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Capa: A gráfica
DEDICATÓRIA
SUMÁRIO
PREFÁCIO DO AUTOR
O Princípio da ORAÇÃO EFICAZ, orações respondidas vs orações
sem respostas, é um livro inspirador, motivacional e útil para ser
ministrado em grupos de discipulado, e também para a formação
de obreiros. Tem como objetivo principal, nos ensinar a orar de
modo eficaz, seguindo princípios ou padrões bíblicos, que movem
o coração de Deus.
No cap. 11 v. 1 de Lucas, diz que após os discípulos presenciarem
Jesus orando, ficaram muito impressionados, e um deles (talvez
Pedro) lhe disse: “Senhor, ensina-nos a orar, como também João
ensinou aos seus discípulos”. Foi nesse momento que Jesus lhes
ensinou o que todos conhecemos como “O pai nosso”, que alguns
pensam ser uma reza, mas se trata de uma oração modelo, por
causa da riqueza de princípios existentes nela.
Logo em Lucas cap. 17 v. 5 “os apóstolos disseram ao Senhor:
Acrescenta-nos a fé”. A fé não é o único princípio a existir na
oração, mas deve ser o primeiro, e os discípulos reconheceram
tanto a necessidade de aprender a orar, como ter mais fé. Assim
como Salomão foi sábio ao orar pedindo sabedoria, também os
apóstolos, ao orem pedindo ao Senhor que lhes ensine a orar e
aumente a fé.
Muitas de nossas orações não são respondidas porque não
sabemos orar com eficácia. Falhamos na aplicação dos princípios
bíblicos. Em Romanos 8.26 está escrito que nós não sabemos orar
como convém, mas o Espírito Santo intercede por nós com
gemidos inexprimíveis. Este livro deve ser lido com oração, para
entendê-lo melhor. Siga adiante e boa leitura.
INTRODUÇÃO
PRIMEIRA PARTE
ORAÇÕES RESPONDIDAS
específica. Deus não fala com todos, mas fala com os líderes.
Quando Deus tem uma mensagem para a igreja, Ele fala com o
pastor. Isto está evidente nos caps. 2 e 3 de Apocalipse.
Voltando a falar sobre pessoas de oração, exclusivamente pessoas
que tiveram suas orações respondidas, trataremos primeiramente
sobre o exemplo de Abraão. Ele nasceu em um lar idólatra, em Ur
dos caldeus, na Mesopotâmia. Na Bíblia temos pouca informação
sobre seu pai Terá, mas Flávio Josefo, no livro História dos He-
breus, nos conta que ele era não somente adorador, senão tam-
bém fabricante de ídolos. Em contrapartida Abraão, desde jovem
teve uma atitude diferente de seu pai. Dizemos que Deus se
agradou de Abraão, porque encontrou nele muitas características
especiais, que outros não têm ao mesmo tempo, tais como: Tinha
fé, confiava em Deus, tinha sua vida marcada pelo altar, pois o
texto diz que onde ele chagava erigia um altar, adorava a Deus no
meio de uma cultura politeísta, era obediente, tinha iniciativa pró-
pria, pois fazia as coisas sem um chefe ou líder mandar, tinha um
coração agradecido, era generoso em dar, dependia de Deus, era
líder e era valente (corajoso). Tudo isso vemos em Abraão, ao
lermos sua história nos caps. 12 a 25 de Gênesis. Essas carac-
terísticas agradaram a Deus, por isso Deus decidiu chamá-lo para
ser o patriarca da nação israelita.
DEUS RESPONDEU A ORAÇÃO DE ABRAÃO. Não encontramos
muitas referências que nos mostrem Abraão pedindo a Deus um
filho, mas é evidente que ele orava por isto, porque, primeiro, seu
maior desejo era ser pai, isso sim, está revelado na Bíblia (Gn 15.1-
4); e, segundo, porque ele era um homem totalmente dependente
de Deus. No texto bíblico encontramos várias vezes Deus falando
com ele. Também encontramos que ele era um homem de vida
consagrada. Isso indica sua devoção a Deus, vida de oração e
adoração. No capítulo 18 de Gênesis encontramos Abraão inter-
cedendo por Sodoma e Gomorra, e Deus só não poupou aquelas
cidades porque não encontrou nelas ao menos dez justos. Mas o
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como já foi dito anteriormente, Deus não fala com todos, mas
quando alguém é chamado para um propósito especial e uma
missão específica, com esse sim, Deus fala. Logo que morreu
Moisés, Deus falou com Josué dando instruções sobre sua missão
na liderança do povo rumo à terra prometida.
Os textos bíblicos que apresentam Josué orando não são muitos,
porque o objetivo geral do livro não é esse. Na verdade, a Bíblia de
modo geral contém apenas o essencial para nós, e não o registro
de todos os detalhes. No entanto, vemos Josué no meio de uma
batalha, fazendo uma oração. Não temos o registro de suas pala-
vras. O que ele falou para Deus? O único que sabemos é que ele
orou, talvez pedindo a Deus para prolongar o dia, enquanto eles
batalhavam contra os inimigos. Então ele falou aos corpos
celestes, dizendo: “Sol, detém-te em Gibeão, e tu lua, no vale de
Aijalom”. Deus ouviu sua oração, o sol se deteve e a lua parou por
quase um dia inteiro, até que exterminaram seus inimigos (Js
10.12,13). Este fato histórico nos ensina uma grande lição. Quando
oramos Deus nos ouve.
DEUS RESPONDEU A ORAÇÃO DOS FILHOS DE ISRAEL NO
LIVRO DE JUÍZES. Com razão disse o salmista Asafe: “Verdadei-
ramente bom é Deus para com Israel...” (Sl 73.1a). Você pode
observar que depois da morte de Josué, o povo ficou como ovelhas
sem pastor, e cada um fazia o que bem parecia aos seus próprios
olhos (Jz 21.25). No livro de juízes vemos com frequência a
seguinte narrativa: “...e fizeram os filhos de Israel o que era mau
aos olhos do Senhor, e Deus os entregou nas mãos dos inimigos...
