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UNIDADE I – INTRODUÇÃO

O objetivo da disciplina Administração Eclesiástica é dar ao aluno um


conhecimento a respeito dos assuntos ligados ao trabalho do gestor, na maioria dos
casos o pastor, no que se refere a sua função de líder e administrador, á frente da
igreja que preside.
Antes de nos aprofundarmos na Gestão Eclesiástica propriamente dita,
observaremos alguns princípios e funções da administração, que irão de alguma
forma permear o desenvolvimento da disciplina. É interessante observar que esses
princípios e funções irão nos ajudar não só na Gestão Eclesiástica como também
em nossa vida pessoal e profissional.
A administração Eclesiástica é o estudo dos diversos assuntos ligados ao
trabalho do pastor no que tange à sua função de líder ou administrador principal da
igreja a que serve. Lembramos que a igreja é, simultaneamente organismo e
organização. É o povo de Deus organizado num tríplice aspecto: Espiritual, social e
econômico, para atender à missão para a qual Deus constituiu.
Conceito Geral de Administração
O termo “administração” vem do latim ad (direção, tendência para) e
minister (subordinação ou obediência) designa o desempenho de tarefas de direção
dos assuntos de um grupo.
O conceito de Administração é bastante amplo, mas em todas as
definições existem duas palavras chave: gerenciamento e organização. Isso pode
ser comprovado nas palavras dos Stoner e Feeman, os quais ensinam que
Administração é o “processo de planejar, organizar, liderar e controlar o trabalho dos
membros da organização, e de usar todos os recursos disponíveis da organização
para alcançar os objetivos definidos”.
Pode-se dizer que: - Administrar é a arte de fazer e administração é o corpo
organizado de conhecimento em que se baseia esta arte.
- Os princípios de administração permitem prever os resultados da ação
administrativa e ajudam a prover os alicerces para uma ciência da administração.
- Administrar, portanto, é prever e prever. Prever os fatos e prover os meios para
enfrentá-los com vantagem.
- Administrar é distribuir responsabilidades e não fazer todas as tarefas. O bom
administrador leva as pessoas a realizar suas tarefas cada vez melhor e a se
realizarem no trabalho.
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1. A administração como Ciência Moderna


