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Curso de Formação para Professores de EBD PEDAGOGIA DO ENSINO

Prof. Ricardo Aparecido dos Reis E_MAIL: teolricardoreis@uol.com.br


PEDAGOGIA “O ENSINO”

PEDAGOGIA
Pedagogia é a arte e a ciência de ensinar e educar. São processos e técnicas de ensinar a infância,
explorando as leis psicológicas que regem o crescimento e comportamento do ser humano.
Essas técnicas que comunicam a mensagem, modernizam-se constantemente para atingirem
maior número de alunos em menos tempo e do melhor modo possível pedagogicamente. Enquanto isso,
a mensagem da Palavra de Deus não deve jamais mudar.

I. QUE É ENSINO

No conceito moderno, ensinar não é apenas transmitir conhecimentos, mas também promover
aprendizagem por parte do aluno. Essa aprendizagem não pode ser forçada nem introduzida no educando
como ato de vestir uma peça de roupa.

Portanto, ensinar não é apenas ler ou falar diante de uma classe, mas primeiro despertar, motivar
e interessar a mente do aluno e em seguida dirigi-la no processo de aprendizado. Não pode haver real
ensino sem aprendizagem por parte do aluno.
A palavra “educar” é derivada de uma outra que literalmente significa: “conduzir para fora”
(Aristóteles). Com isso conclui-se que o professor é aquele que conduz o aluno ao encontro das
experiências da vida de tal forma que ele possa viver vitoriosa e sabiamente, diante de Deus e de seus
semelhantes.
Analisando a Lei do ensino, podemos observar que: “para ser um professor eficiente, não basta
dominar o conteúdo a ser ministrado, precisa-se conhecer também aqueles a quem se vai ensinar”. A
maneira como o aluno aprende deve determinar a forma como ensinamos. É a Lei do ensino. “A
verdadeira função do professor é criar condições para que o aluno aprenda sozinho”. (...) Ensinar
de fato não é passar conhecimento, mas estimular o aluno à buscá-lo. (John Milton Gregory).
Poderíamos até dizer que ensina melhor quem menos ensina.
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II. QUE É APRENDER

É o aluno pensar e agir por si próprio, sob orientação inicial. Há dois conceitos básicos de
educação secular e religiosa:
a. Toda criança normal é:
1. fisicamente imatura – precisa crescer;
2. mentalmente ignorante – precisa aprender.

b. Aplicação espiritual:
1. espiritualmente imatura – precisa crescer (II Pe 3.18);
2. espiritualmente ignorante – precisa aprender (Mt 11.29).

O aluno normal:
1. aprende quando motivado, estimulado psicologicamente.
a. despertando para a realidade, aspirações.
b. consciência do despreparo.

2. aprende quando gosta.


a. escolha experimental (objetivamente).
b. Por efeito (subjetivamente) Mc 12.37.

3. aprende quando necessita.


a. funcionalmente;
b. futuramente.

4. aprende quando vê fazer. É o ensino pela demonstração – At 1.1.


a. observando;
b. motivando sua potencialidade e capacidade adormecida ou latente.

5. aprende quando faz.


a. fazendo – aprende-se;
b. repetindo – aprimora-se.
6. aprende quando há métodos certos de ensino.
7. Aprende quando investiga.
8. Aprende quando está interessado.
9. Aprende quando crê, confia:
a. em si mesmo;
b. em sua escola;
c. em seu professor.

10. aprende quando ora. Mt 8.17


11. aprende quando recebe atenção pessoal:
a. sendo conhecido;
b. sendo reconhecido.
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O PROFESSOR DA ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL

Divisa: Lc 6.40b “... todo aquele, porém, que for bem instruído será como seu mestre.” RA.
“... porém, quando tiver terminado os estudos, o aluno ficará igual ao seu professor.” BLH.
“... mas todo o que for perfeito será como o seu mestre.” RC.

Introdução: “eficiência”

O professor eficiente é aquele que baseia seu ensino numa rica experiência de vida. Ninguém
consegue ser um bom comunicador a partir de um arquivo intelectual vazio. Não podemos passar a
outros aquilo que não possuímos.

Existe uma variedade de pessoas hoje que estão ministrando em nossas salas de aula sem o
mínimo de dedicação, responsabilidade, sem o mínimo de compromisso com o ensino. Há aqueles que
são vocacionados; há aqueles que estão ali por não haver outra pessoa para estar em seu lugar; são os
famosos quebra-galhos. Estes na verdade não querem e não desejam ter um compromisso sério com o
ensino bíblico.

