Bem-aventurados os que têm fome e sede
de justiça", o que realmente estamos dizendo é o seguinte: "Bem-aventurados
os que têm fome e sede de Jesus." Buscar a Jesus é buscar a justiça.
Março 25, sábado A Maior Permuta
Justiça é igual a Jesus
"Não há justo, nem um sequer.” Romanos 3:10
Uma das maiores deduções a que chegamos no assunto da salvação
pela fé é que não obtemos justiça buscando-a como tal. A justiça advém de
buscar a Jesus. Constitui uma cilada de Satanás que busquemos a justiça em
vez de buscar a Jesus. A justiça é mais profunda do que a prática dos atos
exteriores.
A equação é s seguinte: J=J. Justiça é igual a Jesus. Transferindo isso
para a nossa vida, podemos dizer que Humanidade + Jesus = justiça. Está é
a equação de justiça com referência a nossa pessoa.
Certo dia falamos sobre isso a um grupo de alunos, e um matemático
sentado na fileira de trás e munido de um computador de bolso disse em tom
de censura: "Um minuto, por favor! Acabamos de chegar, à conclusão de que
Justiça é igual a Jesus. E agora o senhor diz que Humanidade + Jesus = justiça.
Ora, se Jesus = Justiça, Humanidade = Nada"
Eu estava realizando uma Semana de oração numa Faculdade de
Medicina mantida por uma instituição cristã. Isso é uma experiência
inolvidável. Os estudantes de medicina têm um cérebro que é um fenômeno,
e têm lidado com cadáveres! Eles entram na reunião e fitam e observam a
gente como se fosse outro cadáver! Durante uma parte da semana houve
certa reação da parte de alguns, porque falamos sobre o fato de que sem
Jesus nada podemos fazer. Alguns tiveram a impressão de que estávamos
dizendo que éramos inúteis. E não se pode dizer isso a pessoas que fazem
considerável esforço para o bem de sua profissão, sem obter alguma espécie
de reação. Há indivíduos no mundo que conseguem realizará grandes coisas
sem Deus, enquanto o coração continua batendo no peito deles, pelo poder
divino. Mas Deus também faz pulsar o coração no peito dos que O
amaldiçoam.
Embora sejamos completamente incapazes de produzir justiça pois a
justiça só se encontra em Jesus, a morte de Cristo na cruz de mostrou que
cada ser humano tem tonto valor quanto o Universo inteiro. Precisamos
reconhecer que há uma grande diferença entre ser incapaz e ser sem valor.
Quando aceitamos a premissa de que nada somos, queremos indicar o que
Jesus disse em S. João 15:5: “Sem Mim na podeis fazer", na produção dos
frutos da justiça. Valemos, porém, alguma coisa. E foi por isso que Ele veio
para mostrar-nos que nEle tudo é possível e para evidenciar o valor de uma
alma humana
Março 26, domingo A Maior Permuta
Justiça Para Hoje
“A ti, ó Senhor, pertence a justiça, mas a nós, o corar de vergonha, como hoje
se vê.” Daniel 9:7
C, T, Everson costumava dizer que se pudéssemos pegar uma colossal
balança e colocar num lado o mundo, que pesa seis sextilhões de toneladas,
e no outro lado um ser humano, mesmo que seja um bebê, o ser humano
faria os pratos da balança inclinarem-se para o seu lado. Isto é uma boa
ilustração do valor que o Céu dá a todo indivíduo. Valemos mais do que tudo,
e a cruz o demonstra. Mesmo assim, porém, somos incapazes de produzir,
justiça. A bíblia assegura que somos completamente destituídos de justiça.
Não possuímos justiça alguma. Romanos 3:10: “Não há justo, nem sequer
um”. Isaias 64:6: “Todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças
como trapo da imundícia.”
No entanto, somos convidados a ir a Jesus e trocar nossos trapos da
imundícia pela vida eterna. Não há nada que possamos fazer para
recomendar-nos à vista do Céu. Por isso precisamos considerar seriamente
essa maior permuta de todos os tempos que Jesus nos oferece hoje. A justiça
só se encontra em Jesus; segundo disse Daniel: "A Ti, ó Senhor, pertence a
justiça, mas a nós o corar de vergonha, como hoje se vê.” “O homem pecaminoso
só pode achar esperança e justiça em Deus; e nenhum ser humano é justo por
mais tempo do que aquele em que tem fé em Deus e com Ele mantém viva
ligação.” Testemunhos para Ministros, pág. 367.
Em anos recentes, alguns conceberam a ideia de que para obter justiça
só precisamos olhar para o Céu e dizer: “Está bem, aceito o fato de que tudo
está resolvido." Eles creem que desse momento em diante foram declarados
justos e não necessitem preocupar-se com coisa alguma, pois “tudo vai bem
na casa de meu Pai".
Por favor, não esqueçam, porém, o fato de que nenhum ser humano é
justo por mais tempo do que aquele em que tem fé em Deus com Ele mantém
viva ligação. É por esse motivo que o movimento de Jesus, de alguns anos
atrás, se dissipou. Houve muitos que caminhavam em direção à praia
agitando a Bíblia como se fosse um estandarte e proferindo o nome de Jesus
como se fosse um slogan. mas detiveram-se ali mesmo e nunca entraram em
mais íntima comunhão com Cristo. Os termos em que Jesus oferece a
permuta de Sua justiça por nossos pecados são belos. Mas só terão valor
amanhã se eu tornar a aceitá-los nesse dia. Sua validade só abrange um dia
de cada vez.
Março 27, segunda-feira A Maior Permuta
Ininterrupta ligação com Deus
“Fiel é Deus, pelo qual fostes chamados à comunhão de seu Filho Jesus Cristo,
nosso Senhor.” 1 Coríntios 1:9

Desejo contar-vos uma parábola. Há mais de vinte anos enamorei-me


de uma bela moça. Ela morava em São Francisco e eu em Los Angeles.
Chegou o dia, no qual nos encontramos em São Francisco, onde seus pais
estavam providenciando as núpcias E quando o pregador me perguntou se
eu a aceitava como minha legitima esposa, respondi que sim. Então ele
declarou que éramos marido e mulher. Depois do casamento ela foi para
casa dos seus pais, e eu voltei para Los Angeles. Dois anos mais tarde alguém
se acercou de mim e perguntou se eu era casado. Respondi que sim. Essa
pessoa disse então: “Nunca vi sua esposa.” Repliquei: “Eu também não a vejo
há dois anos.” “Quando foi a última vez que a viu?” “No dia de nosso
casamento”. “E não tornou a vê-la depois disso? O senhor escreve para ela?”
“Não.” Comunica-se com ela pelo telefone?” “Não.” "E o senhor é casado? “Sim,
sou casado e tenho um certificado que confirma este fato!” (Lembrai-vos de que
isto é uma parábola.)
Há pessoas que foram batizadas anos atrás e que aparentemente
dizem “sim”, tendo até um certificado batismal para prová-lo. Mas não existe
semelhante coisa como a continuidade de uma relação sem que haja
comunicação.
Ao continuarmos a manter comunicação ou comunhão com Cristo,
temos o que se chama justiça. A Bíblia chega até a chamar-nos justos.
Somos realmente justos? II Coríntios 5:21. “Aquele que não conheceu pecado,
Ele O fez pecado por nós.” Jesus Se tornou pecado por nós? Sim, Ele tornou-
se um pecador? Não! Jesus tornou-Se pecado por nós, mas nunca se tornou
um pecador. “Para que nEle fôssemos leitos justiça de Deus." Isto realmente
nos torna justos, sendo que a primeira parte não O tornou um pecador? Não.
Só somos justos nEle.
Que significa a expressão “nEle”? Há um outro texto que parece ser
difícil de entender. I S. João 5:12: “Aquele que tem o Filho tem a vida.” Já
meditastes sobre o que significa ter o Filho? Dizemos que temos um amigo.
Eu tenho uma esposa; vós tendes uma esposa ou um marido. Que significa
isso? Significa que tendes certa Ligação com essa pessoa. As palavras,
“Aquele que tem o Filho” denotam certa ligação com Ele. Estar "nEle" significa
a mesma coisa. Somos feitos justos enquanto estamos nEle.
Março 28, terça-feira A Maior Permuta
Justiça por Meio da Comunhão
“Para o conhecer, e o poder da sua ressurreição, e a comunhão dos seus
sofrimentos.” Filipenses 3:10
Para alguns de nós foi uma surpresa descobrir que a certeza e garantia
de nossa vida eterna se baseiam na comunhão com Cristo. Por isso é tão
importante a pergunta: "Você O conhece?" Não é uma questão de conhecer
algo o Seu respeito, e, sim, de conhecê-Lo.
Romanos 5 fala acerca do dom da justiça. Se hoje aceitamos o Seu
dom, mas não permanecemos nEle, que acontece com esse dom? "Nenhum
ser humano é justo por mais tempo do que aquele em que tem fé em Deus e com
Ele mantêm viva ligação.” - Testemunhos Para Ministros. pág. 367. Se Deus
lança hoje todos os nossos pecados nas profundezas do mar, mas, se entre
o momento atual e o tempo da volta de Jesus nós nos afastarmos dEle, será
que Ele irá tirá-los de lá? Sua justiça será recolhida? E que diremos desta
declaração no livro O Maior Discurso de Cristo? "Bons na bondade que Ele nos
empresta”, podemos ser perfeitos em nossa esfera, da mesma maneira que
Deus é perfeito na Sua. Página 77. Sua justiça é emprestada? É um dom?
Ou constitui uma permuta? É duradoura ou não?
Gosto de ilustrá-lo desta maneira: Suponhamos que eu tenha um
Cadillac Seville, e que seja solteiro. Se eu quisesse que uma bela jovem
andasse comigo nesse Cadillac, isso poderia tornar-se um pouco complicado;
pois, como eu saberia se essa jovem estava interessada em mim ou em meu
automóvel? Finalmente, porém, certo dia eu me convenço de que
determinada moça gosta tanto de mim como de meu Cadillac, e ela aceita
minha proposta. No dia de nosso casamento, ela não somente recebe minha
pessoa, mas também o meu Cadillac. Ele vem junto. Espero que ao fazer a
escolha, ela me tenha escolhido permanentemente. Enquanto perdurar essa
escolha, ela terá o automóvel. Mas, se um dia resolver separar-se de mim,
rompendo assim a ligação entre nós, o Cadillac deixará de pertencer-lhe.
A justiça jamais é independente de Jesus Cristo. Não existe tal coisa
como justiça separada de Jesus. A justiça não é uma entidade por si mesma.
Não importa se estamos falando de justiça imputada ou de justiça
comunicada. Tanto uma como a outra só existe em Jesus. Enquanto tivermos
a Jesus, teremos justiça. E em qualquer ocasião que resolvermos separar-
nos de Jesus, não teremos mais justiça.
Março 29, quarta-feira A Maior Permuta
Liberdade por Meio de Servidão
“Sabendo que não foi mediante coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que
fostes resgatados ..., mas pelo precioso sangue, como de cordeiro sem defeito
e sem mácula, o sangue de Cristo.” 1 Pedro 1:18,19
Nos tempos antigos havia um leilão de escravos às margens do
Mississipi. Abraão Lincoln, certo dia, esteve ali por perto e viu as lágrimas, a
angústia e a dor causa das pela separação. Ele cerrou os punhos e disse: "Se
um dia eu tiver a oportunidade de desferir um golpe contra isso, fá-lo-ei com todo
o vigor!" Ele o fez, assinando com o próprio punho a Proclamação da
Emancipação.
Certa vez, antes da Emancipação, o velho escravo Joe estava sendo
vendido em hasta pública. Ele vira muita coisa, e começou a dizer entre
dentes: "Não irei trabalhar! Não irei trabalhar!" Os licitantes ouviram isso, e os
lanços caíram, mas um homem pagou uma boa soma de dinheiro por um
escravo que não queria trabalhar.
Ele levou o escravo para a carruagem, e ambos saíram da cidade e
seguiram pela estrada que conduzia à fazenda. Ali, junto a um pequeno lago,
havia um bangalô com cortinas nas janelas, flores e uma calçada de pedras.
O novo senhor disse: "Aqui é seu novo lar, Joe." o escravo quase não pode
crer no que tinha ouvido, mas lembrou-se então de alguma coisa e afirmou:
"Eu não irei trabalhar!" o senhor respondeu: "Você não precisará trabalhar, pois
eu o comprei para dar-lhe a liberdade." Sempre gostei desta parte da narrativa,
mas não é o fim da história. O velho Joe laçou-se aos pés de seu senhor,
exclamando: “Eu os servirei para sempre!"
Vejo uma outra hasta pública, vejo pessoas que sabem o que é fluir
das lagrimas e o que significa sentir dores, angústias e separações. Um dia,
alguém residente num país distante olhou para baixo e disse: "Se Eu tiver a
oportunidade de desferir um golpe contra isso, fá-lo-ei com todo o vigor!" E Ele
o fez, assinando o documento da emancipação da raça humana com o Seu
próprio sangue. Comprou-nos para que fôssemos livres. Erguemos, porém,
os olhos para Ele e dizemos: "Não iremos trabalhar, porque não podemos." Sim,
não podemos! E Ele replica: "Não precisais trabalhar, comprei-vos para que
fôsseis livres." Quando compreendemos isto, nós nos ajoelhamos a Seus pés,
exclamando: "Senhor, servir-te-ei para sempre!" E descobrimos que agora
conseguimos realizar o que dantes nunca fora possível, porque Jesus vive
Sua vida em nós.
Sei que Ele tem algumas moradas junto a um lago que se assemelha
a um mar de vidro, nesse lugar há lindas pedras, cortinas e flores como
nunca vimos ainda. Estão reservadas para vós e para mim.
Março 30, quinta-feira A Maior Permuta
Paz Produz Alívio
“Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo. Não
se turbe o vosso coração, nem se atemorize.” João 14:27
Eis uma importante declaração do livro Caminho a Cristo: "À medida
que vossa consciência foi sendo despertada pelo Espírito Santo, viste algo da
malignidade do pecado, de seu poder, sua culpa, sua miséria; e o olhais com
aversão. Sentis que o pecado vos separou de Deus, que estais cativos do poder
do mal. [Notai que isto se refere a pessoas cativas do mal e que o
reconhecem.] Quanto mais lutais por escapar a ele, tanto mais reconheceis vossa
impotência. [Será que a autora está falando de pagãos, rebeldes, ou de
alguém que procura levar uma vida correta?] Vossos motivos são impuros;
impuro é vosso coração. Vedes que vossa vida tem sido repleta de egoísmo e
pecado. Almejais então o perdão, a pureza, a liberdade. Harmonia com Deus, Sua
semelhança - que podeis fazer para alcançá-las?" - Página 49. Se entendo
corretamente o assunto, este parágrafo está descrevendo vidas desordenada
e confusas, e pessoas frustradas, imperfeitas e desalentadas. Que podeis
fazer? A resposta está no parágrafo que vem em seguida.
Sabeis o que eu esperava que ele dissesse? Que precisais esforçar-vos
um pouco mais. Que deveis tomar mais resoluções. Que precisais ser mais
sinceros, mais dedicados e mais consagrados. E, que, talvez, tenhais
necessidade de mais estudo da bíblia e oração. Em vez disso, porém, esse
parágrafo declara que tendes necessidade de paz! Parece ser um equívoco!
Pensei que todos soubessem que não podeis ter paz, quando tendes uma
vida confusa como essa. Precisais pôr a vida em ordem antes que possais ter
paz. Mas não é isso o que lemos nesse parágrafo. Ele não diz que a paz
advém da vitória, e, sim, que a vitória advém da paz. Compreendestes este
Ponto? Isto constitui principais aspectos do assunto da salvação pela fé.
Os peritos sabem que a única maneira pela qual uma criança pode
superar seus erros e faltas consiste em estar ciente de que é amada e aceita
enquanto os está cometendo. É a rejeição que mantêm a pessoa em seus
pecados e faltas. Saber que somos amados e aceitos promove nosso
crescimento e transforma nossa vida. É a paz que traz alívio.
Março 31, sexta-feira A Maior Permuta
Salvação Unicamente Pela Fé
“Mas vós sois dele, em Cristo Jesus, o qual se nos tornou, da parte de Deus,
sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção.” 1 Coríntios 1:30
Quando o pecador compreende que em virtude do que Jesus realizou
na cruz ele é aceito assim como está, essa compreensão inicia a
transformação de sua vida. A santificação, portanto, baseia-se firmemente
na justificação. Do contrário acabará sendo deturpada e mal interpretada. As
vezes fazemos distinções teológicas muito sutis, procurando decidir qual é o
aspecto mais importante da salvação - a justificação, a santificação ou a
glorificação.
Que é mais importante: casar-se ou permanecer casado? Eu poderia
enumerar algumas das vantagens de casar-se. Mas compreendo também
que há consideráveis vantagens em preservar a união matrimonial depois do
casamento. Qual dessas duas coisas é mais importante? ou será que esta
pergunta é imprópria?
Qual é mais importante: a justificação ou a santificação? Ambas são
importantes! Por diversas razões. Ambas ocorrem em Jesus, e unicamente
pela fé nele. Não estamos dizendo que as obras não são importantes, mas
estamos falando sobre o método, e o método para a salvação é unicamente
pela fé
"Que homem algum apresente a ideia de que o homem pouco ou nada
tem que fazer na grande obra de vencer; pois Deus nada faz para o homem
sem a sua cooperação. Nem digais que, depois de haver desfeito tudo que
de vossa parte seja possível, Jesus vos ajudará. Disse Cristo: “Sem Mim nada
podeis fazer." - Mensagens Escolhidas, livro 1, pág. 381. "Tudo que o homem
pode fazer no sentido de sua salvação, é aceitar o convite: Quem quiser, tome
de graça da água da vida.” Idem, pág. 343. Isso é tudo que ele pode fazer.
Por conseguinte, temos de fazer alguma coisa, mas tudo que podemos fazer
é tomar de graça da água da vida. Isto, porém, é algo intangível. Assim pois,
que é a água da vida? "Nessa comunhão com Cristo, mediante a oração e o
estudo das grandes e preciosas verdades de Sua Palavra, seremos alimentados,
como almas que têm fome; como os que têm sede, seremos dessedentados à
fonte da vida.” O Maior Discurso de Cristo, pag. 113. Isso é tudo que podemos
fazer no sentido de nossa de própria salvação - justificação, santificação ou
glorificação. Manter comunhão com Ele – é tão simples assim!
Abril 1, sábado Prescrição Espiritual
A Única Maneira de Conseguir Maçãs
“Pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas dos espinheiros
ou figos dos abrolhos? Assim, toda árvore boa produz bons frutos, porém a
árvore má produz frutos maus.” Mateus 7:16,17
Certa vez estava para realizar-se uma feira municipal. Ofereciam-se
prêmios especiais pelas melhores maçãs submetidas julgamento, e
enviaram-se circulares a todas as partes do município, divulgando a
competição.
Algumas pessoas do município não tinham interesse algum em maçãs.
Jogaram fora os anúncios; esqueceram tudo que se relacionava com o
assunto. Mas os outros começaram a fazer planos para produzirem maçãs
que fossem premiadas.
O Sr. Thompkins era entalhador. Ele escolheu um pedaço de madeira
de pinheiro e esculpiu uma maçã. Tinha exatamente a forma normal, e
quando ele a pintou e envernizou, parecia ser uma maçã real.
Sra. Jones dirigiu-se apressadamente à cidade a fim de comprar um
novelo de lã. Ela fez uma maçã de tricô. Quando terminou o seu trabalho,
este não tinha exatamente a aparência de uma maçã, mas certamente se
poderia admitir que dava a impressão de ser essa fruta!
Algumas pessoas fizeram maçãs de plástico, outras de crochê e outras
ainda as bordaram em pedaços de pano. Alguns usaram argila, cerâmica ou
vidro.
Só bem poucos tiraram suas maçãs de macieiras. Frutas reais. Quando
chegou o dia da feira, a maioria das maçãs tinham excelente aspecto
exterior. Mas quando os juízes procuraram cortá-las para ver como eram na
parte interna, todas as maçãs que constituíam uma imitação foram
desqualificadas.
Se desejamos produzir maçãs, a melhor coisa que podemos fazer é
encontrar ou plantar uma macieira. E se queremos produzir genuíno fruto na
vida cristã, a melhor coisa que podemos fazer é ser cristãos. A macieira
produz maçãs porque é macieira. E o cristão faz o que é correto porque é
cristão. É o que está no íntimo que tem valor.
''O plano de iniciar pelo exterior e procurar operar interiormente, tem
sempre falhado e falhará sempre. O plano de Deus para vós é começar na própria
sede de todas as dificuldades - o coração - e então do coração hão de jorrar os
princípios da justiça.” Conselhos Sobre o Regime Alimentar, pág. 35
Abril 2, domingo Prescrição Espiritual
Conhecê-Lo é Refugiar-se Nele
“O Senhor é bom, é fortaleza no dia da angústia e conhece os que nele se
refugiam.” Naum 1:7
Muitas pessoas ficam frustradas na vida cristã por procurarem fazer o
que é correto a fim de serem cristãos. Isto não surte efeito. Em S. João 6, o
povo judeu dirigiu-se a Jesus com a pergunta: “O que faremos para realizar as
obras de Deus?” V. 28. “Respondeu-lhes Jesus: A obra de Deus é esta, que creiais
Naquele que por Ele foi enviado.” V. 29.
A pergunta é: Como cremos? Se a obra de Deus é que creiamos, como
fazemos? Como obtemos fé? como confiamos? É efetuando ingentes esforços
neste sentido?
Em nossas relações com outras pessoas, há dois ingredientes
necessários para confiarmos em alguém. Primeiro: Ele precisa ser digno de
confiança. Segundo: precisamos conhecê-lo. Então, se ele é fidedigno,
confiaremos nele espontaneamente. Deus é completamente digno de
confiança. Se conhecemos a Deus, confiaremos nEle, e o faremos de maneira
natural e espontânea. Se não conhecemos a Deus, não confiaremos nEle.
Sempre que vemos uma pessoa que está manifestando falta de
confiança em Deus, ela está proclamando o fato de que não conhece a Deus.
Há milhares de pessoas no mundo hoje em dia que culpam a Deus por tudo
que acontece. Declaram que as calamidades naturais são "atos de Deus”! A
única razão de duvidarmos de Deus está em não O conhecermos.
Como, então, aprendemos a confiar em Deus? Aprendemos a fazê-lo
familiarizando-os com Ele. Deus nos convida a ser mais do que bons
ouvintes. Ele nos convida a conhecê-Lo, a conhecer Sua presença e poder
em nossa vida. Isto é cristianismo.
A maioria dos membros de igreja, hoje em dia, confiam no que eles
fazem, em vez de buscar conhecimento pessoal e comunhão com Deus. De
acordo com algumas pesquisas recentes, apenas uma dentre cinco pessoas
passa algum tempo diariamente procurando conhecer a Deus. Isto equivale
a tentar produzir maçãs independentemente da macieira. Fora da contínua
ligação com Deus não pode haver genuína confiança, nem frutos, nem
verdadeiro cristianismo.
Abril 3, segunda-feira Prescrição Espiritual
Cristianismo é Conhecer a Jesus
“E Jesus lhes disse: Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome,
e quem crê em mim nunca terá sede.” João 6:35
Provavelmente o maior discurso de Jesus sobre a intima relação de
familiarizar-se com Ele se encontra em S. João 6. Este capítulo não deve ser
lido apressadamente, Ele é profundo. Mas contém tais expressões como
está: " Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome, e quem crê
em mim nunca terá sede.” “Quem crer em mim tem a vida eterna.” “Eu sou o
pão da vida. Vossos pais comeram o maná no deserto, e morreram. Este é o pão
que desce do Céu, para que todos o que dele comer não pereça.” "Se não
comerdes a carne do Filho do homem e não beberdes o Seu sangue, não tendes
vida em vós mesmos." ''Quem comer a Minha carne e beber o Meu sangue,
permanece em Mim e Eu nele.” “Muitos dos Seus discípulos tendo ouvido tais
palavras. disseram: duro é este discurso, quem o pode ouvir?” “A vista disso,
muitos dos Seus discípulos O abandonaram e já não andavam com Ele.”
Renunciar a nós mesmos e familiarizar-nos com Deus constitui toda a
base da vida cristã. Há, porém, muitos cristãos professos que rejeitarão isso
a essa altura, dizendo: “Não, obrigado!” Quero uma religião, um cristianismo
em que posso dirigir minha própria vida.” Ir ter com Jesus e dizer-lhe: “Senhor,
Tu tens toda a razão. Não posso fazê-lo. Gostaria de entregar-Te minha vida", é
algo que tende a desinflar o próprio eu. Mas, se tendes tido lutas e problemas
em vossa vida que gostaríeis de enfrentar com autêntica solução, convido-
vos hoje a um conhecimento o pessoal com Deus.
Como entramos em comunhão com Deus e permanecemos nessa
relação com Ele? Eis aqui a prescrição para isso: Tomai tempo, a sós, no
começo de cada dia, para buscar a Jesus por meio de Sua Palavra e pela oração.
É assim que recebereis Sua graça. Isto é tudo que podeis fazer para tornar-
vos e continuar sendo cristão. Há muitas pessoas na igreja que não
conhecem a Deus e não tem grande interesse em conhecer o Senhor Jesus.
São simplesmente bons viventes. Deus nos convida a algo mais do que isso.
Ele nos convida a conhecer Sua presença e Seu poder em nossa vida. Isto é
cristianismo.
Abril, 4, terça-feira Prescrição Espiritual
Comendo Sua Carne e Bebendo Seu Sangue
“se não comerdes a carne do Filho do homem, e não beberdes o seu sangue,
não tereis vida em vós mesmos.” João 6:53
À primeira vista, a ideia de comer a carne de Cristo e beber o Seu
sangue pode parecer desconcertante. Foi o que aconteceu com os que
ouviram Jesus proferir pela primeira vez essas palavras relatadas em S. João
6. Mas nos foi dada uma clara explicação do significado desta passagem pelo
comentário inspirado.
"Declara-se que a recepção da Palavra, o pão do Céu, é a recepção do
próprio Cristo. Quando a Palavra de Deus é recebida na alma, participamos da
carne e do sangue do Filho de Deus. À medida que ela ilumina a mente, o coração
se abre ainda mais para receber a palavra implantada, para que cresçamos por
esse meio. O homem é convidado a comer e mastigar a Palavra; a menos, porém,
que seu coração se abra à entrada dessa Palavra, a menos que absorva a Palavra,
a menos que seja ensinado por Deus, haverá falsa compreensão, má aplicação e
errônea interpretação dessa palavra.”
"Como o sangue é formado no corpo pelo alimento ingerido, assim Cristo é
formado no íntimo pela ingestão da Palavra de Deus, a qual é Sua carne e sangue.
Quem se alimenta dessa Palavra, tem a Cristo no íntimo, a esperança da glória.
A Palavra escrita apresenta ao pesquisador a carne e o sangue do Filho de Deus;
e pela obediência a essa Palavra ele se torna participante da natureza divina.
Assim como a necessidade de alimento não pode ser suprida participando dele só
uma vez, a Palavra de Deus também precisa ser ingerida diariamente para suprir
as necessidades espirituais.”
“Como a vida do corpo se encontra no sangue, assim a vida espiritual é
mantida pela fé no sangue de Cristo. Ele é nossa vida, assim como no corpo nossa
vida está no sangue.... Por motivo de desperdício e perda, o corpo precisa
reabastecer-se de sangue, sendo provido de alimento cotidiano. Portanto, é
necessário alimentar-nos constantemente da Palavra, cujo conhecimento é vida
eterna. Essa Palavra deve ser nossa comida e bebida. É unicamente nisso que a
alma encontrará sua nutrição e vitalidade. Devemos deleitar-nos com sua preciosa
instrução, para que sejamos renovados no espírito do nosso entendimento, e
cresçamos em Cristo, nossa Cabeça viva.” – Ellen G White, em Review and
Herald, 23 de novembro de 1897.
Abril 5, quarta-feira Prescrição Espiritual
Requer Tempo
“Mas os que esperam no Senhor renovarão as suas forças e subirão com asas
como águias; correrão e não se cansarão; caminharão e não se fatigarão.” Isaías
40:31
Tomai tempo. A analogia de Jesus é que a vida física e a vida espiritual
são mantidas da mesma forma. Disto aprendemos princípios básicos sobre
como manter significativa comunhão com Ele. Quão robustos seriam alguns
de nós se passássemos tanto tempo ingerindo o nosso alimento material
como passamos a sós com Deus?
“Far-nos-ia bem passar diariamente uma hora a refletir sobre a vida de
Jesus.” – O Deseja de Todas as Nações. Ed. Popular, pág. 72. Isto não
significa que devemos ter um cronômetro para assegurar que passamos
exatamente 60 minutos em comunhão com Deus cada dia. Mas deve
envolver algo mais do que a leitura de um texto para o dia enquanto estamos
com a mão na maçaneta da porta. Terá de envolver bastante tempo – pelo
tanto quanto passamos tomando as nossas refeições.
Dizeis: “Não tenho tempo.” Gostaria de lembrar-vos que encontramos
tempo para tudo que jugamos importante. A razão por que muitas pessoas
não passam algum tempo em comunhão com Cristo cada dia é simplesmente
que não creem que isso é tão importante assim. Se o fizessem, encontrariam
o tempo que fosse necessário.
Se não considero importante passar algum tempo familiarizando-me
com Cristo, isto deve ser porque penso que poderei salvar-me de alguma
outra maneira que não seja conhecendo-O. E se alguém não confia em Jesus,
provavelmente está confiando em si mesmo. Um dos principais motivos por
que as pessoas não passam tempo contemplando a Cristo e mantendo
comunhão com Ele é que ainda estão procurando obter a salvação por seus
próprios esforços.
É verdade que a vida devocional pode tornar-se meramente outra
“obra”. Passar algum tempo cada dia lendo a Bíblia e orando não nos assegura
uma vida espiritual saudável, assim como respirar e comer diariamente
tampouco nos assegurará uma vida física salutar. Mas é certo que não
podemos ser sadios sem isso!
“E a vida eterna é esta: que Te conheçam a Ti, o único Deus verdadeiro, e
a Jesus Cristo, a quem enviaste.” S. João 17:13. Conhecer a Deus – é nisso
que consiste a vida eterna, e é também o propósito da vida devocional.
Abril 6, quinta-feira Prescrição Espiritual
Colhei Segundo o que Podeis Comer
“Vossos pais comeram o maná no deserto e morreram. Este é o pão que desce
do céu, para que o que dele comer não morra.” João 6:49,50
Jesus expos a comparação entre Ele, como o Pão da Vida, e o maná,
que foi dado como pão do Céu ao povo de Israel. Consideremos a história do
maná, em Êxodo 16, em conexão com o ato de comer do pão da vida.
O maná caíra na noite anterior, e os filhos de Israel desejavam saber
que era isso. Com efeito, foi o nome que lhe deram, pois a palavra maná
significa “que é isto?'”
''Disse-lhes Moisés: Isto é o pão que o Senhor vos dá para vosso alimento.
Eis o Senhor vos ordenou: Colhei disso cada um segundo o que pode comer."
Êxo. 16:15 e 16. Que significa "segundo o que pode comer"? Bem, a principal
alusão era ao número de pessoas em cada Família, mas há um outro princípio
que também pode ser deduzido desse ponto.
Quando eu estava residindo em Glendale, não muito longe de onde
mora o Pastor H. M. S. Richards, fui visitá-lo um dia. Ele falou sobre a razão
da falta de poder, no ministério cristão hoje em dia. E disse então: ''Há bem
poucos de nós ministros que chegam a passar quatro horas por dia a sós com
Deus. Este é um de nossos problemas!" E eu declarei: “O quê? Oh! sim, isso é
deveras lamentável!"
Que faríeis se tomásseis decisão de passar quatro horas a sós com
Deus amanhã cedo? Conseguiríeis efetuá-lo? Que faríeis durante essas
quatro horas? Já ouvistes falar de pessoas que oraram a noite toda?
Sentistes vontade de saber o que elas encontraram para orar durante tanto
tempo?
''Colhei disso cada um segundo o que pode comer.” Uma ponderada hora
sós com Deus – podeis fazer isso? Que tal meia hora? Ou será o tempo
diferente segundo o crescimento e a maturidade de vossa vida cristã? É
possível que o cristão amadurecido não disponha de tempo suficiente para
isso? "Assim o fizeram os filhos de Israel e colheram, uns mais, outros menos."
V. 17. Mas, mesmo os que colheram menos ainda colheram algo!
Abril 7, sexta-feira Prescrição Espiritual
O Maná de Ontem Não Serve Para Hoje
“Eles, pois, o colhiam cada manhã; cada um, conforme ao que podia comer;
porque, aquecendo o sol, derretia-se.” Êxodo 16:21
Os filhos de Israel seguiram as instruções de Moisés, colhendo o maná
- o pão do Céu - segundo suas necessidades pessoais. "Disse-lhes Moisés:
Ninguém deixe dele para a manhã seguinte." Êxo. 16:19. Que podemos
aprender aqui para orientar-nos no estabelecimento de uma vida devocional
significativa?
Tomo a liberdade de sugerir que uma das razões por que as pessoas
encontram dificuldade em procurar viver a vida cristã é tentarem confiar em
alguma coisa que aconteceu ontem. Isto não surte efeito. A vida cristã se
baseia no princípio do carro reboque, e não no princípio da bateria! Não
podemos armazenar a religião com três meses de antecedência.
Alguns dos israelitas que não atenderam às instruções de Moisés e
deixaram do maná para a manhã seguinte, verificaram que "deu bichos e
cheirava mal". É possível que aconteça algo semelhante na experiência cristã?
A experiência de ontem não serve para hoje. Eis aí porque tantas
pessoas se têm extraviado! Ouviram dizer que a vida devocional – a
comunhão com Deus - é importante. Fazem algum esforço neste sentido por
um dia ou dois, saltam uma semana, e experimentam outra vez. E assim:
começando de novo e desistindo, começando de novo e desistindo, eles
acabam dizendo: "Isto não dá certo!" É óbvio que desse jeito não dá certo
mesmo! É possível ter suficiente religião para ser infeliz, mas não o suficiente
para ter uma relação significativa. A perseverança no contato e na comunhão
diária com Deus é extremamente importante. Disse Jesus: "Se alguém quer
vir após Mim, a si mesmo se negue, dia o dia tome a sua cruz e siga-Me." S. Luc.
9:23.
Assim, os filhos de Israel colhiam o maná "manhã após manhã, cada um
quanto podia comer; porque, em vindo o calor, se derretia". Tendes baseado
vossa vida devocional numa oração vespertina, pouco antes de ir para a
cama? Muitas pessoas descobriram que mudar o tempo de sua devoção e
estudo, da última parte da noite para a primeira parte da manhã, ocasionou
uma grande diferença, alterando também o conteúdo de suas orações, o qual
deixou de ser simplesmente: "Ó Deus, perdoa todos os pecados e faltas que
cometi neste dia" e tornou-se um meio de verdadeira comunhão com o Céu.
Tomai tempo a sós no começo de cada dia, para buscar a Jesus por meio de
Sua Palavra e pela oração.
Abril 8, sábado Prescrição Espiritual
Não Fazendo Planos Para Nós Mesmos
“Não cabe ao homem determinar o seu caminho, nem ao que caminha o dirigir
os seus passos.” Jeremias 10:23
Já considerastes o quanto Jesus, em Sua vida aqui na Terra, dependia
de Sua relação com Seu Pai? "Cristo, na Sua vida sobre a Terra, não fez planos
para Si mesmo. Aceitou os planos de Deus a Seu respeito, e dia após dia o Pai
Lhos fazia conhecer. De tal maneira devíamos depender de Deus, que nossa vida
pudesse ser a simples realização de Sua vontade. Confiando-lhe nossos caminhos,
Ele dirigirá nossos passos.” - A Ciência do Bom Viver, pág.479.
Se Jesus obtinha Seus planos dia a dia de Seu Pai, isso teria de ser a
primeira coisa pela manhã! Seria ridículo imaginar que Jesus Se dirigisse ao
Pai no fim do dia, dizendo: "Quais são agora os seus planos para Mim neste
dia?” isso seria um despropósito.
Não gostaríeis de viver tão perto do Senhor que Ele pudesse dar-vos
um lampejo de Seus planos para vós individualmente, cada dia? Isto não
significa que não faremos planos. Mas quer dizer que se temos feito planos
por nossa própria conta, nossos planos sempre estarão sujeitos a sofrer
interrupções. Lemos em O Caminho a Cristo. página 69: ''Consagrai-vos a
Deus pela manhã; fazei disto vossa primeira tarefa. Seja vossa oração 'Toma-me,
Senhor, para ser Teu inteiramente. Aos Teus pés deponho todos os meus projetos.
Usa-me hoje em Teu serviço. Permanece comigo, e permite que toda a minha
obra se faça em Ti.’ Esta é uma questão diária. Cada manhã consagrai-vos a
Deus para esse dia. Submetei-Lhe todos os vossos planos, para que se executem
ou deixem de se executar, conforme o indique a Sua providência. Assim dia a dia
podereis entregar às mãos de Deus a vossa vida, e assim ela se moldará mais e
mais segundo a vida de Cristo.”
Ao nos tornarmos cada vez mais semelhantes a Jesus, seremos cada
vez mais sensíveis a Seus planos, de modo que os planos que fazemos serão
com mais frequência os Seus planos, e não simplesmente os nossos próprios.
O período devocional não se destina simplesmente a ocupar o nosso
tempo, para podermos dizer que passamos uma hora com Deus. Sua
finalidade é ajudar-nos a conhecer a Deus, aprendendo a confiar nEle,
conhecendo Sua vontade e aceitando novamente Seu sacrifício por nós
durante o novo dia. Conheceis a Deus hoje? Também procurareis conhecê-
lo amanhã cedo?
Abril 9, domingo Prescrição Espiritual
A Sós com Deus
“De manhã, Senhor, ouves a minha voz; de manhã te apresento a minha oração
e fico esperando.” Salmos 5:3
Posso partilhar convosco o método que considero muito melhor do que
qualquer outro para um proveitoso período de comunhão com Cristo dia a
dia? Experimentei uma porção de outros métodos, e encontrei alguns que
são bons, mas nenhum deles conseguiu superar esse um.
Tomai o livro O Desejado de Todas as Nações, que versa sobre a vida
de Cristo. Começai com uma breve oração, pedindo a orientação e a
iluminação do Espírito Santo, e escolhei então um capítulo. Na parte inferior
da primeira página de cada capítulo lê-se o seguinte: "Este capítulo se baseia
em...” Procurai as passagens indicadas e lede-as atentamente. Em seguida,
lede o capítulo do livro.
Ao lê-lo, procurai considerá-lo como algo mais do que um relato
histórico. Não estais simplesmente pensando em Nicodemos, que viveu há
uns dois mil anos; não estais meramente pensando nalgum leproso do
passado remoto, nem nos discípulos, naquele tempo. Colocai-vos no cenário
junto com Cristo. Nicodemos pode ser cada um de vós. O leproso também.
Pedro ouvindo a pergunta de Jesus: "Amas-me?” pode ser cada um de vós
individualmente. Ponde-vos no cenário de maneira a estar a sós com Deus.
Não estais lendo os capítulos só para obter informação, e, sim, para
comunicação. (Por isso podeis voltar atrás e começar o livro de novo quando
houverdes terminado sua leitura.)
Depois de fazer s leitura e meditar sobre o que lestes, orai sobre isso.
Podeis dizer: “Senhor, li hoje alguma coisa a respeito de Nicodemos. Reconheço
que sou como ele. Prefiro discutir sobre religião a nascer de novo. Mas, Senhor,
preciso nascer de novo. Não compreendo tudo a esse respeito, mas efetua-o hoje
por mim. Toma o meu coração e vida.” Podeis falar com Ele sobre o que lestes.
Deste modo, tereis cada manhã alguma coisa nova sobre que orar, pois
lestes algo que era novo.
Se tomardes tempo para estar a sós com Deus, começando cada dia
pela comunhão e comunicação com Ele, e se permanecerdes a Seu lado,
aconteça o que acontecer, encontrareis o descanso e a paz que Jesus
prometeu ao dizer: “Vinde a Mim todos os que estais cansados e
sobrecarregados, e Eu vos aliviarei.”
Abril 10, segunda-feira Prescrição Espiritual
O Combate da fé
“De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus.” Romanos 10:17
"Se combaterdes o combate da fé com todo o vosso poder de vontade,
haveis de vencer." - Mensagens aos Jovens. pág. 152 Qual é este combate da
fé? Paulo fala a seu respeito: “Combate o bom combate da fé. Toma posse da
vida eterna." I Tim.6:12.
Se combaterdes o combate da fé com toda a vossa força de vontade,
não restará força de vontade para qualquer outra coisa! Se é verdade que
"todo o fracasso por parte dos filhos de Deus é devido à sua falta de fé.”
(Patriarcas e Profetas, pág. 705), onde devemos aplicar então nosso esforço
e atenção? Por estranho que pareça, não é também na própria fé, e, sim, no
objeto da fé e na fonte da fé, que é Jesus! É por isso que é tão importante
tomar tempo, dia a dia, para conhecer a Jesus
Sem passar tempo em comunicação e comunhão, não haverá fé e nem
confiança. A melhor definição de fé é confiança em Deus. (Obreiros
Evangélicos, pág. 259). Não existe tal coisa como estabelecer uma relação
de confiança sem passar tempo juntos. Ninguém trava conhecimento com
alguma outra pessoa sem ter tido tempo para comunicar-se com ela.
Assim como não podemos subsistir fisicamente sem comer, as relações
também não podem subsistir sem comunicação. Meus pais costumavam
falar-me de um homem que ensinou seu cavalo a não comer. Assim, era
mais econômico. Infelizmente, justo quando ele acabou de adestrá-lo, o
cavalo morreu.
Se eu deixar de alimentar minha vida física, talvez consiga ir passado
durante algum tempo como resultado do que comi. Poderia viver um pouco
de tempo de gordura acumulada. Cedo ou tarde, porém, acabaria caindo
sobre a calçada ou noutro lugar qualquer. E a pessoa que a princípio se
tornou cristã e experimentou o início da vida espiritual, talvez consiga
prosseguir mais um pouco sem dedicar tempo para alimentar sua alma; mais
cedo ou mais tarde, porém, acabará sendo um deplorável montão na calçada
espiritual. Unicamente comendo e bebendo constantemente do Pão e da
Água da Vida teremos uma espiritualidade vigorosa e sadia.
Abril,11, terça-feira Prescrição Espiritual
A Fonte do Poder de Jesus
“Tendo-se levantado alta madrugada, saiu, foi para um lugar deserto e ali
orava.” Marcos 1:35
Ao consideramos a importância de dedicar tempo à comunhão e
companheirismo pessoal com Deus, temos também o próprio exemplo de
Jesus durante Sua vida sobre a Terra. Ele passava tempo a sós com o Pai?
É-nos declarado que muitas vezes as primeiras horas da manhã O
encontraram na encosta da montanha ou entre as árvores da floresta, a sós
com Deus.

"Era nas horas de oração solitária que Jesus, em Sua vida terrestre,
recebia sabedoria e poder... [Sigamos] o Seu exemplo, procurando, na
aurora e ao crepúsculo, uns momentos tranquilos para a comunhão com...
[nosso Pai celestial].” Educação, pág. 259. "Diariamente cercado de
tentação, sofrendo a continua oposição dos guias do povo. Cristo sabia
dever fortalecer Sua humanidade pela oração. Para que fosse uma bênção
aos homens, precisava comungar com Deus... Assim mostrou Ele aos Seus
discípulos o esconderijo de Sua força. Sem esta diária comunhão com Deus,
nenhuma criatura humana poderá conseguir poder para o serviço.” -
Conselhos aos Professores, Pais e Estudantes, pág. 291. "Depois de passar
horas com Deus, apresentava-Se manhã após manhã para comunicar aos homens
a luz do Céu.” Parábolas de Jesus, pág.139,
Se Jesus necessitava dessa comunicação com Seu pai a fim de levar a
vida de fé, quanto maior não é a nossa necessidade! A fé genuína só provém
da comunhão com Deus, do estudo de Sua Palavra e da oração. “A fé é pelo
ouvir, e o ouvir pela Palavra de Deus.” Rom. 10:17, Almeida, antiga. Sem
persistente comunhão com Deus, não cresceremos na graça. Para vitória,
poder e obediência, a comunhão com Deus constitui uma absoluta
necessidade.
Eu costumava pensar que a maneira de ser cristão era esforçar-se
bastante por levar uma boa vida. Então, se houvesse algum tempo
disponível, eu teria de ler a Bíblia e orar um pouco. Mas, para ter uma vida
cristã progressiva, vibrante e sadia, precisamos dedicar tempo à comunhão
com Cristo. É simples assim. É nisto que devemos aplicar o nosso esforço.
Não constitui uma opção na vida cristã, mas a base vital.
Quando nos aproximamos de Deus inicialmente e aceitamos o
oferecimento de Sua justiça em troca de nossos pecados, começa a nossa
vida espiritual. Com a renovação diária de nossa aceitação, contemplando-O
diariamente, mantemos a realidade de nossa aceitação, por Ele, e a vida
espiritual continua.
Abril 12, quarta-feira Prescrição Espiritual
Confiai Unicamente em Deus
“Bem-aventurado o homem que põe no Senhor a sua confiança.” Salmos 40:4
Certa vez eu estava tendo uma semana de oração com um grupo de
estudantes de Medicina. Uma pergunta apresentada foi a seguinte : ''Pode
dizer-nos como viver a vida cristã de modo prático e compreensível? Não essa
recomendação de estudo da Bíblia, oração e testemunho, mas algo que realmente
seja prático.”
O estudo da Bíblia é comparado nas Escrituras ao ato de comer do Pão
da Vida e beber da Água da Vida. A oração é denominada a respiração da
alma. E testemunhar é comparado ao exercício. Por conseguinte, poderíamos
reformular a pergunta deste modo: "Doutor, quer ter a bondade de dizer-nos
como viver com saúde? Não nos dê a recomendação de comer, beber, respirar e
fazer exercício, mas algo que realmente seja prático!"
É fácil de omiti-lo porque é tão simples. Não há substituto da
comunicação particular com Deus dia a dia. O culto família, é significativo e
o culto público também. Mas precisamos passar igualmente algum tempo a
sós com Deus, alimentando assim nossa própria alma.
Certa ocasião, um colega no ministério me disse que os leigos em
geral estavam tão ocupados ganhando a subsistência e preservando a
unidade do corpo e de alma, que não se podia esperar que tomassem tempo
para estar a sós com Deus. O pastor teria de fazer isto por eles, transmitindo-
lhes então o que recebesse. Concordais com isso? Eu não pude fazê-lo.
Gostaria de sugerir que um de nossos maiores problemas na religião
cristã hoje em dia é que as pessoas estão constantemente dependendo dos
outros. É agradável dispor de pessoas da mesma índole. Do mesmo
comprimento de onda, da mesma frequência. Mas a minha comunhão com
Cristo jamais devo depender de quem está ou não na cidade. Não posso
esperar que os outros pensem, estudem e orem em meu lugar, preciso fazê-
lo por mim mesmo.
A vida devocional não é algo que deixamos de lado, fechando a Deus
numa caixa, abandonando-O e prosseguindo sem Ele durante o resto do dia.
À essência da vida devocional dia a dia é que ela deve ajudar-me a
estabelecer a prática de ter noção da presença de Deus durante o dia todo.
Reconhecer a presença de Deus momento a momento, hora após hora, do
começo ao fim do dia, é o nosso alvo e o Seu.
Abril 13, quinta-feira Prescrição Espiritual
Perdido e Achado
“Pensando, porém, estar ele entre os companheiros de viagem, foram caminho
de um dia.” Lucas 2:44
Jesus linha doze anos de idade na primeira vez que Seus pais O
levaram junto com eles para assistir à festa anual da Páscoa. Ao retornarem
de Jerusalém Jesus ficou para trás. José e Maria não o sabiam. Pensando que
estivesse entre os companheiros de viagem, foram caminho de um dia sem
Ele. Ao chegar, porém, anoite, perceberam que Jesus não tinha vindo.
Procuraram-no entre os parentes e os conhecidos. Como não O
encontrassem, voltaram a Jerusalém à Sua procura. No terceiro dia, O
acharam no Templo, assentado no meio dos doutores e mestres da lei,
ouvindo-os e interrogando-os. "E quando O viram, maravilharam-se, e disse-
Lhe sua mãe: Filho, por que fizeste assim para conosco? Eis que Teu pai e eu
ansiosos Te procurávamos. E Ele lhes disser: Por que é que me procuráveis? Não
sabeis que Me convêm tratar dos negócios de Meu Pai?” S. Luc. 2:48 e 49.
Há uma importantíssima lição para nós neste relato. É possível perder
a Jesus em sabê-lo. “Em nossas relações uns com os outros, devemos estar
atentos para não perder a Jesus, continuando o caminho sem nos advertir de que
Ele não Se acha conosco. Quando nos absorvemos em coisas mundanas, de
maneira que não temos um pensamento para Aquele em quem se concentra nossa
esperança de vida eterna, separamos de Jesus e dos anjos celestiais. Esses santos
seres não podem permanecer, onde a presença do Salvador não é desejada, e
Sua ausência não é sentida. Eis porque tantas vezes se fez sentir o desânimo
entre os professos seguidores de Cristo.” O Desejado de Todas as Nações, ed.
Popular, pág.72.
É possível perder a Jesus num dia, supondo que Ele está em nosso
meio. Quando começou a ficar escuro, José e Maria descobriram sua perda.
Passaram então a procurá-Lo entre os parentes, mas não conseguiram
encontrá-Lo. Finalmente, retornaram a Jerusalém, e acharam-nO onde O
haviam perdido. É aí também que sempre encontrais a Jesus: onde O vistes
pela última vez. Retornai ao Lugar em que vos separastes dEle.
É maravilhoso ter amigos e parentes que conhecem a Jesus. Não
dependais, porém, de sua relação com Ele. Deveis procurá-Lo por vós
mesmos. Só podemos permanecer ao lado de Jesus mediante comunhão
pessoal com Ele dia a dia.
Abril 14, sexta-feira Prescrição Espiritual
Perdidos por Negligência
“Como escaparemos nós, se negligenciarmos tão grande salvação.” Hebreus 2:3
"Se José e Maria houvessem firmado a mente em Deus. Mediante meditação
e oração... não teriam perdido de vista a Jesus. Pela negligência de um dia
perderam o Salvador custou-lhes, porém, três dias de ansiosas buscas a tomar a
encontrá-Lo. O mesmo quanto a nós... podemos perder num dia a presença do
Salvador, e talvez leve muitos dias de dolorosa busca o tornar a achá-Lo, e
reconquistar a paz que perdemos.” – O Desejado de Todas as Nações. ed.
popular, págs. 71 e 72.
Quando perdemos de vista a Jesus, o diabo procura evitar que
tornemos a encontrá-Lo, não é mesmo? Quando desvio a atenção de Jesus,
Satanás se apresenta com seus ardilosos disfarces, e eu caio em pecado.
Então ele diz: “Agora Deus provavelmente está furioso com você. É melhor que
se porte bem durante algumas semanas, dando-Lhe oportunidade de acalmar-se,
antes que você procure voltar para Ele." Dez dias depois ele me assalta
novamente, e eu caio outra vez. Satanás sugere então que eu espere mais
duas semanas! Esse tipo de espera pode continuar indefinidamente.
Podemos ter o infortúnio de perder a Jesus numa reunião geral, pensando
que Ele está entre nós, e talvez leve um ano todo para tornar a encontra-Lo.
Por quê? Por que Ele está perdido? Não! Isto se dá por negligência de nossa
parte.
''Muitos assistem a serviços religiosos, e são refrigerados e confortados pela
Palavra de Deus; mas, devido à negligência da meditação, vigilância e orações,
perdem a bênção, sentindo-se mais vazios do que antes de a receberem.” - Idem.
pág.72.
Já observastes como uma reforma às vezes é seguida de mais profunda
apostasia? Já vistes um avivamento num colégio ou numa igreja, verificado
depois que as coisas se tornaram piores do que antes? Qual é o problema?
A negligência da meditação, vigilância e oração. Se José e Maria houvessem
feito como Jesus, tratando dos negócios de seu Pai, não teriam pedido de
vista a Jesus. Tal era o seu encargo; e isso é também o meu encargo hoje
em dia - permanecer bem perto de Jesus.
O princípio envolvido na salvação pela fé é o princípio do carro reboque,
e não o princípio da bateria. A energia termina no momento em que é cortado
a ligação com a linha elétrica. Só seremos verdadeiros cristão se tivermos
uma experiencia diária nas coisas de Deus.
Abril 15, sábado Prescrição Espiritual
Salvos para companheirismo
“Habitarei e andarei entre eles; serei o seu Deus, e eles serão o meu povo.” 2
Coríntios 6:16
Há os que dizem que nossa salvação depende totalmente da obra de
Cristo, e que quando nos achegamos inicialmente a Jesus estamos tão salvos
como o seremos um dia. Isto é verdade. O ladrão na cruz estava tão salvo
no dia em que se chegou a Cristo como teria estado quarenta anos mais
tarde, se continuasse vivendo. Ele teve a vantagem de morrer pouco depois
disso, o que não é o caso da maioria de nós!
Conquanto nossa salvação se baseie na obra de Cristo, nenhum de nós
estará salvo por mais tempo do que mantivermos viva comunhão com Cristo.
“O homem pecaminoso só pode achar esperança e justiça em Deus. E nenhum
ser humano é justo por mais tempo do que aquele em que tem fé em Deus, e
com Ele mantem vital ligação.” – testemunhos Para Ministros, pág.367.
Foi a entrada do pecado no mundo que tornou necessária nossa
salvação. E em que consistiu o pecado? O pecado foi uma relação
Interrompida. Uma separação de Deus. O Senhor não pode mais andar com
homem pela viração do dia, nem se comunicar com ele face a face. Foi para
restabelecer essa comunhão interrompida que Jesus veio viver morrer por
nós. Por meio de Jesus é restaurada nossa comunhão com o Pai. O objetivo
da salvação não é somente que vivamos eternamente, livres de toda tristeza,
nas mansões celestiais preparadas para nós. O propósito da salvação é
restaurar-nos a comunhão com Deus que foi interrompida com a chegada do
pecado.
Não somos salvos pela vida devocional. Somos salvos por nossa
aceitação inicial e continuada do sacrifício de Cristo em nosso favor,
chegando-nos a ele dia a dia. Mas, somos salvos para o quê? Somos salvos
para ser amigos de Deus que devíamos ser de acordo com o objetivo de
nossa criação, salvos para companheirismo e comunhão e relação com Ele.
Esta comunhão com Ele nos dá a certeza da vida eterna. Por meio desta
comunhão com Cristo, contemplando-O, ele também é capaz de efetuar a
modificação em nossa vida que ponha em harmonia com Sua Pessoa. Da
relação com Cristo advém vitória, poder para obediência, fé, os frutos do
Espírito e a habilitação para o serviço em prol dos outros.
Abril 16, domingo Prescrição Espiritual
Comunhão a Despeito de Fracasso
“O que temos visto e ouvido anunciamos também a vós outros, para que vós,
igualmente, mantenhais comunhão conosco. Ora, a nossa comunhão é com o
Pai e com seu Filho, Jesus Cristo.” 1 João 1:3
João era conhecido como um dos filhos do trovão, por três anos ele
andou pessoalmente com Jesus. Sabia o que era comer com Ele, viajar com
Ele, tocá-Lo, ajudá-Lo em Suas necessidades. E por três anos João contendeu
e discutiu com os outros discípulos a respeito de quem seria o maior. Por
três anos ele continuou sendo um filho do trovão. Os que pensam que a
comunhão e o ato de andar em comunhão com Jesus sempre transformam
as pessoas da noite para o dia, e que se isso não ocorrer, não estão tendo
uma experiência genuína, deviam considerar a Tiago e João e os outros
discípulos.
Eles contenderam e discutiram até o fim do tempo que passaram com
Jesus. No cenáculo ainda estavam contendendo sobre quem seria o maior.
Não incidiram casualmente na discussão! Passaram horas andando pela
estrada, debatendo o assunto. E se achavam tão absortos no que estavam
fazendo que ficaram para trás de Jesus, e Ele acabaria chegando à cidade
cerca de meio quilômetro à frente deles!
E quando finalmente O alcançaram, Ele lhes perguntou: “De que é que
discorríeis pelo caminho?" E eles quiseram mudar de assunto. Ficaram
perplexos ao admitir o que estiveram fazendo, mas não deixaram de fazê-
lo.
Jesus lidou bondosa e ternamente com eles, e João continuou a andar
com Jesus mesmo após a partida do Mestre. Anos mais tarde ele escreveu:
"Ora, a nossa comunhão é com o pai e com Seu Filho Jesus Cristo." Ele estava
falando no tempo presente.
À medida que continuou andando com Jesus e comungando com Ele
dia a dia, João foi sendo transformado. Agora, em vez de perguntar "Quem é
o maior?" e buscar a posição mais elevada, ele disse: “Amados, amemo-nos
uns aos outros, porque o amor procede de Deus.”
O propósito da vida devocional é entrar em comunhão com Jesus. O
propósito de andar, falar e comungar com Ele é ter companheirismo com Ele.
E finalmente, mediante essa comunhão, tornar-nos-emos semelhantes a Ele.
Abril 17, segunda-feira Prescrição Espiritual
Olhando para Jesus
“Não há quem busque a Deus.” Romanos 3:11
Em toda a nossa experiência devocional, a necessidade é de empenhar-
se tendo em vista a comunicação ou comunhão com Jesus. Tempo a sós, no
começo de cada dia, para buscar a Jesus, é o alvo.
Se estou procurando ter comunhão com Jesus. Passarei mais tempo
estudando os quatro Evangelhos, ou algum ponto da História ou Profecia? Se
busco a comunhão com Jesus, escolherei um livro de censura e repreensão
ou O Desejado de Todas as Nações? Façamos uma distinção aqui. Há muitas
pessoas que se afastaram de Ellen White e seus escritos porque alguém se
excedeu no que podemos chamar de escritos instrutivos. Há livros inteiros
cujo objetivo é principalmente dar instrução, conselho e repreensão.
Há outros livros que podemos chamar de escritos inspiradores, isto não
significa que não se possa encontrar alguma instrução nos livros
inspiradores. Mas existem estes dois tipos gerais de escritos.
Uma pessoa que só estuda os Livros instrutivos, com frequência se
torna o tipo de indivíduo que anda para cá e para lá com um testemunho
especial para seu próximo do outro lado da nave da igreja. Tem uma
repreensão e censura para todas as ocasiões. Por favor, não nos entendais
mal quando dizemos que os Testemunhos Para a Igreja podem ser uma arma
perigosa nas mãos de alguém que não sabe como ler o Desejado de Todas
as Nações e o Caminho o Cristo. Se uma pessoa não se sentar como Maria
aos pés de Jesus, e conhecer pessoalmente seu amor e bondade, poderá
usar os Dez mandamentos como arma letal. A lei e o evangelhos precisam ir
juntos.
O Estudo dos escritos instrutivos tem o seu lugar. Mas no período de
comunhão com Jesus a dia a dia, a fim de nos tornarmos íntimos amigos
dEle, precisamos estudar Sua vida. “Far-nos-ia bem passar diariamente uma
hora a refletir sobre a vida de Jesus. Devemos tomá-la ponto por ponto, e deixar
que a imaginação se apodere de cada cena, especialmente as finais. Ao meditar
assim em Seu grande sacrifício por nós, nossa confiança nEle será mais constante,
nosso amor vivificado, e seremos mais profundamente imbuídos de Seu espírito.”
O Desejado de Todas as Nações, ed. Popular, pag. 72.
É olhando para Jesus e exaltando a Jesus que somos transformados à
Sua imagem.
Abril 18, terça-feira Prescrição Espiritual
Ligação com o Céu
“Mas Jesus lhe replicou: Ninguém que, tendo posto a mão no arado, olha para
trás é apto para o reino de Deus.” Lucas 9:62
''Os que se revestirem de toda a armadura de Deus e dedicarem algum
tempo, cada dia, à meditação e oração, e ao estudo das escrituras, serão ligados
com o Céu e terão uma influência salvadora e transformadora sobre os que o
rodeiam.” Testimonies, vol.5, pág. 112.
“Os que se revestirem de toda a armadura de Deus.” Tendes lido sobre a
armadura em Efésios? Todo aspecto da armadura tem que ver com os
elementos de uma vida devocional pessoal. Palavra do Deus, oração, espada
do Espírito - cada um deles tem que ver com as coisas referentes ao combate
da fé. Dessa maneira, se dedicarmos algum tempo a oração, a meditação e
ao estudo da Bíblia, seremos ligados com o Céu.
Tenho ouvido algumas pessoas dizerem: “Experimentei isso. Não surte
efeito. Não fui ligado com o Céu. Não me aconteceu coisa alguma.”
Costumo perguntar para elas:
- Por quanto tempo experimentastes?
- Por três dias – respondem elas.
A única conclusão a que posso chegar é que, se decidirmos, de agora
em diante, passar diariamente algum tempo tranquilo a sós com Deus, com
o propósito de conhecer melhor a Jesus e manter-nos em contato com Ele
durante o dia todo, e se continuarmos a buscar esse companheirismo até
que Jesus venha, seremos ligados com o Céu.
A pessoa que não persiste em buscar a Deus de maneira contínua não
será ligada com o Céu. Nosso único objetivo na vida devocional é buscar a
Jesus. Nós O buscamos por meio de Sua palavra e pela oração, e escolhemos
o material que lemos tendo em mente este alvo de buscar a Jesus.
Isto abrange a entrega. Isto abrange o esforço. Às vezes há um desejo
momentâneo de buscar a Jesus. Outras vezes, isso requer uma luta. Mas é
só quando fazemos essa entrega e esse esforço, e O buscamos diariamente,
que somos ligados com o Céu, que nossa vida espiritual realmente se torna
vigorosa e que os frutos do Espírito se desenvolvem em nós. “Se o olhar se
mantiver fixo em Jesus, a obra do Espírito não cessa, até que a alma esteja
conforme a Sua imagem.” O Desejado de Todas as Nações, ed. popular, pág.
285.
Abril 19, quarta-feira Prescrição Espiritual
Informação ou Comunicação
“Respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo: quem não nascer da água
e do Espírito não pode entrar no reino de Deus”. João 3:5
"Havia entre os fariseus, um homem, chamado Nicodemos, um dos
principais dos judeus. Este, de noite, foi ter com Jesus e Lhe disse”: Rabi, Tu és
um grande mestre. És um grande operador de milagres. Vamos debater
alguma coisa! Nicodemos foi ter com Jesus com a ideia de entrar em
discussão com Ele. Procedendo desse modo, identificou se imediatamente
como pseudointelectual em estado latente – como alguém que usa a Bíblia e
os assuntos religiosos principalmente como plataforma de lançamento para
discussões.
É possível manter-se distante de Deus por falar sobre Ele. Há pessoas
que andam à procura de "um modo de esquecer a Deus, que passa por um
modo de lembrar-se dEle.” (O Grande Conflito pag. 571). Podemos ser
membros de igreja em boa situação, e, no entanto, estar fugindo de Deus
através da evasão pseudointelectual.
Assim, Nicodemos veio e disse: Vamos ter uma discussão vamos
dialogar.
E Jesus replicou: "importa-vos nascer de novo.”
Jesus permitiu que Nicodemos conduzisse a conversação para onde lhe
aprouvesse, mas quando ele fez uma pausa, trouxe-a de volta à verdadeira
questão: "Importa-vos nascer de novo."
"Se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus.” Visto que
o novo nascimento ou a conversão nos dá uma nova capacidade para
conhecer a Deus que não tínhamos antes, é somente após o novo nascimento
que realmente pode ter início a comunhão com Deus. Antes desse tempo
achamos a Bíblia desinteressante, a não ser como base de informação.
Quando, porém, Deus efetua Sua obra convertedora por meio do Espírito
Santo, temos prazer em estudar a Bíblia para comunicação com Ele.
A compreensão da verdade bíblica não depende tanto de capacidade
intelectual aplicada ao estudo como da singeleza de propósito e do intenso
anseio pela justiça. Mas, quem anseia pela justiça? Tem de ser a pessoa
convertida. Ninguém irá ansiar pela justiça se não houver nascido de novo.
Paulo declara que a mente carnal está em inimizade contra Deus. Assim, o
novo nascimento precede a vida devocional significativa.
Abril 20, quinta-feira Prescrição Espiritual
Não Podemos Converter-nos por Nós Mesmos
“Não te admires de eu te dizer: importa-vos nascer de novo.” João 3:7
Todos sabem que quando alguém quer pegar no sono, precisa fazer
diversas coisas: deitar-se sobre o colchão, na maioria dos casos (embora eu
certa vez, tenha adormecido trabalhando sobre uma ceifadeira-trilhadeira);
apagar as luzes, diminuir consideravelmente o volume do rádio, e convém
fechar os olhos!
Quando minha filha era bem pequena, adquiri o mau hábito de deitar-
me perto dela até que adormecesse. A situação chegou a tal ponto que ela
não queria ir dormir sem que eu me deitasse perto dela. Às vezes eu tinha
algum compromisso, e olhava com o rabo dos olhos e dizia: "LuAnn, feche os
olhos.” Ela fazia isso, mas na próxima vez em que eu espreitava, eles
estavam novamente bem abertos! Eu sabia que se conseguisse que ela pelo
menos fechasse os olhos, isso contribua para que pegasse no sono.
A fim de ter significativa comunhão com Cristo e encontrar valor nas
coisas espirituais, precisamos passar pela experiência do novo nascimento.
Não podemos converter-nos por nós mesmos. Mas podemos colocar-nos na
atmosfera em que isso venha a ocorrer. Não precisamos ficar sentados,
esperando constantemente que nos sobrevenha alguma coisa. Se estamos
fugindo de Deus, e notamos que no íntimo de nosso ser desejamos
estabelecer correta relação com Ele, podemos pelo menos colocar-nos numa
atmosfera religiosa em que estejam sendo apresentadas as coisas de Deus.
Caso estejais estudando num colégio e perceberdes que não sois
convertidos, em vez de faltar as reuniões ou passar o tempo dormindo ou
lendo, podeis pelo menos ir e prestar atenção quando é pregado o evangelho.
Se achais que a Bíblia é um livro insípido para vós, e tendes permitido
que ele fique coberta de pó na estante de livros, ano após ano, podeis pelo
menos dedicar alguns minutos cada dia a considerar algum trecho sobre a
vida de Jesus, convidando Deus a encontrar-Se convosco onde estais e a
realizar Sua obra de impressionar-vos o coração,
A responsabilidade por significativa comunicação com Deus tem de ser
dEle, não nossa. Mas podemos chegar-nos a Ele. Podemos colocar-nos na
atmosfera em que o Senhor consiga alcançar-nos com mais facilidade,
convidando então a operar em nossa vida o milagre da Regeneração.
Abril 21, sexta-feira Prescrição Espiritual
Não Desistir
“Prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo
Jesus.” Filipenses 3:14
Samuel estudava num colégio. Ele trabalhara bastante para
economizar o dinheiro suficiente para poder frequentar esse estabelecimento
de ensino. A princípio ficara tão animado por finalmente conseguir iniciar a
preparação para a carreira de sua vida, que seus estudos decorreram
suavemente. Mas, à medida que as semanas foram passando, parecia que
os professores aumentavam cada vez mais as tarefas escalares. Ele
envolveu-se em maior número de atividades sociais. Começou a diminuir
suas horas de sono para não esmorecer, mas uma noite aconteceu algo
terrível.
Ele estava procurando estudar para um exame oral no dia seguinte,
quando começou a ficar sonolento. Bocejou, espreguiçou-se e finalmente se
levantou de perto de sua escrivaninha e salpicou água fria no rosto a fim de
permanecer acordado. Reiniciou então o estudo do capítulo. Mas a próxima
coisa foi recordar-se de quão alegre ficará certa amiga sua quando ela
aceitou o convite que ele lhe fez para o programa de fim de semana.
Samuel ficou horrorizado. Que proveito tiraria dos estudos quando sua
mente divagava ou quando ele se achava meio adormecido? Quisera tornar-
se um advogado. Mas, como poderia fazer? Com tristeza, retirou-se do
colégio e voltou para casa.
- Pensamos que você iria para o colégio - declaravam todos os que o
viam de volta em seu antigo trabalho.
- Bem, procurei fazê-lo - replicou Samuel - mas os estudos não eram
interessantes para mim. Eu ficava com sono, e minha mente divagava
quando eu procurava estudar. Como não estava tirando proveito algum dos
estudos, desisti e voltei para casa.
Que sucede quando estais lendo a Bíblia e a mente começa a divagar
ou ficais com sono? Fazeis como Samuel e desistis? Tornais a guardar a Bíblia
na estante por mais seis meses? Ou sois perseverantes, como Samuel
deveria ter sido?
Provavelmente bem poucas pessoas abandonaram de fato os estudos
porque a mente divaga quando procuravam estudar. No entanto, muitos têm
deixado de procurar manter comunhão com Deus por esse motivo. É
incompreensível, não é mesmo? Devemos estar dispostos a envidar pelo
menos tanto esforço nalguma coisa que tem que ver com toda a eternidade,
como o somos com as coisas que apenas dizem respeito ao curto Período de
vida que passamos neste mundo.
Abril 22, sábado Prescrição Espiritual
A oração da Humildade
“Humilhai-vos na presença do Senhor, e ele vos exaltará.” Tiago 4:10
Todos sabem que para familiariza-se ou continuar mantendo boas
relações com alguém, é preciso conversar com essa pessoa. É nisso que
consiste a oração. Se toda base da vida cristã é uma relação, então a oração
consiste em uma absoluta necessidade. Não há substituto nem alternativa
para ela. Para um cego talvez tenha de haver alguma alternativa para a
leitura da Bíblia, mas não há alternativa algum para a oração.
Como essa comunicação com Deus por meio da oração pode tornar-
se significativa? É-nos declarado que “nada é mais essencial à comunhão com
Deus do que a mais profunda humildade” (Testimonies, vol. 5, pág. 5O).
Considerai a história do Fariseu e do publicano, relatada em S. Lucas 18. “O
fariseu, posto em pé, orava de si para si mesmo, desta forma: Ó Deus, graças
Te dou porque não sou como os demais homens ..." E continuou enaltecendo
sua boa conduta. Ora, em que sentido ele não era como os outros homens?
Externa ou internamente? Por certo, era a ações exteriores que ele se referia.
Porém o publicano. "estando em pé, longe, não ousava nem ainda levantar os
olhos ao Céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, sê propício a mim, pecador!”
E o publicano “desceu justificado para sua casa”, e não o fariseu.
Este último, por sus própria força de vontade, podia tornar correta sua
vida exterior. Mas o seu coração permanecia inalterado. Unicamente os que,
como o publicano, reconhecem sua incapacidade para fazer algo a fim de se
tornarem justos diante de Deus, a não ser chegar-se a Ele e admitir sua
desesperada necessidade da graça divina. É que são, justificados.
Isso é mais do que simplesmente uma questão de proferir as palavras
apropriadas. "Os lábios podem exprimir uma pobreza de alma que o coração não
reconhece. Ao passo que fala a Deus de pobreza de espírito, pode o coração
ensoberbecer-se com a presunção de sua humildade superior e exaltada justiça.
Só de um modo o verdadeiro conhecimento do próprio eu, pode ser alcançado.
Precisamos olhar a Cristo. O desconhecimento dEle e que dá aos homens uma
tão alta ideia de sua própria justiça.” - Parábolas de Jesus. pág. 159.
Ser desejamos ter comunhão com Deus, podemos contemplar a Cristo
e solicitar que Seus Espírito nos conduza à humildade que é essencial à
comunhão com Ele.
Abril 23, domingo Prescrição Espiritual
Deus Atende às Orações dos Pecadores
“O publicano, estando em pé, longe, não ousava nem ainda levantar os
olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, sê propício a mim, pecador!”
Lucas 18:13
Em S. Lucas 18:13, o publicano suplica: "Ó Deus, sê propício a mim,
pecador". Mas em S. João 9:31, no relato do cego de nascença, lemos o
seguinte: "Deus não atende a pecadores." E o Salmo 66:18 declara que se até
atentarmos à iniquidade em nosso coração, o Senhor não nos ouvirá.
Suponhamos que sejais alguém que esteja atentando à iniquidade em
seu coração. Como ireis livrar-vos dessa iniquidade? Tendes alguma ideia a
esse respeito? Não podeis fazê-lo por vós mesmos. A única maneira pela qual
alguém pode livrar-se da iniquidade é chegando a Deus por meio da oração.
Se Ele não me ouvir até que eu me livre da iniquidade e se não posso livrar-
me da iniquidade sem Sua ajuda, então estou perdido! Já pensastes sobre
isto?
Qual é o contexto das palavras: "Deus não atende a pecadores"? A cura
de um homem ou a realização de um milagre. Uma resposta especial a uma
oração especial.
Se estou atentando à iniquidade em meu coração, o Senhor talvez não
atenda a minhas orações especiais por cura, milagres ou outras bênçãos
especiais de todo o tipo. Ele teria de estar disposto a atender, porém, à
minha oração pedindo poder para deixar de atentar a iniquidade em meu
coração, não é mesmo? Ele teria de ouvir-me quanto a isso. Pelo menos!
Contudo, há pessoas que acham que suas orações não ascendem acima de
sua cabeça porque ainda não são perfeitas e cometem faltas e erros.
Lede o relato do homem purificado de lepra. Ele revela que Deus
sempre atende aos pecadores quando clamam ao Senhor por livramento e
perdão do pecado. Talvez nem sempre seja a vontade de Deus fazer certas
coisas que pedimos, mas sempre é a vontade de Deus "livrar-nos ... [do
pecado]. tornar-nos Seus filhos, e habilitar-nos a viver uma vida santa" (O
Desejado de Todas as Nações, pág. 244).
Não permitais que o diabo vos afaste da oração de comunhão com
Deus devido a vossas faltas e deficiências. É oferecido auxílio a todo pecador,
sem levar em conta quão longe ele tenha vagueado de Deus - quer esteja
perto da casa do Pai ou ainda se encontre na pocilga. Quem quer que clame
a Deus por perdão e pelo poder de Deus para vencer a iniquidade que tenha
sido acalentada no coração, sempre será atendido.
Abril 24, segunda-feira Prescrição Espiritual
Comunicar-se Pelo Prazer de Fazê-lo
“Falava o Senhor a Moisés face a face, como qualquer fala a seu amigo.” Êxodo
33:11
Pensai hoje durante alguns minutos em um de vossos amigos íntimos
cujo companheirismo desfrutais e com o qual podeis palestrar com
regularidade. Quanto tempo faz que conversastes com essa pessoa durante
dez minutos, de uma só vez, sem pedir que ela vos desse algo ou fizesse
algumas coisas para vós? Sobre que foi que conversastes? A maioria das
pessoas normalmente não teriam dificuldade para falar por longos períodos
com um de seus melhores amigos sem pedir-lhe alguma coisa.
Mas, com Deus? Quanto tempo faz que conversastes com Ele por dez
minutos sem pedir-Lhe que vos concedesse algo ou fizesse alguma coisa para
vós? Alguns achariam que isso é mais difícil.
Se o propósito primordial da vida cristã é ter comunhão com Deus, o
propósito primordial da oração é a comunicação. Todavia, quantos
consideram à oração principalmente como um meio para obterem certas
coisas - com o propósito primordial de conseguirem respostas. Com efeito,
há alguns que até perguntam a si mesmos se são ou não cristãos, pelo fato
de receberem ou não as respostas que buscavam.
Compreendemos que em nossas relações humanas o propósito
primordial de nossa conversação não é obter algo da outra pessoa e, sim,
conversar pelo prazer de fazê-lo - conversar porque apreciamos a companhia
da outra pessoa.
Conquanto os que nos são chegados com frequência estejam dispostas
a realizar muitas coisas por nós, e conquanto certamente esperemos que se
ofendêssemos a um de nossos amigos terrenos e lhe pedíssemos perdão, ele
o concederia, buscar esses préstimos jamais constitui a base de uma relação
que realmente seja duradouro. Em nossas tentativas para comunicar-nos
com Deus, quantas, vezes, porém, restringimos nossa comunicação a
pedidos por Sua ajuda, perdendo a benção de conversar com Ele
simplesmente pelo prazer de falar com alguém que nos ama e compreende
e Se interessa em tudo que estamos desejosos de partilhar!
Se vossa comunicação com Deus tem consistido principalmente em
pedir Sua ajuda e Seu perdão, procurai reservar hoje dez minutos para falar
com Ele sem pedir-lhe coisa alguma. Talvez descubrais uma nova dimensão
da oração que não haveis visto anteriormente.
Abril 25, segunda-feira Prescrição Espiritual
Esperar Pelo Senhor
“Espera pelo Senhor, tem bom ânimo, e fortifique-se o teu coração; espera, pois,
pelo Senhor.” Salmos 27:14

