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A história natural da aprendizagem significativa não acaba, evidentemente, com a aquisição de novos
significados. A aprendizagem deve sempre ser seguida de uma retenção e/ou esquecimento, que
constituem os próprios resultados e sequelas naturais. Tudo o que se apreende deve ser ou retido, ou
esquecido. Admite-se que o processo de assimilação na retenção-esquecimento é, de alguma forma,
diferente do da aprendizagem significativa, mas compara-se a este quer nas manifestações psicológicas
evidentes, quer nos próprios mecanismos psicológicos subjacentes.
Citações de Piaget.
Por trás do processo de aprendizagem estão algumas etapas que são imprescindíveis para o
progresso da mente e, também, para o fortalecimento da capacidade do pequeno em lidar
com os desafios e as descobertas do conhecimento e aprendizado. Piaget
Finalmente, a quarta se caracteriza por um novo modo de raciocínio que não incide
exclusivamente sobre os objetos ou as realidades, mas também sobre as hipóteses, e que
ocorre entre 11 e 12 anos, quando ocorrem as operações formais. É o caso das
experiências que envolvem causa e efeito como se pode observar na figura que se segue.
daí a grande importância de o professor ter uma formação literária básica para saber analisar
os livros infantis, selecionar o que pode interessar às crianças num momento dado e decidir
sobre os elementos literários que sejam úteis para ampliar o conhecimento espontâneo que a
criança já traz de sua pequena experiência de vida (faria, 2004, p. 21).
O ato de contar histórias através dos contos de fada, surgiu na França no fim do século
XVII sob iniciativa de Charles Perrault (1628 – 1703). Ao contrário do que se possa ser
pensado, Perrault não criou as narrativas de seus contos, mas as editou para que elas se
adequassem à audiência da corte do rei Luiz XIV (1638 – 1715). Foram às narrativas
folclóricas contadas pelos camponeses, governantas e serventes que forneceram a
matéria-prima para estes contos. Entretanto, a classe nobre só conhecia tais narrativas
devido ao inevitável contato por meio do comércio ou pelas presenças das governantas e
outros serviçais em suas residências.
Introdução pre-projeto.
A problemática desta pesquisa surgiu quando percebi que, apesar de ter crescido em um
ambiente de contação de histórias e de gostar de recontar essas histórias para minhas filhas
e meus alunos, o trabalho com a Literatura Infantil ainda é deixado em segundo plano, pois
ainda é considerada um conteúdo menos importante. Embora saibamos que a literatura
infantil desempenha um papel importante nas fazes de desenvolvimento do ser humano, é
fundamental que, antes mesmo de começar o aprendizado da leitura, a criança consiga,
através do momento da contação de histórias, vivenciar esta atividade necessária e
imprescindível no processo de desenvolvimento, pois a contação de história auxilia na
formação humana e na consciência de mundo e por isso deve ser valorizada e desenvolvida
no meio escolar, a fim de potencializar a imaginação, a linguagem, a atenção, a memória, o
gosto pela leitura. No entanto, a maior parte das crianças que frequentam a escola interagem
com o texto escrito de forma mecânica, usado apenas para fins didáticos
Portanto, para que possamos dar entendimento ao que representa a contação de histórias
na educação infantil e os anos iniciais do ensino fundamental, é necessário compreender
o que diz ABRAMOVICH, (2006 p.17).
“É através de uma história que se pode descobrir
outros lugares, outros tempos, outros jeitos de
agir e de ser, outras regras, outra ética, outra
ótica...É ficar sabendo história, filosofia, direito,
política, sociologia, antropologia, etc. sem
precisar saber o nome disso tudo e muito menos
achar que tem cara de aula”.
O contador de histórias (narrador) tem papel fundamental nesse processo, cabe a ele
através da narrativa, envolver e indicar possibilidades para o entendimento e
compreensão da mensagem contida na trama, causando o despertar das sensações e
emoções sentidas pelo ouvinte no campo imaginário relacionadas ao que a personagem
está vivenciando no texto.
É com este pensamento que se pretende com este pré-projeto de pesquisa elaborar,
pesquisar, fomentar e abrir a discussão sobre a importância de contar histórias para os
alunos das series iniciais como forma de potencializar a aprendizagem e o
desenvolvimento amplo do ser humano em constante crescimento.
Através das histórias que ouvem, as crianças podem construir um mundo de ideias e
experiências enriquecedoras, já que, segundo Coelho (2009):
A literatura em especial a infantil tem uma tarefa fundamental a cumprir nessa sociedade em
transformação: a de servir como agente de transformação, seja no espontâneo convívio leitor/livro, seja
no diálogo leitor/texto estimulado pela escola. (COELHO, 2009, p.15).
Assim, a literatura infantil é compreendida como instrumento facilitador na construção do
conhecimento da criança, despertando-a para o mundo da leitura. É com
Metodologia
DOHME, Vania D’Angelo. Técnicas de contar histórias: pais: um guia para os pais
contarem histórias para seus filhos. São Paulo: Informal, 2003.
É nítido identificar nos contadores de histórias habilidades preponderantes do
raciocínio: há mais facilidades de lembrar de detalhes, as palavras fluem com mais
facilidade, são ricos em analogias, comparações e oposições do texto. Aqueles cujas
habilidades estão mais voltadas à imaginação e à criatividade são capazes de produzir
maior encantamento, não necessariamente pela riqueza de suas palavras, mas pelo
envolvimento que conseguem causar por estarem relatando algo que “podem” ver em
sua imaginação. Naturalmente, tem maior sucesso aquele que consegue equilibrar as
duas habilidades, e isso também se consegue através autoconhecimento e de exercícios
(DOHME, 2003 pág. 76).
É comum cada contador ter o próprio repertório, no qual se encontram as histórias que
“dizem aquilo que ele gostaria de dizer”, que contem mensagens que ele acredita e que
julga importante. Normalmente o contador leva para esse acervo as histórias que o
encantam, que tem elementos capazes de seduzi-lo, de incitar sua imaginação. Esta é a
única maneira possível de seguir os ensinamentos de Malba Tahan (1961) para
“emocionar-se com a própria narrativa” (DOHME, 2003 pág. 76).
“Piaget”
Por volta dos sete anos a atividade cognitiva da criança torna-se operatória, com a
aquisição da reversibilidade lógica. A reversibilidade aparece como uma propriedade
das ações da criança, suscetíveis de se exercerem em pensamento ou interiormente. O
domínio da reversibilidade no plano da representação — a capacidade de se representar
uma ação e a ação inversa ou recíproca que a anula — ajuda na construção de novos
invariantes cognitivos, desta vez de natureza representativa: conservação de
comprimento, de distâncias, de quantidades discretas e contínuas, de quantidades físicas
(peso, substância, volume etc). O equilíbrio das trocas cognitivas entre a criança e a
realidade, característico das estruturas operatórias, é muito mais rico e variado, mais
estável, mais sólido e mais aberto quanto ao seu alcance do que o equilíbrio próprio às
estruturas da inteligência sensório-motora.