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mentoria

ORGANIZADO POR CRIS BELONI

CULTURA DA
COMUNICAÇÃO
MÊS 6 MENTORIA 11
ENCONTRO DO DIA 06/05/21
LEITURA
A formação de um discípulo - Keith W. Phillips

AVISOS
Para a galera da Turma 2: sejam todos muito bem-vindos!

Acompanhe todas as redes sociais para manter-se bem informado


sobre a mentoria, principalmente Facebook e Instagram.

Segue a agenda do mês de maio:

1º quinta-feira [06.05.21] - Mentoria | Tema: Cultura do Discipulado I


- 20hs
2º quinta-feira [13.05.21] - Instagram | Master Class com os
bastidores do JesusCopy - 20hs
(Temas: eventos, impulsionamento, redes sociais, produção de
vídeos, etc)
3º quinta-feira [20.05.21] - Mentoria | Tema: Cultura do Discipulado II
- 20hs
4º quinta-feira [27.05.21] - Instagram | Resenha do livro com Leo -
21hs

A data da próxima mentoria será dia 20 de maio, com o tema Cultura


do Discipulado II. Livro: A formação de um discípulo, de Keith
Phillips.

Tire uma foto em qualquer momento da mentoria e divulgue em suas


redes sociais. Quando postar, acrescente alguma frase dita durante
a aula, que você considerou impactante e marque a mentoria
JesusCopy nas redes sociais.

Segue a lista de livros do próximo semestre:

Junho – Chamados para criar – Jordan Raynor


Julho – Nocaute – Gar y Vaynerchuk
Agosto – Espiritualidade emocionalmente saudável – Peter Scazzero
Setembro – Celebração da disciplina – Richard Foster
Outubro – Kriptonita – John Bevere

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Novembro – Cultura da honra – Danny Silk

O box com os seis livros para o próximo semestre terá o valor mensal
de R$ 49,90, com frete incluso. Em caso de dúvidas, entre em
contato pelo email mentoria@jesuscopy.com

Os PDF´s da mentoria serão disponibilizados na semana seguinte, ou


seja, sempre na próxima quinta-feira.

MATEUS 28.18

“Então, Jesus aproximou-se deles e disse: Foi-me dada toda a


autoridade no céu e na terra. Portanto, vão e façam discípulos de
todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do
Espírito Santo, ensinando-os a obedecer a tudo o que eu lhes
ordenei. E eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos.”
(Mateus 28.18-20)

Jesus, Deus encarnado, veio para a Terra para salvar o mundo. Tem
algo dentro de nós que clama por um Salvador e, Jesus, veio
literalmente para salvar o mundo e restaurar todas as coisas. Ele
viveu 33 anos entre nós e dedicou os últimos 3 anos realizando seu
ministério que transformou o mundo e virou o planeta de “cabeça
para baixo”.

Jesus foi um homem que nasceu na região da Palestina, numa cidade


que era insignificante para aquela época, não era de uma família
influente, nem era rico, político ou grande empresário. Mas, Ele
chegou para mudar o Planeta.

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QUAL É A ESTRATÉGIA DE DEUS?

Ele é o Criador do céu e da terra, de todo o Universo, de cada estrela


existente, de cada planeta, planta e animal, e de tudo o que existe.
Essa mente brilhante veio para transformar o mundo e decidiu usar
um método para impactar o Planeta. Que método foi esse? A
resposta é: DISCIPUL ADO.

Por que nós estamos tentando encontrar uma ideia melhor ?


Pensamos em panfleto, flash mob [grupo de pessoas que se reúne
repentina e instantaneamente em ambiente público e realiza uma
apresentação atípica por um curto período de tempo e rapidamente
se dispersa do ambiente como se nada tivesse acontecido], teatro,
evangelismo de rua, conferência, congresso, cruzada evangelística,
etc.

Todas essas ideias são boas e legais, porém, se estivermos fazendo


tudo isso em vez de discipular as pessoas, é o mesmo que dizer que
“Deus foi simplista” em sua iniciativa. Por isso, tudo o que estiver
roubando nosso tempo de fazer discípulos, é melhor para de fazer.
Porque fazer discípulos é o método de Deus.

POR QUE DISCIPULAR?

