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Antes, porém, vale a pena lembrar que o Ano Litúrgico é composto de dias, e que esses
dias são santificados pelas celebrações litúrgicas do povo de Deus, principalmente pelo
Sacrifício Eucarístico e pela Liturgia das Horas. Por esses dias serem santificados, eles
passam a ser denominados dias litúrgicos. A celebração do Domingo e das Solenidades,
porém, começa com as Vésperas (na parte da tarde) do dia anterior.
Cada rito litúrgico da Igreja Católica tem o seu Calendário Litúrgico próprio, com mais
ou menos diferenças em relação ao Calendário Litúrgico do Rito romano, o mais
conhecido. No entanto, para todos os ritos litúrgicos é idêntico o significado do Ano
litúrgico, assim como a existência dos diversos tempos litúrgicos e das principais festas
litúrgicas.
A Igreja estabeleceu, para o Rito romano, uma sequência de leituras bíblicas que se
repetem a cada três anos, nos domingos e nas solenidades. As leituras desses dias são
divididas em ano A, B e C. No ano A, leem-se as leituras do Evangelho de São Mateus;
no ano B, o de São Marcos e no ano C, o de São Lucas. Já o Evangelho de São João é
reservado para as ocasiões especiais, principalmente as grandes Festas e Solenidades.
Nos dias da semana do Tempo Comum, há leituras diferentes para os anos pares e para
os anos ímpares, tirando o Evangelho, que se repete de ano a ano. Deste modo, os
católicos, de três em três anos, se acompanharem a liturgia diária, terão lido quase toda
a Bíblia.
1. Ciclo da Páscoa
2. Ciclo do Natal
3. Tempo comum
4. Ciclo santoral
Este Ano litúrgico da Igreja tem leituras bíblicas apropriadas para as celebrações de
cada santo em particular. Aí estão as 15 solenidades e 25 festas, com leituras
obrigatórias, as 64 memórias obrigatórias e 96 memórias facultativas, com leituras
opcionais. O Calendário apresenta também 44 leituras referentes à ressurreição de Jesus
Cristo, além de diversas leituras para os Santos, Doutores da Igreja, Mártires, Virgens,
Pastores e Nossa Senhora.
Tempos litúrgicos
Ver artigo principal: Calendário litúrgico
Tempo do Advento
Ver artigo principal: Advento
No Advento a cor litúrgica e o Roxo sendo que no Gaudete pode se usar o rosa.
Tempo de preparação para o Natal é o Advento que são quatro domingos, sendo o
terceiro domingo do Advento, o Domingo Gaudete.
Tempo do Natal
Ver artigo principal: Ciclo do Natal
Após a celebração anual da Páscoa, a comemoração mais venerável para a Igreja é o
Natal do Senhor e suas primeiras manifestações, pois o Natal é um tempo de fé, alegria
e acolhimento do Filho de Deus que se fez Homem. O tempo do Natal vai da véspera do
Natal de Nosso Senhor até o domingo depois da festa da aparição divina, em que se
comemora o Batismo de Jesus. No ciclo do Natal são celebradas as festas da Sagrada
Família, de Maria, mãe de Jesus, Epifania do Senhor e do Batismo de Jesus.
Tempo da Quaresma
Ver artigo principal: Quaresma
Tempo de preparação para a Páscoa é a Quaresma que e composta por cinco domingos,
sendo o quarto domingo da Quaresma, o Domingo Laetare.
Tríduo Pascal
Ver artigo principal: Tríduo Pascal
O Tríduo Pascal começa com a Missa da Santa Ceia do Senhor, na Quinta-Feira Santa.
Neste dia, é celebrada a Instituição da Eucaristia e do Sacerdócio, e comemora-se o
gesto de humildade de Jesus ao lavar os pés dos discípulos.
Na Sexta-Feira Santa celebra-se a Paixão e Morte de Jesus Cristo. É o único dia do ano
que não tem Missa, acontece apenas uma Celebração da Palavra chamada de “Ação ou
Ato Litúrgico”.
Durante o Sábado Santo, a Igreja não exerce qualquer acto litúrgico, permanecendo em
contemplação de Jesus morto e sepultado.
Tempo Pascal
Ver artigo principal: Tempo Pascal
A Festa da Páscoa ou da Ressurreição do Senhor, se estende por cinquenta dias entre o
domingo de Páscoa e o domingo de Pentecostes, comemorando a volta de Cristo ao Pai
na Ascensão, e o envio do Espírito Santo. Estas sete semanas devem ser celebradas com
alegria e exultação, como se fosse um só dia de festa, ou, melhor ainda, como se fossem
um grande domingo, vivendo uma espiritualidade de alegria no Cristo Ressuscitado e
crendo firmemente na vida eterna.
Tempo Comum
Ver artigo principal: Tempo Comum
Além dos tempos que têm características próprias, restam no ciclo anual trinta e três ou
trinta e quatro semanas nas quais são celebrados, na sua globalidade os Mistérios de
Cristo. Comemora-se o próprio Mistério de Cristo em sua plenitude, principalmente aos
domingos. É um período sem grandes acontecimentos, mas que nos mostra que Deus se
faz presente nas coisas mais simples. É um tempo de esperança acolhimento da Palavra
de Deus. Este tempo é chamado de Tempo Comum, mas não tem nada de vazio. É o
tempo da Igreja continuar a obra de Cristo nas lutas e no trabalho pelo Reino. O Tempo
Comum é dividido em duas partes: a primeira fica compreendida entre os tempos do
Natal e da Quaresma, e é um momento de esperança e de escuta da Palavra onde
devemos anunciar o Reino de Deus; a segunda parte fica entre os tempos da Páscoa e do
Advento, e é o momento do cristão colocar em prática a vivência do reino e ser sinal de
Cristo no mundo, ou como o mesmo Jesus disse, ser sal da terra e luz do mundo.
Festas de guarda
Ver também: Lista dos dias santos de obrigação do catolicismo
Porém, nem todos os países e dioceses festejam e guardam estes dez dias de preceito,
porque, "com a prévia aprovação da Sé Apostólica, [...] a Conferência Episcopal pode
suprimir algumas das festas de preceito ou transferi-los para um domingo".[1]
A cada ano tem uma sequência de leituras próprias, ou seja, leituras para o ano A, ano B
e para o ano C. A organização das leituras próprias para cada ano possibilita ao católico
estudar toda a Bíblia, desde que participe de todas as missas diárias ou estude a Liturgia
Diária nesse período de três anos. Para saber de que ciclo é um determinado ano, parte-
se deste princípio: o ano que é múltiplo de 3 é do ciclo C.
Natal
Natal ou Dia de Natal é um feriado e festival religioso cristão comemorado anualmente
em 25 de dezembro (nos países eslavos e ortodoxos, cujos calendários eram baseados no
calendário juliano, o Natal é comemorado no dia 7 de janeiro). A data é o centro das
festas de fim de ano e da temporada de férias, sendo, no cristianismo, o marco inicial do
Ciclo do Natal, que dura doze dias.Originalmente destinada a celebrar o nascimento
anual do Deus Sol no solstício de inverno (natalis invicti Solis), a festividade foi
ressignificada pela Igreja Católica no século III para estimular a conversão dos povos
pagãos sob o domínio do Império Romano e então passou a comemorar o nascimento de
Jesus de Nazaré.Embora tradicionalmente seja um dia santificado cristão, o Natal é
amplamente comemorado por muitos não cristãos, sendo que alguns de seus costumes
populares e temas comemorativos têm origens pré-cristãs ou seculares.
