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mentoria

ORGANIZADO POR CRIS BELONI

CULTURA DO
DISCIPULADO
MÊS 7 MENTORIA 12
ENCONTRO DO DIA 20.05.21
LEITURA
A formação de um discípulo - Keith W. Phillips

AVISOS
Nossa próxima mentoria vai acontecer no dia 03 de junho.
Leitura do livro: Chamados para criar - Jordan Raynor

Segue a agenda do mês de junho:

1º quinta-feira [03.06.21] - Mentoria | Tema: Cultura da Criatividade


I - 20hs
2º quinta-feira [10.06.21] - Instagram | Live com especialista - 21hs
3º quinta-feira [17.06.21] - Mentoria | Tema: Cultura da Criatividade
II - 20hs
4º quinta-feira [24.06.21] - Instagram | Resenha do livro com Leo -
21hs

Acompanhe todas as redes sociais para manter-se bem


informado sobre a mentoria, principalmente Facebook e Instagram.

Spoiler: criatividade não é dom, é músculo. Todas as pessoas


são criativas, pois somos filhos do Criador. Mas, nem todos treinam
para o bom desempenho de sua criatividade. No próximo mês,
vamos falar sobre a Cultura da Criatividade para que as pessoas ao
nosso redor sejam criativas também.

Tire uma foto em qualquer momento da mentoria e divulgue em


suas redes sociais. Quando postar, acrescente alguma frase dita
durante a aula, que você considerou impactante e marque a
mentoria JesusCopy nas redes sociais.

Segue a lista de livros do próximo semestre:

Junho – Chamados para criar – Jordan Raynor


Julho – Nocaute – Gar y Vaynerchuk
Agosto – Espiritualidade emocionalmente saudável – Peter
Scazzero
Setembro – Celebração da disciplina – Richard Foster

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Outubro – Kriptonita – John Bevere
Novembro – Cultura da honra – Danny Silk

Todos os box já foram enviados, em caso de dúvidas, entre em


contato pelo email mentoria@jesuscopy.com

Os PDF´s da mentoria serão disponibilizados na semana


seguinte, ou seja, sempre na próxima quinta-feira.

EXERCÍCIO DA
SEMANA PASSADA
Leitura do livro de Marcos com a seguinte pergunta em mente:
Como Jesus discipulava?

Seguem alguns compartilhamentos do exercício de alguns líderes


da mentoria:

Isabela Oliveira
Jesus foi prático e objetivo ao selecionar e chamar seus discípulos.
Ele curava e, em seguida, começava a ser vir, como fez com a sogra
de Pedro, por exemplo. Ele sempre se isolava para orar e se
reabastecer, e logo após transmitia às outras pessoas e aos
discípulos tudo o que carregava dentro Dele.

Também é interessante verificar que Jesus respeitava a liderança.


Por exemplo, quando Ele curava, pedia para que a pessoa voltasse e
mostrasse aquilo ao seu sacerdote. Ele não passava por cima de
ninguém. Precisamos ser assim quando discipulamos, temos que
respeitar as outras lideranças sobre a vida da pessoa.

Jesus ensinava os discípulos na prática e depois explicava sobre o


que havia acontecido. E o que me marcou muito durante a leitura é
que os discípulos passaram a ser apóstolos. Primeiro eles
aprenderam com Jesus e depois seguiram com o trabalho sozinhos.

Durante o tempo de ministério de Jesus, Ele treinou discípulos e


depois os separou de dois em dois para que fizessem outros
discípulos. Então, eles tiveram um tempo de prática diretamente
com Jesus e puderam ser corrigidos ou repreendidos. Essas foram

02
as principais anotações que fiz durante a leitura do livro de Marcos.

Douglas Gonçalves
É muito interessante isso o que você está falando, porque existe
essa transição de discípulo para apóstolo. Primeiro a pessoa segue
e depois é enviada para que outros a sigam, até estarem prontas
para fazer discípulos também. E esse é o caminho do líder inútil,
que treina alguém para fazer o que ele faz e não para que a pessoa
seja eternamente uma auxiliar.

Val Gonçalves
Percebemos que o líder não tem a questão de dependência
emocional. Ele treina e depois deixa a pessoa fazer, não
monopolizando a situação.