Um dos maiores segredos que têm ajudado alguns do nós a ter uma
vida de posição mais significativa é simplesmente deixar de estar tão
apressado! Deus Se comunica conosco de duas maneiras. Ele nos fala por
meio de Sua Palavra, mas também fala conosco pela oração. Deus tem um
modo de orientar nossos pensamentos e de produzir ideias ou convicções em
nossa mente, se estivermos dispostos a esperar perante Ele, dando-lhe
assim a oportunidade de fazê-lo. A essência da oração é não se apressar em
Sua presença dizendo o que temos em mente e então retirar-se
apressadamente.
''Muitos, mesmo nas horas de devoção, deixam de receber a bênção da
comunhão real com Deus. Estão com demasiada pressa. Compassos precipitados
apertam-se ao atravessar o grupo dos que têm a adorável presença de Cristo,
detendo-se possivelmente um momento no recinto sagrado, mas não para esperar
conselho. Não têm tempo de ficar com o Mestre divino. E com seus fardos voltam
eles a seus trabalhos.... Nada de uma parada momentânea em Sua presença,
mas um contato pessoal com Cristo... - tal é a nossa necessidade," - Educação,
pág.260 e 261. (Grifo Acrescentado.)
Quando acabardes de falar com Deus acerca do que lestes em vosso
período de devoção, e Lhe apresentastes vossos pedidos e súplicas,
concluindo o que tínheis a dizer, ficai ali. Não vos levanteis nem saiais
precipitadamente para ir ao trabalho ou às aulas. Permanecei em Sua
presença. Conservai a mente aberta às mensagens que o Espírito Santo
talvez queira transmitir-vos. Prestai atenção. Concedei a Deus a
oportunidade de criar pensamentos em vosso cérebro que vos sejam úteis
no decorrer do dia. Dai-lhe a oportunidade de trazer-vos à lembrança certas
coisas que de outro modo talvez teríeis esquecido. Permiti que Ele se
comunique diretamente convosco, concedendo-lhe alguns momentos
tranquilos para focalizar a vossa atenção naquilo que Ele vê que deveis
considerar.
Procurar descrever este conceito às vezes é um pouco difícil, mas eu
creio na sua validade e que, se ficarmos de joelhos durante algum tempo
depois de proferirmos nossas breves orações, descobrimos que Deus pode
comunicar-Se conosco de duas maneiras, e muito mais do que
frequentemente Lhe permitimos. "Pela oração sincera somos postos em ligação
com a mente do Infinito," - Caminho a Cristo, pág.96.
Abril 26, quarta-feira Prescrição Espiritual
Crendo Que Deus Existe
“O justo se alegra no Senhor e nele confia.” Salmos 64:10
Já tivestes receio de confessar a Deus que ficastes irado contra Ele? ou
que não compreendestes Seu procedimento para convosco? Ou ainda que
não tinha nenhuma certeza de que Ele faria para vós aquilo que Lhe pedistes?
Há uma grande diferença entre acreditar que Deus irá atender às
nossas orações de acordo com a nossa compreensão e crer em Deus. ''É
necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele existe e que Se
torna galardoador dos que O buscam.” Heb. 11:6. Se cremos que Deus existe
de que Ele nos galardoa quando O buscamos, temos fé. Não precisamos crer
que Ele recompensará nossa procura de coisas da exata maneira em que O
pedimos. Fé é muito mais do que pensamento positivo.
” Se não recebemos exatamente as coisas que pedimos e ao tempo
desejado, devemos não obstante crer que o Senhor nos ouve, e que atenderá às
nossas orações. Somos tão falíveis e curtos de vistas que às vezes pedimos coisas
que não nos seriam uma bênção, e nosso Pai celestial amorosamente nos atende
às orações dando-nos aquilo que é para nosso maior bem - aquilo que nos mesmos
desejaríamos se com vistas divinamente iluminadas, pudéssemos ver todas as
coisas tais como elas são na realidade.” - Caminho a Cristo pág. 95
Considerai a oração de Moisés relatada em Êxodo 5:23. Ele viera
libertar o povo de Israel do Egito, por ordem de Deus. Proceder de acordo
com as instruções de Deus ao lidar com Faraó. Mas, em vez de deixar ir o
povo de Israel, conforme Moisés esperava, Faraó aumentar a os seus
encargos. Parecia que as orações de Moisés pelo livramento do povo não
tinham sido atendidas. Ele dirigiu-se a Deus dizendo: "Desde que me
apresentei a Faraó, para falar-lhe em Teu nome, ele tem maltratado este povo;
e Tu de nenhuma sorte livraste o Teu povo!" Moisés não compreendeu o plano
de Deus - e aparentemente não estava muito contente com os resultados
havidos até então. Mas ainda cria em Deus, e continuou a comunicar-se com
Ele, dizendo a Deus como se sentia. Sua fé foi evidenciada, não em virtude
de palavras piedosas, mas continuando a chegar-se a Deus sem levar em
conta as respostas que ele recebia.
Abril 27, quinta-feira Prescrição Espiritual
Perseverança na Oração
“E eis que uma mulher cananeia, ... clamava: Senhor, Filho de Davi, tem
compaixão de mim.” Mateus 15:22
Aparentemente, Jesus nem sequer notou a presença da mulher que O
seguia. Não atendeu a seus clamores, e finalmente os discípulos pediram que
Ele se desvencilhasse dela, pois essa pessoa os estava incomodando. Quando
afinal lhe dirigiu a palavra, Ele lhe disse que Seu auxílio não era para ela, e
como a mulher persistisse em seu pedido, Jesus fez alusão aos cachorrinhos.
Ela continuou, porém, a suplicar, e sua petição foi atendida.
Veja agora uma viúva paupérrima, coberta de trapos e solitária. Ela
comparece reiterada vezes à presença de um juiz que poderia aliviar sua
aflição num momento, se quisesse fazê-lo. Mas ele se recusa a atender-lhe
o pedido. Ela comparece mais vezes diante dele para reforçar sua petição.
Finalmente o juiz lhe concede a ajuda de que necessita.
Por que esses relatos se encontram nas Escrituras? É-nos declarado
que "a perseverança nas orações é também uma condição para que seja atendida"
(Caminho o Cristo, pág. 97). Mas por quê? Será que Deus não está disposto
a vir em nosso auxílio? Precisa ser persuadido a ajudar-nos?
Em ambos esses exemplos, Deus é velado por contraste, não por
comparação. A mulher siro-fenícia foi por Jesus tratada dá maneiro como
teria sido tratada pelos judeus. Ele desejava despertar consideração para
com ela no coração de Seus discípulos, embora nesse tempo os discípulos
estivessem muito mais em afinidade com os sentimentos dos judeus em
relação aos "estranho”, e quase passaram por alto a lição ensinada por Jesus.
Mas a mulher, vendo a compaixão que Jesus não podia ocultar, continuou a
insistir em suas petições até ser recompensada.
O juiz iniquo é também um exemplo oposto da maneira como Deus lida
conosco. O Senhor está mais disposto a conceder-nos boas dádivas, do que
nós a nossos próprios filhos. Ele aponta para o juiz iníquo, mostrando que se
até mesmo um homem injusto pode ser conquistado pela perseverança, com
quanto mais certeza serão atendidas es nossas súplicas por Aquele que
deseja ajudar-nos desde o princípio, concedendo-nos o que é melhor!
Como obtemos essa perseverança? “Cristo mesmo colocou no coração
daquela mãe a persistência que não se deixa repelir. Cristo foi quem deu àquela
suplicante viúva, ânimo e resolução perante o juiz... E não deixou de recompensar
a confiança que Ele mesmo implantara." - Parábolas de Jesus, pág. 175.
Abril 28, sexta-feira Prescrição Espiritual
Orar Mesmo quando não se Tenha Vontade de Fazê-lo
“Então, na sua angústia, clamaram ao Senhor, e ele os livrou das suas
tribulações.” Salmos 107:6
Se é verdade que a, relação com Jesus constitui a base total da vida
cristã e que a oração ou a comunicação direta com Deus e vital para essa
relação, é evidente que Satanás fará tudo que estiver ao seu alcance para
impedir que busquemos a Deus por meio da oração.
Induzir-nos ao pecado sempre tem sido uma de suas ciladas mais
eficazes. Ele faz que caiamos e erremos, e nos diz então que nosso estado é
desesperador e que não adianta mais buscar a Deus. Satanás está muito
mais interessado no uso que ele pode fazer de nossa má conduta para levar-
nos a romper nossa comunhão com Deus, do que está nas Diversas coisas
que praticamos em si.
Quando cremos realmente que nada podemos fazer por nós mesmos
para recomendar-nos a Deus, nada para ganhar ou merecer a salvação de
Deus, continuaremos a buscar a relação que pela fé é mantida com Deus,
independentemente do que acontece ao cairmos, falharmos e pecarmos.
“Quando sentimos que pecamos, e não nos é possível orar, é o momento de orar.
Talvez nos sintamos envergonhados e profundamente humilhados: devemos,
porém, orar e crer.” - O Maior Discurso de Cristo. págs. 100 e 101.
Há poder na oração. É unicamente por meio da oração e da comunhão
com Deus que teremos forças para vencer os ardis de Satanás. Quanto mais
compreendermos a importância da oração, tanto mais iremos orar. Foi-nos
prometido: “Nenhuma oração sincera se perde. Em meio das antífonas do coro
celestial, Deus ouve o clamor do mais débil ser humano. Derramamos o desejo
do nosso coração em secreto, murmuramos uma oração enquanto seguimos
nosso caminho, e nossas palavras atingem o trono do Monarca do universo.
Podem não ser audíveis aos ouvidos humanos, porém não podem morrer no
silêncio, nem se perder no tumulto dos afazeres diários. Nada pode sufocar o
desejo da alma. Alça-se sobre o alvoroto das ruas e a confusão da turba. Às
cortes celestiais. É a Deus que falamos e nossa oração é atendida.” - Parábolas
de Jesus, pág. 174.
Abril 29, sábado Prescrição Espiritual
Nós Oramos porque amamos
“Qual dentre vós, tendo um amigo, e este for procurá-lo à meia-noite e lhe
disser: Amigo, empresta-me três pães, pois um meu amigo, chegando de
viagem, procurou-me, e eu nada tenho que lhe oferecer.” Lucas 11:5,6
O assunto da oração intercessora pode suscitar muitas interrogações
na mente dos que buscam manter comunhão com Deus. Que lugar ocupa em
nossa vida cristã o ato de orar pelos outros? Qual a sua utilidade? Que
resultado produz? A parábola do homem buscando pães à meia-noite serve
de auxílio na compreensão destas perguntas.
Notai, em primeiro lugar, que nada temos para colocar diante dos que
estão em necessidade. Temos de prover-nos nalguma outra fonte para
ministrarmos aos outros, nós mesmos precisamos ir ter com o nosso Amigo,
o qual é o Pão da Vida, a fim de obter o que é necessário para partilhar com
os outros. E se estamos preocupados com o bem-estar dos que nos rodeiam,
não nos importaremos com o incômodo envolvido em ministrar a suas
necessidades. Embora fosse meia-noite, o homem da parábola decidiu
procurar o auxílio requerido. Esteve disposto a persistir na procura até ser
concedida a ajuda.
As vezes surge a pergunta: Por quanto tempo continuaremos a
orar por nossos queridos? Quando devemos desistir? Gostaria de declarar
que esta é uma pergunta que o amor nunca faz! Quando oramos por aqueles
a quem amamos, continuamos a orar porque não podemos deixar de fazê-
lo. Quando João Knox orou: "Dá-me a Escócia, senão eu morro", ele o fez
porque amava esse país, e o verdadeiro amor tem de orar. Quando Moisés
continuou a interceder por Israel, mesmo ao ser provado por Deus, o qual
propôs destrui-los e fundar uma outra nação por meio de Moisés, isto ocorreu
porque seu amor por Israel era tão grande que ele não pôde proceder de
outro modo. E Moisés apenas constitua um exemplo do amor que Jesus,
nosso Intercessor, dedica a cada um de nós.
Talvez a maior promessa dessa parábola seja a certeza da resposta de
Deus. Aquele que ora é dado "tudo o de que tiver necessidade". "Jamais será
dito a alguém: Não te posso auxiliar. Os que pedem pão à meia-noite para
alimentar almas famintas, serão atendidos.” - Parábolas de Jesus, pág. 148. A
oração pelos outros produz resultados! E nossa própria relação com Deus se
aprofunda ao nos unirmos a Ele para alcançar aqueles por quem Jesus deu
a vida.
Abril 30, domingo Prescrição Espiritual
Dar é viver
“Quem quiser, pois, salvar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a vida por
causa de mim e do evangelho salvá-la-á.” Marcos 8:35
Quando uma Dessoa começa a ter comunhão com Deus brota lhe no
coração o espontâneo desejo de partilhar o amor de Deus com os outros.
"Tão depressa uma pessoa se chegue para Cristo, nasce-lhe no coração o desejo
de revelar aos outros que precioso amigo encontrou em Jesus.” – Caminho a
Cristo, pág. 77.
O âmbito do testemunho cristão é o terceiro elemento vital para a
comunhão com Cristo. Nós falamos com Ele, ouvimo-Lo falar a nós, e vamos
a outros lugares e realizamos algo com Ele – isto é serviço cristão. É
labutando juntos e viajando juntos que conhecemos melhor os outros. Isto
também é verdade o respeito de nossa comunhão com Cristo. Labutando
com Ele, passamos a ter mais simpatia por Sua Pessoa. “E o esforço no
sentido de abençoar aos outros reverterá em bênção para nós mesmos. Foi este
o propósito de Deus dando-nos uma parte a desempenhar no plano da redenção.”
Idem, pág. 78.
No mundo físico, se comermos e bebermos, mas nunca fizermos
exercício, perderemos a capacidade de agir. Semelhantemente, se o cristão
não empregar as faculdades que lhe foram dadas por Deus, não somente
deixará de crescer em Cristo, mas perderá a vigor que já possui.
Quando alguém que começou a ter comunhão com Deus e se deleitou,
nela durante algum tempo mais tarde verifica que tudo vai mal, em nove
casos dentre dez o motivo está na falta de envolvimento em buscar a outros
e ajudá-los.
Deus está constantemente dando. Seu ato de dar é o poder que
mantém o Universo. Seu cuidado e amor por nós individualmente têm sido
incessantes. Não podemos contemplá-lo e tornar-nos semelhantes a Ele, a
menos que nos ocupemos em dar a outros assim como recebemos dEle. Se
recusarmos unir-nos a Cristo no serviço, estaremos na realidade rejeitando
a comunhão adicional com Ele. E a comunhão que já desfrutamos se
desvanecerá ou tornar-se-á mera formalidade. Falando de Jesus e
partilhando Seu amor com os que nos rodeiam, aprofunda-se nosso amor
por Ele e nossa comunhão com sua Pessoa continuará aumentando.
Maio 1, segunda-feira Fé
Por que as Coisas se Tornam Piores?
“Ainda que ele me mate, nele esperarei.” Jó 13:15, Almeida, Corrigida e Fiel.
"Num dia em que os filhos de Deus vieram apresentar-se perante o Senhor,
veio também Satanás entre eles. Então perguntou o Senhor a Satanás Donde
vens? Satanás respondeu ao Senhor, e disse: De rodear a Terra, e passear por
ela. Perguntou ainda o Senhor a Satanás: Observaste o Meu servo Jó? Porque
ninguém há na Terra semelhante a ele, homem íntegro e reto, temente a Deus,
e que se desvia do mal. Então respondeu Satanás ao Senhor: Porventura Jó
debalde teme a Deus? Acaso não o cercaste com sebe, a ele, a sua casa e a tudo
quanto tem? A obra das suas mãos abençoaste, e os seus bens se multiplicaram
na Terra. Estende, porém, a Tua mão, e toca-lhe em tudo quanto tem, e verás
se não blasfema contra Ti na Tua face! Disse o Senhor a Satanás: Eis que tudo
quanto ele tem está em teu poder; somente contra ele não estenda a tua mão. E
Satanás saiu da presença do Senhor." Jó 1: 6-12.
Por que as pessoas amiúde descobrem que as coisas tendem a piorar
quando buscam a Deus com mais fervor? Quando alguém começa a ter uma
vida devocional significativa, dia a dia, com Deus, talvez note que tudo se
torna Pior.
Ora, isso é compreensível do ponto de vista de Satanás, pois ele sabe
que o poder está na comunhão com Deus. Naturalmente, fará tudo que
estiver ao seu alcance para desanimar a pessoa que está buscando essa
comunhão. Mas a pergunta que nos deixa perplexos é a seguinte: Onde está
Deus? Não é Ele suficientemente poderoso para impedir que aconteça
semelhante coisa?
Essa pergunta tem uma resposta fascinante relatada no livro de Jó.
Não considereis a história de Jô simplesmente como tal. Ela encerra uma
aplicação prática para nós hoje em dia. Na vida de toda pessoa, de um modo
ou outro, repete-se a experiência de Jô. Satanás sabe que se puder levar-
nos a repelir nossa dependência de Deus, seu êxito é certo. Se consegue
fazer que as coisas se tornem piores, induzindo-nos desse modo a rejeitar
todo empenho de buscar a Deus, não somente está sendo bem-sucedido em
seu designo de separar-nos da comunhão com o Senhor, mas demonstra
também que só buscávamos a Deus, em primeiro lugar, por motivos
egoístas. Nossa única segurança está em decidir continuar buscando a Deus,
sem levar em conta o que acontece em nossa vida. Se fizermos isto, os
planos de Satanás serão frustrados.
Maio 2, terça-feira Fé
O Homem que Não Quis Duvidar de Deus
“O Senhor o deu, e o Senhor o tomou: bendito seja o nome do Senhor.” Jó 1:21
Satanás tinha certeza de que a única razão por que Jó servia a Deus
dizia respeito à proteção e bênção de Deus. O Senhor achou conveniente dar
permissão a Satanás para procurar provar o seu argumento. Ele saiu
apressadamente da presença do Senhor e destruiu toda a propriedade de Jó.
Jó não entendeu corretamente o que se passava. Ele pensou que fora
Deus quem arrebatara tudo quanto possuía. A despeito, porém, de sua má
compreensão, manteve ainda a confiança em Deus. Satanás teve permissão
para afligir mais ainda a Jó. Causando-lhe sofrimento e doença. Mas Jó
continuou mantendo a sua integridade.
Tal não foi, porém, o caso da esposa de Jó. Este homem perdeu tudo
que tinha, exceto sua mulher, e, talvez, ela deveria ter sido a primeira a
desaparecer. Mas o diabo sabia que ela seria um instrumento útil em suas
mãos. Logo que se apoderou dessa senhora, ele deve ter sorrido, dizendo
aos anjos maus que se fossem persistentes, certamente também se
apoderariam de Jó.
Satanás não se importa com o que nos leva ou não a fazer, contanto
que sejamos egocêntricos. Com frequência, é maior sua exultação diante do
mal que deixamos de cometer por nossa própria força, do que diante do mal
que praticamos. É evidente que prefere deixar arbitrariamente que algumas
pessoas vivam no luxo, enquanto outras são por ele impelidas à miséria.
Obtêm tanto benefício de um fariseu como do um endemoninhado. Uma
pessoa pode estar tão perdida jactando-se de seus triunfos como
chafurdando em seus fracassos. A única coisa que causa profunda
preocupação a Satanás ocorre quando uma pessoa resolve entrar em
comunhão com Deus, pois ele sabe quo é isso que o derrotará.
Quando alguém está interessado em conhecer a Deus, Satanás
meneia o punho diante do Senhor e faz a mesma acusação que fez contra
Jó. Às vezes Deus acha conveniente permitir que ele nos prove, para que
seja evidenciado se O buscamos por motivos egoístas, ou se amamos a Deus
e confiaremos nele a despeito das circunstâncias. E por esta razão que as
coisas frequentemente parecem piorar, durante algum tempo, quando
começamos a buscar significativa comunhão com Deus. Se compreendemos
isto, continuaremos a manter comunicação com Deus e a confiar nEle, seja
o que for que aconteça, e então Satanás é derrotado.
Maio 3, quarta-feira Fé
A Segunda Parte da Experiencia de Jó
“Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais estar firmes contra
as astutas ciladas do diabo.” Efésios 6:11
Com frequência, quem começa a ter comunhão com Deus verifica que
as coisas, durante algum tempo, se tornam piores do que antes. E deseja
saber que está errado. Podemos aprender da experiência de Jó que Satanás
é o responsável por isso, e que Deus lhe permite fazer o que quer por certo
tempo, a fim de provar a Deus, a Satanás e a nós mesmos se é ou não
correta a acusação feita por Satanás, de que buscamos a Deus por motivos
egoístas.
Satanás diz o seguinte a Deus: "Estás vendo aquela pessoa buscar-te?
Ela só está interessada em si mesma. Quer ir para o Céu e superar os seus
problemas, e deseja obter aquela paz de que ouve falar. Quer alcançar a vitória
sobre seus pecados e livrar-se de suas úlceras. Não está buscando a Ti porque
Te ama, e, sim, em virtude do que pode obter de tuas mãos." E a mesma
acusação que o diabo fez contra Jó.
Satanás investe com toda a fúria contra nós. É a segunda parte da
experiência de Jó. Todos os quatro pneus do automóvel se esvaziam no
mesmo dia. Há perturbações físicas. Talvez a vida seja pior do que antes. De
repente incorremos em certas faltas que esperávamos ter vencido há muito
tempo. Que faremos? Iremos dizer: “Esta comunhão com Deus não produz
resultado algum. Amanhã cedo dormirei até mais tarde"?
Procurai imaginar o que talvez aconteça se fizermos isso na manhã do
dia seguinte. Temos um bom dia. Os pneus tornam a encher-se de ar. Nossas
perturbações parecem ter-se desvanecido. No fim do dia, congratulamos a
nós mesmos pela esplêndida vida que estamos tendo. E o diabo e seus anjos
riem gostosamente. Eles não se importam com o que fazemos ou deixamos
de fazer, contato que consigam impedir-nos de prostrar-nos de joelhos.
Quando isso acontece, talvez pensemos que o diabo é suficientemente
esperto para não tocar mais no assunto. E é o que ele faz por breve período.
Talvez nos deixe em paz durante algumas semanas, embora exerça domínio
sobre nós pelo fato de não estarmos buscando a Deus. E então ele vem e
novamente ocasiona perturbações. Mas desta vez isso nos impele a colocar-
nos de joelhos!
Qual é o segredo na história de Jó? Quando Jó provou perante o
Universo que servia a Deus, não por motivos egoístas, mas porque O amava,
e que confiaria nEle em todas as circunstâncias. Deus pode outorgar-lhe Suas
bênçãos e fazer com que o diabo fugisse.
Maio 4, quinta-feira Fé
Buscar a Deus pelo Motivo Correto
“Grandes e admiráveis são as tuas obras, Senhor Deus, Todo-Poderoso! Justos e
verdadeiros são os teus caminhos, ó Rei das nações!” Apocalipse 15:3
Compreendeis com que imparcialidade Deus está conduzindo esta
grande controvérsia? Compreendeis que virá o dia em que se dobrará todo
joelho, e toda língua confessará que Deus tem sido imparcial e justo? Até o
próprio Satanás irá ajoelhar-se e admitir que Deus nunca se excedeu a Si
mesmo
Quase podeis vê-lo ao ler a descrição no livro o Grande Conflito. Quase
podeis ver o próprio Satanás bem mais alto que os outros milhões de pessoas
que estão se reunindo pela primeira e última vez. E elas olham e dizem: “É
este o homem que fazia estremecer a Terra. E tremer os reinos?... que a seus
cativos não deixava ir para suas casas?" Ali, diante do trono de Deus e da
Cidade Santa, Satanás, por sua própria escolha, prostra-se de joelhos e
admite que Deus foi justo. Então ele odeia a si mesmo por isso, e arremesse-
se para a batalha.
A fim de que seja demonstrado perante o Universo que Deus é
imparcial e justo, há ocasiões em que Ele vê que é melhor permitir que
Satanás faça o que quiser para afligir-nos durante algum tempo. E muitas
vezes Satanás está absolutamente certo ao afirmar que só estávamos
buscando a Deus pelo que esperávamos obter dEle, e que se as coisas
deixassem de correr suavemente, cessaríamos de buscar a Deus.
"Somos muitas vezes levados a buscar a Jesus pelo desejo de algum bem
terrestre; e da obtenção de nossas petições fazemos depender nossa confiança
em Seu amor. O Salvador anela dar-nos maiores bênçãos do que Lhe pedimos; e
retarda o deferimento de nossos pedidos. A fim de mostrar-nos o mal que existe
em nosso coração, e nossa profunda necessidade de Sua graça. Deseja que
renunciemos ao egoísmo que nos leva a buscá-Lo. Confessando nosso desamparo
e pungente necessidade, cumpre-nos confiar-nos inteiramente a Seu amor." O
Desejado de Todas as Nações, ed. popular. Pág. 178.
Quando compreendemos isto, compreendemos também por que
Satanás investe com toda a fúria contra nós quando começamos a ter
comunhão com Deus, e por que Deus tem de permitir que o faça. Deus é
suficientemente poderoso para impedi-lo. Mas, a fim de ser justo, o Senhor
tem de deixar que Satanás opere. Ao vermos o nosso problema e decidirmos
ir ter com Jesus dia a dia, seja o que for que aconteça, encontraremos a
graça do Céu para modificar os nossos motivos egoístas e habilitar-nos a
buscar a Jesus pela razão correta.
Maio 5, sexta-feira Fé
Buscar a Deus Por Amor a Ele
“Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós eterno peso de
glória, acima de toda comparação.” 2 Coríntios 4:17
A pessoa que deixa de buscar a comunhão com Deus quando há
aflições e dificuldades em sua vida, certamente estava buscando a Deus por
motivos egoístas. E muitas vezes somos levados a buscar a Jesus da mesma
maneira. Unicamente tendo um vislumbre do amor de Jesus é que somos
habilitados a buscá-Lo por amor a Ele, e não de nós mesmos.
O cristão amadurecido não está tão preocupado com a sua entrada no
Céu como com a entrada dos outros. Lembrai-vos de Moisés, o qual se
achava disposto a pôr em risco a sua própria vida eterna, a fim de interceder
por um povo que com a mesma prontidão lhe teria esmagado a cabeça com
pedras e abandonado o corpo na areia do deserto.
Não podemos produzir semelhante espécie de amor altruísta. Mas Deus
pode. Amor gera amor, e quando nos colocamos de joelhos e discernimos as
questões envolvidas, podemos pedir que Deus transforme os nossos
motivos. Podemos suplicar-Lhe que nos habilite a seguir o exemplo de Jó,
amando-o e confiando nEle, seja o que for que venha a acontecer-nos
mesmo que tenhamos de perder a própria vida. As dificuldades exteriores
deixarão de influir sobre a estabilidade de nossa comunhão com Deus.
Continuaremos a buscar a Jesus por Sua causa e pelo amor que nos tem
demonstrado.
Deus asseverou que Jó O amava e servia e que confiava nEle, quer as
coisas corressem bem, quer não. Jó demonstrou que Deus estava certo. É
nosso privilégio hoje em dia demonstrar novamente que Deus está certo.
Podemos manter-nos em comunhão com o Céu em virtude de nosso amor a
Deus e do que Jesus efetuou por nós na cruz. Se procedermos assim,
também poderá cumprir-se em nossa vida o restante da história de Jó.
Talvez um dia Deus diga ao diabo: "Como vão as coisas?" E o diabo
replica: "Estou empregando contra ele tudo que tenho." Então Deus declara:
"Eu sei. Tenho observado o que se passa. Ele continua, porém, a manter-se em
comunhão comigo." O diabo começa a ficar perturbado, e Deus lhe diz: "Não
é possível que essa pessoa esteja Me buscando impelida pelo amor e pelo que
Meu Filho efetuou por ela?" O diabo foge, pois nada mais tem a dizer.
Quereis unir-vos comigo hoje em tomar a decisão de continuar
buscando a Deus dia a dia, até que Ele volte - seja o que for que aconteça?
Maio 6, sábado Fé
Não Podemos Crer Por Nós Mesmos
“Ora, a fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não
veem.” Hebreus 11:1
Conta-se que certa igreja de uma zona rural convocou uma reunião
especial a fim de orarem pedindo chuva. Fazia tempo que não chovia, e as
plantações estavam morrendo. Uma menina que compareceu à reunião levou
um guarda-chuva. As pessoas riram da fé dessa criança. Mas choveu.
Pergunto agora: Choveu porque ela levou o guarda-chuva? ou será que ela
levou o guarda-chuva por que sabia que ida chover? A maneira como
interpretais essa história pode revelar muita coisa de vossa concepção sobre
a fé.
Que sucedeu com Pedro e João junto à porta chamada Formosa? Eles
disseram ao coxo que pedia esmola: "Em nome de Jesus Cristo....levanta-te e
anda.” Evidentemente, o coxo precisou de um pouco de estímulo adicional,
pois está escrito em Atos 3:7: “[Pedro], tomando-o pela mão direita, o
levantou.” Mas foi curado, e “de um salto se pôs em pé, passou a andar e entrou
com eles no templo, saltando e louvando a Deus" (v. 8).
Será que esse homem foi curado porque Pedro e João tinham suficiente
coragem para aproximar-se de um mendigo e ordenar que fosse curado? ou
será que eles tiveram suficiente coragem para fazer o que fizeram porque
sabiam de antemão que Deus iria curá-lo?
Talvez o conceito errôneo sobre a fé que se tornou mais comum seja o
de que ela á algo que desenvolvemos e expandimos; e que a maneira de ter
fé consiste em esforçar-se bastante para crer que algo irá acontecer, e que
se formos bem-sucedidos, isso de fato acontecerá. Mas a maior evidência da
fé genuína é que ela é totalmente espontânea. Surge naturalmente, como
resultado de alguma outra coisa. Se entendermos completamente este
ponto, escaparemos de uma porção de dificuldades. Efésios 2:8 declara que
somos salvos pela graça, mediante a fé, e que isto não vem de nós, é dom
de Deus. Se se a fé é um dom que vêm de Deus, a única maneira de obter
genuína fé consiste em ter comunhão com Deus, a fim do receber o Seu dom.
Não labutamos para receber um dom. Simplesmente nos achegamos ao
doador e aceitamos o seu dom. Assim, é aproximando-nos de Deus que
recebemos o Seu dom da fé.
Maio 7, domingo Fé
O Dom da Fé
“Segundo a medida da fé que Deus repartiu a cada um.” Romanos 12:3
Cresci no lar de um pregador. Meu pai costumava tomar emprestado
taças graduadas pertencentes à copa de mamãe: uma grande, com
capacidade para cerca de um litro; e outra menor, do tamanho de uma
xicara. Levava-as a seu púlpito evangelístico, e dizia: "Suponhamos que Deus
me tenha dado uma medida de fé, e tenha dado também uma medida de fé a
cada um de vós. E suponhamos que Ele vos tenha dado uma medida deste
tamanho, e a mim, uma outra bem maior. Não seria justo, não é mesmo?"
As Escrituras declaram que Deus deu a cada um a medida de fé! Ele
concedeu a todos nós suficiente fé que nos sirva de ponto de partida.
Outorgou a todos nós a capacidade de crer em algo que não é visível. Confiou
a todos nós a qualidade quase inata de ser capaz de confiar nalguma outra
pessoa.
Isto, porém, não é fé para salvação. Para ter tal espécie de fé,
precisamos possuir mais do que aquilo que Deus deu a cada um de nós no
início. Isto é bem elucidado no comentário que se encontra no livro Educação,
pag. 253: “A fé que nos habilita a receber os dons de Deus é em si mesma um
dom, dom, do qual certa medida é comunicada a todo ser humano. Ela cresce
quando exercitada no apropriar-se da Palavra de Deus. A fim de fortalecer a fé,
devemos frequentemente trazê-la em contato com a Palavra. “
Já pensastes que a maneira de exercitar a fé consisto em pedir a Deus
respostas difíceis? Já pensastes que a maneira de exercitar a fé consiste em
reivindicar as promessas, quer creiamos realmente nelas, quer não? Já
ouvistes dizer, que exercitar a fé é colocar-nos numa situação complicada e
esperar então que Deus nos tire de lá? Mas não é assim. De acordo com as
Escrituras, o exercício da fé tem que ver com ao ato de pôr-se
constantemente em contato com a Palavra de Deus. É assim que exercitamos
a fé. “A fé é pelo ouvir, e ouvir pela Palavra de Deus.” Rom. 10:17, Almeida,
antiga.
Que acontece quando entramos em contato com a Palavra de Deus?
Comunicamo-nos com uma pessoa - o Homem da Bíblia. Por toda a Bíblia,
em cada livro, há um homem. Seu nome é Jesus. Conhecendo novas coisas
a Seu respeito, começamos a experimentar uma relação de salvação com
ele. A fé genuína provém da relação de fé. Não existe fé genuína sem
comunhão. Ela abrange imediatamente duas partes, as quais confiam uma
na outra. Quando passamos a conhecer o amor de Jesus mediante a
comunhão com Ele em Sua Palavra, a fé nEle brota espontaneamente.
Maio 8, segunda-feira Fé
Fé Espontânea
“O que confia no seu próprio coração é insensato.” Provérbios 28:26
A fé que é para salvação provém unicamente da relação de fé com
Cristo. Talvez a melhor e mais simples definição de fé seja a palavra
confiança. “A fé é a confiança em Deus” - Educação, pág. 253. E se fé é
confiança, então quando temos fé há pelos menos duas partes. Não existe
tal coisa como fé e uma só pessoa. A fé encerra um elemento subjetivo – um
confiando no outro.
Como aprendemos a confiar um no outro? Bem, são necessárias duas
coisas. É preciso que haja alguém que seja digno de confiança, e é mister
conhecê-lo. Se alguém não for digno de confiança, chegar a conhecê-lo não
produzirá confiança, e sim, desconfiança. Se travamos conhecimento com
uma pessoa indigna de confiança, não é necessário fazer esforço algum para
desconfiar dela - a desconfiança será automática. O oposto também é
verdade. Se alguém é absolutamente digno de confiança, tudo que é mister
para aprender a confiar nele e conhecê-lo, e a confiança será natural e
espontânea
A Fé que é para salvação sempre constitui o resultado de alguma outra
coisa. É o resultado de uma relação com Aquele que é absolutamente digno
de confiança.
Assim, como desenvolvemos uma relação? Travando conhecimento por
meio da comunicação. Esta á a maneira de ter uma relação com alguém.
Como nos comunicamos com Deus e com Jesus? Por meio da Bíblia é assim
que Deus nos fala: e pela oração é assim que nós falamos com Ele e andando
e realizando as coisas juntos - isto é serviço cristão. Pode haver comunhão
mediante estes meios simples providos por Deus. Quando passamos a
conhecê-lo, nós confiamos nEle espontaneamente, e, quando confiamos
nEle, temos fé.
Por conseguinte, a fé nunca é alguma coisa elaborada. O plano do
diabo é que procuremos elaborar a nossa fé, pois ele sabe que se conseguir
induzir-nos a faze isto, desviará nossa atenção de Jesus, a fonte da fé.
Levando-nos a elaborar a nossa fé. Satanás focaliza a nossa atenção em
nosso íntimo, em nós mesmos e se conseguir fazê-lo, não haverá lugar para
verdadeira fé.
Sim, se desejo ter uma fé genuína a espécie que realmente tem valor:
uma fé que é para salvação - preciso aprender a confiar em Deus. Para fazer
isto, tenho de conhecê-Lo. Posso travar conhecimento com Ele por meio da
comunicação, e, quando eu O conheço, confio nEle espontaneamente.
Maio 9, terça-feira Fé
Conhecendo-O, Confiaremos Nele
“Diz o insensato no seu coração: Não há Deus.” Salmos 14:1
Certa vez um homem veio falar comigo e disse:
- Chega de Deus! Chega de fé! Chega de religião!
- Que houve? - Perguntei-lhe.
- Minha esposa faleceu! Li nas Escrituras: "Tudo quanto pedirdes em
oração, crendo, recebereis”, e por dois anos pedi e acreditei que minha esposa
não iria morrer. Eu lhe dizia diariamente: “Não se preocupe. Você não irá
morrer.” E agora ela está morta. Não há Deus. Esqueça-O.
Essa concepção errônea sobre a fé tem causado inútil esforço e
desalento a milhares de pessoas. Há igrejas inteiras e religiões em conjunto
baseadas nessa ideia de fé que se origina por si mesma. Creem que se
pensarmos com bastante positividade, as coisas terão de acontecer. Existe
suficiente número de pessoas resolutas, que ocasionalmente parecem ser
bem-sucedidas neste sentido, para fazer com que se afigure possível. E o
resto da população está sendo enganado por essa ideia.
A fé nada mais é que confiar em Deus. Consiste em crer que Ele
é amor e que deseja outorgar-nos a maior felicidade. Jesus é completamente
digno de confiança. Se não credes nisto, ainda não O conheceis. A pessoa
que não tem plena certeza de que pode confiar em Jesus, não mantém
comunhão com Ele.
Certa manhã, fui a um estabelecimento de limpeza a seco, numa
cidade do Nordeste dos Estados Unidos. Na noite anterior houve um acidente
automobilístico, no qual morreu a mãe de quatro criancinhas. Disse a
senhora que me atendeu: “Algumas pessoas querem morrer e deviam morrer,
mas não morrem. Outras não querem morrer nem deviam morrer, e morrem.
Não creio que Deus saiba o que está fazendo.”
"Perguntei: “Devemos culpar a Deus por isso?” Ela enfureceu-se, entrou
num aposento situado nos fundos e não quis mais falar comigo. Essa senhora
estava proclamando o fato de que não conhecia a Jesus. Confiar não é uma
questão de acreditar que Deus fará tudo que Lhe pedimos exatamente da
maneira e na ocasião que esperamos. Ele até permite que a morte
sobrevenha às vezes quando isto nos parece errado. Mas, se O conhecemos,
não nos afastaremos dEle quando vierem aflições. Continuaremos a andar
com Ele, porque O conhecemos e confiamos nEle.
Maio 10, quarta-feira Fé
Fé à Cabeceira da Cama
“Então, ele me disse: A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na
fraqueza.” 2 Coríntios 12:9
Durante o primeiro ano de meu mistério alguém me chamou para estar
ao lado da cama de um moribundo. Eu pensava que se uma pessoa tivesse
suficiente fé e coragem para pegar um homem pela mão e ordenar-lhe que
fosse curado em nome de Jesus, isso aconteceria.
Depois da oração, ungimos o enfermo, e olhei então em volta, para
ver se alguma pessoa mais idosa teria a coragem de fazer semelhante coisa,
mas eis que todos estavam olhando para mim! E tudo ficou escuro. Eu não
podia fazê-lo. Proferi algumas frases muito repetidas, procurando mostrar
que Deus nem sempre atende imediatamente às orações, e retirei-me
apressadamente. O homem faleceu, e pensei que eu o havia matado!
Provavelmente não há outra ocasião na obra de um ministro em
que sua relação pessoal com Deus é submetida a mais rigoroso escrutínio,
do que ao ser convidado a orar pelo restabelecimento de algum enfermo.
Muitos de nós temos tido a opinião é que o fato que determina se uma pessoa
será ou não curada está quase inteiramente na fé daquele que faz o pedido.
Temos achado que se um pedido de cura não é atendido, com toda a
probabilidade a fé do intercessor é um tanto deficiente.
Talvez essa ideia provenha dos poucos casos na vida de cristo em que
Ele enalteceu a fé das pessoas curadas. Cumpre lembrar, porém, que fé é
confiança numa Pessoa, e não nas respostas que esperamos receber.
O apóstolo Paulo pediu três vezes que o Senhor removesse sua aflição,
mas ela não foi removida. Não porque Paulo tivesse pouca fé, e, sim, porque
Deus viu que haveria maior benefício e bênção se o apóstolo deparasse com
a oportunidade de constatar que a força de Deus era a solução para a sua
debilidade.
A fé de Moisés em Deus era forte; no entanto, Deus recusou prolongar-
lhe a vida, e levou-o à sepultura. O Senhor tinha planos mais elevados a
respeito de Moisés. E, como resultado, Moisés hoje se encontra no Céu.
"Nem Enoque, que foi trasladado ao Céu, nem Elias, que ascendeu num
carro de fogo, foi maior ou mais honrado do que João Batista. Que pereceu sozinho
na prisão”. - O Desejado de Todas as Nações. ed. popular, pág. 206.
Genuína fé em Deus nos leva a cofiar nEle tanto nas ocasiões sombrias
como quando Ele age de acordo com as nossas expectativas.
Maio 11, quinta-feira Fé
Nada Tenho a Oferecer
“Não por obras de justiça praticadas por nós, mas segundo sua misericórdia, ele
nos salvou.” Tito 3:5
Dez homens foram ter com Jesus. Nove deles eram judeus e um era
samaritano. Mas eles tinham pelo menos uma coisa em comum. Todos eram
leprosos. Jesus ordenou que se apresentassem aos sacerdotes, e quando iam
indo para o Templo, perceberam que haviam sido curados. Todos os dez
começaram a correr – nove para o Templo e um de volta a Jesus. O
samaritano retornou para dizer: “Muito obrigado!” É-nos declarado que o
coração dos nove “Ficou insensível diante da misericórdia de Deus” (A Ciência
do Bom Viver, pág. 233)
Simeão, o fariseu, também fora leproso, e Jesus o curou, “Mas [Simão]
não O aceitara como Salvador.” – O Desejado de Todas as Nações, ed. Popular,
pág. 531. Só sentiu necessidade de que Jesus lhe curasse a alma durante o
banquete em que o Mestre contou a parábola dos dois devedores. Foi então
que aceitou a Jesus como Salvador.
Doze discípulos foram enviados como evangelistas. Um desses doze
era Judas. Jesus "dotou-o de poder para curar os doentes e expulsar os
demônios. Mas Judas não chegou ao ponto de render-se inteiramente a Cristo.”
(Idem. pág. 686).
Como nossa natureza humana se agradaria de que tais relatos fossem
omitidos do registro sagrado! Preferiríamos muito mais ter um Deus que
recompensasse nossa grande fé e nossa grande justiça, com Suas bençãos.
As vezes ficamos desgostosos com um Deus que faz “vir chuva sobre justos e
injustos”. S. Mat. 5:45. Mas as dadivas que Deus nos concede promanam de
sua bondade e de Seu desejo de abençoar-nos de acordo com as nossas
necessidades.
Ao estudarmos as curas relatadas na Bíblia, encontramos exemplos da
cura de pessoas de grande fé, como o centurião. Jesus maravilhou-Se da fé
desse homem. Mas também encontramos pessoas que foram curadas,
embora não tivessem genuína fé em Deus. Algumas eram justas, outras não.
O único denominador comum era sua grande necessidade, que só Jesus
podia satisfazer, e o fato de se dirigirem a Ele sem nada que os
recomendasse ao Seu favor. Os fariseus sugeriam que Jesus atendesse ao
pedido do centurião porque ele lhes edificara uma sinagoga. Disse, porém, o
próprio centurião: “Não sou digno.” Quando passamos a conhecer o amor de
Jesus, dirigimo-nos a Ele com nossas necessidades, e não com nossos
pretensos méritos, crendo que nos atenderá da maneira que achar melhor.
Maio 12, sexta-feira Fé
Conduta ou Comunhão?
“A obra de Deus é esta: que creiais naquele que por ele foi enviado.” João 6:29
Nosso propósito hoje é salientar que a fé é algo mais do que aquilo que
é abrangido pela compreensão comum da palavra “crença.” Em S. João 6, é
relatado que os dirigentes dos judeus se dirigiram a Jesus. Perguntando:
"Que faremos pera realizar as obras de Deus?" “Responder-lhes Jesus: A obra de
Deus é esta, que creias nAquele que, por Ele for enviado."
Que é abrangido pelo ato de "crer"? Somos informados de que a fé em
Cristo que salvo a alma não é o que afirmam muitas pessoas. ''Crede, crede!”
exclamam eles. – Tão somente crede em Cristo, e sereis salvos. (The SDA
Bible Commentary, vol. 6, pág. 1.063.) Uma das ideias populares acerca da
fé é que ela consiste meramente em anuir com a cabeça e dizer "Sim” ao fato
de que Cristo existe, e nada mais! A crescente ênfase ao assunto da salvação
pela fé em Jesus às vezes é acompanhada pela exclamação imatura,
ingênuas e leviana: "Tudo que tendes de fazer é crer. Crede somente!" No
entanto, se estudarmos o significado da palavra ''crer" e o contexto em que
é usada na Palavra de Deus, verificaremos que há alguma coisa muito mais
profunda do que isso.
Quando fizeram aquela pergunta a Jesus, é evidente que os dirigentes
judaicos se apegavam à ideia corrente de que é preciso merecer o Céu e
esforçar-se por alcançá-lo. Sua pergunta, portanto, tinha que ver com algo
baseado na conduta. “Que faremos para realizar as obras de Deus?” O que
realmente queriam dizer, era o seguinte: “Que podemos fazer para merecer o
Céu?” Jesus desviou-lhes imediatamente a atenção da conduta para
comunhão, dizendo: “A obra de Deus é esta, que creias nAquele que por Ele foi
enviado.” Dispomos assim de uma chave. Em primeiro lugar, a crença não se
baseia nalguma coisa, e, sim, em Alguém. Não consiste num conjunto de
doutrinas ou credos que consideremos corretos. “Sei em quem tenho crido” -
e não em que tenho crido.
Tiago diz que até os demônios creem – eles creem, e tremem (S. Tia.
2:19). Mas os demônios, obviamente, não possuem uma fé que é para
salvação. Não confiam em Deus. A anuência intelectual a certas verdades
bíblicas sempre será insuficiente. Os próprios demônios creem até esse
ponto. Mas a crença que constitui uma fé que é para salvação tem que ver
com a confiança mais profunda que provem unicamente da comunhão
pessoal com Jesus Cristo.
Maio 13, sábado Fé
Compreendendo a Verdadeira Fé
“Contudo, quando vier o Filho do Homem, achará, porventura, fé na terra?” Lucas
18:8
Uma das grandes razões por que as pessoas não creem e porque há
tantos "descrentes" consiste em que o diabo nos leva constantemente à má
compreensão de Deus, para impedi que tenhamos fé nEle. Embora - segundo
nos diz Hebreus 12: 1 e 2, Jesus seja o Autor e Consumador de nossa fé, até
mesmo a fé da qual Ele é o Autor se desvanece, se não fazemos nada mais
com ela do que anuir com a cabeça.
Em nosso texto para hoje, Jesus dar a entende, que quando vier o Filho
do homem, quase não encontrará fé na Terra. É-nos declarado que nos
últimos dias a Terra quase estará destituída da verdadeira fé (Spiritual Gifts,
vol. 3, pág. 94). Em toda parte, haverá pessoas dizendo: “Crede, crede, tão-
somente crede”, mas isso não é fé genuína. Esta última constitui um dom de
Deus e cresce ao pôr-se em contato com a Palavra de Deus.” A fé é pelo ouvir,
e o ouvir pela Palavra de Deus.” Portanto, a primeira coisa para que haja uma
fé mais profunda é o conhecimento de Deus e de Sua Palavra. Contudo, até
mesmo este conhecimento não é suficiente. Também deve haver
compreensão e aceitação de Palavra de Deus.
Certo dia Jesus andou com dois discípulos na estrada de Emaús e viu
que eles tinham um problema com sua compreensão. Eram como pessoas
com um véu diante dos olhos. Jesus abriu-lhe o entendimento para
compreenderem as Escrituras (S. Luc 24:451). Em vez de ler a Bíblia
meramente para obter conhecimento seria conveniente que também
orássemos por compreensão, suplicando que os conceitos errôneos acerca
de Deus que Satanás constantemente quer inculcar-nos, sejam reconhecidos
em seu verdadeiro caráter.
O terceiro ingrediente da fé genuína, que advém como resultado do
conhecimento e da compreensão é a confiança em Deus. Vendo a Jesus, o
qual veio revelar à Deus, e buscando-O em todo o tempo, pondo-nos em
contato com a Sua Palavra, a fim de conhecê-Lo melhor, discerniremos os
enganos do diabo a respeito do caráter de Deus. Será corrigida a nossa má
compreensão de Deus, e teremos a certeza e confiança em Deus que
constituem a fé genuína.
Maio 14, domingo Fé
Fé em Situações Difíceis
“E disseram um ao outro: Porventura, não nos ardia o coração, quando ele, pelo
caminho, nos falava, quando nos expunha as Escrituras?” Lucas 24:32
Certo dia, no caminho de Emaús, iam indo dois homens que não criam.
Sua fé se dissipara. Sentiam-se infelizes. Falaram a um Estranho que
caminhava com eles, dizendo: "Ora, nós esperávamos que fosse Ele quem havia
de redimir a Israel; mas, depois de tudo isto, e já este o terceiro dia desde que
tais coisas sucederam.” S. Luc. 24:21.
Estes homens, evidentemente, tinham estado entre os seguidores de
Jesus - entre os discípulos que reiteradas vezes haviam sido avisados de que
Jesus iria a Jerusalém, e que seria entregue nas mãos dos pecadores e
condenado à morte, mas ressurgiria no terceiro dia. Tinham ouvido o que Ele
dissera, mas não atentaram para isso. Os dirigentes, judaicos lembraram-se
do que Jesus dissera. Por esse motivo dirigiram-se a Pilatos e insistiram que
fosse colocada uma guarda em volta do sepulcro. Maria Madalena também
ouvirá o que Jesus disse. Por isso ela ungiu-Lhe os pés com um bálsamo de
nardo puro. Mas aqueles seguidores não recordaram o que tinham ouvido. E
assim, quando houve uma crise, ela revelou a verdadeira natureza de sua
fé.
Passamos por situações difíceis em nossa vida. Às vezes, quando isto
acontece, ficamos surpresos e desalentados. Mas é uma bênção passar por
experiências probantes antes da grande sacudidura final. E uma verdadeira
vantagem que haja algumas rajadas de vento antes que venha a tormenta
em toda sua fúria. É bom aprender a correr com homens que vão a pé, antes
de competir com os que vão a cavalo.
As crises não são inteiramente más, porque, mesmo que não sejamos
modificados por elas, podem revelar-nos a direção em que já estamos indo.
E se depois de uma crise houver tempo suficiente para mudarmos de atitude,
ela poderá ser útil para mostrar qual é a nossa necessidade.
Os discípulos que se achavam desalentados, temerosos e cheios de
dúvida, ao descobrirem finalmente o segredo do ardor de seu coração no
caminho para Emaús, retornaram a Jerusalém com uma lealdade, confiança
e fé que não conheciam antes. Não foi a crise que produziu essa modificação,
mas deu-lhes um vislumbre do que se passava em seu próprio coração, e
isso conduziu-os a uma transformação posterior. As crises fazem com que
compreendamos a nossa condição, para que reconheçamos a nossa
necessidade e nos voltemos para Cristo antes da crise final, depois da qual
não mais haverá oportunidade de transformação.
Maio 15, segunda-feira Fé
A Fé Saiu Pela Janela
“Ao que Jesus lhes disse: Tende fé em Deus.” Marcos 11:22
Um meninozinho voltava de ônibus para casa, depois da escola
dominical. O dia estava quente, e as janelas se achavam abertas. O menino
recebera um cartão com os dizeres: "Tende fé em Deus." Com a ação do
vento, seu cartão saiu voando pela janela, e ele gritou: “Pare o ônibus! Minha
fé em Deus saiu pela janela!”
Ora, a verdade é que a fé, se for genuína, não sai pela janela. A única
espécie de fé que realmente sai pela janela é a que só se encontra num
cartão, sendo, portanto, uma fé superficial. Gostaria que notásseis hoje que
se aproxima o tempo no qual será provada a fé de cada pessoa, para
constatar quão real ela é, e embora todos pareçam iguais agora, naquele
tempo haverá duas classes distintas.
Em Amós 8:11 e 12, lemos alguma coisa a respeito duma ocasião
vindoura em que haverá pessoas correndo de mar á mar, à procura da fé. O
contexto revela que isso tem algo que ver com o tempo do fim, tanto quanto
com os dias de Israel no passado, pois fala do sol e da Lua, e de dias escuros.
Convém avaliarmos agora a amplitude de nossa fé. Em S. Mateus 7
encontramos alguns elementos para determinar se uma pessoa possui ou
não uma fé genuína.
Fora as próprias palavras de Jesus em S. Mat. 7:21_23:” Nem todo o
que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos Céus, mas aquele faz a vontade
de Meu Pai que está nos Céus. Muitos, naquele dia, hão de dizer-Me: Senhor,
Senhor! porventura, não temos nós profetizado em Teu nome, e em Teu nome
não expelimos demônios, e em Teu nome não fizemos muitos milagres? Então
lhes direi explicitamente: Nunca vos conheci. Apartai-vos de Mim, os que praticais
a iniquidade." A seguir, Ele passa a contar a história do homem prudente e
do homem insensato. Ambos edificaram casas. Uma delas, porém, foi
edificada sobre a rocha, e a outra sobre a areia. Só quando veio a tempestade
é que se evidenciou realmente a diferença entre elas. Então foi vista com
facilidade a distinção entre as duas casas e seus alicerces.
Se alguém possui ou não uma fé genuína talvez não seja muito
evidente quando as coisas vão bem. Mas, quando sopram os ventos, quando
vem a tempestade, é unicamente a fé genuína que consegue resistir à crise.
Maio 16, terça-feira Fé
Edificando Sobre a Rocha
“Porque ninguém pode lançar outro fundamento, além do que foi posto, o qual é
Jesus Cristo.” 1 Coríntios 3:11
Jesus contou a história de um homem prudente que edificou sua casa
sobre a rocha. "E caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e
deram com ímpeto contra aquela casa, que não caiu, porque fora edificada sobre
a rocha.” S. Mat. 7:25. Mas a parábola, trata também de um homem
insensato, o qual edificou sua casa sobre a areia. “E caiu a chuva,
transbordaram os rios, sopraram os ventos – obviamente uma grande crise - e
deram com ímpeto contra aquela casa, e ela desabou, sendo grande a sua ruína."
Verso 27. Notai que a casa não mudou de alicerce. Ela caiu!
Hoje em dia há crises de vento, inundação e chuva – crises de
tragédias, aflições e tristezas que ocorrem em nossa vida. Quando surgem
essas crises, revelamos o que somos realmente, e não o que parecemos ser.
Pode haver uma espécie de esquizofrenia espiritual no âmbito da religião
cristã, na qual a pessoa tem bom aspecto exterior, mas está toda
transtornada interiormente. Foi que aconteceu entre os discípulos de Jesus.
Um deles parecia ser tão bom e leal como os outros, mas, quando ocorreu
uma verdadeira crise, a distinção tornou-se bem nítida. Judas teve poder de
expulsar demônios e curar enfermos. Foi um dos mais íntimos companheiros
de Jesus. Porém, quando veio a crise, descobriu-se que por dentro ele era
bem diferente.
Vemos uma árvore no meio da floresta. Parece ser boa por fora, mas
está toda carcomida por dentro. Ninguém o sabe, até que vem uma
tormenta, e ela cai ruidosamente. A tempestade não altera o estado em que
se encontra a árvore carcomida, e não foi ela que ocasionou esse estado. A
tempestade simplesmente revela a verdadeira condição da árvore.
Assim é também com as tormentas na vida espiritual. A casa não muda
então de alicerce. Ela desaba. É algo tão simples assim. As crises não
modificam a pessoa alguma. Se quisermos ter uma fé que resista às
tempestades da vida, precisamos desenvolver essa fé mantendo comunhão
Pessoal com Cristo antes que venha a crise. Só Permanecerá em pé a casa
que tenha sido edificada sobre a rocha antes que ocorra a tempestade.
Maio 17, quarta-feira Fé
Reação Diante de uma Crise
“Simão, Simão, eis que Satanás vos reclamou para vos peneirar como trigo! Eu,
porém, roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça.” Lucas 22:31,32
Meu irmão e eu estávamos na casa da vovó, brincando nos fundos do
quintal, perto do depósito de lenha. Ambos tínhamos um aspecto tranquilo e
calmo até que uma vespa picou meu irmão. Ele começou a portar-se de um
modo que julguei insensato – até que também fui picado por uma vespa! E
o que a princípio me pareceu ser uma insensatez, tornou-se o primeiro dueto
que meu irmão e eu já cantamos!
Nossa reação numa crise não constrói uma modificação de espécie
alguma, ela meramente revela o que dantes já existira interiormente.
Comumente, uma crise leva a pessoa a ir mais depressa na direção em que
já está indo. Se alguém que está escalando uma montanha resvala e cai, ao
erguer-se de novo, encontrar-se-á provavelmente um ou dois passos acima
do local em que caiu anteriormente. E quando alguém está descendo a
montanha, e cai, ao levantar-se provavelmente; estará vários passos abaixo
do lugar de onde caiu. A crise de cair simplesmente, coloca a pessoa mais
além na vereda que já está trilhando.
Deus quer que compreendamos claramente quando estamos indo na
direção errada. Quando surge uma crise e ela não somente revela a direção
em que estamos indo, mas chega até o aumentar nosso impulso inicial nesse
sentido, podemos ser despertados pela misericórdia de Deus e buscar Seu
poder para mudar de direção. Toda alteração que houver dar-se-á depois
que passou a crise.
É por isso que o arrependimento no leito de morte raramente é fé
genuína, se é que chega a sê-lo. Se há algo que constitui uma crise isso é a
morte, quando o tempo e a eternidade se encontrem de algum modo. E se
uma crise simplesmente revela o que somos, mas não nos modifica e se não
houver tempo para modificações posterior, como podemos admitir que haja
arrependimentos tardios, a não ser em casos extremos?
"Coragem, firmeza, fé e implícita confiança em Deus não vêm num
momento. Estas virtudes celestiais são adquiridas pelas experiências de anos."
Christian Experience and Teachings, pág. 188. Leva tempo Dara transformar
o humano no divino. O fato de Deus permitir que soprem ventos mais fracos,
para que vejamos a nós mesmos e tenhamos oportunidade de preparar-nos
para ventos mais fortes no futuro buscando manter uma relação com Ele que
não se baseia no temor, e, sim no amor, constitui outra manifestação do
amor de Deus.
Maio 18, quinta-feira Fé
A Crise da Tentação
“Meus irmãos, tende por motivo de toda alegria o passardes por várias provações,
sabendo que a provação da vossa fé, uma vez confirmada, produz perseverança.”
Tiago 1:2,3
As crises não nos transformam nem alteram a direção em que estamos
seguindo. Meramente nos revelam onde nos dirigimos antes que elas
surgissem. É interessante notar que até mesmo a tentação constitui uma
crise. Toda vez que o inimigo nos assusta com uma tentação, ocorre uma
mini crise ou, às vezes, uma maxi crise! Mas não deixa de ser uma crise.
Toda tentação que nos sobrevém revela-nos, por seus resultados, a direção
em que estávamos indo ao sobrevir essa tentação.
Se uma pessoa não se entregou a Deus ao ocorrer uma tentação, e
pouco provável que o faça então. O que acontece se estivermos separados
de Deus no momento da tentação é que dependemos então de nossa própria
fibra ou força de vontade. Os fortes vencem, externamente, por sua própria
força, ao passo que os fracos não conseguem fazê-lo. Mas interiormente —
o que constitui aquilo que na realidade tem importância — ambas as classes
são iguais. Ambas não resistem à tentação, pois o diabo é mais forte do que
nós e perderemos toda batalha com ele que procurarmos travar em nossa
própria força.
Em Hebreus 4 nossa atenção é chamada para nosso grande Sumo
Sacerdote, e somos convidados a achegar-nos confiadamente ao trono da
graça, "a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em
ocasião oportuna”. Esta passagem não nos convida a achegar-nos
confiadamente ao trono da graça em tempo de necessidade. Há uma
sequência. Achegamo-nos agora confiadamente ao trono da graça, a fim de
recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião
oportuna, quando chegar essa ocasião. A pessoa que se achegar ao trono da
graça somente quando houver necessidade, fracassará. Quando ocorre o
tempo de necessidade ou a tempo de tentação, ele revela se essa graça foi
obtida ou não. “Podemo-nos conservar tão achegados a Deus que, em cada
inesperada provação, nossos pensamentos para Ele se volvam tão naturalmente
como a flor se volta para o Sol." — Caminho a Cristo, pág. 99, Se vierem
tribulações, e brandirmos o punho contra Deus, acusando-o de tratar-nos
com severidade, isto nos revelará que temos andado longe dEle. Não
conhecemos nosso próprio coração. Algumas pessoas que pensavam que
poderiam enfrentar milhares de tempestades no oceano, pereceram
afogadas numa banheira. Enganamo-nos facilmente a respeito de nosso
próprio coração. Assim, em virtude de Seu amor, Deus permite que nos
sobrevenham provações e tentações, para que vejamos a realidade das
coisas.
Maio 19, sexta-feira Fé
O Dia da Grande Crise
“Correrão por toda parte, procurando a palavra do Senhor, e não a acharão.”
Amós 8:12
No próprio fim do tempo, pouco antes da volta de Jesus. Haverá grande
crise. As pessoas naquele tempo terão revelado que se dirigem rapidamente
para um lado ou para o outro. A diferença entre esta grande crise e as
menores que a precedem é que quando os ventos realmente soprarem com
a força de um furacão, não haverá tempo para mudar de direção. As
modificações precisam ser efetuadas antes que venha a tempestade. Se isso
é verdade, então Deus deve estar muitíssimo desejoso de que
compreendamos a nós mesmos antes que chegue esse tempo. Em Amós 8
encontra-se a predição de que virá um dia no qual as pessoas correrão de
mar a mar, e dum extremo do litoral ao outro, procurando uma fé que
deixaram de obter e que não podem mais encontrar. Perceberão que nada
mais tem valor senão isso, e lançarão suas riquezas às toupeiras e aos
morcegos, cheios de desespero e pavor, buscando com receio aquilo que lhes
poderia ter pertencido anteriormente, mas foi rejeitado,
Como podemos saber que resistiremos as tormentas prestes a
irromper? Há dois indícios pelos quais podemos saber se estamos indo na
direção certa. S, Mateus 7:21 — estamos fazendo a vontade de Deus? e S.
Mateus 25:12 — conhecemo-Lo? “Quando conhecermos a Deus como é dado o
privilégio de O conhecer, nossa vida será de contínua obediência.” – O Desejado
de todas as Nações, ed. Popular, pág. 642.
Isto esclarece que conhecer a Deus é a causa, e fazer a vontade de
Deus é o resultado. Ambas as coisas são igualmente significativas e
importantes, mas uma é completamente a causa da outra. Como posso saber
que estou indo em direção a Deus e subindo — não descendo — a montanha?
O fato importante é o seguinte: Tenho dia a dia uma relação pessoal e
significativa com Deus?
Quando eu O conheço como é meu privilégio conhecê-Lo, minha vida
será uma vida de continua obediência. Se estou tendo dificuldades neste
sentido, isto não ocorre porque não faço suficiente esforço para obedecer, e,
sim, porque não conheço a Deus, como é meu privilégio conhecê-Lo. É nisto
que consiste a dificuldade. Se eu persistir em buscar a comunhão com Deus
e continuar aproveitando o privilégio que me é concedido de conhecê-lo. Ele
completará a obra que iniciou em minha vida, conduzindo-me com segurança
e firmeza à grande crise final.
Maio 20, sábado Fé
Coragem Para a Crise
“Não abandoneis, portanto, a vossa confiança; ela tem grande galardão.” Hebreus
10:35
Há uma visão dada muito tempo atrás, a qual foi relatada num dos
primeiros livros concedidos a esta Igreja pelo dom especial provido por Deus.
Encontra-se no livro Primeiros Escritos, página 269 em diante. É uma visão
do que ocorrerá na vida das pessoas pouco antes da vinda de Jesus.
Às vezes passamos uma porção de tempo estudando e debatendo o
que acontecerá no âmbito político e internacional no fim de todas as coisas.
Mas é ainda mais interessante notar o que sucede internamente e na
experiência do povo de Deus. Talvez queirais estudar por vós mesmos todo
o capítulo intitulado "A sacudidura”. Consideraremos aqui algumas partes
desse capítulo.
“Vi alguns, com forte fé e clamores agonizantes, a lutar com Deus.” Que
espécie de fé? Forte fé? Não olvideis isso. “Seu rosto estava pálido, e
apresentava sinais de profunda ansiedade, que exprimia a sua luta íntima....
Grandes gotas de suor lhes caíam da fronte.”
Essa descrição pode ser deveras animadora. Já vos ocorreu a ideia de
que as pessoas que experimentam profunda ansiedade e lutas interiores são
pessoas que estão longe de Deus? Já pensastes que ansiedade e lutas
constituem sinais de falta de fé? e que se tiverdes forte fé, jamais
experimentareis tal espécie de agonia? Mas não é assim. Podeis ser fortes
na fé e ainda sentir profunda ansiedade!
A seguir é declarado; “De quando em quando se lhes iluminava o
semblante com os sinais da aprovação divina,” Quando? Durante todo o tempo?
Não, Apenas de quando em quando, "E novamente o mesmo aspecto severo,
grave e ansioso, lhes voltava. Anjos maus se juntavam em redor, projetando
trevas sobre eles para excluir Jesus de sua vista." Notai seu principal objetivo;
excluir a Jesus da vista dos crentes, “Enquanto os que assim oravam
prosseguiam com seus ansiosos clamores, por vezes, lhes vinha um raio de luz,
procedente de Jesus, para lhes reanimar o coração e iluminar o rosto". Não
durante todo o tempo, mas só por vezes.
Quando os céus são como bronze sobre a vossa cabeça, muni-vos de
coragem. Isso não constitui um indício de falta de fé de vossa parte, não
precisais aumentar a luta e ansiedade que já estais experimentando,
censurando-vos por vossa falta de fé. Se continuardes buscando a Jesus e
prosseguirdes em vossa intensa luta com Ele, raios de luz procedentes de
Jesus tornarão a ocorrer para animar-vos o coração.
Mai 21, domingo Fé
A Prova Final
“Mas, agora, aspiram a uma pátria superior, isto é, celestial. Por isso, Deus não
se envergonha deles, de ser chamado o seu Deus, porquanto lhes preparou uma cidade.”
Hebreus 11:16