Imaculada Conceição
A Imaculada Conceição ou Nossa Senhora da Conceição é, segundo o dogma católico, a
concepção da Virgem Maria sem mancha (em latim, macula) do pecado original. O
dogma diz que, desde o primeiro instante de sua existência, a Virgem Maria foi
preservada por Deus da falta de graça santificante que aflige a humanidade, porque ela
estava cheia de graça divina.
Assunção de Maria
A Assunção da Virgem Maria, informalmente conhecido apenas por A Assunção, de
acordo com a tradição da Igreja Católica Romana, da Igreja Ortodoxa, das Igrejas
Ortodoxas Orientais e partes do Anglicanismo, foi a assunção do corpo da Virgem
Maria no Céu ao final de sua vida terrestre. O catolicismo romano ensina como um
dogma que a Virgem Maria "tendo completado o curso de sua vida terrestre, foi
assumida, de corpo e alma, na glória celeste".
Ascensão de Jesus
A Ascensão de Jesus foi um evento na vida de Jesus relatado no Novo Testamento de
que Jesus ressuscitado foi elevado ao céu com seu corpo físico, na presença de onze de
seus apóstolos, ocorrendo no quadragésimo dia da ressurreição. Na narrativa bíblica, um
anjo informa os discípulos que a segunda vinda de Jesus irá ocorrer da mesma forma
que a sua ascensão.
Corpus Christi
Corpus Christi (expressão latina que significa Corpo de Cristo), ou Corpus Domini e
generalizada em Portugal como Corpo de Deus, é uma comemoração litúrgica católica
que ocorre na quinta-feira seguinte ao domingo da Santíssima Trindade, que, por sua
vez, acontece no domingo seguinte ao de Pentecostes. É uma "Festa de Guarda", em que
a participação da Santa Missa é obrigatória, na forma estabelecida pela conferência
episcopal do país respectivo.
A Epifania do Senhor (do latim tardio epiphanīa, por sua vez do grego ἐπιϕάνεια, de
ἐπιϕανής «visível», derivado de ἐπιϕαίνομαι «aparecer») ou Teofania (do latim tardio
medieval theophania, por sua vez do grego ϑεοϕάνεια e ϑεοϕανία, composto de ϑεο-
«teo-» e ϕαν- di ϕαίνομαι «aparecer»]) é uma festa religiosa cristã que comemora a
manifestação de Jesus Cristo como Deus encarnado.
No cristianismo ocidental, esta festa lembra primariamente a visita dos Três Reis
Magos, enquanto no Oriente lembra o batismo de Jesus.[1] A data tradicional da Epifania
é a de 6 de janeiro, mas, quanto à Igreja Latina, desde a reforma do Calendário Romano
Geral em 1969 é possível que a festa seja transferida para um domingo;[2] e, quanto à
Igreja Ortodoxa e à Igreja Ortodoxa Oriental, o uso do calendário juliano antigo por
algumas jurisdições faz com que a festa seja transferida para o dia 19 de janeiro.
No cristianismo ocidental
No cristianismo oriental
Na Igreja Copta, a Teofania também tem como evento central o batismo, e os fiéis se
preparam para a festa com o Paramon (do grego "preparação extraordinária"), um jejum
restrito no dia anterior (ou na sexta-feira anterior, caso a festa caia em uma segunda-
feira ou domingo).[4]
Trindade (cristianismo)
A doutrina cristã da Trindade (do latim trinitas "tríade", de trinus "tripla") define Deus
como três pessoas consubstanciais, expressões ou hipóstases: o Pai, o Filho (Jesus
Cristo) e o Espírito Santo; "um Deus em três pessoas". As três pessoas são distintas,
mas são uma "substância, essência ou natureza".
Igreja Católica
Cristianismo São Pedro Reino de Deus
Orientação Católica
Sede Vaticano
Líder espiritual
Papa Francisco
Logo
A Igreja Católica se considera a igreja estabelecida por Deus para salvar todos os
homens, embora admita a possibilidade de salvação dos que não a seguem.[15] Esta ideia
é visível logo no seu nome: o termo "católico" significa global em grego. Ela elaborou
sua doutrina ao longo dos concílios a partir da Bíblia, comentados pelos Pais e pelos
doutores da Igreja. Ela propõe uma vida espiritual e uma regra de vida aos seus fiéis
inspirada no Evangelho e definida. Regida pelo Código de Direito Canónico, ela se
compõe, além da sua muita bem conhecida hierarquia ascendente que vai do diácono ao
Papa, de vários movimentos apostólicos, que comportam notadamente as ordens
religiosas, os institutos seculares e uma ampla diversidade de organizações e
movimentos de leigos.
A Igreja Católica, pretendendo respeitar a cultura e a tradição dos seus fiéis, é por isso
atualmente constituída por 24 igrejas autônomas sui iuris, todas elas em comunhão
completa e subordinadas ao Papa. Estas Igrejas, apesar de terem a mesma doutrina e fé,
possuem uma tradição cultural, histórica, teológica e litúrgica diferentes e uma estrutura
e organização territorial separadas. A Igreja Católica é muitas vezes confundida com a
Igreja Católica Latina, uma das suas 24 Igrejas autônomas e a maior de todas elas.[16][17]
[18]
Desde o dia 13 de março de 2013, a Igreja Católica encontra-se sob a liderança do Papa
Francisco. O último papa antes do argentino foi o Papa Bento XVI, que abdicou do
cargo no mesmo ano. Quando de sua entronização, ela contava aproximadamente com
1,2 bilhões de membros[nota 1] (ou seja, mais de um sexto da população mundial[20] e mais
da metade de todos os cristãos[21]), distribuídos principalmente na Europa e nas
Américas mas também noutras regiões do mundo. Sua influência na História do
pensamento bem como sobre a História da arte é considerável, notadamente na Europa.