De que lado você está atuando? Você é da esquerda ou direita? Têm responsabilidade ou é um
irresponsável? É vocacionado ou não possuí nenhum vocação? Qual é a tua posição?
Na verdade, quem é o professor da Escola Dominical? Eis alguns pontos a serem considerados:

I. O PROFESSOR DA ESCOLA DOMINICAL

1. O Professor deve ser:


a. uma pessoa salva de modo completo;
b. membro de uma igreja;
c. de vida cristã correta e sadio na fé. (I Tm 3.2)

2. A posição espiritual do professor é:


a. posição de honra;
b. posição de responsabilidade. (Ez 33.8-9)

3. O Professor é dirigido por uma Lei:


a. precisa conhecer o que vai ensinar;
b. elementos necessários para uma relação de ensino eficiente são:
b.1. Professor b.2. Aluno b.3. Matéria.
c. três fatores que contribuem e que o professor precisa conhecer para estabelecer uma relação
de ensino são:
c.1. Matéria c.2. Aluno c.3. Método.

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4. O ministério de ensino do professor:

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a. Por que ensinas?
 por amor a Deus
 por gratidão a Deus;
 porque o Senhor ordenou. (Mt 28.19-20)

b. Qual é o teu propósito no ensino?


 ganhar almas para Jesus;
 desenvolver a espiritualidade dos alunos;
 treinar os alunos para o serviço do mestre.

c. O que ensinarás?
 a Bíblia.

d. A quem ensinarás?
 a homens;
 a mulheres;
 a crianças.

e. Como ensinarás?
 conhecendo a Cristo como Salvador e Rei;
 conhecendo a Bíblia;
 conhecendo a matéria;
 conhecendo o aluno (Psicologia de cada aluno);
 conhecendo a arte de ensinar (Pedagogia).

5. Os requisitos de um bom professor:

5.1. Preparo

a. espiritual (Ed 7.10; I Pe 3.15); ser cheio, controlado e movido pelo Espírito Santo (I Co 2.15;
Gl 6.1). é ter o fruto do Espírito expresso em Gl 5.22-23. São nove as qualidades listadas
como fruto do Espírito:
(a). as três primeiras dizem respeito ao relacionamento do cristão com Deus.

AMOR – Os textos neotestamentários apresentam o amor como sendo a origem, o sentido e a


razão do existir cristão. Ágape é a palavra usada. E a melhor definição para esta palavra, tão
abundantemente usada no Novo Testamento é: “a forma mais elevada e nobre de amor, que vê no objeto
do amor algo infinitamente precioso.” Desta forma, ágape aparece como algo importante nas relações
entre Deus e o ser humano. Paulo diz que essa dádiva nos é dada pelo Espírito (Rm 5.5). diz também que
o amor é dentre outras coisas, um Dom permanente, um meio de vitória na vida cristã, mais importante
de todas as conquistas. (I Co 13)
ALEGRIA – O Espírito proporciona bens espirituais tão relevantes, que só poderiam
proporcionar uma alegria, ou um gozo espiritual no mesmo nível. A constatação do salmista é
confirmada no N.T., quando diz: “... na tua presença há plenitude de alegria...” RA. “... A tua presença
me enche de alegria e me traz felicidade para sempre”. BLH. (Sl 16.11b). Jesus define com estas
palavras o propósito da sua missão: (Jo 15.11).

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PAZ – Com o mesmo vigor, o relacionamento com Deus passa a ter sentido e produz profunda
realidade a partir da paz, como realidade concreta do Espírito Santo. Paz “eirene” ( ei.rh,nh) no NT
traduz com segurança a palavra “Shalôm” ( Mwolv\ ), no hebraico do AT, que significa: “tudo
quanto contribui para o bem do ser humano – serenidade, tranqüilidade, o perfeito contentamento da
vida totalmente feliz.” O Espírito frutifica paz na medida em que aplica a obra vitoriosa, redentora e
salvadora de Jesus Cristo, portanto, pelos seus exclusivos méritos.

