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Ano litúrgico

O Ano litúrgico é o período de doze meses, divididos em tempos litúrgicos, onde se


celebram os mistérios de Cristo, assim como os Santos.

Organização do ano litúrgico

De necessidade de se organizar as comemorações religiosas, foi estabelecido um


calendário de datas a serem seguidas, que ficou sendo denominado de “Ano Litúrgico”
ou “Calendário Litúrgico”.

O Ano Civil começa em 1º de Janeiro e termina em 31 de Dezembro. Já o Ano


Litúrgico começa no 1º Domingo do Advento (cerca de quatro semanas antes do Natal)
e termina no sábado anterior a ele (solenidade de Cristo Rei do Universo). Podemos
perceber, também, que o Ano Litúrgico está dividido em “Tempos Litúrgicos”, como
veremos a seguir.

Antes, porém, vale a pena lembrar que o Ano Litúrgico é composto de dias, e que esses
dias são santificados pelas celebrações litúrgicas do povo de Deus, principalmente pelo
Sacrifício Eucarístico e pela Liturgia das Horas. Por esses dias serem santificados, eles
passam a ser denominados dias litúrgicos. A celebração do Domingo e das Solenidades,
porém, começa com as Vésperas (na parte da tarde) do dia anterior.

Dentre os Dias Litúrgicos da semana, no primeiro dia, ou seja, no Domingo (Dia do


Senhor), a Igreja celebra o Mistério Pascal de Jesus, obedecendo à tradição dos
Apóstolos. Por esse motivo, o Domingo deve ser tido como o principal dia de festa.

Cada rito litúrgico da Igreja Católica tem o seu Calendário Litúrgico próprio, com mais
ou menos diferenças em relação ao Calendário Litúrgico do Rito romano, o mais
conhecido. No entanto, para todos os ritos litúrgicos é idêntico o significado do Ano
litúrgico, assim como a existência dos diversos tempos litúrgicos e das principais festas
litúrgicas.

A Igreja estabeleceu, para o Rito romano, uma sequência de leituras bíblicas que se
repetem a cada três anos, nos domingos e nas solenidades. As leituras desses dias são
divididas em ano A, B e C. No ano A, leem-se as leituras do Evangelho de São Mateus;
no ano B, o de São Marcos e no ano C, o de São Lucas. Já o Evangelho de São João é
reservado para as ocasiões especiais, principalmente as grandes Festas e Solenidades.

Nos dias da semana do Tempo Comum, há leituras diferentes para os anos pares e para
os anos ímpares, tirando o Evangelho, que se repete de ano a ano. Deste modo, os
católicos, de três em três anos, se acompanharem a liturgia diária, terão lido quase toda
a Bíblia.

O Ano Litúrgico da Igreja é assim dividido:

1. Ciclo da Páscoa
2. Ciclo do Natal
3. Tempo comum
4. Ciclo santoral

Este Ano litúrgico da Igreja tem leituras bíblicas apropriadas para as celebrações de
cada santo em particular. Aí estão as 15 solenidades e 25 festas, com leituras
obrigatórias, as 64 memórias obrigatórias e 96 memórias facultativas, com leituras
opcionais. O Calendário apresenta também 44 leituras referentes à ressurreição de Jesus
Cristo, além de diversas leituras para os Santos, Doutores da Igreja, Mártires, Virgens,
Pastores e Nossa Senhora.

Tempos litúrgicos
Ver artigo principal: Calendário litúrgico

As divisões do Ano Litúrgico.

Estes tempos litúrgicos existem em toda a Igreja Católica. Há apenas algumas


diferenças entre os vários ritos, nomeadamente em relação à duração de cada um e à
data e importância de determinadas festividades. A descrição que se segue corresponde
ao Rito romano.

Tempo do Advento
Ver artigo principal: Advento

O Tempo do Advento possui dupla característica: sendo um tempo de preparação para


as solenidades do Natal, em que comemoramos a primeira vinda do Filho de Deus entre
os homens, é também um tempo em que, por meio desta lembrança, se voltam os
corações para a expectativa da segunda vinda de Cristo no fim dos tempos. Por esse
duplo motivo, o tempo do Advento se apresenta como um tempo de piedosa expectativa
da vinda do Messias, além de se apresentar como um tempo de purificação de vida. O
tempo do Advento inicia-se quatro domingos antes do Natal e termina no dia 24 de
Dezembro, desembocando na comemoração do nascimento de Cristo. É um tempo de
festa, mas de alegria moderada.

No Advento a cor litúrgica e o Roxo sendo que no Gaudete pode se usar o rosa.

Tempo de preparação para o Natal é o Advento que são quatro domingos, sendo o
terceiro domingo do Advento, o Domingo Gaudete.

Tempo do Natal
Ver artigo principal: Ciclo do Natal
Após a celebração anual da Páscoa, a comemoração mais venerável para a Igreja é o
Natal do Senhor e suas primeiras manifestações, pois o Natal é um tempo de fé, alegria
e acolhimento do Filho de Deus que se fez Homem. O tempo do Natal vai da véspera do
Natal de Nosso Senhor até o domingo depois da festa da aparição divina, em que se
comemora o Batismo de Jesus. No ciclo do Natal são celebradas as festas da Sagrada
Família, de Maria, mãe de Jesus, Epifania do Senhor e do Batismo de Jesus.

No Natal a cor é Branca simbolizando a paz e a harmonia.

Tempo da Quaresma
Ver artigo principal: Quaresma

O Tempo da Quaresma é um tempo forte de conversão e penitência, jejum, caridade e


oração. É um tempo de preparação para a Páscoa do Senhor, e dura quarenta dias. Neste
período não se diz o Aleluia, nem se colocam flores na Igreja, as imagens ficam veladas
com tecidos roxos, com exceção da cruz, que só é velada na Semana Santa, não devem
ser usados muitos instrumentos e não se canta o Glória a Deus nas alturas, para que as
manifestações de alegria sejam expressadas de forma mais intensa no tempo que se
segue, a Páscoa. A Quaresma inicia-se na Quarta-feira de Cinzas, e termina na Quinta-
Feira Santa antes da missa da Ceia do Senhor.

Na Quaresma a cor litúrgica é o Roxo sendo que no quarto domingo, o Domingo


Laetare pode se usar o rosa.

Tempo de preparação para a Páscoa é a Quaresma que e composta por cinco domingos,
sendo o quarto domingo da Quaresma, o Domingo Laetare.

Tríduo Pascal
Ver artigo principal: Tríduo Pascal

O Tríduo Pascal começa com a Missa da Santa Ceia do Senhor, na Quinta-Feira Santa.
Neste dia, é celebrada a Instituição da Eucaristia e do Sacerdócio, e comemora-se o
gesto de humildade de Jesus ao lavar os pés dos discípulos.

Na Sexta-Feira Santa celebra-se a Paixão e Morte de Jesus Cristo. É o único dia do ano
que não tem Missa, acontece apenas uma Celebração da Palavra chamada de “Ação ou
Ato Litúrgico”.

Durante o Sábado Santo, a Igreja não exerce qualquer acto litúrgico, permanecendo em
contemplação de Jesus morto e sepultado.

Na noite de Sábado Santo, já pertencente ao Domingo de Páscoa, acontece a solene


Vigília pascal. Conclui-se, então, o Tríduo Pascal, que compreende a Quinta-Feira,
Sexta-Feira e o Sábado Santo, que prepara o ponto máximo da Páscoa: o Domingo da
Ressurreição.

Tempo Pascal
Ver artigo principal: Tempo Pascal
A Festa da Páscoa ou da Ressurreição do Senhor, se estende por cinquenta dias entre o
domingo de Páscoa e o domingo de Pentecostes, comemorando a volta de Cristo ao Pai
na Ascensão, e o envio do Espírito Santo. Estas sete semanas devem ser celebradas com
alegria e exultação, como se fosse um só dia de festa, ou, melhor ainda, como se fossem
um grande domingo, vivendo uma espiritualidade de alegria no Cristo Ressuscitado e
crendo firmemente na vida eterna.

No Tempo Pascal a cor litúrgica é o Branco simbolizando a luz, tipificando a inocência


e a pureza, a alegria e a glória.

Tempo Comum
Ver artigo principal: Tempo Comum

Além dos tempos que têm características próprias, restam no ciclo anual trinta e três ou
trinta e quatro semanas nas quais são celebrados, na sua globalidade os Mistérios de
Cristo. Comemora-se o próprio Mistério de Cristo em sua plenitude, principalmente aos
domingos. É um período sem grandes acontecimentos, mas que nos mostra que Deus se
faz presente nas coisas mais simples. É um tempo de esperança acolhimento da Palavra
de Deus. Este tempo é chamado de Tempo Comum, mas não tem nada de vazio. É o
tempo da Igreja continuar a obra de Cristo nas lutas e no trabalho pelo Reino. O Tempo
Comum é dividido em duas partes: a primeira fica compreendida entre os tempos do
Natal e da Quaresma, e é um momento de esperança e de escuta da Palavra onde
devemos anunciar o Reino de Deus; a segunda parte fica entre os tempos da Páscoa e do
Advento, e é o momento do cristão colocar em prática a vivência do reino e ser sinal de
Cristo no mundo, ou como o mesmo Jesus disse, ser sal da terra e luz do mundo.

O Tempo Comum é ainda tempo privilegiado para celebrar as memórias da Virgem


Maria e dos Santos.

No Tempo Comum a cor litúrgica é o verde que simboliza esperança.

Festas de guarda
Ver também: Lista dos dias santos de obrigação do catolicismo

Baseando-se no terceiro mandamento da Lei de Deus (guardar os domingos e festas de


guarda), a Igreja Católica estipula que todos os católicos devem ir à missa em todos os
domingos e festas de guarda. Por isso, esta obrigação está também presente nos Cinco
Mandamentos da Igreja Católica. A maior parte das festas de guarda caem sempre num
domingo (ex: Domingo de Ramos, Pentecostes, domingo de Páscoa, Santíssima
Trindade, etc.), que já é o dia semanal obrigatório de preceito ou guarda. Então, as
festas de guarda que podem não ser no domingo são apenas dez:[1]

 1 de Janeiro - Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus;


 6 de Janeiro - Epifania
 19 de Março - Solenidade de São José
 Ascensão de Jesus (data variável - quinta-feira da sexta semana da Páscoa)
 Corpo de Deus (data variável - 1ª quinta-feira após o domingo da Santíssima Trindade)
 29 de Junho (ou domingo seguinte) - Solenidade dos Apóstolos São Pedro e São Paulo.
 15 de Agosto (ou domingo seguinte) - Assunção de Maria
 1 de Novembro - Dia de Todos-os-Santos
 8 de Dezembro - Imaculada Conceição
 25 de Dezembro - Natal

Porém, nem todos os países e dioceses festejam e guardam estes dez dias de preceito,
porque, "com a prévia aprovação da Sé Apostólica, [...] a Conferência Episcopal pode
suprimir algumas das festas de preceito ou transferi-los para um domingo".[1]

Observações: As festas e solenidades da Epifania do Senhor, Ascensão, São Pedro e São


Paulo, Assunção de Maria e Todos os Santos no Brasil foram transferidas para o
domingo mais próximo. A CNBB no Brasil aboliu o preceito na festa de São José,
permanecendo sua celebração litúrgica.

Cálculo do atual ano litúrgico

O Ano Litúrgico passa por três ciclos, também chamado de anos A, B, C.

A cada ano tem uma sequência de leituras próprias, ou seja, leituras para o ano A, ano B
e para o ano C. A organização das leituras próprias para cada ano possibilita ao católico
estudar toda a Bíblia, desde que participe de todas as missas diárias ou estude a Liturgia
Diária nesse período de três anos. Para saber de que ciclo é um determinado ano, parte-
se deste princípio: o ano que é múltiplo de 3 é do ciclo C.

Para saber se um número é múltiplo de 3, basta somar todos os algarismos, e se o


resultado for múltiplo de 3, o número também o é.

Atualmente estamos no ano A = 2020: 2+0+2+0=4 (4 é múltiplo de 2) = Ano A (o ano


litúrgico começa no advento do ano anterior, logo, o advento de 2019 é o início do ano
litúrgico de 2020)

Natal
Natal ou Dia de Natal é um feriado e festival religioso cristão comemorado anualmente
em 25 de dezembro (nos países eslavos e ortodoxos, cujos calendários eram baseados no
calendário juliano, o Natal é comemorado no dia 7 de janeiro). A data é o centro das
festas de fim de ano e da temporada de férias, sendo, no cristianismo, o marco inicial do
Ciclo do Natal, que dura doze dias.Originalmente destinada a celebrar o nascimento
anual do Deus Sol no solstício de inverno (natalis invicti Solis), a festividade foi
ressignificada pela Igreja Católica no século III para estimular a conversão dos povos
pagãos sob o domínio do Império Romano e então passou a comemorar o nascimento de
Jesus de Nazaré.Embora tradicionalmente seja um dia santificado cristão, o Natal é
amplamente comemorado por muitos não cristãos, sendo que alguns de seus costumes
populares e temas comemorativos têm origens pré-cristãs ou seculares.

Imaculada Conceição
A Imaculada Conceição ou Nossa Senhora da Conceição é, segundo o dogma católico, a
concepção da Virgem Maria sem mancha (em latim, macula) do pecado original. O
dogma diz que, desde o primeiro instante de sua existência, a Virgem Maria foi
preservada por Deus da falta de graça santificante que aflige a humanidade, porque ela
estava cheia de graça divina.

