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Projeto FUNDAMENTOS

ENCONTRO 77

Marcos Moraes
Edmar Ferreira
Manoel Rocha
João Bium

Tema: JUNTAS E LIGAMENTOS: Discipulado – Parte I

Marcos Moraes

Transcrito por: Eric Lins e Gilberto Bajo.

O DISCIPULADO

Muitas pessoas ficam, ainda, com as perguntas mais simples:

• O que é isso?

• O que é o tal do discipulado?

• Como colocar em prática?

• Temos liberdade para cada um fazer do seu jeito?

• Quais são os erros mais comuns que a gente vê em relação a isso?

Queremos falar dos erros que nós mesmos temos em nosso meio. Alguns, quando nos ve
insistindo em alguns pontos, pensam que a gente está criticando os outros e dizendo que nós é
que fazemos certo. Mas, não se trata disso. Nós cremos que há um modo perfeito, mas estamos
longe de modo a pratica-lo de forma perfeita.

Mt 28.18-20 - “Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: Toda a autoridade me foi


dada no céu e na terra. Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os
em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas
que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do
século.”

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Mc 3.14 “Designou 12 para estarem com ele e para os enviar a pregar”

Esses dois textos serão os textos base para nós aqui.

1. O QUE É O TAL DO DISCIPULADO?

Alguns dizem que esta expressão Discipulado não está na Bíblia, mas a expressão
“Trindade” também não está. Mas, nós a usamos, porque entendemos que a Bíblia fala de Deus
Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo.

A prática de fazer discípulos está na Bíblia. A expressão discipulado se refere à prática de


fazer discípulo.

O que vemos aqui em Mateus 28.18-20 é que Jesus mandou fazer discípulo.

2. O QUE É FAZER DISCÍPULOS?

A resposta aparece quando fazemos outras perguntas.

O que é um discípulo para Jesus?

Como Jesus discipulou?

Qual a ordem dada por Jesus?

O que os discípulos entenderam sobre esta ordem?

Quais os principais erros que podemos cometer? (e, na verdade, cometemos)

Por que há tanto discipulado nominal no nosso meio?

Vamos apontar os erros mais comuns em geral e no nosso meio com relação a prática do
discipulado, que é o fazer discípulo.

3. OS ERROS MAIS COMUNS NA IGREJA EM GERAL E NO NOSSO MEIO.

A - CRIAR UM DISCIPULADO À NOSSA MODA.

É um costume da raça humana inventar, inventar um modo de fazer crendo que vai
agradar a Deus. Isso começou com Caim.

Jesus já criou a metodologia dele. E ela é muito simples, prática e frutífera.

Se alguém perguntar assim: Onde está a fórmula perfeita? A resposta está em Jesus. A

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resposta é Jesus.

Quando Jesus mandou fazer discípulos, o que os discípulos deles entenderam foi mais ou
menos assim: “O que eu fiz com vocês façam com outros”.

Jesus não precisava explicar a eles como seria. Ele havia feito com eles por mais de trê
anos. A melhor literatura sobre este tema são os quatro evangelhos.

Nós como Igreja, em nosso contexto, somos muito imperfeitos na aplicação desta fórmula,
mas seguimos crendo que a fórmula é perfeita.

B - CONSIDERAR COMO DISCÍPULO QUEM NÃO É.

O que é um discípulo para Jesus?

Muitos estão na igreja por motivos errôneos. Estes enganam a si mesmos e à igreja.

A igreja pensa: está entre nós? Foi batizado? Então, é um discípulo!

Quando pensamos assim, a igreja cai em erro, quando simplesmente não quer que estes
se afastem. É uma verdadeira tragédia dentro da igreja. Permanecer no contexto da igreja não é
garantia nenhuma. A garantia está se Deus faz uma obra em nós e nós nos tornamos discípulos
segundo os critérios de Jesus.

Onde está a resposta para essa questão. A resposta está em Jesus. Ele estava consciente
desse perigo dentro da igreja e falava todo o tempo aos seus seguidores, advertindo-os sobre
este grande perigo.

Nós vemos isso lá em Mateus 7. Uma grande multidão perplexa que estava enganada vai
ouvir de Jesus: “nunca vos conheci”

A parábola da casa construída sobre a rocha e sobre areia. A casa construída sobre a areia
é ruína. A casa construída sobre a rocha e a construída sobre as palavras dele.

Parábola do semeador: somente 1/4 daqueles que o ouvem a Palavra. são aprovados. Três
sementes caem sobre terreno impróprio.

Se alguém não tem ideia clara das características de um discípulo eu recomendo a lição
15, que fala sobre as 5 características de um discípulo.