(b) As três próximas qualidades do fruto do Espírito desenvolvem-se na vida do Cristão na esfera do seu
relacionamento com o próximo:

LONGANIMIDADE – Expressa uma certa atitude para com as pessoas e eventos. Temos a
palavra longanimidade, porque makros significa longa paciência, e thumos quer dizer ânimo ou
disposição. Longanimidade ( makroqumi,a ), significa a paciência com as pessoas. É o espírito
que nunca perde a paciência com as pessoas, nem a esperança para com elas; Deus é longanimo em
relação ao ser humano – (II Pe 3.15); e desenvolve nele essa abençoada condição que permite suportar
situações das mais desagradáveis com paciência – (Ef 4.12) e, assim, não vive com o dedo no gatilho da
ira.

BENIGNIDADE – À vezes essa qualidade (crhsto,thj), é vista também sobre forma de


atitudes ternas e gentis. Essa provém da realeza graciosa de Deus, porquanto é eternamente benigno. Em
Tito 3.4, Paulo diz que a Salvação em Cristo concretiza-se por obra da benignidade de Deus. Essa
virtude é definida como a dinâmica da bondade. O Espírito Santo produz essa qualidade divina na vida
do cristão a fim de ser possível viver uma relação saudável com o seu próximo.

BONDADE – (ªªavgaqwsu,nh) Relacionada à qualidade anterior, a bondade é definida


como sendo a qualidade própria daqueles que só desejam o que é bom, independente das circunstâncias.
Os cheios de bondade estão entre os que representam os mais elevados valores éticos e morais. “Bom,
no entender da Escritura Sagrada, significa: “ser como Deus” porque ele é o único que é perfeitamente
bom. Uma coisa é ter padrões éticos elevados, outra coisa é a bondade que o Espírito Santo produz, que
tem raízes em Deus.

(c) Os três últimos gomos restantes do fruto dizem respeito ao relacionamento do cristão consigo
mesmo:

FIDELIDADE – pi,stij – é a palavra original no grego, e diz respeito à base de todo o


conhecimento e experiência do cristão: confiança irrestrita em Deus, nas suas promessa e realizações;
convicção e atitudes que tornam o indivíduo confiável. Pois, não há como enfrentar e vencer desafios e
adversidades, tais como as aflições, as dúvidas, as fraquezas, o tempo, etc. O testemunho cristão,
abençoado com essa virtude é aceito por ser bom, leal I Co 4.2; responsável Lc 12.42; 19.17, e que
arrisca a própria vida pela causa de Cristo – Ap 2.10.

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MANSIDÃO (prau[thj) – Duas palavras associam-se inteligentemente: “força e suavidade.”
Equilibradamente, estas duas palavras denotam um sentimento e um caráter humilde e ao mesmo tempo
sábio, seguro e forte. Mansidão está as vezes associada especificamente com o amor e as vezes com a
disciplina. Mansidão para receber a palavra de Deus ou, então, para enfrentar a oposição à mesma. Jesus
dá um convincente testemunho de mansidão diante dos seus opositores. Com a mesma sabedoria, Deus
desenvolve essa preciosa qualidade através do seu Espírito. “Mansidão abriga uma força silenciosa que
confunde os que a consideram fraqueza.” (II Co 10.1,10)

DOMÍNIO PRÓPRIO – Este é o nono, também indispensável gomo do fruto do Espírito Santo.
Quem não possuí essa qualidade expõe toda a sua vulnerabilidade e consequentemente, se compromete.
O sentido neotestamentário faz coro com Pv 16.32, trata-se de um senhorio forte e suficiente para
controlar pensamentos e impulsos. Paulo diz: (I Co 9.25).

b. Fidelidade no dever, ser disciplinado:


Sl 101.6; I Co 4.2

c. Ser Paciente
O nosso Deus é o “Deus da paciência” - Rm 15.5

d. Ser Dedicado
É o serviço feito da melhor maneira, é o zelo no trabalho – Ec 9.10.

e. Ser pontual
É chegar na hora, começar na hora, terminar na hora. Jesus sempre andava na hora – Jo 2.4.

f. As responsabilidades do professor:
1. para com Deus – I Tm 1.12;
2. para com a igreja – Ef 4.12;
3. para com a EBD – Rm 12.10;

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PROGRAMA DE UMA AULA

I. A LIÇÃO BÍBLICA

Professor, qual é a sua atitude diante da lição Bíblica que deve ser ensinada? Quando planeja
aquela lição você pensa: “Ah! Não! Esta de novo! As crianças já conhecem esta lição”. Ou você pensa:
“Esta lição embora familiar, é uma ótima lembrança da fidelidade de Deus. Não vejo a hora de ensiná-la
à meus alunos”.