Assunção de Maria
A Assunção da Virgem Maria, informalmente conhecido apenas por A Assunção, de
acordo com a tradição da Igreja Católica Romana, da Igreja Ortodoxa, das Igrejas
Ortodoxas Orientais e partes do Anglicanismo, foi a assunção do corpo da Virgem
Maria no Céu ao final de sua vida terrestre. O catolicismo romano ensina como um
dogma que a Virgem Maria "tendo completado o curso de sua vida terrestre, foi
assumida, de corpo e alma, na glória celeste".

Ascensão de Jesus
A Ascensão de Jesus foi um evento na vida de Jesus relatado no Novo Testamento de
que Jesus ressuscitado foi elevado ao céu com seu corpo físico, na presença de onze de
seus apóstolos, ocorrendo no quadragésimo dia da ressurreição. Na narrativa bíblica, um
anjo informa os discípulos que a segunda vinda de Jesus irá ocorrer da mesma forma
que a sua ascensão.

Corpus Christi
Corpus Christi (expressão latina que significa Corpo de Cristo), ou Corpus Domini e
generalizada em Portugal como Corpo de Deus, é uma comemoração litúrgica católica
que ocorre na quinta-feira seguinte ao domingo da Santíssima Trindade, que, por sua
vez, acontece no domingo seguinte ao de Pentecostes. É uma "Festa de Guarda", em que
a participação da Santa Missa é obrigatória, na forma estabelecida pela conferência
episcopal do país respectivo.
A Epifania do Senhor (do latim tardio epiphanīa, por sua vez do grego ἐπιϕάνεια, de
ἐπιϕανής «visível», derivado de ἐπιϕαίνομαι «aparecer») ou Teofania (do latim tardio
medieval theophania, por sua vez do grego ϑεοϕάνεια e ϑεοϕανία, composto de ϑεο-
«teo-» e ϕαν- di ϕαίνομαι «aparecer»]) é uma festa religiosa cristã que comemora a
manifestação de Jesus Cristo como Deus encarnado.

No cristianismo ocidental, esta festa lembra primariamente a visita dos Três Reis
Magos, enquanto no Oriente lembra o batismo de Jesus.[1] A data tradicional da Epifania
é a de 6 de janeiro, mas, quanto à Igreja Latina, desde a reforma do Calendário Romano
Geral em 1969 é possível que a festa seja transferida para um domingo;[2] e, quanto à
Igreja Ortodoxa e à Igreja Ortodoxa Oriental, o uso do calendário juliano antigo por
algumas jurisdições faz com que a festa seja transferida para o dia 19 de janeiro.

No cristianismo ocidental

A Epifania é relacionada ao momento da manifestação de Jesus Cristo como o enviado


de Deus, quando o mesmo se autoconclama filho do Criador. Na narração bíblica Jesus
deu-se a conhecer a diferentes pessoas e em diferentes momentos, porém o mundo
cristão ocidental celebra como epifanias três eventos:[3]

 A Epifania propriamente dita perante os magos do oriente (como está relatado em 2


1:12) e que é celebrada no dia 6 de janeiro;
 A Epifania a João Batista no rio Jordão durante o Batismo de Jesus;
 A Epifania a seus discípulos e início de sua vida pública com o milagre de Caná, quando
começa o seu ministério.

No cristianismo oriental

Na Igreja Ortodoxa, a Teofania comemora o batismo de Jesus. O evento é celebrado


com um ofício de vigília na noite anterior e a Divina Liturgia de São Basílio na manhã
de 6 de janeiro. Uma característica marcante desta festa é a bênção das águas, que pode
ocorrer tanto na liturgia festiva quanto na vigília, ou mesmo em ambas.[1]

Na Igreja Copta, a Teofania também tem como evento central o batismo, e os fiéis se
preparam para a festa com o Paramon (do grego "preparação extraordinária"), um jejum
restrito no dia anterior (ou na sexta-feira anterior, caso a festa caia em uma segunda-
feira ou domingo).[4]

Maria (mãe de Jesus)


Maria (hebraico: ‫ִמ ְר ָים‬, Miriam; aramaico: Maryām; árabe: ‫مريم‬, Maryam; grego koiné:
Μαριας ou Μαριαμ,), também conhecida como Maria de Nazaré e chamada pelos
católicos e ortodoxos de Virgem Maria, de Santíssima Virgem e de Nossa Senhora, foi a
mulher israelita de Nazaré, identificada no Novo Testamento e no Alcorão como a mãe
de Jesus através da intervenção divina (Mateus 1:16-25, Lucas 1:26-56, Lucas 2:1-7).
Jesus é visto como o messias — o Cristo — em ambas as tradições, dando origem ao
nome comum de Jesus Cristo.

Trindade (cristianismo)
A doutrina cristã da Trindade (do latim trinitas "tríade", de trinus "tripla") define Deus
como três pessoas consubstanciais, expressões ou hipóstases: o Pai, o Filho (Jesus
Cristo) e o Espírito Santo; "um Deus em três pessoas". As três pessoas são distintas,
mas são uma "substância, essência ou natureza".

Igreja Católica
Cristianismo São Pedro Reino de Deus

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.


Igreja Católica Apostólica Romana

Vista do Obelisco da Praça de São Pedro e da Basílica de


São Pedro, no Vaticano.

Orientação Católica

Fundador Jesus, de acordo com a tradição


católica

Origem Século I, Terra Santa, Império


Romano[1]

Sede Vaticano

Líder espiritual

Papa Francisco

Número de 1,313 bilhão (2017)[2]


membros

Número de + 221 mil paróquias


igrejas

Países em que No mundo inteiro, principalmente na


atua América Latina, Europa Ocidental e
Filipinas

Página oficial Santa Sé

Logo

Igreja Católica (o termo "católico", derivado da palavra grega: καθολικός (katholikos),


significa "universal", "geral" ou "referente à totalidade"[3]), chamada também de Igreja
Católica Romana[4][5][6] e Igreja Católica Apostólica Romana,[7][8][9][10] é uma Igreja
cristã com aproximadamente dois mil anos de existência[11] posta sob a autoridade Papal
do Bispo de Roma e sucessor do apóstolo Pedro [Mateus 16, 18 - 19]. Seu objetivo é
seguir ao ensinamento e à pessoa de Jesus Cristo e de Maria, dos Santos e anjos em
vista do Reino de Deus, e concede um papel nesta missão à Maria, Mãe da Igreja.[12][13]
Para este fim, a Igreja Católica administra os sacramentos e prega o Evangelho de Jesus
Cristo.[14] Atua também em programas sociais e instituições em todo o mundo, incluindo
escolas, universidades, hospitais e abrigos, bem como administra outras instituições de
caridade, que ajudam famílias, pobres, idosos e doentes.[14]

A Igreja Católica se considera a igreja estabelecida por Deus para salvar todos os
homens, embora admita a possibilidade de salvação dos que não a seguem.[15] Esta ideia
é visível logo no seu nome: o termo "católico" significa global em grego. Ela elaborou
sua doutrina ao longo dos concílios a partir da Bíblia, comentados pelos Pais e pelos
doutores da Igreja. Ela propõe uma vida espiritual e uma regra de vida aos seus fiéis
inspirada no Evangelho e definida. Regida pelo Código de Direito Canónico, ela se
compõe, além da sua muita bem conhecida hierarquia ascendente que vai do diácono ao
Papa, de vários movimentos apostólicos, que comportam notadamente as ordens
religiosas, os institutos seculares e uma ampla diversidade de organizações e
movimentos de leigos.

A Igreja Católica, pretendendo respeitar a cultura e a tradição dos seus fiéis, é por isso
atualmente constituída por 24 igrejas autônomas sui iuris, todas elas em comunhão
completa e subordinadas ao Papa. Estas Igrejas, apesar de terem a mesma doutrina e fé,
possuem uma tradição cultural, histórica, teológica e litúrgica diferentes e uma estrutura
e organização territorial separadas. A Igreja Católica é muitas vezes confundida com a
Igreja Católica Latina, uma das suas 24 Igrejas autônomas e a maior de todas elas.[16][17]
[18]

Desde o dia 13 de março de 2013, a Igreja Católica encontra-se sob a liderança do Papa
Francisco. O último papa antes do argentino foi o Papa Bento XVI, que abdicou do
cargo no mesmo ano. Quando de sua entronização, ela contava aproximadamente com
1,2 bilhões de membros[nota 1] (ou seja, mais de um sexto da população mundial[20] e mais
da metade de todos os cristãos[21]), distribuídos principalmente na Europa e nas
Américas mas também noutras regiões do mundo. Sua influência na História do
pensamento bem como sobre a História da arte é considerável, notadamente na Europa.

História
Ver artigo principal: História da Igreja Católica

Igreja Católica

Portal

A Igreja Católica possui mais de dois mil anos de história, sendo a mais antiga
instituição ainda em funcionamento. Sua história é integrante à História do Cristianismo
e a história da civilização ocidental.[22]

A palavra Igreja Católica para referir-se à Igreja Universal é utilizada desde o século I,
alguns historiadores sugerem que os próprios apóstolos poderiam ter utilizado o termo
para descrever a Igreja.[23] Registros escritos da utilização do termo constam nas cartas
de Inácio,[24] Bispo de Antioquia, discípulo do apóstolo João, que provavelmente foi
ordenado pelo próprio São Pedro.[23]

As primeiras listas de papas diziam que o segundo papa após São Pedro, foi São Lino[25]
considerado sucessor do Apóstolo Pedro, interveio em outras comunidades para ajudar a
resolver conflitos,[26] tais como fizeram o Papa Clemente I, Vitor I e Calixto I. Nos três
primeiros séculos a Igreja foi organizada sob três patriarcas: o de Antioquia, de
jurisdição sobre a Síria e posteriormente estendeu seu domínio sobre a Ásia Menor e a
Grécia; o de Alexandria, de jurisdição sobre o Egito; e o de Roma, de jurisdição sobre o
Ocidente.[27] Posteriormente os bispos de Constantinopla e de Jerusalém foram elevados
à dignidade de patriarcas por razões administrativas.[27] O Primeiro Concílio de Niceia,
em 325, considerou o Bispo de Roma como o "primus" (primeiro) entre os patriarcas,
afirmando em seus quarto, quinto e sexto cânones que está "seguindo a tradição
antiquíssima",[28] embora muitos interpretem esse título como o "primus inter pares"
(primeiro entre iguais). Considerava-se que Roma possuía uma autoridade especial
devido à sua ligação com São Pedro.[29]
Uma série de dificuldades (disputas doutrinárias e disciplinares, diferenças culturais,
Concílios disputados, a evolução de ritos separados e se a posição do Papa era ou não de
real autoridade ou apenas de respeito) levaram à divisão em 1054, que separou a Igreja
entre a Igreja Católica no Ocidente e a Igreja Ortodoxa no Leste (Grécia, Rússia e
muitas das terras eslavas, Anatólia, Síria, Egito, etc.). A esta divisão chama-se o Cisma
do Oriente. A grande divisão seguinte da Igreja Católica ocorreu no século XVI com a
Reforma Protestante, durante a qual se formaram muitas das atuais igrejas Protestantes,
como a Igreja luterana e a Igreja reformada.

Características doutrinais
Ver artigo principal: Doutrina da Igreja Católica

A Basílica de São Pedro, no Vaticano.

A Igreja Católica acredita ser a única Igreja fundada por Cristo, e portanto, a única
autêntica frente a demais igrejas e denominações cristãs que surgiram historicamente
depois dela.[nota 2] Assim, a Igreja Católica considera que tem por missão elaborar,
comunicar e propagar os ensinamentos de Cristo, assim como a de cuidar a unidade dos
fiéis, com o objetivo de ajudar a humanidade a percorrer o caminho espiritual a Deus.
Tem também o dever de administrar os sacramentos aos seus fiéis, por meio do
ministério de seus sacerdotes. A Igreja acredita que Deus outorga a sua graça ao crente
por meio dos sacramentos, daí a sua importância na vida eclesial. Ademais, a Igreja
Católica manifesta-se como uma estrutura hierárquica e colegial, com Cristo como a sua
cabeça espiritual e auxiliado pelo colégio dos apóstolos, cuja autoridade passou a ser
exercida, após a sua morte, pelos seus sucessores: o Papa e os bispos.[30]

Jesus, a salvação e o Reino de Deus


Ver artigo principal: Jesus, Salvação e Reino de Deus

Jesus Cristo é a figura central do Cristianismo, porque, por vontade de Deus Pai,[31] ele
encarnou-se (veio à Terra) para anunciar a salvação à humanidade inteira, "ou seja:
para nos reconciliar a nós pecadores com Deus; para nos fazer conhecer o seu amor
infinito; para ser o nosso modelo de santidade; para nos tornar «participantes da
natureza divina» (2 Ped 1, 4)";[32] e para "anunciar as boas novas do Reino de Deus".[33]
Santo Atanásio, um famoso Padre e Doutor da Igreja, afirmou que Jesus, "o Filho de
Deus, Se fez homem, para nos fazer Deus", ou seja, para nos tornarmos santos como
Deus.[34]
A crucificação e morte redentora de Jesus faz parte da vontade de Deus Pai de salvar toda a
Humanidade.