Douglas Gonçalves
Uma das questões que nos impedem de enviar uma pessoa, Isabela,
é realmente uma ferida. Por conta de uma ferida na alma, muitas
vezes, viciamos em ser necessários e úteis. Viciamos em pessoas
que necessitam da gente e, por conta disso, não as liberamos. E
vimos que Jesus não tinha feridas, é por isso que Ele disse: “Vocês
farão obras iguais às minhas e ainda maiores”. E o que mais marcou
você durante a leitura do livro sobre discipulado?

Isabela
Acho que a principal parte são as histórias das pessoas e,
principalmente, quando Jesus fala da submissão. O meu ministério
está muito relacionado a casamento, então tudo o que eu vejo
acabo relacionando ao meu propósito. Gosto quando Jesus fala de
submissão e de confiança na liderança. Quando o autor conta que
aceitou a liderança daqueles que entendiam mais da prática nas
ruas, ele confiou neles. Eu relacionei isso a Cristo e a questão da
Igreja, que é um paralelo com a questão do casamento. A mulher se
submete ao marido porque confia, de fato, na liderança dele.

Vou dar o meu testemunho rapidamente. Comecei a trabalhar com


liderança neste ano, como orientadora pessoal relacionando o
propósito, numa escola de inglês cristã. E tenho feito esse trabalho
também com pessoas que não são cristãs e tem sido maravilhoso.

03
Cristiano Silva
Sou pastor e lidero toda a parte de ensino da nossa igreja e toda a
juventude curte JesusCopy. E tem pessoas se empolgando,
JesusCopy na veia e os jovens estão bem fortes nessa pegada.
Assistimos a todas as pregações e lives e estamos conectados com
tudo.

E sobre o livro de Marcos, eu olho pra ele e vejo um livro que relata
milagres e sinais. O que me chama a atenção é a pegada da
submissão e da autoridade. Jesus sabia o que queria dos caras e já
tinha definido como iria treiná-los. Então, não havia dúvidas do que
Ele esperava para os discípulos. Percebi também a autoridade que
Jesus tinha para ensinar, ele não vacilava no que dizia.

Muitas vezes, damos ideias ou sugestões durante o discipulado e


não temos um conhecimento profundo e perdemos a autoridade na
hora de ensinar, falando sem convicção. Depois vem a questão do
legado. Jesus trabalhou por um período de três anos, mas deixou
um legado que dura até os dias de hoje. E nós deixamos um legado
na vida das pessoas a partir do legado Dele, que gerou doze, que
geraram outros e outros.

E quanto ao livro sobre discipulado, achei muito objetivo, tanto que


todos os líderes da nossa igreja receberam o livro para leitura.
Estamos levando todos a vivenciarem esse modelo de discipulado.
E o que marcou muito durante a mentoria, foi a ênfase de que
estamos fazendo “discípulos para Jesus” e não para nós.

A gente também fala sobre o “líder inútil” e deixa um pouco as


pessoas no vácuo, para que se perguntem: como assim um líder
inútil? Que brisa é essa? E quando as pessoas entendem, elas
acordam para essa verdade. Estamos trabalhando nesse
discipulado contínuo e o livro é muito prático e fácil de aplicar, e
tem nos ajudado nisso.

Douglas Gonçalves
No final, Cristiano, quero até falar um pouco de um modelo de
discipulado que queremos implantar aqui na Família JesusCopy e
espero que faça sentido para o que vocês estão construindo. Acho
que vai ser bem legal. Obrigado por compartilhar tudo isso com a
gente.

04
Sara
O que mais mexeu comigo é o tema subjetividade. É o que você
sempre fala: Jesus chamou os pescadores e disse a eles: farei de
vocês pescadores. Mas pescadores de almas. Além disso, Jesus
enfatizou que a vida não se resume em apenas garantir o sustento.
Eles pescavam para adquirir o alimento diário, mas Jesus mostrou
que queria dar a eles algo muito maior, sem eliminar a
subjetividade deles, sem mudar quem eles realmente eram por
dentro. Isso me marcou muito.

Tem um episódio do Chosen que mostra Tiago e João sendo


intensos e Jesus não os repreendeu pela paixão deles, mas os
ensinou a canalizar a paixão para fazer algo bom. E, às vezes, a
gente se culpa muito por ser como somos.

Douglas Gonçalves
Verdade. A gente não tem paz em quem nós somos, nos esquecendo
de que foi Deus quem nos fez.

Sara
É, eu mesma, muitas vezes, sou impulsiva e me condeno. Mas Jesus
não quer eliminar a nossa personalidade, Ele quer modelar e
canalizar para o Reino Dele. Pra mim, aprender isso foi sensacional
e me marcou muito.

