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IV - CARÁTER

A VELHA E A NOVA MANEIRA DE VIVER

INTRODUÇÃO

1. A NOSSA GERAÇÃO É PERVERTIDA


Ef. 2:2-3
Esta geração não vive conforme a vontade de Deus; perverteu-se pelo engano do pecado. O
mundo em que vivemos está conformado ao espírito de satanás, o qual opera nos filhos da
desobediência. Conforme essa influência estivemos vivendo em outra época, fazendo nossa própria
vontade, seguindo os desejos da nossa carne e agindo segundo os nossos próprios critérios e
pensamentos. Já renunciamos a toda essa forma de vida.

2. O VELHO HOMEM
Ef. 4:22-24 | Cl. 3:9 | Rm. 6:6
O mal não está somente ao nosso redor, está dentro de cada homem. A maneira como
vivíamos antes se chama viver segundo a carne, segundo o velho homem. Isso significa viver conforme a
natureza adâmica e pecadora. O velho homem é rebelde, orgulhoso, egoísta, mau, impuro; está viciado
nos desejos enganosos (o que é mal ele vê como bom), está dominado por impulsos e sentimentos
negativos e perniciosos como raiva, rancor, concupiscência, inveja, etc. O resultado de viver desta forma
é a morte espiritual (separação de Deus), além de tristeza, amargura, desânimo etc. Como consertar
isso?

3. CRISTO EM SUA MORTE CRUCIFICOU O NOSSO VELHO HOMEM


Rm. 6:6 | 2 Co. 5:14
Jesus disse na cruz: “Está consumado”. Assim, tudo já está feito (Jo. 19:30). Com a Sua morte,
Ele acabou a obra. Temos agora que crer e proclamar isto, pois é a palavra de Deus. Como poderemos,
então, despojar-nos do velho homem (Ef. 4:22)?
1) Crendo, confiando e considerando que nosso velho homem foi crucificado com Cristo e
que estamos mortos para o pecado e vivos para Deus (Rm. 6:6,11).
2) Não apresentando nossos corpos ao pecado (Rm. 6:12, 13). Mas apresentando-nos a
Deus para o Seu serviço.
3) Fazendo morrer, pelo Espírito, as obras da carne (Rm. 8:13 | Cl. 3:5).

4. REVESTI-VOS COM O NOVO HOMEM


Ef. 4:22-24
1) Temos vida nova quando nos unimos a Cristo. Uma nova vida foi gerada por Deus em
nós; uma nova criação, um novo homem (2 Co. 5:17).
2) Devemos viver em Cristo. Isto significa viver de acordo com o novo homem que Deus
criou em nós por meio de Jesus Cristo; o novo homem é a vida de Cristo em nós.
3) É uma operação espiritual. Viver segundo o novo homem é viver segundo o Espírito e
não obedecendo a carne. É deixar que Cristo viva em nós (Gl. 2:20).
4) Os frutos dessa nova vida: o novo homem é submisso, humilde, manso, santo,
paciente, misericordioso, amoroso, cheio de gozo, paz, bondade. É firme e forte em
resistir ao pecado (Gl. 5:22, 23 | Cl. 3:12-15).

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5. UMA RENOVAÇÃO CONSTANTE
“Despojai-vos do velho homem... revesti-vos do novo homem” é um mandamento de vigência
diária e permanente. A morte do velho homem e a criação do novo:
1) Foi feito pela morte e ressurreição de Cristo.
2) Foi aplicado em nós pelo batismo (Rm. 6:4)
3) Deve renovar-se em nós cada dia e constantemente (Ef. 4:23-24 | Cl. 3:10 | 2 Co.
4:16). Devemos despojar-nos a cada dia do velho homem.

Quais são as obras da carne e os feitos do velho homem que devemos rejeitar? (Ef. 4:22 | 5:5 |
Cl. 3:1-10 | Gl. 5:19-21).

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A VERDADEIRA SANTIDADE PRÁTICA

INTRODUÇÃO

Procurarei mostrar em que consiste a verdadeira santidade prática. O tipo de pessoa que Deus
chama de santos.
Uma pessoa pode ir longe sem jamais ter experimentado a verdadeira santidade.
1) Não se trata de conhecimento: Balaão tinha.
2) Não se trata de dizer-se cristão: Judas dizia-se.
3) Não se trata de fazer coisas: Herodes fez.
4) Não se trata de moralidade externa na conduta: O jovem rico tinha.
5) Não se trata de andar com pessoas piedosas: Demas andou.

Estas coisas, por si mesmas, não nos fazem ser santos. Uma pessoa pode ter todas estas coisas
e jamais ver o Senhor.

1. NO QUE CONSISTE A SANTIDADE PRÁTICA


Esta é uma pergunta difícil de ser respondida, pois temo não respondê-la na totalidade. Mas
permita-me traçar algumas considerações sobre este assunto. Sem esquecermos que depois que eu
falar tudo, o meu estudo não passará de uma tentativa pobre e imperfeita de mostrar o que é a
santidade.

1.1. SER SANTO É TER A MESMA MENTE DE DEUS


É aquele que tem o hábito de concordar com os juízos de Deus, abomina o que o Senhor
abomina, ama o que o Senhor ama.
Mede tudo pela palavra do Senhor. A Palavra é a sua fonte de informação. Olha para o mundo
e o mede pela palavra: o que concorda com a palavra serve, o que não concorda está descartado.
“Guardei a tua palavra em meu coração para não pecar contra ti.” (Sl. 119:11)

1.2. SER SANTO É EVITAR TODO O PECADO CONHECIDO


Terá uma decidida inclinação mental para DEUS, o desejo do seu íntimo sempre será para
agradá-lo, de cumprir a sua vontade.
Será nítido o seu temor de desagradar ao Senhor, mas não pensará duas vezes em desagradar
ao mundo e ao pecado. Amará todos os Seus caminhos, todos. Tal pessoa sentirá o que Paulo sentiu, ao
declarar: “Porque, no tocante ao homem interior, tenho prazer na lei de DEUS” (Rm. 7:22).
E também o que Davi sentiu, ao escrever: “Por isso tenho por tudo retos os teus preceitos
todos, e aborreço todo caminho de falsidade”. (Sl. 119:128).

1.3. SER SANTO É QUERER SER COMO JESUS CRISTO


Este alvo norteará toda a sua vida. Irá buscar de todo o seu coração atingir este alvo em sua
vida. Não irá parar enquanto isto não for uma realidade em si mesmo.
Estará continuamente declarando: “... esquecendo-me das coisas que para trás ficam e
avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação
de DEUS em Cristo Jesus”. Fp. 3:13b-14.

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Terá desejo intenso de praticar os ser como Jesus:
1) Manso e humilde
2) Santo
3) Servo
4) Pregar ao mundo
5) Perdoar
6) Amar

Aquele que é santo continuamente estará olhando para ver se: “está andando como Ele
andou” (1 Jo. 2:6).
Feliz é aquele que já aprendeu a ter Jesus como o seu “tudo”.
Muito tempo seria poupado e muito pecado seria evitado se as pessoas se perguntassem: “Em
meu lugar o que faria Jesus?”.

1.4. SER SANTO É MUDAR NA VOCAÇÃO EM QUE FOI CHAMADO


O santo seguirá a mansidão, a longanimidade, a gentileza, a paciência, a brandura, o controle
sobre a própria língua.
Irá suportar muito abuso, irá exercer muita misericórdia, deixará passar muita coisa e será
lento em falar a favor de si mesmo e de seus direitos.
Vemos dois exemplos disso nas Escrituras: 2 Sm. 16:10 e Nm. 12:3.

1.5. SER SANTO É TER AUTOCONTROLE


Exercerá todo o esforço para mortificar os desejos do corpo, crucificando a carne com os seus
afetos e paixões, controlando os seus maus desejos, a fim de que em momento algum venha a deixá-las
em liberdade.
Temos várias exortações nas Escrituras sobre isto: Lc. 21:34 | 1 Co. 9:27 | 1 Tm. 4:16 | Hb.
12:4.

1.6. SER SANTO É SEGUIR O AMOR


Aqui está o caminho sobremodo excelente. Não há maior mandamento do que estes: “Amar a
DEUS e a seu próximo”. Aquele que vive em santidade quererá praticar: “... tudo que quereis que os
homens vos façam, façais vós a eles”. No fazer e no falar.
Paulo nos diz: “... quem ama o seu próximo tem cumprido a lei”.
Quem é o meu próximo? O que está mais perto de ti deve ser o alvo do teu amor.
Quão terríveis são as palavras de 1 Co. 13, ou do Sermão da montanha, comparadas à vida de
muitos irmãos.

1.7. SER SANTO É SER SERVO DE SEUS IRMÃOS


Em nenhum momento Jesus esperava ser servido: Mc. 3:20 | Mc. 4:1, 10, 21, 26, 30, 33, 35, 36
| Mc. 5:1, 2, 17, 18, 21, 22, 24, 35, 36 | Mc. 6:1, 7, 30-35.
Esvaziou-se para assumir a forma de servo: Fp. 2:5-8. Quantos de nós já nos esvaziamos?
Tinha iniciativa: Jo. 13:2-18.
Jesus era sensível à necessidade dos outros, jamais olhava para si.
Serviu até o supremo sacrifício: 2 Co. 12:15. Você se deixa gastar?

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Jamais fez o que queria: Jo. 5:30 e Lc. 17:7-10. Onde estão os servos inúteis?

