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Superdotado, uma criança especial.

UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES


PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO
PROJETO A VEZ DO MESTRE
CURSO DE PSICOPEDAGOGIA

Superdotado, uma criança especial ?

Monografia de conclusão do curso de


Pós-graduação ‘’LATU SENSU’’.

ORIENTADOR: PROF.DOUTOR CARLOS ALBERTO CEREJA


ALUNO: CARLOS ROBERTO DE LIMA SANTOS

RIO DE JANEIRO

15 DE JULHO DE 2002
AGRADECIMENTOS

A todos que colaboraram para que


eu pudesse ter concluído a pós –graduação;
professores, orientadores e colegas.

DEDICATÓRIA

A minha espos e aos meus filhos

pelos incentivos prestados.

EPÍGRAFE

‘’Falar por exemplo em democracia e


silenciar o povo é uma farsa. Falar em
humanismo e negar os homens é uma mentira.
Não é porém, a esperança um cruzar os braços e esperar.
Movo-me na esperança enquanto luto e, se luto com esperança,espero.
Se o diálogo é o encontro dos homens para ser mais,
não pode fazer-se na desesperança. Se os sujeitos do diálogo nada
esperam do seu que fazer já não pode haver
diálogo. O seu encontro é vazio e estéril. É
burocrático e fastidioso. Finalmente, não há
diálogo verdadeiro se não há nos seus
sujeitos um pensar verdadeiro. Pensar
crítico. Pensar que, não aceitando a
dicotomia mundo-homens, reconhece entre
eles uma iquebrantável solidariedade...’’

Paulo Freire.
RESUMO

Este trabalho destina-se a mostrar e deixar claro o que foi tentado explicar ao longo do tempo
sobre a questão dos superdotados.Muitos autores e pesquisadores interessados no assunto contrapõem-se ao
falar da superdotação. Nada mais normal, levando-se em conta o ponto-de-vista de cada um deles. Dentro
dessa pesquisa tentou-se colocar as idéias de cada autor de maneira interrelacionada, ou seja, para a
realização do trabalho, procurou-se separar os pensamentos comuns a todos os autores estudados. É
obviamente, esses pensamentos referem-se ao fato de que o superdotado apesar de apresentar-se superior
em um certo aspecto,é um ser humano que precisa de amor, carinho, compreensão,…o que realmente
espera-se dentro dessa perspectiva humanista, é deixar claro, para a sociedade, que não adianta investir
somente no lado produtivo do indivíduo bem-dotado, mas também deixá-lo descobrir o seu lado emocional,
fazer com que ele se interesse e se integre ao meio onde vive, como qualquer pessoa, respeitando e sendo
respeitado.
SUMÁRIO

Página

Capítulo I – Introdução 05

Capítulo II –Superdotados; Conceituação 09

Capítulo III –Características e Meios de Identificção


Dos Superdotados 17

Capítulo IV-Alternativas de Atendimento aos Superdotados e


Formaçao de Recursos Humanos 22

Cap´tulo V-Conclusão 35

Referencias Bibliográficas 38

Anexos 39
Capítulo I

INTRODUÇÃO

O presente estudo tem como objetivo explicitar diversos dados relacionados com a
CONCEITUAÇÃO , CARACTERIZAÇÃO E IDENTIFICAÇÃO do indivíduo superdotado, tendo em
vista a sua importância para a sociedade, preconizando o direito de oportunidades adequadas às suas
diferenças individuais e suas necessidades pessoais.

Dentro dessa pesquisa tentou-se coloca as idéias de cada autor de maneira interrelacionada, ou
seja , para realização do trabalho, procurou-se separar os pensamentos comuns a todos os autores
estudados. E obviamente, esses pensamentos referem-se ao fato de que o superdotado apesar de apresentar-
se superior em um certo aspecto, éum ser humano que precisa de amor, carinho e compreensão, … O que
esara-se dessa perspectiva humanista, é deixar claro, para a sociedade, que não adianta investir somente no
lado produtivo do indivíduo bem dotado, mas também deixá-lo descobrir o seu lado emocional, fazer com
que ele se interesse e se integre ao meio onde vive, como qualquer pessoa, respeitando e sendo respeitado

Face aos objetivos que a literatura apresenta sobre o assunto, a pesquisa terá como objetivo:
discutir questões relacionadas as conceito e à caracterização do superdotado, na tentativa de esclarecer e
desmistificar que não é pelo fato de ser superdotado que este indivíduo não precisa de um atendimento
especial. Esta problemática, muito embora venha suscitando interesse e inúmeros estudos, ainda está longe
de apresentar soluções.

Busca-se ressaltar que, quanto mais precocemente o indivíduo portador de altas habilidades for
devidamente identificado, poderá ser encaminhado tão logo, a determinadas alternativas de atendimentos
educacionais, relativas ao enriquecimento; aceleração; programas de atendimento para o desenvolvimento
de habilidades e talentos específicos; aprendizagem especializada entre outras, evitando que tais talentos
sejam desperdiçados.

Por outro lado, percebem-se certas dificuldades e problemas que são encontrados com maior
frequência em estratégias e métodos educacionais e processos de identificação dos indivíduos
superdotados,já que os programas de atendimentos especializados destinados a esses educandos, na maioria
das vezes, são ineficientes e/ ou escassos, devido, principalmente, a indisponibilidade de criação de
recursos humanos e financeiros, e a uma má formação e qualificação dos profissionais e professores que
irão atuar na área.

Com isso, as questões levantadas através de pesquisas e leituras para o estudo em questão, têm a
intenção de demonstrar a necessidade de uma maior reflexão sobre esses indivíduos portadores de altas
habilidades, fazendo-se perceber que não é pelo fato deste indivíduo possuir aptidões e talentos acima da
média, que ele não precise receber um atendimento especializado e adequado para sua realização pessoal e
sua integração na sociedade. O aproveitamento e a maximização das potencialidades humanas devem,
então, constituir uma meta de fundamental importância para o progresso de uma nação.

Num momento em que as mudanças ocorrem de maneira muito rápida, cetamente a mais rápida
em toda a história da humanidade ; num momento em que adquirimos conhecimentos espantosos sobre o
mundo físico, biológico, psicológico ( Morin, 1998, p. 13 ) é preciso ( re ) pensar intensa e profundamente
o papel da escola, no seu atendimento, de forma igualitária, não só ao estudante que nela se matricula, mas
ao ser humano, que independentemente de sua idade cronológica, sexo, idade menta, condições emocionais
e antecedentes culturais, nível social e credo a que pertença ( MEC,1995 ) possui um valor inerente a sua
própria natureza e as suas potencialidades.

Embora esteja explícito na Declaração Universal dos Direitos do Homem que todo ser humano
tem direito de reivindicar condições de aprendizagem e ação para desempenhar-se como pessoa e como
membro atuante de uma comunidade, tais condições nem sempre têm sido oferecidas. Neste sentido, pode-
se observar um processo de exclusão em relação ao portador de necessidades especiais. Este tem ficado,por
discaso, preconceito, vergonha, falta de conscientização , e até mesmo despreparo, à margem da sociedade.

A Lei no. 9394 de 20 de dezembro de 1996 diz, no seu capítulo V. art. 58:
Entende-se por educação especial, para os efeitos desta lei, a modalidade de educação escolar
oferecida, principalmente, na rede regular de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais (
p;196 ).

De início, é preciso que se conceitue quem é o educando portador de necessidades especiais. O


Ministério da Educação e do Desporto utiliza a expressão portador de necessidades espessiais para indicar
pessoas portadoras de deficiência ( mental, visual,auditiva, física e múltipla ) e pessoas portadoras de altas
habilidades e de condutas típicas ( MEC, 1995 ), isso nos leva a dimensionar a educação dos portadores de
necessidades especiais no seu aspecto não só pedagógico , mas social e cultural no sentido de que tenha
favorecido o desenvolvimento de suas potencialidades e seja capaz de participar e se integrar em sua
comunidade.