As atitudes do professor, influenciam muito o modo como ele dá aula. A questão é: “Como dar
uma boa aula?”

1. Leitura, Oração e Meditação


Este é o primeiro passo. Professor , ore por você, sua classe e com seus alunos. Peça uma
sabedoria especial à Deus para comunicar Sua palavra. A seguir, leia o texto Bíblico cuidadosamente,
para que ensine fielmente (II Tm 2.15), o que a Bíblia diz. Enquanto lê, faça perguntas ao texto:
 Quem está envolvido nesta história?
 Como era aquela pessoa?
 O que esta lição ensina sobre Deus? Esta lição é importante, pois, quanto mais os alunos aprenderem
sobre Deus, desejaram mais viver para Ele.
 Medite: “O que Deus que ensinar-me com esta lição?” Deixe Deus falar com você primeiro.
 Ao meditar nesta lição, que verso ler para os alunos diretamente da Bíblia?
 Como esta lição vai dar continuidade ao que já ensinei anteriormente?

2. Planeje Evangelizar os Alunos não Salvos


Os alunos não salvos da classe precisam ouvir a mensagem da Salvação e ter uma oportunidade
de receber a Cristo como Salvador. Pensando nisso, ao ministrar sua aula, procure em alguns momentos,
aplicar a Mensagem da Salvação.
 No relato da lição, ONDE há um bom momento para apresentar um atributo de Deus?
 ONDE ainda você poderá mostrar ao aluno a sua necessidade de um Salvador?
 QUAL seria a melhor oportunidade para apresentar a Obra de Cristo a levar o aluno a aceitar o
Salvador?

3. Dê Alimento ao Aluno Salvo


O aluno convertido precisa ser desafiado a viver para Deus. O salvo deve saber e fazer o que é
certo “Já que vocês conhecem esta verdade, serão felizes se a praticardes”.(Jo 13.17 - BLH).
Planeje o ensino de acordo com as necessidades dos aluno. As necessidades são reveladas através
da conduta dos alunos. Ao selecionar o ensino, tenha em mente: “é melhor ensinar claramente uma só
verdade, do que tentar vinte pontos que os alunos não lembrar-se-ão”. (I Co 14.19).

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4. Um Esboço para Seguir
Depois de estudar e ter em mente os fatos e lições espirituais, faça um esboço. O esboço é um
plano de aula, que poderá ser escrito num pedaço de papel pequeno, para ser posto dentro da Bíblia. O
esboço ajuda o professor a seguir uma ordem lógica e dá segurança ao ministrar sua lição. Se,
eventualmente o professor se perder, poderá receber direção no esboço e seguir adiante.

O esboço pode ser dividido em 4 partes:


a. Começo: - deve ser envolvente. Varie os métodos usando ilustrações, perguntas, entrando
diretamente na lição, usando suspense, etc.
b. Andamento: - use frases curtas em ordem lógica dos acontecimentos. Atenção – até a última frase do
andamento, o ensino para p aluno salvo e a mensagem de salvação deverão estar intercalados.
c. Clímax: - deverá ser o ponto mais importante da aula.
d. Conclusão: - é o desfecho da aula e deve ser breve. Na conclusão também, podemos fazer o convite
para aqueles alunos que não são salvos e que desejam aceitar a Cristo como Salvador.

5. Visuais: Prepare-os de Antemão


Para maior compreensão da lição, adquira visuais. Na medida do possível, varie semanalmente
seus visuais: flanelógrafo; cartazes; marionetes; objetos; ou faça seus próprios visuais.

6. Treine a Voz
“Eu tenho novidades para vocês” – Diga esta frase quatro vezes. Primeiro como se estivesse
triste; depois aborrecido; depois entusiasmado. Veja como a emoção e a forma como dizemos as coisas
mudam o significado.
Quando estamos felizes ou entusiasmados, falamos mais rápido. Quando estamos tristes ou
desanimados, nossa voz é mais lenta e mais suave.
Além disso, pense: há algumas perguntas específicas para fazer ao grupo? Posso pedir que leiam
textos na Bíblia? Há alguma situação que poderíamos dramatizar?

