Você está na página 1de 8

Capela Santo Amaro e Santa Maria- Vila Nova

– FORMAÇÃO LITÚRGICA –
15/07 e 22/07

CELEBRAR A LITURGIA DA IGREJA


Celebrar faz parte de nossas vidas, e isso também ocorre para nós cristãos, que temos nossos
modos próprios de celebração, ritos, símbolos, sinais e outros elementos que compõem a Liturgia
Cristã.
Segundo o Catecismo da Igreja Católica (CIgC), “originariamente, a palavra ‘liturgia’
significa ‘obra pública’, ‘serviço por parte de e em favor do povo’. Na tradição cristã, quer dizer que
o povo de Deus toma parte na ‘obra de Deus’. Pela liturgia, Cristo, nosso Redentor e
Sumo-Sacerdote, continua na sua Igreja, com ela e por ela, a obra da nossa redenção”. (CIgC, 1069).
Sendo assim, a Liturgia é a celebração de um povo reunido em nome do Senhor.
Cristo está presente na Igreja, nas ações litúrgicas, na sua Palavra, pois é Ele quem fala
quando na sua Igreja se lê a Sagrada Escritura. Está presente na oração e louvor da Igreja pois é Ele
mesmo que disse: “Onde dois ou mais estiverem reunidos em meu nome, ali Eu estarei no meio
deles”. (Mt 18,20)
A vida da Igreja consiste no serviço do Cristo que salva. Por isso, a Igreja é sinal, instrumento
e sacramento visível de unidade e salvação. Esse serviço é, de modo especial, a sagrada liturgia. Por
ela, a Igreja atualiza o Mistério Pascal do Cristo para a salvação do mundo e louva a Deus em nome
de toda a humanidade.
A Liturgia é o momento culminante da vida da Igreja, da atuação do Espírito Santo e da
presença do Cristo glorioso. Liturgia, portanto, é a salvação celebrada e vivida.
O sacerdócio batismal pertence a cada um que compõe o corpo de Cristo, pois através do
batismo recebemos um tríplice múnus (dever), uma tríplice unção que nos faz sacerdotes, profetas e
reis. No entanto, alguns fiéis são chamados, e a igreja os confirma pelo Sacramento da Ordem, a
representar Cristo-cabeça na oferenda sacrifical da Santa Missa. No entanto, numa Celebração
Litúrgica, a assembleia inteira é chamada a participar e celebrar, cada um segundo a sua função.
A Liturgia da Palavra é uma parte integrante da celebração. O sentido da celebração é
expresso pela Palavra de Deus que é anunciada e pelo compromisso da fé que ela exige como
resposta.
Muitos sinais que utilizamos na liturgia são bíblicos, cujo sentido e compreensão são dados
pela própria pedagogia do Senhor na Sagrada Escritura. Ao fazer gestos de súplicas ao agir, a liturgia
retoma os gestos e as ações daqueles que nos precederam na fé.
Os símbolos religiosos são realidades visíveis que comunicam o Sagrado invisível, logo, dele
despertam conhecimento. A música, as palavras e ações, as atitudes de oração (em pé, sentados,
ajoelhados), os gestos (sinal da cruz, incensar), as aclamações (Amém, Aleluia, Hosana), as velas...

1
são uma linguagem que expressam o louvor da criatura ao seu criador e guardam uma conexão
íntima com a ação litúrgica.
O Domingo, “Dia do Senhor”, é o principal dia da celebração da Eucaristia por ser o dia da
Ressurreição, dia em que Cristo, com sua vitória sobre a morte, inaugura uma nova criação,
libertando a humanidade do “caos do pecado”, caos este que prefigura o que existia antes do
primeiro dia da criação do mundo. É o dia da assembleia litúrgica por excelência.
Celebrando a memória dos Santos, primeiramente da Santa Mãe de Deus, em seguida dos
Apóstolos, dos Mártires e dos outros santos, em dias fixos do Ano Litúrgico, a Igreja manifesta que
está unida à Liturgia Celeste e glorifica a Cristo por ter realizado sua salvação dos seus membros
glorificados.
Cristo é o verdadeiro Templo de Deus, o “lugar onde reside a sua glória”. Pela graça de Deus,
também os cristãos se tornam templos do Espírito Santo, pedras vivas com as quais é constituída a
Igreja.
Na sua condição terrestre, a Igreja precisa de lugares onde possa se reunir. Esses lugares são
nossos templos visíveis, lugares santos, imagens da Cidade Santa, a Jerusalém celeste, para a qual
caminhamos em peregrinação. É nessas igrejas que a Igreja celebra o culto público para a glória da
Santíssima Trindade, é nelas que ouve a palavra de Deus e canta os seus louvores, que eleva a sua
oração e que oferece o sacrifício de Cristo, sacramentalmente presente no meio da assembleia. Essas
igrejas são também locais de recolhimento e oração, devendo assim ser respeitadas e cuidadas por
todo cristão.