Acreditamos ser pertinente apresentar os conceitos mais usualmente empregados para designar os
portadores de necessidades especiais para que , a partir deles, possamos dimensionar os problemas
pedagógicos advindos de sua não compreensão e entendimento quando nos reportamos ao campo da
aprendizagem. Assim vejamos

• Altas Habilidades, superdotação- notável desempenho e elevada potencalidade em qualquer


dos seguintes aspectos isolados ou combinados: capacidade intelectual geral; aptidão
acadêmica específica: pensamento criador ou produtivo; capacidade de liderança; talento
especial para artes; capacidade psicomotora ( MEC , 1995 )

* Diante de um alunato que apresente essas características, o professor não pode desconhecer
o quanto é necessário valorizar as diferenças indivíduais para que o aluno as tenha
respeitadas, quando considerado em relação ao seu ritmo e às suas características pessoais.
Somente visualizando a criança portadora de necessidades especiais dentro do parâmetro de
individualização, é que se poderá contribuir, com ações concretas, para que a criança tenha
assegurada a sua aprendizagem, no âmbito de suas possibilidades.

Partindo do pressuposto de que uma das ocupaçoes mais importantes do homem é a de


aprender e que esta função é a grande tarefa da infância e da juventude ( Kelly, 1965 ), cabe ao professor
facilitar esta tarefa colaborando para que a criança e o jovem possam se sentir menos discriminados, que
tenham elevada a sua auto-estima e sejam capazes de reinterpretar o mundo como menos hostil e frustrante
( MEC , 1995, p. 7 ).
O Ministério da Educação e do Desporto, baseado no prinípio de que o sistema edudcacional
deve promover a cidadania sem discriminações, cumpre o dispositivo constitucional que preconiza a
Educação como direito de todos. Para isso, este Ministério vem implementando diversos serviços
educacionais, dentre os quais aqueles que compõem as modalidades da Educação Especial, hoje
considerada, mundialmente, como integrante da educação geral.Cabe à Educação Especial oferecer
oportunidades que garantam o acesso e a permanência na escola do aluno portador de necessidades
educativas especiais, bem como a sua terminalidade acadêmica.

As ações não discriminadoras vêm sendo, desde então, a mola propulsora que orienta a Educação
Especial no País. Dessa forma, a individualização, a normalização e a integração são princípios que
fundamentam essa modalidade de ensino.

Tais princípios encontram respaldo filosófico, legal e político-educacional nos seguintes


documentos
• Declaração Universal dos Direitos do Homem ( 1948 );
• Constituição da República Federativa do Brasil ( 1998 );
• Política Nacional de Educação Especial (1994 ) e
• Plano Decenal de Educação para todos ( 1994 ).

Assim , a integração do aluno portador de necessidades educativas especiais no sistema regular de


ensino, entendida como um processo resultante da evolução histórica calcada nos direitos humanos,
constituir uma tendência que vem se acentuando neste final de século.
Por força desta tendência à integração, a Educação Epecial passou a ter uma função dupla, que
permanece até hoje.

* Atender a todos os alunos que, pela complexidade de suas necessidades educativas,


requerem atendimento nas modalidades específicas da Educação Especial;
• Apoiar o aluno integrado na escola comum e aos docentes a cujo cargo este aluno se
encontra.

Cconsiderando a heterogeneidade do alunado e seu fluxo de escolarização ( da Eucação Infantil ao


Ensino Superior ), a Educação Especial é otimizada com currículos, metodolgias e recursos didáticos
próprios. Esses servem como suporte para a escolarização dos alunos e como orientação à prática dos
educadores, sejam eles especialistas ou não.

Para os professores do ensino regular, o conhecimento desses componentes é da maior relevância


para viabilizar a integração de portadores de necessidades educativas especiais e para facilitar a ação
docente junto a todos os alunos, inclusive junto aos que têm distúrbios de aprendizagem e não são
deficientes.

No entanto, mesmo com todo esse suporte técnico oferecido aos professores, o processo de
integração vem ocorreendo de forma desigual, face às dimensões territoriais do Brasil e à diversidade de
suas condições socioeconômicas e culturais.

A prática da integração impõe a reestruturação das instituições especializadas para que passem,
gradativamente, a dar suporte ao sistema de ensino regular como fornecedoras de serviços complementares
que assegurem, aos portadores de necessidades especiais a permanência bem sucedida na escola.

Para tanto, a Secretaria de Educação Especial do Ministério da Educação e do Desporto (


SEESP/MEC ) tem procurado sensibilizar os profissionais da área, particularmente os que exercem suas
funções em instituições especializadas, a respeito da importância da proposta pedagógica que rege as
escolas integradoras e de seus novos compromissos de apoio profissional às escolas comuns.
Além das instituições públicas especializadas, existem hoje cerca de mil e quinhentas instituições
filantrópicas também especializadas, que funcionam com apoio técnico e financeiro do Governo,
constituindo-se em grandes parceiras no cumprimento constitucional da Educação para todos.

Capítulo II

Superdotados: Conceituação

Muitas suposições estão ligadas à origem da superdotação.

1. Anoxia no nascimento

É comprovado que a anoxia gera indivíduos d´rbbeis mentais, mas uma hípotese, não muito precisa, em
seus resultados não pode afirmar que a superdotação se origina somente de uma anoxia.

2. Influência do Meio

A criança superdotada nascida ou criada em um meio ambiente sadio tem condições de desenvolver melhor
toda sua potencialidade.

3. Inconsciente Coletivo

Bagagem, ou seja, conhecimentos adquiridos hereditariamente que dão continuidade na vida atual.

4 Teorias Patológicas
.

Há uma certa preferência de dados colegidos que mostram que entre gênios e homens supernomais
ocorrem anomalias mais que entre os normais

Kretschmer, psiquiatra alemão, já notava certas anomalias psíquicas que correspondiam a certos tipos
físicos: a psicose maníaco-depressiva era mais comum em tipos baixos, ataracados; os tipos pícnos e a
esquizofrenia ocorria mais em tipos leptossômicos. Os pesquisadores esudaram o assunto e notaram a
frequênca maior de problemas ou anomalias nesses indivíduos.

Como essa anomalia ? Primeiro: havendo uma certa diferenciação, a pessoa muda de estilo de
vida para se adaptar, concentra-se em certos tipos de respostas. Não é a patologia em si que provoca a
superdotação, mas a mudança de comportamento decorrente da anomalia. Outra condição: em face da
situação de inferioridade que a pessoa pode sentir com a patologia, esta desenvolve uma motivação
acentuada para superar sua deficiência. Essa motivação leva à superdotação e não deixa de ter certa verdade
a afirmação de que o gênio tem 5% de inteligência e 90% de persistência. A continuidade, a persisteência
são fatos comuns a todo superdotado. Não há dados científicos que possam justifica a prevalência das
teorias patológicas na explicação da superdotação, ainda que a população, o homem comum, tenda a aceitar
essa tese, com o perigo de cair no determinismo.
Conceituar a pessoa superdotada é uma tarefa muito difícil, pois, segundo Taylor (1976), os
talentos, além de complexos, são múltiplos. Por isso diversos autores divergem em seus estudos sobre
conceitos de superdotados Alencar (1986) ressalta que certos autores fazem distinçao entre superdotado e
talentoso, onde o primeiro faz referência a indivíduos com habilidade excepcional nas artes, música ou
teatro. Outros, propõem que a superdotação é um conceito relativo ou situacional, ou seja, o indivíduo
poderia ser considerado superdotado em uma determinada situação e não em uma outra. Outros, ainda,
defendem o ponto de vista de que a superdotação é uma condição que pode ser desenvolvida em algumas
pessoas, se houver interação entre a pessoa, seu ambiente e uma área particular de conhecimento ou
desempenho.

