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<https://youtu.be/6c_8Y7t-csk>
Jaú - SP
2022
2
Juliana Aguirre Garcia, Lígia Dutra de Barros, Milva Garcia Biondi, Raitisa
Cavallieri Boneli, Tatiane Camila Rovéro
Resumo
O presente artigo teve por objetivo investigar o papel da literatura infantil e da contação
de histórias no processo de alfabetização. Como ferramenta de pesquisa utilizou-se o
método de revisão bibliográfica com base nos principais autores do tema, por meio de
fichamento de livros e artigos. Para alcançar tal objetivo a pesquisa foi dividida em três
capítulos, no primeiro investigou-se como a contação de histórias e a literatura infantil
contribuem no desenvolvimento da criança, relacionando com os estágios de
desenvolvimento, sob a perspetiva de Piaget e Vygotsky; no segundo capítulo a pesquisa
abordou as diferenças entre alfabetização e letramento, bem como a importância de se
alfabetizar letrando; no terceiro e último capítulo investigou-se como a literatura infantil e a
contação de história auxiliam no processo de alfabetização. Após análise dos dados
obtidos, pode-se observar que a contação de histórias e a literatura infantil devem
perpassar todas as fases do desenvolvimento da criança, estimulando a imaginação, a
formação do pensamento e da oralidade. Portanto, são ferramentas pedagógicas
indispensáveis no processo de Alfabetização e Letramento.
1. Introdução
adaptações dos textos portugueses. De acordo com Cunha (1987, p.20), “no
Brasil, como não poderia deixar de ser, a literatura infantil tem início com obras
pedagógicas e, sobretudo, adaptadas de produções portuguesas, demonstrando a
dependência típica das colônias”.
Contudo, somente a partir de 1922 surge a primeira obra de literatura
infantil brasileira, através do escritor Monteiro Lobato, com a obra “A menina do
narizinho arrebitado” (CADEMARTORI,1986). Hoje, porém, a literatura infantil
brasileira é muito rica e diversificada e adequada para diversas faixas etárias de
crianças.
Após entender de forma sucinta o surgimento da literatura infantil, se faz
necessário também perpassar os estágios do desenvolvimento para poder
compreender como a literatura infantil e a contação de histórias contribuem nesses
processos.
Segundo Jean Piaget (1999), quatro estágios fazem parte do
desenvolvimento infantil: sensório motor, pré-operacional, operacional concreto e
operações formais.
O primeiro dos quatro estágios de desenvolvimento cognitivo é o estágio
sensório-motor. Durante esse estágio (do nascimento até
aproximadamente os 2 anos), dizia Piaget, os bebês aprendem sobre si
mesmos e sobre seu ambiente (PAPALIA, 2006, p.197).
Dos dois aos sete anos ocorre o período pré-operacional, onde a criança
carrega significações do período anterior, tendo experiências iniciais confusas,
mas em constante evolução de ideias lógicas (RAPPAPORT, 1987). Já a fase
Operacional Concreta acontece dos sete aos doze anos.
Aproximadamente aos 7 anos, segundo Piaget, as crianças entram no
estágio de operações concretas, quando podem utilizar operações mentais
para resolver problemas concretos (reais). As crianças são então capazes
de pensar com lógica porque podem levar múltiplos aspectos de uma
situação em consideração.” (PAPALIA, 2006, p.365)
Nesta seção, será abordado com mais detalhes como essas ferramentas
pedagógicas auxiliam no processo de alfabetização. Segundo a BNCC, nos anos
iniciais do Ensino Fundamental, a alfabetização deve ser o foco das atividades
docentes, de modo a garantir que se apropriem dos códigos da escrita e das
práticas de leitura, e também interpretação crítica social dos textos propostos,
de modo que sejam alfabetizados e letrados (BRASIL, 2017).
[...]a leitura toma importância no processo de desenvolvimento da criança,
principalmente durante o período de alf abetização, pois contribui através d e
suas histórias para o encantamento e a necessidade em aprender a ler.
Durante o período de alf abetização é importante que o prof essor se utilize
da literatura inf antil, para estimular a leitura, criando estratégias para que o
aluno entenda o que o texto quer dizer, ou seja, interprete-o. (KLUNCK;
PASCHOALI, 2015, p. 5)
A atuação do prof essor é de vital importância, uma vez que dele depende
a instauração de nova mentalidade ao texto literário que vise a exploração
de seu caráter f ormativo e estético. Critérios que orientem a seleção de
textos adequados ao crescimento intelectual e humano dos receptores;
métodos aptos a privilegiar o ludismo nos espaços de indeterminação d o s
textos, bem com atividades incentivadoras de manif estações criativas que
são essenciais para que o prof essor legitime o texto literário como
f undamento de sua prática alf abetizadora, que é também f ormadora.
Nesse sentido o prof essor é a ponte que permite à criança avançar na
leitura e na compreensão das múltiplas realidades que af loram a partir das
diversas tramas f iccionais, para estabelecer vínculos com seu próprio
universo. (SARAIVA, 2009, p. 19)
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5. Considerações finais
6. Referências
CARMEM, Maria Craidy; KAERCHER, Gládis. E. Educação Infantil: Pra que te quero?.
Brasil: Artmed Editora, 2009. 164 p.
CUNHA, Maria Antonieta Antunes. Literatura Infantil: teoria e prática. 6 ed. São Paulo:
Ática, 1999. 176 p.
PIAGET, Jean. Seis estudos de psicologia. Tradução: Maria Alice Magalhães D’ Amorim e
Paulo Sérgio Lima Silva - 24º Ed. Rio de Janeiro: FORENSE UNIVERSITÁRIA, 1999. 136 p.
SOARES, Magda. Alfabetização e Letramento. 7º ed. São Paulo: Contexto, 2017. 192 p.
SOARES, Magda. Alfabetização: A Questão dos Métodos. São Paulo: Contexto, 2016.
384 p.
SOARES, Magda. Letramento: Um tema em três gêneros. São Paulo: Grupo Autêntica,
2007. Disponível em:https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788582179277.
Acesso em: 25 jun.2022. 128 p.
VYGOTSKI, L. S. A formação social da mente. 7° ed. São Paulo: Martins Fontes, 2007.
224 p.