Douglas Gonçalves
Vou te contar uma experiência muito louca. Fui pregar numa igreja
lá em Recife e tinha um líder de jovens. A mãe dele me contou que
ele era terrível quando criança, daqueles que sobem no púlpito,
mexem na bateria e correm pela igreja inteira. E aí, Sara, todo
mundo reparava no quanto ele era teimoso e bagunceiro. Mas, a
mãe dele sempre dizia: “Esse menino vai dar muito trabalho para o
diabo”.

É aquilo o que você falou, devemos canalizar a energia, porque


Deus fez ele daquele jeito. Quando fui lá, fiquei sabendo que ele
havia ganhado mil jovens para Jesus em apenas um ano. Ou seja,
um cara que estava dando trabalho para o inferno, porque aquela
hiperatividade foi canalizada para o Reino e isso é muito legal,
cara.

05
Sara
Também quero compartilhar que achei muito legal essa questão de
passar tempo com o discípulo. Porque quando Jesus escolhe, ele
quer a pessoa com Ele. Lembro do primeiro livro que lemos -
Formador de Heróis - onde explica que Jesus passava um tempo
com os discípulos.

E sobre o livro que estamos lendo agora - O formador de um


discípulo - me chamou muito a atenção para a questão da morte
para si mesmo. O nosso egocentrismo não nos deixa ver que Deus
veio nos salvar para a glória Dele. Muitas vezes, distorcemos isso,
achando que somos o centro de tudo. É claro que isso vem de
encontro às nossas necessidades como seres humanos, mas em
primeiro lugar é que tudo é para a glória Dele. Esse livro me
quebrou, é um livro para nos fazer chorar.

Douglas Gonçalves
Eu tô muito feliz. Não sei se todos perceberam, mas nós só temos
aqui pregadores e youtubers. Vocês são demais. Obrigado Sara por
ter compartilhado isso com a gente.

Kelmer
Para mim está sendo sensacional a experiência. Quando li o livro de
Marcos pela segunda vez, neste ano, eu aprendi que Jesus ensinava
aos poucos. E, no final, quando Jesus morreu e depois ressuscitou,
os discípulos estavam chorando. Jesus perguntou a eles se não
tinham entendido. Tudo foi ensinado no tempo certo.

Douglas Gonçalves
Com Jesus, entendemos que precisamos ter paciência com a
imaturidade do outro. Isso é muito importante.

Kelmer
E sobre o livro que estamos lendo agora, gostei muito das quatro
questões de quem é um discípulo, sobre obediência, submissão,
amar uns aos outros e sobre oração. A leitura tem edificado minha
vida e meu trabalho pastoral.

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AULA ANTERIOR

Falamos profundamente sobre discipulado e que devemos


discipular as pessoas por se tratar de uma ordem de Jesus, por ser
a natureza do discípulo, a missão da igreja e o caminho para se
tornar um líder inútil. Depois falamos sobre a forma de discipular e
tivemos o exemplo do prédio de quatro andares como ilustração. No
primeiro andar, a conexão. No segundo, o relacionamento e o amor
às pessoas. No terceiro andar, a restauração e morte e negação de
si mesmo. No quarto andar, o reposicionamento e ativação do
discípulo.

SOBRE O DISCIPULADO

Discipular não é ter as respostas certas, mas fazer as perguntas


certas, porque o grande desafio do discipulado é ajudar as pessoas
no aprendizado da busca pela fonte da verdade. Por exemplo,
quando alguém tem sede e você dá um copo de água, a sede é
saciada. Depois a pessoa tem sede de novo e você dá outro copo de
água. Você matou a sede dessa pessoa de novo. Mas e se amanhã a
pessoa sentir sede de novo e você não estiver por perto?

Ou seja, você deu água para a pessoa com sede, mas não mostrou
onde estava a fonte. Quando você dá a resposta, você dá a água.
Quando você faz perguntas, você conduz a pessoa para a fonte da
água.

Vamos trabalhar com uma metáfora. Pense que a pessoa que você
vai discipular, é como alguém que está passando por uma gravidez.
A pessoa está grávida da “nova natureza”. É como se eu estivesse
grávido do novo Douglas e ele precisa nascer. Qual é então o papel
do discipulador ? Nós somos parteiros e parteiras.