O administrador tem a responsabilidade de empreender aquelas ações
calculada para tornar possível aos indivíduos contribuírem da melhor forma para a
realização dos objetivos do grupo.
A administração é essencial em toda a atividade de cooperação
organizada, e suas principais funções são: Planejamento, organização, designação
pessoal, direção e controle.
Em todos os níveis de organização há um organograma, podemos ver a
seguir:
 Numa empresa: Presidente, Gerente e Funcionários.
 Organização Militares: Comandante e Subordinados
 Governo: Presidente, Ministros e Servidores.
 Igreja Católica Romana: Papa, Cardeais, Bispos, padres e Membros
 Igreja Evangélica: Pastor, Presbítero, Líderes e Membros A ciência explica
fenômenos. É sistematizada através da aplicação do método científico de uma
determinada área (medicina, engenharia, contabilidade, música, etc.). As ciências
sociais são ciências “inexatas”, comparadas com as ciências físicas “exatas”.
Funções de Administração
O administrador tem de planejar os resultados a serem obtidos e de esquematizar
os meios, organizar de maneira condizente, designar as pessoas para suas
organizações, selecionando e motivando subordinados adequados, orientar ou dirigir
na execução do trabalho, e controlar (verificar o desempenho e corrigir as
deficiências). As funções de administração são comuns a todas as organizações.
1. Planejamento: É tomada de decisões, uma vez que envolve uma escolha entre
muitas alternativas. 2. Organização: Envolve a determinação e a enumeração de
atividades necessárias para a consecução de objetivos da empresa (igreja).
3. Designação pessoal: Consiste em preencher os cargos existentes na estrutura
organizacional.
4. Direção: Envolve a orientação e a supervisão de subordinados.
5. Controle: Estão ligadas diretamente a avaliação e regulação do andamento
proposto para a consecução do trabalho. É através do Controle que se poderá
observar se o objetivo este sendo alcançado.
A Administração sob o ponto de vista Bíblico.
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Em muitos casos a Bíblia tem sido citada por sua demonstração de princípios
administrativos. Um dos exemplos mais notórios é a linha de autoridade
estabelecida por Moisés em atenção ao conselho de Jetro, seu sogro, cerca de mil e
quinhentos anos antes do nascimento de Jesus Cristo. Vejamos algumas verdades
extraídas do texto de Êxodo 18.13.....
v. 13 No dia seguinte assentou-se Observação e inspeção pessoal
Moisés para julgar o povo; e o povo
estava em pé diante de Moisés, desde
manhã até o por do sol.
v. 16 Quando tem alguma questão, vem Resolução de conflitos - Correção
a mim para que eu julgue entre um e
outro, e lhes declare os estatutos de
Deus e as suas leis.
v. 18 Sem dúvida desfalecerás, assim tu, Avaliação do efeito sobre o líder e sobre
como este povo que está contigo; pois o povo
isto é pesado demais para ti; tu só não o
podes fazer.
v. 19 Ouve, pois, as minhas palavras: eu Instrução técnica. Aconselhamento.
te aconselharei, e Deus seja contigo: Representação. Determinação de
representa este povo perante Deus, leva procedimentos
as suas causas a Deus.
V.20 Ensina-lhes os estatutos e as leis, e Ensino. Trabalho de demonstração.
faze-lhes saber o caminho em que Delegação da especificação. Seleção.
devem andar, e a obra que devem fazer Estabelecimento. Qualificações.
Atribuição de responsabilidades
v. 23 Se isto fizeres, e Deus to mandar, Explicação dos benefícios
poderás então subsistir; assim também
todo este povo em paz irá ao seu lugar.
v. 24 E Moisés deu ouvidos à voz de seu Ouvindo. Pondo em prática
sogro, e fez tudo quanto este lhe
dissera.

No Antigo Testamento, há ainda muitos outros exemplos de organização


e técnica administrativa, como a administração de José, do Egito, a reconstrução de
Jerusalém por Esdras e Neemias, etc.
Deus orientou a Noé a construir a Arca, para salvar-se do dilúvio. Instruiu
detalhadamente Moisés a conduzir o povo através do deserto. Deu dados completos
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para a construção do Tabernáculo, da Arca do Testemunho, e sobre os altares para


o cerimonial.
Salomão recebeu do Senhor todos os dados necessários para a
construção do primeiro templo e para a organização de seu reinado (2 Cr 3).
No período neotestamentário, encontramos Jesus, ao iniciar o seu
ministério terreno, convocando os seus discípulos e auxiliares. Após instruí-los
cuidadosamente, outorgou-lhes autoridade e poder, e os enviou ao campo.
Termo Bíblico para Administração
No Antigo Testamento as ocorrências deste termo são poucas e centram
ao redor do ofício do mordomo de uma casa; um administrador de palácio (Cf. Isaias
22: 19,21).
No Novo Testamento contém só vinte ocorrências totais de todas as
formas de oi+kono>mov notavelmente, acontece em Lucas 16:1-17 na parábola do
Mordomo Injusto. Lucas usa a palavra intercabiavelmente em outro lugar com d o u l
o v, mas o significado é mais provável a alguém que administra uma casa.
A significação teológica e pastoral de oi+kono>mov vem quando Paulo usa
a palavra em referência para a tarefa apostólica dele (I Co. 4:2; Tito 1:7; I Pe. 4:10).
A conexão para o oi+kono>moi (casa) é de importância óbvia.
As pessoas de Deus, a comunidade de Deus, é a casa dele que ele constrói
pelo trabalho desses que ele chamou à tarefa, a quem ele confia o cargo de
despenseiro da casa. Eles não são chamados para olhar seus próprios negócios
domésticos, mas eles são os mordomos dos bens a eles confiados para dar contas
de sua administração (I Co. 9: 17; Ef. 3:9). Nestas duas passagens a ênfase de
Paulo é que o Pastor é alguém que cuida da casa de Deus.

