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VOCÊ AMA SER PROFESSOR,

NAS NÃO ESTÁ 100% SATISFEITO


CON A AULA QUE MINISTRA?
JÇÕES
3ÍBLICAS
P ro fesso r | 2 o Trim estre de 2 0 2 4
C om entarista: Osiel Gom es

SUMARIO
A Carreira que N os Está Proposta
O Cam inho da Salvação, Santidade e Perseverança para Chegar
ao Céu

Lição í - O Início da Caminhada 3

Lição 2 - A Escolha entre a Porta Estreita e a Porta Larga 10

Lição 3 - 0 Céu - 0 Destino do Cristão 18

Lição 4 - Como se Conduzir na Caminhada 26

Lição 5 - Os Inimigos do Cristão 33

Lição 6 - As Nossas Armas Espirituais 40

Lição 7 - 0 Perigo da Murmuração 47

Lição 8 - Confessando e Abandonando 0 Pecado 54

Lição 9 - Resistindo à Tentação no Caminho 61

Lição 10 - Desenvolvendo uma Consciência de Santidade 68

Lição 1 1 - A Realidade Bíblica do Inferno 75

Lição 12 - A Bendita Esperança: A Marca do Cristão 82

Lição 13 - A Cidade Celestial 89


Presidente da Convenção Geral
das Assembléias de Deus no Brasil
José Wellington Costa Junior
Presidente do Conselho Administrativo
José Wellington Bezerra da Costa
Bíblicas
Diretor Executivo Prezado(a) Professor(a),
Ronaldo Rodrigues de Souza
Gerente de Publicações 0 caminho que o cristão faz com Cristo
Alexandre Claudino Coelho inicia com a experiência do Novo Nas­
Consultor Doutrinário e Teológico cimento e prossegue até o dia em que
Elienai Cabral ele chegará à cidade celestial. Entre esse
Gerente Financeiro início e chegada, o crente se depara com
Josafá Franklin Santos Bomfim muitos desafios e obstáculos.
Gerente de Produção
Jarbas Ramires Silva Para refletir a respeito desse caminho,
Gerente Comercial que se inicia com o Novo Nascimento e
Cícero da Silva seus muitos desafios, neste trimestre,
Gerente da Rede de Lojas estu d arem os a “A C arreira que Nos
João Batista Guilherme da Silva Está Proposta: 0 Caminho da Salvação,
Gerente de TI Santidade e Perseverança para Chegar ao
Rodrigo Sobral Fernandes Céu”. Nele, refletiremos à luz da Palavra
Gerente de Comunicação de Deus, assuntos como a realidade do
Leandro Souza da Silva Céu, do Inferno, da Tentação, da bendita
Chefe do Setor de Educação Cristã esperança.
Marcelo Oliveira
Nosso propósito é que, ao longo deste
Chefe do Setor de Arte & Design
Wagner de Almeida trimestre, você pense a respeito de sua
Editor jornada com Cristo neste mundo. Como
Marcelo Oliveira cristãos peregrinos, 0 anseio de encontrar
Redatores com Cristo deve nortear toda a nossa
Marcelo Oliveira caminhada.
Telma Bueno
Thiago Santos Bom trimestre!
Revisora
Cristiane Alves
José W ellington B ezerra da Costa
Projeto Gráfico Presidente do Conselho
Leonardo Engel I Marlon Soares
A dm inistrativo
Diagramação
Nathany Silvares Ronaldo R odrigues de Souza
Capa Diretor Executivo
Marlon Soares I Nathany Silvares

Av. Brasil, 34.401 - Bangu Conheça mais


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GDO®
LIÇÃO 1
7 de Abril de 2024

TEXTO ÁUREO
VERDADE PRÁTICA
“Jesus respondeu e disse-lhe: Na
verdade, na verdade te digo que O Novo Nascimento marca 0
aquele que não nascer de novo início da jornada do crente em
não pode ver 0 Reino de Deus.” Jesus Cristo.
(J03.3)

\ _____________________________ ____________________________ )

L E IT U R A D IÁ R IA

Segunda - Rm 8.2; 12.2 Quinta - Jo 14.26


A nova vida com Cristo por meio do Na nova vida com Cristo temos o
Espírito Espírito Santo, o Consolador
Terça - Ef 1.3-6 Sexta - Jo 16.7-11; Rm 8.5-7
Na nova vida com Cristo temos A nova vida com Cristo é uma ação
Deus como Pai poderosa do Espírito
Quarta - 1 Co 15.57 Sábado - 1 Pe 1.23
Na nova vida com Cristo temos 0 A nova vida com Cristo é gerada
Filho conosco por intermédio da Palavra

ABRIL • MAIO • JUNHO 2024 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR 3


LEITU RA BÍBLICA EM CLASSE

João 3 .1- 8
1 - E havia entre os fariseus um homem 5 - Jesus respondeu: Na verdade, na ver­
chamado Nicodemos, príncipe dos judeus. dade te digo que aquele que não nascer
2 - Estefoi ter de noite comJesus e disse-lhe: da água e do Espírito não pode entrar
Rabi, bem sabemos que és mestre vindo de no Reino de Deus.
Deus, porque ninguém pode fazer estes 6 - 0 que é nascido da carne é carne,
sinais que tufazes, se Deus nãofor com ele. e 0 que é nascido do Espírito é espírito.
3 -Jesus respondeu e disse-lhe: Na verdade, 7 - Não te m aravilhes de te ter dito:
na verdade te digo que aquele que não nas­ Necessário vos é nascer de novo.
cer de novo não pode ver 0 Reino de Deus. 8 - 0 vento assopra onde quer, e ouves a
4 - Disse-lhe Nicodemos: Como pode um sua voz, mas não sabes donde vem, nem
homem nascer, sendo velho? Porventura, para onde vai; assim é todo aquele que
pode tornar a entrar no ventre de sua é nascido do Espírito.
mãe e nascer?

Hinos Sugeridos: 15 ,19 , 227 da Harpa Cristã


4
PLANO DE AU LA

1. INTRODUÇÃO pastor Osiel Gomes é o comentarista


A Caminhada Cristã inicia com 0 deste trimestre.
Novo Nascimento, obra efetuada pelo
Espírito Santo mediante ao sacrifício 2. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
de Jesus Cristo no Calvário. A con­ A) Objetivos da Lição: I) Explicar
clusão dessa obra se dará por ocasião o sentido da caminhada com Cristo;
da glorificação final dos salvos, ou II) Ensinar a respeito da doutrina
seja, a ocasião em que receberemos do Novo Nascimento; III) Enfatizar
um corpo glorioso, sem elhante ao a importância do Novo Testamento
do Senhor Jesu s quando apareceu para a form ação de quem inicia a
aos discípulos após ressurreto. Neste caminhada cristã.
trim estre, estudaremos o início e o B) Motivação: Nesta vida, preci­
final dessa caminhada, mas também samos ter bem claro a ideia de início
0 meio dessa jornada com Cristo. Do e fim para qualquer atividade que
início ao final da caminhada cristã, há iniciamos. Na trajetória da caminhada
um meio que se mostra um desafio. com Cristo não é diferente. Há um
Para nos auxiliar neste estudo, conta­ início e, também, uma promessa de
remos com 0 pastor Osiel Gomes, líder um desfecho glorioso. Esse desfecho é
da AD em Tirirical (MA), doutorando 0 alvo que deve estar sempre diante de
em teologia, conferencista e autor de nós quando nos encontrarmos diante
várias obras publicadas pela CPAD. O dos obstáculos da nossa caminhada

4 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR ABRIL • MAIO • JUNHO 2024


espiritu al. Os d esafios podem ser os alunos refletirem a respeito de
grandes, mas nada se compara com o sua trajetória como cristãos, desde
desfecho reservado a cada peregrino quando ela iniciou até o momento
que iniciou a sua jornada para Céu. presente. Mostre que, à medida que
C) Sugestão de M étodo: Vamos temos a consciência do que nos espera
iniciar mais um trimestre. A primeira no final da nossa jornada, teremos
aula é uma introdução que situará o mais ou menos motivação espiritual
aluno a respeito do que ele estudará para concluí-la. Encerre a aula ci­
durante todo o trim estre. Por isso, tando as Escrituras: “ Nós, porém,
planeje bem esta primeira aula, re­ não somos daqueles que se retiram
servando tempo para expor e aplicar para a perdição, mas daqueles que
o conteúdo desta primeira lição, de creem para a conservação da alm a”
modo que você consiga fazer uma (Hb 10.39).
boa introdução do trim estre. Nesta
oportunidade, sugerim os que você 4 . SUBSÍDIO AO PROFESSOR
inicie a aula trazendo uma reflexão a A) Revista Ensinador Cristão. Vale
respeito do tema geral do trimestre: a pena conhecer essa revista que traz
“A Carreira que Nos Está Proposta: 0 reportagens, artigos, entrevistas e
Caminho da Salvação, Santidade e Per­ subsídios de apoio à Lições Bíblicas
severança para Chegar ao Céu” . Procure Adultos. Na edição 97, p .36 , você
extrair dos alunos a percepção deles a encontrará um subsídio especial para
respeito do tema, o que esperam dele esta lição.
e o que desejam aprender. À medida B) A u xílios E speciais: Ao fin al
que você vai percebendo os anseios do tópico, você encontrará auxílios
da cla sse , com ente os p rin cip ais que darão suporte na preparação de
assu n tos que serão abordados na sua aula: 1) 0 texto “ Regeneração:
aula. Nessa introdução, apresente o Nascimento e Renovação Espiritual” ,
comentarista deste trimestre, o pastor localizado depois do segundo tópico,
Osiel Gomes, conforme mencionado destaca a obra do Novo Nascimento,
na introdução. Um excelente início a Regeneração do pecador; 2) 0 tex­
de trim estre! to “ As Fontes da História do Novo
Testam ento” , ao fin al do terceiro
3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO tópico, expande a reflexão a respeito
A) Aplicação: A lição de hoje é da importância do Novo Testamento
uma excelente oportunidade para na vida do cristão.

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO minhada com Cristo e o quanto somos


Neste trim estre, estu d arem os a agraciados com a presença da Santíssima
Jornada do Cristão. Para iniciarmos a Trindade nessa trajetória. Conceitua­
os nossos estudos, temos o propósito remos também o Novo Nascimento e
de compreender o início de nossa ca­ o estudaremos como uma experiência

ABRIL • MAIO • JUNHO 2024 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR 5


proveniente do Espírito Santo, conforme o pecado e toda a sorte de males (l Co
as Escrituras nos apresentam. Final­ 15-57); e, por nos amar, nos concedeu a
mente, mostraremos a importância do sua vida (Jo 3.16) e nos conduz em se­
Novo Testamento no início dessa gurança para o seu reino celestial
jornada de fé. (Cl 2.6,7). Finalmente, temos
agora o terceiro membro da
I - A CAMINHADA trindade, o Espírito Santo
como nosso a u xiliad o r e
COM CRISTO
___ consolador (Jo 14.26). Pelo
1. C om preendendo os
intermédio dEle, Deus ope­

r
dois caminhos. Na história
rou 0 milagre do Novo Nasci­
humana, temos dois cam i­
mento, transformando a nossa
nhos: o da vida natural e o da
natureza caída e nos tornando em
vida com Cristo.
seus legítimos filhos. Tudo isso significa
a) Vida humana. A primeira se in i­
nascer do Espírito ou Novo Nascimento
cia no momento do nosso nascimento
(Jo 3.6; Jo 1.13; l Co 15.50).
natural. Ela poderá ser longa ou curta,
mas não eterna. Essa trajetória huma­
na é marcada pelas fases da infância,
adolescência, juventude, vida adulta
e velh ice. Tam bém é caracterizad a SINOPSE I
por dois momentos: o nascimento e a
A h istória hum ana com preende
morte. É a esse tipo de jornada da vida
dois cam inhos: o da vida natural
que Jesus se refere quando diz: “ O que
e o da vida espiritual.
é nascido da carne é carne” (Jo 3.6).
b) Vida com Cristo. A vida humana
pode se tornar uma jornada maravilho­
sa quando convidamos o Senhor Jesus
para fazer parte dela. A nova vida com II - O NOVO NASCIMENTO
Cristo é 0 começo de uma nova história, 1. Por que precisamos do Novo Nas­
de felicidade verdadeira e de plenitude cim ento? No início do diálogo entre
no Espírito (Rm 8.2). Nessa vida há Jesus e Nicodemos, 0 termo “ homem”
novos propósitos, novos pensamentos se destaca. Esse substantivo masculino
e novas esperanças (Rm 12.2). Afinal, do grego ánthrõpos, que significa “ ho­
nos tornamos um(a) filho(a) de Deus. mem” , tem um uso genérico no texto
Esse tipo de jornada de vida que nosso e, por isso, seu sentido inclui todos os
Senhor se refere quando diz: “ O que é seres humanos (Jo 3.4).
nascido do Espírito é espírito” (Jo 3.6). Assim, o Senhor Jesus afirmou que
2. Os três com panheiros da nossa Nicodemos precisava nascer de novo, um
cam inhada. Quando recebemos Jesus novo nascimento vindo diretamente do
como Salvador, Deus passa a ser 0 nosso céu. Como homem, ele estava na con­
Pai (Ef 1.3-6). Agora somos cuidados, dição caída de todos os seres humanos
instruídos e fortalecidos por Ele. Temos “ porque todos pecaram” (Rm 3.23). Nesse
um relacionamento de pai e filho. Além sentido, todo ser humano precisa passar
do Pai, temos também 0 seu Filho como pelo processo de regeneração, experi­
aquEle que nos concede a vitória contra mentar uma ação divina no interior, ou

6 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR ABRIL • MAIO • JUNHO 2024


seja, nascer de novo (Jo 3.5; 20.22; 15.5; Com o Espírito, nosso Senhor faz 0 uso
2 Co 5.17). analógico do vento, do grego pneuma
2. A religião não faz nascer de novo.(espírito, vento). Ninguém pode vê-lo
Nicodemos era um príncipe dos judeus. nascer, nem para onde vai, mas pode
A inclusão do termo “ fariseu” no relato senti-lo. Semelhantemente, a vida com
evidencia que era um homem bem en­ Cristo se inicia pela regeneração (gennao
raizado na religião judaica. Ele conhecia - ser nascido) como obra do Espírito
profundamente Deus, segundo a tradição Santo que transform a pessoas pela fé
monoteísta do judaísmo, os ensinos da Lei em Cristo. Esse processo é um milagre
e dos Profetas e a história do seu povo. do alto, um mistério da fé.
Mas ao que se nota, sua tradição não
oferecia 0 que sua alma precisava. Por
isso Nicodemos foi ao encontro de Cristo,
identificando nEle o real poder de Deus,
conforme podemos comprovar nestas SINOPSE II
suas palavras: “ ninguém pode fazer estes A cam inhada com Cristo se inicia
sinais que tu fazes” (Jo 3.2). Conhecendo com o ad ve n to do N ovo N a s c i­
bem 0 coração desse príncipe dos ju ­ mento, a obra d ivin a de salvação.
deus, Jesus foi direto ao ponto: “Aquele
que não nascer de novo não pode ver
o Reino de Deus” (Jo 3.3). Portanto, a
nova vida que Nicodemos precisava só
seria encontrada diretamente na ação
poderosa do Espírito Santo (Jo 16.7-11; AUXÍLIO BÍBLICO -TEOLÓGICO
Rm 8.5-7).
3 . 0 Novo Nascimento e seu processo. “ R e g e n e ra çã o : N ascim en to e
A expressão “ de novo”, que significa “ do Renovação Espiritual
céu” (Jo 3.31; Gl 6.15; 1 Jo 3.9), mostra que Em João 3-1-8, Jesus discute uma
a nova vida com Cristo, isto é, a vida das doutrinas fundamentais (isto é,
eterna, gerada por intermédio da Palavra ensinam entos, princípios básicos,
(1 Pe 1.23), vem de cima, de Deus e de as b ases da crença) da fé cristã:
mais ninguém (Jo 1.13). Para explicar regeneração (Tt 3.5), ou nascimento
esse processo de nascer de novo, nosso espiritual. Sem ‘nascer de novo’ no
Senhor fez uso de dois termos: “ água” contexto espiritual, uma pessoa não
e “ E spírito” . Com a água, de acordo pode se tornar parte do reino de
com o contexto do Evangelho de João, Deus. Isso significa que a vida de
uma pessoa deve ser espiritualmente
pode-se referir à Antiga Lei e, simboli­
renovada para que ela possa ser salva
camente, ao seu sentido (Jo 1.33; 4.7-14;
e receber o dom divino que é a vida
738 ,39). Ora, nosso Senhor cumpriu a
eterna através da fé em Jesus.
Lei (Mt 5.17), de modo que ao falar da
[...] O nascimento espiritual ocor­
velha ordem, a representação da água
re na vida daqueles que se arrepen­
era assegurada; m as por interm édio
dem do pecado (isto é, admitem seu
da nova ordem, a Nova Aliança, por
pecado e mudam seu próprio cami­
meio obra do Espírito Santo, a água
nho), se convertem a Deus (Mt 3.2)
iria jorrar para a vida eterna (Jo 4.14).

ABRIL • MAIO • JUNHO 2024 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR 7


e entregam suas vidas a Jesus Cristo, é 0 de reconciliar o mundo com Deus
reconhecendo-o como seu Senhor e (Mt 1.21,23; Jo 1.14; íTm 2.5).
Salvador - aquele que perdoa seus 3. A importância do Novo Testamen­
pecados e se torna o Líder de suas to na cam inhada do cristão. O Antigo
vid as. Esta experiência inicial da Testamento tem grande im portância
salvação espiritual envolve a ‘lava­ para o povo de Deus. O Senhor Jesus o
gem da regeneração e da renovação dividiu, evidenciando três categorias
do Espírito Santo’ (Tt 3.5)” (Bíblia que apontavam para sua pessoa: Lei,
de Estudo Pentecostal Edição Global. Profetas e Escritos (Lc 24.44). Contudo,
Rio de Janeiro: CPAD, 2022, p. 1847). o cristão deve começar sua jornada de fé
pelo Novo Testamento. Este documento
sagrado reflete o desenvolvimento da
revelação divina, envolvendo a vida
e 0 m inistério de nosso Senhor Jesus
III - O NOVO TESTAMENTO E A
Cristo, no qual se desdobra todo o plano
CAMINHADA DE FÉ DO CRISTÃO arquitetado por Deus a respeito da nossa
1 . 0 Novo Testamento. O conceito de salvação. No Antigo Testamento temos a
Novo Testamento como Escritura é um promessa; no Novo, o seu cumprimento
processo gradual na vida da Igreja. No (Hb 1.1,2). Nesse testamento, temos a
início, ele não era visto pela Igreja como
consumação do plano do Pai em Jesus
um livro, mas como uma unidade que
para que 0 ser humano fosse reconciliado
fazia a diferença entre a Antiga Aliança
com Ele e iniciasse uma nova jornada
(a Lei) e a Nova Aliança (0 Evangelho)
de fé (2 Co 5.19).
com 0 cumprimento pleno em Cristo
(G1 4.4). Esse entendimento deriva das
raízes bíblicas (2 Co 3.6). Nesse contexto,
a palavra “ aliança” ganha relevância.
Traduzida pela Septuaginta, da palavra SINOPSE III
grega diathéke, de acordo com Jeremias O Novo Testamento é 0 documen­
31.31, ela tem 0 sentido de ordenação, to cristão que deve fa z e r parte
dispensação e economia da salvação. Do do início de n o ssa cam in h ad a,
latim , 0 termo testamentum traz essa pois ele re vela todo o plano da
mesma força descritiva do termo diathéke. salvação de Deus.
Assim , do ponto de vista canônico, o
Antigo e 0 Novo Testamentos formam
as Escrituras Sagradas do cristão.
2. O tem a p rincipal do Novo T e s­
ta m en to . O tem a c e n tra l do Novo
AUXÍLIO TEOLÓGICO
Testamento é a pessoa de Jesus Cristo.
Há diversos personagens apresentados
“ As Fontes da História do Novo
nesse documento sagrado, mas todos
Testamento
ganham relevância apenas quando estão
[...] Todos os Evangelhos, in ­
relacionados à sombra de nosso Senhor.
cluindo os de Mateus e Marcos, que
Tudo se volta para a pessoa de Cristo,
não formam parte de um complexo
posto que seu m in isté rio tem uma
literário m ais amplo, em anam do
ênfase salvífica cujo interesse maior

8 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR ABRIL • MAIO • JUNHO 2024


ministério evangelista e didático da Primeiro Século. Rio de Janeiro: CPAD,
Igreja. Eles foram escritos com o ob­ 2010, pp.24,25).
jetivo expresso de apresentar os fatos
a respeito de Cristo de uma maneira
que os homens possam crer nEle, e, CONCLUSÃO
tendo dado o passo inicial, possam A jornada com Cristo tem início com
continuar com uma fé inteligente. o Novo Nascimento. Ela se estende por
[...] Os demais livros do NT meio de uma longa peregrinação espiri­
representam diversos períodos e tual até o relacionamento perfeito com
pontos de vista. A epístola de Tiago Jesus (Mt 16.24). Nessa peregrinação, os
foi provavelmente originada da pri­ que começaram a nova vida com Cristo
meira metade do século, refletindo a podem contar com a presença do Pai,
reação judeu-cristã aos extremistas do Filho e do Espírito Santo. Assim,
que faziam a salvação pela fé uma seremos guiados pelas palavras do Novo
desculpa para a indiferença ética” Testamento que tratam da vida, morte
(TENNEY, Merril C. Tempos do Novo e ressureição do Senhor Jesus, em quem
Testamento: Entendendo o mundo do a nossa fé está fundamentada.

R E V IS A N D O 0 C O N T E Ú D O

1. O que é a nova vida com Cristo?


A nova vida com Cristo é o começo de uma nova história, de felicidade ver­
dadeira e de plenitude no Espírito (Rm 8.2).
2. Quais os três companheiros da caminhada cristã?
A Santíssima Trindade: Pai, Filho e Espírito Santo.
3. Explique o termo “ homem”, de acordo com a lição.
É um termo de uso genérico no texto e, por isso, seu sentido inclui todos
os seres humanos.
4. 0 que a expressão “ de novo” significa e, ao mesmo tempo, demonstra?
A expressão “ de novo” significa “ do céu” e demonstra que a nova vida com
Cristo vem de cima, de Deus e de mais ninguém.
5. Por que 0 cristão deve começar sua jornada de fé pelo Novo Testamento?
Porque nesse testamento, temos a consumação do plano do Pai em Jesus para
que o ser humano fosse reconciliado com Ele e iniciasse uma nova jornada de fé.

VOCABULÁRIO
Monoteísta: adepto do monoteísmo; doutrina que ensina a existência de
uma única divindade
Analógico: relativo à analogia; relação de semelhança entre coisas ou fatos.
Septuaginta: Antiga tradução em grego do Antigo Testamento hebraico.

ABRIL • MAIO • JUNHO 2024 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR 9


LIÇAO 2
14 de Abril de 2024

A ESCOLHA ENTRE A PORTA


ESTREITA E A PORTA LARGA
\ f

TEXTO ÁUREO
VERDADE PRÁTICA
“Porfiai por entrar pela
A porta estreita não é
porta estreita, porque eu vos
uma opção, mas a única
digo que muitos procurarão
alternativa disponível para 0
entrar e não poderão.”
crente entrar no Céu.
(Lc 13.24)

L E IT U R A D IÁ R IA

Segunda - Pv 15.24 Quinta - l Co 6.9,10; G1 5.19-21


A ideia da “ porta estreita” presente A recompensa de quem entra pela
no AT “ porta larga”
Terça - Mt 539,48 Sexta - Is 1.15,16; 557 ; Jr 73"7
Princípios celestiais da “ porta A “ porta estreita” é um chamado
estreita” ao arrependimento
Quarta - Mt 16.24; Rm 6.6; G1 5.24 Sábado - Pv 28.13; 1 Jo 1.7
Renúncia e a glória progressiva da A “ porta estreita” é um caminho
“ porta estreita” de confissão e de perdão

10 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR ABRIL • MAIO • JUNHO 2024


LEITU RA BÍBLICA EM CLASSE

Mateus 7.13,14; 3.1-10.


Mateus 7 no de seus lombos e alimentava-se de
13 - Entrai pela porta estreita, porque gafanhotos e de mel silvestre.
larga é a porta, e espaçoso, 0 caminho 5 - Então, ia ter com eleJerusalém, e toda a
que conduz à perdição, e muitos são os Judeia, e toda a província adjacente aoJordão;
que entram por ela; 6 - e eram por ele batizados no rio Jor­
14 - £ porque estreita é a porta, e aper­ dão, confessando os seus pecados.
tado, 0 caminho que leva à vida, e poucos 7 - E, vendo ele muitos dos fariseus e dos
há que a encontrem. saduceus que vinham ao seu batismo,
dizia-lhes: Raça de víboras, quem vos
Mateus 3 ensinou a fugir da ira futura?
1 - E, naqueles dias, apareceu João Batista 8 - Produzi, pois, frutos dignos de ar­
pregando no deserto da Judeia rependimento
2 - e dizendo: Arrependei-vos, porque 9 - e não presumais de vós mesmos, di­
é chegado o Reino dos céus. zendo: Temos por pai a Abraão; porque eu
3 - Porque este é 0 anunciado pelo profeta vos digo que mesmo destas pedras Deus
Isaías, que disse: Voz do que clama no pode suscitar filhos a Abraão.
deserto: Preparai 0 caminho do Senhor, 10 - E também, agora, está posto o ma­
endireitai as suas veredas. chado à raiz das árvores; toda árvore,
4 - E este João tinha a sua veste de pelos pois, que não produz bom fruto é cortada
de camelo e um cinto de couro em tor­ e lançada no fogo.

F ÍJ Hinos Sugeridos: 208, 447, 570 da Harpa Cristã

PLANO DE AU LA

1. INTRODUÇÃO da vida cristã tem por base 0 arre­


Nesta lição, estudaremos a analogia pendimento, a confissão de pecados
da “ porta estreita” e da “ porta larga” , e a experiência do perdão.
mencionada pelo Senhor. Veremos
que nosso Senhor teve a pretensão 2. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
de mostrar aos pecadores 0 caminho A) Objetivos da Lição: I) Explicar
para a salvação. Para compreender­ a analogia da “ porta estreita” e do
mos melhor a soteriologia de Cristo, “ caminho apertado” do ponto de vista
responderemos às seguintes questões: bíblico e teológico; II) Destacar que a
0 que significa a analogia de Jesus decisão pela porta estreita requer uma
concernente à “ porta estreita” e ao vida de renúncia e disposição para
“ caminho apertado” ? Por que deve­ enfrentar os desafios da caminhada
mos escolher a porta estreita? De que cristã; III) Apontar que a entrada pelo
maneira o pecador pode entrar pela caminho estreito está baseada no ar­
porta que 0 leva para 0 Céu? E, por rependimento, confissão de pecados
fim, aprenderemos que a consistência e novo estilo de vida.

ABRIL • MAIO • JUNHO 2024 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR 11


B) Motivação: As figuras da “ porta 3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO
estreita” e do “ caminho apertado” A) Aplicação: A trajetória da vida
confrontam as pessoas que ouvem a cristã é marcada por ofertas de pra­
mensagem do Evangelho. Do mesmo zeres e deleites terren os que são
modo, leva os crentes à reflexão a renunciados pelos crentes à medida
respeito de se estão, de fato, se por­ que vivem um relacionamento estreito
tando de maneira digna a entrar na com Deus. O cristão comprometido
eternidade com Deus. Aproveite para com o Evangelho mantém a obediência
conversar com seus alunos sobre o aos preceitos da Palavra de Deus, pois
estilo de vida dos que estão aguardan­ sabe que a devoção verdadeira requer
do ansiosamente pelo Arrebatamento disposição para viver um estilo de vida
da Igreja. Finalize este momento, que expresse, de fato, a renúncia às
perguntando: “ E stam os, de fato, obras da carne e o cultivo do Fruto
trilhando pelo caminho apertado?” do Espírito.
C) Sugestão de Método: O primeiro
tópico desta lição aborda o conceito 4. SUBSÍDIO AO PROFESSOR
de porta e caminhos de acordo com A) Revista Ensinador Cristão. Vale
a perspectiva bíblica da salvação. A a pena conhecer essa revista que traz
analogia “ caminho” aparece no Antigo reportagens, artigos, entrevistas e
Testamento, especificamente, para subsídios de apoio à Lições Bíblicas
ilustrar a vida de renúncia ao pecado Adultos. Na edição 97, p . 37 , você
e decisão pela prática da justiça. No encontrará um subsídio especial para
Novo Testamento, a figura da “ porta” esta lição.
é aplicada de maneira mais direta pelo B) A u xílio s E sp eciais: Ao fin al
próprio Cristo quando se compara do tópico, você encontrará auxílios
à porta pela qual as ovelhas podem que darão suporte na preparação
entrar, sair e encontrar pastagem de sua au la : 1) O texto “ Os dois
(uma situação cotidiana das regiões ca m in h o s: 0 larg o e o e s tre ito ” ,
cam ponesas de Israel). Relacione localizado depois do primeiro tópi­
no quadro as duas situações e faça co, destaca a ideia de escolha entre
um exercício de correlação bíblica, dois cam inhos presente no Antigo
isto é, identifique o sentido de cada Testamento; 2) O texto “ Porta” , ao
ilustração no contexto bíblico. Você final do segundo tópico, apresenta
pode consultar as inform ações no o uso frequente da palavra porta no
Comentário Histórico-Cultural do Novo contexto bíblico, bem como seu uso
Testamento, editado pela CPAD. literal e figurativo.

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO é pontuar algumas razões que nos mos­


Nesta lição, estudaremos o símbolo tram porque devemos escolher a porta
da porta estreita e da larga, do caminho estreita e, do ponto de v ista bíblico,
apertado e do espaçoso. Nosso propósito como entrar pelo caminho apertado.

12 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR ABRIL • MAIO • JUNHO 2024


Nesse sentido, veremos que o início da soas que expressam crenças e valores
nossa jornada deve levar em conta o segundo a sua vã maneira de viver. Um
caminho que nos conduz ao Céu. caminho que tem seduzido muitos
por meio da busca irrefreada
I - PORTAS E CAMI­ do prazer e das idéias que
negam a Bíblia como nossa
NHOS
única regra de fé e conduta.
l. A p o rta e s tre ita . A
T ratam -se, pois, de uma
ideia de uma “ porta e s ­
p o rta e de um cam in h o
treita” como caminho para
em que entram pessoas que
a vida está presente tanto na
vivem segundo suas próprias
literatu ra judaica quanto na
idéias (Jz 21.25) e que não desejam
cristã. Por exemplo, essa concepção
ajustar-se aos ensinos das Escrituras
é encontrada no Antigo Testam ento
Sagradas (Jo 7-38).
(Pv 15.24). Sabemos que a porta é uma
entrada existente em um edifício ou o
muro de uma cidade, algo muito comum
nos tempos antigos, em que a cidade
era toda murada e, ao redor de todo 0
edifício, havia uma porta estreita. Era SINO PSE I
por meio dessa porta que todos entravam
A porta estreita e o cam inho aper­
e saíam da cidade.
tado re p re s e n ta m u m a v id a de
2 . 0 caminho apertado. Quando fa­
com prom isso com Cristo.
lamos de caminho apertado, apontamos
para a conduta, a maneira de viver que
evidencia salvação ou perdição. Nesse
sentido, a linguagem figurada do “ ca­
minho apertado” , conforme Mateus 7,
aponta para os que desejam a vida eterna.
Não por acaso, a palavra “ apertado” AUXILIO BÍBLICO -TEOLOGICO
vem do verbo grego thlíbó que significa
“ prensar como uvas, espremer, pressio­ “ Os dois cam inhos: o largo e o
nar com firmeza, caminho comprimido, estreito (Mt 7.13,14). O caminho da
contraído; metaforicamente, aborrecer, morte e 0 da vida aparecem no Antigo
afligir, angustiar” . Assim, 0 caminho Testamento, na literatura intertes-
apertado é 0 que nos leva a praticar os tamental, nos escritos de Qumran e
ensinamentos de Jesus de modo bem na literatura cristã primitiva [...]. Na
concreto: amar os inimigos, não praticar literatura de Qumran os dois cami­
a hipocrisia, acumular tesouros no céu nhos são expostos como o ‘caminho
dentre outros princípios celestiais ensi­ da lu z ’ e o ‘ cam inho das tre v a s’ .
nados no Sermão do Monte (Mt 5.39,48). Jesus, de forma típica, apresenta as
opções diante da audiência em pa­
3. Porta larga e caminho espaçoso.
ralelismo antitético: uma porta para
A porta larga e o cam inho espaçoso
a vida ou uma porta para a morte. A
sim bolizam uma vida sem com pro­
maioria das pessoas toma 0 caminho
misso com Cristo, segundo 0 padrão do
fácil, o qual é desastroso. A porta
Mundo. Essa porta recebe muitas pes­

ABRIL • MAIO • JUNHO 2024 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR 13


para a vida é difícil e restritiva; os mesmo, deixar m orrer o que somos
verdadeiros discípulos são minoria. para v iv e r a vid a com Ele a fim de
Dado o contexto de Mateus, a difi­ que resulte uma glória progressiva e
culdade da porta estreita é o caminho indizível (Mt 16.24; Rm 6.6; G1 5.24).
da justiça, na qual Jesus há pouco 2. As oportunidades da porta larga
instruiu as p essoas” (Comentário são atraentes. Para muitos, o caminho
Bíblico Pentecostal Novo Testamento: da porta estreita não é atraente, pois
M ateus-Atos. Vol. l. Rio de Janeiro: a porta larga oferece uma jornada de
CPAD, 2003, p. 61). prazeres, deleites e libertinagem. En­
tretanto, os que andam nesse caminho
são dominados pelas ilusões da vida,
enredando-se numa sedutora fantasia.
II - POR QUE e n t r a r p e l a É um caminho de apego prazeroso ao
PORTA ESTREITA É DIFÍCIL mundo e de desprezo a Deus (1 Jo 2.15,16).
1. Tragicam ente, todos os que am am o
Uma porta aberta, porém, difícil.
A porta para a entrada na pátria ce­ mundo não terão direito a entrar nos
lestial está aberta. Porém, há muitos céus (1 Co 6.9,10; Gl 5.19-21). Por isso, o
impedimentos para que a alma humana cristão comprometido com 0 Evangelho
a atravesse: o egoísmo, o ego inflado, de Cristo sabe que “ 0 mundo passa, e
a idolatria, dentre outros. Contudo, a sua concupiscência; mas aquele que
nosso Senhor ensinou que para tomar faz a vontade de Deus permanece para
o caminho do céu é preciso negar a si sempre” (1 Jo 2.17).