Porque essa é uma ordem de Jesus. Ele disse: “Toda autoridade me


foi dada no céu e na terra”. Jesus é Rei na parte celestial e Rei na
parte terrena. E depois, Ele diz: “Portanto, vão e façam discípulos
de todas as nações”. Ou seja, fazer discípulos é obedecer a Cristo e
não fazer discípulos é desobedecer. Não se trata de uma sugestão,
mas de uma ordem, de um mandamento de Cristo.

O que você acha de alguém que está traindo a esposa, mentindo ou


roubando? Quando olhamos para essas ações sabemos que fazem
parte da desobediência humana quanto ao que a Palavra diz.
Falamos que essa pessoa está em pecado, mas se nós não estamos
fazendo discípulos, o que estamos fazendo senão andando em
desobediência à Palavra de Deus?

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Na semana passada, eu ganhei um livro do Abe Huber, um pastor
que vive para o discipulado. O nome do livro é WikiChurch, de Steve
Murrell. O autor é americano e mora na Indonésia, onde lidera uma
igreja que já existe há 20 anos, com mais de 70 mil membros. No
livro, ele diz uma frase que mexeu muito comigo — Nossa missão é
fazer discípulos de Jesus, e a missão de Jesus é edificar a Igreja
Dele.

E o que ocorre hoje é que, nós entendemos que a nossa missão é


edificar a Igreja e que Jesus deve discipular. Estamos invertendo os
papéis. Estamos gastando a nossa vida no foco errado. Se
simplesmente fizermos os discípulos, Jesus edificará a Igreja. E nós
damos a desculpa da falta de tempo. Nunca dá tempo de fazer
discípulos porque estamos fazendo algo para a Igreja. Nós temos
uma frase na família JesusCopy, quando ocorre algum problema,
que diz o seguinte: “Isso é material para discipulado”. Quando
alguém erra, sabemos que essa pessoa está precisando ser
discipulada.

Tudo o que fazemos como Igreja deve ser usado para o discipulado.
Então, reforçando: o primeiro grande motivo para discipular as
pessoas, é porque se trata de uma ordem de Jesus. O segundo, é
porque discipular faz parte da natureza de um discípulo. Discípulo
gera discípulo e isso não é extraordinário, mas natural. Assim como
ser humano gera outro ser humano, cachorro gera cachorro e gato
gera gato.

O QUE IDENTIFICA UM
VERDADEIRO DISCÍPULO?

Vou dar um exemplo através das frutas. Hoje em dia, existem frutas
sem sementes, como a melancia e a uva. Mas elas são modificadas
geneticamente, não são “originais”. Se colocarmos as frutas
originais e as modificadas, lado a lado, veremos que do lado de fora
são iguais, mas por dentro são diferentes. A principal diferença é
que a fruta original tem a capacidade de gerar outras frutas porque
possui a semente.

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O que diferencia então um verdadeiro discípulo? Olhando de fora,
todas as pessoas parecem iguais e não dá para julgar. O que
determina é a “capacidade de gerar novos discípulos”, através da
semente que há dentro de nós. Discípulo gera discípulos. “Ide e
fazei discípulos” porque é uma ordem de Jesus (1), porque é a
natureza do discípulo (2), porque é a missão da Igreja (3) e porque é
o caminho para se tornar inútil (4).

Nossa missão como Igreja é formar os discípulos de Jesus. Esse é


um ponto muito importante também — os discípulos não são nossos,
eles são de Jesus. Cuidado com o termo “meu discípulo”, pois nós só
podemos ajudar as pessoas a se tornarem discípulos de Jesus.
Quando as pessoas se preocupam em fazer discípulos para si
mesmas, há muita manipulação. O objetivo não é que a pessoa se
pareça com você, mas com Cristo.

Aceite este desafio: torne-se bom naquilo o que realmente importa.


Ainda no livro WikiChurch, o autor faz uma ilustração muito legal.
Um menino de 10 anos treinava judô e era muito talentoso. Um dia,
ele sofreu um acidente de carro e perdeu o braço esquerdo. Depois
do tempo de recuperação, o treinador sugeriu que ele continuasse
nos treinos, apesar da sua atual limitação. Ele tinha uma
estratégia: ensinar ao menino o golpe com maior grau de
dificuldade do judô. E os dois treinaram o golpe mais difícil,
diariamente, até o menino ficar top.