O ANO LITÚRGICO
O culto da Igreja primitiva nasceu da Páscoa e para celebrar a Páscoa. Seu mistério,
celebração e pregação era o centro essencial da vida cristã. É nesse núcleo fundamental da fé que o
ano litúrgico tem sua origem.
Nos primeiros séculos da Igreja a realização da iniciação cristã, chamada catecumenato, era
realizada em torno da Páscoa. Havia um longo processo de preparação, onde os que queriam se
tornar cristãos vivenciavam a escuta da Palavra, momentos de oração e de reconciliação, através de
tempos de formação e de celebrações de passagem de um tempo a outro.

1. A importância e dignidade do Domingo


O Domingo é o dia por excelência da assembleia litúrgica, em que os fiéis se reúnem “para,
ouvindo a palavra de Deus e participando da Eucaristia, lembrarem-se da Paixão, Ressurreição e
glória do Senhor Jesus, e darem graças a Deus que os ‘regenerou para uma viva esperança, pela
ressurreição de Jesus Cristo de entre os mortos’” (CIgC n.1167).
O Domingo cristão é “profecia inscrita no tempo”, profecia que obriga os crentes a seguir os
rastros d’Aquele que veio ‘para anunciar a Boa Nova aos pobres, (...) para proclamar a libertação aos
cativos e, aos cegos, o recobrar da vista; para mandar em liberdade os oprimidos, e proclamar um
ano de graça do Senhor’ (Lc 4,18-19). Frequentando a escola d’Ele, na comemoração dominical da
Páscoa, e recordando a sua promessa: ‘deixo-vos a paz, a minha paz vos dou’ (Jo 14,27), o crente
torna-se, por sua vez, agente da paz.

2
Pela sua peculiar importância, o domingo cede a sua celebração somente às solenidades e às
festas do Senhor, como Batismo, Santíssima Trindade e Jesus Cristo Rei do Universo, bem como a
festa da Sagrada Família, a comemoração dos fiéis defuntos e, no Brasil, as Solenidades de São
Pedro e São Paulo, da Assunção de Nossa Senhora e de Todos os Santos. Mas os domingos do
Advento, da Quaresma e da Páscoa têm a precedência sobre todas as festas do Senhor e sobre todas
as solenidades. As solenidades que coincidem com estes domingos são transferidas para a
segunda-feira seguinte, exceto quando se trata de ocorrência no Domingo de Ramos ou no Domingo
da Ressurreição do Senhor.

As solenidades, festas e memórias


  As celebrações, segundo a importância que lhes é atribuída, distinguem-se e são denominadas
desta forma: solenidade, festa e memória.
As solenidades são os dias principais. A sua celebração inicia-se com as I Vésperas no dia
anterior. Algumas solenidades têm também Missa própria da vigília, que se utiliza na tarde do dia
anterior, se a Missa se celebra nas horas vespertinas. Estas celebrações têm orações, leituras e cantos
próprios ou retirados do comum.
As festas celebram-se dentro do limite do dia natural; não têm, portanto, I Vésperas, a não ser
que se trate de festas do Senhor que coincidem com um domingo do Tempo Comum ou do Tempo do
Natal; neste caso substituem o Ofício do domingo. Estas celebrações, assim como as solenidades,
têm orações, leituras e cantos próprios ou retirados do comum.
As memórias são obrigatórias ou facultativas, sendo elas a recordação de um ou vários
santos e santas; a sua celebração ordena-se com os dias da semana corrente, segundo as normas
descritas nas Instruções gerais do Missal Romano e da Liturgia das Horas.
As memórias obrigatórias que coincidem com os dias da semana da Quaresma só podem ser
celebradas como memórias facultativas. Quando ocorrem no mesmo dia várias memórias
facultativas, só uma delas pode ser celebrada, omitindo as outras
Nos sábados do Tempo Comum, em que não ocorre uma memória obrigatória, pode
celebrar-se a memória facultativa de Nossa Senhora.