1.8. SER SANTO É SER LIMPO DE CORAÇÃO


Aqui está algo que deve constantemente ser avaliado pelos santos: AS MOTIVAÇÕES DO
CORAÇÃO. Is. 29:15 | Rm. 2:16 | 2 Co. 4:5 | Pv. 4:23.
A pergunta mais importante que eu tenho que fazer não é: O QUE ESTOU FAZENDO?, ou
"QUANTO ESTOU FAZENDO?", ou "ESTOU FAZENDO BEM FEITO?", ou ainda "ESTOU FAZENDO DA
MANEIRA CORRETA?".
Embora todas estas indagações e avaliações sejam muitíssimo importantes, há algo mais
básico e há uma pergunta mais importante: "PORQUE EU ESTOU FAZENDO?", ou "O QUE ME MOVE
PARA FAZER?", ou "QUAIS SÃO OS DESÍGNIOS DO MEU CORAÇÃO?", ou ainda "O QUE ME MOTIVA A
FAZER O QUE EU FAÇO?".
O meu coração pode apontar para dois lugares: "PARA MIM OU PARA O SENHOR".
Existe uma escassez de homens que busquem apenas o interesse do Senhor. Fp. 2:20-21.
A palavra em Jr. 17:9 chega ser assustadora: “ENGANOSO É O CORAÇÃO, mais do que todas as
coisas, e DESESPERADAMENTE CORRUPTO; quem o conhecerá?”.
Nós podemos conhecer os nossos corações através:
1) DA PALAVRA - Hb. 4:12. A palavra é o próprio Senhor, na medida que o conhecemos
vamos conhecendo as intenções dos nossos corações.
2) DA DISCIPLINA DO ESPÍRITO SANTO - Sl. 139:23-24. O Senhor não apenas sonda o
coração, mas também o prova para que possamos conhecer e ser guiados por DEUS.

Vejamos algumas situações em que somos provados:


1) Quando falam mal de nós
2) Quando falam mal de nós injustamente
3) Quando não nos dão o reconhecimento que esperamos
4) Quando faço algo de bom que por engano é atribuído a outro
5) Quando outros são elogiados por algo que já faço
6) Quando outros descobrem e vem ensinar-nos o que já sabemos
7) Quando ouvimos sobre o sucesso de outros
8) Quando somos elogiados (Pv. 27:21)
9) Quando o nosso ministério é preterido ao de outros.

Por todas estas coisas é que aquele que é santo fica atento e vigilante contra todas estas
coisas.

1.9. SER SANTO É TEMER A DEUS


Não estou pensando no medo aterrorizador de um escravo que só trabalha porque teme ser
punido, mas que se mostraria ocioso se soubesse que não seria descoberto.
Estou pensando no temor de um filho que quer viver como se estivesse sempre na presença
de seu pai, porque o ama e quer fazer só o que lhe agrada.
Não é viver com medo, pois o perfeito amor lança fora o medo. Aquele que conhece ao Senhor
certamente o temerá e saberá que este temor é que lhe trará sabedoria.

1.10. SER SANTO É SEGUIR A HUMILDADE

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O caminho de Deus é para baixo. A pessoa desejará considerar os outros superiores a si
mesma.
Verá mais maldade em seu próprio coração do que em qualquer outro coração.
O humilde entenderá as seguintes palavras: Gn. 18:27 | Gn. 32:10 | Jo. 40:4 | 1 Tm. 1:15.
Humilde é alguém que se conhece (Rm. 12:3) Ex. Inseguro, desconfiado, desesperado.

CONCLUSÃO

As pessoas santas deveriam ter como propósito: FAZER CORRETAMENTE TODAS AS COISAS;
deveriam se envergonhar de fazer algo mal feito quando poderiam fazê-lo melhor (Ex. Himitiam).
À semelhança de Daniel, não deveriam dar ocasião para alguém falar mal deles, exceto no
tocante à “... lei do seu Deus”. (Dn. 6:5).
Deveriam esforçar-se para serem bons maridos e boas esposas, bons pais e bons filhos, bons
patrões e bons empregados, bons vizinhos, bons amigos, bons cidadãos, bons nos seus negócios e bons
na vida comum do lar.
A santidade tem pouco valor se não produzir fruto desta natureza.
Amados, se a nossa justiça não exceder em MUITO a dos escribas e fariseus, JAMAIS
ENTRAREMOS no Reino dos Céus.
Portanto, os verdadeiros santos são aqueles que em tudo ornam (enfeitam-se) com a doutrina
do Senhor.

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O VOCABULÁRIO PERVERSO

INTRODUÇÃO

O Senhor Jesus Cristo disse: “... porque a boca fala do que está cheio o coração.” (Lc. 6:43-45).
A fala é uma faculdade diferenciadora do ser humano (os animais não falam). É a expressão do
nosso espírito. Com ela expressamos nossas reações, sentimentos, ideias, desejos, pensamentos, etc.
Além disso, o modo e o tom com que falamos normalmente refletem o nosso estado de ânimo, o
estado do nosso ser interior (dizemos “normalmente” porque podemos algumas vezes falar
fingidamente).
Já que o falar é a nossa principal forma de expressão, a maioria dos pecados que cometemos é
com a boca. Muitos outros pecados são também acompanhados por uma expressão verbal.

1. UM SINTOMA DE DECADÊNCIA
A forma corrente de falar torna evidente a decadência moral e espiritual da presente geração.
O vocabulário utilizado hoje em dia tanto por homens como por mulheres, sejam adultos, crianças ou
velhos, é um sintoma inconfundível da deterioração dos bons costumes e da pureza de espírito. Ao
mesmo tempo é um testemunho eloquente daquilo que impera no coração dos homens: atrevimento,
irreverência, agressividade, pessimismo, derrota, leviandade, ironia, presunção, morbidez, etc.

2. O DESPREZÍVEL VOCABULÁRIO DO VELHO HOMEM


Cl. 3:8-9 | Ef. 4:29
Consideremos alguns pecados mais comuns que cometemos com a boca, aos quais devemos
chamar de PECADOS e dos quais devemos nos arrepender, eliminando-os totalmente do nosso
vocabulário:

2.1. BLASFÊMIAS, INSULTOS, PALAVRAS MÁS, GROSSERIAS


Cl. 3:8. Sejam elas contra Deus, contra o nosso próximo ou simplesmente sem ter alguém
como alvo específico.

2.2. CONVERSAÇÃO TORPE, PALAVRAS VÃS OU CHOCARRICES, PALAVRAS DESONESTAS


Ef. 5:3-4: "... nem sequer se nomeiem entre vós, como convém a santos". (Fp. 4:8).

2.3. OFENSAS, EXPRESSÕES AGRESSIVAS, PALAVRAS ÁSPERAS, GRITARIAS, ETC.


Tg. 3:2-12 | Mt. 5:22 | Cl. 3:8. “Se alguém não tropeça no falar é perfeito varão”.

2.4. ZOMBARIAS, MOTEJO, ESCÁRNIOS, SARCASMOS


Sl. 1:1 | Pv. 3:34. A zombaria é uma expressão muito generalizada em nosso meio, e são
poucos os que têm conhecimento de que ela deve ser banida do meio do povo de Deus. A zombaria é
prejudicial, não flui do Espírito Santo. É obra da carne, pois não brota do amor que possuo para com a
pessoa de quem estou zombando. Ao fazermos tal coisa, apagamos o espírito em nossas vidas,
machucamos as pessoas e, além disso, abrimos uma porta para que a leviandade se propague em nosso
meio.
Alguém disse: "Ri de ti mesmo, ri com os outros, mas nunca ri de outros". (ver Lv. 19:14).

2.5. FOFOCAS, MURMURAÇÕES, MALEDICÊNCIAS, CALÚNIAS

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2.5.1. FOFOCA
É falatório, conto ou notícia, verdadeira ou não, com que se cria inimizades entre pessoas (Lv.
19:16).

2.5.2. MURMURAÇÃO
É um desprazer secreto e nem sempre declarado abertamente. É um resmungo.

2.5.3. MALEDICÊNCIA
É uma conversa difamatória que compromete a honra ou o bom nome de outrem. É
desacreditar, deteriorar a imagem de terceiros.

2.5.4. CALÚNIA
É acusação falsa e maliciosa feita com o propósito de causar dano (Sl. 15:3).

Estas quatro expressões, mesmo sendo semelhantes, não são idênticas. Todas procedem do
mesmo espírito, ou seja, causar dano ao próximo, estando nós conscientes ou não disso. É pecado que
atenta contra a vida do outro (Lv. 19:16). Somos responsáveis diante de Deus por não cometê-los, como
também não executá-los. Sl. 15:3: “... nem lança injúria contra o seu vizinho”.

2.6. QUEIXAS, RESMUNGOS, PROTESTOS, LAMENTAÇÕES


A queixa é uma das notas mais dominantes do vocabulário do homem. Qualquer razão, válida
ou não, é ocasião para nos queixarmos; quando algo não sai como desejamos devido às dificuldades
cotidianas, ou devido a alguma falta daqueles que nos rodeiam, pelas nossas limitações, pelo
sofrimento da vida, devido ao mal tempo, à inflação, etc. A queixa reflete derrota interior diante das
situações que se apresentam na vida.

Longe de solucionar nossos problemas, aumenta-os, levando-nos ao mau humor, à depressão


e ao desânimo; apaga o Espírito em nós, nos faz perder o gozo e a fé. Deus nos afirma em Rm. 8:28: “...
todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus”. Portanto, sempre dar graças a Deus
por tudo (Ef. 5:20).