Lá na Inglaterra, durante a Segunda Guerra Mundial, houve um


acampamento em que muitos dos agentes de espionagem dos Aliados
receberam seu adestramento. Os métodos eram rigorosos. Os instrutores
pegavam os que se dedicariam à espionagem e modificavam seu ambiente,
seu alimento, seus hábitos, suas práticas e seus costumes. Faziam que
vestissem uniformes alemães e davam-lhes nomes alemães. O objetivo era
transformá-los tão completamente que se considerassem alemães.
O êxito do programa era determinado por uma prova final. Sem
avisarem os soldados do que os aguardava, obrigaram-nos a fazer uma
marcha prolongada. Finalmente, por volta da meia-noite, permitiram que
eles se amontoassem em patéticos montões em suas barracas de campanha.
Depois de estarem profundamente adormecidos, foram acordados com
rispidez, por holofotes incidindo-lhes nos olhos, sendo perguntado a cada um
deles; “Quem é você?"
Se fôsseis um desses agentes e se, ao acordar, respondêsseis: “Sou
Henry Smith, procedente do Canadá, e estou voltando para casa", levaria muito
tempo para que realmente pudésseis voltar para casa! Mas, se acordásseis
do sono e dissésseis em alemão: “Meu nome é Heinrich Schmidt, e sou de
Frankfort e estou indo para Berlim", dentro de pouco tempo estaríeis em Berlim.
Alguns deles foram aprovados no exame. Vejo, porém, uma cena
diferente. Contemplo um Mestre que não lida meramente com alimentos,
roupas e ações exteriores. Ele lida com a mente, o coração, os motivos,
gostos e desejos. Quando somos adestrados em estreita ligação com esse
grande Mestre, que é o nosso melhor amigo, somos transformados por
dentro e por fora. Um dia virão os holofotes, e como que seremos acordados
de profundo sono. Haverá vozes perguntando. "Quem é você?" E diremos com
toda a convicção: "Sou um seguidor de Jesus Cristo, que morreu em meu lugar."
E se nos perguntarem de onde somos e para onde estamos indo,
responderemos: "Sou um estrangeiro e peregrino sobre a Terra, e aguardo um
país melhor e uma cidade que tem fundamentos, da qual Deus é o Arquiteto e
Edificador."
Demos graças a Deus pelas pequenas crises que precedem as grandes.
Demos graças a Deus pela oportunidade de saber, antes que seja demasiado
tarde, se nossa fé nEle está firmemente baseada na Rocha que é Cristo Jesus
Maio 22, segunda-feira Arrependimento
Venha Como Está
“Quem quiser receba de graça a água da vida.” Apocalipse 22:17
Conta-se a história de um homem que possuía um automóvel cuja
buzina não funcionava. Ele dirigiu-se, portanto, a uma oficina na cidade, para
mandar consertá-la, ao chegar ali, estava chovendo e a porta da oficina tinha
sido fechada. Na entrada havia um letreiro que dizia: “Buzine para ser
atendido!" Já fostes levados a pensar que o arrependimento é algo
semelhante a isso? Já tivestes e ideia de que precisais arrepender-vos para
ir a Cristo, mas descobristes que não podeis arrepender-vos por vós
mesmos?
Jamais me esquecerei de meus esforços para converter o meu filho, Eu
estava preocupado com ele. Havia problemas na cidade em que residíamos
naquele tempo. Alguns rapazes estavam sendo presos devido ao tráfico de
tóxicos. Fiquei com receio de que ele se envolvesse nessa atividade ilícita,
falei tanto que acabei falando demais, e finalmente compreendi que era
melhor ficar quieto e começar a orar.
Então alguns rapazes que ele admirava convidaram-no a um diálogo
na casa do professor de Bíblia. Ele resolveu ir e fazer algumas perguntas
difíceis, pois gostava disso. Depois de realizar o que queria, e quando o
sermão já estava pela metade, começou, porém, a prestar atenção. Só mais
tarde ficou sabendo que alguns dos outros rapazes estavam orando por ele.
Antes do término da reunião, ouviu algo que nunca dantes havia ouvido —
embora eu possa assegurar-vos que ele já o ouvira, mas não o gravara na
memória. Ficou sabendo que nunca modificamos nossa vida a fim de ir a
Jesus, sempre vamos ter com Jesus assim como estamos, e é Ele então que
transforma a nossa vida.
Voltou para casa todo animado. Aproximou-se de mim e disse:
"Escute, papai, escute isto! Não modificamos nossa vida a fim de ir a Cristo,
Vamos a Jesus assim como estamos. Ele é que transforma a nossa vida"
Eu não quis diminuir o brilho desse momento, e disse, portanto:
“Sério?" E o próprio sangue em minhas veias começou a cantar. Na manhã
seguinte passei perto da porta de seu quarto e vi que ele estava lendo a
Bíblia. No dia anterior ele não poderia ter sentido menos interesso por esse
Livro. Agora não podia largá-lo. Antes que terminasse a semana, ele teve
uma reunião “evangelística” na sala de estar, procurando partilhar com alguns
outros colegas os novos vislumbres que estava tendo.
Quando alguém compreende pela primeira vez que realmente podemos
ir ter com Jesus assim como estamos, isso estabelece toda a diferença no
mundo.
Maio 23, terça-feira Arrependimento
Arrependimento é um Dom
“Porque a tristeza segundo Deus produz arrependimento para a salvação.” 2
Coríntios 7:10
Jesus gosta que nos acheguemos a Ele assim como estamos. O
arrependimento não é nossa obra, nem uma condição para sermos aceitos
por Ele. É-nos declarado ser este um "ponto em que muitos erram, sendo por
isso privados de receber o auxílio que Cristo lhes desejava conceder. Pensam que
não podem chegar a Cristo sem primeiro arrepender-se." (Caminho Cristo, pág.
25). Mas o arrependimento é um dom, recebemos este dom quando vamos
a Cristo.
Em Apocalipse 3:19, a igreja Laodiceana é aconselhada a ser zelosa e
arrepender-se. Para nós que vivemos durante este tempo na história
terrestre, sendo pelo menos Laodiceanos em potencial, é da suma
importância que compreendamos a natureza do verdadeiro arrependimento.
Isto não é uma questão de enorme esforço, procurando ficar pesaroso.
Lemos em Atos 5:31: "Deus, com a Sua destra O exaltou a Príncipe e Salvador,
a fim de conceder a Israel o arrependimento e a remissão de pecados."
"O arrependimento, não menos do que o perdão e a justificação, é dom de
Deus, e não pode ser experimentado a não ser que seja concedido à alma por
Cristo." — Mensagens Escolhidas, livro l. pág. 391. Portanto, se quero
arrependimento para hoje, posso ajoelhar-me e pedi-lo a Deus, porque
constitui um dom, e o Senhor Se deleita em dar boas dádivas a Seus filhos.
Notai as palavras de II Coríntios 7:10: “A tristeza segunda Deus produz
arrependimento para a salvação que a ninguém traz pesar; mas a tristeza do
mundo produz morte." Onde podemos obter tristeza segundo Deus? Do
próprio Deus! Não a desenvolvemos por nós mesmos.
Precisamos compreender aquilo de que Laodicéia deve arrepender-se.
Não é principalmente da imoralidade. Laodiceia é bastante moral. Ela é
conhecida por sua piedade exterior. Apesar disso, porém, o Salvador
encontra-se do lado de fora, batendo e buscando entrada. Laodicéia precisa
arrepender-se de sua moralidade e de suas numerosas obras separadas de
Jesus. Dar-se-á o caso de que Jesus ainda se encontre do lado de fora das
grande igrejas e instituições que temos construído, batendo para obter
entrada?
Precisamos arrepender-nos de levar uma vida cujo centro e foco é
qualquer outra coisa que não seja a pessoa de Cristo. É Jesus o ponto central
de vosso lar, de vossa vida, de vossas relações? É Ele o assunto de vossos
pensamentos e conversações? Ou tendes necessidade de chegar-vos a Ele
em busca de arrependimento porque O deixastes batendo do lado de fora de
vosso coração?
Maio 24, quarta-feira Arrependimento
A Bondade de Deus Produz Arrependimento
“Deus, porém, com a sua destra, o exaltou a Príncipe e Salvador, a fim de
conceder a Israel o arrependimento e a remissão de pecados.” Atos 5:31
Meu irmão e eu fomos companheiros de quarto no colégio. Isso foi um
tanto inesperado, pois até então havíamos passado a maior parte de nosso
tempo lutando um com o outro. Nossos pais ficavam preocupados porque
nunca criávamos juízo, quando chegamos ao colégio, descobrimos, porém,
que éramos muito chegados. Os psicólogos nos dizem que temos de amar
uma pessoa a fim de lutar com ela, pois se não a amássemos não
perderíamos tempo com ela! Talvez fosse essa a causa subjacente de todas
as nossas discussões, quando fomos companheiros de quarto, demo-nos
muito bem.
Costumávamos limpar o quarto às sextas-feiras, para o sábado. Certa
semana, porém, atrasai-me nalguns de meus estudos e procurei concluir
uma tarefa antes do prazo estipulado. Quando meu irmão chegou, eu ainda
estava escrevendo à máquina.
— Depressa! — disse ele — Temos de limpar o quarto!
Repliquei:
— Você o faz. Eu não posso. Estou muito ocupado!
E começamos a oscilar à beira do precipício da contenda, como
sucedera tantas vezes anteriormente.
Mas, então ele se acalmou e disse:
— Está bem! Está muito bem! Eu compreendi. Você deve estar sob
terrível pressão. Isso deve ser-lhe deveras penoso. Eu limparei o quarto.
Terei prazer em fazê-lo. Fá-lo-ei completamente sozinho. Você pode
prosseguir em sua dissertação.
Isso quebrantou-me o coração! Pus de lado a dissertação e ajudei a
limpar o quarto. Usamos muitas vezes o mesmo método um com o outro,
depois disso. Era algo diferente e divertido! Constituí a uma singela ilustração
do fato de que quando alguém não age contra nós, antes da evidência de
amorosa concordância, isso nos conquista, não é certo? A "bondade" de meu
irmão levou-me a ajudar a limpar o quarto.
A Bíblia declara em Romanos 2:4 que é a bondade de Deus que nos
conduz ao arrependimento. E quando falamos da bondade de Deus, falamos
de algo bem real, e não simulado. É a única espécie de bondade real que
existe. Estais buscando um arrependimento genuíno? Ao vos aproximardes
de Cristo, estudai Sua vida, meditai em Seu caráter e missão, compreendei
Seu grande amor e consideração por vós, e sereis conduzidos ao
arrependimento.
Maio 25, quinta-feira Arrependimento
Lei Quebrada e Coração Quebrantado
“Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas
iniquidades.” Isaías 53:5
Quando eu estava na sétima série frequentei uma escola no Estado de
Michigan que tinha uma sala com 13 alunos em 8 séries. Nossa professora
era uma jovem de apenas 17 anos de idade, aquele foi o seu primeiro ano
de magistério. Ela nos amava e fazia por nós o que estava ao seu alcance.
Sabia lecionar, mas tinha dificuldade em manter a lei e a ordem. Com efeito,
na metade do ano escolar, a junta escolar se reuniu para considerar
seriamente se conviria permitir que ela continuasse ali pelo resto do ano.
Pouco a pouco os alunos foram perdendo o respeito para com ela. Os
alunos gostam de saber quais são os seus limites, e eles começaram a criticá-
la, em vez de pensar em tudo que ela fizera por nós. Um dia, após as aulas,
quando eu estava de saída, encontrei-me com alguns alunos debaixo da
janela da sala de aulas, falando sobre como eles não gostavam da professora
e esperavam que ela fosse embora. Quando todos os outros estão dizendo
que não gostam da professora, qual é a tendência da gente? Já estivestes
em semelhante situação? Concordei, portanto, com o que eles estavam
dizendo, afirmando: "É isso mesmo. Ela não é boa. Eu também não gosto dela."
Nesse momento, olhei para através da janela aberta. Nossa professora
estava em pé atrás do piano, pensando talvez que ninguém a veria ali. Tinha
a face inclinada para baixo, e as lágrimas caíam sobre o assoalho. Nunca
esquecerei o aspecto desesperador estampado em seu rosto, naquele dia.
Desvencilhei-me da cena e dirigi-me para casa. Continuei a ver aquele
rosto. A decepção de alguém que fizera por mim tudo que está alcance era
grande demais. Não dormi bem a noite. Recordei como na época do Natal
ela comprara um valioso presente para cada um de nós. Esforçara-se ao
máximo para ser amiga de cada um de nós. Gostava de ler histórias após a
merenda. Ela fizera tantas coisas por mim, e eu a havia decepcionado! No
dia seguinte, escrevi-lhe um bilhete pedindo desculpas. Eu realmente estava
arrependido. Por quê? Porque Fizera algo mais do que transgredir um
regulamenta. Eu quebrara o coração de alguém. Há uma diferença entre uma
coisa e a outra, não é mesmo?
Genuíno arrependimento só pode ocorrer no âmbito da comunhão
pessoal com o Senhor Jesus. Quando percebemos a realidade dessa
comunhão e vemos que os nossos pecados quebraram-Lhe o coração, nosso
próprio coração se abranda e ficamos genuinamente arrependidos.
Maio 26, sexta-feira Arrependimento
Nenhuma Justiça Pela Confissão
“O que encobre as suas transgressões jamais prosperará; mas o que as confessa
e deixa alcançará misericórdia.” Provérbios 28:13
Um dos primeiros passos para manter significativa comunhão com
Deus é admitir que somos pecadores, que temos uma natureza pecaminosa
e que, separados de Cristo, essa natureza pecaminosa irá dominar-nos.
Enquanto não enfrentarmos nosso problema, não sentiremos necessidade de
Cristo. Precisamos reconhecer que somos pecadores por natureza. Se
estamos mentindo, enganando ou furtando não vem ao caso. Quando vemos
nossa necessidade e nos dirigimos a Cristo. Ele nos dá arrependimento.
Unicamente quando aceitamos esse dom do arrependimento é que a
confissão pode ser genuína.
Notemos o que deve preceder à confissão genuína: "Se não
experimentamos ainda aquele arrependimento do qual não há arrepender-se, e
não confessamos os nossos pecados, com verdadeira humilhação de alma e
contrição de espírito, aborrecendo nossa iniquidade, nunca procuramos
verdadeiramente o perdão dos pecados; e se nunca buscamos a paz de Deus,
nunca a encontramos." — Caminho a Cristo, pág. 39. Importa reconhecer que
o arrependimento precede à confissão. O arrependimento ocorre depois de
termos ido a Cristo, não antes, e a confissão vem depois do arrependimento.
Esta é uma das razões por que tantas pessoas têm problemas com a
confissão. Temos a ideia de que a confissão é o caminho para chegar a Cristo,
ou que obtemos o arrependimento pela confissão.
Já tivestes a ideia de que não há algum mérito na confissão? Já vos
ocorreu o pensamento de que se não vos esquecêsseis de confessar todos
os vossos pecados, cada noite, antes de ira para cama, estaria assegurada a
vossa salvação? Não existe tal coisa como "justiça pela confissão"! E inútil
procurar confessar algo de que não nos tenhamos arrependido, pois
acabaremos encarando a confissão como um sistema meritório ou um
pretenso meio de alcançarmos o favor de Deus. A confissão constitui o
resultado de genuína tristeza pelo pecado. Ela não é a causa (Caminho a
Cristo, pág. 40)
A confissão abrange dois aspectos. Não é meramente a menção de
nossas deficiências, erros e faltos especificas. A confissão genuína também
reconhece nossa constante condição de pecadores e com constrição de
espírito admite nossa necessidade de Cristo e nossa confiança nEle.
Maio 27, sábado Arrependimento
Não Deve Haver Desculpas na Confissão
“Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os
pecados e nos purificar de toda injustiça.” 1 João 1:9
Unicamente quando experimentamos um genuíno arrependimento é
que podemos fazer uma confissão genuína. Talvez uma das maneiras de
provar a genuinidade duma confissão seja verificar se é ou acrescentada
alguma desculpa a essa confissão. Se vou ter convosco e digo: “Gostaria de
pedir que me perdoeis. Lamento ter mentido a vosso respeito, se não fôsseis,
porém, tão maus, eu não teria mentido de modo algum”, podeis saber
imediatamente que o meu arrependimento não é genuíno!
O problema da justificação-própria começou no Éden. Adão culpou a
Eva por seus problemas, e Eva culpou a serpente. É-nos declarado: "Quando
o pecado embota as percepções morais, o transgressor já não discerne os defeitos
de seu caráter, nem reconhece a enormidade do mal que cometeu; e a menos
que se renda ao poder persuasivo do Espírito Santo, permanece em parcial
cegueira quanto nos seus pecados.... A cada relacionamento de seu pecado
acrescenta uma desculpa em justificação de seu procedimento.” — Caminho a
Cristo, pág. 41. A verdadeira confissão não apresenta desculpas, e resulta
em reforma.
Não há possibilidade alguma de genuína reforma à parte do
arrependimento, alguém já vos recomendou que pedísseis desculpas? Isso
fez com que sentísseis tristeza pela falta cometida? Já dissestes a alguma
outra pessoa ou talvez a vossos filhos: "Vá pedir desculpas”? Isso concorreu
para que se arrependessem? A menos que realmente estejamos
arrependidos, nossas confissões serão inúteis e não produzirão reforma
alguma. Todos sabemos por experiência própria que não podemos reformar-
nos a nós mesmos: obtendo, porém, um vislumbre de Jesus e vendo Seu
amor por nós e Sua longanimidade, sentiremos autêntica tristeza pelo
pecado.
Unicamente quando aceitamos a misericórdia e a compaixão de Jesus
é que Ele pode transmitir por nosso intermédio Sua misericórdia e compaixão
a outros. Jesus é a única pessoa que pode dar-vos paz. Ele vos ama. Deu-
Se a Si mesmo por vós. Não vos julgará injustamente. Seu coração de amor
condói-se de vossas debilidades compreendendo Seu amor por nós e quanto
sofrimento nossos pecados causaram ao Seu coração, ficaremos verdadeira
arrependidos e pesarosos pelo que fizemos para ofendê-Lo. A confissão que
dimana da tristeza por ofender Aquele que nos ama não apresentará
desculpas, mas será sincera. E seu resultado será a reforma de nossa vida.
Maio 28, domingo Arrependimento
Confissão Sincera
“Confessai, pois, os vossos pecados uns aos outros e orai uns pelos outros, para
serdes curados.” Tiago 5:16
Já sentistes vontade de saber se este ou aquele pecado só deve ser
confessado a Deus ou também a outras pessoas? Já ponderastes sobre o que
deve ser ou não confessado aos outros, e como traçar a linha divisória?
Temos indicações de que devemos ser muito cuidadosos em nossas
confissões, “Em muitos de nossos avivamentos religiosos têm-se cometido erros
no tocante a confissão. Embora a confissão seja boa para a alma, é necessário
agir com prudência.” — Testimonies, vol. 5. pág. 645. A questão de como
devem ser confessados os pecados, e a quem, requer diligente estudo
efetuado com oração. Devemos considerá-la sob todos os aspectos,
avaliando-a diante de Deus e buscando a iluminação divina. (Idem, págs.
645 e 646).
Assim, quando surge a pergunta: A quem devo confessar minhas
faltas? Há diversas diretrizes a serem levadas em consideração. Em primeiro
lugar, não devemos deixar de confessar as nossas faltas a nossos
semelhantes que tenham alguma ligação com elas (Fundamentos da
Educação Cristã, pág. 239). Em segundo lugar, como regra geral,
confessemos a Cristo os pecados de natureza particular (Conselhos Sobre
Saúde, pág. 374).
Se mantenho autêntica comunhão com Deus, não preciso assentar-
me e fazer um inventário de minha vida, procurando imaginar quantas são
as pessoas a quem tenho prejudicado, e ficando acordado à noite para fazer
uma lista e conferi-la várias vezes. Deus, no âmbito de minha relação com
Ele, tem meios de impressionar-me com o que deve ser confessado.
A responsabilidade de convencer-nos do que precisamos confessar
pertence a Deus e ao Espírito Santo. Nossa parte consiste em atender
imediatamente a Sua orientação, sem nenhuma delonga. Se temos pecados
a serem confessados, devemos endireitá-los o quanto antes possível. É difícil
admitir que erramos. Quando, porém, compreendemos que a falta de
confessar e endireitar os nossos erros está impedindo nossa constante
comunhão com Cristo, e quando vemos a íntima ligação entre a confissão e
nosso crescimento na vida cristã, isso não se afigura tão difícil assim.
Todos temos lutas com referência a este assunto. Mas podemos ser
gratos pela benignidade de Jesus neste dia. Ele ainda é suficientemente
grande para comunicar-nos, em nossa relação com Ele, o que precisa ser
confessado e como devemos proceder neste sentido.
Maio 29, segunda-feira Arrependimento
Peça Desculpas!
“Agora, me alegro não porque fostes contristados, mas porque fostes contristados
para arrependimento.” 2 Coríntios 7:9
Certo dia quando eu estava na terceira série, brincamos fora, na hora
do recreio. Ficamos com o corpo quente e empoeirado, e ao entrar para
lavar-nos no banheiro dos rapazes, esquecemos de fazê-lo silenciosamente.
De repente a professora da sala pegada à nossa entrou impetuosamente no
banheiro e disse: “Que se passa com vocês? Vocês parecem um grupo de índios
selvagens!"
Achei que não lhe competia entrar em nosso banheiro, e não gostei
do que ela disse. Dei-lhe, portanto, uma resposta indelicada. Ela achou que
eu estava passando os limites, e relatou o caso a minha professora. Esta
última recomendou que eu pedisse desculpas.
Mas eu não estava arrependido, e não fui pedir desculpas. No dia
seguinte, quando cheguei à escola, minha professora me deteve e disse:
"Você pediu desculpas para ela?" Eu estava numa situação difícil, e repliquei:
"Sim." Ela já conversara, porém, com a outra professora, e retrucou: "Acabei
de falar com a Srta. Brown, e ela disse que você não o fez.” Agora a dificuldade
se tornou maior. Eu disse, portanto: "Mas eu o fiz! Talvez ela não me tenha
ouvido." Por alguma razão, minha professora deixou o caso como estava.
Terminamos o ano escolar, e minha família mudou-se para outra
cidade. Toda vez, porém, que eu abria a Bíblia, lembrava-me da mentira que
proferira para minha professora, convencer do pecado é obra do Espírito
Santo, e Ele realiza Sua tarefa com todo o esmero, não é mesmo?
Finalmente, escrevi um bilhete para minha professora, confessando a
mentira que eu havia proferido. Mas ainda não sentia vontade de pedir
desculpas à Srta. Brown!
Relatei esta história numa reunião geral, e na saída havia uma senhora
à minha espera. Era a Srta. Brown! Haviam decorrido mais de trinta anos!
Eu ainda não sentia vontade de pedir desculpas! Conversamos um pouco, e
quando cheguei em casa, recebi uma carta da Srta. Brow, na qual ela pedia
desculpas! Então eu também me senti inclinado a fazê-lo! Muitas vezes tenho
pensado sobre isso. Por que não senti vontade de pedir desculpas antes
disso? Bom, eu não a conhecia muito bem. Por assim dizer, o único contato
que eu tivera com ela ocorrera naquele dia, lá na escola.
Se nosso único contato com Deus é casual e esporádico, nunca
chegaremos a arrepender-nos quando O ofendemos. Quando, porém, vemos
Seu amor e sabemos que ele é nosso amigo, somos conduzidos a genuíno
arrependimento.
Maio 30, terça-feira Arrependimento
Perdão Irrestrito
“Então, Pedro, aproximando-se, lhe perguntou: Senhor, até quantas vezes meu
irmão pecará contra mim, que eu lhe perdoe? Até sete vezes?” Mateus 18:21
Os discípulos aproximaram-se de Jesus e perguntaram quantas vezes
deviam perdoar uns aos outros. Os fariseus diziam que até três vezes, e não
mais. Os discípulos desejavam mostrar que tinham aprendido alguma coisa
acerca da espécie de perdão proporcionado por Jesus, de modo que elevaram
esse número para sete. Mas Jesus afirmou: "Não te digo que até sete vezes,
mas até setenta vezes sete.” S. Mal.18:22.
Quando é mais fácil perdoar: na primeira vez que alguém nos ofende,
ou na décima vez que somos prejudicados pela mesma pessoa? E que
diríamos da centésima vez? Comumente, em nosso trato uns com as outros,
sentimo-nos bastante eufóricos ao perdoar pela primeira vez. Mas, se a
ofensa é repetida várias vezes, não levará muito tempo para que cheguemos
à conclusão de que o arrependimento de parte do ofensor não é genuíno.
Em S. Lucas 17:4, o assunto torna-se ainda mais claro, Disse Jesus:
"Se por sete vezes no dia [teu irmão] pecar contra ti, e sete vezes vier ter contigo,
dizendo: Estou arrependido, perdoa-lhe." "Então disseram os apóstolos ao
Senhor: Aumento-nos a fé." Verso 5. É preciso muita para conceder tal espécie
de perdão! Mas, o que Jesus realmente está dizendo nessas instruções? É
certo que Ele tenciona que perdoemos aos que pecam contra nós. Isto
constitui, porém, simplesmente outro exemplo da espécie de amor e perdão
que Deus manifesta para nós.
Em nossas relações uns com os outros, se ofendemos alguém, mas
temos uma longa trajetória de boa conduta, quase podemos sentir que essa
pessoa tem a obrigação de perdoar-nos nessa única vez. Mas, quando
ofendemos alguém pela sétima vez num só dia, e pela sétima vez vamos ter
com ele dizendo: "Estou arrependido”, não achamos mais que merecemos
alguma coisa. E se somos perdoados, podemos compreender claramente que
isto não se dá em virtude de nossa bondade, e, sim, em virtude do amor e
da bondade daquele que nos perdoou.
Tal espécie de amor e bondade provém unicamente de Deus. Ele é o
seu autor, e constitui uma boa-nova que S. João 6:37 não contêm uma data
marcada. Hoje, novamente, não importa quantas vezes tendes falhado e
pecado, se vos achegardes a Ele, sereis aceitos, e não lançados fora.
Maio 31, quarta-feira Arrependimento
Aquele a Quem Muito se Perdoa, Muito Ama
“Por isso, te digo: perdoados lhe são os seus muitos pecados, porque ela muito
amou; mas aquele a quem pouco se perdoa, pouco ama.” Lucas 7:47
Houve um banquete na casa de Simão. Este homem ficou preocupado
porque a aceitação e o perdão de Jesus estavam sendo dispensadas com
demasiada generosidade. Jesus contou-lhe, portanto, a parábola dos dois
devedores. Um deles devia uma grande importância, mas a dívida do outro
era pequena. O credor perdoou a ambos. Jesus perguntou então: "Qual deles
o amará mais?" "Respondeu-Lhe Simão: Suponho que aquele a quem mais
perdoou." Jesus replicou: "Julgaste bem.” (S. Luc. 7:42 e 43.)
Em nossa concepção humana, o perdão concedido generosamente
pode ser perigoso. Afigura-se que conduzirá à licenciosidade. Parece que em
algum lugar deve haver um limite para o número de vezes que podemos
arrepender-nos, do contrário resolveríamos pecar e arrepender-nos
constantemente. Mas o amor constitui a grande salvaguarda contra a
licenciosidade. Visto que os indivíduos a quem muito se perdoou conhecem
melhor do que quaisquer outras pessoas. Àquele que os perdoou, seu amor
para com Ele será muito maior. “Aqueles a quem mais perdoou mais O hão de
amar, e mais próximos de Seu trono se hão de achar, para O louvar por Seu
grande amor e infinito sacrifício. E quando mais plenamente compreendemos o
amor de Deus, que melhor reconhecemos a malignidade do pecado." — Caminho
a Cristo, pág. 37.
Sabendo que somos amados incondicionalmente por Ele, sentimos o
desejo de amá-Lo de todo o nosso coração. É conhecendo o amor de Deus
por nós, e crendo nele, que somos conduzidos ao arrependimento, e quanto
mais conhecermos o Seu amor, tanto mais profundo será o nosso
arrependimento.
Se O amarmos, guardaremos os Seus mandamentos. Unicamente
quando O amamos é que podemos guardar os Seus mandamentos. "Toda a
verdadeira obediência vem do coração." — O Desejado de Todas as Nações, ed.
popular, pág. 642. Quando diariamente vamos ter com Jesus assim como
estamos, percebemos que somos aceitos por Ele. Quando Ele nos concede o
dom do arrependimento, passamos a prender alguma coisa do amor que é
suficientemente grande para conceder arrependimento e perdão, até mesmo
àqueles dentre nós a quem "muito" tem de ser perdoado. E nosso coração
enche-se de amor Ele. Amando-o, desejaremos obedecer-Lhe. O perdão de
Deus concedido tão generosamente não conduz à licenciosidade, mas é o
único fundamento da verdadeira obediência. Romanos 2:4 nos diz que a
bondade de Deus é que nos conduz ao arrependimento.
Junho 1, quinta-feira Obediência Pela Fé
Aceitos por Causa de Jesus
“Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido
por nós, sendo nós ainda pecadores.” Romanos 5:8
Certa vez, num aeroporto, encomendei um sanduíche no intervalo dos
voos, e cometi o erro de partir e deixá-lo sobre o balcão. Eu estava pensando
em outras coisas, de modo que tive de voltar para pegar o meu sanduíche.
Suponhamos, porém, que eu tivesse ido a um concessionário comprar um
carro Mercedes. Há pouca probabilidade de que eu partisse e me esquecesse
disso. Quanto mais pagamos por uma coisa, mais a apreciamos
O infinito e inestimável dom de Deus em Jesus Cristo torna certo de
que seremos aceitos, pois o sacrifício de Jesus foi aceito. Deus não nos
olvidará nem nos deixará sozinhos depois de haver pago tão elevado preço
pela nossa salvação. Hoje podemos louvar novamente a Deus por isso.
De acordo com Romanos 4:5, Deus justifica ao ímpio. Deus aceita os
pecadores quando vão ter com Ele assim como estão. Esta é uma das
verdades mais importantes e significativas ao começarmos a compreender o
assunto da salvação pela fé. Não esperemos até sermos suficientemente
bons para que Deus nos aceite. Ele gosta de aceitar-nos exatamente como
somos quando nos aproximamos de Sua Pessoa. Isto é verdade quando
vamos ter com Ele pela primeira vez, e a promessa também é válida para
hoje. Podemos dirigir-nos hoje novamente a Sua presença assim como
estamos, e Ele nos aceitará.
Unicamente as pessoas que compreendem que já foram aceitas por
Deus é que podem falar com segurança a respeito da obediência. Se não
tenho certeza de minha aceitação, é-me deveras arriscado estudar o assunto
da obediência, pois apenas será desalentador.
Quando um pecador é influenciado pelo poder convincente do Espírito
Santo, ele aproxima-se de Deus assim como está, e, por causa de Jesus, é
reconciliado com Deus. Devido à cruz, essa pessoa é aceitável a Deus porque
Jesus é aceitável. Encontra-as diante de Deus como se nunca houvesse
pecado.
Nada que o homem faça pode constituir um acréscimo a salvação.
Nenhuma obra humana tem algum mérito ou valor em si mesma. Não é
nossa obediência que nos reconcilia com Deus, nem constitui a causa de
nossa salvação. Mas para o cristão que compreende isto claramente e que
olha para os méritos de Cristo como sua segurança e perdão, e não para
suas próprias obras, o assunto da obediência é extremamente importante.
Havendo compreendido devidamente o fundamento de nossa salvação,
estaremos preparados para começar a erigir as paredes sobre esse
fundamento.
Junho 2, sexta-feira Obediência Pela Fé
O Justo Viverá Pela Fé
“Todavia, o meu justo viverá pela fé; e: Se retroceder, nele não se compraz a
minha alma.” Hebreus 10:38
Segundo Apocalipse 14:12, o grupo do povo de Deus que viver pouco
antes da volta de Jesus será conhecido por duas características. Guardarão
os mandamentos de Deus e tem a fé de Jesus. Que significa "guardar” os
mandamentos? Deve significar algo mais do que crer nos mandamentos de
Deus. Deve abranger algo mais do que pensar que os mandamentos de Deus
são belos. Não é simplesmente estar a favor dos mandamentos.
Talvez tenhais ouvido dizer que é verdade que guardareis os
mandamentos, mas não os guardareis perfeitamente. Leiamos isso desta
maneira: “Aqui estão os que guardam os mandamentos de Deus, mas não
perfeitamente." Concordais com este acréscimo? Não é isto que o texto está
dizendo? Quero asseverar que se não guardamos mandamentos de Deus
perfeitamente, não os guardamos de maneira alguma. Ou uma coisa, ou
outra,
A questão final no grande conflito não será se Jesus morreu ou não,
nem se o Seu sangue é ou não suficiente. A última grande questão, pouco
antes da volta de Jesus, é se podemos obedecer ou se continuamos a
desobedecer. É isso que constitui o conflito final. (Ver O Desejado de Todas
as Nações, ed. popular, pág. 734.)
Podemos obedecer? Ou não podemos obedecer? Este assunto parece
ser incompatível com o tema da salvação pela fé em Jesus? Afigura-se que
estamos indo diretamente para o legalismo? Ou é possível harmonizar os
assuntos da obediência e da salvação unicamente pela fé?
Quando aceitamos como fundamento de nossa esperança de salvação
que podemos ir a Jesus assim como estamos e que somos aceitos em virtude
do que Ele efetuou por nós na cruz, conseguimos compreender corretamente
a obediência, Paulo declara: "Pois não me envergonho do evangelho, porque é
o poder de Deus para a salvação de tudo aquele que crê, primeiro do judeu e do
grego; visto que a justiça de Deus se revela no evangelho, de fé em fé, como
está escrito: O justo viverá por fé." Rom. 1:16 e 17.
Talvez seja um pensamento novo, para alguns, que vivemos pela fé
assim como inicialmente nos aproximamos de Deus pela fé. A obediência é
pela fé, e sem ou mais nenhuma outra coisa, A obediência é unicamente pela
fé. "O justo viverá pela fé."
Junho 3, sábado Obediência Pela Fé
Método da Obediência
“Ora, como recebestes Cristo Jesus, o Senhor, assim andai nele.” Colossenses
2:6
Quando vamos a Jesus em busca de perdão, devido ao sacrifício que
Ele efetuou por nós no Calvário pode aceitar-nos assim como estamos. E
cada dia, ao nos aproximarmos outra vez de Sua Pessoa, continua a aceitar-
nos e a assegurar a salvação para nós. Tendo ido a Ele e aceito Sua salvação,
precisamos reconhecer que o método pelo qual permanecemos em Cristo e
crescemos na graça é o mesmo método pelo qual O recebemos a princípio —
a saber: que o justo viverá pela fé.
Que significa viver pela fé? Para compreender isto, temos de relembrar
o que é abrangido pela fé genuína. Fé é algo muito mais profundo do que
mera aquiescência mental à verdade. Envolve a confiança numa pessoa que
passamos a conhecer pessoalmente, descobrindo que é completamente
digna de confiança. A fé sempre é espontânea e constitui o resultado natural
da comunhão com Cristo.
Com isto não queremos dizer que a obediência não é necessária. A
obediência é requerida, importante e essencial. Na vida do cristão haverá fé
e obras. Mas precisamos compreender como isto é realizado. Precisamos
considerar o que significa viver pela fé. Em geral, as palavras pelo ou pela
se referem à maneira ou ao método de realizar alguma coisa. Ex.: Ganho a
subsistência pelo trabalho.
A verdade bíblica é que os que foram justificados pela fé também
viverão pela fé. Viver a vida cristã é efetuado do mesmo modo como teve
início a vida cristã. “Como recebestes a Cristo Jesus, o Senhor, assim andai
nEle." E unicamente pela fé que somos capazes de guardar os mandamentos
de Deus. A obediência pela fé é a única espécie de verdadeiro obediência que
existe. "Quando conhecermos e Deus como nos é dado o privilégio de O conhecer,
nossa vida será de contínua obediência."— O Desejado de Todas as Nações. Ed.
popular, pag. 642. Notai a condição: "Quando conhecermos a Deus."
Não é o nosso exasperante esforço para nos tornarmos aceitáveis Deus
que faz com que sejamos aceitáveis. Tampouco é o nosso exasperante
esforço para obedecer que nos torna obedientes. Tanto a aceitação como a
obediência constituem um dom de Deus e são recebidas unicamente pela fé,
mediante a contínua comunhão com Ele.
Junho 4, domingo Obediência Pela Fé
Não Pudemos Obedecer
“Porque, como, pela desobediência de um só homem, muitos se tornaram
pecadores, assim também, por meio da obediência de um só, muitos se tornarão
justos.” Romanos 5:19
O método pelo qual vivemos a vida cristã é o mesmo método pelo qual
a iniciamos — unicamente pela fé. Nossa justificação é unicamente pela fé
— nossa aceitação da parte de Deus se baseia inteiramente em aceitarmos
os méritos de Jesus em nosso favor. E também devemos viver pela fé.
Uma das primeiras razões por que a obediência tem de ocorrer
unicamente pela fé refere-se a natureza do pecado e dos pecadores. Todos
somos pecadores, quer tenhamos ou não cometido alguma coisa “errada".
Não é o ato de pecar que nos torna pecadores. Somos pecadores por
nascimento. "Porque, como pela desobediência de um só homem muitos se
tomaram pecadores, assim também por meio da obediência de Um só muitos se
tornarão justos." Rom, 5:19. Somos pecadores porque nascemos neste
mundo de pecado. "Nosso coração é ímpio, e não o podemos transformar." —
Caminho a Cristo, pág. 18.
Há muitos textos bíblicos que realçam este fato. "Não há justo, nem
sequer um." Cap. 3:10. "Se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós
mesmos nos enganamos." 1 S. João 1:8 Somos "por natureza filhos da ira" (Efés.
2:3), "Eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum."
Rom. 7:18. Todos somos pecadores e todos nascemos assim.
Talvez a passagem mais clara sobre este assunto seja a que se
encontra em S. João 3. Cristo nos diz que para entrar no reino de Deus
precisamos nascer de novo. Sendo assim, deve haver algo de errado com o
nosso primeiro nascimento. Todos nós que nascemos neste mundo nascemos
com um problema: nascemos separados de Deus. Este é o ponto
fundamental quanto a termos nascido pecadores. Se não fosse a cruz,
permaneceríamos assim para sempre. Em virtude da cruz. Não precisamos
ficar separados de Deus, O Senhor concede a cada pessoa a oportunidade
de nascer de novo,
A razão de estudarmos este ponto em conexão com o assunto da
obediência é a seguinte: Se nosso coração é ímpio e se não podemos
transformá-lo, como então pudemos obedecer? Se em nossa carne não
habita bem nenhum, como nos será possível obedecer? Não podemos fazê-
lo! Unicamente indo a Jesus, reconhecendo a nossa incapacidade e
aceitando-O pela fé, é que somos reconciliados com Deus e habilitados a
praticar as obras de justiça e obediência requeridas por Ele.
Junho 5, segunda-feira Obediência Pela Fé
Pecaminosos por nascimento
“Se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos,
e a verdade não está em nós.” 1 João 1:8
Todos nós que nascemos neste mundo nascemos separados de Deus.
Jesus proveu um meio pelo qual podemos ser reintegrados na relação com
Deus que foi rompida quando Adão pecou.
O primeiro indício de que nascemos separados de Deus é o
egocentrismo. O problema é esse. Todos somos egocêntricos. Desse
egocentrismo promana tudo que chamamos de pecado. E, longe de Deus,
essa condição tende a continuar. Talvez seja bom nos lembrarmos desta
afirmação; “Nenhum dos apóstolos e profetas declarou jamais estar sem pecado.
Homens que viveram o mais próximo de Deus, que sacrificariam a vida de
preferência a cometer conscientemente um ato mau, homens a quem Deus
honrou com divina luz e poder, confessaram a pecaminosidade de sua
natureza."— Atos dos Apóstolos, pág. 561. Somos pecadores por natureza, e
permaneceremos assim até que Jesus voltar.
Por favor, atentai para o fato de que somos pecadores por nascimento
e que continuaremos a ser pecadores por natureza até a volta de Jesus, quer
estamos pecando, ou não. Quando os apóstolos e profetas admitiram e
confessaram a pecaminosidade de sua natureza, eles não estavam dizendo
que continuavam pecando. Quando Paulo disse que ele era o principal dos
pecadores, não estava declarando que pecava durante toda o tempo, antes
mesmo de Paulo converter-se na estrada de Damasco, sua conduta estava
acima de toda censura. Ele vivia da melhor maneira possível. Sua conversão
não resultou num repentino declínio moral. Porém, ao aproximar-se cada vez
mais de Jesus. compreendeu mais e mais a pecaminosidade de sua natureza.
"Quanto mais perto vos chegardes de Jesus, tanto mais cheio de faltas parecereis
aos vossos olhos; porque vossa visão será mais clara e vossas imperfeições se
verão em amplo e vivo contraste com Sua natureza perfeita. Isto é prova de que
os enganos de Satanás perderam seu poder.” — Caminho a Cristo, pág. 64.
É unicamente pela união com Cristo, pela comunhão com Ele e pela
confiança em Sua Pessoa, momento após momento, que somos habilitados
a realmente ser obedientes, apesar da pecaminosidade de nossa natureza.
Junho 6, terça-feira Obediência Pela Fé
Árvores de Justiça
“A fim de que se chamem carvalhos de justiça, plantados pelo Senhor para a
sua glória.” Isaías 61:3
Nascemos pecadores, e pecamos porque somos pecadores. Não somos
pecadores porque pecamos! Uma das evidências de que todos somos
pecadores é que todos morremos. Não há argumento contra isso, não é
mesmo?
Certa vez eu estava falando sobre este assunto, e um professor
universitário disse o seguinte dos fundos da sala: “Os pássaros morrem! Eles
são pecadores? Os gatos morrem! Eles são pecadores?” Sim, eles são! E ouvi
dois desses pecadores brigando na mata atrás de minha casa, na noite
passada! Tinham Quatro pernas e pelos finos e macio. Mas, qual ara o seu
problema? Eles eram egocêntricos. A mancha do pecado impregnou todos os
níveis da criação. Vivemos num mundo que suporta o fardo do pecado, e o
mesmo acontece com cada um de nós.
Se esta é a nossa condição, se nosso coração é egoísta e se somos
pecadores por nascimento e por natureza, como podemos esperar obedecer?
Em S. Mateus 7:16-18 é relatado o que Jesus Falou a esse respeito: ''Colhem-
se, porventura, uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos? Assim, toda árvore
boa produz bons frutos, porém a árvore má produz frutos maus. Não pode a
árvore boa produzir frutos maus, nem a árvore má produzir frutos bons.” Se uma
árvore boa não pode produzir frutos maus, e se uma árvore má não pode
produzir frutos bons, como podemos esperar obedecer?
Isaías 61:3 é um belo texto a esse respeito: "E a pôr sobre as que em
Sião estão de luto uma coroa em vez de cinzas, óleo de alegria em de pranto,
veste de louvor em vez de espírito angustiado; a fim de que se chamem carvalhos
de justiça, plantados pelo Senhor para a Sua glória.”
Assim a Bíblia fala de árvores de justiça que o Senhor mesmo planta
para Sua própria glória. Isto nos traz esperança. Há a possibilidade de que
as árvores más produzam frutos bons se o milagre do que Jesus está
sugerindo nessas palavras da Escritura se tornar uma realidade. Devido a
uma outra árvore — o madeiro em que Jesus depôs Sua vida pelos nossos
pecados - é-nos proporcionada a oportunidade de nos tornarmos árvores de
justiça, plantadas pelo Senhor. E, unindo-nos a Ele, também somos
habilitados a praticar os atos de justiça e a produzir bons frutos para Sua
glória.
Junho 7, quarta-feira Obediência Pela Fé
Bondade que é Má
“Mas todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças, como trapo
da imundícia.” Isaías 64:6
Visto que nascemos separados de Deus quando viemos a este mundo,
todos participamos do problema comum do egocentrismo. Às vezes as
pessoas olham para um bebê recém-nascido e pensam: Como uma pessoa
tão pequenina pode ser um pecador? Ela jamais teve oportunidade para
transgredir os mandamentos. Como pode ser um pecador? Se, porém,
reconhecerdes que a manifestação do pecado número um é o egocentrismo,
será um pouco mais fácil compreendê-lo. Os bebês recém-nascidos são
deveras egocêntricos! Na realidade, são as pessoas mais egocêntricas que
pode haver! Não importa que a mãe esteja dormindo, comendo ou
procurando fazer alguma outra coisa — quando um bebê quer algo, ele o
quer imediatamente!
Outro problema enfrentado pelas pessoas é como podem estar
pecando por continuarem a viver como lhes apraz, separadas de Deus.
Contanto que sejam boas pessoas morais. Temos a tendência de definir o
pecado sob o aspecto da prática de coisas más, e se possuímos suficiente
força de vontade para abster-nos de fazer tais coisas, pensamos que temos
justiça.
O apóstolo Paulo admitiu que ele era o principal dos pecadores. Será
que isso significa que sua vida era imoral e que ele era o maior criminoso
que poderia haver? Não! Significa que ele chegara tão perto do Senhor Jesus
que reconhecia sua verdadeira condição. Reconhecia que a única justiça que
possuía provinha de Jesus, e que separado do Salvador não tinha nenhuma
justiça.
É difícil de compreender que mesmo as nossas boas ações podem ser
pecaminosas se estivermos vivendo separados da relação de fé com Cristo.
É difícil de admitir que “todas as nossas justiças [são] como trapo de imundícia.”
O texto não declara que nossos andrajos são como trapos da imundície. Isso
seria mais fácil de aceitar. Mas o fato é que “todas as nossas justiças”, todas
as nossas “boas” ações, toda a nossa pretensa obediência, que são efetuadas
independentemente de Cristo, ainda constituem trapos da imundície e ainda
são pecaminosas.
Deus olha para os motivos e desejos íntimos, e não para a nossa
aparência exterior. Podemos cortar a grama do jardim da casa de uma viúva
– o que em si é uma boa ação; mas, separada de Cristo, ela é pecaminosa,
porque nosso motivo inevitavelmente será egoísta. A verdadeira obediência
sempre provém do coração, e isto mediante a comunhão com cristo.
Junho 8, quinta-feira Obediência Pela Fé
A Obediência de Cristo em Nós
“Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive
em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus,
que me amou e a si mesmo se entregou por mim.” Gálatas 2:19,20
Visto que somos pecadores por nascimento e por natureza, visto que
não existe tal coisa como justiça separada de Jesus, só podemos chegar a
uma conclusão: A fim de ser árvores de justiça, plantadas pelo Senhor,
precisamos aceitar Sua graça e Seu perdão inicialmente e continuar a manter
comunhão com Ele. "O homem pecaminoso só pode achar esperança e justiça
em Deus; nenhum ser humano é justo por mais tempo do que aquele em que
tem fé em Deus e com Ele mantém vital ligação."— Testemunhos Para
Ministros. Pág. 367.
A verdadeira questão acerca do pecado não consiste em praticar coisas
más, e, sim, em levar uma vida, boa, ou má, separada de Cristo. Todas as
nossas ações querem exteriormente sejam boas ou más, são praticadas por
motivos egoístas se não confiamos em Cristo e se não permanecermos nEle.
Visto que somos pecadores por natureza, por nós mesmos jamais
seremos capazes de produzir obediência. Se nós é que estamos vivendo na
vida cristã, só podemos produzir espinhos e cardos. Se nós é que estamos
efetuando as obras, o que produzirmos sempre será imperfeito.
Isto suscita uma pergunta de vital importância: Na vida cristã, somos
nós que estamos vivendo, ou é Cristo que está vivendo em nós? A Bíblia
ensina claramente que Cristo deseja viver em nós. Efetuando-nos "tanto o
querer como o realizar, segundo a Sua boa vontade.” (Filip. 2:13). É possível
que Cristo habite em nosso coração pela fé (ver Efé. 3:17).
Se confiamos em nossa própria obediência, jamais pudemos esperar
oura coisa senão obediência imperfeita. Se, porém, Cristo vive em nós. Sua
obra em nós não será imperfeita. Por meio de Sua presença e domínio em
nossa vida interior, podemos obedecer com perfeição. Obedecemos; no
entanto, não somos nós que fazemos, mas Cristo que vive em nós.
O justo viverá pela fé. Se os que foram perdoados e justificados pela
justiça de Cristo viverem pela fé, eles poderão obedecer, Só vivermos
diariamente a vida cristã unicamente pela fé em Jesus e se Ele estiver
habitando em nós, poderemos ter uma obediência que seja real.
Junho 9, sexta-feira Obediência Pela Fé
A Obediência Provém da Paz
"Grande paz têm os que amam a tua lei; para eles não há tropeço.” Salmos
119:165.
Constitui um fato estupendo que é o perdão, a misericórdia e a paz de
Deus que transformam nossa vida. A paz foi adquirida na cruz. Em virtude
da cruz, hoje é proclamada novamente a boa-nova: "O que vem a Mim, de
modo nenhum o lançarei fora." S. João 6:37.
Se almejais alcançar a vitória e ter verdadeira obediência, o primeiro
requisito preliminar é compreender o irrestrito amor e aceitação da parte de
Deus. Não obtemos paz alcançando a vitória, mas alcançamos a vitória
obtendo paz. A única pessoa que realmente é capaz de obedecer é aquela
que já desfruta a paz da aceitação de Deus.
Quando consideramos o assunto da obediência, procurando aprender
como a obediência se enquadra no assunto da salvação unicamente pele fé,
há dois perigos a serem evitados. O primeiro é focalizar só a obediência,
considerando-a apenas sub o aspecto de ações, conduta e moralidade
exteriores. Quando isto acontece, começamos a procurar tomar-nos
obedientes a fim do obter o favor de Deus. Se temos bastante força de
vontade e somos bem-sucedidos, tornamo-nos ufanos de nosso êxito e mais
egocêntricos do que éramos antes. Se somos fracos, nem sequer
conseguimos ser bem-sucedidos exteriormente, e ficamos desalentados.
O segundo perigo é inferir que a obediência não é necessária nem
possível. Olvidamos que obediência ou desobediência é a grande questão a
ser decidida no desfecho do grande conflito. (Ver O Desejado de Todas as
Nações. ed. popular, pág. 734.) Olvidamos também que isso de a obediência
ser ou não necessária ou possível constituiu a questão inicial no grande
conflito, quando Satanás foi expulso do Céu e acusou a Deus, perante o
Universo, de criar leis a que era impossível obedecer. O grande conflito ainda
não terminou, e ainda está sendo debatida a questão de que a obediência é
ou não possível. Deus diz que ela é essencial. Satanás declara que ela é
impossível. E cada um de nós precisa decidir em quem iremos crer.
Ao nos aproximarmos de Deus, admitindo nossa incapacidade para
salvar-nos a nós mesmos ou para obedecer a lei de Deus por nossas próprias
forças. Ele nos concede paz. E a paz produz alívio. A paz produz vitória. A
paz produz obediência — a única espécie de verdadeira obediência que pode
existir.
Junho 10, sábado Obediência Pela Fé
Obediência do íntimo da Alma
"Visto que a justiça de Deus se revela no evangelho, de fé em fé, como está
escrito: O justo viverá por fé.” Romanos 1:17
A obediência é unicamente pela fé. Os que foram considerados justos
também viverão pela fé. Uma das razões por que a obediência só pode
ocorrer pela fé, e unicamente pela fé (frisemos bem este ponto), encontra-
se no Sermão da Montanha. Ali Jesus ensina que não é necessário cometer
adultério para ser culpado desse pecado. E não é preciso matar alguém para
ser culpado de homicídio. Se houver concupiscência ou ira em nosso coração,
já somos culpados.
Se isto é verdade, então muita coisa que gostaríamos de chamar de
obediência na realidade é pecado. Se desejo sonegar imposto de renda,
mesmo que não o faça estou sendo um sonegador. Se acho atraente a ideia
de assaltar um banco, estou sendo um ladrão, mesmo nunca tenha roubado
um centavo em minha vida. Se anseio ingerir certos alimentos nocivos, posso
ser um glutão, mesmo que tenha suficiente força de vontade para recusar
comê-los. Notai estas declarações do livro Conselhos Sobre o Regime
Alimentar, pág. 35: "Jamais serão os homens verdadeiramente temperantes sem
que a graça de Cristo seja um permanente princípio no coração. Nem todos os
apelos do mundo vos farão a vós ou a vossa esposa reformadores da saúde.
Nenhuma mera restrição de vossa dieta curará vosso apetite
doentio...Cristianismo pressupõe uma reforma do coração. O que Cristo opera
manifesto no exterior sob os ditames de um intelecto convertido. O plano de
iniciar pelo exterior e procurar operar interiormente, tem sempre falhado e falhará
sempre. O plano de Deus para vós é começar na própria sede de todas as
dificuldades – coração – e então do coração hão de jorrar os princípios da justiça.”
Permiti que eu vos pergunte o seguinte: Se Deus realizou Sua obra em
vosso coração, de modo que começastes a ver o pecado como Ele o vê; de
modo que vossos gostos, inclinações, ambições e paixões se encontram sob
o Seu domínio (Mensagens Escolhidas, livro 1. pág. 336); de modo que
vossos sentimentos, pensamentos, propósitos e ações estão em harmonia
com a vontade de Deus (Caminho a Cristo, pág. 60.) — se ocorreu isso, tereis
de fazer um grande esforço para obedecer? Creio que então será difícil deixar
de obedecer! Mediante constante comunhão com Jesus por meio da fé,
podemos ser transformados à Sua imagem, tornando-nos assim obedientes
— de dentro para fora.
Junho 11, domingo Obediência Pela Fé
Entrega de si Mesmo, não de Coisas
“Eis que ponho em Sião uma pedra de tropeço e rocha de escândalo, e aquele
que nela crê não será confundido.” Romanos 9:33
Se somos pecadores e não podemos produzir genuína obediência
separados de Deus, então tudo que podemos fazer quanto a nós mesmos é
entregar-nos — renunciando à ideia de que nós mesmos podemos produzir
genuína obediência,
A palavra entrega não aparece na Bíblia. O vocábulo que expressa mais
de perto a ideia contida nessa palavra é submeter-se, segundo podemos ver
em Romanos 9:30 e 10:4: "Que diremos pois? Que os gentios, que não
buscavam a justificação, vieram a alcançá-la, todavia a que decorre da fé; e Israel
que buscava a lei de justiça não chegou a atingir essa lei. Por quê? Porque não
decorreu da fé, e, sim, como que das obras. Tropeçaram na pedra de tropeço.”
O verso 33 identifica a Pedra de Tropeço como sendo Jesus.
“Irmãos, a boa vontade do meu coração e a minha suplica a Deus a favor
deles é para que sejam salvos. Porque lhes dou testemunho de que eles têm zelo
de Deus, porém não com entendimento.” Eles desconheciam alguma coisa. Que
será que era? "Porquanto, desconhecendo a justiça de Deus, e procurando
estabelecer a sua própria, não se sujeitarem à que vem de Deus. Porque o fim da
lei é Cristo para justiça de todo aquele que crê."
Talvez alguém pergunte: Que espécie de justiça é mencionada aí - a
justiça imputada ou a justiça comunicada? Isto não vem ao caso! O fato é
que não existe tal coisa como justiça separada de Jesus. A pessoa que
tropeça e não conhece nem uma nem outra dessas modalidades de justiça é
aquela que não renunciou a si mesma e que está procurando alcançá-la por
suas próprias forças. Notai que eles não se sujeitaram — a passagem não
está falando da entrega de coisas, e, sim, da entrega de si mesmo. Pode
haver grande diferença entre a entrega de certas coisas e a entrega do
próprio eu.
indivíduo resoluto que deixa de fumar, beber e dançar
independentemente de Cristo, pode tornar-se um “bom" membro de igreja.
Mas quem realmente efetuou isso? Ele mesmo. E assim até mesmo sua boa
conduta ainda é pecaminosa, porque ele está vivendo separado de Cristo. A
única espécie de obediência que podemos produzir por nos mesmos é
meramente exterior. E não é real. Verdadeira obediência só provem de
Cristo, mediante a comunhão com Ele.
Junho 12, segunda-feira Obediência Pela Fé
Evitando a Entrega
“Porquanto, desconhecendo a justiça de Deus e procurando estabelecer a sua
própria, não se sujeitaram à que vem de Deus.” Romanos 10:3
Uma pessoa resoluta pode chegar a abandonar suas más ações para
evadir-se à verdadeira entrega ou renúncia de si mesma. Até mesma tal
espécie de pessoa precisa compreender que embora seja capaz de
abandonar as más ações exteriores, por dentro continua sendo o que era
antes. Só Deus pode lidar com o problema do pecado no íntimo das pessoas.
Talvez um orador diga a nossos jovens que o diabo tem algo que ver
com a música rock, e eles eliminam seus discos que contém gravações desse
tipo. Mas os que abandonaram a música rock por qualquer outra razão que
não seja o amor a Jesus e a permissão de que Ele penetre em sua vida, não
renunciaram de fato a esse tipo de música. Quando espírito imundo é expulso
pela pessoa, e seu lugar permanece vazio, varrido e ornamentado, outros
sete espíritos se apossam dele. Na realidade o pecado nunca é expulso pela
pessoa. O pecado sempre é obrigado a sair quando Jesus penetra em nosso
íntimo. E todas as vezes que alguém procura expulsar o pecado por sua
própria fibra moral e força de vontade, sua condição acaba se tornando pior
do que antes. Talvez não volte a adotar novamente a música rock. Mas pode
sentir profundo orgulho por suas realizações. E o orgulho é o pior de todos
os pecados.
Destarte, a questão da entrega pode ser muito insidiosa se pensarmos
que ela tem que ver principalmente com o abandono de certas coisas. A
entrega é a renúncia de si mesmo e a aceitação das próprias palavras de
Jesus em S. João 15:5: "Sem Mim nada podeis fazer.” Isto não se aplica às
coisas que Deus concedeu a cada um a capacidade de realizar enquanto Ele
lhes mantém o pulsar do coração. Sem Jesus as pessoas ainda podem levar
o lixo para fora de casa. Sem a comunhão com Deus, alguns ainda podem
ganhar milhões em dinheiro. Sem Deus, certos indivíduos podem ser argutos
negociantes, matemáticos ou doutores. Sem Deus, alguns chegam até a
amaldiçoá-Lo. Em virtude de Seu amor pelas pessoas e de Seu respeito por
sua faculdade de escolha. Ele até mantém o coração batendo no peito
daqueles que O amaldiçoam. Mas, sem Deus, mesmo a pessoa mais forte no
mundo não pode produzir os frutos da justiça. É sobre isso que fala S. João
15:5. Sem ele não há obediência genuína.
Junho 13, terça-feira Obediência Pela Fé
O Fruto do Fruto do Fruto
“Agora, porém, libertados do pecado, transformados em servos de Deus, tendes
o vosso fruto para a santificação e, por fim, a vida eterna.” Romanos 6:22
Se obediência ou desobediência é a última questão a ser decidida
neste mundo (ver O Desejado de Todas as Nações. ed. popular, pág.734) e
se não posso obedecer porque sou um pecador por natureza, só me resta
fazer uma coisa, a saber; renunciar a mim mesmo, admitir que não posso
obedecer por mim mesmo e reconhecer que a única maneira pela qual pode
haver obediência é mediante a fé e confiança nAquele que tem poder para
transformar-me interiormente, “Não nos podemos guardar de pecar por um
momento sequer. A cada instante dependemos de Deus.... Cristo viveu uma vida
de perfeita obediência à lei de Deus, deixando nisto um exemplo perfeito a toda
criatura humana. A vida que Ele viveu neste mundo, devemos nós viver mediante
Seu poder, e sob as Suas instruções, ... O Salvador tomou sobre Si as
enfermidades humanas, e viveu uma vida sem pecado, a fim de os homens não
terem nenhum temor de que, devido à fraqueza da natureza humana, eles não
pudessem vencer. Cristo veio para nos tornar ‘participantes da natureza divina’,
e Sua vida declara que a humanidade, unida à divindade, não comete pecado.”
— A Ciência do Bom Viver. págs. 180 e 101.
É neste sentido que muitas pessoas ficam perturbadas, quando
olhamos para nós mesmos, percebemos como somos deficientes. Não
devemos, porém, olhar para nós mesmos, e, sim, para o poder de Deus, Eis
como isto se dá: a comunhão com Deus, baseada na comunhão diária com
Ele, resulta no fruto da fé. A fé resulta nos frutos do Espírito. E os frutos do
Espírito resultam em obediência. Todos eles promanam da comunhão
pessoal com o Senhor Jesus. Ele viveu neste mundo por meio do poder de
Seu Pai, o poder que vinha do alto — e não pelo poder que vinha do íntimo.
Procedendo assim, tornou-Se nosso maior Exemplo de como viver pela fé.
Convida-nos a fazer o que Ele fez, vivendo pelo poder do alto, e não pelo
poder interior.
Nunca seremos exatamente iguais a Jesus. Ele sempre foi sem pecado;
nós não. Jesus era o Filho de Deus; nós não. Jesus nunca precisou de um
Salvador; nós precisamos. O fato, porém, de nunca seremos exatamente
iguais a Jesus não significa que não podemos obedecer como Ele obedeceu.
Há uma diferença. Confiando em Jesus como Ele confiou em Seu Pai,
podemos alcançar a vitória.
Junho 14, quarta-feira Obediência Pela Fé
Resolvendo Deixar que Deus Faça a Escolha
“Se o teu olho direito te faz tropeçar, arranca-o.” Mateus 5:29
Jesus referiu-Se ao problema da entrega em palavras muito
interessantes. Disse Ele: "Se o teu olho direito te faz tropeçar, arranca-o e lança-
o de ti; ...e se a tua mão direita te faz tropeçar, corta-a e lança-a de ti: pois te
convém que se perca um dos teus membros, e não vá todo teu corpo para o
inferno.” Já meditastes sobre esta passagem? Sou grato pela elucidação dada
no livro O Maior Discurso de Cristo: “É mediante a vontade que pecado retém
seu domínio sobre nós. A entrega da vontade é representada como arrancar o
olho ou cortar mão.”
Talvez alguém diga; "Renunciar a minha vontade parece ser o mesmo que
consentir em atravessar a vida mutilado ou aleijado." Para pessoas capazes e
empreendedoras, isto se torna desconcertante. Às vezes até ficam
indignadas. “Deus nos criou à Sua imagem — dizem elas — e não irá tirar nossa
vontade, tornando-nos meros autómatos.”
Convido-vos a ler com muita atenção a página 47 do livro Caminho a
Cristo (edição de bolso.) No contexto dessa página a vontade é definida como
sendo o nosso poder de decisão ou escolha. Todas as vezes que lerdes essa
palavra, substituí-a por poder de escolha, e vede qual a conclusão que
chegareis. Por certo, a única conclusão a que podeis chegar é que a entrega
é a renúncia de nosso poder de escolhe.
“Oh! mas eu ficarei mutilado!" Bom, se Deus me convida a renunciar ao
meu poder de escolha, não posso deixar com Ele a questão de que ficarei ou
não mutilado? Deus nos convida a renunciar a nossa vontade com referência
a todas as coisas, exceto a contínua comunhão com Ele. Sempre estamos
livres para resolver se continuaremos a buscá-Lo. Nunca perdemos nosso
poder de escolha neste sentido.
Tornemos isto um pouco mais prático. Digamos que eu tenha um
problema: o hábito de fumar. E Deus declara: "Se você renunciar a seu poder
de escolha no tocante a todas as coisas, exceto sua comunhão comigo, poderá
ser efetuada uma transformação completa em sua vida.” A vitória é ganha
resolvendo não fumar mais? Não. Não é assim que isto se dá. Eu Lhe entrego
o meu poder de escolha, e aplico essa faculdade na comunhão com Ele pela
fé. Jesus vem então e vive Sua vida em mim, e Ele resolve não fumar! A
obediência ocorre unicamente pela fé, pois somos convidados a renunciar a
nós mesmos e deixar que Cristo nos domine e faça as escolhas por nós, ao
nos entregarmos constantemente a Ele.
Junho 15, quinta-feira Obediência Pela Fé
Esperança Para os Mais Fracos
“Os quais, por meio da fé... da fraqueza tiraram força” Hebreus 11:33,34
Certa vez falei com o marido de uma senhora que era membro de
minha igreja. Ele era alcoólatra. Olhando para mim com a vista turva, disse
ele: “Eu admiro os Adventistas do Sétimo Dia.” Concordais com isso? Ou é
possível que os fracos também sejam adventistas do sétimo dia?
Por demasiado tempo, a religião tem lisonjeado o gosto das pessoas
resolutas. Temos a tendência de atrair para igreja tal espécie de membros.
Todas as vezes que Jesus, como nossa única esperança de salvação e nosso
único poder para a obediência, não é enaltecido como o assunto dominante,
é inevitável que acabaremos apresentando algum sistema de “faça-o você
mesmo”. E só as pessoas fortes é que pensam serem capazes de fazer isso,
devido ao seu êxito exterior.
Quando compreendemos que Deus deseja que nos entreguemos a Ele,
renunciando a nós mesmos e a ideia de que podemos mesmo produzir
genuína obediência, começamos a entender o que Paulo queria dizer ao
declarar: “Já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim” Gál. 2:20.
Mediante o poder de Cristo vivendo em seu íntimo, é curada a vitória da
pessoa mais débil do mundo, bem como a da mais forte.
Foram pessoas resolutas que crucificaram a Jesus quando Ele esteve
aqui na Terra. Sentiram-se ameaçadas pela boa acolhida que Ele dava as
pessoas fracas. Não queriam ouvir falar da entrega de si mesmas, nem da
submissão a Deus de sua vontade ou de seu poder de escolha. Um grupo
dessas pessoas assistiu ao banquete oferecido por Mateus, e a página 258
do livro O Desejado de Todas as Nações descreve qual foi sua reação diante
dos ensinos de Jesus. Quando descobriram que não havia um meio de se
envolverem no plano da salvação, rejeitaram-no. Milhares de pessoas
desejam uma religião que lhes permita se envolverem no quadro geral.
Querem conquistar uma parte do caminho por si mesmas. E quando
descobrem que só podem lançar-se aos pés de Jesus, com humildade, e
admitir que não podem produzir coisa alguma que seja valiosa
independentemente dEle, isto se torna para elas uma cruz demasiado
penosa.
É cruciante admitir que não podemos vencer o pecado, que não
podemos obedecer, que não podemos produzir justiça, e que Jesus precisa
fazer tudo isso para nós. Mas é só levando diariamente a cruz que nós O
seguimos.
Junho 16, sexta-feira Obediência Pela Fé
Nenhuma Vantagem Para os Fortes
“Faz forte ao cansado e multiplica as forças ao que não tem nenhum vigor.”
Isaías 40:29
As boas-novas da salvação pela fé em Jesus não se destinam somente
às pessoas fortes. São também boas-novas para a pessoa mais débil. Isto é
verdade sobre a obediência bem como sobre a vida eterna. Visto que a
obediência genuína sempre provém do íntimo, e visto que a pessoa mais
forte, separada de Cristo, só pode produzir obediência exterior, ninguém tem
mais vantagens para vencer do que os outros.
Que dizer, porém, da relação com Cristo? O esforço envolvido no
combate da fé, em dirigir-se a Cristo inicialmente e em continuar a fazer
isso, nem sempre ocorre espontaneamente. E se essa comunhão com Jesus
pela fé constitui toda a base da vida cristã, será que as pessoas fortes não
têm mesmo mais vantagens?
Já lestes este trecho: "Quando o coração está disposto a obedecer a Deus,
quando são envidados esforços com essa finalidade, Jesus aceita essa disposição
e esforço como o melhor serviço da parte do homem, e Ele supre a deficiência
com Seu próprio mérito divino"? — Signs the Times, 16 de junho de 1890. Às
vezes lemos essa declaração e inferimos que ela se aplica ao esforço para
procurar com afinco obedecer aos mandamentos. Mas, se examinarmos o
contexto, se lermos todo o artigo do qual foi extraído esse trecho,
verificaremos que ele se refere principalmente ao esforço para buscar a
comunhão com Deus, da qual promana toda obediência genuína. Está
falando a respeito de ter no coração o desejo de obedecer a Deus, abrindo a
porta e convidando-O a entrar em nossa vida. Está falando sobre o esforço
envolvido em reservar parte tranquila do dia para comunhão com Ele, de
modo que possa acompanhar-nos o dia todo. Quando fazemos isto, Cristo,
com Seu próprio mérito divino, supre as deficiências na preservação da
dependência sentida pelo cristão em crescimento.
A pessoa mais fraca, que não consegue deixar o hábito de beber ou
fumar, ou qualquer outra coisa, e que receia não ser capaz de manter uma
significativa vida devocional com Deus, também tem esperança, pois Deus
percorrerá grande parte do caminho para ir ao seu encontro. No tocante à
vitória sobre os pecados, Deus não percorre apenas maior parte do caminho,
e, sim, todo ele. Mas, embora eu seja forte ou fraco, Ele virá ao meu encontro
onde quer que eu estiver quando O busco através da comunhão pela fé.
Junho 17, sábado Obediência Pela Fé
Deus Planta Sementes, não Árvores
“Disse ainda: O reino de Deus é assim como se um homem lançasse a semente
à terra... primeiro a erva, depois, a espiga, e, por fim, o grão cheio na espiga.”
Marcos 4:26-28
Seria maravilhoso se fosse verdade que desde a primeira vez que
fomos levados a renunciar a nós mesmas e a entregar nossa vontade a Cristo
tivemos ininterrupta vitória. Mas precisamos enfrentar a realidade. O cristão
em crescimento não sente constante dependência do poder de Deus. Quando
Deus quer plantar uma árvore. Ele planta uma semente. Quando Ele planta
um grão, primeiro aparece a erva, depois a espiga, e, por fim, o grão cheio
na espiga. Portanto, não precisamos ficar desalentados quando percebemos
que nossa obediência não é perfeita em todo o tempo.
Em primeiro lugar, Deus não nos aceita em virtude de nossa
obediência. Ele nos aceita quando vamos ter com Ele apresentando os
méritos de Jesus ao morrer em nosso lugar. Nossa aceitação diante dEle e
certeza de nossa salvação já estão asseguradas quando continuamos a
aceitar o que Jesus realizou por nós na cruz. E, em segundo lugar, Deus
mesmo providencia o crescimento.
0 único caminho para vitória e obediência é olhar para Jesus e para o
que Ele tem feito e deseja fazer em nossa vida. Ao crescermos como cristãos,
nossa confiança em Seu poder e nossa total dependência dele serão
inconstantes. Às vezes nos lembraremos de que não podemos vencer a
Satanás em nossa própria força. Nem sequer procuraremos fazê-lo,
Olharemos para Jesus a fim de que nos dê a vitória, e Ele concederá a vós.
Noutras ocasiões pensaremos que nós mesmos podemos resolver as coisas,
e cairemos, e fracassaremos e acabaremos sendo derrotados. Mas isso não
deve desalentar-nos. Deus provê poder para obedecermos, e perdão para as
ocasiões em que não obedecemos devido à nossa imaturidade.
Creio que esta declaração deveria ser escrita na primeira ou última
folha em branco de cada Bíblia: “Há os que já experimentaram o amor perdoador
de Cristo, e que desejam realmente ser filhos de Deus, contudo reconhecem que
seu caráter é imperfeito, sua vida faltosa, e chegam a ponto de duvidar se seu
coração foi renovado pelo Espírito Santo. A esses eu desejaria dizer não recueis,
em desespero. Muitas vezes, teremos de prostrar-nos e chorar aos pés de Jesus,
por causa de nossas faltas e erros; mas não nos devemos desanimar. Mesmo
quando somos vencidos pelo inimigo, não somos repelidos, nem abandonados ou
rejeitados por Deus. ... À medida que formos desconfiando de nosso próprio
poder, confiemos mais no poder de nosso Redentor.” — Caminho Cristo. págs.
63 e 64.
Junho 18, domingo Obediência Pela Fé
Só Dois Senhores
“Ninguém pode servir a dois senhores.” Mateus 6:24
A obediência só pode ocorrer pela fé. Em primeiro lugar, devido à
natureza da humanidade. Somos pecadores, e seremos pecadores até a volta
de Jesus. Pecadores não podem produzir obediência. Em segundo lugar, a
obediência só pode ocorrer pela fé porque, sendo pecadores e não podendo
produzir obediência separados da Deus, temos de desistir de esperar
produzir genuína obediência por nós mesmos. A única coisa que podemos
fazer é entregar-nos a Deus, renunciando a nós mesmos e submetendo-nos
completamente a Jesus Cristo.
Que significa ser dominado por Deus? Eu costumava pensar que havia
três opções com referência a quem assumiria a direção de minha vida.
Pensava que poderíamos estar sob a direção de Deus, sob a direção de
Satanás ou sob nossa própria direção. Há muitos jovens, especialmente na
adolescência, que gostariam de dirigir a si mesmos. Experimentaram a
sensação de sair do ninho, e querem fazer o que bem entendem.
Constitui uma surpresa descobrir que não existe semelhante coisa
como dirigir a si mesmo. Ou estamos sob o domínio de um ou de outro de
dois poderes — e nada mais. O único domínio que temos é escolher qual é o
poder que irá dominar-nos. Se não fosse a cruz, estaríamos inevitavelmente
sob o domínio do diabo, sem nenhuma outra opção. Mas na cruz Jesus
possibilitou que Deus nos dessa outra escolha — a escolha de colocar-nos
sob o Seu domínio.
Estar sob o domínio de Satanás ocasiona a mais abjeta escravidão.
Resolver colocar-se sob o domínio de Deus ocasiona a maior liberdade. Mas
ainda constitui um domínio, “Não sabeis que daquele a quem vos ofereceis como
servos para obediência, desse mesmo a quem obedeceis sois servos, seja do
pecado para a morte, ou da obediência para a justiça? Mas graças a Deus porque,
outrora escravos do pecado, contudo viestes a obedecer de coração à forma de
doutrina a que fostes entregues; e, uma vez libertados do pecado, fostes feitos
servos da justiça.” Rom. 6:16-18. A questão é se sou um servo do pecado e
de Satanás ou um servo de Jesus. Não há outra escolha, Jesus mesmo só
fez alusão a dois senhores, e não podemos servir a ambos. Sempre servimos
a um deles ou a outro. A cada um de nós compete escolher hoje quem
dominará nossa vida.
Junho 19, segunda-feira Obediência Pela Fé
Dominados, Mas Livres
“Nem ofereçais cada um os membros do seu corpo ao pecado, como
instrumentos de iniquidade; mas oferecei-vos a Deus, como ressurretos dentre
os mortos, e os vossos membros, a Deus, como instrumentos de justiça.”
Romanos 6:13
Um instrumento é algo que é usado e controlado pelo artesão ou pelo
soldado. Um machado nas mãos de um menino de quatro anos de idade não
derrubará uma gigantesca árvore da floresta. Mas um machado nas mãos de
um lenhador experiente derrubará uma árvore dessa natureza. A lei estando
enferma pela carne, jamais será guardada por pessoas separadas de Cristo.
Quando, porém, uma pessoa se torna um instrumento nas mãos de Cristo,
a obediência é possível.
Instrumento é alguma coisa passiva, mas muitos de nós temos receio
da palavra passivo. Talvez alguém pergunte: "Quer dizer que preciso submeter
minha vontade a Deus e ser dominado por Ele, de modo que nem sequer poderei
escolher a cor do papel para forrar as paredes de minha casa, ou a cor de minhas
meias ou de meu vestido?" Bem, eu gostaria de fazer uma outra pergunta:
Que há de assustador neste sentido? Como sabeis, nem sempre somos bem-
sucedidos na escolha do papel para forrar as paredes, e ficaríamos gratos
pela ajuda que recebêssemos! Se, porém, não quereis chegar até esse ponto,
reconhecei pelo menos o seguinte: Dependemos inteiramente do domínio de
Deus para a obediência a Sua lei.
Não precisamos ter medo de que nos tornaremos meros fantoches, de
que perderemos nosso poder de escolha ou nossa individualidade. Se é o
Criador que nos convida a colocar-nos sob o Seu domínio, por que a questão
parece ser tão alarmante? Ele quis criar-nos à Sua imagem, com
individualidade e poder de escolha. A ideia de que fôssemos "livres agentes
morais" originou-se com Ele. Não podemos deixar o resto aos Seus cuidados,
atendendo ao Seu convite para entregar-nos a Sua direção?
Meu filhinho gostava de pular da banqueta do piano e lançar-se em
meus braços. A ideia não procedeu dele e sim, de mim. Coloquei-o sobre e
banqueta e disse: "Pule e eu o pegarei.” Sem a menor hesitação, ele pulou. E
eu peguei. Por quê? Porque ele confiou em mim. Se confio em meu Pai
celestial, e Ele me convida a colocar-me sob a Sua direção., entregando-me
aos Seus cuidados, não estarei seguro em Suas mãos? Confiar nEle constitui
a única espécie da autêntica liberdade.
Junho 20, terça-feira Obediência Pela Fé
Obediência Genuína
“Não sabeis que daquele a quem vos ofereceis como servos para
obediência, desse mesmo a quem obedeceis sois servos, seja do pecado para a
morte ou da obediência para a justiça?” Romanos 6:16
“Toda alma que recusa entregar-se a Deus, acha-se sob o domínio de outro
poder. Não pertence a si mesma. Pode falar de liberdade, mas está na mais abjeta
servidão, ...Enquanto se lisonjeia de seguir os ditames de seu próprio
discernimento, obedece à vontade do príncipe das trevas." —O Desejado de
Todas as Nações, ed. popular, pá g. 450. “A menos que nos entreguemos ao
domínio de Cristo, seremos governados pelo maligno. Temos inevitavelmente de
estar sob o domínio de um ou de outro dos dois grandes poderes em conflito pela
supremacia do mundo."— Idem, pág. 307.
Cada um dos habitantes deste mundo e cada um dos membros da
Igreja está sob o domínio de Deus ou de Satanás. Quando decidimos manter
comunhão com Deus pela fé, isto O habilita a assumir a direção de nossa
vida, e essa direção será ascendente, a despeito de falhas ocasionais. Se
decidirmos não ter comunhão com Deus (e muitos membros de igreja não
mantêm comunhão com Ele), Satanás assumirá a direção de nossa vida, e
essa direção será declinante, apesar de boas ações ocasionais.
O supremo objetivo de Deus a nosso respeito é que Ele não somente
assuma a direção de nossa vida, mas também que continuemos a manter
comunhão com Ele até que possa exercer absoluto domínio sobre nós em
todo o tempo. Deus fará isso por nossa própria escolha, ceremos dominados
pelo Espírito Santo. Não me digam que tal espécie de pessoa será incapaz
de obedecer!
O desígnio do diabo é que permaneçamos afastados da comunhão com
Jesus, de modo que ele possa assumir a direção de nossa vida, até alcançar
seu objetivo a nosso respeito. Seu supremo objetivo é que sejamos
inteiramente dominados por ele. E estar possesso do demônio pode
manifestar-se de outras maneiras além de soltar espuma pela boca e rolar
pelo chão. Os fariseus, no tempo de Cristo, estavam possuídos do mesmo
espírito maligno que o endemoninhado no Templo. Ser possesso do demônio
também pode ocorrer de maneiras refinadas e sofisticadas.
Quando compreendemos nossa condição como pecadores e nos
submetemos à direção de Deus. Ele nos conduz à obediência — à obediência
unicamente pela fé nEle. Ser dominado por Deus é o único caminho para
genuína obediência.
Junho 21, quarta-feira Obediência Pela Fé
Dominados Pelo Espírito
“Com amor eterno eu te amei; por isso, com benignidade te atraí.” Jeremias
31:3
“Quando a alma se rende inteiramente a Cristo, novo poder toma posse do
coração.... Uma alma assim guardada pelos seres celestes, é inexpugnável aos
assaltos de Satanás." — O Desejado de Todas as Nações. ed. popular, pág.
307. Isso parece ser uma boa notícia? Não compreendemos exatamente tudo
quanto se relaciona com o ato de Cristo estar vivendo em nós, dominando-
nos e fazendo o que lhe apraz. Mas podemos ser gratos por essa opção.
Francamente, não fico contente com o que realizo sem a Sua direção. Sou,
porém, muito grato pela vitória, pelo poder e pela obediência que se acham
à nossa disposição quando nos colocamos sob o Seu domínio.
"Na mudança que se opera quando a alma se entrega a Cristo, há o mais
senso de liberdade. ... A única condição em que é possível o libertamento do
homem, é tornar-se ele um com Cristo.” — Idem, pág.450. Como é possível
ser livre e dominado, ao mesmo tempo? O segredo se encontra nesta
palavra-chave: amor. Ser dominado pelo amor leva as pessoas a fazerem o
que não fariam de outro modo — e a gostar disso. E não só gostar, mas
fremir de emoção!
Certa manhã eu estava fazendo a barba, quando minha filhinha de
quatro anos de idade aproximou-se de mim e disse: "Papai, preciso de um
gatinho branco com olhos azuis." Ora, eu não gosto de gatos, nem da maneira
como eles se esfregam na gente sem terem sido convidados. Eles brigam um
com o outro a noite, e não deixam gente dormir. Porém, minha filhinha não
notara ainda quão desagradáveis são esses animais! Perguntei, portanto:
"Onde você colocaria o gatinho branco?" Ela respondeu: "No meu quarto.” Achei
que isso me proporcionava uma saída, e disse: "Você não pode colocar um
gato no seu quarto. Não há lugar para ele da maneira como você mantêm o seu
quarto!” Ela se retirou, e pensei que eu saíra ganhando.
Antes, porém, que eu houvesse acabado de trazer a barba, ela já
estava de volta. Pegou-me pela mão e conduziu-me ao seu quarto. Este
nunca estivera tão bem arrumado. Até hoje ainda não sei o que ela fez em
tão pouco tempo com todas as bugigangas que havia nesse aposento. Mas
seu quarto estava em excelente condição. Numa tentativa final para sair
vitorioso, perguntei: "LuAnn, você arrumou o seu quarto porque deseja ter um
gatinho branco com olhos azuis, ou por que ama a seu papai?” Ela replicou:
"Porque eu desejo ter... porque amo ao meu papai!”. Desde então tem havido
em nossa casa um gatinho branco com olhos azuis! O domínio do amor
estabelece toda a diferença.
Junho 22, quinta-feira Obediência Pela Fé
Como o Pecado se Torna Aborrecível
"agrada-me fazer a tua vontade, ó Deus meu; dentro do meu coração, está a
tua lei.” Salmos 40:8
O programa segundo o qual a maioria de nós temos atuado em nossa
vida cristã, pelo menos durante algum tempo, é o seguinte; Achamos que
sempre amaremos o pecado, mas rangeremos os dentes e nos manteremos
afastados dele porque amamos a Deus. O conceito mais vulgar entre os
círculos cristãos é que ao viver a vida cristã nós evitamos o mal e fazemos o
que é correto porque amamos a Deus. Embora queiramos praticar o que é
errado. "Eu gosto de dançar: sempre gostei, e provavelmente sempre gostarei.
Mas não danço porque amo a Jesus.” “Gosto da carne de porco, a qual sempre
foi um de meus alimentos prediletos. Gostaria de comê-la agora mesmo. Mas
deixei de usá-la, Esta é a cruz que tenho de levar por amor a Jesus." Mão creio
que isto constitui genuína obediência.
"Toda a verdadeira obediência vem do coração. Deste procedia também a
de Cristo. E se consentirmos, Ele por tal forma Se identificará com os nossos
pensamentos e ideais, dirigirá nosso coração e espírito em tanta conformidade
com o Seu querer, que, obedecendo-lhe, não estaremos senão seguindo nossos
próprios impulsos. A vontade, refinada, santificada, encontrará seu mais elevado
deleite em fazer o Seu serviço. Quando conhecermos a Deus como nos é dado o
privilégio de O conhecer, nossa vida será de contínua obediência. Mediante o
apreço do caráter de Cristo, por meio da comunhão com Deus, o pecado se nos
tornará aborrecível." — O Desejado de Todas as Nações, ed. popular, pág.
642.
Não façais grande esforço para obedecer. Concentrai vossa atenção em
conhecer a Deus, e a obediência virá. Não está claro? Contudo, quantos de
nós temos dissipado muito tempo e energia esforçando-nos por obedecer,
em vez de procurar conhecer a Deus!
Compreendemos a atuação da causa e do efeito em muitos outros
aspectos de nossa vida. Até mesmo as crianças sabem que se desejam
crescer, devem alimentar-se devidamente — e não fazer grande esforço para
crescer. Os bons médicos sabem que é essencial descobrir a causa das
doenças, e não meramente tratar dos sintomas. Será que é diferente em
nossa vida espiritual? Deus sabe que se puder apoderar-se de nosso coração,
nossa conduta se modificará de maneira natural e espontânea. Ele sabe que
se puder levar-nos a ver o pecado como Ele o vê e a compreender Seu amor
de tal modo que deixemos nossa felicidade aos Seus cuidados, passaremos
a odiar o pecado como Ele o faz. E se odiarmos o pecado e se ele se tornar
tão repulsivo para nós como era para Jesus, será que a obediência não se
seguirá naturalmente?
Junho 23, sexta-feira Obediência Pela Fé
Altos e Baixos na Vida Cristã
“Filhinhos meus, estas coisas vos escrevo para que não pequeis. Se, todavia,
alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo.” 1 João 2:1
Quando estudamos o assunto do domínio de Deus, deparamos comum
problema prático. Ao estarmos crescendo em nossa vida cristã e em nossa
relação com Cristo, às vezes confiamos nEle e às vezes confiamos em nós
mesmos. Às vezes permitimos que Ele nos dirija; outras vezes nós nos
rebelamos contra Ele e passamos novamente a ser dominados por Satanás.
Embora seja emocionante compreender que é possível estar em determinado
momento, completamente sob o domínio de Deus e desfrutar toda a
obediência e vitória que Ele reservou para nós, cumpre recordar que só nos
prevalecemos dessa oportunidade durante uma parte do tempo.
Lembrai-vos de Pedro. No capítulo 16 de S. Mateus, vemos a atuação
em sua vida desse princípio do domínio durante uma parte do tempo. Jesus
perguntou aos discípulos quem diziam eles que Ele era. Pedro respondeu:
"Tu és o Cristo." Jesus elogiou-o por sua resposta, dizendo-lhe que fora o
Espírito de Deus que revelara isso para ele. Mas, poucos momentos depois,
quando Jesus começou a falar de Seus sofrimentos futuros, Pedro
repreendeu-O, dizendo; "Isso de modo algum Te acontecerá." E Jesus replicou:
"Arreda! Satanás." Obviamente, um momento Pedro esteve sob o domínio de
Deus e no momento seguinte esteve sob o domínio de Satanás. A reflexão
sobre os sofrimentos que iriam ocorrer fez com que desviasse o olhar do
poder de Deus, centralizando em si mesmo; e assim ele caiu,
Marta é outro exemplo. Quando Jesus foi visitá-la após a morte de
Lázaro, ela apresentou-se diante dEle com forte fé, não duvidando de Seu
poder e de Seu amor mesmo em face da morte. Momentos mais tarde,
porém, quando Jesus ordenou que fosse tirada a pedra do sepulcro, os
pensamentos de Marta volveram-se para si mesma, e ela duvidou de Sua
palavra. Parte do tempo dominada por Deus, e parte do tempo dominada por
Satanás.
Este fato é mencionado diversas vezes nas Escrituras. Os discípulos
que estavam "limpos" após o lava-pés, abandonaram a Jesus e fugiram
quando a turba chegou ao Getsêmani. Zacarias, olhando por um momento
para a fraqueza da humanidade, duvidou das palavras do anjo, e não pôde
falar até que ocorreu o nascimento predito pelo mensageiro celestial. Cada
um de nós, hoje em dia, à medida que formos crescendo, poderá
experimentar a mesma coisa. Mas Deus nos conduz o mais depressa possível
à situação em que sejamos dominados por Ele durante toda o tempo.
Junho 24, sábado Obediência Pela Fé
Passivo Pode Ser Ativo
“E que mais direi? Certamente, me faltará o tempo necessário para referir o que
há a respeito de Gideão, de Baraque, de Sansão, de Jefté, de Davi, de Samuel
e dos profetas.” Hebreus 11:32
Ao submeterem-se ao domínio de Deus, alguns receiam que seja
destruída a sua individualidade e personalidade. Têm medo de tornar-se
meros fantoches. Precisamos compreender que só há duas possibilidades
quanto a quem dominará em nossa vida — Deus ou Satanás — e nunca nós
mesmos. E que é mais provável redundar na destruição de nossa
individualidade e liberdade: o domínio de Deus ou o domínio de Satanás?
Deus sabe como preservar a nossa individualidade, mesmo que
sejamos dominados por Ele. Deus mesmo criou essa individualidade. Se já
houve uma pessoa obstinada, essa pessoa foi o apóstolo Paulo. Antes de
aceitar a Cristo, ele era obstinado na defesa de si mesmo e de suas ideias.
Depois de entregar-se ao Salvador, passou a ser obstinado na defesa de
Deus e Sua causa. Antes de ir ter com Jesus, André era calmo e retraído.
Depois de aproximar-se do Mestre, continuou tendo essas mesmas
qualidades, mas estava sempre conduzindo silenciosamente alguém a Jesus,
Tendes receio de ser um instrumento passivo nas mãos de Deus?
Nunca cantastes: “Cristo, bom Mestre, eis meu querer: Tua vontade sempre
cumprir”? É isso mesmo o que queríeis dizer, ou sois perturbados pela palavra
passivo? Não vos esqueçais de quão ativo pode tornar-se quem é passivo!
Aparentemente, Jônatas não estava no seu juízo perfeito quando,
acompanhado por seu escudeiro, escalou uma montanha para exterminar o
exército do inimigo. Mas estava sendo dominado por Deus. Era instrumento
passivo nas mãos do Senhor. E o inimigo teve de fugir. Gideão foi para a
guerra com cântaros e tochas, Ele mandara para case 99 por cento de seu
exército, ficando apenas com um punhado de homens. Eles atacaram, e o
inimigo fugiu. Gideão eslava sendo dominado por Deus.
Moisés conduziu mais de um milhão de pessoas da escravidão no Egito
para a Terra Prometida. Josué, dominado por Deus, dirigiu o povo de Israel
na conquista dessa terra, Paulo viajou de uma cidade para a outra, dando
início a um avivamento ou a um tumulto em todo lugar aonde ia. Quando
somos dominados por Deus seremos muito mais ativos do que antes. Mas
seremos simplesmente instrumentos em Suas mãos. Desejais que Ele tenha
inteiro domínio sobre vós no tempo presente?
Junho 25, domingo Obediência Pela Fé
Obediência— O Fruto da Fé
“Permanecei em mim, e eu permanecerei em vós. Como não pode o ramo
produzir fruto de si mesmo, se não permanecer na videira, assim, nem vós o
podeis dar, se não permanecerdes em mim.” João 15:4
Obediência só pode ocorrer pela fé porque a obediência é o fruto da fé.
A fé sempre constitui o resultado espontâneo de alguma outra coisa. Disse
Jesus; "Permanecei em Mim, e Eu permanecerei em vos. Como não pode o ramo
produzir fruto de si mesmo, se não permanecer na videira; assim nem vos o
podeis dar, se não permanecerdes em Mim. Eu sou a videira, vós os ramos. Quem
permanece em Mim, e Eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem Mim nada podeis
fazer." S, João 15:4 e 5.
S. João 15 é provavelmente uma das passagens mais importantes.
Escritura, a respeito de como ocorra a obediência, ensinando-nos que a
obediência genuína é natural e espontânea. Ela não é forçada. Consideremos
cada uma das frases dessa passagem. "Permanecei em Mim, e Eu permanecerei
em vós." Que significa isso? Estar “em Cristo" ou ter a Cristo "em nós” quer
dizer simplesmente estar em comunhão com Ele. E que significa a palavra
permanecer? Se examinarmos diligentemente o uso dessa palavra na Bíblia,
descobriremos que ela tem o sentido de "ficar". Os dois homens que iam a
Emaús disseram para o Estranho: "Fica conosco, porque é tarde o dia já
declina."
Há duas coisas que são igualmente necessárias na vida cristã. Uma é
ir ter com Jesus em primeiro lugar, e a outra é permanecer nEle. Ir ter com
Ele só será proveitoso se permanecermos nEle; e, obviamente, não podemos
permanecer nEle se primeiro não nos tivermos aproximado de Sua Pessoa.
E como permanecemos nEle? Da mesma maneira como vamos ter com Ele.
É tudo pela fé, e os ingredientes são os métodos de comunicação que
resultam em fé.
Então o capítulo declara que o ramo não pode produzir fruto de si
mesmo, se não permanecer na videira. Quando falamos do fruto, referimo-
nos ao fruto da videira, e não aos frutos dos ramos. Mas Deus não produz
algo separado de nós. Ele produz fruto por meio de nós. Se somos ramas e
procuramos produzir fruto independentemente da videira, não
conseguiremos fruto algum. Nunca esqueçais que o fruto é sempre o fruto
da videira. Deus age por nosso intermédio; Ele não menospreza as nossas
faculdades. Atuando por meio de nós, Ele produz o genuíno fruto da
obediência.
Junho 26, segunda-feira Obediência Pela Fé
Fruto Para Sua Glória
“Nisto é glorificado meu Pai, em que deis muito fruto.” João 15:8
Jesus disse que se permanecermos nEle daremos muito fruto, mas sem
Ele nada podemos fazer, Em que sentido? O contexto da passagem é que
não podemos fazer nada no sentido de produzir fruto. Todos sabemos que
não poderíamos fazer coisa alguma se Deus não mantivesse as batidas de
nosso coração. Mas Ele falava a pessoas cujo coração já estava pulsando. E
disse: Mesmo que vosso coração esteja palpitando, não podeis produzir fruto
independentemente de mim. Não podeis produzir nada.
Se quereis um minicurso sobre salvação unicamente pela fé em Cristo,
há dois textos que resumem tudo isso. S. João 15:5: “Sem Mim nada podeis
fazer.” E Filipenses 4:13: “Tudo posso nAquele que me fortalece.” Juntemos os
dois. Visto que sem Ele nada podemos fazer, e com Ele podemos fazer todas
as coisas, isso constitui a resposta final para a questão do esforço humano.
A única coisa que me compete fazer é ir ter com Ele. E permanecer nEle, isso
é tudo que posso fazer.
É pelo processo de manter comunhão com Cristo que permanecemos
na videira. É assim que vamos ter com Ele a princípio, por meio do estudo
de Sua Palavra e através da oração. E é assim que permanecemos nEle
depois disso. Permanecendo nEle e continuando a manter comunhão com
Ele, produzimos fruto para Sua glória.
Não há nada mais espontâneo do que o fruto. Se lerdes o capítulo sobre
a videira e os ramos no livro O Desejado de Todas as Nações, encontrareis
estas palavras: "O Salvador não ordena aos discípulos que se afanem para
produzir frutos. Diz-lhes que permaneçam nEle.” — Edição popular, pág. 652.
Em que consiste o esforço? Em permanecer nEle. Na página 60, o livro
Caminho a Cristo diz que “a obediência é fruto da fé”. Portanto, se uma delas
é o resultado e a outra é a causa, devemos concentrar nossa atenção na
causa, e nunca no resultado.
É por isso que alguns de nós temos adotado a posição de que a
obediência genuína ê natural. A obediência natural advém como resultado
da comunhão pela fé. Somos transformados pela contemplação. Se
escolhermos deliberadamente passar cada dia algum tempo contemplando a
Cristo, meditando sobre Sua vida e mantendo comunhão com Ele. serão
vistos em nossa vida os frutos do Espírito e os frutos da obediência.
Junho 27, terça-feira Obediência Pela Fé
Somos Verdadeiros Cristãos?
“Porque a boca fala do que está cheio o coração.” Lucas 6:45
Gostaríeis de saber ao certo se sois cristãos ou não? Gostaríeis de saber
ao certo se sois genuínos seguidores de Cristo? "Oh! — dirá alguém — a prova
está em levar uma boa vida.” Não, isso não constitui uma prova. Há muitas
pessoas que levam uma boa vida separadas de Jesus. São obedientes
exteriormente e parecem ser pessoas de boa moralidade. Há boas pessoas
dessa natureza que nos dariam a camisa com que estão vestidas, ao mesmo
tempo que amaldiçoam a Deus. Estais cientes deste fato. A moralidade pode
provir de toda sorte de maus motivos. Podemos adotar uma boa conduta
porque desejamos que os outros tenham uma boa impressão a nosso
respeito, porque não queremos ser presos ou mesmo porque temos muito
medo de proceder de outro modo!
Assim, como podemos saber se realmente somos cristãos? O livro
Cominho a Cristo apresenta duas provas. Sobre quem gostamos de
conversar? E sobre quem gostamos de pensar? [Ver pág. 57.J Se
frequentemente pensamos em Jesus e sentimos o desejo de conversar sobre
Ele, isto é provavelmente o que mais se assemelha a uma prova de que
somos ou não cristãos genuínos.
Os crentes primitivos foram chamados "cristãos” porque Cristo
constituía o principal assunto de suas conversações. Cristo fez isto. Cristo
disse aquilo. Cristo efetuou tais e tais coisas. E assim os ouvintes acabaram
declarando: "Poderíamos muito bem chamá-los cristãos." Como serieis
chamados se as pessoas escolhessem vosso nome com base naquilo sobre
que mais costumais conversar? Se sois cristãos, gostareis de pensar em
Jesus e conversar sobre Ele.
Concentrando a atenção em Jesus dia a dia, e continuando a meditar
em Seu amor e misericórdia e a compreender melhor o sacrifício que Ele
efetuou vivendo e morrendo por nós, seremos transformados. Quando Jesus
Se torna o centro de nossa vida, isto será evidenciado por nossa
conversação. Nossos pensamentos centralizar-se-ão nEle, E nossa conduta
será cada vez mais genuinamente obediente, como resultado de ver o que
Jesus fez por nós e quão grande é Seu amor. É demorando-nos na
contemplação de Jesus e Seu amor que somos transformados.
Se estou tendo dificuldade com a obediência, ainda não olhei
suficientemente para a cruz e o amor de Jesus de maneira a compreender
que sou aceito assim como estou. Quando compreendo devidamente que
Deus me aceita por causa de Jesus, isto me enternece o coração e transforma
a vida, produzindo obediência genuína.
Junho 28, quarta-feira Obediência Pela Fé
Obediência — a Derradeira e Grande Questão
“Aquele que diz: Eu o conheço e não guarda os seus mandamentos é mentiroso,
e nele não está a verdade.” 1 João 2:4
Jesus é o maior exemplo de obediência que temos, e realizou tudo isso
pela fé, mediante a confiança em Seu Pai, e também nos convida agora a
confiar nEle e em Seu Pai. O exemplo de Jesus é a maior razão para
compreendermos que a obediência ocorre unicamente pela fé. Ele nunca foi
nosso exemplo na justificação. Ele nunca precisou de justificação. Mas foi
nosso exemplo na santificação ou em viver a vida cristã, pois toda a Sua vida
se caracterizou pela fé em outro poder, e não no Seu próprio poder.
No início do grande conflito, Satanás declarou que a lei de Deus não
podia ser obedecida. Esta tem sido a sua acusação em todo o tempo. Ele
também asseverou que se a lei fosse transgredida, seria impossível que o
pecador obtivesse perdão. Por favor, não olvideis quem é que diz não ser
possível obedecer à lei de Deus. Quando o homem transgrediu a lei de Deus,
Satanás exultou, mas, por Sua vida e morte, Jesus demonstrou que a justiça
de Deus não destruiu Sua misericórdia. Demonstrou também que o pecado
podia ser perdoado e que era possível obedecer perfeitamente à lei. “Foi
porque a lei é imutável, porque o homem só se pode salvar mediante a obediência
a seus preceitos, que Jesus foi erguido na cruz. Todavia, os próprios meios porque
Cristo estabeleceu a lei [Justificação], foram apresentados por Satanás como
destruindo-a. A esse respeito sobrevirá o derradeiro conflito da grande luta ente
Cristo e Satanás."— O Desejado de Todas as Nações, ed. popular, pá g. 733.
Até há paladinos da cruz em nossa Igreja, hoje em dia, os quais afirmam
que não podemos obedecer à lei de Deus.
Até o fim do tempo, obediência ou desobediência é a questão a ser
decidida pelo mundo todo. Esta é, portanto, uma questão de suma
importância. E é autenticamente “adventista". Se não continuarmos a
compreender por que somos adventistas do sétimo dia, iremos fracassar no
fim.
Jesus veio para morrer por nós; também veio para dar-nos um
exemplo de como devemos viver. Disse Ele; "O Pai que permanece em Mim,
faz as Suas obras." S. João 14: 10. Jesus era tão submisso à vontade de Seu
Pai que unicamente o Pai aparecia em Sua vida. Embora fosse Deus. Jesus
viveu como homem pela confiança em Seu Pai. Por Seu exemplo, vemos que
podemos levar a mesma vida de obediência, pela confiança nEle.
Junho 29, quinta-feira Obediência Pela Fé
Poder do Alto
“Eu neles, e tu em mim, a fim de que sejam aperfeiçoados na unidade, para que
o mundo conheça que tu me enviaste e os amaste, como também amaste a
mim.” João 17:23
Uma das mais belas verdades em todo o assunto da salvação pela fé é
que Jesus não somente veio morrer por nós, mas também mostrarmos como
viver, pela confiança no poder que está acima de nós, e não no poder que
está dentro de nós. Disse Jesus em S. João 5:30: “Eu nada posso fazer de Mim
mesmo.”
Quase constitui uma comédia que, enquanto Jesus, o qual tinha poder
dentro de Si, que poderia haver usado, dependia constantemente do poder
acima dEle e nunca usou o poder que havia dentro dEle, nós, que não temos
poder em nosso Íntimo para produzir algo sob o aspecto de obediência ou
justiça, procuramos constantemente confiar no poder que não possuímos!
Jesus, que era Deus, viveu como homem, pela confiança em Deus. E nós que
somos homens procuramos viver como Deus. Isto simplesmente não pode
ser realizado, e constitui uma das razões mais convincentes de que a
obediência só pode ocorrer pela fé.
Jesus não somente demonstrou que a lei de Deus pode ser observada,
mas tomou providências para que cada um de nós possa guardá-la se
confiarmos em Deus como Ele o fez. Jesus não teve mais vantagens do que
nós [O Desejado, pág. 105), "Nem por um pensamento cedia à tentação. O
mesmo se pode dar conosco." — Idem. pág. 109. Podemos obedecer como Ele
o fez (idem pág. 290). Podemos vencer como Jesus venceu (O Maior Discursa
de Cristo, pág. 17). Por meio da graça, a lei de Deus pode ser perfeitamente
obedecida por todo filho e filha de Adão (idem. pág. 49). A vida de Jesus em
vós produzirá o mesmo que nEle (Idem, pág. 73], Satanás afirmou que ao
homem é impossível obedecer aos mandamentos de Deu. É verdade que por
nossa própria força não lhes podemos obedecer. Mas Cristo, em forma
humana, por Sua obediência perfeita, demonstrou que por Seu intermédio
podemos obedecer a cada um dos preceitos de Deus (Parábolas de Jesus.
pág. 314).
A obediência é possível. A obediência é necessária. A obediência é
importante. Se confiarmos em Jesus como Ele confiou em Seu Pai, Ele
habitará em nós, e a obediência ocorrerá de modo natural e espontâneo. "A
vida que Cristo viveu neste mundo podem também viver os homens e mulheres,
por meio do Seu poder e sob Suas instruções. " Test. Seletos, vol. 3. pág., 291.
Junho 30, sexta-feira Obediência Pela Fé
As Boa Novas da Obediência Pela Fé
“Eleitos, segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a
obediência e a aspersão do sangue de Jesus Cristo.” 1 Pedro 1:2
A verdade nunca deve ser julgada por nossa experiência. Se os irmãos
Wright houvessem feito isso, teriam continuado a fabricar bicicletas. Mas eles
disseram que havia algo possível que ainda não tinham visto. E hoje temos
o Boeing 747, cujo comprimento interno é maior do que a distância
percorrida no primeiro voo dos irmãos Wright.
O fato de que a obediência é possível e necessária, e de que ela
constitui o alvo de Deus para cada um de nós, não deve ser deprimente.
Talvez estejais cientes, como eu também, de que não obedecemos
perfeitamente em todo o tempo. Mas, quer caiamos e fracassemos, quer não,
isso nada tem que ver com o falo e a realidade de que Deus tem poder para
livrar-nos de pecar.
A obediência é possível; porém unicamente pela fé. Isto é verdade
porque a fé não é apenas aquiescência mental, mas confiança baseada na
comunhão com alguém que é fidedigno. É verdade por causa de nossa
natureza como pecadores, e porque separados de Jesus não temos justiça.
Se nos tornamos participantes de Sua justiça pela ligação com Ele. A
obediência é unicamente pela fé devido à natureza da entrega. Quando
reconhecemos nosso desamparo como pecadores, nossa única opção é
sujeitar-nos ao domínio de Deus. A obediência é unicamente pela fé devido
ao fato de que enquanto não nos sujeitamos ao domínio de Deus estamos
sendo dominados por Satanás. Não há um terreno intermediário em que
governamos nossa própria vida. Ou estamos sob o domínio de Deus ou sob
o domínio do inimigo. A obediência é unicamente pela fé porque ela é fruto
da fé, e o fruto é sempre espontâneo e sempre constitui o resultado de
alguma outra coisa. O fruto jamais é obtido pelo esforço em produzi-lo. O
fruiu surge de estar unido à videira. E, finalmente, a obediência é unicamente
pela fé devido ao exemplo de Jesus. Se confiarmos nEle assim como Elo
confiou em Seu Pai.
A obediência que se manifestou em Sua vida também será vista em
nossa vida. A obediência não é a causa de nossa salvação, embora seja uma
condição. Ela é o resultado da salvação. Contemplando diariamente o amor
de Jesus, somos transformados à Sua imagem. A obra que Ele começou om
nossa vida será levada avante se continuarmos a confiar nEle. (Ver Filip,
1:6.)
Julho 1, sábado A Vontade
Salvação e Nossa Vontade
“Assim, pois, não depende de quem quer ou de quem corre, mas de usar Deus a
sua misericórdia.” Romanos 9:16
Um dos principais aspectos na compreensão de como levar uma vida
cristã é aprender como a vontade atua na santificação. Há muito tempo, mas
foi declarado que estaríamos em constante perigo até compreendermos a
correta ação de nossa vontade na vida cristã, e que mediante a devida
compreensão da vontade poderia haver uma transformação completa em
nossa vida. (Mensagens aos Jovens, pág. 151 e Caminho a Cristo, pág. 48.
Tudo isso tem que ver com a questão de que a santificação é
unicamente pela fé, ou se é pela fé mais as obras. O assunto do poder divino
e do esforço humano ainda está à espera do nosso meticuloso estudo. É
possível que muitas pessoas apegadas as “obras” aceitem a ideia de que a
justificação é unicamente pela fé, mas achem difícil abandonara ideia de que
podemos fazer alguma coisa para salvar-nos no processo da santificação.
Alguns consideram perigoso renunciar à ideia de que o método de viver a
vida cristã é pela fé mais as abras. “A mensagem do terceiro anjo não será
compreendida, a luz que iluminará a Terra com a sua glória será chamada falsa
luz pelos que recusam andar em sua glória progressivo... Na manifestação desse
puder que ilumina a Terra com a glória de Deus, eles só verão algo que em sua
cegueira pensam ser perigoso, algo que despertará seus temores, e eles
concentrarão suas energias em opor-se a ela." — Ellen G. White, Bible Training
School, maio de 1907.
O problema é que se não soubermos usar convenientemente à
vontade, nós a usaremos inadequadamente. É nisto que consiste o perigo.
Se empregarmos nosso esforço e nossa força de vontade naquilo que nos é
impossível fazer, acabaremos sendo derrotados. Se não compreendemos
devidamente como nossa vontade e esforço humano atuam na vida cristã, o
diabo terá um meio para desalentar-nos e prejudicar toda a nossa relação
com Deus. Perderemos a segurança que desfrutamos quando aceitamos a
Cristo pela primeira vez, pois não saberemos como manter essa segurança
desviando constantemente a atenção de nós mesmos e centralizando-a em
Jesus. Genuína fé e confiança em Seus méritos é nossa única esperança no
começo e no decorrer de toda a vida cristã.
Julho 2, domingo A Vontade
O Uso de Nossa Vontade
“Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum,
pois o querer o bem está em mim; não, porém, o efetuá-lo.” Romanos 7:18
A questão da vontade e de como a nossa vontade e a nossa força de
vontade atuam na vida cristã é uma questão vital, os dois textos principais
sobre o assunto da vontade, escritos por Paulo, são Romanos 7:18 o
Filipenses 2:12 e 13. Romanos 7 fala a respeito da frustração do cristão
convertido que ainda não aprendeu a confiar no poder de Deus e procura
confiar em sua própria força. A palavra predominante nessa passagem é
“fazer” ou ‘'efetuar”. Ele não consegue fazer o que deseja efetuar. E o que não
quer fazer, isso ele faz. E na segunda parte do verso 18, o apóstolo declara
o seguinte: "Pois o querer o bem está em mim; não, porém, o efetuá-lo.” A
pessoa cuja ênfase é fazer o que é correto não conseguirá efetuá-lo.
Em Filipenses 2:12 e t:j nos é declarado: “Desenvolvei a vossa salvação
com temor e tremor; porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o
realizar, segundo a Sua boa vontade.” É Deus quem efetua tanto o querer como
o realizar no tocante ao desempenho na vida do cristão. Deus não efetua
tanto o querer como o realizar na vida do cristão com referência ao ato de
buscar manter comunhão com Ele pela fé. Percebestes a diferença? Não é
Deus quem efetuar o querer e o realizar no combate da fé. Mas, é Deus quem
efetua o querer e o realizar na luta contra o pecado. Ele prometeu combater
o pecado e o diabo para nós, se Lho consentirmos. (II Corindos 10:4 e 5.) E
a maneira como consentimos que Deus o faça é efetuando o querer e o
realizar no âmbito da relação e comunhão com Ele, que Deus jamais pode
efetuar por nós.
Há uma parte na vida cristã, tanto no começo como em sua
continuação, na qual temos de realizar alguma coisa. Reconhecidamente, a
fé provém da iniciativa de Deus em tudo o tempo. Mas, ainda há um ponto
em que precisamos decidir corresponder a Sua iniciativa. E, o devido uso da
vontade consiste em decidir atender a batida de Deus à porta de nosso
coração, para que tenhamos comunhão com Ele. Se tomarmos e
continuarmos tomando essa decisão. Deus demonstrará cada vez mais em
nossa vida, até ser dia perfeito, que Ele pode efetuar o querer e o realizar
por nosso intermédio, no tocante ao combate ao pecado.
Julho 3, segunda-feira A Vontade
A Simplicidade do Evangelho
“Pois está escrito: Destruirei a sabedoria dos sábios e aniquilarei a inteligência dos
instruídos.” 1 Coríntios 1:19
“Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios, e
escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar os fortes; e Deus escolheu
as coisas humildes do mundo, e as desprezadas, e aquelas que não são, para
reduzir a nada as que são; a fim de que ninguém se vanglorie na presença de
Deus. Mas vós sois dEle, em Cristo Jesus, o qual Se nos tornou da parte de Deus
sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção, para que, como está escrito;
Aquele que se gloria, glorie-se no Senhor.” I Cor, 1:27-31.
Hoje estou contente porque nos é prometido sabedoria, pois a
simplicidade do evangelho é um assunto difícil de compreender. Uma das
razões de ser tão difícil compreendê-lo é porque ele é tão simples. Por muito
tempo temos aguardado algo que seja profundo e teológico, quando a
verdade é bem simples. E Deus às vezes precisa ajudar-nos a compreender
quão simples ela é realmente.
Tivemos um professor no colégio que costumava dizer-nos que "a
grande arte oculta a arte.” Ele precisou dar-nos uma explicação. O professor
disse que muitas coisas profundas são profundas em sua simplicidade. À
primeira vista, aquilo que realmente é grande pode ser tão discreto que não
parece ser grande.
Sou grato porque Jesus é nossa sabedoria. Por favor, notai que não
existe semelhante coisa como sabedoria independente de Jesus. Não
recebemos sabedoria como uma entidade separada. A sabedoria está em
Jesus. Ele Se nos tornou sabedoria.
Jesus veio a este mundo confiando na sabedoria de Seu Pai. Deus era
Sua sabedoria. A sabedoria demonstrada em Sua vida provinha de Seu Pai.
Essa mesma sabedoria está à nossa disposição hoje em dia, mediante a
ligação com Jesus. É sabedoria que nos habilita a compreender em sua
inteireza o assunto da salvação pela fé em Jesus. É difícil, porque há alguma
coisa na mente humana que se opõe à ideia de que de maneira alguma
podemos salvar-nos por nós mesmos. Na realidade, tudo que podemos fazer
é ir ter com Jesus assim como estamos e continuar indo a Ele dia a dia, a fim
de prolongar a experiência da salvação. Há sabedoria do alto para ajudar-
nos a compreender e aceitar a singeleza do evangelho.
Julho 4, terça-feira A Vontade
Jesus é Nossa Sabedoria
“Se, porém, algum de vós necessita de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá
liberalmente e nada lhes impropera; e ser-lhe-á concedida.” Tiago 1:5

Se quereis saber a diferença entre o cristianismo e as religiões pagãs,


não precisais comprar um livro sobre religiões mundiais, nem fazer um curso
sobre este assunto. Só tendes de considerar um fator. As religiões pagãs se
baseiam no conceito de que o homem, de algum modo, pode salvar-se a si
mesmo. Unicamente a religião cristã declara que a humanidade necessita de
um Salvador e que os seres humanos não são capazes de salvar-se por si
mesmos. Mas precisamos de sabedoria do alto para compreender este fato
e aceitá-lo.
Coríntios 1:30 declara que Jesus é nossa sabedoria. Alguns afirmam
que esta passagem se refere à obra imputada por Cristo, e não à obra
comunicada por Ele. A diferença entre esses dois termos está bem clara em
vossa mente? Talvez isto ajude a gravá-la na memória: A primeira palavra
tem que ver com o que é creditado em nossa conta no Céu. A outra tem que
ver com o que se torna um suporte de nossa vida. A sabedoria prometida
por Deus se refere a algo imputado ou creditado em nossa conta? Isto não
teria muito valor, não é mesmo? Nosso texto para hoje declara o seguinte;
"Se... alguém necessita de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente,
... e ser-lhe-á concedida.”
Isto é um ponto importante devido aos três outros dons mencionados
em Coríntios. Cristo Jesus "Se nos tornou, ... sabedoria, e justiça, e santificação,
e redenção." Eles também não são simplesmente creditados em nossa conta.
Abrangem igualmente a obra de Deus em nós. Assim como a sabedoria nos
advém de Cristo, isso é também o que acontece com a justiça, a santificação
e a redenção.
Jesus é nossa sabedoria, para compreendermos os grandiosos
aspectos da salvação, da justiça (ou justificação), da santificação e da
redenção, o que abrange todo o âmbito da salvação, incluindo a glorificação
quando Jesus voltar. A justificação é experimentada quando vamos ter com
Jesus em primeiro lugar; a santificação é experimentada quando
permanecemos com Jesus; e a glorificação ocorrerá ao ascendermos com
Jesus quando Ele vier outra vez. Todas as três são abrangidas pela salvação,
e todas constituem dons de Jesus, ao continuarmos a manter comunhão com
Ele pela fé.
Julho 5, quarta-feira A Vontade
Nenhuma Condenação
“Porquanto Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo,
mas para que o mundo fosse salvo por ele.” João 3:17
A justificação, que abrange a libertação da culpa de nossos pecados no
passado, nos prepara para a santificação, a qual abrange a libertação
definitiva do ato de pecar no presente. Se não compreendeis devidamente a
justificação, também ficareis confusos acerca da santificação. A fim de
aceitar o poder de Deus para nossos pecados no presente, precisamos
compreender que Ele não nos condena por nossos pecados no passado.
Quando vamos ter com Ele em busca de justificação, Deus não somente nos
perdoa, mas ficamos diante dEle como se nunca houvéssemos pecado. É
essa libertação da culpa e da condenação que possibilita a experiência do
crescimento e da vitória em nossa vida, que resultam de saber que estamos
em paz com Deus.
O primeiro parágrafo da página 49 do livro Caminho a Cristo fala a
respeito de uma vida fracassada e desalentada. Declara então o seguinte:
“Paz, eis vossa necessidade." Tendes pensado que para ter paz precisais
endireitar primeiro a vossa vida e alcançar a vitória sobre os vossos pecados?
É a paz com Deus que nos concede poder para que seja transformada a nossa
vida. A paz não provém da vitória; é a vitória que provém da paz. É o
sentimento de que somos rejeitados que nos conserva em nossos pecados e
faltas. A amorosa aceitação prepara o caminho para o crescimento.
Satanás muitas vezes tem triunfado fazendo com que as pessoas
religiosas creiam que quando elas caem ou erram, estão condenadas, Mas
Romanos 8 diz que "é Deus quem os justifica. Quem os condenará?” Sabeis
quem é que condena. É Satanás! S. João 3:16 é um texto muito conhecido.
Mas aprendestes também o verso 17? "Deus enviou o Seu Filho ao mundo, não
para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por Ele.”
Já ouvistes discussões sobre o que é mais importante: a justificação
ou a santificação? Desejo lembrar-vos que essa questão é insensata. A
santificação precisa estar firmemente baseada na justificação. Ambas são
importantes! É o mesmo que perguntar: Que é mais importante; casar-se ou
permanecer casado? Ambas são importantes! São importantes por motivos
diferentes, mas as duas são importantes. Tanto o que Deus fez por nós como
o que Ele quer fazer em nós constitui uma boa-nova. Ambas essas coisas são
abrangidas pela salvação.
Julho 6, quinta-feira A Vontade
Tudo que Podemos Fazer
“Porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a
sua boa vontade.” Filipenses 2:13
Uma das probantes questões que têm frustrado os cristãos no decorrer
dos anos é a de como a vontade atua após a conversão. Tem havido debates
e perguntas a respeito da vontade, mas a maioria das considerações têm
versado sobre o uso da vontade antes da conversão; se o homem é livre
para ser salvo, ou não. Muito pouco se tem falado sobre o uso da vontade
após a conversão. Há, porém, diversas declarações clássicas sobre o
assunto, por parle da inspiração.
Que podemos fazer em toda essa questão de nossa salvação do
pecado? Lemos em Mensagens Escolhidas, livro 1. pág., 381: "Que homem
algum apresente a ideia de que o homem pouco ou nada tem que fazer na grande
obra de vencer; pois Deus nada faz para o homem sem a sua cooperação. Nem
digais que, depois de haverdes feito tudo que de vossa parte seja possível. Jesus
vos ajudará. Disse Cristo: 'Sem Mim nada podeis fazer.'" E na página 343: “Tudo
que o homem pode fazer no sentido de sua salvação, é aceitar o convite: Quem
quiser, tome de graça da água da vida." Portanto, deixemos a questão bem
assentada: Há algo que temos de fazer, e é tomar de graça da água da vida.
Isso, porém, é alguma coisa intangível. Onde está a água da vida? A
mesma autora define o assunto no livro O Maior Discurso de Cristo, pág.
113: “Nessa comunhão com Cristo, mediante a oração e o estudo das grandes e
preciosas verdades de Sua Palavra, seremos alimentados, como almas que têm
fome; como os que têm sede, seremos saciados na fonte da vida.” Como
participamos, portanto, da água da vida? Pela comunhão com Cristo,
mediante a oração e o estudo de Sua Palavra.
Um de nossos problemas ao procurar viver a vida cristã é que
muitas vezes nos esforçamos com dificuldade por fazer o que Deus disse que
não podemos efetuar: lutar contra o pecado e o diabo. E não nos esforçamos
por fazer o que Ele nos convidou a efetuar; buscar a comunhão com Ele, isto
não significa que as obras não são importantes. Estamos falando a respeito
do método. E o método de conhecer os dons de Deus é unicamente pela fé.
Quando concentramos nosso esforço em ir a Jesus e continuar indo a Ele,
Jesus cumprirá Sua promessa de efetuar em nós tanto o querer como o
realizar, segundo a Sua bua vontade.
Julho 7, sexta-feira A Vontade
Combatendo Corretamente
“Fariseu cego, limpa primeiro o interior do copo, para que também o seu exterior
fique limpo!” Mateus 23:26

