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Curso de Bíblia

Por José Haical Haddad

https://www.google.com/search?client=firefox-b-
d&ei=BUfFX6neBaXH5OUPsJO9mA8&q=ESTUDO+CATOLICO+DA+BIBLIA+&oq=ESTUDO+CATOLICO+DA+BIBLIA+&gs_lcp=CgZwc3ktYWIQA
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https://www.materecclesiae.com.br/cursos-1/
https://sites.google.com/site/cursoparacoroinhas/calendario/a-liturgia-da-missa
http://www.ahoradamissa.com/doc_abusos.html

https://www.presbiteros.org.br/mitos-liturgicos/
, https://paroquiasaogeraldo.com.br/noticia/ministro-extraordinario-da-sagrada-comunhao/
http://www.diocesedeamparo.org.br/index.php/2016/08/20/o-sentido-da-liturgia/

http://www.mundocatolico.com.br/biblia/biblia002.htm

Introdução
1. O QUE É A BÍBLIA?

Digamos à guisa de definição, que a Bíblia é um conjunto de 73 livros com vários títulos ou denominações: Gênesis, Êxodo, Levítico,
Números, Evangelhos, várias epístolas etc., os quais podem ser localizados pelo índice geral dela. Divide-se em duas partes bem
destacáveis: o Antigo Testamento e o Novo Testamento.
Testamento é o nome que se dá à Aliança "contraída" com Abraão e "cumprida" em Jesus Cristo. Enquanto projeção de Abraão
designou-se por Antigo Testamento aos acontecimentos a ela correlatos; quando afins à Nova Aliança em Jesus Cristo, tomou o nome
de Novo Testamento. É que um testamento "traz" disposições que devem ser "cumpridas" após a morte de um dos testadores, no caso,
Abraão no Antigo e Jesus no Novo, "trazendo", para a Homem "cumprir", "disposições de última vontade", e "uma herança".

A Bíblia vem geralmente dividida em capítulos e versículos (vide tabela abaixo). Os capítulos são especificados por números maiores
colocados num começo de narrativa parcial e os versículos por algarismos menores colocados antes das frases que compõem o capítulo.
Costuma-se dar títulos aos vários capítulos, ou a trechos deles, também conhecidos por "perícopes", que foram ai incorporados
pretendendo facilitar a compreensão e a localização por assuntos, mas não fazem parte integrante e indestacável do contexto.
Representação de Capítulos e Versículos da Bíblia

Costuma-se representar os livros pelas duas primeiras consoantes ou uma ou duas consoantes e uma vogal de seu nome (para evitar confusão com outro),
por exemplo:

Gn para Gênesis; Ex para Êxodo; Cro (ou Cr) para Crônicas [para não se confundir com abreviatura de Coríntios - (Cor ou Co)] etc..

Os capítulos são representados pelo seu número seguido de vírgula:

Gn 1, - significa capítulo 1 do livro de Gênesis.

Já os versículos vêm geralmente após a vírgula do capítulo:

Gn 1,2 - significa livro de Gênesis, capítulo 1, versículo 2.

Quando se pretende representar todos os versículos a que se refere, usa-se separá-los por um hífen (com o significado de = até):

Gn 1,15-20 - significa livro de Gênesis, Capítulo 1, a partir do versículo 15 até o 20.

Colocando-se um ponto após o ultimo versículo e colocando-se outro número significa que se deve saltar do versículo para o outro:

Gn 1,15-20.25-26 - significa que após o versículo 20 deve-se saltar para o 25 e ler até o 26.

Pode acontecer que um versículo se componha de várias frases, designando-se então cada uma delas por uma letra do alfabeto:
Gn 1,15-16ab - significa que a citação abrange no versículo 16 apenas as duas primeiras frases.

Ainda pode acontecer que a citação tenha após o versículo um número seguido de vírgula; nesse caso se trata de referência a capítulo:

Gn 1,15-2,4a - significa que a citação vai do versículo 15 do capítulo 1 ao versículo 4 do capítulo 2, primeira frase.

Um número seguido de vírgula corresponde a


capítulo
e um número quando vem seguido de hífen, a
versículo,
e um número quando vem seguido de ponto a
versículo.