7. Treine a Lição
Aproprie-se de tudo que já tem: “Esboço, ensino, visuais, etc., e vá para um lugar à parte e treine
sua lição do início ao fim em voz alta.
O primeiro benefício disso diz respeito ao tempo. Uma boa lição pode ser dada em 45 minutos.
Não prolongue a aula demais. Procure relacionar o texto áureo com a lição, aplicando-o na vida dos
alunos. Mas não precisa decorar a lição – o Espírito Santo poderá usar uma palavra solta para alcançar a
necessidade de alguém.
Tenha ainda o cuidado de ensinar a Palavra de Deus e não um texto preparado. Refira-se à Bíblia
dizendo: “A Bíblia diz...”.
Use também um linguagem sadia. Tome cuidado com gírias ou com vícios de linguagem como:
“então”; crianças”; “vocês sabem, né”; “aí”; e etc.

8. Submeta tudo a Deus


A medida que for preparando, vá orando. Peça que “Deus abra os olhos, para que os alunos se
convertam” (At 26.18). “Que os alunos estejam prontos par ouvir” (1.19); “Que transbordem no
conhecimento” ( Cl 1.9).

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MÉTODOS DE ENSINO

INTRODUÇÃO

Ensinar é ajudar o aluno a aprender. É orientar, guiar e também instruir! Como ajudar o aluno a
aprender é o cerne da questão. Como melhorar a aprendizagem?
O uso de bons métodos é uma das respostas. Mas, é bom lembrar que nenhum método é em si
mesmo eficiente ou deficiente. A operação de qualquer método depende da situação total na qual é
empregado. O professor, o aluno, a matéria, o método e a situação formam um todo unitário.

O método consiste no estabelecimento daquelas condições sobre as quais melhor se possa


verificar o enriquecimento e controle da experiência. O método é pois, a utilização dos recursos feitos
pelo professor, de modo que desperte o aluno para a atividade, ministrando-lhe orientação ao lidar com
esses recursos, resultando no aprendizado.

I. O QUE DETERMINA A ESCOLHA DO MÉTODO


Há alguns fatores que determinam a escolha dos métodos, como:
I.1. Objetivo ou propósito da lição;
I.2. Habilidade do professor e do aluno;
I.3. O tamanho do grupo;
I.4. O tempo disponível;
I.5. Equipamentos necessários.

II. MÉTODO DE PERGUNTAS E RESPOSTAS


Apesar do avanço das técnicas de dinâmica de grupo, muito se ensina ainda através de perguntas,
quer como método especial; quer como elemento importante na composição de outros métodos.

1. Vantagens deste Método


1.a. Instrumento para orientar-se ao processo de ensino
1.b. Dá ao aluno oportunidade para investigar a verdade por si mesmo;
1.c. Aguça a curiosidade e estimula o interesse;
1.d. Leva o aluno a expressar sua própria idéia;
1.e. Ajuda o aluno a desenvolver o raciocínio crítico;
1.f. Oferece oportunidade para treinamento e revisão;
1.g. Possibilita o professor estabelecer e conservar o contato com a mente de cada aluno.

2. Técnicas de Perguntar
2.a. Devem ser formuladas de tal maneira que prenda o interesse de toda classe;
2.b. Devem ser feitas a modo de conversação;
2.c. Devem ser distribuídas de modo a que os alunos tenham oportunidade de aprender o mais
igualmente possível;
2.d. Dar tempo suficiente para o aluno responder;
2.e. Devem ser feitas de modo a não sugerir respostas.

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3. As perguntas podem ser usadas para:
3.a. incentivar uma discussão sobre um tema conhecido;
3.b. apresentar um tema novo;
3.c. relacionar um tema bíblico com experiências pessoais;
3.d. analisar um problema pessoal sobre algum tema;
3.e. entrevistar um convidado no classe;
3.f. esclarecer os valores expressos pelas pessoas;
3.g. provocar uma explosão de idéias sobre algum problema ou assunto.

4. Tipos de Perguntas

Imaginação: Que faria você...? Como se sentiria...?

Raciocínio: Por que será que o rei Josias mandou destruir a casa dos rapazes escandalosos?

Memória: Para que País Moisés fugiu depois de matar o egípcio?

OBSERVAÇÃO
Os alunos também podem fazer as suas perguntas. O professor que puder ensinar respondendo
perguntas, conseguirá mais do que formulando-as. Ele pode estimulá-las, sobre tudo revisando a lição
anterior.

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7. Quando os alunos estiverem à altura de compreender o


vocabulário a ser usado.
PRELEÇÃO

VANTAGENS
É feito por uma pessoa diante de um auditório.