Então eles clamaram ao Senhor, e Deus ouviu o seu clamor e lhes
enviou um libertador” (Jz 2.7-23; 3.9,15; 4.1-3; 6.1,7; 10.6-15;
13.1). Com frequência eles se apartavam do caminho direito, mas
quando oravam Deus lhes respondia, levantando um libertador.
Achamos que eles abusavam da bondade de Deus, e também
aprendemos aqui uma preciosa lição, que todo aquele que depois
de cometer pecados terríveis, se com arrependimento, busca a
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daquela mulher, e Elias fez então uma oração, pedindo a Deus que
ressuscitasse o menino, e Deus lhe concedeu (1 Rs 17.17-22).
Depois disso, Deus lhe falou a Elias, para que ele fosse ao
encontro do rei Acabe. Ao encontrá-lo o desafiou a que fossem ao
Monte Carmelo a oferecer sacrifícios, um para Baal, e outro para o
Deus de Israel. Em resumo, os profetas de Baal oraram desde a
manhã até as três horas da tarde sem nenhuma resposta. Elias,
primeiramente reparou o altar do Senhor que estava em ruinas,
devido a que fazia já muito tempo não se ofereciam holocaustos
nele (18.30). Quando tudo estava pronto, Elias orou pedindo a
Deus que respondesse com fogo, e assim foi. A Bíblia diz que
desceu fogo do Senhor, e consumiu o bezerro, a lenha, as pedras
e ainda lambeu a água que estava no rego (18.36-39). Para que a
vitória fosse completa, Elias exterminou os profetas apóstatas, em
obediência a Êxodo 22.20 que diz: “O que sacrificar aos desses e
não só ao Senhor será morto”.
Despois dessa grande vitória, Elias sobe à parte mais alta do
Carmelo para orar e agradecer. Ali orou para que chovesse. E aqui
finalizamos com uma importante lição a respeito da resposta de
Deus para as nossas orações. Como você pode notar, algumas
vezes Deus responde nossas orações de imediato, e outas vezes
precisamos ter paciência para esperar a resposta. No caso de
Elias, você percebeu que ele se debruçou três vezes sobre o
menino orando para que Deus o trouxesse de volta à vida. Quando
orou pedindo fogo sobre o holocausto a resposta foi imediata.
Quando orou pedindo chuva, repetiu sete vezes (18.43,44). Em
algumas ocasiões Elias fazia uma oração mais longa, e outras
vezes orava com poucas palavras, e a resposta de Deus era certa,
como no caso dos capitães e seus cinquentas soldados que foram
calcinados com fogo do céu (2 Rs 1.9-14).
Muitos desistem de orar pensando que Deus não ouvirá suas
orações, e Satanás se aproveita para nos intimidar com algum
peso de consciência ou sentimento de culpa, dizendo-nos que é
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inútil orar, e que Deus não nos responderá. Mais a Bíblia diz:
“Confessai as vossas culpas uns aos outros e orai uns pelos
outros, para que sareis; a oração feita por um justo pode muito em
seus efeitos. Elias era homem sujeito às mesmas paixões que nós
e, orando, pediu que não chovesse, e, por três anos e seis meses,
não choveu sobre a terra. E orou outra vez, e o céu deu chuva, e a
terra produziu o seu fruto” (Tg 5.16-18). Também diz em João 9.31
“...que Deus não ouve a pecadores; mas, se alguém é temente a
Deus e faz a sua vontade, a esse ouve”. Portanto, é obvio que o
inimigo não quer que oremos, mais o contexto da Palavra de Deus
nos inspira a orar intensamente, e não somente orar motivados por
problemas ou crises, mas orar como os profetas, por amor a Deus
e devoção constante. Isso nos faz especiais aos olhos de Deus, e
diferentes neste mundo.
DEUS RESPONDEU A ORAÇÃO DE JOSAFÁ. Josafá (filho do rei
Asa) foi o sexto rei da linhagem de Davi. Começou a reinar com 35
anos e morreu aos 60, tendo reinado 25 anos sobre Judá, Reino
do Sul. Foi contemporâneo de Acabe, rei de Israel, e a diferença
deste, foi temente a Deus, pois fez muitas reformas religiosas,
abolindo a idolatria e conduzindo o povo a adorar e servir ao Deus
verdadeiro (1 Rs 22.43; 2 Cr 17.3,4; 20.32), e o resultado foi a
bênção de Deus na sua vida, através de muita riqueza, honra e
poder (2 Cr 17.5; 18.1a). O relato bíblico nos mostra que ele era
prudente em consultar ao Senhor antes de tomar decisões. Um
exemplo disto vemos quando o rei Acabe lhe convidou para
guerrear contra o rei da Síria, e ele não confiando nos quatrocentos
profetas bajuladores, lhe recomendou consultar a Deus através de
um profeta verdadeiro (1 Rs 22.5-7). Houve algumas exceções de
ocasiões em que não consultou a Deus, e fracassou terrivelmente.
Um exemplo disso, foi quando ele se aliou com Acazias, filho de
Acabe para ir com seus navios buscar ouro de ofir, e estes
naufragaram, causando grandes prejuízos. Um profeta de Deus,
chamado Eliézer, lhe repreendeu dizendo: “Visto que te aliaste com
Acazias, o Senhor despedaçou as tuas obras. E os navios se
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lhe ouviu, nem recebeu sua adoração, nem lhe livrou da destruição;
mas o Deus de Israel ouviu a oração de Ezequias e o salvou. Esse
é o Deus a quem nós servimos, e a quem nós oramos com fé, na
certeza de que Ele vive, nos ouve e nos salva.
O capítulo 20 de 2 Reis registra que Ezequias adoeceu grave-
mente, e era a intenção de Deus levá-lo. Porém, ele encostou o
rosto na parede, e orou com lágrimas, recordando a Deus que ele
havia servido ao Senhor com retidão e coração sincero. Foi uma
oração fervente (e talvez com poucas palavras, não sabemos),
daquelas que comove o coração do Pai. A resposta de Deus foi
mais rápida do que ele esperava, pois o profeta Isaias, que a
poucos instantes lhe havia profetizado, dizendo: “Assim diz o
Senhor: Põe em ordem tua casa, porque certamente morrerás”;
nem sequer havia saído do pátio, e Deus lhe falou dizendo: “Volta
e dize a Ezequias, chefe do meu povo: Assim diz o Senhor, Deus
de Davi, teu pai: Ouvi a tua oração e vi as tuas lágrimas; eis que
eu te sararei; e ao terceiro dia subirás à Casa do Senhor” (2 Rs
20.1-5). Resumindo a história, Deus ouviu a oração, de Ezequias
e o curou, acrescentando-lhe mais quinze anos de vida (Is 38.1ss).
