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Desenvolvendo

um Aprendiz
Carter Moss
Eric Metcalf
Nick Plassman
Autores
Carter Moss - Eric Metcalf - Nick Plassman

Editores
Carrie Larson – Carter Moss

NewThing
www.newthing.org

Developing an Apprentice
Copyright © 2013 NewThing

NewThing
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outros, exceto somente se em citações breves por escrito ou revi-
sões impressas sem a permissão prévia da Community Christian
Church or NewThing.

Cover Design: Sherry Gossman


Layout e Ilustrações: Sherry Gossman
Fotografia: Sherry Gossman
Tradução para o português: Ana Luisa Mello
Diagramação: Patrícia Kerr
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C CONTEÚDO
Conteúdo

Introdução ..............................................................pág. 7

Capítulo 1 – Reproduza ........................................pág.9

Capítulo 2 – Reconheça .......................................pág.15

Capítulo 3 – Recrute .............................................pág. 27

Capítulo 4 – Refine ...............................................pág. 35

Capítulo 5 – Reflita ................................................ pág. 45

Capítulo 6 – Solte .................................................. pág. 61

Capítulo 7 – Lembre .............................................. pág. 71

Apêndice A – Expectativas de Liderança ...........pág. 79

Apêndice B – Exemplo de Plano de

Desenvolvimento Liderança .................................pág. 85

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6
I INTRODUÇÃO
Introdução

Jon Ferguson
Co-fundador da Community Christian Church

Tenho participado de grupos pequenos e servido em equipes


com a variedade de pessoas mais inusitada e, ainda assim, Deus
faz o que somente Deus pode fazer. Através de uma palavra de
encorajamento, um comentário cheio de insight, uma expressão
de bondade, uma oração sentida ou uma simples expressão de
hospitalidade genuína, Deus se faz presente e então sou abençoado
muito além das minhas expectativas. Recebo então o que eu preciso
para me conduzir através da minha semana.

Acredito que foi o que Jesus quis dizer quando ele disse “...onde
dois ou mais estiverem reunidos em meu nome, ali eu estarei entre
eles.” Quando estamos juntos, quer estejamos servindo numa
equipe de louvor ou simplesmente vivendo vida juntos através de
um grupo pequeno, Deus se faz presente de uma maneira diferente
de quando Ele o faz quando estamos sozinhos. Ah, o poder da vida
em comunidade genuína! Pequenos bandos de gente reunidos
em cafés, casas e prédios de igreja ou servindo em salas de aula,
áreas com muitas necessidades sociais e em centros comunitários.
São pessoas como eu e você, fazendo a diferença e encontrando
esperança, encorajamento e meios de prestar contas de suas vidas
a fim de sermos o que Deus sonhou que nós podemos ser.

Como líder, você tem ao seu alcance a habilidade de atrair a


presença de Deus. Você é assim, demais de importante. Seja entre
aqueles que têm três anos ou aqueles que têm oitenta e três anos de
idade, demanda alguém se apresentar e dizer:_ “Eu vou fazer isso.
Eu vou liderar. E não somente eu vou liderar,

vou trazer alguém comigo para se desenvolver, alguém que


eventualmente irá liderar, também. Uma coisa é liderar, outra coisa
é cuidar o suficiente para investir de si na vida de alguém que pode
liderar aqueles que não podem liderar.

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Chamamos estes líderes emergentes de “aprendizes”. Jesus
acreditava tanto nisto que trazia junto de Si não somente um, mas
doze aprendizes – pessoas comuns com nomes como Pedro, Tiago e
João. Ele lhes pediu para terem uma vida com Ele, para observá-Lo
e aprender d’Ele. A ideia é simples, mas através deles Ele continua
a mudar o mundo. E, através de você, Ele deseja fazer o mesmo.

Nestas páginas que se seguem encontram-se algumas das ideias


mais práticas e cheias de insight que você irá encontrar para guiá-
lo(a) nesta jornada não apenas de liderar, mas de conduzir outros a
liderar...a mudar o mundo.

Não estou brincando, não. Você pode mudar o mundo!

Jon Ferguson

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1 Reproduza
Capítulo

Capítulo Um – Seguindo o Chamado

“Eu digo que você é Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha
igreja, e as portas do Hades não poderão vencê-la.” - Mateus 16:18

Uau! Estas são algumas das palavras mais poderosas de Jesus já


registradas. Como você acha que Pedro se sentiu? Como você teria
se sentido? Tente ouvir Jesus dizendo aquelas palavras a você:
“Você é [insira seu nome] e sobre você vou construir minha igreja,
e as portas do Hades não poderão vencê-la.”

Como você se sente, bem lá no íntimo?


Sobrecarregado(a)?
Entusiasmado(a)?
Intimidado(a)?
Honrado(a)?
Insignificante?
Todas as opções acima

Este verso é um marco,


um divisor de águas A única maneira de
na Bíblia. Através de continuar nossa liderança
toda a história Judaica, é investir em outros.
pessoas aguardavam pelo
surgimento do Messias.
Então Ele o faz como um homem humilde chamado Jesus. E
agora, após 30 anos de vida, e uns meros três anos de ministério,
Ele revela a Seus discípulos que Ele não iria permanecer ali. He
não permaneceria na Terra para liderá-los. Que Ele tem um plano
diferente: um plano de confiar todo o futuro da igreja, de Sua
missão na Terra, a seres humanos, pessoas como nós. Uau!

Até agora, o plano de Deus está funcionando! Desde Pedro até


hoje, Deus tem continuado a chamar e a capacitar líderes para
liderar Sua Igreja. É devido ao legado deles que estamos aqui hoje.

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Somos seguidores de Jesus tal qual Pedro era, e chamados também
para a missão de Jesus, tal qual ele foi.

Também é verdade que não estaremos neste mundo para sempre.


Não apenas no sentido literal nossa vida terá um fim algum dia,
mas também no sentido de que podemos vir a nos mudar para
outra cidade e virmos a nos juntar a outra igreja. Ou podemos ser
chamados a servir em alguma outra função, o que vai causar termos
que deixar nossa posição de liderança atual. Assim, o único modo
pelo qual nossa liderança poderá continuar será se investirmos me
outras pessoas. E esse era o plano de Jesus.

Outro líder na Bíblia que recebeu um chamado direto de Jesus


para ser líder foi Paulo. Paulo compreendeu esta ideia de investir
em desenvolvimento de liderança (formação de aprendiz) como
ninguém. Uma das muitas pessoas na quais ele investiu foi um
aprendiz jovem e muito motivado chamado Timóteo.

Paulo lançou perfeitamente a visão e o valor da reprodução de


liderança. Podemos ver isso em II Timóteo numa frase simples, à
qual se refere como Princípio 2-2-2

“E as palavras que me ouviu dizer na presença de


muitas testemunhas confie-as a homens fiéis que
sejam também capazes de ensiná-las a outros.”
II Tim 2:2

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1

Paulo fala da reprodução de líderes até quatro gerações:

Primeira Geração Ele

Segunda Geração instrui a Timóteo

Terceira Geração investir em homens


(pessoas) confiáveis

Quarta Geração os quais também se


qualificarão para
desenvolver outros líderes

Pare um momento deixe que esta grandiosidade seja absorvida.


Quando examinamos esta ideia de desenvolvimento de aprendizes,
não estamos falando de encontrar pessoas que nos ajudem a fazer
nossas tarefas mais eficazmente. Também não estamos falando de
preparar pessoas para simplesmente nos substituir a fim de que
possamos ir fazer outra coisa. Estamos falando sobre reproduzir
nossa liderança a fim de que a missão não pare em nós e se estenda
às futuras gerações.

A linguagem é importante quando falamos me liderança. A palavra


“aprendiz” apresenta um conceito de investir em alguém a fim de
que reproduzamos nossa liderança naquela pessoa. A Marinha
americana define um aprendiz como “alguém que se alistou e
recebe um treinamento especializado”.

2x2x2
Nossos aprendizes são pessoas que se apegam a nós a fim de obter
um treinamento especializado e aprender o ofício da liderança.

É importante diferenciar isto de outros papéis similares mas


distintos. Aprendizes são diferentes de assistentes, colíderes
e auxiliares. A diferença está em que um aprendiz não está

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simplesmente ajudando a um líder, mas, ao invés disso, o aprendiz
está se tornando um líder.

O desafio é o desenvolvimento de um aprendiz não acontece


automaticamente. Você pode acreditar o quanto quiser que
desenvolver um aprendiz é um ótima ideia, mas para vivenciar
isto, você tem que ser intencional sobre reconhecer e recrutar outros
para juntar-se a você na missão, investindo tempo e energia para
refinar sua liderança, e então liberando estes líderes em atitude de
fé para que continuem a missão e “ensinem a outros”.

O desenvolvimento de um aprendiz é tanto uma arte quanto uma


ciência. Envolve colaboração por parte do líder, do aprendiz, e de
Deus. Somente pode ser realizado de forma bem sucedida através
da combinação de habilidade, relacionamento e discernimento
sobre o que funciona melhor para cada pessoa. Ainda assim,
nenhum desenvolvimento de aprendiz traz consigo a garantia
de “sucesso”. Escolher investir em alguém envolve muito risco e
muita fé – e assim mesmo que Deus gosta! Embora não haja uma
fórmula do tipo “modelo único que se serve para todo mundo”,
existem de fato muitas ferramentas, guias e recursos artísticos
importantes que vão empoderar a você para o desafio maravilhoso
de desenvolvimento de um aprendiz.

Então, qual é seu objetivo máximo na vida? Criar bem os filhos


para que possam dar continuidade ao nome da família? Fazer
deste mundo um lugar melhor do que quando você o encontrou?
Será que muitos de nós não desejam deixar um legado atrás de nós
que mostre que tivemos um impacto no mundo? Isto é exatamente
o que Deus estava falando através de Paulo – que realmente é
possível a nós deixarmos um legado, até mesmo um legado que se
estenda de geração a geração. A possibilidade de podermos deixar
este tipo de que legado é algo incrivelmente inspirador.

Assim, que comece o desenvolvimento de um aprendiz!

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1

Revisão do Capítulo 1 - Reproduza

• Jesus confiou Sua missão para ser continuada por pessoas!

• Precisamos constantemente investir em outros líderes, tanto para


sermos capazes de substituir a nós mesmos, como também para
enviar mais líderes.

• Temos que ser intencionais sobre o desenvolvimento de um


aprendiz; não podemos simplesmente esperar que isto ocorra
naturalmente.

• O desenvolvimento de um aprendiz é uma colaboração entre o


líder, o aprendiz (ou a aprendiza) e Deus.

Questões para Refletir

1.Alguém investiu em você antes de você ser um(a) líder, ou você


foi forçado a aprender por si mesmo(a)? De qualquer forma, como
você se sentiu?

2.Você alguma vez já investiu em alguém para que esta pessoa se


desenvolvesse para assumir um papel?

3.Por que você acha que Jesus escolheu confira em pessoas para
dar continuidade à sua missão?

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14
2 Reconheça
Capítulo

Capítulo Dois – Descobrindo o Potencial

Quanto você consegue se lembrar do seu tempo de 5º ano na escola?


Eu (Eric) não tenho muita certeza, mas uma coisa experiência
em particular se destaca em minha memória. Eu era um jovem
artista aspirante e meu professor do 5º. Ano, Professor Guinn,
reconheceu isto em mim. Ele identificou em mim uma pessoa que
tinha um talento e me então convidou para que eu supervisionasse
um projeto de arte bem importante – um grande desenho a giz
de 50 personagens da Disney. Eu fiquei tanto chocado quanto
entusiasmado com aquela oportunidade de mostrar meu talento e
paixão pela arte. Então eu respondi com um SIM!

Muito embora em não tenha seguido uma carreira nas artes, a


confiança e o empoderamento que eu ganhei por ter um líder como
o professor Guinn reconhecer dons específicos em mim é algo
que nunca mais esqueci. Antes de discutirmos como desenvolver
um aprendiz ou mesmo como recrutar um aprendiz, precisamos
começar com como reconhecer um.

Como eu sei o que buscar num aprendiz? E


se eu pedir a alguém para ser um aprendiz e
a coisa não der certo?

Um dos maiores desafios que enfrentamos é saber o que buscar


num aprendiz em potencial, porque este aprendiz irá influenciar
a vida de outras pessoas. Não importa o quanto lemos e as coisas
que ouvimos, é simplesmente bem difícil. Na minha experiência
de tentar ser um bom recrutador de aprendiz, aprendi muito sobre
quem eu deveria ter pedido para ser um aprendiz e a quem eu não
deveria ter pedido.

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Eu sou um recrutador por natureza. Estou sempre buscando
alguém com quem eu possa desenvolver ministério. Sem dúvida
nenhuma, prefiro exercer o ministério trabalhando em equipe,
não sozinho – é muito mais divertido! Entretanto, esta inclinação
natural (ou sobrenatural) pode me levar a convidar pessoas
a assumirem o papel de aprendizes antes que estejam de fato
preparadas para tanto. Lembro-me de uma certa vez em que pedi
a alguém para ser um aprendiz, alguém que era introvertido(a),
quieto(a), arrogante, sério(a) demais, inflexível, chato(a) – você
sabe como é. A verdade nua e crua é que eu não deveria ter pedido
a eles para serem meus aprendizes. Eles não estavam prontos,
nem eram os mais adequados para aquele papel. Então por que
eu reconheci neles um aprendiz e os recrutei? Porque eu de fato
queria ter um aprendiz -

Eu simplesmente não tinha certeza do que exatamente


devia buscar nas pessoas
O professor Guinn reconheceu algo em mim, e como líderes nos foi
dado o grande privilégio de reconhecer dons e talentos em pessoas
à nossa volta. O professor Guinn pode ter reconhecido em mim
um gênio criativo (só porque eu quero...), mas o que nós estamos
buscando quando tentamos identificar aprendizes em potencial?

Que tipos de qualidades precisamos identificar num aprendiz de


líder potencial de grupo pequeno? E num aprendiz de líder de
louvor? E num líder aprendiz de ministério a jovens estudantes? E
num líder de hospitalidade?

Estas são questões com as quais temos que lidar, mas podemos
começar identificado as características inegociáveis – “os
inegociáveis”, as qualidades que são essenciais, que a pessoa tem
que ter antes que você possa considerá-la como um aprendiz em
potencial. Além dessas, tenho também aprendido que há vários
“bônus” – características que não são necessariamente vitais para
cada líder possuir, mas que se transformam em grandes bônus,

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ganhos, quando estão presentes naquela pessoa.

Os inegociáveis
Você não pode dirigir um carro sem rodas, sem motor ou sem
combustível. Você não pode assar um bolo sem farinha ou ovos
(não um bolo bem gostoso). Você não pode comer um autêntico
cachorro quente de Chicago sem cebolas, mostarda e molho
picante de vegetais em conserva (antepasto Giardiniera). Pense
nos “inegociáveis” que você já tem definido em seu ministério, as
coisas que você já escreveu na pedra e já determinou como marcas
que não podem estar ausentes e as quais você se recusa a alterar.
Demanda muita convicção vinda de Deus, associada a experiências
na vida real, para nós desenvolvermos e chegarmos a esses valores
fundamentais. Aqui estão alguns desses “inegociáveis” os quais
Deus tem desenvolvido em mim quando diz respeito a confiar a
pessoas o privilégio da liderança:

Velocidade espiritual
O aprendiz tem que ter uma vida centrada em Jesus – não uma vida
de perfeição – mas uma vida centrada em Jesus. Talvez você tenha
ouvido pessoas listarem suas prioridades desta forma: “Deus está
em primeiro lugar na minha vida; a família é a segunda; e igreja é
a terceira e o trabalho é o quarto.” Embora certamente possa haver
um certo pragmatismo em olhar para as coisas desta forma, como
seria se isto fosse apresentado desta forma: Deus está no centro
nossas vidas, e tudo mais gira ao redor d’Ele e da Sua vontade?
Uma pessoa com uma vida centrada em Jesus será impactada em
todas as áreas de sua vida. Algumas das formas nas quais isto pode
ser observado são:

• Compromisso em seguir a Jesus – Compromisso público através


do batismo.
• Casamento – Como amam a seus cônjuges: noites para sair e
namorar, palavras de afirmação.
•Solteiro – Regras e limites saudáveis para o namoro, pureza.

