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Então, no meridiano dos tempos, Jesus organizou Sua

obra de uma forma que o evangelho pudesse ser


estabelecido simultaneamente em várias nações e entre
povos diversos. A Igreja de Jesus Cristo foi edificada
sobre o “fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que
Jesus Cristo é a principal pedra da esquina”,3 e incluía
ofícios adicionais como setentas, élderes, bispos,
sacerdotes, mestres e diáconos. Da mesma forma, Jesus
estabeleceu a Igreja no Hemisfério Ocidental, após Sua
Ressurreição.
Após a apostasia e a desintegração da Igreja que Ele
havia organizado quando estava na Terra, o Senhor
restabeleceu A Igreja de Jesus Cristo novamente, por
intermédio do Profeta Joseph Smith. O antigo propósito,
que é o de pregar as boas novas do evangelho de Jesus
Cristo e administrar as ordenanças de salvação — em
outras palavras, trazer pessoas a Cristo — permanece.4 E
agora, por meio desta Igreja restaurada, a promessa de
Redenção é posta ao alcance até mesmo dos falecidos, que
durante sua vida mortal sabiam pouco ou quase nada sobre
a graça do Salvador.
Como a Igreja do Senhor cumpre o propósito Dele? É
importante reconhecer que o propósito principal de Deus é
o nosso progresso. O desejo Dele é que continuemos de
“graça em graça, até [recebermos] a plenitude”5 de tudo o
que Ele pode conceder. Isso requer mais do que
simplesmente ser bom ou ter sentimentos espirituais.
Requer fé em Jesus Cristo, arrependimento, batismo pela
água e pelo Espírito e perseverar na fé até o fim.6 Uma
pessoa não pode alcançar isso isoladamente, assim, um
dos principais propósitos do Senhor ao ter uma Igreja é o
de criar uma comunidade de santos que apoiarão uns aos
outros no “caminho estreito e apertado que conduz à vida
eterna”.7
“E [Cristo] deu uns para apóstolos, e outros para
profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores
e mestres,
(…) para a obra do ministério, para a edificação do
corpo de Cristo;
Até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao
conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à
medida da estatura completa de Cristo.”8
Jesus Cristo é o “autor e aperfeiçoador de [nossa] fé”.9
Unir-nos ao corpo de Cristo — a Igreja — é uma parte
importante de tomar sobre nós o Seu nome.10 É-nos dito
que a Igreja Primitiva “reunia-se frequentemente para
jejuar e orar e para falar a respeito do bem-estar de suas
almas”11 e “para ouvir a palavra do Senhor”.12 Assim é a
Igreja hoje. Unidos com fé, ensinamos e edificamos uns
aos outros e nos empenhamos para atingir a medida plena
do discipulado, “[a] medida da estatura completa de
Cristo”. Esforçamo-nos para ajudar um ao outro a vir “ao
conhecimento do filho de Deus,”13 até o dia em que
“[ensinarão] cada um a seu próximo, (…) dizendo:
conhecei ao Senhor; porque todos me conhecerão, desde o
menor, até o maior deles, diz o Senhor”.14
Na Igreja não apenas aprendemos a doutrina divina;
vivemos também sua aplicação. Sendo o corpo de Cristo,
os membros da Igreja ajudam uns aos outros no dia a dia.
Todos somos imperfeitos; às vezes ofendemos e somos
ofendidos. Muitas vezes testamos uns aos outros com
nossas particularidades. No corpo de Cristo, temos de ir
além de conceitos e palavras exaltadas e ter uma
experiência de envolvimento pessoal ao aprendermos a
“juntos [viver] em amor”.15
Esta religião não diz respeito apenas ao indivíduo; no
entanto, somos todos chamados a servir. Somos os olhos,
as mãos, a cabeça, os pés e os outros membros do corpo de
Cristo, e até mesmo “os membros (…) que parecem ser os
mais fracos são necessários”.16 Precisamos desses
chamados e precisamos servir.