1. Pode ser usado com adultos;


2. Poupa tempo;
3. Pode ser usado com grupos grandes;
4. Requer pouco uso de recursos audiovisuais;
5. Pode ser usado como complemento ao que foi lido;
6. Pode ser usado para introduzir e rever lições ou atividades.

USE ESTE MÉTODO... LIMITAÇÕES


1. Ao dar uma informação;
2. Quando os alunos estiverem motivados;
3. Quando o orador tiver facilidade de expressão e domínio sobre o 1. Impede a participação do aluno;
auditório; 2. Poucos preletores são realmente bons oradores;
4. Quando o grupo for muito grande e, por isso, tornar-se 3. Requer do preletor profundo conhecimento da matéria;
impossível o uso de outro método; 4. Pode tornar-se cansativo;
5. Para salientar ou adicionar mais alguma coisa aquilo que o aluno 5. O preletor pode impor suas idéias;
tenha lido; 6. Não é próprio para usar com crianças;
6. Ao recapitular ou introduzir um assunto; 7. Limita a retenção;
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8. Faz uso, em geral de somente um sentido; 6. Quando puder contar com a participação de pessoas qualificadas;
9. O preletor nem sempre pode julgar as reações do ouvinte. 7. Quando apresentar pontos de vista diferentes.

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PAINEL – PARLAMENTO

É um tipo de painel que oferece a participação do Auditório.


VANTAGENS

1. Permite a participação de todo grupo;


2. Oferece oportunidade para todos;
3. Permite que o auditório dialogue;
4. Canaliza a atenção;
5. Permite ventilar as opiniões dos que formam o painel;
6. Levanta problemas;
7. Apresenta pontos de vista diferentes.

USE ESTE MÉTODO...

1. Quando desejar apresentar um assunto e sentir a reação do LIMITAÇÕES


auditório;
2. Quando quiser que um grupo participe de um discurso;
3. Para tratar de assuntos difíceis, antes de permitir a discussão pelo 1. Consome bastante tempo;
auditório; 2. Requer um moderador habilidoso;
4. Quando tiver tempo suficiente; 3. Pode parecer ao auditório assunto incerrado;
5. Quando desejar analisar as vantagens e desvantagens de uma 4. Permite aos que participam do painel apresentarem preleções
solução para algum problema; curtas ao invés de discussões;
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5. O assunto principal pode ser facilmente desviado; 2. Quando houver pessoas qualificadas para formar o painel;
6. Os membros do auditório podem não Ter habilidades para fazer 3. Quando o assunto principal for por demais complexo para ser
perguntas acertadas; discutido pelo grupo todo;
7. Permite aos membros mais faladores tomarem todo o tempo da 4. Quando for melhor para o auditório somente observar, mas, não
discussão. discutir;
5. Quando quiser analisar as vantagens e desvantagens na solução
de problemas;
6. Quando participantes do painel e orientador puder preparar-se
para a discussão.

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DISCUSSÃO EM PAINEL

É uma conversação diante de um auditório sobre um tópico VANTAGENS


previamente selecionado; requer três ou mais participantes e um
Líder.

1. Estimula o pensamento;
2. Apresenta diferentes pontos de vista;
3. Suscita problemas;
4. Estimula analise;
5. Aproveita as pessoas mais qualificadas.

USE ESTE MÉTODO...

LIMITAÇÕES
1. Quando quiser apresentar pontos de vistas diferentes;
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1. O assunto principal pode ser desviado;


2. Possibilita aos participantes do painel falarem demais;
3. Não permite a participação de todos os membros do grupo; USE ESTE MÉTODO...
4. Tem a tendência de tornar-se numa série de pequenas palestras;
5. Divide o auditório à proporção em que os ouvintes, vão se 1. Quando desejar partilhar idéias;
identificando com os participantes do painel; 2. Para estimular interesse em problemas;
6. Requer bastante tempo e preparação; 3. Para ajudar pessoas a expressarem suas idéias;
7. Requer um moderador habilidoso. 4. Para identificar e examinar um problema;
5. Para criar um ambiente informal;
6. Para conseguir a participação de pessoas tímidas.

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DISCUSSÃO EM GRUPO

VANTAGENS
É uma troca de idéias previamente planejada, entre três ou mais
pessoas, sobre um assunto selecionado e sobre a orientação de um
Líder.
1. Dá oportunidade para troca de idéias;
2. É democrático;
3. Cria um espírito de equipe;
4. Amplia a visão;
5. Provê oportunidade de liderança;
6. Ajuda a desenvolver habilidade de liderança.