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• Criação de filhos– Amando seus filhos, falando positivamente
deles, discernindo suas próprias ações como pai ou mãe.
• Finanças - Dizimar, mordomia, generosidade.

Mas não entenda mal esta lista, por favor – ela não diz respeito a
um estado de perfeição ou a já ter atingido um ponto de perfeita
maturidade. De fato, diz respeito à jornada. Brian McLaren
descreve isto de forma brilhante em seu livro “More Ready Than
You Realize” (Mais Pronto do Que Você Imagina, tradução livre)
onde ele chama isto de “fator jornada”.

Fator Jornada – enxergar o processo de fazer


discípulos como um processo holístico e uma
jornada sem fim, não apenas como um evento
de conversão. – Brian McLaren

Geralmente vemos uma vida centrada em Jesus como se fosse uma


vida onde alguém ou está “dentro” ou “fora”. Observando a figura
abaixo, imagine que o círculo representa o ponto de conversão da
pessoa. Como você pode ver, a pessoa A cruzou aquele ponto de
conversão, enquanto a pessoa B ainda não o fez. Assim, a pessoa
A está “dentro” e a pessoa B está “fora”. Portanto, a pessoa A tem
uma vida centrada em Jesus e a pessoa B, não.

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2

Esta ideia de momentum mais orientação em direção a Jesus pode


ser chamada de velocidade espiritual. E (Eric) observei um exemplo
recente disto num contexto de grupo pequeno, onde o aprendiz
havia se tornado seguidor de Cristo recentemente e certamente
não apresentava o caráter de Cristo de forma total através de sua
vida.

Entretanto, ele está constantemente buscando a Jesus, mais do que


eu já vi em muitos cristãos que conheço. Seu momentum e direção
são fantásticos e definitivamente me inspiram! É muito mais
prático e inclusivo centrarmo-nos na sua velocidade espiritual
dessas pessoas versus se eles têm uma compreensão mais integral
do que significa ser cristão. Você acha que os discípulos nos
Evangelhos tinham esta compreensão mais ampla? Claro que não!
MAS, eles estavam se movendo na direção correta e Jesus via isso.
Assim, mantendo isto em mente, segue-se como podemos refletir,
demonstrar esse momento espiritual:

Assim, embora a Pessoa


A possa ter tido uma E se escolhermos
“experiência de conversão”,
aprendizes baseados no
ele ou ela não está vivendo
seu momentum ao invés
uma vida de “velocidade
espiritual”. Uma vez que de posição?
Jesus está vivo e mudando
o mundo diariamente, temos que estar buscando a Ele diariamente
(Lucas 9: 23-25).

A Pessoa B, por outro lado, está se movendo em direção a Jesus


e mudando o mundo com Jesus. Velocidade Espiritual está
relacionada a momentum e direção. A pessoa que você está
considerando como aprendiz é alguém que deseja estar em missão
de ajudar pessoas a encontrar seu caminho de volta a Deus? Ele
ou ela está tomando passos para demonstrar isto em sua própria
vida? Se sim, eles estão no ponto certo para a oportunidade de se
tornarem um aprendiz.

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A

Atitude ensinável
Uma outra característica não negociável é uma atitude ensinável.
Uma pessoa deve estar verdadeiramente desejosa de aceitar
feedback a fim de poder se desenvolver. Ele ou ela está disposto(a)
a aceitar crítica construtiva e confiar que a pessoa que está fazendo
esta crítica tem interesse genuíno no crescimento deste aprendiz?
Um dos papéis que desempenhamos como líderes é o de identificar
oportunidades de crescimento em aprendizes, as quais irão ajudar
a fortalecê-los e assim, por sua vez, fortalecer a igreja local. De fato,
o processo de formação de um aprendiz está fundamentado numa
atitude ensinável – o processo ou papel não pode existir sem isto.
Se a pessoa é ensinável, ele ou ela deve desejar ser afirmada, aceitar
feedback graciosamente e estar disposto(a) a mudar o modo como
faz as coisas. Esta atitude ensinável deve ser acrescida de confiança,
e somos responsáveis como líderes por desenvolver isto. Se um
aprendiz confia em nós como líderes, ele/ela estará muito mais
aberto ou aberta a receber de nós o conteúdo do aprendizado.

Inteligência relacional
Inteligência relacional é a ideia que o aprendiz em potencial
precisa ter o entendimento básico que pessoas são importantes;
as pessoas são importantes para Deus e é necessário que sejam
importantes para nós. Uma pessoa com inteligência relacional
tem uma capacidade inata em ver o melhor nas pessoas. Não lhe

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2

falta consciência das áreas que ainda precisam de crescimento nos


outros, pois não é alguém que se deixa levar por um otimismo cego.
Mas, ao contrário, pessoas com inteligência emocional possuem a
capacidade aguçada de ver coisas muito preciosas em alguém.

O teste do estacionamento
Um outro atributo da Inteligência Relacional é o que nosso staff
gosta de chamar de “teste do estacionamento”. O teste é simples
assim: quando você vê o carro de um aprendiz de líder em
potencial no estacionamento quando você chega, a sua reação
inicial é de entusiasmo em ver a pessoa ou você torce para não
encontrar com ele/ela? É basicamente uma pergunta relativa à
química entre pessoas. Quando essa pessoa entra numa sala, como
as pessoas se sentem? Liderança não é somente um papel, mas está
profundamente ligada a relacionamentos. Muito frequentemente
acreditamos que concedendo a alguém um papel de autoridade,
as pessoas vão seguir a esta pessoa. Isto não é verdade. Se alguém
não sabe liderar com inteligência relacional, então eles não estão
de fato liderando, mas sim micro gerenciando. Ter Inteligência
emocional é uma habilidade não negociável quando se considera
alguém para ser um aprendiz em potencial.

Qual é a sua primeira reação ao ver o


carro deles no estacionamento?

Os prêmios
O dia de pagamento para muitos de nós é dia 15 ou 30 de cada mês,
talvez a cada duas semanas ou uma vez por mês. Entretanto, há
um dia de pagamento especial, quando recebemos um valor extra
de dinheiro: o dia do pagamento do bônus. Este bônus nos permite
fazermos coisas as quais normalmente não podemos pagar: quitar
o cartão de crédito, remodelar a sala de estar, ou simplesmente
doar para alguém em necessidade. Qualquer que seja o caso, nos

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é dada a oportunidade de produzir um impacto maior com este
bônus. Ele nos oferece a oportunidade de fazer mais do que nós
poderíamos ter feito sem ele. No que diz respeito a identificar
um aprendiz, há alguns bônus grandes que podemos receber
também – características que não são necessariamente essenciais
para escolha de um aprendiz em potencial, mas que podem ser
um recurso tremendo na jornada de liderança dessa pessoa. Há
muitos tipos de bônus, mas vamos nos concentrar em particular
em quatro deles:

Missional
Tem ocorrido uma ressurgência dentro da Igreja no tocante ao
estudo da sua missão. Este estudo tem emergido porque houve
uma discussão sobre a perda da missão da Igreja: buscar e salvar
o que estava perdido (Lucas 15). Muitos defendem que, ao invés
disto, temos nos tornado uma igreja cheia de uma mentalidade
de “consumidores”. O que a igreja oferece a mim? Será que ela
oferece o melhor programa para meus filhos? Será que o ensino
nesta igreja atende minhas necessidades? A música se adequa ao
meu estilo pessoal? Estas são questões válidas a se colocar, mas
se elas se tornam o nosso foco, elas acabam por nos “consumir”
(a ironia do termo é intencional). Ao buscarmos aprendizes
em potencial seria de grande vantagem identificar alguém que
seja missional, alguém que está disposto(a) a sacrificar tempo,
dinheiro e interesses pessoais a fim de ajudar mais pessoas a
encontrarem seu caminho de volta a Deus. Quando essas pessoas
estão totalmente comprometidas com esta missão, elas estarão
totalmente comprometidas com o tipo de liderança necessária para
se alcançar isto.

Discernimento
Um dom espiritual singular que alguns líderes em potencial
possuem é a habilidade de discernir o que está acontecendo em
qualquer situação. Se alguém consegue discernir as necessidades
d e um grupo de pessoas, seus desejos, paixões, vontades e sonhos,

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2

esta pessoa terá muito mais chance de liderar aquele grupo ou


equipe. Este(a) líder vai saber quando confrontar asa pessoas e
quando deixá-las resolverem seus conflitos por si mesmas.

Inclusivo
Uma pessoa inclusiva é como uma brisa de ar fresco. Muitos
de nós estamos estruturados de forma a sermos extremamente
egoístas com nosso tempo e ainda mais com nossos amigos e
comunidades. Uma vez que encontremos um lugar seguro para
rirmos e chorarmos, geralmente ficamos muito egoístas sobre quem
permitimos participar daquela experiência que temos. Entretanto,
uma pessoa inclusiva constantemente irá incluir pessoas em suas
conversas, seus grupos e suas vidas. Significa que as pessoas irão
querer segui-los. E significa que estas pessoas inclusivas irão trazer
muita gente consigo na missão.

Conhecimento Bíblico
Conhecer a Palavra de Deus (a Bíblia) é vital para nosso crescimento
espiritual. É uma das formas chave de aprendermos sobre o caráter
de Deus, Sua vontade para nossas vidas, e sobre Sua missão neste
mundo. Mas ainda que conhecimento bíblico extenso seja muito
valioso, não é necessariamente uma qualidade “não-negociável”
para alguém começar na liderança. Alguém pode ter todo o
conhecimento bíblico do mundo, mas não amar as pessoas de fato,
nem saber como liderá-las (João 5). Além disso, é geralmente mais
fácil ensinar a Bíblia a alguém do que ensiná-lo a ser mais amoroso.
Não importa onde a pessoa esteja quando começa na liderança,
espera-se que ela irá crescer no seu conhecimento da Bíblia ao
longo de sua jornada de liderança.

Algumas pessoas são líderes natos e outros são refinados como


líderes através de paciência, experiências na vida, mentoria e
através da provisão de Deus. Pense sobre como você se tornou
líder. Quem identificou a você como líder em potencial? Quem lhe
deu permissão? Quem passou-lhe a visão? Quem o/a inspirou a

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correr o risco e dizer “sim”? Foi preciso alguém ter reconhecido
algo em você para que você estivesse onde está hoje.

A pergunta no cerne desta questão é esta: será que realmente


acreditamos nas pessoas? Ou, colocando de uma outra maneira:
será que Deus realmente acredita nas pessoas? Se sua resposta
for “não”, então o conceito de formação de aprendiz nunca irá
funcionar. Mas, se pudermos responder “sim”, então toda esta
jornada vai ficar muito mais interessante. A vida de seguir a Jesus
estará então para se tornar bem mais interessante, à medida que
seguirmos nesta jornada de liderança com aprendizes.

Revisão do Capítulo 2 - Reconhecer

Os Inegociáveis
• Velocidade Espiritual: Qual é o movimento/direção deles (não
apenas sua posição)?
• Inteligência Relacional: Eles gostam de pessoas e as pessoas
gostam dele?
• Atitude Ensinável: Eles estão abertos a ser desenvolvidos e
aprimorados?

Os Bônus
• Missional: Eles estão dispostos a se sacrificar pela missão de
Deus?
• Discernimento: Eles conseguem discernir sabiamente coisas nas
pessoas e nas situações?
• Inclusivo: Eles amam de trazer pessoas consigo?
• Conhecedores da Bíblia: Eles têm um bom conhecimento e
manuseio da Palavra de Deus?

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2

Perguntas para Reflexão

1. Na sua igreja existem outros não-negociáveis ou bônus os quais


você busca em aprendizes em potencial?

2. Você é alguém que tem a tendência de reconhecer os pontos


fortes/dons das pessoas rapidamente ou você nota primeiro suas
fraquezas/suas lutas?

3. Quem foi a primeira pessoa a reconhecer potencial em você? O


que foi que aquela pessoa viu em você que foi o que mais motivou
e encorajou a você?

25
26
3 Recrute
Capítulo

Capítulo Três – Comunicando a Visão

• “Ah, eu não consigo fazer isso.”


• “E se a vida deles estiver ocupada demais e eu estiver
fazendo-a ainda mais ocupada?”
• “E se eles disserem “não” para mim?”
• “ E se eles me evitarem porque eles pensam que tudo que eu
quero deles é que “ajudem”?

E se… E se… A verdade é que estas perguntas e temores são


tão fortes para maioria de nós que elas podem nos impedir de
convidar alguém a entrar numa relação de formação de aprendiz.
E quando dizemos “não” a alguém desta forma, estamos negando
a esta pessoa a oportunidade de ser afirmada, de pedir a Deus que
mostre o que Ele deseja para a vida daquela pessoa de agora em
diante e de experimentar a incrível jornada de liderança.

Informação
A palavra “recon” (pronounciada “RÊ-con”, e não “rá-cun”- ou
guaxinim, o que nos dá uma ideia completamente diferente), o
qual é a forma curta de “reconhecimento”, é muito interessante.
A mim me lembra um agente secreto de video game muito
popular chamado Splinter Cell Ghost Recon ou de um dos filmes
do Ocean’11 (e demais continuações), onde o Danny Ocean e seu
time de criminosos profissionais estudam o seu alvo a fim de obter
informações que precisarão para serem bem sucedidos em sua
tarefa de roubo. Aqui esta a definição direto da Wikipedia: “‘recon’
é um termo militar para coleta de informações.”

Um exemplo bíblico de recon/reconhecimento vem do livro de


Números, no capítulo 13, onde temos o relato dos 12 homens
que foram enviados numa missão de reconhecimento. Ao
retornarem, todos eles- com exceção de apenas um – oferecem
um relato completamente negativo. Somente Calebe demonstra
uma fé em Deus a ponto de saber que Ele poderia superar todos

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os obstáculos que aqueles homens testemunharam. Em nosso
contexto de ministério atual, “recon”uma oportunidade de coletar
a maior quantidade de informações possíveis antes de recrutar
um aprendiz. Isto envolve intencionalidade, algum discernimento
e, assim como Calebe, uma verdadeira fé em Deus e em Sua
habilidade de operar através de pessoas.

Simon era um cara que eu (Nick), havia identificado como um


aprendiz em potencial. Ele tinha de diversas formas o que eu
tinha estado procurando há muito tempo e eu estava pronto a
recrutá-lo. Comecei meu processo de recrutamento simplesmente
demonstrando interesse no que ele estava fazendo. Uma certa
noite, ele esteve na igreja consertando uma lâmpada. Havia um
grupo de rapazes que se reuniam toda quarta-feira para fazerem
trabalhos de manutenção na igreja e, para o Simon, era uma forma
fácil de poder contribuir. Seu papel não exigia muita profundidade
e ele podia contribuir junto com seus amigos e a carga de tempo
exigida era bem leve. Assim, era um lugar ideal para ele dar o
primeiro passo e começar a contribuir na igreja.

Eu sabia que gostava do que eu havia visto no Simon, então pedi a


diversas pessoas se podiam dar algum insight sobre a pessoa dele.
Eu estava buscando observar as reações deles à minha iniciativa de
recrutá-lo. Amigos são quase sempre uma boa fonte de informação
e reação sobre o recruta em potencial. Quando eu pergunto sobre
uma pessoa, estou em geral buscando por afirmações sobre aquela
pessoa, a qual eu possa usar mais tarde em conversas diretamente
com ela ou estou buscando identificar barreiras potenciais para o
papel para o qual estou recrutando.

Com o Simon, fiquei feliz em ouvir de seus amigos que “Então


Calebe fez o povo calar-se perante Moisés e disse: ‘Subamos e
tomemos posse da terra. É certo que venceremos!”. Acreditavam
que ele se ajustaria muito bem ao papel para o qual eu estava
recrutando. A outra informação preciosa que obtive foi que Simon
3

“Então Calebe fez o povo calar-se perante Moisés


e disse: ‘Subamos e tomemos posse da terra. É
certo que venceremos!” Números 13:30

tinha passado por um divórcio muito difícil havia alguns anos


atrás, e seu papel atual de contribuição com a igreja era algo muito
importante para a própria saúde relacional e senso de comunidade.
Ele havia sido capaz de reencontrar um senso se pertencimento e
valor por meio daquele trabalho voluntário na igreja. Assim, após
um pouquinho de “recon/reconhecimento”, eu estava pronto para
apresentar meu pedido a ele.