História
Ver artigo principal: História da Igreja Católica
Igreja Católica
Portal
A Igreja Católica possui mais de dois mil anos de história, sendo a mais antiga
instituição ainda em funcionamento. Sua história é integrante à História do Cristianismo
e a história da civilização ocidental.[22]
A palavra Igreja Católica para referir-se à Igreja Universal é utilizada desde o século I,
alguns historiadores sugerem que os próprios apóstolos poderiam ter utilizado o termo
para descrever a Igreja.[23] Registros escritos da utilização do termo constam nas cartas
de Inácio,[24] Bispo de Antioquia, discípulo do apóstolo João, que provavelmente foi
ordenado pelo próprio São Pedro.[23]
As primeiras listas de papas diziam que o segundo papa após São Pedro, foi São Lino[25]
considerado sucessor do Apóstolo Pedro, interveio em outras comunidades para ajudar a
resolver conflitos,[26] tais como fizeram o Papa Clemente I, Vitor I e Calixto I. Nos três
primeiros séculos a Igreja foi organizada sob três patriarcas: o de Antioquia, de
jurisdição sobre a Síria e posteriormente estendeu seu domínio sobre a Ásia Menor e a
Grécia; o de Alexandria, de jurisdição sobre o Egito; e o de Roma, de jurisdição sobre o
Ocidente.[27] Posteriormente os bispos de Constantinopla e de Jerusalém foram elevados
à dignidade de patriarcas por razões administrativas.[27] O Primeiro Concílio de Niceia,
em 325, considerou o Bispo de Roma como o "primus" (primeiro) entre os patriarcas,
afirmando em seus quarto, quinto e sexto cânones que está "seguindo a tradição
antiquíssima",[28] embora muitos interpretem esse título como o "primus inter pares"
(primeiro entre iguais). Considerava-se que Roma possuía uma autoridade especial
devido à sua ligação com São Pedro.[29]
Uma série de dificuldades (disputas doutrinárias e disciplinares, diferenças culturais,
Concílios disputados, a evolução de ritos separados e se a posição do Papa era ou não de
real autoridade ou apenas de respeito) levaram à divisão em 1054, que separou a Igreja
entre a Igreja Católica no Ocidente e a Igreja Ortodoxa no Leste (Grécia, Rússia e
muitas das terras eslavas, Anatólia, Síria, Egito, etc.). A esta divisão chama-se o Cisma
do Oriente. A grande divisão seguinte da Igreja Católica ocorreu no século XVI com a
Reforma Protestante, durante a qual se formaram muitas das atuais igrejas Protestantes,
como a Igreja luterana e a Igreja reformada.
Características doutrinais
Ver artigo principal: Doutrina da Igreja Católica
A Igreja Católica acredita ser a única Igreja fundada por Cristo, e portanto, a única
autêntica frente a demais igrejas e denominações cristãs que surgiram historicamente
depois dela.[nota 2] Assim, a Igreja Católica considera que tem por missão elaborar,
comunicar e propagar os ensinamentos de Cristo, assim como a de cuidar a unidade dos
fiéis, com o objetivo de ajudar a humanidade a percorrer o caminho espiritual a Deus.
Tem também o dever de administrar os sacramentos aos seus fiéis, por meio do
ministério de seus sacerdotes. A Igreja acredita que Deus outorga a sua graça ao crente
por meio dos sacramentos, daí a sua importância na vida eclesial. Ademais, a Igreja
Católica manifesta-se como uma estrutura hierárquica e colegial, com Cristo como a sua
cabeça espiritual e auxiliado pelo colégio dos apóstolos, cuja autoridade passou a ser
exercida, após a sua morte, pelos seus sucessores: o Papa e os bispos.[30]
Jesus Cristo é a figura central do Cristianismo, porque, por vontade de Deus Pai,[31] ele
encarnou-se (veio à Terra) para anunciar a salvação à humanidade inteira, "ou seja:
para nos reconciliar a nós pecadores com Deus; para nos fazer conhecer o seu amor
infinito; para ser o nosso modelo de santidade; para nos tornar «participantes da
natureza divina» (2 Ped 1, 4)";[32] e para "anunciar as boas novas do Reino de Deus".[33]
Santo Atanásio, um famoso Padre e Doutor da Igreja, afirmou que Jesus, "o Filho de
Deus, Se fez homem, para nos fazer Deus", ou seja, para nos tornarmos santos como
Deus.[34]
A crucificação e morte redentora de Jesus faz parte da vontade de Deus Pai de salvar toda a
Humanidade.
A doutrina católica professa também que a salvação do Homem deve-se, para além da
graça divina, ao voluntário Sacrifício e Paixão de Jesus na cruz. Este supremo sacrifício
deve-se à vontade e ao infinito amor de Deus, que quis salvar toda a humanidade.[40][41]
Além disso, é também fundamental para a salvação a adesão livre do crente à fé em
Jesus Cristo e aos Seus ensinamentos, porque a liberdade humana, como um dom
divino, é respeitado por Deus, o nosso Criador.[42][43]
A Igreja ensina também que todos os não católicos que, sem culpa própria, ignoram a
Palavra de Deus e a Igreja Católica, mas que "procuram sinceramente Deus e, sob o
influxo da graça, se esforçam por cumprir a sua vontade", podem conseguir a salvação.
[44]
Caridade
Esta fé cristã "opera pela caridade" ou amor (Gálatas 5:6), por isso ela instrui os fiéis
converter-se e a levar uma vida de santificação. Este modo de viver ensina o católico a
participar e receber os sacramentos e a "conhecer e fazer a vontade de Deus".[45] Este
último ponto é cumprido através, como por exemplo, da prática dos ensinamentos
revelados (que se resumem nos mandamentos de amor ensinados por Jesus), das boas
obras e também das regras de vida propostas pela Igreja Católica.[46][47][48] Estes
mandamentos de amor consistem em «amar a Deus acima de todas as coisas ... amar
ao próximo como a si mesmo» (Mateus 22:37-39) (o Grande Mandamento) e «amar uns
aos outros como Eu vos amei» (João 15:12) (o Mandamento do Amor ou Novo
Mandamento). Estes ensinamentos radicais constituem por isso o resumo de «toda a Lei
e os Profetas do Antigo Testamento» (Mateus 22:40).[49] No fundo, a vida de
santificação proposta pela Igreja tem por finalidade e esperança últimas à salvação[50] e à
implementação do Reino de Deus.[39][51]
Eclesiologia
Ver artigo principal: Igreja, Eclesiologia e Quatro marcas da Igreja
A Igreja está alicerçada sobre o Apóstolo Pedro, a quem Cristo prometeu o Primado, ao afirmar
que "sobre esta pedra edificarei a minha Igreja" e que "dar-te-ei as chaves do Reino de Deus"
("Confissão de Pedro").