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LIMITAÇÃO

USE ESTE MÉTODO...

1. Não pode ser usado com grandes grupos; 1. Quando o grupo for muito grande;
2. Os participantes das equipes podem ter informações limitadas; 2. Quando examinar várias facetas de um assunto;
3. A discussão é facilmente desviada; 3. Quando alguns membros do grupo não estiverem motivados para
4. Requer liderança habilidosa; participar;
5. Uma pessoa com tendência a falar pode dominar a discussão; 4. Quando o tempo for limitado;
6. O povo em geral prefere um método mais formal. 5. Para criar um ambiente cordial e fraternal entre os membros do
grupo.

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PEQUENOS GRUPOS DE ESTUDO - FRACIONAMENTO

São divisões de um grupo grande. Os grupos discutem VANTAGENS


problemas específicos e, em geral, apresentam as conclusões ao
grupo todo.

1. Encoraja as pessoas tímidas;


2. Cria um ambiente cordial;
3. Dá oportunidade de participar da liderança;
4. Desenvolve habilidades de lideranças;
5. Economiza tempo;
6. Dá oportunidades para todos contribuir e aproveitar as idéias;
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7. Pode ser usado facilmente com outros métodos;
8. Provê variedade.

LIMITAÇÃO

1. Pode resultar em idéias pobres; USE ESTE MÉTODO...


2. O assunto principal pode ser desviado;
3. A liderança pode não ser habilidosa; 1. Quando os membros precisarem reconhecer outros pontos de
4. As conclusões podem ser desordenadas; vista;
5. Requer estudo prévio para alcançar conclusões precisas; 2. Quando os membros do grupo tiverem habilidades para usar o
6. Pode resultar em grupinhos provisórios; método;
7. Requer algum tempo para arrumar o equipamento para as 3. Quando for preciso ajudar os membros do grupo a se
reuniões em grupo. identificarem com um problema;
4. Quando o alvo for mudar as atitudes de um grupo;
5. Quando o apelo emocional for útil na solução de um problema;
6. Quando desejar preparar um ambiente ideal para resolver
15 problemas.
DRAMATIZAÇÃO

É a apresentação de um problema humano, encenado por VANTAGENS


duas ou mais pessoas, com o propósito de uma análise pelo grupo.
1. Desperta interesse imediato;
2. Pode ser usado com grupos de qualquer tamanho;
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Curso de Formação para Professores de EBD PEDAGOGIA DO ENSINO

Prof. Ricardo Aparecido dos Reis E_MAIL: teolricardoreis@uol.com.br


3. Ajuda os membros a analisarem a situação;
4. Produz segurança;
5. Leva o membro do grupo a se identificar com o problema;
6. Leva os membros a considerar outros pontos de vista;
7. Cria um ambiente próprio para solucionar problemas.

LIMITAÇÃO

1. Os assistentes podem identificar o problema dramatizado como


sendo real na vida de cada ator;
2. A maioria das pessoas não gosta de participar de dramatização;
3. Requer uma liderança treinada;
4. Não pode ser usada em qualquer situação;
5. Os atores podem Ter dificuldades de se <<libertarem>> do papel
que representarem.
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COMUNICAÇÃO VISUAL

“UMA IMAGEM VALE MIL PALAVRAS”

A comunicação por meio da imagem é tão antiga quanto a própria história do homem. Quanta
informação pode-se obter hoje sob o passado de povo; sua história e costumes, apenas catalogando
idéias expressas nas paredes das cavernas, em peças de cerâmica, em madeira esculpida, ou em outras
formas.
Este processo evoluiu consideravelmente no decorrer dos séculos. Hoje é impossível ignorarmos
que vivemos numa era em que o mundo explora ao máximo a comunicação por meio dos visuais. Diga-
se de passagem que a televisão, o cinema, o computador, estes e outros mais, são veículos que facilitam
muito a percepção e causam uma reação no indivíduo observador. Ele não apenas ouve uma mensagem,
ele também a vê.

“Esta provado que uma pessoa lembra cinco vezes mais o que vê do que o que ouve...”
Concluo, enfim, que a comunicação de uma mensagem torna-se muito mais eficiente e completa quando
é transmitida como auxílio de visuais.

Na comunicação infantil, o auxílio visual torna-se imprescindível, pois, certos vocábulos ou


mesmo uma idéias podem fugir do limite de compreensão da criança. O material visual traz clareza e ao
mesmo tempo ilustra aquilo que não faz parte do cotidiano dela, ou seja, aquilo que lhe é familiar.