O dogma cristológico ensina que Jesus é a encarnação do Verbo divino, verdadeiro


Deus e verdadeiro homem, Messias, Salvador e Bom Pastor da Humanidade.[35] Ele é
também «o Filho Unigênito de Deus» (1 Jo 2, 23), a segunda pessoa da Santíssima
Trindade, o único e verdadeiro Sumo Sacerdote[36] e Mediador entre os homens e Deus
Pai, chegando mesmo a afirmar que "«Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém
vai ao Pai senão por Mim» (Jo 14, 6)".[37]

Nas suas muitas pregações, Jesus, ao anunciar o Evangelho, ensinou as bem-


aventuranças e insistiu sempre «que o Reino de Deus está próximo» (Mateus 10:7).
Exortou também que quem quisesse fazer parte desse Reino teria de nascer de novo, de
se arrepender dos seus pecados, de se converter e purificar. Jesus ensinava também que
o poder, a graça e a misericórdia de Deus era maior que o pecado e todas as forças do
mal, insistindo por isso que o arrependimento sincero dos pecados e a fé em Deus
podem salvar os homens.[38] Este misterioso Reino, que só se irá realizar-se na sua
plenitude no fim do mundo, está já presente na Terra através da Igreja, que é a sua
semente. No Reino de Deus, o Mal será inexistente e os homens salvos e justos, após a
ressurreição dos mortos e o fim do mundo, passarão a viver eternamente em Deus, com
Deus e junto de Deus.[39]

A doutrina católica professa também que a salvação do Homem deve-se, para além da
graça divina, ao voluntário Sacrifício e Paixão de Jesus na cruz. Este supremo sacrifício
deve-se à vontade e ao infinito amor de Deus, que quis salvar toda a humanidade.[40][41]
Além disso, é também fundamental para a salvação a adesão livre do crente à fé em
Jesus Cristo e aos Seus ensinamentos, porque a liberdade humana, como um dom
divino, é respeitado por Deus, o nosso Criador.[42][43]

A Igreja ensina também que todos os não católicos que, sem culpa própria, ignoram a
Palavra de Deus e a Igreja Católica, mas que "procuram sinceramente Deus e, sob o
influxo da graça, se esforçam por cumprir a sua vontade", podem conseguir a salvação.
[44]

Caridade
Esta fé cristã "opera pela caridade" ou amor (Gálatas 5:6), por isso ela instrui os fiéis
converter-se e a levar uma vida de santificação. Este modo de viver ensina o católico a
participar e receber os sacramentos e a "conhecer e fazer a vontade de Deus".[45] Este
último ponto é cumprido através, como por exemplo, da prática dos ensinamentos
revelados (que se resumem nos mandamentos de amor ensinados por Jesus), das boas
obras e também das regras de vida propostas pela Igreja Católica.[46][47][48] Estes
mandamentos de amor consistem em «amar a Deus acima de todas as coisas ... amar
ao próximo como a si mesmo» (Mateus 22:37-39) (o Grande Mandamento) e «amar uns
aos outros como Eu vos amei» (João 15:12) (o Mandamento do Amor ou Novo
Mandamento). Estes ensinamentos radicais constituem por isso o resumo de «toda a Lei
e os Profetas do Antigo Testamento» (Mateus 22:40).[49] No fundo, a vida de
santificação proposta pela Igreja tem por finalidade e esperança últimas à salvação[50] e à
implementação do Reino de Deus.[39][51]

Além do trabalho evangélico, a Igreja Católica realiza obras de cunho social e


assistencial nos países onde atua.[52] Entre eles estão 5167 hospitais, 17.322
dispensários, 648 leprośarios, 15699 casas para idosos, doentes crônicos e deficientes,
10124 orfanatários, 11596 jardins de infância, 14744 consultores matrimoniais, 3663
centors de educação e reeducação social, além de outras 36683 instituições.[52]

Eclesiologia
Ver artigo principal: Igreja, Eclesiologia e Quatro marcas da Igreja

A Igreja está alicerçada sobre o Apóstolo Pedro, a quem Cristo prometeu o Primado, ao afirmar
que "sobre esta pedra edificarei a minha Igreja" e que "dar-te-ei as chaves do Reino de Deus"
("Confissão de Pedro").

Bispos durante o Concílio Vaticano II em 1961.

A Igreja Católica define-se pelas palavras do Credo niceno-constantinopolitano, como:


 «una» porque nela subsiste a única instituição verdadeiramente fundada e
encabeçada por Cristo para reunir o povo de Deus, porque ela tem como alma o
Espírito Santo, que une todos os fiéis na comunhão em Cristo e porque ela tem uma só
fé, uma só vida sacramental, uma única sucessão apostólica, uma comum esperança e
a mesma caridade.[53]

 «santa» por causa da sua ligação única com Deus, o seu Autor, porque "o Espírito
Santo vivificou-a com a caridade" e porque ela é a "Esposa de Cristo"; também porque
ela, através dos sacramentos, tem por objectivo santificar, purificar e transformar os
fiéis, reunindo-os todos para o seu caminho de santificação, cujo objectivo final é a
salvação, que consiste na vida eterna, na realização final do Reino de Deus e na
obtenção da santidade.[54]

 «católica» porque a Igreja é universal e está espalhada por toda a Terra; é portadora
da integralidade e totalidade do depósito da fé; "leva e administra a plenitude dos
meios" necessários para a salvação" (incluindo os sete sacramentos), dados por Jesus à
sua Igreja; "é enviada em missão a todos os povos, em todos os tempos e qualquer
que seja a cultura a que eles pertençam"; e nela está presente Cristo.[55][56]

 «apostólica» porque ela é fundamentada na doutrina dos Apóstolos cuja missão


recebeu sem ruptura.[57] Segundo a Doutrina Católica, todos os Bispos da Igreja são
sucessores dos Apóstolos e o Papa, Chefe da Igreja, é o sucessor de São Pedro
("Príncipe dos Apóstolos"), que é a pedra na qual Cristo edificou a sua Igreja.

Além disso, a Igreja, de entre os seus inúmeros nomes, também é conhecida por:

 «Corpo de Cristo» porque os católicos acreditam que a Igreja não é apenas uma
simples instituição, mas um corpo místico constituído por Jesus, que é a Cabeça, e
pelos fiéis, que são membros deste corpo único, inquebrável e divino. Este nome é
assente também na fé de que os fiéis são unidos intimamente a Cristo, por meio do
Espírito Santo, sobretudo no sacramento da Eucaristia.[58] A Igreja Católica acredita que
os cristãos não católicos também pertencem, apesar de um modo imperfeito, ao
Corpo Místico, visto que tornaram-se uma parte inseparável d'Ele através do Batismo -
constituindo assim numas das bases do ecumenismo actual. Ela defende também que
muitos elementos de santificação e de verdade estão também presentes nas Igrejas e
comunidades cristãs que não estão em plena comunhão com o Papa.[59]

 «Esposa de Cristo» porque o próprio Cristo "Se definiu como o «Esposo» (Mc 2,19) que
amou a Igreja, unindo-a a Si por uma Aliança eterna. Ele entregou-se a Si mesmo por
ela, para a purificar com o Seu sangue, «para a tornar santa» (Ef 5,26) e fazer dela
mãe fecunda de todos os filhos de Deus".[60]

 «Templo do Espírito Santo» porque o Espírito Santo reside na Igreja, no Corpo Místico
de Cristo, e estabelece entre os fiéis e Jesus Cristo uma comunhão íntima, tornando-os
unidos num só Corpo. Para além disso, Ele guia, toma conta e "edifica a Igreja na
caridade com a Palavra de Deus, os sacramentos, as virtudes e os carismas".[61]

Revelação divina, Tradição e desenvolvimento da doutrina


Ver artigos principais: Revelação divina, Bíblia, Tradição católica,
Desenvolvimento da doutrina e Magistério da Igreja Católica
O Papa Francisco junto da imagem de Nossa Senhora de Fátima.

A autoridade para ensinar, ou seja, o Magistério da Igreja, baseia-se na Revelação


divina, que está expressa tanto nas Sagradas Escrituras (ou Bíblia) como na Sagrada
Tradição (oral). Segundo a fé católica, a Revelação divina engloba todas as verdades
que a Igreja acredita e que foram sendo gradualmente reveladas por Deus através dos
tempos (desde o Antigo Testamento), atingindo a sua plenitude e perfeição em Jesus
Cristo, que anunciou definitivamente o Evangelho à humanidade.[62] Ou seja, já não há
mais nada a acrescentar à Revelação divina depois de Jesus, apenas há revelações
privadas (ex.: as aparições marianas), que não pertencem à Revelação divina pública
nem podem contradizê-la. O papel das aparições privadas é somente ajudar os fiéis
católicos a viverem melhor a Revelação divina, numa determinada época da História. [63]
Por isso, Jesus Cristo é considerado pelos católicos e outros cristãos como o Filho de
Deus, o Messias e o Salvador do mundo e da humanidade.[64][65] Este conjunto de
verdades reveladas pode ser designado por doutrina católica. Segundo o Catecismo de
São Pio X, a doutrina católica "é a doutrina que Jesus Cristo Nosso Senhor nos
ensinou, para nos mostrar o caminho da salvação" e da vida eterna.[66] "As partes
principais e mais necessárias da Doutrina [...] são quatro: o Credo, o Pai-Nosso, os
Mandamentos e os Sacramentos".[67][46]

Apesar da doutrina católica ter sido plenamente revelada por Jesus Cristo, a definição e
compreensão desta mesma doutrina é progressiva, necessitando por isso do constante
estudo e reflexão da Teologia, mas sempre fiel à Revelação e orientada pelo Magistério
da Igreja Católica. A esta definição progressiva da doutrina dá-se o nome de
desenvolvimento da doutrina.[68] Esta Revelação imutável e definitiva é transmitida pela
Igreja sob a forma de Tradição escrita (Bíblia) e oral.[69] A doutrina católica está
resumida no Credo dos Apóstolos, no Credo niceno-constantinopolitano e em
variadíssimos documentos da Igreja, como por exemplo no Catecismo da Igreja Católica
(CIC) e no seu Compêndio (CCIC).[70]

Dogmas e Santíssima Trindade


Ver artigos principais: Dogmas da Igreja Católica e Santíssima Trindade
O Cristograma com uma coroa de flores simbolizando a vitória da Ressurreição.

Com os seus estudos teológicos, a Igreja gradualmente proclama os seus dogmas, que
são a base imutável da sua doutrina, sendo o último dogma (o da Assunção da Virgem
Maria) proclamado solenemente apenas em 1950, pelo Papa Pio XII. Os dogmas são
definidos e proclamados solenemente pelo Supremo Magistério (Papa ou Concílio
Ecumênico com o Papa[71]) como sendo verdades definitivas, porque eles estão contidos
na Revelação divina ou têm com ela uma conexão necessária. Uma vez proclamado
solenemente, nenhum dogma pode ser alterado ou negado, nem mesmo pelo Papa ou
por decisão conciliar. Por isso, o católico é ensinado a obrigatóriamente aderir, aceitar e
acreditar nos dogmas de uma maneira irrevogável.[72]

Para os católicos, um dos dogmas mais importantes é o da Santíssima Trindade, que,


não violando o monoteísmo, professa que Deus é simultaneamente uno (porque, em
essência, só existe um Deus) e trino (se apresenta em três pessoa: o Pai, o Filho e o
Espírito Santo, que se estabelecem entre si uma comunhão perfeita). Estas 3 Pessoas
eternas, apesar de possuírem a mesma natureza, "são realmente distintas".[73]

Logo, muitas vezes, certas actividades e atributos divinos são mais reconhecidas (mas
não exclusivamente realizadas) em uma Pessoa do que em outra. Como por exemplo, a
criação divina do mundo está mais associado a Deus Pai; a salvação do mundo a Jesus,
o Filho de Deus; e a protecção, guia, purificação e santificação da Igreja ao Espírito
Santo.[73]

Divergências com as outras Igrejas cristãs


Ver artigo principal: Doutrina católica e a das outras Igrejas cristãs
Papa Francisco reunido com Bartolomeu I de Constantinopla em Jerusalém.

A doutrina da Igreja Ortodoxa é bastante parecida com a da Igreja Católica. As únicas


diferenças significativas dizem respeito ao filioque, ao entendimento um pouco
divergente da salvação e do arrependimento e principalmente à compreensão do papel e
função do Papa na Igreja, que para os ortodoxos não tem jurisdição sobre as outras
Igrejas nem é revestido de infalibilidade quando fala ex cathedra.[carece de fontes?]

Em relação às Igrejas protestantes, as diferenças mais significativas dizem respeito à


doutrina da Eucaristia, dos outros sacramentos (a maioria dos protestantes professam o
Batismo e a Eucaristia), à existência do purgatório, à composição do Cânone das
Escrituras e ao culto de veneração à Virgem Maria e aos santos. Há também diferenças
importantes na doutrina do pecado original e da graça, na necessidade e natureza da
penitência e no modo de obter a redenção, com os protestantes a defender que a
salvação só se atinge apenas através da fé (sola fide), em detrimento da crença católica
que a fé deve ser expressa também através das boas obras. Esta divergência levou a um
conflito sobre a doutrina da justificação, mas o diálogo ecumênico moderno levou a
alguns consensos entre os católicos e os luteranos, através da Declaração Conjunta
Sobre a Doutrina da Justificação, bem como com os anglicanos e outros.[carece de fontes?]

Dez Mandamentos e a Moral


Ver artigos principais: Doutrina católica sobre os Dez Mandamentos e Teologia
moral católica

Moisés recebendo as Tábuas da Lei (pintado por João Zeferino da Costa, 1868)

Existem várias representações dos Dez Mandamentos, que é a base e o mínimo


fundamental da Lei moral (ou Lei de Deus), devido à diversidade de traduções
existentes. A mais utilizada é aquela ensinada actualmente na catequese de língua
portuguesa da Igreja Católica:

 1º Amar a Deus sobre todas as coisas.


 2º Não invocar o Santo Nome de Deus em vão.
 3º Guardar domingos e festas de guarda.
 4º Honrar pai e mãe.
 5º Não matar.
 6º Guardar castidade nas palavras e nas obras.
 7º Não roubar.
 8º Não levantar falsos testemunhos.
 9º Guardar castidade nos pensamentos e nos desejos.
 10º Não cobiçar as coisas alheias.