E, com um braço só, o menino participou de um campeonato


conseguindo vencer todas as etapas, até chegar na final. Embora
com muita dificuldade, ele lutou até o momento de aplicar o golpe
mais difícil e venceu. Depois da vitória, as pessoas perguntaram ao
professor: Como você fez isso? Como conseguiu fazer o menino
vencer, tendo apenas um braço?

O professor contou que se concentrou em ensinar o golpe mais


difícil que existia, visando uma vantagem: a única forma que o
outro jogador teria para se defender, seria segurando no braço
esquerdo do oponente. Moral da ilustração: se você se tornar
mestre nessa “única coisa” que se chama discipulado, o inimigo não
terá como se defender daquilo que iremos fazer como Igreja.

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Missão da Igreja - fazer discípulos de todas as nações. Seja bom
nisso! Jesus passou três anos fazendo discípulos. Relembrando os
quatro motivos para discipular:

É uma ordem de Jesus.


É a natureza do discípulo.
É a missão da Igreja.
É o caminho para se tornar um líder inútil.

Ainda no livro WikiChurch, o autor conta que foi fazer uma viagem
em grupo, por um mês, para a Indonésia, a fim de evangelizar. O
resultado foi que 150 jovens indonésios se converteram. O
organizador da viagem missionária pediu para que os viajantes
permanecessem por mais um mês para que pudessem instruir
aqueles jovens o máximo possível. Eles ficaram e cumpriram aquela
missão. Ao retornar para os Estados Unidos, o grupo contou sobre a
experiência vivida na Indonésia.

A liderança daquela igreja ficou preocupada com os 150 jovens e


expressou a necessidade de que alguém voltasse para a Indonésia
para continuar o trabalho. O autor do livro, na época, se voluntariou
para ir com a esposa, mesmo não tendo muita experiência. O novo
período de permanência seria de seis meses. Quando Steve Murrell
escreveu o livro, já havia 52 mil membros na igreja plantada na
Indonésia. Ao ser questionado sobre o motivo de tal fenômeno não
ocorrer também nos Estados Unidos, Murrel respondeu: a igreja
cresceu porque eu liderei como se estivesse prestes a ir embora,
por isso nunca centralizei nada em mim. Eu preparei aquelas
pessoas para serem os pastores daquela igreja.

Perceba que Murrel percorreu o caminho do “líder inútil”, ele


trabalhou como Jesus, preocupado em fazer discípulos. Jesus teve
apenas três anos para realizar o plano de Deus. Foi por isso que Ele
disse:

“Aquele que crê em mim fará também as obras que tenho realizado.
Fará coisas ainda maiores do que estas, porque eu estou indo para
o Pai.” (João 14.12)

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Faça também com que as pessoas que você está discipulando
façam muito mais do que você faz. Precisamos discipular a nossa
geração. Ninguém sabe o dia que vai morrer, por esse motivo
devemos nos derramar sobre a vida das pessoas como se
tivéssemos apenas um mês, seis meses ou um ano. O discipulado é
o caminho para o sucesso ministerial.

COMO DISCIPULAR

Vou apresentar a vocês o “prédio do discipulado” com quatro


andares (4 R´s do discipulado).

R1 - RAPPORT (CONEXÃO) - No primeiro andar ou térreo é onde fica


a porta de entrada. Sem conexão não há transformação. É
necessário se preocupar primeiro em manter uma conexão com o
discípulo. Não pode ser algo forçado, porque não existe obrigação
para o discipulado. A porta de entrada deve acontecer
naturalmente. Jesus oferecia às pessoas a possibilidade de serem
discipuladas. A escolha era delas. Além disso, a autoridade é um
“cajado” que Deus entrega graciosamente. Antes de discipular
alguém é necessário amar, ter um real interesse, sinceridade e
amizade. Tudo isso junto gera a conexão.

