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Análise e Reflexão do
capítulo 1 do livro “O Valor
de Educar” de Fernando
Savater
Com base neste, foram feitas algumas reflexões sobre o capítulo 1 (A Aprendizagem
Humana), a qual se verificou que o seu tema geral é a educação, sendo que, de forma a chegar
a este tema, Savater teve em consideração a seguinte questão: “o que é a educação?”. Para
responder à questão, foi necessário esclarecer a natureza do Homem e da educação, uma vez
que, a essência deste é educar e ser educado. Neste sentido, o Homem é visto como “uma
espécie de ideal”, ou seja, não é só tida em conta a sua biologia, mas também a sua
complexidade e individualidade (a nível social, cognitivo, afetivo e emocional), sem esquecer a
sua integração numa sociedade. No sentido desta última ideia, podemos retirar do texto a
seguinte expressão: “É preciso nascer para ser humano, mas só chegamos a sê-lo plenamente
quando os outros contagiam com a sua humanidade deliberadamente…”. Desta forma e,
frisando a ideia do autor, pode-se considerar que os humanos passam por dois nascimentos, um
biológico/genético e outro social. Portanto, o ser humano não é um estado de inércia, mas sim,
um ser que se encontra num constante processo evolutivo e transformador, sendo que este só
é possível por meio da relação e aprendizagem com os outros (socialização), criando assim uma
identidade própria.
Algo que está diretamente relacionado com a ideia apresentada acima é a caraterística
humana de neotenia/plasticidade, que consiste na capacidade de aprendizagem constante de
novos conceitos e habilidades ao longo da vida, independentemente dos conhecimentos
adquiridos anteriormente e isto reflete-se na importância e necessidade de socialização com
outros indivíduos dentro de uma sociedade. Comparando um ser racional com um ser irracional,
este último já nasce a querer ser independente o mais rapidamente possível, enquanto o
primeiro nasce requerendo uma ligação orgânica com os outros. Assim, apesar desta
independência e autoaprendizagem do macaco (ser irracional), ao longo do tempo, a capacidade
de adquirir novos conhecimentos diminui drasticamente, ao contrário do ser humano que vai
adquirindo e aprendendo novos saberes. Neste seguimento, o autor realça a constatação da
ignorância que ocorre entre os humanos e afirma que “os membros da sociedade humana não
só sabem o que sabem, eles também percebem e perseguem corrigir a ignorância.” E, desta
forma, diferenciou o ser humano no sentido em que este busca a procura de novos
conhecimentos e questiona-se sobre o que pode aprender. É de salientar que se entende por
ignorância a impossibilidade de ter um conhecimento absoluto, ou seja, o Homem desde a sua
“1ª nascença” até à sua morte vai se tornando um pouco menos ignorante, mas nunca deixa de
o ser completamente. Ter a consciencialização da própria ignorância (assim como a do
semelhante) é um fator motivante para a busca de conhecimento e transmissão deste.
Virando o foco para a educação em si, no texto é referido que a pedagogia passa por
dois processos educacionais: o formal, realizado por profissionais com a função de educar e o
informal, que se refere a qualquer indivíduo pré disposto a passar ideais, sendo que o título de
ensinar só pode ser empregue aos veteranos que têm mais experiência de vida. É da opinião do
autor que a educação ou ato de ensinar não proveio da sociedade, mas sim da vontade de
educar e de criar laços sociais e afetivos para além do núcleo familiar, pois o vínculo afetivo não
é único fator no processo de ensino, mas sim a junção do “amor e pedagogia”.
Com a citação “o homem o é através do aprendizado”, Savater pretende fazer com que
o leitor reflita sobre o facto de o Homem poder aprender conhecimentos elementares através
da imitação, convivência e experiência, no entanto, afirma que ainda estaria a faltar o
conhecimento proveniente do processo educacional (todo o processo de aprendizagem, de
ensino, de avaliação e de pontos de vista por parte do agente educador) uma vez que, este é
que verdadeiramente define o homem como um todo.