Segundo a doutrina católica sobre os Dez Mandamentos, eles são de observância e


cumprimento obrigatórios, porque "enuncia deveres fundamentais do homem para com
Deus e para com o próximo" e dão a conhecer também a vontade divina sobre a conduta
moral dos homens.[74]

Sacramentos
Ver artigo principal: Sacramentos católicos

Um batismo infantil realizado em uma paróquia da Igreja Evangélica Luterana do Brasil.

Confessionário da Catedral de Turim, na Itália.

A Eucaristia (Rito Oriental).

Casamento católico nas Filipinas.


Cerimônia de Crisma por Rogier van der Weyden, parte do Retábulo dos Sete Sacramentos em
exposição no Museu Real de Belas Artes de Antuérpia.

Pintura do Retábulo dos Sete Sacramentos que mostra o ritual da extrema unção com óleo
sendo administrado por um padre durante os últimos ritos. Rogier van der Weyden, c. 1445.

Dentro da fé católica, os sacramentos, que a Igreja acredita serem instituídas por Jesus,
são gestos e palavras de Cristo que concedem e comunicam a graça santificadora sobre
quem os recebe. Sobre os sacramentos, São Leão Magno diz: "«o que era visível no
nosso Salvador passou para os seus sacramentos»".[75]

Ao celebrá-los, a Igreja Católica alimenta, exprime e fortifica a sua fé, sendo por isso os
sacramentos uma parte integrante e inalienável da vida de cada católico e fundamentais
para a sua salvação. Isto porque eles conferem ao crente a graça divina, os dons do
Espírito Santo, "o perdão dos pecados, [...] a conformação a Cristo Senhor e a
pertença à Igreja", que o torna capaz "de viver a vida nova de filhos de Deus em Cristo
acolhido com a fé". Daí a grande importância dos sacramentos na liturgia católica.[76] Ao
todo, a Igreja Católica tem sete sacramentos:

 Baptismo é dado às criança e a convertidos adultos que não tenham sido antes
baptizados validamente (o batismo da maior parte das igrejas cristãs é considerado
válido pela Igreja Católica, contanto que seja feito pela fórmula: "em nome do Pai, do
Filho e do Espírito Santo". A rigor, todo cristão pode, nessa fórmula, batizar
validamente alguém, nomeadamente em situações urgentes. Entretanto, o batismo
será ilícito, devendo o baptizado ser levado na presença de um sacerdote, para que
complete os rituais do sacramento, como a unção com o Crisma e com o óleo dos
catecúmenos) [S. Mateus 28, 19].
 Confissão, Penitência ou Reconciliação envolve a admissão de pecados perante um
padre e o recebimento de penitências (tarefas a desempenhar a fim de alcançar a
absolvição ou o perdão de Deus) [S. João 20,23].
 Eucaristia (Comunhão) é o sacramento mais importante da Igreja porque ela relembra
e renova o mistério pascal de Cristo, actualizando e renovando assim a salvação da
humanidade.[77] Por isso, recebe também o nome de Santíssimo Sacramento. Este
sacramento está associado também à transubstanciação, que é a crença de que, após
a consagração, o pão e o vinho oferecidos e consagrados se tornam realmente o Corpo
e o Sangue de Jesus Cristo, sob as aparências de pão e vinho [1 Cor 11,24-25].
 Na Confirmação ou Crisma, o Espírito Santo, que é recebido no batismo é "fortalecido
e aprofundado"[78] através da imposição de mãos e da unção com santo óleo do
Crisma. Na maior parte das igrejas de Rito latino, este sacramento é presidido por um
bispo e tem lugar no início da idade adulta (na maioria das vezes, quando se
completam 15 anos). Nas Igrejas Católicas Orientais o sacramento do Crisma é
geralmente executado por um padre imediatamente depois do batismo.
 Sagrado matrimônio é o sacramento que valida, diante de Deus, a união de um
homem e uma mulher, constituindo assim uma família. Segundo a tradição católica,
com base no Evangelho de São Marcos, o casamento é indissolúvel. Só é permitido um
segundo casamento no caso da morte de um dos cônjuges ou em situações especiais
de nulidade do casamento [S. Mateus 19, 3-9].
 A Ordem recebe-se ao entrar para o clero, através da consagração das mãos com o
santo óleo do Crisma e, no rito latino (ou ocidental), envolvem um voto de castidade
enquanto que nos ritos orientais, os homens casados são admitidos como padres
diocesanos, mas não como bispos ou padres monásticos. Em raras ocasiões, permitiu-
se que padres casados que se converteram a partir de outros grupos cristãos fossem
ordenados no rito ocidental. No rito ocidental, os homens casados podem ser
ordenados diáconos permanentes, mas não podem voltar a casar se a esposa morrer
ou se for declarada a nulidade do casamento. O sacramento das Ordens Sagradas é
dado em três graus: o do diácono (desde o Concílio Vaticano II um diácono
permanente pode ser casado antes de se tornar diácono), o de sacerdote e o de bispo.
 A Unção dos enfermos era conhecida como "extrema unção" ou "último sacramento".
Envolve a unção de um doente com um óleo sagrado dos enfermos, abençoado
especificamente para esse fim. Já não está limitada aos doentes graves e aos
moribundos, mas a Igreja recomenda esse sacramento e o viático para a hora da morte
[S. Tiago 5, 14-15].

Cinco Mandamentos da Igreja Católica

Os cinco mandamentos ou preceitos da Igreja Católica (não confundir com os Dez


Mandamentos da Lei de Deus), na sua forma atual, foram estabelecidos pelo Papa João
Paulo II e promulgados em 2005 pelo Papa Bento XVI, onde suprimiu-se o termo
"dízimos" do quinto mandamento (pagar dízimos conforme o costume), cujo sentido
real era, obviamente, uma contribuição segundo as possibilidades de cada um, e não
uma taxação ou imposto sobre os rendimentos.

Os cinco mandamentos ou preceitos da Igreja são:[79]


1. Participar na Missa, aos domingos e festas de guarda e abster-se de trabalhos e
atividades que impeçam a santificação desses dias.

Os dias santos de guarda ou preceito que podem não ser no domingo são dez:[80] [nota 3]
1 de janeiro - Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus;

6 de janeiro - Epifania do Senhor

19 de março - Solenidade de São José

Ascensão de Jesus (data variável - quinta-feira da sexta semana da Páscoa)

Corpus Christi (data variável - 1ª quinta-feira após o domingo da Santíssima Trindade)

29 de junho - Solenidade dos Apóstolos São Pedro e São Paulo.

15 de agosto - Solenidade da Assunção de Nossa Senhora ao Céu

1 de novembro - Dia de Todos-os-Santos

8 de dezembro - Solenidade da Imaculada Conceição da Virgem Maria

25 de dezembro - Natal

2. Confessar os pecados ao menos uma vez cada ano.


3. Comungar o sacramento da Eucaristia ao menos pela Páscoa.
4. Guardar a abstinência e jejuar nos dias determinados pela Igreja:

Dias de jejum: Quarta-feira de Cinzas e Sexta-feira Santa.[81]


Dias de abstinência de carne ou de qualquer outra comida determinada pela
conferência episcopal: todas as sextas-feiras, principalmente as da Quaresma, a não
ser que uma solenidade seja numa sexta-feira.[81]

5. Atender às necessidades materiais da Igreja, cada qual segundo as suas possibilidades.

Estrutura e cargos
Ver artigo principal: Hierarquia católica
Francisco, o actual Papa da Igreja Católica (2013- ) e sucessor de São Pedro.

O arcebispo Karl-Josef Rauber, o cardeal Godfried Danneels e os bispos Roger Vangheluwe e


Jozef De Kesel.
Arquibasílica de São João de Latrão, sede da Diocese de Roma.

A cátedra papal na Basílica de São João de Latrão simboliza a Santa Sé

A Igreja Católica tem uma hierarquia, sendo o seu Chefe o Papa. A expressão "Santa
Sé" significa o conjunto do Papa e dos dicastérios da Cúria Romana, que o ajudam no
governo de toda a Igreja.

A Igreja tem uma estrutura hierárquica de títulos que são, em ordem descendente:

 Papa, que é o Sumo Pontífice e chefe da Igreja Católica, o guardador da integridade e


totalidade do depósito da fé, o Vigário de Cristo na Terra, o Bispo de Roma e o
possuidor do Pastoreio de todos os cristãos, concedido por Jesus Cristo a São Pedro e,
consequentemente, a todos os Papas. Esta autoridade papal (Jurisdição Universal) vem
da fé de que ele é o sucessor directo do Apóstolo São Pedro (a chamada "Confissão de
Pedro"). Na Igreja latina e em algumas das orientais, só o Papa pode designar os
membros da Hierarquia da Igreja acima do nível de presbítero. Aos Papas atribui-se
infalibilidade. Por essa prerrogativa, as decisões papais em questões de fé e costumes
(moral) são infalíveis quando proclamadas ex cathedra.[82] Todos os membros da
hierarquia respondem perante o Papa e a sua corte papal, chamada de Cúria Romana.
o Camerlengo em caso de morte ou renúncia do cargo, essa pessoa é quem
detém todos os poderes de um papa até a eleição de outro pelo Colégio de
Cardeais.

 Cardeais são os conselheiros e os colaboradores mais íntimos do Papa, sendo todos


eles bispos (alguns só são titulares). Aliás, o próprio Papa é eleito, de forma vitalícia (a
abdicação é rara, porque já não acontecia desde a Idade Média) pelo Colégio dos
Cardeais. A cada cardeal é atribuída uma igreja ou capela (e daí a classificação em
cardeal-bispo, cardeal-presbítero e cardeal-diácono) em Roma para fazer dele membro
do clero da cidade. Muitos dos cardeais servem na Cúria, que assiste o Papa na
administração da Igreja. Todos os cardeais que não são residentes em Roma são bispos
diocesanos.

 Patriarcas são normalmente títulos possuídos por alguns líderes das Igrejas Católicas
Orientais sui ijuris. Estes patriarcas orientais, que ao todo são seis, são eleitos pelos
seus respectivos Sínodos e depois reconhecidos pelo Papa. Mas alguns dos grandes
prelados da Igreja Latina, como o Patriarca de Lisboa e o Patriarca de Veneza,
receberam também o título de Patriarca, apesar de ser apenas honorífico e não lhes
conferirem poderes adicionais.

 Arcebispos (Metropolita ou Titular) são bispos que, na maioria dos casos, estão à
frente das arquidioceses. Se a sua arquidiocese for a sede de uma província
eclesiástica, eles normalmente têm também poderes de supervisão e jurisdição
limitada sobre as dioceses (chamadas sufragâneas) que fazem parte da respectiva
província eclesiástica.

 Bispos (Diocesano, Titular e Emérito) são os sucessores diretos dos doze Apóstolos.
Receberam o todo do sacramento da Ordem, o que lhe confere, na maioria dos casos,
jurisdição completa sobre os fiéis da sua diocese.[83]

 Presbíteros ou Padres são os colaboradores dos bispos e só têm um nível de jurisdição


parcial sobre os fiéis. Alguns deles lideram as paróquias da sua diocese.
o Monsenhor é um título honorário para um presbítero, que não dá quaisquer
poderes sacramentais adicionais.

 Diáconos são os auxiliares dos presbíteros e bispos e possuem o primeiro grau do


Sacramento da Ordem. São ordenados não para o sacerdócio, mas para o serviço da
caridade, da proclamação da Palavra de Deus e da liturgia. Apesar disso, eles não
consagram a hóstia (parte central da Missa) e não administram a Unção dos enfermos
e a Reconciliação.

Todos os ministros sagrados supramencionados fazem parte do clero. A Igreja acredita


que os seus clérigos são "ícones de Cristo",[84] logo todos eles são homens, porque os
doze Apóstolos são todos homens e Jesus, na sua natureza humana, também é homem.
[85]
Mas isto não quer dizer que o papel da mulher na Igreja seja menos importante, mas
apenas diferente.[86] Exceptuando em casos referentes a padres ordenados pelas Igrejas
orientais, aos diáconos permanentes e a alguns casos excepcionais, todo o clero católico
é celibatário.[87] Os clérigos são importantes porque efetuam exclusivamente
determinadas tarefas, como a celebração da Missa e dos sacramentos.

Existem ainda funções menores: Leitor, Ministro Extraordinário da Comunhão


eucarística, Ministro da Palavra e Acólito. Estas funções tomados em conjunto não
fazem parte do clero, pois são conferidas aos leigos, uma vez que, para entrar para o
sacerdócio, é preciso ao católico receber o sacramento da Ordem. Desde o Concílio
Vaticano II, os leigos tornaram-se cada vez mais importantes no seio da vida eclesial e
gozam de igualdade em relação ao clero, em termos de dignidade, mas não de funções.
[88]
Dentro da Igreja, também existem um grupo de leigos ou de clérigos que decidiram
tomar uma vida consagrada e normalmente agrupam-se em ordens religiosas,
congregações religiosas ou em institutos seculares, existindo porém aqueles que vivem
isoladamente ou até junto dos não consagrados. Estes movimentos apostólicos têm a sua
própria hierarquia e títulos específicos. Destacam-se os seguintes:

 Abade e Abadessa (nas Abadias)


 Prior e Madre Prioresa (nos Mosteiros e Conventos)
 Monge e Monja (nos Mosteiros)
 Frade e Freira (nos Conventos)
 Eremitas (nos Eremitérios)

Visão de 360 graus da cúpula do Vaticano e de Roma, mostrando praticamente toda a Cidade
do Vaticano.

Culto e prece
Ver artigos principais: Culto cristão e Oração

Homem católico reza no Convento de São Francisco, na Cidade do México.