2. POR QUÊ A BÍBLIA É IMPORTANTE?

Só há uma razão pela qual se pode dizer que a Bíblia é importante, tal como São Paulo diz:

"E não somos como Moisés, que punha um véu sobre o rosto, para que os filhos de Israel não vissem o final da glória que se
desvanecia; e assim o entendimento deles ficou obscurecido. Pois até o dia de hoje, à leitura do velho testamento,
permanece o mesmo véu, não lhes sendo revelado que em Cristo é ele abolido; sim, até o dia de hoje, quando Moisés é lido,
um véu está posto sobre o coração deles. Contudo, convertendo-se ao Senhor, é-lhe tirado o véu" (2 Co 3,13-16).

A Bíblia é importante por causa de:

Jesus Cristo

Sem Jesus Cristo, a Bíblia não passa de um dos livros ultrapassados que por ai existem nos museus ou em uso nos mitos e superstições
ou fossilizados.

Pode-se pretender que ela seja a Palavra de Deus. E é, mas a Palavra de Deus plenamente revelada por Jesus Cristo. Ele é a
Revelação por excelência, a única Revelação do Pai;
Jesus é a Palavra do Pai

Diz-se que Jesus é a PALAVRA porque manifesta ou revela o Pai, tal como Ele mesmo o diz:

"Jesus lhe disse: "Filipe, há tanto tempo estou convosco e não me conheces? Quem me tem visto, tem visto o Pai. Como
podes dizer: mostra-nos o Pai?" (Jo 14,9).

Também Paulo e João o dizem:

"Ele é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda criatura..." (Col 1,15)

No princípio era a Palavra, e a Palavra estava com Deus, e a Palavra era Deus" (...) "Ninguém jamais viu a Deus. o Filho
Unigênito, que está no seio do Pai, é quem o deu a conhecer." (Jo 1,1.18).

É essa a função da PALAVRA: tornar conhecido o que ela significa. Caso um professor permaneça em silêncio perante um grupo de
alunos, eles nada saberão de seu saber íntimo, pois, sem a palavra nada se sabe. Quando ele começar a falar, a fazer o uso "da
palavra", passará a ser entendido e os alunos apreenderão o que ensina, por aquilo que ele "revelar" com a sua palavra. Ora, Jesus
"revelou" o Pai; logo, JESUS é a PALAVRA DO PAI.

2.1 Revelação

Já ficou claro pelo acima exposto que Cristo é a Revelação única e definitiva, e que somente aquilo que transmitiu aos Apóstolos, que
nos vem pela Tradição e o Magistério da Igreja, pode-se dizer "revelado". É que, com a morte do último Apóstolo, terminou a transmissão
oral da Revelação, o que se conhece por Tradição, ficando apenas o que foi deixado por eles como "depósito" (de fé), como o
denominou São Paulo (1 Tm 6,20; 2 Tm 1,12-14), que compõe o Magistério da Igreja, aquilo que ela ensina. Melhor o diz o Catecismo da
Igreja Católica, recém promulgado por João Paulo II:

"'Muitas vezes e de muitos modos falou Deus antigamente aos nossos pais, pelos profetas. Nestes dias, que são os últimos,
falou-nos por seu Filho' (Hb 1,1-2). Cristo, Filho de Deus feito homem, é a Palavra Única, Perfeita e Insuperável do Pai. Nele
o Pai disse tudo, e não haverá outra palavra além dessa. (...) A Economia Cristã, portanto, como Aliança Nova e Definitiva,
jamais passará, e já não se há de esperar nenhuma outra Revelação pública antes da gloriosa manifestação de Nosso Senhor
Jesus Cristo" (n.º 64-65).

2.2 Inspiração

Tal como a Revelação, também a Inspiração Bíblica já acabou. O que ilumina a Igreja em prosseguimento à Obra de Cristo (Jo 20,21) é
uma especial Assistência do Espírito Santo, e não se confunde com a Inspiração Bíblica, como a própria Igreja define e explica:

"A verdade divinamente revelada, que os livros da Sagrada Escritura contêm e apresentam, (...). ...escritos sob a Inspiração
do Espírito Santo (cf. Jo 20,31; 1 Tm 3,16; 2 Pe 1,19-21; 3,15-16), eles têm Deus por autor e nesta qualidade foram
confiados à Igreja. Para escrever os Livros Sagrados, Deus escolheu e serviu-se de homens, na posse das suas faculdades e
capacidades, para que, agindo Ele neles e por eles, escrevessem, como verdadeiros autores, tudo aquilo e só aquilo que Ele
próprio queria" ("Dei Verbum" n.º 11; Catecismo. da Igreja Católica n.º 105/106).