AS CORES LITÚRGICAS
Segundo a Introdução geral ao Missal Romano (IGMR), a partir do número 345, a
diversidade de cores das vestes sagradas tem por finalidade exprimir externamente de modo mais
eficaz, por um lado, o carácter peculiar dos mistérios da fé que se celebram e, por outro, o sentido
progressivo da vida cristã ao longo do ano litúrgico.
Quanto à cor das vestes sagradas, mantenha-se o uso tradicional, isto é:
a. Usa-se a cor branca nos Ofícios e Missas do Tempo Pascal e do Natal do Senhor. Além
disso: nas celebrações do Senhor, exceto as da Paixão, nas celebrações da bem-aventurada
Virgem Maria, dos Anjos, dos Santos não Mártires, nas solenidades de Todos os Santos (1 de
Novembro), de S. João Batista (24 de Junho), nas festas de S. João Evangelista (27 de
Dezembro), da Cátedra de S. Pedro (22 de Fevereiro) e da Conversão de S. Paulo (25 de
Janeiro).

3
b. Usa-se a cor vermelha no Domingo da Paixão (ou de Ramos) e na Sexta-Feira da Semana
Santa, no Domingo do Pentecostes, nas celebrações da Paixão do Senhor, nas festas
natalícias dos Apóstolos e Evangelistas e nas celebrações dos Santos Mártires.
c. Usa-se a cor verde nos Ofícios e Missas do Tempo Comum.
d. Usa-se a cor roxa no Tempo do Advento e da Quaresma. Pode usar-se também nos Ofícios e
Missas de defuntos.
e. A cor preta pode usar-se, onde for costume, nas Missas de defuntos.
f. A cor de rosa pode ser usada nos Domingos “Gaudete” (III do Advento) e “Laetare” (IV da
Quaresma).

A MISSA PARTE POR PARTE


A Missa é o sacrifício do corpo e do sangue de Jesus Cristo oferecido sobre os nossos altares,
debaixo das espécies do pão e do vinho, em memória do sacrifício da Cruz. É a verdadeira renovação
do sacrifício do Calvário. O sacrifício da Missa foi instituído pelo próprio Jesus Cristo, quando
instituiu o sacramento da Eucaristia, na noite de Sua Paixão. Jesus se torna presente nas aparências
do pão e do vinho, quando o sacerdote pronuncia as palavras da consagração, na Missa. Palavras que
o próprio Jesus Cristo deu tanto poder, quando as pronunciou na última Ceia e mandou os apóstolos
fazerem o mesmo. Depois da consagração nada fica de pão nem de vinho a não ser as aparências. Em
ambas, está Jesus Cristo inteiro, como verdadeiro Deus e verdadeiro homem.

Ritos Iniciais

“Os ritos iniciais ou as partes que precedem a liturgia da palavra, isto é, cântico de entrada,
saudação, ato penitencial, Senhor, Glória e oração da coleta, têm o caráter de exórdio, introdução e
preparação. Estes ritos têm por finalidade fazer com que os fiéis, reunindo-se em assembleia,
constituam uma comunhão e se disponham para ouvir atentamente a Palavra de Deus e celebrar
dignamente a Eucaristia”. (IGMR n.24)

 
Comentário Inicial

Este tem por fim introduzir os fiéis ao mistério celebrado.