2.7. TOLICES, ESTUPIDEZ, LEVIANDADES, INCONSEQUÊNCIAS


Pv. 15:14 | Ef. 5:4 | Mt. 12:36

3. APRENDER A FALAR DE UMA NOVA MANEIRA


Se a boca fala do que está cheio o coração, ter um coração novo significa ter um novo
vocabulário. “O bom, do bom tesouro do seu coração tira o bem” (Lc. 6:45). Ao nos convertermos a
Cristo, não só mudamos o conteúdo e temas das nossas conversações, mas também sua intenção, seu
acento, seu tom, etc. Há quatro princípios que devem reger nossas conversações:
1) Tudo o que falamos deve ser para edificação. “Não saia da vossa boca nenhuma
palavra torpe, e sim unicamente a que for boa para edificação, conforme a
necessidade, e assim transmitir graça aos que a ouvem.” (Ef. 4:29). O conteúdo, o tom
e o espírito com que falamos deve edificar aos que nos ouvem, qualquer que seja o
tema sobre o qual falamos.
2) Toda conversação deve ser feita em nome de nosso Senhor Jesus. “E tudo o que
fizerdes, seja de palavras, seja em ação, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por
ele graças a Deus Pai” (Cl. 3:17). “NOME” significa a revelação de seu ser, de sua
pessoa, de sua natureza. Tudo o que dizemos deve revelar a natureza e o caráter de

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Jesus. De fato, toda a palavra que pronunciamos ou é na carne ou é no Espírito. Se é na
carne revela o meu caráter e pessoa, se no espírito revela o caráter e a pessoa de
Jesus. Toda vez que abro a boca para falar, Cristo deve ser revelado: seu amor, sua
pureza, sua paz, sua paciência, sua justiça, seus propósitos, etc.
3) Tudo o que falamos deve ser com graça. “A vossa palavra seja sempre agradável,
temperada com sal para saberdes como responder a cada um” (Cl. 4:6). Um pouco de
sal torna apetecível e aceitável uma comida insossa; uma palavra dita com graça é mais
bem recebida. A chave para obtermos graça é a humildade. “Deus resiste aos soberbos,
mas dá graça aos humildes.” (Tg. 4:6).
4) A fé deve ser sempre a nota dominante de nossas conversações. Diante de todas as
circunstâncias, mesmo as mais dolorosas, essa nota de fé deve estar presente sempre.
Não como uma expressão religiosa e superficial; não aparência, mas essência; uma
convicção profunda em nosso espírito. O tom de nossas conversas revela se estamos
agindo de maneira vitoriosa sobre as circunstâncias, se há derrota ou vitória em nosso
interior, etc.

4. NOSSA BOCA COMO INSTRUMENTO DE DEUS


1) Ensinando, exortando, animando: Cl. 3:16
2) Orando sem cessar: 1 Ts. 5:17 | Cl. 4:2
3) Cantando louvores, salmos e cânticos espirituais: Ef. 5:19 | Cl. 3:16
4) Dando sempre graças por tudo: Ef. 5:20
5) Pregando em todo o tempo, comunicando o evangelho: 2 Tm. 4:2 | Cl. 4:5
6) Proclamando a verdade: Ef. 6:17
7) falando em línguas: 1 Co. 14:18

"As palavras dos meus lábios e o meditar do meu coração sejam agradáveis na tua presença,
Senhor, Rocha minha, e redentor meu". (Sl. 19:14).

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IMPUREZA SEXUAL

INTRODUÇÃO

Este é um dos pecados mais dominantes da nossa sociedade. Já que este pecado é tão comum
e aceito por tantas pessoas quase como uma norma de vida, é necessário que, como cristãos, nos
conscientizemos da CLARA ORIENTAÇÃO DA PALAVRA DE DEUS.

1. DEUS CRIOU O HOMEM E A MULHER, E É AUTOR DO SEXO


Gn. 2:20-25 | Gn. 1:27-28
O sexo e a relação sexual são puros e santos dentro do marco do sublime propósito de Deus.
Segundo o relato bíblico, a mulher foi feita de uma parte física do homem. Há, pois, uma afinidade
natural entre os dois sexos desde o princípio. Deus pôs entre os dois uma atração mútua. Isto é normal
e constitui uma lei natural em todas as raças.
Evidentemente esta atração entre os dois sexos foi dada por Deus tanto para a felicidade do
ser humano, como também para a procriação da raça. Por ser uma relação tão dinâmica e poderosa, e
para evitar abusos e consequências tristes, Deus fixou limites claros que devemos respeitar
inquestionavelmente.

2. AS RELAÇÕES SEXUAIS SÃO RESERVADAS UNICAMENTE PARA A VIDA MATRIMONIAL


A passagem referida em Gênesis mostra que a relação normal é de monogamia. Também é
uma relação vitalícia, indissolúvel. Dentro do casamento, a relação sexual é pura, santa, normal,
prazerosa, legítima (1 Co. 7:2-5 | 7:10-17 | Pv. 5:15-23). Deve ser desprovida de atitudes abusivas,
egoístas, anormais.
Cada homem deve ter sua própria esposa (a menos que Deus lhe tenha dado o dom de
continência) e conformar-se, limitando-se estritamente a ela quanto a contatos sexuais. O corpo de
cada parte do matrimônio está sob o domínio da outra parte (isto se aplica a ambos os sexos, acaba o
machismo e o feminismo). Deve haver disciplina sexual. A continência não é impossível ao homem (1
Co. 7:2-4).

3. TODA RELAÇÃO SEXUAL FORA DO CASAMENTO (ADULTÉRIO E FORNICAÇÃO) É


PROIBIDA POR DEUS, E SERÁ JULGADA
1 Co. 6:9 | Gl. 5:19 | Ef. 5:3-5 | Cl. 3:5 | 1 Ts. 4:17 | Hb. 13:4 | Mt. 19:9
Ainda que sejam noivos e comprometidos, a relação entre o casal é prejudicial e proibida.
Jesus condenou os desejos impuros, as paixões desordenadas, os olhares e intenções cobiçosas,
sugestivas (Mt. 5:27-28). Verifiquemos o que o apóstolo Paulo ensinou em 1 Co. 6:13-20:
1) vs. 13: Nossos corpos são para o Senhor.
2) vs. 15: Nossos corpos são membros do corpo de Cristo; fornicação DE MODO ALGUM.
3) vs. 19: Nossos corpos são templo do Espírito Santo: não somos de nós mesmos.
Eis um mandamento claro do apóstolo:
4) vs. 18: FUGI DA IMPUREZA: (do ato, da ocasião, do pensamento e da intenção, dos
lugares de tentação, das amizades e outras coisas que provoquem a imaginação ou que
levem a ceder diante da tentação: revistas, livros ou filmes pornográficos ou
sugestivos, alguns programas de TV, vestimentas provocantes, brincadeiras maliciosas,
etc.).
5) vs. 20: Glorificai a Deus em vossos corpos e em vossos espíritos, os quais são de Deus.

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4. DEUS CONDENA TODO ABUSO OU USO ANORMAL DO SEXO
Rm. 1:18-32 - especialmente os vs. 24, 26, 27, 29, 31, 32 | Ap. 21:3,27.
Salientemos alguns desses usos perversos:
4.1. INCESTO
Contato sexual entre parentes próximos (Dt. 27:22 | Lv. 20:17-19 | 18:6-17).

4.2. HOMOSSEXUALISMO
Pecado sexual entre pessoas do mesmo sexo, chamado de lesbianismo entre as mulheres (Lv.
18:22 | 20:13 | Rm. 1:26-27).

4.3. MASTURBAÇÃO
Autoexcitação com o fim de produzir prazer. Baseia-se no egoísmo e na morbidez (estado
doentio). Não cumpre o propósito do sexo, portanto é impuro e perverso.

4.4. BESTIALIDADE
Relação sexual entre um homem e um animal (Êx. 22:19 | Lv. 18:23-24 | 20:15-16 | Dt. 27:21).

4.5. SODOMIA
Um homem ativo com um homem passivo.

4.6. EFEMINADO
Conduta do homem que se assemelha à mulher (1 Co. 6:9).

5. A IGREJA TEM O DEVER DE MANTER-SE PURA E, SE NECESSÁRIO, DISCIPLINAR OS


MEMBROS QUE INCORREM NESSES PECADOS (1 Co. 5)
Devemos ser realistas e sábios, e situar-nos diante da real necessidade das pessoas de nossa
congregação. A impureza sexual corrompe o ser humano mais rapidamente do que outro pecado. Jesus
e os primeiros apóstolos acharam por bem dar instruções claras e fazer advertências sobre o assunto.
O sangue de Cristo limpa de todo o pecado quando este for confessado e abandonado (1 Co.
6:9-11 | 2 Co. 2:5-11 | 1 Jo. 1:9).

6. COMO ASSEGURAR A PUREZA SEXUAL?


1) Ter sempre presente que o corpo é do Senhor e, portanto, sagrado (1 Co. 6:13).
2) Ter cuidado com os olhos.
3) Cuidar com a imaginação, especialmente quando se está só.
4) Cuidar com as palavras sugestivas ou de sentido duplo.
5) Cuidar com os gestos.
6) Não alimentar os desejos carnais. Para jovens, especialmente, o trabalho manual duro
e os esportes físicos até o cansaço são bons neste sentido. Um corpo ativo e uma
mente ocupada dignamente são fatores muito positivos na luta contra a impureza.
7) Orar, exercer fé no Senhor, jejuar, viver no Espírito, confiar em Deus para nos guardar
de toda a impureza (Sl. 119:9).

Sejamos um povo que se caracteriza pela pureza sexual. Exortemos mutuamente uns aos
outros à santificação do corpo, alma e espírito.

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O MATERIALISMO – A AVAREZA

INTRODUÇÃO

Por materialismo aqui nos referimos ao uso corrente do termo no meio cristão, ou seja, uma
desmedida preocupação pelos bens materiais, sua posse e aquisição, supondo que isso é o essencial da
vida em detrimento da vida espiritual. Também atenta contra um sentido cristão de justiça social. A
mesma conotação é encontrada nas palavras “avareza” e “cobiça". Atitude materialista, avara ou
cobiçosa é condenada energicamente pela palavra de Deus.
Textos: Mc. 7:20-23 | Lc. 12:15 | Rm. 1:29 | Ef. 5:3 | Cl. 3:5 | 1 Tm. 6:6-10 | Hb. 13:5 | 2 Co.
8:9.

1. O HOMEM SE TORNA MATERIALISTA AO CRER EM TRÊS MENTIRAS BÁSICAS


1) Cada pessoa é dona do que possui
2) A vida do homem consiste na abundância de bens que possui
3) O homem pode dispor a seu modo do que possui, seja isto adquirido por herança,
trabalho, capacidade, vivacidade, engano ao próximo, etc.

Essas mentiras são do diabo, o pai das mentiras, e tem colocado o homem no caminho da
cobiça e da avareza. O homem está adormecido; não tem consciência desses pecados, uma vez que
creu nessas mentiras.