"Por isso, a pregação apostólica, que é expressa de modo especial nos livros inspirados, devia conservar-se por uma
sucessão contínua até a consumação dos tempos. (...). Esta Tradição, oriunda dos Apóstolos, progride na Igreja sob a
Assistência do Espírito Santo..." (Constituição 'Dei Verbum', Conc. Vat. II, n.º 8).

O que não se deve perder de mira é que tanto a Revelação como a Inspiração foram dons ou carismas especiais de Deus para a
confecção da Sagrada Escritura, e isto se deu quando dos originais, não se estendendo às traduções, aos comentários ou mesmo à
exegese. Por isso, a missão da Igreja de interprete única, por causa daquele já mencionado "depósito" (da fé) que lhe é pertinente:

"O 'depósito' (1 Tm 6,20; 2 Tm 1,12-14) da fé ("depositum fidei"), contido na Sagrada Tradição e na Sagrada Escritura, foi
confiado pelos Apóstolos à totalidade da Igreja. 'Apoiando-se nele, o Povo Santo todo, unido a seus Pastores, persevera
continuamente na doutrina dos Apóstolos e na comunhão, na Fração do Pão e nas Orações, de sorte que na conservação, no
exercício e na profissão da fé transmitida, se crie uma singular unidade de espírito entre os bispos e os fiéis.' (cfr. Catecismo
84)
'O encargo de interpretar autenticamente a Palavra de Deus escrita ou transmitida foi confiado unicamente ao Magistério vivo
da Igreja, cuja autoridade se exerce em nome de Jesus Cristo' ("Dei Verbum", 10), isto é, aos bispos em comunhão com o
sucessor de Pedro, o bispo de Roma" (idem 85).

Pode-se desde já perceber a importância da Tradição, que é a transmissão das verdades reveladas pelos Apóstolos a seus sucessores,
no que se estrutura o Magistério da Igreja.

2.3 Tradição, Magistério e Escritura

Cristo não é um fundador de nova religião, nem o cristianismo é uma "heresia" do judaísmo. Os Apóstolos e os discípulos continuaram
freqüentando o Templo e seguindo os rituais ali celebrados, até mesmo após a Sua Morte, Ressurreição e Ascensão (Lc 24,53; At 2,46;
3,1) bem como após o Pentecostes (At 2,46; 3,1...). Compartilhavam da "visão" de Jesus de que o cristianismo é o "cumprimento" do
judaísmo, o seu ponto de chegada:

"Não penseis que vim destruir a lei ou os profetas; não vim destruir, mas cumprir. Porque em verdade vos digo que, até que
o céu e a terra passem, de modo nenhum passará da lei um só "i" ou um só "til", até que tudo seja cumprido" (Mt 5,17-18).

Entretanto, os primeiros cristãos não conheciam o Novo Testamento tal como se conhece hoje. Quando muito haviam alguns
manuscritos destinados apenas a registrar as pregações locais. Os cristãos de Roma, por exemplo, conheciam a pregação de Pedro e,
possivelmente, conheciam também uma ou outra das cartas de Paulo (2 Pe 3,15-16). Vê-se facilmente que os escritos atuais dos
Evangelhos são verdadeiramente o registro catequético de então, a primeira expressão da Tradição Apostólica, aqueles que foram
escolhidos e aprovados entre tantos outros (Lc 1,1-2 diz "muitos"):

"A Tradição de que falamos aqui é a que vem dos Apóstolos. Ela transmite o que estes receberam do ensino e do exemplo de
Jesus e aprenderam pelo Espírito Santo. De fato, a primeira geração de cristãos ainda não tinha um Novo Testamento escrito,
e o próprio Novo Testamento testemunha o processo da Tradição Viva" (Catecismo da Igreja Católica, 83).