Independentemente dos autores e seus estudos com pontos de vista diferentes, como é que a
maioria das pessoas imagina o indivídou superdotado? Geralmente, ou quase sempre, as pessoas dizem
tratar-se de alguém que sempre está estudando, que vive com livros nas mãos e que,na maioria das vezes,
tem aspecto franzino, usa óculos, entre outras coisas. Pensa-se ainda, questão pessoas que resolvem
inúmeros e dificílimos problemas matemáticos, de física ou que têm sempre uma solução pronta para tudo,
em todos os campos e áreas, podendo responder tudo de forma muito rápída. Porém, o que estas pessoas
consideram é o aspecto acadêmico ou cintífico, baseando-se, erroneamente, em representações sociais que
têm sobre determinados assuntos sem nunca terem lido um livro de psicologia escolar ou de educação,ou
seja, pensam e operam enfaticamente quando ouvem falar daquele determinado assunto, embora seu
conhecimento tenha sido adquirido no convívio do dia-a-dia, com as pessoas especializadas que compõem
o senso comum.

Por essas e outras razões, a conceituação do superdotado é extremamente importante para que este
indivídou possa ser encaminhado à programas de enriquecimento na Educação Especial, a fim de evitar que
tal talento seja desperdiçado.

Um primeiro aspecto a salientar diz respeito ao fato de que a superdotação é um conceito ou


constructo psicológico a ser inferido a partir de uma constelação de traços ou características de uma pessoa.
Não se pode medi-la diretamente, tal como acontece com relação à altura ou peso. A exatidão das
interferências pessoais vai depender da exatidão em que as características ou comportamentos que se
escolherem par observar forem relevantes para o conceito e avaliados de uma forma válida e precisa, como
enfatiza Hagan (1980). O que deve ficar bem esclarecido é que não há dificuldade de identificar indivíduos
que sejam extremamente altos para idade que têm, já que existe uma concordância entre diferentes pessoas
sobre o conceito de altura, enquanto no caso de superdotação a situação é diferente, pois é uma difícil ou
mesmo impossível tarefa propor conceito preciso e aceito universalmente a seu respeito.

Outro fato que deve ser destacado é que sempre que se fala em superdotado as pessoas fazem uma
associação direta com algo chamado coeficiente de inteligência – Q. I. O teste para medir o Q. I. De uma
pessoa, resulta do fator 100 multiplicado pela divisão da idade mental de uma pessoa ( conseguida através
de uma bateria de testes ) pela idade cronológica da mesma. Ou seja, corresponde a uma fôrmula
matemática assim expressa: número de pontos obtidos no teste (correspondendo a idade mental ) dividido
pela idade real, e este resultado é multiplicado por 100. Esta é a definição feita por Mettrau (1995) que
acaba por criticar, resultando: o resultado numérico jamais expressará tudo que um ser humano é capaz. (p.
16 )
Porém, estes testes tradicionais de inteligência, testes de Q. I.., medem apenas uma parcela, uma
amostra muito limitada do que poderia se considerar como inteligência humana. Por esta razão, é possível
que determinado indivíduo apresente certos fatores ou habilidades intelectuais mais desenvolvidas e, no
entanto, tenha um resultado em teste de inteligência que não reflete suas habilidades superiores, em função
da natureza dos itens incluídos no instrumento utilizado para avaliar sua inteligência. A inteligência é a
soma de várias capacidades, tais como: aprendizagem, raciocínio, memorização, adaptação ao meio,
motivação e esforço, aliado aos outros aspectos culturais e às influências fortíssimas de todos que
compõem o meio social, de acordo com Mettrau (1995 )e, com isso, a visão que diz respeito à inteligência
passou de unidimensional para multidimensional, englobando diferentes fatores ou dimensões, com
desenvolvimento que varia de indivíduo para indivíduo. Quer dizer que a inteligência deixou de ser
conciderada como conceito unitário e a idéia de que existem muitos tipos de inteligência passou a ser
enfatizada. Nesse sentido, Renzulli (1984 ) afirma: Não existe nenhum modo ideal de se medir
conhecimentos o Q. I. de uma pessoa, nós também conhecemos a sua inteligência. (p. 7 )

Desta forma, algumas proposições sobre conceito e formas de apurar a superdotação devem ser
destacadas:

1. Que o Conselho Federal de Educação se pronuncie no sentido de se efetivar a recomendação


constante do Parecer – CFE 681/73 (Documento 150 ) no seu inciso 3.7.

Oportunamente, este Conselho fixará o conceito e as formas de apurar a superdotação, a partir do


que baixariam os Conselhos de Educação as normas sobre a matéria para seus Sistemas Estaduais
de Ensino. (p. 48 )

2-Que se adote o seguinte conceito de superdotação já estabelecido no projeto Prioritário no. 35 do


MEC. Do Plano Setorial de Educação 72/74, divulgado em documento oficial intitulado
“Subsídios para Organização e Fundamentos de Serviços e Educação Especial na área de
Superdotação”, MEC/SEPS/CENESP/86 e ratificado na Portaria 69 de 28/ 08/ 86 do CENESP;

Serão considerados supeerdotados educandos que apresentem notável desempenho e/ou


elevada potencialidade nos seguintes aspectos, isolados ou combinados: capacidade intelectual,
aptidão acadêmica, pensamento criador, capacidade de liderança, talento especial para artes,
habilidades psicomotoras, necessitando atendimento educacional especializado. (p. 36 )

Para um melhor esclarecimento sob os aspectos de se conceituar a superdotação, identifíca-se, conforme


Alencar ( 1986 ).

Habilidade intelectual geral- tipo intelectual: apresenta flexibilidade e fluências de pensamentos,


capacidade de pensamento abstrato para fazer associações, produção ideativa, rapidez do pensamento,
julgamento crítico, independência do pensamento, elevada compreensão e memória, capacidade de resolver
e lidar com problemas;

Talento acadêmico – tipo acadêmico: evidencia aptidão acadêmica específica, de atenção, de concentração,
rapidez de aprendizagem, boa memória, interesse, habilidade para avaliar, sintetizar e organizar o
conhecimento, capacidade de produção acadêmica:
Habilidade de pensamento criativo e produtivo - tipo criativo : apresenta idéias originais, imaginação,
capacidade para resolver problemas de forma direta e inovadora, sensibilidades para as situações
ambientais, podendo reagir e produzir diferentemente e, até de modo extravagante, sentimento de desafio
diante da desordem de fatos, facilidade de auto-expressão, fluência e flexibilidade;

Liderança – tipo social: revela capacidade de liderança e caracteriaza-se por demonstrar capacidade
expressiva, habilidade de trato com pessoas diversa e grupos para estabelecer relações sociais, percepção
acurada das situações de grupo, capacidade para resolver situações sociais complexas, alto poder de
persuação e de influência no grupo:

Artes visuais e críticas – tipo psicomotor: destaca-se por apresentar hailidade e interesse pelas atividades
psicomotoras, evidenciando habilidades e desempenho necessária, fora do comum, relativos â velocidade,
agilidade de movimentos, força e resistência, controle e coordenação motora.

Pressupõem-se que pode haver várias combinações entre tais tipos de superdotação e, inclusive, o
aparecimento de outros tipos relativos a demais características.