07
SOBRE O DISCIPULADO

O que um parteiro ou parteira faz? Ele tem o filho no lugar da


pessoa? Não. O parteiro fica ao lado dando uma força, gritando:
Vai! E mesmo que a pessoa que vai dar à luz diga que está doendo, o
papel do parteiro é animar e conduzir. E como é que fazemos a
pessoa entrar em trabalho de parto? Como induzir um parto e fazer
a nova pessoa nascer ? A forma mais poderosa [e Jesus usou isso o
tempo todo] é fazendo perguntas.

Eu quero que você cresça no sentido de fazer perguntas. É muito


louco isso porque o líder do dia de hoje não é aquele que sabe dar
respostas, mas o que sabe fazer as perguntas. No passado, a
liderança forte era aquela que tinha todas as respostas. Mas o líder
atual faz as perguntas certas que estimulam as pessoas a
encontrarem respostas.

Esse é o nosso desafio: saber fazer boas perguntas. Eu aprendi isso


com meu pai, ele é top para fazer perguntas. Eu o chamaria de
“profissional das perguntas”. Lembro de ter saído de férias com ele
e, chegando no aeroporto, pegamos um táxi. Ele sentou no banco da
frente, ao lado do motorista, e foi o caminho inteiro fazendo
perguntas.

Ele perguntou qual o passageiro mais estranho que o taxista já


havia atendido. Ele respondeu contando uma história. E depois,
meu pai acabava usando essa história como ilustração numa
pregação. Ele também fazia perguntas do tipo: Há quanto tempo
você trabalha com isso? Qual o seu maior sonho? Entre muitas
outras perguntas.

Então, no discipulado deve ser assim também, as perguntas devem


ser feitas na proporção 80/20, como vimos no livro Formador de
Heróis. Oitenta por cento do tempo devemos ouvir e vinte por cento
devemos falar. E no tempo de falar, faça perguntas. Só dá para
conhecer e se aprofundar no relacionamento, ouvindo. Lembrando
que, ouvir não é esperar sua vez de falar. Ouvir é verdadeiramente
ouvir. O que você vai perguntar para fazer nascer o que tem de Deus
dentro das pessoas?

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PERGUNTAS PODEROSAS

Vamos aprender agora sobre as características das perguntas


poderosas.
SIMPLES E DIRETA - não faça rodeios para perguntar. Não conte
uma história enorme para depois lançar uma pergunta. Jesus
perguntava: O que queres que eu te faça? Ele era simples e direto.

FAZER PENSAR - quando fizer uma pergunta faça a pessoa pensar.


Segue um exemplo: Se Jesus voltasse hoje, você estaria salvo ou
condenado? Depois da resposta, prossiga com a próxima pergunta:
Por quê? É nessa hora que você terá oportunidade de ouvir sobre a
Teologia daquela pessoa. As respostas mais comuns é que a pessoa
não tem ido mais à igreja, não tem orado ou não tem mais lido a
Bíblia. Com respostas assim percebemos que a pessoa não
conheceu o verdadeiro Evangelho.

Uma única pergunta pode fazer vir à tona tudo o que está dentro de
uma pessoa. Muitas vezes, não adianta falar sobre casamento com
uma pessoa que nem sabe que a salvação vem pela graça ou que
não somos salvos pelas obras.

PERGUNTAS ABERTAS - são perguntas que não podem ser


respondidas com ‘sim’ ou ‘não’. Segue o exemplo de uma pergunta
fechada: Você tem dificuldade de andar em santidade? A pessoa é
induzida a responder sim ou não. Agora uma pergunta aberta: Qual
sua maior dificuldade para andar em santidade? Ou ainda: Quais
práticas você precisa abandonar para andar em santidade?

Há perguntas mais ou menos poderosas para causar mudança nas


pessoas. As perguntas que começam com ‘por quê’, ‘como’ e ‘o quê’
são muito poderosas. As que começam com ‘quem’, ‘quando’ e ‘onde’
são médias. E as perguntas mais fracas começam com ‘qual’.

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POR QUÊ? COMO? O QUÊ?

Lembre-se que a pergunta precisa encorajar e animar a pessoa.


Perguntar o motivo pelo qual uma pessoa não consegue parar de
pecar é levá-la a pensar que é escrava do pecado. Mas perguntar: O
que você precisa fazer para vencer esse pecado? Na pergunta já
vem a afirmação: Você é capaz de vencer o pecado.