Moral da história: O nosso Deus ouve a oração fervente, quando
esta é feita de todo o coração, especialmente com lágrimas.
DEUS RESPONDEU A ORAÇÃO DE MANASSÉS. É impres-
sionante ver como um filho pode ser e se comportar totalmente
diferente de seu pai (Ez 18.10-13). Manassés, o pior rei de Judá,
filho do rei Ezequias, ao que tudo indica, foi gerado três anos após
a cura milagrosa, na qual Deus lhe acrescentou quinze anos de
vida. Começou a reinar com apenas doze anos de idade, e a
diferença de seu pai, dedicou grande parte do seu tempo promo-
vendo a idolatria, edificando santuários pagãos e construindo
altares a Baal. Ele desfez tudo de bom que seu pai tinha feito,
levando o povo a pecar contra Deus. Colocou uma estátua pagã
dentro do Templo, praticou a necromancia, consultou aos feiticei-
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çoado pouco. Ele estava dizendo para Deus, quero ser abençoado
muito, ou melhor, muitíssimo, ou seja: Quero ter abundância. Se-
gundo a sua fé e seu entendimento, Deus dá as coisas em abun-
dância para delas gozarmos (1 Tm 6.17), ele também acreditava
que bens materiais é dom de Deus (Ec 5.19). Ele não era como
Agur (Pv 30.1-3,7-9), o homem sem entendimento de homem, que
se conformava com ter apenas a comida, como um porco no
chiqueiro, ou um jumento na carga. Terceiro, ele disse: “...meus
termos amplificares”, isto tem um amplo significado, e quem tem a
mente aberta compreende muito bem. Deus entendeu que ele
estava pedindo para lhe tirar do aperto. Quarto, ele disse a Deus:
“...e a tua mão for comigo”. Ele precisava da benção completa, isto
é, os bens e também a proteção, porque alguns obtêm os recursos,
mas não têm a proteção de Deus. Quinto, finalmente ele conclui
sua curta oração dizendo: “...e fizeres que do mal não seja aflito”.
Em muitos casos a prosperidade material traz consigo alguma
incomodidade. Por exemplo, quando Isaque se enriqueceu, a
Bíblia diz que os filisteus lhe tiveram inveja, e taparam os poços
que ele tinha cavado. Jesus disse a Pedro: “...quem deixar tudo por
amor de mim, receberá nesta vida cem vezes mais, ainda que com
perseguições” (Mc 10.30). Então Jabes orou por uma benção
completa, isto é, prosperidade mais a proteção divina.
Certamente aos olhos de Deus a atitude e a oração deste homem
não poderiam ficar sem resposta, e menos sem registro nas pági-
nas sagradas, para servir de lição e exemplo para muitos nas
gerações seguintes e nos tempos futuros.
Temos visto muitos pregadores dizendo que não devemos orar
pedindo a Deus prosperidade material, que isso é mau aos olhos
de Deus, e que esta procede do anticristo, que devemos confor-
marnos apenas com a salvação da alma, o perdão dos pecados,
os dons espirituais, e talvez se possível, por alguma boa sorte, a
roupa do corpo e nada mais. Argumentam ainda que Salomão não
orou pedindo a Deus dinheiro, prata, ouro, nem casa para morar.
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que Ele estaria conosco para nos dá a vitória. Jeremias foi real-
mente muito perseguido e maltratado, mas sempre vencedor.
g) “E estendeu o Senhor a mão, tocou-me na boca e disse-me o
Senhor: Eis que ponho as minhas palavras na tua boca...”.
Aquele encontro de Deus com Jeremias foi tão real, que Deus
tocou sua boa, pondo nela Suas palavras. Nós também
precisamos que Deus ponha em nossa boca Sua palavra.
No cap. 32 a partir do verso 16 vemos Jeremias conversando com
Deus numa longa oração. Não precisa dizer que Deus respondia
as orações do profeta, pois se tratava de verdadeiros diálogos.
Tampouco devemos pensar que a resposta de Deus significa fazer
exatamente o que pedimos. Todos nós já sabemos que Deus nos
responde de três modos distintos: Sim, não e espere. Obviamente
Jeremias não queria que Judá fosse levada cativa para Babilônia,
e orou muito por isto, mas mesmo assim, Nabucodonosor invadiu
Jerusalém e levou a maior parte dos judeus, especialmente os
mais nobres como cativos, e assim estiveram por setenta anos. Por
que Deus não os livrou, se tinha Jeremias orando por eles? As
vezes o problema não está em quem ora, senão naqueles por
quem se ora. O povo de Judá por exemplo, estava tão obstinado
contra Deus, e apegado à idolatria, que chegou ao ponto de Deus
proibir Jeremias de orar por eles. Vamos ao texto:
“Tu, pois, não ores por este povo, nem levantes por ele clamor ou
oração, nem me importunes, porque eu não te ouvirei. Não vês tu
o que andam fazendo nas cidades de Judá e nas ruas de
Jerusalém? Os filhos apanham a lenha, e os pais acendem o fogo,
e as mulheres amassam a farinha, para fazerem bolos à deusa
chamada Rainha dos Céus, e oferecem libações a outros deuses,
para me provocarem à ira” (Jr 7.16-18).
Mas apesar desta proibição, Jeremias continuava orando por eles,
e Deus novamente lhe proibiu de orar, conforme está escrito: “Tu,
pois, não ores por este povo, nem levantes por eles clamor nem
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Deus! Mas é bom saber que aqueles que só oram quando estão
em dificuldades, não formam parte do círculo íntimo de Deus, como
Daniel por exemplo (Sl 25.14).
