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INSTITUTO BÍBLICO BETEL JAPONÊS

SEMINÁRIO TEOLÓGICO EVANGÉLICO

Missão Integral da Igreja


Apostila

Professor:
Pr. Clovis Gonçalves Ricardo
1. A PREOCUPAÇÃO MISSIONÁRIA
Robert Coleman escreveu que o Senhor Jesus, “pretendia salvar do
mundo um povo para si mesmo e edificar uma igreja do Espírito Santo,
que nuca perecesse.”
A igreja primitiva continuou espontaneamente este processo
enquanto as províncias do Império Romano e os territórios para
alem dele recebiam o testemunho das Boas Novas.

1) A Preocupação pela Plantação de Igrejas

A. É Uma Preocupação Nascida do Espírito

A obediência a Grande Comissão (Mt 28.19; Mc 16.15; Lc 24.46-49; Jo 20.21) e a


plantação da igreja em Atos foi possível somente pelo poder do Espírito Santo.

A. É Uma Preocupação de Testificar

1. Leva a congregação a fazer soar a palavra do Senhor em novas localidades (1 Ts


1.6,8)
2. A missão primordial da igreja é plantar igrejas que irão multiplicar e estender o
testemunho do seu Senhor vivo.
3. Cada crente verdadeiro tem esta preocupação. Paulo disse “ai de mim” se não pregar
o evangelho. (I Co 9.16)

B. É Uma Preocupação por uma Comunidade


1. Os novos crentes procuram, e precisam de fato, conhecer outros que partilham da sua
nova fé.
2. Buscam a comunhão; contato com “aqueles que receberam uma fé do mesmo genro.
(2 Pe 1.1)
3. Os Apóstolos tiveram o firme propósito de ver os convertidos integrados na
comunhão de uma igreja local disciplinada (At 14.19-23). Tal comunhão, alimentada,
dotada e movida pelo Espírito Santo, terá uma motivação para crescer.

C. É Uma Preocupação Adulta


1. A experiência normal é casar e ter uma família (dar origem a novas vidas).
2. A evangelização numa estrutura missionária sem reprodução torna-se um fim morto.
Pode comparar-se a uma corrida onde um corredor não consegue passar o testemunho
ao corredor seguinte; a ação é interrompida!

2
2) A Preocupação: Um Desafio ao Engenho

Hoje em dia, a preocupação missionária de ver


novas igrejas estabelecidas confronta o constante
desafio do modus operandi: o “como proceder”.

1) Esta preocupação é motivada por diversos fatores:


1. São enviados missionários que nunca viram uma igreja a ser
implantada e nunca participaram ativamente no estabelecimento de
qualquer igreja.
2. As instituições teológicas são terrivelmente deficientes no
treinamento para um sólido ministério de plantação de igrejas.
3. Por isso, é claro, os missionários ficam muitas vezes perturbados
quando encaram a necessidade de adaptarem a sua abordagem
(estratégias, planos e metodologias) à estrutura cultural local do
povo que querem evangelizar.

A. O Ciclo Paulino
David Hesselgrave (Plantar Igrejas) chama a nossa atenção para “os Elementos
Lógicos no Plano Mestre de Evangelização de Paulo. São:
1. Missionários Comissionados – At 13.1-4; 15.39,40
2. Auditório Contatado – At 13.14-16; 14.1; 16.13-15
3. Evangelho Comunicado – At 13.17; 16.31
4. Ouvintes Convertidos – At 13.48; 16.14-15
5. Crentes Congregados – At 13.43
6. Fé Confirmada – At 14.21, 22; 15.41
7. Liderança Consagrada – At 14.23
8. Crentes Recomendados – At 14.23; 16.40
9. Relacionamentos Continuados – At 15.36; 18.23
10. Igrejas que Enviam, Reunidas – At 14.26,27; 15.1-4
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Hesselgrave caracteriza o seu Ciclo Paulino por quatro importantes aspectos:
1º. Ele dá direção à operação de estabelecimento de igrejas – há um principio e
um fim.
2º. Embora começassem e avançassem na direção do fim do Ciclo numa
determinada localidade, Paulo e a sua equipe estavam envolvidos em novos
começos noutros lugares.
3º. O ciclo tem de ser apreciado sincronicamente, bem como diacronicamente.
Enquanto um novo trabalho avança ao longo do ciclo, tem de,
necessariamente, se repetir elementos.
4º. O ciclo tem um ministério de análise nas igrejas que já existem, quanto aos
pontos em que poderão “decair no trabalho!”

Não pode haver duvidas de que os dez


elementos deste ciclo são atividades básicas
ensinadas e exemplificadas no N.T. e
“básicas” para a implantação de igrejas.

B. Sete Passos
O Especialista em Missões Donald McGavran sugere sete passos para a plantação
de novas igrejas. Ele escreveu:

“Qualquer ação discipuladora dos povos da terra, de todos


os povos da
da terra, necessita ter como alvo o
estabelecimento de milhões de novas congregações. O
desempenho da missão mundial da igreja é impossível, não
passa de palavras ocas, se não for apoiado por multidões de
novas congregações de remidos espalhados por todos os os
grupos étnicos e lingüísticos da humanidade.”

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Estes sete passos fundamentais são os seguintes
1. Orar e planejar
2. Alistar auxiliares (10% dos membros da igreja que envia devem ser
envolvidos)
3. Apreciar as áreas acessíveis não muito distantes da igreja que envia
(proximidade, tendências da população, contatos congregacionais na área,
relacionamento no seio das famílias, interesse das famílias em estudos bíblicos,
etc.)
4. Focar a necessidade de ganhar famílias inteiras. (Mc 1.29-31; Mt 9.9-13; Lc
10.38; 11.37; At 16.34-35; 20.20)
5. Encontrar um lugar para reuniões. Começando com os lares, há varias
possibilidades
6. Começar logicamente em reuniões, congregando os crentes para adoração,
prática e obediência à Palavra, enfatizando a leitura da Bíblia.
7. Reconhecer a necessidade de liderança preparada, alguém que o grupo respeita
e que está disposto a dar as muitas horas necessárias.

Gão há nada de novo em relação a estes passos. Eles são, todavia, parte
do verdadeiro cerne do ministério reprodutivo na plantação de igrejas.

2. PERT
PERT (Programa Evaluation and Review Technique - Avaliação do Programa e
Técnica de Revisão) teve seu inicio em 1958, no Programa Polaris (Polaris Missile
System) do Departamento de Defesa dos EUA, tornando-se um dos mais usados
instrumentos de administração.

“...PERT é um instrumento de controle pela definição das partes dum


trabalho e pela reunião das mesmas em forma de cadeia, de maneira
que a pessoa responsável por cada parte e encarregado pela
administração geral sabe o que deve acontecer e quando.”
(B.J. Hansen, autor do livro Practical Pert)

Em 1971, Edward Dayton de M.A.R.C. (Mission Advanced Research and


Communications Center - Centro Missionário de Pesquisas e Comunicações) publicou a
primeira edição do manual Propósito de Deus/Planos do Homem para crentes e igrejas,
usando o gráfico PERT, pela primeira vez no meio cristão, como um instrumento útil de
planejamento.
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3. Administração e Estratégia de Planejamento na
Plantação de Igrejas
Alguns perguntam, "Será bíblico?" Dayton and Frazier preferem chamar-lhe "planejamento em paradoxo”.
Como cristãos, planejamos tudo, mas ao mesmo tempo, partimos do principio de que Deus está a trabalhar em
todas as coisas.
"O coração do homem considera o seu caminho, mas o Senhor lhe dirige os passos." (Pv 16.9) Na era do
VT, Moisés e Neemias demonstraram sabedoria divina na maneira como resolveram obstáculos que se
consideravam insuperáveis. (Ex 18.13-27; Ne 2.11-3.32). No NT, o Espírito de Deus tem dotado homens e
mulheres para a direção e administração da vida da Igreja (Rm 12.8; 1 Co 12.28). Por esta razão, a administração
no estabelecimento de igrejas é um assunto espiritual e não deve ser encarada de ânimo leve.

1) Definições
1. "Administração é o ato ou a ciência de conseguir que as coisas sejam feitas através de outras pessoas."
(Dayton e Frazier)
2. "Administração... é o uso efetivo de recursos limitados para atingir os resultados desejados." (Morrisey)
3. Alien disse que, "administração é trabalho". O administrador deve:
1) Planejar
2) Organizar
3) Dirigir
4) Controlar
4. Tudo que está envolvido em qualquer situação administrativa pode ser colocado sob um destes quatro
principais títulos.

2) Administração por Objetivos e Resultados


AOR apresentada por Morrisey foca a sua atenção mais sobre os resultados do que sobre as atividades. O
funil AOR ilustra isto:
1) Define papeis e missões
2) Determina áreas-chave de resultados
3) Identifica e especifica indicadores de eficiência
4) Seleciona e estabelece objetivos
5) Prepara um plano de ação
6) Estabelece controles

GEGÉRICO 1 2 3 4 5 6 ESPECÍFICO

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O Trabalho administrativo envolve três coisas que nós não queremos fazer:
a. Temos de pensar, usar o cérebro;
b. Temos de fazer trabalho de escrita e critica; e
c. Temos de usar métodos ordenados.

1. Um Modelo Circular
Dayton e Frazier apresentam a administração para uma missão crista em termos dum processo que envolve
dez passos consecutivos:
a. Definir a missão
b. Descrever as pessoas
c. Descrever a forca para o Evangelismo
d. Examinar meios e métodos
e. Definir uma abordagem
f. Antecipar resultados
g. Definir o nosso papel
h. Fazer planos
i. Agir
j. Avaliar
Estes passos podem ser resumidos numa abordagem básica de quatro.
a. Definir a missão em termos de necessidade
b. Planejar a missão
c. Tentar realizar a missão no poder do Espírito
d. Avaliar a missão com a mente do Espírito

2. Aplicação
No trabalho de administração o pensar é básico. Não há administradores inatos. A administração é um dom
aprendido. Um pensar correto, banhado em sincera oração dependência da direção do Espírito, assinala muitas
vezes a diferença entre o fracasso e o êxito, num esforço de plantação de igrejas.
Como é que o plantador de igrejas deve começar a pensar a respeito do seu ministério?

3) Alvos Essenciais à Reprodução


1. Alvos Claros
Um alvo deve expressar algo definido que desejamos realizar. Objetivos devem ser estabelecidos no
planejamento. Alvos claros oferecem-nos grandes vantagens:
a. Fortalecem a comunicação
b. São básicos para um bom planejamento
c. Providenciam uma base para discussão e mudança
d. Ajudam a mostrar a direção do progresso
e. Fortalecem e provam a nossa fé.

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Para garantir essa clareza, todos os alvos devem ser bem escritos:
a. Devem focar resultados finais
b. Devem apresentar um tempo limite
c. Devem ser específicos
d. Devem ser práticos e exeqüíveis
e. Devem ser mensuráveis

2. Alvos da Plantação de Igrejas


Quais são os alvos adequados para um esforço de plantação de igrejas? Qual é o objetivo último? A
preocupação das estatísticas referentes enfatizam a grande necessidade de muitas igrejas evangélicas?
A plantação de novas igrejas deve incluir como prioridade o alvo da reprodução – a multiplicação de
igrejas locais.
a. Não devem ficar satisfeitos com a mera plantação de uma jovem congregação, ou
estabelecimento dum posto missionário ou ponto de pregação.
b. Devem esforçar-se no sentido de atingir o alvo a longo prazo de uma congregação adulta
amadurecida, capaz e motivada a reproduzir-se.
c. A estratégia final deve envolver sempre a formação de uma igreja dinâmica.
Peter Wagner (Frontíers ín Missionary Strategy) define uma igreja amadurecida como uma igreja que:
a. Vive para outros
2. É sensível às necessidades sociais sentidas pela comunidade e ajuda as pessoas com verdadeiro
amor e interesse cristão.
3. Envolve-se ativamente na fundação de igrejas em comunidades vizinhas, bem como em missões
mundiais noutros países e culturas.
b. Pode cuidar de si própria
1. Psicologicamente
2. Liturgicamente
3. Espiritualmente
4. Administrativamente
5. Financeiramente
c. É relevante para a sua situação cultural. Este é um dos mais avançados sinais de maturidade. Tal igreja
mostra dois elementos:
1. Está ajustada à cultura da área e
2. Está experimentando, na sua atividade evangelística, conversões do mundo vizinho.
d. Estou preocupado com o futuro da congregação bebe mencionada. No quinto passo do Ciclo Paulino do
Hesselgrave.

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4) Estratégia de Planejamento: Como Avançar Usando PERT

1. A Estratégia
Hesselgrave comenta, "Talvez uma das coisas mais difíceis para todos nós seja sair de velhos trilhos e abrir
novos caminhos."
Richard Cook (Paul, the Organizer - Missiology 9) escreve a respeito de Paulo que era "o estrategista
disciplinado e intencional." A literatura missionária moderna apresenta uma riqueza de ajuda para plantadores de
igrejas que trabalham com base em estratégias.
Uma estratégia é uma abordagem global, um plano, ou uma maneira de descrever como iremos atingir o
nosso alvo, ou resolver o nosso problema.
a. A Palavra de Deus é a nossa fonte de valores e absolutos como Cristãos.
b. A estratégia, seguindo o sistema AOR, deve concentrar a sua atenção nos resultados.
Três níveis de estratégia são evidentes:
a. A grande estratégia na plantação de uma igreja - como atingir o resultado de uma igreja adulta,
capacitada e motivada para reproduzir-se.
b. A estratégia intermediária - métodos que atingirão as partes do resultado final desejado.
c. A Estratégia a curto prazo - uma nova divisão das estratégias intermediárias que assegura objetivos
ou componentes ainda mais exatos.

2. Estratégia de Planejamento Usando PERT


a. Definição de PERT
Hansen define PERT como sendo "um instrumento de controle pela definição das partes dum trabalho e
pela colocação das mesmas, juntas, em forma de cadeia."
b. Eventos PERT - alvos atingidos.
1) Os quatorze alvos da plantação de igrejas mencionados anteriormente são incorporados num simples e
lógico sistema PERT.
2) Este sistema é composto por certo número de 'eventos'. Estes eventos são alvos atingidos ou passos já
completos no plano.
4. O evento 44 é o alvo final - uma igreja madura, capacidade e motivada para se reproduzir.
5. Eventos 41, 42, 43 são os sub-alvos: a igreja existe para outros, a igreja cuida de si própria e a
igreja é relevante na sua situação cultural.
c. Cadeias PERT
a. O sistema PERT apresentado aqui é composto de quatro cadeias com as suas
respectivas sub-cadeias.
b. Cada evento ou alvo a ser atingido é imediatamente precedido por uma atividade
necessária para atingi-lo.
c. Cada rede ou cadeia PERT consiste de atividades e eventos ou alvos ao longo do
percurso para um alvo mais importante no plano.
d. Leitura do nosso plano PERT
a. Deve ser lido da esquerda para a direita.
1) Na extremidade direita está o retângulo que representa o evento final (alvo - objetivo) dum esforço de
plantação de igrejas (evento 44).
2) Imediatamente a esquerda deste retângulo (44) estão as suas três partes compostas - eventos 41, 42, 43.
A sua relação com o alvo final é indicada no plano PERT pelas linhas tracejadas.