Convite
Uma vez que tenhamos ajuntado informação e insights sobre um
líder em potencial através da nossa missão de reconhecimento, o
passo seguinte é apresentar o pedido, ou seja, convidar a pessoa
de fato a se juntar a nós na jornada de liderança. Isto pode parecer
um passo meio óbvio, mas não se engane: há momentos em que
pode ser extremamente tentador simplesmente parar aqui e nunca
fazer o pedido para alguém. Por quê? Porque podemos pensar
em centenas de razões pelas quais eles poderiam dizer “não’. Mas
devemos ser muito cuidadosos para nunca dizermos “não” para
alguém. Devemos permitir que Deus tenha espaço para trabalhar
em suas vidas. Não podemos ter um aprendiz se não pedirmos
àquela pessoa para sê-lo. Cabe a nós apresentar esta oportunidade
à pessoa. Mas cabe a Deus trabalhar naquela pessoa a partir
daquele momento. Quando abordei o Simon pela primeira vez,
já tinha tudo preparado na minha mente para fazer um convite
muito sólido. Seus amigos acreditavam que ele se encaixaria muito
bem naquele papel; eu pessoalmente via muitas coisas nele que
eu desejava ter na minha equipe e eu sabia que eu estava prestes a
fazer-lhe uma pergunta a qual seria muito difícil para ele recusar.
Então me dirigi até o Simon e nossa conversa se desenrolou mais

29
ou menos assim:

Nick: “Como você está ?”


Simon: “Muito bem.”
Nick: “Simon, posso lhe fazer uma pergunta?”
Simon: “Claro.”
Nick: “ Simon, você já considerou ajudar no ministério dos jovens
estudantes?
Simon: (Risada, o que não é um bom sinal. Depois, uma pausa.) “
“Você está falando sério?”
Nick: “Totalmente”.
Simon: (Mais risadas, o que ainda não é um bom sinal) “Por que, a
despeito de tantas outras pessoas, você pede isso para mim?”
Nick: (Quebrando a cabeça, lembrando-me do meu recon) “Porque
eu acho que você seria bom nisto.”
Simon: “Por que eu?”

Agora era minha chance de usar o que eu tinha aprendido para


afirmá-lo e comunicar minha visão.

Devemos ser muito cuidadosos em


nunca dizer “não” a alguém.

ICNU
ICNU é uma brincadeira com letras e seus sons no inglês, também
conhecida por “linguagem de placa de carro”. As letras significam
I See In You - em português, “Eu Vejo Em Você”. Estas quatro
letras simples podem ser a parte mais importante e de impacto
no processo de recrutamento de um líder aprendiz. Enxergar
potencial real num aprendiz é infinitamente mais importante do
que simplesmente preencher necessidades com um ser de carne
osso meramente por preencher. E, uma vez convencidos disto,
precisamos nos certificar de que eles saibam disto!

30
3

Joseph Meyers nos explica em seu livro Organic Community que,


quando você está recrutando alguém, a questão mais importante
que eles querem que você responda não é “o que eu ganho com
isso?” A pergunta que eles realmente querem saber é “por que
eu?”. Eles querem saber por qual motivo você os selecionou dentre
todas as outras opções que tinha. E eles têm a expectativa de que
a resposta esteja ligada a quem eles são como pessoa e como Deus
pode, de forma singular, usá-los para desempenhar um papel
especial na Sua missão.

O quão frustrante poderia ser para eles saberem que a razão de


fato era apenas atender uma necessidade e a pessoa de carne e
osso mais próxima eram eles? À medida que você se encontra
com esta pessoa para dar-lhe uma visão sobre como é o processo
de ser um aprendiz, esta é a sua oportunidade de dizer-lhe
porque você acredita que ele ou ela é a pessoa certa, porque você
acredita nesta pessoa e porque você acredita que Deus quer usá-
lo(a) daquela forma.

Comecei a compartilhar com Simon o que eu via nele. Eu destaquei


a maneira com a qual ele parecia se iluminar quando estava junto
dos jovens estudantes. Compartilhei que os estudantes pareciam
ser atraídos por ele e que o compromisso dele para com um
grupo pequeno e com o trabalho semanal de manutenção eram
qualidades importantes, as quais eu buscava. Falei-lhe sobre como
outras pessoas ao redor dele pensavam que ele se encaixaria muito
bem como um líder aprendiz do ministério de jovens estudantes.

Depois de alguns momentos de silêncio, Simon me disse que teria


que pensar sobre aquela proposta e que depois me contataria. Eu
sorri e concordei, mas disse que eu voltaria e lhe perguntar sobre o
assunto na semana seguinte. E, de fato, o fiz. Semana após semana
eu fui atrás do Simon e ele ali, dizendo que ainda estava pensando
no assunto. Mas eu usava cada uma daquelas oportunidades
para dizer-lhe o que eu via na pessoa dele. Não tenho certeza se

31
o compromisso o assustava (devido ao seu divórcio recente) ou se
era difícil para ele acreditar em si mesmo, mas o fato era que eu o
queria no meu time. Assim, após oito semanas (sim, oito semanas)
de perguntar a ele e dar-lhe mais e mais tempo para considerar, ele
finalmente concordou em fazer uma visita ao ministério de jovens
estudantes.

A maior pergunta que sempre


fazem é “Por que eu?”

Incluir
Às vezes, a primeiro pedido numa tentativa de se recrutar qualquer
pessoa pode ser simplesmente “venha e veja” o que você faz em
seu papel naquela área. Você pode pedir-lhes para vir observar,
enquanto lhes oferece permissão total para fazer perguntas.

O Simon concordou em vir participar de uma reunião do ministério


dos jovens estudantes e observar cada aspecto dele. Eu pedi a ele
que prestasse muita atenção a toda a reunião e depois trouxesse
quaisquer perguntas que tivesse para discutir comigo. Marquei
uma reunião de follow-up com Simon (um passo vital neste
processo!) alguns dias depois dele ter participado da reunião dos
jovens. Isto foi para garantir que ele viesse e que nós pudéssemos
refletir sobre a experiência da visita logo após ela ter ocorrido.
Tivemos nossa reunião com um café e perguntei a ele sobre sua
experiência. Ele então compartilhou que realmente havia gostado
e que estava ansioso por ser tornar um aprendiz de ministério aos
jovens estudantes.

Depois de ouvir a experiência dele, comecei a compartilhar minha


jornada, como eu havia conhecido a Deus e como eu havia chegado
à COMUNIDADE (igreja). Simon me ofereceu então alguns insights
sobre sua própria vida. Ele se sentia confortável em compartilhar

32
3

como sua jornada tinha sido e como ele havia chegado até a igreja.
Era o começo de seu aprendizado, o começo de sua liderança em
nossa igreja.

Ainda que a história do Simon é uma das minhas favoritas para


compartilhar, lembre-se de que nem sempre este processo de dará
desta forma. A lição mais importante é que, quando vemos algo
em alguém que realmente acreditamos que irá beneficiar a missão,
precisamos estar desejosos de fazer o que quer seja necessário para
dar àquela pessoa essa oportunidade.

Lembre-se
1.Informação: colha todas as informações que puder sobre seu
aprendiz em potencial.

2. Convite: Peça ao aprendiz em potencial para começar a explorar


liderança com você.

3. ICNU (Eu Vejo Em Você): Compartilhe com seu aprendiz em


potencial por quis motivos você acredita que esta pessoa é a melhor
pessoa para ser seu aprendiz

4. Inclua: Apresente uma visão convincente do que a posição de


liderança envolve e como este processo de aprendiz de liderança
irá levá-lo até aquele ponto.

Foi preciso que eu compartilhasse o que eu via nele, compartilhar


o que outros viam nele, e ter um follow-up consistente com
Simon para ele então concordar seguir o processo de aprendiz de
liderança. E após de um ano de aprendizado, Simon é agora um
dos melhores líderes que temos. Aquelas coisas que eu havia visto
observado nele vieram a fruir e a cada dia sou grato a Deus pelo
tempo que gastei indo atrás dele. Embora pudesse ter tomado
mais tempo, ele era aquele que eu realmente queria ter na minha
equipe, então o busquei de forma incansável.

33
E se esta fosse a forma como nós abordássemos recrutamento
o recrutamento? E se fôssemos incansáveis quanto a isso? E se
mesmo recebendo um “não”, nós continuarmos a orar, e buscar a
melhor equipe para liderar os ministérios de nossas igrejas? E se...

Revisão do Capítulo 3 - Recrute

• Faça algum “recon”(aprenda tudo o que puder sobre a pessoa)


• Apresente o convite (dê-lhe a oportunidade de dizer “sim”)
• Compartilhe o ICNU - Eu Vejo Em Você (claramente responda à
pergunta “por que eu?” que eles lhe farão)
• Convide-os para juntar-se ao time (apresente uma visão de como
eles podem ser parte da missão de Deus)

Questões para Refletir

1. Quando pessoas no passado recrutaram a você para certas


funções (se não igreja ou em qualquer outro lugar), tais experiências
foram boas? O que as fizeram ser daquela forma?

2. Como geralmente você se sente quando alguém lhe diz “não”?


Se for algo difícil para você, há alguma coisa que iria ajudar a
atenuar esta dificuldade?

3. É mais natural para você trabalhar sozinha ou você gosta de


trabalhar em equipe? Se sozinha, o que iria ajudá-lo(a) a querer
convidar a outros para trabalhar com você?

34
4 Refine
Capítulo

Capítulo 4 – Desenvolvendo habilidades

Dois livros diferentes, lançados recentemente, apresentam uma


descrição por imagens muito semelhante de uma abordagem de
ministério não centrada em fórmulas. Em Organic Community
(“Comunidade Orgânica” numa tradução livre), Joseph Myers
fala sobre o valor de se permitir que uma comunidade emerja de
uma tela em branco, ao invés de uma abordagem de pintura de
acordo com os números indicados [no espaço 1 use vermelho, no
espaço 2 use o azul...].Em Walking the Small Group Tightrope
(“Caminhando na Corda Bamba do Grupo Pequeno”, numa
tradução livre), Bill Donahue and Russ Robinson defendem
uma perspectiva semelhante: “Pintar de acordo com os números
indicados pode ajudá-lo(a) a organizar seus padrões de cores,
mas não irá produzir uma obra de arte que comunique vida, que
vivifique.”

Em outras palavras, você não pode pintar sem pincéis, sem tintas e
sem algum tipo de tela. Da mesma forma, há certas ferramentas que
são essenciais para permitir que a arte de liderança se estabeleça.
Estas “ciências” tão vitais ou “ferramentas de pintura” incluem:

• Contexto de aprendizagem variados


• Liberdade para explorar liderança
• Experiências graduais (passo a passo) que permitam reprodução
da função ou das responsabilidades de alguém.

A prática do desenvolvimento
Cada função ou papel é possível de ser reproduzido. Reflita e
deixe isto ser absorvido, ganhar raiz em seu coração: cada papel
ou função é possível de ser reproduzido. Se não o fosse, por que
tê-lo criado? Pense um pouco sobre isso. Por que criamos novos
ministérios, programas, grupos pequenos e equipes em primeiro
lugar? Espera-se que a missão por trás destas iniciativas seja
ajudar mais pessoas a encontrarem seu caminho de volta a Deus e,

35
Toda função é passível de ser
reproduzida (se não, por que criá-la?)

finalmente, dar mais glória a Deus, certo? Bem, se isto é verdade,


então você não esperaria que a um ministério ou programa, ou
grupo pequeno ou equipe saudável e vibrante fosse se reproduzir
a fim de alcançar de forma exponencial mais pessoas para Cristo?
Claro que sim!

Portanto, se a nós cabe criar equipes e grupos que sejam


reproduzíveis, isto significa também que cada função ou papel
possa ser passível de ser reproduzido. Assim, a pergunta
permanece: como reproduzimos aquela função ou papel? Se
for uma pessoa que ame as crianças e que sirva diligentemente
ajudando mais crianças a amar a Jesus, como então podemos
reproduzir aquele papel/função? Ou se alguém for muito bem em
termos de cuidar do som, tocar violão ou conduzir o louvor? Como
vamos reproduzir isto?

Em 1997 um grande consultor de igrejas publicou um livro, o


qual tem grandemente influenciado nossa igreja em termos de
desenvolvimento de liderança, talvez mais do que qualquer outro
autor. Em seu livro Nine Keys to Effective Small Group Leadership
(Nove Chaves para A Liderança Efetiva de Grupos Pequenos –
tradução livre), Carl George descreve um processo simples e fácil
de ser memorizado sobre como reproduzir o papel de qualquer
líder através do processo de treinamento de um aprendiz:

• Eu faço, você assiste, nós conversamos.


• Eu faço, você ajuda, nós conversamos.
• Você faz, eu ajudo, nós conversamos.
• Você faz, eu observo, nós conversamos.
• Você faz, outra pessoa observa.

36
4

Vamos desembrulhar e analisar cada um deles.

Eu faço, você observa, nós conversamos


Se você fosse líder de um ministério de montagem e desmontagem
e você tivesse um aprendiz, você gostaria que esta pessoa estivesse
com você todos os momentos, para aprender todas os aspectos e
“segredos “do ministério. Assim, Se você tiver que estar presente às
6 da manhã para começar a montar a infraestrutura, faça com que
seu aprendiz também esteja lá às 6 da manhã (mas não se esqueça
de trazer-lhe café, a fim de que você esteja servindo as pessoas à
medida que treina outros e desempenha seu papel no ministério).

Então faça com que seu aprendiz observe a você à medida que
você “direciona o tráfego” durante a montagem. Eles irão observar
onde as mesas, cadeiras e pessoas vão. Uma vez que a reunião do
culto termine, o aprendiz pode observar como você lidera todo
o processo de desmontagem, como as coisas são desmontadas e
divididas, como elas são levadas para fora e carregadas e arrumadas
no transporte. Você vai querer que seu aprendiz observe tudo que
você faz como líder, a fim de que possam conversar e discutir mais
tarde sobre o papel do aprendiz.

Eu faço, você ajuda, nós conversamos


Vamos tentar um outro contexto para ilustrar este ponto. Se você
fosse líder de um grupo pequeno de suporte e recuperação e você
tivesse um aprendiz, seu objetivo seria reproduzir tudo o que você
como líder faz com aquele(a) líder em potencial. Mas nesse estágio
você já está dando àquela pessoa oportunidade de ajudar. Assim
talvez você peça ao aprendiz para liderar o tempo de oração inicial da
reunião, enquanto você faz mediação da discussão. E o(a) aprendiz
é responsável por tomar notas mentalmente do que você faz como
líder. Eles devem prestar atenção sobre como você faz perguntas
de follow up ou acompanhamento, como você lida com pessoas
falando enquanto uma outra pessoa estiver compartilhando,
como você responde a histórias de vida compartilhadas que sejam

37
particularmente difíceis. Depois você e o aprendiz se reúnem fora
do grupo e discutir como você foi como líder. E você poderá então
compartilhar como foi o desempenho dele ou dela como pessoa
responsável por liderar o tempo de oração.

Você faz, eu ajudo, nós conversamos


Vamos imaginar que você esteja liderando uma equipe de
iluminação e você tem um aprendiz que teve alguma experiência
com auxílio nessa área e ele(a) está pronto(a) para ir para o próximo
nível do aprendizado de liderança. Isto significa que é tempo
dele(a) fazer enquanto você ajuda. Assim, para uma reunião de culto
específico designe aquela pessoa para montar a iluminação e testar
a iluminação específica para cada ação daquela reunião, bem como
dirigir a iluminação durante aquela reunião. Após aquela reunião
de culto, você pode então se reunir com seu aprendiz para discutir
como as coisas forma, como tudo transcorreu, perguntando-lhe se
haveria alguma coisa que ele(a) teria feito de forma diferente. Você
pode também perguntar se há alguma coisa que você como líder
poderia ter feito de forma diferente para apoiá-lo(a) mais naquele
processo.

Você faz, eu observo, nós conversamos


Este é quase o estágio final da função de reprodução de liderança.
Isto ocorre quando os aprendizes já se sentem prontos e confiantes
para assumir responsabilidade completa da função de liderança
do qual são aprendizes. Por exemplo, se eles são aprendizes de
líder de grupos pequenos do ministério de crianças eles agora
estão prontos para liderar um grupo pequeno de crianças por si
mesmos, enquanto o(a) líder atual apenas observa. Depois disto os
dois irão se reunir para discutir como foram as coisas que fizeram.
É através desta última fase que se torna aparente se o aprendiz
está de fato pronto(a) para assumir de vez a liderança. E se ambos
sentirem que o tempo é chegado, então é tempo de reproduzir a
liderança, o que nos leva ao último estágio.