O material visual torna as idéias mais concretas. O ensino torna-se mais eficiente, e as
impressões deixadas serão bem mais duradouras. Nossa pretensão é encorajar-lhe, caro professor, dar-
lhe mais condições para confeccionar você mesmo seu próprio material.

 COMUNICAÇÃO – É a arte de transmitir, compartilhar, participar, fazer saber e tornar conhecido o


ensino.
 AUXÍLIO VISUAL – É o material que você usa com o fim de trazer mais clareza ao ensino. Pode
ser uma cartaz, retroprojetor, fantoches, quadro de pregas, etc.
 VANTAGENS E RESULTADOS DO RECURSO VISUAL:
a. o ensino visualizado prende a atenção do aluno (criança);
b. esclarece a mensagem;
c. fixa o ensino na memória, pois, a criança lembra-se muito mais o que vê;
d. estimula a imaginação do aluno (criança);
e. é Bíblico, pois, foram usadas ilustrações e “figuras” tanto no Ant. quanto Novo Testamento.

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PRINCÍPIOS DO USO DE VISUAIS NO ENSINO

1. O visual deve ser claro e fácil de enxergar, de modo que todos os alunos (as crianças), possam ver
com clareza.

2. Deve ajudar a esclarecer o ensino, trazendo luz sobre o que está sendo ensinado.

3. O método visual deve ser usado com a finalidade de facilitar e estimular o aprendizado do aluno, e
não apenas diverti-la.

4. Não usar o tempo de preparar a lição, preparando os visuais, esquecendo-se do ensino.

5. Não esquecer que é o poder da Palavra de Deus que promoverá o aprendizado, e que o uso de visuais
é somente o método que nos auxilia no ensino desta Palavra.

I. O Valor da Comunicação Visual


Observe os gráficos abaixo, e compare os níveis de aprendizado relativos a cada sentido de uma
pessoa:

II. O CLIMA DA COMUNICAÇÃO

Deus nunca deixou de comunicar-se com o homem. Sabemos que a criação é um meio de
“proclamar” a glória de Deus” (Sl 90.1ss), e que os atributos de Deus assim como Seu eterno poder,
como também Sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo
percebidos por meio das coisas que foram criadas. Rm 1.19,20.

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O clima da comunicação de Deus ao homem se deu com a vinda de Jesus Cristo, Seu filho, ao
mundo. (Jo 1.14-18; Ef 2.12;17). Com a morte de Cristo pelo pecador (Rm5.8), Deus comunicou ao
homem perdido o Seu amor.

A cruz é o meio visual pelo qual Deus demonstra o Seu grande amor pela humanidade e jamais
deve ser usada como idolatria. Aplicando a comunicação em linhas cruzadas, devemos ressaltar que,
como crentes nascidos em Cristo, temos a comunicação com o vertical – Deus, por meio de Cristo (Jo
14.9; I Tm 2.5; Hb 1.1,2), mas, também precisamos ter comunicação horizontal com o nosso próximo.
(I Jo 4.7-21).

DEUS

Mediador
CRISTO

SALVAÇÃO
Lc 10.29

HOMENS PRÓXIMO

A M A R Tg 2.8

III. EXEMPLOS DE COMUNICAÇÃO VISUAL NA BÍBLIA


Tanto o Antigo como o Novo Testamento estão repletos de belos e esclarecedores símbolos,
figuras, tipos e ilustrações que foram deixadas para nos ajudar na compreensão das verdades Bíblicas.
Eis alguns exemplos Bíblicos de comunicação visual:

a. No Antigo Testamento
 O Arco – Gn 9.17;
 O Sangue nos umbrais das portas – Êx 12.22;
 O Tabernáculo de bronze – Êx 25;
 A Serpente de bronze – Nm 21.4-9.

b. No Novo Testamento
 A porta – Jo 10.9;
 A luz – Jo 8.12;
 O pão – Jo 6.35;
 A água – Jo 4.14;
 O bom pastor – Jo 10.11;
 A videira – Jo 15.1.

Usar a comunicação visual na evangelização, é tornar os ensinos de Cristo tão claros quanto Ele
os apresentou. Pois, velhos e crianças o entendiam, quando Ele usou as ilustrações dos lírios, dos
pássaros, dos pescadores, dos talentos e de tantos outros para atingir o alvo do Seu ensino.
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