AM PLIAN D O O CONHECIM ENTO

“ PORTAS DA CIDADE
No mundo antigo, as portas desem pe­
n havam um papel crítico nas d efesas de
uma cidade. As portas geralm ente eram o
ponto mais fraco nos muros de uma cidade
e, portanto, muitas vezes o ponto de ataque
dos exércitos sitiantes. Para uma cidade ser
forte, não bastavam muros maciços; tinha de
ter portas fortes.
As portas da cidade também eram 0 local
dos tribunais judiciais, bem como 0 local onde
os impostos eram recolhidos. Jerem ias 38.7
indica que 0 rei realizou a corte em uma das
portas de Jerusalém. Quando os profetas do
AT atacam a injustiça, eles frequentemente
se referem às portas da cidade como lugar de
justiça (Am 5.15).” Amplie mais 0 seu conhe­
cimento, lendo 0 D icionário Bíblico Baker,
editado pela CPAD, p.400.

14 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR ABRIL • MAIO • JUNHO 2024


3.
IV
As ra zõ e s das e x ig ê n c ia s. Di­
fe re n te m e n te da p o rta la rg a e do
caminho espaçoso, a porta estreita e
o cam inho apertado requerem uma Diferentem ente da porta
transform ação interior, uma decisão larga e do cam inho
pessoal e uma disposição em seguir
espaçoso, a porta
na contramão da maioria. Só começa a
trilhar pelo caminho da porta estreita estreita e o cam inho
quem se reconhece em Cristo como um apertado requerem um a
pecador (2 Co 12.9) e com disposição
tran sfo rm ação interior,
de v iv e r um a vid a d irigid a por Ele
como um novo começo (2 Co 5.17). A um a decisão pessoal
partir dessa jornada, 0 Evangelho nos U h”
faz cam inh ar em santidade, segu ir
os passos de Cristo e andar como Ele
andou (1 Jo 2.6). Então, estarem o s
prontos para criar raízes e enfrentar
os obstáculos de nossa jornada cristã
(Lc 8.13,14)-
Uso literal (por exemplo, Gn 19.6,
9; 2 Rs 9.10). As portas comuns eram
feitas de madeira, mas às vezes eram
feitas de espessos pedaços de pedra,
tanto para casas como para tumbas.
SIN O PSE II Cadeados de madeira, latão, ou ferro
S e g u ir p e lo ca m in h o a p e rta d o eram usados (Jz 3.24,25). Nas tendas
requer um a disposição em seguir as portas eram aberturas cobertas
na contram ão da m aioria. por uma aba (Gn 18.1,2).
Uso figurativo. P rovavelm ente,
o uso m ais frequente de porta de
modo figurativo seja como símbolo
de oportunidade, especialmente para
0 testemunho e o serviço cristão (por
AUXÍLIO BIBLIOLÓGICO exemplo, 1 Co 16.9; 2 Co 2.12; Cl 4.3;
Ap 3.8). O termo porta é também
“ Porta. Uma palavra mencionada usado para representar o caminho
muitas vezes na Bíblia Sagrada. Na pelo qual uma pessoa entra em algum
versão KJV em inglês, é a tradução de lugar. O próprio Cristo é a porta pela
sete palavras hebraicas e uma grega. qual o ser humano alcança a salvação
Os dois termos hebraico frequente­ (Jo 10.9; cf. At 14.27; Os 2.15). Aquele
mente usados são: delet, referindo-se que está próximo é considerado como
à própria porta, e petah, uma porta ‘estando à porta’ (Mt 24.33; Tg 5.9;
de entrada. A palavra ‘porta’ é uti­ Ap 3.20; Gn 4.7)” (Dicionário Bíblico
lizada tanto no sentido literal como Wycliffe. Rio de Janeiro: CPAD, 2006,
de modo figurativo. p. 1576).

ABRIL • MAIO • JUNHO 2024 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR 15


vv Bíblia diz que todos pecaram e separados
estão da glória de Deus (Rm 3.23). Sem
que o homem reconheça que é pecador,
Assim, quando o homem
jamais compreenderá que precisa de um
reconhece em confissão que Salvador. Nesse aspecto, a confissão
é um pecador, ele recebe o pessoal dos pecados é uma perspectiva
perdão de seus pecados.” nova que aparece com o ministério de
João B atista. Em Israel, a con fissão
era nacional e se dava em dia especial
como no Dia da Expiação (Nm 5.7). Por
meio do modelo de vida de João Batista,
a confissão de pecados passou a fazer
parte da tradição cristã. Desse modo, a
pessoa confessa os seus pecados (Sl 32.5)
III - ENTRANDO PELA PORTA
e afirm a que crê em Deus Poderoso e
E PELO CAMINHO DO CÉU
Salvador (Rm 10.9,10). Assim , quando
1. Arrependim ento de pecados. Por
o homem reconhece em confissão que
meio das palavras do arauto divino,
é um pecador, ele recebe o perdão de
João Batista (Mt 3.1-10), a mensagem
seus pecados (Pv 28.13; 1 Jo 1.7).
pregada por ele para entrar no Reino
3. Produzindo frutos de arrependi­
de Deus é o Arrependim ento. João é
mento. Para João Batista, o batismo e a
uma voz que ecoa entre a Antiga e a
confissão somente não seriam as provas
Nova Alianças, confirmando as palavras
verdadeiras da mudança de vida. Era
dos profetas do Antigo Testam ento,
preciso apresentar frutos na vida como
pois sua mensagem de arrependimen­
a marca de um arrependimento sincero.
to era a mesm a pregada por Isaías e
Em Lucas, podemos contemplar frutos
Jeremias (Is 1.16,15; 55-7 ; Jr 7-3- 7). Por
concretos que João Batista esperava de
essa razão, é importante ponderar que
quem se arrependesse: honestidade,
o arrependim ento bíblico não é uma
misericórdia, respeito às autoridades,
questão meram ente emocional, mas
dentre outros (Lc 3 .11-14 ). Isso era a
uma disposição para mudar de ideia
prova de que a natureza da pessoa havia
e um exercício que envolve o aspecto
sido verdadeiram ente transform ada.
mental e moral do pecador. Por meio
Portanto, uma pessoa que teve um en­
da pregação e da aceitação do Evange­
contro verdadeiro com Jesus produzirá
lho, mediante a ação regeneradora do
frutos dignos de arrependimento, uma
Espírito Santo, o pecador renuncia ao
nova forma de pensar e agir, um novo
pecado, reorienta a vida e firm a uma
estilo de vida (Mt 3.2; 21.29; Mc 1.15).
resolução de deixar 0 caminho espaçoso
para tomar 0 caminho que conduz para
a vida eterna.
2. Confissão de pecados. O m inis­ SINO PSE III
tério de João Batista foi impactante, de
modo que iam ter com ele toda Judeia O verdadeiro encontro com Jesus
e a província do Jordão (Mt 3.5). Os produz no crente fru tos dignos
que iam até João confessavam os seus de arrependim ento.
pecados para serem batizados. Ora, a

16 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR ABRIL • MAIO • JUNHO 2024


CONCLUSÃO fica que precisamos renunciar ao eu,
No momento que in icia sua jo r­ nossos pensam entos e desejos, para
nada com Cristo, o cristão deve ter a que Cristo apareça (2 Co 5.17). Isso só
consciência de que escolheu o cam i­ é possível por meio de um verdadeiro
nho estreito e a porta apertada para arrependimento, confissão de pecados
trilhar o caminho do céu. Isso signi­ e a experiência do perdão.

Anotações do Professor
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R E V IS A N D O O C O N T E Ú D O
1. O que significa dizer “ caminho apertado”?
Quando falamos de caminho apertado, apontamos para a conduta, a maneira
de viver que evidencia salvação ou perdição.
2. O que a “ porta larga” e o “ caminho espaçoso” simbolizam?
A porta larga e o caminho espaçoso simbolizam uma vida sem compromisso
com Cristo, segundo o padrão do Mundo.
3. O que o Senhor Jesus ensinou a respeito de fazer o caminho da “ porta
estreita”?
Nosso Senhor ensinou que para tomar o caminho do céu é preciso negar a
si mesmo, deixar morrer o que somos para viver a vida com Ele a fim de
que resulte uma glória progressiva e indizível.
4. O que a “ porta estreita” requer da pessoa?
A porta estreita e o caminho apertado requerem uma transformação interior,
uma decisão pessoal e uma disposição em seguir na contramão da maioria.
5. Que tipo de disposição deve haver no arrependimento bíblico?
Trata-se de uma disposição para mudar de ideia e um exercício que envolve
o aspecto mental e moral do pecador.

ABRIL • MAIO • JUNHO 2024 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR 17


\ r

TEXTO ÁUREO
VERDADE PRÁTICA
“Mas a nossa cidade está
nos céus, donde também O crente deve viver a vida cristã
esperamos o Salvador, o com a mente voltada para 0 céu
Senhor Jesus Cristo.v como sua legítima esperança.
(Fp 3.20)

V J

L E IT U R A D IÁ R IA

Segunda - Gn l.l; Mt 3.2; Ap 21.10 Quinta - Hb 12.23; G14.26; Fp 3.20


A m aravilhosa realidade bíblica do Céu: morada de Deus e pátria
Céu dos santos
Terça - 1 Ts 4.17; cf. Ef 1.3,20; 2.6 Sexta - Jo 14.3
Estaremos para sempre com 0 A promessa de que estaremos com
Senhor no Céu Cristo no Céu
Quarta - 1 Co 9.24; 2 Tm 4.8 Sábado - 1 Co 15.26,54; Is 61.3; 65.19
Há um prêmio a ser alcançado: Uma nova realidade experimentada
0 Céu no Céu
L __________________________________ ____________________________________ Â

18 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR ABRIL • MAIO • JUNHO 2024


LEITU RA BÍBLICA EM CLASSE

Filipenses 3.13,14,20,21; Apocalipse 21.1-4


Filipenses 3 Apocalipse 21
13 - Irmãos, quanto a mim, não julgo que 1 - E v i um novo céu e uma nova terra.
0 haja alcançado; mas uma coisa faço, Porque já 0 primeiro céu e a primeira terra
e é que, esquecendo-me das coisas que passaram, e 0 mar já não existe.
atrás ficam e avançando para as que estão 2 - E eu, João, vi a Santa Cidade, a nova
diante de mim, Jerusalém, que de Deus descia do céu,
14 - prossigo para 0 alvo, pelo prêmio da adereçada como uma esposa ataviada
soberana vocação de Deus em Cristo Jesus. para o seu marido.
20 - Mas a nossa cidade está nos céus, 3 - E ouvi uma grande voz do céu, que
donde também esperamos 0 Salvador, 0 dizia: Eis aqui 0 tabernáculo de Deus com
Senhor Jesus Cristo, os homens, pois com eles habitará, e eles
2 1 - que transformará 0 nosso corpo serão 0 seu povo, e 0 mesmo Deus estará
abatido, para ser conforme 0 seu corpo com eles e será 0 seu Deus.
glorioso, segundo 0 seu eficaz poder de 4 - E Deus limpará de seus olhos toda
sujeitar também a si todas as coisas. lágrima, e não haverá mais morte, nem
pranto, nem clamor, nem dor, porque já as
primeiras coisas são passadas.

F ÍJ Hinos Sugeridos: 26, 94, 404 da Harpa Cristã

PLANO DE AU LA

1. INTRODUÇÃO vida cristã enquanto se aguarda 0


Nesta lição, estudarem os o céu Dia da Redenção.
na perspectiva bíblica como morada
eterna reservada para os cristãos. 2. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
Veremos a descrição do Céu segundo A) Objetivos da Lição: I) D istin­
0 livro do Apocalipse, bem como 0 guir 0 céu como morada final na vida
fim da carreira cristã. Após uma vida eterna com Deus; II) A presentar 0
de perseverança na fé, renúncia aos conceito de Céu conforme o Livro do
prazeres desse mundo e bom ânimo Apocalipse; III) Pontuar que 0 céu é
diante das tribulações, os cristãos o destino dos cristãos e o lugar de
d esfru tarão do repouso eterno ao repouso após a árdua carreira da
lado de Deus. Para tanto, a rg u i- vida cristã neste mundo.
remos acerca do que é exigido dos B) M otivação: O Livro do Apo­
servos de Deus para que desfrutem calipse descreve maiores detalhes a
da esperan ça ce lestia l e 0 que as respeito de como será o Céu. Nesse
E scritu ra s S ag rad as estab elecem sentido, 0 Novo Céu é um lugar sem
como regra de fé e prática para a precedente, incomum, diferente de

ABRIL • MAIO • JUNHO 2024 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR 19


qualquer realidade conhecida pela vel àqueles que amam e praticam a
mente humana. Fomente com seus verdade. Ficarão de fora os peca­
alunos o diálogo sobre os elementos dores e qualquer que ama e vive no
que descrevem o Céu, apresentados pecado. Portanto, é a esperança do
no Livro do Apocalipse e pergunte porvir que nos leva a perseverar na
o que eles pensam sobre essa nova fé, a m anter uma vida santa, bem
realidade. Reforce que a esperança como a nutrir 0 amor de Cristo em
do céu é uma questão de fé. nossos corações.
C) Sugestão de Método: O segundo
tópico da lição destaca a descrição do 4. SUBSÍDIO AO PROFESSOR
Livro do Apocalipse a respeito do Céu. A) Revista Ensinador Cristão. Vale
Após o cumprimento do juízo divino, a pena conhecer essa revista que traz
Deus prometeu criar um Novo Céu reportagens, artigos, entrevistas e
e uma Nova Terra, completamente subsídios de apoio à Lições Bíblicas
d ife re n te s dos p rim e iro s. N esse Adultos. Na edição 97, p .37, você
novo ambiente espiritual os cristãos encon trará um su bsíd io esp ecial
desfrutarão da vida eterna ao lado para esta lição.
de Deus. Pergunte aos alunos o que B) A uxílios E speciais: Ao fin al
eles com preendem sobre o céu na do tópico, você encontrará auxílios
conjuntura do estado intermediário que darão suporte na preparação de
da alm a, após a morte neste tempo sua aula: 1) O texto “ O Significado
presen te, e o céu que os cristão s de Je ru sa lém para a Ig re ja C ris­
experimentarão depois do juízo final, tã ” , localizado depois do prim eiro
descrito em Apocalipse 2 1.1,2 . Você tópico, destaca a com preensão de
pode apresentar essa explicação por Jerusalém como a Cidade Celestial
meio de projeção digital. como destino dos cristãos fiéis; 2)
O texto “ O novo céu e a nova terra” ,
3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO ao final do segundo tópico, amplia a
A) Aplicação: A Palavra de Deus reflexão a respeito da vida no Novo
aponta que a vida eterna na nova Céu e na Nova Terra preparada para
cidade celestial só estará disponí­ os servos de Deus.

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO existência. Contudo, ao cristão é garan­


Ao homem natural é impossível dis­ tido a gloriosa promessa de desfrutar
cernir as coisas espirituais, visto que elas do céu como sua morada na vida eterna
só podem ser discernidas espiritualmente com Deus (Jo 11.25,26; 14.2,3; At l.ll).
(1 Co 2.14). Por isso, a sabedoria humana Em vista disso, o nosso propósito é o de
apresenta diversas concepções enganosas mostrar o céu como destino glorioso de
a respeito do céu, a ponto de negar a sua todo cristão peregrino.

20 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR ABRIL • MAIO • JUNHO 2024


I - CEU: 0 ALVO DE TODO Por isso, Paulo ensina que prossegue
CRISTÃO para o alvo, isto é, a linha de chegada
1. Definindo céu. A palavra hebrai­que o atleta alcança o prêmio (l Co 9.24;
ca shamayim, que significa céu, céus 2 Tm 4.8). Assim, 0 apóstolo persegue 0
(Gn 1.1), aparece 419 vezes no Antigo prêmio com determinação, liberdade,
Testamento. O termo grego ou- empenho e com os olhos fixos
ranós, céu (Mt 3.2; Ap 21.10), no Autor da Salvação (Hb 12.2).
aparece 280 vezes no Novo Igualmente, o cristão passa
Testamento com dois sen- | , a ter o céu como alvo por
tidos: 1) como firmamento, causa da soberana vocação,
universo, atmosfera; 2) céus que vem de cima, isto é, de
siderais e estrelados, região Deus por meio de Jesus Cristo.
acima dos céus siderais, sede O seu alvo revela 0 resultado
da ordem das coisas eternas e de uma nova vida e, por isso,
perfeitas onde Deus e criaturas ce­ o crente se volta para as coisas do
lestes habitam. céu (Cl 3-2). A expressão a “ nossa pátria
Nas traduções da Bíblia em língua está nos céus” sintetiza bem essa nova
portuguesa, a palavra shamayim foi realidade (Fp 3.20). Ao mencionar essa
traduzida por “ altura” ; e ouranós, como expressão, 0 apóstolo mostra que temos
“ algo elevado” . Ambas as palavras são uma cidadania celestial (Ef 2.19). Para
usadas para se referir a três locais dis­ viver a plenitude dessa cidadania, 0 cristão
tintos: 1) céu atmosférico (Dt 11.11,17); peregrina para algo perfeito, absoluto,
2) universo ou firmamento dos céus (Gn em que finalmente terá o corpo abatido
1.14; 15.5; Hb 1.10); 3) morada de Deus transformado conforme o corpo glorioso
(Is 63.15; Mt 7.11,21; Ap 3.12). Dos três de Jesus Cristo (1 Co 15.44; 1J0 3-2).
locais aplicados à palavra céu, o mais
importante para o cristão é o terceiro,
a morada de Deus. SINO PSE I
2 . 0 céu conforme o ensino de Paulo.
O apóstolo Paulo foi arrebatado até o O cristão p a ssa a ter o Céu como
terceiro céu. Não por acaso, esse céu está alvo por causa da so beran a v o ­
enfatizado nas cartas do apóstolo como cação, que vem de cim a, isto é,
lugar celestial, 0 lar dos salvos em Cristo de Deus por meio de Jesus Cristo.
Jesus, onde temos um destino assegurado:
o de estar para sempre com o Senhor
(l Ts 4.17; cf. Ef 1.3,20; 2.6). Por isso,
vivendo em Cristo, 0 crente desenvolve AUXÍLIO BÍBLICO -TEOLÓGICO
um relacionamento na esfera do reino,
de modo que, ainda que não tenha ido O Significado de Jerusalém para
para o céu, toda a sua vocação é celestial a Igreja Cristã
no presente momento de sua vida. Dessa “ [...] Paulo fala a respeito de Je­
forma, 0 poder que está em sua vida vem rusalém ‘que é de cima’ , que é nossa
do céu e o habilita a vencer a cada dia. mãe (G14.26). O livro de Hebreus indica
3 . 0 alvo do cristão. Depois de salvo, que, ao virem a Cristo para receber a
não pertencemos mais a este mundo. salvação, os crentes não chegaram

ABRIL • MAIO • JUNHO 2024 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR 21


a uma montanha terrestre, mas lao quadro revelado na sequência é 0 de um
novo estado eterno. O apóstolo João diz
monte de Sião, e à cidade do Deus vivo,
que 0 primeiro céu e a prim eira terra
à Jerusalém celestial’ (Hb 12.22). E, ao
invés de preparar uma cidade na terra passaram, o mar não existe mais; esse
para os crentes, Deus está preparando céu (também ouranós) é o espaço astro­
a nova Jerusalém, que um dia descerá nômico, não se trata da habitação eterna
‘do céu, adereçada como uma esposa de Deus. Então, 0 apóstolo contempla
ataviada para o seu marido’ (Ap 21.2; um novo céu e uma nova terra (Ap 21.1).
cf. 3.12). Naquele grande dia, as pro­O adjetivo grego kainós (novo), que
messas do concerto serão plenamente aparece no texto, traz a ideia de novo
cumpridas: ‘Eis aqui 0 tabernáculo de com respeito à forma; fresco, recente,
Deus com os homens, pois com eles não usado. Nesse sentido, o novo céu é
habitará, e eles serão 0 seu povo, e 0um lugar sem precedente, incomum e
mesmo Deus estará com eles e será 0 desconhecido. Isaías profetizou a criação
seu Deus’ (Ap 21.3). Deus e o Cordeirode novos céus e nova terra (Is 65.17); o
reinarão para sempre e sempre no seu apóstolo Pedro confirmou essa espe­
trono, nessa cidade santa (Ap 22.3). (3)
rança (2 Pe 3.13). Esse lugar é 0 destino
A cidade de Jerusalém terrestre ainda do cristão, um novo lar completamente
tem um papel futuro a desempenhar redimido, sem qualquer sem elhança
no reino milenar de Deus? Isaías em com 0 mundo antigo, pois “ eis que faço
65.17 do seu livro fala de ‘céus novosnovas todas as coisas” (Ap 21.5).
e nova terra’ (Is 65.17), e em seguida 2. A linda cidade como nossa nova
apresenta um ‘M as’ enfático sobre a morada. No versículo 2 (Ap 21), o após­
grandeza da Jerusalém terrena, no tolo João faz menção à descida da Cidade
versículo 18. O restante do cap. 65 Santa e somente a partir do versículo
trata das condições mileniais. Muitos 9 que ele começa a descrever a beleza
creem que quando Cristo voltar para dessa cidade. Por meio de passagens
estabelecer seu reino m ilenial (Ap do Novo Testamento, a Nova Jerusalém
20.1-6), Ele porá 0 seu trono na cidade
pode ser descrita como a morada de
de Jerusalém. Depois do julgamento Deus, a pátria dos salvos, lugar em que
do grande trono branco (Ap 20.11-15), os santos habitarão (Hb 12.23; G1 4.26;
a Jerusalém celestial descerá a nova Fp 3.20). Assim, cremos e afirmam os
terra como a sede do reino eterno que essa linda cidade será um lugar em
de Deus (Ap 21.2)” (Bíblia de Estudo que Deus e o Cordeiro são o seu templo;
Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, a glória de Deus a iluminará, e o Cor­
1995, p.636). deiro será a sua lâmpada (Ap 21.22,23).
Na Nova Jeru salém não haverá dor,
tristeza ou sofrimento (Ap 21.4). Além
II - A DESCRIÇÃO DO CÉU disso, depois da ressureição (Ap 20.4),
SEGUNDO O LIVRO e quando todas as coisas forem consu­
DO APOCALIPSE madas, essa Jerusalém Celestial descerá
1. 0 do céu e ficará para sempre na nova
novo céu e a nova terra. Depois
da abertura dos sete selos, conforme terra. O apóstolo João descreve a Nova
Apocalipse 6, em que predominaram Jerusalém Celestial como 0 lugar de re­
a desordem, a tribulação e o juízo, o dimidos que habitam a gloriosa Cidade.

22 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR ABRIL • MAIO • JUNHO 2024


Portanto, para nós, a visão descrita em terra e o céu, e não se achou lugar
Apocalipse 21 refere-se ao Céu como a para eles’ (Ap 20.11). Trata-se de uma
eternidade, a Nova Jersusalém como a fase preparatória para 0 estabeleci­
Nova Cidade, 0 nosso novo lar criado mento do novo céu e da nova terra.
sem pecado, onde a bem-aventurança A terra contaminada pelo pecado não
eterna será desfrutada pelos santos resistirá ao esplendor da presença
para todo 0 sempre. de Deus; o universo físico não se
susterá diante da pureza, santidade
e glória daquEle que está assentado
sobre o trono. E o fato de a morte e
SIN O PSE II 0 Inferno serem lançados no Lago
A Nova Jeru salém pode ser des­ de Fogo indica que, no novo céu e na
crita com o a m orada de Deus, a nova terra, não haverá morte nem
p átria dos santos, lu gar em que condenação” (Declaração de Fé das
os san tos habitarão. Assembléias de Deus. Rio de Janeiro:
CPAD, 2017, pp.199,200).

III - CÉU: O FIM DA JORNADA


AUXÍLIO DOUTRINÁRIO
CRISTÃ
1. E starem os onde Deus está. Em
O Novo Céu e a Nova Terra
Apocalipse 21, há uma concretização da
“ É 0 destino final dos salvos: ‘E
jornada cristã em que 0 crente estará
vi um novo céu e uma nova terra.
onde Deus habita, conforme o nosso
Porque já o primeiro céu e a primeira
Senhor disse que viria e nos levaria
terra passaram, e 0 mar já não existe’
para estarmos com 0 Pai (Jo 14.3). Nesse
(Ap 21.1). O céu e a terra que conhec­
lugar, habitaremos com Deus em seu
emos desaparecerão para darem lugar
tabernáculo, pois nós serem os o seu
a uma nova criação. Isso é anunciado
povo e Ele 0 nosso Deus (Ap 21.3). Tudo
desde 0 Antigo Testamento e é rat­
isso se tornará realidade no futuro,
ificado no Novo. O próprio Senhor
quando nossa união com Deus se dará
Jesus Cristo confirmou essa palavra
sem impedimento, cumprindo toda a
profética: ‘O céu e a terra passarão,
expectativa tanto do Antigo quanto do
m as as m inhas palavras não hão
Novo Testamentos (Lv 26.11-12; Ez 43.7;
de p assar’ (Mt 24.35). A promessa
2C0 6.16; Ap 7.15).
divina de que a terra permanece para
2. As lág rim as cessarão. Uma das
sempre significa que sempre haverá
mais gloriosas bênçãos que desfruta­
uma terra, mas não necessariamente
remos no céu é a de que Deus enxugará
a mesma. A palavra profética também
de nossos olhos todas as lág rim a s.
anuncia um novo céu e uma nova
Essas lágrim as simbolizam a tristeza,
terra. Quando for instalado 0 juízo do
o sofrimento, as tragédias humanas e
Grande Trono Branco, o céu e terra
outros diversos m ales que não terão
deixarão de existir: ‘E vi um grande
lugar nessa nova realidade de vida, pois
trono branco e 0 que estava assentado
todas as primeiras coisas são passadas
sobre ele, de cuja presença fugiu a
(1 Co 15.26,54; Is 61.3; 65.19).

ABRIL • MAIO • JUNHO 2024 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR 23


Tudo isso será possível porque haverá deve ser vivida com a mente voltada
também uma transformação no mundo para a realidade eterna do Céu como
físico, de modo que ele será inteiramente verdadeira esperança (Cl 3.2).
transformado e liberto da corrupção,
como Paulo esclareceu a respeito da
redenção do mundo material (Rm 8.21). SINO PSE III
3. O Céu com o repouso eterno. A
O Céu é o lu g a r de re p o u s o do
expressão “ repouso” nada tem a ver
cristão e o fim de n o ssa ca rre ira
com tédio, pois no Céu haverá cons­
espiritual.
tante atividades: adoração (Ap 19.1-8);
serviço (Ap 22.3); ilim itada aprendi­
zagem (l Co 13.12). T ra ta -se de uma
dimensão completamente distinta do CONCLUSÃO
que conhecemos atualmente. Por isso, Para se viver a esperança celestial é
quando afirmam os que o Céu será um preciso nascer de novo, viver em Cristo
lugar de repouso ou de descanso é pelo e transform ar a mente. É preciso ter
fato de que 0 crente descansará de suas uma nova natureza (Jo 3.12). Sem isso,
fatigas, cansaço e exaustão presentes é impossível crer nas coisas espirituais,
hoje (Ap 14.13); estaremos plenamente pois estas só podem ser discernidas
satisfeitos em comunhão uns com os espiritualmente (1 Co 2.14). Portanto,
outros e com o nosso Senhor (Mt 8.11; prossigam os a nossa jornada para o
Ap 19-9 ). Esse lugar de repouso é 0 fim Céu de glória, 0 alvo de todo salvo em
de nossa jornada cristã, é a ex p e ri­ C risto, conform e as re g ra s d ivin as
mentação da morada dos redim idos. estabelecidas na Palavra de Deus (1 Co
Portanto, toda nossa vida cristã atual 9.24; 2 Tm 4.8).

R E V IS A N D O O C O N T E Ú D O

1. Dos três locais aplicados à palavra Céu, qual o mais importante para o
cristão de acordo com a lição?
Dos três locais aplicados à palavra céu, o mais importante para o cristão é o
terceiro, a morada de Deus.
2. O que 0 apóstolo mostra com a expressão a “ nossa pátria está nos céus”?
Ao mencionar essa expressão, o apóstolo mostra que temos uma cidadania
celestial (Ef 2.19).
3. Segundo a lição, como 0 apóstolo João descreve a nova Jerusalém?
O apóstolo João descreve a Nova Jerusalém Celestial como 0 lugar de redimidos
que habitam a gloriosa Cidade.
4. Cite uma das mais gloriosas bênçãos que desfrutaremos no Céu.
Uma das mais gloriosas bênçãos que desfrutaremos no céu é a de que Deus
enxugará de nossos olhos todas as lágrimas.
5. De acordo com a lição, como a nossa vida cristã atual deve ser vivida?
A vida cristã atual deve ser vivida com a mente voltada para a realidade eterna
do Céu como verdadeira esperança (Cl 3.2).

24 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR ABRIL • MAIO • JUNHO 2024


Anotações do Professor

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L E IT U R A S P A R A A P R O F U N D A R

ROBERTJ. MORGAN

os 50
ACONTECIMENTOS
FINAIS NA
HISTORIADA
HUMANIDADE
kttma
jatocstftou
Óasfilfarj

Os 50 Acontecimentos Estudos sobre o


Finais na História da Apocalipse
Humanidade Em busca de respostas às questões
Apocalipse são as palavras escritas no livro de Apocalipse,
finais da Bíblia sobre os últimos nesta obra você encontrará uma
dias do mundo. A chave é solene advertência a todos os
entender sua sequência simples cristãos que se preocupam em
dos cinquenta eventos finais da preparar-se para o breve retorno
história mundial. de Cristo.

ABRIL • MAIO • JUNHO 2024 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR 25


\ r

TEXTO AUREO VERDADE PRATICA


“Andai com sabedoria para A jornada para Céu deve ser
com os que estão de fora, feita com prudência e sabedoria
remindo o tempo.>> num contexto de oposição a
(Cl 4.5) nossa maneira de viver.