Em todo o seu livro está evidente que Daniel era um jovem de
oração. Quando ele soube que Arioque tinha ordens do rei para
matar os sábios de Babilônia, porque não puderam adivinhar e
interpretar o terrível sonho de Nabucodonosor, falou-lhe com firme-
za dizendo que não matasse aqueles homens. Agora o capitão da
guarda se encontrava em um beco sem saída. O rei diz: ‘Mate...’,
o jovem profeta, recém-chegado a Babilônia diz: ‘Não mates...’.
Obviamente Arioque tinha a obrigação de obedecer ao rei, mas
Daniel insistia em salvar a vida dos magos. E Daniel lhe disse mais:
Introduze-me na presença do rei. E Daniel pediu ao rei que lhe
desse tempo para orar e consultar o Deus do Céu, pois ele revela
o profundo e o escondido, conhece o que está em trevas; e com
ele mora a luz (2.22).
Note que Daniel pediu ao rei tempo para orar. A oração leva tempo.
O problema de muitos é que não passam tempo em oração, isto é,
o tempo que oram é insignificante. A geração de cristãos modernos
já não passa tempo em oração, como a de antes. Lamentavel-
mente a vida de oração foi substituída pelas diversões. Isso
entristece o coração de Deus. No passado a igreja orava mais, e
os crentes eram constantemente estimulados a orar. Os prega-
dores mais ungidos e mais eloquentes do passado viveram em
oração, e disseram isto a respeito do valor e significado de uma
vida consagrada aos pés do Senhor:
“Eu posso fazer mais que orar, depois de ter orado, mas eu não
posso fazer mais que orar, até que tenha orado!” (John Bunyan).
“Quando agimos, colhemos os frutos do nosso trabalho, mas,
quando oramos, colhemos os frutos do trabalho de Deus.” (Hans
Von Staden).
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“Não há nada que nos faça amar tanto uma pessoa quanto orar por
ela” (Willian Law).
“Sempre que Deus deseja realizar algo, Ele convoca seu povo para
orar” (Charles Spurgeon).
“Quando trabalhamos, nós trabalhamos, quando oramos, Deus
trabalha” (Hudson Taylor).
“Eu preferiria ensinar um homem a orar do que dez homens a
pregar” (Charles Spurgeon).
“A maior preocupação do diabo é afastar os cristãos da oração. Ele
não teme os estudos, nem o trabalho e nem a religião daqueles
que não oram. Ele ri de nossa labuta, zomba de nossa sabedoria,
mas treme quando nós oramos” (Samuel Chadwick).
“O homem que mobiliza a igreja cristã para orar estará dando a
maior contribuição para a história da evangelização do mundo”
(Andrew Murray).
"Os homens podem desdenhar nossos apelos, rejeitar nossa
mensagem, opor-se a nossos argumentos, desprezar-nos, mas
nada podem fazer contra nossas orações” (Sidlow Baxter).
“Nunca pedi coisa alguma em oração sem um dia, afinal, recebê-
la de alguma maneira, de alguma forma” (Charles Muller).
“A fé é onipotente só quando está de joelhos” (Autor desconhecido)
"Deus nada faz a não ser em resposta à oração" (John Wesley).
“A oração é o encontro da sede de Deus e da sede do homem”
(Agostinho de Hipona).
“Na oração, é melhor ter um coração sem palavras do que palavras
sem um coração” (John Bunyan).
“Orar antes de fazer algo é dependência. Orar depois é gratidão.
Orar sempre é comunhão” (S.Savg). (Miss. Alexandre da Rosa).
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judeus era retornar à sua pátria. Por isso esteve triste, e fez vinte
e um dias de jejum parcial. Deus aceita qualquer um dos três
conhecidos tipos de jejum. O jejum total ou também chamado
sobrenatural é a abstenção total de comida e bebida. Temos como
exemplo Moisés e Elias. O jejum típico é a abstenção apenas de
comida, mas não de bebida. Muitos estudiosos creem que este foi
o tipo de jejum que Jesus fez; mas é apenas dedução, pois o texto
não o diz claramente. O jejum parcial é a abstenção apenas de
alguns tipos de alimentos, isto é, manjar desejável e carnes. Este
foi o tipo de jejum que Daniel fez, conforme registra o texto. E Deus
aceitou.
A oração em si mesma já é um recurso espiritual muito importante,
e quando é acompanhada com jejum se torna mais efetiva ainda.
Tem irmãos na igreja que por falta de experiência dizem que na
hora de expulsar um demônio precisa-se estar em jejum. É um erro
pensar assim. O jejum nos faz mais sensíveis espiritualmente, nos
transporta do natural para o sobrenatural e debilita a nossa carne.
Nosso corpo físico fica sem força. Note que Daniel quando viu o
resplendor do anjo desmaiou completamente (10.9). Ele ficou
prostrado, e o anjo lhe toucou e lhe animou, e mandou que ficasse
de pé para ouvi-lo. Por isso dizer que se deve estar em jejum na
hora de expulsar demônio é um erro. É preciso ter jejuado, e depois
se alimentado. Durante o jejum há muita fraqueza, mas depois há
poder espiritual.
O anjo disse a Daniel que sua oração foi ouvida no céu desde o
primeiro dia, e que ele veio por causa da sua oração. Observe dois
detalhes importantes aqui: Primeiro, sua oração foi ouvida no céu.
Quando nós oramos, nossa oração é ouvida no céu. É gratificante
saber disto. Dá vontade de orar mais. O fato de algumas vezes não
chegar a resposta de imediato não significa que a oração não tenha
chegado na presença de Deus. Nossa oração é mais poderosa que
toda a tecnologia da NASA. Em segundo lugar, observe que o anjo
disse a Daniel: “Eu vim por causa da tua oração”. Se ele não
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tivesse orado o anjo não teria vindo. Se nós não orarmos nada
acontecerá, mas se perseverarmos em orar muitas coisas acon-
tecerão, tanto no mundo espiritual como no material.
Outro detalhe interessante é que o anjo disse: “...desde o primeiro
dia, em que aplicaste o teu coração a compreender e a humilhar-
te perante o teu Deus, são ouvidas as tuas palavras; e eu vim por
causa das tuas palavras...” Observe que disse “aplicaste o teu
coração”. Há uma relação profunda entre a oração e o coração. Se
tirar o “C” do coração, só fica oração. A Bíblia diz: “Amarás o
Senhor teu Deus de todo o teu coração” que se entende: Amarás
o teu próximo com oração (Dt 10.12). “Buscar-me-eis e me
achareis quando me buscardes de todo o vosso coração” (Jr
29.13). Já em 2 Crônicas 7.14 Deus a muito tempo havia dito:
“...e se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e
orar, e buscar a minha face, e se converter dos seus maus
caminhos, então, eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus
pecados, e sararei a sua terra”. Daniel ao orar cumpriu com esta
norma.