«santa» por causa da sua ligação única com Deus, o seu Autor, porque "o Espírito
Santo vivificou-a com a caridade" e porque ela é a "Esposa de Cristo"; também porque
ela, através dos sacramentos, tem por objectivo santificar, purificar e transformar os
fiéis, reunindo-os todos para o seu caminho de santificação, cujo objectivo final é a
salvação, que consiste na vida eterna, na realização final do Reino de Deus e na
obtenção da santidade.[54]
«católica» porque a Igreja é universal e está espalhada por toda a Terra; é portadora
da integralidade e totalidade do depósito da fé; "leva e administra a plenitude dos
meios" necessários para a salvação" (incluindo os sete sacramentos), dados por Jesus à
sua Igreja; "é enviada em missão a todos os povos, em todos os tempos e qualquer
que seja a cultura a que eles pertençam"; e nela está presente Cristo.[55][56]
Além disso, a Igreja, de entre os seus inúmeros nomes, também é conhecida por:
«Corpo de Cristo» porque os católicos acreditam que a Igreja não é apenas uma
simples instituição, mas um corpo místico constituído por Jesus, que é a Cabeça, e
pelos fiéis, que são membros deste corpo único, inquebrável e divino. Este nome é
assente também na fé de que os fiéis são unidos intimamente a Cristo, por meio do
Espírito Santo, sobretudo no sacramento da Eucaristia.[58] A Igreja Católica acredita que
os cristãos não católicos também pertencem, apesar de um modo imperfeito, ao
Corpo Místico, visto que tornaram-se uma parte inseparável d'Ele através do Batismo -
constituindo assim numas das bases do ecumenismo actual. Ela defende também que
muitos elementos de santificação e de verdade estão também presentes nas Igrejas e
comunidades cristãs que não estão em plena comunhão com o Papa.[59]
«Esposa de Cristo» porque o próprio Cristo "Se definiu como o «Esposo» (Mc 2,19) que
amou a Igreja, unindo-a a Si por uma Aliança eterna. Ele entregou-se a Si mesmo por
ela, para a purificar com o Seu sangue, «para a tornar santa» (Ef 5,26) e fazer dela
mãe fecunda de todos os filhos de Deus".[60]
«Templo do Espírito Santo» porque o Espírito Santo reside na Igreja, no Corpo Místico
de Cristo, e estabelece entre os fiéis e Jesus Cristo uma comunhão íntima, tornando-os
unidos num só Corpo. Para além disso, Ele guia, toma conta e "edifica a Igreja na
caridade com a Palavra de Deus, os sacramentos, as virtudes e os carismas".[61]
Apesar da doutrina católica ter sido plenamente revelada por Jesus Cristo, a definição e
compreensão desta mesma doutrina é progressiva, necessitando por isso do constante
estudo e reflexão da Teologia, mas sempre fiel à Revelação e orientada pelo Magistério
da Igreja Católica. A esta definição progressiva da doutrina dá-se o nome de
desenvolvimento da doutrina.[68] Esta Revelação imutável e definitiva é transmitida pela
Igreja sob a forma de Tradição escrita (Bíblia) e oral.[69] A doutrina católica está
resumida no Credo dos Apóstolos, no Credo niceno-constantinopolitano e em
variadíssimos documentos da Igreja, como por exemplo no Catecismo da Igreja Católica
(CIC) e no seu Compêndio (CCIC).[70]
Com os seus estudos teológicos, a Igreja gradualmente proclama os seus dogmas, que
são a base imutável da sua doutrina, sendo o último dogma (o da Assunção da Virgem
Maria) proclamado solenemente apenas em 1950, pelo Papa Pio XII. Os dogmas são
definidos e proclamados solenemente pelo Supremo Magistério (Papa ou Concílio
Ecumênico com o Papa[71]) como sendo verdades definitivas, porque eles estão contidos
na Revelação divina ou têm com ela uma conexão necessária. Uma vez proclamado
solenemente, nenhum dogma pode ser alterado ou negado, nem mesmo pelo Papa ou
por decisão conciliar. Por isso, o católico é ensinado a obrigatóriamente aderir, aceitar e
acreditar nos dogmas de uma maneira irrevogável.[72]
Logo, muitas vezes, certas actividades e atributos divinos são mais reconhecidas (mas
não exclusivamente realizadas) em uma Pessoa do que em outra. Como por exemplo, a
criação divina do mundo está mais associado a Deus Pai; a salvação do mundo a Jesus,
o Filho de Deus; e a protecção, guia, purificação e santificação da Igreja ao Espírito
Santo.[73]
Moisés recebendo as Tábuas da Lei (pintado por João Zeferino da Costa, 1868)
Sacramentos
Ver artigo principal: Sacramentos católicos
Pintura do Retábulo dos Sete Sacramentos que mostra o ritual da extrema unção com óleo
sendo administrado por um padre durante os últimos ritos. Rogier van der Weyden, c. 1445.
Dentro da fé católica, os sacramentos, que a Igreja acredita serem instituídas por Jesus,
são gestos e palavras de Cristo que concedem e comunicam a graça santificadora sobre
quem os recebe. Sobre os sacramentos, São Leão Magno diz: "«o que era visível no
nosso Salvador passou para os seus sacramentos»".[75]
Ao celebrá-los, a Igreja Católica alimenta, exprime e fortifica a sua fé, sendo por isso os
sacramentos uma parte integrante e inalienável da vida de cada católico e fundamentais
para a sua salvação. Isto porque eles conferem ao crente a graça divina, os dons do
Espírito Santo, "o perdão dos pecados, [...] a conformação a Cristo Senhor e a
pertença à Igreja", que o torna capaz "de viver a vida nova de filhos de Deus em Cristo
acolhido com a fé". Daí a grande importância dos sacramentos na liturgia católica.[76] Ao
todo, a Igreja Católica tem sete sacramentos:
Baptismo é dado às criança e a convertidos adultos que não tenham sido antes
baptizados validamente (o batismo da maior parte das igrejas cristãs é considerado
válido pela Igreja Católica, contanto que seja feito pela fórmula: "em nome do Pai, do
Filho e do Espírito Santo". A rigor, todo cristão pode, nessa fórmula, batizar
validamente alguém, nomeadamente em situações urgentes. Entretanto, o batismo
será ilícito, devendo o baptizado ser levado na presença de um sacerdote, para que
complete os rituais do sacramento, como a unção com o Crisma e com o óleo dos
catecúmenos) [S. Mateus 28, 19].
Confissão, Penitência ou Reconciliação envolve a admissão de pecados perante um
padre e o recebimento de penitências (tarefas a desempenhar a fim de alcançar a
absolvição ou o perdão de Deus) [S. João 20,23].
Eucaristia (Comunhão) é o sacramento mais importante da Igreja porque ela relembra
e renova o mistério pascal de Cristo, actualizando e renovando assim a salvação da
humanidade.[77] Por isso, recebe também o nome de Santíssimo Sacramento. Este
sacramento está associado também à transubstanciação, que é a crença de que, após
a consagração, o pão e o vinho oferecidos e consagrados se tornam realmente o Corpo
e o Sangue de Jesus Cristo, sob as aparências de pão e vinho [1 Cor 11,24-25].
Na Confirmação ou Crisma, o Espírito Santo, que é recebido no batismo é "fortalecido
e aprofundado"[78] através da imposição de mãos e da unção com santo óleo do
Crisma. Na maior parte das igrejas de Rito latino, este sacramento é presidido por um
bispo e tem lugar no início da idade adulta (na maioria das vezes, quando se
completam 15 anos). Nas Igrejas Católicas Orientais o sacramento do Crisma é
geralmente executado por um padre imediatamente depois do batismo.
Sagrado matrimônio é o sacramento que valida, diante de Deus, a união de um
homem e uma mulher, constituindo assim uma família. Segundo a tradição católica,
com base no Evangelho de São Marcos, o casamento é indissolúvel. Só é permitido um
segundo casamento no caso da morte de um dos cônjuges ou em situações especiais
de nulidade do casamento [S. Mateus 19, 3-9].
A Ordem recebe-se ao entrar para o clero, através da consagração das mãos com o
santo óleo do Crisma e, no rito latino (ou ocidental), envolvem um voto de castidade
enquanto que nos ritos orientais, os homens casados são admitidos como padres
diocesanos, mas não como bispos ou padres monásticos. Em raras ocasiões, permitiu-
se que padres casados que se converteram a partir de outros grupos cristãos fossem
ordenados no rito ocidental. No rito ocidental, os homens casados podem ser
ordenados diáconos permanentes, mas não podem voltar a casar se a esposa morrer
ou se for declarada a nulidade do casamento. O sacramento das Ordens Sagradas é
dado em três graus: o do diácono (desde o Concílio Vaticano II um diácono
permanente pode ser casado antes de se tornar diácono), o de sacerdote e o de bispo.
A Unção dos enfermos era conhecida como "extrema unção" ou "último sacramento".