38
4

Você faz, uma outra pessoa observa


Este último passo é vital. Ele nos lembra da necessidade de se
repetir o processo, de nunca nos esquecermos da visão de sermos
uma igreja que se reproduz e um lembrete a nunca pararmos na
reprodução de uma geração apenas. Este último passo nos lembra
de sermos uma igreja que se reproduz também numa segunda,
terceira e quarta geração. Lembre-se da visão de Paulo, a qual ele
comunicou tão bem a Timóteo, o Princípio 2-2-2.

Os princípios de desenvolvimento
Uma questão essencial em termos de desenvolvimento de um
aprendiz é: “_Qual é a maneira mais efetiva de desenvolver
um aprendiz”? Pessoas diferentes aprendem melhor por meio
de métodos diferentes. Então, seria possível oferecer diversas
maneiras para que possam aprender? A resposta é “sim”. Sim, é
possível desenvolver alguém através de todos os quatro estilos
primários de aprendizagem, enquanto permitimos que a maior
parte do seu desenvolvimento ocorra através de seu estilo mais
eficaz, em sua área mais favorável de aprendizagem.

Aprendizagem experiencial
Uma forma de equiparmos nossos aprendizes é através de
liderança. Aprendizagem experiencial é simplesmente deixar que a
pessoa “experimente” o papel ou função. Eles têm a chance de estar
no centro do palco e ver o que o que Deus pode fazer através deles.

Se você tiver um aprendiz de líder de louvor, você pode dar a


esta pessoa a oportunidade de experimentar liderar o louvor, ou
talvez fazer com que ela possa
facilitar o louvor através de Qual forma
uma das três músicas a serem mais eficaz para
cantadas durante uma reunião desenvolver um
de culto. Uma vez que isto aprendiz?
ocorra, você pode encontrar-se
com seu aprendiz para afirmar

39
esta pessoa naquilo que fez bem, bem como oferecer algum retorno
naquelas áreas nas quais esta pessoa precisa crescer.

Considere o assistente de recepção de visitantes que precisa


desenvolver um aprendiz. Para ajudá-los a se desenvolverem na
fina arte do recrutamento de mais assistentes de recepção, o líder
de recepção poderia tentar fazer um esquete com o aprendiz.
Isso poderia envolver deixar o aprendiz convidar candidatos
a servir como assistentes de recepção, enquanto o líder oferece
uma variedade de respostas “sim” e “não”. Este aprendiz poderia
também ficar responsável pela organização dos assistentes de
recepção de uma reunião específica durante o final de semana.
Após cada uma das oportunidades de aprendizagem experienciais,
o(a) líder deve se reunir com o(a) aprendiz para lhe dar feedback
sobre como eles se saíram.

Aprender por si mesmo


Eu (Eric) gostaria de dar um grito de louvor a todos os autodidatas
deste mundo! Eu sou autodidata e como tal eu gosto de estudar
e aprender por mim mesmo. Basta me dar um livro, um website
ou um artigo e eu vou dissecá-lo, processá-lo e aplicá-lo, tudo isso
sozinho. Como um autodidata, estou constantemente buscando
novas formas de ver as coisas através de blogs, websites, livros,
revistas ou qualquer coisa que caia nas minhas mãos. Eu também
sou um leitor voraz. Em qualquer épica você podem em encontrar
lendo 4 a 6 livros todos de uma vez, terminando um livro a cada
7 ou 10 dias. Eu sou um fã incondicional de leitura. E há quase
como uma pequena competição entre as pessoas do nosso staff:
estamos sempre tentando ver quem consegue ler o que primeiro.
De fato, uma vez eu cometi um crime capital: eu abri uma
encomenda da Amazon que era para outra pessoa, só porque eu
queria ler primeiro o que eles haviam encomendado! Eu leio livros
sobre vários assuntos, mas a maioria deles estão concentrados no
tema do ministério cristão: tudo sobre grupos pequenos, igreja
emergente (filosofia, crítica e estratégias), desenvolvimento de

40
4

liderança, formação espiritual e muitos outros.

Sala de aula
Para nossos aprendizes da COMUNIDADE os quais aprendem
melhor num contexto de sala de aula, oferecemos algo chamado
Comunidade de Liderança. Comunidade de liderança é um
conceito que foi introduzido por Carl George em seu livro Coming
Church Revolution (A Iminente Revolução da Igreja– trad. livre).
Nesse livro ele apresenta um modelo simples chamado V.A.H:
visão, ajuntamento e habilidade) (V.H.S. no original em inglês –
vision, huddle e skill)

O tempo de visão é para compartilhar sobre qual direção você está


indo como igreja e como ministério; o tempo de ajuntamento é para
mentores, líderes e aprendizes se conectarem uns com os outros; o
tempo de habilidade é uma oportunidade para desenvolvermos
habilidades específicas para uma área particular do ministério. Nós
nos reunimos mensalmente para celebrar o que está acontecendo
em nossos ministérios. Trata-se também de um tempo onde nós
equipamos nossos líderes de acordo com sua necessidade através
de mentoria e treinamento. Se for feito corretamente e se os
líderes aproveitarem bem esta oportunidade, esta pode ser uma
das experiências mais poderosas para um aprendiz. Quer tais
oportunidades de sala de aula venham a se tornar um evento
mensal como este, ou quer venham a consistir em aulas e sessões
de treinamento que constantemente variam, elas podem ser
extremamente valiosas para o desenvolvimento de um aprendiz.

Mentoria
Meu (Eric) contexto favorito dentre todos os de aprendizagem
é a mentoria. Esta minha parcialidade advém de um contexto
de ministério onde eu tenho tido o privilégio de me reunir
individualmente, um a um, com alguns dos maiores líderes de
qualquer lugar. De fato, eu me encontro num relacionamento de
mentoria individual (um a um) ao menos uma vez por semana e,

41
na maioria das vezes, dois dias por semana. Aprendizes de líderes
têm o privilégio de se encontrar individualmente com o líder.

Tenho observado de forma recorrente que bons aprendizes de


líderes se tornam grandes líderes por causa do investimento que
um líder fez na vida dessas pessoas. De fato, quase todas as pessoas
do nosso staff foram aprendizes de líder em algum momento. Estar
numa relação de mentoria com alguém que ama a Jesus e que daria
sua vida em favor da igreja local é a chave para se experimentar
um aprendizado de liderança que nos dá satisfação. Nós iremos
falar um pouco mais sobre como é essa relação de mentoria no
próximo capítulo, à medida que nos aprofundamos mais na arte
de se relacionar com um aprendiz de liderança.

A ciência de se reproduzir um papel ou função tem a ver com


conhecer as práticas que funcionam e aplicá-las diligentemente.
Estas são as práticas de liderança do tipo “bloquear e derrubar”,
aquelas que são fundamentais para o crescimento espiritual e
numérico. Através da graça de Deus, aplicação consistente destas
práticas e oração constante, Deus pode nos ajudar a vivenciar o
Princípio 2-2-2 a fim de continuarmos Sua missão.

Revisão do Capítulo 4 - Refine

Os Quatro Estilos de Aprendizagem


• Experiencial: Aprender através de fazer, praticar, estar com as
mãos no trabalho
•Autodidática: Aprender através de pesquisa pessoal e leitura
• Sala de Aula: Aprender através do Ensino de outros
• Mentoria: Aprender através relacionamento 1 a 1.

Cinco Passos do Aprendizado de Liderança


• Eu faço, você observa, nós conversamos
• Eu faço, você ajuda, nós conversamos.
• Você faz, eu ajudo, nós conversamos

42
4

• Você faz, eu observo, nós conversamos.


• Você faz, outra pessoa observa.

Questões Para Reflexão

1. Qual dos 4 estilos de aprendizagem é aquele no qual você vai


muito bem? Na maior parte do tempo lhe é permitido aprender
daquela forma?

2. Qual dos 5 passos do aprendizado é o mais difícil para você


fazer, ou o mais fácil de você deixar de lado?

3. Por que você acredita que seja tão vital incluir a parte do “nós
conversamos” em cada um dos passos de desenvolvimento?

43
44
5 Reflita
Capítulo

Capítulo 5 – Formando o Caráter

Eu (Nick) trouxe a planta comigo em nossa primeira reunião.


Coloquei-a na mesa e ambos olhamos para ela em silêncio. Eu havia
tido aquela planta por anos e havia cuidado bem dela ao longo de
todo aquele tempo. Tínhamos passado por poucas e boas juntos e
agora eu a estava emprestando para o Tom. Ele havia concordado
em ser meu aprendiz e à medida que ambos nos sentamos à mesa
naquele dia, consideramos os próximos meses com a planta. Minha
primeira reunião com meu novo aprendiz foi coroada pela planta.

Durante aqueles poucos meses, dei a planta como empréstimo ao


Tom, como uma ferramenta para o programa de desenvolvimento
dele como aprendiz. A ideia era para Tom cuidar da planta e
aprender sobre seu processo de crescimento e desafios. (Confesso
que bem lá dentro de mim temia ser a aquela última vez que eu
veria aquela planta viva). Eu queria que o Tom tivesse o máximo
de cuidado para com aquela planta em especial – quais eram suas
necessidades e como ajudá-la a crescer até sua capacidade máxima.
Depois de nossa reunião, Tom colocou a planta no seu carro e
fomos embora para o nosso dia de trabalho. Recebi uma ligação
naquela noite dizendo que a planta não estava indo muito bem
– provavelmente porque Tom havia deixado a mesma dentro do
carro, no sol, o dia inteiro! Cada uma das folhas havia secado. Tom
havia começado mal o programa de aprendiz.

Ao longo dos meses seguintes, a questão da planta surgiu em


nossas conversas sobre crescimento, cuidado e desafios. No dia
em que Tom passou de aprendiz para, então, exercer a função de
líder, recebi a planta de volta. Ela ainda estava viva, mas havia
passado por muitas mudanças enquanto estava sob os cuidados
do Tom. Eu estava contente em poder levá-la para casa e colocá-la
naquele cantinho ensolarado, onde ela podia florescer novamente.
Eu também estava contente em ver meu aprendiz mover-se em
direção a liderar e florescer como líder. Embora suas habilidades de

45
jardinagem pudessem ainda melhorar um pouco, suas habilidades
de liderança haviam definitivamente dado um salto enorme. Até
hoje Tom e eu ainda falamos sobre aquela planta!

Desenvolver seu aprendiz é uma jornada, não


uma lista de itens a serem checados.

Então você deve estar se perguntando, “Será que eu realmente


preciso ir e comprar uma planta para que meu aprendiz seja
bem sucedido?” Não, não necessariamente, mas é importante
compreender que certos aspectos do processo de desenvolvimento
serão muito singulares para cada aprendiz.

Eu escolhi a planta especificamente porque Tom era, de fato,


conhecido por matar as plantas, mas eu queria que ele entendesse
e aprendesse sobre cultivo. Eu sabia que, à medida que ele
cuidava da planta, ele teria que prestar atenção a quais eram
suas necessidades, incluindo a quantidade de luz solar e água
que seriam necessárias. Também nos propiciou um elemento
constante em nossas conversas. À medida que ele cresceu em seu
entendimento sobre como cuidar da saúde da planta, isto ocorreu
em paralelo ao seu entendimento sobre liderança.

Cada um de nós tem diferentes áreas nas quais precisamos crescer,


e cada um de nós tem tido uma vida diferente cheia de experiências
diferentes. Assim, quer você inclua uma planta ou qualquer outro
elemento de ilustração visual, lembre-se que desenvolver seu
aprendizado de liderança é uma jornada, não uma lista de itens
a serem riscados. Seu objetivo é ajudá-los ao longo da jornada, a
fim de desenvolvê-los de forma integral, em todos os aspectos.
Você os leva a refletir tanto a sua liderança pessoal como a refletir
o caráter de Cristo. E o lado gostoso disto é que você pode usar a
sua criatividade neste processo!

46
5

Encontros um-a-um
Um-a-um são reuniões que você tem individualmente com seu
aprendiz. Não há um lugar específico para você se encontrarem
(por exemplo, Starbucks, Panera, na igreja, uma rua escura no
meio da noite...), mas você definitivamente vai querer estar num
lugar que lhes permita uma conversa na forma de diálogo.

A frequência desses encontros é uma escolha totalmente de vocês


e pode depender, também, do ministério específico onde ocorre
o desenvolvimento de aprendiz de líder. Mas tenha sempre em
mente que estabelecer uma frequência de encontros um a um pode
ser difícil. Nós sabemos que relacionamentos reais demandam
tempo. Não podemos desenvolver um relacionamento saudável
com alguém com nenhum investimento de tempo.

E também sabemos que a vida geralmente bagunça os nossos


horários e, assim, encontrar horário para nos reunirmos com o
nosso aprendiz de líder pode se tornar algo difícil. O objetivo
deve ser, então, o de equilibrar esta tensão de se manter as
demandas de tempo de um desenvolvimento de um aprendiz de
liderança, mantendo-as num nível realista, com a importância de
um investimento relacional forte. O mínimo de frequência para
reuniões com seu aprendiz de liderança deve ser, no mínimo, uma
vez por mês. Uma frequência mais desejável seria de reuniões duas
vezes por mês, no mínimo.

Isto permite um tempo consistente juntos e também significa que,


se alguma coisa ocorrer e a reunião tiver que ser cancelada, não se
passará mais de um mês até se reunirem novamente.

Às vezes, no processo de aprendizado a melhor frequência é


uma reunião semanal. Isto é particularmente importante logo no
começo. É importante também quando o treinamento de aprendiz
se referir a ministérios bem específicos. Por exemplo, se você
estiver desenvolvendo um aprendiz de líder de grupo pequeno,

47
esta pessoa pode ter a maior parte de seu desenvolvimento como
líder se vocês se encontrarem uma vez por semana para planejarem
o estudo da próxima semana e para avaliarem o tempo do grupo
na semana anterior.

Há uma observação à parte muito importante aqui: geralmente


é melhor evitar desenvolver aprendizes do sexo oposto. Mas se
você decidir fazer isso, seria definitivamente sábio se vocês se
reunissem somente em ambientes públicos, descobrindo formas
de fazer com que outras pessoas também participassem de suas
reuniões (como por exemplo um outro líder, um outro mentor ou
um outro aprendiz).

O que são os RFMES?


À medida que você se reúne com seu aprendiz, você precisará ter
em mente que o que você modela para seus aprendizes através
do seu tempo de suas perguntas, e cuidado é uma parte enorme
daquilo que eles continuarão a fazer quando eles forem recrutar
de desenvolver seus próprios aprendizes. Sua liderança estará
sendo observada, tanto quanto ensinada. Uma das coisas mais
importantes que precisa ser absorvida e comunicada é o desafio do
equilíbrio entre vida pessoal e ministério.
Quando a vida pessoal
Sua liderança será tanto ou o trabalho dele
ou dela apresentar
observada quanto ensinada.
desafios, então ambos
(aprendiz e mentor)
precisam saber que isto irá afetar o serviço a outros e a liderança.
Lembre-se que, além de desenvolver habilidades de liderança, o
objetivo deste relacionamento é também desenvolver seu aprendiz
como discípulo/discípula (um seguidor) de Jesus, refletindo a
vida d’Ele em suas próprias vidas. Uma das maneiras através das
quais você pode medir isto bem e oferecer um cuidado integral ao
seu aprendiz é através de RPMs - RFMES em português. RFMES

48
5

é um acróstico para: relacional, físico, mental e espiritual. Tal qual


nós checamos as RPMs do motor para vermos se está funcionado
bem, da mesma forma nós checamos o RFMES em nós mesmos e
em nossos aprendizes para observarmos se tudo está em equilíbrio.

A Bíblia nos diz que Jesus cresceu em cada uma dessas áreas
através de seu treinamento de ministério:

“E Jesus ia crescendo em sabedoria, estatura e graça diante de Deus e dos


homens.” Lucas 2:52

Relacional:
Espiritual: Jesus crescia
Jesus crescia em em favor com as
favor para com pessoas.
Deus.

Mental: Física:
Jesus crescia Jesus crescia
em sabedoria. em estatura.

