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Parabéns! Você chegou à reta final do nosso curso. Nesta unidade, vamos refletir sobre a arte de
ensinar por meio de histórias. O senhor Jesus foi o mais brilhante contador de histórias de
todos os tempos. Você se lembra do que estudamos sobre as parábolas na Unidade II?
Vimos que Jesus utilizava as parábolas para alcançar as pessoas simples e fixar as
verdades espirituais em suas mentes, utilizando exemplos do dia a dia. Se o Mestre dos mestres
optou por ensinar por meio de histórias, também podemos fazer o mesmo, pois somos seus
seguidores.
Contar histórias é um dos mais eficazes métodos de ensino. Elas facilitam o entendimento da
mensagem e a aplicação das verdades à nossa vida.
O método de contar histórias desperta o interesse dos ouvintes. Também pode criar
expectativas, incentivar a leitura, estimular o crescimento espiritual e promover mudança de
atitude e de comportamento.
Em geral, é bem mais fácil lembrar uma história do que o conteúdo de um texto
doutrinário, por exemplo.
Há muitas histórias (inclusive não bíblicas) que ensinam os valores do Reino de Deus.
Elas são preciosas porque nos ajudam a lembrar de coisas que realmente são importantes para a
nossa vida cristã.
O Dr. Luiz Jean Lauand, citado por Greggersen (2001, p. 118), afirma que o homem
não se esquece de tudo, mas que costuma se esquecer “do essencial (...), da sabedoria do
coração, do caráter sagrado do mundo e do homem...”.
Há muitos contos, fábulas, lendas e outras histórias folclóricas que tratam de temas
pertinentes ao Reino de Deus, enfatizando valores como justiça, bondade, amor, mansidão,
humildade, respeito, coragem, solidariedade e fé.
Normalmente, essas histórias marcam a nossa
vida, nos ensinando por meio das emoções e da
imaginação.
COGNITIVO
AFETIVO
SOCIAL
DESENVOLVIMENTO
Por mais diversas que sejam as tendências representadas por esses educadores, elas
ressaltam a importância das emoções para o aprendizado. Assim, elas têm em comum elementos
peculiares das parábolas, contos de fadas, fábulas e lendas, que são tipos de histórias
No salmo 24.1, lemos: “Do SENHOR é a terra e tudo o que nela existe, o mundo e os que nele
vivem” (NVI). Tudo pertence ao Senhor, o que inclui todas as produções artísticas: música,
dança, pintura, filme e literatura. Infelizmente, nem todas as obras produzidas glorificam a
Deus. Daí, na hora da escolha, cabe ao professor o bom senso e o discernimento espiritual.
Porém há muitos contos, fábulas, apólogos e outros clássicos universais que estão permeados de
valores bíblicos.
Segundo Ana Maria Machado (2002, p. 25-128), os clássicos universais podem ser
agrupados e definidos como:
b) As Sagradas Escrituras;
As produções artísticas estão permeadas de elementos culturais, sendo uma das mais
fortes expressões de uma cultura. Paul Hiebert, professor de Missão e Antropologia no Trinity
Evangelical Divinity School, afirma:
Uma vez que não pertence a nenhuma cultura, o evangelho pode ser expresso
adequadamente em todas elas. (...) Nem tudo na cultura humana é
condenável. Os seres humanos são criados à imagem de Deus e, como tais,
criam culturas que têm muito de positivo e utilizável para os cristãos. (...)
Todavia, por causa do pecado do homem, todas as culturas também possuem
estruturas e práticas pecaminosas (Hiebert, 1999, p. 34-35; 56).
As moedas caídas do céu é a história de uma menina órfã muito piedosa que deu
tudo o que tinha às pessoas necessitadas que encontrou pelo caminho. No final,
estrelas caíram do céu para recompensá-la e ela ficou rica pelo restante de sua vida.
Podemos comparar esse conto com Lucas 6.38a: “Deem, e lhes será dado: uma boa
medida, calcada, sacudida e transbordante será dada a vocês” (NVI).
O pescador e sua esposa fala sobre um homem que pescou um peixe mágico e o
devolveu ao mar. Contudo, sua esposa, que era muito ambiciosa e orgulhosa, o fez
recuperar o peixe, exigindo cada vez mais presentes daquele ser mágico. Ela nunca
estava satisfeita e, por isso, no final, todas as dádivas foram desfeitas, e eles ficaram
ainda mais pobres. Compare com Filipenses 4.11-13, onde o apóstolo Paulo nos
ensina que devemos estar contentes com o que temos.
No conto Água da vida, lemos sobre um anão desprezado por dois jovens que saíram
pelo mundo em busca da água da vida para curar o velho rei, seu pai. Ambos
As histórias podem ser utilizadas com pessoas de todas as idades. É importante observar as
seguintes dicas:
0-3 anos – fase pré-mágica: histórias que falam sobre bichinhos, brinquedos, objetos,
seres da natureza (humanizados);
Outras sugestões de atividades que podem ser feitas por pessoas de diversas idades, com
diferentes tipos de histórias:
Encenar a história (se houver interesse, encenar várias vezes, para que os atores
representem diferentes papéis).
Recontar a história.
Louvado seja Deus que pode nos dar criatividade, discernimento e sabedoria. Devemos
usar todos os recursos possíveis para pregar o Evangelho e promover os valores do Reino, para
honra e glória do Senhor.
BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é o método Paulo Freire. São Paulo: Brasiliense, 1981.
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