Na Igreja Católica, para além do culto de adoração a Deus (latria), existe também o
culto de veneração aos Santos (dulia) e à Virgem Maria (hiperdulia). Estes dois cultos,
sendo a latria mais importante, são muito diferentes, mas ambos são expressos através
da liturgia, que é o culto oficial e público da Igreja, e também através da piedade
popular, que é o culto privado dos fiéis.[89][90]

Dentro da liturgia, destaca-se a Missa (de frequência obrigatória aos Domingos e festas
de guarda) e a Liturgia das Horas; enquanto que na piedade popular, destacam-se
indubitavelmente as devoções e as orações quotidianas. Apesar de a piedade popular ser
de certo modo facultativa, ela é muito importante para o crescimento espiritual dos
católicos.[89][90] As principais devoções católicas são expressas em "fórmulas de orações"
a Deus (Pai, Filho e Espírito Santo), à Virgem Maria e aos Santos (novenas, trezena,
Santo Rosário...); em "peregrinações aos lugares sagrados"; na veneração de medalhas,
estátuas, relíquias e imagens sagradas e bentas de Cristo, dos Santos e da Virgem Maria;
em procissões; e em outros "costumes populares".[91]

Liturgia
Ver artigo principal: Liturgia católica, Missa e Liturgia das Horas

O ato de prece mais importante na Igreja Católica é, sem dúvida, a liturgia Eucarística,
normalmente chamada de Missa. A liturgia, que é centrada na missa, é a celebração
oficial e pública do "Mistério de Cristo e em particular do seu Mistério Pascal".
Através dela, "Cristo continua na sua Igreja, com ela e por meio dela, a obra da nossa
redenção".[92] Esta "presença e actuação de Jesus" são assegurados eficazmente pelos
sete sacramentos,[89][90] com particular para a Eucaristia, que renova e perpetua "o
sacrifício da cruz no decorrer dos séculos até ao regresso" de Jesus. Por isso, toda a
missa centra-se na Eucaristia, porque ela "é fonte e cume da vida cristã" e nela "a acção
santificadora de Deus em nosso favor e o nosso culto para com Ele" atingem o cume.[93]

Missa oferecida na Basília de Santa Maria, em Bangalore, Índia.


Jesus, como Cabeça, celebra a liturgia com os membros do seu Corpo, ou seja, com a
sua "Igreja celeste e terrestre", constituída por santos e pecadores, por habitantes da
Terra e do Céu.[92][94] Cada membro da Igreja terrestre celebra e atua na liturgia
"segundo a sua própria função, na unidade do Espírito Santo: os batizados oferecem-se
em sacrifício espiritual [...]; os Bispos e os presbíteros agem na pessoa de Cristo
Cabeça", representando-o no altar. Daí que só os clérigos (excetuando os diáconos) é
que podem celebrar e conduzir a Missa, nomeadamente a consagração da hóstia.[95]
Apesar de celebrar o único Mistério de Cristo, a Igreja possui muitas tradições litúrgicas
diferentes, devido ao seu encontro, sempre fiel à Tradição católica, com os vários povos
e culturas. Isto constitui uma das razões pela existência das 24 Igrejas sui iuris que
compõem a Igreja Católica.[96]

A missa é celebrada todos os domingos; no entanto, os católicos podem cumprir as suas


obrigações dominicais se forem à missa no sábado. Os católicos devem também ir à
missa em cerca de dez dias adicionais por ano, chamados de Dias Santos de Obrigação.
Missas adicionais podem ser celebradas em qualquer dia do ano litúrgico, exceto na
Sexta-feira Santa, pois neste dia não se celebra a Missa em nenhuma igreja católica do
mundo. Muitas igrejas têm missas diárias. A missa é composta por duas partes
principais: a Liturgia da Palavra e a Liturgia da Eucaristia. Durante a Liturgia da
Palavra, são lidas em voz alta uma ou mais passagens da Bíblia, acto desempenhado por
um Leitor (um leigo da igreja) e pelo padre ou diácono (que leem sempre as leituras do
Evangelho). Depois de concluídas as leituras, é feita a homilia por um clérigo. Nas
missas rezadas aos domingos e dias de festa, é professado por todos os católicos
presentes o Credo, que afirma as crenças ortodoxas (ou seja, oficiais) do catolicismo. A
Liturgia da Eucaristia inclui a oferta de pão e vinho, a Prece Eucarística, durante a qual
o pão e o vinho se transformam no Corpo e Sangue de Cristo, e a procissão da
comunhão.[97]

Além da missa, a Liturgia das Horas também é extremamente importante na vida


eclesial, porque ela é a oração pública e comunitária oficial da Igreja Católica. Esta
oração consiste basicamente na oração quotidiana em diversos momentos do dia, através
de Salmos e cânticos, da leitura de passagens bíblicas e da elevação de preces a Deus.
Com essa oração, a Igreja procura cumprir o mandato que recebeu de Cristo, de orar
incessantemente, louvando a Deus e pedindo-Lhe por si e por todos os homens. A
Liturgia das Horas, que é uma antecipação para a celebração eucarística, não exclui,
mas requer de maneira complementar, as diversas devoções católicas, particularmente a
adoração e o culto do Santíssimo Sacramento.[98]

RBP

Organização por região


Ver artigos principais: Igreja particular e Circunscrição eclesiástica

A unidade geográfica e organizacional fundamental da Igreja Católica é a diocese


(chamada eparquia nas Igrejas orientais católicas). Estas correspondem geralmente a
uma área geográfica definida, centrada numa cidade principal, e é chefiada por um
bispo. A igreja central de uma diocese recebe o nome de catedral, que deriva do termo
cátedra (ou cadeira do bispo), que é um dos símbolos principais do seu cargo episcopal.
Dentro da diocese ou eparquia, o bispo (ou eparca) exerce aquilo que é conhecido como
poder ordinário, ou seja, autoridade própria, não delegada por outra pessoa. Embora o
Papa nomeie bispos e avalie o seu desempenho, e exista uma série de outras instituições
que governam ou supervisionam certas actividades eclesiásticas, um bispo tem uma
autonomia relativamente grande na administração de uma diocese ou eparquia.

Mapa das províncias eclesiásticas da Igreja Católica Romana, bem como das arquidioceses (e
outras entidades de alto nível) onde as províncias não estão estabelecidas.

Algumas dioceses ou eparquias, geralmente centradas em cidades grandes e


importantes, são chamadas arquidioceses ou arquieparquias e são chefiadas por um
arcebispo. Em grandes dioceses (ou eparquias) e arquidioceses (ou arquieparquias), o
bispo é frequentemente assistido por bispos auxiliares, bispos integrais e membros do
Colégio dos Bispos não designados para chefiá-las. Arcebispos, bispos sufragários ou
diocesanos (designação frequentemente abreviada simplesmente para "bispos"), e
bispos auxiliares, são igualmente bispos; os títulos diferentes indicam apenas que tipo
de unidade eclesiástica chefiam. Muitos países têm vicariatos que apoiam as suas forças
armadas, chamados normalmente de Ordinariato Militar, e são governados por bispos.
[carece de fontes?]

Quase todas as dioceses ou eparquias estão organizadas em grupos conhecidos como


províncias eclesiásticas, cada uma das quais é chefiada por um arcebispo metropolitano.
Logo, estes arcebispos exercem uma jurisdição e supervisão limitada sobre as dioceses
que fazem parte da sua província eclesiástica. Existem também as conferências
episcopais, geralmente constituídas por todas as dioceses de um determinado país ou
grupo de países. Estes grupos lidam com um vasto conjunto de assuntos comuns,
incluindo a supervisão de textos e práticas litúrgicas para os grupos culturais e
linguísticos da área, e as relações com os governos locais. Porém, a autoridade destas
conferências para restringir as actividades de bispos individuais é limitada. As
conferências episcopais começaram a surgir no princípio do século XX e foram
oficialmente reconhecidas no documento Christus Dominus, do Concílio Vaticano II.
[carece de fontes?]

As dioceses ou eparquias são subdivididas em distritos locais chamados paróquias.


Todos os católicos devem frequentar e sustentar a sua igreja paroquiana local. Ao
mesmo tempo que a Igreja Católica desenvolveu um sistema elaborado de governo
global, o catolicismo, no dia a dia, é vivido na comunidade local, unida em prece na sua
paróquia. As paróquias são em grande medida autossuficientes e são administradas por
um presbítero (o pároco); uma igreja, frequentemente situada numa comunidade pobre
ou em crescimento, que é sustentada por uma diocese, é chamada de "missão".[carece de
fontes?]

Para além da sua vasta hierarquia, a Igreja Católica sustenta muitos grupos de monges e
frades, não necessariamente ordenados, e religiosas que vivem vidas consagradas,
especialmente devotadas a servir a Deus. São pessoas que se juntaram sob um
determinado sistema e regra a fim de atingir a perfeita comunhão com Deus. Os
membros de algumas ordens religiosas são semi-independentes das dioceses a que
pertencem; o superior religioso da ordem exerce jurisdição ordinária sobre eles. [carece de
fontes?]

Igrejas sui iuris e seus ritos litúrgicos


Ver artigos principais: Igreja particular sui iuris e Lista das Igrejas sui iuris

Arcebispo Sviatoslav Shevchuk da Igreja Greco-Católica Ucraniana.

A Igreja Católica é atualmente constituída por 24 Igrejas autônomas sui iuris, todas elas
em comunhão completa e subordinadas ao Papa. A maior de todas elas é a Igreja
Católica Latina. As restantes 23 Igrejas sui iuris, conhecidas coletivamente como
"Igrejas Católicas Orientais", são governadas por um hierarca que pode ser um
Patriarca, um Arcebispo maior, um Metropolita, um Eparca ou um Exarca. A Cúria
Romana administra quer a Igreja Latina, quer (de maneira mais limitada) as Igrejas
orientais. Devido a este sistema, é possível que um católico esteja em comunhão
completa com o Pontífice de Roma sem ser um católico "latino".

As Igrejas sui iuris ou sui juris utilizam uma das seis tradições litúrgicas tradicionais
(que emanam de Sés tradicionais de importância histórica), chamadas de ritos. Os ritos
litúrgicos principais são o Romano, o Bizantino, o de Antioquia, o Alexandrino, o
Caldeu e o Arménio. O Rito Romano, que predomina na Igreja Latina, é por isso
dominante em grande parte do mundo, e é usado pela vasta maioria dos católicos (cerca
de 98%); mas mesmo na Igreja Latina existem ainda outros ritos litúrgicos menores, em
particular o Rito Ambrosiano, o Rito Bracarense e o Rito Moçárabe. Antigamente havia
muitos outros ritos litúrgicos ocidentais, que foram substituídos pelo Rito Romano pelas
reformas litúrgicas do Concílio de Trento.[carece de fontes?]
A forma da Missa usada no Rito Romano fue codificada na edição do Missal Romano
promulgada em 1570 em obediência aos decretos do Concílio de Trento ("ex decreto
sacrosancti Concilii Tridentini restitutum") e por isso chamada de a "Missa Tridentina"
e foi reformada a pedido do Concílio Vaticano II (1962-1965) com a edição de 1970
("ex decreto sacrosancti Oecumenici Concilii Vaticani II instauratum"). Celebra-se esta
Missa do Vaticano II, normalmente usando vernáculo e com o padre voltado para a
povo (versus populum). Em determinadas circunstâncias permite-se ainda a celebração
segundo a edição 1962 do Missal Romano.[99]

O serviço correspondente das Igrejas Católicas Orientais, a Divina Liturgia, é conduzido


em várias línguas antigas e modernas, segundo o rito e a Igreja: as Igrejas de Rito
Bizantino usam o grego, o eslavo eclesiástico, o árabe, o romeno, o georgiano e outras;
as igrejas de Ritos Antioquiano e Caldeu usam o siríaco e o árabe; a Igreja de Rito
Arménio usa o arménio; e as Igrejas de tradição alexandrina usam o copta e o ge'ez.
[carece de fontes?]

Atualmente, a esmagadora maioria dos católicos são de rito latino. Em 2016, os


católicos orientais totalizavam somente 17,8 milhões, dos quais aproximadamente 7,67
milhões seguiam o rito bizantino.[100]

RBP

Presença mundial

Um mapa do catolicismo por porcentagem da população (para números absolutos, ver mapa
abaixo)

Países por número de católicos (2010)[101]

Mais que 100 milhões


Mais que 50 milhões

Mais que 20 milhões

Mais que 10 milhões

Mais que 5 milhões

Mais que 1 milhão

Ver artigo principal: Igreja Católica Apostólica Romana no mundo


Mundo

Na sociedade ocidental, a Igreja Católica, como muitas outras instituições religiosas,


perdeu muita influência.[102] Essa perda de influência ocorreu inclusive em lugares onde
a Igreja era mais importante, como Irlanda e Espanha. Tem-se observado,
principalmente nas Américas e em parte da Europa, o desinteresse frequente pela
população com relação à Igreja Católica.[carece de fontes?]

A África, anteriormente com exclusividade de missionários europeus, tem exportado


padres para países do Ocidente.[103] Atualmente, 17% da população deste continente é
adepta do catolicismo.[103]

Brasil
Ver artigo principal: Igreja Católica no Brasil

No Brasil, a Igreja Católica possui o maior número de fiéis entre as demais.[104] No


entanto, em 2007, foram feitas duas pesquisas que apresentaram resultados divergentes.
A primeira, realizada pela Fundação Getúlio Vargas, dizia que o número de católicos
parou de cair no Brasil depois de mais de 130 anos de queda, apontando como motivos
a renovação da Igreja, e a grande comoção pela então recente morte do papa João Paulo
II, estando o número de fieis estabilizado em 73%.[105] Uma pesquisa divulgada pelo
Datafolha em 2010, registrou nova queda no número de fieis, apontando um percentual
de 64% de católicos na população brasileira.[106] Um reflexo disto é o aparecimento de
grande número de pessoas que se intitulam católicos não praticantes. No Censo 2000
feito pelo IBGE, 40% dos que responderam ser católicos no Brasil diziam ser "não
praticantes". Esses indivíduos geralmente discordam de políticas severas da igreja
quanto ao uso do preservativo sexual,[107][108][109] o divórcio,[110][111] uniões estáveis entre
heterossexuais,[111] união entre homossexuais,[112] e o aborto.[113]

RBP

Controvérsias
Ver artigos principais: Críticas à Igreja Católica e Anticatolicismo
Ver também: Cruzadas, Inquisição, Reforma Protestante, Protestantismo e Abuso
sexual de menores por membros da Igreja Católica
Martinho Lutero, um grande crítico da Igreja Católica e o Pai da Reforma Protestante.[114]

A Igreja Católica é uma das instituições mais antigas do mundo contemporâneo.