R2 - RELACIONAMENTO (AMOR) - O discipulado nada mais é que o


relacionamento entre as pessoas. Jesus andava com aquelas
pessoas, eles se divertiam juntos, faziam refeições,
compartilhavam sentimentos e experiências, viajavam,
trabalhavam, choravam e oravam. Eles tinham uma amizade.
Lembre do que Jesus disse:

“Já não os chamo ser vos, porque o ser vo não sabe o que o seu
senhor faz. Em vez disso, eu os tenho chamado amigos, porque tudo
o que ouvi de meu Pai eu lhes tornei conhecido.” (João 15.15)

Discipulado não é uma parada organizacional ou empresarial. As


pessoas não devem se tornar “aprendizes”, mas amigos. É uma
questão de relacionamento, amizade e amor incondicional de
verdade. E devemos amar, principalmente, as pessoas difíceis. Os
que deram mais trabalho para Jesus são os mais conhecidos até
hoje.

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Dando um exemplo bem atual de pessoa difícil - o traficante que
lidera o morro é um apóstolo. O cara conseguiu organizar um
sistema de entrega, ele tem estruturas e faz relatórios. Se esse
cara entender o motivo de seu nascimento e o propósito de Deus em
sua vida, será o maior plantador de igrejas, discipulador e
evangelista. Mas a nossa tendência é buscar as pessoas fáceis.
Precisamos amar as pessoas que são difíceis de amar, as pessoas
feridas e machucadas. Mas, normalmente, nos afastamos dessas
pessoas que já são rejeitadas pela sociedade.

Agora preste atenção na meta de discipulado de Paulo - Ele


discipulava Timóteo e percebemos que na carta de Paulo a Timóteo,
Paulo conhecia sua mãe, sua avó e até o estado espiritual delas. A
Bíblia nos mostra o nível de relacionamento que havia entre um
discipulador e um discipulado. Isso só acontece quando oferecemos
às pessoas um tempo de qualidade. Precisamos, de verdade, nos
importar com as pessoas, chorar com os que choram, se alegrar
com os que se alegram e aprender a ouvir.

A maioria de nós não sabe ouvir. Ouvir não é saber “esperar sua vez
de falar”, mas ouvir com atenção e se importar com o que a pessoa
está revelando. Se eu fosse aplicar uma regra aqui, aplicaria a
80/20. Você deve ouvir 80% e falar somente 20%. E quando estiver
ouvindo, esteja presente 100%. Não deixe o celular por perto.
Entregue-se totalmente para aquela pessoa que está falando e
mostre que ela tem importância.

Dizem que o ex-presidente dos Estados Unidos, Barack Obama,


estava numa entrevista e o repórter perguntou a ele quem era a
pessoa mais importante de sua vida e ele respondeu: nesse
momento é você. Esse é um caminho de cura na vida de uma
pessoa, a atenção de alguém que quer expressar Cristo para ela.
Ouvir é uma das formas mais poderosas de dizer: eu me importo
com você.

E devemos falar mais palavras de honra e parar com os apelidos


depreciativos. Chamar uma pessoa de nariguda, careca ou gorda
pode parecer uma brincadeira, mas pode magoar. Se é para dar um
apelido, chame a pessoa de “lindona”. Ou faça como o pastor

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Hernandes Dias Lopes, que chama as pessoas de “príncipe” ou “
princesa”. Ou como o pastor Abe Huber que chama as pessoas de
“preciosas”.

As pessoas já foram tão bombardeadas com palavras depreciativas,


então, o que elas mais precisam é ser honradas e receber palavras
proféticas e de encorajamento. Seja “boca de Deus” na vida das
pessoas e fortaleça os relacionamentos.

R3 - RESTAURAÇÃO (MORTE) - Para “nascer de novo” é preciso


antes ser sepultado com Cristo e esse é o significado do batismo,
quando a pessoa é mergulhada na água. Ao se levantar ela está
ressuscitando com Cristo. Então, discipular é ajudar e ensinar a
pessoa a “morrer”. Mas, só chega no terceiro andar quem passou
pelo segundo (relacionamento).

Jesus caminhava no amor e na verdade. Ele amava tanto uma


pessoa que, quando dizia a verdade, gerava arrependimento e não
repulsa. Como Igreja, temos pulado diretamente para o terceiro
andar, várias vezes. Muitas pessoas não se arrependem, mas
sentem repulsa pela Igreja. Jesus estava diante de uma prostituta e
disse a ela a verdade, mas ele disse com tanto amor que gerou nela
o arrependimento.