As perguntas poderosas nos levam a verbalizar o que está no nosso


interior. Perguntas poderosas podem até mesmo fazer com que
pessoas confessem pecados e falem sobre coisas que nunca tinham
verbalizado antes. As perguntas fazem com que as pessoas peguem
o que está dentro delas [algo subjetivo] e transformem em palavras
e isso é libertador. Quando Jesus fala para aquele cego: O que
queres que eu te faça? Com essa pergunta podemos pensar: Mas
Jesus não sabia o que aquele homem queria? Jesus tinha dúvidas?
Não, Jesus somente queria que ele verbalizasse o desejo mais
profundo de seu coração. Jesus queria que ele parasse para pensar
em sua própria busca e isso é muito poderoso.

A outra pergunta de Jesus, foi: Quem os outros dizem que eu sou? E


quem vocês dizem que eu sou? Repare que Jesus não falou nada do
tipo: sentem todos, peguem o Ipad ou papel e caneta e escrevam:
Eu sou Cristo, o Filho do Deus vivo.

Ao contrário disso, Jesus ia fazendo perguntas e trazendo para fora


a revelação do Pai que já está dentro daquela pessoa. Mas para
fazer isso, a gente precisa acreditar na pessoa que a gente está
discipulando.

Por exemplo, eu vou discipular o Wesley, mas eu acho que não tem
nada dentro dele e que eu sou o cara cheio do Espírito Santo e
cheio das respostas, provavelmente eu só vou deixar ele falar 20%
e eu vou falar 80% porque eu tenho muito o que te ensinar, Wesley!
Mas, se eu olhar para ele com olhar paternal e enxergar que o
Espírito Santo habita nele também, não vou querer ficar falando,
mas fazendo perguntas para fazer sair de dentro dele o que já está

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lá e que foi o Espírito Santo quem colocou na vida dele.

Esse é o desafio do discipulador. Precisamos ser jardineiros, com o


desejo de ver os outros crescendo, florescendo e frutificando.
Temos que olhar para além da casca e fazer vir para fora a nova
pessoa, ou seja, induzir o parto.

EXERCÍCIO

As perguntas possuem um poder muito grande de aprofundar.


Então, vamos agora fazer um exercício. Pense num problema seu,
numa demanda qualquer. Porque, normalmente, no discipulado as
pessoas sempre nos apresentam seus problemas. Geralmente, você
vai descobrir através das perguntas que a demanda que a pessoa
trouxe não é realmente o problema, mas os frutos.

Por exemplo, no livro Cultura da Honra, tem uma história


interessante. Um casal do seminário deles, da Betel, estavam
namorando e decidiram ter relação sexual. A mulher engravidou.
Ela estava passando para o segundo ano do seminário. E o pessoal
do segundo ano, normalmente, lidera o pessoal do primeiro.
Ninguém sabia exatamente o que fazer, então o casal foi chamado
para aconselhamento.

O pastor começou com a pergunta: Qual o problema? (1) E a


resposta foi: o problema é que tivemos relação sexual. O pastor
continuou com as perguntas: Por quê? (2) Eles responderam “porque
estávamos assistindo filme sozinhos, debaixo do cobertor. Mais
uma pergunta: E por que ficaram assim? (3) Não sabiam que isso
poderia acontecer ? O homem disse que sabia, que não queria e até
tentou ir embora, mas a namorada insistiu que ele ficasse. Ao ser
questionado sobre o por quê ele havia ficado (4), ele disse que
sentiu medo de ser rejeitado depois.

O pastor ainda perguntou: Por que você tem medo de ser rejeitado?
E então, o pastor chegou na raiz do problema. Para ele, ser aceito
pela namorada era mais importante do que honrar a Deus.

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PROBLEMA/ DEMANDA = FRUTOS
POR QUÊ? = PERGUNTA 1
POR QUÊ? = PERGUNTA 2
POR QUÊ? = PERGUNTA 3
POR QUÊ? = PERGUNTA 4

No início, o problema era “sexo antes do casamento”, mas sem fazer


as perguntas certas nunca seria possível conhecer a raiz do
problema. No exemplo do casal, temos uma idolatria pela opinião
do outro, ao ponto de abrir concessões em relação à Palavra de
Deus e de Sua lei para ser aceito pelos outros. Essa ferramenta
representada pela ár vore é conhecida como “OS CINCO PORQUÊS".
Você vai fazendo as perguntas até encontrar a raiz do problema.

Agora pegue a sua demanda, o seu problema e comece a fazer as


perguntas: Por que esse problema foi gerado? Por que chegou
nesse nível? E faça pelo menos cinco perguntas iniciadas com “por
quê”. Discipule a si mesmo nesse momento. Lembrando que
algumas pessoas conseguem chegar na raiz logo no primeiro por
quê.