L E IT U R A D IÁ R IA

Segunda - Jo 13.15 Quinta - Pv 9.9,10


0 Senhor Jesus como nosso modelo A necessidade da prudência na
de vida caminhada
Terça - Jo 4 34 ; 6.38; 17.4 Sexta - Ef 2.2,3
Fazendo a vontade do Pai na Não podemos trilhar 0 caminho
caminhada dos néscios na jornada
Quarta - 1 Co 9.24-27 Sábado - Cl 4.5
A jornada espiritual semelhante à Remindo 0 tempo ao longo da
de um atleta caminhada
L __________________________________

26 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR ABRIL • MAIO • JUNHO 2024


LEITU R A BÍBLICA EM C L A SSE

Efésios 5.15-17
15 - Portanto, vede prudentemente como 17 - Pelo que não sejais insensatos, mas
andais, não como néscios, mas como sábios, entendei qual seja a vontade do Senhor.
16 - remindo 0 tempo, porquanto os
dias são maus.

F ÍJ Hinos Sugeridos: 2 8 ,12 6 , 378 da Harpa Cristã

PLANO DE AU LA

1. INTRODUÇÃO do crente para lidar com os dias maus


Nesta lição, tratarem os sobre a que não são poucos. Comente sobre
conduta cristã neste mundo enquanto esse preparo espiritual e pergunte
aguardamos 0 grande Dia da Redenção. aos seus alunos o que o crente deve
Para essa jornada, nosso Senhor deixou fazer para se preparar para lidar com
orientações contundentes e necessárias as adversidades.
a fim de que os seus discípulos não C) Sugestão de Método: O segundo
perdessem 0 ânimo, mas suportassem tópico da lição destaca a orientação do
as aflições deste mundo (Jo 16.33). apóstolo Paulo a não andarmos como
Na sequência, veremos também que néscios, mas sim como sábios durante
0 andar do crente deve ser prudente o tempo da nossa peregrinação por
e com sabedoria, principalmente para este mundo. A partir dessa reflexão,
com os que estão de fora. Por fim, a desenhe duas colunas, na lousa, uma
lição aponta que os dias são maus e, denominada de Néscios e a outra, de
por isso, 0 crente deve ter um modo Sábios; e pergunte aos alunos quais
de vida vigilante. são os comportamentos observados
nos néscios e nos sábios. Escreva as
2. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO inform ações em cada coluna re s ­
A) Objetivos da Lição: I) Apontar pectivamente e reforce que viver de
o padrão de conduta cristã descrito modo sábio é ser semelhante a Jesus.
na Palavra de Deus; II) Explicar que a
caminhada cristã deve ser conduzida 3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO
com prudência e sabedoria; III) Advertir A) Aplicação: O apóstolo Paulo
qual deve ser o comportamento do destaca na Carta aos Romanos que não
crente frente aos dias maus. se envergonha do Evangelho de Cristo,
B) Motivação: O maior desafio da pois é 0 poder de Deus para salvação
vida cristã consiste em viver neste de todo aquele que crê (Rm 1.16 ).
mundo de modo santo, justo e agra­ Logo, praticar o Evangelho significa
dável a Deus. Para tanto, a Bíblia ter uma vida transformada de modo
exorta quanto ao preparo espiritual que a conduta da pessoa convertida é

ABRIL • MAIO • JUNHO 2024 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR 27


parecida com a de Cristo. Isso significa B) Auxílios Especiais: Ao final do
que viver o Evangelho não se resume tópico, você encontrará auxílios que
a conhecer as Escrituras Sagradas, e darão suporte na preparação de sua
sim a adotar seus valores e princípios aula: 1) O texto “ Aquele que diz que
como estilo de vida. está nele também deve andar como
ele andou (1 Jo 2.6)” , localizado depois
4. SUBSÍDIO AO PROFESSOR do primeiro tópico, denota 0 estilo
A) Revista Ensinador Cristão. Vale de vida a partir do exemplo de vida
a pena conhecer essa revista que traz de Cristo; 2) O texto “ Compreender
reportagens, artigos, entrevistas e a vontade do Senhor” , ao fin al do
subsídios de apoio à Lições Bíblicas segundo tópico, amplia a reflexão a
Adultos. Na edição 97 , P- 39 , você respeito de discernimento da vontade
encontrará um subsídio especial para de Deus e que isso resulta em uma
esta lição. vida sábia e prudente.

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO para fazer a vontade de Deus nesta


Na jornada da vida cristã 0 Pai Ce­ vida? A palavra “ padrão” expressa uma
lestial estabelece o padrão de conduta norma determinada por consenso, ou
para a vida eterna. Ele sinaliza como por uma autoridade oficial, que se torna
devemos agir ao longo desse ca­ base de com paração consagrada
minho para o Céu. Por isso, como modelo a ser seguido. O
como evidência do seu amor Senhor Jesus ensinou o se­
e cuidado, preparando tudo guinte: “ Porque eu vos dei
para que trilh em os bem exemplo, para que, como eu
0 cam inho da verdade, 0 vos fiz, façais vós também”
Pai nos corrige em nossa (Jo 13-15)- Ora, esse texto
jo rn ad a c ristã . Por isso , expressa que Ele é o nosso
n esta liçã o , estu d are m o s modelo de conduta, 0 nosso
a resp eito de como devem os padrão de vida. Sim, há um padrão
nos conduzir pelo cam inho que nos de conduta que tem como base o nosso
leva ao Céu. Senhor e quem deseja fazer a vontade
de Deus neste mundo deve olhar para
1 - O PADRÃO DE CONDUTA NA Jesus, o autor e consumador da nossa
CAMINHADA CRISTÃ fé (Hb 12.2).
1. Je s u s com o n o s so p a d rã o de 2. Fazendo a vontade de Deus. Como
conduta. Antes de analisarmos 0 texto Filho de Deus, Jesus procurou agradar
bíblico de Efésios 5, cabe-nos refletir ao Pai na jornada desta vida, fazendo
a respeito de um padrão geral de con­ sempre a sua vontade (Jo 4.34; 6.38;
duta para fazer a vontade do Pai nesta 17.4). Não por acaso, nosso Senhor nos
caminhada cristã. Há um padrão que 0 incentivou a buscar a vontade do Pai
Senhor Jesus espera de seus discípulos na oração que Ele ensinou aos discí­

28 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR ABRIL • MAIO • JUNHO 2024


pulos, o “ Pai Nosso” (Mt 6.10; cf. Mt
26.39,42). Aos olhos humanos, parece
vv
muito difícil andar no padrão divino
de Cristo. Entretanto, isso é possível [...] O cristão que deseja
quando buscam os o auxílio do alto, ir para o Céu procura
conforme oração ensinada por Ele (Mt fazer a vontade de Deus,
6.9-13). Logo, 0 cristão que deseja ir
para o céu procura faz er a vontade
deixando de lado o
de Deus, deixando de lado o caminho cam inho do egoísm o, do
do egoísmo, do orgulho e da vaidade; orgulho e da vaid ad e.”
procurando se aproxim ar e praticar
a “ Lei de Ouro” ensinada pelo nosso
Senhor: “ tudo 0 que vós quereis que os
homens vos façam fazei-lho também
vós” (Mt 7.12; cf. Rm 13.8,10).
3. Uma vida cristã bem -sucedida. AUXÍLIO HISTÓRICO-
A respeito da vida cristã, o apóstolo -C U L T U R A L
Paulo disse que estamos numa “ com­
petição espiritual” e, por isso, devemos Aquele que diz que está nele também
procurar o cam inho certo para nos deve andar como ele andou (1 Jo 2.6).
acharmos qualificados (1 Co 9.24-27). “ Andar é periepatesen, uma pala­
Dessa forma, 0 cristão possui um pa­ vra frequentemente usada como uma
drão que o levará a uma vida espiritual im agem do ‘ modo de vid a’ . Quem
bem -sucedida. Sabemos que pessoas mantiver um íntimo relacionamento
bem-sucedidas procuram espelhar-se com Jesu s Cristo irá dem on strar
em outras pessoas ilustres, equilibradas a realidade desse relacionam ento
e resilientes (cf. 1 Co 11.1). Ora, em Cris­ vivendo uma vida cristã. Os tempos
to Jesus temos esse padrão e modelo. dos verbos deixam claro que João está
Ele foi resiliente, equilibrado e ilustre falando a respeito de estilo de vida.
até a morte, de modo que o apóstolo O que se está afirmando não é que
Paulo escreveu sobre o nosso Senhor, essa pessoa está salva, mas que ela
exortando que 0 imitássemos: “ De sorte está vivendo em comunhão com 0
que haja em vós o mesmo sentimento Senhor — que ela ‘está nEle’ . A prova
que houve também em Cristo Jesu s” desta reivindicação — não a prova da
(Fp 2.5; cf. Mt 11.29). reivindicação de ser salva — é que
essa pessoa mantém um modo de
vida cristão. [...] João deixa claro que
os princípios que movem o mundo
estão em conflito direto com Deus e
SINO PSE I com tudo 0 que Ele representa. Desta
forma, ninguém que esteja envolvido
Jesus é 0 nosso modelo de condu­ pela perspectiva que 0 mundo tem
ta, o n osso padrão de vida. na vida irá fazer a vontade de Deus,
nem desfrutar das bênçãos eternas
conhecidas por aqueles que vivem

ABRIL • MAIO • JUNHO 2024 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR 29


vv prudência como virtude que nos permite
agir com cuidado e moderação diante
de situações desafiadoras; é uma razão
Prudência [...] é um a
prática que nos permite discernir entre
razão prática que nos as escolhas mais adequadas para fazer
perm ite d iscernir o bem (Pv 16.16; cf. Tg 5.17).
2. Não andeis como néscios! Apóstolo
entre as escolhas m ais
Paulo diz que não devemos andar como
adequadadas para fazer néscios (Ef 5.15), cujo adjetivo asophos,
o b e m .” traz a ideia de alguém insensato, tolo,
ignorante e embotado (Lc 24.25); mas
como “ sábios” , ou seja, diligente, cuida­
doso e sábio, cheio do Espírito Santo para
fazer a vontade do Senhor. Ser néscio
eternamente” (RICHARDS, Lawrence reflete uma vida de ignorância espiritual,
0 . Comentário Histórico-Cultural do ausência de sabedoria e desprovida de
Novo Testam ento. Rio de Janeiro: luz divina; significa estar imerso numa
CPAD, 2007, pp. 535,36 ). jornada de pecado (Ef 2.2,3). Por isso, o
apelo do apóstolo Paulo para 0 crente
é: “ vede prudentemente como andais”.
Em outras palavras: seja prudente. 0
II - FAZENDO A CAMINHADA apóstolo deixa claro que os que vivem
COM PRUDÊNCIA E SABEDORIA na carnalidade jamais agradarão a Deus
1 .0 que é prudência? Podemos dividir (Rm 8.8).
0 capítulo 5 de Efésios em três partes: 1) a 3. Andeis como sábios! 0 adjetivo
caminhada do cristão em amor (Ef 5.1-14); que Paulo usa para q u alificar quem
2) uma caminhada sábia (Ef 5.15-17); 3) caminha para 0 céu é “ sábio” , do grego
uma trajetória cheia do Espírito Santo sophós, uma pessoa hábil, perita. Esse
(Ef 5.18-33). Aqui, nos deteremos na adjetivo descreve em essência a vida do
segunda parte. Em Efésios 5, 0 apóstolo cristão dirigida pelo Espírito Santo. Ora,
Paulo ensina a respeito da caminhada os que andam no Espírito, caminham
do cristão neste mundo. Neste capítu­ na luz, na santidade e tem sabedoria
lo, a palavra “ prudência” se destaca. (Ef 1.8; Cl 4.5). Por meio da luz divina,
De acordo com o Antigo Testamento, que habita o crente, seu andar é com
a palavra “ prudência” tem conotação discernimento, a sabedoria realmente o
de com preensão, discernim ento (Pv faz distinguir entre o que deve ou não
9.9). Em provérbios 9.10, quando se diz fazer. Há um compromisso de jam ais
que o justo “ crescerá em prudência” , 0 vo ltar a conduta an tiga do mundo.
termo traz a ideia de ensino, instrução Contudo, é relevante compreender que
e capacidade para ensinar. No Novo essa sabedoria não é humana, não surge
Testamento, a palavra remete a algo de cursos acadêmicos; ela é espiritual,
que Deus derramou sobre nós, ou seja, vem de cima. Por meio dessa sabedoria,
“ toda a prudência” , entendimento, co­ andamos em santidade (Hb 12.14) e nos
nhecimento e amor à vontade de Deus tornamos semelhantes a Jesus (1 Jo 3.2;
(Ef 1.8). Então, podem os conceituar Gl 3.26).

30 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR ABRIL • MAIO • JUNHO 2024


vv
SINOPSE II
A perspectiva da
A sabedoria no crente o faz discer­
im inente vo lta do nosso
n ir entre o que deve ou não fazer.
Senhor faz com que não
percam os tem po com
coisas b an a is.”
AUXÍLIO BÍBLICO-TEOLÓGICO

Compreender a vontade do Senhor


“ Enquanto fazer o m elhor uso
das oportunidades está relacionado à III - VENCENDO OS DIAS MAUS
diligência ou à sabedoria, compreender 1. Remindo o tempo. O versículo 16
a vontade do Senhor está relacionado de Efésios 5 apresenta o verbo rem ir
ao discernimento. A sabedoria na vida como tradução do grego exagorázõ.
diária reside na vontade de Deus; e ao Ele possui dois sentidos: 1) redim ir,
procurar discernir esta vontade, deve­ resgatar do poder de outro pelo paga­
mos sempre distinguir entre o que está mento de um preço; 2) comprar para
relacionado ao geral e ao particular. O uso próprio. Então, podemos dizer que
primeiro é encontrado nas Escrituras, remir é uma expressão usada para se
por exem plo, Deus não quer ‘ que referir à sabedoria dos compradores
alguns se percam, senão que todos que esperavam 0 momento certo para
venham a arrepender-se’ (2 Pe 3.9). comprar de acordo com o melhor preço
Esse seu desejo particular pela vida oferecido pelo mercado. Com a expressão
de cada pessoa poder ser conhecido “ remindo 0 tempo” , 0 apóstolo Paulo
através dos princípios das Escrituras, se refere ao cristão que se conduz de
dos conselhos com unitários ou da maneira proveitosa e sábia no contexto
sabedoria, da oração e da orientação deste mundo (Ef 5.16; cf. Cl 4.5).
que nos foram revelados pelo Espírito 2. Rem indo o tem po e a Volta do
Santo. ‘Confia no Senhor de todo 0 teu Senhor. Quando se falava a respeito
coração e não te estribes no teu próprio de rem ir o tem po entre os cristão s
entendimento. Reconhece-o em todos prim itivos, estes tinham em mente a
os teus caminhos, e ele endireitará as iminência da segunda vinda do Senhor
tuas veredas’ (Pv 3.5, 6). Quando toda Jesus, ou seja, esse esperado aconte­
nossa vida está relacionada à vontade cimento poderia acontecer a qualquer
de Deus, em suas dimensões geral e m om ento (1 Co 15 .51). Por isso , os
particular, então estaremos vivendo de cristãos eram incentivados a procurar
forma prudente e sábia” (Comentário sabiamente aproveitar todas as opor­
Bíblico Pentecostal Novo Testamento. tunidades, em especial, no sentido de
Vol. 2. Romanos—Apocalipse. Rio de se prepararem espiritualm ente para
Janeiro: CPAD, 2003, pp. 450, 451). aquele dia. A ssim , a perspectiva da
iminente volta do nosso Senhor faz com

ABRIL • MAIO • JUNHO 2024 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR 31


que não percamos tempo com coisas
banais; antes, nos exorta a viver de SINOPSE III
m aneira sábia, santa e piedosa, pois O cren te d eve fo rta le c e r a su a
o Senhor Jesus pode voltar a qualquer v id a e s p iritu a l p a ra lid a r com
momento (1 Ts 4.15). as adversidades dos dias m aus.
3. Os dias são maus. Outra expressão
que chama atenção é “os dias são maus”
(Ef 5.16). Ela revela que estamos inseridos
numa sociedade dominada pelo pecado, CONCLUSÃO
que pode tomar 0 nosso tempo e nos Em nossa caminhada para as man­
levar a prática do mal. Não podemos sões celestia is precisam os segu ir 0
nos conformar com essa possibilidade, padrão divino, isto é, as normas deter­
não podemos ser insensatos a tal ponto, minadas pelo Pai, que estão inseridas
mas entender “ qual seja a vontade de em sua Palavra (2 Tm 3.16). É preciso
Deus” (Ef 5.17). Desse modo, a vontade viver sábia e prudentemente, aprovei­
de Deus tem a ver com, como cristãos, tando bem as oportunidades de fazer
aproveitarmos 0 tempo para fortalecer o bem, e não deixarm o-nos dominar
nossa vida espiritual, praticar o bem pelos dias maus, na certeza de que a
para com os outros, ler a Bíblia, orar, se Vinda do Senhor se aproxima e, isso, nos
consagrar e congregar (Gl 6.10; Hb 10.25). incentiva de maneira santa (Hb 12.14).

REVISANDO O CONTEÚDO

1. O que a palavra “ padrão” expressa?


A palavra “ padrão” expressa uma norma determinada por consenso, ou por
uma autoridade oficial, que se torna base de comparação consagrada como
modelo a ser seguido.
2. Como 0 capítulo 5 da Carta aos Efésios pode ser dividido?
Podemos dividir capítulo 5 de Efésios em três partes: 1) a caminhada do
cristão em amor (Ef 5-1- 14); 2) uma caminhada sábia (Ef 5 -15- 17); 3) uma
caminhada cheia do Espírito Santo (Ef 5.18 -33).
3. De acordo com a lição, conceitue as palavras “ prudência” e “ néscio” .
Podemos conceituar prudência como virtude que nos permite agir com
cuidado e moderação diante de situações desafiadoras; é uma razão prática
que nos permite discernir entre as escolhas mais adequadas para fazer o
bem (Pv 16.16; cf. Tg 5.17).
4. Explique a expressão “ rem ir” .
Remir é uma expressão usada para se referir à sabedoria dos compradores
que esperavam 0 momento certo para comprar de acordo com 0 melhor
preço oferecido pelo mercado.
5. O que a expressão “ os dias são m aus” revela?
Essa expressão revela que estamos inseridos numa sociedade dominada
pelo pecado, que pode tomar o nosso tempo e nos levar a prática do mal.

32 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR ABRIL • MAIO • JUNHO 2024


LIÇÃO 5
5 de Maio de 2024

OS INIMIGOS DO CRISTÃO

\ ç
TEXTO ÁUREO
VERDADE PRÁTICA
“ Se vivemos no Espírito,
Na jornada da fé há inimigos
andemos também no
que tentam nos atrapalhar:
Espírito. Não sejamos cobiçosos
0 Diabo, a Carne e 0 Mundo;
de vanglorias, irritando-nos uns
mas em Cristo somos mais
aos outros, invejando-nos uns
que vencedores.
aos outros.,> (Gl 5 25,26)
V__________ __________ J
LEITURA DIÁRIA

Segunda - Mt 13.39; Lc 11.18 Quinta - 1 Jo 2.16


A realidade bíblica do Inimigo de Concupiscência da carne, dos olhos
nossas almas e soberba da vida
Terça - Mt 4 .1-12 Sexta - Jo 12.31; 15.18
Como tentador, 0 Diabo atua para 0 mundo como sistema que
desestabilizar 0 crente procurar oprimir 0 crente
Quarta - Gl 5.19; 6.8 Sábado - Tg 5.7
A realidade bíblica da Carne como É preciso sujeitar-se a Deus e
inimiga da jornada resistir 0 Diabo
L __________________________________ ____________________________________ A

ABR IL • MAIO • JUNHO 2024 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR 33


LEITU RA BÍBLICA EM CLASSE

Romanos 6.11-14; i João 2.15-17


Romanos 6 14 - Porque 0 pecado não terá domínio
11 - Assim também vós considerai-vos sobre vós, pois não estais debaixo da lei,
como mortos para o pecado, mas v i­ mas debaixo da graça.
vos para Deus, em Cristo Jesus, nosso
Senhor. íjo ã o 2
12 - Não reine, portanto, 0 pecado em 15 - Não ameis 0 mundo, nem 0 que no
vosso corpo mortal, para lhe obedecerdes mundo há. Se alguém ama 0 mundo, 0
em suas concupiscências; amor do Pai não está nele.
13 - nem tampouco apresenteis os vossos 16 - Porque tudo 0 que há no mundo, a
membros ao pecado por instrumentos de concupiscência da carne, a concupiscência
iniquidade; mas apresentai-vos a Deus, dos olhos e a soberba da vida, não é do
como vivos dentre mortos, e os vossos Pai, mas do mundo.
membros a Deus, como instrumentos 17 - E 0 mundo passa, e a sua concupis­
de justiça. cência; mas aquele que faz a vontade de
Deus permanece para sempre.

Hinos Sugeridos: 4, 33, 5 8 1 da Harpa Cristã

PLANO DE AULA

1. INTRODUÇÃO lavra “ carne” ; III) Apresentar 0 termo


A Palavra de Deus identifica três “ mundo” , enfatizando os três níveis de
grandes inimigos que se colocam dian­ vícios infames de acordo com a lição.
te de nós ao longo de nossa carreira B) M otivação: Tem os in im igos
cristã: 0 Diabo, a Carne e 0 Mundo. que nos atacam de maneira externa:
Por isso, nesta lição, estudarem os O Diabo e o Mundo; e um inimigo que
cada um desses inimigos, 0 conceito nos afronta do ponto de vista interno: a
bíblico de cada um deles, e como, do Carne. Ambos os inimigos constituem
ponto de vista doutrinário, a Bíblia uma oposição que nos enfrenta tanto
nos orienta a lidar com esses inim i­ do ponto de vista externo quanto do
gos. Diante de nossa jornada para 0 interno. Quantas ciladas o Inimigo já
Céu, nos deparamos com esses três armou para nós? Quantas armadilhas
inimigos. Dessa forma, devemos estar o sistema do mundo planeja para nos
biblicamente instruídos e, espiritual­ afrontar? Quantas tentações por meio
mente preparados, para enfrentá-los de pensamentos, sentimentos e vontade
ao longo da caminhada com Cristo. estão a todo tempo nos confrontando?
C) Sugestão de Método: Após fazer
2. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO uma pequena revisão da aula anterior,
A) Objetivos da Lição: I) Identificar
inicie a aula de hoje perguntando se 0
0 primeiro inimigo do Cristão: o Diabo; crente tem inimigo. Dê oportunidade
II) Explicar 0 conceito bíblico da pa­ para cada aluno(a) falar livremente a

34 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR A BRIL • MAIO • JUNHO 2024


respeito da pergunta colocada para rança para su perá-los ao longo da
ele(a). Controle bem o tempo para nossa carreira.
que a aula não seja prejudicada. Cin­
co minutos são suficientes para essa 4. SUBSÍDIO AO PROFESSOR
atividade. Em seguida, introduza o A) Revista Ensinador Cristão. Vale
assunto lição, dizendo que a Palavra a pena conhecer essa revista que traz
de Deus nos mostra que o crente não reportagens, artigos, entrevistas e sub­
tem as pessoas como inimigas, mas sídios de apoio à Lições Bíblicas Adultos.
sim os principados, potestades, prín­ Na edição 97 , p.38, você encontrará
cipes das trevas e hostes espirituais da um subsídio especial para esta lição.
maldade que procuram induzir pessoas B) Auxílios Especiais: Ao final do
ao pecado e a rebelar-se contra Deus. tópico, você encontrará auxílios que
darão suporte na preparação de sua
3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO aula: 1) O texto “ Demônios” , localizado
A) Aplicação: Nossos alunos pre­ depois do primeiro tópico, destaca iden­
cisam sair desta aula com plena tidade dos demônios para aprofundar 0
consciência de que temos inim igos tópico; 2) O texto “ Os Atos da Natureza
perigosos que têm como propósito Pecaminosa e 0 Fruto do Espírito” , ao
de nos rem over do cam inho para final do segundo tópico, expande a
o Céu. Uma vez fortalecidos pelo reflexão a respeito da “ carne” como
Espírito Santo, tenhamos perseve­ 0 segundo inimigo do cristão.

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO o primeiro livro da Bíblia. No Antigo


Na jornada da vida cristã nos depa­ Testamento, as ações de Satanás são
ramos com perigos que ameaçam descritas em Gênesis, 1 Crônicas,
a trajetória do nosso caminho a ^ Jó, Salmos, Isaías, Ezequiel e
para o céu. Nela, encontrare- /jLI Zacarias. O Novo Testamento
mos três inimigos que bus- mostra a atuação do Diabo
Palavra-Chave por cerca de 25 vezes das 29
cam nos atrapalhar: 0 Diabo,
a carne e 0 mundo. O Diabo e Inimigos passagens dos Evangelhos
em que Jesus 0 menciona.
mundo estão do lado externo
de nossa trajetória; a carne, Em seu m inistério, nosso
porém, está do lado de dentro: Senhor atesta a realidade de
é a nossa natureza pecaminosa. Por Satanás (Mt 1339; Lc 11.18).
isso, nesta lição, estudaremos esses três 2. A descrição de Satanás. As Escri­
inimigos da Jornada da Vida Cristã. turas Sagradas descrevem Satanás como
um ser espiritual que pertencia a uma
ordem angelical dos querubins, sendo
I - O PRIMEIRO INIMIGO DO o m ais exaltado deles (Ez 28 .12,14 ).
CRISTÃO: O DIABO Em Judas 9, por ele pertencer a uma
1. O Diabo é real. A existência doordem elevada, está registrado que o
Diabo como pessoa é descrita desde Arcanjo Miguel contendeu com Satanás

ABR IL • MAIO • JUNHO 2024 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR 35


vv
A existência do Diabo como SINOPSE I
pessoa é descrita desde o 0 primeiro inimigo do cristão, o
primeiro livro da Bíblia.” Diabo, é descrito na Bíblia como
um ser real.

a respeito do corpo de Moisés, mas não


ousou pronunciar juízo de maldição
AUXÍLIO BÍBLICO -TEOLÓGICO
contra ele. De fato, Satanás é o chefe dos
anjos caídos. Ele possui poder, porém,
“ DEMÔNIOS. [...] Os demônios
suas ações estão limitadas, mas é visto
são seres que têm personalidade e
como o deus deste século, o príncipe
inteligência. Como membros do reino
da potestade do ar (2 Co 4.4; Ef 2.2).
de Satanás (veja Mt 12.26), eles fazem
Também podemos afirmar que Satanás
parte de um império maligno alta-
é um ser que possui personalidade, ou
mente organizado, que tem autoridade
seja, ele tem inteligência (2 Co 11.3),
sobre ‘as potestades do ar’ (Ef 2.2).
raiva (Ap 12.17), desejos (Lc 22.31) e
Como agentes da promulgação dos
vontade própria (Is 14.13,14; 2 Tm 2.26).
propósitos de Satanás, os demônios
Nosso Senhor considerava Satanás como
são inim igos de Deus e dos seres
uma pessoa e, por isso, usou pronomes
humanos (Mt 12.43-45). Os espíritos
pessoais para se referir a ele (Mt 4.1-12;
demoníacos são completamente m a­
cf. Jó 1.6 -12; 2.1-4).
lignos, mal-intencionados, e estão sob
3. A identidade do Inimigo. Podemos
a autoridade de Satanás (veja Mt 4.10,
conhecer 0 Inimigo por meio dos no­
nota). A fim de vencer os esquemas e
mes que a Bíblia usa para descrevê-lo:
as tentações de Satanás e suas forças
Serpente, refere-se a sua sagacidade
demoníacas, os cristãos devem travar
e astúcia (Gn 3.1; Ap 12.9); Satanás,
uma contínua guerra espiritual contra
mencionado 52 vezes, adversário ou
eles (veja Ef 6.12, nota).
opositor (Zc 3.1; Mt 4.10; Ap 20.2); Dia­
[...] Os demônios podem causar
bo, aparece 35 vezes, acusador (Mt 4.1;
enferm idades e doenças físicas ao
Ef 4.27); Maligno, revela o seu caráter
corpo humano (Mt 9 .3 2 -3 3 ; 12.22;
(1 Jo 5.18,19); Dragão Vermelho, revela
17 .14 -18 ; Mc 9 .2 0 -2 2 ; Lc 13 .11,16 ),
sua ferocidade (Ap 12.3,7,9,10); Tentador,
embora não possa ser afirmado, de
ação tentadora no campo da mentira e
maneira nenhuma, que toda doen­
da imoralidade (At 5.3; 1 Co 7.5); Enga­
ça e enferm idade sejam resultado
nador (Ap 12.9; 20.2,3); Belzebu, chefe
de espíritos malignos (Mt 4.24; Lc
dos demônios (Lc 11.15); Belial, pessoa
5.12-13” (Bíblia de Estudo Pentecostal
má, sem valor (Jz 19.22; 1 Sm 30.22;
Edição Global. Rio de Janeiro: CPAD,
2 Co 6.15). Esses nomes revelam uma
2022, p.1707).
natureza cruel, perversa e destruidora
do nosso Inimigo.

36 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR A BRIL • MAIO • JUNHO 2024


II - O SEGUNDO INIMIGO DO uma referência direta à totalidade da
CRISTÃO: A CARNE natureza humana pecaminosa, à parte
1. Conceito bíblico de carne. Há qua­ de Deus, degradada, sem a presença
tro definições para a palavra “ carne” do Espírito Santo. Em suas cartas, o
na Bíblia: 1) o tecido muscular do corpo apóstolo Paulo evidencia o que uma
humano e dos anim ais (Gn 2.21); 2) o natureza dom inada pela carne pode
corpo humano inteiro (Êx 4.7); 3) 0 ser produzir (G1 5.19-21; Cl 3 5 ,9). A carne
humano segundo a sua fragilidade e opõe-se a Deus e aos seus propósitos,
mortalidade (SI 78.39); 4 ) a natureza hu­ pois ela tenciona cam inhar de modo
mana pecaminosa (G1 5.19; 6.8). Dentre independente do Altíssimo; seu desejo
muitas perspectivas da palavra carne e vontade estão fora dos planos divinos,
na Bíblia, a expressão “ concupiscência ela faz com que o ser humano aja como
da carne” tem grande relevância (1 Jo se fosse 0 próprio Deus.
2.16). Quando o apóstolo João usa esse 3. A perspectiva doutrinária da pala­
termo, ele se refere à satisfação carnal vra carne. Doutrinariamente, a “ carne”
em todas as suas dimensões: glutona- é a natureza humana depois da queda de
rias, sensualidade, bebedeira, relações Adão. Como vimos, a expressão “ carne”
sexuais ilícitas. A expressão revela que pode ser usada para se referir ao corpo
não há critério ou norma moral num hum ano (1 Co 15.39), m as tam bém à
contexto em que a busca pelo prazer natureza pecaminosa (Rm 8.6). Nesse
individual dita a tendência. É o egoísmo sentido, embora uma mesma palavra
em grau elevado. possa trazer sentidos diferentes, não
2. A C arne no Novo T estam en to. há razão de confundir-se entre “ carne”
Na perspectiva do Novo Testamento, como corpo e “ carne” como natureza
o termo grego sárx, isto é, “ carne” , é pecaminosa, pois 0 que é produzido pela

AM PLIAN D O O CONHECIM ENTO

“ Como é que Deus, como 0 Senhor so­


berano, permitiría a existência de tamanha
oposição? [...] Na estratégia da redenção, a
tolerância divina quanto à oposição satânica
é só provisória; não faz parte do processo da
redenção da humanidade. Pelo contrário: a
vontade de Deus é que todos triunfemos sobre
a oposição satânica. Deus não está secreta­
mente por trás das obras de Satanás, embora
possa obrigar tais obras a concorrerem para
a redenção do homem. M as não há nada
em comum entre Satanás e Deus.” Amplie
mais o seu conhecimento, lendo a Teologia
Sistem ática: Uma Perspectiva Pentecostal,
editado pela CPAD, pp.208-10.