O fato é que relacionamentos tomam tempo. A ideia de agarrar e


lidar com cada uma das áreas da vida do seu aprendiz pode ser
desconfortável e pesado no início. E de fato deveria. Mergulhar
direto numa conversa sobre as RFMES – esferas relacional,
física, mental e espiritual – com seu aprendiz antes de que um
relacionamento tenha sido estabelecido pode resultar no contrário
do que você busca construir: um relacionamento próximo e de
confiança. Assim, tome tempo e use sua sabedoria relacional. Você
provavelmente foi escolhido(a) para ser líder por causa de seus
dons de liderança e de relacionamento. Você precisa confiar nessas
características e no mover de Deus para saber quando é o tempo
certo de começar as conversas sobre RFMES.

49
Perceba que ter conversas sobre as esferas RFMES (relacional,
física, mental e espiritual) com seu aprendiz é contracultural em
relação ao nosso jeito individualista de viver a vida. Culturalmente,
simplesmente não estamos acostumados a perguntar de fato
às pessoas como estão de saúde, muito menos sobre sua saúde
espiritual e relacional. Mas, entretanto, Deus nos chama a termos
este tipo de vida em comunidade uns com os outros. Isto está no
coração, no centro do discipulado.

Devido ao fato de que checar o RFMES de seu aprendiz demanda


esforço, o risco que corremos é permitir que esta tarefa se torne
a principal, causando o desenvolvimento relacional autêntico
ser negligenciado. Uma das formas melhores de resolver isto é
ser muito intencional em gastar tempo com seu aprendiz. Como
líder, será importante para você tomar a frente no caminho no
compartilhar relacional. Pode levar semanas ou meses antes que
um líder e um aprendiz de liderança possam chegar ao ponto em
estejam prontos a se aventurar no compartilhar do tipo RFMES.

Relacional
Nosso mundo relacional consiste em pessoas com as quais nós
interagimos regularmente: nossa família imediata, amigos,
vizinhos, e membros de grupos pequenos. Conhecer a seu aprendiz
significa conhecer o mundo relacional deles.

O aspecto relacional do RFMES pode ser um dos mais fáceis de


ser negligenciado. Muitas vezes, simplesmente ter uma reunião
com alguém ou encontrar-se com eles regularmente parece ser
suficiente, mas pode não ser.

Alguém já disse certa vez que “ministério é relacionamento”. Muito


do como ministério é feito é orientado pelos relacionamentos. Se
este é o caso, então temos que investir de nós mesmos em pessoas
a fim de ganharmos a permissão para falar em suas vidas sobre
diferentes áreas de crescimento. Afinal, não estamos simplesmente

50
5

preenchendo cotas, mas sim investindo em uma pessoa de verdade


para que ela se torne líder no Reino de Deus; um(a) líder que no
Reino de Deus.

Eu, Nick, adorava me comunicar por meio de sarcasmo com um


aprendiz em particular. Eu geralmente me encontrava com ele
para um café e para discutir com ele as esferas RFMES (relacional,
física, mental e espiritual). Ao longo daquela jornada, ele se mudou
e obteve um outro emprego, tornando-se progressivamente mais
difícil nos encontrarmos. Teríamos que ser criativos e encontrarmos
horários alternativos para podermos permanecer conectados
regularmente.

Ele começou a ouvir sobre outras pessoas com as quais eu havia


me encontrado e lançou uma frase sarcástica endereçada a mim,
sobre como nosso relacionamento havia mudado desde que ele
havia se mudado. Alguma coisa como “Eu sei como é. Eu me
mudo, começo num novo emprego e fico menos importante. “Eu
sabia que, de fato, ele não pensava assim; então separei um tempo
para conversar com ele e lhe perguntei o que estava acontecendo.

Ele me falou sobre o fato de que ele sentia falta da facilidade do


relacionamento que costumávamos ter antes e me disse que queria
aquilo novamente. Então trabalhamos numa agenda de encontros
mais regulares entre nós, o que também o ajudou a ajustar-se à
mudança de vida pela qual ele havia passado.

Desenvolvimento relacional é o centro, o coração do processo de


desenvolvimento de um aprendiz – tudo irá florescer a partir disto.
À medida que investimos no aspecto relacional em aprendizes,
ganhamos uma porta de entrada em suas vidas e é com isso que
nós líderes precisamos nos preocupar: a vida do aprendiz. Não
somente somos chamados a ajudar nossos aprendizes com a tarefa
do seu ministério, como também somos chamados a encorajá-los a
serem eficazes em cada aspecto de suas vidas.

51
Boas perguntas sobre relacionamentos

• Como estão as coisas em casa?


• E sua vida familiar? Está indo bem?
• O que você gostaria de mudar nela?
•Quem você considera como seu melhor amigo? Como Deus está
usando esse relacionamento para fazer você crescer?
• Quais são seus relacionamentos no trabalho?
• Qual é o relacionamento mais desafiante ou difícil na sua vida?
Qual o mais agradável ou recompensador?

O Desenvolvimento Relacional está no centro


do aprendizado de liderança

Físico
O que lhe vem à mente quando você pensa sobre o bem-estar físico
de alguém? Talvez doença e saúde? Talvez dieta e exercícios. Talvez
descanso e paz? Todas essas coisas são parte do nosso bem estar
físico. O aspecto físico de nossas vidas e ministério é a habilidade de
ter uma vida física saudável e equilibrada. Este é um dos aspectos
mais desconsiderados da vida de um aprendiz de líder. Entretanto,
se formos verdadeiramente sérios sobre o desenvolvimento
holístico da pessoa, temos que ajudar nossos aprendizes a ver que
seu bem estar físico pode afetar sua habilidade de liderar qualquer
ministério com entusiasmo, paixão e energia.

Boas perguntas sobre equilíbrio físico

• Como está seu horário de trabalho?


• Como uma “boa noite de descanso” é para você?
• Como está seu nível de energia de numa escala de 1-10?
• O que você gostaria de mudar em sua saúde física?

52
5

• De quais aspectos disso você tem controle?


• Quais aspectos não estão sob o seu controle?

Mental
Um outro aspecto do desenvolvimento do aprendizado de
liderança é o desenvolvimento mental. Precisamos manter um
pulso firme na “educação” de nossos líderes. Conforme discutimos
no Capítulo 4, algumas pessoas são autodidatas por natureza e,
assim, sempre estão altamente motivadas para o desenvolvimento
de suas mentes, de seu intelecto. Outros, entretanto, precisam
de contabilidade pessoal e encorajamento de um amigo, amiga
ou mentor para tomar iniciativa nesta área. Parte de nossa
responsabilidade como líderes é certificarmo-nos de que nossos
aprendizes estão sendo equipados para a vida e para o ministério
para o qual eles têm sido chamados. Pergunte regularmente a seus
aprendizes sobre as coisas que Deus tem estado lhes ensinando e
os encoraje a aplicar em suas vidas e ministérios aquilo que estão
aprendendo, de forma real e prática.

Como líderes podemos ajudar nossos aprendizes a não somente


absorver conhecimento, mas também ajudá-los a filtrar certos
pensamentos e informações. Ao perguntarmos a respeito do que
estão aprendendo, ajudamos a eles a evitar serem influenciados
por fontes teológicas pouco sãs. Ao discutirmos os pensamentos
que estão em suas mentes, podemos descobrir áreas do seu
entendimento que podem estar mal direcionadas e que precisam
ser preenchidas com verdades bíblicas. Checarmos o “M” das
esferas RFMES (relacional, física, mental e espiritual) do seu
aprendiz é algo que pode nos intimidar um pouco. Requer que
você ouça com discernimento cuidadoso e fale a verdade com
sabedoria e em amor. À medida que você caminha com seu
aprendiz, mantenha um pedido de oração constante por sabedoria
divina que inunde seu coração e encharque suas palavras.

53
Boas perguntas sobre aprendizagem intelectual

• O que você tem aprendido ultimamente, do ensino bíblico ao


qual você tem sido exposto, em seus momentos pessoais de estudo
da Bíblia, através de seu grupo pequeno?
• O que Deus deseja que você aprenda através de circunstâncias
específicas nas quais você encontra?
• Quais livros você tem lido para afiar suas habilidades e talentos,
desafiar seu crescimento como alguém que segue a Cristo ou para
expandir seu entendimento da sua cultura?
• Como você tem aplicado o que você tem aprendido através de
seu grupo pequeno ou o ministério no qual você está servindo?
• Quais pensamentos têm dominado sua mente ultimamente?
•Estes pensamentos têm tido um efeito positivo ou negativo em
sua vida?
• Tais pensamentos são agradáveis a Deus? Há algo que precisa ser
corrigido em seus padrões de pensamento?

Espiritual
Em seu livro Home Cell Group Explosion [Crescimento Explosivo
da Igreja em Células, em edição em português] Joel Comiskey
apresenta os resultados de uma pesquisa que ele conduziu
entre as maiores igrejas do mundo. Esta pesquisa revelou que
personalidade e dons não eram os fatores principais no crescimento
da igreja – a vida de oração e a vida devocional dos líderes o era.
Vitalidade espiritual é crucial para a vida e eficácia ministerial de
seu aprendiz.

“Se algum de vocês tem falta de sabedoria,


peça-a a Deus, que a todos dá livremente, de boa
vontade; e lhe será concedida.” Tiago 1:5

54
5

Quando os corações dos líderes estão intimamente conectados com


Deus, eles estarão ajustados e alinhados com a liderança d’Ele e
o ministério irá fluir de suas vidas. Muitas vezes, infelizmente,
nós invertemos isto. Preenchemos nossas vidas com tarefas de
ministério e encontramos muito pouco tempo para conectar com
Deus. Quando isto ocorre, não somente estamos em perigo de nos
desgastarmos (porque não estamos conectados à Fonte de força
e poder) , mas estamos também com risco de perder de vista os
propósitos e planos de Deus (porque não somos sensíveis à direção
do Seu Espírito).

Como líder, você pode ajudar seu aprendiz a descobrir o que eles
precisam fazer para encontrar e manter intimidade com Deus. Pode
ser diferente para cada um e pode até mesmo ser diferente para a
mesma pessoa à medida que ela atravessa diferentes fases da vida.
Mas é crucial que seus líderes estejam crescendo e protegendo
coisas em suas vidas que irão nutrir e assim fazer crescer sua vida
espiritual. Na COMMUNITY CHRISTIAN CHURCH acreditamos
que desenvolvimento espiritual se dá ao redor de três experiências
vitais, às quais denominamos “Os 3 Cs”:

Celebre: O relacionamento entre mim e Deus


Conecte: O relacionamento entre mim e outros.
Contribua: o relacionamento entre mim e o mundo.

Boas perguntas sobre saúde espiritual

• Seu relacionamento com Deus faz com que você sinta que é um
relacionamento próximo e íntimo neste momento? Se não, você
consegue identificar algo em sua vida que está impedindo isto?
(Por exemplo, excesso de ocupação, pecado, apatia etc...).
• Quais combinações de disciplinas espirituais você precisa em
sua vida diária para manter seu coração íntimo de Deus?
• Como eu poderia mantê-lo(a) sob uma forma de contabilidade
pessoal ou prestação de contas no que diz respeito às práticas

55
dessas disciplinas?
• Como Deus falado com você ultimamente? O que Ele tem falado?

A arte de falar a verdade em amor


Se um aprendiz de liderança não está cumprindo com suas
responsabilidades, em geral cabe ao líder falar as duras palavras
da verdade. Quando alguma coisa na vida de um aprendiz ou uma
aprendiza parece ser questionável, Deus pode desejar que você seja
a voz da verdade na vida dele ou dela. Falar a verdade em amor
irá capacitar seu aprendiz ou aprendiza a dar um outro passo em
sua jornada rumo à maturidade. Embora difícil, deixar de falar
essas palavras de verdade pode impedir seu aprendiz de crescer
ou mesmo mostrar ser algo problemático, até mesmo perigoso,
para sua equipe e para as pessoas confiadas aos cuidados dele ou
dela. Falar a verdade é difícil e não há nenhum jeito de se evitar
isto. Mas é algo que temos que aprender como fazer, para o bem do
líder, do ministério e da igreja.

Há definitivamente uma arte associada a toda essa ideia de falar


a verdade em amor, e cada tipo de personalidade e de dons
espirituais influirão na abordagem desta questão. Mas há alguns
princípios que podemos nos esforçar para incluir todas as vezes
que formos confrontados com esse desafio:

• Ore, ore, ore


Não entre numa conversa que implique em falar a verdade sem
orar a Deus pedindo para preparar seu coração e o coração de
seu aprendiz ou aprendiza para sua reunião. Ore por sabedoria e
discernimento para falar as palavras certas. Ore para que o coração
de seu aprendiz esteja receptivo à correção.

• Lute com a tarefa


Se for fácil para você falar palavras duras sobre a vida de uma
outra pessoa, então talvez você não deva fazê-lo. Se, entretanto,
lhe for difícil falar palavras duras porque você não quer ferir os

56
5

sentimentos da outra pessoa ou arruinar seu relacionamento


com ela, então você provavelmente estará falando a partir de um
coração amoroso.

• Tome a decisão
Você deve tomar a decisão de que você de fato ama aquela pessoa o
suficiente para não permitir que nada prejudique seu crescimento
como uma pessoa que segue a Cristo. Gentilmente afirme ao seu
aprendiz / sua aprendiza que as palavras que você irá falar nascem
de um desejo de vê-lo(a) crescer.

• Pergunte
Lembrar-se de fazer perguntas que comuniquem a seus aprendizes
que você se importa com eles (além de simplesmente a tarefa
ministerial deles) é vital. Um exemplo pode ser: “Tenho notado
que você não parece estar servindo com muito entusiasmo
ultimamente. Há alguma coisa em sua vida que está sendo pesado
para você?”

• Afirmação
É vital que você afirme seu aprendiz ou sua aprendiza de forma
consistente ao longo de seu desenvolvimento. Afirme seu desejo de
manter um relacionamento próximo e autêntico com eles. Afirme
o valor do aprendiz para a equipe. Tente encontrá-los fazendo
coisas certas. Toda essa afirmação vai lhe conceder muitas milhas
relacionais para quando houver necessidade de uma conversa
mais dura do tipo “falar a verdade em amor”.

À medida que navegamos estes encontros relacionais, seria útil


manter o seguinte diagrama em mente:

Quatro Maneiras de Falar

1 - Com Amor/ Sem Verdade


Dizer coisas que são agradáveis, mas não verdadeiras. Isto pode

57
lhe granjear amigos, mas não irá fará com que seguidores de Cristo
cresçam!

2 - Sem Amor/ Sem Verdade


Dizer coisas que não são nem amorosas, nem verdadeiras. Este é o
caminho certo para destruir confiança e relacionamentos!

3 - Com Amor/ Com Verdade


Dizer coisas que são verdadeiras em amor. Resulta em autenticidade
e nas melhores oportunidades para crescimento e maturidade.

4 - Sem Amor/ Com Verdade


Dizer coisas que são verdadeiras, mas não temperadas com amor.
O resultado serão sentimentos feridos.

A arte de desenvolver-se
Não seria fantástico se tudo funcionasse dessa forma, toda vez?
Nós repassaríamos a lista das esferas de RFMES (relacional, física,
mental e espiritual) e saberíamos que temos a receita do sucesso.
Agora que você já recebeu poder através da “receita secreta do
sucesso”, você precisa saber da parte difícil. Desenvolvimento
de Liderança não acontece assim fácil e cada pessoa terá que ser
desenvolvida diferentemente. Não há receita fácil para o sucesso,
razão pela qual nós nos referimos a esta parte do desenvolvimento
de liderança como “arte”.

Qualquer artista tem que praticar seus dotes artísticos, habilidades


e conhecimento a fim de se tornar um artista melhor. Um pintor
pratica muitas combinações de cores e pode gastar horas no menor
dos detalhes. Certamente seria deslumbrante se Michelangelo
tivesse nascido criando obras-primas a partir de massinha para
modelar, ou se o grande músico Santana soubesse como extrair um
solo em sua guitarra elétrica quando ele tinha apenas três anos de
idade. Mas como uma arte, o desenvolvimento de um aprendiz vai
demandar tempo e paciência e quanto mais você fizer, mais você

58
5

vai ficar ciente das necessidades específicas de seus aprendizes.


