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EXTENSÃO
ENSINO CRIATIVO
Jeitos diferentes de ensinar e aprender
FLAM – FACULDADE LATINO-AMERICANA DE TEOLOGIA INTEGRAL
www.flam.org.br
Diretor Geral: Ariovaldo Ramos
Diretora Acadêmica: Ivone Lima Botelho
Administrador: Jasiel Fausto Botelho
1 – Bases Bíblicas
A Bíblia nos traz várias referências ao ministério de ensino. Em Efésios 4.11-16, vemos que
existem diversos dons; o v. 11 menciona especificamente o dom do ensino. Talvez alguém
pense: “Será que eu tenho mesmo o dom de ensinar?”.
De acordo com Price (1988, p. 15), nos Evangelhos Jesus é chamado de mestre 45 vezes;
nunca se fala nele somente como pregador. A expressão “ensinando e pregando” aparece 11
vezes.
Em João 3.2, Nicodemos, que era um mestre da Lei, refere-se a Jesus também como
mestre, em reconhecimento ao seu ministério. Mateus 4.23 e 9.35 afirmam que Jesus ensinava,
pregava e curava, primeiramente na Galileia e depois em todas as cidades e aldeias.
Fonte: http://quandotualuavaidespertar.blogspot.com/2009/02/sermao-da-montanha.html
Em Lucas 24.13-35, vemos que Jesus, após a sua ressurreição, aparece a dois discípulos
no caminho de Emaús. Eles não reconheceram o Mestre, que caminhava com eles e lhes fazia
perguntas. O v. 27 afirma que Jesus, “começando por Moisés e todos os profetas, explicou-lhes
o que constava a respeito dele em todas as Escrituras”.
Nesta passagem, vemos que Jesus, o Mestre por excelência, não hesitou em recapitular a
lição para seus alunos que eram lentos para aprender. Os discípulos chegaram ao seu destino e
É justamente isso que devemos almejar: que o ensino em nossas igrejas faça os corações
queimarem de entusiasmo, alegria, fé e bom ânimo.
Em sua opinião, como tem sido o ensino nas igrejas evangélicas, em geral? E na
sua igreja?
O que você pode fazer para que o ministério de ensino em sua igreja seja
marcado por esse entusiasmo? O que faria da escola dominical algo fascinante?
Muitas vezes, não nos sentimos capacitados para o ministério de ensinar. Às vezes,
enfrentamos oposições, críticas e falta de apoio. Nossas limitações pessoais geralmente são os
maiores obstáculos. Não foi diferente com o apóstolo Paulo. Contudo, ele tinha um segredo,
que também está revelado para nós: “Eu me esforço, lutando conforme a sua força, que atua
poderosamente em mim” (Cl 1.29).
Graças a Deus que o seu poder se aperfeiçoa na nossa fraqueza. Portanto, se o Senhor te
colocou no ministério de ensino, confie nele e jamais desanime. Ele nos capacita pelo seu poder
que opera em nós.
Finalmente, em Romanos 12.7 lemos que é necessário ter dedicação ao ensino. Isso
quer dizer que devemos sempre buscar a excelência. Para isso, existem algumas dicas preciosas
para quem deseja dedicar-se a esse ministério. Estas dicas foram baseadas no livro As Sete Leis
do Ensino, de John Milton Gregory (1987).
Desafio: leia Lucas 10.25-37. Pensando na atuação de Jesus como mestre, você
consegue encontrar nesta passagem bíblica essas dicas para um ensino eficaz?
2 – Bases Teológicas
O ministério de ensino faz parte de um processo bem mais amplo, que chamamos de Educação
Cristã. É importante ter em mente que o ensino na igreja não está limitado à escola dominical.
De acordo com Sherron K. George, “Educação Cristã é um processo deliberado e intencional
pelo qual Cristo é formado nas pessoas, visando à transformação, formação e crescimento da
pessoa toda, em todo o tempo” (1993, p. 16).
Assim, vemos que a Educação Cristã acontece o tempo todo. Ela pode ser informal,
quando os pais ensinam seus filhos em casa, por meio das brincadeiras ou respondendo suas
perguntas; pode ser formal, quando assistimos às aulas na escola dominical, quando
participamos de um curso especial na igreja ou quando o pastor está pregando.
EXTENSÃO FLAM – ENSINO CRIATIVO 4
A Educação Cristã pode ocorrer o tempo todo, em todos os lugares e alcança as
crianças, os adolescentes, os jovens, os adultos e os idosos. Sempre é tempo de aprender e todos
podem ter este privilégio.
As duas autoras nos chamam a atenção para o fato de que a Educação Cristã é um
processo, isto é, não acontece de repente – e, na verdade, nunca termina. Esse processo leva a
vida toda, pois é preciso crescer na graça e no conhecimento do Senhor durante todos os dias
da nossa existência (2Pe 3.18).
A Bíblia é o livro mais importante para a Educação Cristã. Já imaginou como seria a
nossa fé sem a Bíblia?