2. A AVAREZA DESTRÓI O HOMEM


A avareza é filha do egoísmo. É idolatria (Cl. 3:5 | Ef. 5:5 | Mt. 6:24). É o amor ao dinheiro a
raiz de todos os males: mentiras, enganos, subornos, injustiças, roubos, rixas, inimizades (1 Tm. 6:6-10).
A cobiça é o desejo desordenado de possuir coisas e riquezas com o fim de satisfazer as exigências
egoístas da vida (Mt. 13:22). Os avarentos não podem herdar o reino de Deus (Ef. 5:5 | 1 Co. 6:10). A
publicidade e a propaganda comercial apelam constantemente e exploram a cobiça do coração do
homem (1 Jo. 2:16-17).
Resumindo especificamente, podemos dizer que a avareza:
1) Impede o homem de usar tranquilamente, com liberdade e com alegria, os bens que
possui (Ec. 1:3-10 – se possível ler este texto na Bíblia católica);
2) Faz o homem duro e insensível para com os seus semelhantes (Nabal – 1 Sm. 25:10,11
| Ne. 5:1-12);
3) Converte o homem em escravo do dinheiro (Mt. 6:24 | Lc. 16:13);
4) Faz o homem cair em idolatria (Ef. 5:5)
5) Atormenta o homem com desejos insaciáveis de aumentar suas riquezas, levando o
homem a apoderar-se injustamente do alheio;
6) Faz o homem suscetível aos subornos na administração da justiça (Êx. 18:21 | 1 Sm.
8:1-3 | Sl. 15:5 | Ez. 22:12-13);
7) Leva o homem a trair os seus e a oprimir aos débeis (Pv. 30:14);
8) Leva o homem a reter ou atrasar os pagamentos de seus assalariados (Tg. 5:1-5).

Nas listas de pecado que se acham no Novo Testamento, primeiro aparecem os que dizem
respeito ao sexo e em segundo lugar a avareza. Paulo põe no mesmo nível da idolatria (Cl. 3:5).
Por tudo isto Deus reprova os avaros: ver os casos de Aça (Js. 7); Nabal (1 Sm. 25), Giazi (2 Rs.
5:20-27); Judas (Jo. 12:6); Mt. 26:14-16; Ananias e Safira (At. 5:1-11).

12
3. A VERDADE DE DEUS NOS LIBERTA DA AVAREZA
A palavra de Deus nos orienta, respondendo com clareza, as três mentiras básicas citadas
anteriormente:
1ª Resposta: Jesus é o dono e Senhor de tudo o que possuímos (Sl. 24:1 | Lc. 14:33 | At. 4:32
| Fp. 2:11).
2ª Resposta: A vida do homem não consiste na abundância dos bens que possui (Mt. 4:4 | Lc.
12:15).
3ª Resposta: É melhor dar que receber (At. 20:35).

Resumindo o ensino bíblico, podemos dizer que a vontade de Deus é:


1) Que trabalhemos (2 Ts. 3:6-15);
2) E que prosperemos (3 Jo. 2);
3) Honradamente (1 Tm. 3:3 | 1 Ts. 4:11-12);
4) Não para acumular tesouros sobre a terra (Mt. 6:19-21 | Lc. 12:32-34);
5) Mas para termos o necessário (2 Tm. 6:6-10 | 1 Ts. 4:11-12);
6) E para termos com o que ajudar os necessitados (Ef. 4:28 | 1 Tm. 6:17 | 1 Co. 16:1-2 |
At. 20:35);
7) Nunca pondo os nossos interesses acima do reino de Deus (Mt. 6:19-34).

13
O TRABALHO

INTRODUÇÃO

Para um discípulo, o poder trabalhar é um dom de Deus. O trabalho não é um mal necessário
como pensam alguns, e tão pouco é tudo na vida, como falam outros. As Escrituras trazem ensinamento
claro, positivo e equilibrado sobre a dignidade do trabalho.

1. O TRABALHO FOI ORDENADO NA CRIAÇÃO


O trabalho não é uma maldição ou um castigo imposto ao homem por causa do pecado. A
terra, de fato, foi amaldiçoada por causa do pecado do homem, dificultando o seu trabalho e exigindo
dele esforço e suor para conseguir sustento (Gn. 3:17-19). Todavia o trabalho antecede o pecado. Deus
não fez chover sobre a terra senão depois da criação do homem, para que este pudesse cultivá-la (Gn.
2:5). Depois que o homem foi criado, Deus o colocou a trabalhar cultivando e guardando o jardim. A
natureza, por si só, não produzia adequadamente para o sustento do homem. Ele precisava cultivá-la.
Desde o princípio, além de exercer domínio sobre todos os animais e multiplicar-se a si mesmo
para cumprir o propósito de Deus (Gn. 1:26-28), o homem também cumpria a vontade do Senhor
trabalhando a terra.

2. O TRABALHO COMO OBRIGAÇÃO MORAL


O trabalho não é um impulso. É um exercício da vontade. É um esforço consciente,
direcionado e planejado. Muitas vezes será em detrimento de outras atividades legítimas (leitura, lazer,
devoção, etc.). A regra bíblica é: “... se alguém não quer trabalhar, também não coma” (1 Ts. 3:10).
No tempo dos primeiros apóstolos, os discípulos que não queriam trabalhar, vivendo
desordenadamente, eram notados na igreja e afastados dos demais irmãos (2Ts. 3:6-15). Isto também
praticamos hoje em dia.

3. O PECADO DA PREGUIÇA E INDOLÊNCIA


“Sai o homem para o seu trabalho e para o seu encargo até a tarde” Sl. 104:3.
A preguiça leva à ociosidade, e esta aos vícios, aos falatórios profanos, fantasias, leviandades,
murmuração, ciúmes, invejas, pobreza, etc (Pv. 12:9,11; 6:6-11; Tt. 1:10-13; 1 Tm. 5:13).
“O preguiçoso morre desejando... porque as suas mãos recusam a trabalhar” Pv. 21:25.

4. O TRABALHO É UM SERVIÇO
Trabalhando servimos ao próximo. Não trabalhamos apenas para suprir nossas próprias
necessidades (1 Ts. 4.11-12). Isto é legítimo, bom e necessário, mas nosso trabalho deve visar, também,
o suprimento de outros (Ef. 4:28). Também nisso Jesus é nosso exemplo (2Co 8:9). Importante é a
leitura dos capítulos 8 e 9, inteiros, de 2 Coríntios.

5. O TRABALHO DIGNIFICA
“O Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida...” Mt. 20:28.
Nenhum trabalho deve ser considerado humilhante. O Verbo Eterno assumiu a forma de servo
e, uma vez encarnado, serviu aos homens em uma profissão simples e honrosa (Fp. 2:5-8 | Mc. 6:3). No
reino de Deus não há espaço para orgulho de qualquer espécie (Lc. 22:24-27 | Jo. 13:1-17).
“TUDO quanto te vier a mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças” Ec. 9.10.

14
6. O PADRÃO PARA O EMPREGADO
1) Servir como ao Senhor (Ef. 6.58). Se não entendemos e não aceitamos a delegação de
Deus, vamos nos sentir como escravos de homens diante das ordens recebidas (1 Co.
7:21-23).
2) Honrar os patrões para que o nome de Deus não seja blasfemado (1 Tm. 6:1-2).
3) Obedecer em tudo aos patrões, mesmo aos maus (1 Pe. 2:18-19 | Cl. 3:22-24).
4) Não “abusar” dos patrões irmãos, mas servi-los melhor (1 Tm. 6:2).

7. O PADRÃO PARA O EMPREGADOR


1) Não usar ameaças (Ef. 6:9).
2) Ser justo, sabendo que também tem o Senhor que o julga (Cl. 4:1).
3) Pagar salários dignos e não atrasá-los (Dt. 24:14-15 | Lv. 19:13). Atrasar intencional-
mente é roubo.
4) Deus é juiz contra as explorações (Tg. 5:4 | Jó 31:13-15).
5) Não sonegar impostos (Rm. 13:7 | Mt. 22:21).
6) Não colocar o coração nas riquezas (1 Tm. 6:17-19).

8. A CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL E A PROSPERIDADE


“Vês a um homem perito na sua obra? Perante reis será posto, não entre a plebe” Pv. 22:29.
Deus honra aquele que busca se esmerar no seu trabalho. Muitas dificuldades encontradas por
muitos irmãos é fruto da falta de habilitação profissional (Gl. 6.7). A prosperidade na Bíblia é
apresentada sempre como resultado de: generosidade, fidelidade a Deus e diligência no trabalho.
Deus quer um povo que viva no presente século não apenas de modo piedoso e justo, mas
também sensato (Tt. 2.12). Leia ainda as seguintes referências: Ec. 11:4-6 | Pv. 12:24 | 13:11 | 14:23 |
21:5. Não espere a bênção de Deus sobre o seu trabalho e finanças, vivendo desordenadamente.
“Ao que bem ordena o seu caminho eu lhe mostrarei a salvação de Deus” Sl. 50:23.

CONCLUSÃO

Tudo é do Senhor e para Ele devemos executar o que nos foi confiado, quer sejamos patrão,
empregado, servidor público, profissional liberal ou autônomo (Sl. 24.1 | Dt. 8.12-14, 17-18 | Ec. 9.10 |
1 Tm. 6.7).
“Porque d'Ele, e por meio d'Ele, e para Ele são todas as coisas. A Ele, pois, a glória
eternamente” Rm. 11.36.

15
A RAIVA E A IRA

INTRODUÇÃO

1. DEFINIÇÃO DA IRA
A raiva é uma emoção violenta de caráter penoso, geralmente caracterizada na Bíblia como
um grave pecado (Mt. 5:22 | Ef. 4:31 | Cl. 3:8), ainda que algumas vezes é ocasionada por um justo
motivo (Ef. 4:26). Neste caso, o apóstolo adverte sobre o perigo de passar-se facilmente para o injusto e
pecaminoso.
A raiva (ou ira) é uma obra da carne (Gl. 5:19-20), um impulso ou hábito procedente da velha
maneira de viver (Cl. 3:5-9), da qual devemos despojar-nos.