Se você sabe que uma área de desenvolvimento em particular
será difícil para você, então esforce-se para se tornar melhor
naquilo. Ore e pela a graça de Deus à medida que você lidera e
trabalha no seu desenvolvimento de liderança. E como um artista,
quando você terminar e então seu aprendiz/aprendiza assumir
um papel de liderança, valerá a pena dar um passo para atrás e
ver o que Deus foi capaz de fazer através de seu compromisso de
desenvolvimento. Você começa a admirar a obra artística de Deus,
mesclada com a sua e derramada em uma outra pessoa em missão
com Jesus.

Revisão do Capítulo 5 - Reflita

• Reuniões um a um são chaves para um investimento relacional e


desenvolvimento de relacionamento.
• Comprometa-se a cuidar de seus aprendizes nas esferas RFMES:
• Relacionalmente
• Fisicamente
• Mentalmente
• Espiritualmente
• Aprenda a falar a verdade em amor

Questões para Reflexão


1. Você alguma vez já foi liderado por alguém que investiu
relacionalmente em você? Se sim, como isto foi diferente de ser
liderado por alguém que não teve tal investimento pessoal em
você?

2. Como você acredita que liderança é “apreendida” ao mesmo


tempo que “ensinada”? Que coisas específicas você poderia fazer
para ajudar alguém a “apreender” (“pegar”) coisas relativas a seu
estilo de vida e de liderança?

59
3. Você teve alguém em sua vida que lhe falou “duras verdades”?
Como você sente que eles se saíram em “falar a verdade em amor”?
O que você aprendeu com aquilo?

60
6 Solte
Capítulo

Capítulo 6 – Lançando os Líderes

Eu (Carter) me lembro da minha formatura na faculdade: milhares


de nós, estudantes, agrupados numa arena enorme, ouvindo
discursos de linha motivacional sobre o “restante de nossas vidas”.
Então houve a longa espera enquanto eles liam o nome de cada
formando, para que então pudéssemos caminhar orgulhosamente
sobre aquele palco e receber nosso diploma. (Felizmente meu
sobrenome começa com “M” e não com “Z”!)

Lembro-me de meus pais sentados na plateia vibrando e me


aplaudindo, à medida que seu filho mais velho se tornava o
primeiro da família a se formar numa universidade. Lembro-me
da festa e presentes que vieram depois. E eu me lembro de retirar
meu diploma do canudo e colocar ali um certificado que eu ganhei
na noite anterior por ter comido o Rama-Lama-Ding-Dong, uma
sobremesa gigantesca de 15 porções que, se consumida totalmente,
lhe dava o direito a uma pequena placa na parede do restaurante.
Essa parte não é importante, mas eu sinto orgulho disso.

Mas uma das coisas que mais me lembro é a percepção da tremenda


transição que aquilo seria na minha vida. Desde quando eu tinha
cinco anos de idade eu havida passado minha vida na escola.
Pense um pouco – a maior parte de nós gasta os primeiros 21 anos
de nossas vidas (talvez um pouco mais ou menos) em treinamento
para a “vida”. Então, quando terminamos o treinamento, somos
soltos e vamos “ganhar o pão”. Mas quando somos soltos, como
sabemos se estamos realmente prontos? Agora vamos em frente
sozinhos? Acabou o aprendizado?

A experiência de formatura da faculdade se assemelha ao processo


de soltar nossos aprendizes para liderança. Eles investiram tempo,
energia oração e paixão em seu treinamento. Então o tempo certo
chega de soltá-los, liberá-los para uma liderança completa. Há
algumas coisas que podemos aprender a partir de nosso dia de

61
formatura para fazer com que essa transição seja uma experiência
muito vibrante para eles. E há estratégias que podemos colocar em
prática para ajudá-los, à medida que eles enfrentam as mesmas
dúvidas que um recém formado tem.

O Dia da formatura é você quem decide


Talvez seja algo bom que o sistema escolar americano atualmente
decida quantos anos de estudo são necessários e quando nos é
permitido nos formarmos. Se fosse por nós, aqueles de nós que
não gostam de escola ou não acham que seja algo benéfico iriam
provavelmente escolher cedo demais. E aqueles que gostam de
estudar e não querem entrar no estágio de vida seguinte, podem
adiar indefinidamente a formatura. (Talvez você tenha conhecido
algumas dessas pessoas!)

No tocante a soltar um aprendiz, é importante identificar a questão


do tempo adequado. Há um perigo real em não ser sábio(a) quanto
ao tempo adequado. Pode ser tentador tomar atalhos no processo
de aprendizado de um líder e acabar soltando as pessoas antes que
elas estejam prontas, especialmente quando estiverem enfrentando
uma necessidade de suprir uma área de ministério com urgência,
a qual de fato precisa ser suprida. Há alguns anos atrás, em nosso
ministério de música, tivemos uma pessoa que possuía todas
as aptidões e habilidades necessárias para se tornar um líder
de condução do louvor. Porém, o processo de aprendizado foi
apressado e aquela pessoa não teve tempo para aprender algumas
habilidades relacionais e de comunicação importantes. No final,
isto causou ao líder que havia levado aquela pessoa através do
aprendizado de liderança lamentar a decisão de correr contra o
tempo e apressar o processo.

Há também momentos quando estamos prontos para nos mover


para o próximo estágio, ou quando nos sentimos sobrecarregados
com o processo, e então nós decidimos apressar o aprendizado.
E há momentos quando nosso aprendiz está ansioso para

62
6

começar a liderar e começa a forçar a situação em direção a esse


objetivo. Mas quando nós damos a “formatura” cedo demais,
é realmente uma perda para ambas as partes. O aprendiz pode
acabar sobrecarregado em suas responsabilidades de liderança,
fazendo com que gastemos mais tempo tentando orientá-lo a lidar
com desafios; e por um período de tempo mais longo do que se
tivéssemos sido, desde o início, mais pacientes com a conclusão do
seu processo de aprendizado de líder.

Há um perigo real em não ser sábio quanto


ao tempo adequado de se soltar um aprendiz.

Por outro lado, pode ser também perigoso prolongar o processo


de aprendizado de um líder. Isto é especialmente tentador para
mentores líderes que têm dificuldade de passar suas áreas de
ministério a outros e que são muito cuidadosos e meticulosos
em seu processo de desenvolvimento de outros líderes. E pode
ser tentador para aqueles aprendizes que têm medo de riscos
e experiências, os quais também erram no outro extremo do
espectro, o do temor. Em muitos casos o aprendiz pode nunca se
sentir 100% preparado, mas isto é esperado. Pergunte a qualquer
pessoa que se tornou pai ou mãe recentemente se eles se sentiam
100% preparados para terem o primeiro filho. Pode haver alguma
porção de medo e risco envolvido, mas temos esperança de que
isso traz, também, fé em dependência de Deus.

Então é assim que soltar seu aprendiz não é como o dia da


formatura – você é quem escolhe quando eles estão prontos! (E, de
acordo com tudo que já dissemos, não há pressão para isso ocorrer,
certo?)

Então como você discerne quando o tempo é chegado?


Há algumas coisas que você pode fazer.

63
Em muitos casos o aprendiz pode nunca se sentir
100% preparado, mas deve-se esperar isso.

Primeiramente, espera-se que o aprendiz de liderança tenha tido


muitas situações de comunicação com o líder (você se lembra do
passo do “nós conversamos” no desenvolvimento do aprendiz
de líder mencionado no Capítulo 4 – Recrutar?). Isto vai ajudar
a ambos a estarem alinhados, na mesma página de tal forma
que, quando o momento chegar, não causará nenhum choque ou
surpresa a nenhum dos dois.

Em segundo lugar, espera-se que todo o processo tenha sido


envolto em oração. Isto é parte da razão pela qual Deus colocou
Seu santo Espírito em nós como seguidores de Cristo – para nos
conduzir e nos ajudar a discernir decisões como esta. Lembre-se
que Ele deseja ver pessoas cumprirem sua missão para com Ele
mais do que você e eu possamos desejar e, portanto, Ele certamente
está interessado em ajudá-las a chegar lá.

Terceiro, quando você chega ao ponto onde você está confiante


em que seu aprendiz ou sua aprendiza tem a maior parte
do conhecimento e das habilidades necessários e ele ou ela
simplesmente precisa dar aquele passo de fé para “simplesmente
fazer”, então pode ser o momento certo. De qualquer maneira, eles
nunca estarão por si mesmos, como iremos discutir mais adiante.

Prepare alguém para ter sucesso


Agora que eu (Carter) já “preguei” sobre não apressar o processo,
preciso confessar que houve um momento em que não pratiquei
o que preguei. Tive uma situação com uma líder de grupo
pequeno quando eu fiquei tentado a criar um atalho no processo
de desenvolvimento de liderança daquela pessoa, simplesmente

64
6

devido a uma necessidade – e eu agi assim. Ela estava sendo


aprendiz de liderança de um Grupo Pequeno e o líder original
havia acabado de sair. Para que o grupo se mantivesse vivo, eu
teria que substituir o líder imediatamente. Então me virei para a
minha aprendiza e lhe disse era tempo dela assumir a liderança.

Infelizmente, eu não a estava preparando para ter sucesso em


sua primeira responsabilidade de liderança. O grupo já estava
enfrentando dificuldades com a frequência inconsistente dos
membros e aqueles que haviam permanecido tiveram que lidar com
o que ocorrera com o líder anterior. O líder anterior havia decidido
deixar o grupo para lidar com algumas questões pessoais, o que
deixou o grupo confuso (entre outras coisas). Então, no meu desejo
de salvar o grupo eu basicamente joguei aquela aprendiza ali, na
fogueira, e pedi a ela para salvar todo mundo de ser queimado.
Felizmente, pela graça de Deus, temos sido capazes de lidar com
a situação, mas isso foi como que uma chamada para mim, no
sentido de ir até o fim do processo de aprendizado de liderança.

Quando nós nos formamos, o primeiro emprego que conseguimos


é extremamente importante. É onde nós aprendemos muito sobre
estar no “mundo de verdade”. É onde nós ganhamos experiência
que vão estar sempre em nosso CV para colocações futuras. E
esperamos que se torne um emprego do qual gostemos, e assim
possamos sentir que toda a nossa formação de fato valeu a pena e
que estamos, de fato, aprendendo a “ganhar nosso pão”.

Estas mesmas razões são o motivo pelo qual é vital que, como
líderes, preparemos nossos aprendizes para serem bem sucedidos
em sua primeira responsabilidade de liderança. Precisamos colocá-
los em situações nas quais eles poderão ir bem e progredir, liderando
através delas. Isso vai alimentar sua paixão por liderança e os
lembrará do motivo pelo qual primeiro embarcaram nessa jornada.
Isso os fará extremamente gratos a nós por termos ensinado a
eles através do aprendizado de liderança para serem líderes bem

65
sucedidos. E isto os motivará a investir em alguém da mesma
forma. Resista à tentação de colocar um aprendiz rapidamente em
serviço puramente devido a questões de necessidade. Ao invés
disso, considere a necessidade do aprendiz ter uma experiência
positiva de liderança.

Vamos festejar (e orar)


Uma das partes mais divertidas da formatura é geralmente a
das festas, as quais em geral incluem muita comida boa e muita
diversão em celebrar aquele feito com os amigos.

Isso também faz parte da animação em poder soltar um aprendiz –


uma ótima desculpa para uma festa! E quem vai perder mais uma
razão para celebrar? E o melhor é que você pode ser tão criativo(a)
quanto quiser com o formato da celebração.

Há alguns líderes que vão dar uma “festa de formatura” mesmo


para seus aprendizes. Sei de vários grupos pequenos que deram
festas de aniversário para celebrarem o “nascimento” de um
aprendiz que saiu daquele grupo pequeno para começar um novo.
Às vezes a celebração se centra em comunicados bem grandes,
bem públicos mesmo. Quando um dos pastores da COMMUNITY
terminou seu processo de desenvolvimento de líder com a Lauren,
e a liberou para assumir uma posição de liderança, ele anunciou
a todo mundo durante os cultos de celebração do final de semana
que o processo de aprendizado de liderança dela havia terminado
e que ela estava agora se tornando a nova diretora de ministério, de
forma voluntária, sem vencimentos. Imediatamente após uma das
reuniões, uma mulher dentre as pessoas presentes foi até a Lauren,
e lhe disse o quão entusiasmada ela estava pelo fato da Lauren
estar dando aquele passo, para uma posição de trabalho não
remunerada; e, em seguida, entregou um cheque para ela! Embora
não possamos garantir que todos os seus aprendizes venham
a receber uma doação de uma quantia de dinheiro quando eles
assumirem posições de liderança – muito embora isso ajude muito

66
6

no recrutamento de outros aprendizes – podemos assegurar que


eles se sentirão extremamente honrados, afirmados e motivados
por serem celebrados dessa forma.

A outra parte importante de lançar alguém para a função de


liderança nos é dada como modelo, novamente, através do
relacionamento de Paulo com Timóteo, seu aprendiz. Paulo
descreve como ele e outros impuseram as mãos sobre Timóteo e
oraram por ele quando o enviaram para o campo missionário:

“Não negligencie o dom que foi dado a você por mensagem profética com
imposição de mãos dos presbíteros.” I Timóteo 4:14
“Por essa razão torno a lembrá-lo de que mantenha viva a chama do dom
de Deus que está em você.” II Timóteo 1:6

A imposição de mãos era um passo muito importante para Paulo


no envio de líderes. Ele queria assegurar que isso fosse uma
experiência da qual Timóteo nunca viesse a esquecer. Pense um
pouco: quando alguém está assumindo o papel de líder, esta pessoa
está realmente pisando no campo missionário. Esta pessoa está
aumentando sua influência e impacto na missão mais importante
do mundo!

Então esta é uma oportunidade tremenda para deixar que seu novo
líder experimente receber oração por sua liderança. Novamente
ressalto que a criatividade deste momento é toda sua – você
poderá fazê-lo sozinhos, com outras pessoas, com mãos impostas
sobre a pessoa, num círculo com elas... Mas o ponto chave é criar
uma experiência que os deixe perceber o quão enorme é aquele
passo que estão dando e que, em última instância, sua jornada de
liderança está confiada às mãos de Deus.

Consegui! Mas onde estão todos?


Eu (Carter) me lembro do meu primeiro dia de trabalho no meu
primeiro emprego depois de ter terminado a faculdade. Encontrei

67
minha mesa na vastidão da selva dos cubículos de trabalho e me
sentei ali fazendo aquela pergunta crucial: _” O que eu faço agora?”
Eu me senti sozinho de verdade pela primeira vez na minha vida.
Não teria mais oportunidade de pedir ajuda aos meus professores,
aos assistentes, e aos colegas de laboratório toda vez que eu não
soubesse o que fazer (eu poderia levar meus livros para o trabalho
comigo, mas todos sabemos que eles não têm nenhum uso na vida
real, certo?). Eu não poderia mais ir correndo para Mamãe & Papai
para ter uma comidinha feita em casa e para lavar minhas roupas.
Não haveria mais colegas de quarto e amigos de dormitório com
os quais eu pudesse fazer tarefa junto.

Quando alguém assume o papel de líder, esta


pessoa está aumentando sua influência e impacto
na missão mais importante do mundo!

Quando nossos aprendizes são liberados para o exercício da


liderança, temos que nos comprometer a fazer com que eles não se
sintam assim – ou seja, sozinhos. Temos que ajudá-los a ver que,
uma vez que eles são liberados para liderar, eles jamais vão ser
liberados do cuidado pela equipe, pela comunidade ou pela igreja.
Eles nunca têm que se sentir completamente sós.

Um dos passos mais importantes que podemos tomar para realizar


isto é ter certeza de que temos uma boa mentoria funcionando.
Mentores são como uma camada de liderança entre os líderes e o
staff da igreja e podem oferecer um cuidado mais direto dos líderes
do que o staff geralmente tem latitude para fazer.

Amentoria pode alcançar muitas coisas importantes. Primeiramente,


a mentoria auxilia ao novo líder a se sentir conectado ao time e
também à missão maior. Segundo, provê ao novo líder alguém com
quem celebrar suas vitórias, alguém para os encorajar, à medida
que enfrentam desafios. E em terceiro, propicia-lhes alguém a

68
6

quem podem pedir direção e insight, alguém para compartilhar


e avaliar ideias e para ajudar a lidar com os problemas. Imagine
forçá-los a assumir posições de liderança sem tais coisas!