Alguns problemas, porém, têm sido levantados com relação a esta classificação de conceito de
superdotação. Renzulli ( 1984 ) vem ressaltar que, apesar de a mesma destacar uma variedade maior de
habilidades a serem incluídas em uma definição de superdotados, um de seus problemas é o fato de não
incluir ou considerar fatores não-intelectuais, como fatores motivacionais, os quais têm se mostrado
importantes em todos os estudos com amostras de pessoas proeminentes. Também observa um problema
que diz respeito à natureza não paralela das seis categorias incluídas na definição. Afirma o autor:

Duas entre as seis categorias (aptidão acadêmica e artes ) chamam atenção para os campos de atividade
humana ou áreas de desempenho nas quais os talentos e habilidades se manifestam. As quatro categorias
restantes aproximam-se mais de processos que podem se manifestar em áreas de desempenho. Por
exemplo, uma pessoa pode utilizar o prosesso de
criatividade com relação a uma aptidão específica
( como química ) ou arte visual ( como fotografia ). De forma similar,os processos de liderança e
inteligência geral podem ser aplicados em uma área de desempenho como coreografia… De fato, pode ser
dito que processos como criatividade e liderança não existem à parte de uma área de desempenho a que
podem ser aplicados. (p. 22 )

Na verdade, o ponto de vista desenvolvido por Renzulli ( 1984 ) é que um indivíduo poderia ser
considerado superdotado em uma determinada situação e não em outra e, a partir de uma análise de
pesquisas com amostras de indivíduos criativos/produtivos, constatou que aqueles que se destacam por suas
contribuições apresentam um conjunto de três conglomerados de traços, especificados a seguir: habilidade
acima da média; criatividade e envolvimento com a tarefa.

Salienta, ainda, que é a interação entre três conglomerados que, leva a uma realização superior.

A habilidade acima da média é destacada por comportamentos superiores, em relação a uma média em
qualquer campo do saber ou do fazer. Entende-se por traços que aparecem de forma consistente àqueles que
permanecem com frequência e duração no repertório dos inúmeros comportamentos de uma pessoa, de tal
forma que possa ser registrado em repetidas situações e períodos de tempo, atrasvés de observações e de
sua história de vida relatada pela família, pelos próprio ou por seus companheiros.

A criatividade envolve comportamentos visíveis através da demonstração de traços criativos no fazer ou no


pensar, expressadas de alguma forma: falada, gestual, plástica, teatral, matemática, musical, filosófica,
entre outras. É importante ressaltar que a criatividade tem relação direta com processos internos complexos
de pessoa e não com produtos prontos. O processo criativo de uma pessoa pode referir-se a tipo inovadores
de perguntas, de soluções e questões em qualquer área do conhecimento.

O envolvimento com a tarefa tem enfoque em comportamentos observáveis da demonstração de expressivo


interesse, motivação e empenho pessoal nas tarefas que realiza em diferentes áreas, inclui uma série de
traços, como perseverança, dedicação, esforço, autoconfiança e uma crença na própria habilidade de
desenvolver um trabalho importante.

Foi, então, a partir desses três traços marcantes para o conceito do indivíduo superdotado que Renzulli (
1984 ) organizou o chamado “Modelo dos Anéis” (p. 70 ).

FAZER FIG. 1 Nesse gráfico percebe-se que o autor não dava destaque ao contexto
social, pois existem situações relativas somente ao indivíduo.

Posteriormente, este modelo evoluiu e uma conceituação ampliada e modificada, já inclui os mardos sociais
e se apresenta em um novo modelo, proposto pelo mesmo autor ( 1985 , p. 83 )

FAZER FIG. 2 De acordo com gráfico os superdotos seriam aqueles que estivessem
na interseção dos três círculos. Aqueles outros que compõem a interseção de dois círculos, apresentariam
inteligência superior; traço criativo; talento ou capacidade acima da média em algumas áreas que mesmo
combinadas duas a duas, não conceituariam um superdotado.

Hoje em dia, não se tem um conceito pré-estabelecido sobre a superdotação, pois, segundo Mettrau ( 1995
), existem várias formas de expressão da inteligência humana, já que cada indivíduo é um ser único e
diferente, possuindo potencialidades e limitações. Com isso, a inteligência humana é uma característica
humana resultante de fatores genéticos, experiências e contextuais, levando em consideração os dados
referentes à personalidade e ao contexto social no qual o idivíduo interage, sendo entendida como um
processo dinâmico. Isto vem demonstrar, então, uma nova preocupação- não o quanto inteligente o
indivíduo é, e sim o modo como ele usa a sua inteligência, conforme destaca Resnick ( 1976 ). Por outro
lado, a inteligência ainda é um conceito muito genérico, ambíguo e de difícil definição, até porque trata-se
de uma conceituaçaõ vinculada à capacidade e ao desenvolvimento. Sternberg ( 1981 ), ressalta:

De acordo com o senso comum, inteligência significa algo que qualifica uma pessoa para resolver
problemas corretamente; para se adaptar a situações novas e para aprender. Observações sistemáticas têm
confirmado que nós atribuímos inteligência às pessoas, com base numa ampla gama de sinais ou critérios
como,por exemplo, as habilidades aparentes, a esperteza, boa auto-apresentação e disscurso fluente. (p. 37 )

Segundo Mettrau ( 1995 ), a Psicologia Pedagógica de Vygotsky ( 1989 ) é de grande importância para o
entendimento de duas questões ligadas à inteligência, que são a aprendizagem e o desenvolvimento,
Vygotsky( 1989 ), então, vem ressaltar a importância da chamada “zona de desenvolvimento proximal” ,
cuja definição é:

…a distância entre o nível de desenvolvimento real que se costuma determinar através da solução
independente de problemass, e o nível de desenvolvimento potencial determinado através da solução de
problemas sob a orientação de um adulto ou em colaboração com companheiros mais capazes. ( p. 96 )

Com isso, considera que quanto mais se investir na zona de desenvolvimento proximal mais se ampliará o
desenvolvimento e a aprendizagem do indivíduo.

Por fim, o que deve ficar esclarecido é que não necessariamente o individuo superdotado precisa andar,
falar, ler, escrever, entre outras coisas, mais cedo do que os outros individuos. Esse fato pode ou não
ocorrer, já que os níveis e etapas de desenvolvimento de cada indivíduo são diferentes, por serem
relacionados com as oportunidades que estes recebem na interação nos grupos sociais e no meio social ( seu
meio ). Quer dizer que o superdotado é aquele que pode e deve estar em nosso convívio diário,
apresentando apenas algumas diferenciações, como: um certo amadurecimento na elaboração de suas
respostas e uma flexibilidade de iéias muito grande, o interesse por situações complexas de forma a criar e
experimentar respostas novas através de situações de desafios e apresentam imaginações e curiosidades
aguçadas sobre tudo em sua volta.

Para aprofundar um pouco mais este assunto, no Capítulo III, serão enfatizados as características e os meios
de identificação do superdotado.

Capítulo III

Características e Meios de Identificação dos Superdotados

Existe uma complexidade muito grande ao referir-se às características do indivíduo superdotado.


Partindo do pressuposto de que cada indivíduo apresenta uma combinação diferente de inteligência, traços
de personalidade e desempenho, juntamente com condições emocionais e sociais no meio em que vivem,
um indivíduo pode ser considerado superdotado em uma determinada área e apresentar médio ou baixo
desempenho em outras, assim como pode possuir vários talentos associados ou um desempenho geral
global acima da média esperada em variados campos de atuação.

Vários autores reconhecem traços tipicamente apresentados por superdotados, entre elas: sinais de
precocidade, como andar, falar, memorizar, aprender a ler cedo e manter o interesse pela leitura ou
interessar-se por assuntos abstratos muito precocemente; realização de muitas tarefas com interesse e
perfeição, demonstrando habilidade superior ao seu grupo etário; a necessidade de ter passatempos
interessantes e centros de interesse fora da escola; apresentação de produções originais em qualquer campo
de atividades; a demonstração de rapidez de compreensão e interesse no processo de aprendizagem, ou seja,
curiosidade global e constante por tudo que o rodeia, seja acadêmico ou não; o fato de serem extremamente
sensíveis, sendo, às vezes, afetados por situações que, usualmente, passam desapercebidas aos outros,
procurando sempre os aspectos sociais que os rodeiam; a demonstração de rapidez de raciocínio, que
extrapola, em muito, as expectativas e o próprio vocabulário usual de seu grupo social e etário;
apresentação de acentuado senso crítico, boas observações e soluções acerca de variadas situações suas e de
outras pessoas; o fato de expressarem maturidade social e emocional em seus dizeres ou na produção de seu
trabalho, quando isto lhes é oportunizado e valorizado como tal, ou demonstram o contrário, trabalhos de
grande produção e conteúdo e pouca maturidade social ou pouca maturidade emocional em relação ao seu
desenvolvimento intelectual ou sua faixa de idade real; demonstração de talento e liderança em diferentes
áreas, seja na forma socialmente aceita ou não, isto é, tanto essa pessoa pode auxiliar como atrapalhar o
grupo onde ela está realizando algo.