No verso 13 do cap. 10 o anjo declarou que veio trazer a resposta
da oração no primeiro dia, mas o príncipe da Pérsia se instalou nos
ares e não o deixou passar. Na segunda parte deste livro expli-
caremos com detalhes quem são esses estorvos que impedem a
resposta de nossas orações. Cremos que cada vez que oramos
entramos em guerra espiritual. O verso 1 diz que se trata de uma
guerra prolongada. Também cremos, segundo a Angelologia, ou
doutrina dos anjos, que sobre cada país do mundo há um
principado que comanda milhões de demônios nos ares, os quais
batalham sem cessar contra os seres humanos na terra. Isto está
respaldado pelos versos 1,13,20,21 do cap. 10, e também
Apocalipse 12.7-10; 20.7,8. Sendo assim, o príncipe da Pérsia,
bem como o príncipe da Grécia mencionado no v. 20 são demônios
de alta hierarquia no mundo espiritual. São comandantes de alto
nível das forças do mal. Tanto é assim que foi preciso o Arcanjo
O PRINCÍPIO DA ORAÇÃO EFICAZ 59
a oração por si só, já move a mão de Deus, feita com jejum, move
a mão e o coração. Isto nos faz lembrar as palavras ditas pelo
próprio Deus em 2 Crônicas 7.14: “Se o meu povo que se chama
pelo meu nome se humilhar, e orar, e buscar a minha face... Eu
ouvirei desde os céus...”. Ele explica mais: “...para lhe pedirmos
caminho direito para nós, e para nossos filhos, e para toda a nossa
fazenda”. Isto deveria servir de lição e exemplo para todos nós hoje
em dia, antes de fazer uma viagem ou tomar alguma decisão
importante, primeiro orar, buscando a direção e proteção de Deus.
Ele disse também: “Para nós, e para nossos filhos”. Devemos orar
por nós e por nossos filhos. E acrescentou: “...e para toda a nossa
fazenda”. Por que pediu proteção a Deus pela fazenda? Eles
estavam voltando do cativeiro, mas não pobres. Eles prosperaram
mesmo em terra estrangeira. É obvio que quem obedece a Deus e
ouve aos seus profetas, prospera até mesmo no deserto. Está
escrito: “Crede no Senhor vosso Deus e estareis seguros; crede
nos seus profetas e sereis prosperados” (2 Cr 20.20b).
Eles prosperaram em Babilônia porque fizeram caso do conselho
do profeta Jeremias, que lhes mandou uma carta dizendo: “Assim
diz o Senhor dos Exércitos, o Deus de Israel, a todos os que foram
transportados, que eu fiz transportar de Jerusalém para a
Babilônia: Edificai casas e habitai-as; plantai jardins e comei o seu
fruto. Tomai mulheres e gerai filhos e filhas; tomai mulheres para
vossos filhos e dai vossas filhas a maridos, para que tenham filhos
e filhas; multiplicai-vos ali e não vos diminuais. Procurai a paz da
cidade para onde vos fiz transportar; e orai por ela ao Senhor,
porque, na sua paz, vós tereis paz. Porque assim diz o Senhor dos
Exércitos, o Deus de Israel: Não vos enganem os vossos profetas
que estão no meio de vós, nem os vossos adivinhos, nem deis
ouvidos aos vossos sonhos que sonhais. Porque eles vos
profetizam falsamente em meu nome; não os enviei, diz o Senhor.
Porque assim diz o Senhor: Certamente que, passados setenta
anos na Babilônia, vos visitarei e cumprirei sobre vós a minha boa
palavra, tornando-vos a trazer a este lugar” (Jr 29.4-10). Naquela
O PRINCÍPIO DA ORAÇÃO EFICAZ 66
“E disse: Ah! Senhor, Deus dos céus, Deus grande e terrível, que
guardas o concerto e a benignidade para com aqueles que te
amam e guardam os teus mandamentos! Estejam, pois, atentos os
teus ouvidos, e os teus olhos, abertos, para ouvires a oração do
teu servo, que eu hoje faço perante ti, de dia e de noite, pelos filhos
de Israel, teus servos; e faço confissão pelos pecados dos filhos
de Israel, que pecamos contra ti; também eu e a casa de meu pai
pecamos. De todo nos corrompemos contra ti e não guardamos os
mandamentos, nem os estatutos, nem os juízos que ordenaste a
Moisés, teu servo. Lembra-te, pois, da palavra que ordenaste a
Moisés, teu servo, dizendo: Vós transgredireis, e eu vos espalharei
entre os povos. E vós vos convertereis a mim, e guardareis os
meus mandamentos, e os fareis; então, ainda que os vossos
rejeitados estejam no cabo do céu, de lá os ajuntarei e os trarei ao
lugar que tenho escolhido para ali fazer habitar o meu nome. Estes
ainda são teus servos e o teu povo que resgataste com a tua
grande força e com a tua forte mão. Ah! Senhor, estejam, pois,
atentos os teus ouvidos à oração do teu servo e à oração dos teus
servos que desejam temer o teu nome; e faze prosperar hoje o teu
servo e dá-lhe graça perante este homem. Então, era eu copeiro
do rei” (1.4-11).