ABRIL • MAIO • JUNHO 2024 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR 37


natureza pecaminosa, logo, é reconhe­ matá-la, espiritualmente, por meio de
cido; como por exemplo: a idolatria é uma contínua batalha espiritual que
uma obra da carne,ou seja, da natureza os cristãos devem travar e vencer pelo
humana pecaminosa (G1 5.20). poder do Espírito Santo [...]” (Bíblia
de Estudo Pentecostal Edição Global.
Rio de Janeiro: CPAD, 2022, p.2166).
SIN O PSE II
O segund o in im igo do cristão , a
Carne, pode se referir ao corpo, mas III - O TERCEIRO INIMIGO DO
também a natureza humana caída. CRISTÃO: O MUNDO
1. Perspectivas bíblicas da palavra
“ mundo” . Há cinco conotações bíblicas
para a palavra mundo: 1) a terra (Sl 24.1);
2) o conjunto das nações conhecidas (1
AUXÍLIO BÍBLICO -TEOLÓGICO
Rs 10.23); 3) a raça humana (Sl 9-8; Jo
3.16); 4) 0 universo (Rm 1.20); 5) os que
“ Os Atos da Natureza Pecaminosa
se opõem a Deus. Esses têm o Diabo
e o Fruto do Espírito
como chefe e vivem na impiedade (Jo
Não há passagem na Bíblia que
12.31; 15.18). De modo geral, a Bíblia
mostre um contraste mais claro entre
usa a palavra “ mundo” para descrever
o modo de vida dos crentes cheios do
duas grandes realidades: a) o plane­
Espírito Santo (isto é, aqueles que têm
ta Terra em que habitamos (Sl 19.4);
o Espírito de Deus vivendo neles, Jo
b) as pessoas que vivem de m aneira
3.5; Rm 8.9; l Co 6.19; 2 Co 1.22; l Jo
independentes de Deus. A passagem
4.13) e 0 das pessoas ainda controladas
de 1 João 2.15, quando diz para “ não
pela sua natureza, que Gl 5 .16 -2 6 .
amarmos o mundo” , a ideia é a de uma
Paulo comenta as diferenças gerais
sociedade separada de Cristo e que se
dos modos de vida, enfatizando que 0
manifesta contrariamente a Deus, pois
Espírito de Deus está em guerra contra
está dominada pelos vícios mais in fa­
a natureza humana pecadora. Paulo
mes, e cujas ações não condizem com
também incluía uma lista específica
a vontade de Deus. Na epístola, esses
tanto dos atos da natureza pecaminosa
vícios são classificados em três níveis:
(isto é, rebelde e desafiadora a Deus),
concupiscência da carne, concupiscência
como os frutos (isto é, os traços de
dos olhos e a soberba da vida.
caráter, os efeitos) do Espírito.
2. Três níveis de vícios infam es. As
A ‘ natureza pecam inosa’ , ou a
concupiscências da carne, dos olhos e
‘carne’ (gr. sarx), indica a natureza
a soberba da vida são níveis de vícios
humana com os seus desejos corruptos
infam es que todo cristão encontrará
e a sua tendência de desafiar a Deus e
diante de sua jornada:
seguir 0 seu próprio caminho. [...] Os
a) A concupiscência da carne. A con­
que seguem as tendências e os com­
cupiscência da carne tem a ver com
portamentos da natureza pecaminosa
a natureza hum ana com pletam ente
não podem fazer parte do reino de Deus
dom inada pelo pecado, corrompida,
(Gl 5.21). Por esse motivo, é preciso
decaída, todo ato do corpo para fins
resistir a esta natureza pecaminosa e
maléficos e imorais.

38 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR ABRIL • MAIO • JUNHO 2024


b) A concupiscência dos olhos. A concu- temos a sublime promessa: “ ele fugirá
piscência dos olhos tem a ver com tudo de vós” (Tg 5.7).
o que envolve a mente e a imaginação.
Ela cria o desejo pelas coisas pecami­
nosas oferecidas pela mídia, música,
filmes, literatura, a arte para ceder aos SINO PSE III
desejos carnais. O terceiro in im igo do cristão , o
c) A soberba da vida. Esse nível de vício Mundo, apresenta três n íveis de
expressa a autoglorificação do homem vícios infam es: a concupiscência
no pecado, denotando seu egoísm o, da carne, dos o lhos e a soberba
van glo ria e ateísm o. É o hom em da da vid a.
atualidade desprezando o Criador em
oposição deliberada.
3. Vencendo o mundo. Há um sis­
tema carnal que age sob o controle do CONCLUSÃO
M aligno, que busca nos rem over do O apóstolo Pedro nos adverte a res­
caminho que leva ao céu por meio de peito do plano do Inimigo em nos tragar
ideologias anticristãs, estilos de vidas (1 Pe 5.8) com o objetivo de destruir a
que não glorificam a Deus e form as obra realizada por Cristo em nossas
contrárias aos valores do Evangelho. vidas. Ele quer enfraquecer a nossa ca­
Para vencer essas investidas é preciso minhada rumo aos céus. A ação diabólica
ter uma vida cheia do Espírito (Ef 5.18). é feita mediante aos ataques do Inimigo.
É preciso também viver plenamente em Então, para não ceder aos seus ardis,
Cristo Jesus, fazendo a vontade de Deus precisamos viver constantemente sob a
(Mt 7.21). Sendo assim, precisamos nos presença do Espírito Santo, preparados
sujeitar a Ele, resistir ao Diabo, pois e fortalecidos em Deus (Gl 5.16; Ef 6.10).

R E V IS A N D O O C O N T E Ú D O

1. O que o Senhor Jesus atestou em seu ministério?


Em seu ministério, nosso Senhor atesta a realidade de Satanás (Mt 13.39; Lc 11.18).
2. Cite ao menos três nomes em que podemos conhecer 0 Inimigo na Bíblia.
Serpente, adversário e Maligno.
3. O que a expressão “ concupiscência da carne” revela?
A expressão revela que não há critério ou norma moral num contexto em que
a busca pelo prazer individual dita a tendência. É 0 egoísmo em grau elevado.
4. Qual a perspectiva do Novo Testamento em relação a palavra grega sárx,
ou seja, carne?
Na perspectiva do Novo Testamento, 0 termo grego sárx, isto é, “ carne” , é
uma referência direta à totalidade da natureza humana pecaminosa, à parte
de Deus, degradada, sem a presença do Espírito Santo.
5. De acordo com a lição, quais são os três níveis de vícios infames?
A concupiscência da carne, concupiscência dos olhos e a soberba da vida.

ABRIL • MAIO • JUNHO 2024 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR 39


12 de Maio de 2024

Bíblia

AS NOSSAS ARM AS
ESPIRITUAIS
r ~
TEXTO ÁUREO VERDADE PRÁTICA
“Porque as armas da nossa Diante da batalha
milícia não são carnais, mas, espiritual, temos poderosas
sim, poderosas em Deus, para armas espirituais a nossa
destruição das fortalezas.” disposição: a Palavra de
(2 Co 10.4) Deus, a Oração e 0 Jejum.

\ _________________________

L E IT U R A D IA R IA

Segunda - Ef 6.1,2 Quinta - SI 55.17; Ef 6.18


As arm as do crente são espirituais e A Oração, uma arma espiritual
devem ser usadas na jornada indispensável
Terça - l Pe 5 8 Sexta - Mt 4.1-4 ; At 13.2,3
O Inimigo apresenta diversas O Jejum, um instrumento espiritual
estratégias contra nós indispensável na caminhada
Quarta - Mt 4.4; 1 Pe 2.2 Sábado - 2 Tm 3.16; Jo 17.9,20-22;
A Palavra de Deus, uma poderosa At 14.23
arma espiritual Estudando a Palavra, orando e jejuando

40 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR ABRIL • MAIO • JUNHO 2024


LEITU RA BÍBLICA EM CLASSE

Lucas 4.1-4,16-20
Lucas 4 gundo 0 seu costume, na sinagoga e
l - E Jesus, cheio do Espírito Santo, vol­ levantou-se para ler.
tou do Jordão efo i levado pelo Espírito 17 - E fo i-lh e dado 0 livro do profeta
ao deserto. Isaías; e, quando abriu 0 livro, achou 0
2 - E quarenta dias foi tentado pelo diabo, lugar em que estava escrito:
e, naqueles dias, não comeu coisa alguma, 18 - 0 Espírito do Senhor é sobre mim,
e, terminados eles, teve fome. pois que me ungiu para evangelizar os
3 - E disse-lhe o diabo: Se tu és o Filho pobres, enviou-me a curar os quebran-
de Deus, dize a esta pedra que se trans­ tados do coração,
forme em pão. 19 - a apregoar liberdade aos cativos, a dar
4 - E Jesus lhe respondeu, dizendo: Escrito vista aos cegos, a pôr em liberdade os opri­
está que nem só de pão viverá 0 homem, midos, a anunciar 0 ano aceitável do Senhor.
mas de toda palavra de Deus. 20 - E, cerrando 0 livro e tornando a
16 - E, chegando a Nazaré, onde fora dá-lo ao ministro, assentou-se; e os olhos
criado, entrou num dia de sábado, se­ de todos na sinagoga estavam fitos nele.

Hinos Sugeridos: 212, 225, 305 da Harpa Cristã

PLANO DE AULA

1. INTRODUÇÃO a respeito das três principais armas


Travam os uma grande Batalha espirituais do crente; III) M ostrar
Espiritual. Essa batalha não é contra Je su s C risto como 0 n osso m aior
pessoas, mas contra principados e po- m odelo de quem usou as arm a s
testades no mundo espiritual. Por isso, espirituais.
nossas armas não podem ser humanas B) Motivação: A Batalha Espiri­
nem carnais. Na Batalha Espiritual tual é real. Por isso, para lutarmos
lutamos com armas espirituais. Por essa batalha, devemos usar as armas
isso, nesta lição estudaremos sobre a espirituais. Nesse caso, 0 crente em
realidade dessa batalha, mostraremos Jesus vence as suas lutas com o uso
a três grandes armas espirituais que 0 da Palavra de Deus, do Jejum e da
crente tem a sua disposição e 0 maior Oração. Essas são as armas legítimas
modelo que temos em Jesus no uso de todo salvo em Cristo. Que armas
dessas “ armas celestiais” . você tem usado na Batalha Espiritual?
C) Sugestão de Método: Inicie a
2. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO exposição do segundo tópico, dizendo à
A) classe que na história do Cristianismo
Objetivos da Lição: I) Enfatizar
0 sentido que as arm as do crente três disciplinas sempre estiveram em
recebem nas Escrituras; II) Esclarecer destaque: a meditação na Palavra de

ABRIL • MAIO • JUNHO 2024 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR 41


Deus, a prática da oração e a prática e orar. Por meio dessas disciplinas
do jejum . Essas disciplinas sempre espirituais temos experiências glo­
acompanharam o ministério pastores, riosas com Deus. Assim, nossa vida
evangelistas e avivalistas ao longo do com Cristo nunca mais é a mesma.
tempo. Por isso, peça aos alunos que
digam o que eles pensam a respeito 4. SUBSÍDIO AO PROFESSOR
do valor dessas disciplinas para as A) Revista Ensinador Cristão. Vale
suas vidas. Dê um tempo para eles se a pena conhecer essa revista que traz
expressarem e os ouça com atenção. reportagens, artigos, entrevistas e
Em seguida, enfatize que essas dis­ subsídios de apoio à Lições Bíblicas
ciplinas espirituais estão presentes Adultos. Na edição 97, p .39 , você
como prática na Bíblia e confirmadas encontrará um subsídio especial para
ao longo da história. Assim, informe esta lição.
que o propósito de estudarmos sobre B) Auxílios Especiais: Ao final do
elas é para que essas disciplinas es­ tópico, você encontrará auxílios que
tejam presentes em nossa vida como darão suporte na preparação de sua
estavam no ministério de Jesus, da aula: 1) O texto “ Contra as astutas
Igreja Primitiva e dos grandes líderes ciladas do Diabo” , localizado depois
de nossa história. do primeiro tópico, destaca a batalha
espiritual do crente para aprofundar o
3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO tópico; 2) O texto “ Jejuando quarenta
A) Aplicação: Conclua a lição desta dias” , ao final do segundo tópico, ex­
semana, afirmando que precisamos pande a reflexão a respeito da prática
meditar na Palavra de Deus, jejuar piedosa do Senhor Jesus.

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO I - AS ARMAS DO CRENTE


Na lição anterior, estudamos a res­ 1. As a rm a s. De modo geral, po­
peito de três opositores que se m os­ dem os c la s s ific a r as a rm a s com o
tram como obstáculos de nossa in stru m en tos de ataque e de
jornada: 0 Diabo, a Carne e o d efesa. Nas E scritu ra s, os
Mundo. Nesta lição, enfati­ principais instrumentos de
zaremos três armas, isto é, ataque são: espada (l Sm
recursos espirituais em que 17.45); vara (SI 23.4); funda
todo crente precisa lançar ----- f (l Sm 17.40); arco e flecha
mão diante dos obstáculos da (2 Rs 13.15); lança (Js 8.18);
jornada: a Palavra de Deus, a e dardo (2 Sm 18.14). Os de
Oração e 0 Jejum. Desde o início defesa são: escudo (Ef 6.16),
de nosso andar com Cristo, estamos capacete (lSm 17.5), couraça (l Sm
diante de uma batalha espiritual que 17.5) e can eleiras (l Sm 17.6). E ssas
só terá fim com o Arrebatam ento da arm as eram u sadas pelos exércitos
Igreja para o céu. antigos, bem como pelo exército de

42 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR ABRIL • MAIO • JUNHO 2024


Israel, com a diferença de que este era
instado a colocar a sua confiança no
SINOPSE I
Senhor (SI 20.7). Entretanto, para os
cristãos, “ arm as” aqui tem um sentido As a rm a s do cren te devem ser
m etafórico, pois nosso combate não u sad as con tra as e stra té g ia s
é de corpo a corpo com outra pessoa, do In im igo, o ch efe de toda
m as contra o m al encabeçado pelo força do m al.
Diabo e seus demônios, que se valem
do Mundo e da Carne.
2. As estratég ias do Inim igo. Não
podemos desprezar 0 conhecimento a
respeito da força do Inimigo de nos­ AUXÍLIO BÍBLICO-TEOLÓGICO
sas alm as. O Novo Testamento revela
o que o Diabo é capaz de fazer para “ [Efésios] 6 .11 Contra as astutas
ludibriar as pessoas: arrebatar a boa ciladas do Diabo. Os cristãos estão
Palavra do coração (Mt 13.19); buscar envolvidos em um conflito espiri­
altas posições com m entiras (At 5.3); tual com 0 m aligno. Este conflito
u sar pessoas para tra ir (Lc 22.3,4); é descrito como uma guerra de fé
escravizar (2 Tm 2.26); enfraquecer a (2 Co 10.4; 1 Tm 1.18 - 19 ; 6.12) que
fé do crente (Lc 22.32); enganar com continua até que eles passam da vida
doutrinas demoníacas (1 Tm 4.1). Não presente e entram na vida porvir (2 Tm
por acaso, 0 apóstolo Pedro nos alertou 4 .7 -8 ; veja G1 5.17, nota). Satanás
a respeito da sagacidade do Inimigo: é um m estre estrategista que visa
“ Sede sóbrios, vigiai, porque o diabo, nos ferir e destruir por meio de suas
vosso adversário, anda em derredor, várias ciladas. Instigar a divisão da
bramando como leão, buscando a quem igreja e a descrença nas promessas de
possa tragar” (1 Pe 5.8). Deus está entre ‘as ciladas do diabo’ .
3. O chefe de toda força do m al. O As estratégias de Satanás incluem
apóstolo Paulo escreve claramente que o 0 desânim o, a tentação, a falta de
Diabo é 0 chefe de todos os poderes das perdão, 0 medo, a acusação, a atitude
trevas que batalham contra nós (Ef 6.11; de agradarm os os nossos desejos
Rm 13.12). Até mesmo 0 apóstolo dos pecam inosos (especialm en te em
gentios foi por vezes impedido pelo relação às coisas que repetidamente
In im igo por meio de in stru m entos tiram 0 melhor de nós), preguiça
hum anos (1 Ts 2.18). Essa é uma das espiritual e assim por diante. Ele
razões que o apóstolo cunha Satanás fará o que for preciso para seduzir
como o “ príncipe da potestade do a r” os crentes a comprometerem a sua
(Ef 2.2). Destacando ainda sua força consciência e distraí-los da devoção
e autoridade na hierarquia do mal, o a Jesus. Paulo instrui os seguidores
Diabo é denominado de “ o deus deste de Cristo a perm anecerem firm es
século” (2 Co 4.4). Portanto, não po­ em sua posição contra as ciladas do
demos ignorar que o Inimigo tem um diabo” (Bíblia de Estudo Pentecostal
reino organ izad o com seus servos, Edição Global. Rio de Janeiro: CPAD,
em issários, principados e potestades 2022, pp.219 1-9 2).
(Lc 11.17-22).

ABR IL • MAIO • JUNHO 2024 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR 43


vv alinham ento para a arm adura toda.
Nesse aspecto, essa imagem traz uma
ideia de que a oração fortalece todas as
Aliado à Palavra de Deus
esferas da nossa vida.
e à oração, a prática do 3 . 0 Jejum. Aliado à Palavra de Deus
jejum é uma terceira arma e à oração, a prática do jejum é uma ter­
espiritual do crente [...]. ceira arma espiritual do crente durante
O Jejum tem um valor a jornada para o Céu. Tanto no Antigo
quanto no Novo Testamento, o jejum
glorioso para a vida do
é um a p rática presen te. E sse ato é
crente, pois é um ato que usado no contexto de busca de uma
nos auxilia a ter mais orientação divina (Êx 34.28; Dt 9.9;
intimidade com Deus.” 2 Sm 12.16-23). No Novo Testamento, 0
Senhor Jesus jejuou (Mt 4.1-4) e disse
que seus discípulos também o fariam
(Mt 9 .14- 17; Lc 5-33- 39). A Igreja Pri­
m itiva observava a prática do jejum,
I I - A S TRÊS ARMAS buscando orientação divina para o envio
ESPIRITUAIS DO CRISTÃO de obreiros (At 13.2,3; 14.23). O apóstolo
1. A Palavra de Deus. 0 Senhor Jesus
Paulo também jejuava por ocasião de
disse que não vivemos apenas de pão, seu ministério (2 Co 6.5; 11.27). Logo,
mas de toda a Palavra de Deus (Mt 4.4). 0 jejum tem um valor glorioso para a
Dessa maneira, 0 apóstolo Pedro acon­
vida do crente, pois é um ato que nos
selha que “ desejemos afetuosamente” o
auxilia a ter mais intimidade com Deus.
“ leite racional” para o desenvolvimento
da nossa salvação, isto é, 0 estudo perse­
verante da Palavra de Deus para 0 nosso
crescimento espiritual (1 Pe 2.2). Uma
vez nutrido e solidificado com a Palavra, SIN O PSE II
estamos firmados em Deus para resistir A s trê s a rm a s e s p iritu a is que o
às influências malignas, às armadilhas de cristão tem a sua disposição são a
Satanás e demais estratégias (Mt 7.24,25). Palavra de Deus, 0 Jejum e a Oração.
Logo, quem se rende à Palavra de Deus
experimenta a influência frutífera da
verdade divina (Jo 17.17).
2. A Oração. A liada ao estudo da
Palavra, a oração é uma das mais im ­ III - JESUS CRISTO: O NOSSO
portantes armas espirituais que 0 crente MAIOR MODELO
tem ao longo de sua jornada para o Céu 1. Vencendo o Diabo com a Palavra.
(SI 55.17). Prestem os atenção para a Há dois episód ios im p ortan tes que
seguinte declaração: “ orando em todo relatam 0 destaque especial que 0 Se­
tempo com toda oração e súplica no nhor Jesus deu à Palavra em Lucas 4.
Espírito” (Ef 6.18). Note que o apóstolo O primeiro enfatiza que o Senhor Jesus
Paulo não insere a oração como uma venceu 0 Tentador com a Palavra de
peça da arm adura, pois na verdade, Deus (Lc 4.4; cf. Dt 8.3). No segundo, Ele
é como se ela trouxesse um ajuste ou leu uma passagem do profeta Isaías na

4 4 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR A BRIL • MAIO • JUNHO 2024


sinagoga em Nazaré e tomou para si o
cumprimento do texto lido (Lc 4.16-20;
vv
cf. Is 61.1,2). Nosso Senhor deixou claro
Nosso Senhor conta
nesses episódios que os princípios da
Palavra de Deus devem estar presen­ conosco para que nos
tes em nossa vida na batalha contra o dediquemos à prática da
M aligno. Por isso, nessa contenda, o oração, selecionando um
apóstolo Paulo aconselha-nos a tomar local reservado, horário e
a espada do Espírito, ou seja, a Palavra
prioridade para buscar a
de Deus, a única arm a de ataque na
armadura do crente (Ef 6.17), uma arma
Deus em súplicas.”
poderosa e eficaz que provém do Espírito
Santo de Deus (2 Tm 3.16).
2. Vivendo em oração. O evangelis­
ta Lucas mostra que Jesus se retirava
para os lugares desertos para orar (Lc
5.16; 6.12; 9.28). Ele orava pelos após­
tolos e pela Igreja (Jo 17.9,20-22), pelos
seus algozes (Lc 23.34), por Simão (Lc
SINOPSE III
22.31,32), pelos que se encontravam
junto ao túmulo de Lázaro (Jo 11.41,42). Je su s C risto é o n o sso m aio r
Ele sabia bem do valor da oração e, m odelo de quem usou e sta s
por isso, gastava muito tempo falando trê s a rm a s e sp iritu a is: a P a la ­
com Deus. Nesse sentido, nosso Senhor v ra de Deus, o Jejum e a Oração.
conta conosco para que nos dediquemos
à prática da oração, selecionando um
local reservado, horário e prioridade
para buscar a Deus em súplicas (Mt 6.6).
3. Vivendo em jejum. Além de medi­
tar na Palavra e perseverar em oração, AUXÍLIO BÍBLICO -TEOLÓGICO
o Senhor Jesus jejuava (Lc 4.2). Ora,
Ele também espera que o im item os, “ Jejuando quarenta dias. Depois de
jejuando. Infelizmente, há quem ensine jejuar (isto é, passar um período sem
que não precisamos jejuar. Exceto os comida a fim de dar maior atenção aos
que têm problemas de saúde, por isso é assuntos espirituais) ‘quarenta dias
muito importante estarmos sob orien­ e quarenta noites’ , Jesus ‘teve fome’ ,
tação médica, todo seguidor de Cristo é de forma que a primeira tentação da
parte de Satanás foi simplesmente
estimulado pela Bíblia a jejuar. Ademais,
comer. Isso parece indicar que Cristo
quando aliamos 0 estudo da Palavra e a
se absteve de comida, mas não de
oração ao jejum, aprofundamos a nossa
água (veja Lc 4.2). Abster-se de água
intimidade com Deus e nos tornamos
por quarenta dias teria exigido um
m ais sen síveis à sua voz, conform e
milagre. Visto que a fome é um dos
acontecia com a liderança e os membros
im pulsos humanos m ais básicos e
da igreja antiga que jejuavam como o
intensos, esta foi certamente uma
Senhor Jesus (At 9 -9 ; 13-2,3).

ABR IL • MAIO • JUNHO 2024 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR 45


IV que Jesus estivesse se fortalecendo
e se preparando através da oração
O apóstolo Paulo e da meditação na Palavra de Deus
aconselha-nos a tomar a para a obra que 0 Pai o enviou para
fazer” (Bíblia de Estudo Pentecostal
Espada do Espírito, ou seja,
Edição Global. Rio de Janeiro: CPAD,
a Palavra de Deus.” 2022, p.1607).

CONCLUSÃO
O nosso Inimigo é ardiloso e per­
legítima tentação à qual deve ter sido verso. Por isso, não podemos ignorar
muito difícil resistir. No entanto, a suas estratégias. Contra ele, lutaremos
fim de se relacionar com as nossas com armas espirituais: Palavra, Oração
lutas humanas (cf. Hb 2.17; 4.15) e e Jejum. Essas armas promovem cresci­
para vencer a tentação da mesm a mento e fortalecimento para nossa vida
m aneira que devem os, Jesu s teve ao longo de nossa jornada espiritual.
que confiar no mesmo poder que está Assim , segundo 0 modelo de vida do
disponível a qualquer cristão cheio nosso Senhor Jesus, que fez uso dessas
do Espírito [...]. Durante o jejum de armas, podemos vencer as estratégias
quarenta dias, é razoável presumir do Maligno.

R E V IS A N D O O C O N T E Ú D O

1. De acordo com a lição, qual é o sentido que devemos considerar a palavra


“ arm a” ?
O sentido metafórico, pois nosso combate não é de corpo a corpo com outra
pessoa, mas contra o mal encabeçado pelo Diabo e seus demônios, que se
valem do Mundo e da Carne.
2. Cite ao menos três estratégias do Inimigo para ludibriar as pessoas.
Arrebatar a boa Palavra do coração (Mt 13.19 ); buscar altas posições com
mentiras (At 5.3); usar pessoas para trair (Lc 22.3,4).
3. Cite as três armas espirituais do crente.
Palavra de Deus, 0 Jejum e a Oração.
4. O que acontece quando aliamos estudo da Palavra, Oração e Jejum?
Quando aliamos 0 estudo da Palavra e a oração ao jejum, aprofundamos a
nossa intimidade com Deus e nos tornamos mais sensíveis à sua voz.
5. O que a Palavra de Deus, 0 Jejum e a Oração promovem em nossa jornada
espiritual?
A Palavra de Deus, a Oração e o Jejum promovem crescimento e fortalecimento
para nossa vida ao longo de nossa jornada espiritual.

46 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR ABRIL • MAIO • JUNHO 2024


LIÇÃO 7
19 de Maio de 2024

i t L

O PERIGO DA MURMURAÇÃO

TEXTO AUREO VERDADE PRATICA


“E não murmureis, como A prática da murmuração
também alguns deles enfraquece a vida espiritual,
murmuraram e pereceram acaba com a comunhão da igreja
pelo destruidor.” local e nos impede de desfrutar
(1 Co 10.10) das promessas de Deus.

L E IT U R A D IA R IA

Segunda - Êx 16 .11 Quinta - Hb 4.16


A murmuração dos israelitas nos Devemos chegar a Deus com
dias de Moisés confiança, não com murmuração
Terça - Lc 15.2; At 6.1 Sexta - 1 Co 10.10
A murmuração nos dias de Jesus e A prática da murmuração e a morte
dos apóstolos espiritual
Quarta - l Ts 5.12,13; Hb 13.17 Sábado - Mt 12.25; cf. Lc 1.17-22
Devemos evitar a murmuração A murmuração traz divisão e
contra a liderança separação

ABRIL • MAIO • JUNHO 2024 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR 47


LEITU RA BÍBLICA EM CLASSE

Êxodo 16.1-7; 1 Coríntios 10.10,11


Êxodo 16 para cada dia, para que eu veja se anda
1 - E, partidos de Elim, toda a congre­ em minha lei ou não.
gação dos filhos de Israel veio ao deserto 5 - E acontecerá, ao sexto dia, que pre­
de Sim, que está entre Elim e Sinai, aos pararão o que colherem; e será o dobro
quinze dias do mês segundo, depois que do que colhem cada dia.
saíram da terra do Egito. 6 - Então, disse Moisés eArão a todos
2 - E toda a congregação dos filhos de os filhos de Israel: À tarde sabereis que
Israel murmurou contra Moisés e contra 0 Senhor vos tirou da terra do Egito,
Arâo no deserto. 7 - e amanhã vereis a glória do Senhor,
3 - £ os filhos de Israel disseram-lhes: porquanto ouviu as vossas murmurações
Quem dera que nós morréssemos por contra 0 Senhor; porque quem somos nós
mão do Senhor na terra do Egito, quando para que murmureis contra nós?
estávamos sentados junto às panelas de
carne, quando comíamos pão até fa r­ 1 Coríntios 10
tar! Porque nos tendes tirado para este 10 - £ não murmureis, como também
deserto, para matardes de fome a toda alguns deles murmuraram e pereceram
esta multidão. pelo destruidor.
4 - Então, disse 0 Senhor a Moisés: Eis 11 - Ora, tudo isso lhes sobreveio comofigu­
que vos farei chover pão dos céus, e 0 ras, e estão escritas para aviso nosso, para
povo sairá e colherá cada dia a porção quem já são chegados os fins dos séculos.

Hinos Sugeridos: 77, 302, 388 da Harpa Cristã

PLANO DE AU LA

1. INTRODUÇÃO para os israelitas que naquela ocasião


Todo cristão enfrentará situações não estavam preparados para grandes
adversas que vão testar a sua fé e fazer pelejas. Deus é fiel e sempre cuidou
com que venha murmurar em sua ca­ com zelo do seu povo, todavia os
minhada. Entretanto, Deus abomina a israelitas a cada dificuldade sempre
murmuração e a sua prática enfraquece m urm uravam contra 0 Senhor. O
a nossa vida espiritual e nos impede povo de Deus pagou um preço alto
de desfrutar das promessas de Deus. por ter reclamado do Senhor: toda
Sabemos que Deus libertou Israel da uma geração morreu no deserto. No
escravidão e que depois de livre, 0 Novo Testamento 0 apóstolo Paulo
povo de Deus iniciou a sua jornada adverte os crentes a não seguirem
rumo à Terra Prometida. O percurso o exem plo de alguns israelitas no
escolhido pelo Senhor não foi 0 mais deserto, pois estes perecerem pelo
fácil, porém, com certeza, foi 0 melhor destruidor (1 Co 10.10).

48 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR A BRIL • MAIO • JUNHO 2024


2. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO 3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da Lição: I) Explicar A) A plicação: A lição de hoje é
o sentido da palavra murm urar na uma excelente oportunidade para
Bíblia; II) Mostrar que a murmuração os alunos refletirem a respeito da
impediu a primeira geração de alcan­ murmuração e seus efeitos m aléfi­
çar à Terra Prometida; III) Saber que cos. Mostre que, à medida que temos
a murmuração é um pecado que nos consciência do poder de Deus, a nossa
impede de entrar na Canaã Celestial. fé aumenta e se torna um antídoto
B) Motivação: Nesta vida, preci­ contra a m u rm u ração. En cerre a
samos ter bem claro a ideia de que aula citando as Escrituras: “ E não
enfrentaremos obstáculos e dificul­ m urm ureis, como também alguns
dades. Jesus disse que nesse mundo deles murmuraram e pereceram pelo
teríamos aflições, mas que tivéssemos destruidor” (1 Co 10.10).
bom ânimo (Jo 16.33). O bom ânimo
é resultado da fé, da certeza de que 4. SUBSÍDIO AO PROFESSOR
não estam os sozinhos. A nossa fé A) Revista Ensinador Cristão. Vale
deve estar alicerçada em Deus para a pena conhecer essa revista que traz
que quando nos encontrarmos diante reportagens, artigos, entrevistas e
dos obstáculos em nossa caminha subsídios de apoio à Lições Bíblicas
espiritual não venhamos murmurar, Adultos. Na edição 97, p .39 , você
reclam ar, m as term os atitu des e encontrará um subsídio especial para
palavras que glorifiquem ao Senhor. esta lição.
C) Sugestão de Método: Sugerimos B) Auxílios Especiais: Ao final do
que você reproduza 0 esquema que se tópico, você encontrará auxílios que
encontra na Bíblia de Estudo Aplicação darão suporte na preparação de sua
Pessoal, editada pela CPAD, p.11. Para aula: l) A orientação didática, loca­
ter acesso a esse esquema, você pode lizada no primeiro tópico, destaca 0
acessar 0 site <www.escoladominical. conceito da palavra “ murmuração” ;
com.br> no campo Subsídios - Adultos. 2) O texto ao final do segundo tó­
Utilize-0 para mostrar que diante das pico, expande a reflexão a respeito
dificuldades o povo de Deus sempre da murmuração dos israelitas contra
caia na tentação da murmuração. Que o Senh or d u ran te a tra v e s s ia do
jamais venhamos seguir seu exemplo! deserto.