"Por isso, a pregação apostólica, que é expressa de modo especial nos livros inspirados, devia conservar-se por uma
sucessão contínua até a consumação dos tempos. (...) Esta Tradição, oriunda dos Apóstolos, progride na Igreja sob a
Assistência do Espírito Santo..." (Constituição 'Dei Verbum', Conc. Vat. II, n.º 8).
Informa Papias que o primeiro Evangelho foi escrito por Mateus em aramaico, que o destinou aos judeus. Vieram outros, inclusive a
tradução dele para o koiné, o grego popular de então, que não eram ainda tão difundidos, nem faziam parte de um cânon definido pela
Igreja. Somente algumas comunidades tinham uma espécie de compilação mais ou menos aleatória, ao que tudo indica, e não ainda de
forma sistemática como hoje:

"Foi a Tradição Apostólica que levou a Igreja a discernir quais os escritos que deveriam ser enumerados na lista dos Livros Sagrados"
('Dei Verbum, 8,3). Esta lista completa é denominada 'Cânon' das Escrituras. Comporta, para o Antigo Testamento, 46 (45, se contarmos
Jeremias e Lamentações juntos) escritos e 27 para o Novo:

 Gênesis, Êxodo, Levítico, Números, Deuteronômio, Josué, Juízes, Rute, os dois livros de Samuel, os dois Livros de Reis, os dois
Livros de Crônicas, Esdras e Neemias, Tobias, Judite, Ester, os dois Livros de Macabeus, Jó, os Salmos, os Provérbios, o
Eclesiastes (ou Coélet), o Cântico dos Cânticos, a Sabedoria, o Eclesiástico (ou Sirácida), Isaías, Jeremias, as Lamentações,
Baruc, Ezequiel, Daniel, Oséias, Joel, Amós, Abdias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuc, Sofonias, Ageu, Zacarias, Malaquias, para
o Antigo Testamento;

 os Evangelhos de Mateus, de Marcos, de Lucas e de João, os Atos dos Apóstolos, as Epístolas de São Paulo aos Romanos, a
Primeira e a Segunda aos Coríntios, aos Gálatas, aos Efésios, aos Filipenses, aos Colossenses, a Primeira e a Segunda aos
Tessalonicenses, a Primeira e a Segunda a Timóteo, a Tito, a Filêmon, a Epístola aos Hebreus, a Epístola de Tiago, a Primeira e a
Segunda de Pedro, as três Epístolas de João, a Epístola de Judas e o Apocalipse, para o Novo Testamento (Catecismo da Igreja
Católica, 120).

Da mesma forma que então, porque inexistente, para os católicos ainda hoje, "só a Bíblia" não é, nem pode ser, o único fundamento para
a fé, eis que não se partiu dela para o que se crê. O que nela se compôs foi o então ensinado pelos Apóstolos. Por isso, fundamental
ainda lhes é o conjunto formado por: Tradição + Magistério + Escritura:

"Fica portanto claro que segundo o sapientíssimo plano divino a Sagrada Tradição, a Sagrada Escritura e o Magistério da Igreja estão de
tal maneira entrelaçados e unidos, que um não tem consistência sem os outros, e que juntos, cada qual a seu modo, sob a ação do
mesmo Espírito Santo, contribuem eficazmente para a salvação das almas" (Constituição Dogmática 'Dei Verbum', 10)

3. ALGUMAS REGRAS PRÁTICAS

Feitas essas observações preliminares, é fundamental a todo estudioso da Bíblia algumas regras práticas que iremos apresentando à
medida do desenvolvimento do curso. A primeira delas é a de se deslocar abstratamente ao tempo em que foi escrito o livro que se
estuda ou se lê, não se analisando o que está escrito com o aculturamento atual, mas procurando entender bem o que se escreveu com
a mentalidade de então. Outra delas é que os títulos, subtítulos e a divisão em capítulos e versículos não fazem parte do escrito em si,
não são inspirados, mas foram idealizados em princípios deste segundo milênio de nossa era, para facilitar a localização, bem como a
leitura, e de acordo com a divisão vigente por assunto ao tempo do criador do sistema. Por isso mesmo, nem sempre um capítulo
encerra um assunto, como acontece com um livro moderno, podendo se encontrar a conclusão dele mais adiante ou em local diverso.