Quando o diabo vem tentar-nos, ele não bate à porta e diz; “Bom
dia. Sou o diabo, e hoje vim tentar-vos." Ele sabe que assim seria frustrado o
seu desígnio, pois nós iríamos dizer:” Já ouvimos falar a seu respeito", e lhe
bateríamos a porta na cara!
Portanto, ele se aproxima de nós por meio de nossas fraquezas, de
nossos problemas e de nossos pecados. O diabo é mais forte do que
nós. Também é mais sagaz do que nós, e sabe que a melhor maneira
de tentar-nos é fazer com que concentremos a atenção em nossas faltas
e debilidades, procurando vencê-las, em vez de olhar para Jesus e confiar
em Sua força. Há uma grande diferença entre o combate da fé, que a Bíblia
nos convida a combater, e a luta contra o pecado. Se procuramos lutar contra
o pecado e o diabo em nossa própria força, sempre perderemos a batalha.
Jesus instruiu os fariseus acerca daquilo em que deveriam aplicar o seu
esforça. Disse-lhes que se limpassem o interior, o exterior também ficaria
limpo. Esta é uma das mais importantes verdades para compreender como
levar a vida cristã, e essencial que saibamos no que devemos aplicar o nosso
esforço humano, e onde esse esforço é tolamente inútil. É-nos declarado que
se combatermos o combate da fé com toda a nossa força de vontade,
seremos vitoriosos. [Testimonies, vol. 5, pág. 513| Que é o combate da fé?
é a vida da comunhão com Deus, o esforço para reservar algum tempo,
diariamente, com a finalidade de travar e conhecimento com o Senhor Jesus.
Esse combate da fé é o único combate para o cristão mencionado na Bíblia.
Ao dirigirmos nossas energias e esforços nesse sentido, Jesus combaterá o
pecado e o diabo por nós, segundo prometeu fazer. "O mesmo Deus da paz
vos santifique em tudo; e o vosso espírito, alma e corpo, sejam conservados
integras e irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo. Fiel é o que vos
chama, o qual também o fará.” I Tess. 5:23 e 24.
“O homem não pode salvar-se a si mesmo, mas o Filho de Deus trava suas
batalhas para ele, e o coloca numa posição vantajosa, concedendo-lhe Seus
atributas divinos... E, aceitando a justiça de Cristo, ele é participante da natureza
divina. Pode guardar os mandamentos de Deus e viver." — Review and Herald,
2 de agosto de 1898.
Julho 8, sábado A Vontade
Boa Escolha, Mau Desempenho
“Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço.”
Romanos 7:19
Suponhamos que eu resolva ser um grande cantor. Alugo, portanto,
um salão de concertos e anúncio em todos os jornais: “Vinde ouvir o concerto."
Eu fiz a escolha correta. Desejo cantar como um grande artista. Não há nada
de errado nessa escolha. E uma multidão de pessoas vem ouvir-me. Chega
a hora de começar o concerto. Dirijo-me para a plataforma, e o piano faz a
introdução. Abro a boca. O querer estar em mim, mas agora tenho de
desempenhar a minha parte. E não sei como fazê-lo! Minha voz se torna
estridente e dissonante, e desaparece gradualmente. Em meio das
gargalhadas e das vaias do público, acabo me retirando do palco. Resolvi ser
um grande cantor, mas não posso alcançá-lo.
Suponhamos agora que eu resolva levar uma vida cristã. Não há nada
de errado com essa escolha. Observo para ver como isto se dá, e então me
esforço neste sentido. Mas, embora eu tenha feito a escolha acertada,
fracasso completamente no desempenho. Paulo descobriu a mesma coisa.
Até mesmo esse apóstolo, com seu extraordinário intelecto e sendo
aparentemente uma pessoa muito forte, descobriu a fraqueza existente em
seu íntimo. Ele sabia fazer escolhas acertadas, mas depois não conseguia
cumpri-las. Ele fala sobre isso em Romanos 7. Bem no meio de sua
frustração, expressa por todas aquelas negativas, encontramos este verso:
“Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum:
pois o querer o bem está em mim: não, porém, o efetuá-lo.” Verso 18.
Quando eu decido que irei fazer o que é correio, guardar os
mandamentos de Deus e ser obediente a Ele, estou tomando a decisão
acertada, Mas, se procuro combater o pecado e o diabo por mim mesmo,
jamais serei bem-sucedido, porque o problema do pecado está no íntimo, e
mesmo as pessoas fortes só podem controlar as exterioridades.
A fim de ter a devida compreensão de como devemos usar a nossa
vontade (nosso poder de escolha) e nossa força de vontade (nosso poder
para efetuar o que resolvemos fazer), precisamos compreender o papel do
esforço humano em viver a vida cristã. Deus jamais prometeu buscar a Si
mesmo por nós. Ele nunca prometeu estudar a Bíblia, orar e testemunhar
em nosso lugar. Mas Ele prometeu combater a Satanás por nós (Romanos
8:37). Ao envidarmos nosso esforço para conhecê-Lo, Ele nos dará a vitória.
Julho 9, domingo A Vontade
Quando Todas as Coisas se Tornam Novas
“E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já
passaram; eis que se fizeram novas.” 2 Coríntios 5:17
Esta passagem não diz que algumas coisas hão de tornar-se novas e,
sim, que todos elas se fizeram novas. Já se perguntou quando isto
acontecerá em vossa vida? Muitos jovens esperavam que logo que se
convertessem pela primeira vez tudo passasse a ser diferente, e que não
mais teriam problemas ou fracassos desse ponto em diante; se acaso os
tivessem, provavelmente não estavam convertidos. Isto tem desalentado a
muitas pessoas.
Precisamos compreender que o novo coração que nos é prometido
conduz a uma nova vida. (Caminho a Cristo, pág. 18.) A Bíblia está repleta
de casos de pessoas que demonstram o fato de que quando alguém nasce
de novo, ainda há uma trajetória a ser percorrida e uma batalha a ser
travada. As pessoas piedosas não deixam o seu procedimento pecaminoso
nem se tornam santas da noite para o dia. Alguns ficam irritados e dizem
que se falarmos assim abriremos a porta para a licenciosidade. Enfrentemos,
porém, a realidade. É porque não enfrentamos a realidade que há tantas
pessoas desalentadas. Os discípulos contenderam e debateram por três anos
a respeito de quem seria o maior. Eles sabiam que não estavam agindo
corretamente. Em sua última viagem a Jerusalém, quando os samaritanos
se recusaram a dar-lhes hospedagem, eles quiseram mandar descer Fogo do
céu. Mas Jesus não procurou começar tudo de novo com doze discípulos
completamente novos. Ele deu margem a cristãos em formação e
crescimento.
Demos margem ao crescimento, mas não deixemos todas as vitórias
que Deus almeja conceder-nos para bem perto da morte ou para quando
formos trasladados. II Coríntios 5:17 não se destina apenas para o fim da
jornada.
A verdade é que em qualquer ocasião na qual confiamos no poder de
Deus, e não em nossa própria forca, podemos ter completa vitória ou todas
as coisas podem tornasse novas agora mesmo. E todas as vezes que
confiarmos em nossa própria força, iremos fracassar. Como cristãos em
crescimento, oscilamos entre a confiança em Seu poder e a confiança em
nosso próprio poder. Essa é a penosa oscilação que todos nós
experimentamos. No entanto, o cristão em crescimento e mesmo o cristão
recém-nascido pode alcançar a vitória no sentido mais completo, enquanto
confiar no puder de Deus para obediência. E quando ele confia em seu
próprio poder que lhe sobrevém a derrota.
Julho 10, segunda-feira A Vontade
Enquanto
“Todo aquele que permanece nele não vive pecando.” 1 João 3:6
Ao estarmos crescendo em nossa vida cristã, em todo o tempo que
confiarmos inteiramente no poder de Deus e não em nosso próprio poder,
alcançaremos a vitória. Em qualquer ocasião que confiarmos em nosso
próprio poder, cairemos e fracassaremos. Não há um meio termo. Ou somos
100% submissos, ou somos 0% submissos. A vitória durante certa parte do
tempo e a derrota noutra parte do tempo não são atribuíveis a entrega
parcial, e, sim, à entrega de 100% apenas durante parte do tempo.
É isso que 1 S. João 3:6 está dizendo: "Todo aquele que permanece nEle
não vive pecando." Enquanto permanecermos nEle seremos novas criaturas,
enquanto estivermos na condição de inabalável confiança em Seu poder, não
cometeremos pecado. A fim de que o inimigo nos conduza à derrota ou ao
fracasso, ele terá em primeiro lugar de fazer com que percamos a inabalável
confiança em Deus.
A página 62 de Caminho a Cristo descreve em primeiro lugar a
experiência da justificação. “Se vos entregardes a Ele e O aceitardes como vosso
Salvador, sereis então, por pecaminosa que tenha sido vossa vida, considerados
justos por Sua causa. O caráter de Cristo substituirá o vosso caráter, e sereis
aceitos diante de Deus exatamente como se não houvésseis pecado.” isto é
justificação. Lemos então o seguinte: "E ainda mais ...” (Quer dizer que existe
algo mais do que a justificação? Sim?) "E ainda mais, Cristo mudará o coração.
Nele habitará, pela fé. Pela fé e continua submissão de vossa vontade a Cristo,
deveis manter essa ligação com Ele: e enquanto isso fizerdes, Ele operará em vós
o querer e o efetuar, segundo o Seu consentimento.” Enquanto! — uma palavra-
chave. Não olvideis este vocábulo! "Enquanto isso fizerdes. Ele operará em vós
o querer e o efetuar, segundo o Seu consentimento, ... Assim, operando Cristo
em vós, manifestareis o mesmo espírito e praticareis as mesmas obras — obras
de justiça e obediência.”
Essa obediência e vitória para o cristão não está reservada apenas para
bem pouco antes de sua morte ou trasladação. É disponível na primeira
semana após o novo nascimento. Desviando o olhar de nosso próprio
desempenho e centralizando-o em Cristo, alcancemos a vitória: e
continuaremos a ser vitoriosos enquanto permanecermos confiantes em Seu
poder.
Julho 11, segunda-feira A Vontade
Vitória Espontânea
“Teu, Senhor, é o poder, a grandeza, a honra, a vitória e a majestade.” 1
Crônicas 29:11
Enquanto mantivermos a relação de inabalável confiança no poder de
Deus, o pecado não terá domínio sobre nós. A experiência de sermos às
vezes derrotados e às vezes vitoriosos se deve ao fato de que ainda não
confiamos no poder de Deus em todo o tempo. Estamos penosamente cientes
das questões em que caímos e fracassamos, e somos dominados pelo
inimigo. Pendemos a ficar preocupados com o momento em que perdemos a
calma durante o dia, e chegamos à conclusão o de que não obtivemos vitória
alguma.
O Desejado de Todas as Nações, à página 642, nos diz que "quando
conhecermos a Deus como nos é dado o privilégio de O conhecer, nossa vida será
de contínua obediência.” O pecado nos será detestável. Dar-se-á o caso de
que quando estamos na íntima relação de conhecer a Deus e confiar nEle,
nem sequer notemos algumas de nossas vitórias pelo fato de ocorrerem
naturalmente? Se há vitória e obediência na vida cristã que é natural e
espontânea, então grande parte dela pode ocorrer sem que a notemos de
modo especial. Por quê? Porque quando ocorrem essas vitórias nossa
atenção está centralizaria em Jesus. É quando centralizamos a atenção em
nós mesmos que estamos tão cientes do que fazemos, e somos derrotados!
Por esse motivo, o constante esforço de Satanás consiste em induzir-
nos a desviar o olhar de Cristo, para que Ele não possa efetuar Sua vontade
em nossa vida. Satanás sabe que se conseguir fazer com que desviemos o
olhar de Jesus e olhemos para nós mesmos, ter-se-á apoderado de nós. E
pode ser bem-sucedido em desviar nossa atenção de Cristo atraindo-a para
as nossas derrotas ou para as nossas vitórias! Já fostes derrotados porque
Satanás se aproximou de vós e disse: "Veja como você tem procedido muito
bem ultimamente"?
É-nos declarado: "Nem por um pensamento [Jesus| cedia à tentação. O
mesmo se pode dar conosco. A humanidade de Cristo estava unida a divindade:
estava habilitado para o conflito, mediante a presença interior do Espírito Santo.
E veio para nos tornar participantes da natureza divina. Enquanto a Ele estivermos
ligados pela fé, o pecado não mais terá domínio sobre nós." — O Desejado de
Todas as Nações, ed. popular, pág. 109. Ao continuarmos a olhar para Jesus
diariamente, aprenderemos a confiar nEle de modo mais constante.
Julho 12, quarta-feira A Vontade
Escolhendo o Domínio de Deus
“Escolhei, hoje, a quem sirvais.” Josué 24:15
A pessoa que mantém constante comunhão com Cristo, que tem um
companheirismo diário tendo como base a vida devocional, resolveu
submeter-se à direção de Deus. Dentro dessa relação, à medida que Deus
nos conduz para o alto, em qualquer momento ou confiaremos inteiramente
em Seu poder ou confiando 100% em nós mesmos.
Satanás procura constantemente desviar nossa atenção, para que não
tenhamos sempre inabalável confiança no poder de Deus. Quando
começamos a procurar combater a Satanás em nossa própria força, quando
começamos a concentrar o pensamento em nossa conduta e desempenho,
nossa atenção se afasta de Jesus e se dissipa a nossa confiança em Seu
poder. Isto pode acontecer mesmo que a comunhão com Ele prossiga dia a
dia. Sempre que nossa atenção estiver em nossos pecados, debilidades e
problemas, seremos derrotados.
Se uma pessoa decidir manter permanente comunhão com Cristo, sua
direção será ascendente. Deus controla a situação, conduzindo tal pessoa o
mais depressa possível a inabalável confiança em Seu poder durante todo o
tempo. Mas, enquanto crescemos, há ocasiões em que olhamos para Jesus,
e ocasiões em que desviamos o olhar de Jesus, volvendo-o para nós próprios,
mesmo no decorrer de um só dia.
O que é belo é que Deus não julga o nosso caráter pela boa ou má
ação ocasional que advém como resultado dessa circunstância. Ele olha para
a tendência, para a direção da vida. Se resolvermos deliberadamente
colocar-nos dia a dia sob o Seu domínio, buscando manter comunhão com
Ele. Deus nos conduzirá à total confiança em Seu poder em todo o tempo. O
crescimento na vida cristã é essencialmente o crescimento em aprender a
continuar confiando em Jesus de maneira cada vez mais constante.
Se não resolvermos manter comunhão com Cristo diariamente, se não
compreendermos o uso correto da vontade e como aplicar nosso esforço
humano, e se continuarmos procurando combater o pecado e o diabo em
nossa própria força, nossa direção será descendente. Todos aqueles que não
mantiverem constante comunhão com o Senhor Jesus, quer tenham sido
cristãos ou não estão entregando a direção de sua vida a Satanás.
Nossa parte é decidir manter constante comunhão com Cristo, até que
finalmente sejamos conduzidos à completa confiança no poder de Jesus em
todo o tempo.
Julho 13, quinta-feira A Vontade
O Poço já foi cavado
“Se alguém tem sede, venha a mim e beba.” João 7:37
Eduardo não se sentia muito bem. A boca estava seca, os lábios se
achavam partidos, e ele sentia tanta tontura que chegava a cair
frequentemente. E sempre que isso acontecia, ele ficava deveras
desanimado.
Um dia ele resolveu consultar o médico, certamente não precisava ficar
nessa condição pelo resto da vida. Depois que o médico tomou conhecimento
de seus sintomas, meneou a cabeça e disse: “Eduardo, seu problema é que
você está com sede!” Eduardo ficou mais aliviado, e perguntou: “Que devo
fazer?"
O médico encostou-se na poltrona.
— Em primeiro lugar, você precisa notar o que o incomoda mais: se é
a secura da boca, os lábios partidos ou alguma outra coisa. Digamos, por
exemplo, que sejam os lábios partidos que lhe causam mais incómodo. Trate-
os até ficarem curados. Lide então com alguma outra coisa. Use sua força de
vontade. Isso é a chave.
Eduardo foi para casa, e depois de dizer várias vezes por dia: “Resolvi
não ter lábios partidos”, achava-se em pior estado do que antes. Procurou
outro médico. Este ficou comovido ao ouvir a história de Eduardo, e
exclamou:
— Não posso imaginar por que os outros médicos não lhe contaram a
verdade! O que você precisa fazer quando está com sede é tomar água!
— Água? perguntou Eduardo, isso parece ser bom! Onde posso
encontrá-la?
— Ela vem do poço — respondeu o médico.
Eduardo retirou-se apressadamente e começou a cavar um poço.
Dentro de pouco tempo faltaram-lhe as forças. Era evidente que iria morrer
antes que pudesse cavar até atingir a profundidade suficiente. Soube então
da boa-nova de que já fora cavado um poço. Só teria de falar com o dono do
poço, e ser-lhe-ia concedida toda a água de que necessitasse. Eduardo foi
até o poço e aceitou a dádiva que lhe foi feita. Agora ele percorre aquela
região, transmitindo a todos a agradável notícia.
Em nossa vida cristã, quantos de nós desperdiçamos muito tempo
procurando vencer os sintomas do pecado e obter a água da vida por nós
mesmos! Quando compreendemos que o uso apropriado de nossa vontade é
chegar-nos a Cristo, o qual fez o convite: "Aquele que tem sede, venha, e quem
quiser receba de graça a água da vida", alcançaremos a vitória que em vão
procuramos obter por nossas próprias forças. Não precisamos cavar o poço
— ele já foi cavado. Tudo que temos de fazer é dirigir-nos a Cristo e aceitar
as riquezas de Sua graça.
Julho 14, sexta-feira A Tentação
Vitória Definitiva no Tempo Presente
“Em todas estas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele
que nos amou.” Romanos 8:37
Ao falar sobre a obediência pela fé, não estamos falando sobre uma
vida inerte. Estamos falando do esforço que ocorre naturalmente, e não de
maneira compulsória. Devemos ter receio de uma religião em que as pessoas
simplesmente se assentam, esperam e não fazem nada. Houve um grupo de
indivíduos, conhecidos como quietistas, que foram acusados legitimamente
de fazer isso. Eles esperavam que Deus efetuasse tudo. Mas, há alguma coisa
que Deus não pode fazer por nós. Ele não pode atender a Seu próprio convite
em nosso lugar. Nós mesmos temos de fazê-lo. É deste modo que
cooperamos com Ele.
Alguns de nós temos tido a ideia de que passaremos a maior parte de
nossa vida pelejando, lutando e rangendo os dentes, na tentativa de abster-
nos de pecar, e que em algum lugar, no fim de nossa vida cristã, pouco antes
de morrermos, nossos esforços serão recompensados pelo fato de que o
pecado não mais exercerá atração sobre nós. A boa-nova, porém, é que essa
vitória definitiva é disponível agora mesmo.
Quando eu era adolescente, pensava que provavelmente depois dos
vinte anos eu experimentaria tal espécie de vitória. Perto dos trinta anos de
idade, cheguei à conclusão de que isso ocorreria na década seguinte. Mas no
fim dessa outra década, eu ainda estava fracassando em minha conduta. E
adiei a vitória para a década dos quarenta aos cinquenta anos. Não quero
dizer-vos para quando terei de adiá-la agora! Será, porém, que a experiência
de ser uma nova criatura em Cristo só poderá dar-se no futuro? Teremos de
esperar até que sejamos tão idosos que não possamos mais pecar, mesmo
que queiramos, por sermos demasiado débeis? Cremos na justiça por
senilidade?
Diversos avôs e avós me têm dito que ainda estão esperando que tudo
se torne novo. A idade não é o fator determinante. Aquilo que estabelece a
diferença entre a velha criatura e a nova, é estar em Cristo. É isso que
constitui o grande "Se" — “Se alguém está em Cristo."
Sempre que estivermos em Cristo — em comunhão com Ele e
confiantes em Seu poder, seremos novas criaturas. É quando abandonamos
a comunhão e confiança em Jesus, procurando gerir nossos próprios
afazeres, que perdemos a batalha contra Satanás, e fracassamos e caímos.
Mas estar em Cristo é acessível a cada um de nós hoje em dia, contanto que
confiemos em Seu poder.
Julho 15, sábado A Tentação
De Dentro Para Fora
“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque limpais o exterior do copo e do
prato, mas estes, por dentro, estão cheios de rapina e intemperança!” Mateus
23:25
A maioria de nós temos sido mais meticulosos em limpar o exterior do
que o interior, e é nisso que consiste a nossa dificuldade. Esse era o problema
dos fariseus no tempo de Cristo, e Ele lhes disse que se limpassem primeiro
o interior do copo e do prato, o seu exterior também ficaria limpo. Jesus não
lhes disse que limpassem primeiro o interior, e então se pusessem a limpar
o exterior. Ser uma nova criatura constitui o resultado de estar em Cristo. A
maioria de nós, porém, temos passado anos em inútil esforço, procurando
ser novas criaturas, novas pessoas — por fora. E temos feito pouco ou
nenhum esforço para estar em Cristo
1 S. João 3:6 diz que "todo aquele que permanece nEle não vive pecando",
isto é, outra causa e efeito. Devemos esforçar-nos para permanecer nEle, ou
para "não pecar”? A maioria de nós gastamos nosso tempo e energia
procurando não pecar, em vez de empregados para permanecer nEle. Alguns
declaram que esse verso está falando sobre o pecado habitual. Mas, quando
é que um pecado se torna habitual? Será um hábito se for praticado uma vez
ao ano? ou seis vezes por dia? ou duas vezes por semana? É difícil indicar
definidamente quando o pecado se torna um hábito.
Lede o que está escrito na página 61 do livro Caminho a Cristo. "Se
habitamos em Cristo, se o amor de Deus habita em nós, nossos sentimentos,
nossos pensamentos, nossas ações estão em harmonia com a vontade de Deus
tal como se expressa nos preceitos de Sua santa lei." Por favor, não olvideis
este ponto. Nossos sentimentos, nossos pensamentos, nossos propósitos - e
não somente nossas ações - estarão em harmonia com a vontade de Deus.
E isto acontece quando habitamos ou permanecemos em Cristo, e Seu amor
habita em nós.
Já ouviu alguém dizer; "Faz vinte anos que não tomo bebidas alcoólicas,
mas parece que só deixei de beber há três dias”? Mas, se habitamos em Cristo,
nossos sentimentos bem como nossas ações estarão em harmonia com a
vontade de Deus. O Senhor não concede vitória modificando simplesmente
as ações exteriores e deixando de transformar o interior— os sentimentos,
pensamentos e propósitos. Deus opera de dentro para fora. E se nossos
sentimentos, pensamentos e propósitos estiverem em harmonia com a
vontade de Deus, teremos de fazer grande esforço para obedecer, e para
vencer as tentações? Não! Isto acontecerá espontaneamente com aquele que
permanece em Cristo.
Julho 16, domingo A Tentação
Tudo ou Nada
“Acaso, pode a fonte jorrar do mesmo lugar o que é doce e o que é amargoso?
Acaso, meus irmãos, pode a figueira produzir azeitonas ou a videira, figos?
Tampouco fonte de água salgada pode dar água doce.” Tiago 3:11,12
Só há duas opções na vida cristã quanto a permanecer em Cristo. Ou
permanecemos nEle ou não permanecemos nEle. Podemos confiar em Cristo
ou podemos confiar em nós mesmos. Não há outras opções. Não podemos
depender em parte de Cristo e em parte de nós mesmos, ou tudo ou nada!
Se quando nós chegamos a Cristo pela primeira vez nos houvéssemos
apegado ao poder de Deus e permanecido assim desde então, jamais
teríamos desobedecido ou pecado novamente. "Todo aquele que permanece
nEle não vive pecando.” I 5, João 3:6. A maioria de nós, porém, estamos
dispostos a admitir que não temos tido contínua e ininterrupta vitória em
nossa vida cristã, desde o dia em que pela primeira vez fomos ter com Jesus
até o momento presente. Temos de admitir que fracassamos e falhamos,
precisando recorrer frequentemente ao perdão de Deus. Na vida cristã
experimentamos uma oscilação entre a inabalável confiança em Cristo e a
confiança em nosso próprio poder. É por isso que tem havido interrupções
na vitória alcançada. Se o pecado se apodera de mim em qualquer momento,
é porque nessa ocasião eu não estava unido a Cristo pela fé.
Reiteradas vezes nos é declarado que Jesus odiava o pecado. Todo
pecado era uma tortura a Seu espírito (O Desejado de Todas as Nações, ed.
popular, pág. 97). Ele odiou o pecado com ódio perfeito (Mensagens
Escolhidas, livro 1, pág. 322). O contato com o mal era inexprimivelmente
penoso para Ele. (SDABC, vol. 7, pág. 727). Não podia testemunhar uma
ação injusta, sem uma dor que lhe não era possível disfarçar (O Desejado,
pág. 77).
Quando estivermos unidos com Ele pela fé, o pecado será tão
detestável para nós como era para Jesus. Não teremos prazer no pecado
(Mensagens aos Jovens, pág. 338). Olharemos para o pecado com aversão
(O Grande Conflito, pág., 647). No coração renovado haverá ódio ao pecado
(idem, pág. 508). A predominância de um desejo pecaminoso revela a ilusão
da alma (O Maior Discurso de Cristo, pág., 92).
Quando achamos que o pecado é atraente, podemos saber que de
algum modo nos afastamos da inabalável confiança em Deus e que estamos
confiando em nós mesmos. É quando fazemos isso que a tentação tem poder
sobre nós. Mas a vitória ocorre espontaneamente quando confiamos nEle,
Julho 17, domingo A Tentação
Nossa Única Segurança
“Vigiai e orai, para que não entreis em tentação.” Mateus 26:41
“Satanás está bom ciente de que a mais débil alma que permaneça em
Cristo é mais que suficiente para competir com as hostes das trevas. ... Portanto,
procura retirar das suas potentes fortificações os soldados da cruz." — O Grande
Conflito, pág. - 530. Ele sabe que precisa fazer isso para apoderar-se de nós.
Conhece o poder de permanecer em Cristo.
Se o indivíduo que permanece em Cristo é mais que suficiente para
competir com os poderes das trevas, e se quem permanece em Cristo não
vive pecando (1 S. João 3:6) e nem sequer sente inclinação para pecar, mas
acha o pecado repulsivo (O Grande Conflito, pág. 508; O Maior Discurso de
Cristo, pág. 92: e O Desejado de Todas as Nações, pág. 642), como então
Satanás consegue tentar-nos?
Em Caminho o Cristo, páginas 70 e 71, são mencionadas cinco
maneiras pelas quais ele pode trazer tentações sobre nós quando
permanecemos em Cristo. “Quando o pensamento se concentra no próprio eu,
é afastado de Cristo, a fonte de vigor e vida. Por isso é constante empenho de
Satanás conservar a atenção desviada do Salvador, e evitar assim a união e
comunhão da alma com Cristo." Por conseguinte, seu constante empenho é
fazer com que desviemos a atenção da inabalável confiança no poder de
Deus, olhando para nós mesmos. Então acabamos procurando combater o
pecado em nossa própria força. Em seguida, o livro citado menciona as
maneiras pelas quais ele efetua essa separação.
1ª Os prazeres do mundo. Estes teriam de ser prazeres inocentes, mas
que desviam nossa atenção de Deus.
2ª Os cuidados, perplexidades e pesares da vida. Todos temos tido
nosso quinhão dessas coisas, e sabemos quão difícil é às vezes continuar
confiando em Deus quando surgem perturbações.
3ª As faltas alheias. Vosso pensamento já se desviou de Cristo por
causa das faltas alheias?
4.ª Nossas próprias faltas e imperfeições, este ponto é deveras eficaz
no caso dos que são muito conscienciosos! E finalmente:
5ª Ansiedade e temor quanto à nossa salvação.
Seria inútil se Satanás se acercasse de alguém que está permanecendo
em Cristo e o tentasse a transgredir um dos mandamentos. O pecado é
repulsivo àquele que permanece em Cristo. Assim, Satanás se aproxima com
alguma coisa que desvie nossa atenção de Jesus. Unicamente permanecendo
em Cristo e olhando firmemente para Ele é que alcançamos a vitória.
Julho 18, segunda-feira A Tentação
Jesus Tira os Nossos Pecados
“Sabeis também que ele se manifestou para tirar os pecados, e nele não existe
pecado.” 1 João 3:5
Alguém escreveu um livro sobre como viver uma viria cristã vitoriosa.
O autor é mencionado no livro como "cristão desconhecido”. Quando vi isto,
pensei que será que ele queria dizer-me. Como viver a vida cristã vitoriosa,
por um cristão desconhecido! Quem fez isso? Pode alguém fazê-lo?
Ao falar sobre a vida vitoriosa, não estamos falando sobre como vencer
o pecado desconhecido. Isto teria de ser completamente da alçada de Deus.
Como poderíamos fazer alguma coisa com algum pecado de que nem sequer
temos conhecimento? E não estamos falando sobre o que acontecerá com a
natureza pecaminosa. Tudo que acontece com nossa natureza pecaminosa
também precisa ser manejada inteiramente por Cristo. A única coisa da qual
estamos cientes e sobre que podemos falar é como vencer o pecado
conhecido. Não estamos tratando da perfeição absoluta, mas simplesmente
da questão de vencer o pecado de que temos conhecimento. Isto é possível,
isto é necessário e isto é o plano de Deus para nós em nossa vida na
atualidade.
O pecado pode ser vencido? A resposta é: Sim! Uma Pessoa venceu-o.
Seu nome é Jesus. De acordo com Hebreus 4:15, Ele foi tentado em todas
as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado. I S. Pedro 2:22 diz que Ele
não cometeu pecado, nem dolo algum se achou em Sua boca. Em S. João
16:33 é mencionado o que Jesus disse a Seu próprio respeito: ‘‘Eu venci." I
S. João 3:5 declara que nEle não existe pecado. Mas o mesmo versículo
também nos diz que Ele veio tirar os nossos pecados. Jesus viveu uma vida
sem pecado porque era Deus? Ou foi pelo poder de Deus unido a Sua
natureza humana, da mesma maneira que acessível a cada um de nós?
Jesus viveu Sua vida como homem, não como Deus. Ele era Deus. Mas
não usou esse poder para viver a Sua vida. Quando Ele disse: "Eu nada posso
fazer de Mim mesmo", estava indicando que é nosso Exemplo. Veio mostrar-
nos como viver na dependência de outro poder. O poder que Ele teve para
viver Sua vida perfeito provinha do alto, e não do Seu íntimo.
Não é necessário que me digam que, separado de Jesus, não tenho
poder algum dentro de mim. Já fui derrotado tantas vezes que estou bem
ciente deste fato. Mas, se o Seu poder também está à minha disposição,
então me é possível viver hoje em dia como Ele viveu, sendo mais que
vencedor, por meio dAquele que nos amou.
Julho 19, quarta-feira A Tentação
Vivendo Sem Pecar
“Ao vencedor, dar-lhe-ei sentar-se comigo no meu trono, assim como também
eu venci e me sentei com meu Pai no seu trono.” Apocalipse 3:21
Pode alguém viver sem pecar? Sim, Jesus o fez. Podemos viver sem
pecar? Não. Romanos 8:7 declara que a mente pecaminosa não está sujeita
a Lei de Deus, nem mesmo pode estar. Romanos 3:23 diz que todos
pecaram. Até que compreendamos a nossa situação desesperadora, não
existe a menor possibilidade de presumirmos que conseguiremos resolver a
questão de viver sem pecar. Somos pecadores, e continuaremos sendo
pecadores até que sejamos transformados por ocasião da volta de Cristo.
Chegamos assim a um enigma estranho. Salmo 1:6 diz, que o Senhor
conhece o caminho dos justos. Bem, todos somos chamados justos em
virtude de Jesus. Mas, é só isso que se acha envolvido? II Coríntios 5:21
declara que Jesus Se tornou pecado por nós, para que nEle fôssemos feitos
justiça de Deus. Sendo assim, tudo que puder ser realizado em nossa
existência no sentido de viver sem pecar será efetuado mediante a ligação
com Jesus, e nunca independentemente dEle. Por conseguinte, se
perguntarmos se alguém pode ou não viver sem pecar, a resposta é: Sim.
Houve Alguém que conseguiu fazê-lo. Seu nome é Jesus. Separados dEle,
nós não podemos viver sem pecar. Mas podemos e precisamos fazê-lo em
ligação com Ele.
Não é necessário ler muita coisa do livro do Apocalipse para encontrar
a expressão: "Ao vencedor." Vencer é uma das últimas realidades que
vislumbramos na Bíblia quanto às pessoas que viverem antes de Jesus voltar.
Quando Jesus disse a mulher que foi arrastada a Sua presença: “Vai, e
não peques mais” e quando disse ao paralítico curado por Ele: “Não peques
mais”, será que tais palavras eram destituídas de significado? Podiam eles
obedecer à ordem do Mestre? Era passive! Mediante o Seu poder? Claro que
sim!
Não nos demos ao trabalho de procurar imaginar quem conseguiu fazê-
lo, isto não compete a nós. Procurar determinar a verdade com base em
quem a praticou é algo muito arriscado. Jesus é nosso exemplo, e devemos
olhar para Ele. Se permanecermos nEle como Ele em Seu Pai. seremos
vitoriosos como Ele o foi. É unicamente olhando para Jesus, e não para os
que nos rodeiam ou para nossa própria vida, procurando avaliar-nos a nós
mesmos, que alcançamos a vitória.
Julho 20, quinta-feira A Tentação
Continuai a Olhar Para Jesus
“Sede sóbrios e vigilantes. O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como
leão que ruge procurando alguém para devorar.” 1 Pedro 5:8
Uma das atividades favoritas de Satanás é golpear-nos a cabeça com
nossos fracassos, deficiências e erros. Provavelmente há muitas razões para
isso, em primeiro lugar, quando nos sentimos culpados somos infelizes, e ele
gosta de tornar-nos infelizes. Em segundo lugar, se ele pode concentrar
nossa atenção nas faltas que temos cometido, é muito provável que
continuaremos a cometê-las, pois nossa atenção se desviará de Jesus. E em
terceiro lugar, se ele puder conduzir-nos a tal desalento que fiquemos
desesperados e abandonemos toda a comunhão com Cristo e até deixemos
de procurar ser cristãos, então ele alcançou seu principal objetivo.
Sempre que deixamos de olhar para Cristo, o diabo faz imediatamente
com que nos preocupemos com o nosso procedimento. Se permanecestes
em Cristo o dia todo, exceto alguns minutos em que perdestes a calma e
atirastes a frigideira pela janela da cozinha, que sobressai em vossa mente
no fim do dia?
E que espécie de vitória é lembrada por mais tempo? A vitória que
ocorreu quando permanecestes em Cristo, fazendo com que a tentação se
afigurasse detestável e repulsiva? ou aquela em que lutastes por três dias,
querendo desesperadamente ceder, mas conseguindo não o fazer por que
sabíeis que estava errado? Quando compreendemos que a vitória de dentro
para fora é a única vitória real que existe, e que, quando achamos o pecado
desejável e atraente. Já pecamos, interiormente, quer cometamos ou não a
ação errada, sabemos então que a vitória pela qual lutamos por três dias
provavelmente apenas era externa, não sendo, portanto, uma vitória real.
Mas ainda nos lembramos mais dela do que das vitórias espontâneas e
genuínas que ocorrem quando olhamos para Cristo.
Por isso nunca é seguro olhar para nosso próprio desempenho
comedida de nosso crescimento cristão. Se desviarmos a atenção de Jesus e
olharmos para nós mesmos, seremos inevitavelmente dominados pelo
orgulho ou pelo desalento, segundo encararmos nossa maneira de proceder.
Porém, se olharmos continuamente para Jesus e pensarmos e falarmos em
Sua Pessoa e em Seu amor por nós, permaneceremos cada vez mais nEle, e
"todo aquele que permanece nEle não vive pecando.”
Julho 21, sexta-feira A Tentação
Vencendo o Mundo
“Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que
vence o mundo: a nossa fé.” 1 João 5:4
Se todos vencêssemos o pecado, isto certamente reduziria as tragédias
que experimentamos neste mundo, não é mesmo? Estou interessado em
vencer o pecado, E vós? Sabemos que isto só se dará quando concentrarmos
a atenção em Jesus. A Bíblia tem algo a dizer sobre o pecado e como vencê-
lo.
Deus tem apenas um tipo de vitória sobre toda espécie de pecado, e
essa vitória é natural e Espontânea para aquele que permanece em Cristo.
Todas as vitórias forçadas são as que obtemos por nós mesmos. E o que
chamamos de vitória nesse caso é só alguma coisa exterior. A Bíblia torna
bem claro que Deus deseja conceder-nos poder para livrar-nos de pecar. Ele
também tomou providências para perdoar aos que caem e erram enquanto
estão crescendo, podemos ser gratos por ambas essas verdades hoje em
dia.
A justiça de Cristo abrange tanto o perdão de Deus como o Seu poder
para vencer. No entanto, precisamos lembrar-nos de que a pessoa que vence
o pecado não anda proclamando isso, nem afirma que é sem pecado. Em I
S. João 1:8, lemos que se alguém disser que não tem pecado (ou natureza
pecaminosa, a si mesmo se engana. Isto, porém, não desfaz a verdade
bíblica de que podemos vencer o pecado.
Já ouviu alguém dizer que não deixaremos de pecar enquanto vivermos
neste mundo; mas, contanto que odiemos o pecado, tudo está bem, pois
isso é tudo que Deus espera de nós? Dizemos isto aos assassinos? Dizemos-
lhes que façam o possível para não matar muitas pessoas e que, contanto
que odeiem o que estão fazendo, não haverá problema, pois isso é o máximo
que Deus espera deles? Damos esse conselho aos ladrões, aos ébrios ou aos
adúlteros? E será que devemos obter conforto dessa ideia para os nossos
"pequenos" pecados?
Em I S, João 5:4 encontramos um dos fatores-chave na vitória sobre
o pecado. "Esta é a vitória que vence o mundo, a nossa fé." Quando nos
inteiramos de que a fé constituí um subproduto da comunhão com Cristo, e
de que ela é confiança em Alguém que sabemos ser fidedigno, torna-se claro
que o caminho para a vitória é o constante companheirismo e comunhão com
Cristo. Este é o meio usado por Ele para conduzir-nos a verdadeira
obediência.
Julho 22, sábado A Tentação
Passos Para a Vitória
“Porquanto o que fora impossível à lei, no que estava enferma pela carne, isso fez
Deus enviando o seu próprio Filho em semelhança de carne pecaminosa e no
tocante ao pecado; e, com efeito, condenou Deus, na carne, o pecado.” Romanos
8:3
O pecado nunca é vencido separadamente da comunhão com Cristo
pela fé. Mas, dentro dessa relação com Ele, há diversos passos a que Deus
nos conduz para vencermos o pecado em nossa vida. O primeiro é admitir
que o pecado é pecado. Se tendes lutado com um problema, e não
alcançastes a vitória, talvez seja esta uma de vossas dificuldades. Chegastes
a reconhecer que o pecado é pecado, ou ainda estais procurando justificá-
lo? O Espírito Santo vos trouxe convicção neste sentido, ou estais procurando
basear-vos no que dizem vossos pais ou no que pensam vossos vizinhos ou
vosso pastor? A vitória só advém quando nós mesmos reconhecemos que
algo é pecado.
Depois, então, precisamos reconhecer que por nós mesmos não
podemos fazer coisa alguma nesse sentido. A pessoa forte pode controlar
suas ações exteriores, mas não venceu o pecado. Este sempre provém do
íntimo, e só é vencido pelo poder de Deus.
Quando chegamos a reconhecer o pecado e admitir nossa incapacidade
para conhecê-lo, temos de compreender união em que consiste a batalha.
Romanos 8:3 e 4 diz que aquilo que era "impossível à lei, no que estava
enferma pela carne, isso Deus fez enviando o Seu próprio Filho em semelhança
de carne pecaminosa e no tocante ao pecado; e, com efeito, condenou Deus, na
carne, o pecada. A fim de que o preceito da lei se cumprisse em nós que não
andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito.” Se procuramos vencer em
nossa própria força, só encontraremos debilidade. Mas, se nos chegarmos a
Cristo e consentirmos que Seu Espírito opere em nós, seremos vitoriosos. Se
aplicarmos toda a nossa força de vontade em procurar manter comunhão
com Cristo pela fé, não sobrará nada para combatermos o pecado e o diabo.
E é assim que deve ser, pois Cristo prometeu fazer isto por nós. (Review and
Herald. 2 de agosto de 1898.)
Outro passo é reconhecer que Deus não nos condena. Ele não enviou
Seu Filho ao mundo para que condenasse o mundo. Ao vermos o amor de
Jesus e compreendermos a amorosa aceitação que Deus nos concede, é
enternecido o nosso coração e transformada a nossa vida. E, finalmente, ao
vermos o que o pecado fez para Jesus, no Calvário, isto se torna um poderoso
escudo contra a tentação.
Julho 23, domingo A Tentação
A Amorosa Presença de Deus
“Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama; e
aquele que me ama será amado por meu Pai, e eu também o amarei e me
manifestarei a ele.” João 14:21
“Como anteparo à tentação, e inspiração à pureza e à verdade, nenhuma
influência pode igualar a intuição da presença de Deus " — Educação, pág. 255.
Estais tendo problemas com o pecado em vossa vida? Uma das verdadeiras
razões detrás disso talvez seja que não tendes intuição da presença de Deus,
pois se tivésseis tal intuição possuiríeis um poderoso anteparo à tentação.
Talvez pareça um tanto místico e etéreo que Jesus pode ser mais real
para nós do que para os discípulos, quando Ele andava pelas poeirentas
estradas da Galiléia. Mas é verdade. S. João 14:21 torna bem claro que Jesus
nos ama e Se manifestará a nós. E essa intuição de Sua presença é nosso
anteparo contra a tentação e o pecado. Ao tomarmos a deliberada decisão
de continuar mantendo diária comunhão com Jesus, Ele nos conduzirá cada
vez mais à constante percepção de Sua presença.
Eu costumava voltar da escola para casa e ir diretamente ao pote de
bolinhos. (Penso que eram bolinhos de melado com germe de trigo!) Eu o
fazia porque estava com fome. Agora estou pagando pelo meu passado,
porque tenho filhos que precisam ser afastados... da caixa de maçãs! Mas
quando mamãe estava na cozinha, com sua “amorosa" presença,
subitamente eu não linha dificuldade em manter-me afastado do pote de
bolinhos. Entretanto, mamãe nem sempre podia estar na cozinha. Ela não se
achava ali quando estava no porão, no quintal ou no andar de cima. Mas
Deus, por meio de Seus anjos e do Espírito Santo, pode estar presente em
toda a parte. Não há nenhum lugar em que possamos fugir da presença de
Deus. Se nos inteirássemos disso em todos os momentos, quão diferente
seria nossa vida, não é mesmo?
E é a amorosa presença de Deus que nos circunda constantemente.
Não é uma presença condenatória O temor evitará que alguém assalte um
banco enquanto houver agentes policiais nesse local. O temor evitará que o
rapaz passe dos limites com a sua namorada no parque quando a Lua está
brilhando, se o pai e a mãe estiverem ali por perto. O temor evitará muitas
coisas. Mas a presença de Deus que nos serve de anteparo é uma presença
amorosa. Ela é real. É a amorosa presença de Jesus que nos dá poder para
sermos vitoriosos.
Julho 24, segunda-feira A Tentação
O Pecado Conduz a Pecados
“Todo aquele que pratica o pecado também transgride a lei, porque o pecado é a
transgressão da lei.” 1 João 3:4
Há uma diferença entre tentação e tentações. É a mesma diferença
entre pecado e pecados. Pecado é viver separado de Deus. Pecados
constituem os resultados disso — a prática de coisas erradas, os atos de
transgressão. Jesus nunca viveu separado de Deus, embora houver se
evidentemente algumas atrações para que Ele fosse independente e
confiasse em Seu próprio poder. Como resultado de não viver separado de
Deus, mas levar uma vida de constante dependência de Deus, os pecados
ou as tentações não tinham atração sobre Ele. Jesus os repelia. Se em
determinado momento confiarmos inteiramente no poder de Deus, e Satanás
nos assaltar com uma de suas tentações para cometer pecados, nós a
repeliremos assim como Jesus o fazia. A vitória ocorre espontaneamente,
pois não achamos que a proposta é atraente. Não consideramos desejável o
mau ato.
Quando, porém, confiarmos em nós mesmos, sermos suscetíveis as
tentações de Satanás, pelo menos internamente. As tentações ocorrem nesta
sequência: Primeiro, é apresentada a tentação. Não há pecado em ser
tentado. Então reconhecemos a tentação e temos oportunidade de
considerá-la. Isto ainda não é pecado, pois Jesus, no deserto, reconheceu
que estava sendo tentado e sabia quais eram as questões envolvidas.
O segundo passo nas tentações só ocorre para os que não confiam no
poder de Deus no momento da tentação: isto é, eles consentem com ela em
seu pensamento. Interiormente, há uma reação positiva que parece ser
agradável. É uma espécie de caixa de surpresas cuja alavanca é empurrada,
lançando o boneco para fora. Mas para aquele que confia em Cristo, não
ocorre essa reação interior que leva a pessoa a achar a tentação desejável e
atraente.
Quando consentimos interiormente com uma tentação, nós já
pecamos, porque os pecados sempre começam no íntimo (todo aquele que
odeia a seu irmão é assassino: todo aquele que olha para alguém com
intenção impura é adúltero). Para a pessoa que confia em sua própria força,
essa anuência ocorre em todas as ocasiões. Unicamente quando confiamos
no poder de Deus é que somos habilitados alcançar a vitória até mesmo
sobre os desejos.
Julho 25, terça-feira A Tentação
Quando as Tentações se Tornam Pecado
“Ao contrário, cada um é tentado pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e
seduz.” Tiago 1:14
Joana tinha um problema com a honestidade. Ou seria melhor dizer
que era um problema com a desonestidade? Bom, seja como for, ela era uma
trapaceira. Ela era uma ladra. Mas um dia Joana encontrou-se com Alguém
que fizera de um ladrão Seu último amigo sobre a Terra, e começou a travar
conhecimento com Ele. Convenceu-se de que roubar era pecado; mas, além
disso, convenceu-se de que durante toda a sua vida estivera separada de
Deus. Começou a compreender algo do amor e da aceitação de Deus, mesmo
para os ladrões, e sentiu necessidade dEle, Entregou-se a Ele e se converteu.
Um dia Joana entrou numa mercearia. Ao chegar a um canto, notou
que alguém deixara ali um carrinho de compras contendo uma bolsa aberta
na qual havia uma carteira bem recheada, que podia ser apanhada com
facilidade. Uma tentação! Ora, não é pecado deparar com uma bolsa deixada
ao esquecimento. Até aqui, portanto, tudo estava bem para Joana.
Ela reconheceu imediatamente que isso era uma tentação.
Compreendeu que estava tendo a oportunidade de roubar o dinheiro de
alguém. Mas ainda não havia pecado. Reconhecer a tentação não é pecado.
Jesus reconhecia que estava sendo tentado, mas nunca pecou. Sendo assim,
Joana ainda mantinha o controle de si mesma.
Só havia duas possibilidades a ocorrerem em seguida. Se Joana
confiasse nesse momento no poder de Deus e fosse dominada por Ele. Seria
repelida a ideia de roubar. Ela a consideraria repulsiva. E nesse instante
obteria a vitória espontaneamente.
Entretanto se naquele momento ela confiasse em seu próprio poder,
sua reação interna seria a seguinte: “Que oportunidade!” Consentiria
mentalmente com a tentação. Provavelmente faria alguns planos. “Quero ver
se realmente não há ninguém aqui por perto. Eu poderia pegar a carteira e colocá-
la no bolso do casaco....” Se esses planos seriam ou não executados
dependeria em grande parte da força de vontade dessa pessoa e do domínio-
próprio que ela conseguisse reunir. Porém, ela já pecou quando consentiu
com o furto em sua mente. Já pecou, seja qual fosso a ação que praticasse.
A verdadeira vitória só provém do interior, e ocorre espontaneamente
quando confiamos no poder de Deus, e não no nosso próprio poder.
Julho 26, quarta-feira A Tentação
Sendo Bom Por Não Ser Mau?
“Eu, porém, vos digo: qualquer que olhar para uma mulher com intenção impura,
no coração, já adulterou com ela.” Mateus 5:28
Se é verdade que os pensamentos e os intuitos são levados em tanta
consideração como as ações, e que quando consentimos interiormente com
o pecado, nós já pecamos, quer tenhamos chegado a cometer a ação, quer
não, por que não chegar então a praticá-la? Se já pecamos, e perdemos a
batalha, na ocasião em que achamos atraentes os pensamentos impuros,
por que não praticar ações impuras?
Bem, em primeiro lugar, pode haver boas razões morais para não
praticarmos a ação pecaminosa, as quais nada têm que ver com Deus, com
a vitória ou com a vida espiritual. Se tivermos suficiente força de vontade
para não matar a alguém contra o qual estamos irados, conseguiremos evitar
que sejamos presos, e isso é plausível. E haveria alguns benefícios reais para
a pessoa que odiamos. Há uma porção de benefícios morais a serem colhidos
de conduta positiva. Mas isso ainda não é vitória à vista de Deus. E há outra
razão, além dos benefícios morais, que faz com que seja uma boa ideia não
favorecer todo pecado interior por uma manifestação exterior. Há poder
disponível para retornar a Jesus e Seu poder antes que o fracasso interior se
exteriorize.
Quando compreendemos que já pecamos ao consentir interiormente
com o mal, e se não mais chamamos isso da vitória, temos então o ensejo
de nos volvermos para Deus em busca de arrependimento, antes de
praticarmos a má ação. Podemos reconhecer que nossos olhos, de algum
modo, se desviaram de Cristo, e nem sequer tentaremos combater o inimigo
em nossa própria força, mas admitiremos nossa incapacidade, e
recorreremos ao poder de Deus.
Para o cristão em crescimento, poderá haver ocasiões em que ele
confiará em sua própria força e cedendo interiormente à tentação. Em
virtude dos benefícios morais a serem colhidos, talvez tenhamos de ranger
os dentes e usar nossa própria fibra para evitar que a derrota interior seja
acompanhada pelo pecado exterior. Mas não devemos chamar isso de vitória!
Se não estamos dispostos a admitir que temos andado longe de Cristo,
decorrerá muito mais tempo até que resolvamos colocar-nos novamente sob
o Seu poder. Quando, porém, admitimos que já pecamos e nos volvemos A
Ele em busca de arrependimento, Cristo no-lo concederá.
Julho 27, quinta-feira A Tentação
Fazendo o que é Certo por Não Fazer o que é Errado?
“Eu, porém, vos digo que todo aquele que [sem motivo] se irar contra seu irmão
estará sujeito a julgamento.” Mateus 5:22
Certo dia, enquanto eu dava uma aula de Bíblia num colégio, notei que
dois de meus alunos, na fileira de trás, estavam se beijando. Isto constituiu
um insulto para mim. Fiquei irado. Perdi a calma. Em primeiro lugar, porque
achei não ser muito apropriado que eles fizessem semelhante coisa. Em
segundo lugar, porque era uma censura a minhas habilidades como
professor. Eles deviam ter ficado tão fascinados com a minha apresentação
que não tivessem tempo para se beijar! Mentalmente, dirigi-me até onde
eles estavam sentados e bati a cabeça de um deles contra a do outro, (Na
realidade, não teria sido tão fácil fazer isso, pois havia bem pouco espaço
entre as cabeças desse casal de namorados!)
Entretanto, não cheguei a praticar esse ato. Fui tentado. Reconheci a
tentação. E visto que não confiei no poder de Deus naquele momento,
embora eu estivesse dando uma aula de Bíblia, pequei, consentindo com a
tentação. Achei que era uma boa ideia. Atendi à sugestão mental. Planejei
pô-la em execução, mas não o fiz, consegui controlar-me, evitando ser
violento, com efeito, mantive tal serenidade que, tanto quanto eu saiba,
ninguém percebeu que eu estava perturbado. Não efetuei a ação porque
achei que a administração não teria boa impressão de minhas técnicas se
ficasse sabendo o que se passara. E, não tinha certeza de que isso melhoraria
a comunicação com os outros alunos da classe. Assim mesmo, porém, eu
havia pecado. A vista de Deus, eu batera a cabeça de um deles contra a do
outro! Não alcançará uma vitória, embora conseguisse controlar minhas
ações exteriores.
Quando falamos da necessidade de que a vitória seja tanto interna
rumo externa, para que realmente se torne uma vitória, não estamos
estimulando as pessoas a fazer o que bem entendem enquanto esperam que
Deus lhes transforme o íntimo da alma. Em certo sentido, porém, isto
provavelmente não constitui um perigo, pois haverá suficientes razoes
egocêntricas para bom procedimento exterior. Se alguém é bem forte, não
escolherá ser lançado na prisão ou destruir sua reputação, quer haja ou não
vitória à vista de Deus. Mas não deixa de ser importante compreendermos
que a única vitória real é a que provém do íntimo. Reconheceremos então a
necessidade de confiar em Deus, a qual advém como resultado de nossa
comunhão com Ele.
Julho 28, sexta-feira A Tentação
O Esquadrinhador do Coração
“Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente
corrupto; quem o conhecerá?” Jeremias 17:9
“Assim diz o Senhor: Maldito o homem que confia no homem, faz da carne
mortal o seu braço, e aparta o seu coração do Senhor! Porque será como o arbusto
solitário no deserto, e não verá quando vier o bem: antes morará nos lugares
secos do deserto, na terra salgado e inabitável. Bendito o homem que confia no
Senhor, e cuja esperança é o Senhor. Porque ele é como a árvore plantada junto
às águas, que estende as suas raízes para o ribeiro e não receia quando vem o
calor, mas a folha fica verde; e no ano de sequidão não se perturba nem deixa
de dar fruto." Jer. 17:5-8. Aqui é apresentado um contraste entre aquele que
confia no Senhor e aquele que confia na carne ou em si mesmo. O livro de
Provérbios declara que quem confia em seu próprio coração é insensato.
O texto para hoje diz que o coração humano é enganoso — mesmo no
que diz respeito a confiarmos em Deus ou em nós mesmos. Já descobriu que
estava confiando em si mesmo, sem que o soubésseis, até ocorrer um
terrível queda, mostrando quão enganoso realmente era o vosso coração,
por que pensava estar confiando em Deus? O Senhor, em Sua bondade,
tomou providências para esquadrinhar-nos o coração e provar nossos
pensamentos.
"Deus conduz avante Seu povo, passo a passo. Leva-os a diferentes pontos,
destinados a manifestar o que está no coração. Alguns resistem em um ponto,
mas caem no seguinte. A cada ponto mais adiante, o coração é provado um pouco
mais de perto.... Aí têm eles oportunidade de ver o que, em seu coração, está
excluindo a Jesus” — Test. Seletos. vol. 1. pág. 64.
A pessoa que permanece na força de Cristo experimenta o poder de
Deus para que o pecado não tenha domínio sobre ela. "Cristo mudará o
coração. Nele habitará, pela fé. Pela fé e contínua submissão de vossa vontade a
Cristo, deveis manter essa ligação com Ele; e enquanto isso fizerdes, Ele operará
em vós o querer e o efetuar, segundo o Seu consentimento." — Caminho a
Cristo, pág. 62. Não nos compete examinar-nos momento após momento
para ver se permanecemos em Sua força. Podemos não ser capazes de julgar
corretamente. Nossa parte consiste em continuar mantendo comunhão com
Cristo pela fé, e Ele nos conduzirá à vitória.
Julho 29, sábado A Tentação
A Verdadeira Questão na Tentação
“Torre forte é o nome do Senhor, à qual o justo se acolhe e está seguro.”
Provérbios 18:10
“Os que reconhecem sua debilidade confiam em um poder mais elevado do
que o próprio eu, e enquanto olham para Deus, Satanás não tem poder sobre
eles. Mas os que confiam em si mesmos são derrotados com facilidade.” —
Review and Harold, 16 de dezembro de 1902.
Se Satanás não tiver poder sobre nós, não acharemos atraentes as
mediações do pecado. Não estamos dizendo que será erradicada a natureza
pecaminosa. Mas enquanto estivermos sendo dominados pelo Espírito Santo,
não seremos suscetíveis as incitações do pecado, mesmo que sejamos
tentados.
A tentação, quando não achamos atraente a sugestão de coisas
pecaminosas, é a tentação para desligar-nos do domínio e posse das
instrumentalidades celestiais e enfrentá-la sozinho, confiando em nossa
própria força. Esta foi a grande tentação de Jesus.
Nas ocasiões em que nos encontramos no estado de total dependência
de Deus, obtemos a vitória sobre todos os pecados. Mas o cristão em
crescimento é desviado facilmente dessa condição.
Josué foi um dos homens mais piedosos que já viveram. Foi um dos
dois, dentre a vasta multidão, que tiveram suficiente fé em Deus para
percorrer todo o trajeto do Egito à Terra Prometida. Ele experimentou o
poder de Deus de tal maneira que seu exército se tornou inexpugnável ao
inimigo. Pela fé eles atravessaram o Jordão e entraram na Terra Prometida.
Pela fé caíram os muros de Jericó. Mas, em seguida, vemos Josué confiando
em sua própria força para conquistar pequena aldeia de Ai, e suas tropas
foram derrotadas.
Assim, o cristão em crescimento é desviado com facilidade. "Satanás
está bem ciente de que a mais débil alma que permaneça em Cristo é mais que
suficiente para competir com as hostes das trevas.... Portanto, procura retirar
das suas potentes fortificações os soldados da cruz.” — O Grande Conflito, pág.
530. Tiago fala a esse respeito, dizendo; "Cada um é tentado pela sua própria
cobiça, quando esta o atrai e seduz. Então a cobiça, depois de haver concebido,
dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte," S. Tg. 1:14
a 15. Há um afastamento na tentação que resulta em tentações de toda a
espécie. Porém, enquanto confiarmos no poder de Deus não poderemos ser
vencidos.
Julho 30, domingo A Tentação
O Amor de Deus Revela Nossa Fraqueza
“Ora, a perseverança deve ter ação completa, para que sejais perfeitos e íntegros,
em nada deficientes.” Tiago 1:4
Satanás sabe que enquanto confiarmos no poder de Deus e fixarmos o
olhar em Jesus, seremos inexpugnáveis a suas tentações. Portanto, ele
procura desviar-nos, fazendo com que nossa atenção se centralize em nós
mesmos, pois deste modo conseguirá vencer-nos. O fato cruel é que muitas
vezes não sabemos quando nos desviamos. Já passou pela experiência de
ter uma significativa vida devocional com Jesus de manhã cedo, e por volta
do meio-dia ser completamente vencido pelo inimigo nalguma debilidade
pessoal, sem que soubesse em que ponto se afastou de Jesus?
Deus, em Sua bondade, misericórdia e amor, está interessado em
revelar-nos quão facilmente nos desviamos da confiança nEle. Ajuda-nos a
compreender o quanto antes possível que nos afastamos dEle, e quer
auxiliar-nos a compreender o que nos livrará disso. Chegamos, portanto, ao
probante e penoso processa de nos ser revelado como é o nosso caráter. S.
Tiago 1:2-4 nos diz que devemos acolher o processo de prova com alegria,
pois ele produz crescimento e paciência, Deus não ocasiona as tentações e
aflições, mas pode usá-las para revelarmos o quanto necessitamos dEle.
Deus nos conduz de um ponto a outro, com a finalidade de mostrar-
nos o que se passa em nosso coração. Isto é descrito na página 470 do livro
A Ciência do Bom Viver: "Muitos que sinceramente consagram a vida ao serviço
de Deus, ficam surpresos e desiludidos ao encontrar-se, como nunca, rodeados
de obstáculos e assediados por provas e perplexidades. Oram para que seu caráter
se assemelhe ao de Cristo e se tornem aptos para a obra do Senhor, e, contudo,
são postos em circunstâncias que parecem provocar toda a malícia de sua
natureza. São-lhes reveladas faltas, de cuja existência jamais haviam suspeitado.
Como o Israel de outrora, perguntam: 'Se Deus nos conduz, por que nos sucedem
todas estas coisas’”?
O propósito de Deus é revelar-nos, passo a passo, ponto a ponto, onde
é que somos tentados a confiar em nossa própria força e a afastar-nos de
Seu poder. Ao suportarmos a prova e continuarmos buscando a comunhão
diária com Ele, conduzir-nos-á o mais depressa possível à total dependência
dEle, bem como ao Seu completo domínio e posse, em todo o tempo.
Julho 31, segunda-feira A Tentação
A Luz Que Não Ofusca a Vista
“Mas a vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais
até ser dia perfeito.” Provérbios 4:18
Já se perguntou por que os grandes pecados parecem ser vencidos com
mais facilidade do que os “pecadinhos”? A resposta está no fato de que
podemos vencer todo pecado enquanto confiarmos no poder de Deus, e de
que não podemos vencer nenhum pecado quando confiamos em nosso
próprio poder. Antes, porém, de estarmos dispostos a confiar no poder de
Deus, precisamos ser levados a perder a confiança em nosso próprio poder.
Achamos mais fácil reconhecer que não podemos vencer os “grandes"
pecados, e se torna muito mais difícil compreender que somos incapazes de
combater o diabo por nós mesmos no tocante aos "pequenos” pecados.
Somos derrotados porque nós mesmos procuramos enfrentar estes últimos
pecados.
Imaginai estar num quarto escuro a que já vos habituastes. Ele contém
uma persiana, que está fechada. Se alguém puxasse o cordão ao lado,
erguendo rapidamente a persiana, a repentina claridade vos ofuscaria os
olhos. Deus, em Seu amor, abre a persiana aos poucos, Ele não nos revela
imediatamente tudo que deseja mostrar-nos. Começa com as grandes
questões e os pecados mais evidentes. Se aprendermos a confiar nEle para
vencê-los. Ele passa a lidar com os “pecadinhos”, conduzindo-nos passo a
passo.
Se temos de palestrar com um homem condenado à morte, não
começamos a falar-lhe sobre engraxar sapatos na sexta-feira à noite. Há
uma sequência reconhecida pelo próprio Deus. Em Êxodo 23, o Senhor
declara que venceria o inimigo para Seu povo. Promete expelir todos os seus
adversários. Diz que enviaria vespões, os quais são armas extremamente
eficazes! E então Ele acrescenta nos versos 29 e 30: "Não os lançarei fora de
diante de ti, num só ano, para que a terra se não torne em desolação, e as feras
do campo se não multipliquem contra ti. Pouco a pouco os lançarei de diante de
ti, até que te multipliques e possuas a terra por herança,"
Deus sabe que se Ele procurasse transformar-nos repentinamente e
nos revelasse todas as nossas fraquezas de uma só vez, seríamos destruídos.
Portanto, Ele o faz aos poucos, à medida que nós, em nossa fraqueza, o
possamos suportar. Mas, enquanto continuarmos buscando Sua comunhão
dia a dia, a obra que Ele começou em nossa vida será levada avante até a
conclusão (Filipenses 1:6).
Agosto 1, terça-feira O Testemunho
A Testemunha Silenciosa
“Em verdade, em verdade te digo que nós dizemos o que sabemos e testificamos
o que temos visto; contudo, não aceitais o nosso testemunho.” João 3:11
Imaginemos a cena de um julgamento num tribunal. O réu é
introduzido no recinto. O promotor público e o advogado de defesa tomaram
seus lugares. O juiz entra, e inicia-se a sessão. A primeira testemunha é
chamada ao estrado. Ela faz o juramento e se assenta. Começa o
interrogatório.
- Onde o senhor estava por volta das dez horas da noite do dia 27?
Silêncio.
-Eu perguntei: Onde o senhor estava na noite do dia 27?
Mais silêncio.
E o juiz indaga:
- Por que não está respondendo às perguntas?
- Bom - declara a testemunha afinal - acho que ser uma testemunha
silenciosa é suficiente. Deve ser evidente a todos, por minha simples
presença neste tribunal, o que eu sinto a respeito deste caso, e creio que
isto diz tudo. Não gosto de responder a perguntas. Posso dar uma resposta
errada ou algo parecido. Prefiro ser meramente uma testemunha silenciosa.
O juiz ordena que a primeira "testemunha" se retire do recinto, e chama
outra testemunha. Esta faz o juramento e toma seu lugar no estrado das
testemunhas. O julgamento continua.
- Onde o senhor estava por volta das dez horas da noite do dia 27?
-Em casa, deitado na cama.
- Viu ou ouviu algo fora do comum?
-Não. Eu não só estava na cama, mas as cortinas tinham sido fechadas,
o meu rádio tocava músicas suaves, as luzes estavam apagadas, eu pusera
o travesseiro sobre a cabeça e estava dormindo. Não vi nem ouvi coisa
alguma!
-E o senhor é uma testemunha?
A maioria dos cristãos, hoje em dia, se assemelham a uma ou outra
dessas duas testemunhas. Ou resolvem continuar sendo testemunhas
silenciosas, ou não têm nada de pessoal a dizer. E por isso seu testemunho
para Cristo é ineficaz. Unicamente quando nos envolvemos pessoalmente
com o Senhor Jesus e temos um testemunho individual a ser dado, e o damos
- por nossa influência, mas também por nossas palavras - é que nos
tornamos testemunhas eficazes para Ele.
Agosto 2, quarta-feira O Testemunho
Por que o Reavivamento se Desvanece?
“Pois quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; quem perder a vida por minha
causa, esse a salvará.” Lucas 9:24
Credes que testemunhar sempre é algo espontâneo? Se realmente
tivestes um vislumbre do amor de Jesus, conseguireis manter-vos silenciosos
a esse respeito? ou falareis automaticamente das coisas do evangelho?
Consideremos dois trechos do livro Caminho a Cristo. O primeiro é o
seguinte: “Tão depressa uma pessoa se chegue para Cristo, nasce-lhe no coração
o desejo de revelar aos outros que precioso amigo encontrou em Jesus.” – Página
77. Gravemos bem este ponto. Se estamos imbuídos das coisas do
evangelho, teremos o desejo de falar aos outros sobre o amigo que
encontramos em Jesus. Diz o outro trecho: “O cristão que não exercita as
faculdades que Deus lhe deu, não só deixa de crescer em Cristo, como também
perde a força que já possuía.” – página 80.
Quando juntamos os dois trechos, chegamos a esta conclusão: No
entusiasmo inicial, ao aceitar o evangelho, tenho alguma coisa a contar. Se,
porém, eu não o fizer, perderei o que tenho. Teremos de deduzir, portanto,
que deve ser possível não contar. Testemunhar nem sempre é espontâneo.
Se contar sempre fosse algo automático, seria estranho o que diz o segundo
pensamento, a saber: se não testemunharmos, perderemos o que já temos.
Destarte, embora o impulso inicial para testemunhar seja espontâneo, a ação
deliberada talvez não seja tão espontânea assim.
É possível sentar-se no gabinete de estudo, ler e meditar sobre o
evangelho e ficar excitado durante alguns momentos, e então o ânimo se
dissipará, a não ser que comecemos a partilhá-lo com outros. Se
procurarmos ocultá-lo, acabaremos sendo envoltos por maiores trevas do
que antes.
''Se nos entregássemos tão-somente a piedosa meditação, nossa luz se iria
enfraquecendo, pois foi-nos dada para que possamos comunicara outros, e quanto
mais comunicarmos luz, tanto mais brilhante ela se tornará." - Mensagens
Escolhidas. Livro 1, pág. 139. Os que experimentam grande reavivamento,
mas deixam de envolver-se em partilhar, notarão que o reavivamento se
dissipará e que as trevas voltarão.
Sabeis o que significa falar explicitamente com alguém a respeito das
coisas do evangelho e do que Jesus significa para nós? É partilhando o amor
de Jesus com os outros que nós mesmos chegamos cada vez mais perto dEle.
Agosto 3, quinta-feira O Testemunho
Entrega Pessoal Para o Serviço
“Então, disse Jesus a seus discípulos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo
se negue, tome a sua cruz e siga-me. Porquanto, quem quiser salvar a sua vida
perdê-la-á; e quem perder a vida por minha causa achá-la-á.” Mateus 16:24,25
Um pouco antes, nesta passagem, Jesus perguntara a Seus discípulos
quem eles diziam que Ele era. Pedro respondeu: "Tu és o Cristo, o Filho do
Deus vivo." Jesus elogiou-o por essa resposta, começando então a falar sobre
Sua ida a Jerusalém, onde seria entregue nas mãos de homens maus,
crucificado e sepultado, e ressuscitaria no terceiro dia. Estando talvez ainda
eufórico por sua recente conquista, Pedro pensou que daria outra vez a
resposta mais acertada. E passou a repreender a Jesus, dizendo: "Tem
compaixão de Ti, Senhor; isso de modo algum Te acontecerá." Verso 22. Estais
lembrados do que aconteceu em seguida. "Mas Jesus, voltando-Se, disse a
Pedro: Arreda! Satanás; tu és para Mim pedra de tropeço." Verso 23.
Em seguida, Jesus procurou corrigir o conceito adotado por eles.
Virtualmente, o que Ele disse foi o seguinte: "Vede, estou indo para Jerusalém
e a cruz. E se quereis seguir-Me, negai-vos a vós mesmos, tomai a vossa cruz e
segui-Me. Também há uma cruz para vós.”
Qual é nossa cruz? É submeter-nos a Jesus. É submeter nossa vontade
a Cristo. Tem que ver com a entrega e com a renúncia de nós mesmos.
Significa viver para Cristo, e não para o próprio eu. A cruz, o jugo e a entrega
de nossa vontade são a mesma coisa. E o jugo é colocado sobre os bois para
o serviço.
Disse Jesus em S. Lucas 9:23: "Se alguém quer vir após Mim, a si mesmo
se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-Me." O primeiro passo consiste,
portanto, em entregar nossa vida inteiramente a Jesus, e o segundo passo é
envolver-se em cooperação e consagração, por meio de uma vida de serviço
para Ele.
Que Jesus quer dizer ao convidar-nos a segui-Lo? Ele nos está
convidando a uma vida de empenho e testemunho. "Vinde após Mim, e Eu vos
farei pescadores de homens." Quando deixamos de procurar salvar nossa vida
e buscamos em primeiro lugar o reino de Deus, empenhar-nos-emos no
serviço em prol de outros, e estaremos seguindo a Jesus, o qual viveu em
todo o tempo com a finalidade de amparar e ajudar a outras pessoas.
Agosto 4, sexta-feira O Testemunho
Dar é Viver
“Nem se acende uma candeia para colocá-la debaixo do alqueire, mas no velador,
e alumia a todos os que se encontram na casa.” Mateus 5:15
Passamos grande parte de nossa vida procurando prover suficiente
segurança para ocasiões difíceis, planejando, economizando e acumulando
para livrar-nos de perdas, e em todo o tempo os fatos depõem contra nós.
Quem quiser salvar a sua vida, perdê-la-á. E quem está disposto a perder a
sua vida, achá-la-á.
É-nos declarado que no grande dia do Juízo, “os que não trabalham para
Cristo, que andaram ao sabor dos ventos, só pensando em si, cuidando de si,
serão postos pelo juiz de toda a Terra com os que fizeram o mal. Receberão a
mesma condenação” (O Desejado de Todas as Nações, ed. Popular, pág. 618).
Sabemos que dar é viver, e deixar de dar é morrer. Precisamos comunicar
para receber, e o que deixa de comunicar deixa de receber. Até mesmo a
nossa capacidade de receber só é preservada pelo ato de dar. É por isso que
muitos cristãos nunca crescem e muitas igrejas nunca prosperam. A única
maneira pela qual Deus pode salvar-nos é permitindo que trabalhemos com
Ele. “O esforço no sentido de abençoar aos outros reverterá em benção para nós
mesmos. Foi este o propósito de Deus dando-nos uma parte a desempenhar no
plano da redenção.” Caminho a Cristo, pág. 78.
A maior necessidade isolada, da igreja e do cristão individual, é aceitar
o desafio de empenhar-se em expansão e serviço. Testemunhar não é
principalmente uma questão de sair e bater em portas, procurando
convencer pessoas completamente estranhas, de sua necessidade de Cristo,
em cinco minutos ou menos, de modo que se possa chegar rapidamente a
outra casa. Testemunhar deve ser um modo de viver, para que realmente se
torne significativo.
É impossível testemunhar sem que se tenha algo a contar. A relação
com Cristo deve ser a base para alcançar os outros. Mas também é
impossível ser uma testemunha sem jamais dizer algo. Uma candeia só emite
luz quando é acesa; no entanto, se for coberta depois de ser acessa, de modo
que não se veja a sua luz, logo se apagará. É unicamente partilhando nossa
luz com os outros que nós mesmos podemos crescer.
Agosto 5, sábado O Testemunho
Terra Santa
“Deus continuou: Não te chegues para cá; tira as sandálias dos pés, porque o
lugar em que estás é terra santa.” Êxodo 3:5
Moisés esteve quarenta anos no deserto, cuidando de ovelhas. Essas
ovelhas nem eram suas: pertenciam ao seu sogro. Um dia, ao percorrer as
areias do deserto, ele viu uma sarça em chamas. Chegou mais perto para
ver o que se passava. Do meio da sarça, disse-lhe o Senhor: "Tira as sandálias
dos pés, porque o lugar em que estás é terra santa."
Que fazia com que o solo em volta da sarça ardente fosse terra santa?
Oh! Direis foi a presença de Deus. Mas Deus não estivera ao lado de Moisés,
em suas vagueações pelo deserto, antes do episódio relacionado com a sarça
ardente? Sim. Qual era então a diferença agora? Ela consistia em que Moisés
compreendeu que Deus estava ali. Jesus esteve na Terra só por 33 anos e
meio. Destes, trinta anos foram passados na oficina de carpintaria. É-nos
declarado que Jesus fazia tanto a obra de Deus quando trabalhava junto ao
banco de carpinteiro como durante os três anos e meio de Seu ministério
público. (O Desejado de Todas as Nações, ed. popular, pág. 64.) Enquanto
trabalhava como carpinteiro, Jesus sentia a presença de Deus com Ele, ali, e
a oficina de carpintaria tornou-se terra santa para Ele.
Cada um de nós, hoje em dia, pode compreender que todo lugar em
que trabalhamos e passamos os nossos dias pode tornar-se terra santa para
nós, se notarmos a presença do Senhor ali. Não precisamos ir a algum templo
ou montanha sagrada para encontrar a presença do Senhor. Ele sempre está
conosco, e quando discernimos Sua presença, o lugar em que nós achamos
se torna terra santa. Não importa que sejamos pastores de ovelhas, como
Moisés; carpinteiros, como Jesus; ou professores, comerciantes, donas de
casa ou vendedores. Não importa que nosso local de atividade se encontre
"atrás do deserto", como o de Moisés (Êxo. 3:1), ou na aglomeração de uma
cidade. A oficina, o lar, o escritório, o posto comercial podem tornar-se terra
santa quando compreendemos que o Senhor está ao nosso lado.
Testemunhar para Cristo não é algo que se restringe aos sábados à
tarde. É um modo de viver. Talvez o campo mais amplo para dar testemunho
se encontre no lugar em que ganhais a subsistência, pois é ali que passais a
maior parte de vosso tempo. Se dedicardes ao Senhor o lugar em que
trabalhais, para que se torne terra santa, Ele estará presente ali quando
partilhardes Seu amor com os outros.
Agosto 6, domingo O Testemunho
Viagem Gratuita à Terra Santa
“Tal como o Filho do Homem, que não veio para ser servido, mas para servir e
dar a sua vida em resgate por muitos.” Mateus 20:28
''Muitos pensam que seria grande privilégio visitar os cenários da vida de
Cristo na Terra, andar pelos lugares por Ele trilhados, contemplar o lago à margem
do qual gostava de ensinar, as montanhas e os vales em que Seus olhos tantas
vezes pousaram. Mas não necessitamos de ir a Nazaré, a Cafarnaum ou a Betânia
para andar nos passos de Jesus. Encontraremos Suas pegadas ao pé do leito dos
doentes, nas choças da pobreza, nos apinhados becos das grandes cidades, e em
qualquer lugar onde há corações humanos necessitados de consolação. Fazendo
como Jesus fazia quando na Terra, andemos em Seus passos.” O Desejado de
todas as Nações. ed. Popular, pág. 616.
O desígnio de Deus para Sua Igreja, como um corpo, e para cada um
de Seus filhos, como indivíduos, é que andem nas pegadas de Jesus, no
serviço pelos outros. Dar é viver - eis a lei dá vida em todo o vasto Universo.
O próprio Céu originou o ato de dar, e é unicamente dando aos outros que
podemos ter vida e crescimento.
Este princípio é demonstrado no mundo físico. Não importa quão fresco
e puro seja o ar que respiramos, depois de inalá-lo temos de exalá-lo. É
impossível acrescentar mais ar aos pulmões quando eles já estão cheios, e
acumular o ar inalado causará a morte.
O princípio de dar também é demonstrado no mundo natural. Toda a
Natureza exerce ações reciprocas para produzir vida. Unicamente dando e
recebendo constantemente, e dando de novo, é que as coisas naturais
conseguem crescer e desenvolver com força.
Os anjos do Céu estão empenhados num ministério constante. Eles
labutam incessantemente em prol dos que lhes são inferiores em todo o
sentido, com a finalidade de colocar-nos em mais intimar comunhão com
Deus do que eles mesmos podem desfrutar.
E o maior Exemplo de dar encontra-se em Jesus. Ele não veio para
ser servido, mas para servir. Quantos de nós, porém, como Seus filhos,
procuramos acumular os dons de Sua graça, recusando empenhar-nos
no trabalho em favor dos outros! Á vida cristã constitui uma oportunidade
para dar. Sigamos as pegadas de Jesus estendendo a mão a outros.
Agosto 7, segunda-feira O Testemunho
A Pessoa Mais Feliz do Mundo
“Na tua presença há plenitude de alegria, na tua destra, delícias perpetuamente.” Salmos
16:11

Sabemos que as pessoas que não se sentiriam felizes no Céu não


entrarão ali de modo algum. Uma das mais importantes verdades que
conhecemos a respeito do Céu é que as pessoas são felizes ali. Já sentistes
vontade de saber por que o Céu é um lugar tão ditoso?
Ora, tenho certeza de que os meninos e as meninas terão tempo
para brincar no Céu. Por exemplo, tenho certeza de que as criancinhas
encontrarão muito prazer em brincar com todos os animais que existem ali.
Será divertido para as crianças, e mesmo para alguns de nós
que já somos mais idosos, poder voar sem precisar entrar primeiro
num avião. Também será divertido brincar de balançar sem o balanço,
ou de saltar de paraquedas sem o uso desse objeto. Talvez até possamos
efetuar alguns mergulhos no rio da vida, sem o pesado equipamento usado
pelos mergulhadores. E as oportunidades de viajar serão irrestritas.
Mas a principal alegria e felicidade do Céu não consistirá em nossos
próprios "frêmitos de emoção". Notai o seguinte: “O espírito do abnegado amor
de Cristo é o espírito que domina o Céu, e é a própria essência de suas delícias.”
– Caminho a Cristo, pág. 76. A razão de as pessoas serem felizes no Céu é
estarem empenhadas em promover o bem-estar dos outros. E isso também
constitui o segredo da felicidade neste mundo.
A pessoa mais feliz do mundo é aquela cuja vida está mais centralizada
nos outros, e a pessoa mais infeliz do mundo é a mais egocêntrica. O
indivíduo cujo principal interesse na vida é tentar imaginar o que pode fazer
ou experimentar em seguida, para obter o maior deleite ou prazer, é uma
pessoa deveras infeliz. Já foste a um centro de diversões e observastes o
semblante dos que estão em filas esperando para “divertir-se”? a maioria
deles tem um aspecto bastante desagradável. E as crianças que quase não
podem dormir de tanta ansiedade, na noite que precede um dia de muita
excitação, invariavelmente se acham mal-humoradas no trajeto para casa.
Se procurais felicidade, prazer e contentamento, a melhor maneira
para encontrá-los é prestar serviço, partilhar, e procurar trazer a maior
felicidade aos que vos rodeiam. Esta é a fonte de alegria nesta vida, e será
a fonte de felicidade na vida por vir.
Agosto 8, terça-feira O Testemunho
Solicitude Pelo Pai
“Porque como subirei eu a meu pai, se o moço não for comigo? Para que não veja
eu o mal que a meu pai sobrevirá.” Gênesis 44:34
Judá estava intercedendo para seu irmão mais novo, Benjamim. Fora
ele que concebera a ideia de vender José como escravo. Participara do
conluio para matar um bode e molhar a túnica de José no sangue desse
animal, mostrando-a depois ao pai, para que pensasse que José tinha sido
morto. Mas agora ele está intercedendo pela vida de seu irmão,
prontificando-se a ocupar o seu lugar na prisão, se tão somente pudesse
evitar que sobreviessem novas aflições a seu pai. Houve uma mudança de
coração uma transformação completa. Aprecio o que aconteceu com Judá. E
vós?
Anteriormente Judá não se importará com os sentimentos de seu pai.
Agora está preocupado com eles. Antes, só pensava em si mesmo. Agora
considera mais importante o bem-estar dos outros. Costumava ser
desonesto; agora, porém, é honesto. A vida de Judá sofrera uma
transformação. Ele assumiu a responsabilidade de ser o fiador de Benjamim,
e isto de modo voluntário ou por sua própria escolha.
Quando alguém resolve ser professor ou pastor, está resolvendo ser
responsável pelos que forem colocados sob os seus cuidados. Estas
responsabilidades são voluntárias, e não impostas por outrem.
Logo chegará o dia em que subiremos a nosso Pai (I Tess.4:16 e 17).
Podemos ser gratos hoje em dia por um Deus que cuida e que fará tudo que
for possível para que quando subirmos a nosso Pai e Seu Pai, estejam
conosco aqueles a quem amamos. Não sois gratos àquele que como Judá,
deu um passo à frente e disse o seguinte a vosso respeito e daqueles a que
amais: “Eu Me dou por fiador por eles. Fique Eu em seu lugar"? Não sois gratos
pela solicitude do pai, da mãe, do professor ou do amigo que tem sido
responsável por vós? Não quereis unir-vos hoje comigo em resolver que não
traremos tristeza ao coração de nosso Pai por não estar presentes quando
todos os Seus filhos se reunirem no lar celestial? Não quereis fazer o mesmo
e comovente apelo feito por Judá no paço real de uma das mais poderosas
nações da Terra: “Fique teu servo em lugar do moço... Porque como subirei eu
a meu pai, se o moço não for comigo”?
Agosto 9, quarta-feira O Testemunho
Testemunhas Para Sempre
“Conheceis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, se fez pobre
por amor de vós, para que, pela sua pobreza, vos tornásseis ricos.” 2 Coríntios
8:9
Imaginemos que um dia, no Céu, nosso anjo da guarda se aproxime
de nós, perguntando:
- Gostaria de fazer uma viagem?
E respondemos:
- Como não? Mas, aonde iremos?
- Há um pequeno planeta, lá bem longe, na orla do Universo, cujos
habitantes querem saber o que significa ser resgatado de um mundo perdido,
diz o anjo. Eu não posso explicar isso para eles, mas vos mostrarei como ir
até lá.
Teríamos interesse em fazê-lo? A lei de dar é a lei do Universo. E
embora os médicos não possam exercer a sua profissão no Céu, nem os
agentes funerários, e desapareçam muitas outras ocupações que temos aqui
na Terra, o testemunho cristão continuará para sempre. Os anjos nunca
sentiram a alegria que será produzida por nossa salvação. E se dar é a
essência da felicidade celestial, não faria mal experimentá-lo já mesmo
agora, não é certo?
Se o principal motivo por que sou cristão é assegurar minha própria
entrada no Céu, talvez eu, ainda não seja cristão. Aquele que realmente se
tornou participante do espírito de Cristo preocupa-se mais com a salvação
dos outros do que com a sua própria salvação. Lembrai-vos de Judá quando
ele se tornou fiador de seu irmão Benjamim. Quando ele pensou que este
moço teria de permanecer no Egito como escravo e imaginou o profundo
pesar que isto traria a seu pai prontificou-se a ficar em lugar de Benjamim.
Lembrai-vos de Moisés quando elo estava conduzindo os israelitas do
Egito a Canaã. Deus fez menção de destruir os que eram rebeldes e começar
tudo de novo, fazendo de Moisés uma grande nação. Este homem dispôs-se
então a arriscar sua própria vida eterna para salvar o povo que ele amava.
E Jesus, o maior de todos os doadores, não considerou o Céu um lugar
desejável enquanto estávamos perdidos, mas efetuou a longa e penosa
jornada, pondo em risco Sua própria vida eterna, a fim de assegurar-nos um
lugar no Céu. Foi Seu espírito de altruísmo que se manifestou em Judá, em
Moisés e em todo o Céu. É desta disposição para gastar-se e deixar-se gastar
em prol dos outros que temos necessidade hoje em dia.
Agosto 10, quinta-feira O Testemunho
O amor jamais acaba
“Como te deixaria, ó Efraim? Como te entregaria, ó Israel.” Oséias 11:8
Se tendes alguma dúvida do amor de nosso Pai celestial, olhai para
Jesus, que veio revelá-Lo. Podeis vê-lo montado num jumento,
dirigindo-Se para a entrada da cidade. Do alto dá colina Ele contempla
a cidade lá embaixo e exclama entre soluções "Jerusalém, Jerusalém!
Como posso abandonar-te?” Quando temos um vislumbre daquele que
nos amou tanto assim, começamos a compreender a dor e o anseio
expressos na pergunta: Como te deixaria? E nosso coração é impelido
a extravasar-se com amor e serviço pelos que nos rodeiam, procurando
levá-los a aceitarem a salvação provida por Deus.
Quando olhamos para aqueles a quem amamos e que ainda estão
se debatendo no pecado, e se realmente compreendemos quão grande
preço foi pago por eles, então não fará diferença para nós se eles são
bons, maus ou antipáticos. Não fará diferença se é fácil ou difícil lidar
com eles. É como os dois homens que se encontraram um dia numa
cidadezinha. O primeiro tinha um filho que se envolvera numa porção de
dificuldades. E o segundo disse o seguinte “Se ele fosse meu filho, eu já o teria
deserdado há muito tempo.” O primeiro homem replicou: “Eu também já teria
feito isso, se ele fosse seu filho, e não o meu filho!” Simplesmente não podemos
afastar-nos daqueles a quem amamos. Há muitos pais, professores, parentes
e amigos hoje em dia que reconhecem esta verdade.
Às vezes dizemos para alguém "Você é responsável por Fulano”, mas
talvez essa pessoa não se considere responsável por esse indivíduo. De vez
em quando procuramos lançar um fardo pesado sobre os outros, com
referência à disseminação do evangelho, dizendo: “Tereis de prestar contas
por todos os que residem em vosso quarteirão. Sois responsáveis por este ou
aquele. Se eles se perderem, seu sangue será requerido de vós.” Isto, porém,
só faz com culpadas quando não se empenham na obra do evangelho.
De vez em quando alguém pergunta: “Por quanto tempo terei de orar ara
que Fulano seja salvo?” Esta é uma pergunta insensata. O amor nunca
pergunta semelhante coisa. O amor continua a rogar e a interceder porque
não pode proceder de outro modo e porque não suporta o pensamento de
abandonar o ente querido. O amor não conhece a palavra “chega!”.
Agosto 11, sexta-feira O Testemunho
Pescadores de homens
“E disse-lhes: Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens.” Mateus
4:19

Em S. João 21 encontra-se o relato dos discípulos que decidiram ir


pescar. Perguntou-lhes Jesus: "Pesgaram algum peixe?” Mas haviam labutado
arduamente a noite toda, sem pegar nada Então Ele recomendou que
lançassem a rede do lado direito do barco, e ela se encheu de peixes. Jesus
tornou claro que se queremos pescar, devemos fazê-lo do lado certo do
barco. Não convém pescar do lado errado
Não faremos uma injustiça às Escrituras se transferirmos esse relato
para a vida real no tempo presente, aplicando-o à pesca de homens, pois foi
Jesus mesmo quem fez essa analogia. Disse Ele: “Vinde após mim, e Eu vos
farei pescadores de homens.” Que podemos aprender, portanto, do relato da
pesca e do encontro de Jesus com os discípulos pescadores?
Em primeiro lugar, sabemos o que significa labutar a noite toda e não
pagar nada. Já passastes por essa experiência? Isto acontece com muitos
cristãos. Eles procuram cumprir o dever, testemunhando e são
malsucedidos. É desalentador quando a porta é batida em nossa cara. Pescar
a noite toda e não pegar nada é digno de lástima. Constitui uma verdadeira
maçada procurar efetuar a obra de Deus com instrumentos humanos, e
chapinhar na água, formando uma porção de ondas, só para pegar alguns
peixinhos que acabam voltando para o mar. Isto é normal na experiência de
muitos cristãos.
Precisamos compreender que esse fracasso pode ser o prelúdio do
milagre dos peixes. Não é tão ruim labutar a noite toda e não conseguir nada,
se isto nos leva a ajoelhar-nos. Nosso problema é que às vezes procedemos
como os discípulos, indo pescar por nossa própria vontade. As vezes
planejamos, trabalhamos, e incorremos em muitas despesas e fazemos
diversos preparativos, mas fracassamos, porque pescamos do lado errado
do barco.
Qual é o lado errado do barco? O lado do esforço pessoal. O lado direito
era o lado no qual estava Jesus. “(Ele) tinha um desígnio em ordenar-lhes que
deitasse a rede do lado direito do barco. Daquele lado estava Ele, na praia. Era o
lado da fé.” - O Desejado de Todas as Nações ed. Popular, pág. 775.
Empenhar-se na conquista de almas requer fé. É unindo-nos a Cristo e
seguindo Suas instruções que somos habilitados a ser pescadores de
homens.
Agosto 12, sábado O Testemunho
Leões na Rua
“Diz o preguiçoso: Um leão está lá fora; serei morto no meio das ruas.” Provérbios
22:13
Na realidade, o preguiçoso está dizendo que não quer sair pelas ruas
porque pode ser ofendido. Estaria correndo um grave risco se o fizesse.
Prefere ficar em casa, onde há calor, conforto e segurança. Já vos sentistes
como esse homem ao ser convidados a empenhar-vos no testemunho
cristão? Neste sentido, é possível que fiquemos em casa, com receio de que
haja leões lá fora e de que sejamos feridos por eles?
É devido à incerteza espiritual de sua própria vida que muitos acham
tão confortável permanecer dentro de casa, junto à lareira. Bem no íntimo
de sua alma eles compreendem que sua religião apenas constitui um hábito
ou uma fachada. Recusam submetê-la ao rigoroso exame dos outros, evitam
testemunhar, portanto, não sabendo ao certo qual é sua própria condição
diante de Deus.
Outro leão na rua é o receio de ser colocado numa situação embaraçosa
por alguém que faça perguntas difíceis. Já sentistes vontade de permanecer
junto à lareira por esse motivo? Temos a tendência de deixar que os
entendidos testemunhem por nós e enfrentem os leões nas ruas em nosso
lugar. Supomos que eles são domadores de leões! Pensamos que têm todas
as respostas corretas e que sabem exatamente como efetuar as coisas.
O terceiro leão na rua é o medo de fracassar. Já procurastes
testemunhar, dando estudos bíblicos ou fazendo alguma outra coisa, e tendo
então a impressão de que fostes malsucedidos? Achastes que foi por vossa
culpa que as pessoas com as quais entrastes em contato não decidiram
colocar-se ao lado de Deus?
Gostaria de lembrar aos espiritualmente indecisos que para enfrentar
esses leões nas ruas dirigir-se à presença de Jesus constitui uma experiência
incentivadora. Quando sabemos que Jesus é nosso Amigo e compreendemos
Sua amorosa aceitação, não mais teremos receio do primeiro leão. Em
segundo lugar, o principal objetivo do testemunho cristão é contar aos outros
o que Jesus significa para nós. E sempre podemos admitir que
desconhecemos certas questões teológicas, mas, estamos dispostos a
examiná-las. Em terceiro lugar, nunca nos foi requerido que nos
preocupemos em demasia com o êxito. Os resultados de nosso trabalho
devem ser deixados nas mãos de Deus. Hoje o Senhor nos convida a
empenhar-nos em diligente serviço para Ele, e Deus lidará com os leões.
Agosto 13, domingo O Testemunho
Por que Ir à igreja?
“Guardemos firme a confissão da esperança, sem vacilar, pois, quem fez a promessa é
fiel. Consideremo-nos também uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às
boas obras.” Hebreus 10:23,24

Qual é a pior razão que podeis imaginar para ir à igreja? E a melhor?