Usaremos o poder das perguntas no discipulado, a partir de agora.

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Mas é importante saber que as perguntas fechadas possuem
também um propósito no discipulado, mas existe o momento certo
para usá-las.

DISCIPULADO & CONTRATO

Para fechar o discipulado usaremos as perguntas fechadas para


finalizar com um “contrato”. É exatamente aqui que está a
verdadeira mudança na vida de alguém. Muitas pessoas não mudam
de vida e não são transformadas pela falta de fechamento do
discipulado com um contrato. A pessoa entende o conceito,
participa do discipulado, mas a transformação mora na prática.

Por exemplo, ao olhar para o Sermão da Montanha, em Mateus 5, 6 e


7, percebemos que Jesus está discipulando, falando de todos os
conceitos. Mas ele finaliza dizendo que não adianta só ouvir.

"Portanto, quem ouve estas minhas palavras e as pratica é como


um homem prudente que construiu a sua casa sobre a rocha. Caiu a
chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram contra
aquela casa, e ela não caiu, porque tinha seus alicerces na rocha.
Mas quem ouve estas minhas palavras e não as pratica é como um
insensato que construiu a sua casa sobre a areia. Caiu a chuva,
transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram contra aquela
casa, e ela caiu. E foi grande a sua queda. Quando Jesus acabou de
dizer essas coisas, as multidões estavam maravilhadas com o seu
ensino, porque ele as ensinava como quem tem autoridade, e não
como os mestres da lei.” (Mateus 7.24-29)

Isso quer dizer que, quando chegamos ao final do discipulado,


devemos fechar com um contrato. Por exemplo, a pessoa falou
sobre o problema, você fez as perguntas até chegar na raiz. Existe
então uma última pergunta a ser feita: O que você vai fazer para
mudar isso?

Entenda onde está o poder dessa última pergunta. Você poderia


ditar algumas ordens e dizer que a pessoa deve ler a Bíblia, jejuar e
orar. Mas entenda que, primeiro, a pessoa sempre vai se
comprometer muito mais com a ideia que ela mesma teve do que

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com a ideia que você teve para ela.

Segundo, se a pessoa não fizer o que ela mesma se comprometeu a


fazer, é possível cobrá-la explicando que foi ela mesma que disse
que faria. Terceiro, se der errado, ela nunca poderá colocar a culpa
em você, já que você só fez as perguntas. Quarto, se der certo, não
há como você sentir orgulho e nem se sentir top, porque a ideia foi
da pessoa.

Perceba que, fazer perguntas nos tira do lugar de culpa e do lugar


de orgulho, ao mesmo tempo. É a pessoa que tem alguém muito top
morando dentro dela: Jesus Cristo. Nós somente podemos ajudar a
pessoa a crer nisso.

Vamos para um exemplo: o problema é a falta de perdão. Quando a


pessoa é questionada sobre o que fazer para mudar isso, ela mesma
vai tomar a decisão de se aproximar da pessoa e pedir perdão. Cabe
ao líder continuar com mais perguntas: Que dia? Assim que a
pessoa responder o dia, ele deve seguir com outra pergunta: Que
horas? Onde? Com quem? É preciso fazer a pessoa verbalizar. Isso
fará com que uma agenda mental entre em ação dentro da pessoa,
montando uma cena. Dessa forma, é muito mais provável que a
pessoa realmente realize o que está dizendo.

Faça perguntas óbvias e, se possível, cobre a pessoa sobre a


decisão que ela disse que tomaria. A mudança está na prática.
Quantas pregações eu e você já ouvimos? Pregações maravilhosas
que nos fizeram dizer: Waw! Glórias a Deus! Aleluias! Mas não
fizemos nada para mudar a nossa situação. Ajude a pessoa a fazer
um contrato com ela mesma. Porém, vale lembrar que o discipulado
é voluntário, a pessoa realmente precisa querer viver o processo de
transformação.

Jesus simplesmente dizia: Deixe tudo e me siga. Depois, ele saía


andando. Quando ele olhava para trás, via as pessoas que os
seguiam, enquanto outras decidiam permanecer no mesmo lugar. O
discipulado requer entrega e vontade.

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DISCIPULADO JESUSCOPY
Aqui nós já vivemos o discipulado há algum tempo. Então, quero
compartilhar sobre algumas dificuldades que já tivemos e talvez
você possa se identificar. E a primeira dificuldade que pode
acontecer é dupla.