Simultaneamente, é também uma das mais controversas, porque ela "revela-se muitas
vezes [...] em oposição ao que parece ser o conhecimento vulgar dos nossos tempos" e
porque ela insiste sempre que "a fé envolve verdades, que essas verdades envolvem
obrigações e que essas obrigações exigem certas escolhas". Por essa razão, a Igreja
Católica, "vista do exterior, [...] pode parecer de vistas curtas, mal humorada e
atormentadora — o pregador azedo de um infinito rosário de proibições".[115]

Historicamente, as críticas à Igreja Católica já tiveram muitas formas e partiram de


diversos pressupostos ao longo das gerações. Algumas vezes essas críticas tiveram
grandes consequências, como as contestações morais e teológicas de Martinho Lutero
no século XVI, que levaram ao nascimento do protestantismo.[114]

Atualmente, as críticas são frequentemente dirigidas, como por exemplo, à hiperdulia, à


dulia, à ética católica sobre o casamento (que condena o divórcio), sobre a Vida (que
condena o aborto, as pesquisas científicas que matam embriões humanos, a eutanásia e
os contraceptivos artificiais) e sobre a sexualidade (que condena o sexo pré-marital, a
homossexualidade e o uso de preservativos). Estas questões ético-morais continuam a
gerar polêmicas e controvérsias.[116][117][118] Algumas ações escandalosas e imorais, que
vão contra a doutrina católica, praticadas por certos membros e clérigos católicos (ex:
abuso sexual de menores por membros da Igreja Católica) reforçaram as críticas
referentes ao modo como essa doutrina trata a sexualidade e a moralidade em geral. [119]
[120]

Nos tempos modernos, a própria crença em Deus e as inúmeras regras ético-morais da


Igreja são também duramente criticadas como sendo obstáculos para a libertação,
progresso e realização do Homem. A origem da Igreja e da Bíblia, a vida de Jesus e a
paradoxal compatibilidade entre a existência de Deus e a existência do mal e do
sofrimento são também questionadas.[118] Recentemente, a questão teológica da
"unicidade e universalidade salvífica de Jesus Cristo e da Igreja [Católica]"[121] e a
definição teológica de que a Igreja Católica é a única Igreja de Cristo [122] continuam a
suscitar várias polémicas e desentendimentos.[123] Apesar destas duas crenças, a doutrina
católica nunca negou a salvação aos não católicos.[carece de fontes?]
Galileu diante do Santo Ofício, pintura do século XIX de Joseph-Nicolas Robert-Fleury.

Questões mais disciplinares da Igreja, como a hierarquia católica e o celibato clerical, e


questões doutrinárias como o ensinamento de ser impossível conferir ordenação
sacerdotal às mulheres, são também temas muito debatidos na atualidade.[118] Outras
controvérsias que a Igreja está ou esteve metida incluem o mediático e atual caso do
abuso sexual das crianças por padres,[124] as históricas acções opressoras e violentas das
Cruzadas e da Inquisição (que perseguiu os hereges, os judeus e alguns cientistas), o seu
suposto envolvimento com os regimes não democráticos e as acções "desatinadas" de
alguns missionários católicos durante o período colonial na África, na Ásia e na
América.[125]

A relação entre a Igreja e a Ciência não foi fácil e está recheada de controvérsias
passadas e já resolvidas, como a questão da perseguição de certos cientistas e teorias
(ex: os casos famosos de Galileu Galilei e do evolucionismo darwiniano). Apesar de a
Igreja defender tanto a fé quanto a razão[125][126][127][128](por exemplo, a Igreja aceita a
teorias do evolucionismo e do Big-bang, que aliás foi proposto pela primeira vez por um
padre católico), a Igreja e os cientistas/filósofos seculares continuam a discordar em
questões mais teológicas relacionadas com a infalibilidade papal e a autenticidade da
Revelação divina contida nas Escrituras e na tradição oral; com a negação da existência
de Deus e da alma (e da sua imortalidade); com os momentos exactos do princípio e do
fim da vida humana; e com as implicações éticas da clonagem, da contracepção ou
fertilização artificiais, da manipulação genética e das investigações científicas que
matam embriões humanos.[129][130]

Algumas das controvérsias já atualmente resolvidas foram, em parte, solucionadas


através do reconhecimento por parte da Igreja Católica de que erros graves foram
cometidos pelos seus membros. No Jubileu do ano 2000, o Papa João Paulo II pediu
perdão por tais erros.[125]
Saiba como era a vida no tempo de Jesus
Há dois mil anos Jesus trabalhou, comeu, dormiu, conversou e se divertiu em
uma época e em um lugar específicos, com costumes e tradições próprios
31/03/2013 - 05h01minAtualizada em 31/03/2013 - 05h01min

Itamar Melo - de Capão da Canoa


Dois mil anos atrás, um homem chamado Jesus foi sentenciado à morte e crucificado
em uma colina nos arredores de Jerusalém. No terceiro dia, acreditam mais de 2 bilhões
de cristãos, ele ressuscitou para subir aos céus – evento comemorado todos os anos no
domingo de Páscoa.

Segundo a fé cristã, Jesus ressuscitou por ser Deus feito homem. Como era de esperar,
esse aspecto divino deixou na sombra seu lado humano. Mas o fato é que Jesus
trabalhou, comeu, dormiu, conversou e se divertiu em uma época e em um lugar
específicos, com costumes e tradições próprios. No texto a seguir, GaúchaZH promove
uma incursão a esse mundo em que Jesus viveu.
A GEOGRAFIA

Império
A Galileia, onde Jesus nasceu, integrava o Império Romano, que abrangia todo o
entorno do Mediterrâneo, incluindo partes da Europa, da África e da Ásia, somando 50
milhões de habitantes.

Principais cidades
Roma 1 milhão de habitantes
Alexandria 700 mil
Antióquia 300mil

Imperadores _ Augusto era o imperador quando Jesus nasceu. Ele foi sucedido por
Tibério. É a efígie deste governante que Jesus observa em uma moeda, em uma
passagem do Novo Testamento:

"Dai-me um dinheiro para o ver. E eles lho trouxeram. Então disse-lhes: De quem é esta
imagem e inscrição? Responderam-lhe: De César. Então, respondendo Jesus, disse-lhes:
Dai, pois, o que é de César a César, e o que é de Deus, a Deus".

Reprodução do rosto de Augusto

Moeda com a efígie do imperador Tibério, "filho de Augusto"


A província
A Judeia foi conquistada pelos romanos em 63 a.C e virou um reino semi-autônomo.
Quando o rei Herodes morreu, o território foi dividido entre seus três filhos: Felipe
(leste do Rio Jordão), Arquelau (Judeia, Samaria e Idumeia) e Herodes Antipas
(Galileia). Arquelau revelou-se tão brutal que foi deposto. Seu reino foi convertido em
província, sob os cuidados de um governador romano. Na época de Jesus, esse
governador era Pôncio Pilatos.

Jerusalém _ Principal cidade da Judeia, com 25 mil habitantes, recebia 100 mil
peregrinos para festas como a Páscoa. Sua importância devia-se ao Templo, uma
colossal construção que ocupava um quinto da cidade e era o centro do judaísmo. Jesus
foi levado ali oito dias depois de nascer, para que seus pais fizessem a oferenda
obrigatória de um casal de pombos.
A Galileia
Jesus nasceu nos confins do império, na Galileia, um reino de 200 mil habitantes. Por
estarem fora da Judeia, galileus como Jesus eram tidos pelos outros judeus como
broncos e caipiras. A Galileia não era árida e rochosa como outras terras da região. Ali
havia muita chuva e se produziam cereais, azeite de oliva, vinho e frutas.

Nazaré _ O Novo Testamento relata a pergunta feita por um homem chamado Natanael
quando lhe contaram de que povoado vinha Jesus: "Pode algo bom sair de Nazaré?".
Nazaré era pouco mais do que uma aldeia, segundo algumas fontes com não mais de 20
casas, a 115 quilômetros de Jerusalém.

Inscrição dos primeiros tempos do cristianismo

AS LÍNGUAS DE JESUS

Três idiomas eram amplamente usados na Palestina, conforme o contexto:


Aramaico _ Língua que se aprendia na primeira infância e se usava no dia-a-dia e em
família. A estrutura das frases e o vocabulário de Jesus indicam que ele pregava nesse
idioma.
Hebraico _ Idioma litúrgico judaico, que as crianças aprendiam na escola da sinagoga,
estudando as escrituras. Pelo conhecimento dos textos da Torá, Jesus sabia hebraico.
Grego _ O Império Romano tinha dois idiomas, latim e grego. A oriente, o grego era a
língua franca, com papel semelhante ao que o inglês tem hoje, sendo usado em
documentos e contratos legais. Permitia falar com gente de todas as regiões. Os pais
queriam que seus filhos o aprendessem, para subir na vida. Essa foi provavelmente a
língua que Jesus usou ao falar com Pilatos.

ECONOMIA

A maior parte das pessoas tirava o sustento da agricultura. As famílias costumavam


viver em povoados e cultivar um pedaço de terra nas redondezas. As propriedades da
Galileia tinham em média sete hectares. Plantava-se grãos, oliveiras e legumes.
Vinhedos eram comuns. As árvores frutíferas tinham de ser vigiadas, por causa de
ladrões.

Outros ofícios
_ Pastoreio _ Quase sempre de animais menores, como ovelhas e cabras. Gado bovino
era raro. Algumas famílias criavam galinhas ou pombos, usados em sacrifícios

_ Pesca _ Existia uma importante indústria pesqueira na Galileia. Essa é a razão para
haver pescadores entre os discípulos de Jesus
_ Apicultura _ Havia criadores de abelhas, para produção de mel
_ Ofícios manuais _ Eram transmitidos de pai para filho. Existiam ferreiros, oleiros,
tecelões, marceneiros, pedreiros e curtidores (que trabalhavam fora do povoado, por
causa do cheiro)

As classe sociais
Classe alta: formada pela nobreza sacerdotal e por altos funcionários, latifundiários e
grandes comerciantes
Classe média: incluía pequenos proprietários rurais, artesãos e comerciantes
Classe inferior: eram os escravos e os jornaleiros, que trabalhavam na terra dos outros
Quadro mostra o milagre da pescaria
Carga tributária
Os romanos ficavam com 12,5% da produção agrícola. O Templo, somando diferentes
tributos, arrecadava outros 22%. Como um quinto do que se colhia era reservado como
semente, sobrava menos da metade da colheita para o agricultor.

Jesus era pobre?


A situação econômica de Jesus era confortável. Apesar de não fazer parte dos 2% de
aristocratas, também não estava entre os 80% que viviam na pobreza. José, seu pai, era
um "tékton", palavra que costuma ser traduzida como "carpinteiro", mas que pode ser
entendida como "empreiteiro". Acredita-se que ele construía edifícios. Pesquisadores
entendem que Jesus exerceu o ofício. Em uma passagem de Lucas, ele demonstra seus
conhecimentos:

"Porque qual de vós, querendo edificar uma torre, não faz primeiro, sentado, a conta dos
gastos necessários, para ver se tem com que acabar? Para que, depois de ter assentado o
fundamento e não a puder terminar, todos os que virem não comecem a fazer zombaria
dele."

VIDA NAS CIDADES

As cidades da Galileia e da Judeia que Jesus percorreu eram locais insalubres,


barulhentos e perigosos. Como muralhas cercavam essas povoações, o espaço era
restrito. Quase não havia praças, quintais ou árvores. Todo terreno costumava ser
ocupado por construções, que compartilhavam paredes. As portas abriam direto na rua.
A violência era epidêmica, e não existia polícia. Logo, ninguém se arriscava na rua
depois do anoitecer.

Higiene
A imundície era generalizada, porque lixo e dejetos eram despejados na rua. Havia
latrinas públicas em algumas cidades, mas elas eram evitadas pelas condições
repulsivas. Os moradores tinham penicos _ que despejavam pela janela, não raro sobre a
cabeça de alguém.

Casas
Ricos viviam em mansões com água corrente. Havia prédios de apartamentos na Judeia,
mas as pessoas mais pobres moravam em casas pequenas, de um ou dois aposentos. Em
uma passagem de Mateus, Jesus dá a entender que uma única lamparina a óleo era
suficiente para iluminar um lar. O teto das residências era achatado, porque quase não
chovia. Como faltava espaço nas ruas, os judeus usavam a laje para tomar sol ou ar
fresco. Nas noites quentes, dormiam no telhado.

A casa de Jesus
Um trecho de Marcos, segundo pesquisadores, demonstra que a casa de Jesus não seria
pequena, porque nela cabiam várias pessoas:

"Logo se espalhou a notícia de que Jesus estava em casa. E tanta gente se reuniu aí que
já não havia lugar nem na frente da casa."

COSTUMES
Divisão do dia
Não havia relógios nem medição precisa do tempo _ as pessoas sequer sabiam direito
sua idade. O dia começava com o raiar do sol. A manhã era destinada ao trabalho.
Depois do almoço, mais ou menos entre as 13h e as 16h, vinha o momento de relaxar:
era comum dormir ou ir ao banho público. Quando o sol se punha, todos estavam em
casa, porque as ruas eram perigosas.