 
Canto e Procissão de Entrada

a. Canto: “Reunido o povo, enquanto o sacerdote entra com os ministros, começa o canto de
entrada. A finalidade desse canto é abrir a celebração, promover a união da assembléia,
introduzir no mistério do tempo litúrgico ou da festa, e acompanhar a procissão do sacerdote
e dos ministros” (IGMR n.25)
b. A procissão: O povo de Deus é um povo peregrino, que caminha rumo ao coração do Pai.
Todas as procissões têm esse sentido: caminho a percorrer e objetivo a que se quer chegar.
c. O beijo no altar: O presidente da celebração ao chegar beija o altar, que representa Cristo, em
sinal de carinho e reverência por tão sublime lugar.

Saudação

a. Sinal da Cruz: Pelo sinal da cruz nos lembramos que pela cruz de Cristo nos aproximamos da
Santíssima Trindade.

4
b. Saudação: Retirada na sua maioria dos cumprimentos de Paulo, o presidente da celebração e a
assembleia se saúdam. O encontro eucarístico é movido unicamente pelo amor de Deus, mas
também é encontro com os irmãos.

Ato Penitencial

a. Após saudar aos presentes, o sacerdote convida a todos para em um momento de silêncio,
reconhecer-se pecadores e necessitados da misericórdia de Deus. Após o reconhecimento da
necessidade da misericórdia divina, o povo a pede em forma de ato de contrição: Confesso a
Deus Todo-Poderoso... ou cantando. Após, segue-se a absolvição do sacerdote. Tal ato pode
ser substituído pela aspersão da água, que nos convida a rememorar-nos o nosso compromisso
assumido pelo batismo e através do simbolismo da água pedirmos para sermos purificados.
b. Cabe aqui dizer, que o “Senhor, tende piedade” não pertence necessariamente ao ato
penitencial. Este se dá após a absolvição do padre e é um canto que clama pela piedade de
Deus. Daí ser um erro omiti-lo após o ato penitencial quando este é cantando.
 
Hino de Louvor

Glória é uma mistura de louvor e súplica, em que a assembleia congregada no Espírito Santo,
dirige-se ao Pai e ao Cordeiro. É proclamado nos domingos - exceto os do tempo da quaresma e do
advento - e em celebrações especiais, de caráter mais solene. Pode ser cantado, desde que mantenha a
letra original e na íntegra.
 
Oração Coleta

Encerra o rito de entrada e introduz a assembleia na celebração do dia. “Após o convite do


celebrante, todos se conservam em silêncio por alguns instantes, tomando consciência de que estão na
presença de Deus e formulando interiormente seus pedidos. Depois o sacerdote diz a oração que se
costuma chamar de ‘coleta’, a qual a assembleia dá o seu assentimento com o ‘Amém’ final” (IGMR
n.32).
 
Liturgia Da Palavra

A Liturgia da Palavra é a segunda parte da missa, e também a segunda mais importante,


ficando atrás somente do Rito Sacramental, que é o auge de toda celebração.
Iniciamos esta parte sentados, numa posição cômoda que facilita a instrução. Normalmente
são feitas três leituras extraídas da Bíblia: em geral um texto do Antigo Testamento, um texto
epistolar do Novo Testamento e um texto do Evangelho de Jesus Cristo, respectivamente. Isto,
porém, não significa que será sempre assim; às vezes a 1ª leitura cede espaço para um outro texto do
Novo Testamento, como o Apocalipse, e a 2ª leitura, para um texto extraído dos Atos dos Apóstolos;
é raro acontecer, mas acontece... Fixo mesmo, apenas o Evangelho, que será extraído do livro de
Mateus, Marcos, Lucas ou João.
 
a. Primeira Leitura
A primeira leitura costuma ser extraída do Antigo Testamento. Isto é feito para demonstrar
que já o Antigo Testamento previa a vinda de Jesus e que Ele mesmo o cumpriu (cf. Mt 5,17).
 
b. Salmo Responsorial
O Salmo Responsorial também é retirado da Bíblia, quase sempre (em 99% dos casos) do livro
dos Salmos. Pode também ser retirado de outros livros da bíblia.
  