Ao ponderar porque as pessoas vão à igreja e porque eu mesmo o faço, creio
que a pior razão que eu como pregador posso ter para isso, é a legar que faz
parte do meu trabalho. A Bíblia apresenta, porém, três razões plausíveis para
ir à igreja.
A primeira é que Jesus recomenda que o façamos Hebreus 10:25: ''Não
abandonemos a nossa própria congregação como é costume de alguns antes,
façamos admoestações, e tanto mais quanto vedes que o dia se aproxima.”
A segunda razão é porque a igreja constitui um corpo e nenhum corpo
é completo sem a totalidade de seus membros. Esta verdade encontra-se em
I Coríntios 2:27. “Ora, vós sois corpo de Cristo; e, individualmente, membros
desse corpo”. Paulo prossegue apresenta uma parábola sobre como o
organismo humano nos ensinos importantes sobre acerca do corpo de Cristo,
Sua igreja. O corpo precisa de todos os membros, mesmo dos que são
considerados insignificantes. E o conjunto de partes diferentes que forma o
todo e um corpo só pode subsistir como tal se permanecer unido.
A terceira razão para ir a à igreja é a de que Jesus ia à igreja. Ele
costumava fazê-lo, mas se alguém ia ter uma desculpa para não ir à igreja,
era Jesus. Já frequentastes a igreja depois que os outros membros tenham
ficado tão agastados contra vós que vos tenham conduzido para fora, a um
penhasco com procurando lançar-vos dali abaixo? Eles fizeram isto com
Jesus, mas Ele não deixou de ir à igreja.
As vezes certas pessoas vêm ter comigo, dizendo: “Não preciso ir à
igreja. Obtenho mais bênçãos em meio à natureza.” Notai que a ênfase está na
palavra obtenho. E quando alguém me diz semelhante coisa, procuro
lembrar-lhe, com base em dados concretos e com base na Palavra de Deus,
que ele irá morrer. Isto é um fato. Se decepardes, o pé, ele não viverá por
muito tempo, mesmo que faça um passeio pela mata, dizem que quando é
cortada a cauda de um lagarto ela ainda por um pouco de tempo, mas não
muito. E embora um lagarto possa desenvolver uma nova cauda, a cauda
não pode. Nenhum membro do corpo pode subsistir por muito tempo sem o
resto do corpo. A união com o corpo é essencial à vida, ao crescimento e à
utilidade.
Agosto 14, segunda-feira O Testemunho
Fé e Razão
“E do modo por que Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o
Filho do Homem seja levantado.” João 3:14
Há pelo menos três tipos de pessoas que vão à igreja. Há os cristãos
dedicados, que gostam de ver o enaltecimento de Jesus. Vão à igreja porque
querem fazê-lo. Nada pode afastá-los. Estão bem convertidos. Seu maior
desejo é comunicar-se com o Senhor Jesus. Têm significativa vida devocional
e estudam a Palavra de Deus. Gostam de partilhar com os outros.
Aprenderam a confiar em Deus, e quando Deus diz: ''Ide à igreja", respondem
"Está bem, nós o faremos." Se houvessem estado presentes quando Moisés
recomendou que o povo olhasse para a serpente de metal, teriam olhado
para ela sem a menor hesitação. Creem que Deus sabe o que é melhor para
eles.
Para o cristão dedicado não é preciso falar sobre as razões para ir à
igreja, porque realmente deseja estar ali. Ele vai à igreja porque gosta de
fazê-lo. No entanto, em todas as agremiações religião há sempre alguns que
não são cristãos dedicados.
Há outro grupo de pessoas que vão à igreja simplesmente porque são
membros regulares. Foram batizados nalgum ponto de sua experiência
religiosa. Isso pode ou não ter significado alguma coisa para eles naquela
ocasião, mas não mantêm constante comunhão com o Senhor Jesus. Vão à
igreja porque isso é um hábito. Percorreram muitas vezes o caminho entre
sua casa e a igreja, e não podem sair da rotina. Vão por causa de sua
reputação ou por outros motivos egoístas. Se tais pessoas houvessem vivido
no tempo de Moisés, provavelmente teriam insistido que lhes fosse
apresentadas uma boa razão antes de olharem. E Deus não é contra a razão.
Não é errado ter alguma compreensão, contanto que não façamos questão
de que tudo esteja completamente claro antes de nos acharmos dispostos a
agir de acordo com a palavra de Deus.
O terceiro tipo de pessoas que vão à igreja são hostis à religião.
Frequentam a igreja por serem compelidas a fazê-lo. Não teriam interesse
em olhar para a serpente, nem se importariam com as razões para isso. Este
tipo não está interessado - ponto final! Mas, para todos os três tipos. Deus,
por meio de Seu Santo Espírito. está presente em Sua igreja. Atenderá as
necessidades de todos os que se chegarem a Ele. Fará tudo que for possível
para comunicar-Se com cada um deles.
Agosto 15, terça-feira O Testemunho
O Corpo Organizado
“E do modo por que Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o
Filho do Homem seja levantado.” João 3:14
Podeis imaginar um corpo humano que seja desorganizado? Que
sucederia se o cérebro, em vez de resolvesse abolir a organização? O rosto
chocar-se-ia com a porta. Sou grato a Deus porque o corpo é organizado. E
a organização também é significativa para a comunidade da igreja
O corpo não pode viver sem alimentar-se. Qual é, porém, a parte do
corpo com a taça não. Se isolássemos a boca e a ordenássemos que
comesse, ela não o faria. É o estômago que come? Não. E a boca e o
estômago e todas as outras partes do organismo, até as minúsculas células
que absorvem as substâncias nutritivas da corrente sanguínea. Todo o corpo
participa do ato de comer. E comer é uma das coisas efetuadas pela
comunidade da igreja. S. João 6 fala a esse respeito. Comemos o pão da vida
e bebemos a água da vida.
O corpo não pode viver sem respirar. Neste sentido, novamente, é todo
o organismo que respira, e não somente o nariz ou os pulmões. A oração é
a respiração da alma. E a comunidade da igreja, quando ela se reúne,
participa da respiração – isto é, da comunhão com Deus. Comer e beber é
essencial à vida.
Mas o corpo também precisa de exercício. I Timóteo 4:7 e 8 constitui
uma alusão a esta parte. O exercício, no sentido espiritual, é solicitude e o
serviço pelos outros.
Há duas razões que podemos ter para ir à igreja e reunir-nos com os
outros membros do corpo de Cristo. Vamos à igreja para receber e vamos à
igreja para dar. Se o principal, motivo para irmos à igreja é receber, nós a
trocaremos com facilidade por um passeio pela mata. Mas o principal objetivo
da frequência à igreja é dar. Há maneiras de darmos como corpo organizado
que serão impossíveis para nós individualmente. Qual de vós, por si mesmo,
já enviou um missionário a um campo estrangeiro? Pensai, porém nas
centenas de missionários que tem sido enviado pela Igreja!
Quando vamos à igreja para dar, bem como para receber, vemos a
importância de reunir-nos com o corpo de Cristo. Talvez haja pessoas
que acabam de ser socorridas na estrada de Jericó e que necessitam de
nosso auxílio. E o Grande e Bom Samaritano diz aos que se acham dispostos
a dar para os outros: “Cuidai deles, e Eu vos recompensarei na Minha volta.”
Agosto 16, quarta-feira O Testemunho
Jesus Ia à igreja
“Indo para Nazaré, onde fora criado, entrou, num sábado, na sinagoga, segundo
o seu costume, e levantou-se para ler.” Lucas 4:16
Fazemos uma confissão pública de nossa lealdade e do culto que
prestamos a Jesus quando frequentamos a igreja. Lemos em S. Mateus
10:32 que se confessarmos a Jesus diante dos homens, Ele nos confessará
diante de Seu Pai. Jesus ia à igreja, dando-nos um exemplo a ser seguido.
Ele ia à igreja para manifestar ao mundo Sua ligação com o Pai e Sua
lealdade para com Ele. Jesus ia à igreja para dar, e continuou a frequentá-la
a despeito das dificuldades que teve de enfrentar.
Jesus se levantou-Se na sinagoga de Nazaré num sábado e leu alguma
coisa do livro de Isaias. Leu que foi enviado para pregar o evangelho aos
pobres. Por quê? Porque os que são ricos e abastados e não precisam de
coisa alguma não podem compreender o evangelho. Ele disse que foi enviado
para curar os quebrantados de coração, por quê? porque quando o coração
é quebrantado e despojado do próprio eu ele sente a sua necessidade. Jesus
foi enviado para proclamar libertação aos cativos. Por quê? Porque todos nós
somos escravos do pecado, e unicamente os que reconhecem sua servidão
podem ser libertados pelo Filho. Ele foi enviado para restauração da vista
aos cegos. Por quê? porque sem o colírio espiritual não podemos ver nossa
necessidade; da justiça de Cristo. Ele veio pôr em liberdade os oprimidos.
Tendes sido derrotados e oprimidos pelo diabo? Tendes ficado desalentados
por causa de vossos pecados? Tendes tido sentimentos de condenação à
culpa, e estais receosos de que Jesus não vos aceite? A boa-nova é que Jesus
vos aceita assim como estais. Pobres? Com o coração quebrantado? Escravos
do pecado? Cegos? Oprimidos e aflitos? Ele quer aceitar-vos assim como
estais.
Jesus ia à igreja com o objetivo de partilhar as boas novas. E sabia
onde isto O levaria. Isto O conduziu ao escabroso caminho que terminou na
cruz. Mas, durante toda a Sua vida Ele foi à igreja, e deu, e continuou dando,
servindo e labutando pare o bem dos outros.
Convido-vos a ter o costume de ir à igreja, com o objetivo de dar aos
outros pelo menos a influência de vossa presença. Convido-vos a partilhar
as boas-novas do evangelho com os que estão em necessidade, indo à igreja
para dar, e não meramente paia receber. Dar é muito mais importante e
melhor do que receber.
Agosto 17, quinta-feira Jesus Revelado nas Doutrinas
O Céu é Real
“Amados, agora, somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que
haveremos de ser. Sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes
a ele, porque haveremos de vê-lo como ele é.” 1 João 3:2
Gostaríeis de começar a vida de novo? A maioria das pessoas diriam:
"Como não? Mas eu faria uma porção de coisas de outra maneira." A pergunta
é, porém, se gostaríeis de começar a vida de novo e viver exatamente como
antes, sem nenhuma alteração. Quanto mais alguém tenha visto do que a
vida tem a oferecer neste mundo, tanto mais rápida será a sua resposta:
"Não, muito obrigado!"
Se isto é verdade, então uma das maiores esperanças que temos aqui
é ir para o Céu. Aceitar a salvação provida por Deus e ajudar outras a aceitá-
la é o principal objetivo de estarmos aqui. Não vos sentis alegres "Muitas pelo
fato de crer no Céu?”
Muitas pessoas não acreditam que o Céu é um lugar real. Mas a
doutrina do Céu, como um lugar real, constitui uma doutrina bíblica na qual
os adventistas do sétimo dia creem firmemente. Se tendes a impressão de
que o Céu é irreal, talvez Jesus também seja irreal para vós. Um ateu
perguntou certa vez a um menino que acreditava no Céu: "Mas, que será se,
você for para o Céu e Jesus não estiver ali?" E o menino respondeu: "O Céu é
onde Jesus está." Se Jesus é real, o Céu também é real.
Jesus é real? Muitos creem que Ele era real antes de Sua ressurreição.
Alguns acham difícil acreditar que Ele foi real depois disso. Mas a Bíblia ensina
que Jesus foi real após a ressurreição. Em S. Lucas 24:37 é declarado que
os discípulos pensavam estarem vendo um espírito, mas Jesus disse: "Vede
as Minhas mãos e os Meus pés, que sou Eu mesmo; apalpai-Me e verificai, porque
um espírito não tem carne nem osso como vedes que Eu tenho." Verso 39. Tomé
tinha as suas dúvidas; Jesus disse-lhe, porém: "Põe aqui o teu dedo e vê as
Minhas mãos; chega também a tua mão e põe-na no Meu lado." S. João 20:27.
E Tomé exclamou: “senhor meu e Deus meu!” Jesus era tão real após a
ressurreição como fora antes.
Acrescentemos a isso o que está escrito em I S. João 3:2: "Sabemos
que, quando Ele Se manifestar, seremos semelhantes a Ele' porque havemos de
vê-Lo come ele é.” Seremos semelhantes a Jesus quando Ele vier outra vez.
E como Jesus é real, nós também seremos reais. O Céu não será um lugar
indeterminado e místico, e, sim, real.
Agosto 18, sexta-feira Jesus Revelado
Quando Terminar o Enfado
“Pois a nossa pátria está nos céus, de onde também aguardamos o Salvador, o
Senhor Jesus Cristo, o qual transformará o nosso corpo de humilhação, para ser
igual ao corpo da sua glória, segundo a eficácia do poder que ele tem de até
subordinar a si todas as coisas.” Filipenses 3:20,21
Todos nós poderíamos sofrer alguma modificação. Todos nós
reconhecemos a necessidade de sermos transformados por ocasião da
glorificação. Nosso corpo tornar-se-á semelhante ao glorioso corpo de Cristo.
Ele será real, pois Jesus é real e nos levará para um lugar real, quando vier
outra vez.
Na Nova Jerusalém, Jesus está preparando um lugar para Seu povo.
Teremos moradas ali. (S. João l4:1-3) É-nos declarado quais serão algumas
de nossas atividades. Edificaremos casas, e nelas habitaremos. Plantaremos
vinhas, e comeremos o seu fruto. Não trabalharemos debalde, mas
desfrutaremos de todo as obras de nossas próprias mãos. (Isaias 65.)
Jesus também está interessado em nossa identidade. A Nova
Jerusalém tem fundamentos, e nesses fundamentos se encontram os nomes
de algumas pessoas. São os mesmos nomes que lhes foram dados por
ocasião do nascimento, por suas mães. Seremos conhecidos em virtude de
nossos nomes, de nossos aspectos físicos e de nossos característicos
pessoais. Conheceremos como também somos conhecidos (I Cor. 13).
Às vezes os jovens dizem o seguinte: “Quem quer ir para o Céu?! Eu
ficaria enfadado de viver para sempre.” Detende-vos, porém, e pensai por uns
instantes sobre o que vos torna enfadados nesta vida. Ficamos enfadados de
lágrimas. Mas Isaias 65:19 declara que nunca mais se ouvirá voz de choro
nem de clamor. Apocalipse 7:17 diz que Deus lhes enxugará dos olhos toda
lágrima. Ficamos enfadados do pecado. Naum 1:9 afirma que o pecado não
se levantará pela segunda vez. Ficamos enfadados dá morte e da dor.
Apocalipse 21:4 declara que a morte já não existirá, já não haverá luto, nem
pranto, nem dor. Ficamos enfadados da doença. Mas Isaías 33:24 diz que
nenhum morador dirá "Estou doente.” Ficamos enfadados de viver em solidão.
Mas Apocalipse 21:3 afirma que Deus habitará com eles. Serão o Seu povo
e Deus mesmo estará com eles.
Jesus nos dá a oportunidade de viver para sempre. O Céu é um lugar
real e foi criado para nossa suprema felicidade.
Agosto 19, sábado Jesus Revelado
Deus Quer que Estejais Ali
“Mas, agora, em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, fostes aproximados
pelo sangue de Cristo.” Efésios 2:13
Já perguntastes a vós mesmos se valerá apenas ir para o Céu? Já vos
adveio o pensamento de que talvez não preciseis viver para sempre com
Deus? Qual é, porém, a atitude de Deus a esse respeito? É possível que Ele
precise de vós, por que sente falta de vossa pessoa? Talvez uma das maiores
razões para almejar o Céu é querer estar ali porque Ele deseja muitíssimo
que habitemos nesse lugar.
As mansões, as ruas de ouro, o fruto da árvore da vida tudo isso foi
preparado tendo em vista a nossa felicidade. O Deus que fez com que toda
folha e todo floco de neve fossem diferentes um do outro, também criou a
cada um de vós como uma pessoa distinta. Cada indivíduo é diferente dos
demais. Cada um é especial. Cada um deles é amado por Deus como se não
houvesse outra pessoa sobre a Terra pela qual Jesus deu a vida. Se
rejeitardes a salvação que Ele vos oferece e achardes que o preço do Céu é
muito elevado, por toda a eternidade Seu grande coração de amor sentirá
falta de vós.
Estareis ali? Ou dizeis o seguinte: “Fui longe demais. Nunca poderei entrar
no Céu”? Um jovem disse-me certa vez: “Se eu for para o Céu ficaria tão
surpreso que não sei o que farei".
Mas agora em Cristo Jesus, vós que antes estáveis longe, fostes
aproximado pelo sangue de Cristo. Tendes estado muito longe? Sois
trazidos para perto de Deus pelo sangue de Cristo. Há boas novas para vós
na atualidade. Podeis aceitar o dom dá salvação e ser aproximados pelo
sangue de Jesus. Hoje Cristo vos convida a manter comunhão com Ele, para
que amanhã vos seja assegurado um lar no Céu.
“Na Bíblia a herança dos salvos é chamada um país. (Hebreus 11:14-16).
Ali o Pastor celestial conduz Seu rebanho às fontes de águas vivas. Á árvore da
vida produz seu fruto de mês em mês, e as folhas da árvore são para a saúde das
nações. Existem torrentes sempre a fluir, claras como cristal, e ao lado delas,
árvores ondeantes projetam sua sombra sobre as veredas preparadas para os
resgatados do Senhor. Ali as extensas planícies avultam em colinas de beleza, e
as montanhas de Deus erguem seus altivos píncaros. Nessas pacíficas planícies,
ao lado daquelas correntes vivas, o povo de Deus durante tanto tempo peregrino
e errante, encontrará um lar.” O Grande Conflito, pág. 672.
Agosto 20, domingo Jesus Revelado
Esperança Para um Mundo Enfermo
“Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas; sobre a terra, angústia entre
as nações em perplexidade por causa do bramido do mar e das ondas; ... haverá
homens que desmaiarão de terror e pela expectativa das coisas que sobrevirão
ao mundo; pois os poderes dos céus serão abalados.” Lucas 21:25,26
Se eu fosse médico e tivesse um paciente tão enfermo como este
mundo está agora, eu perderia a esperança de conseguir fazer alguma coisa
para ajudá-lo. O indivíduo que sofre do coração não está fatalmente
condenado a morte prematura. Com muito cuidado e tratamento adequado,
ele tem boas probabilidades de alcançar uma idade avançada. No entanto,
se também for afligido pelo câncer, pela tuberculose e pela pneumonia e se
for estouvado e se contrair febre tifóide e sofrer um ou dois ataques
cardíacos, sua possibilidade de restabelecimento será quase nula.
Esta é a condição do mundo hoje em dia. A agitação está rompendo
em toda parte. O câncer do pecado apoderou-se de toda a estrutura social.
O vício e a dissipação abalaram os fundamentos da civilização. Falsas
doutrinas políticas e religiosas estão envenenando as fontes da vida. O ar
está contaminado pela intolerância e o ódio. O mundo todo parece estar à
beira da ruína. O primeiro grande golpe ocorreu na Primeira Guerra Mundial,
seguida por outra muito pior. Para assombro de Grande número de pessoas;
o paciente recuperou as forças, e os médicos procuram agora freneticamente
um remédio que evite outro ataque. Poucos acreditam que a civilização
resista a mais um. E três vezes, e acabou! A única solução para o problema
é Jesus Cristo, e Ele virá em breve, para estabelecer um reino que durará
para sempre.
Os adventistas do sétimo dia creem na segunda vinda de Jesus Cristo.
Eles a têm proclamado e aguardado por muito tempo. Houve uma época em
que os que acreditavam no fim do mundo eram considerados alarmistas.
Hoje em dia eles são considerados realistas. Até cientistas e estadistas estão
chegando à conclusão de que não poderemos ir muito longe. Mas, nós temos
esta esperança a esperança de que Aquele que vem virá: a esperança de que
Ele vem com as nuvens, e todo olho O verá; a esperança de que Ele virá
levar os Seus filhos para o lar e acabar com o pecado e a tristeza. O centro
de nossa esperança é Jesus. É Jesus que virá outra vez. É Jesus que está
preparando um lar para nós. É Jesus que tem a única solução para o mundo
agonizante.
Agosto 21, segunda-feira Jesus Revelado
Seu Glorioso Aparecimento
“Porque, assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra até no
ocidente, assim há de ser a vinda do Filho do Homem.” Mateus 24:27
Jesus tinha sido preso e estava diante de Caifás. Apresentavam-se
falsas testemunhas, procurando provar que Ele era culpado de morte. Mas
Jesus guardava silêncio. Finalmente, bastante decepcionado, disse-Lhe o
sumo sacerdote: "Eu Te conjuro pelo Deus vivo que nos digas se Tu és o Cristo,
o Filho de Deus." S. Mat. 26:63. Estando agora sob juramento nesse tribunal
terrestre, embora houvesse guardado silêncio até esse momento, Jesus não
hesitou em responder. Não somente deu uma resposta à pergunta que Lhe
foi feita, mas foi mais além. "Respondeu-lhe Jesus: Eu o sou; entretanto, Eu
vos declaro que desde agora vereis o Filho do homem assentado à direita do Todo
poderoso, e vindo sobre as nuvens do céu." Isto poderia fazer com que o sumo
sacerdote permanecesse acordado durante várias noites. Ele obteve o que
não havia pedido. Sob juramento, Jesus prometeu que viria outra vez. Como
podemos aproveitar isso para provar que Ele vem?
Se há alguma coisa que o diabo detesta ouvir é o fato de que Jesus
voltará à Terra. Ele sabe que quando isto acontecer, seu poder terminará.
Procura enganar, portanto, o maior número de pessoas possível, atribuindo
a Jesus sua própria maneira de agir. Como Satanás age? De modo furtivo! O
diabo não se manifesta abertamente. Ele se move sorrateiramente. Ocupa-
se, portanto, em convencer as pessoas de que Jesus pretende vir
ocultamente e retirar-Se do mesmo modo. No entanto, é-nos declarado que
"todo olho O verá" (Apóc. 1:7). Ele virá como o relâmpago. Não há nada
secreto em conexão com a volta de Jesus, a não ser o dia e a hora, que só o
Pai sabe. (II S. Ped. 3:10.)
Por que Jesus vem? A resposta nos diz alguma coisa importante a Seu
respeito. Jesus termina o que Ele começa. Visto que somos escravos do
relógio, pareces-nos que está havendo uma longa demora. Às vezes
perguntamos a nós mesmos se Ele realmente concluirá Sua obra. Os
escarnecedores dizem que não. Contudo, aproxima-se rapidamente o tempo
em que aquele que vem virá, e não tardará. Ele vem para acabar com o
grande conflito, bem como com o pecado e a morte.
Durante este tempo de espera, nossa tarefa é buscar conhecer a Jesus
e ajudar outros a conhecê-Lo, para que quando Ele vier sejamos achados por
Ele em paz. Os que têm andado com Jesus neste mundo poderão olhar para
cima e dizer: "Eis que este é o nosso Deus, em quem esperávamos, e Ele nos
salvará.”
Agosto 22, terça-feira Jesus Revelado
Deus Termina Aquilo a que Dá Início
“Porque, ainda dentro de pouco tempo, aquele que vem virá e não tardará.”
Hebreus 10:37
Há alguns anos, meu pai e meu tio estavam realizando reuniões numa
cidade. Certa noite, quando meu tio começou a pregar, um homem sentado
na frente do auditório levantou-se e, virando-se, passou abrandar para a
congregação: "Não creiais no que dizem esses irmãos Venden. Eles estão falando
sobre o fim do mundo, e isto nunca irá acontecer. As coisas continuam sendo o
que sempre foi e sempre serão." Ele virou-se então para o meu tio e
perguntou: "Pode apresentar-me uma prova de que isso irá acontecer?"
Meu tio replicou:
- Sim, posso. O senhor é a última que tenho visto!
- Como assim?
E meu tio leu o que está escrito em II S. Pedro 3:3 e 4: "Nos últimos
dias, virão escarnecedores com os seus escárnios, andando segundo as próprias
paixões, e dizendo: Onde está a promessa da Sua vinda? porque desde que os
pais dormiram, todas as coisas permanecem como desde o princípio da criação."
E o homem deixou-se cair no assento. O Senhor deu a resposta correta no
momento exato.
Deus não começa algo que será deixado por fazer. Neste mundo de
pecado, muitas pessoas têm o hábito de dar início a certas coisas que nunca
serão concluídas. Os pais procuram ensinar os filhos a acabar o que é iniciado
por eles. O fato é, porém, que Jesus termina as coisas. Na manhã da
ressurreição Ele Se deteve pelo tempo suficiente para dobrar a mortalha e
guardá-la cuidadosamente, embora não precisasse mais dela. Isto nos
ensina algo a respeito de Jesus.
O que Ele irá concluir quando vier outra vez? O grande plano da
salvação, redenção e restauração. Tomou outras providências além de nos
compensar ao termos nascido neste mundo de pecado. É poderoso para levar
avante até o fim a obra que iniciou em nossa vida. Pode dar prosseguimento
às coisas até o fim, que apenas constitui o começo da eternidade.
Jesus vem. Ele vem com grande aparato, para ser visto por todos. Vem
para terminar a obra de redenção a que deu início. Vem liberta-nos de um
mundo de pecado e buscar-nos para vivermos sempre com Ele nas moradas
que preparou para os que O amam.
Agosto 23, quarta-feira Jesus Revelado
Por Que Eu?
“Não temais, pois! Bem mais valeis vós do que muitos pardais.” Mateus 10:31
Quando ocorre uma tragédia, uma das primeiras perguntas feitas por
suas vítimas geralmente é a seguinte: "Por que eu? Por que será que me
aconteceu isto?" Mas, depois que termina a primeira excitação e dor,
começamos a perceber melhor quanta tristeza e desgraça existe ao nosso
redor neste mundo, e a segunda interrogação costuma ser enunciada nestes
termos: "Por que eles? Por que todos esses outros ao meu redor também
precisam estar sofrendo?" Passamos então a ajudar os outros da melhor
maneira possível. Aquele que permanece na primeira etapa, preocupando-
se apenas consigo mesmo e com o que lhe aconteceu, encontra problemas
que não têm solução. Aquele, porém, que passa a sentir solicitude pelos
outros verifica que seus problemas se dissipam.
Podemos ver algo semelhante em relação com todo este mundo de
pecado. Já perguntastes por que tivestes de nascer aqui? Quando se vos
abriram os olhos e notastes que viveis num mundo que se perverteu, vossa
primeira reação foi esta: "Por que eu?" Deus faz, porém, com que o pobre
pecador olhe ao seu redor e descubra que outros também estão sofrendo.
Sua própria desdita se transforma em compaixão ao olhar ele para um
mundo cheio de desgraças, e perguntar: "Por que eles? Por que todos eles?"
Há uma questão mais importante ainda que podemos ser levados a ver,
depois que nossa atenção se desviou de nós mesmos. Por que o Universo?
Por que Deus? Por que a ruptura do coração de Jesus? Já sentistes solicitude
por eles?
Vemos uma pequenina parte da tristeza e dor do mundo.
Acompanhamos as notícias, observamos alguns aspectos de um desastre,
algumas cenas de pessoas que morrem de fome ou de outras causas, e o
pouco que vemos já nos leva a chorar. Mas Deus contempla tudo que se
passa. Ele sente toda dor com Seu infinito coração de amor, o qual tem tão
grande anseio por Seus filhos que teria feito o sacrifício da cruz mesmo que
só houvesse uma pessoa a ser salva. Seu grande coração de amor rompe-se
novamente quando nosso coração é afligido. E Seu maior pesar é causado
pelas pessoas a quem almeja ajudar, se estas não querem ir a Ele para terem
vida.
A verdadeira maturidade na vida cristã preocupa-se menos com a
salvação pessoal do que com o alívio a ser prestado aos outros, não por
nosso causa, nem unicamente por causa deles, mas em consideração ao
Deus a quem amamos.
Agosto 24, quinta-feira Jesus Revelado
Jesus Revelado nos Mil Anos
“Quem não temerá e não glorificará o teu nome, ó Senhor? Pois só tu és santo;
por isso, todas as nações virão e adorarão diante de ti.” Apocalipse 15:4
Apocalipse 20 é o único capítulo da Bíblia que faz menção dos mil anos
ou "milênio". Leiamos os primeiros seis versículos desse capítulo. "Então vi
descer do céu um anjo; tinha na mão a chave do abismo e uma grande corrente.
Ele segurou o dragão, a antiga serpente, que é o diabo, Satanás, e o prendeu por
mil anos; lançou-o no abismo, fechou-o, e pôs selo sobre ele, para que não mais
enganasse as nações, até se completarem os mil anos. Depois disto é necessário
que ele seria solto pouco tempo”.
"Vi também tronos, e nestes sentaram-se aqueles aos quais foi dada
autoridade de julgar. Vi ainda as almas dos decapitados por causa do testemunho
de Jesus, bem como por causa da palavra de Deus, tantos quantos não adoraram
a besta, nem tampouco a sua imagem, e não receberam a marca na fronte e na
mão; e viveram e reinaram com Cristo durante mil anos. Os restantes dos mortos
não reviveram até que se completassem os mil anos. Esta é a primeira
ressurreição. Bem-aventurado e santo é aquele que tem parte na primeira
ressurreição sobre esses a segunda morte não tem autoridade."
O ponto de partida dos mil anos é a primeira ressureição. Há outra
ressurreição no fim. Os justos ressuscitam na primeira ressurreição, por
ocasião da volta de Cristo. Os ímpios permanecem em suas sepulturas até a
segunda ressurreição, mil anos mais tarde. Satanás e suas hostes de anjos
maus ficam restringidos à Terra, sozinhos.
Quando Jesus vier, será feita a proclamação: "Continue o injusto fazendo
injustiça...; o justo continue na prática da justiça, e o santo continue a santificar-
se." A despeito de quanto Satanás gostaria que crêssemos que haverá uma
segunda oportunidade, a Bíblia ensina que só há uma. Mas, até aquele
tempo, a porta ainda está aberta. Ainda temos a opção de resolver atender
à batida de Cristo à porta de nosso coração e preparar-nos para o encontro
com Ele. Há esperança para toda pessoa hoje em dia, bem como para os que
dormiram em Jesus. Cristo tem o poder de ressuscitá-los dentre os mortos.
Quando Ele voltar, todos nós seremos arrebatados juntamente para o
encontro com Jesus. Quão glorioso será esse dia!
Agosto 25, sexta-feira Jesus Revelado
Deus é imparcial e justo
“Bem-aventurado e santo é aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre
esses a segunda morte não tem autoridade.” Apocalipse 20:6
Que nos dizem os mil anos a respeito de Deus e de Jesus? Eles nos
dizem que Deus quer insistentemente que os livros sejam abertos, para que
todos possam vê-los. Ele deseja que todos compreendam claramente a
natureza de sua própria reação diante da verdade, e a dos que se acham ao
seu redor. Não fará coisa alguma de modo secreto ou às escondidas. Deseja
muitíssimo que cada um dos que forem salvos compreenda devidamente por
que determinadas pessoas estarão eternamente perdidas.
Em parte, a razão desse período de mil anos de investigação é vedar
para sempre o Universo à entrada do pecado pela segunda vez. A história do
pecado será desdobrada perante todos, para que vejam as causas e os
resultados. Seremos capazes de traçar a operação do pecado não somente
sobre nosso próprio coração, mas também sobre todos os que viveram na
Terra. Haverá alguns pesares durante os mil anos? E provável que sim. Será
que Deus cuidará disso? Ele é poderoso para fazê-lo, não é mesmo? Não sei
ao certo como tudo isso se dará, mas conheço o suficiente a respeito de Deus
e de Jesus para confiá-lo aos Seus cuidados. Ele sabe o que é melhor.
Quando terminarem os mil anos, todo o Universo reconhecerá que
Deus tem sido imparcial e justo em todos os Seus caminhos. Ele nunca foi
além do que deveria ir. No fim do milênio, após a segunda ressurreição,
quando descer a Santa Cidade, e todos os que já viveram ou morreram se
encontrarem pela primeira e última vez, Jesus será justificado perante todos
eles. Até mesmo Satanás admitirá que Deus é imparcial e justo em tudo que
faz.
De que lado dos muros daquela cidade Gostaríeis de estar? Observareis
os acontecimentos do lado de dentro, ou estareis entre os que ficarão do
lado de fora, sendo instigados por Satanás a um ataque final contra essa
cidade? Ele se arremessará para o meio dos que saírem de suas sepulturas
na segunda ressureição criminosos, grandes guerreiros, pecadores de todos
os séculos, procurando levá-los a atacar a cidade de Deus. Lembra-lhes que
o número deles é muito maior do que o dos que estão do lado de dentro.
Mas o seu poder terá terminado. Ficará provado perante todo o Universo que
Deus é digno de confiança, e por toda a eternidade viveremos em paz, pois
o pecado jamais se levantará pela segunda vez. Nunca mais alguém duvidará
do grande amor de Deus.
Agosto 26, sábado Jesus Revelado
Jesus Revelado Por Maus Espíritos
“Bem sei quem és: o Santo de Deus!” Marcos 1:24
Consideremos hoje como Jesus é revelado por maus espíritos. Quase
parece ser um sacrilégio dizer isto, mas o fato é que toda doutrina da Bíblia
revela a Jesus de algum modo. Quando esteve aqui na Terra, Jesus
frequentemente enfrentou maus espíritos. Lemos em S. Mateus 8:16 e 17:
"Chegada à tarde, trouxeram-Lhe muitos endemoninhados; Ele meramente com
a palavra expeliu os espíritos, e curou todos os que estavam doentes; para que
se cumprisse o que fora dito por intermédio do profeta Isaías: Ele mesmo tomou
as nossas enfermidades e carregou com as nossas doenças."
Em S. Marcos 1:23 em diante, é-nos declarado: "Não tardou que
aparecesse na sinagoga um homem possesso de espírito imundo, o qual bradou:
Que temos nós contigo, Jesus Nazareno? Vieste para perder-nos? Bem sei quem
és: o Santo de Deus! Mas Jesus o repreendeu, dizendo: Cala-te, e sai desse
homem. Então o espírito imundo, agitando-o violentamente, e bradando em alta
voz, saiu dele. Todos se admiraram, aponto de perguntarem entre si: Que vem a
ser isto? uma nova doutrina! Com autoridade Ele ordena aos espíritos imundos, e
eles Lhe obedecem "
É interessante notar que o primeiro testemunho registrado em S.
Marcos acerca de quem era Jesus proveio do próprio Pai (Cap. 1:11); e o
segundo proveio de um mau espírito cujo domínio sobre sua vítima estava
prestes a terminar. Talvez eles conheçam algo que nós não conhecemos,
pois habitam num plano superior ao dos seres humanos. Compreendem o
grande conflito de um modo que nós às vezes não chegamos a compreender.
A atuação de Satanás é mais do que mera superstição, e é tão eficaz
hoje em dia como nos dias de Cristo. Satanás não é sábio, mas é inteligente.
Não é tão inteligente como Deus, mas certamente é mais inteligente do que
nós. Planejou um ataque muito hábil contra o povo de Deus no tempo
presente. Quando vemos o que ele tem planejado, isto lança um pouco de
luz sobre algumas coisas muito belas a respeito de Jesus e Seus planos. Visto
que o diabo é astuto, ele ataca o povo de Deus nos pontos mais vulneráveis.
O Senhor nos mostrou certas áreas específicas em que Satanás está
atacando, para que possamos ver o que Deus considera como às questões
mais importantes. O Senhor não quer que estejamos desprevenidos, e, sim,
que tenhamos os olhos bem abertos e que corramos para Ele em busca de
proteção contra todas as artimanhas de Satanás.
Agosto 27, domingo Jesus Revelado
Não Precisamos Ser Enganados
“Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para poderdes ficar firmes contra as
ciladas do diabo.” Efésios 6:11
O inimigo neste mundo não á meramente a humanidade. O verdadeiro
inimigo é mais forte do que nós. "Porque a nossa luta não é contra o sangue e
a carne, e, sim, contra os principados e potestades, contra os dominadores deste
mundo tenebroso, contra às forças espirituais do mal, nas regiões celestes.
Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau,
e, depois de terdes vencido tudo, permanecer inabaláveis." Efés. 6:12 e 13.
Embora o inimigo sejas mais forte do que nós, ele é um inimigo derrotado,
por conseguinte, não há motivo para sermos derrotados por ele. O Senhor
põe à nossa disposição a armadura da verdade, a qual nos protegerá contra
os ataques de Satanás.
Uma das verdades sobre Satanás é que ele gosta do que é suntuoso.
Somos advertidos a esse respeito em Apocalipse 16 e II Tessalonicenses 2.
Satanás sabe que as pessoas são impressionadas com o que é sensacional,
e isto constitui um de seus embustes. O pecado é incompreensivo. A lógica
nos adverte de que o hábito de fumar produz câncer do pulmão. O bom senso
nos diz que perder a calma não é a melhor maneira de lidar com um
problema. À rebelião simplesmente não se coaduna com o bom senso.
Ninguém resolve fazer a vontade de Satanás baseado na lógica e na razão.
Portanto, ele lança o seu ataque sobre outro setor, procurando enganar-nos
e impressionar-nos com o sobrenatural. E se confiarmos em nossos sentidos
seremos enganados.
Às vezes pensamos que as questões finais serão muito simples.
Guardais o sábado, ou não? Pertenceis à igreja remanescente, ou pertenceis
a uma outra igreja? Mas não será tão simples assim. Se for possível, Satanás
quer enganar os próprios eleitos. A única maneira pela qual ele poderia
esperar fazê-lo seria inventar um engano que parecesse ser real. E quanto
mais semelhança houver entre o que é falso e o que é verdadeiro, tanto
maior será a probabilidade de que as pessoas sejam enganadas.
O fato de que Deus nos advertiu com muitos antecedência constitui
uma demonstração do amor de Deus, pois assim ninguém precisa ser
enganado pelos planos do inimigo. Somos admoestados a não confiar em
nossos sentidos, e, sim, na Palavra de Deus. Também nos é feita a
advertência de que sem a vital comunhão com o Senhor seremos enganados.
Deus tem efetuado tudo que é possível para evitar que venhamos a perder-
nos, porque em Seu Grande amor Ele deseja que cada um de nós passe a
eternidade ao Seu lado.
Agosto 28, segunda-feira Jesus Revelado
O Diabo é Mentiroso
“Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres.” João 8:36
Satanás investe contra o nosso mundo com renovada força nestes
últimos dias. Ele sabe que seu tempo é curto, e com toda a sua astúcia
procura enganar o povo de Deus e o mundo todo. Uma das características
de sua atuação é o sobrenatural. Ele gosta de ostentação e aparato - e há
milhões de pessoas que se deixam influenciar pelos sentidos e seguem sua
liderança porque é deveras espetacular. Só bem poucos se acham dispostos
a não confiar nos seus sentidos e a seguir a Palavra de Deus sem levar em
conta as aparências.
Desde o princípio, quando Satanás disse para Eva que ela não
morreria, ele tem usado o conceito de que não há morte como um de seus
instrumentos mais poderosos. Os seres humanos não consideram morte
muito atraente, estando, portanto, dispostos a acreditar no que ele lhes diz,
isto abre a porta para que Satanás domine sobre as pessoas.
Outra de suas artimanhas mais bem sucedidas consiste em dizer-nos
que podemos viver como bem entendermos, pois o pecado não faz diferença
alguma. Desde o início do tempo ele tem declarado às pessoas que a lei de
Deus não precisas ser guardada. Aproxima-se do mundo em geral, dizendo:
Se parece ser bom, faça-o! Oferece momentâneos prazeres sensoriais em
troca da eternidade, e milhões aceitam seu oferecimento sem hesitação.
Aproxima-se da igreja e declara: A lei de Deus é muito ampla e complicada.
Jamais poderemos obedecer-lhe. Permiti simplesmente que tudo seja
coberto pelo sangue de Jesus, esforçai-vos por ser boas pessoas, e isso será
o suficiente. E os que pertencem a igrejas muitas vezes seguem
desvairadamente o que ele diz.
Jesus Cristo nos oferece uma vida diferente, ele nos oferece a vida de
morte paras o próprio eu. Oferece-nos o poder de Seu Espírito, para que
habite em nosso íntimo, tenha domínio sobre nós e nos livre de pecar. Em
S. João 8:31 e 32, Jesus prometeu que se permanecermos em Seu amor e
conhecermos a verdade, essas verdades nos libertará. Passou a explicar
então que todo, o que comete pecado é escravo do pecado. A libertação
produzida por Jesus é a que nos livra da escravidão do pecado e do poder de
Satanás.
O espiritismo não é uma questão remota. Cada um de nós vai ter de
enfrentá-lo de uma forma ou outra. É unicamente quando somos Libertados
por Jesus e mantidos por Ele nessa condição, que nossa mente não se
encontra sob o domínio do inimigo. O único poder mais forte que o de
Satanás é o de Jesus, cuja voz pode ordenar que ele se retire, e Satanás terá
de obedecer. E este poder que nos dá segurança nestes tempos perigosos.
Agosto 29, terça-feira Jesus Revelado
Deus Ama a Satanás?
“Como caíste do céu, ó estrela da manhã, filho da alva.” Isaías 14:12
Será que Jesus ama a Satanás? Pensai no que Satanás tem feito para
Ele. Pensai na eternidade de paz destruída pelo diabo. Pensai na dor, tristeza
e morte no decorrer de milhares de anos. Pensai sobre o quanto Satanás
odeia a Jesus. Será, porém, que Jesus ama a Satanás? Adotamos a posição
de que as crises não modificam o caráter - elas simplesmente o revelam. A
entrada do pecado no Universo e o ponto a que Deus teve de ir para prover
um meio de escape constituem a maior crise que o Céu já enfrentou. E essa
crise revela Seu caráter de amor como nenhuma outra coisa poderia trazê-
lo. Há um sentido muito real em que o diabo revela a Jesus. Na história de
Satanás, o verdadeiro herói é Jesus, o qual é assim revelado de um modo
que talvez não pudesse ocorrer de outra maneira.
II Coríntios 13:8 nos diz que nada podemos contra a verdade, se, não
em favor, da própria verdade. E aquele que em todo o Universo mais
batalhou contra a verdade, acabará revelado a verdade de um modo
singular.
A primeira guerra ocorreu no Céu. Ela não apanhou a Deus de
improviso. Porém, a despeito do fato de que Ele sabia com antecedência qual
seria a atitude de Lúcifer, Deus o criou, confiou-lhe posições honrosas e
tratou-o com a máxima imparcialidade e amor. Na realidade, ainda está
tratando a Satanás com imparcialidade e amor. Os seres humanos não
podem manipular a presciência de Deus. Se soubéssemos com antecedência
que alguém se tornaria nosso inimigo, de agora em diante já começaríamos
a tratá-lo como inimigo. Mas Deus não age deste modo. Ele concedeu a
Lúcifer todas as vantagens e todas as oportunidades.
Isto foi revelado novamente na vida de Jesus. Ele sabia desde o começo
que Judas iria traí-Lo. Mas tratou-o com amor e respeito, não lhe dando
nenhum pretexto para sua traição. Jesus fez tudo que estavas ao Seu alcance
para influenciar a Judas, como também o Céu havia feito no caso de Lúcifer.
Deus só queria um serviço de amor prestado por livre escolha. Não
destruiu, portanto, a Satanás, mas deu-lhe a oportunidade de provar o seu
argumento. Passando o terrível preço da cruz. Deus conseguirá ter
finalmente um Universo livre de pecado para todo o sempre, em deixar de
preservar o livre arbítrio dos seres criados por Ele. Que incentivo para
escolhermos e Deus e correspondermos ao Seu Grande amor.
Agosto 30, quarta-feira Jesus Revelado
O Risco da Liberdade
“Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou.” Gênesis
1:27
Quando Deus resolveu permitir que Satanás tivesse acesso a este
mundo, dando-lhe a oportunidade de provar suas acusações contra justiça e
o amor do Deus, correu um grande risco. Deus sabia que por sua própria
natureza Ele estava restringido à verdade, à justiça e à imortalidade. Sabia
que Satanás poderia lançar mão da falsidade, do engano, da coerção e da
força. Sabia que Satanás não seria justo. Deus sabia também que muitas
pessoas fariam a escolha errada. Porque, então, resolveu correr esse risco?
Ao consideremos o alto preço do pecado, isto deve dizer-nos algo sobre
o valor que Deus dá ao livre arbítrio. Ele tem Grande respeito por nossa
liberdade de pensar e decidir por nós mesmos. Apela somente para nossa
mente, para nosso bom senso, para nosso amor a Ele, o qual é despertado
por Seu grande amor por nós.
Satanás tem aproveitado ao máximo as liberdades que Deus lhe
concedeu. Disseminou a rebelião entre os anjos, conquistando para o seu
lado quase a metade deles E desde então têm procurado aumentar do seu
número com pessoas deste mundo.
O fato de que Jesus está disposto a correr certos riscos nos diz algo
importante a respeito de Seu caráter. Ele sabe que muitas vezes será mal
compreendido tanto pelos que estão em rebelião, os quais O acusam de
crueldade em Seu trato com eles, como pelos que são leais, os quais põem
em dúvida Sua sabedoria em permitir que os rebeldes continuem vivendo.
Conceder livre arbítrio aos homens é o maior risco que Deus poderio assumir,
mas era a única maneira pela qual Ele poderia preservar a nossa liberdade.
Deus esteve disposto a seguir o caminho mais difícil, pagando o terrível preço
da liberdade para que pudesse haver um Universo que ficasse livre de pecado
por toda a eternidade.
O preço da liberdade que Deus esteve disposto a pagar jamais poderá
ser compreendido por nossa mente finita. Deus esteve disposto a enviar o
Seu Filho para que corresse o risco, com cada um de nós, de escolher a
rebelião. Deus esteve disposto a derramar lágrimas nas sombras, ao ver Seu
Filho sofrer, verter o Seu sangue e morrer. Para que pudéssemos ter a
oportunidade de viver. Jesus esteve disposto a deixar Sua posição de honra,
luz e glória, não considerando o Céu um lugar a ser desejado se não
pudéssemos estar ali com Ele. A maior acusação contra Deus, feita pelo
maior, rebelde de todos os tempos, foi refutada pelo maior amor e o amor
triunfou, provando convincentemente, perante todo o Universo, que Deus é
amor.
Agosto 31, quinta-feira Jesus Revelado
Jesus Revelado Pela Morte
“Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá.”
João 11:25
Há uma longa lista de palavras desagradáveis: trevas, derrota,
desalento, desespero, dúvida, desânimo, calamidade, aflição, discórdia.
descontentamento etc. Gostais dessas palavras? A mais temida de todas,
porém, é a palavra morte.
O mundo em geral acredita que quando alguém morre, morreu para
sempre. Não há nada além-túmulo. Francamente, essa teoria não me
impressiona. Não é como se eles estivessem oferecendo vida eterna em Las
Vegas contra a eternidade no Céu. Isso pelo menos teria um pouco de
atração para alguns. Mas é a eternidade no Céu contra nada. Sou muito grato
porque a morte não é o fim e porque Deus tem maiores planos para nós do
que a destruição eterna.
É uma boa-nova compreender que aquilo a que chamamos "morte"
nunca constituiu um problema para Deus. Jesus a chama de sono. Temos
lido que o salário do pecado é a morte, mas o verdadeiro salário do pecado
é a segunda morte. O cristão não precisa preocupar-se com ela. E o que
denominamos morte, sono, período de silêncio, também não é algo com que
devamos preocupar-nos excessivamente. “Para o crente a morte não é senão
de menor importância. Cristo fala dela como se fora de pouca monta.” o Desejado
de todas as Nações, ed. popular, pág. 755. Disse Jesus "Se alguém guardar a
Minha palavra, não verá a morte, eternamente." S. João 8:51.
Quando o Senhor mesmo descer do Céu com alarido e os que
morreram em Cristo forem despertados do sono, isto será uma das coisas
mais fáceis que Deus já fez. O único problema para Jesus é a descrença o
problema de procurar persuadir nossa vontade obstinada a submete-se ao
Seu domínio e levar-nos a ir ter com Ele para que tenhamos vida. O problema
é esse!
Quando Jesus comparou a morte ao sono, estava dizendo algo
maravilhoso, pois o sono encerra a ideia de despertar - no extremo oposto.
Quando Jesus Se acercou dá menina que falecera e disse: “Não está morta,
mas dorme”, Ele o fez porque sabia que era chegado o momento de despertá-
la. Porque Jesus morreu e ressuscitou, cada um de nós hoje em dia tem a
oportunidade de viver para sempre. Podemos dormir, mas não morreremos,
Jesus mesmo virá despertar-nos para que passemos a eternidade com Ele.
Setembro 1, sexta-feira Jesus Revelado
Os Verdadeiros Cristãos Nunca Morrem
“Em verdade, em verdade vos digo: se alguém guardar a minha palavra,
não verá a morte, eternamente.” João 8:51
Nos dias de Jesus a morte era um terrível mistério. As pessoas
desconheciam completamente tudo quanto se relacionava com ela. Multidões
se acercavam do vale da sombra da morte com receio e pavor. Havia
frequentes discussões entre os saduceus e os fariseus acerca da ressurreição
e sobre o que acontece com o homem quando ele morre. Os saduceus não
criam na ressurreição. Os fariseus criam nela, e assim os debates se
prolongavam.
Jesus veio e disse algumas coisas bem definidas a respeito do que
chamamos de “morte". Lemos em S João 11:26: “Todo o que vive e crê em
Mim, não morrerá, eternamente." E então Ele perguntou: “Crês isto?" Permiti
que eu vos faça a mesma pergunta. Credes isto? Ou achais que essa
afirmação é um tanto exagerada? Bem, é o que a Bíblia ensina.
O sono não é tão mal assim, tenho visto pessoas que estavam
exaustas, extenuadas e desfalecidas, as quais aguardavam ansiosamente a
hora de poderem adormecer. Todos já temos experimentado isso. Adão viveu
mais de novecentos anos. Já lestes qual foi a sua reação quando chegou o
tempo em que teve de adormecer? Encontra-se nas páginas 76 e 79 do livro
Patriarcas e Profetas: "A vida de Adão foi de tristeza, humildade e contrição.
Quando deixou o Éden. O pensamento de que ele deveria morrer fazia-o
estremecer de horror....: e, posto que a sentença de morte pronunciada contra
ele por seu Criador tivesse a princípio parecido terrível, contudo, após contemplar
quase durante mil anos os resultados do pecado, compreendeu que havia
misericórdia da parte da Deus ao dar fim a uma vida de sofrimento e tristeza."
Adão alegrou-se em poder deitar-se e adormecer.
Sabemos que aqueles que dormem não notam a passagem do tempo.
Podeis imaginar como deve ser bom adormecer e acordar no momento
seguinte, para ver Jesus voltar? Adão adormeceu depois de uma vida de
labuta e tristeza: e, pelo que diz respeito ao seu estado consciente, ele será
despertado no momento imediato. Uma das bênçãos do sono é não perceber
o passar do tempo. Hoje em dia também constitui uma manifestação da
misericórdia de Deus que Ele não prolongue nossa vida neste mundo, 60 ou
70 anos talvez sejam tudo que possamos usufruir desta vida. Então é bom
adormecer, sabendo que Jesus nos despertará quando Ela vier outra vez.
Setembro 2, sábado Jesus Revelado
A Hora de Despertar
“Mas, de fato, Cristo ressuscitou dentre os mortos, sendo ele as primícias dos que
dormem. Visto que a morte veio por um homem, também por um homem veio a
ressurreição os mortos. Porque, assim como, em Adão, todos morrem, assim
também todos serão vivificados em Cristo.” 1 Coríntios 15:20-22

A gloriosa verdade do evangelho foi proferida por Jesus junto ao


sepulcro de Lázaro: "Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em Mim, ainda
que morra, viverá: e todo o que vive e crê em Mim, não morrerá. Eternamente.’’
S. João 11 :25 e 26. Pode ser que às vezes os adventistas do sétimo dia se
veriam esforçado em demasia para assegurar que as pessoas falecidas estão
mortas em suas sepulturas. A despeito do falo de que não cremos na
imortalidade da alma, e a despeito do fato de que cremos que as pessoas
estão inconscientes em suas sepulturas agora, aguardando a ressurreição,
ainda podemos crer que os cristãos nunca morrem. A única morte real é a
segunda morte. Dormir e esperar na sepultura até sermos chamados pela
voz de Jesus, não é morte. O que vemos nas capelas funerárias, hoje em
dia, apenas é repouso e, para o crente, não é só fim da linha. Nós, como
cristãos, temos una esperança extraordinária.
Quando Jesus disse a Seus discípulos, depois de esperar por dois dias,
que era tempo de ir e despertar a Lázaro, os discípulos não compreenderam
o verdadeiro sentido de Suas palavras. Mas Jesus estava falando do que
chamamos "morte”. A Sua vista ela era somente um sonho.
Para os que dormem, a história ainda não terminou. A mesma pessoa
que despertou a Lázaro e declarou ser a ressurreição e a vida despertará os
santos que dormem. Jesus transformou a morte em sono.
Isto não significa que não devemos ficar tristes quando nossos queridos
adormecem. Podemos derramar lágrimas. Podemos sentir muita falta deles,
(Nós até derramamos lágrimas e sentimos muita falta de nossos queridos
quando eles empreendem uma longa viagem.) Mas não é uma questão de
dizer adeus para sempre. Jesus é quem estabelece a diferença entre o sono
e a morte. Se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa fé; e ainda mais: os que
dormiram, pereceram. Mas Cristo ressuscitou, e nós também
ressuscitaremos para a vida eterna. Todos serão vivificados em Cristo. Foi
tirado o aguilhão da morte. A manhã gloriosa aproxima-se rapidamente,
Jesus em breve virá. Hoje temos a promessa da ressurreição, do tempo de
despertar, do reencontro com os nossos queridos, para nunca mais nos
separarmos-me.
Setembro 3, domingo Jesus Revelado
Jesus Revelado Pelo Sábado
“E acrescentou: O sábado foi estabelecido por causa do homem, e não o homem
por causa do sábado; de sorte que o Filho do Homem é senhor também do
sábado.” Marcos 2:27,28
Há uma razão astronômica para o ano. Ele se baseia no tempo que a
Terra leva para dar uma volta completa em torno do Sol 365 dias, 5 horas,
48 minutos e 46 segundos. E nunca varia uma fração de segundo. O mês
está baseado na relação entre a Terra e a Lua. O dia baseia-se na rotação
da Terra sobre o seu eixo. Já ponderastes, porém, sobre o fato de que não
há nenhuma razão astronómica para a semana? A única razão para a
semana, a despeito dos céticos e ateus, é a Criação. Toda vez que uma
pessoa neste mundo, independentemente de suas ideias, de sua profissão
ou de suas crenças religiosas, declara: “Hoje é segunda-feira, o segundo dia da
semana", está admitindo a história da Criação!
Pode-se debater a Ciência e a Religião até ficar com o rosto azulado,
mas quando um cientista diz; "Tornaremos a encontrar-nos na quinta-feira",
está perdendo o debate nesse próprio momento pode ser demonstrado pelas
Escrituras, e mesmo por medições astronômicas, que o ciclo semanal jamais
foi interrompido desde o princípio do tempo. O Deus do Céu que idealizou e
executou todo esse plano. Tem-se dado ao trabalho de preservá-lo.
Jesus disse que Ele é o Senhor do sábado. Este constitui um sinal de
Seu poder criador. É isto que O torna Senhor do sábado. Este dia foi instituído
em homenagem à Criação. Dizer que o sábado foi estabelecido por causa dos
judeus é o mesmo que dizer que o mundo também foi estabelecido por causa
deles. O mundo foi feito por causa do homem, e o sábado também.
Diz a Bíblia: “Lembra-te do dia de sábado." Que o sábado nos revela
acerca de Jesus, o qual é o Senhor do sábado? Em primeiro lugar, ele indica
que Jesus é um grande libertador, O sábado tornou a ser dado aos israelitas
quando eles foram libertados da servidão no Egito (Deut. 5:15). Somos
carnais, vendidos à escravidão do pecado. Mas Jesus Se aproxima de nós
hoje e nos oferece a liberdade. Ele Se torna o nosso Libertador. O sábado
constitui uma lembrança semanal deste fato. Quando aceitamos o
evangelho, deixamos de ser rebeldes. À medida que formos crescendo, ainda
poderemos cair e errar, mas somos libertados de nossa rebelião, tendo assim
motivo para comemorar a libertação que o sábado representa.
Setembro 4, segunda-feira Jesus Revelado
O Sinal de Santificação
“Para que saibais que eu sou o Senhor, que vos santifica.” Êxodo 31:13
Ao contrário do que creem alguns, a santificação não é algo que ocorre
pouco antes da morte, e, sim, a obra da uma vida inteira, assim como a
respiração também é a obra de uma vida inteira. A santificação ocorreu no
próprio começo de vossa aceitação do plano da salvação. De acordo com o
conceito bíblico, santificação a uma obra consumada e completa, é também
uma obra progressiva. Significa que a pessoa é separada para um propósito
sagrado. É Deus quem a efetua no começo e também no processo em
constante andamento. Diz Ele: "Eu sou o Senhor, que vos santifica.” Ele opera
em nossa vida diária e prometeu levar avante a obra a que deu início.
O sábado é um símbolo de santificação. Constitui uma lembrança de
nossa libertação do cativeiro do pecado. É uma lembrança de que a vida
agora tem significação para nós. É uma lembrança de que Deus está
operando em nossa vida diária, levando avante Sua obra de crescimento, de
santo uso, de um objetivo para nossa vida. O sábado é tudo isso e muito
mais. Foi destinado para crescimento espiritual, refrigério e repouso. Quando
Adão e Eva foram criados por Deus, seu primeiro dia completo foi um dia de
descanso. Estariam cansados logo depois de terem sido criados? Não! Deus
queria que eles se lembrassem do fato de que o melhor que o homem poderia
fazer depois de aparecer em cena era repousar, pois as obras já haviam sido
realizadas.
É sobre isso que versa Hebreus 4. “Temamos, portanto, que, sendo-nos
deixada a promessa de entrar no descanso de Deus. Suceda parecer que algum
de vós tenha falhado.... Nós, porém, que cremos, entramos no descanso, porque
em certo Lugar assim disse, no tocante ao sétimo dia: E descansou Deus, no
sétimo dia de todas as obras que Fizera... Porque aquele que entrou no descanso
de Deus, também ele mesmo descansou de suas obras, como Deus das Suas.
Esforcemo-nos, pois, por entrar naquele descanso.”
Como entramos no descanso? Crendo ou confiando no Senhor Jesus
Cristo. E devemos esforçar-nos por entrar nesse repouso. Isso não é algo
surpreendente? Já vos esforçastes para descansar? Em que consiste o
esforço? Disse Jesus: "Vinde a Mim todos os que estais cansados e
sobrecarregados, e Eu vos aliviarei." S. Mat. 11 28. O esforço consiste em ir
ter com Ele em busca de descanso. Nosso esforço não é combater o diabo,
o pecado e a tentação. Deus nos deu o sábado para lembrar-nos deste fato.
Setembro 5, terça-feira Jesus Revelado
A Presença de Deus Estabelece a Diferença
“Santificai os meus sábados, pois servirão de sinal entre mim e vós, para que
saibais que eu sou o Senhor, vosso Deus.” Ezequiel 20:20
Há ocasiões na relação de Jesus com o Seu povo em que Sua presença
é muito perceptível! Uma dessas ocasiões é o Serviço da Comunhão, se
estamos dispostos a senti-la e se não desviamos a atenção para outras
coisas. Outra ocasião em que a presença de Deus é sentida de modo singular
é o batismo. Há algo especial então, e todo o Céu se alegra quando algumas
notas do coro angelical parecem repercutir em nosso coração. Creio que
muitas vezes a presença de Deus também é deveras perceptível nos funerais
cristãos. O tempo e a eternidade parecem encontrar-se de algum mudo, e
Jesus pode comunicar-se conosco de maneira especial quando nos detemos
para refletir. E creio que Deus está igualmente presente de modo especial
aos sábados. Se vossos olhos e ouvidos espirituais estiverem bem abertos,
notareis que há algo diferente em relação com o sábado. O poder e a
presença de Deus são extraordinários nesse dia.
Certa vez, durantes a guerra, um médico e sua família nos convidaram
a ir à cidade com eles, para assistir a um concerto. Meu pai possuía um velho
Dodge. Era difícil conseguir carros novos, e o motor do Dodge tinha sido
recondicionado. Não sei quantas vezes o velocímetro já retrocedera à
contagem inicial. Meu irmão e eu almejávamos um automóvel novo. O
médico tinha um Cadillac completamente novo. Este veículo como que ia
deslizando pela estrada. Quando voltamos para casa aquela noite, em nosso
Dodge 41, todos estávamos cansados e taciturnos, até que papai tentou
puxar pela décima vez o freio de emergência, quando então todos caímos na
gargalhada! O contraste entre esse velho Dodge e o Cadillac era chocante.
Havia algo diferente com o Cadillac. Ele era muito mais potente e confortável!
Quando chega o sábado, e nos assentamos para observar o pôr do Sol
é para pensar nas coisas eternas, convidando então Espírito Santo e os anjos
para chegarem bem perto de nós, eles estarão ali. Há algo diferente em
relação com esse dia. O sábado destina-se a “pôr os homens em comunhão
com o Senhor" (O Desejado de Todas as Nações, pá g. 264). E quando Jesus
percorre Trilhões de quilómetros e bate à minha porta para um encontro
especial, desejo estar preparado para a Sua chegada. Quero ter comunhão
com Ele nessa visita especial; e vós?
Setembro 6, quarta-feira Jesus Revelado
O Sétimo Dia
“Guarda o dia de sábado, para o santificar, como te ordenou o Senhor, teu Deus.”
Deuteronômio 5:12
Joãozinho saiu de casa um domingo de manhã para ir à escola
dominical. Tinha duas moedas na mão: uma para o Senhor, e a outra para
comprar um sorvete, quando estivesse voltando. Ele escorregou ao
atravessar a rua, e uma das moedas foi rolando até cair dentro do bueiro. O
menino estava lamentando o fato de que a moeda do Senhor havia
desaparecido no escoadouro de águas, quando dele se acercou um amigo
que não estava indo à escola dominical. Não demorou para que o garoto
admitisse que sua mãe nunca ficaria sabendo o que se passara, e eles foram
pescar. Mas, apesar dos seus esforços, Joãozinho chegou um pouco atrasado
a sua casa, e logo a mãe se inteirou de toda a história
Como castigo, a mãe mandou que ele fosse para o quarto e lesse
cinquenta vezes o quarto mandamento. O menino começou a ler: “Lembra-
lhe do dia de sábado, para o santificar. Seis dias trabalharás, e farás toda a tua
obra. Mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus.” Depois de algumas
vezes, ele já sabia o mandamento de cor. As palavras penetraram
profundamente em seu íntimo, e quando terminou a recitação, linha certeza
de que nunca mais iria pescar aos domingos.
Algumas semanas mais tarde, seu professor na escola pediu que
alguém dissesse os nomes dos dias da semana na ordem certa, Joãozinho
levantou-se e recitou: “Segunda-feira, terça-feira, quarta-feira quinta-feira,
sexta-feira, sábado e domingo." O professor declarou: "Está bem, mas você
cometeu um erro. Domingo é o primeiro dia, e o sábado e o sétimo. Tente mais
uma vez.” Joãozinho hesitou um pouco, e repetiu os nomes na mesma
sequência anterior. O professor recomendou novamente que ele começasse
com o primeiro dia, mas o menino recitou-o na mesma ordem. O mestre
disse-lhe severamente que permanecesse na sala após as aulas. Mas
Joãozinho replicou: "Professor, se o senhor houvesse lido tantas vezes o quarto
mandamento como eu o fiz, saberia que segunda-feira é o primeiro dia da semana
e que o domingo é o sétimo!" Obviamente algo estava errado. Alguém havia
procurado fazer uma modificação.
Fora predito que chegaria o tempo em que algumas pessoas tentariam
mudar o santo dia de Deus, Jesus tinha, porém, muita consideração pelo
sábado. É por esse motivo que Satanás tem feito tanto esforço para produzir
uma contrafação. S. Lucas 4:16 diz que Jesus costumava prestar culto aos
sábados. Se seguirmos Seu exemplo e Seus ensinos, isto também se tornará
a nosso costume. Santificaremos o dia que Deus reservou para adoração e
culto.
Setembro 7, quinta-feira Jesus Revelado
Verdade ou Tradição?
“E em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homens.” Marcos
7:7
O costume de Jesus era guardar o sábado (S. Luc. 4.16). Este fora o
Seu costume quando residira em Nazaré, trabalhando na oficina de
carpinteiro, E continuou a adotá-lo durante toda a Sua vida. Ele era o Criador,
e, no entanto, vemos que descansou no dia de sábado como Ele mesmo
havia ordenado. Evidentemente, estava dando um exemplo a ser seguida
por nós no tempo presente.
Jesus recomendou que as pessoas se acautelassem contra as suas
tradições. Ele não tinha tempo para coisa alguma que se baseasse
simplesmente na tradição e que se opusesse aos mandamentos de Seu Pai.
Seria interessante fazer uma lista das tradições que temos hoje em dia.
Alguns pensam que é pecado abrir os olhos durante a oração! Isso é uma
tradição, não aparece em nenhuma passagem da Bíblia. Algumas pessoas
acham que é pecado colocar alguma coisa sobre a Bíblia, isso é uma tradição.
Alguns pais dizem a seus filhos que é pecado participarem do Serviço da
Comunhão antes de haverem sido batizados, outra tradição. Devemos
rejeitar todas as tradições? Não. Não devamos rejeitá-las arbitrariamente.
Pode haver boas razões para algumas dessas tradições. Quando, porém, a
tradição colide com a verdade de Deus, deve ser rejeitada. Jesus disse o
seguinte a esse respeito: “Em vão Me adoram, ensinando doutrinas que são
preceitos de homens...Jeitosamente rejeitais o preceito de Deus para guardardes
a vossa própria tradição." S. Mar, 7:7-9.
Todo falso sábado ou todo falso dia de culto que o mundo passou a
observar é uma tradição no sentido mais estrito do termo, pois não se
encontra nas Escrituras. Se queremos observar o sábado da Bíblia, devemos
guardar o sétimo dia da semana.
O argumento usado com mais frequência para apoiar a observância do
domingo é que ele é o dia da ressurreição de Jesus. Parece ser muito
plausível, mas não tem fundamento bíblico. Se queremos seguir os ensinos
da Bíblia, guardaremos o sétimo dia. Para os que desejam comemorar a
ressurreição, temos a cerimônia do batismo. Este é o monumento
comemorativo da ressurreição de acordo com as Escrituras. Jesus descansou
no fim da Criação e descansou também na sepultura depois de concluir Sua
obra na Terra. E Ele nos convida a descansar no sábado em comemoração
das obras da Criação e da Redenção que efetuou por nós.
setembro 8, sexta-feira Jesus Revelado
A Data Natalícia do Mundo
“E abençoou Deus o dia sétimo e o santificou; porque nele descansou de toda a
obra que, como Criador, fizera.” Gênesis 2:3
Foi Deus que no princípio separou o sábado do sétimo dia em
homenagem à Criação. Evidentemente, o Criador viu a importância de que
Suas criaturas se lembrassem cada semana de que Ele é o Criador de todas
as coisas. O sábado constitui uma comemoração da data natalícia do mundo.
Não podemos mudar a data do nascimento de alguém. Quando é
apresentado um falso sábado ou outro dia que tome o seu lugar, eles
obviamente são espúrios, pois ninguém pode mudar a data natalícia de
outras pessoas, como Abraão Lincoln, Jorge Washington, Tiradentes ou Rui
Barbosa. Podemos mudar os feriados em homenagem a eles, mas não suas
datas natalícias. E por que fazemos isso? Porque esses homens talvez não
tenham mais tanta importância para nós hoje em dia como anteriormente.
Estamos mais preocupados em ter um dia de folga do que em homenagear
certos indivíduos, não é mesmo? Por exemplo, quantos de nós vos
assentastes para ler alguma coisa sobre Lincoln ou sobre Tiradentes nos
últimos feriados em homenagem a eles?
Quando olvidamos os principais acontecimentos relacionados com a
pessoa cujo aniversário parecemos estar comemorando, não nos será difícil
transformar essa data num simples dia de folga. Acontece a mesma coisa
em relação com o sábado. Deus mesmo não poderia mudar o sábado
enquanto esse dia continuasse sendo a monumento comemorativo que é,
pois seria impossível que Ele mudasse o dia estabelecido para comemorar a
Criação.
Deus Se interessa, porém, em santificar um povo, e não somente um
dia especial (Heb. 13:12). As pessoas começam a experimentar a
santificação no momento em que se tornam novas criaturas em Cristo.
Podemos ser gratos ao Criador não só por nosso primeiro nascimento, mas
também pelo novo nascimento. Destarte o sábado não somente se torna
uma lembrança do fato de que Deus nos criou, mas também de nossa
redenção por meio do sangue de Jesus. O sábado nos foi dado como sinal de
nossa santificação (Êxo. 31:13 e Ezeq. 20:12). Nós fomos separados para
um santo propósito. O sábado é mais do que um preceito da lei. É um
preceito da vida e experiência cristã.
Setembro 9, sábado Jesus Revelado
Mudando O Sábado
“Também lhes dei os meus sábados, para servirem de sinal entre mim e eles,
para que soubessem que eu sou o Senhor que os santifica.” Ezequiel 20:12
“Ao se apartarem os judeus do Senhor, e deixarem de tornar a justiça de
Cristo sua pela fé, o sábado perdeu para eles sua significação.” — O Desejado
de Todas as Nações, ed. popular, pá g. 262. É possível que a significação do
sábado para nós, no tempo presente, também seja proporcional a nossa
experiência da justificação pela fé? "A fim de santificar o sábado, os homens
precisam ser eles próprios santos. Devem, pela fé, tornar-se participantes da
justiça de Cristo.” — Ibidem. O sábado era um sinal de separação da idolatria,
a qual abrange a adoração de si mesmo. Esta última gira em torno da ideia
de que podemos salvar-nos a nós mesmos. Quando me desvencilho da
idolatria, desvencilho-me da ideia de que posso salve-me por mim mesmo,
e passo a confiar unicamente na justiça de Jesus. É isso que o sábado
representa.
O sábado é um símbolo de nossa ligação com Deus. Se Temos
dificuldades com o sábado e duvidamos de sua importância, temos
problemas mais profundos nalgum outro sentido, se achamos que o sábado
é um estorvo e estamos enfadados da rotina desse dia, esperando
impacientemente pelo pôr do Sol, nossa dificuldade não tem que ver com o
sábado, mas é muito mais profunda do que isso, nosso problema tem que
ter com a nossa relação com o próprio Senhor Jesus.
Às vezes passamos a Julgar algum prelado na Itália que teve a audácia
de mudar o sábado. Se, porém, perdemos a profunda confiança em Jesus
Cristo como nosso Amigo e Salvador pessoal, e não O conhecemos mais hoje
em dia, nós também já mudamos o sábado. Muito antes da mudança
efetuada por Constantino e o conselho, ele já tinha sido mudado
experiencialmente no coração das pessoas. E quando ele é mudado
experiencialmente no coração das pessoas, só é uma questão de tempo até
que também seja mudado no calendário. Há uma estreita ligação entre
ambas essas coisas.
Se atualmente o sábado se tornou uma formalidade ou uma rotina para
vós, sugiro que em vez de deixar a igreja recoloqueis o sábado na posição
que Deus lhe designou no princípio. Isto é efetuado quando vos volvei para
Jesus Cristo como vosso Criador, para Jesus como vosso Redentor e para Ele
como vosso Santificador, mediante diária e intima comunhão com Sua
Pessoa.
Setembro 10, domingo Jesus Revelado
Jesus Revelado Pelo Sinal da Besta
“Não danifiqueis nem a terra, nem o mar, nem as árvores, até selarmos na fronte
os servos do nosso Deus.” Apocalipse 7:3
Estávamos realizando algumas reuniões públicas na Califórnia Central
e fizemos os arranjos necessários para que o quarteto da Voz da Profecia
viesse cantar para nós. Eles queriam saber qual era o assunto do sermão,
para que pudessem escolher alguma música apropriada a essa ocasião.
Dissemos que era o sinal da beste! O rosto deles ficou branco, e
compreendemos subitamente que há poucos cânticos sobre esse assunto.
Creio que isto indica alguma coisa. A única maneira de prover um cântico
sobre o sinal da besta seria salientar o aspecto positivo, e não o aspecto
negativo. Há alguma coisa positiva nesse tipo de assunto?
Em Apocalipse 14:1-6 vemos um grupo de pessoas que vive bem no
fim da história terrestre e que se encontra do lado de Deus. São pessoas
deveras leais. É declarado que são os seguidores do Cordeiro por Onde quer
que vá e que são irrepreensíveis diante do trono do Deus. Esse mesmo grupo
também é mencionado em Apocalipse 7:1-4. Notai nessas duas passagens
que o nome de Deus é escrito na fronte dessas pessoas.
Apocalipse 13: 1-9 descreve um outro grupo. Eles adoram a besta e
sentem admiração por ela. O verso 16 do mesmo capítulo diz que esse outro
grupo também recebe um sinal: alguns na mão direita e outros na testa.
Assim, o contraste é que no fim do tempo haverá dois grupos: um com o
selo de Deus na fronte, e o outro com a marca a da besta na fronte ou na
mão.
É possível que este assunto se torne complicado, com todos os dados
históricos e proféticos, datas e textos. Mas deve haver algum modo de torná-
lo tão simples que até os meninos o as meninas consigam entendê-lo.
Quando Jesus voltar, ou teremos o nome de Deus na fronte, ou o sinal da
besta na fronte ou na mão. Só há duas opções ou dois grupos. A posição
intermediária que tantos ocupam hoje em dia terá desaparecido. Isto nos diz
alguma coisa a respeito de Jesus. Diz-nos que Ele quer que tomemos
decisões. Ele nos dá tempo para isso, é paciente e nos auxilia. Mas não
deseja que fiquemos indecisos para sempre. Chegará o tempo em que cada
um terá de tomar a decisão de colocar-se a Seu lado ou contra Ele. E nosso
destino eterno dependerá de nossa escolha.
Setembro 11, segunda-feira Jesus Revelado
“Nenhum Mal te Sucederá'"
“O que habita no esconderijo do Altíssimo e descansa à sombra do
Onipotente.” Salmos 91:1
Se tirásseis os livros de Daniel e Apocalipse da Bíblia e os juntásseis
de modo a formar um só volume, teríeis uma história do mundo de mais ou
menos seiscentos anos antes de Cristo até o fim do tempo. Seria uma história
antecipada, chamada profecia, bem no começo dessa história há alguns
relatos emocionantes que prendem a atenção das crianças, como os três
hebreus na fornalha de fogo ardente, Daniel na cova dos leões e a mão
escrevendo na parede. Em Daniel 2 encontra-se o sumário da história do
mundo. Ele fala dos grandes impérios mundiais até o fim do mundo:
Babilônia, Media-Pérsia, Grécia, Roma, seguida de 10 reinos, e depois o reino
de Deus. Daniel e Apocalipse destinam-se para o tempo do fim.
Grande parte dos pormenores têm que ver com o último dos impérios
mundiais e a vinda de Jesus. Deus deseja que cada um de nós saiba
antecipadamente em que consistem as questões envolvidas, para que
possamos escolher inteligentemente a qual dos dois grupos gostaríamos de
pertencer.
Até pouco antes da volta de Jesus haverá três grupos de pessoas
vivendo sobre a Terra — os frios, os quentes e os mornos (Apóc. 3). Mas,
quando Jesus vier só haverá dois grupos: os quentes e os frios, os mornos
terão desaparecido. Haverá um grupo com o selo de Deus na fronte, e outro
grupo com o sinal da besta na fronte ou na mão. Dois grupos! Outros nomes
ou figuras que a Bíblia atribui a esses dois grupos, são os seguintes; justos
e injustos, bons e maus, trigo e joio, ovelhas e cabritos etc. O fato é, porém,
que serão dois grupos bem distintos.
A qual grupo gostaríeis de pertencer? Compreendeis o que é abrangido
pelas alternativas? Sabeis que se fizerdes parte de um desses grupos, não
podereis comprar nem vender? Sabeis que a pena de morte incidirá sobre
vós? Isto é o que acontecerá com o grupo de Deus. Mas o outro grupo sofrerá
as sete últimas pragas e morderá a língua por causa da dor que sentirá, e o
Sol o abrasará. À primeira vista, afigura-se que seremos afligidos tanto num
grupo como no outro e que não haverá um refúgio! Mas foi prometido ao
povo de Deus que nenhum mal lhes sucederá, praga nenhuma chegará às
suas tendas. Podemos refugiar-nos no Senhor e encontrar segurança nEle.
Setembro 12, terça-feira Jesus Revelado
Vitória Sobre a Besta
“Vi como que um mar de vidro, mesclado de fogo, e os vencedores da besta, da
sua imagem e do número do seu nome.” Apocalipse 15:2
Há oito características que identificam a besta mencionada em Daniel
7 e Apocalipse 3. Ela obtém sua autoridade de Roma pagã; blasfema contra
Deus; tem poder político; peleja contra o povo de Deus — é um poder
perseguidor; domina por 1.260 anos; é golpeada de morte no fim desse
tempo; é-lhe aplicado o número 666; e possui um sinal que as pessoas
podem receber na fronte ou na mão direita.
Deus tem algo que podemos receber na fronte, denominado Selo de
Deus. Mas o sinal da besta pode ser recebido na fronte ou na mão. Sabeis
que o livro do Apocalipse está repleto de símbolos. Portanto, que significa
receber alguma coisa na fronte? Será que está sendo feita alusão a algo
marcado com um ferro em brasa? Não. A insinuação é que isso será recebido
pela mente. Será aceito inteligentemente pelo discernimento. Ter o nome e
o selo de Deus na fronte significa que eles foram introduzidos na mente, no
pensamento e nas decisões.
Que é representado pela mão direita? Trabalho, ação, atividade quando
recebemos o selo de Deus, isto ocorre na fronte. Mas o sinal da besta pode
ser recebido na testa ou na mão. Evidentemente, as pessoas aceitarão o sinal
da besta com o seu intelecto, ou simplesmente por pressão ou aquiescência
exteriores. Deus só tem interesse num culto racional. Ele olha para o íntimo
da alma, pois a boca fala do que está cheio o coração. O homem vê o exterior,
porém o Senhor, o coração. A sede do culto a Deus é a mente, e não somente
as ações.
Em que consiste um selo? O selo de um governo contém pelo menos
três coisas: o nome do governante, seu título e o território sobre o qual ele
domina. O selo de Deus encontra-se no mandamento do sábado. É o sábado
do Senhor. Deus fez os céus e a Terra — Ele é o nosso Criador. Este é o Seu
título. E que foi que Ele criou? Seu território abrange os céus e a Terra, o
mar e tudo que neles há. Visto que o Senhor é nosso Criador e Redentor, é
a Ele que devemos adorar.
Setembro 13, quinta-feira Jesus Revelado
Qual é a Atitude de Deus Para com a Sábado?
“Se alguém adora a besta e a sua imagem e recebe a sua marca na fronte ou
sobre a mão, também esse beberá do vinho da cólera de Deus.” Apocalipse
14:9,10
O selo de Deus na fronte das pessoas, no fim do tempo, tem que ver
com o sábado, o dia de adoração em homenagem ao Criador. Por
conseguinte, o sinal da besta também deve ter algo que ver com um dia de
adoração.
O assunto do sinal da besta é muito mais profundo do que
simplesmente um dia de ir à igreja. O ponto comum a todas as três
mensagens angélicas é a advertência contra a adoração de si mesmo. O mais
deplorável no tocante a esse poder representado por uma besta é que ele
constitui um grupo organizado voltado para a adoração de si mesmo e que
chega a pensar que pode mudar as leis de Deus. Daniel 7:25 predisse isso.
Apocalipse 13 e 14 faz uma advertência contra esse poder e suas tentativas
para mudar os tempos e as leis de Deus. Não podemos examinar
devidamente estas passagens sem ficar sobressaltados com o profundo
sentimento de Deus para com essas questões. Há muitas pessoas que sabem
que o sábado é o dia de adoração ensinado pelas Escrituras, mas não
compreendem qual é a atitude de Deus a esse respeito.
Ele age desse modo porque estabeleceu o sábado em homenagem a
Criação, para que as criaturas se lembrassem de seu Criador. E é bom que
elas façam isso. É deveras lamentável quando temos a ideia de que nós
mesmos podemos manter nosso coração em movimento.
Se eu fosse o diabo e visse que cada semana é dedicado um dia em
homenagem ao Criador — Aquele que fez todas as coisas —, eu ficaria tão
perturbado que teria que tomar alguma medida nesse sentido. Se há algo
mais importante do que dizer que Deus fez uma árvore, uma montanha ou
um oceano, é afirmar que Deus fez Tudo — “tudo que neles há". Não podemos
ir além disso. Portanto, Satanás teve de realizar alguma coisa em oposição
ao dia de culto que comemora tudo isso. Deus nos enviou informações
especiais, dizendo que isso iria acontecer e indicando quando é que ocorreria
e como Ele se sentiria a esse respeito, para que não fôssemos apanhados de
surpresa. Jesus é revelado nesta doutrina em Sua atitude para com o dia de
adoração, para com Sua lei, para com um grupo de pessoas que concorda
com os enganos de Satanás e para com um grupo que permanece leal a Ele
até o fim. "Vi como que um mar de vidro, mesclado de fogo, e os vencedores da
beste, da sua imagem e do número do seu nome." Não quereis fazer parte desse
grupo que alcançou a vitória sobre a adoração de si mesmo, sobre a
independência e sobre a tentativa de querer parecer Deus?
Setembro 14, quinta-feira Jesus Revelado
Os 144.000
“Vi como que um mar de vidro, mesclado de fogo, e os vencedores da besta, da
sua imagem e do número do seu nome, que se achavam em pé no mar de vidro,
tendo harpas de Deus.” Apocalipse 15:2
Haverá um grupo no fim do tempo que alcançará a vitória sobre a besta
e seu poder. Eles alcançarão a vitória sobre a adoração de si mesmos, bem
como sobre toda ideia de que podem desafiar o Criador ou mudar os tempos
e as leis estabelecidos por Ele. Alcançarão a vitória sobre a independência, o
orgulho e o egoísmo. Farão parte do grupo que um dia estará sobre o mar
de vidro — o grupo dos 144.000 — entoando o cântico de Moisés e do
Cordeiro.
Já tivestes vontade de saber quem são os 144.000? Está bem claro
quem são eles. Eu sei quem eles são, e vós também! A única dificuldade que
tens é procurar determinar quem são as outras pessoas. O problema do
Apocalipse não é quem são os 144.000, e, sim, a grande multidão que
ninguém pode enumerar. O mistério é esse.
Essas pessoas não somente são sem mácula, mas também
irrepreensíveis. Isto nos traz à lembrança as palavras de Romanos 8:29. Em
lugar da imagem da besta, que vemos aí? “Porquanto aos que de antemão
conheceu, também os predestinou para serem conformes a imagem de Seu Filho,
a fim de que Ele seja o primogénito entre muitos irmãos.” É importante
compreender o significado da besta, bem como de seu sinal e de sua
imagem; mas é muito mais importante conhecer a Jesus e permitir que Ele
nos transforme à Sua imagem. Eu gostaria de ter muito mais interesse e
solicitude em ser conforme à imagem de Seu Filho, deixando de lado a
conformidade com esse poder que pensa em exaltar-se acima do trono de
Deus.
O grupo que um dia estará sobre o mar de vidro, entoando o cântico
de Moisés e do Cordeiro compõe-se dos que têm o selo de Deus na fronte.
Deus escreveu o Seu nome na fronte dessas pessoas porque elas realmente
Lhe pertencem. Sua maior ambição é segui-Lo por onde quer que vá.
Devemos lembrar-nos de que ninguém seguirá o Cordeiro por onde
quer que vá, durante toda a eternidade, se não houver começado a segui-Lo
aqui na Terra. Os que agora seguem a Jesus diariamente serão selados a
Ele, e terão o privilégio de segui-lo para sempre.
Setembro 15, sexta-feira Jesus Revelado
Não Vos Atemorizeis
“Não temas as coisas que tens de sofrer.” Apocalipse 2:10
Tempos momentosos estão precisamente diante de nós. As pessoas
enfrentarão a morte por causa de um dia de adoração. Às vezes perguntamos
a nós mesmos como isso poderá acontecer. Preferiríeis morrer a ser desleais
a Deus? Tendes uma fé que suporte a dor, a fome a perseguição?
Meninos e meninas, e mesmo pessoas de mais idade, às vezes não
conseguem dormir de noite por terem ouvida demasiados pormenores
sangrentos de como será o tempo de angústia. Não olvidemos, porém, o
Salmo 91. Não nos esqueçamos de que Huss e Jerônimo cantaram enquanto
estavam sendo martirizados. Já queimastes o dedo numa chapa quente?
Cantastes quando isso aconteceu? É provável que não! Os mártires,
evidentemente, eram amparados por um poder fora deles mesmos para
conseguir fazer o que fizeram. A coragem de um mártir, entretanto, não é
provida antes que seja necessário. É inútil procurar imaginar se temos agora
mesmo suficiente coragem para ser martirizados, nós não temos essa
coragem. Ela só é enviada no momento preciso.
Os que têm o selo de Deus, os que são leais a Ele e, a Seu dia de culto
não poderão comprar nem vender. Mas Deus prometeu que nosso pão e água
serão certos. “Fui moço, e já, agora, sou velho, porém jamais vi o justo
desamparado, nem a sua descendência a mendigar o pão." Sal. 37:25. Sairá um
decreto condenando à morte os que permanecerem leais a Deus, mas as
palavras de Jesus destinam-se a cada um de Seus filhos: "Sê fiel ale a morte,
e dar-lhe-ei a coroa da vida." Apoc.2:10.
Por outro lado, os que receberem o sinal da besta serão afligidos pelas
sete últimas pragas. E finalmente serão destruídos no lago de fogo, sem
nenhuma esperança de ressurreição no Futuro.
Deus é poderoso para preservar os que são leais a Ele. Talvez,
tenhamos recitado as promessas de Sua Palavra de modo rotineiro, mas não
será assim quando tivermos de enfrentar as cenas finais da história terrestre.
” O que habita no esconderijo do Altíssimo, e descansa à sombra do Onipotente,
diz ao Senhor: Meu refúgio e meu baluarte, Deus meu, em quem confio. Pois Ele
te livrará do laço do passarinheiro, e da peste perniciosa," Notai que está falando
das pragas. "Nenhum mal te sucederá, praga nenhuma chegará à lua tenda." As
promessas são seguras. Não ficaremos decepcionados se estivermos do lado
de Deus.
Setembro 16, sábado Jesus Revelado
Não Mate seu Marido?
“Assim, meus irmãos, também vós morrestes relativamente à lei, por meio do
corpo de Cristo, para pertencerdes a outro, a saber, aquele que ressuscitou dentre
os mortos.” Romanos 7:4
Houve certa vez uma mulher casada com um homem impertinente e
perfeccionista. Era um tormento. A princípio ela pensava que tudo daria
certo. Mas, à medida que foi vivendo com ele, convenceu-se cada vez mais
de que era impossível agradar-lhe. Se as batatas ficavam um pouco tostadas,
o dia seria sombrio para ela. Se a casa não estava exatamente em ordem,
as coisas se complicavam. A preocupação desse homem com a perfeição era
tão insuportável que uma noite sua esposa ficou acordada, pensando sobre
o problema, para ver se achava uma saída. Ela fizera o voto de viver com
ele até que a morte os separasse. Ele dormia tranquilamente ao lado da
esposa, e ela imaginou como seria fácil... Bem, não convinha fazer isso! A
mulher pensou então que talvez ela mesma tivesse de desaparecer.
Submeter-se à morte parecia ser menos insuportável do que continuar
vivendo daquela maneira.
Ela compreendeu então que a situação ideal seria morrer, para ficar
livre daquele casamento insuportável, e retornar à vida, para casar-se com
outro homem.
Percebestes onde nos levará esta parábola? Tendes lido algo
semelhante na Bíblia? Encontra-se em Romanos 7. Ninguém gosta de causar
a morte a si mesmo, mas há pessoas que o fazem. Se alguém quer pôr termo
a própria vida, pode saltar de um prédio bem alto, dar um tiro no ouvido ou
tomar uma dose excessiva de algum medicamento. Mas ninguém pode
crucificar a si mesmo. Só há uma maneira de sermos crucificados: alguém
terá de crucificar-nos!
Romanos 7 fala sobre o marido impertinente — a lei. A lei ordena: Não
faça isso, não faça aquilo! E não conseguimos viver à altura de seus
preceitos. A única saída é a morte. Podemos morrer para nossa velha vida.
Jesus tomou providências para que, se morrermos e formos sepultados com
Ele, possamos ressuscitar para andar com Ele em novidade de vida. Tudo
isso é simbolizado pelo batismo.
Jesus nos oferece essa nova vida, se aceitarmos Seu sacrifício por nós
na cruz e permitirmos que nossa velha natureza venha a morrer. Hoje temos
a escolha de ressuscitar para andar com Ele em liberdade e paz.
Setembro 17, domingo Jesus Revelado
Assistindo a Seu Próprio Funeral
“Fomos, pois, sepultados com ele na morte pelo batismo; para que, como Cristo
foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também andemos nós
em novidade de vida.” Romanos 6:4
No tempo do Velho Testamento havia muitas cerimônias. No Novo
Testamento só há três: o casamento, o batismo e a Ceia do Senhor. Tanto o
casamento, que ocorreu na Criação, como a Ceia do Senhor, que se originou
da Páscoa, procedem dos tempos do Velho Testamento. Só o batismo foi
acrescentado no tempo do Novo Testamento.
Há pessoas que acham que por ocasião do batismo o indivíduo é
transformado de algum modo pela própria cerimônia. A Bíblia não ensina
isso, mas indica que no batismo simplesmente estamos reconhecendo, por
meio de uma cerimônia exterior, uma experiência que já ocorreu
interiormente. As pessoas que supunham que o batismo efetuaria algo para
elas, no sentido de transformar sua vida e livrá-las do pecado, amiúde têm
ficado decepcionadas.
Certa vez visitei uma senhora que disse: "Não me fale sobre o batismo,
fui batizada três vezes, e nenhuma delas surtiu efeito." Para essa pessoa o
batismo era uma espécie de vacinação! O batismo nunca se destinou a
imunizar as pessoas contra o pecado e a tentação. A cerimônia batismal é
um símbolo. O batismo em si não é um substituto da conversão ou do novo
nascimento. A nova vida com Cristo já deve ter começado, e o batismo então
se torna significativo como sinal exterior para anunciar aos outros o que já
aconteceu.
Os adventistas do sétimo dia continuam adotando o batismo por
Imersão, em vez de adotar outro método por amor à conveniência, como
têm feito muitas denominações protestantes, pois essa inconveniência nos
traz à lembrança algo muito importante a respeito de Jesus. Vir à Terra e
revestir-se da humanidade não foi fácil para Ele. E tampouco morrer e sofrer
por nossos pecados. Mas Ele não levou em conta Sua própria conveniência.
Quando compreendemos até onde Jesus foi em Seu sacrifício por nós,
e quando nosso coração é levado a amá-Lo e entregar-se a Ele, estaremos
diariamente em contato e comunhão com o Salvador. Por isso é muito
importante que resolvamos seguir Seu exemplo no batismo. Deste modo
comemoramos Sua morte e ressurreição por nós, as quais possibilitaram que
morrêssemos para a velha vida e ressuscitássemos para a novidade de vida
com Ele.
Setembro 18, segunda Jesus Revelado
Preparação Para o Batismo
“E agora, por que te demoras? Levanta-te, recebe o batismo e lava os teus
pecados, invocando o nome dele.’ Atos 22:16
Há três condições prévias para o batismo. Em primeiro lugar, a pessoa
precisa compreender. Lemos em S. Mateus 28:19; “Ide, portanto, fazei
discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do
Espírito Santo." Notai que o ensino precede o batismo. Assim, quando alguém
é batizado está admitindo publicamente que foi ensinado por Deus, pelo
Espírito Santo e por Seus mensageiros, e que compreende a mensagem.
Alguns jovens têm sido subornados ou persuadidos por seus pais ou
outras pessoas a deixar-se batizar, sem nada terem aprendido antes do
batismo, a não ser que seus pais queriam que eles fossem batizados. Talvez
lhes tenham sido expostos alguns fatos acerca das doutrinas, mas não
aprenderam a conhecer a Deus e manter comunhão com Ele.
S. Marcos 16:16 apresenta a segunda condição prévia; “Quem crer e
for batizado será salvo; quem, porém, não crer será condenado." Não olvideis a
sequência; crer vem antes do batismo. Confiança em Deus — eis o que é
necessário. O destino eterno não é decidido primordialmente pelo batismo,
pois há exceções à regra. Aquilo que produz condenação não é a ausência
do batismo, mas a ausência de crença ou confiança em Deus.
A terceira condição prévia encontra-se em Atos 2:38. Pedro está
pregando no dia de Pentecostes e diz: “Arrependei-vos." Por quê? Porque a
congregação interrompeu sua apresentação, perguntando. "Que faremos,
irmãos?" Eles estavam convictos. A resposta de Pedro foi a seguinte:
“Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para
remissão dos vossos pecados.” Portanto, a terceira condição prévia é
arrepender-se. Arrependimento é sentir tristeza pelo pecado e abandoná-lo.
Mas, só há uma maneira em que isso pode dar-se, É quando vemos o que os
nossos pecados fizeram para Jesus e quando nos entristecemos por ferir o
nosso melhor Amigo, que podemos estar genuinamente arrependidos.
Jesus nos concede hoje a oportunidade de irmos a Ele, para aprender
algo a Seu respeito e confiar em Sua Pessoa. Ele nos oferece o dom do
arrependimento. E, se atendermos a Sua voz, Ele nos convidará a seguir o
exemplo que nos deu, sendo batizados, para remissão de nossos pecados.
Setembro 19, terça-feira Jesus Revelado
Que Diremos do Rebatismo?
“Eles, tendo ouvido isto, foram batizados em o nome do Senhor Jesus.” Atos 19:5