Além de tudo isto, é de se considerar que a Bíblia forma uma unidade total de doutrina, coerente e religiosamente muito lógica. E não se
há de esquecer a necessidade de sempre se recorrer ao ensino da Igreja, que com seu "depósito" ilumina a interpretação doutrinária
dos textos difíceis. Não é possível se dar ao luxo de interpretações particulares, por mais sábias que nos possam parecer (2Pe 1,20-21).
Assim, é de se ler a Bíblia tal como foi ela escrita e não como se gostaria que tivesse sido composta. Qualquer originalidade pode lhe
redundar em falsificação grosseira, mesmo uma simples entonação de voz que se busca interpretar. As Escrituras foram escritas ao
bafejo do Espírito Santo e não Lhe pode ser atribuída qualquer contradição entre os vários livros que a compõem. Só o Espírito Santo é o
interprete do que inspirou pelo que Jesus fez da Sua Igreja o único "depósito" (da Fé) (v. Catecismo da Igreja Católica, 109/119):

"E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Paráclito, que fique convosco para sempre, a saber, o Espírito da Verdade, o qual o
mundo não pode receber; porque não o vê nem o conhece; mas vós conheceis, porque ele habita convosco, e estará em vós.
(...) Naquele dia conhecereis que estou em meu Pai, e vós em mim, e eu em vós. (...) Mas o Paráclito, o Espírito Santo a quem
o Pai enviará em nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto eu vos tenho dito" (Jo 14,16-
20.26)

"Ainda tenho muito que vos dizer; mas vós não o podeis suportar agora. Quando vier, porém, aquele, o Espírito da Verdade,
ele vos guiará a toda a verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá o que tiver ouvido, e vos anunciará as coisas
vindouras. ..." (Jo 16,12-15).

Pelos trechos aqui transcritos vê-se que o próprio Jesus diz que seria o Espírito Santo quem "vos ensinará todas as coisas e vos fará
lembrar de tudo quanto eu vos tenho dito", "vos guiará a toda a verdade" e "vos anunciará as coisas vindouras". Assim sendo, é aquilo e
somente o que foi ensinado pelos Apóstolos que permaneceu na Igreja como o depósito que São Paulo fala:

"Ó Timóteo, guarda o depósito que te foi confiado, evitando as conversas vãs e profanas e as oposições da falsamente
chamada ciência; a qual professando-a alguns, se desviaram da fé. A graça seja convosco" (.I Tm 6,20-21)

"Por esta razão sofro também estas coisas, mas não me envergonho; porque eu sei em quem tenho crido, e estou certo de
que ele é poderoso para guardar o meu depósito até aquele dia. Conserva o modelo das sãs palavras que de mim tens
ouvido na fé e no amor que há em Cristo Jesus; guarda o bom depósito com o auxílio do Espírito Santo, que habita em nós"
(2 Tm 1,12-14).
Ainda, quando Jesus estabelece o "primado" de Pedro, deixa clara a autoridade dele e dos Apóstolos com ele, quando lhes dá o poder
de "ligar e desligar", eis que estará sempre presente, "no meio deles":

(A Pedro) "Disse-lhe Jesus: Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue que to revelou, mas meu
Pai, que está nos céus. Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do
inferno não prevalecerão contra ela; dar-te-ei as chaves do reino dos céus; o que ligares, pois, na terra será ligado nos céus,
e o que desligares na terra será desligado nos céus" (Mt 16,17-19)
(A todos os Apóstolos 'reunidos' junto com Pedro) "Em verdade vos digo: Tudo quanto ligardes na terra será ligado no céu; e
tudo quanto desligardes na terra será desligado no céu. Ainda vos digo mais: Se dois de vós na terra concordarem acerca de
qualquer coisa que pedirem, isso lhes será feito por meu Pai, que está nos céus. Pois onde se acham dois ou três reunidos
em meu nome, aí estou eu no meio deles" (Mt 18,18-20)

Além disso, essa Sua presença entre os Apóstolos, fica mais clara e eficaz ainda quando diz que "estarei convosco, todos os dias, até a
consumação dos séculos". É que bastaria ter dito "estarei convosco", mas acentua acrescentando "todos os dias" e, ainda ratifica "até a
consumação dos séculos". Confirmando tudo isso, vai Marcos nos informar que "quem crer (na pregação da Igreja) e for batizado será
salvo, mas quem não crer será condenado". Ora, quando Cristo afirma ser condenado quem não crê na pregação é afirmar a
infalibilidade da pregação e a eficácia da Assistência do Espírito Santo, e quando o diz aos Apóstolos somente, di-lo à Igreja, depositária
do que ensinaram:

"E, aproximando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: Foi-me dada toda a autoridade no céu e na terra. Portanto ide, fazei
discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a observar todas
as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos" (Mt 28,18-
20)

"E disse-lhes: Ide por todo o mundo, e pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; mas quem
não crer será condenado" (Mc 16,15-16)

(Lc 24,27"E, começando por Moisés e por todos os profetas, interpretou-lhes em todas as Escrituras o que a ele dizia
respeito. (...) '...era preciso que se cumprisse tudo o que está escrito sobre mim na Lei de Moisés, nos Profetas e nos
Salmos.' Então abriu-lhes a mente para que entendessem as Escrituras" (Lc 24, 27.44-45)
"Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas chamei-vos amigos, porque tudo quanto
ouvi de meu Pai vos dei a conhecer" (Jo 15,15).

Outro fator importante a observar é a da sucessão apostólica na Igreja, para o exercício do mesmo múnus, com os mesmos dons
apostólicos, também ratificado na Escritura:

"Irmãos, convinha que se cumprisse a escritura que o Espírito Santo predisse pela boca de Davi, acerca de Judas, que foi o
guia daqueles que prenderam a Jesus; pois ele era contado entre nós e teve parte neste ministério. (...) É necessário, pois,
que dos varões que conviveram conosco todo o tempo em que o Senhor Jesus andou entre nós, começando desde o batismo
de João até o dia em que dentre nós foi levado para cima, um deles se torne testemunha conosco da sua ressurreição" (At
1,16-22).

Por outro lado, também São Paulo afirma que Tiago, Pedro e João são "colunas da Igreja" (Gl 2,9). Ora, esse fato corrobora a
existência de hierarquia no Colégio Apostólico, até mesmo ao tempo de Cristo, eis que somente eles foram testemunhas de alguns
acontecimentos importantes tais como a Ressurreição da filha de Jairo (Mc 5,37), a Transfiguração (Mc 9,2), a Agonia do Monte das
Oliveiras (Mc 14,33), e recomendados ao silêncio a respeito até a ressurreição (Mc 5,43; 9,9), o que evidencia o motivo de serem
considerados "colunas". Ambas, a sucessão e a hierarquia, evidenciam a presença da sucessão apostólica caracterizando a
autenticidade do Colégio Apostólico Católico e do "depósito da fé":

"E, aproximando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: Foi-me dada toda a autoridade no céu e na terra. Portanto ide, fazei
discípulos de todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a observar todas
as coisas que eu vos ordenei; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos" (Mt 28,19-20).

Outra observação que se deve fazer num começo de estudo da Bíblia é com base na já mencionada coerência que deve ter tudo o que
se deduz com a totalidade dela, donde a necessidade de sintonia das conclusões com todo o seu conteúdo. Sempre se buscará, por
isso, confirmação na própria Bíblia daquilo que se concluiu ou se encontrou, ou também no magistério da Igreja, detentora da Tradição, a
única interprete autorizada por Cristo, como acima se viu.

E é bom nunca se perder de vista que a maioria dos escritos do Novo Testamento, principalmente os Evangelhos, foram escritos para o
uso de pessoas que já conheciam todo o tema que abordam em seus mínimos detalhes, não lhes sendo necessário esclarecimentos e
explicações como para nós, que desconhecemos os pormenores, os quais estão na Tradição e Magistério da Igreja.
AUTO-AVALIAÇÃO

1. O que é a Bíblia?
2. Como seria a representação de Gênesis, capítulo 25, para se ler do versículo 1 até o 15, saltar para o 29 e ler até o 34, letra c?
3. A Bíblia é importante? Por quê?
4. É certo dizer que Jesus é Palavra? Por quê?
5. Existe alguma revelação nova nos dias atuais? Explique.
6. A Inspiração é faculdade ou dom de todas as pessoas? Explique.
7. Cada um pode interpretar autenticamente a Sagrada Escritura? Explique.

O que se entende por Tradição, Magistério e Assistência do Espírito Santo na Igreja? Descreva-as e destaque as suas diferenças. Existe alguma relação
entre a Escritura, a Tradição e o Magistério da Igreja? Qual? Explique.
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Artigos de Liturgia, n. 6; Agosto de 2016

Seminarista Rafael Spagiari Giron


Assessor da Pastoral Litúrgica Diocesana

Queridos irmãos e irmãs, filhos amados de Deus!