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3) No estremo esquerdo coloquei o evento O que representa os corações (seja de uma igreja, de uma
equipe, ou dum indivíduo) preparados pelo Espírito Santo com uma vontade de evangelizar e de se
envolverem na plantação de igrejas.
b. Quatro cadeias PERT no nosso plano
1) Cadeia I - Eventos 0 a 12. Evento 12 representa uma igreja que acaba de organizar-se - uma igreja bebê.
Gota As cadeias a seguir, II, III e IV, não são consecutivas, mas sim, simultâneas e podem ser vistas como
sincrônicas e diacrônicas.
2) Cadeia II - Eventos 13 a 18. É dirigida no sentido a atingir um alvo maior - uma igreja que existe para
outros. Duas sub-cadeias terminam com os eventos 15 e 18. Cuidam para as necessidades sociais da
comunidade e para um evangelismo agressivo na área.
3) Cadeia III - Eventos 19 a 35. (composta de cinco sub-cadeias). É dirigida no sentido a atingir uma igreja
que cuida de si própria. Estes cinco são dirigidos no sentido a atingir o culto, a administração, vida
espiritual, finanças, e identidade própria.
4) Cadeia IV - Eventos 36 a 40. (composta de duas sub-cadeias). Dirigida no sentido a atingir uma igreja
relevante a sua cultura.

3. Possíveis objeções
Cada situação que enfrentamos é diferente. Isto simplesmente significa que o plano PERT apresentado aqui
será muito naturalmente ajustado, alterado e ampliado, onde necessário, para fixar a "estratégia de solução única"
considerada sábia e necessária em cada situação de plantação de igrejas.

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O Período Preparatório
A. Pré-requisitos para a Plantação de Igrejas
a. Atividade 00 (Alvo: Evento 0)
O Espírito Santo desperta a vida da igreja, individual e
coletivamente, resultando num amor profundo ao Senhor, uns aos
outros e ao mundo perdido sem Cristo.

$o PERT: O Espírito Aviva


Existe um Espírito
de Avivamento e
00 uma Paixão pelos
Perdidos

O evangelismo agressivo não é automático da parte dos


membros na igreja local. Por que é que estará a ser
negligenciada a missão primordial da igreja quando a
necessidade é tão grande?

“A expansão espontânea” (uma expressão do Roland


Alien baseada em relatos do NT tais como At 16.3, 1 Ts. 1.8 e
At 8.4) resulta de uma experiência previa (pré-requisito)
essencial!
a. As igrejas necessitam de um avivamento: uma
obra soberana de Deus em que Ele restaura, encoraja, e liberta para a
plenitude da Sua benção.
b. Harry Boer (Pentecost and Missions) aponta para o que ele chama “evento do
Pentecostes” que aconteceu no principio da história da Igreja do NT
O grito do coração de Stephen Olford (Heart Cry for Revival) é por uma renovação
desta vida na igreja, sem a qual ela fica impotente e mesmo desinteressada da
evangelização.
e. Uma igreja tem de “andar em Espírito.” (Gl 5.16)
f. As nossas igrejas modernas precisam de uma purificação espiritual e uma

A plantação de igrejas está exatamente no fio da


atividade missionária. Só se pode penetrar nela
com êxito no poder do Espírito Santo, 11
independentemente de quem inicia a ação.
renovação interior.

A. A Iniciativa - De Onde?
a. Atividade 0 (Alvo: Evento 1)

O Espírito Santo leva os Seus servos a


desejar plantar uma nova igreja, quer se trate dum
indivíduo, de uma igreja, de uma sociedade
missionária, ou de uma denominação.

$o PERT: Iniciativa Divina

Existe um Espírito
de Avivamento e Decisão de Plantar
00 uma Paixão pelos 0 uma Igreja
Perdidos

0 1

Se aceitarmos a direção do Espírito na sua Palavra inspirada, não pode haver dúvida
sobre a vontade de Deus acerca do evangelismo.

Para experimentar a iniciativa divina no evangelismo e na plantação de igrejas,


precisamos uma mudança completa nas nossas vidas. Melvin Hodges tem razão enquanto
afirma que “O Espírito deseja habitar em toda a igreja e dirigir todos os seus membros e
não apenas os ministros."

A preocupação pela plantação de igrejas nasce


verdadeiramente do Espírito.

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B. A Equipe de Plantação de Igrejas
a. Atividade 1 (Alvo: Evento 2)

Rever princípios bíblicos de liderança.

$o PERT: Qualificações para Plantadores de Igrejas


Qualificações
Estabelecidas para
Plantadores de
1 Igrejas
Existe um Espírito
00 de Avivamento e 0 Decisão de Plantar 2
uma Paixão pelos uma Igreja
Perdidos
0 1

De preferência, toda a igreja deve tomar a decisão de fundar uma nova igreja
embora que o peso deste ministério cairá sobre alguns deles.

a. A experiência demonstra que provavelmente o pastor ou um ancião será movido


pelo Espírito para agir. Outros serão atraídos para colaborar. (At 13.1-4)

b. Numa igreja cheia do Espírito, os seus membros terão os dons espirituais


necessárias para realizar a Sua vontade.

Note que estamos procedendo na Cadeia 1 do PERT.


O último alvo desta seção é de ter pronto uma
equipe preparada para a ação. Portanto, as
atividades e os eventos nesta cadeia devem ser
passos lógicos para atingir este alvo (Evento 4).

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Segundo os relatos do NT o plantador de igrejas por excelência foi
o Apostolo Paulo. 2 Co 6. 1-10 revela algumas características
fundamentais ao seu sucesso.
a.Era um colaborador (um membro de equipe) e, ao mesmo tempo, um servo de
Deus.
b. Tinha o cuidado de não ofender e desacreditar o ministério.
c. Em face de uma grande variedade de experiências adversas e perseguições, ele
conseguiu agüentar.
d. O fruto do Espírito estava patente na sua vida (pureza, paciência, bondade,
amor).

Um plantador de igrejas tem, sem dúvida, de possuir as qualidades


dum líder. Quem é apto para dirigir? Obviamente, nem todos estão
qualificados. Leroy Aims sugere as qualidades seguintes:
1) Só Deus é a sua suficiência.
2) Uma vida pura (2 Tm 2.19-21)
3) Um humilde servo de Deus (1 Pe. 5.5-6)

b. Atividade 2 (Evento 3)

Selecionar em oração os membros da equipe de


plantação de igrejas.

Estudantes do NT concluem
facilmente, pelo conteúdo de Atos e
Epístolas de Paulo que "ele era um
líder de uma equipe de organizadores
missionários. Eles viajavam juntos e
viviam juntos numa comunidade
enquanto moviam de lugar a lugar.
Cada um com sua tarefa, operando de
forma ordenada.

Hesselgrave enfatiza o fato de que os missionários do NT não eram


voluntários, eram escolhidos pelo Espírito através da oração. O Senhor
envia obreiros (Mt 9.38, Lc 10.2).
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Como é realizado isto na prática? Como é que essa equipe é constituída?
a. Um deles será muito provavelmente o plantador de igrejas
b. A sua volta se reunirão os que tiverem:
1) uma mente missionária
2) uma mente espiritual
3) verdadeiro interesse pela salvação dos perdidos
4) um espírito de equipe
5) um anseio de trabalhar para Deus
6) capacidade de liderança a diferentes níveis
7) espírito otimista, caloroso, amoroso, e atento às necessidades dos outros
Como é que a igreja saberá quais são estas pessoas? Deus falará a estas
pessoas e falará igualmente à igreja. (At 13.1-4)

c. Atividade 3 (Evento 4)

Preparar os membros da equipe


especificamente para atingir os alvos na
plantação de igrejas.

É altamente recomendável que


os alvos de plantação de igrejas
sejam cuidadosamente explicados,
não só à equipe, mas a toda a
igreja. É preciso o apoio de toda
a igreja. Isto promoverá um
espírito de unidade (Fp 2.2).
Pode levar semanas.

Na realidade, uma vez que a igreja esteja


experimentada na plantação de igrejas e
acostumada a pensar em fundar igrejas, o
treinamento de possíveis futuros membros
de equipe torna-se uma parte normal da vida
da congregação.

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Hesselgrave aponta dois tipos de treinamento na Bíblia:
a. O líder, ou lideres, da equipe precisará de preparação especial com
estudos e oração com o pastor. (Paulo com Timóteo e Tito)
b. Os leigos, membros da equipe, podem ser muito ajudados através de
cursos de extensão. (Os crentes de Bereia e Tessalônica eram
estudantes sérios da Palavra de Deus.)

Uma vez que o Evento 3 já tenha sido alcançado, deve ser determinada uma lista de
tarefas iniciais essenciais. Estas incluirão:
a. Evangelização pessoal
b. Trabalho de prospecção da área
c. Ministérios de discipulado
d. Evangelização de crianças
e. Evangelização de jovens
f. Outra evangelização especifica
É aconselhável aproveitar a cooperação das organizações paralelas que são experientes
em ministérios tais como na evangelização de crianças.
A primeira vez é sempre a mais difícil!

C. A Área em Vista
a. Atividade 4 (Alvo: Evento 5)

Escolher possíveis áreas em vista para uma


nova Igreja.
Pensando em Atos 1.8, Hesselgrave
observa: “Parece que em muitos casos se
requer uma visão mundial para ganhar as
nossas Jerusaléns”.
a. Isto significa que a igreja local necessita uma visão missionária para o mundo
inteiro - todo o povo mais perto e mais longe. O ministério local tem a
responsabilidade de cultivar esta visão.
b. Baseado nesta visão é a visão para o povo vizinho.
c. O nosso alvo maior é naturalmente o nosso próprio país.
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Cada congregação local deve determinar as suas
prioridades quanto ao lugar em que irá fundar um novo
trabalho. Muitos fatores recomendáveis podem correta ou
erradamente influenciar a seleção de uma comunidade a
atingir:
a. Alguns cristãos vivem lá
b. Outros crentes querem a sua comunidade evangelizada
c. Pessoas deste lugar estão pedindo que os evangélicos vão para lá
d. O lugar é importante e geograficamente acessível a uma igreja local e não tem
um testemunho evangélico.

As cidades estão se tornando cada vez mais


importantes. As razões são:
1. Abertura à mudanças
2. Concentração de recursos
3. Potencial para um contacto significativo com as comunidades vizinha

b. Atividade 5 (Alvo: Evento 6)

Fazer um detalhado estudo demográfico da área em vista.


Ezra Jones distingue entre o que ele designa por
"estudo genérico da área' é um "estudo de viabilidade”.
a. O estudo genérico cobre uma grande área geográfica,
incluindo muitas terras à volta.
b. O estudo da viabilidade é limitado em muitos casos a uma comunidade,
ou a um segmento em particular da área maior, originalmente
estudada.

Visa especificamente determinar se uma nova igreja é ali necessária e, em caso


afirmativo, o momento o para o arranque.
Um item indispensável no trabalho de estudo demográfico é um mapa da área que
mostra a localização exata da comunidade visada.
Comissões de planejamento de cidades e bairros porão muitas vezes à disposição
mapas com dados sobre residências, negócios, parques, estradas, urbanização e planos
futuros. Companhias de eletricidade e de telefones, etc., também podem fornecer
informações. Uma vez que toda a informação demográfica é colhida, e avaliada uma
decisão final pode ser tomada com confiança.

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c. Atividade 6 (Alvo: Evento 7)
Elaborar a estratégia evangelística inicial para a
área em vista.

 Mesmo sobre a orientação do Espírito


Santo, surgem certas questões:
a. Como deveremos entrar numa área que
conhece pouco ou nada dos evangélicos e da
sua mensagem?
b. Quais os métodos de contatar o povo são os
mais viáveis?
c. Quais os métodos de evangelização mais
recomendáveis?
d. Quais são as necessidades sentidas do povo mais óbvias?

 Contatos de cortesia pré-evangelísticos


São contatos com lideres governamentais, oficiais e representantes dos meios da
comunicação. O motivo é óbvio: Criar um espírito de boa vontade e abrir portas para o novo
trabalho.

 Inquéritos em áreas limitadas


Não obstante a má reputação da atividade das seitas, talvez seja aconselhável planejar
um inquérito sistemático de áreas limitadas a fim de encontrar portas abertas para a
evangelização. Depois de se ter atingido um número predeterminado de contatos suspende-se
o inquérito e inicia-se a evangelização.

 Uma abordagem informativa


Hesselgrave chama a isso "contatos pré-evangelísticos com a comunidade ou procurar
conhecer as pessoas da comunidade e deixar que elas nos conheçam.” É altamente provável
que em muitas partes do mundo há pessoas que nunca tiveram qualquer contato com um
evangélico ou protestante."

 Contato com as massas


a. Há diversos e diferentes modos de iniciar uma campanha.
1) Filmes evangelísticos
2) Ao ar livre usando tenda e terreno alugados por alguns meses
3) Usar o rádio e/ou TV
5) Evangelização em estádios, etc.

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b. O que é importante lembrar é que todos os contatos devem ser amparados e seguidos de
evangelização pessoal competente. Por esta razão, é imprudente colher contatos a mais.
Pode facilmente resultar na pessoa ser escandalizado.
c. O aluguel de edifícios para reuniões, na opinião de muitos, é mais um obstáculo do que
uma ajuda no princípio.

 Reuniões em Casas
a. Um estudioso da Austrália, na base dos seus estudos da igreja nos primeiros séculos, até o
ano A.D. 190, afirma que as igrejas não tinham edifícios no Império Romano.
b. O lar tem sido o centro da evangelização desde os tempos do NT Igrejas-casas resultaram
desta prática. Como todos sabem tem sido o segredo da grande expansão do evangelho na
China até agora.
c. Certamente, do ponto da vista financeiro, evangelizar por meio de igrejas-casas faz sentido
para muitos no mundo fora.