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO em nossa jornada que pode nos levar


É verdade que há ações m a lé fi­ à queda. Ele não acontece in stan ta­
cas que vêm direto do Inim igo, mas neamente, pois geralm ente sucede a
também é verdade que há as que são incredulidade. Sim, incredulidade e
produzidas dentro de nós como obras murmuração andam juntas. Por isso,
da carne. Uma d elas é o pecado da nesta lição, estudaremos os perigos da
Murmuração. Esse pecado é tão perigoso murmuração à luz da recomendação do

ABRIL • MAIO • JUNHO 2024 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR 49


apóstolo: “ Fazei todas as coisas sem 3. 0 crente murmurador. Quem se diz
m urmurações” (Fp 2.14). salvo em Cristo e tem 0 Espírito Santo em
sua vida não pode naturalizar a prática
I - A MURMURAÇÃO NA da murmuração. Não é normal um
BÍBLIA crente cheio do Espírito Santo se
1 . 0 que é m urm urar? As entregar a esse pecado. Nesse
p rin cip a is p a la v ra s para sentido, estão presentes a
murmuração na Bíblia são indisciplina e o descuido
as seguintes: do hebraico, com as virtudes do Espí­
o verbo liyn, “ resm ungar” , rito (G1 5.16). Quando um
crente se torna um m ur­
“ reclam ar” e “ m urm urar”
murador, ele passa a ser um
(Nm 14.36); e 0 su b stan tivo
instrumento do Maligno contra
higgayown, “ meditação” , “ música
a obra de Cristo no mundo, permitindo
solene” , “ pensamento” , “ conspiração”
ao Diabo dominá-lo e usá-lo de todas
(Lm 3.62); do grego, o verbo goggúzõ,
as maneiras. Assim , não é possível o
“ murmurar” , “ resm ungar” , “ queixar-
crente murmurador ser alegre, bondoso
- s e ” , “ dizer algo contra em um tom
e agradável por meio de sua atitude,
baixo” , “ dos que confabulam secreta­
visto que sua alm a está doente, pois
mente” (Jo 7.32). De acordo com essas
o corpo só será luminoso se os olhos
palavras, o murmurador tem 0 espírito
forem bons (Mt 6.22,23).
dominado pelo descontentamento, de­
sacordo, ira, queixas e oposição. Nem
Deus escapa dele, pois basta lembrar
do que foi feito contra M oisés e Arão
(Êx 15.24; 17.3; Nm 14.27; 16.41). SINOPSE I
2. O com portam ento dos m urm u- M u rm u rar sig n ific a “ re sm u n ­
radores. De acordo com os dois testa­ g a r ” e “ re c la m a r” e o m u rm u ­
mentos da Bíblia, 0 mal da murmuração
rador tem o esp írito dom inado
estava no meio do povo Deus, entre os
pelo desconten tam en to, d e sa ­
israelitas dos dias de Moisés (Êx 16.11);
cordo, ira, q u eix a s e oposição.
nos dias de Jesus Cristo com os escribas
e fariseus (Lc 15.2); na igreja em Jerusa­
lém, no início (At 6.1). Esse mal revela
um com portam ento inconveniente,
um temperamento inquieto, indiretas
AUXÍLIO DIDÁTICO
sa rc á stic a s. O com portam ento dos
murmuradores é tão sério que chegou
Professor(a), para dar início ao
a ameaçar a unidade da Igreja em Atos,
primeiro tópico da lição, faça a se­
se não fosse 0 cuidado dos apóstolos
guinte pergunta: “ O que significa
(At 6 .1-7). Por isso, precisam os ter
m u rm u rar?” Ouça os alunos com
toda cautela com esse comportamento,
atenção e incentive a participação de
pois 0 pecado da murmuração, além de
todos. Em seguida, explique que mur­
enfraquecer a nossa vida espiritual,
murar significa falar mal de alguém
também altera negativamente a nossa
ou algo, lam entar-se e queixar-se.
saúde emocional e física.

50 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR ABRIL • MAIO • JUNHO 2024


Diga que a murmuração contra Deus Ora, o Senhor Deus contempla todas as
fez os israelitas perderem toda uma nossas ações, sabe do que precisamos e
geração no deserto. M ostre que o necessitamos. Por isso, diante de uma
esquecimento a respeito do que Deus circunstância difícil, é muito melhor nos
já fez em nosso favor é próximo da dirigirmos a Ele de maneira humilde,
murmuração e ingratidão. Os hebreus graciosa e amorosa do que nos ache-
não agradeceram a Deus pela liber­ garmos a Ele com ingratidão, queixas
tação da escravidão egípcia e nem e murmuração (Hb 4.16).
pela provisão recebida no deserto, 3. Por que é perigo so m urm urar?
mas preferiram permanecer como A Palavra de Deus diz: “ quem se en­
escravos bem alimentados e assim dureceu contra ele [Deus] e teve paz?”
murmuraram contra Deus (Êx 16.7). (Jó 9.4). À luz desse texto, podemos
dizer que a murmuração configura um
ato de impiedade extrema contra Deus.
Ela se torna perigosa porque, além de
II - MURMURAÇÃO: IMPEDI­ revelar uma ausência de fé, lim ita a
MENTO DA PRIMEIRA GERAÇÃO nossa capacidade de enxergar as ações
À TERRA PROMETIDA de Deus em nossas vidas e no contexto
1. A murm uração contra os líderes em que estam os. Por conseguinte, a
esco lh idos por Deus. Deus escolheu murmuração cega-nos diante de Deus.
M oisés e seu irm ão, como seu a u xi- Não lembramos mais das grandes obras
liador, para libertar 0 povo de Israel do Senhor em nossa vida. Não por acaso,
da escravidão de Faraó e conduzi-lo à 0 apóstolo Paulo reúne os episódios de
murmuração dos israelitas para que os
Terra Prometida (Êx 7.1,2). Após expe­
crentes da atualidade tenham cuidado e
rimentar grande livramento, esse povo
não pratiquem esse pecado a fim de não
passou a murmurar contra a liderança de
serem destruídos (1 Co 10.10,11; Rm 15.4).
Moisés e Arão de maneira sistemática,
alegando que 0 Legislador 0 conduzia
para morrer em pleno deserto (Êx 16.3).
Nesses relatos, percebemos que a mur­
muração sucede à incredulidade. Há uma SINO PSE II
ausência de fé e se passa escolher o que
A m u rm u ra ç ã o im p e d iu a p r i­
é mau: a prática da murmuração. Logo,
m e ira g e ra ç ã o de is r a e lit a s de
não se pode esperar m ais atitudes de
ad en trar n a T e rra P rom etida.
bondade, sinceridade e verdade de quem
submerge na murmuração, mas, sim de
impaciência, ingratidão e desrespeito à
liderança bíblica (l Ts 5.12,13; Hb 13.17).
2. A m urm uração contra Deus. O
AUXÍLIO BIBLIOLÓGICO
Senhor Deus respondeu às murmurações
do povo, dizendo que faria cair “ pão dos
Explique que “ a liderança é cara,
céus” (Êx 16.4). Entretanto, o Senhor
porque a culpa pela adversidade recai
deixou claro que contemplou as suas
nos líderes. Essas pessoas sabiam que
“ m urm urações” , m as tratou o povo
Moisés era homem de Deus; por isso,
com piedade e com paixão (Êx 16.12).

ABRIL • MAIO • JUNHO 2024 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR 51


o pecado também era contra Deus. da promessa, foram mortos e sepultados
Grandes experiências com Deus não no deserto (Nm 14.29). A peregrinação
curam necessariam ente o coração de Israel pelo deserto nos serve de
mal e queixoso. A murmuração cessa exemplo e advertência em nossa jornada
apenas quando crucificamos o eu e para que não adotemos seu compor­
entronizamos a Cristo (Ef 4.31,32). A tamento murmurador. Devido a esse
única coisa que Moisés poderia fazer pecado, os israelitas perderam de vista
era clamar ao Senhor. Não há dúvida os propósitos divinos e não alcançaram
de que teria fornecido água potável 0 cumprimento da promessa.
em resposta à fé paciente de Israel, 2 .0 destino dos m urm uradores. À
se tivessem permanecido firmes. O luz dos relatos do livro de Números, 0
Senhor às vezes satisfaz nossos ca­ apóstolo Paulo faz uma séria adver­
prichos em detrimento da fé. Aqui, tência ao povo da Nova A lian ça: “ E
as águas se tornaram doces, quan­ não murmureis, como também alguns
do Moisés lançou um lenho nelas, deles m urmuraram e pereceram pelo
mas a fé de Israel continuou fraca. destruidor” (1 Co 10.10). Isso significa
Desconhecemos 0 método natural que um crente que vive praticando a
que explica este milagre. Deus usou murmuração já se encontra espiritual­
esta ocasião para ensinar uma lição mente morto, perdeu a comunhão com
a Israel, dando-lhes estatutos e uma 0 Senhor e não tem mais 0 prazer nas
ordenação. Se as pessoas ouvissem coisas espirituais. Logo, 0 seu destino
a Deus e obedecessem inteiramente é a morte, que, à luz do Antigo Testa­
à sua palavra, elas seriam curadas mento, infelizmente, tem caráter físico
de todas as enfermidades que Deus e espiritual. A murmuração é um perigo
tinha posto sobre o Egito. A ssim ao longo da nossa trajetória cristã.
como Deus curou as águas amargas 3. Os m a les da m u rm u ração . Há
de M ara, assim Ele curaria Israel muitos males que a murmuração pode
satisfazen d o -lh e as necessidades provocar. Por exemplo, na vida da igreja
físicas e, mais importante que tudo, local a murmuração pode trazer desâni­
curando 0 povo de sua natureza cor­ mo espiritual, contendas comunitárias,
rompida. Deus queria tirar o espírito rebeldias espirituais e divisões ministe­
de murmuração do meio do povo e riais. Esse processo acaba com a vida de
lhe dar uma fé forte” (Comentário comunhão da igreja local. Além disso, 0
Bíblico Beacon. Vol 1. Rio de Janeiro,nosso Senhor disse que 0 reino dividido
CPAD, 2005, p.175). contra si mesmo é “ devastado” e não
“ subsistirá” (Mt 12.25; cf. Lc 1.17-22).
Há também o mal de caráter espiritual.
III - MURMURAÇÃO: UM PECA­ Por exemplo, a murmuração também
DO QUE n o s IMPEDE DE EN­ resulta em mentiras e calúnias, portanto,
TRAR NA CANAÃ CELESTIAL 0 Espírito Santo não habita uma vida
1.0 que é dominada por esse tipo de obras
fim dos israelitas murmurado-
res. Examinando os textos de Números carnais (Ef 4.30; G1 5.19-21). Por isso,
14.29 e 16.41-49, percebemos que, por afirmam os que quem se entrega a tal
causa da m urm uração, os israelitas prática acaba atraindo outros pecados
daquela geração não entraram na terra para a sua vida, tais como: idolatria,

52 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR ABRIL • MAIO • JUNHO 2024


rebelião, adultério, blasfêm ias contra CONCLUSÃO
Deus. Como consequência acaba pres­ Nesta lição, vimos o quanto a prática
tando serviço ao Inimigo e estacionando da murmuração é perigosa e destruido-
no meio do trajeto celestial. ra tanto para a vida espiritual quanto
para a vida comunitária na igreja local
ao longo da nossa jornada cristã. Não
devemos, pois, ignorar a advertência da
Palavra de Deus quanto ao pecado da
SINOPSE III
murmuração (Rm 15.4). Ora, a vontade
A m u rm u ração é pecado e de Deus é a de que participemos de suas
pode nos im p ed ir de en trar na promessas. Portanto, evitemos 0 mal da
C anaã celestia l. murmuração em nossas casas, igrejas e
em qualquer lugar que nos relacionemos
com o próximo.

R E V IS A N D O O C O N T E Ú D O

1. De acordo com a lição, 0 murmurador tem 0 espírito dominado pelo quê?


O murmurador tem 0 espírito dominado pelo descontentamento, desacordo,
ira, queixas e oposição.
2. Por que precisamos ter cautela com o comportamento murmurador?
Precisam os ter toda cautela com esse comportamento, pois o pecado da
murmuração, além de enfraquecer a nossa vida espiritual, também altera
negativamente a nossa saúde emocional e física.
3. Como o Senhor Deus respondeu à murmuração dos israelitas?
O Senhor Deus respondeu às murmurações do povo, dizendo que faria cair
“ pão dos céus” (Êx 16.4). Entretanto, 0 Senhor deixou claro que contemplou as
suas “ murmurações” , mas tratou o povo com piedade e compaixão (Êx 16.12).
4. O que percebemos ao exam inar os textos do livro de Números?
Examinando os textos de Números 14.29 e 16 .4 1-4 9 , percebemos que, por
causa da murmuração, os israelitas daquela geração não entraram na terra
da promessa, foram mortos e sepultados no deserto (Nm 14.29).
5. O que Paulo traz à Igreja à luz do exemplo do livro de Números?
À luz dos relatos do livro de Números, 0 apóstolo Paulo faz uma séria adver­
tência ao povo da Nova Aliança (1 Co 10.10). Isso significa que um crente que
vive praticando a murmuração já se encontra espiritualmente morto, perdeu
a comunhão com 0 Senhor e não tem mais o prazer nas coisas espirituais.

VOCABULÁRIO
Cautela: preocupação para evitar transtorno e perigo; cuidado; prudência.
Naturalizar: passar a ter como próprio; adaptar-se; adotar.
Imerge: o que afunda, mergulha.

ABR IL • MAIO • JUNHO 2024 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR 53


LIÇAO 8
26 de Maio de 2024

CONFESSANDO E
ABANDONANDO O PECADO
■\ f
TEXTO ÁUREO VERDADE PRÁTICA
“ O que encobre as suas Para desfrutar um caminho de
transgressões nunca prosperará; restauração e reconciliação com
mas 0 que as confessa e deixa Deus, precisamos confessar 0
alcançará misericórdia.” pecado e abandoná-lo de uma
(Pv 28.13) vez por todas.

L E IT U R A D IÁ R IA

Segunda - SI 32.5 Quinta - 2 Sm 12 .1-4 , 7-9


Confessando as nossas O pecado do rei Davi, o ungido do
transgressões ao Senhor Senhor
Terça - Rm 3.10 -12 Sexta - Mt 6.12
Reconhecendo a nossa natureza Em primeiro lugar, nos dirigimos a
pecaminosa diante de Deus Deus para 0 perdão dos pecados
Quarta - Gn 3.8,14-19 Sábado - 2 Co 5.18
O pecado de nossos primeiros pais, Deus investiu homens para o
Adão e Eva ministério da reconciliação

54 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR A BRIL • MAIO • JUNHO 2024


LEITU RA BÍBLICA EM CLASSE

Salm os 5 1 .1 - 1 2 ; 1 João 1.8 - 10


Salm os 51 8 - Faze-me ouvir júbilo e alegria, para
1 - Tem misericórdia de mim, ó Deus, que gozem os ossos que tu quebraste.
segundo a tua benignidade; apaga as 9 - Esconde a tua face dos meus pecados
minhas transgressões, segundo a multidão e apaga todas as minhas iniquidades.
das tuas misericórdias. 10 - Cria em mim, ó Deus, um coração
2 - Lava-me completamente da minha puro e renova em mim um espírito reto.
iniquidade e purifica-me do meu pecado. 11 - Não me lances fora da tua presença
3 - Porque eu conheço as minhas trans­ e não retires de mim 0 teu Espírito Santo.
gressões, e 0 meu pecado está sempre 12 - Torna a dar-me a alegria da tua salva­
diante de mim. ção e sustém-me com um espírito voluntário.
4 - Contra ti, contra ti somente pequei,
e fiz 0 que a teus olhos é mal, para que 1 João 1
sejas justificado quando falares e puro 8 - Se dissermos que não temos pecado,
quando julgares. enganamo-nos a nós mesmos, e não há
5 - Eis que em iniquidade fui formado, verdade em nós.
e em pecado me concebeu minha mãe. 9 -S e confessarmos os nossos pecados, ele
6 - Eis que amas a verdade no íntimo, e éfiel e justo para nos perdoar os pecados
no oculto me fazes conhecer a sabedoria. e nos purificar de toda injustiça.
7 - Purifica-m e com hissopo, e ficarei 10 - Se dissermos que não pecamos,
puro; lava-m e, e ficarei mais alvo do fazem o-lo mentiroso, e a sua palavra
que a neve. não está em nós.

Hinos Sugeridos: 192, 277, 491 da Harpa Cristã

PLANO DE AU LA

1. INTRODUÇÃO nos esquecer de que 0 pecado confes­


Todo cristão em sua jornada vai sado e abandonado é pecado perdoado
ter que lidar, em algum momento, por Deus (1 Jo 1.9). O Inimigo sempre
com 0 pecado. Isso se deve a natureza vai tentar nos acusar dos erros que
humana que herdamos de Adão e Eva. cometemos, mas precisamos lembrar
No entanto, não temos mais prazer de que “ o sangue de Jesus Cristo nos
no pecado, ou seja, não pecamos de purifica de todo 0 pecado” (1 Jo 1.7).
modo deliberado. Errar o alvo, para
0 cristão, é um triste acidente de 2. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
percurso. Quando pecamos, a atitude A) Objetivos da Lição: I) Compre­
correta é 0 arrependimento, a confis­ ender o que sign ifica confissão de
são do pecado a Deus e 0 abandono da pecado; II) Mostrar 0 perigo do pecado
transgressão. Não podemos também não confessado; III) Compreender que

ABRIL • MAIO • JUNHO 2024 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR 55


a confissão de pecado é um caminho 3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO
para a cura e a restauração. A) A plicação: A lição de hoje é
B) M otivação: Converse com os uma oportunidade ímpar para que os
alunos explicando que atualmente, alunos reflitam a respeito do pecado e
muitos não acreditam em certo ou da importância da confissão. Mostre
errado. O pecado passou a ser rela- que o pecado tem nome, como por
tivizado e o que é errado para uma exem plo, m entira, fo fo ca, in veja
pessoa pode não ser considerado etc. Temos que confessar para Deus
errado para a outra, pois não acre­ as n o ssas atitu d es, pen sam en tos
ditam mais em verdades absolutas. e sentim entos, nom eando-os. Em
Entretanto, para o cristão o pecado seguida conclua lendo Provérbios
não pode ser relativizado, pois nosso 28.13: “ O que encobre as suas trans­
conceito de errar o alvo está firmado gressões nunca prosperará; mas 0
nas Escrituras Sagradas. que as confessa e deixa alcançará
C) Sugestão de Método: Sugerimos m isericórdia.”
que você coloque uma cesta (ou uma
caixa de papelão) em um canto da 4. SUBSÍDIO AO PROFESSOR
sala. Providencie algum as bolinhas A) Revista Ensinador Cristão. Vale
de papel amassado. Diga aos alunos a pena conhecer essa revista que traz
que a cesta ou caixa será o alvo do reportagens, artigos, entrevistas e
dia. Em seguida, dê uma bolinha de subsídios de apoio à Lições Bíblicas
papel a um aluno(a) e peça que, há Adultos. Na edição 97, p.40, você
uma certa distância, tente acertar o encontrará um subsídio especial para
“ alvo” (a cesta). Cada aluno(a) terá esta lição.
somente uma tentativa. Aqueles que B) Auxílios Especiais: Ao final do
errarem, pergunte como eles se sen­ tópico, você encontrará auxílios que
tiram, assim como os que acertaram. darão suporte na preparação de sua
Diga que pecado significa “ errar o aula: 1) A orientação bíblica, localizada
a lv o ” . Ninguém quer errar nada. no primeiro tópico, destaca importan­
Quando erramos, seja em uma prova tes conceitos a respeito de confissão
ou em qualquer situação, sentimos de pecados contidos no Salmo 51; 2)
vergonha e ficamos constrangidos. O texto ao final do terceiro tópico,
O pecado tem como consequência a mostra 0 caminho da cura e da res­
tristeza, o constrangimento e a culpa. tauração para aqueles que confessam
É o que veremos nesta lição. e abandonam o pecado.

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO ensina assim. Em sua epístola, 0 apóstolo


Atualmente, muitos acreditam que João escreve que o pecado é real e, por
não é preciso confessar o pecado por isso, é um perigo para a vida do crente,
denominá-lo mera fraqueza ligada ao pois suas consequências são trágicas. A
ambiente e aos aspectos hereditários. orientação bíblica é a de que, caso ocor­
Nesta lição, veremos que a Bíblia não ra um pecado, ele deve ser confessado,

56 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR ABRIL • MAIO • JUNHO 2024


abandonado como evidência do arrepen­ depois da confissão de pecados que se
dimento para que o crente arrependido poderia viver verdadeiramente uma vida
possa receber o perdão de Deus de oração e comunhão com Deus
(l Jo 2.9; cf. SI 32.5). (Ne 1.6; Sl 66.18; Lc 18.9-14).
3 .0 símbolo da confissão
P a la v r a -C h a v e de pecado. No ato da con­
I - A CONFISSÃO DE fissão de pecados, a pessoa
PECADO Confissão reconhece de maneira autô­
1. D efin ição . O verbo noma os pecados cometidos
“ confessar” , da palavra he­ e que, por isso, se encontra
braica yadah, aparece como indigna de estar na presença de
“ jogar” , “ atirar” , “ lançar” (l Rs Deus. Ela reconhece a sua natureza
8.33), uma palavra que vem da raiz verbal pecaminosa diante do Altíssim o (Rm
de hadah que significa “ estender a mão”. 3 .10 -12 ). Então, em arrependim ento
Essa palavra está presente 900 vezes no sincero e em confissão, busca 0 que lhe é
Antigo Testamento, aparecendo com o garantido por meio da Palavra de Deus:
sentido de “ tomar conhecimento”, “ sa­ 0 perdão. Assim, quem experimenta 0
ber”, “ reconhecer”. A palavra aparece no ato sincero e humilde da confissão de
AT no contexto de confissão de pecado pecado alcança a misericórdia de Deus
(Sl 32.5). No Novo Testamento, 0 verbo (Pv 28.13). Então, a alma é consolada e
grego para “confessar” é homologéo, que a vida espiritual é restaurada.
significa “ concordar com” , “ consentir”,
“ conceder” . Essa palavra é composta da
raiz homou, junto de pessoas reunidas;
e de lógos, do ato de falar. A palavra
homologéo ocorre 25 vezes no Novo Tes­
tamento (Mt 7.23, Rm 10.9,10; Tg 5.16). SINOPSE I
Há um verbo grego im portante para O ensino bíblico da con fissão de
“ confessar” , eksomologéo (Mt 3.6), que pecado traz a ideia de reconhe-
significa “ professar”, “ reconhecer aberta cê-lo e fazer a sua confissão.
e alegremente para a honra de alguém” ;
“ prometer publicamente que fará algo”,
“ comprometer-se com”. Logo, podemos
dizer que confessar é uma maneira de
declarar o que se crê ou sabe.
2. A co n fissão b íblica de pecado.
AUXÍLIO BÍBLICO-TEOLÓGICO
O ensino bíblico geral da confissão de
pecado traz a ideia de reconhecê-lo e
Professor(a), leia juntamente com
fazer a sua confissão, pois o perdão
a sua classe o Salmo 51 que se encon­
depende desse ato (Sl 32.5; 1 Jo 1.9).
tra na seção Leitura Bíblica em Classe.
Essa confissão pode ser no momento
Utilize 0 texto para mostrar 0 conceito
da conversão; ou depois dela, quando
de pecado e as suas consequências
pecados cometidos podem ser contra
(perda da salvação, da presença de
Deus ou contra um irmão (Mt 5.21,22).
Deus, da vitalidade e da alegria es­
Importante ressaltar, porém, que, se­
piritual). Enfatize que a preocupação
gundo o ensino bíblico, era tão somente

ABRIL • MAIO • JUNHO 2024 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR 57


vv
Assim, quem experimenta
se confessar 0 pecado, deixá-lo e alcançar
o perdão (1 Jo 1.9). Em contrapartida,
quem ignora a con fissão de pecado,
o ato sincero e humilde ocultando-o, vive uma vida de aparência
da confissão de pecado, e de morte espiritual; sem elhante ao
que os nossos prim eiros pais, Adão e
alcança a misericórdia
Eva, viveram ao tentar ocultar os seus
de Deus. Então, a alma pecados diante de Deus (Gn 3.8); bem
é consolada, e a vida como o rei Davi, 0 homem segundo o
espiritual é restaurada.” coração de Deus, que procurou ocultar
do Senhor seus pecados (2 Sm 11; 12).
2. As consequências do pecado de
Adão e Eva. A realidade bíblica do pe­
cado pode ser vista no primeiro casal,
de Davi não foi com o fato de perder o Adão e Eva, quando pecou e, por isso,
trono, mas com a perda da comunhão recebeu sentenças devidas (Gn 3.14-19).
com Deus e a salvação. Explique que, Além disso, nossos primeiros pais per­
“ este salmo de confissão é atribuído deram 0 direito de viver no ambiente
a Davi, alusivo ao momento em que mais perfeito e belo que Deus criou (Gn
o profeta Natã revelou seus pecados 3.24). Por isso na vida de Adão e Eva há
de adultério e de hom icídio (cf. 2 consequências trágicas do pecado, tais
Sm 1 2 .1 - 3 ) . (1) N o te-se que este como: alteração da condição física de
salmo foi escrito por um crente que ambos; a transição da natureza imortal
voluntariamente pecou contra Deus para mortal; diversas tenções no gênero
e de modo tão grave foi privado da humano e na natureza. Assim, sabemos
comunhão e da presença de Deus (cf. que as consequências do pecado de nos­
11). (2) Provavelmente, Davi escreveu sos primeiros pais não se lim itaram a
este salmo já arrependido, após Natã eles, mas perpassaram a todo 0 gênero
declarar-lhe 0 perdão divino (2 Sm humano e natural (Rm 5.12-14).
12.13). Davi roga diretamente a plena 3. As consequências do pecado de
restauração da sua salvação, a pureza, Davi. O rei Davi pagou um alto preço
a presença de Deus, a vitalidade es­ com 0 seu pecado. A Bíblia mostra que,
piritual e a alegria (w . 7 -13 )” (Bíblia por isso, a espada não sairia da sua
de Estudo Pentecostal Edição Global. casa (2 Sm 12.10 -12). Os capítulos 11 e
Rio de Janeiro: CPAD, 2022, p.856). 12 de 2 Samuel revelam o conflito e o
senso de culpa que m arcavam a vida
de um homem que, por certo tempo,
II - O PERIGO DO PECADO NÃO ocultou o seu pecado, trazen d o -lh e
CONFESSADO enferm idades m orais e aflição que o
1. Os males dos pecados não confessa­ levavam a gemidos. O Salmo 32 m os­
dos. Quando lemos e analisamos Provér­ tra que, por se m anter em silêncio,
bios 28.13, percebemos que a confissão de não confessando 0 seu pecado, Davi
pecado não se trata apenas de um ensino enfraqueceu cada vez mais, perdendo
judaico, mas também cristão. A Epístola 0 vigor espiritual (SI 32.2-4). Já 0 Sal­
de João corrobora com a necessidade de mo 51 mostra a confissão de pecado do

58 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR ABRIL • MAIO • JUNHO 2024


rei, reconhecendo todos os seus erros
a fim de que eles fossem perdoados e o
vv
salm ista purificado (SI 51.2-6).
[...] Ocultar o pecado é
decidir por trilhar uma
jornada de sofrim ento
espiritual e emocional.”
SINO PSE II
A Palavra de Deus m ostra a neces­
sidade de se co n fessa r o pecado,
deixá-lo e assim alcançar o perdão.

confissão de pecado vive uma vida mais


leve. Não há nada m ais restaurador
que d esfru tar das m isericó rd ias do
III - CONFISSÃO DE PECADO: Senhor (Pv 28.13). Não há nada m ais
UM CAMINHO DE CURA consolador do que confessar 0 pecado
E RESTAURAÇÃO e deixá-lo definitivamente, pois assim
1. C o n fessan d o o pecado a Deus. encontraremos descanso para a alma.
Segundo o ensino bíblico, a confissão Todo esse processo de co n fissã o e
de pecados deve prim eiram ente ser abandono de pecado revela a eficácia
d irigid a a Deus, por interm éd io de do ministério da reconciliação de Deus
seu Filho, pois só Ele pode perdoar os por meio de Jesus Cristo (2 Co 5.18).
nossos pecados (SI 51.3,4; Mt 9.2,6). Quem faz assim encontra o caminho
Ao longo do seu m inistério, 0 Senhor de cura e restauração, conforme lemos
Jesus disse à mulher pecadora: “ Os teus nas palavras do salm ista: “ Enquanto
pecados te são perdoados” (Lc 7.48). eu me calei, envelheceram os meus
Na oração do Pai-Nosso, 0 Senhor Jesus ossos pelo meu bram ido em todo o
ensinou: “ [Pai] Perdoa-nos as nossas dia. [...] Confessei-te 0 meu pecado e
dívidas, assim como nós perdoamos a m inha maldade não encobri; dizia
aos nossos devedores” (Mt 6.12). Em eu: Confessarei ao Senhor as m inhas
l João 1, lemos que os nossos pecados transgressões; e tu perdoaste a maldade
devem ser confessados a Cristo (1 Jo do meu pecado” (SI 51.3,5).
1.7-9). Dessa form a, perdoar pecado
é uma prerrogativa de Deus Pai por
intermédio do Senhor Jesus, mediante
a sua obra no Calvário.
2. Alcançando cura e restauração. SINOPSE III
O texto áureo da presente lição nos
A co n fissão de pecado é o único
lembra que ocultar 0 pecado é decidir
cam inh o para a cura e a restau ­
por trilhar uma jornada de sofrim en­
ração do corpo, alm a e espírito.
to espiritual e emocional. M as quem
deixa de lado o orgulho e a soberba
para trilh a r o cam inho hum ilde da

ABRIL • MAIO • JUNHO 2024 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR 59


AUXÍLIO BÍBLICO-TEOLÓGICO deliberadamente em aberta rebelião
contra a redenção provida para eles
“ O Senhor restaurou a Davi a em Jesus Cristo” (Bíblia de Estudo
alegria da salvação, mas observa-se Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro:
o seguinte respeito de sua vida: (1) CPAD, 2022, 2003, p.856).
As Escrituras ensinam claramente
que ceifaremos aquilo que sem ear­
mos; se semearmos no Espírito do
Espírito ceifarem os a vida eterna; CONCLUSÃO
se sem earm os na carne, da carne Em nossa cam inhada cristã esta­
ceifarem os a corrupção (Gl 6.7,8). mos sujeitos ao pecado. Encobri-lo e
D avi, em virtu d e do seu pecado, viver uma vida espiritual de aparência
so freu con sequ ên cias até o fim , não é uma opção bíblica para o cam i­
na própria vida, na sua fam ília e nho da cura e da restauração. Logo,
no seu reino (2 Sm 12 .1-14 ). (2) As uma jornada de perdão só é possível
terríveis consequências do pecado com a confissão do pecado praticado
de Davi, mesmo depois da sua sin ­ e a resolução de abandoná-lo de uma
cera confissão e arrependim ento, vez por todas. Quem procede assim
devem suscitar em todos os filhos d e sfru ta rá das in fin d á veis m is e ri­
de Deus um santo temor de pecar córdias divinas.

R E V IS A N D O O C O N T E Ú D O

1. Qual ideia o ensino geral da Bíblia traz a respeito da confissão de pecado?


O ensino bíblico geral da confissão de pecado traz a ideia de reconhecê-lo
e fazer a sua confissão, pois o perdão depende desse ato (SI 32.5; 1 Jo 1.9).
2. O que a pessoa reconhece no ato de confissão de pecado?
No ato da confissão de pecados, a pessoa reconhece de maneira autôno­
ma os pecados cometidos e que, por isso, se encontra indigna de estar na
presença de Deus.
3. O que podemos compreender em Provérbios 28.13?
Quando lemos e analisamos Provérbios 28.13, percebemos que a confissão
de pecado não se trata apenas de um ensino judaico, mas também cristão.
4. Segundo a lição, o que pode acontecer com quem ignora a recomenda­
ção bíblica de confessar 0 pecado?
Ocultar o pecado é decidir por trilhar uma jornada de sofrimento espiritual
e emocional.
5. Segundo o ensino bíblico, a confissão de pecados deve ser dirigida pri­
meiramente a quem?
Segundo 0 ensino bíblico, a confissão de pecados deve primeiramente ser
dirigida a Deus, por intermédio de seu Filho, pois só Ele pode perdoar os
nossos pecados.