Um dos homens da minha ala cresceu não apenas sem
o apoio de seus pais, mas também com a oposição deles à
sua atividade na Igreja. Ele fez este comentário em uma
reunião sacramental: “Meu pai não consegue entender por
que alguém iria à igreja, em vez de ir esquiar, mas eu
realmente gosto de ir à igreja. Na Igreja, estamos todos na
mesma jornada, e sou inspirado nessa jornada por jovens
fortes, crianças puras e por aquilo que aprendo com outros
adultos. Sou fortalecido por me associar a eles e sinto-me
animado com a alegria de viver o evangelho”.
As alas e os ramos da Igreja oferecem uma reunião
semanal de descanso e renovação, um tempo para sairmos
do mundo: o Dia do Senhor. Esse é um dia para “[nos
deleitarmos] no Senhor”,17 sentirmos a cura espiritual que
advém do sacramento e recebermos a renovada promessa
de que Seu Espírito estará conosco.18
Uma das maiores bênçãos de fazermos parte do corpo
de Cristo — apesar de talvez não parecer uma bênção no
momento — é sermos repreendidos devido ao pecado e ao
erro. Somos inclinados a desculpar e racionalizar nossas
falhas, e às vezes simplesmente não sabemos em que
devemos melhorar nem como fazê-lo. Sem aqueles que
podem nos repreender “prontamente com firmeza, quando
[movidos] pelo Espírito Santo”,19 podemos perder a
coragem para mudar e seguir o Mestre mais prontamente.
O arrependimento é individual, mas a Igreja oferece o
companheirismo nesse caminho às vezes doloroso.20
Nesse debate sobre a Igreja como o corpo de Cristo,
devemos sempre ter duas coisas em mente. Primeiro, não
nos empenhamos para nos converter à Igreja, mas a Jesus
Cristo e Seu evangelho, uma conversão que é facilitada
pela Igreja.21 O Livro de Mórmon expressa essa verdade
ainda melhor quando diz que as pessoas “foram
convertidas ao Senhor e uniram-se à Igreja de Cristo”.22
Segundo, precisamos nos lembrar de que, no início, a
Igreja era a família, e mesmo hoje, como instituições
separadas, a família e a Igreja servem e fortalecem uma à
outra. Nenhuma substitui a outra, e a Igreja, certamente,
mesmo no seu melhor, não pode substituir os pais. A
finalidade de a Igreja ensinar o evangelho e administrar as
ordenanças é que as famílias se qualifiquem para a vida
eterna.
Há uma segunda grande razão pela qual o Salvador
trabalha por meio da Igreja, Sua Igreja, que é alcançar
aquilo que não pode ser realizado por indivíduos ou
pequenos grupos. Um exemplo claro é lidar com a
pobreza. É verdade que, como indivíduos e famílias,
cuidamos das necessidades físicas de outros, “ajudando-
[nos] uns aos outros, tanto material como espiritualmente,
de acordo com [nossas] necessidades e carências”.23 Mas,
juntos na Igreja, a habilidade de cuidarmos dos pobres e
necessitados é multiplicada de modo a atingirmos mais
pessoas, e a autossuficiência, tão esperada, torna-se
realidade para muitos.24 Ademais, a Igreja, suas
Sociedades de Socorro e seus quóruns do sacerdócio têm a
capacidade de oferecer alívio a muitas pessoas em
diversos lugares atingidos por desastres naturais, guerra e
perseguição.