Envolve a unção de um doente com um óleo sagrado dos enfermos, abençoado
especificamente para esse fim. Já não está limitada aos doentes graves e aos
moribundos, mas a Igreja recomenda esse sacramento e o viático para a hora da morte
[S. Tiago 5, 14-15].
Os dias santos de guarda ou preceito que podem não ser no domingo são dez:[80] [nota 3]
1 de janeiro - Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus;
25 de dezembro - Natal
Estrutura e cargos
Ver artigo principal: Hierarquia católica
Francisco, o actual Papa da Igreja Católica (2013- ) e sucessor de São Pedro.
A Igreja Católica tem uma hierarquia, sendo o seu Chefe o Papa. A expressão "Santa
Sé" significa o conjunto do Papa e dos dicastérios da Cúria Romana, que o ajudam no
governo de toda a Igreja.
A Igreja tem uma estrutura hierárquica de títulos que são, em ordem descendente:
Patriarcas são normalmente títulos possuídos por alguns líderes das Igrejas Católicas
Orientais sui ijuris. Estes patriarcas orientais, que ao todo são seis, são eleitos pelos
seus respectivos Sínodos e depois reconhecidos pelo Papa. Mas alguns dos grandes
prelados da Igreja Latina, como o Patriarca de Lisboa e o Patriarca de Veneza,
receberam também o título de Patriarca, apesar de ser apenas honorífico e não lhes
conferirem poderes adicionais.
Arcebispos (Metropolita ou Titular) são bispos que, na maioria dos casos, estão à
frente das arquidioceses. Se a sua arquidiocese for a sede de uma província
eclesiástica, eles normalmente têm também poderes de supervisão e jurisdição
limitada sobre as dioceses (chamadas sufragâneas) que fazem parte da respectiva
província eclesiástica.
Bispos (Diocesano, Titular e Emérito) são os sucessores diretos dos doze Apóstolos.
Receberam o todo do sacramento da Ordem, o que lhe confere, na maioria dos casos,
jurisdição completa sobre os fiéis da sua diocese.[83]
Visão de 360 graus da cúpula do Vaticano e de Roma, mostrando praticamente toda a Cidade
do Vaticano.
Culto e prece
Ver artigos principais: Culto cristão e Oração
Dentro da liturgia, destaca-se a Missa (de frequência obrigatória aos Domingos e festas
de guarda) e a Liturgia das Horas; enquanto que na piedade popular, destacam-se
indubitavelmente as devoções e as orações quotidianas. Apesar de a piedade popular ser
de certo modo facultativa, ela é muito importante para o crescimento espiritual dos
católicos.[89][90] As principais devoções católicas são expressas em "fórmulas de orações"
a Deus (Pai, Filho e Espírito Santo), à Virgem Maria e aos Santos (novenas, trezena,
Santo Rosário...); em "peregrinações aos lugares sagrados"; na veneração de medalhas,
estátuas, relíquias e imagens sagradas e bentas de Cristo, dos Santos e da Virgem Maria;
em procissões; e em outros "costumes populares".[91]
Liturgia
Ver artigo principal: Liturgia católica, Missa e Liturgia das Horas
O ato de prece mais importante na Igreja Católica é, sem dúvida, a liturgia Eucarística,
normalmente chamada de Missa. A liturgia, que é centrada na missa, é a celebração
oficial e pública do "Mistério de Cristo e em particular do seu Mistério Pascal".
Através dela, "Cristo continua na sua Igreja, com ela e por meio dela, a obra da nossa
redenção".[92] Esta "presença e actuação de Jesus" são assegurados eficazmente pelos
sete sacramentos,[89][90] com particular para a Eucaristia, que renova e perpetua "o
sacrifício da cruz no decorrer dos séculos até ao regresso" de Jesus. Por isso, toda a
missa centra-se na Eucaristia, porque ela "é fonte e cume da vida cristã" e nela "a acção
santificadora de Deus em nosso favor e o nosso culto para com Ele" atingem o cume.[93]
RBP
Mapa das províncias eclesiásticas da Igreja Católica Romana, bem como das arquidioceses (e
outras entidades de alto nível) onde as províncias não estão estabelecidas.
Para além da sua vasta hierarquia, a Igreja Católica sustenta muitos grupos de monges e
frades, não necessariamente ordenados, e religiosas que vivem vidas consagradas,
especialmente devotadas a servir a Deus. São pessoas que se juntaram sob um
determinado sistema e regra a fim de atingir a perfeita comunhão com Deus. Os
membros de algumas ordens religiosas são semi-independentes das dioceses a que
pertencem; o superior religioso da ordem exerce jurisdição ordinária sobre eles. [carece de
fontes?]
A Igreja Católica é atualmente constituída por 24 Igrejas autônomas sui iuris, todas elas
em comunhão completa e subordinadas ao Papa. A maior de todas elas é a Igreja
Católica Latina. As restantes 23 Igrejas sui iuris, conhecidas coletivamente como
"Igrejas Católicas Orientais", são governadas por um hierarca que pode ser um
Patriarca, um Arcebispo maior, um Metropolita, um Eparca ou um Exarca. A Cúria
Romana administra quer a Igreja Latina, quer (de maneira mais limitada) as Igrejas
orientais. Devido a este sistema, é possível que um católico esteja em comunhão
completa com o Pontífice de Roma sem ser um católico "latino".
As Igrejas sui iuris ou sui juris utilizam uma das seis tradições litúrgicas tradicionais
(que emanam de Sés tradicionais de importância histórica), chamadas de ritos. Os ritos
litúrgicos principais são o Romano, o Bizantino, o de Antioquia, o Alexandrino, o
Caldeu e o Arménio. O Rito Romano, que predomina na Igreja Latina, é por isso
dominante em grande parte do mundo, e é usado pela vasta maioria dos católicos (cerca
de 98%); mas mesmo na Igreja Latina existem ainda outros ritos litúrgicos menores, em
particular o Rito Ambrosiano, o Rito Bracarense e o Rito Moçárabe. Antigamente havia
muitos outros ritos litúrgicos ocidentais, que foram substituídos pelo Rito Romano pelas
reformas litúrgicas do Concílio de Trento.[carece de fontes?]
