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A INFLUÊNCIA DA LITERATURA NO APRENDIZADODAS CRIANÇAS DA

EDUCAÇÃO INFANTIL

RESUMO
Ler é um processo abrangente e completo, é uma maneira de entender o mundo por
meio de uma característica particular, a capacidade de interação com o outro
através das palavras, que por sua vez estão sempre submetidas a um contexto. O
objetivo do estudo foi realizar uma revisão de literatura nas bases de dados
científicas buscando identificar de que modo à literatura influência na aprendizagem
das crianças na educação infantil, as práticas que o professor utiliza, bem como a
atuação da gestão escolar no processo de formação de alunos leitores e os métodos
utilizados de modo que atividade traga resultados positivos para a aprendizagem. O
presente trabalho apresenta uma revisão de literatura sobre questões relativas à
influência da literatura na aprendizagem das crianças da educação infantil, o papel
da gestão escolar no auxilio da formação de alunos leitores, a visão dos estudiosos
sobre o tema e qual o papel da escola na construção de um sujeito leitor. Os
resultados do estudo literário apontam que a literatura aplicada à infância acelera o
processo de formação da criança e reafirmam que pensar nesta formação é pensar
um futuro adulto como sujeito de seu próprio desenvolvimento e de sua história, e
bem como as ideias decorrentes do ato de pensar na infância se materializam no
fazer com os outros no ambiente familiar, escolar e social, sendo possível dividir os
resultados em a influência da Literatura na educação Infantil e os encantos da
literatura infantil.

Palavras-chave: Gestão escolar; Literatura; Educação Infantil.


INTRODUÇÃO

O homem, por crescer em um ambiente social, aprende a ler na medida em


que vive e interage com o outro. A interação social em situações diversas favorece o
desenvolvimento de habilidades ao longo da vida favorecendo a aprendizagem.
É importante ressaltar que para construir pessoas letradas, que sejam capazes
de dominar a leitura e escrita é necessário que desde cedo a criança tenha contato
com os livros. A participação dos pais e da escola tem uma importância fundamental
nesse processo, pois o livro é uma fonte valiosa que propicia ao universo infantil, por
meio da fantasia e da imaginação, uma compreensão maior de si e do mundo a sua
volta. (ABRAMOVICH, 1997)
Precisamos reconhecer na literatura como um patrimônio cultural necessário
que nos pertence e que precisa chegar às salas de aula. O que está nos livros
origina as várias experiências socioculturais que precisam chegar até as mãos dos
alunos. A escola deve estar atenta com a função que deve desempenhar nesta
sociedade, não podendo idealizar uma educação impossível de ser realizada.
Portanto, a partir da escola real, deve-se buscar um direcionamento competente,
com o compromisso de possibilitar aos alunos o conhecimento por meio da literatura
que contribua para a formação de sua cidadania. (ANJOS, 2015)
Nessa perspectiva faz-se necessário a presença de muita literatura na sala de
aula. Todavia, entrar no universo mágico da ficção não é algo que acontece
espontaneamente, sem o estímulo da experiência e da convivência com os textos
literários. (ANTUNES 2009)
A prática da leitura do dia-a-dia, o conjunto de trabalho de compreensão, o
criar, o recriar e construir histórias são elementos que contribuem para a
aprendizagem do aluno, para a construção de novos conhecimentos.A escola é
apresentada como um local de privilegio, pois é nesse espaço que são difundidas as
primeiras concepções. Portanto é na escola que a leitura precisa ser aplicada com
mais efetividade, como método de estimulo. Sendo assim a literatura infantil é
essencial. Cabe então aos educadores dos anos iniciais primar por tornar um habito
diário o uso da literatura infantil, pois ela é fundamental para o desenvolvimento
integral da criança. (COELHO, 2010).
O objetivo do estudo foi realizar uma revisão de literatura nas bases de dados
científicas buscando identificar de que modo a literatura influência na aprendizagem
das crianças na educação infantil, as práticas que o professor utiliza, bem como a
atuação da gestão escolar no processo de formação de alunos leitores e os métodos
utilizados para que essa atividade traga resultados positivos para a aprendizagem.