No terceiro andar, vamos ajudar a pessoa a vencer o pior inimigo


que existe: ela mesma. A pessoa vai aprender a lutar a luta mais
feroz. A pior luta não é com o diabo, pois ele só atenta uma pessoa
em sua maior cobiça. Ele usa o “eu” de cada um para levar as
pessoas ao pecado.

As pessoas necessitam aprender a negar a si mesmas e carregar a


cruz. Como fazemos isso? Através do ministério “da faquinha”. Essa
é a figura da cena que Abraão viveu quando pegou seu único filho e
subiu ao monte para sacrificá-lo. Esse é o caminho da maturidade.
A maioria dos estudiosos diz que Isaque tinha por volta de 13 anos,
justamente a idade da transição de menino para homem.

Isaque é levado para o sacrifício como um menino e volta como um


homem por ter conhecido o “ministério da faquinha”. Eu falo em
forma de brincadeira, mas a ilustração funciona, porque é uma

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forma de ajudar a pessoa a eliminar de sua vida o que Deus não
colocou. É cortar os excessos e as coisas que nos atrapalham de
viver verdadeiramente o Evangelho.

Como aplicar o ministério da faquinha? Em primeiro lugar, entender


que discipulado não é um lugar para falar mal dos outros, devemos
reconhecer nossos próprios erros e encontrar formas de agir
corretamente. Devemos indicar quando a pessoa está errada e não
concordar com tudo para agradá-la. Discipular é dizer a verdade, é
usar a “faquinha” e mostrar o que a pessoa precisa fazer para
mudar. Apontar o que a pessoa precisa “cortar” de sua vida.

A primeira forma de usar a faquinha é “fazendo perguntas”.


Discipular não é dar as respostas certas, mas fazer as perguntas
certas. O discipulado eficaz não é aprender as respostas boas, mas
as perguntas boas. É perguntar tanto que chega ao ponto de “fazer
um parto” da confissão. Perguntar é a chave do discipulado.

Quando um ovo é quebrado de fora para dentro, é morte. Mas um


ovo quebrado de dentro para fora, é vida. Essa ilustração mostra
que, muitas vezes, estamos tentando quebrar a cabeça dos
discípulos, dizendo o que eles devem fazer, e isso pode gerar morte.
Mas quando fazemos perguntas, em vez de dar as respostas, eles
chegam à própria conclusão e a quebra acontecerá de dentro para
fora, porque a resposta sairá da mente do discípulo.

Podemos estimular a mente das pessoas com perguntas.


Reforçando: discipular não é dar a resposta certa, mas ensinar a
encontrar a fonte de todas as respostas certas. Nós não
discipulamos para ficar a vida inteira ao lado da pessoa, pelo
contrário, estamos discipulando para ir embora, então devemos
preparar as pessoas para serem maiores do que nós. Isso só pode
acontecer através de perguntas.

Pergunte se a pessoa orou ou se já conversou com Deus, mas não


ore no lugar dela. Você pode, no máximo, orar com ela. Se você
mimar as pessoas, elas não vão sair do lugar. Faça muitas
perguntas para que a pessoa chegue ao entendimento do propósito
de Deus em sua vida. Estimule a pessoa a pensar até mergulhar em
Deus.

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Outra coisa importante sobre o batismo é sobre a integração na
família e a conscientização de abandonar o “eu” para começar a
viver o “nós”. O batismo feito em nome do Pai deixa claro que a
pessoa passa a pertencer à família do Pai. O batismo em nome do
Filho, mostra que a pessoa pertence ao corpo de Cristo. E o
batismo em nome do Espírito, mostra que a pessoa passa também a
ser o templo do Espírito Santo.

Ajude a pessoa a entender que ela viverá em família, em


comunidade, na Igreja sendo nós. Logo, discipular é ajudar a
pessoa a “pertencer”.