Nos primeiros versículos de Atos 19 há uma explícita razão bíblica para


alguém ser batizado pela segunda vez. Não é necessário que isso tenha que
ver com o crescimento na vida cristã. Relaciona-se com a nova luz acerca de
Jesus que a pessoa não possuía antes. É algo que tem sido negligenciado por
ignorância, quando os discípulos mencionados em Atos 4 se inteiraram da
nova verdade de que não tinham conhecimento, foram batizados pela
segunda vez.
Nosso costume na igreja tem sido batizar pela segunda vez a alguém
que já foi cristão, mas volveu as costas a Deus e seguiu seu próprio caminho.
Ao voltar, ele manifesta a convicção de que deve renovar sua confissão
pública de Jesus Cristo.
De em quando alguém diz o seguinte: “Fui batizado aos 10 ou 11 anos
de idade, e não conhecia quase nada a esse respeito. Fui batizado só porque os
outros garotos também o foram. Mas eu morri depois disso, e ninguém assistiu
ao meu funeral. Nasci de novo, e ninguém comemorou o meu nascimento. De
modo que eu gostaria de ser batizado autenticamente desta vez." Não hesitamos
quando uma pessoa é persuadida pelo Espírito Santo a tomar essa decisão.
Na mente de algumas pessoas tem havido certo estigma em conexão
com o rebatismo. Especialmente se alguém que parecia ser bom membro de
igreja procura o rebatismo, surge a pergunta: "Que será que ele fez de errado?"
Por esse motivo, aqueles que decidem ser rebatizados às vezes preferem
que a cerimônia seja realizada ao ar livre, na presença de alguns amigos, e
não na igreja. Gostei, porém, do testemunho de um casal que foi rebatizado
há pouco tempo. Eles eram bons membros de igreja, mas só recentemente
haviam começado a manter comunhão pessoal com o Senhor Jesus. Eis o
que disse esse casal: "Talvez alguns queiram sabor porque estamos dando este
passo. Bem, nós fizemos o que poderia haver de pior!" O silêncio era tão grande
que seria ouvida a queda de um alfinete. E eles continuaram: “Fizemos o que
havia de pior. Vivemos nossa boa, correta e honrada vida religiosa separados de
Jesus. E isso é o pior que pode haver!" Para que o batismo seja significativo
(quer se trate do primeiro batismo ou do rebatismo) ele deve ser o
testemunho de uma vida transformada pela comunhão com Jesus.
Setembro 20, quarta-feira Jesus Revelado
O Dom de Profecia
“E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para
evangelistas e outros para pastores e mestres.” Efésios 4:11

Algumas pessoas que já eram adventistas há muito tempo estavam


fazendo uma excursão com alguns novos conversos de sua igreja. Uma de
suas paradas ocorreu em Salt Lake City, onde visitaram o templo dessa
localidade e outros pontos de interesse relacionados com ele. Os novos
conversos disseram: "Estamos muito contentes porque a Igreja Adventista do
Sétimo Dia não tem nada que ver com profetas em seu meio." Os amigos
adventistas do sétimo dia ficaram um pouco embaraçados, tentando
imaginar qual seria a melhor resposta a ser dada. Evidentemente, esses
novos conversos haviam sido introduzidos na Igreja sem suficiente
preparação.
O dom de profecia e os profetas não somente têm algo que ver com a
Igreja de Deus na atualidade, mas esse dom esteve relacionado com o povo
de Deus em todos os tempos. De acordo com o plano de Deus. O dom de
profecia estará com Sua Igreja até o fim do tempo. Quem não crê no dom
de profecia não crê na Bíblia. E quem tem dificuldade para aceitar o dom de
profecia na Igreja, também acha difícil aceitar as Escrituras.
A maioria de nós nunca vimos um verdadeiro profeta em pessoa.
Talvez já tenhamos imaginado, porém, como teria sido poder fazê-lo muitos
anos atrás. Contudo, esse é o propósito de Deus na Igreja. Tal não era
somente o Seu propósito para com os efésios, nos dias de Paulo, mas -
segundo diz o texto para hoje - este e outros dons são concedidos para o
aperfeiçoamento dos santos até que todos cheguemos à unidade da fé. Já
alcançastes isso? A igreja cristã hoje em dia já chegou a esse ponto? Ainda
não!
Algumas pessoas dizem que o dom da profecia foi enviado com a
finalidade de promover o crescimento de pessoas imaturas e ingénuas. E
quando a igreja atingir a maioridade e se tornar amadurecida, não precisa
mais desse dom. Não creio nisso. Ele foi dado "até que todos cheguemos à
unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus. Á perfeita varonilidade,
a medida da estatura da plenitude de Cristo, para que não mais sejamos como
meninos, agitados de um lado para outro, e levados ao redor por todo vento de
doutrina.” Ainda não chegamos lá! Ainda não alcançamos a plenitude da
estatura de Cristo. O dom de profecia ainda é significativo para nós hoje em
dia.
Setembro 21, quinta-feira Jesus Revelado
‘'De Maneira que não vos Falte Nenhum Dom”
“Assim como o testemunho de Cristo tem sido confirmado em vós, de maneira
que não vos falte nenhum dom, aguardando vós a revelação de nosso Senhor
Jesus Cristo.” 1 Coríntios 1:6,7

Evidentemente Deus tinha um propósito com referência ao dom de


profecia, o qual foi designado para ajudar o povo de Deus a permanecer na
verdade. Seu propósito era que este dom sempre estivesse presente, para
que as pessoas pudessem ter a vantagem de conselhos pormenorizados que
se apliquem ao tempo e ao lugar em que elas vivem.
De acordo com as Escrituras, o dom de profecia é para a Igreja,
portanto não devemos procurar um verdadeiro profeta de Deus fora da
Igreja. O dom é para os crentes (I Cor. 12:28 e 14:22). Paulo fez uma
analogia entre os dons à Igreja e o corpo humano. Nessa analogia, o dom de
profecia pode ser comparado aos olhos. É evidente que ele era encarado
dessa maneira nos dias do Velho Testamento (I Sam. 9:9). Naquele tempo
o profeta era chamado "vidente". O profeta era os olhos do povo de Deus.
Pela mesma analogia, é natural que os profetas tenham visão ou visões.
Números 12:6 diz que o Senhor Se revela a Seus profetas em visões e
sonhos.
O propósito de Deus nos últimos dias é que a Igreja não tenha falta de
nenhum dom (I Cor. 1:7). Ele não quer que tenhamos falta de apóstolos,
nem de pastores, nem de mestres, nem de evangelistas e nem de profetas.
E eu gostaria de insinuar que o dom de profecia se destina a abranger mais
de uma pessoa. Foi assim nos tempos bíblicos, e evidentemente também o
será no próprio fim do tempo. Segundo as Escrituras, o dom de profecia
manifestar-se-á na Igreja pouco antes da volta de Jesus.
O verdadeiro dom de profecia, tanto nos tempos bíblicos como no fim
dos tempos, está sujeito a falsificações. O diabo se encarrega disso. Este
sempre tem sido um dos métodos usados por ele. Em S. Mateus 24:24,
somos advertidos de que haverá falsos profetas. Mas S. Mateus 7:20 diz que
podemos prová-los pelos seus Frutos. Em I Tess, 5:21 somos convidados a
examinar todas as coisas e a reter o que é bom. Deus está muito interessado
em conceder-nos todos os benefícios hoje em dia, inclusive o dom de
profecia, para impedir que sejamos enganados.
Setembro 22, sexta-feira Jesus Revelado
Mais que Profeta
“Como, pois, não temestes falar contra o meu servo, contra Moisés?” Números
12:8
Nas Escrituras são apresentadas três manifestações do dom de
profecia. A primeira é a habilidade, pelo poder do Espírito Santo, de falar
para Deus. Às vezes restringimos o dom de profecia a predições e seu
cumprimento. Mas ele abrange toda pessoa que fala a verdade de Deus por
determinado tempo.
A segunda manifestação abrange sonhos, visões e predições
autênticos. Isto não é visto com muita frequência hoje em dia. Há, porém,
uma função mais rara ainda. Ela tem que ver com um tipo de mensageiro
especial de um encargo profético que abrange mais do que a profecia. Só
houve três pessoas na história da Igreja cristã que sabemos terem sido mais
que profetas.
Números 12:6-8 fala da primeira delas. O Senhor desceu na nuvem e
falou ao povo; "Se entre vós há profeta. Eu, o Senhor, em visão a ele Me faço
conhecer, ou falo com ele em sonhos. Não é assim com o Meu servo Moisés, que
é fiel em toda a Minha casa. Boca a boca falo com ele, claramente, e não por
enigmas; pois ele vê a forma do Senhor; como, pois, não temestes falar contra o
Meu servo, contra Moisés?” Aqui Deus está indicando a Arão e Miriã que Moisés
não somente era profeta, mas bem mais do que profeta. Deus tinha uma
relação com ele e uma função para ele que abrangia mais do que significava
a palavra "profeta”.
O segundo exemplo encontra-se em S. Lucas 7:26-28. Jesus está
falando: "Sim, que saístes a ver? Um profeta? Sim. Eu vos digo, e muito mais
que profeta. Este é de quem está escrito: Eis aí envio diante da Tua face o Meu
mensageiro, o qual preparará o Teu caminho diante de Ti." Ele referia-Se a João
Batista, o mensageiro de Deus que devia preparar o caminho para a primeira
vinda de Jesus.
O terceiro exemplo é o de uma jovem, no século passado, a quem foi
declarado que ela era a mensageira do Senhor, “Se outros me chamam assim
[profetisa], não discuto com eles. Mas minha obra tem abrangido tantos ramos
que não me posso chamar outra coisa senão mensageira. ... Minha obra inclui
muito mais do que esse nome significa. Considero-me uma mensageira a quem
o Senhor confiou uma mensagem para Seu povo.” — Mensagens Escolhidas,
livro 1. págs. 34 e 36.
Setembro 23, sábado-feira Jesus Revelado
A Voz de Deus Para Nós
“Sim, que saístes a ver? Um profeta? Sim, eu vos digo, e muito mais que profeta.”
Lucas 7:26
Só houve três “mais que profetas” na história da Igreja de Deus: Moisés,
que guiou a nação de Israel à Terra Prometida; João Batista, que preparou
o caminho para a primeira vinda de Cristo; e Ellen G. White, que foi enviada
com uma missão especial antes do segundo advento de Cristo. Gostaria de
sugerir que é improvável que teremos outro desse tipo de profeta antes do
fim do tempo, embora haja evidências de que teremos novamente a
manifestação do dom de profecia. É bem possível que veremos outra vez,
não somente os que falam em nome de Deus, mas também os que predizem,
ou recebem mensagens especiais de advertência, conforto e orientação para
a Igreja de Deus.
Creio na obra, nos escritos e ensinos de Ellen G. White. Todos os que
conhecem um pouquinho da história dos adventistas do sétimo dia devem
crer neles. E se não creem neles, também terão dificuldade em crer nas
Escrituras. Creio neles a despeito dos livros escritos para combatê-los. Livros
podem ser escritos contra toda e qualquer coisa.
Creio no dom de profecia concedido à Igreja no século passado, porque
descobri que ele é a voz de Deus a minha própria alma. E se tenho problemas
com ele, também terei problemas com a Bíblia.
Uma das razões por que aprecio esse dom concedido à Igreja é o fato
de que por seu intermédio fui levado à compreensão da justiça de Jesus
Cristo. Quando me vi em grande dificuldade e estive prestes a desistir, e a
andar à procura de alguma outra espécie de âncora, foi a descrição das
glórias, da bondade e da beleza de Jesus, em tais livros como O Desejado de
Todas as Nações, que prenderam minha atenção. Sempre constituiu motivo
de admiração para mim que essa senhora que escrevia mensagens de Deus
tornasse o amor divino o seu assunto predileto.
Há os que têm uma impressão errónea desse dom. Eles pensam que
Ellen G. White era mal-humorada, taciturna e melancólica, e que se ocupava
principalmente em fazer repreensões e censuras. Se, porém, estudardes os
seus escritos com espírito compreensivo, descobrireis que Jesus é o centro
de todos eles.
Setembro 24, domingo Jesus Revelado
O Último Engano de Satanás
“Irou-se o dragão contra a mulher e foi pelejar com os restantes da sua
descendência, os que guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de
Jesus.” Apocalipse 12:17
Hoje em dia sopram ventos de toda a espécie e ouvem-se vozes de
todo o tipo. De todos os lados desferem-se golpes contra o Dom de Profecia
concedido a esta igreja. Este é um dos maiores sinais de que a vinda de
Jesus está bem próxima, pois isso é a última coisa a ocorrer antes que Ele
venha.
"Satanás está... continuamente se empenhando por introduzir o falso —
para afastar da verdade. O derradeiro engano de Satanás será anular o
testemunho do Espírito de Deus. 'Não havendo profecia, o povo se corrompe (no
inglês, ‘o povo perece’).” Prov. 29:18. Satanás operará habilmente de várias
maneiras e por diferentes instrumentalidades, para perturbar a confiança do
povo remanescente de Deus no verdadeiro testemunho.
"Será ateado contra os testemunhos um ódio satânico. A operação de
Satanás será perturbar a fé das igrejas neles, por esta razão: Ele não pode achar
caminho tão fácil para introduzir seus enganos e prender almas em seus embustes
se as advertências e repreensões e conselhos do Espírito de Deus forem
atendidos.” — Mensagens Escolhidas, livro 1. pág. 48.
Podemos cobrar ânimo quando ouvimos pessoas contestando a validez
do Espírito de Profecia, embora tenhamos pena dos que procuram invalidar
os testemunhos. Podemos cobrar ânimo porque isso mostra claramente que
a vinda de Jesus está próxima. Acha-se predito como dos acontecimentos
finais na história da Igreja. Creio que a inspiração do Espírito de Profecia e a
inspiração da Bíblia constituem a mesma inspiração. Conquanto seja verdade
que os escritos do Espírito de Profecia não são canônicos, também é certo
que eles provêm de Deus com sentido especial. Há neles uma verdade, um
poder e uma inspiração que não se encontram nas obras de outros grandes
escritores cristãos. Os escritos do Espírito de Profecia estão acima de outros
comentários protestantes sobre as Escrituras.
Nada disso, porém, tem sido uma surpresa para Deus. Foi predito que
iria acontecer. E podemos saber que continuará ocorrendo, de muitas
maneiras sutis, dando-nos assim um dos maiores sinais da proximidade da
vinda de Jesus que podem ser vistos hoje em dia.
Setembro 25, segunda-feira Jesus Revelado
Jesus Revelado Pelo Juízo
“O reino dos céus é semelhante a um homem que semeou boa semente no seu
campo; mas, enquanto os homens dormiam, veio o inimigo dele, semeou o joio
no meio do trigo e retirou-se.” Mateus 13:24,25
Nesta parábola, quando a semente brotou, os servos do dono da casa
notaram que havia joio no meio do trigo. Eles foram ter com o patrão e
disseram: "Senhor, não semeaste boa semente no teu campo? Donde vem, pois,
o joio?" Ele reconheceu imediatamente a obra de um inimigo. Mas não fez o
que os seus servos esperavam, mandando que arrancassem todo o joio. Em
vez disso, recomendou-lhes que deixassem ambos crescer juntos até o
tempo da colheita. Então eles seriam capazes de fazer distinção entre o trigo
e o joio e de separá-los sem o menor equívoco.
Esta parábola de Jesus é sobre o Juízo. No campo do mundo, em que
Deus plantou o bem, o inimigo introduziu o mal. O Juízo é o tempo em que
será efetuada a separação final entre o bem e o mal.
Uma coisa que esta parábola nos revela acerca de Jesus é que Ele
concede tempo para que tanto o trigo como o joio se desenvolvam. A ambos
é concedido tempo para que manifestem plenamente, tanto para si mesmos
como para o resto do mundo, qual é realmente o seu caráter.
Desde o começo os servos puderam reconhecer a presença de ervas
daninhas ou joio no campo. Mas não tinham o discernimento para julgar
corretamente em todos os casos. Assim é no Universo. Os anjos não caídos
e outros seres inteligentes puderam ver que houve problemas quando
Satanás foi expulso do Céu. No entanto, para que não haja dúvidas acerca
do que é trigo e do que é joio, Deus permitiu que ambos se desenvolvessem
plenamente, a fim de que a sua qualidade fosse manifestada na integra.
Quando o bem e o mal estiverem maduros, não haverá dúvida quanto à
natureza e valor de cada um deles.
Após o Juízo, quando o trigo e o joio forem identificados pelo seu
caráter inconfundível, cada um receberá a sua recompensa. O joio será atado
em feixes para ser queimado. Mas o trigo será recolhido no celeiro. O juízo
revela a todo o Universo a justiça e imparcialidade de Deus, bem como Sua
misericórdia em ter dado a todas muitas oportunidades de se arrependerem.
Setembro 26, terça-feira Jesus Revelado
Justiça e Misericórdia
“Assim como foi nos dias de Noé, será também nos dias do Filho do Homem.”
Lucas 17:26
Deus chamou a Noé para que fosse Seu mensageiro. Recomendou-lhe
que advertisse o mundo de que haveria um dilúvio. Noé recebeu a ordem de
construir uma arca, e por 120 anos ele labutou para desincumbir-se de sua
tarefa, transmitindo fielmente a dupla mensagem de advertência e de
esperança por estar sendo provido um meio de escape. Não pereceu ninguém
que aceitou esse meio de escape.
A iniquidade de Sodoma e Gomorra era tão grande que Deus teve de
puni-las. Mas, antes de enviar fogo do céu para destruí-las. Ele foi comunicar
a Abraão o que pretendia fazer. Esse homem suplicou que o Senhor lhes
dessa outra oportunidade. Deus atendeu ao pedido de Abraão e enviou dois
anjos com uma mensagem de advertência a uma daquelas cidades. Mas não
foi meramente uma mensagem de advertência. Eles também ofereceram um
meio de escape a Ló e sua família. Com efeito, no fim tiveram de tomá-los
pela mão e conduzidos para fora da cidade. Mesmo então a mulher de Ló
olhou para trás e recusou o meio de escape que fora provido.
Deus disse a Jonas que Nínive seria subvertida. Esse homem foi talvez
o profeta mais relutante de todos os tempos. Ele procurou fugir. Quando isso
não surtiu efeito, pôs-se de má vontade a transmitir a mensagem de Deus,
de que dentro de quarenta dias Nínive seria destruída. O povo dessa cidade,
desde o maior até o menor, cobriu-se de pano de saco e de cinzas, e
arrependeu-se. A crise foi evitada. Mas Jonas ficou tão irado que desejou a
morte! Ele estava mais preocupado com sua reputação como profeta do que
com a vida de todos os habitantes da cidade.
Todas as vezes que Deus Se empenha na obra de punição, sempre se
acham presentes os fatores desses exemplos bíblicos. Ele envia alguém com
uma mensagem de advertência e provê um meio de escape. Isso também é
verdade no tocante ao juízo final, que está prestes a sobrevir ao mundo.
Durante séculos o Senhor tem enviado um mensageiro após o outro para nos
darem advertências, a fim de que ninguém deixe de preparar-se. As
mensagens dos três anjos nos trazem à lembrança que é chegada a hora do
Seu juízo, Deus não quer que nenhum de nós seja apanhado de surpresa.
Jesus é revelado no juízo. Ele é o Meio de Escape que foi provido. Em
virtude de Seu sacrifício, ninguém precisa perecer. Há esperança. Ele
constitui uma Arca de Segurança para todos os que aceitarem o livramento
prometido.
Setembro 27, quarta-feira Jesus Revelado
Jesus Revelado Pelo Arrependimento
“Arrependei-vos, pois, e convertei-vos.” Atos 3:19
Que vem primeiro — o arrependimento ou o perdão? O arrependimento
é uma condição para ir a Cristo? Temos de sentir tristeza pelos nossos
pecados antes que Deus nos aceite? Provavelmente, mais importante
verdade a ser compreendida na doutrina do arrependimento é a de que ele
nunca deve constituir uma barreira entre o pecador e Cristo. Sempre
podemos ir a Ele assim como estamos, e é então que Ele nos concede o dom
do arrependimento.
Notai, porém, que o arrependimento vem antes do perdão ou da
Justificação. Atos 5:31 diz que Deus exaltou a Cristo para "conceder a Israel
o arrependimento e a remissão de pecados.” E nas páginas 25 e 26 do livro
Caminho a Cristo é feito este comentário: "Exatamente aqui está o ponto em
que muitos erram, sendo por isso privados de receber o auxílio que Cristo lhes
desejava conceder. Pensam que não podem chegar a Cristo sem primeiro
arrepender-se e que é o arrependimento que os prepara para o perdão de seus
pecados. É certo que o arrependimento precede o perdão dos pecados, pois
unicamente o coração quebrantado e contrito é que sente a necessidade de um
Salvador. Mas terá o pecador de esperar até que se tenha arrependido, antes de
poder chegar-se a Jesus? Deve fazer-se do arrependimento um obstáculo entre o
pecador e o Salvador? A Bíblia não ensina que o pecador tenha de arrepender-se
antes de poder acudir ao convite de Cristo: ‘Vinde a Mim, todos os que estais
cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei.’”
Assim, a sequência é ir primeiro a Cristo, e então nós recebemos o
dom do arrependimento, que devemos aceitar. E depois disso, somos
perdoados. Parece, portanto, que há uma condição para obtermos o perdão
de nossos pecados? Sim há! Mas esta verdade nos ensina algo muito belo a
respeito de Deus. Jesus e Seu amor são revelados de modo inigualável. Ele
nos aceita assim como estamos e nos concede os meios necessários para a
salvação.
Jesus sabe que não temos mérito algum que nos recomende a Ele; por
conseguinte, não conta com eles nem os espera. Há condições para a bênção
da salvação oferecida por Ele, mas não são condições que nós podemos ir
cumprir. Portanto, quando Ele Se aproxima de nós oferecendo-nos vida e
salvação, também nos oferece gratuitamente tudo que é essencial à
salvação. Tomou todas os providencias para que ninguém — a não ser os
que resistem a Sua graça e a rejeitam obstinadamente — deixe de receber
a salvação provida por Ele.
Setembro 28, quinta-feira Jesus Revelado
Mudança de Vestes
“O vencedor será assim vestido de vestiduras brancas.” Apocalipse 3:5
Em tempos passados houve um homem riquíssimo. Sua riqueza era
tão grande que as palavras não podem escrever-lhe a amplitude. Ele linha,
porém, um vizinho paupérrimo. Sua roupa era esfarrapada e suja, e ele sofria
de desnutrição. Não tinha lar e nem mesmo uma choupana que lhe
pertencesse, sendo obrigado a passar os dias e as noites ao relento, envolto
em seus andrajos.
O ricaço notou a deplorável condição de seu vizinho e se dispôs a
remediá-la. Ele disse ao pobre: "Você está numa situação terrível. Precisa de
uma casa para morar e de alimento nutritivo. Também precisa estar devidamente
vestido. Se quiser vir a mim, dar-lhe-ei tudo quanto necessita, e ainda muito
mais." Mas o pobre, em vez de aproximar-se do homem rico, volveu-lhe as
costas e afastou-se. "Não posso ir a sua casa com esta roupa. Seria uma desonra
para o senhor se as pessoas me vissem a sua mesa no estado de pobreza em que
me encontro."
"Isso é verdade — admitiu o ricaço — Mas, eis aqui uma roupa nova que
eu lhe darei se você se aproximar do mim o a aceitar. Então estará devidamente
vestido para entrar em minha casa.”
Quando Cristo nos oferece Seu manto de justiça para cobrir os sórdidos
andrajos de nosso pecado, precisamos aceitá-lo a fim de obter os benefícios
proporcionados por ele. O ricaço poderia ter provido vestes suficientes para
todos os habitantes de uma cidade, mas se o pobre recusasse usar o traje
provido para ele, este não lhe traria nenhum benefício. O ricaço poderia ter
provido alimento suficiente para alimentar um exército, mas se o pobre não
quisesse comer, não seria ajudado.
Há condições para a salvação e para entrar no lar celestial. Temos de
estar devidamente cobertos com as vestes da justiça de Cristo para poder
entrar ali. Precisamos arrepender-nos. Precisamos ter um novo coração.
Precisamos ter fé. Precisamos ser obedientes. Mas, para tudo que Deus
requer Ele também proveu dons que satisfaçam aos requisitos, se os
aceitarmos. Deus nunca nos envia uma conta sem incluir o dinheiro suficiente
para pagá-la. Temos de arrepender-nos antes que possamos ser perdoados.
Mas, se nos chegarmos a Ele, ser-nos-á provido o dom do arrependimento,
e quando o aceitamos somos justificados. Esta doutrina é mais uma verdade
que revela a Jesus — o qual é longânimo, "não querendo que nenhum pereça,
senão que todos cheguem ao arrependimento".
Setembro 29, sexta-feira Jesus Revelado
Agora é o Tempo da Decisão
“Escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e a tua descendência.” Deuteronômio
30:19
Talvez já tenhais ouvido esta antiga expressão evangelística: “Conduzir
as pessoas para o outro lado da linha.” Ela tem sido usada muitas vezes para
indicar o ato de levar as pessoas a tomarem decisões sobre algum ponto
doutrinário, como a observância do sábado. Constitui, porém, um princípio
nas coisas espirituais que todas as decisões devem estar baseadas na
entrega a Jesus. Se ainda não foi feita essa entrega, é inútil procurar obter
alguma decisão sobre qualquer outro ponto. Se a pessoa ainda não tomou a
decisão de aceitar a Cristo e converter-se, não está preparada para tomar
uma decisão duradoura sobre questões doutrinárias,
Deus tem métodos bem simples para a tomada de decisões, S. João
10;1-5 indica em que consiste o Seu método. A primeira coisa que Ele faz é
tornar-Se conhecido a Suas ovelhas. Ele sabe que quando as ovelhas O
conhecem aprenderam a reconhecer-Lhe a voz e decidiram segui-Lo, as
decisões ao longo do caminho, seguindo-O dia a dia, ocorrerão naturalmente.
Nosso primeiro método ao procurar conduzir outros à decisão devo ser levá-
los a conhecerem por si mesmos a Deus e Sua voz.
O poder impelente em toda decisão espiritual é o Espírito Santo, Sua
obra é colocar todo indivíduo diante da decisão num momento em que ele
seja mais acessível e de um modo a que atenda com mais probabilidade.
A Bíblia diz claramente que devemos tomar decisões, e isso cada dia.
I Coríntios 6:2 declara que agora é o tempo sobremodo oportuno. Josué
instou com o povo de Israel para que fizesse a escolha. “Escolhei hoje a quem
sirvais." Jos. 24:15. Notai que ele queria que escolhessem a quem
tencionavam servir, e não o que fariam. A decisão de servir a Jesus e deixar
que Ele domine em nossa vida é uma decisão diária.
Se o Espírito Santo está recomendando que tomeis uma decisão em
vossa vida, não procrastineis. Quanto mais a adiardes, tanto mais difícil será
tomá-la. Na página 32 do livro Caminho a Cristo é afirmado que adiando sua
decisão milhares e milhares tem errado, para sua perda eterna.
Provavelmente toda pessoa tem em mente alguma decisão a ser feita,
segundo a convicção produzida pelo Espírito Santo. Por que não decidir
agora? Se tendes de tomar uma decisão, tomai-a hoje.
Setembro 30, sábado Jesus Revelado
“Segue-Me"
“Elas o seguem, porque lhe reconhecem a voz.” João 10:4
Um grupo de excursionistas estava viajando pelo Oriente Médio, e o
guia recomendou que eles observassem os pastores de ovelhas. “Um pastor
nunca toca suas ovelhas: ele as guia”, disse o homem. O grupo começou,
portanto, a esperar uma oportunidade de ver isto na prática. Mas o primeiro
rebanho de ovelhas visto por eles estava sendo tocado com varas, pedras e
gritos. Fizeram averiguações para descobrir o que se passava, e foram
informados de que se tratava de um grupo de ovelhas conduzido por um
açougueiro!
Disse Jesus: “Se alguém quer vir apôs Mim, a si mesmo se negue, tome a
sua cruz e siga-me.” S. Mat. 16:24. Ele declarou que as ovelhas ouvem a voz
do pastor que conhecem, e o seguem (S, João 10:4). Jesus disse também:
"Se alguém Me serve, siga-Me." S. João 12:26. Este recomendou que o jovem
príncipe vendesse todos os seus bens e O seguisse (S. Mat. 19: 21). E
convidou os discípulos, dizendo: "Vinde apôs Mim, e Eu vos farei pescadores de
homens.” S. Mal, 4:19.
Seguir a uma pessoa em quem confiamos é o oposto de ser compelido.
empurrado ou coagida. Jesus nos convida a segui-Lo. E em Apocalipse 14:4
é apresentado um grupo de pessoas que se tornou tão apegado Àquele que
é ao mesmo tempo Pastor e Cordeiro, que são Seus seguidores por onde
quer que vá.
S. Lucas 9:57-62 fala de alguns, que acharam difícil seguir a Jesus.
Eles procuraram escusar-se. Tinham outras coisas que desejavam fazer
primeiro. E Jesus lhes indicou que não podiam ter um coração dividido. Os
que O seguem devem efetuar uma entrega completa. O fato, porém, é que
eles foram convidados a segui-Lo. Lemos em l S. Pedro 2 :21: "Porquanto
para isto mesmo fostes chamados, pois que também Cristo sofreu em vosso lugar,
deixando-vos exemplo para seguirdes os Seus passos.”
Só o Espírito Santo sabe qual é o tempo mais oportuno para toda alma.
Nós não sabemos. Devemos deixar que Ele realize Sua obra. É Ele que deve
conduzir cada um do nós a decisão. E a base de todas as decisões é decidir
seguir a Cristo. As decisões só podem ser significativas sob este aspecto.
Quando resolvemos seguir a Cristo e aprendemos a reconhecer-lhe a voz.
Ele pode conduzir-nos então a qualquer outra decisão que deseja que
tomemos. O Espírito Santo guia a cada um de nós individualmente, para que
decidamos seguir a Cristo e continuemos a segui-lo diariamente.
outubro 1, domingo Jesus Revelado
Sabedoria do Homem Mais Sábio
“Lembra-te do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus
dias, e cheguem os anos dos quais dirás: Não tenho neles prazer.” Eclesiastes
12:1
O rei Salomão é conhecido como o homem mais sábio que já viveu. Ele
ascendeu ao trono antes dos dezoito anos de idade. Extraiu ouro de Ofir e
prata das minas na Espanha. Importava pedras preciosas e especiarias da
Arábia o marfim da Índia. Dez mil pessoas comiam diariamente à sua mesa.
Suas frotas traziam recursos de praias estrangeiras no valor de dez milhões
de dólares. A rainha de Sabá veio ver o seu reino por si mesma, e quando
foi embora ela disse que não lhe haviam contado a metade. Salomão compôs
três mil provérbios, e foram os seus cânticos mil e cinco; e deve ter tido
idade suficiente para morrer antes que soubesse o suficiente para viver!
Disse ele perto do fim de sua vida: “De tudo que se tem ouvido, a suma
é ... " Estais interessados no que o homem mais sábio que já viveu tinha a
dizer quanto à suma de todas as coisas? Ele aprendera algo de Deus na
escola dos golpes duros. Eis a conclusão a que chegou: "Teme a Deus, e
guarda os Seus mandamentos; porque isto é o dever de todo homem. Porque
Deus há de trazer a juiz todas as obras até as que estão escondidas, quer sejam
boas, quer sejam más.” Ecles. 12:13 e 14.
Notai a sequência: "Teme a Deus, e guarda os Seus mandamento.”
Naturalmente, isto é, mais do que apenas ter medo de Deus. Respeitai a
Deus. Venerai-O profundamente pelo que Ele é — nosso Criador. É sobre isso
que Salomão está falando. Deus tinha sido muito paciente com ele, pois
deveria ter sido derrubado do trono segundo as nossas normas. Já
considerastes quais foram alguns de seus atos de devassidão durante o
tempo em que ele se rebelou? Procurou desfrutar todos os prazeres desta
vida, mas o resultado foi funesto. Salomão descobriu que não podia guardar
os mandamentos sem dar a primazia a Deus.
O problema que todos nós temos com os Dez Mandamentos é que não
há poder neles. Já descobristes isso? Eles revelam a sabedoria de Jesus, e
os grandes legisladores de todos os tempos não conseguiram torná-los mais
perfeitos. Mas não há poder na lei em si. A lei revela que temos necessidade
de um Salvador. Ela aponta para Cristo. É em Cristo que encontramos perdão
e o poder para cumprir todos os preceitos da lei.
Outubro 2, segunda-feira Jesus Revelado
A Lei Revelada Numa Vida
“Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas; não vim para revogar, vim
para cumprir.” Mateus 5:17
A lei é uma transcrição do caráter de Deus. As mesmas coisas que são
ditas a respeito de Deus também são ditas acerca de Sua lei. Deus é verdade
(S. João 14:6). Sua lei é verdade (Sal. 119:142|. Deus é justo (Sal. 145:17).
Sua lei é justa (Sal. 119:172). Deus é perfeito (S. Mat. 5:48). Sua lei é
perfeita (Sal. 19:7). Deus é santo (lsa. 6:3). Sua lei é santa (Rom. 12:7),
Deus é imutável (Mal. 3:6). Sua lei é imutável (S. Mat. 5:18). Deus é
espiritual (S. João 4:24). Seus mandamentos são espirituais (Rom. 7:14).
Deus é eterno (Sal. 9:7 e 90:2). Sua lei é eterna. (Sal. 111:7 e B e 119:44).
Isto significa que sempre foi e sempre será errado matar, roubar
mentir, cobiçar, e tomar o nome de Deus em vão, bem como transgredir os
outros mandamentos. Nunca chegará o tempo em que os mandamentos
serão mudados pela ética circunstancial ou por qualquer outra coisa. Por
quê? Porque os Dez Mandamentos são o que Deus é e o que Jesus é.
Uma senhora vai à loja comprar alguns metros de pano para fazer um
vestido. Ela remexe as peças até encontrar um tecido que lhe agrada.
Detém-se, apalpa o pano e ergue-o contra a luz. O dono da loja se aproxima
e pergunta:” Gostou do pano?" "Creio que sim — diz ela —, eu simplesmente
estava procurando imaginar qual seria o seu aspecto depois de ser transformado
num vestido." O comerciante a conduz até a vitrine da frente e aponta para
um vestido do mesmo pano. E a senhora exclama: "Na peça ele era belo, mas
transformado num vestido é mais belo ainda! Vou levar o pano!"
Olhamos para os Dez Mandamentos e percebemos a sabedoria
revelada neles. Admitimos que não poderia ser feito nenhum
aperfeiçoamento, a não ser uma coisa: ver os Dez Mandamentos
exemplificados numa vida. Conquanto esses princípios tenham sido belos em
tábuas de pedra, são muito mais belos ainda ao serem exemplificados numa
vida — a vida de Jesus. Ele revela os Dez Mandamentos. Veio à Terra, e
confiando cada momento no poder de Seu Pai, guardou perfeitamente cada
um dos Dez Mandamentos. Oferece-nos hoje o mesmo poder que Ele tinha.
Confiando em Sua Pessoa podemos revelar ao mundo a beleza de caráter
que O glorificará. Os Dez Mandamentos também podem ser exemplificados
em nossa vida.
Outubro 3, terça-feira Jesus Revelado
Jesus Revelado por uma Pedra
“Mas, nos dias destes reis, o Deus do céu suscitará um reino que não será jamais
destruído.” Daniel 2:44
Nabucodonosor era o governante do mundo todo. Deve ter sido um
indivíduo hábil e talentoso para realizar semelhante proeza. Podia andar na
varanda do seu palácio, olhar para seus jardins suspensos e congratular-se
pelo grande império que havia estabelecido. Ele linha dificuldades com o
próprio eu, como fora o caso de Lúcifer. Não tributou glória, honra ou louvor
a Deus, mas disse:” Não é esta a grande Babilônia que eu edifiquei?” Ele era um
homem que se fizera por si mesmo, e tais pessoas sempre gostam de prestar
culto a si próprios.
Certa noite o Deus do Céu procurou impressionar esse rei pagão,
levando-o a reconhecer que havia Alguém maior do que ele. Nabucodonosor
teve um sonho, mas olvidou-o, e assim Daniel foi envolvido pela ocorrência.
Deus revelou o sonho a Daniel, e Nabucodonosor reconheceu o que havia
sonhado. Daniel também lhe deu a interpretação. O profeta declarou que
Nabucodonosor era a cabeça de ouro. Isto não constituía, porém, o fim do
sonho. O rei não gostou da parte referente ao peito e aos braços de prata, e
aos outros reinos que se seguiriam. Resolveu, portanto, construir uma
estátua semelhante à de seu sonho, mas toda de ouro. E estais lembrados
do resto da história. O Deus do Céu revelou-Se mais uma vez a
Nabucodonosor.
Estou, porém mais interessado na Pedra de Daniel 2 do que em
qualquer outra coisa. Às vezes passamos muito tempo estudando os quatro
impérios universais e os dez reinos, e não dedicamos a mesma atenção ao
verdadeiro Herói da história — a Pedra cortada sem auxílio de mãos.
Se tivésseis de optar entre o ouro e a pedra, qual escolheríeis? À
primeira vista parece que o ouro seria a melhor escolha. Mas Deus vê as
coisas de modo diferente do que nós. A Pedra cortada do monte, sem auxílio
de mãos, foi escolhida para representar a Jesus. E todo o ouro, prata, bronze,
ferro e barro foram perdidos de vista, sendo esmiuçados e tornando-se como
palha das eiras no estio; e o vento os levou. Os reinos deste mundo se
dissipam e finalmente se verá que tudo que o homem preza em lugar de
Deus é sem valor. Mas, nos dias destes reis, o Deus do Céu suscitará um
reino que não será jamais destruído: ele mesmo subsistirá para sempre. Dan.
2 :44.
Outubro 4, quarta-feira Jesus Revelado
Caindo Sobre a Rocha
“Beberam da mesma fonte espiritual; porque bebiam de uma pedra espiritual que
os seguia. E a pedra era Cristo.” 1 Coríntios 10:4
Se estudardes o símbolo da Rocha ou da Pedra nas Escrituras,
descobrireis que ele constitui uma figura de Jesus Cristo. Nos dias da saída
de Israel do Egito e de sua viagem para Canaã, temos a Moisés batendo
numa rocha no deserto. Essa Rocha era uma representação da Cristo. Nosso
texto para hoje declara-o nestas palavras: "E a Pedra era Cristo."
Jesus usou a analogia de uma rocha, falando da necessidade de edificar
sobre a rocha, e não sobre a areia (S. Mat. 7:24 e 25). Paulo disse que
"ninguém pode lançar outro fundamento, além do que foi posto, o qual é Jesus
Cristo.” (I Cor. 3: 11) Jesus é a Pedra Angular nas Escrituras.
Isaias 8:13-15 afirma que o Senhor será pedra de tropeço e rocha de
ofensa. Salmo 118:22 refere-se à Rocha. Jesus citou um trecho do Velho
Testamento, dizendo; “Nunca lestes nas Escrituras: A pedra que os construtores
rejeitaram, essa veio a ser a principal pedra, angular; isto procede do Senhor, e
é maravilhoso aos nossos olhos? ... Todo o que cair sobre esta pedra ficará em
pedaços: e aquele sobre quem ela cair ficará reduzido a pó." S. Mat. 21:42-44.
A cada um de nós é apresentada uma escolha hoje em dia. Quereis
cair sobre a Rocha, ou preferis que a Rocha caia sobre vós? Se eu não sei o
que significa cair sobre a Rocha, chegará o dia em que pedirei que os
rochedos e as montanhas caiam sobre mim e me escondam da face de Deus.
Só há duas opções: cair sobre a Rocha, ou fazer com que a Rocha caia sobre
nós. Mas, cair sobre a Rocha é uma frase intangível. Qual é o seu significado?
Romanos 9:33 explica o que significa cair sobre a Rocha. "Eis que ponho em
Sião uma pedra de tropeço e rocha de escândalo, e aquele que nela cré não será
confundido." Qual é, portanto, a questão? Em Romanos, a questão de eu cair
sobre a Rocha ou de a Rocha cair sobre mim é a questão da fé e das obras.
É tão simples assim. Se procuro levar uma boa vida por meus próprios
esforços, não sabendo o que significa crer nEle, para salvação em todos os
seus aspectos, então a Rocha cairá sobre mim. Unicamente caindo sobre a
Rocha e ficando em pedaços por chegar ao fim de nossos próprios recursos
e mantendo comunhão com Jesus é que estaremos seguros.
Outubro 5, quarta-feira Jesus Revelado
Jesus Revelado na Humildade
“Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus,
pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a
Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo.” Filipenses
2:5-7
A um evangelista ASD foi perguntado por que sua Igreja era tão
meticulosa quanto ao sábado, e as outras não. Ele respondeu: “Cremos na
observância do sábado em honra à Criação, porque é isto que a Bíblia diz. E
queremos seguir o que diz a Bíblia.”
O interrogador replicou; “Ninguém segue realmente tudo que a Bíblia diz.
É impossível fazê-lo. Se realmente crêsseis em tudo que a Bíblia diz e o seguísseis,
teríeis de lavar os pés uns dos outros!" E o evangelista adventistas disse; “Nós
fazemos isto!"
É verdade que há bem poucos nas igrejas cristãs da atualidade que
creem na celebração de todas as partes da Ceia do Senhor. Alguns só tomam
a hóstia ou o pão: outros tomam o pão e o cálice, mas bem poucos adotam
também o lava-pés.
S. João 13 é o único lugar nos quatro Evangelhos em que é descrita a
cerimônia do lava-pés. Leiamos o que está escrito no verso I em diante:
"Ora, antes da festa da Páscoa, sabendo Jesus que era chegada a Sua hora de
passar deste mundo para o Pai, tendo amado os Seus que estavam no mundo,
amou-os até ao fim. Durante a ceia, tendo já o diabo posto no coração de Judas
Iscariotes, filho de Simão, que traísse a Jesus, sabendo Este que o Pai tudo
confiara as Suas mãos, e que Ele viera de Deus, e voltava para Deus, levantou-
se da ceia, tirou a vestimenta de cima e, tomando uma toalha, cingiu-se com ela.
Depois deitou água na bacia e passou a lavar os pés aos discípulos e a enxugar
lhes com a toalha com que estava cingido.”
Que quadro! O Criador do Universo abaixando-Se para lavar os
cansados e empoeirados pés das criaturas formadas por Ele! Isso constituía
uma vívida ilustração de Sua encarnação, quando Ele pôs de lado Suas
vestimentas reais, no Céu, e desceu à Terra para nascer como um de nós,
para que pudesse atender às nossas necessidades. Jesus é revelado de modo
especial no Serviço da Comunhão. Ele é revelado como Aquele que não se
envergonha de nos chamar irmãos, de encontrarmos onde estamos e de nos
purificar da contaminação do pecado.
Outubro 6, sexta-feira Jesus Revelado
É Difícil Ser Lavado
“Se eu não te lavar, não tens parte comigo.” João 13:8
“Ora, se Eu, sendo o Senhor e o Mestre, vos lavei os pés, também vós
deveis lavar os pés uns dos outros. Porque Eu vos dei o exemplo, para que, como
Eu vos fiz, façais vós também.... Se sabeis estas coisas, bem-aventurados sois
se as praticardes." S. João 13;14-17. Aqui são apresentadas três razões por
que devemos lavar os pés uns dos outros. Primeiro: porque Jesus o ordenou.
Ele disse que devemos fazê-lo. Segunda: porque Ele nos deu o exemplo. E
terceira: porque seremos felizes se o fizermos.
Sois realmente felizes ao lavar os pés de alguma outra pessoa? Sois
felizes quando alguém vos lava os pés? Alguns encontram verdadeira
significação nessa cerimônia e aprenderam a ver Jesus revelado nas
ordenanças da Comunhão. Se tomam parte na cerimônia em sua igreja, na
localidade em que residem, e na semana seguinte visitam uma outra igreja
na qual está programado outro Serviço da Comunhão, ficam contentíssimos.
Outros, porém, participam da cerimónia numa igreja e se na semana
seguinte estiverem noutra igreja em que é celebrado o Serviço da
Comunhão, procuram esquivar-se, dizendo que já cumpriram o seu dever
nesse trimestre! Outros acham a cerimônia tão desagradável que ficam em
casa no sábado da comunhão, não participando nela nem mesmo uma vez
por trimestre!
Disse-me um estudante durante a Santa Ceia numa Semana de
Oração: "Costumo lavar os meus próprios pés!" E começamos a falar sobre o
significado desse ato. Deixar que alguém faça por nós o que nós mesmos
costumamos fazer contém uma mensagem. Deixar que Deus faça por nós o
que estamos acostumados a fazer ou que queremos fazer por nós mesmos
pode tornar-nos humildes.
Que é mais difícil para vós: lavar os pés de alguém, ou deixar que
alguém vos lave os pés? A resposta é geralmente que é mais difícil deixar
que os outros nos lavem os pés. Isto é desconcertante. Há alguma coisa em
nosso íntimo que concorda com a ideia expressa pelo estudante. Não
queremos admitir que não podemos fazer tudo por nós mesmos e que temos
necessidade de que seja feito algo por nós. Pedro achou humilhante que lhe
fossem lavados os pés, e se opôs a isso até que Jesus lhe mostrou que
somente humilhando-se a si mesmo e aceitando a purificação efetuada por
Jesus poderia ter parte com o Salvador. Hoje em dia, é permitindo que nosso
orgulho seja abatido e aceitando o ministério de Cristo em nosso favor, que
encontramos purificação.
Outubro 7, sábado Jesus Revelado
Purificados Para a Comunhão
“Declarou-lhe Jesus: Quem já se banhou não necessita de lavar senão os pés;
quanto ao mais, está todo limpo.” João 13:10

“Aproximou-Se, pois, de Simão Pedro e este Lhe disse: Senhor, Tu me lavas


os pés a mim? Respondeu-lhe Jesus: O que Eu faço não o sabes agora,
compreendê-lo-ás depois. Disse-Lhe Pedro: Nunca me lavarás os pés. Respondeu-
lhe Jesus: Se Eu não te lavar, não tens parte comigo." S. João 13:6-8. Pedro
achou difícil deixar que Lhe lavassem os pés. Por quê? Será que ele pensou
que Jesus, como Filho de Deus, estava acima dessa tarefa servil? Sentia-se
culpado por não se haver prontificado a realizá-la? Era costume que um servo
lavasse os pés aos hóspedes, e se não havia nenhum servo presente, alguém
devia oferecer-se para realizar o serviço. Mas não se pode esperar
voluntários que façam isso entre um grupo de discípulos que estiveram
altercando e contendendo sobre quem é o maior.
Então Jesus disse: "Se Eu não te lavar, não tens parte comigo." E Pedro
respondeu: "Senhor, não somente os meus pés, mas também as mãos e a
cabeça.” “Declarou-lhe Jesus: Quem já se banhou não necessita de lavar senão
os pés; quanto ao mais está todo limpo." Pedro já havia sido lavado pelo poder
purificador de Jesus. O batismo, no qual são lavadas as mãos e a cabeça, e
também os pés, é um símbolo da purificação da pessoa inteira. A comunhão
é um símbolo da purificação necessária por causa de nossos erros e falhas à
medida que vamos crescendo. Quando aceitamos a Jesus como nosso
Salvador pessoal, em virtude de Sua justiça ficamos diante de Deus como se
nunca houvéssemos pecado. E Sua graça justificadora se acha diariamente
à nossa disposição, segundo a nossa necessidade.
Devido ao exemplo dado por Jesus nessa cerimônia, sabemos que para
ter parte com Ele temos de envolver-nos em todos os aspectos do Serviço
da Comunhão. Se Jesus não nos lavar, não teremos parte com Ele.
Os componentes da igreja primitiva seguiram essa prática durante
algum tempo, mas depois muitos acharam que ela era inconveniente, e
abandonaram-na quase em toda a parte. No entanto, o símbolo é incompleto
sem a inclusão da cerimônia do lava-pés, unicamente sendo lavados os
purificados novamente por Seu sangue é que estamos preparados para
participar do pão e do vinho, que são os emblemas da comunhão com Ele.
Outubro 8, domingo Jesus Revelado
Comemorando a Libertação
“Visto, pois, que os filhos têm participação comum de carne e sangue, destes
também ele, igualmente, participou, para que, por sua morte, destruísse aquele
que tem o poder da morte, a saber, o diabo, e livrasse todos que, pelo pavor da
morte, estavam sujeitos à escravidão por toda a vida.” Hebreus 2:14,15
A palavra-chave para o Serviço da Comunhão é libertação. Libertação
do Egito, libertação da culpa do pecado, do poder do pecado e de um mundo
de pecado. O Serviço da Comunhão remonta diretamente ao Egito — e isso
não somente para Jesus e os discípulos no cenáculo. A razão por que eles se
achavam ali era, em primeiro lugar, celebrar a Páscoa. Estavam
rememorando a ocasião em que o sangue fora posto nas ombreiras das
portas, e o anjo passou adiante.
Estais lembrados daquela noite em que os israelitas estavam para
partir as 24 horas. Os primogênitos estavam acordados, incapazes de
conciliar o sono e ansiosos de que o sangue estivesse nas ombreiras das
portas. E esse sangue apontava para o sangue de Jesus. Havia poder no
sangue naquele dia, ali no Egito. Para os que passaram o sangue nas
ombreiras das portas houve uma maravilhosa libertação. E para os que
recusaram fazê-lo houve uma tragédia. Portanto, Jesus e Seus discípulos se
reuniram no cenáculo para celebrar essa libertação.
No dia seguinte ao do Serviço da Comunhão no cenáculo, Jesus
cumpriu tudo que tinha sido um símbolo desde o tempo do Egito até a Última
Ceia. O cumprimento foi muito maior do que o símbolo. O Calvário foi muito
maior do que passar o sangue nas ombreiras das portas nos dias do Egito,
assim como a realidade é maior do que o símbolo que a prefigura. Olhando,
porém, para essa libertação e para os símbolos da Ceia do Senhor no tempo
presente, notamos que ela ainda nos fala de libertação. Quando aceitamos o
que Jesus efetuou por nós, não somente somos perdoados, mas Deus nos
encara como se nunca houvéssemos pecado. Ele oferece mais do que perdão.
E está boa-nova destina-se a trazer paz a todo coração.
Há poder no sangue de Cristo e na libertação ocasionada por Ele. não
somente para perdoar-nos, mas também para transformar nossa vida. A
libertação que é simbolizada pelo Serviço da Comunhão está hoje à
disposição de cada um de nós, se aceitarmos tanto o Seu perdão como o Seu
poder.
Outubro 9, segunda-feira Jesus Revelado
“Eles Serão Meus"
“Eles serão para mim particular tesouro, naquele dia que prepararei, diz o Senhor
dos Exércitos; poupá-los-ei como um homem poupa a seu filho que o serve.”
Malaquias 3:17
Uma das acusações que Satanás tem lançado contra Deus, através dos
séculos, é que Deus é egoísta. Satanás desejava o que Deus tinha, e quando
isto não lhe foi concedido, acusou-O de ser egocêntrico e mesquinho. À
primeira vista talvez pareça que Satanás tem razão. Lede o que está escrito
em Ageu 2:8. Deus declara que a prata e o ouro Lhe pertencem. Lede o
Salmo 50:10-12, Deus diz: “São Meus todos os animais do bosque, e as
alimárias aos milhares sobre as montanhas. Conheço todas as aves dos montes,
e são Meus todos os animais que pululam no campo. Se Eu tivesse fome não to
diria, pois o mundo é Meu, enquanto nele se contém.’’ Parece ser um tanto
exagerado, não é mesmo? Mas a acusação de Satanás foi refutada na cruz.
O Calvário demonstrou que Deus não é egoísta, mas está disposto a gastar
e deixar Se gastar. Há abnegação da parte de Deus.
Deus diz que possui todas essas coisas porque isso é uma realidade!
Foi Ele quem criou tudo aquilo, bem como a nós. Somos simples criaturas. A
Terra é Sua. Há, porém, algo que não é Seu. Nem todos nós somos Seus.
Ele nos concedeu o livre arbítrio, e a única maneira pela qual poderá dizer
que somos Seus é se decidirmos pertencer-Lhe. O texto para hoje contém
uma promessa a esse respeito: "E eles serão Meus, diz o Senhor dos Exércitos,
naquele dia que farei serão para Mim particular tesouro." — Almeida, antiga.
Chegará o dia em que aqueles a quem Deus aprecia mais do que qualquer
outra coisa, como animais, ouro ou milhares de colinas, passará a pertencer-
Lhe. Ele possui tudo o mais. E há um grupo de pessoas que também serão
Seus. É você um deles hoje em dia? Já tomou a decisão de pertencer-Lhe?
Quando consideramos o assunto da mordomia, não falamos
meramente sobre cruzeiros e centavos. A mais preciosa dádiva que podemos
trazer ao Senhor não é nosso dinheiro, mas nossa própria pessoa. Sem a
dádiva de um coração amoroso, a simples doação de dinheiro é sem valor.
Deus já possui toda a prata e todo o ouro. E embora o coração que ama não
possa deixar de também trazer oferendas, a primeira e principal dádiva que
devemos trazer-lhe é a de nossa própria pessoa. A verdadeira mordomia
começa com a decisão de pertencer ao Senhor, amando-O e servindo-O.
Outubro 10, terça-feira Jesus Revelado
Quanto Tendes Omitido?
“Porque todos eles ofertaram do que lhes sobrava; ela, porém, da sua pobreza
deu tudo quanto possuía, todo o seu sustento.” Marcos 12:44