METODOLOGIA

O presente estudo é do tipo qualitativo, produzido a por meio de uma revisão


literária descritiva, nas bases de dados Google Acadêmico e Scielo, a fim de
encontrar trabalhos que abordassem informações e dados sobrea influência da
literatura na aprendizagem das crianças da educação infantil. A busca foi realizada a
partir dos seguintes termos em português: Gestão escolar e literatura Infantil, a
importância da literatura infantil. Foram utilizados trabalhos de conclusão de curso,
dissertações e artigos a fim de alcançar os objetivos propostos pelo presente estudo.
Não foram considerados os trabalhos que não abordaram, de forma direta ou
indireta, informações sobre o tema principal do estudo, a psicopedagogia e a
literatura Infantil.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A influência da literatura na educação infantil

A literatura Infantil constituiu-se como gênero durante o século XVII, período de


grandes mudanças na estrutura da sociedade no âmbito artístico. Com
características próprias aparece assim a Literatura Infantil, em decorrência da
ascensão da família burguesa, do novo “status” concedido à infância na sociedade e
da reorganização da escola. Segundo ZILBERMAN (2012) os primeiros livros para
crianças foram produzidos no final do século XVII e durante o século XVIII. Antes
disso não havia nenhum tipo de escrita voltada para elas, uma vez que as crianças
não eram vistas como crianças, e sim como “adultos em miniaturas”, e foi nesse
período de mudança que a criança passa a ser considerado um ser diferente do
adulto, com necessidades e características próprias, pelo que deveria distanciar-se
da vida dos mais velhos e receber uma educação, em especial, que a preparasse
para a vida adulta.
Desde sua origem a literatura infantil sempre teve uma ligação direta com a
diversão ou ao aprendizado das crianças, acreditava-se que seu conteúdo deveria
ser adequado ao nível da compreensão e interesse do universo infantil. E sua
origem foi marcada essencialmente pela fantasia empregada nos mitos, lendas e
contos maravilhosos, que segundo COELHO (2010),nessa fase mágica a criança
jácomeça revelar preocupação crítica com a realidade das relações humanas, o que
pode ser facilmente trabalhados por meio das fábulas. A imaginação é representa
pelas figuras de animais. Compreende-se, pois, por que essa literatura arcaica
acabou se transformando em literatura infantil: a natureza mágica de sua matéria
atrai espontaneidade às crianças.
Fica evidente o quanto essa literatura atraia e continua a despertar interesse
das crianças até os dias atuais, uma vez que elas continuam nos contextos das
escolas, ainda que com algumas adaptações. COELHO (2010) aponta ainda que por
meio do ato da leitura a criança passa a ter consciência de mundo ali presente,
passando a atuar em seu espírito e conforme o dinamismo empregado à criança
passa por transformações importantes como a assimilação.
De acordo com SANTOS (2013) é importante que o educador suscite seus
educandos a criatividade buscando a interatividade na interpretação das histórias de
maneira que contribua para melhorar a assimilação dos fatos e a partir de tal fato,
também possam criar suas próprias histórias ou recriar novos desfechos para as
histórias já existentes, internalizando sua cultura, seja por repetição da tradição
familiar, pelos valores e ideais impostos pela sociedade. E neste contexto se firma o
lugar que a escola representa na concepção de literatura. Diante do exposto fica
claro então que o professor busque cada vez mais conhecer o desenvolvimento
infantil de modo que ele possa se basear e montar metodologias adequadas a cada
faixa etária, contribuindo ainda mais para seu desenvolvimento.
Em seu trabalho, Piaget identifica os quatro estágios de evolução mental
de uma criança. Cada estágio é um período em que o pensamento e comportamento
infantil são caracterizados por uma forma específica de conhecimento e raciocínio,
são os seguintes estágios.