Machado e Almeida ( 1989 ) também ressalta algumas características típicas do superdotados, são
elas: apresenta grande curiosidade a respeito de objetos, situações ou eventos, envolvendo-se em muitos
tipos de atividades exploratórias; é um aluno auto-iniciado, principia sozinho e persegue interesses
individuais, procurando sua própria direção; revela originalidade na sua expressão oral e escrita,
constantemente dá respostas diferentes e tem idéias não esteriotipadas; tem talento incomum para
expressar-se nas artes, como música, dança, drama, desenho e demais expressões artísticas; é hábil ao
apresentar alternativas de soluções, sendo flexível o seu pensamento; está sempre aberto à realidade,
procurando estar a par do que o cerca, sendo observador, sagaz e aberto; enriquece-se com situações
problema, seleciona respostas, procura soluções para problemas difíceis ou complexos; tem capacidade
para usar o conhecimento e as informações, procurando novas associações, combinando e procurando
respostas lógicas, percebe implicações e consequências, decide facilmente; produz variedade de idéias e
respostas, gosta de aperfeiçoá-las e ampliá-las; gosta de correr risco em várias atividades; tem habilidade de
perceber relações entre fatos, informações ou conceitos, aparentemente não relacionados; aprende rápido,
fácil e eficientemente no campo de sua dotação e interesse.

Não quer dizer que para o indivíduo ser considerado superdotado precise apresentar todas essas
características combinadas entre si, pois enquanto um deles pode apresentar uma competência elevada em
uma grande diversidade de áreas aliada a uma liderança superior, outro pode mostrar-se
extraordinariamente competente em apenas uma área, sendo, porém, imaturo emocionalmente; ainda outro
poderá ser fisicamente menos desenvolvido e apresentar contudo, uma habilidade significativamente
superior. Ou seja, já que existem diferenças indivíduais entre todos os indivíduos, não há. Então, um
“superdotado padrão” ou um só tipo de superdotação.

Desta forma, percebe-se a diversidade de características que podem ser apresentadas pelo
superdotado, o que implica na necessidade da utilização dos mais diversos recursus para identificação do
mesmo, para não se correr o risco de deixar de identificar um indivíduo que possua características de
superdotação, por não se enquadrar neste ou naquele modelo já estabelecido de superdotação.

A identificação do indivíduo superdotado é um processo global e dinâmico, que envolve uma


avaliação e um acompanhamento abrangente e contínuo de diversos aspectos desse indivíduo. Deve
acontecer através da observação sistemática de comportamentos e desempenhos, num enfoque
multidisciplinar. É fundamental a avaliação e indicação de professores, pais, além de outros profissionais
ou especialistas que utilizarão procedimentos e técnicas diversas como, questionáios, fichas, sínteses,
inventários de interesse, entre outras coisas, que deverão ser adequadas às características e ao meio social
daquele indivíduo. O acompanhamento periódico faz parte do processo de conhecimento das peculiaridades
de cada indivíduo, verificando a intensidade, a frequência e a consistência destas,ao longo de seu
desenvolvimento, sobre sua história familiar e escolar, seus interesses, preferências e padrões de
comportamento no seu grupo social, conforme destaca Mettrau ( 1995 );

De acordo com as diretrizes do Minitério de Educação e Cultura / Centro Nacional de Educação


Especial, a identificação do superdotado, para efeito de atendimento educacional, será feita o mais cedo
possível, desde os níveis pré-escolares, objetivando o pleno desenvolvimento de suas capacidades e o seu
ajustamento social. A identificação precoce é fundamental, dada a multiplicidade de habilidades, interesses
e talentos existentes e a necessidade de um pronto atendimento. A escolha de critérios de avaliação
dependerá dos objetivos do programa, das técnicas e testes selecionados e da formação dos recursos
humanos disponíveis. Tal processo deve incluir uma variedade de critérios, a fim de que a seleção não seja
prejudicada, uma vez que as crianças de nível sócio-econômico desfavorecido, com carência cultural, bem
como àquelas provinientes de grupos minoritários, sofram o impacto do ambiente na performance dos
testes. A seleção dos testes e das técnicas de identificação depende das condições oferecidas pelos serviços
de diagnóstico e do conhecimento dos profissionais que trasbalham naquela escola determinada, bem como
das adaptações de instrumentos para as diversas modalidades locais.

Segundo Raposo ( 1989 ), a opinião do professor de classe é muito importante e pode ser
registrada numa ficha na qual deve constar, entre outros dados, àqueles referente a: o melhor aluno, o que
tem melhor vocabulário, o mais criativo e original o mais bem orientado cientificamente, o que tem melhor
pensamento crítico, o que perturba mais, o mais motivado a participar, o que está adiantado nos estudos
acadêmicos, o que se destaca na classe, o aluno o qual as demais crianças gostam e o aluno cujos pais
estejam mais preocupados com seu rendimento e progresso educacional.

Geralmente, são usados testes psicológicos para medir pensamento divergente, o nível intelectual
,aptidões diferenciadas, criatividade, além de questionários, escalas de avaliação do ajustamento social e
emocional, bem como entrevistas e técnicas projetivas para diagnóstico das características de
personalidade. Vários tipos de questionários podem ser elaborados e adaptados na escola, para avaliar
desempenho físico, intelectual, capacidade de liderança e criadora, habilidades mecânicas e artísticas.

Alencar (1986 ) ressalta, que além do aspecto intelectual, as características de personalidade


apresentadas pelo sujeito são também levadas em consideração. Traços como independência de pensamento
e de julgamento, curiosidade, absorção e persistência nas tarefas que se propõe a realizar, autoconfiança,
são importantes de serem incluídos no processo de identificação e posteriormente cultivados na educação
desses indivíduos superdotados, caso se espere uma contribuição maior deste à sociedade.

Também Renzulli e Smith (1971 ) propõem para identificação do aluno academicamente


superdotado, as seguintes etapas de administração de testes grupais de habilidades em todos os estudantes
das séries das quais se selecionarão os participantes para um determinado programa; administração de
testes individuais de inteligência naqueles que tiverem um desempenho significativamente superior nos
testes grupais; solicitação aos professores da presente série e de séries anteriores para avaliar diferentes
aspectos relativos ao desempenho e características do dos alunos selecionados; solicitação aos pais para
avaliar diferentes aspectos comportamentais e características do aluno; obtenção de informações baseadas
em auto-avaliações do aluno.

Por outro lado, no que se refere a identificação do indivíduo superdotado na área artística, o que
se ressaltou até agora é pouco relevante. Autores como Kreitner e Engin ( 1981 ) defendem a idéia de que a
identificação de talentos na área das artes plástica, musicais, dramáticas, deve ser feita utilizando-se
critérios específicos. Por exemplo, deve-se considerar cinco aspectos do talento musical no processo de
identificação, que são: percepção, habilidade em distinguir diferenças em quantidades físicas, como
frequência, amplitude, duração, etc; memória, habilidade para lembrar ritmoos e discriminações sonoras;
reprodução, habilidade para recriar os sons lembrados, cantando ou tocando um instrumento; gosto,
habilidade em distinguir entre “bons” e “maus” sons; aptidão artística, habilidade incluindo criatividade
para colocar as próprias emoções na música.