R4 - REPOSICIONAMENTO (ATIVAÇÃO) - No “último andar”


passamos para a pessoa o que Jesus passou para nós. A pessoa
deverá ser ativada como alguém que vai discipular. Reposicionar é
colocar a pessoa na história de Deus. Veja o que diz a Palavra:

“Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os


em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a
obedecer a tudo o que eu lhes ordenei. E eu estarei sempre com
vocês, até o fim dos tempos.” (Mateus 28.19,20)

O destaque do texto é “ensinar a pessoa a obedecer” assim como


nós já obedecemos. Como se faz isso? Através de exemplos. Tem
uma parada no livro do Jonas Madureira, O Custo do Discipulado,
que é muito interessante. Ele diz que sociólogos descobriram que
ninguém deseja nada diretamente, a não ser algo relacionado à
sobrevivência, como alimento, água ou sexualidade. Por exemplo,
roupa não é algo desejável. As pessoas desejam o que satisfaz
alguém. Os seres humanos parecem captar o que faz as outras
pessoas felizes.

Por exemplo, uma agência de publicidade paga a uma pessoa que é


admirada por muitos para usar um batom, e esse batom passa a ser
desejado indiretamente pelas mulheres. Não por causa do batom,
especificamente, mas porque ele é usado por alguém que elas
admiram muito. Ninguém ama um batom, mas o que ele representa
e no que ele pode fazer a pessoa se tornar.

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Sendo assim, como podemos fazer alguém se apaixonar por Jesus?
Ganhando a admiração dessa pessoa, andando com ela e mostrando
quem realmente me satisfaz e quem eu amo acima de todas as
coisas. Jesus discipulava assim. Ele andava com um pescador e o
envolvia na missão de mudar o mundo.

NECESSIDADES HUMANAS

As necessidades humanas podem ser resumidas em apenas três:


- Ser amado e aceito;
- Pertencer a algo, família ou time;
- Dar frutos.
Quando Jesus disse: “Ide e fazei discípulos”, Ele falava sobre amar e
aceitar as pessoas.
Quando Jesus mandou batizar, Ele falava sobre fazer a pessoa se
sentir parte da família.
Quando Jesus disse para ensinar, Ele falava sobre
reposicionamento e frutificação.

Todo ser humano necessita de amor, relacionamento e resultados


através do trabalho que faz.

PERGUNTAS RELEVANTES

É possível discipular sem ser discipulado?


É possível, mas é perigoso, porque você pode ter pontos cegos em
sua vida que precisam de atenção. A pergunta é: por que não está
sendo discipulado? É necessário dar início à cultura do discipulado,
pois é uma ordenança de Jesus. Nem é necessário utilizar a palavra
“discipulado”, basta percorrer os quatro andares do prédio do
discipulado: conexão, relacionamento, restauração e
reposicionamento.

Como discipular alguém que já é amigo há muito tempo? Como


transformar a familiaridade em influência?
Nesse caso, é possível ser intencional. Você pode convidar a pessoa
a iniciar um processo de discipulado. Marque encontros periódicos,
leia a Bíblia com essa pessoa e comece o processo.

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Podemos discipular pai, mãe, irmão, marido ou esposa?
Com certeza. Mas é preciso ser intencional, através de conversas
relacionadas ao discipulado. Essa é uma das melhores situações,
marido discipulando a esposa ou a esposa ao marido. Uma das
pessoas que mais me discipula é a Val, porque é a pessoa que mais
enxerga as minhas falhas e erros. Isso também funciona muito bem
entre pais e filhos.

Como destravar o medo de discipular? Ainda mais se no coração


só vem nomes de pessoas mais sábias do que você?
Quero falar mais sobre esse assunto na próxima aula porque o
discipulado nunca é uma via de mão única. Paulo Borges já disse
algo muito forte para nós, durante uma reunião via Zoom. O Tiago
estava com a Sara, sua filhinha de um ano. Paulo Borges perguntou
ao Tiago: quem lidera quem? Você lidera a Sara ou ela lidera você?
O Tiago respondeu que liderava a Sara, por ser o pai. Então, Paulo
explicou que Sara também o lidera, toda vez que pega em sua mão e
o leva para algum lugar onde não quer ir. Então é sempre uma troca.
Discipulamos alguém que também nos discipula.

Quais as evidências de que um discípulo está pronto para ser


reposicionado e também ser um discipulador?
Maturidade, que é revelada através de frutos do Espírito e feridas
curadas. Podemos perceber isso através das reações mediante os
problemas. É muito importante saber que não se deve colocar
alguém “doente” para discipular. Discipular é “imprimir” um pouco
de nós no outro. Se uma pessoa está ferida, ela vai passar um
pouco de suas feridas para frente.