UNIDADE II - A IGREJA CRISTÃ E SUA ESTRUTURA


1. Organograma da Igreja
Na criação de um organograma deve-se levar em consideração que ele é
uma representação da organização em determinado momento e, pode, portanto,
mudar. Para isto ele deve ser flexível e de fácil interpretação. Quando o
organograma é bem-estruturado ele permite aos componentes da organização
(Igreja) saber exatamente quais suas funções e a quem devem se reportar. Porém,
ele tem as suas limitações:
São destaques de departamentos dentro do organograma da organização
(igreja):
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*Departamento de Administração
- Serviços Gerais (Alimentação, Manutenção, Conservação e Limpeza, Serviços
Telefônicos) - Materiais (Compras, Almoxarifado)
- Pessoal: Economia e finanças (Contabilidade, Tesouraria)
*Departamento de Assistência Social
- Alimentação e roupas
- Assistência de Saúde e Benefícios (Clínicas de saúde multiprofissional)
- Caixa Funerária
- Amparo (Orfanato, Creches, Asilo, Lar comunitário)
*Departamento de Música - Treinamento (Ensaios, Curso de Música, Curso para
instrumentos específicos)
- Som e Gravação (Aparelhos, Instrumentos Musicais)  Departamento de
Evangelização - Material (Folhetos, Livros específicos, Manuais para evangelização,
Aparelhagem de som)
- Planejamento (Recenseamento, etc. (organização)
- Áreas (Aconselhamento, Cidade (Rua, comércio), Escolas, Favelas, Indústrias,
Viciados)
*Departamento de Missões
- Secretaria (Organização, Treinamento, Controle de sustento)
- Missões Nacionais e Estrangeiras (Envio, Supervisão)
*Departamento de Educação
- Biblioteca
- Escola Dominical (Curso para professores, Secretaria, Setor (infantil, adolescente,
jovens e adultos)
- Ensino e Treinamento (Curso para novos convertidos, Curso para obreiros)
- Ensino Teológico (Escola Teológica).

*Departamento de Comunicação
- Assessoria de comunicação (Relações públicas, Avisos, editais, agenda, Convites,
divulgação, Entrevistas, Informações, propagandas)
- Publicações (Livros, Impressão, Criação e Arte, Editoração)
Departamentos da Igreja
Secretaria
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É um órgão de grande importância para o bom funcionamento de uma


igreja organizada. Ela poderá fornecer à direção, se bem atualizada nos seus
serviços, informações de todas as atividades programadas, bem como atender ás
mais diversas solicitações.
Muito do progresso da igreja depende do trabalho zeloso de um secretário
(a). Um bom secretário (a) é um grande auxiliar da igreja e do pastor.
I - Suas qualificações
a) Deve ter boa redação;
b) Deve escrever legivelmente;
c) Deve ser uma pessoa de maturidade;
d) Deve ter boa educação;
e) Deve ser zeloso II - Suas responsabilidades
a) Redigir as atas das assembleias da igreja e passá-las para o livro competente; b)
Redigir as atas das sessões e passá-las para o livro;
c) Expedir toda a correspondência da igreja (cartas);
d) ter bom relacionamento com todos os membros da igreja;
e) Trazer sempre em dia o movimento de estatística atualizada; f) Zelar pelo fichário
da igreja, a fim de que todas as anotações sejam completas.
Nota: Igrejas grandes podem ter um funcionário de secretaria pago, com tempo
integral, que possa cuidar de toda a correspondência pastoral eclesiástica.
Obs: Nunca um secretário pode ser auxiliar de escritório, auxiliar administrativo, por
causa das condições e piso salarial.
Tesouraria
Toda igreja deve estabelecer um sistema que regule a participação dos
crentes na sua vida financeira. O assentamento de todo o movimento bem como a
apresentação de relatórios, exime de quaisquer dívidas os responsáveis pela guarda
do tesouro na Casa do Senhor.
Existem duas formas pelas quais os fiéis participam da vida financeira da
igreja:
1ª A tradicional: Através dos dízimos e das ofertas levantadas nas diversas reuniões
da igreja.
2ª A unificada: A contribuição é unicamente o “dízimo”. O atendimento das
necessidades dos departamentos da igreja é feito através da tesouraria geral.
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O cargo de Tesoureiro da igreja é de grande responsabilidade e importância. Por