Alguns consideram a devolução do dízimo um ensino do Velho


Testamento. Acham que quando Jesus disse aos fariseus que eles davam o
dízimo da hortelã e de outros coisas como essa, mas negligenciavam o que
é mais importante, estava rebaixando a ideia de dar o dízimo. Mas Jesus
tornou claro que embora devamos fazer uma coisa, não devemos omitir a
outra.
Certo dia uma viúva foi ao templo e só depositou duas moedinhas no
cofre de ofertas. Jesus extraiu dessa experiência algumas lições importantes
a respeito do ato de dar. Uma delas é o seguinte: o Céu avalia as dádivas de
maneira completamente diferente do que nós o fazemos. Jesus disse que
essa viúva deu mais do que todos os outros. Por quê? Porque Deus avalia o
que damos, não pela quantidade em si, mas pelo que sobrou depois de
termos feito a nossa dádiva. Portanto, se alguém dá dez mil moedas, mas
reserva outro tanto para si, deu muito menos do que a pessoa que deu uma,
mas não fica com nada.
Naturalmente, é possível dar todo o dinheiro que temos e ainda possuir
uma casa na cidade e outra no campo, uma embarcação de recreio e três
carros novos! Nossas propriedades também devem ser levadas em conta ao
calcularmos quanto sobrou para nós. Lemos em 1 Coríntios 4:7: "Que tens tu
que não tenhas recebidas? E, se a recebeste, por que te vanglorias, como se não
o tiveras de recebê-lo?" Quer a nossa riqueza consista em dinheiro ou em
propriedades, foi Deus quem nos deu força para adquiri-la (Deut. 1:18),
tendo assim direito sobre tudo que nos concedeu.
A primeira parte de nosso dinheiro que pertence ao Senhor de modo
especial, é o dízimo. Mas ainda não fizemos tudo quando devolvemos o
dízimo ao Senhor. Ele também nos convida a trazer nossas ofertas
voluntárias. Malaquias 3:8 declara que Deus tem sido roubado nos dízimos
e nas ofertas. Além disso, Deus tem direito sobre tudo quanto possuímos.
"Alguns pensam que apenas parte de seus meios é do Senhor. Ao pôr de parte
uma cota para fins religiosos e caritativos, consideram o restante como sua
propriedade, que podem usar como julgam conveniente. Erram nisto, porém, todo
quanto possuímos é do Senhor, e Lhe somos responsáveis pelo uso que fazemos."
— Parábolas de Jesus, pág. 351.
Outubro 11, quarta-feira Jesus Revelado
Trazei o dízimo à Casa do Tesouro
“Trazei todos os dízimos à casa do Tesouro, para que haja mantimento na minha
casa; e provai-me nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas
do céu e não derramar sobre vós bênção sem medida.” Malaquias 3:10
Houve certa vez um homem que decidiu que a maneira pela qual daria
o dizima seria dizimar seus talentos, e não o seu dinheiro. Era muito apegado
ao dinheiro. Provavelmente ainda possuía a primeira moeda que ganhou.
Mas sabia tocar violino, e daria o dízimo tocando esse instrumento na Escola
Sabatina!
Outros têm separado o seu dízimo, dando-lhe realmente um valor
monetário, mas decidem usá-lo como acharem melhor, em vez de entregá-
lo à igreja. Alguns julgam que a escola é fundamental ou determinado projeto
missionário têm mais necessidade do dinheiro que a igreja. O Senhor deu,
porém, claras instruções, dizendo em que consiste o dízimo e nossa
responsabilidade ao devolvê-lo.
Nosso texto para hoje declara: "Trazei todos os dízimos a casa do tesouro,
para que haja mantimento na Minha casa.” Qual é a casa do tesouro? Voltemo-
nos para Neemias 13:12 e deixemos que a Bíblia intérprete a si mesma.
"Então todo o Judá trouxe os dízimos do grão, do vinho e do azeite aos depósitos."
A versão inglesa diz "tesourarias" em vez de depósitos. E a referência no
rodapé chama nossa atenção para Malaquias 3:8-10. "Casa do tesouro",
“Tesourarias” e "depósitos” são a mesma coisa. Lemos em Neemias 10:38: "O
sacerdote, filho de Aarão, estaria com os levitas quando estes recebessem os
dízimos, e os levitas trariam os dízimos dos dízimos à casa do nosso Deus, às
câmaras da casa do tesouro." Notai que o dízimo deve ser levado à casa do
tesouro, à tesouraria, à casa de nosso Deus. Não é nossa responsabilidade,
a menos que tenhamos sido encarregados de cuidar dos fundos da casa do
Senhor, julgar e decidir se esses fundos estão sendo usados de modo
apropriado, ou não.
A bênção de Deus, Sua promessa de abrir as janelas do Céu e
conceder-nos a maior abastança, é outorgada aos que trazem seus dízimos
a casa do tesouro. Quando levamos nosso dízimo ao Senhor, Ele pode
derramar Suas bênçãos sobre nós, segundo prometeu.
Outubro 12, quinta-feira Jesus Revelado
Não Podemos Dar Mais do que Deus
“Dai, e dar-se-vos-á; boa medida, recalcada, sacudida, transbordante,
generosamente vos darão; porque com a medida com que tiverdes medido vos
medirão também.” Lucas 6:38
Já procurastes dar mais do que Deus? Há pessoas que quiseram fazer
isso, mas verificaram que é impossível. Esta ideia é excitante para vós, ou
vos deixa perplexos? Malaquias 3 nem sequer insiste que a pessoa, ao dar,
tenha um motivo correto. Faz a categórica promessa de que os que
devolverem a Deus o que Lhe pertence, em dízimos e ofertas, receberão uma
bênção. E, conquanto seja evidente que aquele que dá movido pelo amor a
Deus receberá maior bênção, a promessa é para todos os que estiverem
dispostos a dar.
Malaquias 3:10 é o único lugar em que Deus disse:” Provai-Me nisto.”
Já lestes algo a respeito de negociantes que O submeteram à prova? Pessoas
têm entrado em sociedade com Deus e constataram que Sua promessa é
segura. Não faz diferença se isso ocorra com finalidades comerciais ou por
amor a Ele. E quando descobrimos que a promessa de Deus é segura, mesmo
que os nossos motivos não sejam muito plausíveis, isso tende a modificá-
los, não é mesmo?
As estatísticas revelam que provavelmente só 50 a 60% dos
adventistas do sétimo dia são dizimistas fiéis. Mas os que não são mordomos
fiéis em primeiro lugar revelam falta de fé, e depois ignorância e estultícia!
Peço que me perdoeis por esta última palavra. Mas é uma realidade, quando
se reconhece que nove moedas com a bênção de Deus valem muito mais do
que dez moedas sem a Sua bênção. É um princípio bem simples. Se já o
provastes, sabeis que é verdadeiro, e ninguém pode contestá-lo. Mas oito
moedas com a benção de Deus também valem muito mais do que dez
moedas sem ela. A questão em Malaquias 3 não é meramente o dízimo, mas
os dízimos e as ofertas. Alguns se esquecem de que ao devolver o dízimo
simplesmente estão sendo honestos - mas ainda não são generosos! É
quando lhe devolvemos os dízimos, porque esse é Seu, e quando trazemos
nossas ofertas, que constatamos que Sua promessa ainda é válida no tempo
presente. É impossível ser mais generoso, mais altruísta e abnegado do que
Deus. Não podemos dar mais do que Ele. Quanto mais lhe damos, tanto mais
Ele nos abençoa.
Outubro 13, sexta-feira Jesus Revelado
O Homem Forte
"Quando um homem forte, bem armado, guarda sua casa, seus bens estão
seguros. Mas quando alguém mais forte o ataca e vence, tira-lhe a armadura em
que confiava e divide os despojos. Lucas 11:21,22
Já meditastes sobre o significado destes versículos? Em S. Marcos 3:27
encontra-se algo semelhante: “Ninguém pode entrar na casa de um homem
forte e roubar seus bens, sem primeiro amarrá-lo. Somente assim poderá levar o
que ele tem em casa.” — Idem. A mente é o homem forte de todo indivíduo.
O inimigo que procura destruir-nos precisa amarrar primeiro o homem forte.
A grande batalha nesse conflito entre o bem e o mal é a peleja por nossa
mente.
O assunto da saúde sempre tem sido de grande interesse para os
adventistas do sétimo dia, pois há estreita conexão entre a saúde e nossa
mente. No princípio, por ocasião da entrada do pecado, Satanás teve
primeiro de amarrar o homem forte. E foi bem-sucedido. Mas, quando Jesus
veio em Sua missão de salvação, Ele amarrou a Satanás e tem sido o
Vencedor desde então. Pelo que diz respeito à batalha por todo indivíduo,
Cristo e Satanás estão, porém, em constante conflito, não só no começo,
mas em todas as etapas da vida cristã. É a batalha por nossa mente.
Jesus tornou claro que o importante é a mente. Não são as ações
exteriores que têm capital importância. “O homem vê o exterior, porém o
Senhor, o coração." I Sam 16:7. Deus sempre tem olhado para o coração. E
quando falamos do coração, referimo-nos à mente, embora essa palavra
tenha também outros significados nas Escrituras. O coração ou a mente é o
homem forte de cada pessoa.
Antes de mantermos comunhão pessoal com o Senhor Jesus possuímos
o que em Romanos 8:7 é chamado de "pendor da carne”. Mas Deus tomou
providências para renovar nossa mente pelo evangelho (Rom. 12:2).
Testimonies. volume 3. página 162, nos diz que se os homens não
conservarem santo o seu corpo, não estão em condições de ser adoradores
espirituais. Os adventistas do sétimo dia creem no desenvolvimento
harmônico das faculdades físicas, intelectuais e espirituais, e por muito
tempo têm salientado isto. Há intima ligação entre o corpo e a mente. É por
meio desta última que comungamos com Deus, tornando-nos assim um com
Ele.
Outubro 14, sábado Jesus Revelado
O Único Meio de Comunicação
“Amado, oro para que você tenha boa saúde e tudo lhe corra bem, assim como
vai bem a sua alma.” 3 João 1:2
Que geralmente vos vem à lembrança ao pensardes sobre a saúde?
Muitos se lembram de que os adventistas do sétimo dia são um povo que
não come carne. Mas a alimentação não é o ponto principal na saúde. Jesus
prometeu a Seus seguidores que Ele e Seu Pai viriam habitar neles. Declarou
que Se manifestaria a nós. Como Ele o faz? Bem, poderíamos dizer que pelas
coisas da natureza; mas isso acontece com todos, e até mesmo com os
céticos, ateus e agnósticos. Aqueles que amaldiçoam a Deus encontram
muitas manifestações naturais da Divindade. Jesus deve estar falando,
portanto, de uma comunicação mais direta.
“Os nervos do cérebro, que se ligam com o organismo todo, são o
intermédio pelo qual o Céu se comunica com o homem e afeta a sua vida íntima.
O que quer que estorve a circulação da corrente elétrica no sistema nervoso,
debilitando assim as forças vitais e diminuindo a suscetibilidade mental, vem
tornar mais difícil o despertar da natureza moral.” Educação. pág. 209. 0 cérebro
se compõe de três partes, e a primeira a ser afetada pelos estimulantes são
os centros superiores, onde ocorre a comunicação espiritual.
O corpo e a mente estão intimamente ligados. "O corpo é o único agente
pelo qual a mente e a alma se desenvolvem para a edificação do caráter." — A
Ciência do Bom Viver, pág. 130. Assim, a mente é o único meio de
comunicação com Deus. E o corpo é o agente pelo qual se desenvolvem a
mente e a alma. Como todos sabem, o cérebro reside no corpo. E há estreita
ligação entre eles. Tudo que influi sobre o corpo também influi sobre a
mente. É através da mente que Deus Se manifesta a nós, e quando o corpo
e a mente são prejudicados também é prejudicada a nossa comunhão com
Ele.
Assim, de que modo o sono insuficiente afeta nossa comunhão com
Deus? Como a falta de exercício influi sobre essa comunhão? E comer em
excesso? E os tóxicos, o álcool e outras substâncias nocivas? Satanás
consegue dominar-nos depois que se apoderou de nossa mente. No entanto,
quanto mais clara for a nossa mente e mais sadio o nosso corpo, tanto mais
fácil nos será permitir que Deus nos dirija segundo a Sua vontade.
Outubro 15, domingo Jesus Revelado
Medicina Preventiva
“Então, romperá a tua luz como a alva, a tua cura brotará sem detença, a tua
justiça irá adiante de ti, e a glória do Senhor será a tua retaguarda.” Isaías 58:8
Daniel e seus três companheiros resolveram não se contaminar com as
finas iguarias da mesa do rei. Eles sabiam que sua comida e sua maneira de
viver tinham muita influência sobre a vida espiritual. Os adventistas do
sétimo dia têm crido nisso há muito tempo. Cremos que nosso corpo é o
templo de Deus (1 Cor. 3;16 e 17) e que o Senhor deseja que usemos nosso
corpo e espírito para glorificá-Lo. (1 Cor. 6: 19 e 20).
Com respeito à saúde e à cura, temos oito remédios simples e naturais.
Não somente são remédios, mas também preventivos. “Há muitos modos de
praticar a arte de curar; mas um só existe aprovado pelo Céu. Os remédios de
Deus são os simples agentes da natureza. ... Ar puro, luz solar, abstinência (ou
temperança), repouso, exercício, regime conveniente, uso de água e confiança
no poder divino — eis os verdadeiros remédios." — Conselhos Sobre o Regime
Alimentar, pág. 301. São não somente os meios de restabelecimento, mas
também de evitar as doenças,
Já tomastes alguns minutos para verificar o que estais fazendo nesses
oito setores? Comumente, quando há problemas de saúde, há dificuldades
com um ou mais desses oito setores. E há uma equivalência espiritual para
esses remédios. Jesus é o “Sol da Justiça". Somos convidados a beber da água
da vida. Jesus nos deu o sábado para descanso e nos convida a ir ter com
Ele para encontrar repouso diariamente. A oração é a respiração da alma. O
testemunho cristão é o exercício espiritual. O regime conveniente é comer o
pão da vida. Estes são os componentes de uma vida espiritual saudável, bem
como de boa saúde física.
Quatro desses oito remédios, no âmbito espiritual, são a causa, e
quatro são o resultado. Ar puro, a oração; regime conveniente, a Palavra de
Deus, água, o Espírito Santo e a água da vida; e exercício, o testemunho
cristão, têm que ver com a comunhão com Deus e são a causa de uma
experiência cristã salutar. E o resultado desses remédios são os outros
quatro: temperança, repouso, a luz da presença de Deus difundida por toda
a parte e a confiança no poder divino.
Outubro 16, segunda-feira o Jesus Revelado
Jesus Revelado Peio Nosso Vestuário
“Não seja o adorno da esposa o que é exterior, como frisado de cabelos, adereços
de ouro, aparato de vestuário; seja, porém, o homem interior do coração, unido
ao incorruptível trajo de um espírito manso e tranquilo, que é de grande valor
diante de Deus.” 1 Pedro 3:3,4
É errado lavar o rosto? É errado pentear o cabelo? E usar uma pulseira
de relógio? É correto usar gravata? Devem os cristãos usar roupas que estão
na moda? Devem procurar ter boa aparência? Cachecóis e broches são
aceitáveis? E rendas, fitas ou botões? É errado tingir o cabelo ou usar peruca?
É errado usar cosméticos? Se é correto usar relógio de pulso, que diremos
de outros tipos de relógios? Há alguma diferença entre usar um cachecol
colorido ou um pequeno colar de prata? Que diremos da aliança? Todas as
joias devam ser proibidas?
Conquanto os padrões variem duma região, escola ou cultura para a
outra, as Escrituras apresentam certos princípios de aplicação geral. Em
Apocalipse 12 Deus usa uma mulher para representar Sua verdadeira Igreja.
Notai como se acha vestida: “Viu-se grande sinal no céu, a saber, uma mulher
vestida do Sol, com a Lua debaixo dos pés e uma coroa de doze estrelas na
cabeça.” Verso 1.
Apocalipse 17 descreve a Igreja falsa, também representada por uma
mulher – desta vez uma meretriz. Notai o que ela usa: “Achava-se a mulher
vestida de púrpura e de escarlate, adornada de ouro, de pedras preciosas e de
pérolas, tendo na mão um cálice de ouro transbordante de abominações e com
as imundícias da sua prostituição." Verso 4. Naturalmente, estes versos são
simbólicos. Talvez haja pessoas que não usem vestuário algum, pensando
estar de acordo com Apocalipse 12:1! Mas Deus disse algo sobre a nudez em
outras partes das Escrituras. É evidente, portanto, que a questão não é essa.
O princípio é o contraste entre o vestuário simples e decoroso, e a
extravagância o a ostentação.
Por que são feitas essas restrições? Porque o adorno exterior é
simplesmente um indício de carência interior. Deus quer que tenhamos o
adorno interior de um espírito manso e tranquilo, e não o adorno exterior
que chama a atenção para nós mesmos. A aplicação desses princípios deve
ser feita sob o aspecto de nossa comunhão pessoal com Ele
Outubro 17, terça-feira Jesus Revelado
A Raiz da Questão
“E também já está posto o machado à raiz das árvores.” Lucas 3:9
Havia uma árvore na frente da casa do Sr. Jones, da qual ele desejava
livrar-se. Numa tarde de verão esse homem tomou, portanto, uma decisão.
A árvore teria mesmo de ser eliminada, e era tempo de agir. Ele tomou
emprestada uma escada estendível e pôs mãos à obra. Começou a tirar as
folhas, cortando um punhado após o outro. O trabalho era penoso, e levou
vários dias. Mas acabou sendo realizado. O Sr. Jones devolveu a escada,
certo de que o problema estava resolvido.
Tudo correu bem durante alguns meses. O homem quase se esquecera
da árvore, até que um dia, na primavera seguinte, notou que ela estava
coberta de folhas novas. Estas haviam brotado tão vagarosamente que ele
nem era capaz de dizer com precisão quando isso ocorrera. Mas o fato é que
a árvore não estava morta, mas bem viva e viçosa!
O Sr. Jones tornou a buscar a escada e foi novamente de galho em
galho, removendo todas as folhas. Mas na primavera elas reapareceram, e
isso por diversas vezes. Finalmente o vizinho deteve-o e lhe disse o seguinte:
- Eu não me importo de que esteja usando a minha escada; mas,
porque não espera até o outono, como todos nós, e não junta as folhas com
o ancinho? Não acha que seria muito mais fácil?
- O senhor não compreende — replicou o Sr. Jones —. Não estou
apenas procurando livrar-me das folhas. Quero matar a árvore!
O vizinho meneou a cabeça e fui embora, mas voltou depois de alguns
minutos, trazendo um machado. E recomendou;
- Se o senhor quer malar a árvore, precisa derrubá-la!
Já passastes o tempo colhendo folhas para matar uma árvore? Talvez
penseis que nunca fizestes isso. Quantas vezes, porém, nós como cristãos
procuramos morrer para o próprio eu lidando com o fruto, e não com a raiz!
“Podemos colher as folhas de uma árvore tão frequentemente quanto nos agradar
fazendo, mas isso não ocasionará a morte da árvore; na próxima estação as folhas
surgirão outra vez, tão densas quanto antes. Se, porém, cortardes de machado a
raiz da árvore, não somente as folhas cairão, mas a árvore morrerá. Os que
aceitam a verdade por amor a ela, morrerão para o mundo; e se tornarão mansos
e humildes de coração, à semelhança de seu divino Senhor. Logo que o coração
esteja direito, o vestuário, a conversação e a vida estarão em harmonia com a
Palavra de Deus.” — My Life Today, pág.265.
Outubro 18, quarta-feira Jesus Revelado
Preto, Branco ou Cinzento?
“Não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo.” 1 João 2:15
Já ouvistes dizer que os adventistas do sétimo dia não dançam, não
assistem a shows nem frequentam lugares de diversão mundana? Ou será
que as normas da Igreja quanto aos prazeres mundanos e ao amor do mundo
se tornaram antiquadas? São simplesmente vestígios de um legalismo
superado? Outras igrejas criam a mesma coisa que nós a esse respeito, mas
adaptaram-se aos tempos modernos. Como traçar a linha divisória entre o
que é mero costume e o que é certo ou errado?
Lemos em I S. João 2:15: “Não ameis o mundo nem as coisas que há no
mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele.” Esta declaração
é muito ampla. “Porque tudo que há no mundo, a concupiscência da carne, a
concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não procede do Pai, mas procede
do mundo." Verso 16. Isto é um pouco mais específico. “Ora, o mundo passa,
bem como a sua concupiscência; aquele, porém, que faz a vontade de Deus
permanece eternamente.” Verso 17.
Esta doutrina da Igreja, talvez mais do que qualquer outra, ilustra o
fato de que há certas coisas que não parecem ser pretas nem brancas, mas
cinzentas. Não se pode encontrar um capítulo e verso em que sejam
consideradas especificamente, e o diabo faz tudo que pode para introduzir
uma porção de áreas cinzentas porque gosta de trabalhar na penumbra. Pode
fazer com que as pessoas passem do branco para o preto através das
gradações do que é cinzento. É, muito mais difícil levar as pessoas
diretamente do que é branco para o que é preto. É por isso que o enganador
gosta das áreas cinzentas.
Se estudarmos os casos das pessoas que passaram do que é branco
pana o que é preto, verificaremos que ninguém realmente efetua essa
transição num grande salto. Isto sempre ocorre por meio de passos
diminutos. Às vezes, a única coisa errada com o Passo nº 1 é que ele conduz
para o Passo nº2. É aí que principia a área cinzenta. Como saber eliminá-la?
Como saber onde deve ser traçada a linha divisória? É neste ponto que Jesus
precisa ser revelado no que é cinzento. Se Jesus não Se revelar a nós na
área cinzenta, estaremos perdidos. Mas Ele prometeu estar ao nosso lado e
revelar-se a nós, mesmo no que é cinzento. “Quando te desviares para a direita
e quando te desviares para a esquerda, os teus ouvidos ouvirão atrás de ti uma
palavra, dizendo: Este é o caminho, andai por ele.” Isaías 30:21
Outubro 19, quinta-feira Jesus Revelado
O Caminho Descendente
“Há caminho que parece direito ao homem, mas afinal são caminhos de morte.”
Provérbios 16:25
O caminho descendente às vezes parece ser direito. Mas o princípio
bíblico de como lidar com as áreas cinzentas é perguntar onde eles
conduzem. Jesus admitiu que não estava tirando os Seus discípulos do
mundo (S. João 17). Mas rogou ao Pai que eles fossem guardados do mal.
Muitos dos prazeres mundanos que surgiram em anos recentes não
são apresentados como tais nas Escrituras. Nem sempre há um capítulo e
versículo específico para orientar-nos. Por isso temos de realçar o fato de
que a Bíblia, para o cristão, tem de ser usada pelo menos de dois modos —
para informação e para comunicação. Qual é o principal objetivo de cada um
dos dois? Qual é mais importante? Talvez nem devamos procurar separá-los.
Temos a tendência de separá-los porque muitas vezes nos é dada a
impressão de que tudo que precisamos fazer é decorar 500 textos
doutrinários, e estaremos seguros. Mas só a informação não é suficiente. O
principal objetivo da Palavra de Deus é levar-nos a conhecer a Deus e manter
companheirismo e comunhão com Jesus. Porém, como é natural, a
comunicação se baseia na informação. Temos necessidade de ambas. Se a
comunicação não estiver solidamente baseada na informação, seremos
muito propensos a cair em erro. Nossa comunicação com Deus deve basear-
se nas informações que Ele deu em Sua Palavra. Ela não pode basear-se
simplesmente em nossa própria experiência. Nem em nossos sentimentos.
Apeguemo-nos, portanto, à comunicação baseada firmemente na
informação. Mas, a informação dada nem sempre é específica, e, por si
mesma, não é suficiente.
Assim, como traçaremos a linha divisória entre um programa e outro?
Como decidiremos se devemos ou não possuir um aparelho de TV? Como
traçaremos a linha divisória entre um jogo de bola no gramado de nossa
casa, com as crianças, e uma grande competição esportiva? Alguns acham
que o futebol é pecado, outros acham que é um bom exercício. A questão
importante é o seguinte: "O que Deus lhe disse a esse respeito?" A única
maneira pela qual podemos esperar obter claras indicações do Céu numa
área cinzenta em nossa própria vida é mediante a nossa comunhão pessoal
com o Senhor Jesus. Unicamente pela comunicação pessoal com Ele
poderemos manter aberto o conduto pelo qual nos seja possível ouvir o que
Deus deseja dizer-nos acerca de Sua vontade específica para nós.
Outubro 20, sexta-feira Jesus Revelado
“Nenhum de Nós Vive Para si Mesmo”
“Vede, porém, que esta vossa liberdade não venha, de algum modo, a ser tropeço
para os fracos.” 1 Coríntios 8:9
O primeiro requisito para conhecer especificamente a vontade de
Deus para nós em determinado ponto é manter cada dia constante e vital
comunhão pessoal com Ele. Aquele que de repente decide conhecer, a
vontade de Deus acerca de alguma coisa, mas antes disso não tinha tempo
para manter comunhão com Deus, encontrará muita dificuldade em obter
claramente as indicações solicitadas. No entanto, quando uma pessoa sabe
manter vital comunhão com Deus, verifica que há diretrizes nas Escrituras
para ajudar a determinar que é certo ou errado nas áreas cinzentas em que
não foram apresentados pormenores específicos para todas as situações.
Há certas coisas que seria correto efetuar se estivéssemos sozinhos
numa ilha deserta, mas não numa comunidade. Notemos o que dizem as
Escrituras em Romanos 14:7-16: "Porque nenhum de nós vive para si mesmo,
nem morre para si.... Tu, porém, por que julgas a teu irmão? e tu, por que
desprezas o teu?... Cada um de nós dará contas de si mesmo a Deus. Não nos
julguemos mais uns aos outros: pelo contrário, tomai o propósito de não pordes
tropeço ou escândalo ao vosso irmão. Eu sei, e disso estou persuadido no Senhor
Jesus, que nenhuma coisa é de si mesma impura, salvo para aquele que assim a
considera; para esse é impuro. Se por causa de comida o teu irmão se entristece,
já não andas segundo o amor fraternal. Por causa da tua comida não faças perecer
aquele a favor de quem Cristo morreu. Não seja, pois, vituperado o vosso bem."
Naquele tempo eles tinham o costume de dedicar alimentos aos ídolos.
Tais alimentos eram então vendidos no mercado. Alguns cristãos estavam
tendo problemas quando um dos outros membros da igreja comia do
alimento oferecido aos ídolos. Isso não se referia, forçosamente, só a carne,
mas a todo alimento oferecido aos ídolos. Paulo disse, porém: Se alguém for
levado a tropeçar por causa disso, não sirvais de tropeço para ele. A questão
da influência é de grande importância para determinar a vontade do Senhor
numa área cinzenta ou incerta. Se nossas ações prejudicarem o crescimento
espiritual de alguém que se acha ao nosso redor, devemos levar em
consideração esta possibilidade ao tomar nossas decisões em setores com
referência aos quais não foi especificamente revelada a vontade de Deus.
Outubro 21, sábado Jesus Revelado
Conhecendo a Vontade de Deus
“Porque eu desci do céu, não para fazer a minha própria vontade, e sim a vontade
daquele que me enviou.” João 6:38
Nove décimos das dificuldades em conhecer a vontade de Deus para
nossa vida se dissipam quando chegamos ao ponto de estar dispostos a
atender objetivamente a orientação divina. Como isto pode ser efetuada?
Humanamente é impossível. Só Deus pode realizá-lo para nós. Terá de ser
efetuado por Sua graça e Seu poder.
E não é isso que foi demonstrado na vida de Jesus? Temos de admitir
que deve ter feito parte da vontade de Deus que Jesus quisesse beber da
água do poço de Samaria. Quando, porém, Ele teve a oportunidade de falar
com alguém a respeito de mananciais mais profundos e de águas de efeito
mais duradouro, os discípulos ficaram surpresos de quão depressa Ele
olvidou Suas próprias necessidades.
Disse Jesus: "A Minha comida consiste em fazer a vontade daquele que Me
enviou.” S João 4 :34. Reiteradas vezes Ele salientou que isso era Sua missão
e Seu propósito na vida. E finalmente, no fim de Seu ministério, sozinho no
jardim, no meio de grande luta e suando gotas de sangue, Jesus orou: "Meu
Pai; Se possível, passe de Mim este cálice!” Ele tinha uma preferência no caso,
mas submeteu imediatamente Seus desejos e Sua vontade a de Seu Pai.
“Todavia, não seja como Eu quero, e, sim, como Tu queres.” S. Mat. 26:39.
Estava disposto a submeter Seus próprios desejos a Deus.
Há uma citação que alguns de nós levamos de uma parte para a outra,
almejando que ela se cumpra em nossa própria vida e se torne uma realidade
em nosso crescimento e experiência pessoal. “Cristo, na Sua vida sobre a
Terra, não fez planos para Si mesmo. Aceitou os planos de Deus a Seu respeito,
e dia após dia o Pai lhos fazia conhecer. De tal maneira devíamos depender de
Deus, que nossa vida pudesse ser a simples realização de Sua vontade.
Confiando-Lhe nossos caminhos, Ele dirigirá nossos passos.” A Ciência do Bom
Viver, pág. 479. Este foi o exemplo que Jesus nos deixou.
Não gostaríeis de viver tão perto do Senhor que cada dia Ele pudesse
transmitir num relance os Seus planos para vós individualmente? Não
gostaríeis pelo menos de estar sujeitos a Seus planos, de modo que não vos
oponhais a Ele quando interromper os planos que fizestes por vós mesmos?
À medida que formos crescendo e tornando-nos mais vez mais semelhantes
a Jesus, seremos mais sensíveis a Seus planos, de maneira que os planos
feitos por nós sejam Seus planos e não meramente os nossos.
Outubro 22, domingo Jesus Revelado
Oito Passos Para Obter Orientação
“Instruir-te-ei e te ensinarei o caminho que deves seguir; e, sob as minhas vistas,
te darei conselho.” Salmos 32:8
Se queremos conhecer a vontade de Deus a nosso respeito em
determinada questão, em primeiro lugar precisamos, pela graça de Deus,
chegar ao ponto de não ter nenhuma vontade própria nessa questão. Isto só
pode ser efetuado pelo poder de Deus e pela comunhão pessoal com Ele. Em
segundo lugar, não devemos ser dominados pelos sentimentos. Podemos ter
nossos sentimentos em relação ao assunto, e, na verdade, o Espírito Santo
amiúde produz impressões e convicções que chegam bem perto dos
sentimentos. Mas, o importante é não basear as decisões unicamente nos
sentimentos. (Não devemos baseá-las num só aspecto, mas reunir todas as
informações disponíveis e tomar as decisões levando em conta todos os
aspectos.)
Em terceiro lugar, busquemos a vontade de Deus da maneira como é
revelada em Sua Palavra. Haverá ocasiões em que Sua Palavra não revelará,
por exemplo, se devemos mudar-nos para São Paulo ou Rio de janeiro. Há,
porém, princípios que se aplicam a muitas situações. E isto nos reconduz ao
fato de que o principal propósito da Palavra cie Deus é comunicação e
informação.
Em quarto lugar, devemos levar em consideração as circunstâncias
providenciais. Sejamos sensíveis as portas abertas ou fechadas.
Consideremos a orientação que Ele nos deu no passado e vejamos se a
decisão atual se ajusta a essa moldura.
Em quinto lugar, apresentemos a decisão ao Senhor, em oração.
Busquemos Sua orientação de joelhos, mediante a comunicação com Ele.
Tomemos tempo para prestar atenção à voz tranquila e suave. Apresentemos
o caso ao Senhor e demos-Lhe permissão para cumprir Seus planos a nosso
respeito.
Em sexto lugar, busquemos o conselho de amigos cristãos. Pais
piedosos, professores e pastores muitas vezes podem dar importantes
sugestões em virtude de sua experiência a de sua vida com o Senhor. Neste
sentido, novamente, não deixemos que os outros tomem as decisões por
nós, mas escutemos o que eles têm a dizer, procurando acrescentá-lo ao
quadro geral.
Em sétimo lugar, tomemos uma Decisão! Não fiquemos indecisos para
sempre. Contemos então a Deus, em oração, qual foi a decisão tomada e
avancemos de acordo com ela.
Em oitavo lugar, convidemo-Lo a deter-nos se de algum modo não
interpretamos correta mente as indicações recebidas. Se permitirmos que o
Senhor nos guie, seremos dirigidos por Ele, pois prometeu cumprir Seu
propósito a nosso respeito.
Outubro 23, segunda-feira Jesus Revelado
Jesus Revelado Pelas Doutrinas
“Meu ensino não é meu, e sim daquele que me enviou. Se alguém quiser fazer a
vontade dele, conhecerá a respeito da doutrina.” João 7:16,17
Jesus é o Homem da Bíblia. Ele é o tema de todo o Livro e o
personagem central de cada história. É a Palavra que trouxe à existência
todas as coisas. Foi revelado por meio da símbolos e figuras. E é revelado
pelas doutrinas da Bíblia. As vezes temos separado as doutrinas do assunto
da salvação pela fé em Cristo. Alguns têm tido dificuldade para descobrir a
importância das doutrinas à luz da verdade de que nossa aceitação diante de
Deus se baseia unicamente em ir ter com Jesus, em busca da salvação que
Ele provém generosamente. Mas apenas tocamos de leve no excitante e
profícuo estudo sobre como as doutrinas da Igreja revelam a Jesus de
maneira especial.
Ele veio viver e morrer por nós, para que pudesse oferecer-nos a
salvação. Prometeu voltar a fim de levar-nos para a país celestial que
preparou para os que O amam. Seu amor por nós é revelado na providência
completa que tomou para salvar-nos de um mundo de pecado.
Envidou todo esforço possível para certificar-Se de que
compreendamos as questões envolvidas pelo pecado, para que escolhamos
a vida, e não a morte. Até mesmo a maneira como Ele lidou com Satanás e
os anjos que caíram nos mostra como é justo e paciente, e como não quer
de modo algum que alguém deixe de compreender a verdade.
Jesus demonstrou estar interessado em nossa vida física. É revelado
como um Deus prático que conhece as necessidades da humanidade por
experiência pessoal. Instruiu-nos quanto à melhor maneira de vivermos
sobre a Terra, e tomou providências para despertar-nos se adormecermos
antes de Sua volta
Ele revelou o Seu poder para purificar o nosso coração e nos deu o
sábado como sinal especial de Seu poder para santificarmos. É revelado no
santuário, como o Cordeiro de Deus. Concedeu-nos uma vívida ilustração dos
métodos de comunicação com Ele, e abriu o caminho para o Santo dos
Santos a fim do dar-nos a certeza de que a lei ainda pode ser guardada pelo
Seu poder.
É estudando as doutrinas em relação com Jesus e sob o aspecto do que
elas nos ensinam a Seu respeito e de nossa comunhão com Ele, que
encontramos significação nos ensinos característicos de nossa Igreja e nos
preparamos para partilhar estas verdades com o mundo expectante que se
acha ao nosso redor.
Outubro 24, terça-feira Jesus Revelado
Santificados por Amor o Jesus
“Dar-vos-ei coração novo e porei dentro de vós espírito novo; tirarei de vós o
coração de pedra e vos darei coração de carne.” Ezequiel 36:26
O povo de Deus tinha sido infiel a Ele. Profanaram o Seu nome. E por
causa disso os pagãos tiveram uma ideia errónea acerca de Deus. O Senhor
queria endireitar as coisas. Transmitiu, portanto esta mensagem por
intermédio de Ezequiel "Dize.... à casa de Israel: ...Não é por amor de vós que
Eu faço isto.... mas pelo Meu santo nome. ... As nações saberão que Eu sou o
Senhor, diz o Senhor Deus, quando Eu vindicar a Minha santidade perante eles."
Ezeq. 36:22 e 23. Esta santificação é a obra do Espírito Santo purificando-
nos da injustiça. Não ocorre principalmente por amor a nós, mas por amor a
Deus.
Consideremos agora os versos 25 e 26 do mesmo capítulo: “Então
aspergirei água pura sobre vós, e ficareis purificados: de todas as vossas
imundícias e de todos os vossos ídolos vos purificarei. Dar-vos-ei coração novo,
e porei dentro em vós espírito novo.”
Notai a sequência apresentada aí. Em primeiro lugar, Deus diz por que
razão irá purificar a Seu povo. Em segundo lugar, declara que aspergirá água
pura sobre eles, para purificá-los de toda imundícia e corrupção. E, em
terceiro lugar, dar-lhes-á um coração novo. As vezes afirmamos que o
coração novo constitui uma alusão à experiencia da conversão. Essa
mensagem foi transmitida a pessoas quo já eram o povo de Deus. É possível,
portanto, fazer parte do povo de Deus, ter nascido de novo e, em certo
sentido, necessitar ainda de um coração novo. O coração que nos é dado no
novo nascimento não é necessariamente um coração purificado. Isto é
demonstrado na vida de pessoas piedosas mencionadas na Bíblia. Também
é indicada na página 18 do livro Caminho a Cristo, onde nos é dito que
receberemos um coração novo que conduz a uma nova vida. Isso tudo não
acontece de um dia para o outro. Denota um processo continuada que
constitui a atuação de Deus por meio do poder do Espírito Santo. Não é algo
que fazemos por nós mesmos. A única parte que realmente podemos
desempenhar nesse processo é submeter-nos à direção de Deus e permitir
que Seu Espírito realize Sua obra. A maneira pela qual podemos submeter-
nos é decidir atender às sugestões do Espírito Santo e ir deliberadamente a
Sua presença, cada dia, para maior comunhão com Ele. E esta reação de
nossa parte que O habilita a Operar em nossa vida.
Outubro 25, quarta-feira Espírito Santo
Mais Importante do que Entrar no Céu
“Refrigera-me a alma. Guia-me pelas veredas da justiça por amor do seu nome.”
Salmos 23:3
“No último dia, o grande dia da festa, levantou-Se Jesus e exclamou: Se
alguém tem sede, venha a Mim e beba. Quem crer em Mim, como diz a Escritura,
do seu interior fluirão rios de água viva. Isto Ele disse a respeito ao Espírito que
haviam do receber os que nEle cressem." S. João 7:37-39. Assim, os rios de
água viva estão relacionados com o Espírito Santo. Jesus, que estava cheio
do Espírito Santo desde o nascimento, também é abrangido por esse símbolo,
Disse Ele: "Se alguém tem sede, venha a Mim e beba." Mas o Espírito Santo,
sob o símbolo da água, tem que ver com a purificação.
Um dos aspectos da obra do Espírito Santo é purificar o coração dos
cristãos. Que significa ter um coração purificado? Pode haver duas respostas,
os que se baseiam no comportamento definem o coração purificado sob o
aspecto das ações e da vitória sobre os atos pecaminosos. Mas os
racionalistas definem o coração purificado mais sob o respeito da comunhão
com o Senhor Jesus. O coração não purificado teria assim que ver com a
conhecida separação de Deus, isso equivaleria a prosseguir dia a dia,
esperando simplesmente que Deus aceite à vontade; em lugar da ação, no
tocante à comunhão pessoal com Deus mediante o estudo de Sua Palavra e
pela oração.
O coração purificado não continuará dia a dia no estado de separação
de Deus. A comunhão é decididamente a mais importante das duas questões.
Todas as nossas lutas com o pecado e a tentação, e com o fracasso e a
queda, ocorrem por vivermos uma vida independente do Senhor Jesus e
procurarmos enfrentar o inimigo em nosso próprio poder. Isto não pode ser
efetuado desta maneira. É somente quando reconhecemos este fato e nos
colocamos dia a dia sob a direção de Deus, é que Seu Espírito pode levar-
nos ao ponto de confiarmos em Seu poder durante todo o tempo.
A obra do Espírito Santo em nós não é o que nos salva eternamente.
Nossa aceitação da cruz e do sangue de Jesus assegura nossa salvação
eterna. Isto está consumado. Deus quer que prossigamos agora em direção
ao que é mais importante: glorificá-Lo em nossa vida perante todo o
Universo. Pensar que a coisa mais importante no mundo é entrar no Céu
constitui uma ideia egocêntrica. Podemos cooperar com o Espírito Santo para
glorificar e honrar a Jesus agora. Este é o ponto mais importante.
Outubro 26, quinta-feira O Espírito Santo
A Maior Batalha que já foi Travada
“Sabendo isto: que foi crucificado com ele o nosso velho homem, para que o corpo
do pecado seja destruído, e não sirvamos o pecado como escravos.” Romanos 6:6
A crise da entrega, da purificação e de ficar cheio do Espírito Santo é
um assunto debatido às vezes pelas pessoas porque tem sido dada a
impressão de que a conversão e a entrega geralmente ocorrem ao mesmo
tempo. Embora isto seja o ideal de Deus para nós, a realidade é que a
experiência da conversão inicial e a entrega absoluta ou constante muitas
vezes se acham bem separadas. Com isto não queremos dizer que a
conversão não é uma forma de entrega. Mas a coração humano, embora
convertido, tem evidentemente a tendência de não permanecer no estado de
entrega e de oscilar entre a confiança total em Deus e a confiança em si
mesmo. Essa penosa oscilação conduz a uma crise - a crise da entrega
absoluta.
Como sabemos, nem todas as conversões são iguais. Uma pessoa
experimenta uma tremenda convulsão, ao passo que para outra a conversão
é quase imperceptível. Os que cresceram na igreja gostam de apegar-se a
ideia de que a conversão quase não é notada e que talvez nunca venhamos
a saber a data ou a ocasião em que ocorreu. Notai, porém, o seguinte: "Cristo
está continuamente operando no coração. Pouco a pouco, sem que o objeto dessa
obra tenha talvez tenha consciência do fato, produzem-se impressões que tendem
a atrair a alma para Cristo. Estas se podem causar meditando nEle, lendo as
Escrituras, ou ouvindo a palavra do pregador." Parece que provavelmente nem
notamos o que acontece. Vejamos, porém, a frase que vem em seguida: “De
repente! Ao chegar o Espírito com mais direto apelo, a alma entrega-se
alegremente a Jesus." Percebestes a transição? De repente! Ao chegar o
Espírito com mais direto apelo! "isso e chamado por muitos uma conversão
repentina: é, no entanto, o resultado de longo processo de conquista efetuado
pelo Espírito de Deus." O Desejado de Todas as Nações, ed. popular, págs.
152 e 153.
Mesmo que a conversão fosse imperceptível em nossa experiência, a
entrega absoluta não se daria do mesmo modo. Esta última será uma crise
em nossa vida que não passará despercebida. "A luta contra o próprio eu, é a
maior batalha que já foi ferida." pág. 43. Essa batalha não ocorre sem que seja
notada.
Outubro 27, sexta-feira O Espírito Santo
A Grande Crise da Vida
“Todo o que cair sobre esta pedra ficará em pedaços; e aquele sobre quem ela
cair ficará reduzido a pó.” Lucas 20:18
Que espécie de crise é a submissão da vontade? Com base nas
experiências de personagens bíblicos, adotaremos a posição de que a
entrega absoluta será uma grande crise para os que fracassaram nas
pequenas crises.
Este princípio é verdadeiro a respeito da vida em geral. Se uma criança
não aprender a tábua de multiplicação, haverá uma grande crise quando ela
tiver de efetuar cálculos mais complicados. Se alguém nunca efetuou um
salto de paraquedas haverá uma grande crise se ele estiver a uns quatro mil
metros de altura e o piloto disser: "Pule!". Dar um salto mortal pode ser uma
grande crise para quem não estiver acostumado a fazê-lo.
Para o jovem que descobre meios da usar um telefone público sem
pagar a taxa correspondente ou que se apodera de um pedaço de doce na
mercearia local, talvez, chegue o dia em que terá de comparecer ao tribunal
para responder a um processo de roubo a mão armada. Nenhum bebê
inocente dá um grande salto para fora do berço a fim de tornar-se um
criminoso dum momento para o outro. Uma das razões por que Abraão teve
de enfrentar uma grande crise no alto da Montanha, junto com Isaque, foi a
de haver fracassado numa série de crises menores. Depois de negar a Jesus,
Pedro chorou amargamente no Getsêmani, almejando a morte, porque
fracassara em provas menores, antes dessa ocasião. O Desejada de Todas
as Nações, à página 364, nos diz que se ele houvesse aprendido a lição que
Jesus procurou ensinar lhe numa prova de menores proporções, não teria
fracassado quando a grande prova lhe sobreveio.
“Dia a dia instrui Deus a Seus filhos. Pelas circunstâncias da vida diária,
prepara-os para a parte que têm de desempenhar naquele mais vasto cenário que
Sua providência lhes designou. É o resultado de sua diária prova que determina a
vitória ou derrota deles na grande crise da vida.” — Ibidem.
Há uma série de pequenas ocorrências baseadas na questão; confiarei
em Deus ou em mim mesmo? Se eu continuar fracassando e caindo em
pequenas provas, posso fazer planos para uma grande luta com o anjo,
qualquer noite dessas, junto ao ribeiro de Jaboque. Se quereis saber como
vos portareis na grande crise de vossa vida, procurai ver o que estais fazendo
nas pequenas crises que ocorrem diariamente, e tereis a resposta.
Outubro 28, sábado O Espírito Santo
Cuidado com os Atalhos de Satanás!
“Então, vi sair da boca do dragão, da boca da besta e da boca do falso
profeta três espíritos imundos semelhantes a rãs; porque eles são espíritos de
demônios, operadores de sinais.” Apocalipse 16:13,14
Preferiríeis morrer a ser curados pelo diabo? A maioria de nós
pensamos que seria fácil tomar essa decisão. Há, porém, certas pessoas
acometidas de alguma enfermidade de longa duração ou doença fatal que
tiveram de pensar muito a esse respeito. Preferiríeis morrer a correr só dez
por cento de risco a ser curados pelo diabo? É possível que não seja da
vontade de Deus que sejais curados, e, sim, da vontade de Satanás?
Encaremos o assunto de maneira diferente. Preferiríeis morrer na
fogueira a abandonar a fé? Não é a mesma coisa? Talvez muitos digam o
seguinte: “Bom, se vivêssemos naquele tempo e nos obrigassem a renunciar à
fé, daríamos um passo à frente, com o sangue dos mártires palpitando nas veias,
e exclamaríamos: ‘Pode queimar-me!’ Mas o caso pode ser diferente quando a
lenha é verde e o fogo é lento."
Talvez possamos expô-lo de outro modo. Continuaríeis lutando com o
fracasso e a derrota em vossa vida até que Deus conseguisse fazer com que
vosso coração obstinado se submetesse completamente a Ele, de preferência
a alcançar instantaneamente a vitória, com o auxílio do diabo, sem
necessidade de submissão e entrega? O diabo pode conceder vitória? Talvez
seja bom refletir sobre esta pergunta.
Há três grandes puderes no mundo religioso, segundo estão lembrados
os que estudam o livro do Apocalipse. Esses três poderes nos últimos dias,
pouco antes da volta de Jesus, são identificados como catolicismo,
protestantismo apostatado e espiritismo. É muito interessante notar que em
livros recentes alguns dirigentes mundiais de círculos religiosos têm
declarado que podem ver três poderes distintos no mundo religioso da
atualidade: catolicismo, o protestantismo e o neopentecostalíssimo — o
movimento carismático. Este último está crescendo rapidamente,
transpondo todas as barreiras denominacionais, inclusive as nossas. E creio
que dispõe de forças que agem às ocultas em quase todas as partes. Talvez
vejamos muito mais destas coisas antes que venha o fim.
Por esta razão é significativo estudar o Espírito Santo e Sua obra, bem
como as questões envolvidas nas manifestações modernas do que é certo e
do que é falso.
Outubro 29, domingo O Espírito Santo
A Procura do que é Espetacular
“Também opera grandes sinais, de maneira que até fogo do céu faz descer à
terra, diante dos homens. Seduz os que habitam sobre a terra por causa dos
sinais que lhe foi dado executar.” Apocalipse 13:13,14
O diabo é conhecido como leão que ruge. Ele está reservando para o
fim alguns de seus ardis mais eficazes. Quer apoderar-se não somente dos
bêbados caídos na sarjeta, mas também dos santos nos bancos da igreja.
Um dos métodos que irá usar diz respeito ao que é espetacular.
Todos nós ficamos muito impressionados com o que é sensacional.
Podemos ser tão estoicos quanto é possível, mas bem no fundo de nosso
íntimo ficamos impressionados com coisas fora do comum. Se na hora do
culto alguém flutuasse no ar, elevando-se do banco até o teto, ficaríamos
impressionados. Isto seria sensacional! Ficamos impressionados com
oferecimentos fabulosos, liquidações e atalhos. Quando eu fazia o curso
ginasial, ouvi dizer que Henry Ford daria um automóvel em troca de certa
moeda que parecia ser muito rara. Meu pai estava realizando reuniões
evangelísticas no centro de uma cidade. Adivinha quem se achava no quarto
dos fundos, examinando as moedas dadas como oferta! Encontrei a que eu
procurava e a substituí por uma moeda que me pertencia, a que tinha o
mesmo valor que a outra, mas não dava direito a concorrer ao Ford novo.
Remeti a moeda apressadamente, e depois de algum tempo recebi uma carta
do escritório de Henry Ford, lamentando o equívoco. Isso foi tudo que recebi!
Os discípulos, nos dias em que Jesus esteve na Terra, ficaram
impressionados com o que é espetacular. Podeis ler algo a esse respeito em
S. Lucas 10:17. Setenta deles tinham sido habilitados para o serviço pelo
próprio Senhor. E, ao voltarem, sua prioridade era a seguinte: "Senhor, os
próprios demônios se nos submetem pelo Teu nome!” Tinham visto algumas
coisas sensacionais. Mas, se me perdoardes a paráfrase, Jesus como que
disse para eles; “Grande coisa! “Contou-lhes então que o diabo caíra do Céu
como um relâmpago, muito tempo atrás. E procurou reconduzir o
pensamento deles às verdadeiras questões atinentes a salvação. Diante do
que é espetacular hoje em dia, também precisamos lembrar-nos de que a
maior novidade ainda é a boa-nova da salvação em Jesus.
Outubro 30, segunda-feira O Espírito Santo
O que é Sensacional não é Suficiente
“Se não ouvem a Moisés e aos Profetas, tampouco se deixarão persuadir,
ainda que ressuscite alguém dentre os mortos.” Lucas 16:31
É a ressurreição dos mortos, a abertura dos olhos aos cegos e as coisas
espetaculares que atrai nossa atenção. Quanto tempo faz, porém, que vos
alegrastes, ao voltar para casa, por que o nome de alguém havia sido
acrescentado ao livro da vida?
O Céu encara as coisas da maneira bem diferente do que nós. Os
milagres que nos causam admiração parecem ser muito simples para eles.
Mas quando alguém se aproxima de Jesus, todo o Céu se alegra. Os que
realizam curas pela fé são postos em evidência na tela dos aparelhos de
televisão e nos jornais. Mas não é dado nenhum destaque especial aos que
aceitam a Jesus e cujo nome é escrito no Céu.
Em S. Lucas 16 encontra-se a história do rico e de Lázaro. Tem havido
tentativas de toda a espécie para explicar esse relato. Inferimos que essa
história era uma fábula romana muito conhecida e que Jesus a usou para
ilustrar um ponto. Uma de Suas lições é o engano das riquezas. Nessa
ocasião Ele não estava falando do estado dos mortos. Mas o outro ponto era
mais sutil e foi usado por Jesus como método para impressionar a nação
judaica, retratando sua condição. Eles eram como mendigos sentados junto
aos portões do palácio de um homem rico. Mas, no meio da história. Ele
colocou o rico nas chamas atormentadoras. Disse o homem rico: “Pai, eu te
imploro que o mandes a minha casa paterna, porque tenho cinco irmãos; para
que lhes dê testemunho a fim de não virem também para este lugar de tormento."
E a resposta foi a seguinte:” [Não] se deixarão persuadir, ainda que ressuscite
alguém dentre os mortos.”
As vezes pensamos que se alguém ressuscitasse dentre os mortos isso
convenceria a algumas pessoas. Mas não o faria naquele tempo, nem
atualmente. Os dirigentes judaicos não se convenceram quando alguém
ressuscitou dentre os mortos. E Jesus não foi a única pessoa a ressuscitar. A
história de Lázaro também deve ter produzido grande excitação em
Jerusalém. Mas nada disso fez com que cressem.
Para Elias, na caverna, Jesus tornou bem claro que não era o
espetacular que devia ser levado em conta. O que tinha importância não era
o terremoto, o fogo e o vento, mas a voz tranquila e suave. Em Atos 8, temos
a Simão, o mágico, o qual só se impressionou com o espetacular e quis
comprar o poder para fazer o mesmo. Foi-lhe recomendado que se
arrependesse. Não devemos depender do que é espetacular hoje em dia,
para convencer-nos da verdade ou prová-la. Não devemos tomar parte na
procura do que é sensacional, pois o que é sensacional jamais constitui uma
base suficiente para a nossa fé.
Outubro 31, terça-feira O Espírito Santo
Uma Advertência aos Eleitos
“Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas operando grandes sinais e
prodígios para enganar, se possível, os próprios eleitos.” Mateus 24:24
Algumas pessoas se elevam e caem com apelos para as emoções
mediante o que a sensacional e espetacular. Isto sempre será uma artimanha
nas mãos do inimigo. Gostaria de lembrar-vos que milagres e ocorrências
sensacionais não constituem uma prova do poder de Deus.
Apocalipse 13 torna bem claro que há um poder apóstata que "opera
grandes sinais, de maneira que até fogo do céu faz descer à Terra, diante dos
homens. Seduz os que habitam sobre a Terra por causa dos sinais que lhe foi
dado executar diante da besta, dizendo aos que habitam sobre a Terra que façam
uma imagem a besta, àquela que, ferida à espada, sobreviveu.” Esse poder pode
operar milagres, e não somente certas coisas que tenham a aparência de
milagres. E os Três espíritos imundos semelhantes a rãs. "são espíritos de
demônios, operadores de sinais, e se dirigem aos reis do mundo inteiro com o fim
de ajuntá-los para a peleja do grande dia do Deus Todo-poderoso.”
Em S. Lucas 13 encontra-se o relato de uma mulher a quem Satanás
trazia presa há muitos anos, Jesus libertou-a no sábado. Alguns
murmuraram e se queixaram, mas Jesus disse: "Está errado que Eu... liberte
esta mulher judia dos 18 anos de cativeiro a Satanás?" — O Novo Testamento
Vivo. Se Satanás tem poder para manter as pessoas em cativeiro, é razoável
supor que em certos casos ele tenha a capacidade de livrá-las.
Sabemos que Jó ficou coberto de tumores, e sabemos também qual
era a origem desses tumores. E se o diabo pode produzir os estímulos que
ocasionam esses transtornos, deve ser capaz de interceptá-los, deixando que
o maravilhoso poder natural do corpo humano efetue a cura. Sabemos como
os magos, na corte de Faraó, diante de Moisés e Arão, transformaram suas
varas em serpentes. Com base na premissa de que o diabo não pode criar
ou dar vida, temos algumas evidências de que os magos não fizeram
realmente suas varas transformar-se em serpentes, mas apenas foram
capazes de produzir esta aparência. Embora Satanás não possa criar,
certamente pode produzir uma simulação muito acurada! Tudo isto nos leva
à seguinte conclusão: Nossa fé deve basear-se em Jesus e na comunhão com
Ele, e não no que é espetacular.
Novembro 1, quarta-feira O Espírito Santo
Não Troquemos a Jesus Pela Vitória
“Graças a Deus, que nos dá a vitória por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo.”
1 Coríntios 15:57
A pessoa que se preocupa com o seu desempenho e que, acima de
tudo o mais, procura a vitória e uma vida transformada, é muito suscetível
ao movimento carismático da atualidade. Os carismáticos oferecem uma vida
transformada que ocorre com rapidez e facilidade. Não precisais lutar
ardorosamente com um anjo junto ao ribeiro de Jaboque. Podeis fazer com
que alguém coloque as mãos sobre a vossa cabeça, experimentar sensações
agradáveis e alcançar a vitória agora mesmo! Na Igreja Adventista do Sétimo
Dia, com a nossa preocupação por viver de maneira correta, pode haver
muitas pessoas propensas a isso. Por quê? Porque elas aprenderam que a
vida transformada é importante, mas não sabem que a comunhão com Jesus
e a confiança nEle são a única maneira pela qual pode ocorrer uma
verdadeira transformação na vida.
Se eu fosse o diabo, creio que me deleitaria em ir atenuando durante
algum tempo as minhas tentações para alguém cometer certo pecado, se
com isso eu conseguisse colocar esse indivíduo sob o meu domínio. A pessoa
que encara o cristianismo principalmente como uma questão de conduta
cairia com facilidade em semelhante armadilha. No entanto, para aquele que
se apega ferrenhamente à comunhão com Cristo pela fé e que compreende
que toda a vida cristã se baseia nessa comunhão e na confiança em Jesus, a
vida espiritual não depende de modificações repentinas e espetaculares.
É verdade que o Espírito Santo Se ocupa em transformar nossa vida.
Ele produz vitórias. O Espírito Santo realiza muitas coisas maravilhosas, e a
atuação visível do Espírito irá aumentar cada vez mais até o fim do tempo.
Mas a base para julgarmos se determinada obra é de Deus ou se pertence a
outro poder sempre deve estar solidamente firmada nas Escrituras,
interpretadas no contexto de constante e vital comunhão com Deus. A vida
transformada não prova coisa alguma. O que importa é quem a transformou
e por que motivo. O que levamos em conta para avaliar uma vida
transformada é só o exterior. Não conhecemos o coração. E nunca devemos
estar mais interessados na vitória sobre os nossos pecados do que em Jesus.
Quando centralizamos a atenção nEle e procuramos conhecê-Lo dia a dia, a
vida transformada de que necessitamos será o inevitável resultado.
Novembro 2, quinta-feira O Espírito Santo
A Verdade Mesclada com o Erro
“Ora, o Espírito afirma expressamente que, nos últimos tempos, alguns
apostatarão da fé, por obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de
demônios.” 1 Timóteo 4:1
Credes que deveis julgar a Bíblia por vossa experiência, ou que deveis
julgar vossa experiência pela Bíblia? Quando nos acontece alguma coisa,
quando experimentamos algo, é muito difícil não crer nisso. E, no entanto,
nossa própria experiência, por si mesma, não é um guia seguro, por mais
real, válida e convincente que possa parecer para nós. Quando Saul
consultou a médium de En-Dor, para descobrir o que aconteceria na batalha
a ser travada, ele experimentou algo real. Além disso, a predição que lhe foi
feita naquele ambiente, pelo espírito que se fez passar por Samuel, mostrou
ser correta. Mas isso não significava que ela era de Deus.
"[Satanás] apresentará aos homens as suas tentações de maneira a
perverter o senso de todos os que não estejam escudados no poder divino." — O
Grande Conflito. pág. 553. É-nos declarado que no fim do tempo serão
realizados milagres e curados os doentes. Satanás é um ser real, e as obras
efetuadas por ele também são reais. É verdade que são realizados muitos
embustes pelos mágicos e outras pessoas, os quais podem dar a impressão
de que estão ocorrendo certas coisas, quando na realidade não é assim.
Porém, mesmo que não haja embuste algum e seja confirmada a presença
do sobrenatural, isso não prova que ele provenha de Deus.
Nada é tão perigoso como a verdade mesclada com o erro. Será que
um vidro de veneno com um rótulo contendo uma caveira e duas tíbias
cruzadas, indicando claramente do que se trata, é tão perigoso como um
vidro de veneno guardado na geladeira e contendo um rótulo de pó para
sorvete? Satanás não se manifesta abertamente com os seus ardis. Ele sabe
que as piores mentiras são as parcialmente inexatas. Sabe também que a
melhor maneira de alcançar as pessoas com o seu poder é disfarçar-se de
tal modo que pareça ser um anjo de luz. É então que somos mais propensos
a aceitar os seus ardis.
Unicamente pela confiança em Cristo e pela convivência e comunhão
com Ele, através de incessante relação baseada em Sua Palavra, é que
poderemos estar seguros contra os ardis de Satanás.
Novembro 3, sexta-feira O Espírito Santo
Guardado da Hora da Provação
“Porque guardaste a palavra da minha perseverança, também eu te guardarei da
hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro, para experimentar os que
habitam sobre a terra.” Apocalipse 3:10
Não podemos julgar a verdade com base na presença de inegável
poder ou por milagres e curas. Não pudemos julgar a verdade com base em
cordialidade, companheirismo e amor, ou mesmo de vidas transformadas.
Pelo que, então, podemos julgá-la? Se a presença de todos esses falares não
constitui uma prova decisiva, como poderá ser apresentada uma prova dessa
natureza?
Bom, é certo que podemos conhecer a verdade. Foi-nos prometido o
seguinte; "Os que sinceramente buscam o conhecimento da verdade, e se
esforçam em purificar a alma pela obediência, fazendo assim o que podem a fim
de preparar-se para o conflito, encontrarão refúgio seguro no Deus da verdade.
‘Como guardaste a palavra da Minha paciência, também Eu te guardarei’ (Apóc.
3:10), é a promessa do Salvador. Mais fácil seria enviar Ele todos os anjos do Céu
para protegerem Seu povo, do que deixar a alma que nEle confia ser vencida por
Satanás." — O Grande Conflito, pág. 559. Há grandes forças ao nosso lado,
e podemos contar com elas.
A primeira maneira de provar a verdade das manifestações
sobrenaturais é pela Palavra de Deus. Até mesmo as pessoas que
aparentemente amam umas às outras e Jesus e a Bíblia, mas não guardam
os mandamentos de Deus, não podem forçosamente ser consideradas como
provenientes de Deus. "A lei e ao testemunho? Se eles não falarem desta
maneira, jamais verão a alva,” Isa. 8:20. Se um grupo está experimentando
manifestações maravilhosas, mas ensina que não precisamos obedecer a
todos os mandamentos da lei de Deus, há um grande indício nesse próprio
fato. Embora seja certo que em todo grupo há indivíduos sinceros que Deus
está conduzindo para Ele, isto não prova que devemos abandonar as
verdades que nos foram reveladas, como uma Igreja, e unir-nos a eles.
Podem estar no caminho ascendente; mas, se nos unirmos a eles, estaremos
descendo para encontrá-los.
Uma salvaguarda igualmente importante contra o engano é ter a
justiça de Cristo na vida e manter vital comunhão com Ele. Até mesmo o
conhecimento teórico das Escrituras será insuficiente para conduzirmos
através dos tempos que se acham diante de nós. Se, porém, continuarmos
a manter comunhão com Cristo, firmemente baseados em Sua Palavra,
estaremos bem protegidos contra todos as artimanhas do inimigo
Novembro 4, sábado O Espírito Santo
Como Reconhecer os Impostores
“Ninguém, de nenhum modo, vos engane.” 2 Tessalonicenses 2:3
Um matuto saiu das montanhas com uma nota falsa de dezoito dólares.
Tencionava transformá-la numa nota de vinte dólares, mas cometeu um
equívoco. A nota tinha, porém, tão bom aspecto que ele decidiu trocá-la
assim mesmo por dinheiro autêntico. Chegou a uma loja e entregou a nota
ao proprietário. Este aceitou-a e perguntou: "Prefere três notas de seis dólares
ou duas de nove?"
Não tem cabimento fazer uma falsificação daquilo que não é real. Os
falsificadores de dinheiro conhecem muito bem as notas e moedas
autênticas. Ao considerarmos as modernas manifestações do Espírito Santo,
sabemos que para todo reavivamento genuína haverá uma contrafação da
parte de Satanás.
Todos nós ficamos muito impressionados com o que é espetacular. O
inimigo procurará enganar, se possível, os próprios eleitos. A Bíblia relata a
ocorrência de milagres, e torna evidente que o diabo às vezes também pode
realizá-los. Assim, embora fiquemos impressionados com o que é
espetacular, nunca devemos julgar a verdade por isso. A verdade deve ser
julgada pela Bíblia, no contexto de nossa relação pessoal com Deus.
Em Apocalipse 12 e 17, a Igreja verdadeira é representada por uma
mulher pura, e a Igreja falsa ou simulada, por uma meretriz. Deus sempre
teve terna consideração por Sua Igreja, e lhe manifesta Seu poder e lhe
concede Seus dons. A Igreja verdadeira dos últimos dias será a que poderá
esperar as manifestações genuínas da atuação do Espírito. As falsas
manifestações sobrenaturais poderão ser esperadas na falsa igreja. A esta
altura, alguns talvez se refestelem numa poltrona, dizendo: "Está certo, e nós
somos a Igreja verdadeira!” Tendes certeza? A falsa igreja é apresentada como
Babilônia no Apocalipse. Babilônia é um clássico exemplo do homem
procurando salvar-se a si mesmo. E se ainda, de algum modo, estais
procurando salvar-vos a vós mesmos, podeis estar participando do espírito
de Babilónia, quer estejais ou não numa das igrejas chamadas de Babilônia.
Se ainda não chegastes ao fim de vossos próprios recursos e se não tendes
sentido a necessidade de ir diariamente a Jesus em busca de salvação e para
manter comunhão com Ele, fazeis parte de Babilônia. Enquanto não O
conhecerdes pessoalmente, não estareis livres de engano, sejam quais forem
os fatos que conheçais a respeito dos últimos dias. Ambas essas coisas são
necessárias.
Novembro 5, domingo O Espírito Santo
A Informação não é Suficiente
“Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida.” João 14:6
Muitos adventistas do sétimo dia sentem-se completamente seguros
contra algumas das falsificações que estão sendo propagadas hoje em dia.
Não caímos na tolice de crer que as pessoas retornam à vida, alegando que
foram levadas diretamente para o Céu, ao morrer. Não caímos na tolice de
crer nas afirmações dos pretensos visitantes de outros mundos, dizendo que
viveram na Terra há centenas de anos. Conhecemos tudo a respeito dessas
coisas, e achamos que nunca seremos enganados.
Há, porém, algo mais — e isto se relaciona com o fato de que a Palavra
de Deus tem pelo menos dois propósitos. É certo que ela ensina a verdade.
Jesus enunciou-o deste modo: "A Tua Palavra é a verdade.” Mas o outro
propósito das Escrituras é conduzir-nos a Ele, para que tenhamos vida. Estes
dois propósitos podem ser sintetizados da seguinte forma: 1) a Bíblia para
informação, e 2) a Bíblia para comunicação. É possível conhecer muito bem
os ensinos da Bíblia e decorar uma porção de passagens que trazem
conhecimento, e ainda cair em erro quando vier o engano, por não havermos
descoberto a comunicação pessoal com Jesus pela Bíblia. O principal
propósito das Escrituras é o companheirismo e a comunhão com o Senhor
Jesus Cristo, levando-nos a experimentar uma relação com Ele que se baseie
na informação. Mas, só a informação não é suficiente.
Um dos maiores conceitos sobre como podemos ter certeza de que não
estaremos entre os eleitos que serão enganados, encontra-se num artigo
publicado na Review and Herald, em 24 de dezembro de 1889: "Há uma obra
a ser feita neste tempo para habilitar um povo a permanecer em pé no tempo de
angústia, e todos precisam desempenhar sua parte nesta obra. Precisam ser: 1)
revestidos da justiça de Cristo [notai ordem de importância] e 2) ser tão
fortalecidos pela verdade que os enganos de Satanás não sejam por eles aceitas
como genuínas manifestações do poder de Deus."
Todo assunto considerado por vós deve terminar no mesmo ponto:
desfrutastes hoje uma relação pessoal com Jesus? Sabeis passar diariamente
algum tempo tranquilo junto com Ele, por meio de Sua Palavra e pela oração?
Chegará o tempo em que as pessoas que conhecem todos os fatos da Bíblia
ainda serão enganadas, por não conhecerem a Jesus. Só a informação não
basta. Para permanecer em pé nestes últimos dias precisamos manter uma
vital comunhão com o Senhor Jesus que esteja firmemente baseada na
verdade da Bíblia.
Novembro 6, segunda-feira O Espírito Santo
Característicos da Igreja de Deus
“Aqui está a perseverança dos santos, os que guardam os mandamentos de
Deus e a fé em Jesus.” Apocalipse 14:12
Qual é a Igreja que possui os dois característicos mencionados em
nosso texto para hoje? Não é uma igreja que meramente fala sobre os
mandamentos de Deus e crê neles. Ela guarda esses mandamentos. Não
acha simplesmente que a fé de Jesus é uma boa e importante coisa, mas
possui essa fé. Não confia no fato de que os antepassados e pioneiros da
Igreja guardaram todos os mandamentos de Deus e tiveram fé em Jesus.
Sempre que olhamos para o povo remanescente, por cujo intermédio
podemos esperar a poderosa atuação de Deus, vemos indivíduos ou um
grupo organizado que têm ambas essas coisas. Não se pode esperar o
poderoso derramamento do Espírito de Deus e um avivamento da primitiva
piedade entre as pessoas que dão grande ênfase aos mandamentos, mas
não conhecem a Jesus, e, tampouco, que ocorra entre as pessoas que dão
muito ênfase a conhecer a Jesus, mas não prestam atenção nos
mandamentos. Ambas essas coisas são igualmente importantes.
Há muitos anos, Deus deu uma mensagem direta a nossa Igreja,
indicando porque algumas pessoas se extraviam buscando experiências
especiais em reuniões de santidade ou pentecostais. Encontra-se nas páginas
598 e 599 do Livro Evangelismo; "Nós como um povo caímos no erro oposto.
Reconhecemos as reivindicações da lei de Deus, e ensinamos ao povo o dever de
render-lhe obediência, [Notai a palavra dever] ... Deixamos de ter aquela
confiança, aquela fé que leva a alma a permanecer em Cristo.... Mediante a falta
de fé, muitos que procuram obedecer aos mandamentos de Deus tem pouca paz
e gozo.... Não estão firmados em Cristo. Muitos sentem uma falta em sua vida;
desejam alguma coisa que não têm; e assim são alguns levados a assistir a
reuniões chamadas de santidade, e ficam encantados com os sentimentos dos
que quebrantam a lei de Deus."
Assim como Deus leva os indivíduos a guardarem os Seus
mandamentos e a terem a fé de Jesus. Seu propósito é que Sua igreja
finalmente também tenha ambas essas coisas. Se nos opusermos a uma ou
outra dessas necessidades, acabaremos fracassando. Mas, para os que
diariamente procuram manter comunhão com Jesus pela fé, e que,
contemplando Seus inigualáveis encantos, são moldados à Sua imagem e
conduzidos, a obediência, há segurança em meio da tormenta que está
irrompendo ao nosso redor.
Novembro 7, terça-feira O Espírito Santo
A Sinceridade não é Suficiente
“Pois melhor lhes fora nunca tivessem conhecido o caminho da justiça do que,
após conhecê-lo, volverem para trás, apartando-se do santo mandamento que
lhes fora dado.” 2 Pedro 2:21
Já ouvistes falar das mães na Índia que lançavam seus bebês aos
crocodilos, como parte de sua adoração os deuses pagãos? Não sei se nesse
país ainda há mães que fazem isso, mas temos de admitir que quando elas
o faziam precisavam ser muito sinceras — ou alguma outra coisa — para
lançarem seus bebês aos crocodilos! É possível que uma pobre mãe pagã, ao
sair das trevas do paganismo, esteja sendo guiada por Deus a maior luz e
verdade, e a melhor compreensão do caráter de Deus. Não nos compete
julgar as mães que vivem da índia. Não nos compete decidir seu destino
eterno como indivíduos. Podemos chorar ao tomar conhecimento desse
episódio e deixar que Deus as afaste disso. Com o que sabemos e
compreendemos, e com a informação de que dispomos, deveríamos, porém,
ligar-nos a elas, lançando também os nossos bebês aos crocodilos,
simplesmente porque achamos que são sinceras?
Não precisamos decidir o destino eterno dos outros, nem especular
sobre sua sinceridade para com certos movimentos carismáticos no mundo
moderno. Embora grande parte das ocorrências carismáticas que vemos
atualmente talvez seja apenas uma manifestação velada do espiritismo, não
nos compete julgar os indivíduos. Mas os que abandonam os claros ensinos
da Bíblia e se unem a grupos carismáticos serão enganados. Se há um vácuo
em nossa vida, podemos preenchê-lo indo para o nosso quarto com a Palavra
de Deus e buscando manter comunhão pessoal com Ele.
Nossa correta compreensão da informação bíblica não deve servir de
pretexto para desvanecimento, como membros da "igreja remanescente”, às
vezes pensamos que sumos invulneráveis. Mas a realidade é que o Espírito
Santo será derramado sobre os que guardam os mandamentos de Deus e
também possuem uma fé em Jesus que é bem real, e não mera teoria. O
Espírito de Deus não será derramado em sua plenitude enquanto a maioria
de Seu povo não estiver cooperando com Ele. E se eu recusar fazer parte
desse grupo, serei deixado do lado de fora, no fim.
Novembro 8, quarta-feira O Espírito Santo
O Espírito da Verdade
“Quando vier, porém, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade.”
João 16:13
O primeiro trabalho do Espírito Santo é apresentado em S. João 16:7
a 9: “Mas Eu vos digo a verdade: Convém-vos que Eu vá porque se Eu não for,
o Consolador não virá para vós outros: se, porém, Eu for, Eu vo-Lo enviarei.
Quando Ele vier convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo: do pecado,
porque não creem em Mim." Sublinhai a definição de pecado que é dada aqui
pela Bíblia. Pecado é algo, mas do que cometer coisas erradas ou
transgressões. A verdadeira questão envolvida é não crer e confiar no Senhor
Jesus Cristo. E a primeira obra do Espírito Santo é lembrar-nos deste fato.
Seu primeiro trabalho abrange o mundo todo. Ninguém é omitido. Os
pobres pagãos num país longínquo são convencidos do pecado antes mesmo
da chegada de um missionário. O Espírito Santo tem estado ali antes disso.
Seu trabalho é convencer o mundo do pecado. Nenhuma pessoa é deixada
de lado. Enquanto vós e eu estamos dormindo, o Espírito Santo está
efetuando Sua obra de convicção nalgum lugar.
Se a salvação consistisse apenas em convencer-se do pecado, todos
seriam salvos. Mas a obra do Espírito Santo abrange mais do que isso. Seu
segundo trabalho é apresentado em S. João 8:3-5: “A isto respondeu Jesus:
Em verdade, em verdade te digo que se alguém não nascer de novo, não pode
ver o reino de Deus. Perguntou-Lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer,
sendo velho?... Respondeu Jesus: Quem não nascer da água e do Espírito, não
pode entrar no reino de Deus.” Nascer de novo é nascer do Espírito. O segundo
aspecto do trabalho do Espírito Santo é Sua obra regeneradora, a qual só
ocorre no coração e na vida das pessoas que se mostram sensíveis a ela.
Para que todos pudessem ser salvos, todos teriam de mostrar-se sensíveis
ao segundo trabalho do Espírito Santo. É nisto que consiste a grande
diferença.
A Bíblia torna claro que Deus quer que Todos se salvem, mas somente
os que atendem ao Seu convite podem receber o novo nascimento, que é
essencial a cada pessoa. Ao decidirmos hoje aceitar novamente a atuação do
Espírito Santo em nossa vida. Ele realizará Sua obra convertedora. E,
mostrando-nos sensíveis a Ele, seremos colocados em harmonia com Deus.
Novembro 9, quinta-feira O Espírito Santo
A Espada do Espírito
“E irá adiante do Senhor no espírito e poder de Elias, para ... habilitar para o
Senhor um povo preparado.” Lucas 1:17.
João Batista recebeu uma especial mensagem de preparação. Ele foi
enviado como precursor de Jesus, a fim de preparar as pessoas de seu
tempo, segundo fosse possível, para aceitarem a Jesus, quando Ele viesse.
Se já estudastes a missão e a mensagem de João Batista, talvez tenhais
perguntado a vos mesmos que espécie de pessoa era ele. Ninguém o
consideraria um diplomata! Ele veio no Espírito e poder de Elias — o qual
enfrentara o povo no cimo do Monte Carmelo e requerera o seguinte: “Até
quantia coxeareis entre dois pensamentos? Se o Senho é Deus, segui-O.” João
Batista não era uma pessoa que falava suavemente. Não usava de rodeios.
Proferia severas reprimendas. Chamou algumas pessoas de "raça de víboras".
Já ponderastes sobre a mensagem de João Batista, admirando-vos de
que ele usasse uma aproximação tão pungente? Nossos evangelistas
geralmente procuram agir com um pouco mais de tato. Mas não João Batista.
Ele foi usado pelo Espírito Santa como uma espada que cortava bem fundo,
com a finalidade de preparar o caminho para a entrada de Jesus. "Deus não
manda mensageiros para lisonjear o pecador. Não transmite mensagem de paz
para embalar os não santificados numa segurança fatal.” — O Desejado de Todas
as Nações, ed. popular, pág. 90.
Há ocasiões em que o Espírito Santo também corta profundamente
hoje em dia, O Espírito Santo não poupa nossos sentimentos, nem procura
fazer com que fiquemos descansados, mas penetra profundamente em nossa
alma com a ardente mensagem de convicção. Opera no sentido de tornar-
nos rigorosamente cientes de nossas deficiências, de nossa hipocrisia, de
nossa falta de confiança em Deus. Aponta para nosso pecado, para nosso
egoísmo, para nossa falta de interesse pelas coisas que realmente têm valor.
Seu primeiro objetivo é convencer-nos de nossa profunda necessidade da
salvação que Deus tem a oferecer, para que sejamos impelidos a aceitá-la.
Unicamente os que estão doentes e reconhecem isto se acham dispostos a
procurar ajuda de um médico. E só aqueles que reconhecem sua condição
como pecadores se acham dispostos a ir ter com Deus em busca da salvação
provida por Ele.
Hoje, ao sentirmos a espada do Espírito penetrando profundamente em
nossa condescendência pessoal, podemos ser gratos por que Ele, ainda está
em atividade, realizando Seu trabalho de conduzir-nos a Jesus para
encontrarmos restauração e paz.
Novembro 10, sexta-feira O Espírito Santo
Cooperando com o Espírito Santo
“Porque o nosso evangelho não chegou até vós tão somente em palavra, mas,
sobretudo, em poder, no Espírito Santo e em plena convicção.” 1
Tessalonicenses 1:5
Há uma grande diferença entre simplesmente proferir palavras e o
Espírito Santo tornar tais palavras eficazes pelo Seu poder. “Unicamente
quando a verdade chega ao coração acompanhada pelo Espírito, vivificará a
consciência e transformará a vida. Uma pessoa pode ser capaz de apresentar a
letra da Palavra de Deus, pode estar familiarizada com todos os seus
mandamentos e promessas; mas a menos que o Espírito Santo impressione o
coração com a verdade, alma alguma cairá sobre a Rocha e se despedaçará.” —
O Desejado de Todas as Nações ed. popular, pág. 647.
O primeira taralho do Espírito Santo é Sua obra de produzir convicção.
Nossa maior necessidade é compreender que precisamos de salvação.
Quantas pessoas que nasceram e se desenvolveram em círculos religiosos,
e que são membros de igreja da terceira e quarta geração, têm problemas
neste sentido! Dizem alguns: “Como podemos reconhecer nossa necessidade se
nunca estivemos fora, no mundo? Como podemos reconhecer nossa necessidade
se nunca experimentamos outra coisa senão submeter-se à rotina regular de
religião e culto formal?" O Espírito Santo é responsável por levar toda pessoa
a reconhecer sua necessidade, e, embora possa usar as aflições e tristezas
do pecado para indicá-la, também pode operar em nosso coração
enaltecendo a Jesus e mostrando-nos como deixamos de corresponder a Sua
norma, mesmo quando tudo vai bem. Ele virá ao nosso encontro onde quer
que estejamos, procurando levar-nos a aceitar a salvação.
Às vezes procuramos ajudar outras pessoas a reconhecerem sua
necessidade apontando-a para elas. No entanto, se estamos labutando sem
a inspiração do Espírito Santo, o qual é o único que conhece o momento mais
oportuno para cada indivíduo, serão baldados os nossos esforços. Por outro
lado, podemos falar sobre o Espírito Santo e como Sua obra é produzir
convicção sentando-nos então a espera de Sua atuação. Mas o Espírito Santo
quer usar-nos, dominar-nos e trabalhar por nosso intermédio, para alcançar
outras pessoas. Jesus disse a Seus discípulos que desejava enviar-lhes o
Consolador. O Espírito Santo é enviado a nós, para viver em nós, e,
cooperando com Ele, podemos ser usados por Deus para alcançar outros
corações. Não deseja que trabalhemos sem o Espírito Santo, nem que o
Espírito Santo trabalhe sem a nossa colaboração. Devemos cooperar com
Ele.
Novembro 11, sábado O Espírito Santo
Satanás Foi julgado
“Chegou o momento de ser julgado este mundo, e agora o seu príncipe será
expulso.” João 12:31
O Espírito Santo convence o mundo do juízo —’’do juízo, porque o
príncipe deste mundo já está julgado", S. João 16:11 O que isto nos diz sobre
a função do Espírito Santo? Bem, obviamente, se o príncipe deste mundo
está julgado, e como ele é o principal pecador, todos os seus seguidores
também serão julgados. No momento em que Hitler, durante a Segunda
Guerra Mundial, viu o mundo todo caindo sobre ele. Nesse próprio momento
todos os seus seguidores também se viram em dificuldades. No momento
em que Golias caiu sob o impacto da pedra arremessada por Davi, todos os
seus partidários sabiam que estavam perdidos, e começaram a correr. Assim,
o Espírito Santo nos convence de que na cruz, quando Jesus exclamou: “Está
consumado!" o diabo soube que estava perdido, e todos os que nasceram
num mundo de pecado e que rejeitaram a justiça de Cristo sabem que não
lhes resta outra coisa senão a terrível expectativa do juízo.
Por outro lado, a guerra terminou e está ganha. E se estivermos junto
com o Vencedor, o fato de que haverá um juízo, porque o príncipe deste
mundo já está julgado, não traz condenação ou medo, mas apenas
esperança, gratidão e paz. Depende do lado em que estamos. Cada um de
nós tem hoje o privilégio de escolher novamente estar do lado vencedor.
Quando foi decepada a cabeça de Golias, os que estavam do lado de
Davi soltaram um grito de vitória. Portanto, quando nos é declarado que se
cremos em Cristo nem sequer entramos em juízo (S. João 5:24), podemos
alegrar-nos. A obra do Espírito Santo produzindo convicção pode trazer
esperança e conforto. “Quando Ele vier, convencerá o mundo do pecado, da
justiça e do juízo.”
Permiti que o Espírito Santo vos convença hoje de que se estais
vivendo separados de Jesus, não importa quão boa ou quão má seja essa
vida, isso constitui o maior pecado. Não escolhais viver sem a comunhão com
Jesus. Cobrai ânimo ao saber que se aceitarmos continuamente a Cristo, Sua
justiça à destra do Pai é suficiente. Ele é poderoso para apresentar o Seu
povo, junto com Sua Pessoa, como sendo imaculados diante do Seu trono.
O juízo não é algo a ser temido, e, sim, motivo de regozijo, pois a batalha
está ganha. Tudo isso foi efetuado na cruz, e a salvação é completa. Esta é
a verdade que o Espírito Santo está procurando gravar em nosso
entendimento.
Novembro 12, domingo O Espírito Santo
A Renovação Pelo Espírito Santo
“Pois nós também, outrora, éramos néscios, desobedientes, desgarrados,
escravos de toda sorte de paixões e prazeres, vivendo em malícia e inveja, odiosos
e odiando-nos uns aos outros. Quando, porém, se manifestou a benignidade de
Deus, ... ele nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito
Santo.” Tito 3:3-5
Não estais contentes por se haver manifestado a benignidade e o amor
de Deus? "Não por obras de justiça praticadas por nós, mas segundo Sua
misericórdia. Ele nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito
Santo, que Ele derramou sobre nós ricamente, por meio de Jesus Cristo nosso
Salvador, a fim de que, justificados por graça, nos tornemos Seus herdeiros,
segundo a esperança da vida eterna.” Tito 3:5-7. Temos aqui o belo quadro da
salvação do pecado advindo a todo coração crente. Ele retrata a obra
regeneradora do Espírito, a renovação do Espírito Santo e Sua obra para
transformar vidas.
Isto é realizado por uma só aceitação de Jesus? A justificação é tudo,
ou a santificação também faz parte da salvação? Este trecho dá a resposta:
“Quando almas se convertem, sua salvação ainda não está consumada. Têm
então de completar a carreira e acha-se diante deles a penosa luta de combater
o bom combate da fé. Não há tréguas nesta peleja: a batalha dura a vida inteira.”
— My Life Today, pág. 313. Conquanto a obra do Espírito Santo na
regeneração seja estupenda, há algo mais. A obra do Espírito Santo na vida
cristã em desenvolvimento tem tanto que ver com a salvação como a obra
de Cristo na cruz. Tudo isso é salvação. Um aspecto é salvação de nossos
pecados passados, e o outro é salvação de nossos pecados no presente. E
temos a promessa de que finalmente seremos salvos de um mundo de
pecado. Tudo isso se dá por meio de Cristo e tudo vem pela fé. Não há
diferença.
Que acontece na conversão? No novo nascimento recebemos uma
mudança sobrenatural de atitude para com Deus e nova capacidade para
conhecê-Lo (O Desejado de Todas as Nações, pág. 167). É-nos concedida o
equipamento com que iniciaremos a vida cristã. Não constitui o fim dessa
vida, e, sim, o começo. Ao principiarmos a combater o combate da fé e a
buscar diariamente a Jesus, depois que o Espírito Santo efetuou Sua obra
convertedora em nossa vida, cada dia seremos levados a andar
constantemente com Cristo.
Novembro 13, segunda-feira O Espírito Santo
Desesperançadamente Religiosos
“O que é nascido da carne é carne; e o que é nascido do Espírito é espírito.” João
3:6
Quando nascemos neste mundo de pecado, nascemos com a ausência
de toda a alegria na santidade e na comunhão com Deus. Tal é o dilema de
nascer pecador. Ao mesmo tempo, porém, o ser humano nasce
desesperançadamente religioso, insistimos em adorar alguma coisa. Nosso
problema é que frequentemente não reconhecemos que esse vácuo interior
é formado por Deus. Assim, até que as pessoas descubram a verdade do
evangelho, prestarão culto a coisas, a outras pessoas ou a si mesmas.
Ninguém nasce de novo enquanto o Espírito Sento não conseguir levá-lo a
estar farto de adorar tudo o mais menos a Deus.
Disseram-me que, como pregador, uma de minhas responsabilidades
era ajudar as pessoas a se converterem. Se isto é verdade, como pode ser
realizado? Há alguma coisa que podemos fazer para ajudar alguém a atingir
a conversão? Não resta dúvida de que no tocante a nosso primeiro
nascimento, não temos escolha ou opção nessa ocorrência. Isto acontece
sem que o tenhamos escolhido. Com respeito a nascer de novo, temos,
porém, uma escolha. Deus nos dá vida, força e saúde a fim de conceder-nos
a oportunidade de ir a Ele para ter vida. Deus nos oferece mais do que esta
vida aqui, com seus setenta anos. Oferece-nos a eternidade — a opção do
segundo nascimento.
Uma das primeiras coisas que podemos fazer ao procurar levar outros
a escolherem a conversão é enaltecer a Jesus. Quando Jesus é enaltecido e
o Espírito Santo pode falar ao coração em virtude do conhecimento de Seu
amor, corações são abrandados, atraídos e enternecidos.
O Espírito Santo tem um tempo oportuno para cada um de nós.
Nicodemos esperou e refletiu durante três anos. Se ele tivesse vindo a algum
de nós, como veio a Jesus aquela noite, nós o teríamos conduzido ao tanque
batismal no sábado seguinte. Mas Jesus esteve disposto a esperar pelo
tempo programado pelo Espírito, e quando Jesus foi levantado, Nicodemos
ficou sensibilizado e tornou-se um fiel seguidor do Senhor. A obra do Espírito
Santo é levar as pessoas a estarem dispostas a adorar algo mais elevado do
que coisas, outras pessoas e a si mesmas E, então, quando Jesus é
enaltecido, corações são conquistados e pecadores são convertidos.
Novembro 14, terça-feira O Espírito Santo
O Espírito Opera Como Quer
“O vento sopra onde quer, ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para
onde vai; assim é todo o que é nascido do Espírito.” João 3:8
Um homem que era um grande erudito certa noite foi ter com Jesus.
Ele era um mestre, um intelectual e um pensador. Dirigiu-se a Jesus e disse:
"Percebo que és um grande mestre; e eu também não fico muito atrás. Por que
não temos uma discussão?" Mas Jesus replicou: "O que tu precisas é nascer de
novo."
Nicodemos estivera adorando alguma outra coisa em lugar de Deus.
Mas foi atraído a Jesus. Queria ter uma discussão com Ele. Não compreendia
devidamente sua necessidade, e quando Jesus disse: “Se alguém não nascer
de novo, não pode ver o reino de Deus”. Nicodemos não compreendeu isso,
demonstrando assim que o homem não convertido não entende as coisas
espirituais. Eis as suas palavras: “Como pode um homem nascer, sendo velho?"
Unicamente por meio da obra regeneradora do Espírito Santo é que podemos
compreender algo da salvação pela fé em Jesus, a qual se refere o “reino de
Deus " [Parábolas de Jesus. pág. 62).
Jesus fez a Nicodemos, aquela noite, Sua mais clara explicação do novo
nascimento. Será, porém, que Nicodemos nasceu de novo aquela noite? A
evidência que temos é que ele se retirou em meio às trevas, refletindo,
pensando e ponderando. Durante três anos Jesus deixou que a semente
lançada por Ele realizasse a sua obra. O novo nascimento ocorre no devido
tempo para cada pessoa, e nem mesmo Jesus apressou essa condição
oportuna. Ela não tem que ver com o relógio, nem com certo úmero de anos,
e, sim, com determinadas condições. Nalgumas pessoas condições
necessárias se cumprem bem depressa. Noutras, talvez leve a vida inteira
para que fiquem fartos de viver separados de Deus. No caso de Nicodemos
isto requereu três anos. Mas, afinal, quando Jesus foi crucificado, ele
conseguiu aceitar a obra regeneradora do Espírito Santo. Um de seus
primeiros atos, junto com José de Arimatéia, foi prover um sepultamento
decente para Jesus. Este homem abastado tornou-se pobre e foi desdenhado
por seus amigos de outrora, devido a sua lealdade a Jesus. Mas, depois de
submeter-se à obra regeneradora do Espírito Santo, ele esteve disposto a
tornar-se pobre por amor Àquele que Se fez pobre por amor a nós, para que
pela Sua pobreza nos tornássemos ricos.
Novembro 15, quarta-feira O Espírito Santo
A Purificação Efetuada Pelo Espírito
“E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para
sempre convosco, o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque
não o vê, nem o conhece; vós o conheceis, porque ele habita convosco e estará
em vós.” João 14:16,17
Um coração novo não é necessariamente um coração purificado. Um
espírito novo não é necessariamente um espírito purificado. Por isso é
indispensável a contínua atuação do Espírito Santo. Ele pode convencer-nos
do pecado e conduzir-nos à conversão e ao novo nascimento, mas isto é
apenas o começo. Seu trabalho não termina aí. Na página 18 do livro
Caminho a Cristo, é-nos declarado que receber um coração novo nos conduz
a uma nova vida. A conversão somente é o princípio, e não o quadro total.
A obra regeneradora do Espírito Santo simplesmente nos prepara para
Sua obra adicional — a purificação do cristão. Que significa ser purificado
pelo Espírito Santo? Jesus disse que rogaria ao Pai, e Ele nos enviaria outro
Consolador, a fim de que estivesse conosco. Seria o Espírito da verdade, que
habitaria conosco a estaria em nós. O ensino do Novo Testamento é que há
uma presença de Deus em nosso íntimo, a qual outorga poder transformador
e vencedor. É-nos ditos que receberemos um coração novo. Se confessarmos
os nossos pecados. Deus nos perdoará, e nos purificará de toda injustiça (I
S. João 1:9). Que significa isto? Meramente a purificação dos registros
celestiais? Não. Nós é que somos purificados. E isto ocorre por meio do
Espírito Santo.
Notai o que diz Efésios 3:16 a 19: "Para que, segundo a riqueza da Sua
glória, vos conceda que sejais fortalecidos com poder, mediante o Seu Espírito no
homem interior: e assim habite Cristo nos vossos corações, pela fé, estando vós
arraigados e alicerçados em amor, a fim de poderdes compreender, com todos os
santos, qual é a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade, e
conhecer o amor de Cristo.”
“Ao pecado só se poderia resistir e vencer por meio da poderosa operação
da terceira pessoa da Trindade. ... É o Espírito que torna eficaz o que foi realizado
pelo Redentor do mundo. É por meio do Espírito que o coração é purificado. Por
Ele torna-se o crente participante da natureza divina. Cristo deu Seu Espírito como
um poder divino para vencer toda tendência hereditária e cultivada para o mal.”
— O Desejado de Todas as Nações, ed. popular, pág. 646.
É por meio da purificação efetuada pelo Espírito Santo que podemos
vencer.
Novembro 16, quinta-feira O Espírito Santo
Jesus e o Espírito Santo São Sócios
“Se habita em vós o Espírito daquele que ressuscitou a Jesus dentre os mortos,
esse mesmo que ressuscitou a Cristo Jesus dentre os mortos vivificará também o
vosso corpo mortal, por meio do seu Espírito, que em vós habita.” Romanos 8:11
A obra de Deus por nós é realizada por Jesus e pelo poder do Espírito
Santo. E a obra de Deus em nós também é realizada por Jesus e pelo poder
do Espírito Santo. Em ambos esses casos Jesus e o Espírito Santo trabalham
juntos. Não há necessidade de fazer distinção entre eles. É pelo Espírito que
o coração se torna puro. O trabalho do Espírito Santo após a conversão e a
regeneração é purificar o cristão. Um dos encargos singulares do povo
conhecido como “os três anjos" é dar ênfase a algo além da justificação, isto
é: o transformador e vitorioso poder do Espírito Santo.
O assunto da obra purificadora do Espírito não fui claramente ensinado
por Lutero e outros dirigentes protestantes. Uma das contribuições
singulares que o Remanescente presta ao mundo é salientar tanto a obra de
justificação como a obra de purificação, ambas as quais provêm de Deus e
do Espírito Santo.
Um dos problemas é que muitas pessoas que se tornam cristãs
experimentam somente as primeiras obras do Espírito Santo, a saber;
convencer do pecado e converter o pecador. Mas não fazem nada no sentido
de cooperar com o Espírito Santo na obra de purificação. Vão à igreja e
sentam-se nos bancos semana após semana, mas nada sabem da
experiência diária com Jesus, a qual é o fator que habilita o Espírito Santo a
realizar Sua obra purificadora e santificadora. Lemos na página 285 do livro
O Desejado de Todas as Nações:” Se o olhar se mantiver fixo em Jesus, a obra
do Espírito não cessa, até que a alma esteja conforme a Sua imagem." É por
meio de constante comunicação e comunhão com Deus que cooperamos com
o Espírito em Sua obra purificadora em nossa vida.
“O Espírito Santo é o sopro da vida espiritual na alma. A comunicação do
Espírito é a transmissão da vida de Cristo. Reveste o que O recebe com os
atributos de Cristo.” — Idem, pág. 769. Portanto, se não experimento a
contínua e diária obra da purificação efetuada pelo Espírito Santo, estou
procurando viver sem respirar e não posso esperar viver por muito tempo. É
escolhendo manter contínua comunhão com Jesus que permitimos que o
Espírito Santo realize para nós a purificação que tem em vista.
Novembro 17, sexta-feira O Espírito Santo
Comissionados Para o Serviço
“Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas
testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos
confins da terra.” Atos 1:8
A obra do Espírito Santo é outorgar poder para testemunhar — poder
para o serviço. A promessa de poder, após a descida do Espírito Santo,
cumpriu-se depois do tempo de espera em Jerusalém, após a ascensão de
Cristo. Jesus recomendou que Seus discípulos, esperassem até que
acontecesse alguma coisa. Naturalmente, se não soubessem o que era nem
pudessem identificá-lo quando ocorresse, não teriam sabido quando
deveriam parar de esperar. Assim, o próprio fato de que Jesus disse
"Permanecei na cidade até que...” indicava que podiam esperar que
acontecesse algo evidente.
Há alguma coisa que não temos experimentado em sua plenitude hoje
em dia? "A descida do Espírito Santo sobre a igreja é olhada como estando no
futuro; é, porém, o privilégio da igreja tê-la agora. Buscai-a, orai por ela, crede
nela. Precisamos tê-la, e o Céu espera para concedê-la." — Evangelismo, pág.
701. Já ouvistes falar da chuva serôdia? Orais pela chuva serôdia ou pelo
Espírito Santo? Há uma diferença? Sim, há. A chuva serôdia é o último
derramamento do Espírito. Quando orais pela chuva serôdia, estais orando
pela última chuva. Só Deus sabe quando ela deve ocorrer, pois só Ele sabe
quando o mundo irá acabar. Quando orais pela chuva serôdia, em certo
sentido estais orando pelo fim do mundo. Isto talvez não seja impróprio, mas
Deus convida a Igreja a orar pelo Espírito Santo sem especificar o tempo,
isto é algo vigente e possível desde o dia de Pentecostes, e mesmo antes.
Se somos convidados a orar pelo Espírito Santo, e se o convite é para
a Igreja, isso deve ser algo além da obra convertedora do Espírito. Quando
pedimos poder para testemunhar, estamos pedindo alguma coisa mais do
que poder para alcançar a vitória. Quando o Espírito Santo é concedido em
Sua plenitude, isto ocorre para tornar-nos testemunhas de Cristo, a fim de
que partilhemos Seu amor com os ouros.
Novembro 18, sábado O Espírito Santo
Crescimento Pela Entrega
“Antes, crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus
Cristo.” 2 Pedro 3:18
O primeiro aspecto da obra do Espírito Santo neste mundo é convencer
os pecadores. O segundo aspecto é convertê-los. O terceiro é purificar os
cristãos, e o quarto aspecto é habilitado para o serviço. É durante a obra
purificadora do Espírito Santo que os frutos do Espírito são desenvolvidos e
manifestados na vida. Não são os dons do Espírito que transformam nossa
vida; seu objetivo é tornar-nos úteis no serviço de Deus. Nossa vida precisa
ser purificada antes que sejamos habilitados para o serviço.
Quando uma pessoa se converte, ela renuncia a si mesma e passa
confiar inteiramente em Cristo. Se permanecesse nessa condição pelo resto
de sua vida o sempre confiasse inteiramente em Cristo, e nunca em si
mesma, não iria cair nem fracassar. Enquanto nos apegamos no poder de
Deus, não caímos, e o diabo não tem puder sobre nós. Mas os cristãos em
crescimento estão dolorosamente cientes de que costumam cair e fracassar.
Isto acontece porque não permanecemos em total dependência do poder de
Deus. Confiamos nEle parte do tempo, e na outra parte voltamos ao nosso
velho hábito de confiar em nós mesmos.
No começo da vida cristã, quando alguém nasce de novo, experimenta
uma parcela do que Deus tem em vista para ele, e, à medida que vai
crescendo, aprende a confiar cada vez mais constantemente no poder de
Deus. Somos perfeitos no novo nascimento, e, à medida que formos
crescendo, podemos ser perfeitos em nosso desenvolvimento. Quando
aprendermos a confiar no puder de Deus em todo o tempo, e nunca em nosso
próprio poder, seremos perfeitos na maturidade. "Primeiro a erva, depois a
espiga, e, por fim, o grão cheio na espiga " S. Mar. 4:28.
A obra purificadora do Espírito Santo começa na conversão e produz
crescimento do acordo com a constância da entrega. Esta última é total ou
nula em determinado ponto. Nunca podemos confiar parcialmente em Deus
e parcialmente em nós mesmos. A única espécie de entrega parcial ou
incompleta ocorre quando confiamos em Deus parte do tempo, e na outra
parte em nós mesmos. O crescimento na vida cristã está voltado para mais
constante dependência do Seu poder. Isto não é nossa obra, pois “ninguém
se pode esvaziar a si mesmo do eu. Somente podemos consentir em que Cristo
execute a obra.” — Parábolas de Jesus. pág. 159. Cristo efetua esta obra pelo
poder do Espírito Santo, ao persistirmos em nossa comunhão diária com Ele.
Novembro 19, domingo O Espírito Santo
Os Dons São Para Serviço
“A respeito dos dons espirituais, não quero, irmãos, que sejais ignorantes.” 1
Coríntios 12:1
A obra do Espírito Santo é habilitar para o serviço. E neste sentido que
são vistas as Suas manifestações sobrenaturais. É sob este aspecto do Seu
trabalho que são concedidos os dons do Espírito. É em relação com isto que
vemos tais coisas como profecias, línguas, curas e milagres. As
manifestações sobrenaturais são sempre outorgadas para o serviço.
Ninguém recebe os dons do Espírito e habilitação para o serviço, sem
receber primeiro os frutos do Espírito mediante a obra purificadora do
Espírito Santo. Na genuína atuação do Espírito Santo, os frutos do Espírito
antecedem os dons. Isto denota que não podemos esperar que um bêbedo
saia da sarjeta e vagueie por uma reunião evangélica realizada em algum
lugar e de repente obtenha os dons do Espírito porque alguém colocou as
mãos sobre a sua cabeça. De maneira alguma podemos esperar semelhante
coisa.
Havia um homem na cidade de Phoenix que se encontrava numa
situação calamitosa. Ele batia na mulher, xingava os filhos, quebrava os
móveis e se embriagava. Certa noite, como um homem completamente
desalentado e relapso, ele pensava suicidar-se, quando passou por uma
tenda e resolveu voltar para assistir à reunião. Alguém pôs as mãos sobre
ele, e esse indivíduo “recebeu” o Espírito Santo, começando a falar em línguas
nesse mesmo instante. Que diríeis a esse respeito?
Ele não somente falou em línguas, mas depois dessa experiência
deixou de bater na esposa, quebrar os móveis e tudo o mais. Parecia que a
vitória lhe adveio dos dons do Espírito Santo.
Se estudardes o assunto dos dons do Espírito, descobrireis que eles
nunca são dados para transformar a vida de uma pessoa. Não se destinam
para santificar-nos, nem para nos tornar felizes. Sua finalidade é tornar-nos
úteis. Qualquer outro uso e desígnio para os dons do Espírito Santo é um
engano. É o fruto do Espírito que resulta na transformação da vida. E os dons
do Espírito não são outorgados antes que isso tenha ocorrido. Em parte
alguma da Bíblia é mencionado que as maravilhosas manifestações do
Espírito Santo tenham sido concedidas com a finalidade de transformar ou
purificar. Sempre se destinam a serviço e testemunho. Se gravardes está
sequência na memória, tereis um instrumento para enfrentar as
manifestações espetaculares da atualidade sem que sejais enganados.
Novembro 20, segunda-feira O Espírito Santo
O Espírito Santo é uma Pessoa
“Convém-vos que eu vá, porque, se eu não for, o Consolador não virá para vós
outros; se, porém, eu for, eu vo-Lo enviarei.” João 16:7
Já tivestes a impressão de que sois um ente inanimado? Tenho ouvido
alguns dizerem: "Sinto-me mais como um objeto do que como uma pessoa.” No
entanto, quantas vezes temos considerado o Espírito Santo como simples
influência! Sempre deveríamos compenetrar-nos de que Ele é uma Pessoa,
e encará-Lo como tal na vida prática.
Alguns pensam que o Espírito Santo é meramente o espírito de Deus
ou de Cristo, não sendo, portanto, a terceira Pessoa da Divindade. Ele é
considerado principalmente como uma influência, e não como uma Pessoa
real ou um Ser distinto. Mas a Bíblia ensina que o Espírito Santo é uma