Tudo bem confessar pecados e fraquezas para o discipulador ou


isso pode ser prejudicial?
É necessário confessar, pois esse é o caminho da faquinha.
Confessar é algo muito importante. Também é relevante citar que
na Conexão é necessário ter sigilo total. Nunca conte para ninguém
sobre o que você ouviu. E se precisar compartilhar sobre o
problema com algum pastor, por exemplo, peça permissão. Existe
um limite? Vou falar pelo conceito da Psicologia: o limite é um
crime. Por exemplo, se a pessoa confessa que está abusando de
uma criança, é claro que você não vai guardar isso como um
segredo e terá que acionar a polícia ou tomar as devidas

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providências, já que uma criança está sendo prejudicada nesse
processo. Outro ponto relevante é que o discipulado individual deve
ser feito com pessoas do mesmo sexo - homem discipula homem e
mulher discipula mulher.

Como aprender a fazer as perguntas certas?


Faça perguntas abertas, aquelas que não podem ser respondidas
com sim e não. Por exemplo: Você leu sua Bíblia? A resposta é sim.
E acabou a conversa. Então faça perguntas do tipo: O que mais
mexeu com você durante a leitura bíblica? Perguntas boas fazem a
pessoa pensar.

O discipulado tem um prazo?


Sim. Eu gosto do que Paulo fez, chamou Timóteo de filho e,
posteriormente, o chamou de cooperador. Então, existe sim um
prazo, que passa pelo tempo de maturidade da pessoa e seu
crescimento. Mas o relacionamento nunca acaba. Além disso,
existem fases e a pessoa pode precisar se afastar por algum motivo
ou pode ser enviada para trabalhar em outro lugar.

O discipulador pode querer não andar com alguma pessoa ou ser


seletivo nessa escolha de discípulos?
Sim, porque temos um tempo limitado, então temos que derramar
vida sobre as pessoas que queremos investir. Acredito que o termo
não seria “não andar com a pessoa”, mas doar tempo, vida e
recursos.

Como encontrar alguém para me discipular?


Procure alguém que já caminhou um pouco mais que você. Também
é bom analisar se a pessoa tem um propósito, um porquê, um
chamado ou vocação meio parecida com a sua, isso ajuda muito.
Mas busque alguém com maturidade e que tenha mais Cristo
formado nela do que você.

Qual a diferença entre discipulado e evangelismo?


Conceitualmente, o evangelismo é apresentar à pessoa o Evangelho
para que ela comece a seguir Jesus. O discipulado é a jornada
depois que a pessoa aceita seguir Cristo, em busca de se parecer
mais com Ele. Agora, a real, é que na Palavra de Deus, o
evangelismo acontecia no discipulado. Não podemos errar no

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seguinte: sair evangelizando e não discipular. Na notícia sobre a
mulher que teve nove bebês, é incrível saber que ela vai levar nove
filhos para casa. Como se faz nove mamadeiras ou se troca nove
fraldas? A família vai precisar se revezar durante a noite. Esse
exemplo mostra que não é possível evangelizar sem discipular.
Pense que, de repente, dez pessoas aceitaram Jesus. Existe uma
alegria e, ao mesmo tempo, uma preocupação com isso. São dez
novos na fé, dez bebês, dez pessoas para cuidar. Tem coisas que
não se separam na Bíblia, como a evangelização e o discipulado.

PRÓXIMOS LIVROS

Junho – Chamados para criar – Jordan Raynor


Julho – Nocaute – Gar y Vaynerchuk
Agosto – Espiritualidade emocionalmente saudável – Peter Scazzero
Setembro – Celebração da disciplina – Richard Foster
Outubro – Kriptonita – John Bevere
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Ler os livros fará você mergulhar na mentoria. É preciso ter o


hábito da leitura. Se tem uma coisa que eu realmente desejo a
vocês ao longo deste ano de estudos nessa mentoria, é que vocês
tenham o hábito da leitura afiado. Vou fazer uma confissão para
vocês aqui: eu não tive a oportunidade de estudar Teologia, eu
nunca fiz um seminário, nem mesmo online. Tudo o que eu aprendi
foi lendo muitos livros. Os livros indicados aqui na mentoria vão
guiar a gente numa jornada absurdamente incrível.

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