 Contatos evangelísticos seletivos


a. Hesselgrave advogava a seleção em oração de contatos evangelísticos iniciais. (Ciclo
Paulino, passo 2)
b. Ele teme que o fato de se atingir meramente os mais acessíveis possa identificar a igreja
nascente com convertidos que, de outro modo, seriam considerados indesejáveis pela
comunidade maior não salva.
c. Deve-se, portanto, ter em considerarão o tipo de sociedade organizada, antes de se tomar
uma decisão sobre contatos evangelísticos iniciais.
d. Não se trata de discriminação de classes, mas de sabedoria na estratégia na fase inicial.

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O Período Pioneiro
A. Evangelização na Área Visada
a. Atividade 7 (Alvo: Evento 8)
Executar a estratégia evangelística inicial na área visada.

 Participação da igreja
a. Geralmente por esta altura a igreja inteira
espera que Deus atue, e anseia ver bênçãos na
área visada. O Espírito Santo gera este
entusiasmo e expectativa na congregação.
b. No entanto, diversos fatores tenderão a
determinar quantos dos membros de uma igreja
local participarão de fato no esforço inicial.
1) Os horários do emprego facilitam ou dificultam a cooperação.
2) Se a área visada não se encontra dentro do alcance fácil da congregação-
mãe, também isso tenderá a eliminar participantes que não tem transporte.
3) Falta de um esforço determinado para envolver o maior número de
membros da igreja. O peso do trabalho ficará com a equipe.

 Comunicação efetiva: o objetivo


a. O coração da nossa tarefa neste ponto é a efetiva
comunicação do evangelho na área visada.
b. A comunicação real não acontece enquanto a mensagem
não for compreendida e posta em pratica por aquele a
quem se destina. É um processo nos dois sentidos. Os
termos bíblicos como "novo nascimento" devem ser
cuidadosamente esclarecidos.
c. O veículo de uma comunicação efetiva neste contexto
tem de ser uma demonstração prática do cuidado e
percepção amorosa e sensível das necessidades deste
povo. O nosso exemplo é muito importante. (Fp 4.9; 3.17)
20
 Métodos de comunicação
a. Os plantadores de igrejas mais experientes
advogam o uso da maior variedade possível.
b. A visitação aos lares e o estudo bíblico em
grupos pequenos permitem um diálogo
verdadeiro em que as pessoas podem reagir e
fazer perguntas.
c. Em alguns lugares no norte de Europa, como
Alemanha, reunindo em lugares neutros, tem
havido bons resultados porque o povo pode
fazer perguntas fora do contexto da igreja do
estado que eles já rejeitaram.

 O Espírito Santo e a persuasão


a. De acordo com João 16.8, a convicção do
pecado, da justiça e do juízo é ministério do
Espírito Santo.
b. Só Ele pode convencer os homens de que a
justiça de Jesus é absolutamente suficiente
para serem aceitos pelo Pai.
c. Só Ele pode convencer os homens de que
Satanás é julgado e o homem pode ser
salvo do seu domínio.
d. Assim, quando evangelizamos, podemos
tocar nesses temas e deste modo colaborar
com o Espírito no Seu ministério especial.

21
b. Atividade 8 (Alvo: Evento 8)
Tomar boa nota do processo de decisão espiritual enquanto se esta
evangelizando.
Veja o "Processo de uma Decisão Espiritual”.
a. É uma tentativa digna de nota para colocar os ministérios de
comunicação (proclamação, persuasão, e aperfeiçoamento) na
perspectiva do processo da decisão espiritual que é seguido
quando alguém se torna crente em Jesus Cristo e cresce na fé.
b. Ele descreve o papel interativo de Deus e do comunicador
humano neste processo.
c. Todos os envolvidos na evangelização devem conhecer bem
este processo.
1) Papel de Deus
2) Papel do comunicador
3) Processo de resposta por parte da pessoa que esta sendo evangelizada.
d. Assim, o evangelista evitará conclusões superficiais apressadas que poderão de fato
prejudicar todo o processo.

c. Atividade 9 (Alvo: Evento 8)


Garantir que cada novo convertido tenha o aconselhamento
necessário no momento da decisão
É difícil separar a evangelização do aconselhamento. As
atividades 7, 8 e 9 estão intimamente relacionados na prática.
O conselheiro espiritual:
a. Deve estabelecer ou manter contato imediato com o novo
convertido no momento da conversão.
b. Orar com ele
c. Visitar o convertido em casa ou num lugar adequado, num espaço dum dia ou cerca
disso.
d. Dar-lhe aconselhamento bíblico e ajudá-lo dentro do possível
e. Manter a equipe informada do seu processo e dificuldades
f. Ajudar o convertido nas suas primeiras lições do estudo bíblico em casa,
g. Encorajá-lo em devido tempo a tornar-se parte dum grupo formado por novos
cristãos, levando-o mesmo à primeira reunião.

Evangelistas sérios reconhecem que um ponto muito importante da tarefa do


conselheiro é certificar-se de que este novo crente experimentou realmente uma conversão
bíblica (que se voltou para o Senhor, deixando a sua antiga vida e crença). Três passagens
chave do GT são importantes para descrever a conversão. (1 Ts. 1.9, At 26.18; e 3.1 9.)

22
B. Comunhão Cristã e Células de Nutrição
a. Atividade 10 (Alvo: Evento 10)
Reunir os primeiros convertidos para mutua edificação.
Talvez um dos momentos mais excitantes na plantação de
igrejas seja aquele em que novos crentes são apresentados uns
aos outros e começam a reunir-se. É imperioso que se sintam
parte da família divina. A sua reunião com os crentes deve ser
parte do processo de decisão. Por vezes não será fácil.
Isto, contudo, não nega a relativa urgência de reunir os
primeiros convertidos como em Atos 2-42-47.

Unindo novos cristãos numa comunidade familiar local, nós atingimos diversos
objetivos fundamentais:
a. Eles tornam-se fonte de mútuo encorajamento
b. Eles deixam de estar isolados e solitários na sua nova comunhão
c. Eles edificam-se uns aos outros através da oração, estudo bíblico e comunhão
d. Eles são mais facilmente ensinados como grupo
e. Eles formam gradualmente o núcleo de uma nova igreja.

O lugar mais provável onde os primeiros crentes se congregarão é


a casa de um dos convertidos. Os lares são limitados no espaço
útil. Enquanto o número cresce, mais células serão precisas e
portanto mais casas. Isto também resulta em poucas despesas.

Não passará muito tempo, contudo, antes que todos os crentes da área
visada necessitem de se congregar regularmente para culto conjunto.
Isto apresenta um grande problema nas localidades urbanas aonde os
alugueis ou compras de propriedade são exorbitantes. A importância de
células, todavia, deve ser enfatizada. Esta se tornando cada vez mais
importante em todo mundo, especialmente nas grandes Igrejas.

23
C. Discipulado de Novos Crentes, incluindo a Preparação para o
Batismo
a. Atividade 12 (Alvo, Evento 9)
Iniciar um plano para discipular os novos crentes.
Neste ponto no nosso plano PERT, nós temos uma Cadeia Suplementar de
atividades (12, 13, 14) e alvos (Eventos 9 e 11). Eles se representam paralela ou
simultânea às atividades 10 e 11.
Jesus ordena-nos: "Fazei discípulos de todas as nações" (Mt. 28.19). A
evangelização é um meio para atingir este fim.
Um discípulo não é só um aprendiz que aceita as opiniões do seu
Mestre, mas é igualmente um servo desse Senhor/Mestre, com um
compromisso de lhe obedecer e aos Seus preceitos.
a.O nosso plano para discipular novos crentes implica um compromisso
e um processo.
b. Geste sentido, e ao mesmo tempo um ato inicial e uma experiência
continua.
c. O tipo de vida do discípulo é transformada.
O discípulo de Jesus dedica-se:
1) a Cristo (Lc 14.26,27 e 33)
2) à igreja (At 2.41)
3) à Palavra (Jo 8.31)
4) aos outros membros do corpo (Jo 13.35; At 2.44-45)
5) a reproduzir-se (Jo 15.5)
6) à adoração e aos ministério da igreja (At 20.7)
Fazer discípulos é responsabilidade de cada membro da igreja, que é ele próprio,
também um discípulo. Sempre devemos lembrar o alvo final do nosso sistema PERT -
uma igreja madura, capaz e motivada para reproduzir-se.

“Discipular, no contexto do mandato evangelístico, é fazer cristãos


responsáveis e capazes de se reproduzir e que, por seu turno, formam
congregações responsáveis e aptas a reproduzirem-se”. (Gerber)

Existe abundância de excelente e útil literatura que pode ser adquirida atualmente e
que explora todos os aspectos do ato de discipular e do discipulado.

24
b. Atividade 13 (Alvo: Evento 11)
Ensinar cuidadosamente aos novos crentes as doutrinas básicas da fé.
George Patterson definiu a igreja como "uma comunhão de crentes
dedicados a obedecer ao Senhor Jesus Cristo." Ele insiste em que a
entrega do cristão a Cristo não pode ser real a menos que se apóie
sobre a obediência aos Seus mandamentos básicos.
a. Obedecer a Cristo em fé e arrependimento
b. Obedecer a Cristo em batismo
c. Obedecer a Cristo em amor
d. Obedecer a Cristo em oração
e. Obedecer a Cristo na Ceia do Senhor
f. Obedecer a Cristo nas ofertas
g. Obedecer a Cristo no testemunho

Os plantadores de igrejas precisam dedicar tempo a responder às multidões de


perguntas que existem na mente dos novos convertidos e que são geradas pelo seu novo
relacionamento com as Escrituras e doutrinas bíblicas.

Os precedentes do NT parecem favorecer claramente o batismo cedo. Conteúdo,


fatores culturais modernos (Igreja Católica Romana e outros) alertam-nos para
sermos cautelosos e prudentes. É, sem dúvida, desejável que o verdadeiro
convertido seja obediente no batismo, logo que possível.

c. Atividade 14 (Alvo: Evento 12)


Promover atividades congregacionais que ajudam a unir todos os novos
crentes na área em vista.
Até que tenha lugar e organização formal da nova igreja local,
devem ser desenvolvidos todos os esforços para desenvolver a
consciência e coesão congregacional.
a. Atos 2-5 é um modelo para nós nesta fase. É preciso
encorajar-se um espírito de amor, de mútuo cuidado e
preocupação de uns pelos outros (da ordem evidente
nos primeiros tempos da igreja de Jerusalém).
b. Tempos de convívio planejado montam o palco
para comunhão e partilha mútua, numa escala
mais ampla.

25
d. Atividade 11 (Alvo: Evento 12)

Ensinar aos novos crentes os pré-requisitos


básicos para se ser membro da igreja local e
avançar para a organização da nova
igreja local.

Toda a denominação ou grupo evangélico tem os seus próprios pré-requisitos ou


normas para se ser membro da igreja local. A filosofia básica parece ser a de que ninguém
deve se tornar membro da igreja local a não ser que tenha uma clara compreensão do que
isto implica e significa e esteja disposto a permanecer na doutrina e na prática professadas.

Alguns fatores que muitas vezes influenciam o tempo da organização são:


a. Uma declaração doutrinária adequada
b. Apoio de outras congregações irmãs
c. Um pastor
d. Um Certo número de crentes batizados
e. Um certo nível de capacidade financeira
f. Um lugar para reunir toda a congregação
g. Anciãos competentes responsáveis

O que acontece à equipe de plantação de igrejas quando


começa a tomar forma a organização formal da igreja?
Obviamente não pode continuar como antes!
a. Alguns membros, possivelmente, ficarão como membros da nova
congregação, dando conselho e apoio.
b. A equipe, como equipe, deve transferir gradualmente as suas
responsabilidades à nova organização.
c. Em particular, as contribuições financeiras locais devem ser
tratadas pelo núcleo e não pela equipe.
d. Os membros da equipe que não desejam tornarem-se membros
da nova igreja regressarão simplesmente à comunhão da sua
igreja-mãe.

26
O Periodo de Crescimento e Organização
A. Preocupação Social e Evangelização
O Período de Crescimento e Organização no nosso plano PERT
inclui mais três cadeias de atividades e eventos que nos levam a
atingir as três partes no nosso alvo final - uma igreja madura, capaz
e motivada a reproduzir-se. Note bem que estas três cadeias não
devem ser consideradas em seqüência, fora da sua própria cadeia de
eventos. Em vez disso, neste ponto, a nova igreja deve começar a
crescer simultaneamente de diferentes maneiras. Cada igreja será
diferente, dependendo das circunstancias locais.
As Cadeias II, III e IV fornecem-nos um padrão que é útil para analisar
qualquer igreja e determinar porque não está reproduzindo-se. A principal ênfase é
o equilíbrio no crescimento.
Neste momento consideramos, portanto, a Cadeia II que desenvolverá a nova
igreja na direção de um alvo importante no nosso plano - uma igreja que vive para
outros. No nosso plano PERT isto é o Evento 41.

1. Preocupação Social pelas Necessidades Sentidas na


Comunidade da Área Visada
a. Atividade 15 (Alvo: Evento 13)
Tentar estabelecer contato com mais pessoas de diferentes
níveis da sociedade. Familiarizar-se mais intimamente com
a população da área visada.
O verdadeiro cristão, com o amor de Deus no seu
coração, fará tudo o que puder para ajudar os que se encontram
em necessidade.
a. Gl 6.10 - "enquanto temos tempo, façamos bem
a todos...
b. Mt 5.16 - "assim resplandeça a vossa luz diante os homens, para que
vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus."
c. Lc 10.30-37 - a Parábola do Bom Samaritano
d. Lc 10.27 - "Amarás... o teu próximo como a ti mesmo."
Tornar-se-á evidente no que se segue que a preocupação social é por vezes, um
meio, por vezes uma ponte de amor e outras vezes um resultado ou conseqüência da
evangelização.
Nesta Cadeia do PERT, será necessário lembrar que a preocupação social pode
acontecer simultaneamente com os esforços evangelísticos. Em alguns casos, pode abrir a
porta à evangelização. Nunca será um alvo isolado porque o problema básico do homem
não é social.
A Atividade 15 tem a ver com esta questão: contato com as “almas” no
seu ambiente físico, aonde vivem. Precisamos sair dos nossos lugares
27
protegidos e entrar no mundo real daqueles que desejamos contatar que
estão perecendo sem esperança.
a. Hesselgrave disse, "Pense na estrutura social como dizendo respeito a
essas relações sociais que parecem ser de importância crítica para o
comportamento dos membros da sociedade."
b. McGavran disse, “Os novos cristãos devem lutar por serem realmente
cristãos e por manter um contato constante com os familiares...
Devem ser bons para com os seus e, ao mesmo tempo, diferentes
deles."
c. Pareceria muito razoável dizer que nós penetramos melhor numa
comunidade através dos nossos primeiros convertidos que tenham
sido encorajados a permanecer em contato com os seus familiares e
amigos - para brilhar na escuridão em que eles se encontram.
Podem estabelecer contatos com outras igrejas, diretores de escolas,
funcionários do governo, diretores de firmas, profissionais em serviços sociais
na comunidade.

b. Atividade 16 (Alvo: Evento 14)


Observar as condições sociais e necessidades sentidas na
comunidade visada.
Os problemas constituem muitas vezes oportunidades para um
valioso contato evangelístico. Jesus é o nosso exemplo na maneira
em que cuidou das necessidades das multidões que O seguiam. É
preciso procurar descobrir como utilizar “pontos de amor'” que nos
ajudarão a penetrar os seus corações.

c. Atividade 17 (Alvo: Evento 15)


Fazer um plano que mobilize a igreja no sentido de ajudar a
satisfazer as necessidades sociais, dentro das suas possibilidades.
Uma vez que as necessidades são identificadas, a igreja deve
mobilizar os seus membros que tem os dons para tarefas especificas
necessárias na satisfação delas. Centros diários (creches) para o
cuidado de crianças, classes para ensinar as pessoas a ler, serviço
gratuito de enfermagem, oferta de medicamentos, e recuperação de
viciados da droga são exemplos de ajuda social que pode ser
oferecida por igrejas evangélicas no mundo fora. Cuidado para que a preocuparão
social não domine a vida da igreja!