60 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR A BRIL • MAIO • JUNHO 2024


LIÇAO 9
2 de Junho de 2024

\ A
TEXTO ÁUREO
“ Vigiai e orai, para que não VERDADE PRÁTICA
entreis em tentação; na
No lugar de ceder à tentação,
verdade, 0 espírito está pronto,
é melhor triunfar sobre ela.
mas a carne éfraca.v
(Mt 26.41)
V __________________________________ ______________ J
L E IT U R A D IA R IA

Segunda - Gn 3 .1-5 Quinta - E f 6.11,17


A tentação que se origina do Diabo Vencemos a tentação com a Palavra
e seus ardis de Deus
T e r ç a - T g 1.14 ,15 Sexta - Rm 12.2
A tentação que se origina de dentro Não se conformando com os apelos
do ser humano do mundo
Quarta - l Co 10.13 Sábado - 2 Tm 2.22
Toda tentação faz parte da esfera A melhor estratégia é fugir da
humana tentação

ABRIL • MAIO • JUNHO 2024 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR 6l


LEITU RA BÍBLICA EM CLASSE

Mateus 4.1-11
1 - Então, foi conduzido Jesus pelo Espírito Aos seus anjos dará ordens a teu respeito,
ao deserto, para ser tentado pelo diabo. e tomar-te-ão nas mãos, para que nunca
2 - E, tendo jeju ado quarenta dias e tropeces em alguma pedra.
quarenta noites, depois teve fome; 7 - Disse-lhe Jesus: Também está escrito:
3 - E, chegando-se a ele 0 tentador, disse: Não tentarás o Senhor, teu Deus.
Se tu és 0 Filho de Deus, manda que estas 8 - Novamente, 0 transportou 0 diabo
pedras se tornem em pães. a um monte muito alto; e mostrou-lhe
4 - Ele, porém, respondendo, disse: Está todos os reinos do mundo e a glória deles.
escrito: Nem só de pão viverá 0 homem, 9 - E disse-lhe: Tudo isto te darei se,
mas de toda a palavra que sai da boca prostrado, me adorares.
de Deus. 10 - Então, disse-lhe Jesus: Vai-te, Sata­
5 - Então 0 diabo 0 transportou à Cidade nás, porque está escrito: Ao Senhor, teu
Santa, e colocou-o sobre 0 pináculo do templo, Deus, adorarás e s ó a ele servirás.
6 - e disse-lhe: Se tu és 0 Filho de Deus, 1 1 - Então, 0 diabo o deixou; e, eis que
lança-te daqui abaixo; porque está escrito: chegaram os anjos e 0 serviram.

Hinos Sugeridos: 46, 289, 298 da Harpa Cristã

PLANO DE AU LA

1. INTRODUÇÃO tentação; III) Apontar a estratégia para


Nesta lição, veremos que 0 crente é o crente resistir à tentação.
desafiado cotidianamente a abandonar B) M otivação: Como vim o s na
a fé em Cristo. Isso pode aconte­ lição, a tentação é um processo que
cer por meio da tentação. Por isso, ocorre na esfera da natureza humana.
verem os como ocorre a tentação e Nesse sentido, autoexame é indispen­
como nosso Senhor lidou com essa sável para 0 crente lidar com as suas
situ ação. A prenderem os tam bém lim itações e fraquezas. Fomente a
que a resistência à tentação requer o discussão sobre as áreas da natureza
firme posicionamento contra 0 pecado humana que precisam ser fortalecidas
e o com prom isso com a prática da para que o crente não se torne presa
Palavra de Deus. fácil da tentação.
C) Sugestão de Método: O primeiro
2. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO tópico da lição destaca que nosso Se­
A) Objetivos da Lição: I) Conceituar
nhor foi tentado por Satanás em três
biblicamente 0 que é tentação e os seus áreas específicas. A intenção de Satanás
aspectos na esfera humana; II) Mostrar era desviá-lo de seu propósito neste
como nosso Senhor Jesus lidou com a mundo. Semelhantemente, o apóstolo

62 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR ABRIL • MAIO • JUNHO 2024


João aponta três áreas da natureza 4. SUBSÍDIO AO PROFESSOR
humana em que ocorrem os desejos A) Revista Ensinador Cristão. Vale
para pecar: a concupiscência da carne, a pena conhecer essa revista que traz
a concupiscência dos olhos e a soberba reportagens, artigos, entrevistas e
da vida (1 Jo 2.16 ,17). Convide os seus subsídios de apoio à Lições Bíblicas
alunos a conceituarem cada uma dessas Adultos. Na edição 97 , p. 4 0 , você
áreas e a compreender a importância encontrará um subsídio especial para
de lidar com cada um desses aspectos esta lição.
no tocante à tentação. B) Auxílios Especiais: Ao final do
tópico, você encontrará auxílios que
3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO darão suporte na preparação de sua
A) Aplicação: Jesus nos concedeu aula: 1) 0 texto “ Tentação” , localiza­
o exemplo de fidelidade a Deus e nos do depois do primeiro tópico, aponta
mostrou que a aplicação das Escrituras o conceito de tentação no contexto
Sagradas em nosso cotidiano é ferra­ bíblico; 2) O texto “ A Tentação de
menta indispensável para vencer as Je su s” , ao final do segundo tópico,
tentações. Endosse aos alunos que a amplia a reflexão a respeito da ten­
perseverança nessas virtudes resultará tação que nosso Senhor suportou no
em uma vida espiritual próspera neste deserto, bem como a estratégia do
mundo e, por conseguinte, a entrada M estre para vencer as in vestid as
na vida eterna (2 Pe 1.10 -12 ). de Satanás.

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO I - A TENTAÇÃO E SUA ESFERA


A tentação é algo que o crente en­ HUMANA
frentará ao longo de sua jornada. Não por 1. Conceito bíblico de tentação. Na
acaso, 0 Senhor Jesus nos ensinou a orar Bíblia, três palavras aparecem para
de modo que Deus não deixasse conceituar “ ten tação ” . A p ri­
que caíssem os em tentação m eira é a p a la vra hebraica
(Mt 6.13 - NVT). Por isso, massáh, que significa “ teste”,
nesta lição, estudaremos 0 “ provação” (Dt 4.34; 9.22;
conceito bíblico de tentação, Sl 95.8). A segunda e a ter­
a maneira como nosso Se­ ceira são palavras gregas
nhor a enfrentou no deserto respectivamente: peirasmós,
e como devemos resisti-la. “ teste” , “ prova” , aparecendo
Veremos que é imperioso se­ 25 vezes no Novo Testamento
gu ir a recom endação de Jesu s (At 20.19; 1 Co 10.13; Tg 1.2,12); e 0
Cristo a respeito de vigiar e orar para verbo peirázõ, testar, submeter à prova
não cedermos à tentação ao longo da (Jo 6.6; G1 6.1; Ap 2.2,10), ocorrendo
caminhada (Mt 26.41). aproxim adam ente 36 vezes no Novo

ABRIL • MAIO • JUNHO 2024 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR 63


vv sabilidade humana (Mt 5.28; Rm 8.6).
Ainda que 0 Inimigo possa nos persuadir
a cair em tentação, esta se dá no campo
Ainda que o In im igo
da esfera humana e terrena (1 Co 10.13).
p o ssa nos persuadir a
cair em tentação, esta se
dá no cam po da esfera
hum ana e terren a.” SINOPSE I
A tentação é um fen ôm en o que
ocorre n a e sfe ra da n atu reza
h um ana.

Testamento. Assim, podemos dizer que


tentação é um experimento, teste ou
prova diante de uma atração para fazer
AUXÍLIO BIBLIOLÓGICO
o mal a fim de obter prazer ou lucro.
2. Duas vias da tentação. De acordo
Tentação
com a Palavra de Deus, a tentação pode
“ Os termos gregos e hebraicos
vir prim eiramente do Diabo (Gn 3) e,
traduzidos como ‘ te n ta r’ e ‘ ten ­
também, de dentro do ser humano (Tg
tação’ tam bém aparecem no mau
1.14,15). Ela tem origem no Diabo quando
sentido de ‘ induzir ao pecado’ . O
o seu objetivo, semelhantemente ao que
Diabo é acusado de ser 0 instigador
aconteceu com Jesus, é de desviar-nos
de tais provas (Mt 4.3; 1 Ts 3.5, 6).
da rota de nossa m issão e propósito
Até mesmo na vida dos cristãos ele
de vida estabelecido por Deus. Já a que
exerce grande pressão para 0 pecado
nasce de dentro do ser humano tem a
(1 Co 7.5; 1 Ts 3.5; Ap 2.10). Sucumbir
ver com os vícios da alma quando, no
a tais tentações pode demonstrar que
lugar de darmos primazia ao fruto do
a profissão do cristão não é sincera
Espírito, entregamo-nos à atração, ao
engodo e ao deleite da concupiscência (Lc 8.13).
A tentação para pecar frequen­
da carne. Ambas as vias da tentação se
temente se origina de pensamentos
processam na esfera humana.
malignos e da concupiscência (Tg 1.14);
3. Tentação: um fenômeno humano.
provocações às quais um forte desejo
Na Epístola de Tiago está escrito: “ Nin­
por riquezas bem pode se juntar (1
guém, sendo tentado, diga: De Deus sou
Tm 6.9). Contudo, a tentação para
tentado; porque Deus não pode ser tentado
pecar nunca vem de Deus (Tg 1.13).
pelo mal e a ninguém tenta” (Tg 1.13). É
O cristão deve orar por libertação de
verdade que há a provação que vem da
todas essas tentações (Mt 6.13; lc 11.4).
parte de Deus para aperfeiçoar 0 caráter
A tentação, no mau sentido, tam­
do crente (Tg 1.2,4; Mt 5.48; 1 Pe 1.7).
bém pode tomar a forma de testar
Contudo, um teste que incita ao mal
0 outro na esperança de expor seus
não vem de Deus, ou seja, as ações que
pontos fracos, e u sá -lo s contra a
evidenciam uma vida dominada pelas
própria pessoa. Os inimigos de Cristo
paixões carnais são de inteira respon­

64 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR ABRIL • MAIO • JUNHO 2024


frequentemente tentaram empregar que o nosso Senhor foi tentado na área
essa tática contra Ele (cf. Mt 16 .1; física, com as necessidades humanas;
19.3; 22.35; Lc 20 .23)” (Dicionário em sua natureza divina, com a ideia
Bíblico Wycliffe. Rio de Janeiro: CPAD, de ostentar seus divinos atributos ao
2006, p.1908). público; e na área espiritual, no sentido
de idolatrar outro ser.
3. Como Jesu s venceu a tentação?
Nosso Senhor venceu o Diabo com a
I I - O SENHOR JESUS Palavra de Deus. Em todas as áreas da
E A TENTAÇÃO tentação, Ele respondeu: “ Está escrito”.
1. A provação do Senhor Jesus. De
Na primeira tentação, Ele disse: “ Está
acordo com 0 Evangelho de Mateus, após
escrito: nem só de pão viverá o homem,
o batismo de Jesus, o Espírito Santo o
mas de toda a palavra que sai da boca
conduziu ao deserto (cf. Mc 1.12,13; Lc de Deus” (Mt 4.4). Na segunda tentação,
4.1,2). Foram 40 dias sendo tentado por
Ele disse: Está escrito: “ Não tentarás ao
Satanás, uma intensa batalha espiritual Senhor teu Deus” (Mt 4.7). Na terceira
contra 0 Adversário, 0 “ príncipe deste
tentação, Ele disse: “ Vai-te, Satanás,
mundo” (Jo 16.11; cf. Ef 2.2). O objetivo de
porque está escrito: Ao Senhor, teu Deus,
Satanás era fazer com que Jesus desviasse
adorarás e só a ele servirás” (Mt 4.10).
de seu propósito, satisfazendo desejos Nessa batalha espiritual contra o Diabo,
e necessidades, contrariando a vontade nosso Senhor sempre apelou para a ex­
de Deus (cf. Jo 4.34). Por isso, houve um posição da Palavra de Deus. Isso significa
ataque intenso do Maligno contra nosso
que Ele via a Escrituras como autoridade
Senhor, que resistiu sabiamente por meio
suprema de fé e de prática. Assim, ao
da oração, do jejum e da Palavra. Embora
lado da oração e do jejum, conforme já
fisicamente frágil, 0 Senhor Jesus estava
estudamos, devemos vencer o Inimigo
espiritualmente forte.
e seus ardis tentadores com a Palavra
2. As áreas que Jesu s foi tentado.
de Deus (Ef 6.11,17). Imitemos 0 nosso
Podem os dizer que Jesu s C risto foi
divino Mestre!
tentado em três áreas: a área física, a
natureza divina e a área espiritual. Na
área física, 0 Diabo 0 tentou pedindo
que transformasse pedras em pães, após
sentir fome devido ao processo de jejum, SIN O PSE II
pois isso revelaria que Ele era o Filho Nosso Senhor venceu o Diabo com
de Deus (Mt 4.3). Na área da natureza a Palavra de Deus.
divina, o Diabo tenta Jesus pedindo que
Ele se atirasse do pináculo do Templo,
pois os anjos o guardariam (Mt 4.5,6).
Na área espiritual, o Diabo tenta nosso
Senhor, desafiando-o a evitar o cami­
AUXÍLIO BÍBLICO-TEOLÓGICO
nho da cruz para estabelecer um reino
pela sua força, o que seria prontamente
A Tentação de Jesus
aceito pelos judeus; mas era necessário
“ Jesus, além de citar a Escritura,
apenas uma coisa: Jesus deveria adorar
dirigiu-se ao Diabo diretamente. Em
o Diabo (Mt 4.9). Assim, podemos dizer

ABRIL • MAIO • JUNHO 2024 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR 65


vv a respeito, visto que vivemos em uma
cultura pós-moderna que, por meio de
seus artistas, escritores, filósofos e, até
Em caso de ceder à
mesmos “ teólogos”, intentam naturalizar
tentação, não tentem os o relativismo, procurando nos moldar
se ju stificar, culpar os conforme seus costum es mundanos.
outros ou ign o rar os Diante disso, somos encorajados pelas
Escrituras a assumir a postura de Cristo
atos p eca m in o so s.” e a não se conformar com este mundo
(Rm 12.2).
2. Rejeite a tentação! Há uma célebre
frase do reformador Martinho Lutero:
“Você não pode impedir que os pássaros
voem sobre sua cabeça, mas pode impedir
que eles se instalem com seus ninhos!” .
geral, Ele evitava diálogo com poderes Embora não seja um versículo da Bíblia,
demoníacos e os proibia de falar, mas a frase revela uma verdade que encon­
aqui Ele ordenou que o Diabo saísse. tramos na Palavra de Deus. Podemos
A prática de Jesus está em contraste percebê-la na fuga de José diante da
total com a prática popular de arengas mulher de Potifar (Gn 39.12); na atitude
longas com o Diabo no contexto da de Jó em fugir do mal (Jó 1.1). Assim, não
oração. O fato de Jesus sofrer estas podemos impedir que a tentação apare­
tentações é parte de sua identificação ça, mas, com a força do Espírito Santo,
últim a com a hum anidade. Ele se podemos evitar que ela nos domine. Por
tornou ser humano. Ele ficou adulto isso, precisamos seguir o que o apóstolo
e entrou nas águas purificadoras de Paulo escreveu a Timóteo: “ Fuja de tudo
nosso batismo, embora não tivesse que estimule as paixões da juventude”
pecado. [...] Ele sofreu tentações; (2 Tm 2.22 - NVT). Portanto, ao longo
suportar e não se entregar causam da nossa jornada, a melhor estratégia é
angústia e dor. Ele não precisava ter fugir da tentação.
uma ‘ natureza pecadora’ para ser 3. Arrependa-se! No meio da nossa
tentado e suportar a dor da decla­ caminhada, é possível que 0 crente ceda
ração: ‘ Não’ ” (Comentário Bíblico a tentação e, por isso, rompa a comu­
P e n te co sta l N ovo T e stam e n to - nhão com Deus. Contudo, é possível
M ateus-Atos. Vol. l. Rio de Janeiro: restab elecer o relacionam ento com
CPAD, 2003, PP- 31, 32). Ele por meio da confissão de pecados,
arrependim ento e quebrantam ento
espiritual. Há um caminho de cura e
restauração para quem age dessa m a­
III - RESISTINDO À TENTAÇÃO neira (Pv 28.13). Por essa razão, em caso
1. Todos somos tentados. Por mais de ceder à tentação, não tentemos nos
que observemos as disciplinas da ora­ justificar, culpar os outros ou ignorar
ção, do jejum e da leitura da Palavra, o os atos pecaminosos. 0 caminho divino
Inimigo não deixará de nos tentar. Por é 0 da confissão e arrependimento para
esse motivo, temos de estar conscientes desfrutar o perdão.

66 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR ABRIL • MAIO • JUNHO 2024


CONCLUSÃO
Semelhante ao Senhor, que foi ten­
tado em tudo, mas não pecou (Hb 2.18;
SINOPSE III
4.15); podemos seguir o caminho de não
Som os en corajad os a a ssu m ir sermos seduzidos pela tentação. Assim,
a p o stu ra de C risto e a não se podemos desfrutar mais de uma vida em
co n fo rm a r com este m undo. santidade e comunhão com Deus. Por isso,
ao oferecermos resistência à tentação
ao longo da jornada, lograremos êxito
e receberemos a coroa da vida (Tg 1.12).

Anotações do Professor

Clique aqui para fazer sua anotação

R E V IS A N D O O C O N T E Ú D O

1. De acordo com a lição, como podemos conceituar tentação?


Tentação é um experimento, teste ou prova diante de uma atração para fazer
o mal a fim de obter prazer ou lucro.
2. Quais são as duas vias da tentação?
De acordo com a Palavra de Deus, a tentação pode vir primeiramente do Diabo
(Gn 3) e, também, de dentro do ser humano (Tg 1.14,15).
3. Em quais áreas 0 Senhor Jesus foi tentado?
Podemos dizer que Jesus Cristo foi tentado em três áreas: a área física, a
natureza divina e a área espiritual.
4. Para o que o Senhor Jesus sempre apelou contra o Diabo?
Nessa batalha espiritual contra 0 Diabo, nosso Senhor sempre apelou para a
exposição da Palavra de Deus.
5. Qual é a melhor estratégia diante da tentação?
A melhor estratégia é fugir da tentação.

VOCABULÁRIO
Engodo: qualquer tipo de cilada, manobra ou ardil que vise enganar, lu­
dibriar outrem, induzindo-o a erro.

ABRIL • MAIO • JUNHO 2024 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR 67


LIÇÃO 10
9 de Junho de 2024
0 D ia do Pastor

DESENVOLVENDO UMA
CONSCIÊNCIA DE SANTIDADE
\ (

VERDADE PRÁTICA
TEXTO ÁUREO
Na jornada para 0 Céu,
“ Segui a paz com todos e
devemos estar conscientes a
a santificação, sem a qual
respeito da necessidade de
ninguém verá 0 Senhor
ter uma vida santa para nos
(Hb 12.14)
encontrarmos com 0 Senhor.
V____________________ ______________ J
L E IT U R A D IA R IA

Segunda - Jo 17.17 Quinta - l Co 6.11


A Palavra de Deus gera verdadeira A santificação inicial na jornada
santidade Sexta - Ef 4.20-24,27-30
Terça - Rm 6.19-22 A santificação progressiva na
Um chamado para a santificação na jornada
jornada Sábado - l Ts 4.13-18
Quarta - Rm 8.29; 1 Jo 3.2 A glorificação final após a jornada
0 propósito de ser como Jesus da vida cristã

68 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR ABRIL • MAIO • JUNHO 2024


LEITU RA BÍBLICA EM CLASSE

1 Pedro 1 . 1 3 - 2 1
13 - Portanto, cingindo os lombos do 18 - sabendo que não foi com coisas cor­
vosso entendimento, sede sóbrios e esperai ruptíveis, como prata ou ouro, que fostes
inteiramente na graça que se vos ofereceu resgatados da vossa vã maneira de viver
na revelação de Jesus Cristo, que, por tradição, recebestes dos vossos
14 - como filhos obedientes, não vos pais,
conformando com as concupiscências 19 - mas com 0 precioso sangue de Cris­
que antes havia em vossa ignorância; to, como de um cordeiro imaculado e
15 - mas, como é santo aquele que vos incontaminado,
chamou, sede vós também santos em 2 0 - 0 qual, na verdade, em outro tempo,
toda a vossa maneira de viver, foi conhecido, ainda antes da fundação do
16 - porquanto escrito está: Sede santos, mundo, mas manifestado, nestes últimos
porque eu sou santo. tempos, por amor de vós;
17 - E, se invocais por Pai aquele que, sem 2 1 - e por ele credes em Deus, que 0
acepção de pessoas, julga segundo a obra ressuscitou dos mortos e lhe deu glória,
de cada um, andai em temor, durante 0 para que a vossa fé e esperança estives­
tempo da vossa peregrinação, sem em Deus.

F ÍJ Hinos Sugeridos: 39 ,17 5 , 339 da Harpa Cristã

PLANO DE AU LA

1. INTRODUÇÃO II) Descrever a abrangência dos es­


A santidade é um atributo pelo tágios da santificação; III) Distinguir
qual 0 Senhor se faz conhecido. Ter a santidade e a justiça de Deus como
co n sciên cia de que Deus é santo atributos inerentes à sua natureza.
im plica ao crente to rn a r-se santo
também para que possa m anter-se B) Motivação: A santificação é um
em comunhão com o Criador durante processo contínuo na vida do crente.
a jornada para o Céu. Nesta lição, Ter uma vida santa é viver separado
verem os a p ersp ectiva b íblica de das práticas pecaminosas deste mun­
santificação, bem como os estágios do. A mente do homem natural não
da san tificação. Veremos também entende as coisas do Espírito e acha
que a santidade é acompanhada da estranho os crentes não seguirem
justiça, atributos divinos que não se o mesmo curso natural de pecados.
contradizem. Converse com a classe sobre a forma
como 0 crente lida com as pessoas que
2. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO não professam a fé em Jesus.
A) Objetivos da Lição: I) Apresentar C) Sugestão de Método: O segundo
a perspectiva bíblica da santificação; tópico da lição elenca os três estágios

ABRIL • MAIO • JUNHO 2024 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR 6 9


que a santificação abrange. Escreva sobre as obras infrutuosas das travas
na lousa os respectivos títulos em as quais não podemos compartilhar.
três colunas: estágio 1 - estágio 2
- estágio 3. Com a colaboração dos 4. SUBSÍDIO AO PROFESSOR
alunos, abaixo de cada coluna, es­ A) Revista Ensinador Cristão. Vale
creva as características pertinentes a pena conhecer essa revista que traz
a cada estágio da santificação. Ao reportagens, artigos, entrevistas e
final, reforce que a santificação tem subsídios de apoio à Lições Bíblicas
como objetivo que o crente tenha o Adultos. Na edição 97, p. 41, você
seu caráter transform ado a fim de encontrará um subsídio especial para
que se torne cada vez mais parecido esta lição.
com Jesus.
B) Auxílios Especiais: Ao final do
3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO tópico, você encontrará auxílios que
A) Aplicação: Durante a jornada darão suporte na preparação de sua
rumo à eternidade o crente não pode aula: 1) O texto “ Santo” , localizado
perder a consciência da santidade depois do primeiro tópico, aprofunda
divina. É a partir da percepção de que a reflexão sobre a santidade como
Deus é santo que o crente prossegue atributo divino; 2) O texto “ A Adoção
em santidade e nutre uma vida de de Atitudes Cristãs” , ao final do se­
rejeição ao pecado. O fato de desfru­ gundo tópico, amplia a reflexão sobre
tarmos 0 amor de Deus não nos isenta a conduta cristã, inclusive, quanto ao
da consciência de que 0 juízo virá exercício da santificação.

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO I - A PERSPECTIVA BÍBLICA DA


A palavra “ consciência” nos remete SANTIFICAÇÃO
a ideia de percepção a respeito de algo 1. Santificação no Antigo Testamen­
que está em n ossa volta, é o to. Do hebraico qôdesh, santidade
estado em que estamos des­ um substantivo masculino
pertos, acordados e lúcidos que significa “ sacralidade” ,
no tempo presente e, por I P a la v r a -C h a v e 1 “ posto à parte” , que pode se
isso, sabemos que ex isti­
mos. Desse jeito, o crente
Santidade referir a Deus, aos lugares,
coisas, algo à parte, sepa­
em Jesus, que iniciou a sua rado. Essa palavra deriva da
jornada de fé com Cristo, deve raiz verbal hebraica qadash,
estar consciente a respeito de que traz a ideia de “ consagrar” ,
viver uma vida santa, sem a qual, a “ santificar” , “ preparar” , “ dedicar” ,
Bíblia afirma: “ ninguém verá o Senhor” “ ser consagrado” , “ ser santo”, “ ser san­
(Hb 12.14). Nesta lição, estudaremos a tificado”, “ ser separado”. Nesse sentido,
im portância da santidade em nossa a palavra qôdesh aparece cerca 469 vezes
jornada para 0 Céu. no Antigo Testamento como santidade

70 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR ABRIL • MAIO • JUNHO 2024


(Ex 15.11), coisa santa (Nm 4.15), san­ sociação com Ele. Somente o Senhor
tuário (Êx 36.4). Outrossim, 0 adjetivo é intrinsecamente santo (Ap 15.4).
qádôsh, muito presente no Pentateuco, Deus Pai é santo (Jo 17 .11) , assim
os primeiros livros da Bíblia, traz a ideia como o Filho (At 3.14 ), ao mesmo
de um dia, uma pessoa ou uma nação tempo que ‘ Santo’ é a designação
inteiram ente consagrada, separada, característica do Espírito de Deus
santificada a Deus (Gn 2.3 Êx 19.6). (SI 51.11; Mt 1.18). O nome de Deus
2. No Novo T estam ento. O verbo é santo (Lc 1.49), assim como 0 seu
grego hagiadzô, quer dizer “ santificar” , braço (SI 98.1), caminhos (SI 77 -13)
traz a ideia de “ tornar santo”, “ purificar e palavras (SI 105.42).
ou consagrar”, “ venerar”, “ ser santo”. Com referência ao próprio Deus,
Esse termo abrange o sentido de o crente a santidade pode indicar algo como a
tornar-se puro, de modo a estar purifi­ sua singularidade e está associada a
cado e santificado por obra graciosa do atributos como a glória (Is 6.3), justiça
Espírito Santo (l Co 6.11). Nesse sentido, (Is 5.16) e zelo, ou seja, a preocupação
no Novo Testamento, a santidade operada com a sua reputação (Js 24.19).
na vida do crente é uma obra autêntica A morada de Deus é no Céu (Sl
do alto (Ef 5.26; 1 Ts 5.23). 20.6), e ‘ santo’ funciona em alguns
3. A santidade exigida pela Palavra. contextos como equivalente virtual
Em nossa jornada cristã rumo ao Céu, de celestial (11.4). 0 trono de Deus é
a P ala v ra de Deus e x ig e san tidade santo (47.8), e os anjos que o cercam
em todas as áreas de nossa vida. Isso são ‘santos’ (89.5; cf. Mc 8.38). Um
porque a palavra da verdade nos san­ corolário da santidade de Deus é que
tifica (Jo 17.17)- Desse modo, o crente Ele deve ser tratado como santo (Lv
em Jesus não pode ter com prom isso 22.32), ou seja, honrado (Lv 10.3),
com o com portam ento pecam inoso, adorado (Sl 96.9) e temido (Is 8.13)”
visto que em sua lida diária, ele tem (D icionário Bíblico Baker. Rio de
um compromisso de buscar um estilo Janeiro: CPAD, 2023, p. 452).
de vida santo, pois sabe que sem ele
não podemos ver o Senhor (Hb 12.14).
II - A SANTIFICAÇÃO E SEUS
ESTÁGIOS
SINOPSE I 1. A realidade da santificação. A partir
A P a la v ra de Deus aponta o e s ­ do que estudamos sobre os termos bíblicos
tilo de v id a santo sem o qual a respeito da santificação, podemos afir­
não podem os a g ra d a r a Deus. mar que se trata de um ato, um estado e
um processo pelo qual 0 pecador se torna
santo (Rm 6.19-22; 1 Ts 4.1-7). Em pri­
meiro lugar, a santificação é um ato de
separação do mundo. Em segundo, ela
AUXÍLIO BIBLIOLÓGICO
é um processo cujo propósito é levar 0
cristão a se tornar semelhante ao nosso
Santo
Senhor Jesus Cristo (Rm 8.29). Assim, a
“ Santidade é um atributo de Deus
santificação busca aperfeiçoar 0 crente
e de tudo o que é adequado para a s­
de modo que a imagem de Cristo se re-

ABRIL • MAIO • JUNHO 2024 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR 71


caráter divino (Mt 5.8). Nesse aspecto,
todo crente regenerado é chamado por
N esse aspecto, todo Deus para ouvir, guardar e praticar seus
mandamentos, de modo que seja a sua
crente regenerado é
santa habitação de Deus (Jo 14.23).
cham ado por Deus para
ouvir, guardar e praticar
seus m andam entos,
SINO PSE II
de m odo que seja a sua
A santificação tra ta-se de um ato,
santa h ab itação .” um estado e um processo pelo qual
o pecador se torna santo.

flita plenamente em sua vida (2 Co 7.1; Ef


4.12,13; 5.26). Nesse caso, a santificação
AUXÍLIO BÍBLICO -TEOLÓGICO
bíblica é um processo que abrange pelo
menos três estágios: Santificação inicial
A Adoção de Atitudes Cristãs
(posicionai), Santificação Progressiva e
“ A obediência tem duas dimen­
Glorificação.
sões: a positiva e a negativa. Os filhos
2. Três estágios da santificação. Em
de Deus não devem se conformar com
primeiro lugar, a santificação do crente
os desejos pecaminosos que tinham
inicia com o Novo Nascimento, pois por
no passado; antes, devem ‘ser santos’
intermédio do Espírito Santo, 0 crente
em tudo que fizerem (l Pe 1.15). Isso
é declarado justo diante de Deus, com­
porque aquele que os chamou é santo.
pletamente regenerado, declarado sem
Isto é, Deus é 0 modelo de conduta
pecado; trata-se da santificação inicial ou
e comportamento para seus filhos.
posicionai (1 Co 6.11). Em segundo lugar,
Obviamente, os filhos de Deus devem
há o estágio progressivo da santificação
refletir a característica de santidade
neste mundo, em que 0 crente se despoja
da família — uma característica n i­
do “velho homem” e vai se revestindo do
tidamente diferente daquela de seu
“ novo homem” até alcançar a perfeita
antigo estilo de vida (1.14; 2.1; 4.3).
imagem de Cristo (G1 5.16-18; Ef 4.20-
Na term inologia contem porânea,
24,27-30). Esse estágio leva ao último:
esse relacionam ento entre o Pai e
0 da glorificação. Esse é 0 momento em
a conduta dos filhos é chamado de
que 0 crente será como Jesus é (Rm 8.29;
‘modelo de conduta’ . Essa obrigação
1J0 3.2) e receberá um corpo ressurreto
de santificação inclui obediência às
tal qual o do nosso Senhor, por ocasião
Escrituras, pois está escrito: ‘ Sede
da sua aparição após a ressureição (Jo
santos, porque eu sou santo’ (1.16).
20.24-29; cf. 1 Ts 4.13-18).
[...] Portanto, como salvação é uma
3. O alvo da santificação. Segundo
questão de graça e aquele que convoca
o estudo dos três estágios da santifi­
à salvação é santo, torna-se impera­
cação, percebemos que 0 propósito da
tivo que os leitores de Pedro também
santificação é tornar o crente perfei-
sejam santos. Entretanto, a fim de que
tamente coerente com a plenitude do

72 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR ABRIL • MAIO • JUNHO 2024


possam obedecer a essa ordem, devem
adotar atitudes e condutas que este­
vv
jam de acordo com seu santo modelo. [...] C o m p reen d era
Uma atitude negativa seria insistir
em permanecer em sua antiga con­ santidade e a justiça de
duta de desejos pecaminosos (1.14); Deus com o atributos
e a positiva seria ter uma atitude de é im portante para
autocontrole (1.13). Devem assumir
recon hecerm os que Ele
a identidade de serem santos (1.15,
16). À medida que o povo de Deus é santo, reto, justo e
atender a essa ordem de santificar verdadeiro. E que, por
sua vida, adotará novas atitudes em
isso, jam ais deixará o
relação ao pecado (2.1-3), ao Estado
(2 .13 -17 ), à escravidão (2 .18 -2 5 ) e ser hum ano im pune
ao casamento (3 .1-7 )” (Comentário diante de sua rebelião
Bíblico Pentecostal Novo Testamento.
Vol. 2. Romanos-Apocalipse. Rio de
Janeiro: CPAD, 2003, pp. 897-98).