O cerne da fé cristã resume-se em que Deus, o Criador, agiu em Cristo para salvar a
humanidade e revelou a si e a verdade na Palavra escrita. A Bíblia é revelada e inspirada por
Deus (2Tm 3.16-17).
Quais teorias pedagógicas podem ser aplicadas ao ensino cristão? Quais são as mais adequadas?
Como aplicá-las na igreja?
Mizukami (1986) analisa cinco abordagens que servem de referencial teórico para as
principais práticas pedagógicas que encontramos atualmente. Vamos comentar brevemente
cada uma delas.
De acordo com Mizukami (1986, p. 7-18), o ensino, nessa abordagem, está centrado no
professor. É ele quem transmite ao aluno todas as informações necessárias. O objetivo do
ensino é que o aluno reproduza o mais fielmente possível aquilo que recebeu de seu mestre. O
estudante tem um papel passivo e deve acumular a maior quantidade possível de informações
que sejam úteis para o seu aprendizado.
As ideias de Skinner
nos fazem pensar sobre o
poder controlador que a
educação pode ter. Para os
behavioristas, a educação
deve transmitir conhecimentos, determinando comportamentos éticos e práticas sociais.
A aprendizagem é garantida por sua programação, isto é, se for bem planejada e bem
estruturada, alcançará os objetivos propostos. Ensinar consiste em programar situações de
aprendizagem e reforçar os comportamentos considerados adequados para que o aluno
desenvolva determinadas habilidades e adquira certos conhecimentos.
Um dos principais representantes dessa abordagem é o filósofo, biólogo e psicólogo suíço Jean
Piaget. Sua maior preocupação era estudar o processo e a natureza do conhecimento humano,
isto é, como ocorre a cognição (aquisição de um conhecimento; percepção).
Segundo Faria (1989, p. 21) o construtivismo (com base nas idéias de Piaget) pressupõe
que a criança passa por diferentes estágios de desenvolvimento mental:
Os métodos precisam ser ativos, precisam “forçar” a reflexão para que o aluno aprenda
mediante uma descoberta ativa da realidade.
Como o próprio nome diz, nessa abordagem o ensino está centrado nas interações sociais. Um
de seus principais representantes é Lev S. Vygotsky (1896–1934). Segundo Marta Kohl (In: La
Taille, 1992, p. 78), os pontos fundamentais do pensamento de Vygotsky são:
A mesma autora afirma que a ideia central de Vygotsky é a de que as funções psicológicas
superiores (ações conscientes e controladas, intenções e processos voluntários) são mediadas por
sistemas simbólicos, especialmente a linguagem (Kohl, in: La Taille, 1992, p. 80).
O objetivo do ensino é partir daquilo que o aluno já sabe (conhecimento real) e criar
condições para que seu conhecimento se amplie, de acordo com suas potencialidades.
Fonte: http://community.univille.edu.br/colegio_univille/o_colegio/perfil_do_aluno.html
A aprendizagem é algo que ocorre por meio da interação com outras pessoas, sejam
professores, pais, colegas, etc. O papel do professor é ampliar os conhecimentos do estudante,
visando a sua integração histórica e social. Sendo assim, o professor tem um papel ativo,
sistematizando conhecimentos, atuando de maneira direta na zona de desenvolvimento
proximal. O processo de ensino e aprendizagem baseia-se na reflexão sobre a realidade, que
deve ser feita de maneira crítica e autônoma.
Seguindo uma ótica construtivista, Telma Weisz coloca que ensino e aprendizagem são
dois processos distintos, embora intensamente relacionados. O processo de ensino é
desenvolvido pelo professor, enquanto o processo de aprendizagem é desenvolvido pelo aluno.
Ela afirma que o processo de ensino deve adaptar-se ao da aprendizagem (Weisz, 2009, p. 65).
A mesma autora ainda coloca que os conteúdos a serem trabalhados devem ser
significativos para os alunos, mantendo a característica de “objeto sociocultural real” (Idem, p.
66), e que o papel do professor é organizar situações de aprendizagem nas quais os alunos se
deparem com problemas interessantes e desafiadores, ao mesmo tempo difíceis e possíveis de
serem solucionados, de acordo com o potencial dos estudantes.
BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é o método Paulo Freire. São Paulo: Brasiliense, s.d.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 41. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005.
LA TAILLE, Yves de. Piaget, Vygotsky, Wallon: teorias psicogenéticas em discussão. São Paulo:
Summus, 1992.
MIZUKAMI, Maria da Graça Nicoletti. Ensino: As abordagens do processo. São Paulo: EPU,
1986 (Temas básicos de educação e ensino).
MOLOCHENCO, Madalena de Oliveira. Curso vida nova de teologia básica: educação cristã.
v. 8. São Paulo: Vida Nova, 2007.
ROGERS, C. R. Liberdade de aprender em nossa década. Porto Alegre: Artes Médicas, 1985.
WEISZ, Telma. O diálogo entre o ensino e a aprendizagem. 2 ed. São Paulo: Ática, 2009
(Palavra de Professor).