2. Evangelização Agressiva à Comunidade o ao Mundo


A igreja atingirá um contato vivo de envolvimento com a comunidade
que a rodeia, pela busca continua e difícil dos perdidos, dirigida pelo Espírito.
Esta é a forma mais importante de viver para os outros.

28
a. Atividade 18 (Alvo: Evento 16)
Dar preparação em evangelização pessoal aos membros da
igreja.
Cada membro da igreja, de fato, cada crente, deve saber
como compartilhar a sua fé. Biblicamente e historicamente
tem sido os leigos, mobilizados e motivados para um
ministério espiritual, que tem conseguido a expansão
espontânea da igreja.
Seis bons princípios do crescimento da igreja são
sugeridos por Chaney e Lewis:
a. Prioridade ao estudo bíblico
b. Liderança crescente
c. Ambiente de crescimento
d. Pequenos grupos ou células
e. Uma honesta auto-apreciação ou avaliação
f. Govas unidades ou pessoas, quer sejam convertidas ou vindas de outros lugares.
A liderança da igreja precisa de esforçar-se na preparação de cada membro no
evangelismo pessoal efetivo.
a. Utilizar cursos sobre o evangelismo pessoal publicados por várias entidades
evangélicas.
b. Ensinar como utilizar folhetos e livrinhos como “As Quatro Leis Espirituais” e
“Quatro Passos para Paz com Deus."
c. Uma percepção verdadeira de como o Espírito Santo está trabalhando na vida e
coração de uma pessoa é essencial no processo evangelístico e na conversão
verdadeira.

b. Atividade 19 (Alvo: Evento 17)


Estudar e experimentar a maneira de melhor evangelizar a área visada.
Naturalmente, algumas determinações terão de ser
feitas antes de a Evangelização inicial ter sido começada
na área visada (Atividade 6). Algumas, ou todas estas
poderão revelar-se sucedidas na prática e devem ser
continuadas e ampliadas com o envolvimento de mais
participantes.

29
Como todos os plantadores de igrejas sabem, vários métodos podem ser utilizados.
Baseando-nos na Grande Comissão, sabemos que:
a. Todas as pessoas da área são importantes para Deus.
b. Todas são o nosso alvo na evangelização.
c. Qualquer método usado tem de nos possibilitar o contato com essas pessoas.
d. Depois de contatado, cada um deve chegar realmente a "ouvir", para poder
arrepender-se e crer.
e. Para efetuar o contato, a igreja tem de querer fazê-lo.
f. O amor e compaixão de Cristo tem de encher os nossos corações.
g. O ideal Bíblico é que todos os membros se envolvam em testemunho pessoal.
Entre os métodos válidos usados para fazer contatos evangelísticos encontramos os
seguintes:
a. Inquéritos de porta em porta
b. Inquéritos por telefone
c. Relações familiares alargadas
d. Inquéritos entre conhecidos (contatos sociais)
e. Projeção de filmes em lugares públicos
f. Contato por assistência social
g. Distribuição de literatura com o endereço da igreja
h. Células de estudo bíblico com os vizinhos

c. Atividade 20 (Alvo: Evento 18)


Elaborar e executar planos e concretizar maneiras de
evangelizar a comunidade visada.
O Espírito Santo tem de ser reconhecido corno o
"General", em todo o tempo (Atos 1:8). Um espírito de
oração e discipulado em toda a estratégia, planejamento e
administração são necessários.
Os princípios PERT explicados no ponto No 2 podem ser
aplicados à qualquer operação de planejamento, tal como este que diz
respeito à evangelização. Os alvos ou objetivos evangelísticos locais específicos tem de
ser definidos e as correspondentes atividades determinadas, em relação a maneira como se
poderá atingir cada alvo. Eventualmente pode se tornar rotina normal.
Os participantes têm de receber literatura, materiais de evangelização pessoal,
mapas e orientação específica para evitar qualquer confusão.

30
Ao atingirmos os alvos da Cadeia II (Eventos 15 a 18), chegamos ao
Segundo grande alvo do nosso esforço de plantar igrejas. Temos agora uma
igreja que existe ou vive para os outros.

Peter Wagner comenta significativamente a este propósito:


"Uma igreja amadurecida discípula com êxito os não-cristãos da sua própria
comunidade. O crescimento resulta de conversões entre as pessoas do mundo, do
crescimento biológico e por mudanças de residência. $ão só cresce como congregação,
mas, sendo uma igreja amadurecida, envia pessoas para plantar outras igrejas em
comunidades vizinhas. Finalmente, ela passou a ter uma visão cultural mais ampla para
o estabelecimento de igrejas no seio de outras culturas, de perto ou de longe ... um dos
mais avançados sinais de maturidade."

B. A Vida Espiritual
O Período de Crescimento e Organização do nosso Plano PERT consiste de cinco
sub-cadeias que envolvem (1) liturgia, (2) administração, (3) vida espiritual, (4) finanças, e
(5) auto-imagem ou identidade. Estes cinco objetivos são partes integrantes de um dos
nossos grandes alvos na plantação de igrejas - uma igreja que cuida de si própria. Central
e muito fundamental entre estes objetivos é a Vida Espiritual. O propósito neste momento
é esboçar as atividades necessárias para que a nova igreja atinja e continue a gozar uma
saudável espiritualidade. Uma igreja que é espiritualmente doente nunca se reproduzirá. A
Cadeia II não atingirá os seus alvos com êxito se a Cadeia III falhar em atingir os seus
alvos. Portanto, vemos a importância da ação simultânea destas Cadeias. Desejamos um
crescimento equilibrado.

1. O Ensino da Mordomia
a. Atividade 30 (Alvo: Evento 27)
Ensinar cuidadosamente a doutrina bíblica da
mordomia.
A doutrina da mordomia tem sido desfigurada e
deformada nas mentes de muitos membros das nossas
igrejas por uma incorreta ênfase, principalmente em dinheiro
e finanças. A mordomia tem a ver com tudo o que um cristão
possui, como tempo e talentos, assim como bens materiais e a
sua própria vida. O aspecto financeiro é apenas uma pequena
parte desta doutrina no NT.
Para o novo crente na igreja, não há nada, realmente nada, mais
importante que a sua obediência à compreensão bíblica do que significa ser um mordomo
cristão. É um dos itens com prioridade no processo do discipulado.

31
Essencialmente, um mordomo é uma pessoa que
administra, dirige ou orienta algo que não lhe
pertence.
a. Veja o ensino de Paulo em 1 Co 6.19-20a - “Ou
não sabeis que o vosso corpo é o templo do
Espírito Santo que habita em vós, proveniente
de Deus, e que não sois de vós mesmos? Porque
fostes comprados por bom preço... "
b. Go contexto cristão o recém-convertido
pertence literalmente a Deus. Ele tornou-se
um mordomo de Deus, tudo foi-lhe confiado
pelo seu Senhor para sabiamente
administrar.
c. Veja a Parábola dos Talentos - Mt 25.14-30
a) Os crentes são ensinados a ver que
pertencem completamente ao Senhor.
b) Cada um é, por conseguinte, um mordomo.
c) Um "templo" foi confiado ao cuidado de cada um.
d) Cada um recebeu três dons básicos para administrar para Deus:
1) bens materiais
2) talentos naturais
3) dons ou capacidades espirituais
e) O Senhor espera que os Seus mordomos sejam espirituais, dedicados, alegres,
sábios e generosos na sua administração.
f) Deus irá um dia exigir contas da mordomia de cada cristão.

Os conceitos bíblicos acima referidos põem o fundamento para


uma entusiástica mordomia financeira.
a) A falta de compreensão desta doutrina é, afinal, a razão porque muitos são
desobedientes no que diz respeito à sua mordomia.
b) O nosso alvo neste assunto é de fielmente e cuidadosamente ensinar Cada
novo crente acerca da doutrina Bíblica da mordomia, encorajando cada um a
ser obediente ao Senhor como membro do “corpo”. Obediência na mordomia
incluirá obediência no aspecto financeiro.
A igreja descobrirá que a maneira em que a igreja cresce estará diretamente
proporcional à obediência dos seus membros no assunto da mordomia bíblica.

32
2. A Descoberta e Nutrição de Dons Espirituais
a. Atividade 31 (Alvo: Evento 28)
Ensinar claramente a doutrina bíblica que diz respeito aos dons espirituais,
encorajando cada crente a descobrir o seu dom ou dons.
1) Dons espirituais - a congregação em geral
a. Hesselgrave disse, “Num sentido muito real, cada membro da igreja é um 'dom
pessoal' para todos os outros."
b. Todos os membros são, assim, capacitados pelo Espírito para juntos participarem na
edificação da igreja como um corpo. (1 Pe 4.10)
c. Paulo ensinava a respeito dos dons logo desde o princípio de cada nova igreja.
d. Todo o pastor deve ter o alvo de ajudar cada membro a identificar o seu dom e,
depois, a identificar o lugar onde o seu dom se ajuste ao trabalho global da igreja.
2) O Espírito Santo e os dons
c. O Espírito Santo pessoalmente habita em cada verdadeiro crente em Jesus
Cristo (Rm 8.9).
d. É este Espírito (1 Co 12:13) que equipa cada novo cristão (1 Pe 4.10; Ef 4.7; 1 Co
12.7).
e. Ginguém deve alimentar um complexo de inferioridade.
f. Esta doutrina básica deve ser ensinada e posta em prática para atingir o alvo - a
igreja que cuida se mesma - PERT Evento 42.
3) Os dons e a sua descoberta
a. "Um dom é uma capacidade dada pelo Espírito para o serviço cristão.” (Dr.
Lesie Flynn)
1) Nunca se deve confundir com um talento natural (ou aptidão inata). Este é
também dado por Deus.
2) Também, não devemos confundir os dons com cargos (apóstolo, profeta,
evangelista, pastor, professor), com ministérios (tais como o de Paulo aos
gentios), com frutos (como em Gl 5.22), ou com espiritualidade (1 Co 1.4).
3) Flynn encontra um total de dezoito dons nos escritos de Paul (Rm 12.3-8, 1
Co 12.8-10, 28-30 e Ef 4.11)
b. Como é que os lideres das igrejas podem encorajar os crentes a descobrir os
seus dons espirituais?
1) Encorajando-os a envolverem-se em serviço cristão de diferentes tipos. Certas
capacidades espirituais tornar-se-ão evidentes;
2) Ensinando-os a estarem atentos aos seus desejos de um dom. Existe uma
relação entre desejo, dom, e a chamada de Deus para usá-lo;
3) Estimulando-os a dedicarem-se ao dom ou dons para que se sintam atraídos. É
um passo da entrega;

33
4) Ajudando-os a desenvolver um dom, através da utilização fiel do mesmo. Os
dons têm de ser exercidos (1 Tm 4.14-15; 2 Tm 4.5);
5) Observando se eles sentem prazer no uso do seu dom. Em Grego,
'dom'(charisma) está relacionado com alegria (citara);
6) Encorajando-os a estarem conscientes do discernimento de outros crentes.
Haverá dons espirituais reconhecidos pelos irmãos (At 6.3; 16.1-3)
4) Dons de Liderança
J. Oswald Sanders afirma que “os líderes espirituais não se fazem por eleição ou
nomeação, por homens ou qualquer combinação de homens, nem por conferências ou
sínodos. Só Deus pode fazê-los. A liderança espiritual é uma atribuição do Espírito e é
conferida unicamente por Deus.

“Genhuma organização pode ser mais forte que a sua liderança.


Por esse motivo, pensar, orar, trabalhar e planejar, com a visão de
levantar liderança espiritual para a igreja que se organiza, devem ter
toda a prioridade." (Hesselgrave)

A nova igreja deve ser ensinada a reconhecer e selecionar homens e mulheres


dotadas, e espiritualmente qualificados, para a liderança. Três palavras Gregas (proisteme -
Rm 12.8; cubernesis - 1 Co 12.28- e hegeomai- Hb 13.7, 17, 24) definem os dons de
liderança. Capacitam o líder para superintender, presidir, governar, administrar, comandar
e reinar ou conduzir. A posse deste dom dá a pessoa um senso esmagador de missão - uma
força espiritual íntima no sentido dos seus alvos.

"As verdadeiras qualidades de liderança encontram-se nos que estão


dispostos a sofrer por amor de objetivos suficientemente grandes para
exigirem a sua total obediência.” (Sanders)

A liderança só pode ser exercida com eficácia quando a pessoa está cheia do
Espírito (Ef 5.18). Sanders disse que o Líder será caracterizado por:
1) Disciplina 7) Humor
2) Visão 8) Ira ou cólera justa
3) Sabedoria 9) Paciência
4) Clara Decisão 10) Amizade
5) Coragem 11) Tato e Diplomacia
6) Humildade 12) Capacidade Executiva
Se a liderança não é compartilhada, corre o risco de ser ditatorial e ocasionar
divisões. Se for demasiado compartilhada, corre o risco de ser descontrolada e
ineficaz.
34
3. Um Ministério Dinâmico de Edificação Relevante ara as Necessidades das Pessoas
a. Atividade 32 (Alvo: Evento 29)
Providenciar ensino eficiente e relevante com vista a satisfazer
as necessidades da congregação.
1) Os líderes das igrejas do NT eram indiscriminadamente chamados pastores,
anciãos e superintendentes (bispos), conforme a sua função específica - os termos
são mais ou menos sinônimos. Eles deviam:
a. Governar a congregação pelo exemplo (1 Pe 5.3)
b. Ministrar a Palavra de Deus (1 Pe 5.2)
c. Equipar os crentes da igreja de modo que, por sua vez, pudessem edificar-
se uns aos outros (Ef 4.11)
d. Proteger a igreja de falsos mestres (At 20.28-30)
e. Visitar os doentes e orar pela sua cura (Tg 5.14)
2) Um estilo homilético expositivo que se esforce por explicar o significado das
Escrituras, frase por frase, verso por verso, será consistentemente usado pelo
Espírito Santo. O programa de ensino da igreja deve abranger toda a Escritura
dando uma dieta equilibrada.