 Sensório Motor (de 0 a 2 anos) fase inicial do desenvolvimento da


vida, este nível é caracterizado como pré-verbal constituída pela
organização reflexiva e pela a inteligência prática.
 Pré-operacional (2 a 7 anos): Desenvolvimento da linguagem pela
qual se representa uma coisa por outra (objeto por palavra). A
criança consegue nomear os objetos, mas sem classificá-los e
entendê-los logicamente. Seu pensamento tem uma tendência
lúdica onde fantasia e realidade se misturam.
 Operatório Concreto (7 a 11 anos) é caracterizado como sendo
uma fase de transição entre a ação e as estruturas lógicas mais
gerais. Neste período, temos duas ordens de operações: as
operações lógico-matemáticas e as operações infralógicas.
 Operatório formal (12 anos em diante) A criança se torna capaz de
raciocinar logicamente, mesmo se o conteúdo do seu raciocínio é
falso. Logo, surge a determinação da realidade tendo como base o
caráter hipotético-dedutivo, representando a última aquisição
mental quando o adolescente se liberta do concreto.
Conhecer esses estágios pode contribuir de maneira efetiva no trabalho do
educador, porém ainda não é o bastante, a partir daí o educador vai fornecendo
estímulos, criando atividades desafiadoras e condições necessárias para o
enfrentamento das mesmas, por meio de uma concepção construtivista de
educação, principalmente atividades que estejam voltadas para a literatura.
De acordo em Zilberman (2012) cabe ao professor desencadear múltiplas
visões que cada criação literária sugere, enfatizando as variadas interpretações
pessoais, porque decorrem da compreensão que o leitor alcançou do objeto
artístico, em razão de sua percepção singular do universo representado.
Portanto, é importante que o professor juntamente com a escola
desenvolva projetos de leituras na escola, ao contar uma história para uma criança,
tem a oportunidade de compartilhar emoções despertar o prazer de escutar o outro e
de estar em convivência em grupo. Ao ouvir uma história, pode-se fazer e refazer,
produzir e reproduzir, no sentido de construir imagens na mente do passado do
presente, estimular a criatividade. O gosto pela leitura nasce e se fortalece à medida
que o aluno vai passando de um texto para o outro, comparando estilos, querendo
saber mais sobre um tema, admirando o jeito de um autor. De acordo com Machado
(2012), por meio da literatura é possível viver outras vidas além da nossa, não quer
dizer que seja uma fuga da realidade ao contrário, representa uma oportunidade de
experiência humana única e insubstituível, implica aindana mais profunda relação
com as outras pessoas, uma vez que nos faz compreender as diferenças que
existem entre todos nós e perceber de quantas semelhanças somos feitos, apesar
de toda essa diversidade.
Fica evidente que essa maneira de conceber a Literatura pode ser apresentada
como uma estratégia bem elaborada e não deixando de estar de acordo com o
desenvolvimento da criança, assim é possível alcançar o objetivo a que se propõe
com a leitura, como por exemplo, induzir o educando a fazer esforços mentais,
analisando pistas contextuais e, assim, ampliar sua criticidade, elemento esse
fundamental para a sua formação enquanto leitor.
Cosson (2012) defende que o exercício da literatura, consiste em uma
exploração das potencialidades da linguagem não existente em outra atividade
humana, ele acredita ainda que a literatura permite conhecer a vida por meio da
experiência com outro. Para ele a literatura é plena de saberes sobre o homem e o
mundo. Saberes que são liberados a cada leitura.
Dalvi (2013) defende que a literatura não se ensina, se lê se vive. A autora
relata ainda a respeito da dimensão individual, social e histórica de experiência de
leitura, colocando-a como centro do dispositivo do ensino de literatura conforme nos
é revelado na apresentação do livro “Leitura de Literatura na Escola”.
Coelho (2010) afirma que a escola hoje é um espaço, onde devem ser
apresentados os primeiros conceitos para a formação da criança, por tanto é ai que
deverão ser aplicados os estudos literário, numa maior amplitude do que qualquer
outro lugar, a literatura incita a mente possibilitando que a criança perceba o real por
meio da imaginação, da descoberta, da sua interação com os colegas e com a
professora, dinamizam o ao de estudar a língua materna, amplia o vocabulário o que
é indispensável para a realidade da criança.
Por meio das histórias, as crianças saem do seu mundo real, imaginam se
emocionam, se apaixonam pelo novo, e ainda provoca o interesse por outras
histórias e muitas vezes as próprias crianças pedem para reconta-las. Dessa
maneira as crianças trabalham os seus medos, por meio do confronto na busca de
explicação, ao educador cabe mediar na resolução desses conflitos. A história
contada proporciona a expansão intelectual da criança, fazendo com que ela tenha
liberdade de criar e recriar debater sobre a história contada a seu modo de
compreensão. Miguez (2010) apresenta a leitura como um processo constante de
descoberta entre leitor e o texto contemplado, associando cada nova palavra ao que
está ao seu redor construindo uma nova maneira de ler o mundo.
A literatura infantil possui um fascínio, um encantamento que possibilita um
despertar na criança uma aptidão criativa. É possível ainda modificar a vida do aluno
quando apresentada de maneira adequada. Quanto mais cedo à criança tiver um
contato permanente com o mundo da leitura, maior será o seu entendimento de si e
do outro; poderá ainda ter a possibilidade de potencializar a sua criatividade e
abranger os seus conhecimento relativos à cultura como também aprimorará sua
visão de mundo.
Zilberman (2012) defende o uso da literatura na escola como estratégia de
transformação da educação tradicional. Nas suas palavras:

A justificativa que legitima o uso do livro na escola nasce de um lado, da


relação que estabelece com seu leitor, convertendo-o num ser crítico
perante sua circunstância; e, de outro, do papel transformador que pode
exercer dentro do ensino, trazendo-o para a realidade do estudante e não
submetendo este último a um ambiente rarefeito do qual foi suprimida toda a
referência concreta. (p. 30).

O professor terá uma posição importante e decisiva para transformar o mundo


da leitura em um mundo de prazer para os seus alunos, rodeando a escola de livros
e materiais em espaços aconchegantes e próprios para a contação de história, seja
na biblioteca ou em cantinhos para a leitura. Ele deve tirar de sua prática
pedagógica a ideia da obrigatoriedade da leitura e dos alunos verem essa prática
como algo punitivo e obrigatório, pois tais momentos devem ser os mais
aconchegantes possíveis fazendo com que o educador se empenhe não somente
nas escolhas, mas também no modo de como conduzir as atividades que envolvam
a prática de leitura, instigando a interação das crianças o tempo todo com o
professor e com os demais da classe, estimulando a imaginação e a criticidade.

A importância da gestão escolar no processo de formação do aluno leitor

A ação de ler faz com que o indivíduo leitor tenha respostas para o mundo e
para o que está ocorrendo ao seu redor. Quando uma pessoa lê, ela passa a ter
uma nova opinião sobre o tema lido, desde política até assuntos relacionados à
culinária. Desta forma, se a criança é estimulada a ler desde pequena ela com
certeza será um adulto questionador e crítico, assim, o indivíduo que não lê não terá
base literária e experiências para formar opinião sobre qualquer assunto.
A leitura tem o poder de desenvolver a habilidade intelectual e crítica das
pessoas, sendo assim, fazer parte do seu dia a dia e desenvolver a criatividade em
relação ao seu próprio meio e o meio externo.
Quando a criança é incentivada a ler, ela se torna ativa e está sempre disposta
a desenvolver novas habilidades, querendo sempre mais. Ao contrário das crianças
que não têm acesso à leitura, pois ela se prende apenas dentro de si mesma com
medo do desconhecido. “A leitura, como andar, só pode ser denominada depois de
um longo processo de crescimento e aprendizado.” (BACHA, 1975).
Contudo, para tornar o mundo um lugar melhor é necessário que se associe
um incentivo maior à leitura e a inclusão de novos leitores à educação, pois, apenas
através desse incentivo à leitura é que conquistaremos resultados efetivos para a
educação.
[...] é fundamental que as políticas de incentivo à leitura se descolem
da mera organização de feiras ou da criação de bibliotecas e salas
de leitura. O mais urgente é investir em material humano, com a
formação de mediadores e bibliotecários capazes de semear o
prazer da leitura por todo o país. Mediadores são os instrumentos
mais eficientes para fazer da leitura uma prática social mais difundida
e aproveitada. (LINARD; LIMA, 2008, p.09)