Com isso, após serem colhidos e apresentados dados que caracterizem e, consequentemente
identifiquem as crianças, os indivíduos superdotados, estes devem, então, ser encaminhados aos programas
de atendimentos especiais que terão como objetivo o desenvolvimento e o aproveitamento do talento desses
indivíduos portadores de altas habilidades.

Quais são as alternativas de atendimento ao superdotado e a importância da formação de


Recursos Humanos para atuarem na área, será o assunto estudado no próximo capítulo.

CAPÍTULO IV

UMA CRIANÇA ESPECIAL : ALTERNATIVAS DE ATENDIMENTO AO SUPERDOTADO E


FORMAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS

A educação para superdotados é , sem dúvida , polêmica e complexa , suscitando múltiplos


questionamentos por ser de cunho desafiador.

A preservação de recursos humanos , de talentos na área intelectual artística e criativa, não tem recebido
a atenção merecida. Muito pouco tem sido feito no sentido de identificar os mais capazes e favorecer o seu
desenvolvimento. Não percebem que a preservação do meio de vida, o avanço da tecnologia e o
desenvolvimento do país , dependem também da extensão em que as habilidades intelectuais e criativas
forem implementadas, desde os primeiros anos de escola. Articular recursos de comunidade, sensibilizando
escola , família , empresas, comunidade em geral , é fundamental para propiciar oportunidades de satisfazer
o interesse do indivíduo superdotado e desenvolver suas aptidões e talentos. É importante ressaltar que as
possibilidades de atendimento educacional ao superdotado estão relacionadas à problemática da educação
brasileira e aos problemas sociais. O Brasil, então, deveria investir mais em seus recursos humanos,
reconhecendo o talento de um indivíduo superdotado, sem desperdiçá-lo, pois de acordo com Netto ( 1979 )

É fácil, (…), imaginar os beneficios que advirão para o país com o desenvolvimento de planos
sistemáticos, inteligentes, de longo alcance, para a detecção precoce e a educação dos nossos superdotados.
Entre as crianças superdotadas de hoje encontram-se aquelas que , com seus potenciais diretamente
avaliados e adequadamente desenvolvidos, serão os cientistas, os políticos, os empresários, os militares, os
governadores os líderes sociais, os escritores, os artistas, os atletas de renome no Brasil de amanhã. Mal
encaminhados, cortado o seu desenvolvimento psicossocial e educacional, abandonados à própria sorte,
muitos desses superdotados produzirão somente uma pequena parcela de contribuição para o
desenvolvimento do país, que suas capacidades excepcionais permitiriam prever (…). (p. 26)

De acordo com as alternativas de atendimento, existem diretrizes básicas, traçadas pelo MEC, onde os
alunos superdotados, a não ser em casos extraordinários, serão atendidos em escolas comuns, recebendo
atendimento especial adequado. Este atendimento vai visar o desenvolvimento das potencialidades dos
superdotados, considerando as demais condições do aluno, permitindo sua formação global como pessoas e
como cidadãos, sem que haja uma preocupação exclusiva com o atendimento especial aos superdotados,
deve compreender, conforme o caso e as condições da escola, programação de enriquecimento curricular,
de aceleração de estudos ou as duas modalidades conjugadas.

Os superdotados devem, então, frequentar classes comuns sempre que o professor da classe tenha
condições de trabalhar com programas ou atividades diversificadas em grupos diferentes e disponha de
orientação e de materiais adequados, que lhe possibilitem oferecer tratamento especial a esses alunos. Caso
não exista condições, os superdotados poderão frequentar classes especiais de escolas comuns, onde
deverão ser promovidas atividades conjuntas desses alunos com os demais alunos da escola, para que haja
sua integração. Devem, também, estar sendo reavaliados periodicamente, de modo que possa ser objetivado
o ajustamento constante sobre o tratamento especial que recebem.

Segundo Machado ( 1989 ) e Raposo ( 1989 ) o atendimento ao aluno superdotado no meio educacional
pode ser feito através de algumas alternativas propostas, tais como: a modificação do ambiente escolar,
com o objetivo de aumentar o nível de auto-estimulação, facilitar o trabalho do professor e propiciar o
enriquecimento das atividades escolares ou aceleração dos estudos; a modificação da postura e do
comportamento do professor, levando-o à compreensão da natureza dos problemas de tal atendimento, a
agilizar a sua capacidade intelectual, a utilizar sua imaginação e uma capacidade de especulação na
avaliação das situações normalmente encontradas no dia-a-dia da escola, tal como das dificuldades no
atendimento ao aluno superdotado; e a modificação do conteúdo curricular ensinado, focalizando novas
idéias, propiciando ensino melhor qualificado.repassando a matéria em períodos mais curtos, estudando
outros ângulos e implicações dos assuntos, aprimorando temas já estudados e acrescentando outros mais
novos.

Na programação escolar específica para superdotados, alguns aspectos são de grande imprtância, como
o de ter objetivos definidos na seleção de programas a estes alunos, referente tanto ao desenvolvimento e à
expansão das suas habilidades, quanto à ampliação de seus próprios interesses; planejar atividades que
visem multimeios, numa abordagem integrada das disciplinas, favorecendo a transferência de
aprendizagem; implementar situações de ensino que possam favorecer o desenvolvimento de suas
potencialidades e habilidades específicas, principalmente na área da tomada de decisões, criatividade e
comunicação; propiciar oportunidades de experiências de modo a expandir os horizontes pessoais do
educando, projetando objetivos maiores para si mesmo.

Com isso, autores como Raposo ( 1989 ), Alencar ( 1986 ) e Mettrau ( 1995 ), enfatizam que devem ser
estimuladas e difundidas diferentes alternativas de atendimento as crianças especiais, relativas ao
enriquecimento, aceleração, programas de atividades especiais, de orientação individual e grupal, de
atendimento para desenvolvimento de habilidades e talentos específicos, de programas interescolares,
programas protótipo e de aprendiazagem diferenciada, estimulando-se a criação de centros de orientação e
de acompanhamento aos superdotados.

Os programas de enriquecimento consiste em promover experiências variadas de estimulação ao


superdotado, visando a um maior desenvolvimento de suas habilidades e seus interesses, ampliando formas
de pensar e de trabalhar com questões reflexivas. Podem ser organizados de três formas: na própria sala de
aula, onde o professor deve utilizar técnicas de trabalho diversificado, orientado por outro professor
especalialista; ou pelo próprio professor da turma, com devida orientação; atendimento à grupos especiais,
com programa diversificado realizado por um professor especialista. Deve haver, por outro lado, um
trabalho integrado de professores, orientadores e supervisores, buscando sempre estratégias educativas
adequadas, atividades paralelas de preparo de equipe especializada para trabalhar com aluno superdotado e
reformulação no sistema de avaliação e de controle dos progressos acadêmicos ou outros ocorridos em
áreas diversificadas. As atividades curriculares diferenciadas para superdotados pressupõem um conteúdo
avançado e rico, com tipos de recursos pedagógicos diferentes e apropriados, desenvolvimento de
processos cognitivos e de pensamento produtivo, além da dosagem de conhecimento ao ritmo individual
dos alunos. Com isso, o planejamento de recursos materiais deve estar ligado diretamente às diversas áreas
do currículo, dispondo de bibliotecas especializadas, labortórios de ciência, salas de recurso equipadas com
projetores, retoprojetores, mimeográficos, filmes, arquivos, fichários, material de consulta e pesquisa e tudo
mais que possa servir para aprofundar os conhecimentos que interessam aos alunos. De acordo com
Alencar ( 1986 ) existem estratégias que podem vir a facilitar o trabalho e o estudo independente do aluno
superdotado, tais como: fichas de conteúdo para estudos independentes, onde o professor vai viabilizar três
fichas - a primeira contém a exposição do assunto e fontes de consulta, a segunda contém exercícios e
tarefas de aplicação de aprendizagem e a terceira contém soluções e respostas para a verificação do aluno;
contrato de trabalho escolar, onde o professor incentiva o aluno a estudar assuntos de seu interesse, que não
fazem parte do currículo de sua série escolar; projetos de investigação ou de pesquisa, com o objetivo de
estimular o espírito científico e ajudar o aluno a simular hipóteses, procurar respostas e acompanhar a
mesma trajetória do pensamento científico e projetos diversificados de realização ou desempenho que não
precisam estar ligados às atividades currículares, como: férias de ciências, criação de espaço para invenção
e experimentação em atividades artísticas ou científicas, etc.