Hora grega _ Os gregos desenvolveram a ideia de que o dia era dividido em 12 horas,
sendo que cada hora correspondia a um duodécimo do período de luz solar. Como o
tempo diário de sol variava conforme as estações, a duração da hora não era fixa. Jesus
estava familiarizado com esse sistema, conforme o Evangelho de João:

"Jesus respondeu: Não são 12 as horas do dia? Aquele que caminhar de dia, não tropeça,
porque vê a luz deste mundo."

Roupas

As roupas da Palestina no tempo de Jesus seguiam a moda do mundo greco-romano:

Túnica _ Roupa casual, feita de linho ou algodão, era colocada pelo pescoço e tinha
mangas. Existiam modelos diferentes para homens e mulheres. As peças coloridas eram
mais difundidas entre as mulheres.
Manto _ Enrolado no corpo, por cima da túnica, em ocasiões formais ou nos dias frios.
Incômodo, era removido para atividades físicas. Por ser caro, era alvo de ladrões. Só os
abastados possuíam mais de um.

Roupa de baixo _ Os homens às vezes usavam uma espécie de tanga, feita de algodão
ou lã. No trabalho sob o sol quente, essa podia ser a única vestimenta. As mulheres
vestiam uma peça desse tipo quando menstruadas.

Cinto _ Um cinto era colocado ao redor da túnica, permitindo baixar ou elevar a altura
do traje conforme a necessidade.

Beleza

Perfumes, pentes, espelhos, cosméticos e depilações eram comuns no mundo em que


Jesus viveu:
Cosméticos _ Eram amplamente usados pelas mulheres, que almejavam uma tez pálida.
Na Palestina, a maquiagem ao redor dos olhos e do nariz prevenia o ressecamento
provocado pelo clima árido.
Cabelos _ De forma geral, os homens usavam cabelo curto. Entre os judeus, no entanto,
podiam ser mais longos, acompanhados de barba. As mulheres mantinham o cabelo
comprido, arranjado em penteados elaborados, envolvendo coques, tranças e enfeites,
conforme a moda do momento.
Salões de beleza _ Havia barbeiros e cabeleireiros, que também prestavam serviços de
manicure e pedicure.

Casamento
Função _ O casamento era a condição natural para homens e mulheres. Um adulto
solteiro era tão raro quanto um homem com várias esposas. Não se tratava de uma união
romântica, mas de um acerto entre famílias. Na época de Jesus, era normal haver o
consentimento da noiva.
Idade _ As mulheres casavam logo após a puberdade, raramente após os 15 anos. Maria
era adolescente quando teve Jesus. Os homens contraíam matrimônio mais tarde, mas
antes dos 25 anos.
Viuvez _ Por causa da diferença de idade entre os noivos, havia muitas viúvas jovens.
Como as escrituras não fazem menção a José depois dos 12 anos de Jesus, presume-se
que ele já estava morto.
Filhos _ A maioria dos casais tinha dois ou três filhos. Não eram comuns famílias
numerosos. Métodos de prevenção a gravidez e abortivos eram bem conhecidos.

Educação

A escola ficava na sinagoga e era só para meninos. Eles aprendiam a ler, escrever e
fazer contas. Também recebiam algumas noções de geografia.

Prostituição

No Império Romano, a prostituição era disseminada. Chegava a ser exercida em cabines


portáteis instaladas nas ruas. As várias menções a meretrizes no Novo Testamento
indicam que Jesus estava familiarizado com ela. Não havia preocupação com doenças
sexualmente transmissíveis: sífilis e gonorreia não eram conhecidas.
Morte

A mortalidade infantil era elevada. Metade das crianças não chegava á idade adulta. As
mulheres morriam frequentemente no parto ou depois dele, por falta de higiene.
Também morria-se muito por acidente, epidemias e falta de assistência médica.

A JUSTIÇA

A condenação de Jesus à morte na cruz seguiu os trâmites legais da época:

Delação _ Judas agiu de forma aceitável para a época. Havia um exército de


informantes, responsáveis por denunciar quem representava perigo para a sociedade. Os
delatores inclusive atuavam como promotores no julgamento.

Sinédrio _ Os romanos concediam certa autonomia aos judeus. O órgão judaico máximo
era o Sinédrio, um tribunal aristocrático composto pelo Sumo Sacerdote e por nobres.
Jesus foi interrogado por esse conselho sobre questões de doutrina e considerado
culpado. O Sinédrio não podia aplicar a pena de morte. Por isso, o caso foi levado ao
governador romano, Pôncio Pilatos.

Pilatos _ Diante do governador, os sacerdotes acusaram Jesus. Na época, o julgamento


consistia em discursos do acusador e do acusado. Por isso, um réu que se recusasse a
responder, como Jesus, desperdiçava a chance de absolvição. Era um comportamento
desconhecido, que deixou Pilatos atônito, conforme o de Marcos:

"E os príncipes dos sacerdotes o acusavam de muitas coisas. E Pilatos interrogou-o


novamente, dizendo: Não respondes coisa alguma? Vê de quantas coisas te acusam.
Mas Jesus não respondeu mais nada, de sorte que Pilatos estava admirado."

Punição
No Império Romano, não havia a ideia de prisão como punição. Quando alguém estava
detido, era à espera de ser punido. As penas envolviam multa, para pequenos crimes, ou
exílio, trabalho forçado e morte, para outros de maior monta. Para réus pobres, era
permitida uma execução cruel, com sofrimento.

CULTURA GREGA

A Judeia e a Galileia eram regiões periféricas, mas não estavam intocadas pela
influência estrangeira. A cultura greco-romana influenciava todas as esferas da vida,
cumprindo papel similar ao da norte-americana hoje. Judeus devotos davam nomes
helênicos aos seus filhos, por exemplo. A cultura grega era tão forte que alguns judeus
se submetiam a uma arriscada e dolorosa cirurgia de reversão da circuncisão. Assim,
podiam tirar a roupa sem constrangimento nos banhos públicos.

Uma cidade grega ao pé de Jesus

Nos evangelhos, Jesus aparece em muitos povoados, mas não há menção a Séforis, uma
importante metrópole de cultura grega. No entanto, é muito provável que tenha estado
lá, porque a cidade ficava a apenas uma hora de caminhada de sua casa.
Séforis foi reconstruída por Herodes Antipas, segundo o modelo grego, para ser capital
da Galileia. Com 30 mil habitantes, tinha circo, pista de corrida, ginásio, escola de luta,
banho público e teatro _ pela forma como Jesus se expressava, pesquisadores acreditam
que ele foi influenciado por performances de teatro.

A MENTALIDADE

Desconhecimento científico
Muita gente acreditava que a Terra fosse plana e que o céu consistisse em uma espécie
de bacia virada sobre ela. Se alguém conseguisse atravessá-lo, entraria no paraíso.
_ Em verdade, em verdade, vos digo que vereis o céu aberto e os anjos de Deus subindo
e descendo sobre o Filho do Homem _ disse jesus

Doenças
A ignorância sobre as doenças levava o povo a atribuí-las a demônios. A cura de males
como epilepsia, surdez e paralisia passava por expulsar os espíritos ruins. Jesus era visto
como um curandeiro com o dom do exorcismo.

Fim do mundo
Entre os judeus, previa-se que o mundo estava para acabar, e que um rei do fim dos
tempos seria enviado por Deus. Esse messias derrotaria os romanos e restauraria a glória
de Israel. Essa esperança era exacerbada pela situação de opressão em que os judeus
viviam.

FONTES CONSULTADAS: Pelos Caminhos de Jesus, de Peter Walker; Tiago, Irmão


de Jesus, de Pierre-Antoine Bernheim; Exploring the New Testament World, de Albert
A. Bell Jr; A Palestina no Tempo de Jesus, de Christine Saulnier e Bernard Rolland;
Assim viviam os contemporâneos de Jesus, de Michael Tilly; Jesus, Um Retrato do
Homem, de A.N. Wilsos; Eu Encontrei Jesus, de José Hildebrando Dacanal; Um Judeu
Marginal, de John P. Meier; Biblie Family, de Claude-Bernard Costecalde.

A Palestina no tempo de Jesus


PÁGINAS DE HISTÓRIA DA IGREJA

HISTÓRIA ANTIGA 01

A partir de hoje continuamos trazendo para você, prezado leitor, artigos sobre a História
da Igreja, mas entrando num novo período, a Idade Antiga. Este é um trabalho muito
simples que tem finalidade de apresentar uma visão global da caminhada da Igreja ao
longo dos tempos. Depois de apresentarmos a História da Igreja no Brasil, na América
Latina e no período moderno, aproveitando a ocasião da celebração dos 500 anos da
Reforma Protestante, entramos agora no tempo que vai nos contar o nascimento da
Igreja a partir do mandato de Cristo aos apóstolos. Queremos tratar da história de um
modo diferente, sem preocupar-nos tanto com fatos, com datas ou grandes personagens,
mas queremos apresentar aquilo que realmente é importante.

Leia MaisEstilo Barroco: Igreja Impulsiona Arte Sacra Paz da Westfália encerra Guerra
dos 30 AnosA Guerra dos 30 anosNós queremos apresentar a Igreja não como um grupo
de pessoas ou uma instituição desligada da vida e do destino das pessoas, mas queremos
ver a sua história como parte integrante da história dos homens. Queremos apresentar a
Igreja como uma comunidade viva, atuante, que influencia e sofre influências.

Durante muito tempo a Igreja foi vista como uma instituição santa. Hoje queremos
continuar apresentando a Igreja deste modo, mas não podemos esconder a sua outra
face, pois apesar de ser ligada a Cristo, sendo sinal do reino de Deus, a Igreja é
formada por seres humanos e com isto as falhas e defeitos aconteceram ao longo
dos tempos.

Porém, o importante é que estudando a história do passado, teremos mais condições de


compreender a nossa história atual. Assim podemos dizer que, com o estudo da sua
história faremos uma grande volta no tempo, dividida em três momentos principais:

Nós vamos ESTUDAR o passado, vamos COMPREENDER o presente e tentaremos


PREESCUTAR o futuro, tentando decifrar os nossos caminhos futuros. Uma última
coisa nos resta dizer: A história não é feita somente pelos grandes personagens, mas
todos nós somos construtores de história. Na Igreja não são somente os Papas, Bispos
e Padres que fazem a história, mas todos nós temos parte integrante nisto. Cada um de
nós fazemos a história acontecer.

Finalmente nos resta dizer: Bom proveito neste estudo e seja participante na construção
de nossa história.

Situação Política e Religiosa da Palestina na Época de Jesus Cristo

Desde o ano 722 antes de Cristo o país onde vivia o povo de Israel estava dominado por
nações estrangeiras. A partir do ano 63 a.C este domínio passou a ser feito pelos
romanos.

Roma era a maior potência política e econômica daquela época. Em 63 a.C um general
de nome Pompeu conquistou a Palestina que desde então passou a fazer parte do
império romano. A palestina funcionava como uma província semi-autônoma, pois as
autoridades locais foram mantidas.
Reprodução

Mapa da Palestina

No tempo do nascimento de Cristo o imperador era Otavio Augusto. Ele governou de 27


a.C a 14 d.C. Quando Cristo foi morto o imperador era Tibério e ele reinou de 14 a 37
de nossa era.

Os romanos mantinham o seu domínio sobre as províncias do império a ferro e


fogo e para conseguir isto cobravam impostos de todas as nações dominadas.
Freqüentemente faziam recenseamentos nas provinciais para calcular se o recebimento
dos impostos estava correspondendo ao crescimento da população. O recenseamento
feito na época do nascimento de Cristo tinha esta finalidade (Cf Lc 2, 1-7). Nas
províncias do império os imperadores eram representados pelos procuradores romanos.
No tempo em que Jesus Cristo foi morto o procurador era Pôncio Pilatos. Ele morava na
cidade de Cesaréia e visitava Jerusalém somente na época das grandes festas, para
cuidar, sobretudo, da segurança da população.
Órgãos de governo e partidos políticos

Na Palestina o órgão político mais importante era o SINÉDRIO. Este era como um
senado, composto por 71 membros comandados por um sumo-sacerdote. Este órgão era
o responsável pela vida dos judeus, pela aplicação do cumprimento da lei e pela ordem
interna.

No contexto político destacavam-se os partidos político-religiosos que lutavam pelo


predomínio no meio do povo. Todos eles tinham ima conotação religiosa. Entre os
partidos mais fortes destacavam-se os saduceus, fariseus, essênios e os zelotas. Como
hoje, cada partido lutava para continuar influenciando o povo.

Reprodução

Templo de Jerusalém

Algumas características diferenciavam o povo judeu dos demais povos que viviam
no Oriente Médio:

 O povo judeu acreditava em um único Deus vivo e verdadeiro. Os demais povos eram
todos politeístas, pois acreditavam em muitos deuses diferentes. Esses deuses em geral
eram representados na forma humana ou de animais.

 A esperança no MESSIAS ajudava o povo a caminhar. Esta esperança era forte,


sobretudo, no meio do povo mais simples e humilde.

 Os profetas, homens chamados por Deus, pregavam a fidelidade a aliança e a volta da


Nova Jerusalém.

 A lei tinha uma importância decisiva. A lei ou TORÁ devia ser cumprida a todo
custo.

 As instituições mais importantes na vida religiosa do povo eram o templo, as festas


religiosas, com destaque para a festa da Páscoa, a sinagoga e a guarda do dia de sábado.

Foi neste ambiente que Jesus Cristo nasceu como um homem histórico, encarnado
na história humana. Foi neste ambiente que ele lançou a semente do reino de Deus e
convocou um grupo de pessoas, os apóstolos, para continuar a sua missão.