2. A IRA É DANINHA E PECAMINOSA


Gera contendas, ofensas, gritarias, blasfêmias, pleitos, inimizades, homicídios (Ef. 4:31 | Cl. 3:8
| Tg. 3:13-18 | Sl. 37:8 | Ec. 7:9 | 11:10). É o pecado que atenta contra o amor ao próximo (1 Co. 13:5 |
Pv. 22:24-25). Cristo denuncia a ira como um pecado grave e digno de juízo (Mt. 5:21-25).

3. COMO NOS LIVRAR DA IRA


Devemos nos despojar do velho homem com seus feitos e revestir-nos do novo (Cl. 3:8-15 | Ef.
4:31-32).
Devemos fazer morrer, pelo Espírito, as obras da carne (Cl. 3:5 | Rm. 8:13).
Cada vez que incorremos neste pecado, devemos confessá-lo sem deixar passar o tempo (Ef.
4:26-27 | 1 Jo. 1:9).
Devemos reconciliar-nos com as pessoas afetadas e com Deus (Mt. 5:22-26). De outro modo a
nossa comunhão fica prejudicada (1 Tm. 2:8 | 1 Pe. 3:7).

4. A ATITUDE CORRESPONDENTE A UM CRISTÃO


O fruto do espírito é o amor, paz, paciência, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança
(Gl. 5:22-23).
O Espírito Santo opera em nossas vidas transformando o nosso caráter, a fim de que sejamos
semelhantes a Cristo (2 Co. 3:18). Ele nos faz pacientes, amáveis, (2 Tm. 2:24), temperantes, mansos,
benignos (1 Tm. 3:3) e gentis.
Devemos reagir com amor frente à injustiça (1 Pe. 3:8-18).

16
A FALSIDADE E A MENTIRA

INTRODUÇÃO

A mentira é um outro dos pecados mais generalizados de nossa sociedade, a tal ponto que a
consciência de muitos cristãos tem se tornado insensível e debilitada com relação ao pecado da
mentira. Existem muitas pessoas crentes que creem “que não pode viver sem mentira”. A mentira é
covardia para não enfrentar a realidade. O homem se justifica ao mentir; considera que as mentiras são
"piedosas" ou "por necessidade" ou ainda para evitar problemas maiores. São justificativas ilusórias e
sem fundamentos, pois a falsidade e a mentira são imorais e contrárias à conduta que Deus requer do
homem.
1. QUE É A MENTIRA?
Mentira: manifestação contrária à verdade, cuja essência é o engano e cuja gravidade se
mede segundo o egoísmo ou a maldade que encerra. Está proibida pelo decálogo divino (Ex 20:16), e
um dos efeitos da conversão ao cristianismo é deixar de mentir (Ef. 4:25). A mentira direta como a de
Ananias e Safira (At. 5:4) não é a única forma de mentira. Em algumas ocasiões se trata de meias
verdades, como Abraão disse de sua esposa Sara a Abimeleque: "é minha irmã" (Gn. 20:2,12). O
propósito é sempre enganar. Pode ter também uma resposta evasiva, como a que Caim disse a Deus
(Gn. 4:9); um silêncio como o de Judas, quando o Senhor o acusou indiretamente na última ceia (Jo.
13:21-30), ou toda uma vida enganosa. "Se dissermos que mantemos comunhão com Ele, e andarmos
nas trevas, mentimos e não praticamos a verdade" (1 Jo. 1:6). Os mentirosos irão para o lago de fogo
(Ap. 21:8).
Hipócrita: O que pretende ou finge ser o que não é. É uma transição do vocábulo grego
"hypochritês", que significa ator ou protagonista no teatro grego. Os atores gregos usavam máscaras de
acordo com o papel que representavam. É daí que o termo hipócrita chegou a designar a pessoa que
oculta a realidade atrás de uma máscara de aparência.

2. DEUS PROÍBE E CONDENA A MENTIRA E A FALSIDADE


1) Não devemos enganar, mentir, nem jurar falsamente (Lv. 19:11,12 | Mt. 5:33-37)
2) Deus destruirá o mentiroso (Sl. 5:6)
3) Deus aborrece a mentira (Pv. 6:16-19 | 12:22)
4) Pesos e medidas falsas são abominações ao Senhor (Pv. 20:10)
5) As mentiras corrompem o homem (Mt. 15:18-20 | Mc. 7:21-23)
6) Manifesta a relação filial ente o homem e Satanás (Jo. 8:43-47)
7) O engano é parte integral da profunda degradação do homem (Rm. 1:28-32 | Sl. 58:3 |
62:4 | Pv. 26:24-28 | Jr. 9:3-6).
8) Devemos rejeitar a mentira (Ef. 4:22-25 | Cl. 3:9 | 1 Pe. 2:1)
9) O engano faz a vida infeliz, mas Deus promete bênçãos e dias bons a quem fala a
verdade (1 Pe. 3:10)
10) Deus condena a hipocrisia (Mt. 6:2, 16-18 | 15:6-8 | 22:18 | 23:27-28 | Rm. 12:9 | 1
Tm. 1:5-6 | Tt. 1:16 | Tg. 3:14 | 1 Pe. 1:22 | 2:1-2).

3. CRISTO É O NOSSO EXEMPLO DA VERDADE


1) Não houve engano na sua boca (Is. 53:9 | 1 Pe. 2:21,22)
2) Veio ao mundo para ser testemunho da verdade (Jo. 18:37)

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3) Estamos no "verdadeiro" (1 Jo. 5:20). Cristo, o Senhor, nos ordena a ser absolutamente
verazes: "Seja a tua palavra sim, sim e não, não" (Mt. 5:37). Está preparando para si
uma igreja sem mancha e sem ruga (Ef. 5:27), e como discípulos seus e parte do seu
corpo, devemos ser absolutamente verazes, francos, sinceros, honestos, honrados,
ainda quando tenhamos de sofrer por sua vontade (1 Pe. 4:15-19 | 3:17 | Pv. 19:22). O
povo de Deus aborrece a mentira (Sl. 119:104, 128, 163 | Pv. 30:8) e rejeita os que a
praticam (Sl. 40:4 | 101:7 | 144:11 | Ef. 5:11), orando para ser guardado da mentira
(Sl. 119:29 | Pv. 13:5)

4. O DANO QUE FAZ A MENTIRA E O ENGANO


A mentira anestesia a consciência do mentiroso; torna-o insensível à verdade; a verdade não
penetra para uma transformação. A mentira vicia com mais facilidade, já que uma mentira conduz a
outra.
A falsidade e a mentira são muito prejudiciais ao relacionamento entre os discípulos de Cristo.
Aumenta a desconfiança, o receio, a incredulidade, a suspeita. Destrói o ambiente de fé, de amor, de
compreensão e estimula o ciúme. O Senhor nos ordena a rejeitar a mentira em todas as formas: falso
testemunho, engano, hipocrisia, fingimento, exagero, calúnia, desonestidade, não cumprir os tratos
injustificadamente, fraude, falsificação em todas as áreas de nossa vida: lar, trabalho, comércio, igreja,
autoridades, colégio, amizades, etc.
A sociedade assentada sobre a mentira e a falsidade está destinada a desmoronar. É preciso
edificar uma estrutura moral de veracidade em todas as ordens e escalas da vida civil: nos governantes
e nos governados, nos pais e nos filhos, nos patrões e nos empregados, nos mestres e nos alunos, nos
comerciantes, nos profissionais, nos clientes.

5. COMO SE LIBERTAR E CORRIGIR-SE


5.1. ARREPENDER-SE
Mudar de atitude e de mentalidade em relação à mentira e à falsidade. Rejeitar a mentira,
eliminá-la da vida. Determinar obedecer a Deus em tudo e viver sempre na verdade. Disciplinar-se até
cultivar uma nova atitude baseada na veracidade.

5.2. CONFESSAR O PECADO


(Pv. 28:13-14 | 1 Jo. 1:9 | 2:1). Toda a mentira é pecado e deve ser completamente
confessada, esclarecendo-se a verdade com Deus e com a pessoa enganada. Quando a mentira constitui
um vício arraigado à maneira de viver, deve ser confessada a um irmão maduro, responsável,
procurando uma ampla orientação.

5.3. EXORTAÇÃO
(Tg. 5:19-20 | Gl. 6:1-2 | Ef. 4:25). Como este pecado afeta as relações entre irmãos, somos
responsáveis uns diante dos outros para corrigir, admoestar, ensinar, etc.

18
O OCULTISMO

INTRODUÇÃO

Hoje em nossa sociedade e em todo o mundo, há um interesse incomum pelo ocultismo em


suas múltiplas formas. Há também uma avalanche de cultos e práticas orientais pseudorreligiosas. O
propósito satânico tem sido o de tirar o homem do verdadeiro caminho e introduzi-lo em algum
caminho substituto. Muitas pessoas não entendem a verdadeira natureza e o grave perigo envolvido
nas artes ocultas.
Nesta lição lançaremos uma ideia geral sobre as práticas mais correntes do ocultismo e assim
notaremos seu grave perigo à luz dos ensinamentos da palavra de Deus. Usaremos para isso os textos
de Dt. 13 e 18:9-14.

1. ALGUMAS FORMAS DO OCULTISMO


1.1. SORTE E SUPERSTIÇÃO
Talvez seja esta a forma mais comum e popular do ocultismo em nossa sociedade, por
exemplo:
1) Abrir guarda chuva dentro de casa - má sorte
2) Planta de arruda dentro de casa - boa sorte
3) Pregar uma ferradura de sete furos - boa sorte
4) Derramar sal na mesa - má sorte
5) Quebrar um espelho - sete anos de azar
6) Passar embaixo de uma escada - má sorte
7) Uso de cruz ou crucifixo para lembrar de Jesus

1.2. ADIVINHAÇÃO
Predizer algum acontecimento futuro ou descobrir informação oculta. Toda a adivinhação se
baseia na suposição errônea de que o destino de cada um está pré-fixado e é imutável, e existem meios
ocultos de conhecer-se o mistério do destino.
1) Quiromancia: ler as linhas das mãos
2) Cartomancia: ler a sorte por meio de cartas
3) Necromancia: adivinhar a sorte pelo contato com os espíritos de pessoas mortas
4) Mesa Quija: adivinhação por meio de abecedário e copo
5) Bola de Cristal
6) Astrologia: a crença de que as estrelas, os planetas, o sol e a lua exercem uma
misteriosa influência sobre os seres humanos, estabelecendo suas personalidades e
características e afetando os acontecimentos de suas vidas. Usa-se o horóscopo para
se diagramar a sorte, bem como as características pessoais.