Sem os meios providos por esta Igreja, a incumbência
do Salvador de levar o evangelho a todo o mundo não
poderia ser realizada.25 Não haveria as chaves apostólicas,
a estrutura, as condições financeiras, a devoção e o
sacrifício de milhares de missionários, essenciais para se
levar o trabalho adiante. Lembrem-se, “este Evangelho do
Reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a
todas as nações, e então virá o fim”.26
A Igreja pode construir e administrar templos, casas
do Senhor, onde ordenanças e convênios vitais são
administrados. Joseph Smith declarou que o objetivo de
Deus em reunir Seu povo em qualquer época é “edificar
uma casa ao Senhor, na qual [Ele revele] a Seu povo as
ordenanças de Sua casa e as glórias de Seu reino e [ensine]
às pessoas o caminho da salvação; porque há certas
ordenanças e princípios que, para serem ensinados e
praticados, devem ser efetuados em um lugar ou em uma
casa edificada para tal propósito”.27
Se alguém crê que todas os caminhos levam ao céu ou
que não existem exigências específicas para a salvação, tal
pessoa não verá nenhuma necessidade para se proclamar o
evangelho ou para as ordenanças e os convênios que
redimem tantos os vivos quanto os mortos. Porém, não
falamos apenas sobre a imortalidade, mas também sobre a
vida eterna; e para esta, o caminho e os convênios do
evangelho são essenciais. E o Salvador precisa de uma
igreja para fazer com que esse caminho e os convênios
estejam disponíveis a todos os filhos de Deus; tanto os
vivos quanto os mortos.
A razão final que vou mencionar para que o Senhor
tenha estabelecido Sua Igreja é a mais singular: a Igreja é,
acima de tudo, o reino de Deus na Terra.
Quando A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos
Últimos Dias estava sendo estabelecida na década de
1830, o Senhor disse ao Profeta Joseph Smith: “Alegrai-
vos e regozijai-vos, porque a vós foi dado o reino; ou, em
outras palavras, as chaves da igreja”.28 Na autoridade
contida nessas chaves, os líderes do sacerdócio da Igreja
preservam a pureza da doutrina do Salvador e a
integridade de Suas ordenanças de salvação.29 Eles
auxiliam na preparação daqueles que desejam receber
essas ordenanças, avaliam sua qualificação e dignidade e,
então, realizam tais ordenanças.
Com as chaves do sacerdócio, os servos do Senhor
podem identificar tanto a verdade quanto a mentira e mais
uma vez declarar com autoridade: “Assim disse o Senhor”.
Lamentavelmente, alguns se ressentem com a Igreja
porque querem definir sua própria verdade, mas, de fato, é
uma bênção incomparável receber o “conhecimento das
coisas como [realmente] são, como foram e como serão”30,
tanto quanto o Senhor o deseje revelar. A Igreja protege e
publica as revelações de Deus, que constituem o cânone
das escrituras.
Quando Daniel interpretou o sonho do rei
Nabucodonosor da Babilônia, revelando ao rei o “que há
de ser nos últimos dias”,31 ele declarou que “o Deus do
céu levantará um reino que não será jamais destruído; e
esse reino não será deixado a outro povo; esmiuçará e
consumirá todos esses reinos, mas ele mesmo estará
estabelecido para sempre”.32 A Igreja é o reino dos últimos
dias que foi profetizado. Não foi criada pelo homem, mas
estabelecida pelo Deus dos céus e rola como uma pedra
“que do monte foi cortada (…), sem mãos” para encher a
Terra.33
Seu destino é estabelecer Sião em preparação para o
retorno de Jesus e Seu reino no Milênio. Antes desse dia,
não será um reino em nenhum aspecto político — como o
Salvador disse: “O meu reino não é deste mundo”.34 No
entanto, esse reino é repositório de Sua autoridade na
Terra, o administrador de Seus convênios sagrados, o
guardião de Seus templos, o protetor e proclamador de Sua
verdade, o local de reunião da Israel dispersa e “uma
defesa e um refúgio contra a tempestade e contra a ira,
quando for derramada, sem mistura, sobre toda a Terra”.35
Encerro com o apelo e a oração do Profeta:
“Invocai o Senhor, para que seu reino siga pela Terra e
seus habitantes recebam-no e estejam preparados para os
dias que virão, nos quais o Filho do Homem descerá no
céu, revestido do esplendor de sua glória, para encontrar o
reino de Deus que está estabelecido na Terra.
Portanto, que o reino de Deus vá avante para que
venha o reino dos céus, a fim de que tu, ó Deus, sejas
glorificado no céu e na Terra; que teus inimigos sejam
subjugados; pois tua é a honra, o poder e a glória para todo
o sempre”.36
Em nome de Jesus Cristo. Amém.

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