4. A Prática da Vida do Corpo


a. Atividade 33 (Alvo: Evento 30)
Estimular continuamente os membros da igreja e viverem como um corpo.
Ao escrever às igrejas de Roma, Corinto e Éfeso, o Apóstolo Paulo foi inspirado a
usar a analogia do corpo humano, quando se referia a relação desses crentes uns com os
outros, na igreja. A igreja é como um corpo.
1) A igreja deve ser uma testemunha de Cristo que vive dentro dela, em palavra, em
atitude e em ação. Ela deve mostrar-se visível ao Cristo invisível (Ef 2.19-22; 3.9-
10; At 1.8)
2) Como um corpo, a igreja saudável tem de manter a unidade do Espírito (Ef 4.3-6)
3) Cada membro do corpo tem de reconhecer e começar a exercer o seu dom ou
dons espirituais como já explicamos nas Atividades 31 e 32 dessa Cadeia.
4) Os cargos de apóstolo, profeta, evangelista, pastor e professor devem admitir que
eles existem apenas para uma função: treinar, motivar e fortalecer as pessoas
para fazer o trabalho do ministério.
5) A obra do ministério consistirá de evangelizar, ensinar, orar e explicar os tempos
(Lc 4.17-21)
6) Para isso, os membros da igreja têm de se conhecer intimamente uns aos outros e
suficientemente bem para serem capazes de levar as cargas uns dos outros num
ministério uns aos outros através da Palavra, cânticos e oração (Gl 6.2; Jo 13.34,
Tg 5.16). O último alvo: serem conforme a imagem de seu Filho.

35
C. Adoração Significativa
Missiologista Dr. George Peters diz que "a
fim de ministrar aos outros [a nossa Cadeia II no
PERT] a igreja tem de aprender a ministrar à si
própria e a edificar-se num tipo de comunidade de
qualidade." Neste ponto continuaremos com a
Cadeia III, estudando mais um dos ingredientes
essenciais para a igreja poder cuidar de si mesma.
Lembramos que o crescimento e a
organização no que diz respeito ao culto devem
ser sincronizado com as outras atividades na
Cadeia III. Na plantação de igrejas, é preciso dar
atenção cuidadosa a todos os assuntos ao mesmo
tempo para assegurar um crescimento equilibrado.

1. Avaliação dos Elementos do Culto Público


- Haverá Comunicação?
O vocabulário bíblico para adoração é muito extensivo. Contudo, os significados
essenciais, tanto no Hebraico como no Grego, concentram-se sobre culto ou serviço a
Deus, no sentido em que os seus servos em adoração, se inclinam em temor reverente e
senso profundo de adoração e admiração. A adoração era congregacional para a maior
parte nos tempos do V.T.; primeiro no tabemáculo, depois no templo, e finalmente, na
sinagoga e templo durante e após o cativeiro. Esta última chegou ao tempo de Jesus e aos
primeiros anos da igreja que, provavelmente, seguia o modelo da sinagoga.
a. Um Problema fundamental
Um problema fundamental relacionado com a adoração pública é o seu ritual ou
cerimônia, em tensão ou conflito com os seus aspectos espirituais. Muitos israelitas
experimentavam verdadeira e intima adoração espiritual, expressando o seu amor e
gratidão a Deus por meio do louvor público, nos salmos e nas orações. Contudo, outros
ficaram pela margem, observando os movimentos, mas vazios de qualquer benção ou
edificação espiritual pessoal.
Cristo participou nos dois (templo e sinagoga), mas sempre indicou a adoração que
é o amor do coração para com o Pai celestial. A adoração verdadeira é um culto oferecido
a Deus não só em termos de adoração no templo, mas de serviço ao nosso semelhante (Lc
10.25; Mt 5.23; Jo 4.20-24, Tg 1.27).

36
b. A adoração no NT
No que diz respeito ao NT, as nossas
noções de adoração cristã são muito vagas. É
evidente que o dia de culto por excelência era o
Dia do Senhor (At 20:7):
a) A adoração era prestada nos lares dos
crentes;
b) A simplicidade seria a nota-chave
destes cultos de adoração nas casas
que consistiam, na maior parte dos
casos, de louvor (Ef 5.19; 1 Co 3.16),
oração, leitura das Escrituras e
exposição.
c) A festa do amor (ágape), seguida pela Ceia do Senhor (1 Co 11.23-28) eram
também características comuns do culto cristão.
d) A ênfase em tudo seria sobre o Espírito e o íntimo amor e devoção do coração.

As passagens clássicas sobre o culto cristão são Jo 4.23-24 e Fp 3.3; elas revelam
essa essência intima como uma genuína expressão de intimo amor e devoção.

c. Definindo a Adoração Atual


Crannell escreve: “A adoração é a resposta ao Espírito de Deus em nós ao Espírito
n'Ele, pelo qual nós respondemos ‘Abba Pai’, chamado das profundezas para as
profundezas.'
Quando adoramos a Deus
fazemos uma tentativa de amor de Lhe
retribuir uma divida que, afinal de
contas, é impossível de pagar. A
adoração expressa uma atitude da
mente. A adoração pública de Deus na
presença do Seu povo é uma
necessidade da vida cristã.

37
d. Atividade 21 (Alvo: Evento 19)
Esforçar-se por identificar os elementos nos cultos públicos que não estão
comunicando, quer a cristãos, quer a não-cristãos.
Muita da nossa moderna atividade religiosa congregacional não resulta num
significativo encontro com o nosso Deus. Mesmo entre igrejas evangélicas conservadoras,
muitas são apanhadas na armadilha de um formalismo estéril.

“As igrejas estão cheias de pessoas que exteriormente parecem


satisfeitas e em paz, mas intimamente clamam por alguém que as
ame... exatamente como são: confusas, frustradas, muitas vezes
assustadas, culpadas e, freqüentemente, incapazes de comunicar-se
mesmo no seio das suas próprias famílias." Keith Miller

“A liturgia de uma igreja amadurecida não é uma cópia exata da igreja-mãe.


Ela, inteligentemente, examinou todas as coisas e reteve o bem.” Peter Wagner

a. Estaremos brincando nas igrejas, com formas ou vocabulários que têm pouco
ou nenhum significado para o adorador em geral?

1) Hinos e músicas combinam o bom gosto com


música autêntica e capaz de estabelecer o equilíbrio
entre a reverência e a indulgência? A hinologia da
igreja amadurecida reflete o idioma musical ou
étnico de modo reconhecível?

2) Pregação - O estilo homilético deve comunicar as


verdades da Palavra de Deus. Não há qualquer
estilo certo. Só se não comunica o que está errado,
independentemente do estilo.

b. Talvez os membros da igreja devessem ser encorajados individualmente a


revelar as suas opiniões acerca das reuniões públicas. Os lideres da igreja
devem estar sinceramente interessados em ouvir, e também preparados para a
crítica.

38
2. Mudanças Necessárias para Melhorar a Adoração
a. Atividade 22 (Alvo: Evento 20)
Decidir a forma de melhorar a comunicação nos cultos públicos de adoração.

Comunicação - Cultos da Igreja


A preocupação em cada contexto da igreja local é alcançar o 'elo comum' essencial
para a adoração significativa.
Os que são responsáveis pelo ministério na igreja local devem estar vitalmente
interessados na melhor ‘realimentação' possível dos 'receptores' - a congregação - a fim de
perceberem quais as medidas precisam tomar para o aperfeiçoamento da comunicação.

Quais são as regras simples para se ter em mente quando se planeja as reuniões
congregacionais da igreja?
1) Lembrar que Deus quer falar a cada pessoa do auditório. Ele fará isso através do
corpo, não apenas do púlpito.
2) A verdade básica do evangelho deve ser claramente comunicada de forma verbal e
d forma não verbal.
3) Os crentes primitivos reuniam-se para:
a) Adoração
b) Oração
c) Comunhão na Mesa do Senhor
d) Serem instruídos na fé
e) Darem dos seus bens
f) Se ajudarem mutuamente e
g) Desempenharem a sua missão (At 2.41-47; Gl 6.2)
4) Será que o Espírito Santo tem liberdade em cada culto? (1 Ts 5.19). As igrejas
estão extinguindo o Espírito?
5) Será que cada culto aumenta o sentimento de fraternidade da casa ou família de
Deus? Será que os presentes demonstram a sua unidade em Cristo, seu Senhor?
(Fp 2.1-4; Ef 2.19)
6) Será compreensível a linguagem usada no culto? Será entendida a mensagem de
Deus?
7) Serão os lideres absolutamente claros quanto aos alvos do culto?

39
b. Atividade 23 (Alvo: Evento 21)
Realizar cultos, tendo sempre em mente as Atividades 21 e 22

1) Se não tivermos cuidado, nem estivermos


alertas quanto ao que foi dito aqui, certa
calosidade ou endurecimento irá se
desenvolver gradualmente na congregação.

2) Cada reunião da igreja apresenta um novo


conjunto de condições. Os lideres devem
permanecer flexíveis, deixando muitas vezes
ao Espírito a liberdade de alterar uma ordem
de culto previamente planejado. Devem ser
sensíveis ao que está de fato acontecendo na
congregação, bem como no púlpito.

3) Os lideres não devem consentir que eles próprios venham a ser esmagados pelo
tamanho da congregação, quer seja grande ou pequena.
a) Em todo caso, o entusiasmo, as ações de graças, a comunhão ou koinonia sincera e a
santa alegria e adoração devem ser contagiosos e cultivados (Fp 4.4; Cl 3.12-17).

b) A oração deve permear a reunião onde o povo de Deus se encontra: antes, durante e
após. Procuramos a sua bênção.

40
D. Administração Da Igreja
Dayton e Frazier afirmam que a administração é uma habilidade aprendida. Este
ponto trata da administração dos assuntos numa nova igreja local, em particular. Uma
nova igreja tem que crescer não só na sua vida espiritual e numa adoração com
significado, mas tem de crescer igualmente de uma forma ordenada e disciplinada. Do
contrário, a confusão e frustração dai resultantes irão efetivamente minar a energia
espiritual necessária para atingir o alvo. A razão porque muitas igrejas evangélicas têm
sucumbido num estado prático de ditadura é que elas nunca foram levadas a crer que
qualquer outra coisa fosse possível ou aceitável. Hesselgrave afirma que devemos
estabelecer uma organização permanente que seja bíblica, funcional, eficaz e expansível.
O termo expansível leva consigo o pensamento de adaptação ao crescimento da igreja.

1. Determinação das Atividades Necessárias para a Vida e o Ministério da Igreja


a. Atividade 24 (Alvo: Evento 22)
Determinar quais as atividades necessárias para a vida da igreja, interna e externamente.
Em Jerusalém, a igreja começou a crescer e tornou-se evidente que tinha
necessidades administrativas, (Atos 6) Exigiu uma solução para que o ministério da
palavra pudesse avançar.
Uma liderança sabia delega as responsabilidades:
a) Em Jerusalém, os doze delegaram certas tarefas a homens cheios do Espírito. O
resultado foi o crescimento continuo da igreja (At 6.7).
b) O conselho de Jetro a Moisés (Ex 18.13-17), deixou Moisés livre para assuntos mais
importantes da sua chamada.
c) Roland Allen escreve: "Havia ordem na expansão... ministros eram nomeados entre
eles, presbítero bispos, ou bispos, que, por seu turno podiam organizar e trazer para
a unidade da igreja visível qualquer novo grupo de cristãos das vizinhanças."
d) Sob a liderança do Espírito, uma das importantes funções específicas dos anciãos da
época do GT era a de governar a congregação (1Tm 5.17), não 'dominando-a’
(katakurieuontes), mas pelo exemplo (tupoi, 1 Pe 5.3). (Hesselgrave)
Estamos falando acerca da vigilância espiritual ou tomada de consciência por parte
da liderança quanto as verdadeiras necessidades de organização e administração da igreja
em crescimento. Todos os membros devem ser encorajados a ajudar nisto.
Normalmente dezenas de 'tarefas' específicas serão reconhecidas. Serão logicamente
relacionadas umas com as outras, de forma ordenada. Tornar-se-á evidente no processo
que existem certos departamentos ou divisões na administração que devem ser
organizadas.
a. Igrejas novas terão muito menos necessidades administrativas que as igrejas
maiores. As soluções devem ser estritamente funcionais.
b. Veja em anexo, o quadro “Administração Centrada em Equipe”.
c. Enquanto a igreja cresce, é ampliada a capacidade da administração dela. O fator
importante é que ela seja dirigida nisto pelo Espírito.
41
b. Atividade 25 (Alvo: Evento 23)
Descrever resumidamente cada tarefa necessária na vida da igreja.
1. A $ecessidade e Utilidade
a) Os 'leigos’, bem como o pessoal assalariado nas igrejas, estão ansiosos por
saberem exatamente o que se espera deles, qualquer que seja o serviço.
b) As descrições da tarefa servem para diversos propósitos na igreja:
1) Ajudam-nos a saber quais as nossas tarefas e porque estamos na
organização;
2) Providenciam um veículo para estruturar a organização, permitindo a
designação da responsabilidade, a clarificação de canais de comunicação
formais e as relações de informações entre lideres e obreiros;
3) Podem ser usadas seletivamente para identificar as qualificações requeridas
para o trabalho e também para a orientação de pessoas que serão colocadas
nessa tarefa;
4) Pode ser útil para preparar a pessoa com vista a essa tarefa, motivando-a no
sentido de corresponder às suas exigências, definindo alvos para futura
ação, ajudando a adquirir uma compreensão da jurisdição das suas
atividades.