5
c. Segunda Leitura
A segunda leitura tem como característica extrair textos do Novo Testamento, das cartas escritas
pelos apóstolos (Paulo, Tiago, Pedro, João e Judas), mais notadamente as escritas por São Paulo.
Esta leitura tem, portanto, como objetivo, demonstrar o vivo ensinamento dos Apóstolos dirigido às
comunidades cristãs.
 
d. Canto de Aclamação ao Evangelho
O Canto de Aclamação tem como característica distintiva a palavra "Aleluia", um termo hebraico
que significa "louvai o Senhor".
 
e. Evangelho
Antes de iniciar a leitura do Evangelho, se estiver sendo feito uso de incenso, o sacerdote ou o
diácono (depende de quem for ler o texto), incensará o lecionário ou evangeliário e, logo a seguir,
iniciará a leitura do texto. O texto do Evangelho é sempre retirado dos livros canônicos de Mateus,
Marcos, Lucas e João, e jamais pode ser omitido.

Homilia

A homilia nos recorda o Sermão da Montanha, quando Jesus subiu o Monte das Oliveiras
para ensinar todo o povo reunido. A homilia é o momento em que o sacerdote, como homem de
Deus, traz para o presente aquela palavra pregada por Cristo há dois mil anos. Neste momento,
devemos dar ouvidos aos ensinamentos do sacerdote, que são os mesmos ensinamentos de Cristo,
pois foi o próprio Cristo que disse: "Quem vos ouve, a mim ouve. Quem vos rejeita, a mim
rejeita" (Lc 10,16).
 
Profissão de Fé (Credo)

É um resumo da fé católica, que nos distingue das demais religiões. É como que um
juramento público. Recita-se nas grandes solenidades da Igreja e em todos os domingos.

Oração da Comunidade

A Oração da Comunidade ou Oração dos Fiéis, como também é conhecida, marca o último
ato do Rito da Palavra. Nela toda a comunidade apresenta suas súplicas ao Senhor e intercede por
todos os homens.

Liturgia Eucarística

  Na liturgia eucarística atingimos o ponto alto da celebração. Durante ela a Igreja irá tornar
presente o sacrifício que Cristo fez para nossa salvação. Não se trata de outro sacrifício, mas sim de
trazer à nossa realidade a salvação que Deus nos deu. Durante esta parte a Igreja eleva ao Pai, por
Cristo, sua oferta e Cristo dá-se como oferta por nós ao Pai, trazendo-nos graças e bênçãos para
nossas vidas.

Apresentação das Oferendas

 Apesar de conhecida como ofertório, esta parte da Missa é uma apresentação dos dons que serão
ofertados junto com o Cristo durante a consagração. Devido ao fato da maioria das Missas essa parte
ser cantada não podemos ver o que acontece durante esse momento. Conhecendo esses aspectos
poderemos dar mais sentido à celebração. Analisemos inicialmente os elementos do ofertório: o pão,

6
o vinho e a água. O que significam? De fato, foram os elementos utilizados por Cristo na última ceia,
mas eles possuem todo um significado especial:

a. O pão e o vinho representam a vida do homem, o que ele é, uma vez que ninguém vive sem
comer nem beber;
b. Representam também o que o homem faz, pois ninguém vai à roça colher pão nem na fonte
buscar vinho, ou seja, são frutos do trabalho do homem;
c. Em Cristo o pão e o vinho adquirem um novo significado, tornando-se o Corpo e o Sangue de
Cristo. Como podemos ver, o que o homem é, e o que o homem faz adquirem um novo
sentido em Jesus Cristo.
E a água? Durante a apresentação das oferendas, o sacerdote mergulha algumas gotas de água no
vinho. E o porquê disso? Sabemos que no tempo de Jesus os judeus bebiam vinho diluído em um
pouco de água, e certamente Cristo também devia fazê-lo, pois era verdadeiramente homem. Por
outro lado, a água quando misturada ao vinho adquire a cor e o sabor deste. Ora, as gotas de água
representam a humanidade que se transforma quando diluída em Cristo.
 