A leitura na infância é uma grande descoberta de sentimentos e palavras que


rege o leitor a dilatar o seu intelectual, sua personalidade e aumentar a sua
capacidade crítica. Lendo conseguimos estimular o imaginário, dando a
possibilidade de responder as dúvidas em relação às milhares de questões que
surgem no decorrer da vida, surgindo novas ideias e despertando a curiosidade do
leitor, fazendo com que o leitor sempre queira mais e não se contente só com o
básico.
A leitura é fundamental e necessária para a criação do indivíduo, capaz de
discutir seus pontos de vista, por estar preparado e equipado com uma grande carga
intelectual, sendo assim superior a outro indivíduo que não obteve a mesma carga
literária.
Entre diversos tipos de leitura que são mostrados por muitos autores,
podemos resumir, com base em Andrade (1991), em
I – Leitura de higiene mental ou recreativa;
II – Leitura técnica;
III – Leitura de informação e
IV – Leitura de estudo.
Na “leitura de higiene mental ou recreativa” o objetivo é trazer uma satisfação,
um prazer ao ato de ler, bem como entreter e distrair, seria o caso de leitura de
revistas em quadrinhos, romances etc.
A “leitura técnica” leva em conta a capacidade de se ler, interpretar e
desvendar gráficos e tabelas.
A “leitura de informação” estará sempre ligada aos fatos da cultura em geral.
Existe ainda a “leitura de estudo" que tem em vista a construção de
informações para obter um conhecimento efetivo do objeto estudado.
Como dito, a leitura é, foi e sempre será uma parte fundamental para a vida
em sociedade. Ler é muito mais do que decodificar códigos ou reconhecer as letras
e formar palavras, ler é dar sentido às palavras e aplicar o que se lê a própria vida,
para que assim, seja possível agregar conhecimentos. Para cada finalidade na vida
existe um tipo de leitura específico.
Hoje em dia, a leitura e a escrita é considerado de suma importância para o
desenvolvimento crítico e social da criança na fase escolar. A criança que não se
desenvolve na leitura e na prática da escrita, ela se vê distante de seu papel como
aluno. “A leitura e a escrita são fundamentais para o aprendizado de todas as
matérias escolares. Por isso, em cada ano/série, o aluno precisa desenvolver mais e
mais sua capacidade de ler e escrever”. (BRASIL, 2006).
O aprender a ler é necessário quando se vive em uma sociedade onde saber
ler e escrever é essencial. Por esse motivo, o incentivo à leitura nos primeiros anos
da escola é de extrema importância para a formação de alunos leitores. Se aprender
requer tempo, aprender a ler exige tempo e prática: só se aprende a ler, lendo.
Segundo Martins (1984, p.12):
As investigações interdisciplinares vêm evidenciando, mesmo na
leitura do texto escrito, não ser apenas o conhecimento da língua que
conta, e sim todo um sistema de relações interpessoais e entre as
várias áreas do conhecimento e da expressão do homem e de suas
circunstâncias de vida. Enfim, dizem os pesquisadores da linguagem,
em crescente convicção: aprendemos a ler lendo.