2. Escrevendo a Descrição da Tarefa


a) O formato não é importante se tiver toda a informação essencial.
b) As partes da descrição da tarefa:
Titulo da tarefa - Procure um título que descreva exatamente o serviço que
deve ser realizado: Pastor, Diácono, Ancião, Superintendente da Escola
Dominical, Porteiro, etc.
$ome - do próprio indivíduo que irá ocupar o cargo
Data - a data da ocasião em que foi escrita ou revista a tarefa.
1) Parte 1 - resumo da tarefa - Este é o resultado final que a tarefa visa
conseguir. É o mais difícil de escrever em todo o processo de descrição da
tarefa. Deve ser mensurável, definido e especifico.
2) Parte 2 - os deveres da tarefa - Os deveres da tarefa consistem de uma
lista das atividades exatas exigidas para atingir o alvo da tarefa, tal como é
apresentado no resumo. É aqui que se torna possível estabelecer uma clara
distinção entre as tarefas na igreja. Cada tarefa descrita leva consigo as
suas responsabilidades peculiares.
3) Parte 3 - relações organizacionais - As relações organizacionais
estendem-se em quatro direções: para cima, para baixo e para os lados, nas
duas direções. Cada pessoa que ocupa um cargo é responsável perante

42
(para cima) alguém e por (para baixo) alguém. Todavia, ao mesmo tempo,
tem relações (aos lados) com outros.
4) Parte 4 - qualificações - Isto é o que a pessoa devia idealmente ser e saber
a fim de com toda a eficiência realizar o resumo da tarefa. Devem ser
realistas.
5) Parte 5 - treinamento e desenvolvimento - Neste ponto, a descrição do
trabalho tem de ser necessariamente personalizada e levar o nome da
pessoa que preenche as qualificações. Ela tem de se aperfeiçoar para estar
mais bem qualificada. Isto deve ser um plano de mútuo acordo. Deve ser
um plano especifico, com data.
c) Normalmente, uma pessoa que se especializa numa determinada área terá a
responsabilidade de descrever as tarefas dentro dessa área.
Esta é a obra de Deus e aqueles que servem em qualquer capacidade devem ser qualificados
espiritualmente. Gote as descrições que Paulo fez em 1 Tm 3.1-13 e Tt 1.5-9.

3. Seleção e Treinamento dos que Servirão nas Diversas Responsabilidades


a. Atividade 26 (Alvo: Evento 25)
Certificar-se de que cada pessoa que aceita uma tarefa especifica compreende a
descrição da respectiva tarefa e suas implicações.
Aqueles que foram escolhidos para servir devem saber 'o que' se espera deles e
'como' fazer o que lhes foi designado. Isso vai requerer paciência e mais paciência da parte
dos que dirigem. Temos de propor encorajar e ajudar as pessoas a qualificarem-se e a
trabalharem na vida da igreja. Dê às pessoas oportunidade de crescerem, cometerem erros,
fazerem correções e, alegremente, terem êxito no seu serviço particular para o Mestre.

4. Revisão do Regulamento Inicial da Igreja, onde for Necessário, a Medida que a


Igreja Cresce
a. Atividade 28 (Alvo: Evento 24)
Rever o Regulamento Interno da Igreja, conforme for necessário, de acordo com o
crescimento da Igreja.
O Regulamento básico sugerido pela equipe no Período Pioneiro do nosso plano
PERT provavelmente precisará de revisão devido ao crescimento da igreja.
O modelo original do Regulamento incluirá muito naturalmente alguns se não todos
os seguintes artigos:
a. Artigo I - $ome e Localização g. Artigo VIl - Os Oficiais
b. Artigo II - Objetivos h. Artigo VIII - As Reuniões
c. Artigo III - Declaração Doutrinária i. Artigo IX - Os Departamentos
d. Artigo IV - Pacto da Igreja j. Artigo X - Propriedades da Igreja
e. Artigo V - O Governo da Igreja k. Artigo XI - Revisão
f. Artigo VI - Os Membros
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5. Aprovação Congregacional das Revisões: Distribuição de Cópias a Todos os
Membros
a. Atividade 29 (Alvo: Evento 25)
Garantir a aprovação congregacional das revisões do Regulamento o providenciar
cópias para os membros.
Desde que o Regulamento da Igreja deve regular a vida diária da família da igreja,
cada membro desta família deve ser informado do seu conteúdo. Nas igrejas com uma
forma congregacional de governo, a igreja local tem de adaptar o Regulamento e votar a
aprovação por quaisquer revisões periódicas. Atividade 29 cuida disto. Cada revisão deve
levar a data da aceitação pela assembléia da igreja.

6. Revisão Anual das Descrições de Tarefa


a. Atividade 27 (Alvo: Evento 26)
Rever periodicamente as descrições de tarefas para mantê-las atualizadas.
O pensamento aqui é a necessidade de manter a administração da igreja em dia.
Olan Hendrix insiste em que: "Uma descrição de tarefa, se não tiver sido revista
com as pessoas interessadas... pelo menos uma vez por ano, atualizada, datilografada e
reproduzida, fica antiquada. Pode fazer mais mal do que bem."

E. Finanças
Independência e responsabilidade financeiras são fundamentais para um estado
adulto saudável. Qualquer implantador de uma nova igreja (a igreja local, uma associação
de igrejas ou uma junta estrangeira) presta um serviço muito negativo à nova igreja, se
continuar um apoio financeiro que não seja regido por um plano realista e que conduza a
igreja o mais depressa possível na direção da independência financeira. Um dos fatores
que está objetivamente sufocando a multiplicação de igrejas é o crescimento das igrejas
em geral e a sua dependência financeira. Uma vez mais nós devemos lembrar o alvo global
PERT - uma igreja amadurecida, apta e motivada para se reproduzir.
Neste ponto trataremos do desenvolvimento da quarta sub-cadeia da Cadeia III do
nosso plano PERT - Finanças. O nosso alvo aqui é uma igreja financeiramente com
sustento próprio. Uma igreja que não é financeiramente independente, não pode ser
considerada como apta a cuidar de si própria.

1. Estabelecimento de Alvos Financeiros Realistas Atingíveis pelas Contribuições


Locais
Na abordagem da organização formal da nova igreja (Cadeia I, Atividade 11),
algumas considerações teriam sido feitas acerca das possibilidades da nova igreja.
a. Geralmente, quando os primeiros crentes estão preparados para o batismo e a
congregação 'bebê' começa a reunir-se para se organizar, são recebidas
contribuições;

44
b. Todos reconhecem a necessidade, de despesas numa base regular, (rendas,
compras, etc.);
c. O primeiro orçamento consistirá de uma linha simples de despesas previstas para
o próximo ano, bem como dum cálculo de receitas ou contribuições.
Está em ordem um cuidado extremo na questão das finanças. É muito imprudente,
os promotores sobrecarreguem a nova igreja com dividas financeiras injustificadas para
equipamento e propriedade.
a. Quando uma jovem igreja se acostuma a empregar praticamente todas as receitas
no pagamento de dívidas que lhe foram impostas por uma tal metodologia, será
extremamente difícil, se não mesmo impossível, que a igreja alguma vez seja
capaz de verdadeiramente ‘viver para os outros’ (Cadeia II), o qual é essencial à
reprodução.
b. Há uma tendência em certas situações para permitir que o esforço de plantação
de igrejas se torne principalmente uma operação financeira. No período do N.T.,
cada igreja era financeiramente independente e assumia os encargos com seus
mestres e com os pobres.

a. Atividade 34 (Alvo: Evento 31)


Estabelecer alvos financeiros realistas que, a igreja possa atingir com as suas
próprias contribuições.
O nosso plano PERT indica a ligação entre a vida espiritual e as finanças (note as
linhas tracejadas entre os eventos 27 e 31). A independência financeira estará além do
alcance das igrejas cujos membros se não tornaram bons mordomos cristãos.
1) O orçamento
a. O que é um orçamento? É um plano ou horário que ajusta as despesas durante
certo período à receita calculada ou fixada para esse período.
b. Este faz falta em muitas igrejas, infelizmente.
2) O que determina o orçamento?
a. De fato, cremos ou não que Fp 4.19 significa que Deus suprira todas as nossas
necessidades coletivas e individuais?
b. Tem sido a experiência de muitos que quando realisticamente investigam as suas
necessidades e estão dispostos a confiar em Deus para a sua satisfação, se torna
uma aventura estimulante o fato de estabelecerem com Ele algo que realmente
prometeu fazer.
c. As necessidades da congregação devem determinar os itens do orçamento e,
portanto serão diferentes de igreja para igreja. Haverá despesas com:
1) O lugar das reuniões;
2) O sustento dos obreiros;
3) Os tipos de ministério a comunidade;

45
4) Despesas diversas.
3) $úmeros realistas no orçamento - Como determina-los?
a. Cada departamento na administração deve em oração determinar as suas
verdadeiras necessidades para o ano seguinte, de acordo com o ministério que
lhe foi confiado;
b. Estes orçamentos dos departamentos serão incluídos no orçamento total da
igreja e depois apresentados à assembléia, se for o caso, para aprovação;
c. É evidente que, para se ser realista, o orçamento não deve ignorar o potencial
relativo da congregação. Muitas vezes a nossa fé é demasiado pequena. Não
devemos menosprezar a ação de Deu!
5. Registro e apresentação de contas. O estabelecimento de um orçamento é apenas
metade de uma boa política financeira. A outra metade é um sistema adequado de registro
e apresentação das contas que se torna absolutamente necessária para fazermos todas
'decentemente e com ordem. (1 Co 14.40)
a. Um dos fracos na política da plantação de igreja tem sido um inadequado
registro e apresentação das questões financeiras.
b. Logo desde o principio as contribuições financeiras devem ser manejadas pelo
núcleo e não pela equipe. É recomendável escolher um tesoureiro dentre os
membros do núcleo, ter mais uma pessoa para conferir o registro de todas as
receitas, seguir um método simples de registro num livro próprio.
c. É sábio abrir uma conta no banco em nome da missão e colocar ali todos os
fundos, o mais depressa possível após a sua recepção. Todos os pagamentos
devem ser feitos por cheque e assinados por pelo menos duas pessoas.
d. Métodos de transparência em questões de contabilidade financeiras irão sem
duvida encorajar e acelerar a entrega de ofertas e o desenvolvimento de um
espírito de confiança na administração.

2. Consciência Congregacional dos Alvos Financeiros


a. Atividade 35 (Alvo: Evento 32)
5) Lembrar regularmente aos membros os alvos financeiros da igreja.
1) Os diáconos (ou aqueles responsáveis pelos assuntos financeiros) podem e devem
deixar que os outros tenham autoridade e responsabilidade pela preparação do
orçamento e despesas feitas sob a sua direção global.
a)Todos os membros são importantes para as finanças. O velho ditado: "O dinheiro
fala", pode realmente juntar-se a outro: "os que controlam os cordões da bolsa tem
considerável poder”. É a verdade!
b) O tesoureiro e os diáconos são servos da congregarão não os seus patrões.
Também, os pastores devem desligar-se do dinheiro da igreja. Seguindo este
conselho, eles evitarão possíveis críticas, suspeitas e mesmo tentações (1 Tm 3.3;
Tt 1.7, 11-12).

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2) O tesoureiro deve afixar um relatório financeiro mensal pormenorizado que mostre as
receitas e despesas de modo que todos possam ver facilmente o referido relatório.
a. Os assuntos financeiros são de interesse geral da congregação e portanto, não são
um segredo.
b. Durante o Período Pioneiro, a equipe de plantadores deve também receber
regularmente uma copia desse relatório, de maneira que os seus membros
também possam estar devidamente informados. Essa prática deve continuar
enquanto a igreja receber ajuda financeira de fonte externas.
3) O orçamento anual da igreja deve ser aprovado por essa mesma igreja em assembléia
regular, se for o caso. Geralmente, isto se faz no princípio do ano fiscal ou civil,
quando os oficiais da igreja são também eleitos.
4) Periodicamente, poderá fazer-se um anuncio público do púlpito e no boletim (se tiver)
acerca da situação financeira.

b. Aconselhamento financeiro individual


O fato de um membro da igreja não contribuir regularmente para o ministério da
igreja local para o Senhor, é um problema espiritual, e um problema sério! Revela uma
mordomia deficiente. Não é o dizimo o problema aqui. A mordomia é aqui a raiz do
problema. (Veja o Evento 27, Atividade 30)

3. Revisão Sistemática dos Alvos Financeiros


a. Atividade 36 (Alvo: Evento 33)
6) Rever sistematicamente os alvos financeiros com vista ao sustento
próprio.
A implementação da Atividade 36 depende de como a nova igreja foi plantada.
Algumas igrejas são plantadas sem ajuda financeira externa, em tais casos, a igreja tem
praticamente sustento próprio, desde o principio.
Contudo, muitas vezes o promotor do novo trabalho continua ao longo de vários
anos a subsidiar o salário de um pastor de tempo integral e/ou espera o pagamento de um
empréstimo para a compra de terreno ou construção de um edifício. Em tais casos, a igreja
local na pessoa da sua administração eleita, tem a responsabilidade definida de
incrementar a Atividade 36.
a. O nosso alvo é a reprodução e a plantação de outras igrejas.
b. Para atingir esse alvo o sustento próprio e independência financeira são dá
suprema importância.
c. Assim, a igreja fará um esforço determinado no sentido de se libertar destas
'roupas de ‘bebê’.

47
b. Benefícios da Independência Financeira
1) Os fundos podem ser usados com vantagem na abertura de outras novas igrejas.
2) O sustento próprio é o sinal de uma nova capacidade de reprodução,
independentemente de considerações financeiras.
3) Uma igreja com sustento próprio e autônomo é capaz de dirigir os seus próprios
assuntos sem coação ou interferência dos que promovem a sua plantação.
B. Nota:
Já tratamos de quatro dos cinco alvos que integram a Cadeia III do nosso plano
PERT. Uma igreja que cuida de si própria deve necessariamente ter atingido estes quatro
alvos. Todos estes alvos estágio inter relacionados e são interdependentes neste Período de
Crescimento e Organização.

F. Identidade Própria
Uma igreja amadurecida é capaz de resolver os seus próprios problemas e de
desenvolver o seu estilo de vida próprio. Isto incluirá a sua vida espiritual, uma adoração
com significado, uma administração adequada e responsabilidade financeira. Ela também
cuidará de si própria, psicologicamente (Veja o plano PERT, Cadeia III, Evento 35).
A psicologia é a “ciência que trata da mente e dos processos mentais, sentimentos,
desejos, etc... da soma das ações características, atitudes, pensamentos, etc., da pessoa."
Neste ponto, queremos considerar algumas perguntas como estas:
1. Como é que uma igreja local cuida de si psicologicamente?
2. Corno é que podemos dizer se uma igreja é bem ajustada psicologicamente'?
3. O que é a auto-imagem da igreja? O que pensa a igreja a respeito de si mesma?
Do que está consciente no que toca a sua própria identidade?
Isto se torna muito importante a medida que a nova igreja cresce e se desenvolve,
particularmente num pais onde o cristãos são tão drasticamente excedidos em número.

