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[Ano]

CALHAMAÇO SOBRE LITURGIA


(versão preliminar 1)

UM BREVE RESUMO SINE QUANON SOBRE LITURGIA


CELSO SORTE

CELSO SORTE | CERIMONIÁRIO E CATEQUISTA DA VIGARARIA DE FÁTIMA|VIGARARIA DE FÁTIMA|LUANDA|2023


ÍNDICE

1 PREÂMBULO ................................................................................................................... 2
2 BREVE INTRODUÇÃO À LITURGIA ......................................................................... 3
2.1 BREVE HISTÓRIAL ................................................................................................ 4
3 CICLO LITÚRGICO ....................................................................................................... 5
4 DIVISÃO DO ANO LITÚRGICO .................................................................................. 6
5.1 CICLO DO NATAL .................................................................................................. 7
5.2 CICLO DA PASCÓA ................................................................................................ 8
5.3 TEMPO COMUM ..................................................................................................... 8
5 CULTO AOS DIAS DOS SANTOS................................................................................. 8
6 O LUGAR DE MARIA ..................................................................................................... 9
7 ESQUEMA LITÚRGICO ................................................................................................ 9
8 FONTES BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................................... 10

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1 PREÂMBULO

A liturgia é a fonte e o cume da vida da Igreja e da ação dos cristãos.


Com o dever de avançar na ação evangelizadora de Jesus, “Ide pelo
mundo inteiro e anunciai a Boa Nova a toda à criatura”.
Assim podemos dizer para melhor celebrar a liturgia é necessário que
exista um povo, que busca a integração de todos, levando a facilitar a
participação ativa da comunidade.
É nestes termos que apresentamos esta pequena cartilha (manual)
de ajuda a TODOS (da Vigararia de Fátima de Luanda) catecúmenos da
pastoral litúrgica e não só, a experimentar a presença e ação do Cristo
Ressuscitado, referência e fonte da vida cristã, na nossa história.

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2 BREVE INTRODUÇÃO À LITURGIA

A palavra liturgia provém de dois fixos gregos: Leitos (do povo) e


Ergon (obra, acção, serviço). A liturgia como fonte da vida eclesial é o
exercício do sacerdócio de Jesus Cristo. Da mesma forma que os povos,
nas suas tradições, vivem naquilo que os mais velhos continuam a
explicar, por meios de ritos, gestos e símbolos. A Igreja revive também
todos os mistérios da nossa salvação – JESUS CRISTO, por meio de
seus ritos (celebração dos sacramentos), gestos e símbolos (água do
baptismo).
A partir do Vaticano II, o conceito de liturgia voltou ao seu primeiro
sentido. Esse Concilio definiu a liturgia à luz da Constituição litúrgica
“Sacrossanctum Concilium” – que foi o primeiro documento conciliar,
publicado em Roma no dia 4 de dezembro de 1963:
‘‘Podemos dizer que é: uma ação sagrada pela qual através de
ritos sensíveis se exerce, no Espírito Santo, o múnus sacerdotal de
Cristo, na Igreja e pela Igreja, para a santificação do homem e a
glorificação de Deus” (cf SC, 7).
Hoje se fala em participação, celebração, porque todo povo
baptizado faz parte do sacerdócio real de Cristo, chamados à
transformação e santificação da vida e da história.
Esta ação não é feita sozinha. É feita em parceria com o próprio
Deus, e através da fé percebemos a sua presença amorosa e sua ação
permanente a serviço da vida. A ação de Deus se dá através de Cristo,
seu Filho amado que se fez irmão e servidor com sua encarnação, vida,
paixão, morte e ressurreição. Nesse sentido, afirmamos que:
Cristo é o liturgo por excelência
Em linhas gerais, a liturgia é a ação de Deus realizada em Jesus
Cristo, e através do seu espírito, em nós a favor de toda humanidade. Tal
como o papa Paulo VI referia:
“A liturgia é a fonte primária do Verdadeiro espírito
cristão”

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É também o memorial do mistério pascal de Cristo celebrado na
Igreja. A cada rito celebrado fazemos memória do ressuscitado na vida
de cada pessoa e da comunidade. Por isso é categórico dizer que:
Liturgia é o serviço do povo realizado em benefício deste.
2.1 BREVE HISTÓRIAL