Após percorrermos um longo caminho de cinco artigos, por meio dos quais pudemos compreender um pouco mais sobre a Celebração Eucarística de
que participamos, seja diariamente ou semanalmente, hoje começaremos a nos debruçar sobre o sentido da ação litúrgica e do como se dá a sua relação com o
ser humano.
De início é bom deixar clara a significação da palavra “Liturgia”: ela é de origem grega (leitourgia, sendo o verbo: leitourgeth), formada pela junção de
Laós, Leós = POVO + érgon = SERVIÇO, AÇÃO, TRABALHO. Deste modo, podemos dizer que “liturgia” é uma ação em favor do povo. No que se refere
ao sentido religioso, a liturgia passou a ser compreendida, através da tradução da bíblia de língua hebraica para a grega, como o serviço realizado no Templo de
Jerusalém; daí, a palavra veio a ter o significado de função sacerdotal e de serviço ritualístico do templo. No entanto, não faz muito tempo que o termo
“Liturgia” vem sendo usado na Igreja. O adjetivo liturgicus e o substantivo liturgia foram introduzidos, sem dúvida, pela primeira vez sob sua forma latina, em
1588 por Georges Cassandre. Rapidamente tais termos ganharam direito de cidadania na erudição eclesiástica. Foi somente no século XVIII que os termos
recebiam seu sentido atual, designando o conjunto dos atos do culto da Igreja.

Se o termo “Liturgia” nos remete ao serviço do povo, então todos são chamados a ajudar nesse exercício que traz como consequência o cultivo da fé e
a prática da caridade. Deste modo, o crescimento da vida espiritual não se limita à participação em determinada ação cultual (missa, ou celebrações de outros
sacramentos), mas vai além, chega até a maneira de se viver com Deus, consigo mesmo e com os outros.

A “função sacerdotal” que a palavra “liturgia” recorda-nos já pode ser visualizada no Antigo Testamento: o sacerdote é aquele que serve de
intermediário entre Deus e o povo, oferecendo os sacrifícios a Deus em favor de todo o povo. Com Jesus, seu sacrifício torna-se diferente dos sacrifícios
antigos (de animais), uma vez que, agora Ele foi ao mesmo tempo o sacerdote e a vítima, pois ofereceu-se a si mesmo ao invés das vítimas. Por isso, dizemos
que Jesus é o sacerdote por excelência, o único sacerdote verdadeiro, o único capaz de oferecer a Deus um sacrifício eficaz. Na Celebração Eucarística, o
próprio Jesus é o sacerdote que oferece esse sacrifício, o mesmo único e eterno sacrifício da cruz que ali se atualiza, mas o padre também é chamado sacerdote
porque participa desse sacrifício, agindo em nome d’Ele e como seu representante. Ele é sacerdote por Cristo, com Cristo e em Cristo, e não por si mesmo. Ou
seja, ele não oferece um sacrifício de si mesmo a Deus, oferece o próprio sacrifício de Cristo.

Embora o presbítero (padre) também seja convidado a oferecer-se a si mesmo, unindo-se ao sacrifício de Cristo, ele é sacerdote, em primeiro lugar,
pela ação sacrifical de Jesus Cristo (sua entrega na Cruz) para somente depois, pela Graça de Deus, ser sacerdote no oferecimento de sua vida como serviço
aos irmãos. Por isso, o padre não é sacerdote porque celebra a eucaristia; mas o contrário, somente celebra a eucaristia porque é capaz de ser sacerdote a partir
de Cristo.

De igual forma, o povo de Deus também é sacerdote na medida em que todos são igualmente chamados a oferecer-se a si mesmos a Deus juntamente
com Cristo, unindo-se ao sacrifício de Cristo apresentado e atualizado pelo presbítero na Celebração Eucarística. Por isso, todos os que são batizados formam,
na Igreja, o Povo Sacerdotal (“Eu serei o vosso Deus e vós sereis o meu povo” (cf. Ex 19, 3-6)) que, por sua vez, exerce cada qual a seu modo, o ministério que
lhe é próprio.