A forma da Missa usada no Rito Romano fue codificada na edição do Missal Romano
promulgada em 1570 em obediência aos decretos do Concílio de Trento ("ex decreto
sacrosancti Concilii Tridentini restitutum") e por isso chamada de a "Missa Tridentina"
e foi reformada a pedido do Concílio Vaticano II (1962-1965) com a edição de 1970
("ex decreto sacrosancti Oecumenici Concilii Vaticani II instauratum"). Celebra-se esta
Missa do Vaticano II, normalmente usando vernáculo e com o padre voltado para a
povo (versus populum). Em determinadas circunstâncias permite-se ainda a celebração
segundo a edição 1962 do Missal Romano.[99]
RBP
Presença mundial
Um mapa do catolicismo por porcentagem da população (para números absolutos, ver mapa
abaixo)
Brasil
Ver artigo principal: Igreja Católica no Brasil
RBP
Controvérsias
Ver artigos principais: Críticas à Igreja Católica e Anticatolicismo
Ver também: Cruzadas, Inquisição, Reforma Protestante, Protestantismo e Abuso
sexual de menores por membros da Igreja Católica
Martinho Lutero, um grande crítico da Igreja Católica e o Pai da Reforma Protestante.[114]
A relação entre a Igreja e a Ciência não foi fácil e está recheada de controvérsias
passadas e já resolvidas, como a questão da perseguição de certos cientistas e teorias
(ex: os casos famosos de Galileu Galilei e do evolucionismo darwiniano). Apesar de a
Igreja defender tanto a fé quanto a razão[125][126][127][128](por exemplo, a Igreja aceita a
teorias do evolucionismo e do Big-bang, que aliás foi proposto pela primeira vez por um
padre católico), a Igreja e os cientistas/filósofos seculares continuam a discordar em
questões mais teológicas relacionadas com a infalibilidade papal e a autenticidade da
Revelação divina contida nas Escrituras e na tradição oral; com a negação da existência
de Deus e da alma (e da sua imortalidade); com os momentos exactos do princípio e do
fim da vida humana; e com as implicações éticas da clonagem, da contracepção ou
fertilização artificiais, da manipulação genética e das investigações científicas que
matam embriões humanos.[129][130]
Dois mil anos atrás, um homem chamado Jesus foi sentenciado à morte e crucificado
em uma colina nos arredores de Jerusalém. No terceiro dia, acreditam mais de 2 bilhões
de cristãos, ele ressuscitou para subir aos céus – evento comemorado todos os anos no
domingo de Páscoa.
Segundo a fé cristã, Jesus ressuscitou por ser Deus feito homem. Como era de esperar,
esse aspecto divino deixou na sombra seu lado humano. Mas o fato é que Jesus
trabalhou, comeu, dormiu, conversou e se divertiu em uma época e em um lugar
específicos, com costumes e tradições próprios. No texto a seguir, GaúchaZH promove
uma incursão a esse mundo em que Jesus viveu.
A GEOGRAFIA
Império
A Galileia, onde Jesus nasceu, integrava o Império Romano, que abrangia todo o
entorno do Mediterrâneo, incluindo partes da Europa, da África e da Ásia, somando 50
milhões de habitantes.
Principais cidades
Roma 1 milhão de habitantes
Alexandria 700 mil
Antióquia 300mil
Imperadores _ Augusto era o imperador quando Jesus nasceu. Ele foi sucedido por
Tibério. É a efígie deste governante que Jesus observa em uma moeda, em uma
passagem do Novo Testamento:
"Dai-me um dinheiro para o ver. E eles lho trouxeram. Então disse-lhes: De quem é esta
imagem e inscrição? Responderam-lhe: De César. Então, respondendo Jesus, disse-lhes:
Dai, pois, o que é de César a César, e o que é de Deus, a Deus".
Jerusalém _ Principal cidade da Judeia, com 25 mil habitantes, recebia 100 mil
peregrinos para festas como a Páscoa. Sua importância devia-se ao Templo, uma
colossal construção que ocupava um quinto da cidade e era o centro do judaísmo. Jesus
foi levado ali oito dias depois de nascer, para que seus pais fizessem a oferenda
obrigatória de um casal de pombos.
A Galileia
Jesus nasceu nos confins do império, na Galileia, um reino de 200 mil habitantes. Por
estarem fora da Judeia, galileus como Jesus eram tidos pelos outros judeus como
broncos e caipiras. A Galileia não era árida e rochosa como outras terras da região. Ali
havia muita chuva e se produziam cereais, azeite de oliva, vinho e frutas.
Nazaré _ O Novo Testamento relata a pergunta feita por um homem chamado Natanael
quando lhe contaram de que povoado vinha Jesus: "Pode algo bom sair de Nazaré?".
Nazaré era pouco mais do que uma aldeia, segundo algumas fontes com não mais de 20
casas, a 115 quilômetros de Jerusalém.
AS LÍNGUAS DE JESUS
ECONOMIA
Outros ofícios
_ Pastoreio _ Quase sempre de animais menores, como ovelhas e cabras. Gado bovino
era raro. Algumas famílias criavam galinhas ou pombos, usados em sacrifícios
_ Pesca _ Existia uma importante indústria pesqueira na Galileia. Essa é a razão para
haver pescadores entre os discípulos de Jesus
_ Apicultura _ Havia criadores de abelhas, para produção de mel
_ Ofícios manuais _ Eram transmitidos de pai para filho. Existiam ferreiros, oleiros,
tecelões, marceneiros, pedreiros e curtidores (que trabalhavam fora do povoado, por
causa do cheiro)
As classe sociais
Classe alta: formada pela nobreza sacerdotal e por altos funcionários, latifundiários e
grandes comerciantes
Classe média: incluía pequenos proprietários rurais, artesãos e comerciantes
Classe inferior: eram os escravos e os jornaleiros, que trabalhavam na terra dos outros
Quadro mostra o milagre da pescaria
Carga tributária
Os romanos ficavam com 12,5% da produção agrícola. O Templo, somando diferentes
tributos, arrecadava outros 22%. Como um quinto do que se colhia era reservado como
semente, sobrava menos da metade da colheita para o agricultor.
"Porque qual de vós, querendo edificar uma torre, não faz primeiro, sentado, a conta dos
gastos necessários, para ver se tem com que acabar? Para que, depois de ter assentado o
fundamento e não a puder terminar, todos os que virem não comecem a fazer zombaria
dele."
Higiene
A imundície era generalizada, porque lixo e dejetos eram despejados na rua. Havia
latrinas públicas em algumas cidades, mas elas eram evitadas pelas condições
repulsivas. Os moradores tinham penicos _ que despejavam pela janela, não raro sobre a
cabeça de alguém.
Casas
Ricos viviam em mansões com água corrente. Havia prédios de apartamentos na Judeia,
mas as pessoas mais pobres moravam em casas pequenas, de um ou dois aposentos. Em
uma passagem de Mateus, Jesus dá a entender que uma única lamparina a óleo era
suficiente para iluminar um lar. O teto das residências era achatado, porque quase não
chovia. Como faltava espaço nas ruas, os judeus usavam a laje para tomar sol ou ar
fresco. Nas noites quentes, dormiam no telhado.
A casa de Jesus
Um trecho de Marcos, segundo pesquisadores, demonstra que a casa de Jesus não seria
pequena, porque nela cabiam várias pessoas:
"Logo se espalhou a notícia de que Jesus estava em casa. E tanta gente se reuniu aí que
já não havia lugar nem na frente da casa."
COSTUMES
Divisão do dia
Não havia relógios nem medição precisa do tempo _ as pessoas sequer sabiam direito
sua idade. O dia começava com o raiar do sol. A manhã era destinada ao trabalho.
Depois do almoço, mais ou menos entre as 13h e as 16h, vinha o momento de relaxar:
era comum dormir ou ir ao banho público. Quando o sol se punha, todos estavam em
casa, porque as ruas eram perigosas.
Hora grega _ Os gregos desenvolveram a ideia de que o dia era dividido em 12 horas,
sendo que cada hora correspondia a um duodécimo do período de luz solar. Como o
tempo diário de sol variava conforme as estações, a duração da hora não era fixa. Jesus
estava familiarizado com esse sistema, conforme o Evangelho de João:
"Jesus respondeu: Não são 12 as horas do dia? Aquele que caminhar de dia, não tropeça,
porque vê a luz deste mundo."