Manipulação (é “meu” discípulo) / Dependência (é “meu”


discipulador)

Agenda (limitação de tempo)

Imagine que cada círculo dessa figura representa uma pessoa com
quem você se envolveu no processo de discipulado. Quem é o
discipulador nesse caso? O grupo, o corpo de Cristo. É a troca de
experiências e informações, através do encontro das pessoas
durante o processo, porque enquanto o primeiro discipulador se
derrama sobre a vida das pessoas, as pessoas também derramam
vida sobre ele.

Num dia eu tive a visão dessa imagem, e no outro dia, o pastor


Paulo Borges estava falando exatamente sobre isso, através de
uma reunião virtual via Zoom. Estava na sala o Tiago e sua filha de
1 ano, a Sara. O pastor perguntou quem discipulava quem.
Obviamente, a resposta foi que o pai discipulava a filha. Logo, a
próxima pergunta foi: ‘Mas quem pega ele pela mão e o leva para
onde ele não quer ir ?’. E depois comentou que, provavelmente,
quando o Tiago está sentado no sofá, a TV está ligada num canal
que a Sara quer assistir e não ele.

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Ou seja, ao mesmo tempo em que o Tiago lidera a Sara de 1 ano, A
Sara de 1 ano lidera o Tiago. Enquanto o pai discipula a filha, a filha
discipula o pai. O Tiago só é pai porque a filha dele está o formando
como pai. Entenda que o discipulado é essa troca, é o corpo de
Cristo agindo. Afinal, quem aparece quando dois ou três estão em
comunhão? Jesus Cristo!

O nosso papel como discipulador é ser facilitador no processo de


transformação ou nascimento de uma nova pessoa. Um discipula o
outro e, durante a troca de experiências, há crescimento para
todos. No meu caso, o Tiago é muito profético e apostólico, o Artur
é totalmente evangelístico, já o Wesley é meio evangelístico, mas
também pastoral. O Léo é totalmente mestre, enquanto o Robson
totalmente pastoral. É uma troca.

Quero deixar aqui como experiência e exemplo para vocês. Nós


temos nos encontrado de 15 em 15 dias. Primeiro nós marcamos
uma reunião em grupo e, após 15 dias, nos encontramos em duplas.
Quinzenalmente, nós trocamos as duplas e assim, misturamos as
vidas sem exclusividade. Dessa forma, poupamos o tempo
individual de cada um e resolvemos os dois problemas ao mesmo
tempo: manipulação/dependência e agenda.

E cada um de nós tem um grupo, onde somos os facilitadores,


fazendo com que o modelo de discipulado se espalhe para a igreja
toda.

PROPOSTA

A ideia é trazer esse modelo para a mentoria JesusCopy também.


Vamos montar grupos de 6 pessoas [6 homens ou 6 mulheres].
Vocês terão encontros semanais via Zoom. Primeiro terá o
encontro em grupo, depois de 15 dias encontro em duplas. Na
outra quinzena vocês trocam as duplas fazendo novamente uma
reunião em grupo, e assim por diante.

Os temas serão relacionados à mentoria, discipulado, criatividade


e, é claro, podemos abrir o nosso coração, orar uns pelos outros,
entregar palavras proféticas. Pode até ser que aconteçam as

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maiores amizades da vida de vocês. Quem topa?

Nossa equipe não terá condições de gerenciar os grupos, que


deverão acontecer de forma orgânica. Vocês farão acontecer.
Todos vão receber um formulário do Google para preencher e
depois vão receber o link dos grupos já formados por nós, no
máximo, até terça-feira (25).

TAREFA DESTA SEMANA

Entrar no grupo e participar do primeiro encontro. As pautas das


reuniões deverão estar em harmonia com o aprendizado da
mentoria.

PERGUNTAS RELEVANTES

Como se especializar em fazer perguntas?


Uma coisa legal é a curiosidade. Seja uma pessoa curiosa. Lembra
do exemplo do meu pai? [Josué Gonçalves]. Faça da curiosidade o
seu estilo de vida. Quando entrar num Uber, comece a perguntar.
Mas tenha prazer em ouvir as respostas. Pode ser que o tesouro
de Deus que vai destravar nossas vidas esteja dentro de alguém.
Por exemplo, se o meu tesouro estivesse dentro do Léo, ele seria
como um cofre ou um baú. Só existe um jeito de abrir, fazendo
uma pergunta. Se eu não parar de falar, não terei oportunidade de
ouvir o que o Léo tem a dizer para mim e poderei perder esse
tesouro.