1. Métodos Conducentes a Autodeterminação Congregacional


a. Atividade 37 (Alvo: Evento 34)
Praticar processos e usar métodos no desenvolvimento do estilo de vida da igreja que
levem a autodeterminação.
Muitas vezes, crianças, ainda muito pequeninas manifestam as características dos
seus pais, particularmente dos que lhe estão mais próximos. Isto é evidente, por exemplo,
nas atitudes em relação a outras pessoas, preconceito racial, fobias e complexos de várias
ordens, etc.
a. Os pais têm uma tremenda responsabilidade neste campo porque a sua
influência, mesmo inconsciente, é transmitida aos filhos.
48
b. As pessoas, por esta razão assumam atitudes dogmáticas e fortes sentimentos
para com outras pessoas que governam as suas acç6es
Todos os elementos do nosso plano PERT para a nova igreja têm de ser mantidos
em equilíbrio. Isto inclui os aspectos psicológicos da vida interna da igreja.
O que é autodeterminação? "É a determinação ou decisão de acordo com a mente ou
vontade da própria pessoa, sem influências externas; vontade livre... o direito de um povo
decidir sobre a sua própria força de governo sem coação ou influência externa."
Os mínimos pormenores essenciais a uma 'auto-imagem' saudável são:
a. Valor para com Deus. O novo convertido deve ser claramente convencido pelas
Escrituras do seu grande valor aos olhos de Deus.
i. O plano de Deus antes da fundação do mundo (Ef 1.4)
ii. Cada crente deve saber que é precioso para Deus, qualquer que seja sua raça, sua
posição social, sua ocupação, sua instrução ou falta dela. (Jo 3.16).
b. Responsabilidade pessoal para com Deus. Cada crente deve tomar consciência
da vontade de Deus de que ele se torna um mordomo responsável e fiel do que
lhe foi entregue para administrar.
i. Tem o privilégio de decisões que afetam a sua vida pessoal com Deus (Gn 5.24;
6.9; Gl 5.25).
ii. Estudo pessoal da Bíblia, vida de oração pessoal, devoção e comunhão com
outros crentes são assuntos que envolvem a vontade e autodeterminação
individual.
iii. É essencial acabar com as coisas infantis para chegar a ser adulto (1 Co 13.11)
c. Função pessoal no corpo
i. Cada novo cristão deve ser ensinado sobre o que as Escrituras afirmam a
respeito dos dons.
ii. Cada crente deve participar em oração e ser encorajado diante de Deus para
sentir pessoalmente as responsabilidades em relação com a sua função na vida
do corpo. (1 Pe 410)
Só quando a grande maioria dos membros funciona desta maneira é que a igreja
local pode atingir uma verdadeira autodeterminação. Quando uma igreja funciona desta
maneira, é essencialmente livre do domínio exterior, e também livre da ação ditadora não
bíblica por parte de um ou mais indivíduos do grupo!

2. Estímulo para se Atingir uma Atitude Adulta bem Equilibrada da Independência


Local.
a. Atividade 38 (Alvo: Evento 35)
Encorajar e desenvolver uma atitude bíblica na igreja em relação à independência.
Esta atividade tem a ver com o equilíbrio bíblico no desempenho prático da doutrina
da igreja: equilíbrio entre a consciência de independência local, por um lado, e de unidade
com outras igrejas cristãs, por outro lado.
49
Uma igreja – muitas igrejas. Não há qualquer virtude num espírito exagerado de
independência.
a) Uma igreja. É absolutarnente evidente que quando o nosso Senhor disse,
"Edificarei a minha igreja" (Mt 16.18), e quando orou, "para que sejam um" (Jo
17.21), Ele tinha uma igreja em mente. O Espírito Santo tem uma igreja em
mente quando fala do “templo” (1Co 3.16) e da "casa espiritual" (1 Pe 2.5-6).
b) A igreja- congregações locais.
i. Burton explica que no N.T., ekklesia significa principalmente a igreja local.
ii. Há UMA Igreja de Jesus Cristo, embora que seja organizada geográfica e
denominacionalmente em pequenas assembléias locais.
iii. É importante dizer que esta Ú$ICA igreja não é uma federação, ou união de
muitas igrejas. Cada comunidade, mesmo pequena, representa a comunidade
total, a ekklesia escatológica.
iv. As nossas igrejas são verdadeiras igrejas de Cristo, quando são orientadas
apenas pela Palavra de Deus, as Escrituras, na sua fé e prática.
c) Nós não temos uma igreja-mãe, apesar do ensino romano. A Igreja de Jesus
Cristo está firmemente edificada sobre o fundamento da doutrina e prática dos
Apóstolos de Jesus (Mt 28.18-20; 1 Co 3.6-17).

Relações Inter-igrejas
a) É um fato bíblico, portanto, que somos unidos com outros verdadeiros crentes em
Cristo Jesus. É a obra do Espírito Santo (Ef 4.3-6).
b) Qual é a nossa identidade? Nós somos membros uns dos outros, do corpo de
Cristo que é muito maior que a nossa congregação local, estendendo-se até aos
confins da terra.
c) Por esta razão, a igreja local deve ser encorajada a evitar o isolamento. A
cooperação com outras igrejas:
i. Permite uma comunhão mais ampla;
ii. Facilita a edificação mútua na vida cristã;
iii. Dá muitas vezes à igreja local um maior grau de estabilidade nas coisas do
Senhor;
iv. Habilita as igrejas a protegerem-se umas às outras contra os intrusos ou, "lobos"
perigosos e sem escrúpulos (At 20.29);
v. Torna possível esforços conjuntos em evangelização, educação, beneficência e
preparação de obreiros.
d) A cooperação é possível muitas vezes em:
i. Esforços evangelísticos
ii. Cultos de adoração

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iii. Ocasiões especiais no calendário da igreja
iv. Projetos da comunidade

C. NOTA:
Isto completa a nossa revisão da Cadeia III do PERT. Estão incluídos neste plano
cinco objetivos importantes que juntos, capacitam uma igreja a cuidar de si mesma. É
muito duvidoso que uma "igreja-mãe' seja bem sucedida na plantação de uma nova igreja
saudável e capaz de se reproduzir, a não ser que o seu próprio exemplo demonstre essas
características.

G. UMA MENSAGEM RELEVANTE


A nossa preocupação nesta última parte da apresentação do nosso plano PERT é
com a eficácia da evangelização na localidade da nova igreja. Num sentido real tem muito
com a Cadeia II do nosso plano. Neste ponto trataremos os eventos da Cadeia IV que está
preocupada primeiramente com a relevância cultural da mensagem (Evento 43), um dos
três alvos principais que compõem o alvo final (Evento 44).
C.Peter Wagner disse, “Em quase todos os casos, a relevância parece ser uma
contra-parte necessária ao crescimento numérico. Quando uma igreja esta crescendo por
meio de conversões do mundo, em algum sentido válido deve ser relevante para as pessoas
que estão ouvindo o apelo... A mensagem de reconciliação só pode ser comunicada
efetivamente, se for culturalmente relevante. De outro modo, não ganharia ninguém."
A questão é, "compreendem os plantadores de igrejas e lideres na igreja o povo
aonde a igreja é plantada?' Compreendem a sua história? A sua herança através dos
séculos?

1. O Que é Cultura?
a. Definições de Cultura
1. "Todo o comportamento aprendido que é socialmente adquirido, isto é, os traços
materiais e não materiais que passaram de uma geração a outra... transmitidos pela
sociedade, não pelos genes." (Eugene Nida)
2. "'O conhecimento adquirido que as pessoas usam para interpretar e experiência e
gerar um comportamento social." (James Spradiey)
b. Contexto Cultural
O contexto cultural consiste de instrumentos, utensílios, roupas, ornamentos,
costumes, instituições, crenças, rituais, jogos, obras de arte, linguagem, etc.
Moris A. Inch, conclui que “a cultura reflete a tentativa do homem de fazer do
mundo um lar onde viver. Pode tomar a forma de uma cabana da aldeia ou de uma grande
catedral, mas cada uma representa da mesma maneira a saga humana.".

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2. Cuidadoso Estudo e Consideração das Características Culturais Locais.
a. Atividade 39 (Alvo: Evento 36)
Estudar atentamente a maneira como o povo vive na área da igreja (seus traços
culturais).
1) Etnografia. Este é o estudo da cultura que se tornou um instrumento fundamental para
nos compreendermos a nós próprios e às sociedades multi-culturais do mundo
moderno.
a) Oferece a todos nós uma oportunidade de apreender o mundo do ponto de vista de
outros seres humanos que vivem por sistemas de sentido diferente.
b) É uma via para a compreensão de diferenças culturais que fazem de nós o que somos
como seres humanos.
c) A diversidade cultural constitui o problema número um para o Plantador de igrejas.
2) Fazendo Etnografia. Se não houver estudos etnográficos da área visada, o plantador
de igrejas enfrentará um fascinante desafio.
a) Tratando-se de trabalho prático, ele consiste dum estudo disciplinado do que o mundo
e para as pessoas que aprenderam a ver, ouvir, falar, pensar e agir de formas
diferentes.
b) O etnógrafo aprende com as pessoas acerca das pessoas. Elas ensinam-no. Ele é o
estudante. Deste modo, ele penetra nas suas cabeças.
c) Para fazer etnografia, a pessoa tem de fazer inferências culturais baseadas juntamente
em três fontes:
i. O que as pessoas dizem
ii. A maneira como as pessoas atuam e
iii. O tipo de objetos que as pessoas usam.
d) Os etnógrafos têm de limitar a sua investigação de algum modo a domínios culturais
específicos. O método, naturalmente, deve ser adaptado para servir o plantador de
igrejas.
e) Pesquisa etnográfica: tarefas principais
1. Localizar um Informador
2. Entrevistar um Informador
3. Fazer um Registro Etnográfico
4. Fazer Perguntas Descritivas
5. Analisar Entrevistas Etnográficas
6. Fazer uma Analise de um Domínio
7. Fazer Perguntas Estruturais
8. Fazer uma Análise Sistemática
9. Fazer Perguntas sobre Contrastes

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10. Fazer uma Análise por Componentes
11. Descobrir Temas Culturais
12. Escrever um Trabalho sobre Etnografia

b. Atividade 40 (Alvo: Evento 37)


Estudar a maneira de adaptar a teologia bíblica e a vida da nova Igreja na cena
cultural local.
Como pode a teologia bíblica e a igreja neo-testamentária serem relevantes em
qualquer cultura hoje, por exemplo, em terras dominadas pela Igreja Romana, que é
idólatra, supersticiosa e paganizada, longe do cristianismo bíblico.
Contextualização. Uma vez que se entendam as características culturais relevantes,
a contextualização, da perspectiva absoluta das Escrituras, tem de fazer com que este
evangelho imutável fale com relevância às necessidades do povo com quem estamos a
trabalhar.
Como facilitar a contextualização? Dr. George W. Peters sugere o uso de diversos
princípios.
a) O primeiro princípio é a absoluta condenação de certos aspectos da cultura, e
separação deles.
i. Por quê? Porque as Escrituras, simplesmente, não toleram certas coisas.
ii. Quais as características aceitáveis e quais as que são condenadas pelas
Escrituras.
b) O segundo princípio adverte-nos de que muitas vezes tais práticas condenáveis têm
de ser pacientemente toleradas até que a própria consciência da pessoa esteja
preparada para reconhecê-las como pecado e, assim as condenar pessoalmente. Peters
chama isto conscientização.
i. Ensinar pacientemente as verdades bíblicas específicas de modo que a
consciência cristã do novo convertido possa ser gradualmente formada pela
Palavra de Deus através do ministério do Espírito Santo. (Cl 3.1-4.1)
ii. Note que não deve ser formada pelas opiniões do plantador de igrejas nem
dos anciãos da igreja.
iii. Juntamente com o ensino bíblico, e a observação direta de uma vida cristã
consciente em outros que professam ser cristãos, incluindo o evangelista. (1
Tm 4.16)
c) O terceiro princípio é a intenção de converter o conceito de modo a dar-lhe
significado cristão.
i. A palavra bíblica "santo" refere-se a uma elite espiritual mística em paises
Católicos Romanos.
ii. Assim, no contexto do romanismo, muitos termos bíblicos válidos usados
geralmente pelas pessoas, tem de ser re-interpretados na medida em que
precisam ser restaurados ao seu significado bíblico original.
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d) O quarto princípio é adaptar-se às características ou adotá-las.
Algumas características são aceitáveis: Hospitalidade, generosidade, e outras
expressões.
e) O quinto princípio envolve a substituição.
Onde for necessário condenar e eliminar certa parte da cultura é imperioso que se
ponha em seu lugar uma parte aceitável. Por exemplo, atividades não cristãs prejudiciais
devem ser substituídas por acontecimentos sociais cristãos dignos e que ajudem a
promover uma verdadeira comunhão neo-testamentária.

c. Atividade 41 (Alvo: Evento 38)


Programar o estilo de vida da igreja de forma a corresponder às características
culturais aceitáveis.
Esta atividade é um passo à frente baseado na compreensão cultural. No seu alvo de
"viver pelos outros," a nova igreja, mediante a evangelização do NT e a preocupação
social, pode fazer um contato prático com o "mundo".
Visa posicionar finalmente a igreja para um ministério efetivo na comunidade.