III - O JULGAMENTO DO DEUS


SANTO Cristo neste mundo, comprados pelo
1. O Deus San to. A B íb lia revela seu precioso sangue, somos exortados
Deus como o Santo de Israel (Is 1.4), e convocados a andar em santidade
com um nom e San to (Is 57 -15); os (Hb 12 .14 ). E m p en h em o -n os a nos
serafins declaram a sua santidade (Is consagrarm os a Deus em verdadeira
6.3) e, em santidade, ninguém pode santidade (Rm 12.1)!
se igu a lar a Deus (1 Sm 2.2). Desse 3. Santidade e ju stiça de Deus. Bi-
modo, a Bíblia afirm a enfaticam ente blicamente, a santidade e a justiça são
que Deus é Santo. Assim, Ele é o nosso atributos divinos que se relacionam.
parâmetro para uma vida de santida­ Como vimos, essa virtude aponta para
de, conforme registra o texto bíblico: a essência de Deus, que é totalmente
“ Santos sereis, porque eu, o Senhor, puro, como bem afirma João: “ Ele é luz
vosso Deus, sou santo” (Lv 19.2; cf. 1 e nEle não há treva algum a” (1 Jo 1.5).
Pe 1.16). Portanto, à luz da santidade Tudo em Deus é santo, puro e verda­
de Deus, somos chamados a ser santos deiro. A justiça dEle aponta para a sua
em nossa jornada. retidão, para a harmonia de sua justiça
2. Santidade exigida a todos os cren­ com a Lei. Desse modo, compreender
tes. A Igreja de Cristo neste mundo é o a santidade e a justiça de Deus como
santuário dedicado ao Senhor (Ef 2.21). atributos é importante para reconhe­
Por meio do nosso amado Salvador, o cermos que Ele é santo, reto, justo e
Senhor Jesus Cristo, a Igreja foi santifi­ verdadeiro. E que, por isso , ja m a is
cada para apresentar-se gloriosa, santa e deixará 0 ser humano impune diante
sem defeito diante de Deus (Ef 5.26,27). de sua rebelião contra a sua santidade
Por isso, como membros do Corpo de e justiça (Gn 6.12,13).

ABR IL • MAIO • JUNHO 2 0 2 4 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR 73


to m á -la como o padrão perfeito de
SINOPSE III vida. Devemos sempre progredir em
N enhum ser h um ano fica rá santidade desde o momento em que
im pune dian te da san tid ad e e iniciamos a vida com Cristo até o final
ju stiça de Deus. de nossa jornada (1J0 2.3). Estamos no
tempo de ser conscientes de que Deus
ama a todos e não deseja que ninguém se
perca. Todavia, os que rejeitam uma vida
CONCLUSÃO santa e se entregam ao pecado sofrerão
Na jornada para o Céu, o cristão a condenação eterna, pois santidade e
precisa desenvolver uma consciência justiça são atributos de Deus que não
da santidade de Deus para que possa se contradizem.

Anotações do Professor
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REVISANDO O CONTEÚDO
1. O que a Palavra de Deus gera?
A Palavra de Deus santifica o crente.
2. Segundo a lição, 0 que queremos dizer com santificação?
A partir do que estudamos sobre os termos bíblicos a respeito da santificação,
podemos afirmar que se trata de um ato, um estado e um processo pelo qual
o pecador se torna santo (Rm 6 .19 -22; 1 Ts 4 .1-7 ).
3. Mencione os três estágios da santificação.
A santificação bíblica é um processo que abrange pelo menos três estágios:
Santificação inicial (posicionai), Santificação Progressiva e Glorificação.
4. Como a Bíblia revela Deus?
A Bíblia revela Deus como 0 Santo de Israel (Is 1.4), com um nome Santo (Is
57.15); os serafins declaram a sua santidade (Is 6.3) e, em santidade, ninguém
pode se igualar a Deus (1 Sm 2.2).
5. Para o que a Bíblia aponta a santidade de Deus?
Aponta para a essência de Deus, que é totalmente puro, como bem afirma
João: “ Ele é luz e nEle não há treva algum a” (1 Jo 1.5).

VOCABULÁRIO
Lida: ato ou efeito de lidar; labuta.

74 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR ABRIL • MAIO • JUNHO 2024


LIÇAO 11
16 de Junho de 2024

A REALIDADE BÍBLICA
DO INFERNO
\ Ç
TEXTO ÁUREO
“Então, dirá também aos que VERDADE PRÁTICA
estiverem à sua esquerda: O Inferno é um lugar real de
Apartai-vos de mim, malditos, dor, agonia e desespero. Sua
para ofogo eterno, preparado realidade é um alerta para nós
para 0 diabo e seus anjos.” ao longo de nossa jornada.
(Mt 25.41)
\ _____________ _______________ _____________________________ )

LEITURA DIARIA

Segunda - 2 Tm 3.5; cf. Mt 7.15 Quinta - 2 Pe 2.4


A enganosa aparência de piedade Inferno como lugar de prisão dos
dos falsos ensinadores anjos caídos
Terça - 2 Tm 3.8; cf. Êx 7.11 Sexta - Mt 23.33; 25.41,46
Um contexto de resistência à Inferno como castigo eterno, fogo
verdade eterno
Quarta - Jó 17.13; SI 16.10; Is 38.10 Sábado - Mt 25.46; Jo 5 26
Inferno como sepultura, lugar dos Passar a eternidade tem a ver com
mortos uma escolha

ABRIL • MAIO • JUNHO 2024 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR 75


LEITU RA BÍBLICA EM CLASSE

M ateus 2 5 .4 1- 4 6
4 1 - Então, dirá também aos que estive­ 44 - Então, eles também lhe responderão,
rem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, dizendo: Senhor, quando te vimos com
malditos, para o fogo eterno, preparado fome, ou com sede, ou estrangeiro, ou nu,
para o diabo e seus anjos; ou enfermo, ou na prisão e não te servimos?
4 2 - porque tive fome, e não me destes de 45 - Então, lhes responderá, dizendo:
comer; tive sede, e não me destes de beber; Em verdade vos digo que, quando a um
43 - sendo estrangeiro, não me reco­ destes pequeninos 0 não fizestes, não o
lhestes; estando nu, não me vestistes; fizestes a mim.
e estando enfermo e na prisão, não me 46 - E irão estes para 0 tormento eterno,
visitastes. mas os justos, para a vida eterna.

Hinos Sugeridos: 4 8 , 1 2 7 , 1 8 2 da Harpa Cristã

PLANO DE AULA

1. INTRODUÇÃO 2. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO


Na lição deste domingo estuda­ A) Objetivos da Lição: I) Mostrar
remos a respeito do Inferno. Muitos o pensam ento hum ano a respeito
evitam falar sobre este tema, entre­ do Inferno; II) Saber como a palavra
tanto, não falar a respeito desse as­ Inferno aparece na Bíblia; III) Com­
sunto não evita que alguns caminhem preender a doutrina bíblica do Inferno.
em sua direção. Um dia todos vão B) Motivação: Converse com os
experimentar a morte, independente alunos explicando que atualm ente
da classe social a que pertençam , m uitos não acreditam no Inferno.
religião ou títulos, e sabemos que, Para estes, o Inferno é uma criação
depois da morte, segue-se 0 juízo: humana para colocar medo nas pes­
Céu ou Inferno. O Inferno é real e soas e mantê-las presa a uma religião,
ele não foi preparado para 0 ser hu­ ritos, dogmas etc. Procure mostrar,
mano, por essa razão nos sentimos biblicamente, a realidade do Inferno
incomodados de falar a respeito dele. por meio dos en sin os de Je su s. O
Contudo, a sua realidade é um alerta Mestre veio salvar a humanidade de
para nós ao longo de nossa carreira. seus pecados, contudo, Ele mostrou
Embora esse seja um assunto difícil que 0 Inferno é real. Tal realidade
de tratar na atualidade, o Inferno é deve valorizar a tão grande salvação
um dos principais assuntos do Novo que Deus providenciou para nós e,
Testamento. Veremos que Jesus en­ por isso, devemos estar firmados em
sinou de forma enfática a realidade Jesus durante a nossa jornada de fé,
do Inferno nos Evangelhos. pois sem Cristo, 0 ser humano passará

76 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR ABRIL • MAIO • JUNHO 2024


a eternidade em um lugar de dor e salvação. Mostre que sem Jesus Cristo
sofrimento. estaríam os destinados ao Inferno,
C) mas Ele, mediante a sua graça, nos
Sugestão de Método: Sugerimos
que você escreva no quadro as pa­ resgatou. Em seguida conclua lendo
lavras “ Inferno” e “ Céu” . Pergunte o Texto Áureo da Lição.
aos seus alunos o que vem à mente
deles quando ouvem a palavra “ In ­ 4. SUBSÍDIO AO PROFESSOR
ferno” . À medida que forem falando A) Revista Ensinador Cristão. Vale
vá anotando no quadro. Em seguida a pena conhecer essa revista que traz
faça o mesmo com a palavra “ Céu” . reportagens, artigos, entrevistas e
Conclua ressaltando que o ensino subsídios de apoio à Lições Bíblicas
bíblico a respeito do Inferno e do Adultos. Na edição 97 , p .4 1, você
Céu é sim ples: os que rejeitaram a encontrará um subsídio especial para
Cristo receberão o castigo eterno, esta lição.
no Inferno (Mt 25.46); os que e s ­ B) Auxílios Especiais: Ao final do
colheram a Cristo receberão a vida tópico, você encontrará auxílios que
eterna, no Céu (Jo 5.26). Portanto, darão suporte na preparação de sua
a escolha de ir para 0 Céu ou para 0 aula: l) A orientação bíblica, “ Infer­
Inferno é pessoal. no” , localizada no primeiro tópico,
destaca 0 que é 0 Inferno segundo os
3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO ensinos bíblicos; 2) O texto ao final
A) Aplicação: A lição de hoje é uma do segundo tópico, traz uma reflexão
oportunidade ímpar para que os alunos a respeito dos ensinos de Jesus Cristo
reflitam a respeito do valor da nossa sobre o Inferno.

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO bíblica significa negar todo 0 cristia­


O Inferno é um dos assuntos princi­ nismo bíblico.
pais do Novo Testamento. O Senhor Jesus
ensinou mais a respeito do Inferno que
o Céu nas páginas dos Evange­ I - O PENSAMENTO HU­
lhos. Ele tam bém ensinou MANO A RESPEITO DO
mais sobre 0 Inferno do que INFERNO
o apóstolo Paulo. Por isso, 1. F ilóso fo s e teólogos
nesta lição, estudaremos a de mente cauterizadas. Os
doutrina bíblica do Inferno. que vivem na incredulidade,
Situ arem os a re sistê n cia dom inados pelos poderes
atual de muitos em relação à das trevas neste mundo, ne­
doutrina, veremos as principais gam prontamente a realidade
palavras que traduzem “ Inferno” e do Inferno. Filósofos hum anistas
mostraremos que negar essa doutrina dizem que a afirmação bíblica da exis­

ABRIL • MAIO • JUNHO 2024 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR 77


tência do Inferno não é compatível com quanto aos falsos ensinos e ensinadores
os valores éticos modernos. Teólogos dos últimos dias.
m odernos e pós-m odernos negam a
inspiração plenária da Bíblia e, por isso,
agem para enfraquecer a doutrina bíblica
sobre o Inferno, dizendo que se trata SINOPSE I
de um pensamento pagão que deve ser Na atu alid ad e m u itos p en sam
erradicado da Bíblia. Outros chegam até que a ex istê n c ia do In fern o
a admitir que certas pessoas irão para não é com p atível com os v a lo ­
o Inferno, mas por tempo provisório. res ético s m od ern os.
Porém, durante esse período, serão
purificadas e receberão uma segunda
chance para entrar no Céu.
2 . 0 ensino do Universalismo. Outro
argumento muito frequente atualmente AUXÍLIO BIBLIOLÓGICO
é o falso ensino de que, no final das
contas, todas as pessoas irão para o Inferno
Céu. Por exemplo, não haveria diferença “ Lugar onde Deus designa os
no destino de um assassino frio e cruel perdidos para 0 castigo eterno tanto
para um crente que buscou ter uma do corpo quanto da alma (Mt 10.28).
vida santa, fugindo do pecado. A ideia Essa agonia de tormento eterno no
central do U niversalism o é a de que Inferno é a maior de todas as tra ­
todos somos filhos de Deus e, como Ele gédias possíveis. Esse tópico da vida
é um Ser de amor, não pode condenar após a morte foi revelado apenas
o ser humano a uma punição eterna. gradualmente nas Escrituras. ‘Geena’
3 . 0 alerta apostólico. Esses falsos originalmente se referia ao vale de
ensinos revelam a fraude que muitos Hinom perto de Jerusalém , o local
intelectuais cristãos cometem a res­ das notórias ofertas, feitas por Acaz,
peito do cristianism o bíblico. O que de sacrifício de crianças pelo fogo ao
eles fazem é transform ar a verdade de deus Moloque (2 Cr 28.3) e Manassés
Deus em mentira, negar integralmente (2 Cr 33-6). Mais tarde, o significado
o ensinam ento bíblico a respeito da desse termo foi estendido ao lugar
realidade bíblica do Inferno como se do castigo de fogo em geral. Ainda
mais tarde, a localização geográfica
encontra claramente exposto no Novo
desse lugar de punição foi mudada
Testamento. Não por acaso, o apóstolo
para debaixo da terra, mas a ideia
Paulo escreveu a respeito desses falsos
de tormento de fogo continuou. Nos
ensinadores: eles teriam aparência de
tem pos do NT, os fariseu s criam
piedade, m as negariam sua eficácia
claramente na punição dos ímpios
(2 Tm 3.5; cf. Mt 7.15); resistiríam à
na vida após a morte.
verdade (2 Tm 3.8; cf. Êx 7.11); aposta-
É principalmente nos ensinos de
tariam da fé e dariam ouvido a doutrina
Jesus que a realidade de um lugar de
de demônios, tendo suas consciências
punição eterna entra em nítido foco.
cauterizadas (1 Tm 4.1). Atualmente,
Na descrição de Jesus, o Inferno en­
estam os testemunhando de m aneira
volve fogo, inextinguível (Mt 18.8,9),
vivid a todos os a le rta s apostólicos

78 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR ABRIL • MAIO • JUNHO 2024


um lugar onde o verme não morre A palavra tártaro traz a ideia de um
(Mc 4.48)” (Dicionário Bíblico Baker. abismo mais profundo que a sepultura,
Rio de Janeiro: CPAD, 2023, p. 255). a habitação dos ímpios mortos em que
eles sofrem punição pelas suas obras
más. Os anjos caídos estão presos neste
lugar (2 Pe 2.4).
A palavra geena, que aparece 12 vezes
II - COMO A PALAVRA INFERNO no Novo Testamento, significa “ castigo
APARECE NA BÍBLIA eterno” . É uma palavra que deriva de
1. No Antigo Testamento. A primei­
termos hebraicos atrelados ao Vale de
ra palavra a ser destacada no Antigo
Hinom, ao lado sul e leste de Jerusalém.
Testamento é Sheol, “ mundo inferior
Nesse lugar, os adoradores de Moloque
dos m ortos” , “ sepultura” , “ inferno” ,
sacrificavam bebês pelo fogo (2 Rs 16.3;
“ co va” . Ela traz a ideia do AT para
21.6). Não por acaso, 0 profeta Jeremias
“ morada dos mortos” , “ lugar que não
se referiu ao Vale de Hinom como de
tem retorno” . E ssa p alavra aparece
julgamento (Jr 7.32; 19.6). No tempo do
65 vezes no AT: sepultura, lugar para
NT era um lugar em que se queimava 0
onde os mortos iam (Jó 17.13; Sl 16.10;
lixo da cidade. Essa palavra recebeu todo
Is 38.10); os fiéis seriam resgatados
0 simbolismo de “ castigo eterno” , “ fogo
desse lugar (Sl 16.9 -11; 49 -15); os ím ­ eterno” e “ julgamento final” (Mt 23.33;
pios não seriam resgatados de lá (Jó 25.41,46) que faz jus ao termo Inferno.
21.13; 2 4 .19; Sl 9 .17; 55 -15)- No AT, 0
ensino sobre o destino das pessoas se
concentrava m ais para 0 lugar onde
os corpos das pessoas iam, não para
o destino da alm a após a morte. Não
SIN O PSE II
há, portanto, um texto claro no AT a
respeito da divisão do Sheol entre um A palavra Inferno aparece na Bíblia
lugar de castigo e outro de bênçãos. tanto no A ntigo quanto no Novo
Assim, 0 Antigo Testamento aponta para Testam ento.
o Novo. Neste Testamento a doutrina
do destino eterno das pessoas após a
morte é bem clara. Contudo, de modo
geral, a palavra hebraica Sheol tam ­
bém é descrita como lugar de castigo
AUXÍLIO BIBLIOLÓGICO
(Jó 24.19).
2. No Novo Testam ento. Três pa­
Professor(a), explique que “ Jesus
lavras gregas que aparecem no Novo
também retrata a extrema angústia
Testam ento foram trad u zid as pela
dos que sofrem 0 castigo fin al de
p a la vra “ In fe rn o ” : hades (traduz a
serem ‘lançados nas trevas exteriores;
hebraica Sheol); tártaro, geena.
ali, haverá pranto e ranger de dentes’
A palavra hades significa “ lugar de
(Mt 8.12).
castigo” (Mt 11.23; Lc 10.15; 16.23); tam­
Os apóstolos também ensinam
bém pode se referir ao estado de morte
a ideia de um severo castigo eterno
que 0 ser humano experimentará no fim
para os perdidos. Na volta de Cristo,
da vida (Mt 16.18; At 2.27,31; Ap 1.18).

ABRIL • MAIO • JUNHO 2024 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR 79


os que vivem fora de um relaciona­ do Novo Testamento, todas as pessoas
mento adequado com o Senhor Deus que desprezam Jesus como Senhor e
experimentarão repentina destruição Salvador de suas vidas passarão a eter­
(1 Ts 5.3), quando os anjos vierem nidade totalmente separadas de Deus,
‘como labaredas de fogo’ e ‘toman­ na presença do Diabo e seus demônios
do vingança dos que não conhecem (Mt 25.41).
a Deus e dos que não obedecem ao 3. O castigo será eterno. D iversas
Evangelho de nosso Senhor Jesus passagens do Novo Testamento deno­
C risto ’ (2 Ts 1.6 - 9 ) . O autor aos tam a realidade do Inferno como lugar
Hebreus fala de ‘uma certa expectação de castigo eterno: fogo inextinguível
horrível de juízo e ardor de fogo, que há (Mt 3.12; Mc 9.43,48); fornalha acesa
de devorar os adversários’ (Hb 10.27). (Mt 13.42,50); trevas (Mt 8.12; 22.13);
Apocalipse descreve que ‘a fumaça fogo eterno (Mt 25.41); Lago de Fogo
do seu tormento sobre para todo 0 (Ap 19.20; 20.10,14,15). Então, o castigo
sempre ‘ (Ap 14 .11) e que os ímpios eterno se configura como uma penali­
serão lançados no ‘lago que arde com dade aos que se rebelaram contra Deus
fogo e enxofre” ’ (Ap 21.8) (Dicionário e sua Palavra. Por isso, esse castigo tem
Bíblico Baker. Rio de Janeiro: CPAD, relação direta com o pecado. Todos os
2023, p. 256). pecadores que não se arrependeram de
seus pecados serão lançados no Lago de
Fogo, o Inferno, logo após 0 julgamento
do Grande Trono Branco (Ap 20.11-15).
III - A DOUTRINA BÍBLICA DO Contudo, precisam os ob servar algo
INFERNO importante. A ida do ser humano para
1. O conceito bíblico de Inferno. À 0 Inferno não é uma iniciativa primária
luz de M ateus 25.41, o Inferno é um
de Deus, mas um fruto da escolha do
lugar real. O Deus justo e bom jam ais
ser humano em viver deliberadamente
faria um lugar como esse para o ser
em rebelião contra o Altíssimo. O en­
humano criado à sua imagem e seme­
sino bíblico é claro e simples: os que
lhança (Gn 1.26), mas, sim, para 0 Diabo
rejeitaram a Cristo receberão o castigo
e seus anjos que se rebelaram contra
eterno (Mt 25.46); os que escolheram a
Ele (2 Pe 2.4; Jd 12.6; Ap 12.7). Entre­
Cristo receberão a vida eterna (Jo 5.26).
tanto, quando 0 ser humano despreza a
Portanto, a escolha de ir para o Céu ou
Deus e sua Palavra, colocando-se sob o
para 0 Inferno, se passará a eternidade
governo do deus deste século, o Diabo,
com Cristo ou sem Ele, é pessoal.
será também sentenciado e destinado
ao mesmo lugar que Satanás e seus
demônios foram (2 Co 4. 4).
2. 0 que ensina a doutrina? A realidade
do Inferno é um ensino integralmente
bíblico (Mt 10.28; 23.33; Mc 9.43; Lc 12.5), SINOPSE III
descrito como um lugar de tristeza, A d o u trin a b íblica do In fern o
vergonha, dor e extrem a agonia. Isso p ro va a su a realid ad e.
porque 0 ser humano irá para 0 Infer­
no de maneira integral: corpo e alma.
Assim , de acordo com o vasto ensino

80 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR ABRIL • MAIO • JUNHO 2024


CONCLUSÃO que Deus providenciou para as nossas
À luz da Bíblia, a possibilidade de vidas e, por isso, devemos estar firmados
passar a eternidade num contexto de dor e em Jesus durante a nossa jornada de fé,
sofrimento é real. Por isso, essa realidade pois sem Cristo, o ser humano passará
deve valorizar mais a tão grande salvação a eternidade longe de Deus.

Anotações do Professor
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REVISANDO O CONTEÚDO

1. Explique pelo menos um argumento apresentado na lição que nega o en­


sino bíblico sobre o Inferno.
Teólogos modernos e pós-modernos negam a inspiração plenária da Bíblia e,
por isso, agem para enfraquecer a doutrina bíblica sobre o Inferno, dizendo
que se trata de um pensamento pagão que deve ser erradicado da Bíblia.
2. O que os falsos ensinadores afirmam ao distorcerem as verdades do cris­
tianismo bíblico?
O que eles fazem é transformar a verdade de Deus em mentira, negar inte­
gralmente o ensinamento bíblico a respeito da realidade bíblica do Inferno
como se encontra claramente exposto no Novo Testamento.
3. Qual palavra do Novo Testamento traz o simbolismo de “ castigo eterno” ,
“ fogo eterno” e “ julgamento final”?
A palavra geena recebeu todo 0 simbolismo de “ castigo eterno” , “ fogo eter­
no” e “ julgamento final” (Mt 23.33; 25.41,46) que faz jus ao termo Inferno.
4. Cite ao menos três expressões que descrevem 0 Inferno.
Fornalha acesa (Mt 13.42,50); fogo eterno (Mt 25.41); Lago de Fogo (Ap 19.20;
20.10,14,15).
5. De quem é a iniciativa primária do destino do ser humano ao Inferno?
A ida do ser humano para o Inferno não é uma iniciativa primária de Deus,
mas um fruto da escolha do ser humano em viver deliberadamente em re­
belião contra o Altíssimo.

ABRIL • MAIO • JUNHO 2024 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR 8l


LIÇÃO 12
23 de Junho de 2024

T
A
A BENDITA ESPERANÇA:
A MARCA DO CRISTÃO

TEXTO AUREO
VERDADE PRATICA
“Aguardando a bem-
A esperança cristã é a âncora
aventurada esperança e 0
que mantém a alma do crente
aparecimento da glória do
firme diante dos dissabores em
grande Deus e nosso Senhor
nossa jornada de fé.
Jesus Cristo.” (Tt 2.13)

LEITURA DIÁRIA

Segunda - Rm 8.24,25 Quinta - Rm 8.18


A esperança é uma expectativa ao 0 que nos aguarda é maior que as
que não se vê aflições atuais
Terça - l Pe 1.23
Sexta - At 27.29; Hb 6.18,19
A esperança cristã é uma
A esperança cristã como âncora da
consequência do Novo Nascimento
alma
Quarta - Gn 3.15; Ap 12.9
A esperança como fio condutor das Sábado - 1 Jo 3.2,3
Escrituras A esperança de sermos como Jesus é
L __________________________ ___________________________ J
82 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR ABRIL • MAIO • JUNHO 2024
LEITU RA BÍBLICA EM CLASSE

Romanos 8.18-25
18 - Porque para mim tenho por certo 22 - Porque sabemos que toda a criação
que as aflições deste tempo presente geme e está juntamente com dores de
não são para comparar com a glória que parto até agora.
em nós há de ser revelada. 23 - E não só ela, mas nós mesmos, que
19 - Porque a ardente expectação da temos as primícias do Espírito, também
criatura espera a manifestação dos filhos gememos em nós mesmos, esperando
de Deus. a adoção, a saber, a redenção do nosso
20 - Porque a criação ficou sujeita à corpo.
vaidade, não por sua vontade, mas por 24 - Porque, em esperança, somos salvos.
causa do que a sujeitou, Ora, a esperança que se vê não é espe­
21 - na esperança de que também a mes­ rança; porque 0 que alguém vê, como o
ma criatura será libertada da servidão da esperará?
corrupção, para a liberdade da glória dos 25 - Mas, se esperamos 0 que não vemos,
filhos de Deus. com paciência 0 esperamos.

F ÍJ Hinos Sugeridos: 300, 371, 4 4 2 da Harpa Cristã

PLANO DE AULA
1. INTRODUÇÃO a doutrina da esperança cristã; III)
A Esperança Cristã é um elemento Enfatizar a esperança cristã como a
da fé que move o crente a perseverar âncora da alma do crente.
na carreira que lhe foi proposta pelo B) M otivação: É impressionante
nosso Salvador. Ela aponta para um como a esperança cristã fez com que
futuro em que o desfecho divino se a prim eira geração de cristãos, que
revelará fielmente. Essa esperança traz sofreu grandes aflições, vitupérios,
uma perspectiva de vigilância para trib u lações, espoliação de bens e
não sermos apanhados de surpresa muitos outros prejuízos por causa de
e, ao mesmo tempo, uma perspectiva sua fidelidade ao Senhor, não perdeu
de alegria e consolo diante de todo a capacidade de se alegrar e regozi­
o sofrim ento que padecemos neste jar-se em Cristo (Hb 10.34). Qual era
mundo. Finalmente, essa esperança a causa disso? Porque “ eles tinham
é a âncora da nossa alm a, ela nos nos céus uma possessão m elhor e
traz firm eza e solidez em tem pos permanente” (Hb 10.34).
de grandes incertezas. Estudaremos C) Sugestão de Método: Para iniciar
esses assuntos ao longo desta lição. a aula de hoje, distribua pedaços de
papel para a sua classe. Peça que cada
2. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO aluno escreva, de maneira sucinta,
A) Objetivos da Lição: I) Mostraruma
o promessa que deseja que Deus
alvo da esperança cristã; II) Explicitar cum pra em sua vida ou algo que

ABRIL • MAIO • JUNHO 2024 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR 83


tenha prometido de coração a Deus. se desesperavam com a perseguição
Certifique-se de que todos pegaram porque sabiam que tinha uma morada
o pedaço de papel e tenham escrito muito superior a daqui da terra.
nele. Em seguida, recolha os papéis
e coloque-os em uma bolsa ou jarra. 4. SUBSÍDIO AO PROFESSOR
Depois, solicite que um aluno pegue A) Revista Ensinador Cristão. Vale
um papel e leia para a classe. Convide a pena conhecer essa revista que traz
que o(a) autor(a) da frase se identifi­ reportagens, artigos, entrevistas e sub­
que e fale sobre a promessa e quanto sídios de apoio à Lições Bíblicas Adultos.
é importante vê -la realizada em sua Na edição 97, p.42, você encontrará
vida. Encerre esse momento falando a um subsídio especial para esta lição.
respeito da importância de viver com a B) Auxílios Especiais: Ao final do
expectativa de vermos uma esperança tópico, você encontrará auxílios que da­
realizada. Então, inicie a lição. rão suporte na preparação de sua aula:
l) O texto “ A Esperança do Crente” ,
3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO localizado depois do primeiro tópico,
A) Aplicação: A esperança cristã é aprofundar 0 tópico a respeito do alvo
um antídoto do Céu para nos motivar a da esperança do cristão; 2) O texto “A
perseverar na fé em Cristo em meio às Ressurreição de Jesus como garantia de
aflições do tempo presente. Por isso, nossa esperança” , ao final do segundo
estimule a sua classe a fazer como os tópico, expande a reflexão a respeito
crentes da Igreja Primitiva, que não da prática piedosa do Senhor Jesus.

COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO uma expectativa favorável e confiante
Desde quando 0 crente nasce de novo, que se fundamenta ao que não se vê,
ele é convocado a viver uma vida de es­ ao futuro (Rm 8.24,25). Nesse caso, ela
perança. Nesse sentido, a esperança pode antecipar aquilo que é bom
cristã tem 0 seu fundamento na (Tt 1.2; 1 Pe 1.21). Não por acaso,
ressurreição do Senhor Jesus 0 apóstolo Paulo escreve que a
(1 Pe 1.3,21). É uma obra po­ esperança do cristão foi esta­
P a la v r a -C h a v e
derosa de Deus que move a belecida por meio de Cristo,
Igreja de Cristo a trabalhar Esperança a “ esperança da glória” e a
pela causa do seu reino. A s- '
sim, a lição desta semana tem
o propósito de expor 0 ensino
f “ esperança nossa” (Cl 1.27;
1 Tm 1.1). Portanto, do ponto
de vista bíblico, podemos dizer
da esperança cristã e o quanto ele é que a esperança é “ a confiança no
importante em nossa jornada para o céu. cumprimento de uma grande expectativa”.
2. A esperança nas cartas do apóstolo
I - PARA ONDE APONTA A Paulo. O assunto da esperança cristã está
ESPERANÇA DO CRISTÃO? bem presente nas cartas apostólicas de
1. A esperança cristã. De acordo com Paulo. Nelas, percebemos a esperança
o Novo Testamento, a “ esperança” é na ressurreição dos mortos em Cristo

84 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR ABRIL • MAIO • JUNHO 2024


(At 23.6; 1 Ts 4.13,14); a esperança do
AUXÍLIO TEOLÓGICO
cumprimento da promessa (At 26.6,7);
a esperança da justiça (G1 5.5); a espe­
“ A Esperança do Crente
rança do Evangelho (Cl 1.5); a esperança
Deus é revelado na Bíblia com
do arrebatamento da Igreja (1 Ts 5.8);
0 Deus da esperança que nos o u ­
a esperança da vocação (Ef 1.18); a es­
torga paz e alegria à medida que
perança da vida eterna (Tt 1.2; 3 7 ); e,
confiarmos nEle (Rm 15.13). A ga ­
finalmente, a esperança do aparecimento
ra n tia da esp e ra n ça do cren te é
da glória de Deus e do Senhor Jesus
dupla: o amor de Deus que enviou
Cristo (Tt 2.13). Na Primeira Carta de
Jesus para morrer em nosso lugar
Paulo aos Coríntios, a esperança aparece
(Rm 5 .5 - 10 ) e os atos poderosos
como a segunda virtude mencionada
do Espírito Santo que nos levam a
ali (l Co 13.13).
‘abundar em esperança pela virtude
3. Deus: o autor da nossa esperança.
do Espírito Santo (Rm 15.13). Dessa
Essa esperança é uma consequência
m aneira, o Espírito Santo que nos
do Novo Nascimento em Cristo Jesus,
batiza e nos dá a sua plenitude é ‘0
de modo que esse processo envolve
penhor [primeira prestação] da nossa
uma obra plenam ente sobrenatural,
h erança’ (Ef 1.14 ). Paulo também
espiritual (1 Pe 1.23). Por isso, Deus é
nos mostra que a nossa esperança
o autor da nossa esperança, conforme
não é incerta; é tão segura quanto
o apóstolo Paulo mostra em sua carta
qualquer coisa que possuím os. O
(Rm 15.13). Logo, por meio dessa viva
único motivo por que a promessa da
esperança, estamos prontos para su­
nossa ressurreição, do nosso corpo
portar perseverantem ente todos os
glorificad o, do nosso rein ar com
dissabores ao longo da nossa jornada
Cristo, e do nosso futuro eterno é
ao Céu (Hb 10.32-36). Ora, a nossa fé
chamada ‘esperança’ é porque ainda
tem sido provada pela história por meio
não os alcançam os (Rm 8.24 ,25).
das perseguições cruéis e muitos outros
Essa esperança, porém, nunca nos
d esafio s que sem pre nos testaram .
decepcionará, nem nos envergonhará
Entretanto, a Igreja de Cristo nunca
por termos confiado nela, porque ela
sucumbiu a eles, sempre prosperou e
é mantida viva e demonstrada como
floresceu por causa de uma esperança
verdadeira pelo amor de Deus que 0
gloriosa que nunca puderam tirar de
Espírito Santo derramou em nosso
nós, a confiança na vida eterna com
coração (Rm 5.5)” (HORTON, Stan­
Deus (At 20.24).
ley M. (Ed.). Teologia Sistem ática:
Uma Perspectiva Pentecostal. Rio
de Janeiro: CPAD, 2023, pp.609-10).