Léo - Outro dia, num podcast ouvi uma pessoa dizer que quando
temos um problema não devemos perguntar: O que devo fazer ? A
pergunta correta seria: Quem pode me ajudar ? Porque, muitas
vezes, achamos que a resposta está dentro de nós, mas pode
estar dentro de outra pessoa que já passou por situação
semelhante. Precisamos uns dos outros.

O que deve ser discutido nos grupos de discipulado?


Há várias possibilidades. Já houve ocasião em que lemos um livro
juntos e, em outras, abríamos o coração. No nosso caso aqui, na

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mentoria, todos somos líderes. Podemos falar sobre a igreja onde
lideramos, sobre algum setor específico ou ainda sobre o
desenvolvimento da nossa vocação.

Como proceder quando alguém no grupo não tem maturidade?


É a situação perfeita, porque essa pessoa será levada à
maturidade por causa do grupo. Como uma criança cresce?
Andando com adultos. Coloque os imaturos perto dos maduros. O
problema é que temos a tendência de isolar as pessoas,
separando imaturo com imaturo, leproso com leproso. Mas o
desafio é misturar as pessoas.

Qual a prioridade: discipulado ou trabalho?


Trabalhar é sua responsabilidade como homem, mulher e
sacerdote de um lar. Muitos trabalham demais e desviam o
coração dos caminhos de Deus, e não discipulam por falta de
tempo. É importante respeitar os horários. Se você trabalha das
8h às 17h, dentro desse horário sua prioridade é o trabalho, e isso
se torna também uma adoração ao Senhor. Lembrando que
trabalhamos sempre ao lado de pessoas e elas precisam ser
discipuladas.

Como mudar a mentalidade das igrejas que investem mais em


evangelismo do que em discipulado?
O caminho é começar a fazer e mostrar os frutos. Muitas vezes,
fazer propostas para o líder não surte muito efeito. Então, comece
a agir discipulando as pessoas e derramando vida sobre elas. As
pessoas ao seu redor vão começar a ser maduras e vão perceber a
diferença por causa do seu trabalho. Os frutos gritam.

Como gerar a vontade na pessoa de ser discipulada?


Viva de forma que as pessoas vejam seus frutos. Verbalize suas
transformações e conte como foi o seu processo. O discipulado
não é um método sistematizado, mas um relacionamento
orgânico.

Como funciona, no discipulado, a questão de confessar


pecados?
É algo voluntário. A pessoa precisa abrir o coração e confessar.
Mas, é necessário construir um ambiente de muito sigilo e

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confiança. Não se fala para ninguém o que rola no discipulado.

Como fazer perguntas estimulantes, coerentes e não invasivas?


Tente usar sempre o lado positivo da questão. Por exemplo: não
pergunte à pessoa por que ela peca sempre, mas como ela poderia
vencer o pecado. Mostre que a sua pergunta não tem a intenção de
desanimá-la, mas fortalecê-la mostrando que há uma solução
dentro dela. A não ser que o relacionamento já esteja bem
estabelecido ao ponto de haver liberdade de confrontação.

Quando o discípulo se esquiva ou omite os por quês, o que devo


fazer como discipulador?
Pergunte à pessoa qual a dificuldade dela em se abrir. Faça
perguntas e a ajude a vencer isso.

O que fazer quando a confiança é quebrada pelo seu


discipulador, sendo ele o pastor da igreja?
Abra o coração e diga a verdade, conte que você perdeu a
confiança nele. Abra o jogo, sem dó. É necessário ter as conversas
difíceis também. Mas você também tem a opção de ser discipulado
por outras pessoas e participar de outros grupos.

Quando sabemos que o discípulo está fazendo algo errado, como


lançar a pergunta sem ser invasivo?
Use a palavra de Deus. Pergunte: O que a palavra de Deus diz
sobre essa questão que você está vivendo? Segue um exemplo
simples. Imagine que a pessoa tenha uma TV pirata em casa,
então você fará uma pergunta usando a imaginação. “Se Jesus
fosse jantar na sua casa e gostasse da sua programação na TV. E
se Ele perguntasse qual a empresa responsável pelos canais. O
que você diria para Ele?”. Conduza a pessoa a refletir nos próprios
pensamentos sobre o que ela está vivendo e fazendo.

Entenda uma coisa: você não deve obediência ao seu


discipulador, e sim à Palavra de Deus. Quando discipulamos
alguém, não levamos a pessoa a nos obedecer, mas obedecer à
Palavra.

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