3. Relevância Cultural: A Mensagem do Evangelho Comunicada Efetivamente a


Não-Cristãos
Uma lembrança necessária. Durante este alargado período de crescimento e
organização, as três cadeias estarão em movimento imediato, num tipo de esforço
simultâneo na direção de todos os nove alvos (Eventos 15, 18, 21, 26, 30, 33, 35, 38 e 40).
O progresso em cada caso variará de acordo com as circunstâncias.
a. Atividade 42 (Alvo: Evento 39)
Estudar o melhor maneira de apresentar o evangelho a luz das conclusões a que se
chegou.
a) Contextualização
Hesselgrave disse, "A verdade de Cristo supra-cultural torna-se significativa dentro
de qualquer sistema cultural, quando assume as várias formas desse sistema: lingüístico,
pessoal, social e eclesiástico."
Vamos lembrar que o alvo de uma evangelização culturalmente relevante é ver
conversões de pessoas do mundo. O evangelho torna-se significativo (para o mundo)
apenas na medida em que é contextualizado.
Em Lausanne, em 1974, Bruce Nichols enfatizou esta mesma verdade
i. Contextualização significa a tradução do conteúdo invariável do evangelho
do Reino para uma forma verbal com sentido para as pessoas nas suas
diferentes culturas e dentro das suas situações existenciais particulares.
ii. Este evangelho é totalmente relevante para o homem, na inteireza da sua
necessidade porque foi designado e providenciado pelo mesmo Deus que fez

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o coração humano e que conhece o profundo grau de alienação em que o
homem se encontra em relação a Ele e ao seu semelhante.
iii. A tarefa da evangelização consiste em comunicar o evangelho a todos os
homens, em termos que sejam significativos para a sua identidade cultural e
situação existencial.
iv. O problema na contextualização é que a pessoa pode cair com muita
facilidade num sincretismo não autorizado e desagradável a Deus. O tipo da
acomodação aos valores culturais de um povo que resulta numa mistura de
verdade bíblica e de religião étnica. O sincretismo é invariável e
inevitavelmente dilui e distorce o fato de que se Jesus Cristo é Senhor e
Salvador. O evangelista tem a obrigação solene de produzir o que será, nem
mais nem menos, a Palavra de Deus normativa.
b) Cuidado na Contextualização.
Norman Ericson estabelece quatro categorias que deverão ser usadas para ajudar a
determinar os graus aceitáveis de contextualização:
+1) O núcleo: revelação e salvação conseguidas em Jesus Cristo;
+2) A substância: a tradição do evangelho na transmissão apostólica;
*3) A aplicação: exortações dirigidas a pessoas específicas
**4) A expressão: qualidade de vida como contexto cultural
Chave:
(+) contrastes - contextualização mínima
(*) total contextualização de costumes sociais e agrupamentos econômicos;
conteúdo: as qualidades pessoais e as virtudes cristãs continuam a ser
universais.
(**) a qualidade de vida tem de revelar as virtudes cristãs universais, mas de
maneiras contextualizadas que entregam a mensagem num comportamento
cultural significativo.
A precaução cultural aqui é que a verdade inspirada e inscrita, de Deus, não se perca
nem seja adulterada enquanto o evangelista tenta ser culturalmente relevante.

b. Atividade 43 (Alvo: Evento 40)


Evangelizar, tendo em mente estas considerações culturalmente relevantes.
Cinco chaves para a contextualização da mensagem. (George Peters)
a) Conceitualização
i. Alguém disse, com razão, que, em última análise, cada tradução das línguas originais é
uma paráfrase.
ii. Nós cremos que Deus se acomodou à linguagem humana de autores bíblicos. Ao fazê-
lo, Ele comunicou dentro do vocabulário de cerca de 40 autores.

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iii. Charles Kraft enumera sete princípios para os equivalentes dinâmicos. É precisa muita
cautela de que a mensagem bíblica não seja torcida. Kraft defende que a forma de
linguagem bíblica pode ter de ser alterada a fim de preservar o conteúdo da mensagem.
Ele disse: “É a mensagem da Bíblia que é sagrada, não as línguas em si”.
Perguntamos: "Como entender a Inspiração Plenária Verbal?" Mesmo assim, Kraft tem
razão quando afirma que "os escritores bíblicos esperavam ser entendidos".
b) Configuração
i. Configuração é a formulação da mensagem de tal maneira que, literalmente, leve os
homens a fazer o que Deus quer.
ii. Devemos lembrar aqui que o Espírito tem o ministério singular de aplicar a verdade
bíblica aos corações humanos (Jo 16.8-11, 13-15). Nós, os seus servos, temos de
andar em Espírito a fim de que Ele faça a Sua parte na configuração da mensagem à
mente e ao coração dos ouvintes.
iii. É um privilégio e alegria poder comunicar a mensagem de Deus na linguagem do povo
faminto para o Seu amor.
c) Exposição
i. Não há qualquer substituto para uma cuidadosa hermenêutica histórico-gramatical.
ii. Não há qualquer substituto para uma exegese profunda e honesta do texto bíblico.
iii. A exposição deve exprimir o pensamento dos autores inspirados, incluindo o seu
sentimento de amor e compaixão pelos leitores.
iv. Onde houver duvidas quanto ao significado, tem de prevalecer a humildade é um
espírito de justiça e objetividade.
d) Implicações
i. É evidente que a verdade das Escrituras tem em qualquer ponto implicações éticas
intimamente relacionadas com ela. O nosso Deus exige obediência. A bênção está
com o obediente. O obediente é que glorifica a Deus.
ii. Ai do missionário ou plantador de igrejas que é cognitivo, mas não moral na sua
exposição bíblica.
e) Confrontação
i. Os plantadores de igrejas irão confrontar-se com Satanás na sua fortaleza.
ii. Feitiçaria, demonismo e idolatria mantêm o povo nas suas garras.
iii. A confrontação é inevitável na contextualização da mensagem.

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O Periodo de Reprodução
A. Resultados Esperados
Este quarto período no nosso plano PERT é, de fato, o que deve resultar quando os
alvos dos períodos anteriores forem mais ou menos fielmente atingidos. Quando uma
igreja local se reproduz ativamente, plantando outras novas igrejas, podemos estar certos
de que já foi de algum modo preparada.
Infelizmente, tal atividade, na grande maioria das igrejas não é a ordem do dia. É
um fato triste que muitas igrejas locais não têm qualquer visão de se envolverem
imediatamente em dar inicio a novas igrejas. Existem cada vez mais movimentos
promovendo a implantação de novas igrejas pelos quais damos graças a Deus! Ainda há
MUITO MAIS para fazer.

B. Evangelização Para-Eclesiástica
Organizações ou movimentos paralelos bem intencionados multiplicam-se em todo
mundo. Praticamente todos eles são verdadeiramente missionários em espírito, inspirados
e apoiados por entidades estrangeiras.
Em muitos casos a preocupação é evangelística. Mais cedo ou mais tarde a
conservação do fruto espiritual torna-se um peso, uma preocupação, e mesmo uma
frustração. A razão disto é que não estão constituídos para fornecerem alimento espiritual
consistente ao longo prazo.
Eles afirmam que não fundam novas igrejas. Todavia, estão evangelizando centenas
de pessoas! Para onde devem ir esses convertidos? A resposta: a igreja mais próxima. O
que fazer então se esta igreja não desejar cooperar? O que fazer se não houver uma igreja
dentro de muitos quilômetros?
Em muitos casos, a mais próxima igreja local, missão ou ponto de pregação está
absolutamente desprevenida para cuidar de dezenas de novos “bebês”. Não foi a decisão
de a igreja local ter uma família. Ela tem pouca visão prática para discipular pessoas fora
do seu grupo
Claros precedentes no NT parecem demonstrar que as igrejas locais eram movidas
pelo Espírito para o testemunho evangelístico, que resultava não só em novos convertidos,
mas em novas congregações que, por sua vez, repetiam o processo (Jerusalém, Antioquia,
Éfeso, Filipos, Tessalônica). A evangelização vinha de dentro da igreja, não era imposta
de fora, ao acaso.
É anti-bíblico e deploravelmente negligente deixar os novos convertidos sem o
adequado alimento e cuidados espirituais. Os apóstolos cuidavam dos novos cristãos,
estabelecendo sociedades, novos 'corpos' locais de convertidos, devidamente constituídos.
(Tt 1.5; At 14.23; 15.36; 18.23; 1 Co 1.2; Gl 1.2; Fl 1.1; 1 Ts 1.1; Fm 2).
Uma boa comunhão entre estas organizações para-eclesiásticas e as igrejas locais
resulta no planejamento de evangelização em conjunto. Os resultados são beneficiais para
ambos no seu ministério.

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C. Resultados da Maturidade
PASSOS PARA A MATURIDADE: UMA REVISÃO DAS CADEIAS I ATÉ A IV
1. Passo um - Fazer os preparativos necessários.
a. O avivamento espiritual constituí a preparação para a evangelizarão.
a) O mundo tem penetrado as nossas igrejas. A carnalidade a que Paulo se opôs tão
vigorosamente nas cartas que escreveu aos Coríntios tem de ser enfrentada. (1 Co
1.4)
b) Reina o egoísmo, e egocentrismo, mesmo no ministério, que as Escrituras
condenam categoricamente.
b. A purificação e renovação espiritual da igreja local abrirão o caminho para
a obediência. Aqueles que querem efetivamente evangelizar têm de “andar
em Espírito” (Gl 5.16).
a) A plantação de igrejas é uma batalha espiritual. O inimigo das nossas almas está
entrincheirado na sua fortaleza.
b) Veja Zc 4.6: “não por força, nem por violência, mas pelo meu Espírito.”
c) Os que querem se envolver na plantação de igrejas tem de estar cheios do Espírito
(Ef 5.18).
2. Passo dois - Plantar uma igreja "bebê"
a. A equipe
Quando o Espírito está verdadeiramente no controle da igreja "mãe", Ele motiva a
seleção de uma equipe de plantação de igrejas, que será a responsável.
b. A área em vista
a) Ele dará sabedoria e direção quanto a localidade e a maneira de fazer os seus
estudos da área.
b) Ele ajudará nos preparativos para a evangelização e na seleção dos métodos a
empregar.
c. Evangelização inicial
a) Enquanto a evangelização começa, a oração será muito importante.
b) O Senhor guiara os seus servos a uma comunicação contextual clara.
d. O núcleo - fazer discípulos
a) O núcleo crescerá à medida que a evangelização prosseguir.
b) Os novos crentes devem ser apresentados uns aos outros.
c) As casas passarão a ser lugar de reunião.
d) Discipular é extremamente importante, pois o nosso alvo é reproduzir cristãos.
Assim também as igrejas se reproduzem.
e) Seque-se o próximo passo - batismo como confissão pública da fé pessoal.

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e. Organização formal
a) A consciência congregacional desenvolve-se normalmente.
b) Os planos serão feitos para formalmente organizar o grupo em igreja local.
f. Denominação - qual?
a) A igreja "mãe" provavelmente determinara a denominação e o sistema de
governo.
3. Passo três - Aprender a viver para os outros
A medida que a jovem igreja continua a crescer, é importante que a liderança
conserve em mente três objetivos parciais. (A igreja vivendo para os outros.)
a. Evangelização
a) Ela deve tornar-se uma igreja missionária. Deve ver "os campos que já estão
brancos para a ceifa." (Jo 4.35b)
b) Uma igreja amadurecida sente a compaixão do Senhor pelos perdidos.
b. Preocupação social
a) A evangelização realiza-se num ambiente físico que o evangelista não pode e não
deseja ignorar.
b) Por isso, ao viver para os outros, a igreja evangelizará os perdidos e, tanto quanto
possível, onde for necessário, mostrará "pontes de amor", ao ajudar a satisfazer as
necessidades físicas dos que evangeliza.
c. Mobilização total
O objetivo é ter toda a igreja envolvida em alguma comunicação efetiva do
evangelho.
4. Passo quatro - Aprender a cuidar de si própria
Outro dos resultados parciais é que a igreja aprenda a cuidar de si própria. Neste
plano, foi apresentado cinco elementos distintos que caracterizam uma igreja que cuida de
si própria.
a. Adoração significativa
a) A adoração pública é uma necessidade do povo de Deus. Deve ter significado
para cada um que participa.
b) Não deve consentir-se que o ritual e cerimonial do culto público obscureça o
significado essencial do culto.
c) O livre exercício dos dons espirituais pode resultar numa edificação mútua e na
glorificação reverente do Senhor.
b. Administração adequada
a) Uma boa administração facilitará o ministério espiritual dos seus membros,
b) Elimina a confusão e permite que o Espírito realize o seu maravilhoso ministério
de edificação.

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c) Também, pode reduzir a possibilidade das ditaduras. As igrejas do NT não foram
dominadas por indivíduos.
d) "Adequada" é uma palavra-chave quando se descreve a administração. Só se deve
adotar uma administração que é absolutamente necessária.
e) As descrições das tarefas são úteis.
f) Os estatutos da igreja são básicos para uma mútua compreensão e disciplina.
g) Logo que possível, deve arranjar estatutos legais e personalidade jurídica.
c. Vida espiritual
a) Mordomia
i. A doutrina bíblica da mordomia tem sido negligenciado pelas igrejas em geral.
ii. O ensino da mordomia constitui um item prioritário em "fazer discípulos".
b) Dons espirituais
i. O ensino sobre os dons espirituais não basta! Cada crente deve ser encorajado e
ajudado no exercício dos seus dons (1 Pe 4.10)
ii. Se isso não for feito, a própria igreja é que perde tragicamente!
c) Um ministério de ensino dirigido pelo Espírito
Os que ensinam e pregam na igreja local devem se tornar espiritualmente sensíveis
às necessidades congregacionais. É isto que trata o NT
d) Vida do corpo
i. Um corpo humano saudável serve como modelo no NT da maneira que a igreja
local deve viver.
ii. Cristo é a cabeça; os discípulos de Cristo os membros, vivendo em mutua
harmonia.
iii. O amor de Deus manifesto no corpo é demonstrado por uma comunhão de
cuidado e ajuda.
iv. Cada crente é importante. (1 Co 12.14-25).
d. Estabilidade financeira
a) Ajuda financeira à igreja local em montantes exagerados torna-se prejudicial ao
longo prazo.
b) A mordomia está intimamente relacionada com a estabilidade financeira.
c) A igreja deve viver dentro dos seus meios e não ser levada a acreditar que será
saudável viver da ajuda de outras pessoas.
d) Se uma igreja local recebe ajuda financeira, por uma razão ou outra, da igreja
"mãe" ou de qualquer outra fonte externa, deve ser encorajada e levada a libertar-
se, logo que possível, para o seu próprio bem. Assim é que chega a ser adulta.

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e. Auto-identidade consciente
a) No corpo cristão, cada membro precisa reconhecer o seu valor para Deus, a sua
responsabilidade pessoal diante de Deus, e a sua função pessoal como parte viva
do corpo.
b) Embora que as igrejas evangélicas, em regra, sejam pequenas, cada uma tem um
ministério único a realizar.
c) Este fato pode ser grandemente fortalecido por uma compreensão bíblica
equilibrada da Igreja. A Igreja de Jesus Cristo é UMA SÓ (Ef 1.22-23; 2.19-22;
4.4-6). A independência deve ser equilibrada pela interdependência.
5. Passo cinco - Aprender a ser relevante para o seu ambiente cultural
a. Contextualização cultural
a) Uma investigação prática etnográfica é uma necessidade real.
b) A teologia bíblica é a nossa medida padrão.
b. Conversões do mundo
Isto revelará se a nossa mensagem é ou não compreendida!

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