Vejamos agora os detalhes mais importantes desta oração: Ele se
dirige a Deus, chamando-o de “Deus dos céus”. Isto equivale dizer:
Alto, altíssimo, que mora nas alturas, que está sobre tudo e sobre
todos. Depois disse: “Deus grande e terrível”. Ou seja, que para ele
Deus não era um deusinho, senão Deus grande, onipresente,
onisciente e onipotente. Deus terrível. A palavra terrível não quer
dizer algo negativo, como alguns pensam, senão admirável,
enorme, extraordinário, formidável e importante. “Que guardas o
concerto”. Aqui ele recorda a Deus o concerto (pacto) que Ele
mesmo fez com Abraão e seus descendentes. Suplica a Deus que
seus olhos e ouvidos estejam atentos ao seu clamor, ou seja, a
oração que ele fazia em forma permanente de dia e de noite pelos
filhos de Israel. À semelhança de Daniel e Esdras, faz oração
O PRINCÍPIO DA ORAÇÃO EFICAZ 70
Só recordando aqui, que toda missão que se faz para Deus, tem
lutas e dificuldades no caminho, pois sempre se levantam inimigos,
querendo nos desanimar. Nós chamamos isso de guerra espiritual,
porque Satanás e seus demônios usam seres humanos para nos
atacar, primeiramente no psicológico, e depois no físico. Primeiro
atua no psicológico através do desprezo, escárnio, zombaria,
ameaças, irritação, perseguição, entre outros. Observe como
Sambalate (o governador de Samaria), quando soube que
Neemias juntamente com os judeus haviam começado a obra da
reedificação dos muros, se indignou muito e escarneceu deles. A
Bíblia diz que nós temos a mente de Cristo. Então podemos dizer
que todos aqueles que tem prazer em ver o povo de Deus
arruinado em extrema miséria, tem a mente de Satanás. Tal é o
caso de Sambalate, que preferia ver Jerusalém e seus moradores
em ruinas. E estava com ele Tobias, o amonita, e disse: Ainda que
edifiquem, vindo uma raposa, derrubará facilmente o seu muro de
pedra. Aqui mais uma vez Neemias tomou a iniciativa de orar, e
disse: “Ouve, ó nosso Deus, que somos tão desprezados, e caia o
seu opróbrio sobre a sua cabeça, e faze com que sejam um
despojo, numa terra de cativeiro. E não cubras a sua iniquidade, e
não se risque diante de ti o seu pecado, pois que te irritaram
defronte dos edificadores” (4.4,5). Foi uma oração imprecatória e
bem justa por certo, primeiro, porque na dispensação da lei isto era
permitido; segundo, ele orou com fé e com zelo de Deus, dizendo
que a atitude dos seus inimigos irritaram a Deus. Também nesta
oração Neemias foi sábio e teve a resposta de Deus.
“E sucedeu que, ouvindo Sambalate, e Tobias, e os arábios, e os
amonitas, e os asdoditas que tanto ia crescendo a reparação dos
muros de Jerusalém, que já as roturas se começavam a tapar,
iraram-se sobremodo. E ligaram-se entre si todos, para virem
atacar Jerusalém e para os desviarem do seu intento. Porém nós
oramos ao nosso Deus e pusemos uma guarda contra eles, de dia
e de noite, por causa deles” (4.7-9).
O PRINCÍPIO DA ORAÇÃO EFICAZ 73
SEGUNDA PARTE
ORAÇÕES SEM RESPOSTAS: POR QUÊ?
POR QUE DEUS NÃO RESPONDE ALGUMAS ORAÇÕES?
21 obstáculos às respostas de nossas orações
Certamente você já ouviu alguém dizer: ‘Não sei porque Deus não
responde minhas orações; tanto que eu oro, mas não tenho
resposta’. A continuação mostraremos 21 obstáculos às respostas
de algumas orações. Mais primeiro, é oportuno dizer que Deus tem
o maior prazer em responder nossas orações. Ele diz em Sua
Palavra: “Então, me invocareis, e ireis, e orareis a mim, e eu vos
ouvirei. E buscar-me-eis e me achareis quando me buscardes de
todo o vosso coração” (Jr 29.12,13). “Clama a mim, e responder-
te-ei...” (Jr 33.3). “Pedi, e dar-se-vos-á; buscai e encontrareis;
batei, e abrir-se-vos-á. Porque aquele que pede recebe; e o que
busca encontra; e, ao que bate, se abre. E qual dentre vós é o
homem que, pedindo-lhe pão o seu filho, lhe dará uma pedra? E,
pedindo-lhe peixe, lhe dará uma serpente? Se, vós, pois, sendo
maus, sabeis dar boas coisas aos vossos filhos, quanto mais vosso
Pai, que está nos céus, dará bens aos que lhe pedirem?” (Mt 7.7-
11). “Ele me invocará, e eu lhe responderei; estarei com ele na
angústia; livrá-lo-ei e o glorificarei” (Sl 91.15). “E será que, antes
que clamem, eu responderei; estando eles ainda falando, eu os
ouvirei” (Is 65.24).
Então por que muitas vezes Deus não responde nossas orações?
Meditando em Ageu 1.5-7 chegamos à conclusão que o problema
O PRINCÍPIO DA ORAÇÃO EFICAZ 89
bebesse, mas Deus não lhe concedeu isso, nem houve resposta
alguma, porque os pecados de todos nós estava sobre ele (Lc
22:42).
O apóstolo Paulo orou três vezes pedindo a Deus que lhe tirasse o
espinho da sua carne. Aqui sim, o Senhor lhe respondeu, não
concedendo o que ele queria, mas simplesmente disse: ‘A minha
graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza’ (2
Co 12.8,9a). Há uma curiosidade nesta passagem, que todo
mundo deseja saber qual ou o que era o espinho na carne de
Paulo. Não precisa especular muito sobre isso. Basta o que já
sabemos, que se tratava de um mensageiro de Satanás para
esbofeteá-lo, afim de que não se vangloriasse, por causas das
muitas revelações. Nesse sentido todos nós, sem exceção, temos
um ou mais espinhos na carne, o qual não nos será tirado. Então
o que realmente precisamos fazer, é buscar a graça de Deus, com
a qual poderemos suportar.
Moisés, Davi, Jesus e Paulo, tiveram como resposta de Deus um
‘NÃO’. O mais importante é aceitar a vontade de Deus. Os três
jovens hebreus (Hananias, Misael e Ananias), estavam dispostos
a aceitar a vontade de Deus, fosse ela qual fosse (Dn 3.16-18).
Grande lição para nós.