1.3. PERCEPÇÃO EXTRA SENSORIAL


Habilidade de conhecer coisas através de sentidos incomuns, como o sexto sentido, por
exemplo.
1) Telepatia: comunicação de uma mente com outra sem usar canais físicos
2) Clarividência: o mesmo, com visões

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3) O Pêndulo: pendura-se, oscilando, para obter resposta de sim ou não a perguntas
específicas

1.4. EXPANSÃO MENTAL


A ideia central é de que a mente pode abrir-se por diferentes meios, para perceber uma
compreensão mais ampla das coisas, de uma maneira paranormal. Alguns métodos correntes:
1) Meditação transcendental, ioga, etc.
2) Hipnotismo
3) Drogas

1.5. BRUXARIA
Um esforço para obter poder e o controle num mundo espiritual, para adquirir informação,
influenciar as pessoas, conseguir riquezas, poder e outras vantagens materiais.
1) Magia branca, curandeirismo, etc.: fazer um bem a outro pelo uso da magia
2) Bruxo, bruxa: aquele que pratica tais coisas
3) Fetiche: objeto usado na magia
4) Feitiçaria, feitiço: fazer dano a outro com magia

1.6. FENÔMENOS FÍSICOS


1) Telecinesia: movimento da matéria (objetos) sem contatos manuais, através do
pensamento
2) Levitação: neutralizar o efeito da gravidade sobre as coisas
3) Projeção astral: intenção de projetar à distância, por meios físicos ao denominado
"corpo astral"

1.7. ESPIRITISMO OU ESPIRITUALISMO


A crença em que os espíritos dos mortos se comunicam com os seres vivos, geralmente
através de um médium. Esfera de intensa atividade demoníaca.
1) Médium: um guia espiritual que faz pacto com os espíritos para poder atuar e ser
mediador entre eles e os seres humanos vivos. A prática mais comum é a intenção de
entrar em comunicação com os familiares ou amigos mortos por meio dos médiuns.
Em realidade se entra em contato com demônios mentirosos e enganadores. Não
devemos aceitar jamais como válida nenhuma visitação ou comunicação de alguém já
morto.

2. ATRAÇÃO SINISTRA DO OCULTISMO


A pessoa que não vive debaixo do senhorio de Cristo, muitas vezes se sente só, e até oprimida
num mundo de sensações estranhas e difíceis de explicar. Também sua própria filosofia egoísta e muitas
vezes suas ideias religiosas superficiais lhe deixam sem base moral e espiritual estável. Então é natural
que se sinta atraída a algo que pretende ser um poder sobrenatural.

3. AS CONSEQUÊNCIAS PERIGOSAS
1) Depressão, passividade, perda de interesse pela vida normal
2) Sensações físicas, dores (especialmente de cabeça), descontrole nervoso
3) Dificuldade de controlar o pensamento e concentrar-se
4) Vozes, ruídos ou aparições estranhas (em alguns casos)

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5) Espíritos que pretendem ser "guias" (em alguns casos extremos)
6) Tendências para solidão e suicídio; atitudes anti-sociais; a pessoa torna-se arredia
(fechada)

4. ATITUDES INDEVIDAS QUE DEVEM SER EVITADAS


1) Procurar por curiosidades
2) Experimentar só por brincadeira
3) Olhar estas coisas com leviandade
4) Praticar, porque dá "resultado"
5) Ter temor, medo que isso possa nos fazer dano. Se estamos debaixo do senhorio de
Cristo e cobertos pelo seu sangue, ninguém nos poderá fazer dano (Sl. 27:1 | Cl. 1:13 |
1 Jo. 4:4)

5. POR QUE DEUS PROÍBE TODA RELAÇÃO COM O OCULTISMO?


1) Porque Ele é soberano Senhor. Todas as coisas e o futuro estão em Suas mãos
2) Porque Ele sabe o mal que faz ao ser humano, especialmente em entorpecer a
personalidade. É uma desnaturalização da natureza humana e do livre arbítrio
3) Porque Deus tem ordenado que alcancemos toda mudança pela oração a Deus por
meios legítimos

CONCLUSÕES

Todas estas práticas ocultas são diabólicas, e ainda quando algumas delas parecem
inofensivas, tem por trás o próprio satanás.
Deus chama estas coisas de abominações, algo detestável e repugnante (Dt. 18:9-12).
Deus proíbe terminantemente aprender essas práticas ou ter alguma ligação com elas.
Devemos assumir uma atitude de repúdio energético, sério e cabal frente a essas práticas e
crenças falsas (Ef. 4:27 | 5:11 | At. 19:18-20 | Tg. 4:7).
Em alguns casos de grande opressão demoníaca, pode ser necessária a libertação de demônios
por oração ou por exorcismo (Mc. 16:17).

21
O PESSIMISMO

INTRODUÇÃO

O pessimismo é um complexo predominante em nossa sociedade, do qual devemos libertar-


nos. Uma atitude pessimista, fatalista e derrotista é claramente contrária à atitude de fé e confiança
que caracteriza os que vivem no reino de Deus.

1. O QUE É PESSIMISMO?
É uma propensão a ver as coisas no seu aspecto mais desfavorável. Uma atitude pessoal com
respeito à vida, que considera que o mal está sobre o bem inevitavelmente.
Manifesta-se de muitas maneiras: desengano da vida, queixas de tudo, desconfiança de todos,
lástima por si mesmo, suspeita de uma confabulação mal intencionada detrás de cada coisa. É uma
propensão a crer que o bem durará muito pouco, crer que possui má sorte, etc.
O pessimismo é um estado de ânimo contagioso que se apresenta pela ideia fixa de que toda
situação é irremediável. É uma mentalidade negativa que não traz nada de construtivo para a vida da
comunidade. O pessimista projeta o seu próprio espírito sobre tudo o que vê sobre todas as situações.
O pessimismo não tem uma causa objetiva, mas sim subjetiva; tem suas raízes no egocentrismo. É um
enfoque subjetivo da vida; tudo que se vê é através de si mesmo (nota: A tristeza, a angústia e outras
emoções sombrias não refletem pessimismo quando essas têm causa objetiva).

2. VITÓRIA SOBRE O PESSIMISMO


A resposta cristã ao pessimismo não é otimismo, mas a FÉ E CONFIANÇA EM DEUS.
Fé é realismo do ponto de vista de Deus. É olhar as coisas como são realmente, e não como
aparentam ser (Hb. 11:1 | 2 Co. 4:17-18). A vitória que vence o mundo é a nossa fé (1 Jo. 5:4-5). O
cristão pode afirmar sua fé sobre uma base sólida e declarar:
1) CREIO que Cristo tem poder para salvar-me do pecado. O pecado é essencialmente
egoísmo, egocentrismo. Para ser salvo do pessimismo devo ser salvo do egocentrismo,
liberto de mim mesmo (Is. 61:1-3 | Sl. 30:11-12).
2) CREIO que Cristo reina. É soberano sobre tudo quanto existe. É criador, sustentador e
consumador da vida. Tudo está sob seu domínio. Aleluia! (Sl. 97:1 | Ap. 19:6 | Hb. 1:2-3 |
Cl. 1:16-17 | 1 Cr. 16:31).
3) CREIO que Deus me ama e ama a todos os homens. Aquele que sabe que Deus o ama, não
pode ser pessimista. O amor de Deus é positivo, dinâmico. O amor lança fora o medo (Rm.
8:35-39 | 1 Jo. 4:18).
4) CREIO no poder da ressurreição de Cristo em seu triunfo definitivo (Ap. 1:17-18). Sua
vitória é a nossa vitória. O caminho do justo é cada vez melhor (Pv. 4:18 | Fp. 1:6 | 4:13).
5) CREIO que Deus tem um plano e propósito para minha vida e que intervém ativamente
em todas as coisas pelo bem dos seus (Rm. 8:28 | Mt. 10:29-31). Deus tem poder para
mudar as coisas; toda situação pode ser mudada, transformada e preparada por Ele.
Nenhuma situação é estática ou irremediável até que Ele o determine assim. Deus
responde a oração. Temos visto isto tantas vezes que não devemos desconfiar mais (Ef.
3:20 | Rm. 8:26-27 | Jo. 14:13-14). No entanto, o homem que persiste em seu propósito
egoísta acaba por separar-se de Deus e de todo o bem, o que é pior do que as suas
projeções mais sombrias.

3. CONSELHOS PRÁTICOS

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1) Arrepender-se. Reconhecer que o pessimismo desonra a Deus, é pecado. Não
concorda com a revelação de Deus. "Negue-se a si mesmo". Renunciar ao
egocentrismo e confessá-lo como pecado a Deus.
2) Com uma atitude clara de sua vontade, colocar sua vida sob o Senhorio de Cristo e
confiar que Ele governa sobre tudo.
3) Disciplinar a mente e conformá-la continuamente com a verdade revelada por Deus (1
Pe. 1:13 | Rm. 12:2 | Ef. 4:23 | Dt. 6:5-9).
4) Levar diante de Deus todas as cargas ou aflições (Fp. 4:6-7 | 1 Pe. 5:7).
5) Resistir com firmeza a todo espírito de angústia, desânimo ou depressão em nome do
Senhor Jesus (Ef. 4:27 | Tg. 4:7).
6) Dar sempre graças a Deus por tudo (Ef. 5:20 | 1 Ts. 5:18).
7) Proclamar a verdade de Deus com fé e gozo (Ef. 6:17 | Rm. 10:9).