Mentoria de qualidade é vital para que o staff, os líderes e o


ministério inteiro se mantenham movendo-se na mesma direção.

Outro aspecto de continuidade importante é propiciar


oportunidades futuras para desenvolvimento da liderança. Nossa
educação não termina quando nós nos formamos. Há muitas
oportunidades de continuar a aprender já trabalhando e através da
experiência, e geralmente há sessões de treinamentos adicionais,
cursos in house, livros e outros recursos dos quais as pessoas
podem se beneficiar para continuar sua formação educacional.
Cada um dos quatro estilos de aprendizagem discutidos no
Capítulo 4 podem e devem continuar a estudar.

A mentoria de qualidade é essencial a fim de


que equipr, líderes e ministério se mantenham
movendo-se na mesma direção.

O dia da formatura é um daqueles dias que a maioria das pessoas


nunca mais esquecem. Conquanto possa trazer uma variedade de
emoções, desde o medo, passando pelo entusiasmo e até chegar
à sobrecarga emocional, ele sempre traz consigo um sentido de
realização. Como líderes, não teremos completado o processo de
aprendizado de forma saudável até que lancemos nossos novos
líderes à prática da liderança numa atmosfera de celebração,
afirmação e oração. Temos o privilégio de auxiliar alguém, a
quem nós pessoalmente ajudamos a se desenvolver, a adentrar na
aventura da liderança! E eu iria aceitar aquela sobremesa Rama-
Lama- Ding-Dong a qualquer hora.

69
Revisão do Capítulo 6 - Solte

• O momento adequado é fundamental


- Evite apressar ou desnecessariamente adiar soltar seu líder para
o papel de liderança.
- Certifique-se de que todos - você, os aprendizes e Deus - estão de
acordo sobre o momento certo.
- Sempre parece ser arriscado – e está tudo bem se for assim!
• Prepare líderes para serem bem sucedidos.
- Insira-os num ambiente de exercício de liderança que seja positivo
- Cerque-os com tudo que necessitam para serem bem-sucedidos
• Celebração é vital.
- Faça uma festa, afirme seus líderes publicamente, faça algo
grande e notável!
- Ore, imponha as mãos e diga a eles que eles estão indo com Deus
a seu lado.
• Dê Sequência (Follow-up)
- Certifique-se de que recebam mentoria desde o primeiro dia.
- Propicie a eles constante oportunidades de continuarem a
aprender no futuro.

Perguntas para Reflexão


1. Você já teve a experiência de alguém se apressar e jogar a você
numa posição de trabalho ou no exercício de um papel para o qual
você ainda não estava pronto(a)? Como você se sentiu? Por que
você acredita que isso ocorreu daquela maneira?

2. Você já foi “aclamado(a) publicamente”, celebrado(a) por algo


realizado, em meio a muitas pessoas? Como foi essa experiência?

3. O que pode ocorrer a um líder que não houver nenhuma mentoria


ou uma sequência consistente de acompanhamento (follow-up)?

70
7 Lembre
Capítulo

Capítulo 7 – Levando Adiante a Missão

Não é horrível quando perdemos o final das coisas? Recentemente,


um reality show bastante popular deixou que a grande final se
estendesse demais, causando a todos que tinham um sistema
de streaming para programação de TV e gravação a pararem de
gravar antes do fim do programa, o que significou que ninguém
ficou sabendo quem foi o vencedor! Eu (Carter) pareço que nunca
aprendo a gravar direito os jogos de basquete para além do tempo
alocado; assim, houve vários jogos com prorrogação, tempo extra
de jogo, onde eu perdi finais eletrizantes, e acabei tendo que ler
sobre isso mais tarde. Já com filmes o problema é diferente: eu
sempre adormeço no sofá antes do final e acabo perdendo o final
da história inteira.

O final da maioria das coisas é extremamente importante. Isso


vale, também, para liderança. Sempre que temos uma conversa
de liderança com alguém, é importante que incluamos o que eu
gosto de chamar de “os últimos 10%” da conversa – as coisas
que realmente precisamos dizer. Pode ser tentador acabar antes
de dizer o que estamos convencidos que seja necessário a outra
pessoa ouvir, e sairmos lamentando não ter feito isso, sabendo que
nossas palavras poderiam ter tido mais impacto. Eu me lembro das
muitas vezes em que tive coisas importantes com as quais eu sabia
que precisava desafiar uma pessoa durante nossa conversa, mas
que eu não o fiz, embora tenha chegado bem perto.

Não queremos chegar bem perto de dizer algumas coisas e não


o fazê-lo neste livro. Queremos evitar deixar de compartilhar
“os últimos 10%” no que diz respeito a todo esse conceito de
desenvolvimento de líderes através de aprendizes. Então aqui
vão os “últimos 10%” dessa nossa conversa sobre aprendizado de
liderança que queremos que você se lembre!

71
E Se não Der Certo?
Sejamos honestos – nem toda pessoa na qual investimos acaba
seguindo os passos que esperávamos que seguissem. Às vezes o
aprendiz percebe antes de terminar que não é chamado(a) para
isso, ou que isso não se alinha com seus dons. E às vezes somos nós
que percebemos isto. Mas não podemos deixar que o medo de que
isto ocorra venha a nos impedir de sermos comprometidos com o
processo de aprendizado de liderança.

Stacy passou por todo o processo de aprendizado de liderança


com um de nossos líderes de grupos pequenos mais fortes. O
processo foi bem, mas no final ficou claro que ela simplesmente
não estava pronta para assumir uma posição de liderança. Então
o líder teve uma conversa dura com a Stacy (ele falou os “últimos
10%!”) e eles encontraram um próximo passo diferente para ela. E
aqui vai o melhor – ela agora compartilha como aquela conversa
foi um marco, um divisor de águas, em sua liderança e em sua
vida. Embora lhe tenha sido difícil ouvir naquele momento, a
conversa ajudou-a a dar alguns passos. E adivinhe o que ela faz
agora, alguns anos depois? Ela é líder de um grupo pequeno. O seu
processo de aprendiza de liderança definitivamente valeu a pena.

Nem todo processo de aprendizado de liderança


irá resultar no que havíamos planejamos – mas
não podemos deixar que esse medo nos paralise.

Eu (Carter) tive a oportunidade de desenvolver o Troy como


aprendiz de liderança, para se tornar um mentor de um grupo
pequeno comigo. Ele era bom nisso, e definitivamente desenvolveu
suas habilidades de liderança. Ainda que ele tenha assumido a
posição de mentor ao final do processo, não demorou muito para
ele perceber qual era seu verdadeiro dom e paixão: trabalhar com
alunos pré-adolescentes do ensino médio (eu, definitivamente,
não sou dotado para isso!). Assim nós conversamos e ele deixou

72
7

o ministério de grupos pequenos para ir servir no ministério aos


jovens pré-adolescentes. Porém, todas as habilidades de liderança
que ele desenvolveu durante nosso aprendizado demonstraram ser
extremamente valiosas também para aquele outro ministério. Uma
vez mais o aprendizado de liderança havia valido a pena, muito
embora não tenha resultado no que eu tinha em mente no início.

Parte do espírito do processo de aprendizado de liderança é que


estamos, na verdade, permitindo que pessoas explorem liderança.
Ambas as partes envolvidas são, assim, capazes de descobrir se
a pessoa se encaixaria bem naquele papel num ambiente seguro.
Quais são as alternativas? Ou ambos podem dizer “não” sem
explorar a coisa, ou você pode fazer deles líderes e deixar que eles
descubram da maneira mais difícil, e mais tarde ter que enfrentar o
problema de ter que remover alguém de uma posição de liderança.

Aprendizado de liderança permite a ambas as partes explorar a


ideia desta pessoa numa posição de liderança, e propicia a Deus
uma oportunidade de confirmar aquele passo, ou redirecioná-la.

Parte do espírito do processo de aprendizado


de liderança é que estamos, na verdade,
permitindo que pessoas explorem liderança.

A outra parte do espírito do processo do aprendizado de liderança


é que, no fim das contas, estamos realmente investindo nas pessoas.
E Deus pode usar estas pessoas para ter um tremendo impacto para
o Seu Reino de qualquer forma que Ele desejar. Algumas vezes
aquela vontade divina vai significar liderar em nosso ministério,
às vezes em algum outro ministério, às vezes em alguma outra
igreja bem distante. Independentemente de onde venham a
servir, podemos mostrar que desempenhamos um papel vital no
desenvolvimento de um outro líder, que vai dar continuidade à

73
missão de Deus neste mundo.

Riscos (assim como alguém correu riscos com você)

Joel vive no final da minha (eu, Carter) rua. Eu notei que ele era
engraçado e muito amigável desde a primeira noite em que o
conheci, jogando dardos na garagem de um de nossos vizinhos.
Desde então, comecei a convidar e a incluir o Joel em muitas outras
atividades que eu fazia. Isto, por fim, ajudou a ele e a sua família
a se sentirem que, de fato, pertenciam à nossa comunidade. Após
algumas outras coisas interessantes que ocorreram, Joel acabou
se juntando ao nosso grupo pequeno, tornou-se um seguidor de
Cristo, começou a servir com seus dons e foi batizado. E sim, fui eu
quem o mergulhou na água.

Joel é uma de minhas histórias favoritas, talvez porque ele tenha


sido a primeira pessoa na qual Deus me permitiu observar todo o
processo de “pertencer antes de crer” em ação. De acordo com este
princípio, as pessoas querem primeiro sentir que elas pertencem a
algo em nossa comunidade antes delas considerarem crer naquilo
que nós, como comunidade, cremos. E foi isso o que ocorreu com o
Joel: ele pertenceu a uma comunidade e, gradualmente, e começou
a crer em (e a seguir!) Jesus. Mas isso não acaba aqui.

Eu estava à procura de um aprendiz de líder para meu grupo


pequeno e, por alguma razão, Deus continuava a trazer o Joel
à minha mente. Eu não sabia por qual motivo, pois o Joel,
definitivamente, não estava pronto para uma liderança de grupo
pequeno. Ele tinha muito pouco conhecimento da Bíblia, nenhum
treinamento de liderança de verdade e era ainda um seguidor
novo de Cristo.

Mas o Joel tinha aquilo que não se pode treinar ou dar a um líder de
grupo pequeno ( os “não-negociáveis” que discutimos no Capítulo
2): ele era um servo incrível das pessoas, era genuíno e humilde e

74
7

as pessoas simplesmente gostavam de estar ao redor dele. Então


Deus tornou claro para mim: eu precisava correr o risco e convidar
o Joel para o processo de aprendizado de desenvolvimento de
liderança. E ter feito isto valeu incrivelmente a pena! Depois de um
aprendizado de seis meses comigo, Joel está agora liderando um
grupo pequeno na vizinhança, onde ele está servindo e amando as
pessoas do grupo (e ajudando-as a se divertir).

Uma coisa importante que Deus me fez lembrar durante aquele


processo decisório sobre convidar ou não o Joel para o aprendizado
de liderança foi isto: definitivamente, alguém correu um risco
comigo no passado. E eu vou ser eternamente grato por tê-lo
feito! E não foi apenas um risco. Foi arriscado terem pedido para
ser líder de grupo pequeno, e mais tarde aprendiz de mentor, e
mais tarde aprendiz de pastor. E agora, como resultado de todos
aqueles riscos corridos, eu tenho o privilégio de liderar 500 pessoas
toda semana numa igreja incrível! Isto é certamente devido à graça
infinita de Deus ao longo do caminho, mas também é resultado de
múltiplos líderes, os quais deram valor a investir em aprendizes e
que também estavam dispostos a correr grandes riscos de investir
em pessoas como eu.

Não seguimos um Deus que corre riscos com pessoas? De fato,


acho difícil encontrar muitos líderes através da Bíblia que fossem
qualificados desde o primeiro momento de seu chamado. De Moisés
a Davi, e até os 12 apóstolos e até Paulo, tenho constrangimento em
dizer que eles estariam entre as últimas pessoas que eu escolheria
para investir numa formação de líderes. Eles tinham todos os
motivos exatos pelos quais eu iria acreditar que eram as pessoas
erradas para dar continuidade à missão de Deus. Mas Deus vê
além da superfície, profundamente naquilo que eles eram, e Ele
sabia o potencial incrível que tinham. Que possamos, através dos
olhos do Espírito de Deus operando dentro em nós, começar a
enxergar o potencial real das pessoas.

75
Quem é o próximo?
Num certo momento na vida da COMUNIDADE nós tivemos
uma revelação: ficou claro para nosso staff que, embora pareça que
estamos sendo bem sucedidos no desenvolvimento de aprendizes,
temos ainda muito que crescer no que diz respeito a produzir uma
segunda e terceira geração de líderes. Isto quer dizer que nossos
líderes estão treinandos aprendizes que se tornarão líderes – e então
vão PARAR. De alguma maneira nossa valorização do aprendizado
não está sendo passada adiante, além desta primeira geração de
líderes. [Como se diz,] algo está se perdendo na tradução.
Não perca isto
Não seguimos a um Deus Precisamos que os líderes
que adora correr riscos vejam, desde o primeiro dia
de serem líderes, o quão
com gente?
importante e até mesmo
urgente é que eles comecem a
desenvolver seu próprio processo de aprendizado de novos líderes.
Eles podem passar adiante este valor para os seus aprendizes,
os quais por sua vez irão repassá-lo para ... bem, vocês podem
entender. E da mesma forma o fez Paulo (e muito tempo antes de
nós!), à medida que ele escreveu aquelas palavras ao seu aprendiz,
às quais nos referimos como nosso Princípio 2-2-2.

Algumas igrejas decidiram que ter simplesmente um líder que


deseja começar um grupo pequeno não é suficiente. Eles não
permitirão que um pequeno grupo pequeno comece até que o líder
já tenha um aprendiz alinhado. Conquanto que isso possa parecer
“linha dura” para alguns, e que exija muita paciência e fé de
outros, isto de fato tem muitas vantagens. Pense no núcleo duro de
liderança que está comprometido em fazer com que aquele grupo
pequeno aconteça desde o dia um – o líder, o aprendiz, e o anfitrião
(e seus cônjuges, o que em alguns casos são umas 6 pessoas!). Pense
no apoio que o líder irá receber quando vê os desafios que estão
vindo. Pense no valor do aprendizado e reprodução de liderança
que estão sendo comunicados de forma visível para o grupo

76
7

pequeno todo, desde a primeira reunião. Esta não necessariamente


precisa ser sua opinião ou convicção, mas talvez devesse ao menos
ser objeto da sua consideração. Que tal se fosse exigido dos líderes
em seu ministério que tivessem um aprendiz desde o primeiro dia?
Ainda que isso signifique dizer “não” para alguns e “ainda não”
para outros, e assim exigir alguma fé e paciência, será que valeria
a pena lá na frente?

O melhor aprendizado
Após uma longa carreira como um dos mais bem sucedidos
líderes da história, Moisés sabia que ele não seria capaz de dar
continuidade à missão de Deus liderando os Israelitas na entrada
na Terra Prometida. Então ele investiu num cara jovem e bem
motivado chamado Josué. Josué deu continuidade ao legado de
Moisés e, o mais importante, ao plano de Deus para Seu povo.

Após uma breve carreira em espalhar o evangelho, Jesus sabia


que, para sua missão continuar, Ele iria precisar investir de Si
mesmo em líderes os quais investiriam em outros líderes, geração
após geração após geração. Ao fazer isso, Ele sabia que essa coisa
nova chamada “a igreja” poderia continuar essa missão até que
Ele voltasse algum dia. Felizmente para nós, os apóstolos levaram
muito a sério seu aprendizado de liderança com Jesus. Eles sabiam
da urgência de se investir em outra da mesma maneira como Jesus
havia investido neles. O aprendizado do jovem Timóteo nos dá
uma visão final na Palavra de Deus sobre “a próxima geração”
dando continuidade à missão.

Graças a gerações de líderes investindo


em aprendizes, a missão de Jesus continua
até os dias de hoje.

Agora nós somos os líderes aos quais esta grande missão foi
confiada: levar o evangelho a todo o mundo. E se desejarmos

77
que isto continue depois que partirmos, devemos nos dedicar
incansavelmente a investir em outros. Mas não podemos fazê-lo
sozinhos. Devemos continuar a estarmos comprometidos com o
melhor aprendizado: nossa vida de treinamento direto com Jesus.
Devemos deixar que Ele constantemente invista em nós, nos treine,
nos conduza e nos transforme para sermos mais como Ele.