C - NÃO APLICAR AS DEMANDAS NAS VIDAS DOS DISCÍPULOS

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As pessoas podem ter o conceito correto, mas não estarem praticando. Como fazer?

Existe grande diferença entre explicar, que leva as pessoas a saber a verdade, e aplicar. Como
saber?

A resposta é jesus. Ele não apenas explicava, mas também aplicava.

O jovem rico - “veio correndo e se ajoelhou”. Para nós essa pessoa está praticamente
pronta. Mas, Jesus aplicou, quando disse onde estava a dificuldade daquele homem, e o homem
foi embora. Estamos dispostos a aplicar, mesmo que alguns vão embora?

Lucas 9 – Um homem tomou a iniciativa e disse: “seguir-te-ei por onde quer que fores”.
Jesus responde mais ou menos assim: “tens certeza?” “O Filho do homem não tem onde reclinar
a cabeça”. Veja a diferença entre explicar e aplicar.

Lucas 9 – Chegou um outro homem e disse: “permite-me primeiro sepultar meu pai”. Eu
acho que hoje Jesus poderia ser considerado um mal educado, muito radical, exagerado. Muitos
fariam hoje esse juízo, porque Jesus respondeu: “deixa aos mortos sepultarem os seus próprios
mortos. Tu, porém, vai e prega o reino de Deus”. Jesus não está explicando, mas aplicando.

Lucas 9 – Outro diz que vai seguir Jesus, mas lhe diz: “deixa-me primeiro despedir-me da
minha família”. Jesus responde que “quem põe a mão no arado e olha para trás não é apto para
o reino de Deus.” Jesus está dizendo para esse homem: “Quando você disse seguir-te-ei, você
botou a mão no arado, mas ao dizer “deixa-me primeiro”, você olhou para trás. Não importa se é
algo lícito ou não. Jesus está deixando claro que nada pode vir primeiro. Eu creio que se esse
homem seguisse a Jesus e, depois, à noite, dissesse para Jesus: “eu vou ali dar um abraço na
minha família”, com certeza Jesus iria lhe dizer: va, va, passe a noite com eles, inclusive, e chegue
amanha de manhã para sairmos. O problema foi que o homem disse “deixa-me primeiro”.

Percebem como Jesus não permite que as pessoas vão entrando nessas sendas de engano
onde poem outras coisas acima do reino de Deus?

Teve uma aplicação drástica, que foi quando a multidão volta a Jesus depois dele ter
multiplicado os pães, e ele diz assim: “Me procurais porque comestes dos pães e vos fartastes
(João 6:26). Que juízo forte que Jesus fez. Mas, eu entendo que Jesus está sempre tocando nos
motivos. Que os motivos não sejam enganosos. Que os motivos de segui-lo não sejam
interesseiros. Que os motivos não sejam motivos que competem com ele, mas que o motivo seja
ele.

Você acha radical aplicar como Jesus o fez? Tem medo de ser mal visto e ser abandonado
se for corrigir?

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Jesus não agia assim. Este não é o amor de Deus. Evitar a confrontação não é o amor de
Deus.

Jesus tinha medo que os discípulos se perdessem, mas ele não tinha medo de perde-los.
É uma coisa muito diferente ter medo que o discípulo se perca, do que ter medo de perder o
discípulo. São duas coisas completamente diferentes: uma é divina e a outra é terrena, é animal,
é do coração humano.

Vemos Jesus levar isso ao extremo quando endureceu muito a pregação dele, vemos em
João 6 quando foi drástico na pregação dele, e muitos dos seus discípulos o abandonaram na
hora desse sermão drástico.

Jesus, que não quer saber de respaldar enganos, virou para os doze e perguntou se eles
também não queriam ir embora. Vemos Pedro respondendo: “Pra quem iremos nós? Só tu tens
palavra de vida”.

O que prendia Pedro a Jesus eram palavras de vida que Jesus tinha.

Me lembro de uma frase que Ivan Baker usava muito quando a gente falava que tinha
medo de aplicar porque alguns iriam embora. Ele dizia assim: Nós não podemos perder aquilo
que nunca tivemos”.

Se você ao tentar aplicar as pessoas reagirem a isso, você não está perdendo, mas
compreendendo que nunca teve.

D - DISCIPULADO DE REUNIÃOZINHA

A proposta de Jesus não admite que a nossa prática seja essa. As pessoas não são
edificadas apenas com reuniões e pregações.

Reuniões são importantes por causa da comunhão dos santos, mas elas são insuficientes,
se as pessoas que estiverem ali não estiverem nessa junta e ligamento com pessoas que estão
cuidando deles.

Em meras reuniões de discipulado não há envolvimento pessoal. Qual a resposta para


isso?

A resposta é Jesus. Chamou os 12 para estarem com ele.