Além de aprendizagem suplementar, com material individualizado de conteúdos instrucionais que


possibilitem ao aluno um trabalho individual; unidade de aprofundamento em determinada matéria, onde
os alunos podem desenvolver processos de pensamento como análise, síntese e avaliação, de acordo com
seus objetivos; atividades em laboratórios, desenvolvendo a experimentação de novas descobertas; ensino
em equipe para estudos especializados de diferentes áreas; ensino em pequenos grupos, onde os alunos
superdotados podem se organizar em grupos diariamente ou semanalmente, para discutirem tópicos
específicos ou material em leitura, por exemplo; conferências e demonstrações, pessoas que serão
convidadas para proporcionar assuntos mais amplos , treino em situações de liderança, objetivando
favorecer o surgimento de lideranças sociais em diversas situações do contexto escolar e/ou comunitário;
atividades junto a profissionais no local de trabalho, onde, fora do horário escolar, o superdotado conta aos
outros colegas suas experiências e conhecimentos adquiridos. Daí , percebe-se que o superdotado faz
referência ao compromisso de aumentar e aprofundar os conhecimentos nos quais o aluno está interessado,
uma vez que são amplas as possibilidades, tais como, programação individualizada, currículos ou
experiências de aprendizagem.

A aceleração é o tipo de proposta que se permite acelerar o ritmo de ensino-aprendizagem, fazendo com
que o superdotado realize seus estudos em tempo inferior ao previsto, em determiandas matérias do
currículo nas quais o aluno tenha demonstrado aptidão superior.

Tais programas prevêem a entrada precoce do aluno no sistema educacional, antes de atingir a idade
legal, possibilitam promoções para séries mais avançadas, antes do término do ano letivo, ou a transposição
de séries, fazendo em apenas um ano de escolaridade o que o aluno normalmente faria em dois anos.
Propiciam situações de aprendizagem em classes extraordinárias para créditos e planos curriculares
acelerados nas diversas áreas. Isso só vai ocorrer se a identificação do superdotado for prévia e
rigorosmente feita com instrumentos válidos e fidedignos, planos curriculares individualizados,
acompanhamento e avaliação permanente dos alunos, bem como controle sistematizado das atividades
desenvolvidas e das inovações pedagógicas adotadas, além de cuidados especiais com o ajustamento
psicossocial dos superdotados, através de orientação pedagógica.

Para a aplicação desses programas é exigido treinamento de pessoal especializado, compatibilização


com a legislação vigente e adequação dos planos curriculares às características da superdotação.

Algumas alternativas referentes a esse atendimento são: classes avançadas, com estratégias
diferenciadas; entrada precoce, crianças que são colocads em determinadas séries mesmo antes da idade
regular, por demonstrarem inteligência superior, classes universitárias, estudantes que prestam concurso
sendo promovidos à cursos superiores e universidades antes da idade regular.

A aceleração é, portanto, um processo avançado, fugindo ao padrão usual das séries ou áreas de
conteúdos em nível que excede o regular. Cuidados especiais devem ser tomados, realizando-se avaliações
constantes, evitando o aparecimento de espaços vazios no desenvolvimento das habilidades e no conteúdo
programático do aluno superdotado.

As atividades especiais consistem em: seminários especiais; aproveitamento de conferencistas especiais


(recursos humanos da comunidade); monitorias, pessoas qualificadas que podem atender a alunos que
tenham interesses particulares e que não possam ser atendidos em classes comuns; visitas e excursões,
figurando como extensão educacional dos conteúdos de classe; viagens; atividades diversificadas em
programas de férias, que pode servir a aprofundar determinados estudos ou exploração de novas áreas de
interesse; entre outras atividades.

Alencar (1986 ), Mettrau ( 1995 ) e Raposo ( 1989 ), ressaltam ainda, a alternartiva a modalidade de
orientação que pretende criar condiçoes que promovam a melhoria da adaptação social e familiar do
superdotado, seu aproveitamento escolar e, também, sua escolha vocacional.. Pode ser desenvolvida de
forma individual ou grupal, onde os maiores cuidados devem ser dispensados aos superdotados carente
culturalmente, com distúrbios emocionais e com problemas de ajustamento social e escolar, visando uma
melhor aceitação de seus talentos por eles mesmos e pelos demais. Esses programas de orientação devem
envolver pessoal especializado, com conhecimento das necessidades e problemas dos superdotados.Seu
objetivo principal é de ajudar o aluno superdotado a reduzir as diferenças existentes entre suas
possibilidades e o rendimento escolar, onde sua família é orientada paralelamente.

Para o atendimento específico ao desenvolvimento de talentos como dança, música, dramatização, artes
expressivas e plásticas, artes manuais, industriais, artesanatos e artes literárias ou linguísticas, devem ser
planejados programas especiais que atendam o desenvolvimento de suas potencialidades, podendo ou não
ocorrer em cursos fora da escola, aproveitando-se os demais recursos da comunidade.

O desenvolvimento de um programa de atendimento interescolar é relevante de acordo com a pequena


incidência de alunos superdotados em cada escola. Seus aspectos são: definir a responsbilidade de cada
escola ou Distrito educacional na implementação do programa;prever a locação de recursos para
transporte, materiais de ensino, equipamento, pessoal para implantação e manutnção do programa;
padronaizar procedimentos para encaminhamento, diagnóstico, permanência ou desligamento do aluno no
programa; estabelecer o consenso à filosofia e metodologia a ser adotada no programa; organizar atividades
em horários adequados e viáveis; prever mecanismos de manutenção do equipamento, material e das
condições físicas do local; adotar procedimentos válidos e uniformes de avaliação e controle ae qualidade
do programa, como também para seleção de pessoal que irá trabalhar; prever meios para assegurar a
continuidade do programa, mesmo com mudanças na administração escolar, assegurando o envolvimento
de pais, ao longo das atividades previstas.

Um programa-protótipo enfatiza o equilíbrio entre as possibilidades de integração dos alunos no


programa escolar, atendendo à heterogeneidade dos tipos de superdotados. Suas vantagens estão
relacionadas à flexibilidade que oferece e à possibilidade de combinar alternativas de atendimento, de
acordo com os limites das situações, tanto financeira como de recursos humanos, adaptando-se aos diversos
contextos sócio-culturais e às diferenças regionais. Este atendimento tem como prioridade o
aprofundamento da aprendizagem, transferência e aplicação em outras áreas, formulação de novas
generalizações, desenvolvimento de processos cognitivos, seleção de pessoal, dos conteúdos, manejo da
informação conhecida e não conhecida e aprendizagem de descoberta.

Um programa de aprendizagem diferenciada para o superdotado pode ser viabilizado pelo professor em
sala comum, objetivando atender às suas capacidades e talentos especiais, propiciando oportunidade de
expansão desses talentos e favorecendo a auto-expressão do educando. As estratégias de ensino seriam a
comunicação, tomada de decisão, planejamento, criatividade de previsão, talentos especiais nas áreas das
artes visuais, dramáticas ou musicais.