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OS VÍCIOS

INTRODUÇÃO

O vício é uma disposição, hábito ou tendência acostumada ao que é mau. Cria dependência
mental, física ou espiritual. Está relacionado com tudo o que seja prejudicial à saúde física e mental do
indivíduo, de sua família ou da sociedade. Atenta contra o domínio próprio. O vício priva o homem do
uso normal, digno de suas faculdades, e por isso atenta contra a imagem de Deus no homem. O vício é
degradante e vergonhoso.
Alguns dos vícios mais comuns:

1. ALCOOLISMO
Rm. 13:13 | Gl. 5:21 | 1 Co. 5:11 | 6:10 | Ef. 5:18 | 1 Tm. 3:3 | Pv. 23:29-35 | Tt. 1:7
Em Efésios 5:18, Paulo diz que na embriaguez há dissolução, a destruição para a pessoa, para a
família e para a sociedade; desequilíbrios econômicos, contendas, homicídios, acidentes e aproximação
aos pecados sexuais. Através dos tempos, a igreja tem vivido uma tensão entre duas tendências: a
moderação e a abstinência. Ainda que a Bíblia em geral pareça manter uma postura de moderação,
condena severamente a embriaguez (1 Co. 5:11 | 6:10) e recomenda a abstinência em determinadas
situações:
1) Por segurança pessoal: se alguém foi alcoólatra antes e um pouco de álcool lhe
desperta o vício de novo, terminantemente deve ser abstêmio. Se não se tem domínio
próprio, deve-se não tomar nada.
2) Para não escandalizar a outros (Rm. 14:15-21 | 1 Co. 8:13).
3) Pelo bem dos irmãos mais débeis. Talvez você tenha domínio próprio, mas se ao tomar
vinho abre a porta a outros que não tenham, deveria abster-se por amor ao irmão.

2. GLUTONARIA OU GULA
Lc. 21:34 | Rm. 13:13 | Dt. 21:20
A glutonaria ou gula é excesso, intemperança ou falta de moderação na comida ou bebida.
Apetite desordenado para comer ou beber. Nos glutões, a comida quase chega a ser um fim em si
mesma, em lugar de meio de nutrição. Paulo diz a respeito de alguns: "o deus deles é o ventre" (Fp.
3:19). A glutonaria é um mal generalizado. A maioria de nós come mais do que precisa. O problema de
obesidade é muito comum em nosso meio.

3. FUMAR, O USO DE TABACO


Se a Bíblia não condena esse vício é porque naquela época ainda não existia, mas baseados nos
princípios apostólicos podemos afirmar que a vontade de Deus é que ninguém fume, pelas seguintes
razões:
1) Faz dano ao corpo. A nicotina (que se acha em toda forma de tabaco) é droga que faz
mal ao corpo criado por Deus. Está comprovado por investigações médicas que o
fumar é uma das causas de câncer nos pulmões, como também de bronquite.
2) É irritante ao sistema respiratório, faz com que o coração se acelere dez pulsações a
mais por minuto. Nosso corpo pertence ao Senhor e é templo do Espírito Santo (1 Co.
6:19-20). O que destrói seu corpo está em rebelião contra a vontade de Deus (1 Co.
3:16-17).
3) Faz dano à personalidade e ao caráter. Escraviza a vontade, atenta contra o domínio
próprio (Rm. 6:12-16 | 7:15-20 | 1 Co. 6:12 | Tm. 1:7).

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Satanás cega e engana nosso entendimento, fazendo-nos crer que é algo inofensivo. Muitos
afirmam: "para mim é um amigo e um companheiro", quando em realidade é um inimigo que vem
destruir (Jo. 10:10).

4. O USO DAS DROGAS


A dependência.
Há diferentes classes de drogas: estimulantes, tranquilizantes, sedativos, alucinógenos, etc.,
(mesmo o café, o chá e certas bebidas comuns contém uma pequena medida, e quando se consomem
em grandes quantidades faz-se sentir o efeito das drogas).
Há muitos medicamentos que contêm drogas fortes (pílulas para dormir, para não dormir,
para emagrecer), que podem viciar aos que usam repetidamente. Há narcóticos como morfina, cocaína,
heroína, etc., e alucinógenos como o ácido lisérgico (LSD), que produzem efeitos muito mais severos e
alteram o sistema nervoso.
A característica comum dessas drogas fortes é a dependência física e mental que produzem
nos que as ingerem. Como provocam mudanças no sistema nervoso, na função das glândulas, em
alguns órgãos do corpo, e tendem a tirar o desejo de comer da forma certa, a consequência funesta é
dobrada: a má nutrição e a dependência crescente das drogas (em doses cada vez maiores e
crescentes). Como trazem uma sensação de bem estar temporal, cresce também a dependência
psíquica.
As razões mencionadas acima para não fumar aplicam-se neste caso também, mas com muito
mais razão, já que o dano consequente é muito maior e mais sério.

5. OS JOGOS DE AZAR POR DINHEIRO


Isto inclui a loteria, roleta, hipódromo, cartas ou qualquer tipo de jogo por dinheiro.
É uma dissipação do dinheiro que em muitos casos traz por consequência enormes perdas de
bens pessoais e de família. Produz penúria e desequilíbrio no orçamento de muitas famílias. Também é
causa de muitas brigas e suicídios.
Provém comumente de cobiça, de ganhos repentinos e desonestos (1 Tm. 6:9-10). A vontade
de Deus é que trabalhemos e ganhemos o dinheiro dignamente (Ef. 4:28 | 2 Ts. 3:12).
Os jogos de azar tendem a produzir uma dependência psicológica, por serem excitantes. É
muito difícil jogar uma só vez, ainda mais se a pessoa aumentar o ganho.

6. COMO SE ADQUIREM ESSES VÍCIOS


Os seguintes fatores são:
1) O ócio (1 Ts. 5:14)
2) A solidão
3) As más companhias (1 Co. 15:33)
4) Os medicamentos
5) A falsa valentia (não ser menor que o outro), o machismo e a vanglória
6) A curiosidade
7) A busca de sensações de prazer ou escapismo (beber para esquecer os males ou para
esquecer da realidade)
8) Os convites: seguir a “corrente”

7. QUAIS SÃO OS FATORES QUE FACILITAM A LIBERTAÇÃO DE VÍCIOS?

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1) Regeneração espiritual e batismo no Espírito Santo (2 Co. 5:17)
2) Aprender a acatar o propósito de Deus para nossas vidas e para os membros de nossos
corpos (1 Co. 6:13-20)
3) Nosso corpo é para o Senhor (v. 13)
4) Nosso corpo é do Senhor por criação e redenção (v. 20)
5) Tudo que fazemos com nossos corpos deve ser para glória do Senhor (v. 20)
6) Assumir um profundo senso de responsabilidade sobre nossas vidas e ações (Rm. 6:11-
13)
7) Andar no Espírito (Rm. 8:2-8, 14 | Gl. 5:16-24)

A disciplina:
1) Auto disciplina, a substituição (um bom hábito em lugar de mau hábito), cortar velhas
amizades nocivas, dominar pela fé o vício
2) Disciplina sob a supervisão de outros: algumas vezes isso é conveniente quando
alguém tem sua vontade tão debilitada que precisa viver um tempo com outros
3) A disciplina da igreja (1 Co. 5:11)
4) A oração (Mc. 11:24 | Mt. 7:11 | 1 Jo. 5:14-15 | Mt. 18:8-19)

Nota: Há duas atitudes que devemos assumir em relação aos viciados:


1) Ser ternos, compreensivos (não é ser mole); ternura é amor.
2) Ser firmes.

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O DEVOLVER O MAL POR MAL

INTRODUÇÃO

1. O QUE SIGNIFICA DEVOLVER O MAL POR MAL?


É reação carnal em represália a quem nos fez mal. Geralmente, espontaneamente, e outras
vezes, premeditadas. A represália é o direito que alguém se atribui a si mesmo para causar um dano
maior ou igual ao que recebeu.
Isso acontece para vingar ou recompensar um agravo recebido. Normalmente é acompanhado
de um sentimento de justiça porque se faz para compensação. É fazer justiça com as nossas próprias
mãos (muitas vezes torna-se injustiça). Age-se fazendo evidente à pessoa o mal que nos fez, ou
guardando rancor ou ressentimento no coração. Algumas vezes até se chega a premeditar a vingança.
A malícia é fazer dano sem causas objetivas, por ciúmes ou inveja. Na represália, ao contrário,
há uma ação objetiva (às vezes imaginamos isso), um mal que nos fazem e do qual nos vingamos.
Este espírito de devolver mal por mal é um dos sentimentos mais dominantes no coração do
homem.
Nota-se na criança pequena e no homem mais maduro. Observa-se cada dia nas coisas
menores, no casamento, na família, entre irmãos carnais, entre companheiros, no trabalho e,
lamentavelmente, entre cristãos.

2. MANIFESTA-SE DE MUITAS MANEIRAS


O mal que nos fazem devolvemos como:
1) Rancor, ressentimento
2) Ofensas ou insultos
3) Gritos
4) Retirar a palavra, a saudação
5) Ameaças ("você vai me pagar isso")
6) Tratar com desprezo
7) Desejos secretos de maldição
8) Fazer sofrer
9) Alegrar-nos com a sua desgraça
10) Matar
11) "Chicotada de amor" (versículos bíblicos)
12) Desejar ou fazer qualquer classe de danos contra a pessoa: honra, bens, saúde,
direitos, família, etc.
13) Gestos grotescos
14) Cara fechada, antipatia
15) Não ajudar
16) Palavras ferinas
17) Golpes
18) Calúnias, detrações
19) Tratar com indiferença
20) Desejar-lhe mal

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21) Vingança
22) Deixá-la sofrer
23) Roubar ou furtar
24) Odiar

3. O QUE NOS ORDENA CRISTO?


Cristo é nosso Senhor. Não podemos fazer o que queremos, mas o que Ele nos ordena com
mandamentos claros (Mt. 8:21-26). Não podemos dizer que não podemos, porque Ele crucificou nosso
velho homem e, ao dar-nos o Espírito Santo, deu-nos todo poder para fazermos a Sua vontade. "Tudo
posso naquele que me fortalece" (Fl 4:13).
Ver: Mt. 5:38-48 | Ef. 4:32 | Mt. 6:14-15 | Cl. 2:12-13 | Mc. 11:25-26 | 1 Ts. 5:15 | Lc. 6:27-36
| Rm. 12:17-21 | 1 Pe. 2:21-23 | 3:8-12,17.
Em resumo, estas passagens ensinam:
1) Nunca devolver mal por mal.
2) Sofrer o mal, não nos defendermos. Jesus não se defendeu, nem defendeu a Deus.
Perdoou aos que o crucificaram. Deus não respalda aquele que quer fazer justiça por si
mesmo (Tg. 1:20).
3) Perdoar de coração aquele que nos fez mal e vigiar para que posteriormente não brote
nenhuma amargura.
4) Orar e interceder em favor dos que nos fazem mal.
5) Dar graças a Deus por tudo (nos ajuda a assemelharmos a Cristo). Sentir-nos bem
aventurados e nunca ter pena de nós mesmos (autopiedade): Rm. 5:3.
6) Vencer o mal com o bem (Rm. 12:21). Diante de um fato, um mal que nos fazem, não
podemos ficar passivos ou neutros; sempre há reação. Devemos canalizar a reação; em
lugar de maldição, devemos abençoar. Com o bem vencemos o mal, detemos e
evitamos males maiores.