Marcos 3:14 Então, designou doze para estarem com ele e para os enviar a pregar

Como jesus fez discípulos? “designou 12 para estarem com ele e para os enviar a pregar”

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Estarem com ele. Jesus não os chamou para o ouvirem, mas para verem. Tudo o que eles
aprenderam, eles aprenderam vendo, (como ele conversava com todos: com o povo sofrido, os
fariseus, seus próprios discípulos, os ricos, os pobres, os questionadores. Como pregava, como
animava, como confrontava). Depois, em Atos dos apóstolos nós vemos que quando eles estão
pregando, as autoridades eclesiásticas em Israel reconheceram que eles haviam andado com
Jesus, porque estavam falando com intripidez.

Então, eles aprenderam vendo, aprenderam ouvindo, aprenderam perguntando (nós


vemos na Bíblia muitas conversas particulares), e aprenderam aceitando as inúmeras correções
que Jesus fazia a eles.

Quando olhamos para Jesus nós estamos vendo Jesus como obreiro. Não podemos ter
outro modelo que não seja esse modelo deixado por Jesus. Por mais que utilizemos técnicas
modernas, como estamos fazendo aqui neste momento, isso é só um complemento. A forma de
Jesus trabalhar para o Pai é a forma que nós entendemos que é perfeita.

Ouvindo pregações, você vai aprender a saber. Convivendo com pessoas que estão
praticando, você vai aprender a guardar.

Este é o modelo da obra da igreja. Não há nenhum mestre que possa superar em nada,
não apenas em sabedoria, mas também em metodologia, não há ninguém que possa superar ao
Senhor Jesus.

É claro que nós temos imperfeições, e muitas, na prática daquele modelo que ele nos deu.
Mas, o que estamos fazendo hoje é buscar olhar essas imperfeições e corrigi-las.

É claro que com o passar do tempo o contato tende a ser mais esporádico.

E - O OPOSTO: DISCIPULADO DE AMIGUINHO (AMICISMO)

Tudo é baseado na relação pessoal e na amizade. Não há edificação na palavra. Não há


correções. Tudo fica muito voltado para o convívio social.

Novamente, qual é a resposta? A resposta é Jesus.

A oração de Jesus em João 17. Até pouco tempo atrás eu não me dava conta que aqueles
títulos em negrito que estão na Bíblia não eram inspirados por Deus, e, então, a gente segue
aqueles titulozinhos e se confunde muito. A oração de Jesus no capítulo 17 de João é chamada
de Oração Sacerdotal, aonde nós vemos Jesus orando e clamando pelos seus discípulos.

Quando vamos com esse título na cabeça, nós não damos conta de algo mais
impressionante que está acontecendo naquela oração.

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A oração sacerdotal só começa a partir do vs 11. Antes nós vemos que a oração de Jesus
está centrada em outras coisas. Quando eu vi isso pela primeira vez eu entrei em grande pranto,
porque nós vemos ali Jesus prestando contas ao Pai sobre o seu discipulado com aqueles
discípulos.

Duas coisas se salientam:

 A carga de responsabilidade que Jesus tinha pelos discípulos. O peso que ele
levava. “Eles eram teus, tu os confiaste a mim” (versículo 6). Ele tinha convicção de que
aquelas vidas não pertenciam a ele, mas que o Pai os havia confiado a ele. Jesus disse:
“Eu guardava-os e protegia-os, nenhum deles se perdeu” (v12). Olha a carga de Jesus
não para não perder discípulos, mas para que os discípulos não se percam. Vemos
Jesus com essa carga quando diz “Pai santo, guarda-os em teu nome.” Aí surge a
oração sacerdotal.

 Ministério centrado na palavra do Pai. “Manifestei o teu nome a eles” (v6). “Eu lhes
tenho transmitido as palavras que me deste “ (v8); “Eu lhes tenho dado a tua palavra
(v14).

Nós sentimos essa carga, essa responsabilidade?

Nós advertimos os discípulos com medo que eles se percam? Ou nos calamos com medo
de perde-los?

Você, que está responsável por vidas, você está se enchendo da Palavra?

Se Jesus prestou contas, porque nós não teríamos que fazê-lo? Qualquer vida que Deus
põe ao nosso lado é preciosa para Deus, e nós temos que assumir essa carga. Precisamos
entender que eles pertencem a Deus. Precisamos entender que a única forma de edifica-los é
instruí-los na Palavra.

Na semana que vem vamos abordar os 5 últimos erros:

Discipulado Autoritário, Anular o Discipulado entre as mulheres casadas, Discipulado Possessivo,

Discipulado que não aponta para um amadurecimento, Dificuldade de aceitar correção.

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