É importante termos presente que para compreendermos a


LITURGIA devemos, antes de tudo, saber como era celebrada pelos
primeiros cristãos, para que ao chegarmos na nossa era, compreendamos
o significado deste mistério celebrado, que por sua vez significa
experimentar a presença de Deus na nossa vida.
Na era apostólica, mais conhecida como tempo dos apóstolos,
Jesus e seus seguidores praticavam a religião judaica. Participavam das
celebrações litúrgicas (templo, sinagoga, oração e festas). Jesus era um
homem muito piedoso, assim como seus seguidores (apóstolos) e
participavam assiduamente da religião de seu povo.
Jesus e os apóstolos não vieram romper com a liturgia antiga, pelo
contrário, vieram dar pleno cumprimento (Mt 5,17), aperfeiçoá-la. Assim
sendo, deu uma nova orientação aos ritos judaicos já existentes. Portanto,
a nossa liturgia cristã é uma continuidade da liturgia hebraica. Como o
nosso referencial é Jesus de Nazaré, com Ele nasce a liturgia cristã.
A partir do mistério de Cristo, aconteceu uma cristianização dos
elementos ritualizados herdados, surgindo daí a liturgia cristã. Os
elementos rituais são:

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Judaísmo Cristianismo
UC – Aqui é uma rememoração da UC - Fazemos memória da Paixão,
libertação do povo hebreu da Morte e Ressurreição de Jesus. A sua
escravidão para a terra prometida; passagem deste mundo para o Pai;

LP- é celebrado aos sábados na LP – Aqui são feitos por meio de leituras
sinagoga e é feita a leitura da Torá (Os bíblicas, cantos dos salmos, homilias. E
5 primeiros livros da Bíblia). se celebra todos os dias, de modo
particular no domingo, dia consagrado
ao Senhor.
Dia santo – Aqui é o sábado, dia de
descanso, reservado para a reunião Dia santo - Os cristãos deslocaram para
litúrgica na sinagoga. o domingo, em memória da
Ressurreição

NOTA1: É de ressaltar que o Cristianismo tem a sua essência na missa,


no momento da ‘Transubstanciação (consagração) ‘, que é lembrança do
que se viveu na última ceia.
Nota2: Nos primeiros tempos do cristianismo havia somente os domingos.
Cada domingo era de festa. Celebrava-se o mistério Pascal: morte e
ressurreição do Senhor. Com o tempo, os cristãos começaram a celebrar
um destes domingos de modo especial: chamado o domingo da Páscoa.
Depois, celebravam em dias determinados do ano, uma festa especial ou
outros acontecimentos importantes da vida de Cristo: Nascimento,
Epifania, Ascensão, Pentecostes. Assim teve origem a festa do Ano
Litúrgico.

3 CICLO LITÚRGICO

Por onde começa os mistérios da nossa salvação? Eis a questão.


A igreja celebra os vários momentos da vida de Cristo e dos
apóstolos. Mas os mistérios da salvação não começam com a vida de
Cristo, mas é verdade que Ele é o centro destes mistérios. Estes
começaram com a criação do mundo, passando desde os patriarcas (com
destaque de Abraão, pai da fé) aos variados reis de Israel (com destaque
de rei Davi), incluindo os diversos profetas (a destacar Elias, Isaías e João

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Baptista) até a encarnação do Verbo Divino (trazendo consigo
personalidades como a Nossa Senhora, os dozes apóstolos e Paulo).
Estas diversas etapas e personalidades acarretam consigo diversos
acontecimentos, que à luz da liturgia são traduzidos em festas, memórias.
Estes são celebrados num período denominado por ciclo litúrgico, que
é todo período através do qual a Igreja celebra todo o mistério de Cristo:
da Encarnação ao Pentecostes e à espera da vinda do Senhor. Inicia com
o primeiro domingo do advento e termina com a festa de Cristo Rei.
O processo iterativo dos mistérios dá lugar ao ciclo litúrgico. Ou seja
a liturgia é cíclica, pois a igreja vive os mesmos mistérios todos os anos,
de forma intensa.
Por ser cíclica, a liturgia acontece todos anos, nomeados como anos
litúrgico, cujo sentido é o mesmo que o do ciclo litúrgico.
Apesar de ser um período de doze meses, ele é diferente do ano
civil1. Existem três tipos de anos litúrgico, nomeadamente, ano A, ano B,
ano C. Diferenciando-se nos envangelhos:
No ano A lê-se o Evangelho de São Mateus;
No ano B lê-se o Evangelho de São Marcos;
No ano C lê-se o Evangelho de São Lucas.
Obs.: O evangelho de São João lê-se, nos três anos, mas em momentos
muito especiais.

4 DIVISÃO DO ANO LITÚRGICO

O Ano litúrgico tem fundamentalmente dois grandes ciclos: o da


Páscoa, o mais importante, o do Natal. Cada um tem uma preparação, a
celebração e o prolongamento. O que corresponde ao seguinte esquema:

1Uma das grandes diferenças está no decurso de cada ano, por exemplo, o ano civil 6

vai de 1 de Janeiro à 31 de Dezembro, já o litúrgico ocorre entre o 3º ou 4º domingo


de Novembro do ano seguinte, com o primeiro domingo de advento, e o 2º ou 3º
domingo de Novembro, com a festa do Cristo Rei.
4.1 CICLO DO NATAL
Ideias - força
Preparação – Advento A vinda de Jesus na humanidade. Está
incluída a espera de Jesus na Glória e
sua vinda no dia de nossa vida. A
esperança e o desejo de que Cristo se
manifeste na História dos homens.
Celebrações
*Natal Assumido a natureza na Virgem Maria,
Cristo se torna participante da natureza
divina.