SINOPSE I
A E sp eran ça C ristã, que tem II - A PERSPECTIVA ESCATO-
Deus com o o seu autor, ap o n ­ LÓGICA DA ESPERANÇA CRISTÃ
ta p ara o p o rvir, um a g lo rio sa 1. A Bíblia focaliza o futuro. A h is­
realid ad e tória da Criação se inicia com Deus. O
primeiro livro da Bíblia, Gênesis, nos
revela isso. Infelizmente, ao se desdobrar

ABRIL • MAIO • JUNHO 2024 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR 85


os acontecimentos do início de Gêne­
sis, o pecado provocou desarmonia na
Criação. Entretanto, Deus age para que
SINO PSE II
tudo volte a ser perfeito, equilibrado e A esperança bíblica traz consolo e
harmônico. Isso que o apóstolo Paulo ale g ria ao crente ao longo de sua
revela a partir da menção que faz à carreira.
abrangência cósmica da morte de Jesus
Cristo (Ef 1.10). Essa promessa originou
no Éden, com o descendente da mulher,
e se revela hoje por meio de Cristo como
fio condutor das Sagradas Escrituras AUXÍLIO TEOLÓGICO
(Gn 3.15; Ap 12.9).
2. A esperança no porvir traz con­ A R essu rreição de Je su s como
solo e a le g ria ao crente. A doutrina garantia de nossa esperança
das ú ltim as coisas, denom inada de “ A maioria dos teólogos reconhece
Escatologia, estuda as coisas futuras. que ‘no Novo Testamento’ 0 futuro é
M uitos vivem com medo do futuro, visto como o desdobrar daquilo que
do que pode acontecer com eles, mas nos é dado na ressurreição de Cristo’ .
os cristãos se consolam e se alegram Sua ressurreição era o tema principal
no que a Bíblia diz a respeito do fu ­ da pregação da Igreja Primitiva. No
turo (Rm 15.4). Nesse aspecto, 0 que a Dia do Pentecoste, Pedro centralizou
Palavra de Deus diz a respeito do que a atenção em Jesus. Paulo proclamou
nos aguarda na eternidade com Cristo que ‘Cristo ressuscitou dos mortos e
é glorioso e incomparável, em que as foi feito as primícias dos que dormem’
aflições do tempo presente não podem (1 Co 15.20). ‘E, se 0 Espírito daquele
ser com parad as com a g ló ria a ser que dos mortos ressuscitou a Jesus
revelada em nós (Rm 8.18). Assim , a habita em vós, aquele que dos mortos
Bíblia é um livro de profecia que produz ressuscitou a Cristo também vivificará
alegria e consolo ao coração do crente. 0 vosso corpo mortal, pelo seu Espírito
Nela, encontramos um Deus soberano, que em vós habita’ (Rm 8.11). Pedro
que governa as nossas vidas e age em também falou de ‘uma viva esperan­
favor de seu povo. ça, pela ressurreição de Jesus Cristo
3. Por que uma doutrina da esp e­ dentre os mortos, para uma herança
rança? A razão de termos uma doutrina incorruptível, incontaminável e que se
da esperança é porque confiam os na não pode murchar’ (l Pe 1.3,4).
promessa da ressureição dos que mor­ [...] A ressurreição de Cristo me­
reram em Cristo, da transformação dos diante o Espírito é, portanto, a ga­
que estiverem vivos por ocasião de sua rantia de que seremos ressuscitados
volta (1 Ts 4.13-18). T rata-se de uma e transformados de tal maneira que
prom essa gloriosa para rein ar com no corpo ressuscitado será imortal e
corruptível” (HORTON, Stanley M.
Cristo. Como ainda não alcançam os
(Ed.). T eologia Sistem ática: Uma
essa promessa, vivemos na esperança
Perspectiva Pentecostal. Rio de Ja ­
de que brevem ente tudo se cum pra,
neiro: CPAD, 2023, pp.609-10).
pois quem fez a promessa é fiel para
cumprir (Hb 10.23).

86 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR ABRIL • MAIO • JUNHO 2024


III - A ESPERANÇA CRISTÃ
COMO ÂNCORA DA ALMA
vv
1. N ossa esperan ça com o âncora. Essa esperança que traz
Podem os d e scre ver a âncora como
certeza à alma do salvo não
uma pesada peça de ferro presa a uma
corrente grossa e lançada ao fundo do pode ser comparada com
m ar com o propósito de m anter um esperança dos ímpios.”
navio parado (At 27.29). O escritor aos
Hebreus descreve a esperança cristã
como uma “ âncora da alm a segura e
firm e” durante a jornada com Cristo
Cristo entendiam que a sua vinda seria
(Hb 6.18,19). Ela representa tudo 0 que de m aneira im inente, isto é, poderia
sustenta e estabiliza a alma do crente acontecer a qualquer momento (Mt
em tempos de incertezas. 25.1-13). Semelhantemente, devemos
2. Por que a esperança do crente é a estar em prontidão, aguardando 0 dia
melhor? Essa esperança que traz certeza em que o nosso Senhor arrebatará a sua
à alma do salvo não pode ser comparada Igreja. Não sabemos o dia nem a hora
com esperança dos ímpios. O apóstolo que 0 Senhor virá, mas a nossa parte é
Paulo afirm a que, sem Cristo, não há manter a nossa esperança viva e firme
esperança para o ser humano (Ef 2.12). (Lc 18.8).
Dessa forma, trata-se de uma esperança
vã. Por consequência, há diversas espe­
ranças presentes na cultura humana. Por
exemplo, há religiões que expressam sua SINOPSE III
esperança em uma história cíclica, como A Esperança é uma âncora da
no Hinduísmo, em que a vida é vista de
alma, pois traz firmeza e soli­
acordo com o ciclo de nascimento, morte
dez em tempos incertos.
e reencarnação; outros povos buscam
pautar a sua esperança em astrologia,
quirom ancia, dentre várias práticas
pagãs que a Bíblia proíbe; na política, CONCLUSÃO
muitos fundamentam suas esperanças Lutas, dissabores, provações, morte,
em ações revolucionárias que não passam dentre outas coisas, o salvo em Cristo
de ilusão. Em síntese, podemos dizer que poderá enfrentar tudo isso firmado na
toda esperança fora de Cristo é vazia, sem esperança verdadeira que é Cristo Jesus,
sentido; já a esperança em Cristo é segura, nosso Senhor. A ssim , seguirem os a
consoladora e com propósito (Cl 1.27). nossa jornada sem temor e sem per­
3. M antendo firm e a esperança. À der a fé. A história testemunhou que o
luz do Novo Testamento, afirmamos que Cristianismo cresceu e prosperou porque
a Segunda Vinda de Cristo é 0 grande os cristãos entenderam que essa vida é
motivo para 0 crente permanecer firme e provisória, sendo apenas uma parte de
manter sua esperança, de modo que isso um todo muito maior: a eternidade com
requer uma vida de pureza para desfrutar Cristo. Portanto, mantenhamos firme
da promessa de ser como Jesus é (1 Jo a confissão da nossa esperança, pois o
3.2,3). Naqueles dias, os discípulos de que prometeu é fiel (Hb 10.23).

ABRIL • MAIO • JUNHO 2024 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR 87


Anotações do Professor

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REVISANDO O CONTEÚDO

1. De acordo com a lição, e do ponto de vista bíblico, o que é esperança?


Do ponto de vista bíblico, podemos dizer que a esperança é “ a confiança no
cumprimento de uma grande expectativa” .
2. Diante da viva esperança, para que estamos prontos?
Estamos prontos para suportar perseverantemente todos os dissabores ao
longo da nossa jornada ao Céu (Hb 10 .32-36 ).
3. Que tipo de livro a Bíblia é?
A Bíblia é um livro de profecia que produz alegria e consolo ao coração do
crente. Nela, encontramos um Deus soberano, que governa as nossas vidas
e age em favor de seu povo.
4. Por que temos uma doutrina da esperança?
A razão de termos uma doutrina da esperança é porque confiamos na pro­
m essa da ressureição dos que morreram em Cristo, da transformação dos
que estiverem vivos por ocasião de sua volta (1 Ts 4 .13 -18 ).
5. À luz do Novo Testamento, 0 que podemos afirm ar quanto à esperança
cristã?
À luz do Novo Testamento, afirmam os que a Segunda Vinda de Cristo é o
grande motivo para o crente permanecer firme e manter sua esperança, de
modo que isso requer uma vida de pureza para desfrutar da promessa de ser
como Jesus é (1 Jo 3.2,3).
r------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------1

VOCABULÁRIO
Cósmica: esfera que representa 0 planeta Terra; 0 globo terrestre; 0 mundo.
t____________________________________________________________________ á

88 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR ABRIL • MAIO • JUNHO 2024


A CIDADE CELESTIAL

\
TEXTO ÁUREO VERDADE PRÁTICA
“Mas a nossa cidade está A cidade celestial é 0 alvo
nos céus, donde também de toda a nossa jornada que
esperamos o Salvador, o iniciou com 0 Novo Nascimento
Senhor Jesus Cristo.v e se consumará com a entrada
(Fp 3.20) pelos portões celestiais.
V_____________________________

LEITURA DIÁRIA

Segunda - Lc 23.46; 2 Co 12 .2-4 Quinta - Jo 4.10


0 Paraíso como a habitação de 0 rio da água da vida fluirá
Deus, dos anjos e dos salvos abundantemente
Terça - Ap 3.12 Sexta - Fp 3.20
A Nova Jerusalém, a cidade que A nossa verdadeira morada está
descerá do Céu nos Céus
Quarta - Cl 1.20 Sábado - 2 Co 5.8; Fp 1.21,23
A reconciliação de tudo 0 que está A esperança sincera de todo cristão
na Terra e no Céu peregrino
1 ____________________________________ Á

ABR IL • MAIO • JUNHO 2 0 2 4 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR 89


LEITU RA BÍBLICA EM CLASSE

A pocalipse 2 1 .9 - 14 ; 2 2 .1- 5
Apocalipse 21 14 - E o muro da cidade tinha doze
9 - E veio um dos sete anjos que tinham fundamentos e, neles, os nomes dos doze
as sete taças cheias das últimas sete apóstolos do Cordeiro.
pragas e falou comigo, dizendo: Vem,
m ostrar-te-ei a esposa, a mulher do Apocalipse 22
Cordeiro. 1 - E mostrou-me 0 rio puro da água da
10 - E levou-me em espírito a um grande vida, claro como cristal, que procedia do
e alto monte e mostrou-me a grande trono de Deus e do Cordeiro.
cidade, a santa Jerusalém, que de Deus 2 - No meio da sua praça e de uma e
descia do céu. da outra banda do rio, estava a árvore
11 - E tinha a glória de Deus. A sua luz era da vida, que produz doze frutos, dando
semelhante a uma pedra preciosíssima, seu fruto de mês em mês, e as folhas da
como a pedra dejaspe, como o cristal árvore são para a saúde das nações.
resplandecente. 3 - E ali nunca mais haverá maldição con­
12 - E tinha um grande e alto muro com tra alguém; e nela estará o trono de Deus
doze portas, e, nas portas, doze anjos, e e do Cordeiro, e os seus servos o servirão.
nomes escritos sobre elas, que são os no­ 4 - E verão 0 seu rosto, e na sua testa es­
mes das doze tribos de Israel. tará 0 seu nome.
13 - Da banda do levante, tinha três 5 - £ ali não haverá mais noite, e não
portas; da banda do norte, três portas; necessitarão de lâmpada nem de luz do
da banda do sul, três portas; da banda sol, porque 0 Senhor Deus os alumia, e
do poente, três portas. reinarão para todo o sempre.

F ÍJ Hinos Sugeridos: 4 8 5 , 509, 6 14 da Harpa Cristã

PLANO DE AULA
1. INTRODUÇÃO mas haverá o dia em que a conhe­
A Pátria Celestial é 0 ponto de ceremos plenamente (1 Co 13.12).
chegada de todos salvos em Cristo
que foram ilum inados pela Palavra 2. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
de Deus e p ro va ra m de um a tão A) Objetivos da Lição: I) Conceituar
grande salvação. A nossa m orada 0 Paraíso; II) Explicar a eternidade
não está aqui, mas no Céu. Por isso, como doutrina bíblica e como descrita
ao longo desta lição, estudarem os no Livro de Apocalipse; III) Cons­
a realidade bíblica do Paraíso e da cientizar a respeito do estado final
Cidade Celestial, e o eterno e per­ de todos os santos.
feito estado dos salvos. Ainda, nesse B) Motivação: Há um hino clássico
tempo presente, conhecemos essa que diz o seguinte: “ Sou forasteiro
realidade de maneira bem limitada, aqui, em terra estran ha estou, do

90 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR ABRIL • MAIO • JUNHO 2024


reino lá do céu embaixador eu sou” . vem en te no Céu, procura não se
É uma letra que revela exatamente acostumar com o pecado, leva a sério
o que Bíblia diz a respeito de nossa a necessidade de ter uma vida santa.
verdadeira cidadania. Sim, a Bíblia Sim, a consciência da cidadania ce­
diz que nós não somos desse mundo, lestial traz a nossa vida um senso de
embora estejamos nele. urgência e seriedade na comunhão
C) Sugestão de Método: Estamos na
com Deus e sua Igreja.
última lição deste trimestre. Antes de
iniciar a aula desta última lição, faça 4. SUBSÍDIO AO PROFESSOR
uma revisão dos principais pontos A) Revista Ensinador Cristão. Vale
que abordamos ao longo do trimestre. a pena conhecer essa revista que traz
Mostre que o propósito do nosso estudo reportagens, artigos, entrevistas e
foi percorrer a carreira cristã que se subsídios de apoio à Lições Bíblicas
iniciou com o Novo Nascimento. E que Adultos. Na edição 97, p .42, você
durante essa caminhada nos deparamos encontrará um subsídio especial para
com muitos obstáculos e, também, com esta lição.
muita graça de Deus para auxiliar-nos. B) A u xílio s E sp eciais: Ao fin al
Relembre a classe lições importantís­ do tópico, você encontrará auxílios
simas como a escolha das duas portas, que darão suporte na preparação de
a confissão e o abandono do pecado, as sua aula: 1) O texto “ O Significado
armas espirituais que temos a nossa de Jerusalém para a Igreja Cristã” ,
disposição, dentre outras. Pondere o localizado depois do primeiro tópico,
tempo que você levará para a revisão. aprofunda 0 tópico a respeito de a
Não ultrapasse 10 minutos. Em seguida, Nova Jerusalém como a cidade ce­
introduza a última lição do trimestre. lestial dos cristãos; 2) O texto “ Rio e
Árvore da Vida” , ao final do segundo
3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO tópico, expande o assunto da vida
A) Aplicação: Claramente quem eterna conforme descrita no Livro
cultiva 0 sentimento de morar bre­ do Apocalipse.

COMENTÁRIO

1k
INTRODUÇÃO nossa pátria celestial (Fp 3.20). Por
o- 1SS

Escrituras sabem que não Celestial, 0 Eterno Estado


foram destinados para v i­ ilavra-Cha em que desfrutarem os da
ver apenas neste mundo. presença de Deus e como as
Aqui, somos peregrinos e Cidadí Escrituras ensinam como
forasteiros (1 Pe 2.11). Bre­ será a nossa glo rificação
vemente os portões celestiais w
se abrirão e partirem os para nos aguarda ao final de nossa
viver eternamente com 0 Pai, em Jornada Cristã.

ABRIL • MAIO • JUNHO 2024 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR 91


vv neste mundo, 0 Senhor Jesus assegurou
que prepararia um lugar para os santos
Devemos cuidar para (Jo 14.2,3).
A Nova Jerusalém, criada por ocasião
não confundir o Milênio da purificação ocorrida na Terra (2 Pe
com o Estado Eterno. 3.10), tem sua origem no Céu, e será
Este caracteriza a também terrena, visto que substituirá a
eternidade sem fim em antiga cidade que estava contaminada;
ela descerá diretamente dos Céus (Ap
que passarem os com Deus;
21.1-3). Nessa ocasião, os salvos serão
aquele é um período em que cidadãos dessa cidade, desfrutarão das
Jesus reinará por mil anos bênçãos eternas e a habitarão com seus
na Terra corpos transform ados em um estado
glorioso (1C0 15.54).
3. Quando a eternidade começará? De
acordo com 0 estudo atento de Apocalip­
se, depois do Arrebatamento da Igreja,
ocorrerá a Grande Tribulação por um
I - O PARAÍSO ETERNO período de sete anos, em seguida nosso
1 . 0 que é o Paraíso? Uma definição
Senhor retornará gloriosa e triunfante-
que podemos mencionar de paraíso é
mente por ocasião de sua Segunda Vinda
o Céu como morada de Deus, dos an­
e implantará 0 Reino Milenial. Depois
jos e dos salvos (2 Co 12.2-4). Quando
do Milênio, entraremos no glorioso Es­
estava na cruz, nosso Senhor fez uma tado Eterno (Ap 21; 22). Aqui, devemos
promessa ao ladrão arrependido: “ Em cuidar para não confundir o M ilênio
verdade te digo que hoje estarás comigo
com 0 Estado Eterno. Este caracteriza a
no Paraíso” (Lc 23.43). Essa promessa
eternidade sem fim em que passaremos
foi prontamente cumprida, pois, quando
com Deus; aquele é um período em que
por ocasião de sua morte, 0 corpo do
Jesus reinará por mil anos na Terra e,
Senhor Jesus foi para a sepultura, mas ao final desse período, pessoas serão
seu espírito para o Pai, ou seja, para o ju lgad as diante do Trono Branco, 0
Céu, 0 lugar de habitação de Deus (Lc
Juízo Final (Ap 20.11-15). Aguardemos
23.46). Não há como mensurar tamanha
piedosamente o Reino Eterno, o Novo
alegria do ladrão ao ouvir de Jesus a
Céu, a Nova Terra e a Nova Jerusalém!
promessa de um encontro no Paraíso.
Este lugar é a expressão de toda soma
das bem -aventuranças em Cristo. O
apóstolo Paulo foi arrebatado e levado
ao Paraíso (2 Co 12.4), que é 0 mesmo
lugar que aparece em Apocalipse 2.7. SINOPSE I
2 . 0 que é a Cidade Eterna? Depois do
O P araíso e a N ova Je ru sa lém
julgamento final, após 0 Milênio (Ap 20),
com o realid ad es ete rn a s do
e a purificação da Terra por meio de fogo
Céu.
(2 Pe 3.10), surgirá a Nova Jerusalém,
que figu ra como a Cidade Eterna de
Deus (Ap 3.12; 21; 22). Quando esteve

92 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR ABRIL • MAIO • JUNHO 2024


cherá de sua glória. Conforme 0 apóstolo
AUXÍLIO BÍBLICO-TEOLÓGICO
Paulo escreveu, haverá reconciliação
geral de todas as coisas, em que Céu
“ O Significado de Jerusalém para
e Terra serão a mesma grei (Cl 1.20).
a Igreja Cristã
Por isso, o perfeito e eterno estado é
A cidade de Jerusalém também
descrito na Bíblia como um lugar belo,
foi importante para a igreja cristã.
de santidade e perfeição, pois a antiga
(1) Jerusalém foi o berço do c ris­
ordem, em que im perava a natureza
tianism o. Foi ali que Jesu s Cristo
foi crucificado e ressu scitou dos do pecado, foi abolida e deu lugar a um
mortos. Foi também em Jerusalém lugar santo, puro e perfeito.
que o Cristo ressuscitado ‘derramou’ 2. O estado perfeito à luz de A po­
o Espírito Santo sobre os discípulos calipse 22 .1-5 . O livro do Apocalipse
no dia de Pentecoste [...]. A partir traz alguns símbolos que descrevem
dessa cidade, a mensagem de Jesus de maneira mais vivida o divino estado
Cristo se espalhou ‘até aos confins perfeito de todas as coisas. São símbolos
da terra’ (At 1.8; cf. Lc 24.47). [...] que comunicam a singularidade desse
(2) Os autores do Novo Testamento novo estado: a) um rio; b) a árvore; c) a
aceitaram grande parte do significado ausência de males; d) a presença de Deus.
de Jerusalém para o Antigo Testa­ a) A vida eterna descrita como um rio. O
mento, mas também reconheceram apóstolo João descreve essa eternidade
0 seu simbolismo relacionado a uma como um rio da vida que brota do trono
cidade celestial. Em outras palavras, de Deus e do Cordeiro (Ap 22.1). Aqui, está
quando 0 Novo Testamento retrata presente 0 aspecto simbólico do rio como
Jerusalém como a cidade santa, não símbolo de vida que em diversas vezes
se refere apenas a um lugar na terra, o Senhor Jesus mencionou como água
mas no céu, onde Deus habita e onde da vida (Jo 4.10; cf. SI 46.4; Ez 47.1-12).
Cristo governa à sua direita (isto é, 0 b) A vida eterna descrita como árvore.
lugar de maior honra e autoridade). A árvore da vida remonta ao livro de
Dali, Ele envia as suas bênçãos e G ênesis (Ap 2 2 .2 ; cf. Gn 2.9; 3.22).
dali Jesus irá retornar.” (Bíblia de Seus 12 frutos, de mês em mês, e suas
Estudo Pentecostal Edição Global. folhas simbolizam a vida que triunfou
Rio de Janeiro: CPAD, 2022, p.696). sobre as enfermidades e a morte. Não
haverá mais dores nem doenças, pois
no divino estado eterno, a morte não
II - O ETERNO E PERFEITO prevalecerá mais.
ESTADO c) A vida eterna sem males. Não haverá
1.0 mais “ maldição contra alguém” (Ap 22.3).
estado perfeito à luz da doutrina
bíblica. De Gênesis a Apocalipse, há um O problema do coração do ser humano
propósito divino na consumação dos será para sempre resolvido, pois 0 mal
séculos, onde tudo ocorrerá por ocasião será plenamente erradicado. Ali, 0 trono
da Segunda Vinda de Cristo Jesus, após 0 de Deus e do Cordeiro estarão centrali­
Milênio, em que serão estabelecidos um zados no coração do ser humano.
Novo Céu e uma Nova Terra (Ap 21.1). d) A vida eterna na presença de Deus.
Nesse tempo, 0 propósito original de Contem plarem os a Deus face a face
Deus se cumprirá e toda Terra se en­ (1 Co 13.12), e sua presença será a nossa

ABR IL • MAIO • JUNHO 2 0 2 4 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR 93


luz para sempre (Ap 22.4). Que alegria III - O ESTADO FINAL DE
indizível! Prestarem os culto olhando TODOS OS SANTOS
diretamente para Ele. Sua presença glo­ 1. O que todo c ren te sa lv o d eve
riosa fará com que não haja mais noite, esperar? Os santos de Deus, tanto do
não havendo mais qualquer escuridão, Antigo quanto do Novo Testam ento,
e para sempre reinaremos com Ele. nunca viveram nesta Terra com a ideia
de perm anecer nela eternam ente. O
p a tria rc a A braão v iv ia n ela com a
SINO PSE II esperança da Cidade C elestial, cujo
construtor é Deus (Hb 11.9,10; G1 4.26;
A vid a eterna é descrita na Bíblia Hb 11.16). M oisés passou por ela com
com o um rio, um a árvo re, lu gar essa mesma intenção, deixou o Egito
sem m a le s e a p re se n ç a e te rn a e sua glória porque tinha consciência
de Deus. de algo melhor, a recompensa gloriosa
(Hb 11.24-27). Por isso, o cristão que
vive neste mundo sabe que, aqui, ele
é peregrino nesta jornada, pois está
AUXÍLIO BÍBLICO -TEOLÓGICO consciente de que o seu lar, a sua ver­
dadeira cidade, é a celestial de onde
Rio e Árvore da Vida o nosso grande e m aravilhoso Deus
“ O Rio Puro da Água da Vida. Este habita (Ap 21.3,22; 22.3).
rio aparentemente literal sugere o 2. Viveremos todos em unidade. Ao se
fluxo contínuo do Espírito Santo e fazer menção dos inscritos nas 12 portas
da vida, da bênção e do poder espi­ da cidade, onde estão os nomes das 12
ritual que Ele nos dá (cf. 7.17; 21.6; tribos de Israel, e dos alicerces levam os
22.17; Is 44.3; Jo 7.37-39). O rio é um nomes dos 12 apóstolos está evidente que
lembrete de que as pessoas ainda são se trata de pessoas originárias de todas
dependentes de Deus Pai e de Cristo as eras (Ap 21.9-14). As pessoas tanto de
Jesus para tudo na sua vida, assim Israel quanto da Igreja serão reunidas,
como sempre foram. formando um só Corpo de Cristo, cum­
AÁrvore da Vida. Este pode ser um prindo-se plenamente dessa forma 0 que
substantivo coletivo, referindo-se às está escrito em Gálatas: “ nisto não há
árvores que revestem ambos os lados judeu nem grego” (G1 3.28). Viveremos
do rio da vida. Esta árvore se refere à na Nova Cidade sem qualquer tipo de
vida eterna dada a todos os membros segregação, discriminação e diferença
do povo de Deus (Gn 2.9; 3.22). As de classes, pois seremos um só povo
folhas que curam indicam a ausência em Cristo Jesus.
de qualquer coisa que traga dano físico 3. Finalmente em casa. Sabemos que
ou espiritual (cf. Ez 47 -12). Observe nossa morada fin al não é aqui neste
que mesmo em nossos corpos imortais mundo, nem na sepultura, prova disso é
seremos dependentes do Senhor para que somos denominados de peregrinos
obtermos força, vida e saúde.” (Bíblia
e estrangeiros nesta Terra (Hb 11.13).
de Estudo Pentecostal Edição Global.
O apóstolo Paulo nos lembra de que a
Rio de Janeiro: CPAD, 2022, p.2469).
nossa cidade está nos Céus (Fp 3.20). Os
cristãos que verdadeiramente mantêm

94 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR ABRIL • MAIO • JUNHO 2024


comunhão com Cristo e sua Palavra
cultivam em seu coração o desejo de ir
VV
para a casa, como anelava o apóstolo Viveremos na Nova Cidade
dos gentios (2 Co 5.8; Fp 1.21,23). Essa é
a nossa grande recompensa de quando
sem qualquer tipo de
findarmos, aqui na Terra, a nossa jor­ segregação, discriminação
nada. Essa é a bendita esperança de todo e diferença de classes, pois
cristão sincero que deseja morar no Céu. seremos um só povo em
Cristo Jesu s.”

SINOPSE III
No Estado Final, finalm ente, po­ enfrentaremos inimigos que intentam
derem os dizer: estam os em casa. nos d esviar da rota para o Céu. Por
isso, durante a travessia da jornada, é
necessário toda vigilância e zelo, sa­
bendo que aquEle que começou a boa
obra a aperfeiçoará até o dia do nosso
CONCLUSÃO Senhor Jesus Cristo (Fp 1.6). Portanto,
O Céu é 0 destino final de uma jor­ coloquemos nossos olhos no Autor e
nada que se iniciou com o Novo Nasci­ Consumador da nossa fé, olhando para
mento. Do início da jornada até o final, frente, pois a Canaã Celestial é logo ali.

REVISANDO O CONTEÚDO

1. Como podemos definir 0 Paraíso?


Uma definição que podemos mencionar de paraíso é o Céu como morada de
Deus, dos anjos e dos salvos (2 Co 12 .2-4 ).
2. De onde virá a Nova Jerusalém?
Do céu.
3. De acordo com a lição, como 0 perfeito e eterno estado é descrito na Bíblia?
O perfeito e eterno estado é descrito na Bíblia como um lugar belo, de santidade
e perfeição, pois a antiga ordem, em que imperava a natureza do pecado, foi
abolida e deu lugar a um lugar santo, puro e perfeito.
4. Quais os símbolos apresentados no livro de Apocalipse que descrevem o
divino estado perfeito de todas as coisas?
São símbolos que comunicam a singularidade desse novo estado: a) um rio;
b) a árvore; c) a ausência de males; d) a presença de Deus
5. O que os cristãos sinceros devem cultivar em seu coração?
Os cristãos que verdadeiramente mantêm comunhão com Cristo e sua Palavra
cultivam em seu coração o desejo de ir para a casa, como anelava 0 apóstolo
dos gentios (2 Co 5.8; Fp 1.21,23).

ABRIL • MAIO • JUNHO 2024 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR 95


Anotações do Professor

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LEITURAS PARA APROFUNDAR

ESCATOLOGl A
P E N T TA L

fc / Daniel &
7/iTÍ i fexU. A p o ca lip s

^ R E V E L A Ç Ã O SISTEMATIZADA
NA TEO LO GIA PE N T E CO ST A L
ES O R AS C A B R A L DE M ELO

E scatolo gia Pen tecostal


D aniel e A po calipse
Por meio de relatos cronológicos Uma análise segura sobre os principais
extraídos da análise interpretativa assuntos de cada capítulo destes dois
da teologia pentecostal, com base livros proféticos e escatológicos das
na revelação gradual das Escrituras Escrituras Sagradas.
proféticas da Bíblia Sagrada, este livro
sucinto e direto ao ponto, apresenta
todo o desencadeamento escatológico.

96 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR ABRIL • MAIO • JUNHO 2024


O m in is t é r io d e c a p e la n ia d e s e m p e n h a u m p a p e l v ita l n a p r e s ta ç ã o d e c u id a d o s e s p ir it u a is
e e m o c io n a is e m u m a v a r ie d a d e d e c o n te x t o s , c o m o h o s p it a is , p r is õ e s , e m p r e s a s , fo r ç a s
a r m a d a s e c o m u n id a d e s e d u c a c io n a is .

P r im e ir a m e n t e , a c a p e la n ia o f e r e c e a p o io e s p ir it u a l e e m o c io n a l p a r a in d iv í d u o s e n f r e n t a n d o
s itu a ç õ e s d e s a f ia d o r a s . E m a m b ie n t e s c o m o h o s p it a is , p o r e x e m p lo , c a p e lã e s a c o m p a ­
n h a m p a c ie n t e s e s u a s f a m ília s , o f e r e c e n d o c o n s o lo , e s p e r a n ç a e o r ie n t a ç ã o e s p ir it u a l.
E m p r is õ e s , e le s o f e r e c e m u m c a m i n h o p a r a a r e d e n ç ã o e t r a n s f o r m a ç ã o p e s s o a l, a j u d a n d o o s
d e t e n t o s a e n c o n t r a r u m p r o p ó s it o e d ir e ç ã o .

M u i t a s v e z e s , c a p e lã e s e s t ã o n a lin h a d e f r e n t e , o f e r e c e n d o a p o i o e m o c i o n a l e e s p i r i t u a l e m
m o m e n t o s d e g r a n d e n e c e s s id a d e , c o m o a p ó s d e s a s t r e s n a t u r a is o u a t a q u e s t e r r o r is t a s .

A C a p e la n ia t a m b é m é u m a p o r t a d e e n t r a d a p a r a o in g r e s s o n a s F o r ç a s A r m a d a s .

S a ib a m a is s o b r e a f o r m a ç ã o o n - l i n e e m c a p e la n ia d a C G A D B . U m a p a r c e r ia e n t r e a F a c u ld a d e
F A E C A D e o C o n s e l h o d e C a p e la n ia d a C G A D B .

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