Contudo, a escola tem papel principal no processo de aprendizagem de leitura


do aluno, cabendo a ela motivar o aluno para a prática de leitura e escrita e oferecer
para o aluno leitor projetos de leitura a serem seguidos, interligando a leitura
satisfatória com a vida escolar e social do aluno. Amparado pela escola, o aluno terá
subsídios para que seu desenvolvimento como leitor seja de qualidade.
O Gestor é a peça chave para a implementação da leitura na Unidade Escolar
onde trabalha, uma vez que está à frente do trabalho e tem contato direto com a
comunidade escolar por meio do conselho escolar, da associação de pais e mestres;
tem autonomia na elaboração do Projeto Político Pedagógico junto a sua equipe
podendo criar ações voltadas para capacitações em leitura do corpo docente e
equipe pedagógica.
Cabe além do gestor, também ao coordenador pedagógico, entre suas
atribuições, conhecer o maior número possível de obras literárias ou não,
disponíveis na biblioteca da escola e sugeri-las aos professores no momento do
planejamento pedagógico, orientando-os sobre as obras mais adequadas para seus
alunos.
Uma vez que a leitura de modo geral amplia e diversifica nossas visões e
interpretações sobre o mundo e da vida como um todo, os gestores precisam estar
atentos a esta questão, porque a ausência da leitura na Unidade Escolar como foco
primordial bloqueia a possibilidade e acaba de certa forma, excluindo o aluno e o
professor, a equipe dos acontecimentos, da interpretação, da imaginação e da ficção
criadas pelo autor, seja num romance, num artigo, numa crônica, num conto, numa
poesia, na matéria de um jornal, num gibi ou histórias infantis ou infanto-juvenis,
enfim, são inúmeras as possibilidades de mergulhar no mundo da fantasia e da
realidade presentes no mundo das palavras que são negadas.
O adulto como modelo de leitor na vida acadêmica do educando tem o poder
de propor uma nova cultura na vida do educando. Quando esse adulto escolhe um
livro e o lê perto do estudante, este se sente motivado a fazer o mesmo, a imitá-lo e
assim resultará num bom leitor. Que por sua vez influenciará a outros.
Quando estudante não encontra esse modelo de leitor em casa, é a escola
que deve oferecer a ele esse modelo; o gestor tem papel fundamental nessa tarefa
como fonte de estímulo a sua equipe, trazendo para a biblioteca da escola literaturas
de qualidade e não apenas os clássicos infantis, mas somar outras obras de igual ou
superior valor.
Portanto é importante que o gestor incentive os professores a criarem um
espaço na escola e favoreçam momentos de leituras para que o hábito de ler possa
ser apreciado e desenvolvido pelos alunos.
Implantar na unidade escolar o momento de ler por prazer não é fácil, mas é
possível, não por imposição, mas para que a equipe desfrute do prazer de ler, de
escolher a obra a ser lida, de sugerir novas obras a ser adquiridas pela gestão. Em
fim envolver a todos neste propósito.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs 1997) esclarecem que o ato de
ler deve ser praticado diariamente e de várias formas, apresentam também
sugestões para que este ato se torne uma realidade nas escolas. Se os alunos
aprendem a gostar de ler sendo influenciados pelos adultos; que tipo de leitores nós
estamos influenciando? Uma vez que muitos de nós não gostamos de fazê-lo e nem
nos esforçamos para que isto aconteça.
É evidente que é obrigação da escola oferecer acesso dos vários tipos de
leituras aos seus alunos. Para que estes encontrem informação e divertimento
através das leituras por eles feitas. É urgente que a leitura se torne uma prática nas
escolas públicas; pois ler é uma das competências mais importantes a serem
trabalhadas com o aluno, principalmente após recentes pesquisas que apontam ser
esta uma das principais deficiências no ensino de modo geral.
Não basta apenas identificar as palavras, mas fazê-las ter sentido
compreender, interpretar, relacionar e reter o que for mais relevante.
A competência leitora provém de duas fontes: aquela que o leitor traz de casa
antes da alfabetização ou sua bagagem de conhecimento e aquelas que ele pode
adquirir na escola ou em atividades de leitura em geral.
A leitura possibilita ao indivíduo, estruturar seu próprio vocabulário com maior
desenvoltura, ele terá um discurso, oral ou escrito, com maior coesão e coerência.
Terá facilidade para se expressar melhor seja através da fala ou através da escrita.
Portanto um gestor consciente terá um maior compromisso com a sua equipe
no que se trata da leitura na escola; uma vez que ler é uma forma de ver através da
escrita, ler também é uma forma de viver melhor, ler contribui para um mundo
melhor e mais igualitário e justo; a leitura torna o indivíduo num ser pensante e
atuante na sociedade.
É necessário que se estaque o papel do gestor escolar no que diz respeito em
especial, à direção de suas funções diante do contexto escolar, tendo em vista a
necessidade de considerar todos os aspectos que venham a beneficiar o processo e
ensino e aprendizagem, pois, em sendo o gestor escolar, mesmo havendo efetiva
participação da comunidade de sua escola, a responsabilidade recai sobre ele, que
será cobrado por essa mesma comunidade em caso de fracasso em decorrência
das decisões tomadas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Sabemos que tudo que causa prazer fica marcado em nossas vidas, ainda que
esse prazer seja nos primeiros anos da educação, se algo proposto lhe foi prazeroso
ficará marcante e marcado intuitivamente, principalmente no que se refere à leitura,
portanto, a escola sempre será lembrada como um lugar agradável, acalentador
onde lhe foi apresentado o mundo das letras, a descoberta das palavras, abrindo-
lhes horizontes jamais imaginados. Para que estas descobertas tornem-se
importante, é necessário que se tenha prazer ao realizá-la, no entanto, dependerá
particularmente da forma que a criança foi inserida no mundo da leitura.
A pesquisa realizada contribui de forma significativa para a reflexão da ação
docente buscando investigar e aprimorar a metodologia utilizada. Por meio da
análise podemos constatar a importância de uma gestão comprometida em ampliar
os conhecimentos e semeador da afetividade entre as crianças e a literatura.
Tendo em vista a importância da gestão na construção de um possível leitor,
por meio de assessoramento e práticas educativas faz-se então necessário que se
ampliem as pesquisas e as ações destinadas a essa área.
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