isso, muitas igrejas lutam com dificuldade para encontrar um membro que queira
desempenhar tal função. Em muitas igrejas, este cargo está entregue a um Diácono.
Hoje, o cargo de Tesoureiro está ficando cada vez mais espinhoso, pelas exigências
legais que, dia após dia, crescem e se tornam mais complexas.
Qualificações do Tesoureiro
Deve ser uma pessoa educada;
Dever ser uma pessoa desembaraçada;
Deve ser uma pessoa que tenha, pelo menos, noção de contabilidade;
Deve ser uma pessoa fiel;
Deve ser assíduo às reuniões da igreja;
Deve ser dizimista.
Responsabilidades do Tesoureiro
Receber o dinheiro vindo de várias fontes, distribuindo-o entre os diversos fins, de
acordo com o estipulado pela igreja;
Liderar a elaboração do plano financeiro da igreja;
Ter sempre em mãos o material para fornecer aos novos membros da igreja: cartões
e envelopes de contribuição, a fim de incentivá-los a contribuir;
Liderar campanhas de mordomia lançadas pela igreja;
Manter os livros da Tesouraria sempre em ordem; Fornecer a quem solicitar a
declaração de contribuições, para fins de impostos de renda;
Depositar nos bancos o dinheiro de dízimos e ofertas;
Assinar cheques com o Pastor ou outra pessoa nomeada para isso pela igreja.
A igreja como Pessoa Jurídica
Não obstante aceitarem os evangélicos que sua regra de fé e prática é a
Bíblia, devem reconhecer, no entanto, que estão sujeitos às leis do país. De acordo
com a Lei todas as entidades religiosas, para poderem exercer suas atividades, são
obrigadas a se tornarem “pessoa jurídica”, afim de que sejam reconhecidas pela lei e
tenham sua existência legal.
Estatuto
O estatuto é um instrumento escrito que corporifica (dá corpo a igreja)
todos os princípios pelos quais a igreja se governa ou regula seus atos.
O estatuto é o documento fundamental constitutivo do grupo, isto é, o
conjunto de normas que estabelecem a estrutura e a organização da sociedade ou
do grupo.
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Por que a igreja deve ter um estatuto?