o Os tempos da preparação das oferendas:

a. Preparação do altar: “Em primeiro lugar prepara-se o altar ou a mesa do Senhor, que é o
centro de toda liturgia eucarística, colocando-se nele o corporal, o purificatório, o cálice e o
missal, a não ser que se prepare na credência”. (IGMR n.49).
b. Procissão das oferendas: Neste momento, trazem-se os dons em forma de procissão.
Lembrando que o pão e o vinho representam o que é o homem e o que ele faz, esta procissão
deve revestir-se do sentimento de doação, ao invés de ser apenas uma entrega da água e do
vinho ao sacerdote.
c. Apresentação das oferendas a Deus: O sacerdote apresenta a Deus as oferendas através da
fórmula: Bendito sejais... e o povo aclama: Bendito seja Deus para sempre! Este momento
passa despercebido pela maioria das pessoas devido ao canto do ofertório.
d. A coleta do ofertório: Este momento do ofertório só tem sentido se reflete nossa atitude
interior de dispormos os nossos dons em favor do próximo. Aqui, o que importa não é a
quantidade, mas sim o nosso desejo de assim como Cristo, nos darmos pelo próximo.
Representa o nosso desejo de, aos poucos, deixarmos de celebrar a eucaristia para nos
tornarmos eucaristia.

A Oração Eucarística

É na oração eucarística em que atingimos o ponto alto da celebração. Nela, através de Cristo
que se dá por nós, mergulhamos no mistério da Santíssima Trindade, mistério da nossa salvação: “A
oração eucarística é o centro e ápice de toda celebração, é prece de ação de graças e santificação. O
sacerdote convida o povo a elevar os corações ao Senhor na oração e na ação de graças e o associa à
prece que dirige a Deus Pai por Jesus Cristo em nome de toda comunidade. O sentido desta oração é
que toda a assembleia se una com Cristo na proclamação das maravilhas de Deus e na oblação do
sacrifício” (IGMR n.54).

Rito da Comunhão

a. O Pai-Nosso: É o desfecho natural da oração eucarística. Uma vez que unidos a Cristo e por
ele reconciliados com Deus, nada mais oportuno do que dizer: Pai nosso...
b. Oração pela paz: Uma vez reconciliados em Cristo, pedimos que a paz se estenda a todas as
pessoas, presentes ou não, para que possam viver em plenitude o mistério de Cristo. Pede-se

7
também a Paz para a Igreja, para que, desse modo, possa continuar sua missão. Esta oração é
rezada somente pelo sacerdote.
c. O cumprimento da Paz: É um gesto simbólico, uma saudação pascal.  Por ser um gesto
simbólico não há necessidade em sair do local para cumprimentar a todos na Igreja.
d. O Cordeiro de Deus: O sacerdote e a assembleia se preparam em silêncio para a comunhão.
Neste momento o padre mergulha um pedaço do pão no vinho, representando a união de
Cristo presente por inteiro nas duas espécies. A seguir todos reconhecem sua pequenez diante
de Cristo e como o Centurião exclamou: Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha
morada, mas dizei uma só palavra e serei salvo. 
e. A comunhão: Durante esse momento a assembleia dirige-se à mesa eucarística. O canto deve
procurar ser um canto de louvor moderado, salientando a doação de Cristo por nós. A
comunhão pode ser recebida nas mãos ou na boca, tendo o cuidado de, no primeiro caso, a
mão que recebe a hóstia não ser a mesma que a leva à boca.
f. Oração após a comunhão: Esta oração liga-se ainda a liturgia eucarística, e é o seu
fechamento, pedindo a Deus as graças necessárias para se viver no dia a dia tudo que se
manifestou perante a assembleia durante a celebração.

Ritos Finais

“O rito de encerramento da Missa consta fundamentalmente de três elementos: a saudação do


sacerdote, a bênção, que em certos dias e ocasiões é enriquecida e expressa pela oração sobre o povo,
ou por outra forma mais solene, e a própria despedida, em que se despede a assembleia, afim de que
todos voltem ás suas atividades louvando e bendizendo o Senhor com suas boas obras” (IGMR n.57).

a. Saudação: Esta parte é o envio, é o início da transformação do compromisso assumido na


Missa em gestos e atitudes concretas.
b. Avisos: Este momento é o oportuno para dar-se avisos à comunidade, bem como para as
últimas orientações do presidente da celebração.
c. Benção Final: Segue-se a bênção do sacerdote e a despedida.
d. Despedida: De posse desta boa graça dada pelo Pai, os cristãos são enviados ao mundo para
que se tornem eucaristia, fonte de bênçãos para o próximo. Desse modo a Missa reassume
todo seu significado.

Você também pode gostar