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A INJUSTIÇA

INTRODUÇÃO

1. O QUE É A INJUSTIÇA?
É o oposto à justiça. O dicionário nos fala que a justiça é: "Virtude que se propõe a dar a cada
um o que lhe pertence. Direito, razão, equidade. O que deve ser feito segundo o direito ou razão. O
hábito de conformar as nossas ações com a lei". Direito: "Retidão de proceder nas relações com os
outros. A justiça é a proporção e adequação no relacionamento com os outros; é a conduta civil ajustada
a determinada ordem jurídica".
No entanto, a justiça de Deus é muito mais alta e sublime; tem uma base sólida e absoluta no
próprio caráter de Deus.
W.C. Córner diz: "pela justiça e integridade de Deus nós entendemos a retidão de Seu caráter.
O caráter de Deus é reto. Nele não há sinal ou mancha de maldade. João expressa isso dizendo que Deus
é luz (1 Jo. 1:5). Essa declaração significa absoluta pureza do caráter de Deus e sua completa liberdade
de tudo o que é mau. Mas não devemos pensar na justiça de Deus como uma casualidade meramente
negativa. Ela é positiva. Ela não somente está livre de maldade, mas também se opõe ao mal. Toda
energia de Seu ser se levanta contra o pecado. Ele sempre se coloca ao lado do reto e contra o pecado.
Seu Ser tem a natureza de uma vontade reta e moral. Quando se considera a vontade moral, entra-se na
parte central da natureza de Deus. Sua vontade se levanta sempre contra o mal e a favor do reto,
porque ser justo e reto é a Sua natureza. O que Deus faz é justo, porque Seu caráter é justo".
Desde a antiguidade, os homens que têm conhecido a Deus, têm visto o Senhor como um Ser
reto, justo, santo e Sua natureza em todas as Suas obras. Eles têm expressado sua confusão e
perplexidade sobre o conflito observado entre um Deus soberano que é justo de um lado, e de outro a
injustiça atroz dos homens, especialmente em seus tratos com outros homens (Hb. 1:10-14 | Sl. 73).
Um resumo do ensino de Jesus no Seu sermão do monte encontra-se em Mt 6:33: "Buscai
primeiro o reino de Deus e a Sua justiça e todas essas coisas vos serão acrescentadas".
Devemos entender que a justiça moral é mais elevada que a justiça legal, isto é, o cristão não
deve se conformar em somente guardar-se dentro dos limites da lei. A lei do amor de Deus, escrita em
seu coração e mente é muito mais exigente (Mt. 5:20).

2. SOMOS TODOS RESPONSÁVEIS E CULPÁVEIS


Há uma norma divina que determina a justiça; é o conselho de Deus. À luz da verdade de Deus
todo homem se vê mau em seu estado natural. Nosso velho homem é egoísta e, portanto, injusto. Deus
declara que não há justo, nem um se quer (Rm. 3:10). Cada um de nós é responsável diante de Deus por
todos os seus atos (Rm. 14:12 | 2 Co. 5:10 | Cl. 3:25).

3. DEUS NOS CHAMOU PARA SERMOS SEMELHANTES A ELE


Nossa meta é sermos como Jesus. Ele é justo e nós devemos ser conformados a Sua imagem:
ser justos, equitativos, santos, retos e íntegros em toda a nossa maneira de viver (1 Jo. 3:10). Aquele
que não faz justiça não é de Deus (1 Jo. 2:3).
O fruto do Espírito é bondade, justiça e verdade (Ef. 5:9). Despojando-nos, pois, de nosso velho
homem com seus efeitos injustos e com seus desejos egoístas e enganosos, vistamo-nos do novo
homem criado segundo Deus na justiça e santidade em verdade (Ef. 4:22-24).

4. O EVANGELHO REVELA A JUSTIÇA DE DEUS

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No evangelho se revela a justiça de Deus e a Sua ira contra toda a injustiça (Rm. 1:16-18). João
Batista declarou por excelência a justiça de Deus. Por isso teve força o Seu mandamento ao
arrependimento (Lc. 3:2-18 | Mt. 3:1-12 | At. 10:34-35).
Deus justifica, por Sua graça manifesta no sacrifício de Cristo no Calvário, a todo aquele que
crê e se entrega a Ele (Rm. 3:24-26). Logo, devemos apresentar nossos membros a Deus como
instrumentos de justiça (Rm. 6:13).

5. A PALAVRA DE DEUS É A REGRA PARA INSTRUIR NOSSA CONSCIÊNCIA


“Toda Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção,
para a educação na justiça” (2 Tm. 3:16). A consciência funciona sobre normas conhecidas e aceitas.
Quem estabelece o que é justo? Somente Deus. Nossas consciências devem ser instruídas e formadas
em justiça pela Palavra de Deus (Sl. 19:7,11 | 119:9-11).

6. O JUÍZO DIVINO SE MANIFESTA CONTRA TODA INJUSTIÇA


Deus chama a injustiça de abominação e castigará com Seu furor toda a injustiça dos homens
(Dt. 25:16 | Rm. 1:18 | 2:5 | 2 Pe. 2:9).

7. QUE FAZER QUANDO SOFREMOS INJUSTIÇA?


Nossa responsabilidade é fazer justiça, não exigir que seja feita justiça a nós (Sl. 15 | 106:3 |
Mq. 6:8). Devemos receber a injustiça que nos fazem e perdoar os que nos agravam (Mt. 5:39-44 | 7:12
| Rm. 12:19 | 1 Co. 6:4-7 | Tg. 1:20 | 1 Pe. 2:10).
Alguns parecem entender o evangelho ao contrário. Em lugar de amar exigem amor; em vez
de dar, pedem; não servem, mas querem ser servidos; em vez de fazer justiça, exigem que lhes faça
justiça.

8. ALGUMAS ÁREAS ESPECÍFICAS ONDE DEVEMOS PRATICAR JUSTIÇA


8.1. NA ÁREA COMERCIAL
1) Dívidas morosas e especulativas (Rm. 13:7-8 | Tg. 5:1-6)
2) Salários injustos (Cl. 4:1 | 1 Tm. 5:18)
3) Medidas e pesos injustos, ou especificações mentirosas (Lv. 19:35-36 | Dt. 25:13-16 |
Pv. 20:10)
4) Abuso no aproveitamento de uma situação difícil, desesperadora (Lv. 25:35-37 | Sl.
15:5 | Ne. 5).
5) Ganhos desonestos (Pv. 20:14 | 1 Tm. 3:3)
6) Coações, subornos (Sl. 15:5 | Pv. 17:23 | Is. 33:15)
7) Servir à vista, por exemplo: não cumprir as horas ou um rendimento pré-fixado (não
alcançar produção estabelecida por causa da negligência) (Cl. 3:22 | Ef. 6:6)
8) Mentiras, enganos, exageros para vender, etc.

8.2. NAS RELAÇÕES PESSOAIS


1) Na falta de respeito pela dignidade humana. Devemos honrar a todos (1 Pe. 2:17):
a) Aos irmãos (Rm. 12:10)
b) Aos pastores e anciãos (1 Tm. 5:1-7)
c) Aos pais (Ef. 6:2)
d) Aos filhos (Ef. 6:4)
e) Ao marido (Ef. 5:33)

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f) À esposa (1 Ts. 4:4 | 1 Pe. 3;7)
g) Às autoridades civis (1 Pe. 2:17)
h) Aos patrões (1 Tm. 6:1)

2) É injusto sobrecarregar a outros com trabalhos e responsabilidades que eu devo levar,


ou impor a outros o que me corresponde.
3) Abuso de bondade de outros.
4) Atitudes indevidas no lar. Ex.: Não colaborar com os trabalhos da casa ou com os
gastos do lar.
5) Ser comodista ou "parasita" (Mt. 20:26-28).
6) Abusar da autoridade.

8.3. EM RELAÇÃO AOS NECESSITADOS: INJUSTIÇA SOCIAL


Vivemos numa sociedade onde a estrutura socioeconômica tradicional é muito injusta:
"poucos têm muito, e muitos têm pouco". Ainda que haja uma porcentagem que tem pouco por sua
própria negligência e lerdeza, no entanto outros trabalhando honestamente, não têm o que necessitam
para viver dignamente com suas famílias. É injusto diante de Deus que alguns tenham tanta fartura e
outros, escassez. A vontade de Deus é que o que tem reparta com o que não tem. Não devemos esperar
leis justas para agir. Devemos fazer justiça pelo amor (Lc. 3:11 | 2 Co. 8:13-15 | 9:8-9 | Tg. 2:15-16 | 1
Jo. 3:16-18 | Ef. 4:28).

8.4. NA DISCIPLINA DA IGREJA


1) Não fazer acepção de pessoas (Pv. 24:23-25 | Tg. 2:1-4)
2) Não ser parciais (2 Tm. 5:21)
3) Não julgar segundo as aparências (Jo. 7:24)
4) Repreender o pecado (Mt. 18:15-18 | 1 Tm. 5:20)
5) Disciplinar e cortar o perverso da Igreja (1 Co. 5:11-13).

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