6. ORAÇÃO EGOÍSTA
O sexto obstáculo à resposta da oração se chama egoísmo. Esse
sentimento perverso é um dos principais causadores de males na
raça humana, pois destrói casamentos, causa separação entre
pais e filhos, causa pobreza no país, devido a que a maioria dos
políticos são terrivelmente egoístas e avarentos. Enfim, é uma
peste destruidora. O ser humano é egoísta desde antes da
fecundação. Prova disto, é que quando o espermatozoide acaba
de penetrar o óvulo feminino, ele cria uma espécie de barreira de
proteção para que nenhum outro entre após ele, e morram todos
os demais. É como se ele após vencer uma carreira competitiva
O PRINCÍPIO DA ORAÇÃO EFICAZ 100
e fiz o que a teus olhos é mal, para que sejas justificado quando
falares e puro quando julgares” (vv 1-4). Grifo nosso.
Foi Davi quem orando disse a Deus: “Quem pode entender os
próprios erros? Expurga-me tu dos que me são ocultos” (Sl 19.12).
Nós precisamos pedir a Deus que ilumine sempre a nossa
consciência, para que vejamos nossos pecados, pois é sumamente
perigoso ter a consciência cauterizada e achar que não temos
pecados. Moisés orou dizendo: “Diante de ti puseste as nossas
iniquidades; os nossos pecados ocultos, à luz do teu rosto” (Sl
90.8). Que o Senhor Jesus nos perdoe o pecado de ocultar nossos
pecados, para que nossas orações sejam respondidas.
15. NÃO PERDOAR A QUEM NOS OFENDE
O décimo quinto obstáculo à resposta de Deus para as nossas
orações se chama não perdoar o ofensor. Na igreja de Corinto
Paulo disse haver perdoado a um agressor, para que Satanás não
ganhasse vantagem (2 Co 2,10). Quando não perdoamos, quem
sai vitorioso é Satanás, porque há uma relação intrínseca entre o
perdão e a oração, o jejum e a oferta para Deus, como veremos a
continuação à luz da Bíblia. Não perdoar o ofensor, é não somente
uma atitude negativa e imprópria, senão altamente pecaminosa
aos olhos de Deus, porque revela soberba e raiz de amargura (Hb
12.14,15). O apóstolo Tiago nos diz: “Porque todos tropeçamos em
muitas coisas. Se alguém não tropeça em palavra, o tal varão é
perfeito e poderoso para também refrear todo o corpo” (Tg 3.2).
Outra versão diz: “Todos ofendemos” (RVA2015). Nós também
ofendemos, mas não queremos perdoar quem nos ofende. Isto é
grave e prejudica nosso relacionamento com Deus. Um dos bons
hábitos que a maioria dos cristãos temos, é começar nossas
orações pedindo a Deus que perdoe os nossos pecados. Até aí
tudo bem.
O Senhor Jesus nos ensina um segredo muito bom para ter as
orações respondidas, inclusive quando pedimos a Deus perdão
O PRINCÍPIO DA ORAÇÃO EFICAZ 116
pelos nossos próprios pecados. Ele disse: “Por isso, vos digo que
tudo o que pedirdes, orando, crede que o recebereis e tê-lo-eis. E,
quando estiverdes orando, perdoai, se tendes alguma coisa contra
alguém, para que vosso Pai, que está nos céus, vos perdoe as
vossas ofensas. Mas, se vós não perdoardes, também vosso Pai,
que está nos céus, vos não perdoará as vossas ofensas” (Mc
11.24-26).
Em Mateus 6 depois de ensinar como orar e jejuar de modo eficaz,
Jesus conclui falando sobre a relação entre a oração e o perdão, e
deixa claro que se trata de uma norma obrigatória. Perdoar o
ofensor não é uma opção. Quem não perdoa não tem a bênção de
Deus. Jesus foi enfático ao dizer: “Porque, se perdoardes aos
homens as suas ofensas, também vosso Pai celestial vos perdoará
a vós. Se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas,
também vosso Pai vos não perdoará as vossas ofensas” (Mt
6.14,15).
Aqui Jesus garante que se perdoarmos nossos ofensores, nossas
orações serão respondidas. Então não precisamos duvidar do que
Jesus falou. Se foi Jesus quem disse, é verdade. Podemos per-
doar, na certeza de que com isto estaremos agradando a Deus, e
obtendo o Seu favor. O Senhor Jesus foi o maior exemplo de
perdão, pois além de ter perdoado a muitos pecadores durante
todo o Seu ministério terreno, também intercedeu pelos algozes
que lhe crucificavam, pedindo a Deus que os perdoara. Isto não
significa que aqueles torturadores foram salvos. Significa que
Jesus nos deixou o exemplo supremo de perdão aos que nos
maltratam ou ofendem.
Também há uma relação entre a oferta e o perdão. Jesus falou:
“Portanto, se trouxeres a tua oferta ao altar e aí te lembrares de
que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa ali diante do altar
a tua oferta, e vai reconciliar-te primeiro com teu irmão, e depois
vem, e apresenta a tua oferta...” (Mt 5.23,24).
O PRINCÍPIO DA ORAÇÃO EFICAZ 117
senhor mandou que ele, sua mulher e seus filhos fossem vendidos,
para que a dívida fosse paga. Então aquele servo, prostrado lhe
rogava que tivesse misericórdia. E o seu senhor movido de íntima
compaixão, lhe perdoou toda a dívida. Porém, aquele servo, ao sair
dali, encontrou um conservo seu, que lhe devia ‘cem denários’
(quase trezentos dólares), e o agarrou pelo pescoço, sufocando-o
e dizendo-lhe: Paga o que me deves. Seu companheiro implorou
misericórdia, mas ele não quis ouvi-lo, antes o encerrou na prisão.
Os demais companheiros vendo o que sucedia, foram contar ao
seu senhor. Então o seu senhor chamando-o à sua presença,
disse-lhe: Servo malvado, perdoei-te toda aquela dívida, porque
me suplicaste. Não devias tu, igualmente, ter compaixão do teu
companheiro, como eu também tive misericórdia de ti? E,
indignado, o seu senhor o entregou aos atormentadores, até que
pagasse tudo o que devia. Assim vos fará também meu Pai
celestial, se do coração não perdoardes, cada um a seu irmão, as
suas ofensas (Mt 18.21-35). Refletindo: Jesus nos perdoou uma
dívida enorme, que jamais poderíamos pagar; e nós achamos difícil
perdoar uma ofensa aos nossos semelhantes. Isso entristece o
coração de Deus. Por isso Ele se nega responder nossas orações.