Após Jesus Cristo e especialmente após a revelação do Espírito Santo em Pentecostes,


os discípulos começaram a reunir-se em comunidades, tendo por base a comunidade de
Jerusalém. Foi assim que nasceu a Igreja.
O Ato Penitencial na missa equivale à
confissão?
O Ato Penitencial durante a missa é momento de olharmos para nosso coração
e reconhecermos que não somos dignos de estar diante do Altar do Senhor,
mas Seu infinito amor de Pai nos faz dignos. É momento de pedir perdão. No
entanto, esse rito é suficiente para perdoar os pecados a ponto de não precisar
mais confessar?

É isso que o Padre Camilo Júnior esclarece esta semana, em cinco pontos-
chave.

VIDEO→ https://youtu.be/mLBRRgtyL6E

1. Dentro dos ritos iniciais da missa, temos o Ato Penitencial. Momento de, com
muita humildade, olharmos para o nosso coração e reconhecer que não somos
dignos de estar diante do altar do Senhor, mas o seu infinito amor de Pai nos
faz dignos. É o próprio Cristo que nos convida para estar à mesa com Ele. Jesus
sempre se sentou à mesa com os pecadores para ensinar que o pecador também
tem lugar na mesa de Deus.

2. Na Missa, O Ato Penitencial é o momento onde a comunidade expressa seu


pedido de perdão por não viver ainda o mandamento do amor e por nem sempre
colocar no centro da vida de fé a vontade do Senhor, como Jesus nos ensinou a
rezar: “Seja feita, ó Pai, a tua vontade”.

3. Porém, o Ato Penitencial na Missa não equivale ao Sacramento da


Confissão. Ele é uma pré-disposição para, no momento oportuno, se buscar a
confissão sacramental, que é o canal da graça de Deus, através da Igreja, para a
remissão dos pecados.

4. O Ato Penitencial expressa bem o momento que rezamos também antes da


comunhão, após a oração do Cordeiro, onde pedimos que ele tenha piedade
de nós, pois mesmo não nos reconhecendo dignos de que ele entre em nossa
morada, acreditamos que Sua Palavra de amor pode nos salvar.

5. Sendo assim, o Ato Penitencial expressa a disponibilidade do coração em


acolher a Palavra de Deus que vai ser proclamada e de permitir que Sua Palavra
transforme nossa vida, nos colocando num caminho de profunda conversão e
de busca pela santidade. Porém, ele não tem a função de perdoar os pecados,
mas sim, nos fazer rezar nossa situação de pecadores que confiam na
misericórdia do Pai, que nos ama, não porque nós merecemos, mas sim porque
o amor é dom gratuito do seu coração.
Maria, mãe de Jesus, não morreu?

https://youtu.be/Fp5i5CxC5sU

Quando a Bíblia foi escrita? Quem a


escreveu?
Todo o trabalho evangelizador realizado no Santuário Nacional e a partir daqui, é
orientado pela máxima já tão conhecida em todo o Brasil: “Acolher bem também é
evangelizar”.

De fato, a construção e acabamento da Casa da Mãe Aparecida, bem como as obras


sociais mantidas pelo Santuário, visam a construção do próprio ser humano, que tanto
mais cresce na consciência da sua dignidade e missão, enquanto acolhe em sua vida a
Palavra de Deus e por ela se deixa conduzir.

:: Conheça o projeto da Jornada Bíblica


Shutterstock

É justamente por isso que o projeto de revestir com mosaico as fachadas da Basílica
tem o intuito de transformá-la na “maior Bíblia a céu aberto do mundo”,
proporcionando aos peregrinos uma beleza que encanta e, ao mesmo tempo,
evangeliza.

Em consonância com esse projeto vem à luz, no A12, este espaço, cuja finalidade é lhes
proporcionar o entendimento de alguns fatos e textos bíblicos de mais difícil
compreensão. De fato, a Bíblia pode ser melhor assimilada e vivida por quem a lê
quando é devidamente compreendida pelo leitor, e isso se dá pela ação do Espírito
Santo e pelo ensinamento da Igreja!
▶ Como ler a Bíblia?

▶ Por que Deus deixou a Bíblia pra nós?

1. Por quê e para que a Bíblia foi escrita? O mistério da Revelação

A Igreja chama de “mistério da Revelação” ao fato de Deus, por meio de ações e


palavras, comunicar-Se conosco, desde o princípio para que pudéssemos conhecê-Lo
e amá-Lo, revelando-nos, assim, quem Ele e o seu plano de amor é relativo à nossa
salvação. Em Cristo, pelo mistério da Encarnação, a divina Revelação atingiu sua
plenitude pois, doravante, o Pai não fala conosco por meio de intermediários, mas
mediante seu próprio Filho, que nos revelou plenamente o desejo de Deus, de que
todos cheguem ao conhecimento da verdade e se salvem (Cf. Hb 1, 1-2; 1 Tm 2, 4). É
justamente para transmitir esse sublime mistério que a Bíblia foi escrita.

Por desejo do próprio Deus, tudo quanto foi revelado relativo à nossa salvação devia
ser conservado e transmitido a todas as gerações. Por isso, Cristo enviou os
Apóstolos, para que anunciassem a todos o Evangelho, pela pregação oral e pelos
exemplos, transmitindo, assim, aquilo que tinham recebido do próprio Senhor e
aprendido por inspiração do Espírito Santo. Foram eles, bem como aqueles que os
seguiram, que, sob a inspiração do mesmo Espírito Santo, escreveram a mensagem
contida nos livros bíblicos (Cf. Dei Verbum, nº 7).

▶ 12 coisas que você não sabe sobre a Bíblia

▶ O que a Bíblia diz sobre São José?

2. Bíblia: um livro escrito por muitas mãos!

Mas, quem, na verdade, escreveu a Bíblia? Bem sabemos que a Sagrada Escritura é
um grande livro formado por 73 livros. Sendo, portanto, um livro que se constitui a
partir de diversos outros livros, naturalmente não podemos atribuir sua autoria a
uma única pessoa, mas considerá-la como uma produção coletiva, que foi sendo
composta ao longo dos séculos. Os biblistas afirmam que a redação e reunião de
todos os textos bíblicos aconteceram ao longo de mais de mil anos, tendo sido
iniciadas, possivelmente, por volta do século X a.C. e se estendido até o século II d.C.
Shutterstock

A grande dificuldade, porém, é precisar, com exatidão, todos os que, como


escritores, ajudaram a formar o conjunto da Bíblia. Alguns autores são por nós
conhecidos. Outros, porém, permanecem no mais absoluto anonimato , fato que
não se constitui como um problema no que diz respeito à sacralidade dos livros
bíblicos, já que, mais do que trabalho humano, sabemos que são fruto da ação do
próprio Deus.

Ensina-nos a Igreja que os livros bíblicos, “porque escritos por inspiração do


Espírito Santo, têm Deus por autor, e como tais foram confiados à própria Igreja.
Todavia, para escrever os livros sagrados, Deus escolheu e serviu-se de homens na
posse das suas faculdades e capacidades, para que, agindo Ele neles e por eles,
pusessem por escrito, como verdadeiros autores, tudo aquilo e só aquilo que Ele queria”
(Dei Verbum, n º 11).

▶ O que Jonas e João Batista têm em comum na Bíblia?

▶ O que a Bíblia diz sobre o jovem?

De fato, os livros bíblicos não resultam apenas da mera criatividade daqueles que o
redigiram, mas da ação do Espirito Santo que os inspirou na escrita dos mesmos.
Tal afirmação, porém, não deve ser entendida como se os livros bíblicos tivessem sido
escritos por pessoas que, simplesmente, anotaram palavras que o próprio Deus ditou. Os
textos bíblicos são o registro escrito da experiência de fé que homens e mulheres,
em épocas, lugares e situações diferentes, fizeram com Deus, sendo fruto do
trabalho de autores de épocas e lugares diferentes, cuja escrita foi revisada ou
recebeu acréscimos posteriores. Refletem, justamente por isso, uma incrível
diversidade cultural e literária.

“A Sagrada Escritura está escrita no coração da Igreja, mais do que em instrumentos


materiais” afirmou São Jerônimo. De fato, tornamo-nos, também nós, autores da
Bíblia quando, lendo-a com frequência – ainda que seja um capítulo por dia! –
permitimos que ela continue a ser escrita nas páginas da nossa própria vida!

▶ Como podemos saber se a Bíblia é verdadeiramente a Palavra de Deus?

▶ Porque Maria é nossa catequista na Jornada da fé?

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O Que Significam Hora Terceira, Hora


Sexta e Hora Nona?
Hora terceira, hora nona e hora sexta na Bíblia são referências ao sistema de contagem
de horas adotado pelos judeus e outros povos da antiguidade. Existem várias passagens
bíblicas que usam exatamente essas designações para informar o horário de algum
evento.

Sem dúvida as mais conhecidas são aquelas que registram a crucificação de Jesus
(Mateus 27:25-46; Marcos 15:25-33; João 19:14). O próprio Senhor Jesus fez referência
a esse sistema de contagem de tempo na Parábola dos Trabalhadores da Vinha. O dono
da vinha saiu a contratar trabalhadores ao raiar do dia, isto é, na primeira hora, depois
na hora terceira, na hora sexta, na hora nona e na hora undécima (Mateus 20:1-16).

Outro texto bíblico muito lembrado que usa esse método de medição do tempo está no
livro de Atos. O escritor bíblico diz que Pedro e João subiam ao Templo à hora nona
para orar quando se depararam com um paralítico (Atos 3:1-8).

Hora terceira, hora sexta e hora nona: como era essa contagem?

Em primeiro lugar, quando falamos em hora terceira, hora sexta e hora nona,
precisamos considerar que a contagem do tempo nos tempos bíblicos não era tão exata
quanto é hoje. Isso significa que o tempo do dia era indicado em termos mais gerais,
pois não havia a precisão que temos hoje.

Os judeus contavam o tempo durante o dia claro a partir do nascer do sol. Normalmente
isso ocorria aproximadamente às seis ou sete horas da manhã. A contagem terminava ao
pôr do sol, o que acontecia por volta das seis e sete horas da tarde.

Então nesse sistema a hora terceira correspondia a um horário próximo às nove horas da
manhã; a hora sexta significava algo em torno do meio-dia; e a hora nona dizia respeito
às três horas da tarde. A hora undécima da parábola de Jesus dos trabalhadores da vinha,
correspondia às cinco horas da tarde, aproximadamente.

Então os judeus dividiam o dia útil em doze horas. Quando a noite caía, as doze horas
aproximadamente entre o pôr do sol e o nascer do sol, eram divididas em três vigílias.
Geralmente essas vigílias eram contadas da seguinte forma:

 Primeira vigília: das 18:00 às 22:00 horas.


 Segunda vigília: das 22:00 às 02:00 horas.
 Terceira vigília: das 02:00 às 06:00 horas.

A contagem das horas entre os romanos

Os romanos frequentemente usavam esse mesmo método de contagem de horas. Mas


diferentemente dos judeus, os romanos contavam as horas de seu dia civil a partir do
meio-dia e da meia-noite. Então os romanos também contavam as horas a partir do
nascer do sol, mas computavam seu dia civil de forma diferenciada.

Obviamente isso causa certas dificuldades na interpretação de alguns textos antigos que
fazem referência ao modo de contagem das horas. Isso acontece porque nenhum registro
daquela época realmente esclarece onde terminava um método e começava outro. Por
exemplo: uma referência que fala da hora nona pode significar três horas da tarde (na
contagem regular judaica), nove horas da manhã ou até nove horas da noite (na
contagem civil romana).

Outra curiosidade acerca das diferenças entre romanos e judeus na contagem das horas
está relacionada à divisão das vigílias noturnas. Como foi dito, os judeus dividiam a
noite em três vigílias. Já os romanos dividiam a noite em quatro vigílias, sendo:
primeira vigília entre 18:00 e 21:00 horas; segunda vigília entre 21:00 horas e meia-
noite; terceira vigília entre meia-noite e 03:00 horas da manhã; e quarta vigília entre
03:00 e 06:00 da manhã.

Existe contradição na contagem das horas na Bíblia?

Algumas pessoas apontam supostas contradições de horários nos textos do Novo


Testamento. Por exemplo: Marcos escreve que Jesus foi crucificado quando era a hora
terceira, ou seja, nove horas da manhã (Marcos 15:25). Assim como Mateus, ele
também registra que chegada a hora sexta (meio-dia) houve trevas no céu que
perduraram até a hora nona (três horas da tarde). Nesse horário foi que Jesus exclamou:
“Eloí, Eloí, lamá sabactani?“ (Marcos 15:33,34; Mateus 27:45,46). No entanto, João
escreve que o julgamento de Jesus ocorreu na hora sexta (João 19:14).

Obviamente não há qualquer contradição nessas informações. O que acontece é que os


escritores bíblicos usaram diferentes métodos de contagem das horas. É amplamente
aceito que os Evangelhos Sinóticos usam a contagem judaica, enquanto o Evangelho de
João faz uso da contagem civil romana. Então a hora sexta registrada por João
provavelmente equivale ao horário próximo às seis horas da manhã, no início do dia.

Dessa forma, João diz que Jesus foi sentenciado por volta das seis horas da manhã, e
Marcos complementa dizendo que Ele foi crucificado às noves horas. Portanto, a hora
terceira, a hora sexta e a hora nona nos Evangelhos Sinóticos obedecem à contagem
tradicional judaica. Já o Evangelho de João adota, provavelmente, a contagem civil
romana em todas as suas referências a horários. Isso está de acordo com o fato do
apóstolo João ter escrito predominantemente para gentios do final do primeiro século.

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