a - Uma igreja sem estatuto é como uma igreja-fantasma, ou seja, não existe
juridicamente e está sujeita a muitos perigos.
b - Sem estatuto não pode ser representada juridicamente.
c - A igreja sem estatuto e, consequentemente sem inscrição no cadastro nacional
de pessoas jurídicas (CNPJ), enfrentará uma série de dificuldades, visto que o
cartão de inscrição no CNPJ deve ser obrigatoriamente exibido:
- Na abertura de contas bancárias;
- Na lavratura das atas em cartórios;
- No licenciamento de veículos automotores;
- Sempre que solicitado pela fiscalização;
-Na relação com terceiros, sempre que eles exigem a comprovação do número
declarado.
d - Um estatuto bem elaborado é uma segurança para a igreja. Sem estatuto, a
igreja corre para de desvios doutrinários e patrimoniais e fica sujeita a caprichos de
liderança mal-informados ou mal-intencionados.
Assim é que a primeira coisa que uma igreja deve fazer é aprovar o seu
estatuto, passando a existir física, espiritualmente e também juridicamente. Uma
igreja sem estatuto estará impedida de realizar praticamente todas as transações
comerciais e bancárias, não podendo adquirir, em seu nome imóvel, móveis,
veículos e qualquer outro bem.
Elementos indispensáveis para a validade do estatuto de uma igreja são:
Nome, Sede e Foro, Finalidade, Composição (quem faz parte), e representação
(diretoria: quem a representará judicialmente), Destinação do patrimônio em caso de
dissolução, Assembleias gerais, Quorum, Eleições e Modificações estatutárias.
Outros elementos necessários devem constar no estatuto, para facilitar
as atividades da igreja: Administração, Responsabilidade, Declaração formal de que
a igreja não visa lucro, Declaração da origem e aplicação dos bens, e prestação de
contas, Previsão de um R I (Regime Interno).
O que não deve constar em estatuto pode fazer parte de um regimento
interno, que não que não precisa ser registrado, porém terá valor jurídico se for
previsto no estatuto e aprovado pela igreja.
Procedimento para registro de estatuto
a) Aprovação pela igreja;
b) Transcrição no livro de atas da igreja (ata se possível exclusiva);
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c) Aprovação da ata em assembleia;


d) Registro no cartório de pessoas jurídicas (este fornecerá quantas certidões forem
necessárias);
e) Publicação do estatuto no Diário Oficial.
Regimento Interno
O Regimento Interno é muito confundido com o estatuto. Explica-se isto
devido a semelhança de redação existente entre essas duas peças. A finalidade de
cada documento, contudo, faz a diferença.
Enquanto o estatuto, conforme já foi visto, é um documento constitutivo do
grupo, onde se fixam seus direitos e obrigações em relação a que se refere. O
Regimento Interno, por sua vez, é um conjunto de normas adotadas para regular os
trabalhos de um grupo deliberativo, assegurando a ordem e suas reuniões. Assim, o
Regimento Interno de uma igreja constitui-se na norma disciplinadora dos direitos e
deveres dos seus membros e da organização interna e funcionamento administrativo
da igreja. Enquanto o estatuto está voltado para constituição da igreja, o regimento
interno trata da sua forma e do seu funcionamento. O estatuto é um documento
obrigatório. É por meio dele que a igreja torna-se pessoa jurídica.
Já o regimento interno é o documento facultativo. Nenhuma igreja é
obrigada a adotar o regimento interno, não obstante sua relevância no aspecto
administrativo. Podemos dizer que o estatuto é a lei maior ou a lei constitutiva da
igreja. O Regimento Interno, por sua vez, é a lei normativa. Assim como, no sistema
jurídico, nenhuma lei menor pode contrariar a constituição que é a lei maior,
igualmente nenhuma norma regimental pode contrariar normas estatutárias. Cada
Regimento Interno deve ser regido à luz do estatuto da igreja. Ninguém deve redigir
o Regimento Interno, de uma igreja, sem que conheça a letra e o espírito do estatuto
da mesma igreja.
O Regimento Interno, diferente do estatuto, não deverá ser objeto de
registro oficial em cartório, sendo, portanto, aprovado apenas em nível da igreja.
Mais que terá valor jurídico se previsto no estatuto.
O que não deve constar no estatuto pode fazer parte de um Regimento Interno:
- Particularidades sobre cultos;
- Organizações da igreja;
- Métodos de trabalho (inclusive contribuição);
- Afirmações de caráter doutrinário;
- Especificação sobre o uso de propriedades, a exceção do templo;
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- Especificação sobre entidades filiadas à igreja (estas, se necessário, poderão