Sendo assim, o ministério, enquanto doação sacerdotal, na constituição e formação da Igreja, pode ser compreendido de dois modos distintos: o
ministério ordenado (bispos, presbíteros e diáconos) que são ministros que celebram o sacrifício memorial do Senhor e se doam em favor do Reino de Deus; e
o ministério não-ordenado (religiosos e religiosas, leigos e leigas que desempenham diversas funções em colaboração com os ministros ordenados perante
toda a comunidade) que unem seu serviço ao sacrifício de Cristo.
Essa liturgia que, segundo o Concílio Vaticano II é, por excelência, o exercício do sacerdócio de Jesus Cristo, o servo do Pai, utiliza sinais sensíveis
para que visualizemos a ação de Deus em nós (nossa santificação). Esses sinais estão presentes na vida do Povo de Deus desde o Antigo Testamento, quando o
povo de Israel pede a Deus, por intermédio de Moisés, sinais sensíveis da Aliança que Deus tinha firmado com todos eles (cf. Ex 4).

Para que a Liturgia possa ser algo verdadeiro e transformador na vida das pessoas, é necessário partirmos de um princípio básico que nos apresenta a
Liturgia como formada por três pontos fundamentais: a experiência de fé, a visualização dos símbolos e a execução dos gestos. Vejamos cada um deles:

Experiência de Fé: o ser humano é capaz de promover e guardar experiências em sua mente. A soma dessas experiências vai, ao logo do tempo, gerando a
maturidade e a melhor compreensão sobre os fatos. A fé também é assim: nossas primeiras experiências em relação à fé, como criança (ou adulto), vão-se
transformando na crença e na certeza da presença de Deus para além dos sinais e gestos que visualizamos. A comunidade de fé experimenta o Senhor
Ressuscitado. Portanto, a experiência de fé é algo que vem antes mesmo dos sinais e gestos, ela é algo natural ao ser humano e precisa ser compreendida e
levada ao crescimento para que haja uma fé madura e verdadeira.

Símbolos: a liturgia cristã apresenta-se como um conjunto de sinais e símbolos (como por exemplo: a água, o óleo, a vela, a cruz, o círio pascal etc). Essa
palavra “símbolo” vem do verbo grego symbállo que nos remete a um fragmento que exigia ser completado por outra parte para formar uma realidade completa
e funcional. Ora, o símbolo por si só não tem sentido algum; nossa experiência de fé vem completá-lo para dar-lhe pleno sentido dentro da liturgia.

Gestos: a execução dos gestos se dá pela expressão do corpo que, por sua vez, nos leva a uma realidade além daquela do movimento realizado (por exemplo: ao
estender a mão, não o faço por nada, mas para pegar ou entregar algo, ou cumprimentar ou ajudar, ou seja: o gesto não vale por si mesmo, mas por aquilo que
ele significa). Na liturgia precisa ser assimilada a importância dos gestos e a interiorização de cada um deles para a vivência litúrgica. Caso contrário, o Rito
passa a ser algo somente mecânico e não vivencial e transformador das realidades internas de cada ser humano.

A experiência de fé, ligada à visualização dos símbolos e à execução dos gestos, leva-nos aos Ritos Litúrgicos. O Rito, em seu sentido originário, é
compreendido como a “repetição” de algo. Porém, na fé cristã, o Rito ganha um sentido todo especial: ele é a expressão da fé professada. Além disso, ele é
capaz de fazer memória do grande revelador da fé (Jesus); uma memória não como lembrança, mas como concretização no hoje, em cada ato celebrativo, do
serviço e da doação de Jesus (é Jesus realizando a LITURGIA-SERVIÇO-ENTREGA em cada ato celebrativo).

No próximo artigo veremos, mais detalhadamente, quais são os símbolos e gestos mais vivenciados na liturgia. Vale sempre recordar que, embora a
liturgia aconteça em sua ação plena (nas celebrações) dentro das igrejas, ela é também vivenciada por cada um de nós no dia a dia, através das ações de fé
(oferecimento de si mesmo a Deus) e das ações de caridade (oferecimento de si mesmo ao outro). Como “tarefa” de casa deixo-lhes o pedido para que
percebam a presença dos símbolos e gestos nas celebrações de que participarem; e não se esqueçam de ligar cada um deles à experiência de fé que cada um
possui, sempre à luz do Senhor Jesus que sofreu, morreu e ressuscitou. Boa experiência de fé!

Para ler o artigo n. 5 clique aqui: CELEBRAÇÃO EUCARÍSTICA – RITOS FINAIS

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