“Portanto, meu filho, dedique-se inteiramente à obra de Cristo. Então


passe adiante o que você ouviu de mim — com a congregação inteira
dizendo: ‘Amém!” — a líderes confiáveis que sejam competentes para
ensinar.” II Timóteo 2:2

Revisão do Capítulo 8 - Lembre

• Nem sempre tudo vai sair como planejado – mas investir na vida
de alguém sempre vale a pena.
• Aprendizado demanda corrermos riscos com pessoas (como
você foi um risco) – o que deixa muito espaço para Deus trabalhar.
• A reprodução de liderança não pode parar com o novo líder –
assim, é preciso infundir nas pessoas o valor e o compromisso de
se reproduzirem como líderes.
• Devemos permitir que Jesus continue a desenvolver-nos como
seus aprendizes – então Ele poderá desenvolver mais aprendizes
através de nós!

Questões para Reflexão


1. Quando você investe em um aprendiz e, ou não dá certo, ou
essa pessoa muda-se do local, quais são alguns dos benefícios para
ambos e o que pode-se ganhar com isso?

2. Qual foi o maior risco que alguém já correu com você? Como
aquilo fez você sentir?

3. O que podemos fazer para que constantemente venhamos comunicar


a outros o valor da liderança e do aprendizado para a missão de Jesus?

78
A Apêndice A
Apêndice

Expectativas de Liderança
Seria sábio para uma organização desenvolver um conjunto de
expectativas de liderança (preferimos esta palavra ao invés de
“exigências”), a fim de que você possa claramente comunicar aos
líderes o que é esperado deles. Caberá à sua organização decidir
se cada líder precisará preencher 100% tais expectativas antes
de assumir o papel de líder, ou usar o modelo de “velocidade
espiritual” que discutimos no Capítulo 4, determinando a direção
na qual um possível aprendiz está se movendo, se em direção a ou
para longe de tais expectativas.

Aqui vão alguns exemplos de expectativas de liderança, aquelas


que desenvolvemos na COMMUNITY. Tenha em mente que são
as expectativas do líder e não necessariamente expectativas do
aprendiz. Apresentamos tais expectativas aos nossos aprendizes
a fim de que eles possam saber o que eles devem buscar com
dedicação, e então tentamos avaliar regularmente se nossos líderes
estão se movendo em direção àquelas coisas. Desenhamos tal
conjunto de expectativas para se adequar aos nossos três valores
primários como igreja: nossos 3 C’s.

Os líderes da COMMUNITY são chamados primeiramente e acima


de tudo a serem líderes servos, os quais modelam e encorajam a
outros a viverem uma vida guiada por um compromisso com
Jesus Cristo e Sua igreja. Líderes irão servir como catalisadores
na missão da COMUNITY de Ajudar as Pessoas a Encontrar Seu
Caminho de Volta a Deus através de um compromisso de crescer
e reproduzir seguidores de Cristo do tipo 3C e outros líderes. Um
líder será um exemplo pessoal do que significa ser um seguidor de
Cristo do tipo 3C. A seguir temos as expectativas da COMMUNITY
para com seus líderes em cada uma das experiências de Celebrar,
Conectar-se e Contribuir:

Celebrar: nosso relacionamento com Deus


Celebrar, tanto em comunidade quanto individualmente, o que

79
Deus está fazendo em nossas vidas e em nossa igreja. O foco deste
“C” é o crescimento do nosso relacionamento com Jesus.

Relacionamento pessoal com Jesus: um relacionamento pessoal com


Jesus começa por responder à oferta de Deus de salvação por meio
de se crer em Jesus para o perdão dos pecados, vida eterna e para
receber o dom do Espírito Santo. A resposta inclui arrependimento
de nosso velho modo de vida e aceitar nosso novo chamado para
seguir a Cristo. E inclui o ato público do batismo, onde seguimos
o exemplo de Jesus e demonstramos nosso compromisso para com
Ele por meio de sermos imersos como expressão de um ato da
nossa própria vontade (João 3:16, Atos 2:38, Romanos 6, Marcos
1:9-11). Como líderes já assumimos este compromisso.

Compromisso com a palavra de Deus: Jesus frequentemente citava


passagens da Palavra de Deus escrita (Matheus 4:1-11, Mateus
22:34-40). Ele estava familiarizado com as Escrituras e aplicava
seus valores, princípios e ideais ao viver diário. Como líderes,
seguimos Seu exemplo por aumentarmos continuamente nosso
entendimento das Escrituras através de leitura regular e estudo
da Bíblia. Envidamos esforços para aplicar o que aprendemos
da Palavra de Deus em nossas vidas diárias. Deixamos que os
princípios e mandamentos de Deus guiem nossa ética, sexualidade
e relacionamentos (2 Timóteo 2:15, 2 Timóteo 3:16-17).

Comunicarmo-nos consistentemente com Jesus: Jesus usualmente


se retirava para lugares calmos sozinho, onde ele podia comunicar-
se com Seu Pai através da oração e outras disciplinas espirituais.
(Marcos 1:35, Lucas 6:12). Como líderes, buscamos intensamente
uma conexão mais próxima de Jesus através da oração e disciplinas
espirituais tais como manter uma escrita diária de nossas lidas e do
que Deus está nos falando, jejum, meditação na Palavra de Deus,
silêncio, etc...Fazemos deste tempo com Jesus uma prioridade em
nossas vidas e horários. Nos esforçamos por ouvir da Palavra de
Deus todo dia.

80
A

Participar semanalmente nos Cultos de Celebração: o costume


de Jesus era frequentar a Sinagoga toda semana para participar
no ensino e louvor corporativos (Lucas 4:16). Como líderes,
nós participamos semanalmente nos cultos de Celebração na
COMMUNITY, onde nos juntamos a outros seguidores de Cristo
para celebrar a Deus, receber ensino vindo da Palavra de Deus
e nos encorajarmos uns aos outros como seguidores de Cristo
(Hebreus 10:25).

Conectar-se: nosso relacionamento com a Igreja


Conectar-se com outros seguidores de Cristo para crescer
espiritualmente, construir amizades, experienciar comunidade
genuína. O foco deste “C” é crescimento do nosso relacionamento
com outros dentro da Igreja.

Conecte-se num grupo pequeno: Jesus escolheu um grupo


pequeno de 12 homens para constituírem seu círculo mais íntimo
de relacionamentos (Lucas 6:12-16). Ele passou muito tempo com
estes homens, compartilhou eventos e conversas importantes com
eles, e também simplesmente viveu a vida diária com eles. Como
líderes, estamos comprometidos com o tipo de comunidade Bíblica
genuína que os primeiros cristãos praticavam como descrito em
Atos 2:41-47. Acreditamos que esta comunidade Bíblica é melhor
experienciada no contexto de grupos pequenos. Participamos
ativamente de um grupo pequeno e servimos como catalisadores
para conectarmos outros nos grupos.

Invista em seguidores: Jesus sabia que Deus havia confiado


seguidores a ele. Ele orava por eles, ensinava-os, encorajava-os,
desafiava a eles e os protegia (João 17:6-19). Como líderes, Deus
tem confiado a nós seguidores. Temos a responsabilidade de
assegurar que nossos seguidores recebam cuidado (seja através de
nós ou outros) e sejam encorajados e desafiados a crescer nas áreas
dos 3C’s (I Pedro 5:1-4).

81
81
Desenvolva Líderes Aprendizes: dentro do círculo relacional de
Jesus, Ele escolheu investir mais profundamente em três homens:
Pedro, Tiago e João. Ele incluiu estes três em algumas das partes
mais pessoais de sua vida e ministério (Mateus 17:1-13, Marcos 5:35-
43, Marcos 14:32-34). Ele os preparou para serem líderes na igreja
(Mateus 16:17-19). Ele os lançou para ministrarem neste mundo
(João 17:18). Líderes da igreja primitiva como Paulo adotaram este
modelo de desenvolvimento de um líder aprendiz (2 Timóteo 2:2).
Como líderes, uma de nossas grandes prioridades é investir nas
vidas de líderes aprendizes, desenvolvendo-os como seguidores
de Cristo e líderes, a fim de que possam ser lançados em posições
de liderança e o ministério possa ser multiplicado .

Cuidado da família: Quando Jesus estava morrendo na cruz, ele


pediu a um de seus discípulos para cuidar de sua mãe como se
fosse sua própria. Este ato de amor tocante demonstrou o senso
de responsabilidade de Jesus por sua própria família (João 19:25-
27). Como líderes, cuidar da família é uma prioridade em nossas
vidas. Nunca iremos deixar que as responsabilidades do ministério
comprometam nossos relacionamentos com os membros de nossa
família. Iremos ser modelos de um compromisso para com nossas
famílias o qual honra a Deus (Efésios 5:21-6:4).

Resolução de conflitos: Conflito em relacionamentos humanos é


inevitável. Jesus delineou um processo para lidar com conflitos
diretamente através de conversas face a face (Mateus 18:15-17,
Mateus 5:23-24). Como líderes, seguiremos a instrução de Jesus
para lidar com conflitos de forma amorosa por meio de conversas
face a face. Não deixaremos que um conflito continue sem ser
resolvido e não iremos fofocar ou comentar maldosamente com
terceiros sobre nossas preocupações ou disputas.

Aprender com outros líderes: os discípulos de Jesus tiveram o


privilégio inimaginável de sentarem-se a seus pés à medida que
ele os ensinava. Jesus sabia que, para que eles continuassem

82
A

sua missão, eles precisariam ser inspirados e equipados com


conhecimento, sabedoria e habilidades para os desafios que
os aguardavam (Lucas 11:1-4; Marcos 4:33-34). Como líderes,
aproveitamos as oportunidades de sermos inspirados e equipados
para a missão para a qual Jesus nos tem chamado. Nós participamos
consistentemente da reunião mensal da Comunidade de Liderança
da COMMUNITY e aproveitamos para fazer uso de outras
oportunidades de desenvolvimento. Temos um espírito ensinável,
reconhecendo constantemente nossa necessidade de crescermos
em nossa habilidade de liderança.

Contribuir: nosso relacionamento com o mundo


Contribuir com nossos talentos, tempo, paixões e recursos para o
avanço da missão de Jesus neste mundo. O foco deste “C” é fazer
crescer nosso relacionamento com aqueles em nossa comunidade e no
mundo que precisam encontrar seu caminho de volta a Deus.

Alcançar aqueles que estão longe de Deus: Jesus era frequentemente


criticado pelos líderes religiosos por gastar tempo com “pecadores”
(Mateus 9:9-13). Mas Jesus não veio ao mundo para andar com os
religiosos. Ele veio para buscar e salvar o perdido (Lucas 19:10).
Como líderes, seguimos o exemplo de Jesus por meio de construirmos
amizades com as pessoas que não têm um relacionamento com Deus.
Compartilhamos com elas a história de como Deus está trabalhando
em nossas vidas. Nos as amamos, as encorajamos e oramos por elas.
Nós as convidamos a participar na COMMUNITY. Levamos a sério o
mandamento de Jesus para irmos ao mundo para fazermos discípulos
(Mateus 28:18-20).

Restaurar os sonhos que Deus tem para este mundo: Jesus se


importava com os esquecidos na sociedade de seu tempo: mendigos,
os doentes, os párias sociais (Lucas 18:35-43, Lucas 5:12-15). Ele
contou parábolas nas quais instava com seus seguidores a cuidar dos
pobres, dos doentes e daqueles na prisão (Mateus 25:31-46). Como
líderes, seguimos seu exemplo através de irmos na direção de pessoas

83
83
que são negligenciadas e esquecidas. Compartilhamos nosso tempo e
recursos com aqueles que têm necessidades e usamos nossa influência
para desafiar outros seguidores de Cristo a ajudar a restaurar os
sonhos que Deus tem para o mundo.

Doar generosamente: Jesus endossou a prática do Velho Testamento


do dízimo – dar a Deus os primeiros 10% de tudo que você tem
(Mateus 23:23). Mas ele foi muito além desafiando-nos a viver vidas
financeiramente generosas. Ele nos alertou contra acumularmos
riquezas (Lucas 12:13-21). Ele nos desafiou a sermos mordomos
sábios do que nos tem sido dado (Mateus 25:14-28). Ele recomendou
uma generosidade radical (Lucas 21:1-4). Como líderes, buscamos
alinharmos nossas vidas com esses princípios bíblicos por meio de
vivermos uma vida financeira generosa, começando com o dízimo e
nos movendo em direção a uma vida de generosidade radical.

Servir a outros: Jesus serviu a seus discípulos ao lavar seus pés. Ele
desempenhou esta tarefa inferior para estabelecer um exemplo a
eles de que eles deveriam servir uns aos outros (João 13:1-7). Deus
dá a cada seguidor de Cristo dons espirituais e talentos que são para
ser usados no serviço a outros a fim de edificar seu corpo, a igreja
(I Coríntios 12, Romanos 12, Efésios 4). Como líderes seguimos o
exemplo de Jesus de uma liderança serva por meio do uso de nossos
dons e talentos para servir a outros. Nós também vamos usar nossa
influência para desafiar outros a servirem.

Falar sabiamente: Jesus nos alertou que as palavras que falamos


revelam as atitudes de nosso coração 9Lucas 6:44-45). Paulo nos alerta
a sermos sábios na maneira como agimos com os de fora, certificando-
nos de que nossas conversas sejam temperadas com graça.
(Colossenses 4:5-6). Como líderes, examinaremos nossas palavras e
corações regularmente. Guardaremos nosso falr cuidadosamente,
sendo positivos e encorajadores, falando a verdade em amor,
protegendo a unidade a fim de que a igreja seja edificada e ganhemos
uma boa reputação em nossa comunidade (Efésios 4:15, Tito 2:6-8).

84
B Apêndice B
Apêndice

Modelo de plano de desenvolvimento de liderança

Quando você começa pela primeira vez um processo de aprendizado,


geralmente é útil fornecer a seu aprendiz ou aprendiza o seu plano
de desenvolvimento de liderança para ele ou ela. Isto traz os
seguintes resultados:

• Apresenta a eles alguns aspectos específicos do que eles estarão


fazendo, incluindo o tempo apropriado de cada atividade
• Apresenta a eles o tipo de progresso que eles estarão fazendo e
como finalmente isso irá leva-los à liderança
• Mostra a eles que você dedicou tempo e reflexão em ajustar um
plano especificamente para eles.
Abaixo se encontra um modelo de plano de desenvolvimento
de liderança que foi dado a alguém que estava se tornando um
Aprendiz de Diretor de Grupos Pequenos. Talvez lhe dê algumas
ideias dos tipos de coisas que devem constar num plano.

Plano de liderança de aprendiz de diretor de grupos


pequenos

Prazo
• O Programa de Aprendizado de Diretor de Grupos Pequenos irá
começar em 1 de março e irá até 1 de setembro. Então, se ambos
nos sentirmos bem com isso, você poderá começar como Diretor de
Grupos Pequenos do Campo.

Reuniões
• 1:1 with Campus Pastor (twice a month) 1;1 com o Pastor do
Campo (2x /mês)
• 1:1 com o Focal de Grupo Pequeno (periodicamente)
• Reuniões com o Diretor de Grupos Pequenos (duas vezes/mês)
• Reuniões com a Equipe do Campo (uma ou duas vezes/mês)
• Junte-se a algumas de minhas reuniões 1:1 com outros mentores

85
Responsabilidades Essenciais
• Auxiliar a manter o banco de dados da igreja atualizado com
informações sobre os grupos pequenos
• Auxiliar a manter nosso Guia de Conexão do Campo atualizado.
•. Auxiliar a preparar para a reunião da Liderança da Community
todo mês.
• Ajudar a recrutar / desenvolver mais mentores
• Ajudar com estratégias e visão para conectar as pessoas
• Auxiliar com follow-up de novos frequentadores
• Partilhar do uso do orçamento do Ministério de Adultos
• Estar na lista de distribuição de todos os e-mails da Equipe do
Campo

Outras Oportunidades
• Escrever artigos para o programa semanal e para o website
(destacando um grupo diferente a cada semana?)
• Postar artigos na página do Campus no Facebook
• Usar parte do momento do Pastor do Campo na plataforma/
palco para promover os grupos pequenos.
• Ler livros sobre grupos pequenos e sobre liderança comigo e com
a Equipe.
• Iniciar um turbo grupo.

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