*Epifania A manifestação de Jesus como filho de


Deus representada pelos magos. Os
homens a quem Cristo se manifesta
devem, por sua vez, manifesta-lo aos
outros como fizeram os pastores e os
reis magos.
Prolongamento: Domingo após a
Epifania

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4.2 CICLO DA PASCÓA
Ideias - força
Preparação – Quaresma Os catecúmenos se iniciam na vida da
*Tempo de Oração, conversão, Igreja. Os batizados renovam os
penitência e jejum. compromissos do Batismo pela
penitência.
Celebração: Páscoa, Ascensão e
Pentecostes Ser testemunha da Ressurreição pela
palavra e pelas obras, na vida: familiar,
pessoal e social.
Prolongamento: Domingos depois de
Pentecostes.

4.3 TEMPO COMUM


Além dos tempos com características próprias, restam no ciclo anual
33 ou 34 semanas. Nelas, não se celebra algum aspecto especial do
mistério de Cristo, mas comemora-se o próprio mistério de Cristo em sua
plenitude, principalmente aos domingos. Este é o tempo comum.
Começo e fim do tempo comum:
Inicia-se na segunda-feira seguinte ao domingo depois do dia 6 de
janeiro e se estende até a terça-feira antes da Quaresma. Recomeça na
segunda-feira depois do domingo de Pentecostes e termina antes das
primeiras vésperas do primeiro domingo do advento.

5 CULTO AOS DIAS DOS SANTOS


A celebração do mistério de Cristo se completa na festa dos Santos,
que são membros gloriosos da Igreja. Sem dúvida, Jesus é o único Santo.
É tão santo que comunica aos homens a sua própria santidade. No
princípio do Cristianismo a Igreja festejava os mártires que tinham dado a
vida pela fé (Cf. Ap. 14,1-5; 21,4). Terminadas as perseguições o povo
começa a venerar os grandes heróis da santidade: bispos, eremitas, etc...
O vaticano II afirma que os santos são “os nossos irmãos, amigos e
benfeitores”. A Igreja proclama “O Mistério Pascal (SC nº 40) nos santos
que sofreram e são glorificados em Cristo”.

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Cada Igreja particular honra os santos mais ligados à piedade
popular. No fim do ano, reunimos numa só festividade todos os santos,
de todos os povos e nações que já chegaram à Glória do Pai.

6 O LUGAR DE MARIA
Entre todos os eleitos, resplandece a figura de Maria de Nossa
Senhora – Mãe de Jesus e Mãe do Povo de Deus. Ela é “membro
eminente e modelo da Igreja”. Várias vezes, anualmente, desfilam diante
de nós as festas de Nossa Senhora – sem esquecer o mês de maio, a ela
totalmente consagrado.

7 ESQUEMA LITÚRGICO

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8 FONTES BIBLIOGRÁFICAS
ARQUIDIOCESE DE SÃO SEBASTIÃO DO RIO DE JANEIRO
ESCOLAS DE FÉ E CATEQUESE – ESCOLA MATER ECCLESIAE
NÚCLEO JACAREPAGUÁ – FREGUESIA LITURGIA 1B, História
da Liturgia A vida litúrgico-sacramental da Igreja em sua evolução
histórica Textos complementares e exercícios, Brasil.
BRUNELLO, Pe. Siro, s.x, Servindo o ao Senhor com alegria –
Manual do Coroinha, Editora Paulinas, São Paulo (Brasil), 1995.
CONFERÊNCIA EPISCOPAL PORTUGUESA, Lecionário Ferial,
Coimbra (Portugal), 1993.
PARÓQUIA IMACULADO CORAÇÃO, Apostila de liturgia.
PASTORAL LITÚRGICA DA PARÓQUIA SÃO JOSÉ, Tire as
duvidas – aprenda o significado, Brasil.
SECRETARIADO ARQUIDIOCESANO DE CATEQUESE (de
Luanda), Para ser Catequista – Curso para formação de Catequista
auxiliares, Luanda 2014.
SECRETARIADO NACIONAL DE LITURGIA, A beleza da liturgia,
2ª edição, Fátima (Portugal), 2015.
SECRETARIADO NACIONAL DA LITURGIA E
ESPIRITUALIDADE, Lecionário Dominical B, Fátima (Portugal),
2014.
SECRETARIADO NACIONAL DA LITURGIA E
ESPIRITUALIDADE, Oração Universal, Fátima (Portugal), 2013.

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