personalidade distinta. S. Lucas 3:21 e 22 é uma passagem que fala sobre o
Espírito Santo, dizendo que Ele desceu sobre Jesus em forma corpórea. S.
Mateus 28:19 menciona o Espírito Santo como Pessoa distinta. João 14:16
declara que Jesus pediria que o Pai enviasse outro Consolado além dEle
mesmo. S. João o 16:7 diz que o Espírito não viria enquanto Jesus não fosse
embora. E em Atos 2:33 afirma que o Espírito Santo é a "Promessa" que
recebemos do Pai.
S. João 14:26 declara que a obra do Espírito é trazer-nos a lembrança
os ensinos de Jesus. S. João 15:26 diz que o Espírito Santo dá testemunho
de Jesus. Romanos 8:9 refere-se à habitação do Espírito. Atos 16:7, fala
sobre a orientação do Espírito Santo. S. João 16:13 afirma que o Espírito nos
guia a toda a verdade. E o verso 14 assevera que o Espírito glorifica a Jesus.
Se estudardes estas passagens e outras semelhantes, descobrireis que
são indicadas três Pessoas distintas da Divindade. Vereis que o Espírito Santo
é um Personagem distinto, que Ele é um com o Pai e com Jesus e que Lhe
foi confiada a obra especial, neste mundo, de conduzirmos a Deus e operar
em nossa vida. Hoje pudemos ser gratos pela Pessoa que é o Espírito Santo,
o qual nos ama e procura levar-nos à salvação.
Novembro 21, terça-feira O Espírito Santo
Somos Usados Pelo Espírito Santo
“Pois todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus.” Romanos
8:14
Que é mais importante: procurar obter mais do poder do Espírito
Santo, ou procurar deixar que Ele obtenha mais de nós? Nas religiões pagãs,
evidentemente, o alvo é obter poder. O feiticeiro é aquele que conseguiu
mais poder dos deuses pagãos, e deste modo exerce mais autoridade sobre
as outras pessoas de sua aldeia. Mas Deus não age dessa maneira. O segredo
do maior poder com Deus é permitir que Ele tenha o maior domino sobre
nós. Quanto mais plenamente estivermos sob a Sua soberania e quanto mais
confiarmos nEle, tanto mais Ele poderá operar em nossa vida.
Esta é a maneira singular pela qual os cristãos encaram a religião. O
desígnio do cristianismo não é obter poder sobre os outros, como fazem os
pagãos. Quando permitimos que o Espírito Santo se apodere de nós e tenha
domínio sobre nossa vida, isto encerra a ideia de subordinação e entrega.
Denota humildade. Se nos lembrarmos de que o Espírito Santo, com todo o
Seu poder, amor e misericórdia, como um dos grandes membros da
Divindade, Se dignou de vir habitar em nós, isso por si mesmo constitui um
pensamento que tende a humilhar-nos e que pode livrar-nos dos perigos de
ficar embriagado com o poder.
Satanás sempre usa o poder de que dispõe para obrigar os que são
dominados por ele a seguir as suas determinações. Não há liberdade em ser
dominado pelo poder do diabo. Seu principal objetivo é manter todas as
pessoas sob o seu domino e em perpétua servidão. Um dos característicos
das religiões falsas é a ausência de liberdade de consciência. Por instigação
de Satanás, têm ocorrido as mais cruéis perseguições como resultado de
procurar coagir a mente dos outros. O domínio do Espírito Santo jamais é
dessa natureza. Como parte integrante da Divindade. Ele partilha do respeito
que todos os componentes da Divindade têm para com o livre arbítrio dos
seres humanos. O homem é livre todo o tempo para escolher separar-se do
domínio do Espírito, e unicamente se ele continuar preferindo esse domínio
é que o Espírito Santo se manifestará em sua vida.
Deus não Se interessa em lealdade ou obediência forçada. Ele sabe que
não é possível preservar o amor pela força, pois este só pode ser avivado
pelo próprio amor. É mostrando-nos sensíveis ao amor do Espírito Santo, à
medida que Ele procura atrair-nos, que desfrutamos a paz e a liberdade
oriundas de sermos dominados por Deus.
Novembro 22, quarta-feira O Espírito Santo
Vosso Amigo, o Espírito Santo
“Quando, porém, vier o Consolador, que eu vos enviarei da parte do Pai, o Espírito
da verdade, que dele procede, esse dará testemunho de mim.” João 15:26
Quando dizemos que o Espírito Santo é uma Pessoa, não nos referimos
a um corpo Físico como o nosso. Falamos de conhecimento, sentimentos,
emoções e vontade — a faculdade da escolha. Não é necessário que uma
personalidade tenha mãos e pés. Há pessoas que têm personalidade, embora
não tenham esses membros. Mas os elementos de conhecimento, emoção e
faculdade de escolha são essenciais à personalidade.
Em I Coríntios 2:11 lemos o seguinte a respeita do Espírito: "Porque,
qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o seu próprio espírito que nele
está? Assim também as coisas de Deus ninguém as conhece, senão o Espírito de
Deus.” O Espírito de Deus conhece. Temos aqui a evidência de que o Espírito
de Deus possui conhecimento, um dos componentes da personalidade. Em l
Coríntios 12:11 há indicações de que o Espírito Santo possui a faculdade de
escolha, sendo, portanto, um Ser inteligente e muito mais do que simples
influência. Ele distribui os dons espirituais “como Lhe apraz, a cada um,
individualmente". Como Ele tem vontade! Só os seres inteligentes têm a
faculdade da escolha. Este é um dos característicos dos seres humanos
criados a imagem de Deus.
Uma das razões por que podemos estar certos de que o Espírito
Santo é uma Pessoa está em que somente uma pessoa pode ser tratada
com rebelião. Só se pode afligir e entristecer a uma pessoa que tenha
personalidade e inteligência. O Espírito Santo é uma Pessoa, pois é possível
ofendê-Lo, entristecê-Lo e rejeitar Seu amor (Efés. 4:301).
Lemos em Romanos 15:"Rogo-vos, pois, irmãos, por nosso Senhor Jesus
Cristo e também pelo amor do Espírito, que luteis juntamente comigo nas Orações
a Deus a meu favor." Sempre que vos lembrais do Espírito Santo, costumais
pensar nAlguém que é uma Pessoa amorosa? Ou pensais num Ser espreito,
no meio das sombras, examinando vossa vida? Pensais que o Espírito Santo
é Alguém que se ofende e se magoa com facilidade? Pensais que Ele é
impaciente? Ou tendes a ideia de uma Pessoa amorosa quando pensais no
Espírito Santo? Ele é Alguém que habita em vós e não vos abandona com
facilidade. Deus é amor. O Espírito Santo é amor, Ele permanece ao vosso
lado, procurando trazer conforto. Ele é vosso Amigo,
Novembro 23, quinta-feira O Espírito Santo
A Persistência do Espírito Santo
“E não entristeçais o Espírito de Deus, no qual fostes selados para o dia da
redenção.” Efésios 4:30
Já tivestes a ideia de que o Espírito Santo Se ofende com facilidade? À
primeira vista, o texto para hoje pode dar essa impressão. Mas é impressão
errónea. O Espírito Santo não se ofende com facilidade. Com efeito, não creio
que Ele chegue a abandonar-nos. É possível que rejeitemos o Espírito Santo,
e é possível que Ele aceite essa rejeição de nossa parte, pelo respeito que
tem a nossa faculdade de escolha. Mas o Espírito Santo não chega realmente
a dizer: "Vou desistir agora. É inútil prosseguir." De modo algum! Um dos
maiores atributos do Espírito Santo foi demonstrado aos filhos de Israel.
Pensemos em sua vida de rebelião e apostasia, em seus altos e baixos. No
entanto, durante centenas de anos, por meio do Espírito Santo, Deus
continuou a trabalhar com eles, sem jamais desistir.
Tem o Espírito Santo abandonado os indivíduos dentro da nação de
Israel, mesmo na época atual? Não; Ele ainda não o fez. Há evidências de
que até o fim do tempo o Espírito Santo não irá desistir, a despeito de tudo.
Um de Seus maiores predicados é a maneira como Ele permanece junto das
pessoas, não sendo insolente, e, sim, persistente. Alguns de vos tendes tido
indicações a esse respeito em vossa própria vida.
Quando alguém se aproxima de nós dizendo estar absolutamente
convicto de haver cometido o pecado imperdoável, isto não é assim. O fato
de alguém ainda estar preocupado e buscando a Deus constitui uma
evidência de que o Senhor ainda está a sua procura pelo poder do Espírito
Santo. É multo difícil cometer o pecado imperdoável. A afirmação de Jesus,
de que de modo nenhum lançará fora o que vem a Ele, não tem data
marcada. Não importa quão longe tenham ido, todos os que vão ter com
Jesus e atendem ao atraente amor do Espírito Santo hoje em dia, serão
generosamente aceitos e perdoados. Deus não abandona os homens com
facilidade. A única maneira como isto acontece é quando eles finalmente
abandonam a Deus e recusam ser levados a modificar essa decisão. Mas o
amor e a paciência de Deus e de Jesus e do Espírito Santo têm prosseguido
até o dia de hoje. Se vos aproximardes dEle agora mesmo, sereis aceitos.
Novembro 24, sexta-feira O Espírito Santo
Confortados Pelo Espírito Santo
“Também o Espírito, semelhantemente, nos assiste em nossa fraqueza; porque
não sabemos orar como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós
sobremaneira, com gemidos inexprimíveis.” Romanos 8:26
O Espírito Santo ora por nós. A terceira e poderosa Pessoa da Divindade
intercede em nosso favor. Ele está do nosso lado. É nosso Amigo. Jesus
também é nosso Intercessor: "Por isso também pode salvar totalmente os que
por Ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles." Heb. 7:25.
Se tanto Jesus como o Espírito Santo estão orando e intercedendo para nós;
como podemos falhar? Deve haver muita obstinação da parte do coração
humano para que alguém se perca com tais forças ao seu lado.
Deus não fez com que fosse fácil que as pessoas se perdessem. Ele
quer que cada um de nós se chegue a Ele e tenha a vida eterna. Tornou
todas as providências para suprir cada uma de nossas necessidades. E a
única razão de alguém perder-se um dia é ser deveras obstinado e persistir
em sua obstinação. Isto tem que ver com a sua própria resistência. Não nos
esqueçamos de que a única coisa necessária para a salvação é não
resistirmos às poderosas forças celestiais. Se não resistirmos, seremos
atraídos para Cristo. Não quero resistir-Lhe neste dia, e vós?
Deus nos convida a ser Seus filhos e filhas e a aceitá-lo como nosso
Pai. Jesus e o Espírito Santo estão unidos com Ele, buscando levar-nos a
aceitar essa relação com Ele. Acham-Se unidos na obra de usar todo
incentivo possível para convencer-nos de Seu amor.
O Espírito Santo é chamado Consolador. Já necessitastes de conforto
ou consolo? Quando éreis pequenos, caístes alguma vez, esfolando o joelho
e sendo consolados pela mamãe? Experimentastes alguma aflição quando
ficastes mais velhos, e fostes confortados, ajudados ou amparados pelo pai,
pela mãe, por um irmão, por uma irmã ou por um amigo? O Espírito Santo
está ao nosso lado hoje para nos trazer conforto e ajuda e conduzir-nos a
Jesus. Na vida diária, nas batalhas com o inimigo, em ocasiões de desalento,
Ele sempre Se acha presente para trazer consolo. Quando ficamos magoados
e feridos, e temerosos de que Deus não possa perdoar-nos, o Espírito Santo
está ao nosso lado. Ele é um Amigo no qual sempre podemos confiar.
Novembro 25, sábado O Espírito Santo
O Espírito Santo é Nosso Guia
“Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu e vo-Lo há de anunciar.”
João 16:14.
0 Espírito Santo é dado para conduzir-nos a Jesus. Sua obra é glorificar
a Cristo. Quando ficamos preocupados com o Espírito Santo e estamos mais
interessados nas manifestações do Espírito do que em Jesus, temos ido além
daquilo que agradaria ao próprio Espírito. Visto que Ele dá testemunho de
Jesus. Sempre que ouvis alguém falar principalmente sobre o Espírito Santo
e Suas obras sobrenaturais, e bem pouco sobre Jesus, podeis imediatamente
supor, com base na Palavra de Deus, que é um espírito falso que está agindo
por intermédio dele. E se for um Espírito falso, como um mau Espírito no
espiritismo, podeis ter certeza de que ele não gosta do que Jesus seja
enaltecido. É a falsa manifestação do Espírito que chama mais a atenção para
Ele do que para Jesus Cristo. O Espírito Santo "não falará de Si mesmo" (S.
João 16:13, Almeida. antiga.
O Espírito Santo também nos guia à verdade. "Quando vier, porém, o
Espírito da verdade, Ele vos guiará a toda a verdade." S. João 16:13. Não
precisamos depender da nossa fraca compreensão humana em circunstância
alguma. O Espírito Santo está disposto a trazer-nos orientação divina, a
dirigir nossos pensamentos, a moldar nossas orações, a revelar-nos mais de
Jesus e Sua vontade para nós, "Não cabe ao homem determinar o seu caminho,"
Jer. 10:23. Sem a direção do Espírito, não temos sabedoria para escolher
com acerto. Mas Ele nos leva a compreender a vontade de Deus para nós,
se confiarmos em Sua orientação.
O Espírito Santo quer ser nosso Guia, não somente para viver a vida
cristã, mas também para dar testemunho. Ele pode dar-nos a sensibilidade
de Jesus para falar no momento oportuno e saber o que dizer a cada pessoa
dentro de nossa esfera de influência. Não precisamos confiar em nosso
próprio poder, mas podemos crer que o Espírito Santo nos dará poder para
que saibamos "dizer boa palavra ao cansado”.
A coisa mais importante acerca da maneira como Jesus testemunhava
era que Ele dependia do poder do alto para saber como entrar em contato
com os outros. Não confiava em Sua sabedoria inerente como Deus, mas nos
deu o exemplo de ser conduzido e guiado pelo Espírito para alcançar
corações.
Novembro 26, domingo O que Jesus Disse
Deus Justifica Publicanos
“Propôs também esta parábola a alguns que confiavam em si mesmos, por se
considerarem justos, e desprezavam os outros.” Lucas 18:9
Dois homens subiram ao templo com o propósito de orar: um fariseu
e outro publicano. O fariseu, posto em pé, orava de si para si mesmo, desta
forma: “Ó Deus, graças Te dou porque não sou como os demais homens,
roubadores, injustos e adúlteros, nem ainda como este publicano; jejuo duas
vezes por semana e dou o dízimo de tudo quanto ganho. O publicano, estando
em pé, longe, não ousava nem ainda levantar os olhos ao Céu, mas batia no
peito, dizendo: Ó Deus, sê propicio a mim, pecador! Digo-vos que este desceu
justificado para sua casa. E não aquele; porque todo o que se exalta, será
humilhado; mas o que se humilha, será exaltado.” S. Luc, 18:10-14.
Notemos em primeiro lugar que esta parábola foi proferida para “alguns
que confiavam em si mesmos". Destinava-se inicialmente aos fariseus.
Notemos também que ambos os homens foram adorar no templo, mas só
um deles adorou a Deus, pois não podemos adorar a Deus e a nós mesmos,
ao mesmo tempo. Ambos se dirigiram para lá com o propósito de orar, mas
só um orou a Deus. O fariseu orou a si mesmo.
O fariseu nos traz à lembrança, por contraste, o que Jesus disse em S.
Mateus 9:13:” Não vim chamar justos, e, sim, pecadores.” E em S. Mateus
5:20. Ele declarou que se a nossa justiça não exceder em muito a dos
escribas e fariseus, não há esperança para nós. O problema com o fariseu
era que ele tinha a ideia de que podia salvar-se a si mesmo. Quem pensa
isso está se tornando o seu próprio deus. As mais severas advertências em
todas as Escrituras são contra isso. Procurar assumir o lugar de Deus é
blasfêmia (S. João 10:33). E blasfêmia não é uma coisa boa.
É possível ser um fariseu hoje em dia. É possível ser hoje culpado do
pecado da blasfêmia. Não há nada em nossa devolução do dízimo, em nossos
jejuns ou em qualquer de nossas boas obras que nos recomende a Deus.
Cada um de nós precisa reconhecer de novo, diariamente, que somos
pecadores e que temos necessidade da misericórdia de Deus. Quando nos
curvamos humildemente como publicano, também recebemos a justificadora
graça de Deus e temos paz com Ele.
Novembro 27, segunda-feira O que Jesus Disse
A Salvação é uma Dádiva
“Antes, ao dares um banquete, convida os pobres, os aleijados, os coxos e os
cegos; e serás bem-aventurado, pelo fato de não terem eles com que
recompensar-te; a tua recompensa, porém, tu a receberás na ressurreição dos
justos.” Lucas 14:13,14
A história do fariseu e do publicano nos traz à lembrança que a salvação
é uma dádiva. Ela não é alguma coisa que podemos obter por nossos jejuns,
por nosso dízimo ou por boas abras que venhamos a praticar pensando que
nos tornarão justos. A salvação é uma dádiva.
Jesus chegou um dia ao templo com os Seus discípulos, e viu os
cambistas e os que compravam e vendiam e expulsou-os de lá, dizendo: “Não
façais da casa de Meu Pai casa de negócio." Há algo mais profundo aqui do que
as pombas, os pombos e os cordeiros. A casa de Deus não é um mercado. A
salvação não deve ser comprada nem vendida. Ela é uma dádiva concedida
gratuitamente a todos os que a aceitarem. Jesus indicou em nosso texto para
hoje que aqueles que não podem pagar são convidados ao banquete do
evangelho. Ele chama a Sua mesa os pobres, os aleijados, os coxos e os
cegos – os quais não podem recompensá-Lo por Sua bondade. E Jesus nos
convida a relacionar-nos com outras pessoas do mesmo modo como ele lida
conosco.
O publicano orou: "Ó Deus, sê propício a mim, pecador!" Precisamos ser
maus para fazer esta espécie de confissão? Ou criminosos? Ou ser tirados da
sarjeta? Paulo não era nada disso; e, sim, um fariseu de fariseus. Quanto às
ações exteriores, sua vida era impoluta. Mas um dia ele viu tanto do amor e
da justiça de Jesus que foi levada a dizer: Eu sou o principal dos pecadores.
Isto não é, porém, simplesmente uma questão de proferir as palavras
certas. Unicamente pelo poder do Espírito Santo é produzida a convicção que
reforça as palavras que proferimos. O Espírito Santo produz convicção ao
olharmos para Jesus e aprendermos dEle e de Seu amor por nós. Se desejo
ter a certeza de estar seguindo o exemplo do publicano e experimentando
verdadeiro arrependimento, que me compele fazer? Estudando a vida de
Jesus e o que Ele efetuou por mim, ficarei com o coração enternecido.
Compreenderei que sou um daqueles que não podem recompensá-lo,
embora tenha sido convidado a Sua mesa. Quando isto acontece, aceitamos
o sacrifício provido para nós e também seremos justificados.
Novembro 28, terça-feira O que Jesus Disse
Aceitação Plena e Irrestrita
“Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele
que me enviou tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da morte para
a vida.” João 5:24
A palavra-chave no assunto da justificação pela fé, é aceitação. Quando
estudamos o que Jesus tinha a dizer sobre a justificação e quando vemos
como Ele tratava as pessoas, não podemos deixar de chegar a essa
conclusão. Sempre somos aceitos assim como estamos. Não nos
transformamos para ir a Ele. Jesus gosta de aceitar-nos assim como
estamos. Isto é verdade não só no começo da vida cristã, mas também em
todos os dias.
Lemos em S. Lucas 15:2: "Este recebe pecadores." Em S. João 6:37.
disse Jesus: "O que vem a Mim, de modo nenhum o lançarei fora." S. João 3:17:
“Deus enviou o Seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para
que o mundo fosse salvo por Ele" Disse Jesus à mulher que foi arrastada até
onde Ele estava: “Nem Eu tampouco te condeno." Disse Ele também: "Eu não
vim para julgar o mundo, e, sim, para salvá-lo." S. João 12:47. E em nosso
texto para hoje é declarado que os que confiam nEle não entram em juízo.
Meu amigo, não constituí uma boa-nova saber que não precisamos
enfrentar o juízo? Esta aceitação é plena e irrestrita, e baseia-se no que Jesus
já efetuou por nós. É válida para todos os dias. Faz com que o pobre
publicano, que nem sequer ousa ficar na fileira de trás ou levantar os olhos
ao Céu, volte com a cabeça erguida para sua casa, no outro lado da cidade.
Ele compreende que tem grande valor para Deus; e é aceito, perdoado e
justificado.
Jesus disse que o perdão é infindo para qualquer pessoa que se chega
a Ele e continuar a fazê-lo. Será que isso conduz à licenciosidade? Não,
porque quanto mais nos é perdoado, mais amamos. E quanto mais amarmos,
mais obedeceremos. O perdão de Deus, devidamente compreendido, não,
não leva a abusar da graça de Deus, e, sim, a amá-Lo. E o amor levam à
obediência. E tão simples assim.
Mais uma vez gostaria de chamar-vos a atenção para os braços
afetuosos que ainda se acham abertos para receber-nos. Disse Jesus: “Pai,
perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem." Esse perdão, essa aceitação se
acham à vossa disposição hoje, se vos chegardes a Jesus.
Novembro 29, quarta-feira O que Jesus Disse
Como se Nunca Houvéssemos Pecado
“Estas coisas vos tenho dito para que tenhais paz em mim. No mundo, passais
por aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo.” João 16:33
O perdão de índole divina é muito mais do que o simples perdão que
conhecemos. Quando vós me perdoais, retendes ainda na memória o fato de
que o meu cavalo amassou as flores de vosso jardim! Mas quando Deus me
perdoa, fico diante dEle como se nunca houvesse pecado! “Morreu por nós, e
agora Se oferece para nos tirar os pecados e dar-nos Sua justiça. Se vos
entregardes a Ele e O aceitardes como vosso Salvador, sereis então, por
pecaminosa que tenha sido vossa vida, considerados justos por Sua causa. O
caráter de Cristo substituirá o vosso caráter, e sereis aceitos diante de Deus
exatamente como se não houvésseis pecado." — Caminho a Cristo, pág. 62.
Jesus disse a Seus discípulos no cenáculo, antes de Pedro negá-Lo e
antes que todos O abandonassem e fugissem: “Vós estais limpos." Isto
significava que eles nunca mais iriam cair? Não. Mas naquele momento se
encontravam diante de Deus como se nunca houvessem pecado. Estavam
limpos em virtude do que Jesus fizera e estava fazendo por eles. Podemos
ter esta paz com Deus hoje. Disse Jesus: "Estas coisas vos tenho dito para que
tenhais paz em Mim." S. João 16:33, "Tomai sobre vós o Meu jugo, e aprendei
de Mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para as
vossas almas.” S. Mat. 11:29. “Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente
sereis livres." S. João 8:36. Paz com Deus? Sim, não resta a menor dúvida a
esse respeito! Essa paz é oferecida gratuitamente.
Para muitos de nós esta verdade quase parece ser boa demais para
que a aceitemos. Mas continua sendo a verdade, quer a aceitemos quer não.
Talvez alguém diga: "Isto não é para mim. Eu fui longe demais!" Notai, porém,
estas palavras alentadoras: “Abandonai a suspeita de que as promessas de Deus
não se referem a vós. Elas são para todo transgressor arrependido. Força e graça
foram providas por meio de Cristo, sendo levadas pelos anjos ministradores a
toda alma crente. Ninguém é tão pecaminoso que não possa encontrar força,
pureza e justiça em Jesus, que por ele morreu. Cristo está desejoso de tirar-lhes
as vestes manchadas e poluídas pelo pecado, e vestir-lhes os trajes brancos da
justiça; Ele lhes ordena viver, e não morrer." — Caminho a Cristo, pag. 53. Esta
paz, aceitação e perdão por meio de Jesus pertence-vos hoje, se a
aceitardes.
Novembro 30, quinta-feira O que Jesus Disse
“Nós Pregamos a Cristo Crucificado”
“E, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se
obediente até à morte e morte de cruz.” Filipenses 2:7,8
Já tivestes a impressão de estar ficando endurecidos para a cruz? Já
tivestes a impressão de ter ouvido tanta coisa e visto tantas gravuras a seu
respeito, que deixastes de impressionar-vos com ela? Lemos em Coríntios
1:18 em diante: “Certamente a palavra da cruz é loucura para os que se perdem,
mas para nós, que somos salvos, poder de Deus. Pois está escrito: Destruirei a
sabedoria dos sábios, e aniquilarei a inteligência dos entendidos. Onde está o
sábio? Onde está o escriba? Onde está o inquiridor deste século? Porventura não
tornou Deus louca a sabedoria do mundo? Visto como, na sabedoria de Deus, o
mundo não O conheceu por sua própria sabedoria, aprouve a Deus salvar aos
quais creem, pela loucura da pregação. Porque tantos judeus pedem sinais, como
os gregos buscam sabedoria; mas nós pregamos a Cristo crucificado, escândalo
para os Judeus, loucura para os gentios, mas para os que foram chamados, tanto
Judeus como gregos, pregamos a Cristo, poder de Deus e sabedoria de Deus.”
Uma das aparentes desvantagens da Igreja primitiva era terem de
apresentar um Deus que havia sido crucificado. Isto era algo inaudito da
história dos deuses E quando os cristãos passaram a pregar a Cristo
crucificado, isto parecia destruir toda a sua mensagem.
Nos dias da igreja primitiva, as pessoas sabiam qual era o significado
da crucifixão. Alguns, hoje em dia, têm reagido contra o ato de alongar-se
sobre a cruz, achando que não devemos dar tanto realce ao sangue
derramado. Temos de reconhecer, porém, que houve sangue, dor o
sofrimento. Seria uma tragédia se olvidássemos a realidade da cruz. Talvez
tenhamos de ser Lembrados dos vividos fatos da crucifixão e do que estava
envolvido na morte que Jesus sofreu por nós. Pois em nossa cultura hodierna
isto deixou de ser um aspecto familiar.
Jesus, com Sua natureza divina, suportou toda dor e todo insulto de
modo não mais imenso quanto Sua natureza é mais elevada do que a nossa.
Quando compreendemos um pouco mais da amplitude de Seu sacrifício por
nós, entendemos melhor como Ele nos ama de tal maneira que esteve
disposto a dar a vida por nossa salvação.
Dezembro 1, sexta-feira O que Jesus Disse
"Até à Morte, e Morte de Cruz"
“A si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz.”
Filipenses 2:8
Nos dias de Cristo, os romanos usavam a crucifixão como dissuasor do
crime. Os criminosos eram crucificados num lugar público em que o maior
número de pessoas pudesse vê-los. Não se colocava nenhuma das tangas
desenhadas airosamente nos quadros feitos pelos artistas. Eles eram
crucificados completamente despidos.
Em vez da posição que estamos acostumados a ver, as vítimas eram
colocadas de lado sobre a cruz, e fincava-se um enorme cravo através de
ambos os calcanhares, bem em frente do tendão de Aquiles. Ele era fincado
na cruz com tanta forca que nalguns casos os arqueólogos descobriram
dentro do esquife, junto com o corpo, grandes pedaços de madeira que se
desprenderam quando as pessoas crucificadas foram arrancadas da cruz.
Depois de ter sido cravado firmemente de lado, através dos
calcanhares, o corpo deles era torcido, e os braços eram pregados através
dos punhos. Se procurardes permanecer em pé, junto à parede, nessa
posição torcida, verificareis que dentro de pouco tempo os músculos
começam a ficar em péssimo estado. E como se isso não bastasse, algum
sádico ainda fincava um cravo através das partes pudendas do indivíduo.
Deixavam então a cruz cair dentro do buraco preparado, e grande
número de pessoas que iam passando se detinha para contemplar a cena.
Podeis imaginar Jesus — Aquele que criara as pessoas que O crucificaram —
suspenso na cruz dessa maneira?
Houve, porém, outra coisa mais penosa ainda, fica-nos declarado que
a angústia suportada por Jesus devido ao peso dos pecados do mundo foi
tão grande que Ele quase não sentiu a dor física. O senso da separação da
presença de Seu Pai era insuportável, e dilacerou-Lhe o coração.
Quando olhamos para a cruz de Cristo e temos um vislumbro do preço
pago pela nossa redenção, começamos a compreender alguma coisa da
justiça de Cristo, e exclamamos: "Que é o pecado, que devesse exigir tão
grande sacrifício pela redenção de sua vítima?” O conhecimento do plano da
salvação levar-nos-á ao pé da cruz, arrependidos de nossos pecados, que
causaram os sofrimentos do amado Filho de Deus (Caminho a Cristo, pág.
27).
Dezembro 2, sábado O que Jesus Disse
Cristo Morreu por Nossos Pecados
“Antes de tudo, vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu pelos
nossos pecados, segundo as Escrituras.” 1 Coríntios 15:3
Constitui uma boa-nova hoje em dia que Cristo morreu pelos nossos
pecados, segundo as Escrituras. Quando lidamos com o assunto da expiação,
estamos lidando com um tópico maior de que nós. Procuraremos
compreender melhor este assunto no decorrer de toda a eternidade. O que
podemos compreender agora é algo superficial.
A cruz foi real, má e penosa sob todas as perspectivas humanas. No
entanto, o suplício da cruz quase não foi sentido por Jesus em virtude de
maiores questões envolvidas. Que foi que partiu o coração de Jesus, e por
que Ele morreu? “Certamente Ele tomou sobre Si as nossas enfermidades, e as
nossas dores levou sobre Si: e nós O reputávamos por aflito, ferido de Deus, e
oprimido. Mas Ele foi traspassado pelas nossas transgressões, e moído pelas
nossas iniquidades; a castigo que nos traz a paz estava sobro Ele, e pelas Suas
pisaduras fomos sarados.” Isa. 53:4 e 5.
O conceito de que Cristo morreu pelos nossos pecados e de que Ele é
o nosso Substituto encontra-se em todas as partes das Escrituras, a despeito
do fato de que alguns querem subestimar essa verdade. Cristo morreu pelas
nossas transgressões e foi ferido pelos nossos pecados. Como Substituto e
Penhor do homem pecaminoso, Cristo sofreu sob a justiça divina. Fui devido
ao fardo que pesava sobre Ele como nosso Substituto que Jesus quase não
sentiu Sua dor física (O Desejado de Todas as Nações, pág. 723).
Na tentativa de apresentar um Deus amoroso que não está irado e não
precisa ser aplacado com sangue, alguns dizem que a cruz não era
necessária, mas incidental, e que Jesus meramente veio mostrar o quanto
Deus nos ama, pois é bom e compassivo e não Se preocupa tanto assim com
a justiça.
Devemos lembrar-nos de que Deus é um Deus de justiça, e visto que
Jesus é Deus. Ele também é um Deus de justiça. Todo governo só permanece
de pé enquanto tem as suas leis. Nenhum governo é mais forte do que as
suas leis, e nenhuma lei é mais forte do que a aplicação de suas penas. Deus
é o originador da justiça. Jesus veio morrer por nós porque a lei não podia
ser abolida e porque sua penalidade precisava ser aplicada. Ele mostrou o
outro lado do caráter de Deus — Sua misericórdia a amor, que pagariam a
pena por nós, para que pudéssemos viver.
Dezembro 3, domingo O que Jesus Disse
Jesus, Nossa Substituto
“E daí? Havemos de pecar porque não estamos debaixo da lei, e sim da graça?
De modo nenhum!” Romanos 6:15
Quando eu era pastor no Estado de Oregon, certo dia fui detido por um
compromisso, e estava um pouco atrasado ao dirigir-me para o locai onde
teria de realizar uma cerimónia fúnebre. Segui por uma estrada secundária,
lançando cascalho e pó para todos os lados, na tentativa de chegar em
tempo, quando uma segunda nuvem de pó se ergueu atrás de mim. Fiquei
sabendo que era produzida pelo veículo de um oficial cumpridor da lei, o qual
estava procurando pegar-me. Quando finalmente me deteve, ele estava
irado, e disse: "Afinal de contas, quem é o senhor? Pensei que estava seguindo
um carro roubado!"
Contei-lhe quem eu era e onde estava indo. Ele acalmou-se
repentinamente, e afirmou: “Não sei que fazer com o senhor. Se eu lhe fizer
uma intimação, ela sairá amanhã no jornal, e as membros de sua igreja tomarão
conhecimento de tudo que se passou. Acho, portanto, que uma intimação não vai
resolver o caso."
E eu respondi: "Também acho!" Depois de hesitar por uns momentos,
ele disse: "Vou dispensá-lo Pode ir. A responsabilidade é sua!"
Enquanto descia pela estrada, pensei que esta era a maior motivação
para obedecer à lei que eu já tivera. Mas a razão de ser impelido a obedecer
à lei dizia respeito às outras ocasiões em que não recebi tal espécie de
tratamento. Eu sabia o que era a justiça, e por isso a misericórdia significava
alguma coisa para mim.
Esta ilustração é muito fraca. Se fôssemos torná-la mais semelhante à
expiação, o oficial não teria simplesmente permitido que eu saísse livre. Deus
mesmo não o faz. Ele nunca foi capaz de perdoar o pecado. Deus perdoa
pecadores. Sabemos que Jesus morreu porque Deus não pode perdoar
pecado. Assim, para que a analogia fosse correta, o oficial deveria ter tirado
a carteira do bolso, entregando-me o dinheiro para pagar a multa. Ou teria
ido ao tribunal em meu lugar. Foi isso que Jesus fez por nos. Ele pagou a
penalidade em nosso lugar.
E porque Deus é um Deus de amor que Ele é um Deus de justiça. Mas,
em virtude de Seu amor. Ele é também um Deus de misericórdia. Satanás
não compreendia isso. Quando levou o homem a pecar, ele exultou,
pensando que isso provaria que a lei de Deus não pode ser guardada, e que
se fosse encontrada uma saída para o homem, ele mesmo conseguiria
retornar ao Céu. Jesus veio, porém, como nosso Substituto, a fim de prover
um meio de escape para nós. Assim poderiam ser reveladas tanto a justiça
como a misericórdia de Deus.
Dezembro 4, segunda-feira O que Jesus Disse
Deus Também Sofreu
“Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo.” 2 Coríntios 5:19
Tanto Jesus como o Pai Se envolveram na expiação. Deus sofreu
quando Jesus sofreu. Deus esteve junto à cruz, embora Jesus não
conseguisse sentir Lhe a presença. É por isso que Paulo diz que Deus estava
em Cristo reconciliando consigo o mundo Deus não podia mudar Sua lei, mas
sacrificou a Si mesmo em Cristo.
Já ficastes com vontade de saber por que Deus mesmo não veio, se
tanto amou ao mundo? Por que enviou Seu Filho? O pai sofre mais quando
vê o filho sofrendo. Já estivestes ao lado da cama de um ente querido que
estava sofrendo muito, e manifestastes o desejo, perante Deus, de trocar o
lugar com essa pessoa? É muito mais difícil ficar observando. Em certo
sentido, Deus também morreu. Eliminemos a ideia pagã de que Deus estava
irado e Jesus O aplacou. Ambos sofreram juntos.
Jesus tomou nosso lugar Sua morte não foi acidental. Não constituiu
apenas mais um martírio. Jesus sofreu o horror da segunda morte em vosso
lugar e em meu lugar. Foi isto que Lhe partiu o coração e fez com que quase
não sentisse a dor física. Sou grato porque Ele foi traspassado pelas nossas
transgressões, e moído pelas nossas iniquidades; e vós? Sou grato porque
Ele é um Deus de justiça, pois isto significa que pudemos ter segurança para
sempre. Sou grato porque Ele é um Deus de amor e porque Sua justiça não
destruiu Sua misericórdia. E sou grato porque a cruz sobre a que Jesus
morreu nos dá a esperança da vida eterna.
O sacrifício de Jesus é suficiente e completo Há perdão para toda
pessoa que atender a Seu convite e chegar-se a Ele em busca de descanso.
Não é suficiente vir uma vez, mas precisamos chegar-nos novamente a Ele
hoje e todos os dias, caindo a Seus pés com arrependimento e humildade e
aceitando de novo Sua morte em nosso lugar. Se fizermos isto e
continuarmos a fazê-lo, é-nos assegurada a vida eterna, pois Ele pagou a
penalidade do pecado por nós. Morreu pera que não tivéssemos de morrer.
Porque Ele vive, nós também podemos viver para sempre, se tão-somente
aceitarmos os Seus méritos em nosso favor. Nenhuma obra humana pode
aumentar a plenitude da salvação provida. Ao vermos Sua amorosa
aceitação, nosso coração será sensível ao Seu amor, e Ele operará om nós
para realizar tudo quanto tem em vista a nosso respeito, restaurando-nos
completamente da penalidade, do poder e da presença do pecado.
Dezembro 5, terça-feira O que Jesus Disse
Justificação Pela Fé
“Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor
Jesus Cristo.” Romanos 5:1
Em virtude de Sua morte na cruz, Cristo pode oferecer vida e perdão
a cada um de nós. Gostaria de lembrar-vos, porém, que a justificação só é
válida quando a aceitamos. Embora o sacrifício de Jesus fosse completo e
suficiente, de modo que os pecados do mundo todo pudessem ser apagados,
nem todos serão salvos. A expiação de Cristo só tem valor para a pessoa que
a aceitar pessoalmente. E precisa ser aceita diariamente por meio de
constante comunhão com Cristo. Isto é mais do que anuir uma vez com a
cabeça em direção ao Céu. Precisamos chegar-nos a Jesus cada dia a aceitar
de novo Sua morte em nosso favor.
Quando damos um presente para alguém, esse indivíduo terá de
recebê-lo para que possa aproveitá-lo. Um presente só tem valor quando é
recebido. Por mais bela que seja a doutrina e a verdade da justificação, por
mais admirável que seja o que Deus fez por nós, e por mais que o sacrifício
sobre a cruz se destaque em toda a História, só é benéfico para aquele que
o aceita.
Nossa comunhão com Ele envolve, porém, muito mais do que apenas
nossa própria salvação. Deus criou o homem para comunhão com Ele em
primeiro lugar. Devido ao pecado de Adão, a raça humana separou-se de
Deus. A morte de Cristo nos reconduz a unidade com Ele que existia no
princípio. À relação interrompida é restaurada na justificação.
A justificação é o ato que põe o homem em harmonia com Deus
mediante o que foi efetuado por Jesus. É uma provisão celestial para a
redenção do toda a raça humana. Tem como base a imaculada justiça de
Jesus. Mas a justificação só será proveitosa para o pecador se for aceita por
ele. A Bíblia não ensina que a justificação é unicamente pela graça. Ela é
sempre pela graça, mediante a fé. A fé é essencial por parte do pecador. A
fé ou confiança envolve imediatamente duas partes: uma que confia na
outra. Quando confiamos em Jesus para a salvação, começa a haver uma
relação que salva. Isto é mais do que uma declaração legal no Céu. É o
começo de amizade e comunhão com Deus. É unicamente por meio dessa
relação com Deus que a vida cristã pode principiar ou prosseguir.” E a vida
eterna é esta: que Te conheçam a Ti." S. João 17:3.
Dezembro 6, quarta-feira O que Jesus Disse
Casar-se e Permanecer Casado
“Mais tarde, chegaram as virgens néscias, clamando: Senhor, senhor, abre-nos
a porta! Mas ele respondeu: Em verdade vos digo que não vos conheço.”
Mateus 25:11,12
Há grande diferença entre ‘'crer somente” e a genuína comunhão com
Deus pela fé. Durante anos o mundo cristão nominal tem-se apegado ao "crê
somente” como distintivo de sua fé. Mas a aquiescência intelectual nunca foi
suficiente para a salvação. A pessoa que mantêm vital comunhão com Deus,
da qual promana a fé genuína, é a única que realmente pode aceitar o
sacrifício de Cristo numa base continua. “A vida eterna é esta: que Te
conheçam a Ti." S. João 17:3.
Pelo que diz respeito à nossa aceitação da vida eterna, a relação de
conhecer a Deus, de amá-lo e de confiar nEle constitui a base completa da
vida cristã. A vida eterna baseia-se em Jesus e no que Ele fez, mas temos
uma parte a desempenhar. Precisamos aceitá-la e recebê-la, do contrário
jamais a desfrutaremos pessoalmente.
Quando aceitamos Sua graça pela primeira vez, na justificação,
começa a comunhão com Cristo. E ela prossegue ao continuarmos aceitando
Sua graça numa base diária. Isto é como o casamento. Que é mais
importante: casar-se ou permanecer casado? No fim temos de admitir que
esta pergunta não tem cabimento! Não podemos permanecer casados se
nunca nos casamos: e casar-se só tem valor quando as pessoas permanecem
casadas. Ambas essas coisas são importantes e necessárias. Chegar-se a
Jesus é importante. Permanecer com Jesus também é importante. Ambas
essas coisas são igualmente vitais.
Jesus falou a respeito de uma festa de casamento em S. Mateus 25.
Quando chegou o momento decisivo, e as cinco virgens néscias quiseram
entrar na festa, o Senhor respondeu-lhes: "Não vos conheço." Lemos também
em S. Mateus 7:23: "Então lhes direi explicitamente: Nunca vos conheci.
Apartai-vos de Mim, os que praticais a iniquidade." Aqueles a quem foram
dirigidas estas palavras tinham realizado muitas obras. Haviam dito; "Senhor,
Senhor!" Sabiam proferir o nome de Jesus. Haviam expulsado demônios e se
envolveram em muitas obras maravilhosas. Mas não O conheciam. Os que
irão perder-se um dia serão os que não O conhecem. Vós O conheceis no
tempo presente? Aceitastes hoje novamente o Seu sacrifício? Passastes
algum tempo em comunhão com Ele
Dezembro 7, quinta-feira O que Jesus Disse
Jesus Continua Andando Conosco
“E seguiram para outra aldeia.” Lucas 9:56
A relação com Deus não se baseia em nossa conduta, e, sim, em nossa
comunhão com Ele. Todo aquele que pensa que sua relação se baseia em
sua conduta, cedo ou tarde acabará desistindo. E todo aquele que abandona
sua relação devido a sua conduta é legalista.
Há uma diferença entre ficar desanimado por causa da conduta e ficar
decepcionado por causa dela. Muitas vezes fico decepcionado com a minha
conduta, mas não estou desanimado com a relação! Por quê? Porque Jesus
tinha ume excelente maneira de avançar com os discípulos que caíam e
pecavam reiteradas vezes. Lede-a em S. Lucas 9:55 e 56. Eles queriam
mandar descer fogo do céu para consumir os desditosos samaritanos. Jesus
os repreendeu, e talvez também repreenda a vós e a mim. Mas continuou a
andar com eles. Prosseguiram juntos para outra aldeia.
Se não fosse esta compreensão de que Deus anda continuamente
conosco, muitos de nós já teríamos desistido há muito tempo. "O elemento
essencial para que possamos receber e comunicar o amor perdoador de Deus, é
conhecer o amor que Ele nos tem. Satanás opera por meio de todo engano de
que pode dispor a fim de não distinguirmos esse amor. Levar-nos-á a pensar que
nossas faltas e transgressões têm sido tão ofensivas que o Senhor não tomará
em consideração as nossas orações, e não nos abençoará nem salvará. Não
podemos ver em nós mesmos senão fraqueza, coisa alguma que não recomendo
a Deus, e Salmos nos diz que é inútil; não podemos remediar nossos defeitos de
caráter. Quando tentamos ir ter com Deus, o inimigo segreda: ‘Não adianta
orares; não praticaste aquela má ação? Não pecaste contra Deus. E não violaste
tua consciência?' Temos, porém, o direito de dizer ao inimigo que 'o sangue de
Jesus Cristo, Seu Filho, nos purifica de tudo pecado.' Quando sentimos que
pecamos, e não nos é possível orar, é o momento de orar. Talvez nos sintamos
envergonhados a profundamente humilhados, devemos, porém, orar e crer.” —
O Maior Discurso de Cristo, pág. 115.
Cobrai ânimo hoje, pois Jesus continua andando convosco ao
continuardes a manter comunhão com Ele, dia a dia. Quando permanecemos
em companheirismo e comunhão com Ele, Jesus é habilitado a realizar Sua
obra de graça em nossa vida. Mais cedo ou mais tarde, Seu poder será maior
do que as nossas deficiências, e Ele completará a obra que iniciou.
Dezembro 8, sexta-feira O que Jesus Disse
O Deus que é Homem
“E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos
a sua glória, glória como do unigênito do Pai.” João 1:14
Quando falamos sobre Jesus e sobre o que Ele é, torna-se muito
fascinante descobrir o que Ele mesmo disse a esse respeito, segundo se acha
relatado nos quatro Evangelhos e nos comentários do Espírito de Profecia
sobre esses Evangelhos. Entre os que gostam de discorrer sobre Teologia, o
assunto da Natureza de Cristo é um dos mais difíceis. Às vezes temos
passado horas e horas debatendo, e, como resultado, igrejas inteiras têm-
se dividido. É interessante descobrir, portanto, o que Jesus mesmo tinha a
dizer sobre isso.
Quase todos os cristãos evangélicos fundamentalistas e que aceitam a
Bíblia creem que Jesus é Deus. Provavelmente não precisamos gastar muito
tempo para provar este ponto. Mencionemos, porém, alguns dos principais
textos a esse respeito. “O Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus." S. João
11. Deus mesmo disse no batismo de Jesus: "Tu és o Meu Filho amado.” S.
Luc. 3:22. Até o diabo sabia quem era Jesus, porque se aproximou dEle no
deserto da tentação, procurando tentá-lo a transformar pedras em pães. Se
ele não soubesse que Jesus era Deus, não teria esbanjado seu tempo nessa
tentação. Nenhum de nós já foi tentado dessa maneira! E, mais de uma vez.
Satanás ou alguns de seus demônios disseram: “Sabemos quem és: o Santo
de Deus!” É-nos declarado que Jesus sabia que tinha vindo de Deus e que era
Deus (S. João 13:3).
Assim, Jesus era Deus. Ele continuou a ser Deus quando Se tornou
homem. E continua sendo Deus, à destra do Pai, atualmente. Mas Jesus
também era homem. Ele era humano. "O Verbo Se Tez carne, e habitou entre
nós." S. João 1:14. Como homem, Ele manifestou certas peculiaridades que
caracterizam os seres humanos. Ficou cansado (S. João 4:6). Dormiu na
popa do barco (S. Mar. 4 38). Teve fome (S. Mar. 11:12). Ficou com sede
na cruz (S. João 19:28). Como homem, experimentou as necessidades que
nós experimentamos.
Sendo homem, compadece-se de nossas fraquezas e compreende
nossas debilidades. Sendo Deus, pode salvar totalmente os que por Ele se
chegam a Deus.
Dezembro 9, sábado O que Jesus Disse
Nenhuma Vantagem Sobre Nós
“Por isso mesmo, convinha que, em todas as coisas, se tornasse semelhante aos
irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote nas coisas referentes a Deus
e para fazer propiciação pelos pecados do povo.” Hebreus 2:17
Jesus nasceu como Deus e também nasceu como homem. Às vezes
debatemos quão humano Ele era. Era exatamente como nós, ou não? Nas
páginas 102 e 103 de O Desejado de Todas as Nações descobrimos três
maneiras como Jesus era semelhante a nós. Tornou-Se homem depois de
4.000 anos de degeneração da natureza humana. A raça estivera a decrescer
em forças físicas. Jesus era mais baixo do que Adão. Ficava cansado, ao
passo que Adão talvez não sentisse cansaço. A raça humana também
degenerara em vigor mental, aparentemente, Jesus não era tão inteligente
como Adão. À parte de Deus, Adão teria sido mais inteligente do que Jesus.
Quase parece ser sacrílego dizer isto, mas é a verdade. Jesus aceitou a
fraqueza da humanidade sobre o aspecto do vigor mental.
A terceira maneira em que Jesus era mais traço do que Adão tem que
ver com o vigor moral. Ele não tinha a força de vontade e a fibra para
controlar Suas ações, separado de Deus, como tenha sido o caso de Adão.
Não possuía inerentemente tanta firmeza, determinação de vontade como
Adão. Jesus aceitou todas essas fraquezas transmitidas pela grande lei da
hereditariedade (O Desejado, pag. 41). Segundo podemos ver, isto não
causou nenhuma diferença na vida de Jesus, porque Ele não dependia da
força de vontade, nem de Sua débil natureza humana. Em vez disso,
dependia do poder de Deus. E é nisso que consiste a diferença.
A lei da hereditariedade não denota que o pecado é transmitido pelos
genes e cromossomos. Em outras palavras, simplesmente porque um
homem é um ébrio, não quer dizer que seu filho terá a propensão de beber.
Mas o ébrio pode transmitir debilidades físicas. Mentais morais, e, devido a
isso, seu filho poderá ser mais suscetível ao problema do pecado, não
importa a forma em que se manifeste. Percebeis a diferença?
Satanás nunca poderá acusar a Deus de ter concedida alguma
vantagem a Jesus na luta contra o pecado, pois Ele não somente aceitou a
natureza humana no estado em que Adão foi criado, mas aceitou também as
fraquezas e a decadência que resultaram do pecado. Confiando no poder de
Deus, Ele levou a vida que nós devemos levar. Não teve nenhuma vantagem
sobre nós.
Dezembro 10, domingo O que Jesus Disse
Jesus, o Segundo Adão
“E aquele que me enviou está comigo, não me deixou só, porque eu faço sempre
o que lhe agrada.” João 8:29
Embora Jesus assumisse a natureza humana quando nasceu neste
mundo, nunca foi um pecador e nunca pecou. Às vezes debatemos se Jesus
era semelhante a Adão antes da queda, ou depois da queda. Esta questão
nos levará até à meia-noite! Mas, em certo sentido, é uma questão
imprópria, porque em alguns aspectos Jesus era semelhante a Adão antes
da queda, e noutros aspectos era semelhante a Adão após a queda. E é por
isso que a questão se torna tão complicada! Jesus era semelhante a Adão
após a queda sob o aspecto do vigor físico, mental e moral (O Desejado de
Todas as Nações, ed. popular, pág. 102). Mas Ele era semelhante a Adão
antes da queda pelo fato de ser sem pecado.
Jesus tinha todas as suscetibilidades de Adão (idem, pág. 103). Isto
significa que Ele podia ser tentado. Significa que podia ceder à tentação.
Significa que podia ter caído, fracassado e pecado. Jesus tinha todas as
suscetibilidades. Mas não houve pecado nEle. “Nenhum traço de pecado
desfigurava nEle a imagem divina. Não ficou, no entanto, isento de tentação." —
Idem. pág. 60.
Isto significa que Ele possuía uma natureza espiritual que não continha
propensões para o pecado. A natureza espiritual de Jesus não tinha
tendências para o mal. O aspecto espiritual da natureza de Jesus não tinha
desejo de pecar. Podemos dizer a mesma coisa a nosso respeito? Podemos
dizê-lo de qualquer outra pessoa que já nasceu neste mundo? Não! Nossa
natureza espiritual é decaída.
Jesus teve, então, uma vantagem sobre nós? Sim, Ele teve uma
vantagem sobre nós! S. Luc. 1:35 nos diz que Ele nasceu como "Ente Santo".
Nós, não. Jesus nunca foi tentado a continuar no pecado. Esta é uma de
nossas maiores tentações. Há pessoas que durante anos têm lutado com o
impulso para pecar que se estabeleceu nelas. É uma tentação penosa. Jesus
nunca experimentou isso. Ele odiou o pecado desde a meninice. Não
podemos dizer isto a nosso respeito. Eram vantagens.
No entanto, é-nos declarados que Jesus não leve nenhuma vantagem
sobre nós! Como se explica isso? Jesus nunca Se prevaleceu da vantagem
de ter nascido Deus. Viveu como nós devemos viver, pela confiança em Seu
Pai e pela Comunhão com Ele.
Dezembro 11, segunda-feira O que Jesus Disse
Jesus Não Foi Desamparado
“As palavras que eu vos digo não as digo por mim mesmo; mas o Pai, que
permanece em mim, faz as suas obras.” João 14:10
"Satanás apresenta a divina lei de amor como uma lei de egoísmo. Declara
que nos é impossível obedecer-lhe aos preceitos, ... Jesus devia patentear esse
engano. Como um de nós, cumpria-lhe dar exemplo de obediência. Para isso
tomou sobre Si a nossa natureza, e passou por nossas provas, ... Sofreu toda
provação a que estamos sujeitos. E não exerceu em Seu próprio proveito poder
algum que não nos seja abundantemente facultado. Como homem, enfrentou a
tentação, e venceu-a no poder que Lhe foi dado por Deus... Sua vida testifica ser
possível obedecermos também a lei de Deus." — O Desejado de Todas as
Nações, ed. popular, pág. 20.
Como Jesus levou Sua vida de obediência a Deus? Pela confiança no
poder acima dEle, e não pela confiança no poder dentro dEle. Sua debilitada
força humana teria sido insuficiente. Viveu pela confiança noutro poder,
assim como vós e eu também podemos fazer. Jesus expressou-o deste
modo: "Eu nada posso fazer de Mim mesmo." S. João 5:30.
A vida de Jesus constituía o resultado da comunhão com Seu Pai pela
fé. Ele tornou-Se uma poderosa demonstração do fato de que isto é acessível
a cada um de nós. Nem mesmo Seus milagres eram realizados por Seu poder
divino. Eles eram operados pela fé e oração (O Desejado. pág. 511), e pelo
poder de Deus através do ministério dos anjos (idem, pág. 127). A bondade
demonstrada em Sua vida e Sua obediência perfeita provinham do alto, e
não do íntimo de Sua Pessoa, isto foi insinuado por Jesus nas palavras
relatadas em S. Mateus 19:17; "Só há um que é realmente bom — e esse é
Deus.” — O Novo Testamento Vivo.
Quando consideramos o fim de Sua vida e deparamos com Sua luta no
jardim, onde chegou a suar gotas de sangue, alguns de nós talvez tenhamos
a ideia de que então Ele enfrentou a peleja sozinho. Embora durante toda a
Sua vida Ele houvesse dependido de Seu Pai, no Getsêmani e na cruz teve
de enfrentar tudo sozinho. Mas S. Lucas 22:43 nos diz que Lhe apareceu um
anjo do Céu que O confortava. Na cruz, quando Jesus exclamou: "Deus Meu,
Deus Meu, por que Me desamparaste?", Deus e os anjos estavam ali (Idem
pág. 724). Jesus sentiu-se desamparado, mas Deus estava em Cristo,
reconciliando consiga o mundo.
Dezembro 12, terça-feira O que Jesus Disse
Jesus, Nosso Exemplo
“Porquanto para isto mesmo fostes chamados, pois que também Cristo sofreu em
vosso lugar, deixando-vos exemplo para seguirdes os seus passos.” 1 Pedro 2:21
Durante toda a Sua vida, incluindo Sua conduta perfeita e sem pecado,
Seus milagres, bem como o Getsêmani e a cruz, Jesus viveu por um poder
acima dEle. Era sempre mediante a oração e a comunhão com Deus pela fé
que Jesus experimentava esse poder.
"Nem por um pensamento cedia à tentação. O mesmo se pode dar
conosco." — O Desejado de Todas as Nações, ed. popular, pág. 109, "Veio
dar-nos o exemplo de uma vida impecável." — idem, pág. 41. "Por Sua própria
obediência à lei, Cristo provou que, por meio de Sua graça, ela podia ser
perfeitamente obedecida por todo filho e filha de Adão” — O Maior Discurso de
Cristo, pág. 49. A vida de Jesus em nós produzirá o mesmo que nEle (Idem,
pág. 7BJ. Devemos vencer como Cristo venceu (O Desejado de Todas as
Nações. pág. 372). "O Salvador estava profundamente ansioso para que Seus
discípulos compreendessem para que fim Sua divindade estava unida à
humanidade. ... Deus Se revelou Nele, para que Se pudesse manifestar neles.
Jesus não revelou qualidades, nem exerceu poderes que os homens não possam
possuir mediante a fé nEle. Sua perfeita humanidade e a que todos os Seus
seguidores podem possuir, se forem sujeitos a Deus como Ele o foi.” — Idem.
pág. 640.
Não permitamos que alguém nos diga que não podemos obedecer
perfeitamente a lei de Deus. Há muitas evidências de que isto não é verdade.
E tudo isso provém de Jesus e da vida que Ele levou, e dos ensinos que
ministrou a respeito de Sua própria vida e como Ele a viveu.
Jesus torna-se um exemplo para nós se considerarmos a questão do
pecado sob o aspecto da comunhão, e não simplesmente da conduta. A
verdadeira questão é a relação com Deus e a confiança nEle. Contra a escolha
de procurarmos dirigir a nós mesmos. Jesus foi nosso exemplo vivendo
inteiramente pela confiança em Deus.
Quando estudo este assunto, tenho a impressão de estar pisando em
terra santa. A compreensão de que Jesus veio viver como eu tenho de viver,
tende a humilhar-me. Isto me dá a impressão de ficar muito para trás? Sim.
Fico desalentado por causa disso? Não, porque Jesus deu muitas evidências
de que nos ama e continuará a ajudar-nos a compreender como Ele levou
Sua vida, para que também possamos vencer. Animemo-nos hoje por esse
motivo!
Dezembro 13, quarta-feira O que Jesus Disse
O Mistério da Encarnação
“Porque não temos sumo sacerdote que não possa compadecer-se das
nossas fraquezas; antes, foi ele tentado em todas as coisas, à nossa
semelhança, mas sem pecado.” Hebreus 4:15
Embora Jesus levasse sobre Si as nossas fraquezas, viveu sem pecar,
fazendo sempre o que agradava a Seu Pai. Ele não só não pecou, mas era
sem pecado. Amava a justiça e detestava a iniquidade. Foi mais tentado do
que qualquer outra pessoa que já viveu, mas venceu do mesmo modo que
nós podemos vencer. Muitas vezes é perguntado: “Jesus não tinha alguma
vantagem sobre nós?” É claro que sim. Ele nasceu Deus. Mas nunca Se
prevaleceu dessa vantagem, pois renunciou ao poder da Divindade em Seu
íntimo e viveu como homem pelo poder de Seu Pai acima dEle. Deu-nos um
exemplo de vitória do alto, e não do íntimo.
É evidente, portanto, que o começo do homem é diferente do de Jesus.
Isto faz com que alguns insistam que deve haver uma doutrina para explicar
como Jesus pôde nascer sem pecado, da linhagem humana. Há, porém,
certas coisas que não podemos nem precisamos explicar. “A encarnação de
Cristo sempre foi e sempre continuará sendo um mistério. As coisas reveladas
pertencem a nós e a nossos filhos; todos os seres humanos acautelem-se, porém,
de tornar a Cristo inteiramente humano, assim como nós mesmos; pois não pode
ser.” — SDABC, vol. 5, págs. 1128 e 1129.
Outro mistério inexplicável é como Jesus pôde ser tentado em todas as
coisas, à nossa semelhança. “É um mistério não explicado aos mortais que Cristo
pudesse ser tentado em todas as coisas, à nossa semelhança.” — Ibidem.
Os dois mistérios acerca da natureza de Cristo são os seguintes: 1)
como Ele pôde nascer sem pecado, da linhagem humana; e 2) como pôde
ser tentado em todas as coisas, à nossa semelhança. As respostas não nos
foram reveladas.
Há dois pontos de grande importância que devem ser lembrados no
tocante à natureza de Cristo. O primeiro é que Ele não teve nenhuma
vantagem sobre nós ao enfrentar o pecado e a Satanás; e o segundo consiste
em que venceu o pecado e a Satanás exatamente da mesma maneira como
nós podemos vencê-los. Por Sua morte Jesus proveu um meio de escape
para nós, livrando-nos da morte eterna; e por Sua vida Ele deu-nos o
exemplo de como devemos viver.
Dezembro 14, quinta-feira O que Jesus Disse
O Alicerce e as Paredes
“Pois qual de vós, pretendendo construir uma torre, não se assenta primeiro para
calcular a despesa e verificar se tem os meios para a concluir?” Lucas 14:28
A acusação original de Satanás foi que a lei de Deus não podia ser
obedecida. Quando o homem transgrediu a lei de Deus. Satanás alegrou-se,
e acrescentou outra acusação: a de que o homem não podia ser perdoado.
Não imaginava que Deus mesmo pagaria a pena. Mas a vida e a morte de
Jesus provaram que os pecadores podem ser perdoados e que a lei de Deus
pode ser obedecida perfeitamente, não só por Jesus, mas também pelos que
vivem pela fé como Ele o fez.
Esta dupla mensagem de perdão e obediência constitui o âmago da
missão do povo remanescente durante o tempo dos três anjos e da obra final
de Cristo no Céu. Como nosso Sumo Sacerdote. Jesus provê perdão para os
pecadores e poder para obedecer. Estas duas verdades são igualmente
necessárias. É muitíssimo importante que a igreja remanescente
compreenda essa dupla obra de Cristo no Céu, pois do contrário ser-lhes-á
impossível cumprirem sua missão. A justificação pela fé, a obra de Deus por
nós, e a justiça de Cristo, a qual abrange a obra de Deus em nós, são os
assuntos a serem apresentados ao mundo que perece.
Para alguns pode ser uma surpresa descobrir que ao estudar a vida e
os ensinos de Jesus verificamos que Ele tinha muito mais a dizer sobre obra
de Deus em nós, do que sobre a obra de Deus por nós. A analogia do alicerce
e das paredes de uma construção pode ser um bom exemplo. A justificação
pela fé constitui o fundamento da salvação, e a santificação pela fé
representa as paredes a serem erguidas sobre esse fundamento. Embora as
paredes não possam ser seguras se o alicerce não é sólido, só o alicerce não
é suficiente.
Em S. Lucas 14:29 Jesus fala de um homem que começou uma
construção, lançando os alicerces, mas não conseguiu completar o trabalho.
Durante anos o mundo cristão nominal tem estado nessa condição. Eles só
possuem o alicerce, e nunca prosseguiram até completar a construção. Por
outro lado, nosso problema como adventistas do sétimo dia talvez consista
em fazer muito esforço inútil procurando erigir paredes sobre um alicerce
que supomos já estar presente. Mas, para construir um edifício que
permaneça em pé, deve-se colocar nele paredes e alicerces.
Dezembro 15, sexta-feira O que Jesus Disse
Edificando Sobre o Fundamento
“E a favor deles eu me santifico a mim mesmo, para que eles também sejam
santificados na verdade.” João 17:19
A missão do povo remanescente era edificar sobre o fundamento da
Reforma. É por isso que temos tantas informações a respeito da santificação.
O mundo ainda espera ouvir a dupla mensagem da justificação pela fé e da
santificação pela fé.
Alguns acham que a boa-nova da santificação é que Jesus sempre
constitui nosso substituto, tanto na vida como na morte. Este não é o caso.
Por bondade, notai a diferença, pois é muito importante. Os que creem que
Jesus continua sendo nosso substituto tanto na vida como na morte acham
que não podemos obedecer — portanto Ele obedeceu por nós. Sua
santificação deu-se em nosso lugar. Se isto é verdade, estaremos pecando,
caindo e fracassando até à glorificação. Mas — dizem eles — a vida de Jesus
substituirá a nossa vida, e nossa falta de obediência será compensada por
Sua obediência.
Por outro lado, a santificação pela fé aceita a Jesus como nosso
exemplo. Declara que Ele é nosso modelo na santificação, para que
possamos ser santificados do mesmo modo como Ele foi santificado. Na
santificação pela fé somos convidados a viver como Jesus viveu, mediante a
confiança no poder do alto; e a mesma obediência experimentada por Ele
também pode ser experimentado por nós, mediante a comunhão com Deus
pela fé.
"Cristo declarou que Se santificou a Si mesmo, para que nós pudéssemos
ser santificados. Ele tomou sobre Si a nossa natureza e se tornou um modelo
impecável para os homens... para que também nos tornássemos vitoriosos, a fim
de, como vencedores, entrarmos em Seu reino, ... Devemos ser conduzidos a
uma comunhão sagrada com o Redentor do mundo. Temos que ser um com
Cristo, assim como Ele e o Pai são um. Que maravilhosa mudança experimenta o
povo do Senhor, ao entrar em comunhão com o Filho de Deus! Temos que ter
nosso gosto, nossas inclinações, ambições e paixões, tudo isso subjugado e em
harmonia com a mente e o Espírito de Cristo. Esta é a própria obra que o Senhor
deseja que façamos, em benefício dos que creem nEle. O Espírito de Cristo deve
exercer uma influência controladora sobre a vida de Seus seguidores. A graça de
Cristo deve operar uma maravilhosa transformação na vida e no caráter daquele
que a recebe," — My Life Today, pág. 252.
Dezembro 16, sábado O que Jesus Disse
Nosso Grande Defensor
“Respondeu Jesus: O meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste
mundo, os meus ministros se empenhariam por mim.” João 18:36
Qual é o método da santificação? É unicamente pela fé. Disse Jesus:
"Sem Mim nada podeis fazer." S. João 15:5. Ele está falando a respeito da
produção dos frutos do Espírito e dos frutos da obediência na vida cristã. Se
nada podemos fazer sem Ele, tudo terá de ser efetuado então pela fé nEle.
Em nosso texto para hoje, Jesus declarou: "Se o Meu reino fosse deste
mundo, os Meus ministros se empenhariam por Mim." Quer combatendo o
pecado e o diabo, quer combatendo homens que se encontram sob o domínio
de Satanás, como era o caso dos dirigentes judaicos, Jesus não recomenda
que procuremos defender-nos a nós mesmos. Nossa parte é permanecer em
comunhão com Ele e confiar em Seu livramento.
Algumas pessoas perguntaram a Jesus que deviam fazer para realizar
as obras de Deus. Respondeu-lhes Jesus: "A obra de Deus é esta, que creiais
nAquele que por Ele foi enviado." S. João 6:29. Disse Ele também: "Quem de
Mim se alimenta, por Mim viverá." Verso 57. Que significa isso? "As palavras
que Eu vos tenho dito, são Espírito e são vida." Verso 63. E em S. Marcos 14:38
lemos o seguinte: "Vigiai e orai, para que não entreis em tentação." Ele dá-nos
aqui outra indicação sobre como devemos confiar em Sua Pessoa.
Os métodos da santificação têm que ver com Sua Palavra, com a
oração, com a vigilância referente a comunhão com Ele, e com a confiança
em Sua Pessoa. Em S. João 1:29 é mencionado o seguinte acerca de Jesus:
"Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!" Este verso pode ser
interpretado de diversas maneiras. Primeira: "Eis o Cordeiro de Deus que tira
o pecado do mundo" refere-se à morte de Jesus como o Cordeiro de Deus,
pelos pecados do mundo. Segunda: Essas palavras podem referir-se à
comunhão. Contemplai o Cordeiro de Deus. É contemplando que somos
transformados; E terceira: Elas podem referir-se à santificação: "Eis o
Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo." Em S. Lucas 10:42 é relatado
o que Jesus disse a Maria, a saber; Só uma coisa é necessária: assentar-se
aos pés de Cristo. Isto é realizado por meio de Sua Palavra e pela oração. É
por meio desta relação que aceitamos Sua graça justificadora e somos
habilitados a contemplá-Lo, o que resulta na transformação de nossa vida à
Sua imagem.
Dezembro 17, domingo O que Jesus Disse
Um Presente Não Pode Ser Conquistado
“Ninguém pode servira dois senhores; porque ou há de aborrecer-se de um e
amar ao outro ou se devotará a um e desprezará ao outro. Não podeis servir a
Deus e às riquezas.” Lucas 16:13
Em nosso texto para hoje, Jesus está dizendo, em essência, que não
podemos aceitar um presente e também conquistá-lo. Esta é uma das
grandes e monumentais questões que enfrentamos hoje em dia. Podemos
mesmo conquistar ou merecer a graça de Deus, quer seja no âmbito da
justificação ou da santificação? A resposta em ambos os casos é: Não! Jamais
podemos granjear ou merecer a graça de Deus, nem labutar para obtê-la.
Ela é uma dádiva. E sempre o será.
Se procurarmos salvar-nos a nós mesmos, acabaremos abandonando
a Jesus. Isto é evidenciado em S. Mateus 26:51 e 56. É o relato do que
aconteceu com Pedro e os outros discípulos. Eles estavam convictos de que
morreriam por Jesus. Amavam ao Mestre, tinham labutado e viajado com
Jesus por mais de três anos. Mas pensavam que podiam cuidar de si mesmos.
Em vez de passar o tempo no jardim vigiando e orando, eles simplesmente
prenderam suas espadas um pouco mais, e adormeceram. Achavam que
estavam preparados para qualquer emergência. Notai, porém, este
comentário no livro O Desejado de Todas as Nações, à página 660: "Os
discípulos ficaram aterrorizados, ao ver que Jesus permitia que O prendessem e
ligassem. Escandalizaram-se de que Ele suportasse essa humilhação, feita a Si e
a eles. Não Lhe podiam entender a conduta, e censuraram-no por Se submeter à
turba. Em sua indignação e temor, Pedro propôs que se salvassem a si mesmos.
Seguindo essa sugestão, ‘todos os discípulos, deixando-O, fugiram.’"
Quer eu procure salvar-me a mim mesmo na justificação, buscando
granjear ou merecer o meu perdão; quer eu procure salvar-me a mim
mesmo pela obediência e vitória na santificação, acabarei abandonando a
Jesus. Se procuramos imiscuir-nos em qualquer aspecto da salvação, quer
seja a justificação, a santificação ou a glorificação, estamos tentando salvar-
nos a nós mesmos, e finalmente seguiremos o exemplo dos discípulos que O
abandonaram. Constitui uma blasfémia quando o homem procura ser Deus
ou salvar-se a si mesmo, seja qual for o aspecto da salvação. Só podemos
ser salvos por meio de Jesus, pela aceitação de Seus méritos e continuando
a manter comunhão com Ele pela fé.
Dezembro 18, segunda-feira O que Jesus Disse
Não vos Esforceis Para Produzir Fruto
“Se me amais, guardareis os meus mandamentos.” João 14:15
Quantos de nós temos desperdiçado tempo e esforço procurando
obedecer, quando Jesus disse: "Se Me amais, guardareis...”! Genuína
obediência, crescimento e vitória são naturais e espontâneos na vida cristã.
Quase todos admitem que a Justificação é a raiz e a santificação é o fruto.
No entanto, se isto é verdade e se reconhecemos que não devemos operar
nossa própria justificação, mas aceitá-la como um dom de Deus, quanto mais
isto não deve ser verdade no tocante ao fruto da justificação! Em O Desejado
de Todas as Nações, à página 652, nos é declarado que "o Salvador não ordena
aos discípulos que se afanem para produzir frutos", e, sim, que permaneçam
nEle. Crer que a santificação constitui o fruto da justificação e crer ao mesmo
tempo que devemos esforçar-nos bastante em nossa obediência e vitória é
uma grande incongruência. Não labutamos para produzir fruto. Isto é o
resultado de alguma outra coisa, e jamais nos ocupamos com o resultado.
Aplicamos nossos esforços na causa que produz o resultado.
Jesus fez muitas declarações a respeito do fruto que são significativas
em relação com este assunto. Uma delas encontra-se em S. Mateus 7:16-
18: "Colhem-se, porventura, uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos? Assim
toda árvore boa produz bons frutos, porém a árvore má produz frutos maus. Não
pode a árvore boa produzir frutos maus, nem a árvore má produzir frutos bons."
Notai que produzir bons frutos é natural para a árvore boa.
Disse Jesus em S. Mateus 23:26: "Limpa primeiro o interior do copo, para
que também o seu exterior fique limpo." Quantos de nós temos desperdiçado
nosso tempo, anos e esforços procurando limpar o exterior, em vez de ir à
causa do problema! Se concentrarmos nossa atenção na causa e limparmos
o interior, o exterior também ficará limpo. Estes são alguns exemplos dos
ensinos de Jesus para mostrar que a obediência genuína é natural e
espontânea na vida cristã.
Então, onde ocorre a cooperação? Isto parece ser bastante óbvio. Se a
obediência é fruto da fé (Caminho a Cristo, pág. 60), nossos esforças e nossa
cooperação devem estar voltados para nos tornarmos árvores boas, e não
para produzir bons frutos. A única maneira pela qual podemos tornar-nos
árvores boas é chegando-nos a Cristo diariamente e permitindo que Ele
realize Sua obra de graça em nossa vida. Quando fizermos isto, o fruto se
desenvolverá natural e espontaneamente.
Dezembro 19, terça-feira O que Jesus Disse
"Senhor, Salva-nos!"
“Perguntou-lhes, então, Jesus: Por que sois tímidos, homens de pequena fé.”
Mateus 8:26
"A entrega do próprio eu, é a essência dos ensinos de Cristo” — O Desejado
de Todas as Nações, ed. popular, pág. 500. Ninguém pode compreender
como a obediência e a vitória são espontâneas enquanto não renunciar a si
mesmo. Talvez esta seja uma das razões por que podemos ter tanta
dificuldade com a questão de que a obediência é natural ou deliberada. A
pessoa que insiste na obediência deliberada, obrigando-se a obedecer, ainda
não renunciou a si mesma. Mas aquele que efetuou a entrega do próprio eu
e compreende que não pode obedecer por si mesmo começa a experimentar
a obediência natural e espontânea. E se a entrega do próprio eu era a
essência dos ensinos de Cristo, isto coloca a obediência pela fé bem no alto
da lista de nossas prioridades.
Quando os discípulos estavam afundando no meio do mar, eles não
clamaram: "Ó Deus, ajuda-nos!", e, sim: "Senhor, Salvo-nos!" A pessoa que
olha para o Céu e exclama: "Ó Deus, preciso de alguma ajuda!" pode estar
admitindo algo sobre sua falta de renúncia. Se eu disser para alguém:
"Gostaria que viesse ajudar-me a cortar a grama", e esse indivíduo respondesse
amigavelmente: "Sim, eu irei até lá" — o que ele esperaria? Que eu lhe
dissesse: "Eis aí o gramado e a máquina. Pode cortar a grama enquanto eu fico
deitado na rede"? Que queremos dizer com a palavra "ajuda"? Que
trabalharemos juntos; a outra pessoa fará a sua parte, e eu a minha. Com
efeito, a palavra "ajuda" geralmente indica que a pessoa a ser auxiliada efetue
a maior parte do trabalho, e quem a "ajuda" só realiza alguns serviços
adicionais.
Quando alguém está afundando na água pela última vez, não súplica:
"Ó Deus, ajuda-me!”, e, sim: "Ó Deus, salva-me!” Que significa isso? Significa:
"Ó Deus, Tu terás de fazer tudo!" Quando estava afundando, Pedro gritou:
"Salva-me, Senhor!"
Em S. Mateus 13:45 e 46 encontra-se o que Jesus falou sobre a pérola
de grande valor. Ele disse que é necessário vender tudo o que tem para obter
essa pérola. Em S. Lucas 14:33 Ele disse que nem sequer podemos ser Seus
discípulos se não renunciarmos a tudo que temo. E nos Evangelhos Jesus
fala da cruz — da nossa cruz — a qual é morte para nós. Precisamos morrer,
precisamos renunciar a nós mesmos, antes que possamos compreender em
que consiste a santificação, a obediência e a vitória.
Dezembro 20, quarta-feira O que Jesus Disse
Glorificando a Deus
“Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas
boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus.” Mateus 5:16
Para a pessoa que renunciou a si mesma, há então o privilégio de
aceitar a justiça de Cristo. Essa justiça tem dois aspectos: primeiro: a justiça
de Cristo para nós, e segundo: a justiça de Cristo em nós. Há pessoas que
renunciaram a seus esforços e aceitaram a justiça de Cristo para elas, mas
não fizeram a renúncia necessária para aceitar a justiça de Cristo em sua
vida. É possível fazer uma dessas renúncias e não a outra, e nesse caso
temos a forma mais sutil de apegar-se ao velho problema da salvação pelas
obras. Embora eu creia que a cruz e a obra consumada de Cristo sejam
suficientes para salvar-me, se não desisti de procurar transformar minha
vida e de produzir genuína obediência por minhas próprias forças, querendo
obrigar-me a alcançar vitória, ainda sou vítima da salvação pelas obras nesse
sentido. Aceitar ambos esses aspectos de Sua justiça é um considerável
privilégio de que não podemos esquivar-nos no grandioso assunto da
salvação unicamente pela fé em Cristo.
O objetivo da vida cristã é a reprodução do caráter de Cristo em Seus
seguidores. O objetivo da vida cristã é a produção de fruto para glória de
Deus (Parábolas de Jesus, pág. 67). Será que o objetivo da vida cristã é
reproduzir o Seu caráter para que possamos ser salvos? Não! Isto é assim
para que seja tributada honra e glória a Deus. Em S. Mateus 5:16 Jesus
deixou bem claro que os frutos da justiça são para glorificar a Deus. S. João
15:8: "Nisto é glorificado Meu Pai, em que deis muito fruto." S. João 17:10:
Cristo é glorificado em nós. Nossas obras, nossa santificação, nossa
obediência, nossas vitórias não são para salvar-nos e conduzir-nos ao Céu,
mas para glorificar a Deus. Se, porém, uma pessoa só se interessa em entrar
no Céu, e não em glorificar a Deus, podemos duvidar seriamente que lhe
seja concedida a salvação no Céu.
Em Parábolas de Jesus, página 384, é-nos declarado que a santificação
é Cristo na vida. E qual é a finalidade de ter a Cristo na vida? — Que os
outros, ao verem a Cristo em nós, tributem honra e glória Deus. Há alguma
coisa mais importante ainda do que a certeza de nossa própria salvação, a
saber: que seja dada glória a Deus, ao partilharmos Seu amor com os outros.
Dezembro 21, quinta-feira O que Jesus Disse
Santificação Pela Justificação
“Não tendo nenhum dos dois com que pagar, perdoou-lhes a ambos. Qual deles,
portanto, o amará mais? Respondeu-lhe Simão: Suponho que aquele a quem mais
perdoou. Replicou-lhe: Julgaste bem.” Lucas 7:42,43
Qual é o propósito de estudar a Bíblia, orar e manter comunhão diária
com Deus? É aprender mais da grandiosa graça de Deus, de Seu perdão, de
Seu amor e do que Ele fez por nós na cruz. É ao estudarmos e contemplarmos
Seu incomensurável amor e nossa aceitação de Sua parte, que ocorre a
santificação: porque quanto mais nos é perdoado, mais amamos; e quanto
mais amamos, mais obedecemos (S. João 14:15). É significativo descobrir
que a santificação vem pela justificação.
Em S. João 8:11 é relatado o que Jesus disse é mulher que fora
arrastada até onde Ele estava: "Nem Eu tampouco te condeno." Não há
ninguém hoje em dia que é condenado por Jesus. Ele não veio para condenar
o mundo, mas para salvá-lo. Unicamente quando compreendemos isto é que
podemos ir e não pecar mais. Uma coisa é o resultado da outra. Não pecamos
mais por nos esforçarmos bastante para não pecar. Isto é um beco sem
saída. A única maneira pelo qual podemos esperar ir e não pecar mais é
descobrindo e lembrando-nos continuamente, dia a dia, que Deus não nos
condena. Hoje constitui outra vez uma boa-nova que nenhuma condenação
há para os que estão em Cristo Jesus.
Para compreender corretamente a santificação, precisamos conhecer
muito bem o assunto da justificação. Se não estiver bem claro nossa mente
que somos aceitos diante de Deus quando aceitamos o que Jesus fez por nós
na cruz, ficaremos confusos. Pensaremos que nossa obediência é a base de
nossa aceitação, e nos desanimaremos quando notarmos que não estamos
sendo bem-sucedidos. Mas podemos estar hoje sem condenação na presença
de Deus se aceitarmos o que Jesus fez por nós. Sempre necessitamos da
cobertura de Seu sangue.
Conquanto a obediência não seja uma condição de aceitação da parte
de Deus, é uma condição para a salvação. Quando nos chegamos e
continuamos a chegar-nos a Ele, Deus pode operar em nós para que
cumpramos as condições necessárias para a salvação, e Ele prometeu
completar a obra que iniciou em nossa vida (Filip, 1:6).
Dezembro 22, sexta-feira O que Jesus Disse
Que Diremos Sobre a Perfeição?
“Portanto, sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai Celeste.” Mateus 5:48
Há uma grande diferença entre o estudo legítimo do assunto da
perfeição e envolver-se no perfeccionismo. Quem é perfeccionista fica
preocupado com a perfeição. Quase não pensa em outra coisa. Concentra
sua atenção principalmente no assunto da perfeição, e na vida dos outros. O
perfeccionista assevera que a natureza pecaminosa precisa ser desarraigada
antes que Jesus venha, para que não somente sejamos vitoriosos, mas
também sem pecado, por nós mesmos. Eu gostaria de repelir toda e qualquer
identificação com o perfeccionismo — mas a doutrina da perfeição é uma boa
doutrina bíblica e um bom ensino ministrado pela própria pessoa de Jesus.
Diz o nosso texto para hoje: ‘Portanto, sede vós perfeitos coma perfeito
é a vosso Pai Celeste." Há os que gostariam de dizer que a palavra "perfeito",
na Bíblia, não significa nada mais do que "amadurecido". É verdade que o
termo original abrange a ideia de maturidade. Mas a palavra "amadurecido" é
mais forte do que "perfeito", pois encerra a ideia de perfeição final. Jesus deu
margem ao crescimento na vida cristã. Isto é evidenciado em S. Marcos
4:28: "Primeiro a erva, depois a espiga, e, por fim, o grão cheio na espiga." A
erva pode ser perfeita, e a espiga também pode ser perfeita. Mas o grão
cheio na espiga não somente é perfeito, mas também amadurecido. Assim,
é-nos declarado que podemos ser perfeitos em cada fase de desenvolvimento
(Parábolas de Jesus. pág. 65). Podeis ter um bebê perfeito que gorgoleja e
arrulha. Podeis ter uma criança perfeita, de dois anos de idade, que se senta
no meio fio da calçada e balbucia algumas palavras para os seus amigos.
Mas, se uma pessoa ainda estiver gorgolejando e balbuciando aos vinte anos
de idade, ficaremos apreensivos!
Sou grato pelo conceito de perfeição dado por Jesus. E vós? É muito
provável que alguns de nós ainda estejamos nas etapas do crescimento! Mas
podemos ser perfeitos na etapa em que nos encontramos.
Não apresentemos pretextos enquanto estamos crescendo em Cristo.
Não apresentemos pretextos para pecar, nem suponhamos que por não
havermos ainda alcançado a perfeita maturidade, não é possível alcançá-la
e que continuaremos a cair e a errar indefinidamente. Perfeição — perfeita
maturidade — é o alvo de Deus para cada um de nós.
Dezembro 23, sábado O que Jesus Disse
Os Santos não Dizem que Possuem Perfeição
“Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o
principal.” 1 Timóteo 1:15
Seja qual for a perfeição que Deus tenha em vista para Seus filhos, o
propósito da perfeição é tributar-Lhe honra e glória. Os que obedecem a
Deus recompensam-no por Seu sofrimento (O Maior Discurso de Cristo, pág.
89). Os que obedecem a Deus e que por Sua graça compreendem a perfeição
de caráter, honram a Cristo (Parábolas de Jesus. pág. 102) - Os que
obedecem a Deus honrem a Cristo porque a honra de Deus está envolvida
na perfeição do caráter de Seu povo (O Desejado de Todas as Nações, pág.
647). “Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as
vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos Céus." S. Mat. 5:16.
A perfeição não é a base de nossa salvação. A morte de Cristo na cruz,
aceita por nós, é a base de nossa salvação. Mas a obediência e a perfeição
cristã tendem a glorificá-lo. No entanto, a perfeição nunca está separada de
Deus; por conseguinte, não somos nós que O honramos, mas Ele honra a Si
mesmo por nosso intermédio. Se Cristo habita em nós, é Ele quem o faz.
Dispensamos a Deus por nossa vida piedosa? Não! Ele deseja justificar-Se
por tudo que Lhe permitimos realizar em nossa vida.
Sempre devemos lembrar-nos, porém, de que a religião de Cristo
abrange mais do que o perdão. Ela abrange a libertação do poder do pecado
no tempo presente. Isto não significa que não seremos mais pecadores. Até
mesmo o apóstolo Paulo admitiu que ele era o principal dos pecadores. Com
isso ele não queria dizer que estava pecando em todo o tempo: e, sim, que
separado de Deus e inerentemente, em si mesmo, ainda era pecador,
juntamo-nos a ele em reconhecer este fato.
Todo aquele que afirma ser perfeito ou sem pecado, simplesmente está
proclamando que não o é. Nunca podemos dizer que somos possuidores de
perfeição; pois, quanto mais nos achegarmos a Jesus, tanto maior será a
nossa impressão de que somos imperfeitos. Foi o que aconteceu com o
apóstolo Paulo, “Quanto mais nos achegarmos a Jesus e mais claramente
discernirmos a pureza de Seu caráter, tanto mais claramente discerniremos a
extraordinária malignidade do pecado, e tanto menos teremos a tendência de nos
exaltar. Aqueles a quem o Céu considera santos, são os últimos a alardear sua
própria bondade." — Parábolas de Jesus, pág. 160. Contudo, embora não
possamos afirmar que somos perfeitos, se fixarmos o olhar em Cristo,
poderemos ser perfeitos em todas as etapas do crescimento.
Dezembro 24, domingo O que Jesus Disse
Deus Está Sendo Julgado
“Temei a Deus e dai-lhe glória, pois é chegada a hora do seu juízo; e adorai aquele
que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas.” Apocalipse 14:7
Deus tem sido acusado perante o Universo, Ele está sendo julgado. É
chegada a hora do Seu juízo. Embora seja verdade que há um julgamento
das pessoas antes do segundo advento, o qual abrange o exame dos
registros celestiais e uma revelação acerca dos nomes escritos no livro de
Deus, há alguma coisa mais. Além disso, é chegada a hora do juízo de Deus,
e existe uma intima relação entre o julgamento de Deus e o julgamento de
Seu povo.
Nesse tribunal celestial em que Deus está senda julgado há um
advogado de acusação. Apocalipse 12 fala a seu respeito. É o dragão, a
antiga serpente, que se chama diabo, e ele tem muitas acusações. Uma de
suas grandes acusações é a de que Deus não é amor. Desde o princípio do
tempo ele tem procurado convencer as pessoas de que Deus não é amor.
Outra de suas acusações é a de que Jesus não pode perdoar o pecador.
Conquanto seja verdade que Deus não pode perdoar o pecado. Ele pode
perdoar pecadores em virtude do que foi efetuado na cruz. Satanás conhecia
a justiça de Deus e sabia que todo o Seu governo era justo. Sabia que se
Deus fosse contra Seu próprio caráter de justiça, Seu governo iria
desintegrar-se. Mas ele não compreendia o amor de Deus, o qual concebeu
um plano, antes da fundação da Terra, para perdoar os pecadores e
preservar a justiça.
Satanás pensou que colocara a Deus numa situação embaraçosa. Ou
os pecadores não seriam perdoados, e o homem teria de perecer; ou eles
seriam perdoados, o governo de Deus cairia, e Satanás e seus anjos
assumiram o domínio do Universo. Mas uma cruz numa colina isolada
resolveu essa questão para sempre. Quando Jesus exclamou: "Está
consumado!", o diabo sabia que sua ruína estava selada. Sabia que ele estava
perdido, e que só lhe restava levar o menor número de pessoas possível a
sofrer e perecer com ele.
A cruz de Cristo refutou para sempre as acusações contra a
misericórdia de Deus em oposição a Sua justiça. Ficou demonstrado que Ele
é um Deus de amor, e quando os homens são levados a contemplar a cruz,
eles veem que Deus foi julgado e acabou sendo justificado.
Dezembro 25, segunda-feira O que Jesus Disse
O Acusador é Expulso
“Então, ouvi grande voz do céu, proclamando: Agora, veio a salvação, o poder,
o reino do nosso Deus e a autoridade do seu Cristo, pois foi expulso o acusador
de nossos irmãos, o mesmo que os acusa de dia e de noite, diante do nosso
Deus.” Apocalipse 12:10
A acusação de Satanás, de que Deus não podia ser justo e ao mesmo
tempo perdoar aos pecadores, foi refutada na cruz. Outra acusação que o
inimigo lançou contra Deus dizia que mesmo que os pecadores pudessem ser
perdoados, não era possível guardar a lei de Deus. Ele acusou a Deus de ter
feito uma lei à qual era impossível obedecer. Em Parábolas de Jesus, pág.
314, essa acusação é enunciada nestes termos: "Satanás declarara que era
impossível ao homem obedecer aos mandamentos de Deus” Não esqueçamos
quem é que faz esta declaração. Ela é feita por Satanás, sendo, portanto,
sua acusação. E toda pessoa que afirma ser impossível ao homem obedecer
aos mandamentos de Deus está simplesmente ecoando a acusação original
feita por Satanás. “É verdade que por nossa própria força não lhes podemos
obedecer, Cristo, porém, veio na forma humana, e por Sua perfeita obediência
provou que a humanidade e a divindade combinadas podem obedecer a todos os
preceitos de Deus.... Quando uma alma recebe a Cristo, recebe também o poder
de viver a vida de Cristo." — Ibidem.
Desde o Calvário, a acusação de Satanás de que a humanidade não
pode obedecer aos mandamentos de Deus tornou-se uma das questões mais
importantes no julgamento de Deus. Este ponto não foi completamente
refutado pela vida de Jesus; é uma acusação que também deve ser refutada
pelo povo de Deus. E é precisamente isto que constitui um problema para o
mundo cristão em geral. Sempre tem sido quase o mesmo. Se as pessoas
ouvem falar da obra consumada por Cristo e como a nossa salvação é certa
em virtude do que ocorreu na cruz. exclamam: "Amém!" e "Louvado seja o
Senhor!" Mas, quando ouvem falar do poder de Deus para vencer os pecados,
e da vitória e da obediência, ficam estranhamente silenciosas.
Muitos se assustam com a possibilidade de serem vitoriosos. Por algum
motivo, as pessoas parecem ter receio da vitória e da obediência. Este
assunto está se tornando impopular até mesmo em nossa Igreja, e esta
tendência deve dizer-nos alguma coisa. Ela deve dizer algo às pessoas que
têm uma missão especial — uma missão que vai além à que fui confiada a
Lutero ou a outros reformadores. Temos uma contribuição singular a ser feita
ao mundo religioso, e a obediência pela fé é uma de suas partes mais
significativas. Ainda temos de desempenhar a nossa parte para honrar o
nome de Deus perante o mundo.
Dezembro 26, terça-feira O que Jesus Disse
A Honra de Deus
“A fim de que o preceito da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo
a carne, mas segundo o Espírito.” Romanos 8:4
Por que haveríamos de ficar assustados com a possibilidade de vencer
ou de alcançar a vitória? Por que haveríamos de ficar apreensivos com a ideia
de que Deus deseja provar, por meio de Seu povo, que Ele está certo? A
palavra vindicação tem sido usada em relação com isto. Alguns perguntam
se podemos mesmo fazer algo que vindique ou justifique a Deus. A
verdadeira questão é, porém, a seguinte: "Deus está certo, ou não? Deus é
verdadeiro, ou Ele é falso? É poderoso para fazer o que diz, ou não?" Este é o
desafio apresentado pelo diabo.
Uma das principais razões por que as pessoas ficam apreensivas e
alarmadas com a ideia de vencer consiste em terem ainda a noção de que
seu destino eterno se baseia em sua conduta. Isto ocasiona então grande
falta de segurança. Mas, se cremos realmente que nosso destino eterna é
determinado ao continuarmos a aceitar o sacrifício de Cristo na cruz, não
precisamos ficar apreensivos com a possibilidade de vencer. Podemos
alegrar-nos com esse pensamento! Só o legalista, que ainda está
procurando, de algum modo, salvar-se a si mesmo, é que fica alarmado
quando ouve falar sobre o que Deus pretende realizar por intermédio de Seu
povo, sob o aspecto da vitória.
É-nos declarado: "A própria imagem de Deus tem de ser reproduzida na
humanidade. A honra de Deus, a honra de Cristo, acha-se envolvida no
aperfeiçoamento do caráter de Seu povo." — O Desejado de Todas as Nações,
ed. popular, pág. 647. Isto faz parle do grande julgamento de Deus.
"A lei requer justiça — vida justa, caráter perfeito; e isso não tem o homem
para dar. Não pode satisfazer as reivindicações da santa lei divina. Mas Cristo,
vindo a Terra como homem, viveu vida santa, e desenvolveu caráter perfeito.
Este oferece Ele como dom gratuito a todos quantos o queiram receber. Sua vida
substitui a dos homens. Assim obtêm remissão de pecados passados, mediante a
paciência de Deus." Notai o que vem imediatamente em seguida: "Mais que
isso, Cristo lhes comunica os atributos divinos. Forma o caráter humano segundo
a semelhança do caráter de Deus, uma esplêndida estrutura de força e beleza
espirituais. Assim, a própria justiça da lei se cumpre no crente em Cristo. Deus
pode ser ‘justo e justificador daquele que tem fé em Jesus'. Rom. 3:26." — Idem,
págs. 732 e 733.
Dezembro 27, quarta-feira O que Jesus Disse
Perfeita Obediência é Possível
“Levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo.” 2 Coríntios 10:5
Em algum lugar deve haver uma solução para o dilema a respeito da
obediência, da vitória, da perfeição e de outras questões debatidas na igreja
hoje em dia. Até mesmo os teólogos não estão de acordo no tocante à Paulo.
Os teólogos e os historiadores da Igreja não estão de acordo no tocante a
Lutero. Eruditos gregos discordam a respeito de assuntos de sua
especialidade. E aqueles que usam as declarações do Espírito de Profecia a
esmo, citando um trecho aqui e outro ali, chegam a conclusões opostas.
Visto, porém, que "nenhuma outra luz brilhou nunca nem jamais brilhará tão
claramente sobre os caídos homens, como a que emanou dos ensinos e exemplos
de Jesus" (O Desejado de Todas as Nações, pág. 2011. Voltemo-nos para os
ensinos de Jesus, procurando descobrir se Ele linha algo a dizer sobre esses
pontos. Se estudarmos atentamente os quatro Evangelhos, bem como o
comentário inspirado sobre a vida de Cristo, dentro do contexto,
encontraremos respostas simples para algumas das questões atuais. Eis
alguns trechos extraídos das Escrituras e do comentário inspirado sobre o
assunto da vitória na vida cristã.
Nem por um pensamento Cristo cedeu à tentação. O mesmo se pode
dar conosco. Jesus não teve nenhuma vantagem sobre nós para ser vitorioso.
Não há mandamentos que não possam ser obedecidos por todos. Podemos
obedecer assim como Jesus obedeceu. Sua missão era conduzir-nos de volta
à obediência. Mediante a graça, todo filho de Adão pode obedecer
perfeitamente à lei de Deus. Devemos ser perfeitos. Podemos alcançar
perfeita justiça; Deus realizará isto para nós. A vida de Jesus em nós
produzirá o mesmo que produziu nEle. Satanás nos diz que não podemos
corrigir os nossos defeitos. Os que não mantêm comunhão com Cristo não
creem no poder para vencer. O objetivo da vida cristã é a reprodução do
caráter de Cristo. O caráter de Cristo deve reproduzir-se perfeitamente em
Seu povo.
As declarações dessa natureza são tão numerosas que não podem ser
desprezadas. Não podemos esquivar-nos a esses conceitos e ainda
permanecer fiéis à verdade ensinada há muito tempo em nossa Igreja.
Embora Jesus fosse Deus, e divino bem como humano, nós só somos
humanos: mas podemos agir como Ele agiu mediante o Seu poder. Nunca
seremos inteiramente iguais a Jesus. Isto, porém, nada tem que ver com o
fato de que, por meio do Espírito Santo, há poder à nossa disposição para
vivermos como Ele vivou.
Dezembro 28, quinta-feira O que Jesus Disse
Vindicando a Deus
“Vindicarei a santidade do meu grande nome, que foi profanado entre as nações,
o qual profanastes no meio delas; as nações saberão que eu sou o Senhor, diz o
Senhor Deus, quando eu vindicar a minha santidade perante elas.” Ezequiel 36:23
Deus quer vindicar a Si mesmo perante o mundo, por nosso
intermédio. Nós jamais vindicaremos a Deus, mas é evidente que Ele
vindicará a Si mesmo por nosso intermédio. Como pode suceder isto? Só há
uma maneira. No Santuário, onde Jesus ministra atualmente, encontramos
o método. Acha-se ali o altar de holocaustos, trazendo-nos a lembrança o
sacrifício de Cristo na cruz, o qual nos possibilita a entrada no Santuário. No
interior encontra-se a mesa da preposição, que representa a Jesus, o Pão da
Vida, a Palavra de Deus. Há o altar de incenso, que tem que ver com a justiça
de Cristo e as orações dos santos. No outro lado estão os castiçais de ouro,
com azeite e luz: o Espírito Santo e o testemunho cristão. A metodologia da
comunhão com Cristo: o estudo da Bíblia, a oração, o testemunho cristão, a
justiça de Cristo e o Espírito Santo, encontra-se no Santuário. E no lugar
Santíssimo estão os Dez Mandamentos, os quais ainda podem ser guardados
pela presença e o poder de Jesus.
O "perfeccionismo" não é um assunto livre de erro. Mas a perfeição é
um ensino bíblico. Não podemos alcançar um alvo do qual não temos
conhecimento. Esta é talvez uma das razões por que somos informados a
seu respeito. Não precisamos alongar-nos sobre o que devemos ser, mas
podemos passar horas proveitosas e agradáveis considerando o que
podemos ser. Há grande diferença entre dizer: "Tendes de alcançar este alvo
quando a porta da graça estiver para Fechar-se" e afirmar: "Deus conduzirá Seu
povo à vitória." Há grande diferença entre dizer: "Eu devo” e "eu posso". Ao
deixar de basear nossa certeza em nosso nível de perfeição, não acabemos
com a própria perfeição. Bem no fim, obediência ou desobediência será a
principal questão a ser decidida (O Desejado de Todas as Nações, pág. 734).
Nossa certeza se baseia em nossa continua aceitação do que Cristo realizou
na cruz, e quando isto estiver bem claro, poderemos aceitar a perfeição, a
obediência e a vitória com alegria. Jesus é nosso Sumo Sacerdote, e Ele não
somente concede perdão do pecado, mas também poder para os que são
tentados.
Dezembro 29, sexta-feira O que Jesus Disse
Perfeição na Hora de Deus
“Estou plenamente certo de que aquele que começou boa obra em vós há de
completá-la até ao Dia de Cristo Jesus.” Filipenses 1:6
Nunca nos tornaremos perfeitos alongando-nos sobre isso. É
demorando-nos em Jesus, em Seu amor, em Seu sacrifício por nós, em Seu
caráter imaculado, e envolvendo-nos, então, em partilhar Seu amor com os
outros, que somos transformados à Sua imagem. Aquele que mais se
empenhe em procurar ajudar alguma outra pessoa a conhecer a Cristo será
impelido a demorar-se ainda mais em Jesus. Desvencilhemo-nos de tudo
aquilo em que confiamos em lugar de Deus, quer seja na justificação, na
santificação ou na glorificação. Ponhamos toda a nossa confiança em Jesus.
Não permitais que a ideia da perfeição vos desanime. Em primeiro
lugar, porque Jesus mesmo leva em conta o crescimento, e, em segundo
lugar, porque mesmo que sejamos perfeitos, seremos os últimos a sabê-lo,
pois nossa atenção estará tão completamente centralizada em Jesus que não
olharemos para nós mesmos. Examinar-nos a nós mesmos para ver quão
perfeitos nós nos tornamos é um beco sem saída É olhando para Jesus que
estamos seguros.
Enquanto estamos crescendo na experiência de total confiança no
poder de Deus em tudo o tempo, lembremo-nos desta declaração: “Se, em
nossa ignorância, damos passos em falso (acaso não foi o que aconteceu com
Abraão, com Davi, com Elias e com os discípulos?), nosso Salvador não nos
abandona. Nunca precisamos sentir que nos achamos sós. Temos anjos por
companheiros. O Consolador que Cristo nos prometeu enviar em Seu nome,
permanece conosco. No caminho que conduz à cidade de Deus não há dificuldades
que os que nEle confiam não possam vencer. Não existem perigos de que não
lhes seja possível escapar. Não há uma tristeza, uma ofensa, uma fraqueza
humano para a qual não haja Ele provido remédio." — A Ciência do Bom Viver.
pág. 249.
Sou grato hoje porque, embora eu necessite desesperadamente da
graça do Senhor Jesus e, em minha ignorância, tenha dado muitos passos
em falso, Ele não me abandonou. Também não sois gratos por isso? Não
rebaixemos o padrão de Deus ao nível de nosso desempenho. Nem fiquemos
desalentados com a nossa atuação, mas fixemos o olhar em Jesus
continuando a escolher o Seu domínio, e Ele completará a obra que iniciou
em nossa vida.
Dezembro 30, sábado O que Jesus Disse
A Única Resolução que Convém Tomar
“Buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas
vos serão acrescentadas.” Mateus 6:33
Um pai desejava que seu filho parasse de roer as unhas. Falou com ele
a esse respeito, mas o filho replicou que estava aborrecido porque o pai
fumava. Combinaram, portanto, que o pai deixaria de fumar se o filho
deixasse de roer as unhas. Agora o pai está roendo as unhas e o filho
começou a fumar!
Que espécie de resoluções são tomadas por vós no começo de um novo
ano? Creio que quase todas as resoluções têm que ver com algum problema
na conduta. Estão relacionadas com alguma coisa que devia ser feita, mas
não o foi, ou com algo que não devia ser feito, mas foi efetuado.
O texto para hoje nos lembra que o Deus a quem servimos é
suficientemente grande para cuidar de todas as necessidades de nossa vida,
se O buscarmos em primeiro lugar. Ele pode cuidar não somente de nossas
necessidades físicas, mas também de todas as outras necessidades que
temos — incluindo tudo aquilo que geralmente constitui a base de nossas
resoluções.
Já descobriste que vossas promessas são muito frágeis? A página 47
do livro Caminho a Cristo fala sobre isso. Já descobristes por vós mesmos
que "nosso coração é ímpio, e não o podemos transformar.” (Idem. pág. 18)?
Todos os nossos esforços para endireitar os aspectos exteriores de
nossa conduta são inúteis, pois simplesmente fazem com que centralizemos
a atenção em nossa própria pessoa, desviando-a de Jesus, a única fonte de
poder. Ele disse que Lhe foi dado todo o poder no Céu e na Terra. Ele pôde
cuidar daquele problema em vossa vida com o qual lutastes o ano todo,
depois do fracasso que ocorreu três dias após a resolução tomada no último
dia do ano anterior. Ele é poderoso para cuidar de todos os problemas que
enfrentamos hoje em dia.
Ao chegarmos ao fim do ano, temos muitas coisas novas: novos
calendários, novos planos e, talvez, novas resoluções. Gostaria de convidar-
vos hoje a tomar a resolução de não tomar outras resoluções a não ser uma
só. É a única resolução que merece ser tomada. Tem que ver com o coração,
e não somente com exterioridades. E só há uma resolução que se aplica ao
coração, aos motivos e aos propósitos. Tem que ver com a escolha de manter
comunhão com Jesus dia a dia, buscando conhecê-Lo e passando algum
tempo com Aquele que é a solução de todos os problemas da vida.
Dezembro 31, domingo O que Jesus Disse
Jesus, Vosso Melhor Amigo
“E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus
Cristo, a quem enviaste.” João 17:3
Sabeis o que significa estar só — tão só que não se tenha outro
companheiro além dos próprios pensamentos? Sabeis o que é ser como uma
criança que quer brincar com outras crianças, mas só depara com o ridículo?
Sabeis o que significa querer ter sossego no recesso do próprio lar, e mesmo
ali encontrar zombaria e sarcasmo? Sabeis como é desagradável não ter uma
só pessoa com quem se possa falar e partilhar os sentimentos? Já sentistes
a dor da rejeição ou o amargo desapontamento da confiança despedaçada?
Já fostes convidados a travar conhecimento com alguém que procurou
falar convosco nas trevas da noite, a fim de não ser descoberto? Algumas
pessoas já vos acompanharam por toda a parte, buscando torcer o que dizeis
e encontrar algum pretexto para condenar-vos à morte? Já tentastes
reaproximar-vos dos conhecidos de vossa cidade natal, procurando
demonstrar amizade, mas apenas recebendo pedradas?
Já destes tanto de vós mesmos que não restou mais nada? Lutastes
contra todas as forças do mal até chegar a suar sangue? Já fostes tratados
rudemente por homens empedernidos, dentro de seu círculo ameaçador,
embora o amor vos tornasse indefesos?
Já sentistes a pungente dor causada por espinhos fortemente
pressionados sobre o couro cabeludo e as têmporas? Alguém já cuspiu em
vosso rosto quando este se achava ferido e coberto de sangue? Sabeis o que
é ir vertendo gotas de sangue enquanto se arrasta uma pesada viga de
madeira? Estaríeis dispostos a morrer pelos que vos odeiam, desprezam e
rejeitam?
Já sentistes o lancinante e pungente rangido de cravos fincados através
das mãos e dos pés? Já sentistes com todos os nervos de vosso corpo a
violenta queda de uma cruz dentro de sua profunda e horrenda cova? Já
estivestes suspensos por ferimentos que se abriam cada vez mais, enquanto
a turba vos insultava e atirava pedras em vosso corpo dilacerado? Já tivestes
a impressão de que o próprio pai vos abandonou? Sabeis o que é exalar o
último suspiro, sabendo que tudo está consumado?
Já fostes afligidos? Já passastes por grande sofrimento? Já morrestes,
sem ajuda, pelos que recusaram ser vossos amigos? Enquanto esteve na
Terra, Jesus suportou tudo isso. E durante todo o tempo sentiu ardente
desejo de companheirismo e comunhão.
E continua a senti-lo. Não quereis ser Seus amigos?

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