Roupas
Túnica _ Roupa casual, feita de linho ou algodão, era colocada pelo pescoço e tinha
mangas. Existiam modelos diferentes para homens e mulheres. As peças coloridas eram
mais difundidas entre as mulheres.
Manto _ Enrolado no corpo, por cima da túnica, em ocasiões formais ou nos dias frios.
Incômodo, era removido para atividades físicas. Por ser caro, era alvo de ladrões. Só os
abastados possuíam mais de um.
Roupa de baixo _ Os homens às vezes usavam uma espécie de tanga, feita de algodão
ou lã. No trabalho sob o sol quente, essa podia ser a única vestimenta. As mulheres
vestiam uma peça desse tipo quando menstruadas.
Cinto _ Um cinto era colocado ao redor da túnica, permitindo baixar ou elevar a altura
do traje conforme a necessidade.
Beleza
Casamento
Função _ O casamento era a condição natural para homens e mulheres. Um adulto
solteiro era tão raro quanto um homem com várias esposas. Não se tratava de uma união
romântica, mas de um acerto entre famílias. Na época de Jesus, era normal haver o
consentimento da noiva.
Idade _ As mulheres casavam logo após a puberdade, raramente após os 15 anos. Maria
era adolescente quando teve Jesus. Os homens contraíam matrimônio mais tarde, mas
antes dos 25 anos.
Viuvez _ Por causa da diferença de idade entre os noivos, havia muitas viúvas jovens.
Como as escrituras não fazem menção a José depois dos 12 anos de Jesus, presume-se
que ele já estava morto.
Filhos _ A maioria dos casais tinha dois ou três filhos. Não eram comuns famílias
numerosos. Métodos de prevenção a gravidez e abortivos eram bem conhecidos.
Educação
A escola ficava na sinagoga e era só para meninos. Eles aprendiam a ler, escrever e
fazer contas. Também recebiam algumas noções de geografia.
Prostituição
A mortalidade infantil era elevada. Metade das crianças não chegava á idade adulta. As
mulheres morriam frequentemente no parto ou depois dele, por falta de higiene.
Também morria-se muito por acidente, epidemias e falta de assistência médica.
A JUSTIÇA
Sinédrio _ Os romanos concediam certa autonomia aos judeus. O órgão judaico máximo
era o Sinédrio, um tribunal aristocrático composto pelo Sumo Sacerdote e por nobres.
Jesus foi interrogado por esse conselho sobre questões de doutrina e considerado
culpado. O Sinédrio não podia aplicar a pena de morte. Por isso, o caso foi levado ao
governador romano, Pôncio Pilatos.
Punição
No Império Romano, não havia a ideia de prisão como punição. Quando alguém estava
detido, era à espera de ser punido. As penas envolviam multa, para pequenos crimes, ou
exílio, trabalho forçado e morte, para outros de maior monta. Para réus pobres, era
permitida uma execução cruel, com sofrimento.
CULTURA GREGA
A Judeia e a Galileia eram regiões periféricas, mas não estavam intocadas pela
influência estrangeira. A cultura greco-romana influenciava todas as esferas da vida,
cumprindo papel similar ao da norte-americana hoje. Judeus devotos davam nomes
helênicos aos seus filhos, por exemplo. A cultura grega era tão forte que alguns judeus
se submetiam a uma arriscada e dolorosa cirurgia de reversão da circuncisão. Assim,
podiam tirar a roupa sem constrangimento nos banhos públicos.
Nos evangelhos, Jesus aparece em muitos povoados, mas não há menção a Séforis, uma
importante metrópole de cultura grega. No entanto, é muito provável que tenha estado
lá, porque a cidade ficava a apenas uma hora de caminhada de sua casa.
Séforis foi reconstruída por Herodes Antipas, segundo o modelo grego, para ser capital
da Galileia. Com 30 mil habitantes, tinha circo, pista de corrida, ginásio, escola de luta,
banho público e teatro _ pela forma como Jesus se expressava, pesquisadores acreditam
que ele foi influenciado por performances de teatro.
A MENTALIDADE
Desconhecimento científico
Muita gente acreditava que a Terra fosse plana e que o céu consistisse em uma espécie
de bacia virada sobre ela. Se alguém conseguisse atravessá-lo, entraria no paraíso.
_ Em verdade, em verdade, vos digo que vereis o céu aberto e os anjos de Deus subindo
e descendo sobre o Filho do Homem _ disse jesus
Doenças
A ignorância sobre as doenças levava o povo a atribuí-las a demônios. A cura de males
como epilepsia, surdez e paralisia passava por expulsar os espíritos ruins. Jesus era visto
como um curandeiro com o dom do exorcismo.
Fim do mundo
Entre os judeus, previa-se que o mundo estava para acabar, e que um rei do fim dos
tempos seria enviado por Deus. Esse messias derrotaria os romanos e restauraria a glória
de Israel. Essa esperança era exacerbada pela situação de opressão em que os judeus
viviam.
HISTÓRIA ANTIGA 01
A partir de hoje continuamos trazendo para você, prezado leitor, artigos sobre a História
da Igreja, mas entrando num novo período, a Idade Antiga. Este é um trabalho muito
simples que tem finalidade de apresentar uma visão global da caminhada da Igreja ao
longo dos tempos. Depois de apresentarmos a História da Igreja no Brasil, na América
Latina e no período moderno, aproveitando a ocasião da celebração dos 500 anos da
Reforma Protestante, entramos agora no tempo que vai nos contar o nascimento da
Igreja a partir do mandato de Cristo aos apóstolos. Queremos tratar da história de um
modo diferente, sem preocupar-nos tanto com fatos, com datas ou grandes personagens,
mas queremos apresentar aquilo que realmente é importante.
Leia MaisEstilo Barroco: Igreja Impulsiona Arte Sacra Paz da Westfália encerra Guerra
dos 30 AnosA Guerra dos 30 anosNós queremos apresentar a Igreja não como um grupo
de pessoas ou uma instituição desligada da vida e do destino das pessoas, mas queremos
ver a sua história como parte integrante da história dos homens. Queremos apresentar a
Igreja como uma comunidade viva, atuante, que influencia e sofre influências.
Durante muito tempo a Igreja foi vista como uma instituição santa. Hoje queremos
continuar apresentando a Igreja deste modo, mas não podemos esconder a sua outra
face, pois apesar de ser ligada a Cristo, sendo sinal do reino de Deus, a Igreja é
formada por seres humanos e com isto as falhas e defeitos aconteceram ao longo
dos tempos.
Finalmente nos resta dizer: Bom proveito neste estudo e seja participante na construção
de nossa história.
Desde o ano 722 antes de Cristo o país onde vivia o povo de Israel estava dominado por
nações estrangeiras. A partir do ano 63 a.C este domínio passou a ser feito pelos
romanos.
Roma era a maior potência política e econômica daquela época. Em 63 a.C um general
de nome Pompeu conquistou a Palestina que desde então passou a fazer parte do
império romano. A palestina funcionava como uma província semi-autônoma, pois as
autoridades locais foram mantidas.
Reprodução
Mapa da Palestina
Na Palestina o órgão político mais importante era o SINÉDRIO. Este era como um
senado, composto por 71 membros comandados por um sumo-sacerdote. Este órgão era
o responsável pela vida dos judeus, pela aplicação do cumprimento da lei e pela ordem
interna.