reger-se por estatuto próprio);
- Especificação sobre o modo de recebimento ou exoneração de membros.
Livro Ata
É nas atas que se farão os registros das ocorrências verificadas durante
as reuniões, e, por terem valor legal, devem ser redigidas em livros próprios e jamais
em folhas avulsas. São, para o futuro, a base supletiva da organização do grupo,
pois irão conter a jurisprudência das decisões adotadas pela presidência e pelo
grupo, em grau de recurso, nos casos em que os Estatutos e o Regimento Interno
sejam lacunosos ou omissos. As atas servem, nesses casos, como suplemento do
Regimento Interno.
A igreja e a Constituição Federal
Várias igrejas e entidades religiosas não apresentam suas declarações de
ajuste anual de imposto de renda. Tal atitude é motivada ou por absoluto
desconhecimento da obrigatoriedade da entrega da declaração de ajuste de
rendimentos, por negligência e desordem ou simplesmente para evitar o custo de
um técnico contábil para cumprir essa obrigação. Mas o que interessa é que toda
pessoa jurídica é obrigada a entregar sua declaração de ajuste anual à Receita
Federal, e, por ser pessoa jurídica, as igrejas também estão obrigadas a tal.
A entrega da declaração de ajuste anual não significa que a igreja terá de
pagar imposto de renda, mas, sim, que a vida financeira e contábil da igreja pode ser
auditada sem que aconteçam surpresas, como a existência de caixa dois,
distribuição disfarçada de lucros, remessa de numerário para o exterior, e outros
fatos igualmente desabonadores da conduta da igreja, que devem ser penalmente
punidos.
Em relação à tributação de seu patrimônio, a igreja goza de imunidade
constitucional (aliás, entendemos imunidade como instituto de não-tributação,
constitucional por excelência; não existe imunidade se não for disposição expressa
da Constituição Federal).
O Artigo 150, VI, “b”, da Constituição Federal dispõe que:
Das Limitações do Poder de Tributar (Receita Federal - Legislação /
Constituição) Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao
contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
III cobrar tributos:
VI instituir impostos sobre: a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
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b) templos de qualquer culto;


A imunidade da igreja com relação aos impostos
A imunidade da igreja tem sua origem na Constituição. É automática e dispensa
requerimento a qualquer autoridade. A imunidade constitucional da igreja diz
respeito tão somente a pagamento de impostos. Essa imunidade não libera a igreja
de atender outras obrigações acessórias previstas em lei, como veremos a seguir. A
igreja é obrigada:
1. Inscrever-se no CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica);
2. A prestar à receita Federal a declaração de informações econômico-fiscais. Essa
obrigação deve ser cumprida até o dia 30 de junho de cada ano;
3. Apresentar do DIRF (declaração de Imposto Retido na Fonte) à secretaria da
Receita Federal. No mesmo mês entregar o informe de rendimento aos empregados
para ter efeito de imposto de renda, referente ao exercício anterior (até o ultimo dia
de fevereiro);
4. A igreja além de pagar o INSS, parte do empregador, é obrigada também a reter
essa contribuição sobre os pagamentos de salários de seus empregados;
5. A igreja deve reter imposto de renda na fonte, quando incidir, sobre os
pagamentos feitos a profissionais autônomos. O imposto incide também sobre
proventos ministeriais. A igreja que retiver impostos de renda e INSS na fonte e não
reconhecê-los aos cofres públicos, comete crime de apropriação indébita. O
presidente da igreja corresponde por esse crime.
6. A igreja é obrigada a recolher 20% a previdência social sobre o total mensal dos
pagamentos feitos a contribuintes individuais. Ao contrário do que se pensa as
obrigações contábeis, fiscais e trabalhistas da igreja são revestidas de certa
complexidade e, por isso, difíceis de serem executadas sem a assessoria de um
contabilista. A igreja tem todas as obrigações trabalhistas com seus empregados.
Livros Fiscais
São livros essenciais para a Igreja:
Livro de Atas (Cartório Pessoa Jurídica) Livro Caixa (Ministério da Fazenda)
Livro de empregados (Ministério do Trabalho)
Livro de Ocorrências (Ministério do Trabalho
Livro de Casamento Religioso com Efeito Civil.

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