O Senhor Jesus com muita frequência ensinou sobre o perdão; não
somente sobre o dever de perdoar, mais também o dever de re-
conhecer que ofendeu, e pedir perdão. “Então, Pedro, aproximan-
do-se dele, disse: Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão
contra mim, e eu lhe perdoarei? Até sete? Jesus lhe disse: Não te
digo que até sete, mas até setenta vezes sete” (Mt 18.21,22).
Em outra ocasião Jesus disse aos apóstolos: “Olhai por vós
mesmos. E, se teu irmão pecar contra ti, repreende-o; e, se ele se
arrepender, perdoa-lhe; e, se pecar contra ti sete vezes no dia e
sete vezes no dia vier ter contigo, dizendo: Arrependo-me, perdoa-
lhe” (Lc 17.3,4). O impressionante é que 90% dos pregadores de
hoje só falam sobre o dever de perdoar, mais não falam sobre o
dever de pedir perdão. É imprescindível fazer ênfase sobre isto.
O PRINCÍPIO DA ORAÇÃO EFICAZ 119
mos: “Porque Moisés disse: Honra a teu pai e a tua mãe e: Quem
maldisser ou o pai ou a mãe deve ser punido com a morte” (Mc
7.10). No livro de Êxodo cap. 21 encontramos duas prescrições de
pena de morte para filhos que se levantam contra seus pais. Uma
para quem ferir, e outra para quem falar mal. Eis o que diz a palavra
de Deus: “O que ferir a seu pai ou a sua mãe certamente morrerá.
E quem amaldiçoar a seu pai ou a sua mãe certamente morrerá”
(Êx 21.15,17).
Quem fala mal dos pais peca contra eles e contra Deus. Pelo que
se faz necessário haver reconciliação e perdão, mediante o arre-
pendimento sincero. Do contrário não pode fluir a benção de Deus,
porque Deus rejeita a oração. Obviamente Deus rejeita a oração
não somente dos filhos que que se portam mal com seus pais, mas
também, dos pais que se portam mal com seus filhos. Quando os
pais amaldiçoam os filhos, a maldição cai sobre eles também (leia
1 Sm 20.30-34; 31.2).
17. DESARMONIA COM SEU CÔNJUGE
O décimo sétimo obstáculo à resposta de Deus para as nossas
orações se chama desarmonia entre marido e mulher. Ora, o que
significa ‘desarmonia’? cizânia, desacordo, desavença, desconcer-
to, desinteligência, e tudo isso termina em contenda, o que Deus
mais detesta (Pv 6.16-19).
Em 1 Pedro cap. 3 vv 1-7 há uma série de ensinamentos sobre
como deve ser a convivência do casal, isto é, como deve rela-
cionar-se um com o outro. Muitos casamentos não duram, por
causa de brigas, por falta de ética, educação e bons princípios, e
muitas vezes por coisas bem simples da vida doméstica, por falta
de orientação ou aconselhamento. Mas a Bíblia está cheia de
instruções para a família completa. Lamentavelmente muitos ca-
sais não leem a Bíblia, e muitos jovens chegam ao casamento sem
se quer passar por um aconselhamento pastoral/profissional sobre
convivência familiar. Os versos 1-6 falam sobre qual deve ser a
O PRINCÍPIO DA ORAÇÃO EFICAZ 125
tria. Aqui o profeta mais uma vez lhe disse que ele estava rejeitado
por Deus. Mais adiante, no cap. 28 v. 6 vemos o rei Saul orando,
“porém o Senhor lhe não respondeu, nem por sonhos, nem por
Urim, nem por profetas”. A rebeldia fecha as portas do céu (Dt
28.23).
19. INSENSIBILIDADE, FALTA DE MISERICÓRDIA E
DUREZA DE CORAÇÃO
O décimo nono obstáculo à resposta de Deus para nossas orações
se chama insensibilidade, falta de misericórdia e dureza de
coração. São três atitudes que redundam em um mesmo pecado:
Antipatia, que torna o coração humano indiferente ao sofrimento
dos demais. Muitos, quando se encontram numa boa condição
financeira, esquecem de onde vieram (Dt 8.1ss), e tratam os
menos favorecidos com extrema aspereza. Como está escrito: “O
pobre fala com rogos, mas o rico responde com durezas” (Pv
18.23). É triste ver como há pobre que despreza outro pobre,
enquanto dá mais prioridade ao rico (Pv 22.16; 28.3). O apóstolo
Tiago, exortando os irmãos a não fazerem acepção de pessoas,
diz:
“Ouvi, meus amados irmãos. Porventura, não escolheu Deus aos
pobres deste mundo para serem ricos na fé e herdeiros do Reino
que prometeu aos que o amam? Mas vós desonrastes o pobre.
Porventura, não vos oprimem os ricos e não vos arrastam aos tri-
bunais? Porventura, não blasfemam eles o bom nome que sobre
vós foi invocado? Todavia, se cumprirdes, conforme a Escritura, a
lei real: Amarás a teu próximo como a ti mesmo, bem fazeis” (Tg 2.5-8).
APÊNDICE 1
É Deus quem faz todas as coisas. Mais um motivo para orar
Foi Deus quem criou o universo, o céu, a terra, o mar e tudo o que
neles há (Gn 1.1; Sl 24.1).
É Deus quem controla a chuva, os relâmpagos, os trovões, os
fenômenos da natureza (Dt 28.12; 2 Cr 7.13; 2 Sm 22.14; Sl 135.7;
Jr 10,13; 51.16).
Foi Deus quem enviou as dez pragas sobre o Egito, abriu o mar
vermelho e guiou Israel no deserto por 40 anos (Êx 9.14; Dt 8.1).
Por saber disto, que é Deus quem faz todas as coisas, devemos
com muito mais razão, orar, e procurar ter boa amizade com Ele,
pois todo o poder está nas Suas mãos. Ele faz tudo o que lhe apraz
(Sl 115.3).
APÊNDICE 2
Quando Deus entrega seus servos nas mãos dos inimigos?
BIBLIOGRAFIA