Reprodução
Templo de Jerusalém
Algumas características diferenciavam o povo judeu dos demais povos que viviam
no Oriente Médio:
O povo judeu acreditava em um único Deus vivo e verdadeiro. Os demais povos eram
todos politeístas, pois acreditavam em muitos deuses diferentes. Esses deuses em geral
eram representados na forma humana ou de animais.
A lei tinha uma importância decisiva. A lei ou TORÁ devia ser cumprida a todo
custo.
Foi neste ambiente que Jesus Cristo nasceu como um homem histórico, encarnado
na história humana. Foi neste ambiente que ele lançou a semente do reino de Deus e
convocou um grupo de pessoas, os apóstolos, para continuar a sua missão.
É isso que o Padre Camilo Júnior esclarece esta semana, em cinco pontos-
chave.
VIDEO→ https://youtu.be/mLBRRgtyL6E
1. Dentro dos ritos iniciais da missa, temos o Ato Penitencial. Momento de, com
muita humildade, olharmos para o nosso coração e reconhecer que não somos
dignos de estar diante do altar do Senhor, mas o seu infinito amor de Pai nos
faz dignos. É o próprio Cristo que nos convida para estar à mesa com Ele. Jesus
sempre se sentou à mesa com os pecadores para ensinar que o pecador também
tem lugar na mesa de Deus.
https://youtu.be/Fp5i5CxC5sU
É justamente por isso que o projeto de revestir com mosaico as fachadas da Basílica
tem o intuito de transformá-la na “maior Bíblia a céu aberto do mundo”,
proporcionando aos peregrinos uma beleza que encanta e, ao mesmo tempo,
evangeliza.
Em consonância com esse projeto vem à luz, no A12, este espaço, cuja finalidade é lhes
proporcionar o entendimento de alguns fatos e textos bíblicos de mais difícil
compreensão. De fato, a Bíblia pode ser melhor assimilada e vivida por quem a lê
quando é devidamente compreendida pelo leitor, e isso se dá pela ação do Espírito
Santo e pelo ensinamento da Igreja!
▶ Como ler a Bíblia?
Por desejo do próprio Deus, tudo quanto foi revelado relativo à nossa salvação devia
ser conservado e transmitido a todas as gerações. Por isso, Cristo enviou os
Apóstolos, para que anunciassem a todos o Evangelho, pela pregação oral e pelos
exemplos, transmitindo, assim, aquilo que tinham recebido do próprio Senhor e
aprendido por inspiração do Espírito Santo. Foram eles, bem como aqueles que os
seguiram, que, sob a inspiração do mesmo Espírito Santo, escreveram a mensagem
contida nos livros bíblicos (Cf. Dei Verbum, nº 7).
Mas, quem, na verdade, escreveu a Bíblia? Bem sabemos que a Sagrada Escritura é
um grande livro formado por 73 livros. Sendo, portanto, um livro que se constitui a
partir de diversos outros livros, naturalmente não podemos atribuir sua autoria a
uma única pessoa, mas considerá-la como uma produção coletiva, que foi sendo
composta ao longo dos séculos. Os biblistas afirmam que a redação e reunião de
todos os textos bíblicos aconteceram ao longo de mais de mil anos, tendo sido
iniciadas, possivelmente, por volta do século X a.C. e se estendido até o século II d.C.
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De fato, os livros bíblicos não resultam apenas da mera criatividade daqueles que o
redigiram, mas da ação do Espirito Santo que os inspirou na escrita dos mesmos.
Tal afirmação, porém, não deve ser entendida como se os livros bíblicos tivessem sido
escritos por pessoas que, simplesmente, anotaram palavras que o próprio Deus ditou. Os
textos bíblicos são o registro escrito da experiência de fé que homens e mulheres,
em épocas, lugares e situações diferentes, fizeram com Deus, sendo fruto do
trabalho de autores de épocas e lugares diferentes, cuja escrita foi revisada ou
recebeu acréscimos posteriores. Refletem, justamente por isso, uma incrível
diversidade cultural e literária.
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Sem dúvida as mais conhecidas são aquelas que registram a crucificação de Jesus
(Mateus 27:25-46; Marcos 15:25-33; João 19:14). O próprio Senhor Jesus fez referência
a esse sistema de contagem de tempo na Parábola dos Trabalhadores da Vinha. O dono
da vinha saiu a contratar trabalhadores ao raiar do dia, isto é, na primeira hora, depois
na hora terceira, na hora sexta, na hora nona e na hora undécima (Mateus 20:1-16).
Outro texto bíblico muito lembrado que usa esse método de medição do tempo está no
livro de Atos. O escritor bíblico diz que Pedro e João subiam ao Templo à hora nona
para orar quando se depararam com um paralítico (Atos 3:1-8).
Hora terceira, hora sexta e hora nona: como era essa contagem?
Em primeiro lugar, quando falamos em hora terceira, hora sexta e hora nona,
precisamos considerar que a contagem do tempo nos tempos bíblicos não era tão exata
quanto é hoje. Isso significa que o tempo do dia era indicado em termos mais gerais,
pois não havia a precisão que temos hoje.
Os judeus contavam o tempo durante o dia claro a partir do nascer do sol. Normalmente
isso ocorria aproximadamente às seis ou sete horas da manhã. A contagem terminava ao
pôr do sol, o que acontecia por volta das seis e sete horas da tarde.
Então nesse sistema a hora terceira correspondia a um horário próximo às nove horas da
manhã; a hora sexta significava algo em torno do meio-dia; e a hora nona dizia respeito
às três horas da tarde. A hora undécima da parábola de Jesus dos trabalhadores da vinha,
correspondia às cinco horas da tarde, aproximadamente.
Então os judeus dividiam o dia útil em doze horas. Quando a noite caía, as doze horas
aproximadamente entre o pôr do sol e o nascer do sol, eram divididas em três vigílias.
Geralmente essas vigílias eram contadas da seguinte forma:
Obviamente isso causa certas dificuldades na interpretação de alguns textos antigos que
fazem referência ao modo de contagem das horas. Isso acontece porque nenhum registro
daquela época realmente esclarece onde terminava um método e começava outro. Por
exemplo: uma referência que fala da hora nona pode significar três horas da tarde (na
contagem regular judaica), nove horas da manhã ou até nove horas da noite (na
contagem civil romana).
Outra curiosidade acerca das diferenças entre romanos e judeus na contagem das horas
está relacionada à divisão das vigílias noturnas. Como foi dito, os judeus dividiam a
noite em três vigílias. Já os romanos dividiam a noite em quatro vigílias, sendo:
primeira vigília entre 18:00 e 21:00 horas; segunda vigília entre 21:00 horas e meia-
noite; terceira vigília entre meia-noite e 03:00 horas da manhã; e quarta vigília entre
03:00 e 06:00 da manhã.
Dessa forma, João diz que Jesus foi sentenciado por volta das seis horas da manhã, e
Marcos complementa dizendo que Ele foi crucificado às noves horas. Portanto, a hora
terceira, a hora sexta e a hora nona nos Evangelhos Sinóticos obedecem à contagem
tradicional judaica. Já o Evangelho de João adota, provavelmente, a contagem civil
romana em todas as suas referências a horários. Isso está de acordo com o fato do
apóstolo João ter escrito predominantemente para gentios do final do primeiro século.