Ao perceber que diversos alunos podem se situar melhor nessa ou naquela atividade, há, então, a
possibilidade de estabelecer um perfil do grupo, o que vai tornar o ensino mais centrado nas necessidades
dos alunos e mais individualizado, estimulando a auto-confiança e auto-suficiência do aluno, resultando,
consequentemente, em um maior envolvimento e maior satisfação entre alunos e professores.

Os mesmos autores, Alencar ( 1986 ), Mettrau ( 1995 ) e Raposo ( 1989 ), apresentam que essas
alternativas de atendimento aos superdotados são aplicadas em diferentes níveis de ensino: pré-escola,
ensino de 1o. grau, ensino de 2o. grau, ensino supletivo e formação profissional.

O ensino pré-escolar abrange a educação precoce e o jardim de infância, com o objetivo de propiciar o
desenvolvimento das crianças, utilizando técnicas de estimulação aplicadas por equipe de professores com
a participação da família. É importante que as crianças superdotadas sejam atendidas desde cedo, visto que,
na maioria das vezes, apresentam um rápido desenvolvimento na área da linguagem, da motricidade e da
cognição, evidenciando habilidades especiais que devem ser estimuladas.

Segundo Raposo ( 1989 ), a educação precoce consiste em programas que devem ser individuais ou
pequenos grupos, adaptados às necessidades e características de cada criança, devendo desenvolver-se
numa atmosfera de calor humano com a participação de familiares. Os ambientes devem ser espaçosos,
localizados em andar térreo para favorecer o contato com a natureza. Os recursos didáticos são importantes
devendo ser previstos e adaptados às características das crianças, respeitando seu nível de maturidade.
Nessa etapa de seu desenvolvimento, a criança superdotada não deverá ser forçada a um desenvolvimento
precoce, mesmo porque ainda não tem, muitas vezes, evidenciadas as áreas dos seus talentos e aptidões. O
importante seria sentir-se segura e motivada para explorar o meio ambiente.

O jardim de infância proporciona atividades baseadas em experiências globais, espontâneas, naturais,


ativas de acordo com as etapas de desenvolvimento da criança. O atendimento deverá ser individualizado
ou em pequenos grupos para a criança superdotada, estimulando áreas que necessitem de maior esforço,
enfatizando o desenvolvimento de atividades de competência de vida diária social, através de trabalho em
grupo e recreação. Nesta etapa de escolarização a criança superdotada deverá ser atendida de modo global,
enfatizando-se que o mais importante é atendê-la como ser humano, promovendo o seu desenvolvimento
sensorial, psicomotor social, emocional e cognitivo. A fase de alfabetização, sendo este o período
preparatório ao ensino de 1o. grau, necessita de cuidados especiais e por isso, deve ser bem estruturado, já
que pode garantir ao aluno superdotado uma possibilidade de se escolarizar bem e desenvolver seus
talentos e habilidades para o futuro.

O objetivo do ensino de lo. grau é propiciar ao aluno situaçãoes e experiências que possibilitem seu
desenvolvimento global. O aluno poderá ser atendido individualmente ou em grupo, de acordo com suas
habilidades e talentos específicos. O professor de classe comum pode ajudar o aluno superdotado,
observando suas características, atendendo sua curiosidade, respeitando seus interesses na aprendizagem e
estimulando seu desenvolvimento e processo acadêmico, podendo receber também o apoio de um professor
especializado. No caso de um atendimento individualizado, o reforço pedagógico deverá ser repassado de
acordo com as condições oferecidas pelo ambiente escolar, onde o trabalho estará voltado para as
necessidades de cada aluno.

No ensino de 2o. grau, a escola deve contar com estudos sobre a legislação trabalhista e sobre o
mercado de trabalho, para que o aluno superdotado não tenha dificuldade para escolher sua profissão e
possa integrar-se facilmente no mercado de trabalho, de acordo com sua necessidade de autonomia,
liberdade de ação pessoal e sentimento de independência profissional.

Raposo ( 1989 ) e Alencar ( 1986 ) ressaltam ainda, as modalidades de atendimento ao superdotado na


escola comum nos diversos níveis de escolaridade, que visam facilitar um atendimento diferenciado e a
integração escolar, aproveitando o currículo e o material didático existentes. De acordo com suas
potencialidades, podem ser atendidos nas seguintes modalidades: classe comum, classe especial, sala de
recursos e ensino itinerante.

Nas classes comuns o aluno superdotado é atendido pelo seu próprio professor que deve receber um
apoio de docente especializado, no que se refere à adoção de métodos e processos didáticos especiais,
mantendo o interesse e motivação do seu aluno , onde os projetos devem enfatizar habilidades que estejam
relacionadas com a investigação independente, iniciativa, originalidade, desafio e trabalho criativo.

O atendimento em classe especial é feito por um professor especializado, responsável pelo


planejamento e desenvolvimento das atividades educacionais específicas. Tem por objetivo a melhor
adapatação de ensino às necessidades, ao ritmo de aprendizagem do superdotao e ao desenvolvimento de
suas habilidades e aptidões, onde o material didático deve ser enriquecedor e diversificado.

A sala de recursos é uma das modalidades utilizadas para atender aos alunos superdotados durante o
horário escolar e que estão em classe comum. O atendimento se dá em local especializado e com
programas de atividades específicas, visando reforçar e enriquecer o processo de ensino-aprendizagem,
propiciar trabalhos independentes e de investigação na área das habilidades e talentos. Existe planejamento
conjunto entre o professor da sala de recursos e o da classe comum, avaliação periódica e sistemática da
programação elaborada junto ao educando, observvando-se critérios adequados como interesses comuns,
habilidades e níveis de aprendizagem para composição dos grupos. O atendimento pode ser individual ou
em pequenos grupos de até cinco alunos, visando as condições e necessidades de cada educando, onde o
professor deve ter a disponibilidade equipamentos e materiais didáticos especializados, como um
cronograma de atividades que possibilite o atendimento adequado dos diferentes alunos.

O ensino itinerante é realizado por professor especializado que trabalha com o superdotado,
proporcionando-lhe orientação ou supervisão especializada. Pode ser aplicada na escola comum e é
recomendado em regiões e escolas onde há carência de atendimento educacional. O atendimento é feito, no
mínimo, duas vezes por semana, onde o professor, especializado visita aquela determinada escola. Os
professores de avaliação, acompanhamento e controle de programação desenvolvida poderão ser realizados
conjuntamente pelo professor de classe comum com o professor itinerante devendo ser cuidados aspectos
relacionados ao cronograma de atendimento e planejamento da atividades.

Por outro lado, existe Escola Especial, que é a instituição que presta atendimento educacional a alunos
excepcionais, onde são desenvolvidos currículos especiais com pessoal, material e equipamentos
adaptados. Sua estrutura, organização e funcionamento deverão basear-se nos princípios da normalização e
integração. No caso de educandos superdotados não é a alternativa mais indicada, já que o sistema regular
de ensino pode absorver essa clientela, com as devidas adaptações, com a vantagem de favorecer a
itegração escolar e social de tais alunos e ser menos dispendios conforme Raposo ( 1989 ).

Desta forma, com tantas e diversificadas alternativas, requisitos básicos de níveis de ensino e
modalidade de atendimento, quem ou quais são os profissionais preparados para atender o aluno
superdotado?

O professor do aluno superdotado dveria ter as características e habilidades, além daquelas inerentes a
todo o educador, que seriam a criatividade no emprego das estratégias de ensino, no planejamento das
experiências, no uso de recursos da comunidade; um conhecimento mais aprofundado em campos
específicos a alternativas de estratégias diferenciadas de ensino que atendam as necessidades e
características dos superdotados; entusiasmo pelo processo de aprendizagem de tais alunos; habilidade de
organizar as atividades curriculares e projetos de investigação; disponibilidade para utilizar material
variado e identificar pessoas e/ou recursos que possam incentivar os alunos ; flexibilidade em utilizar o
ambiente físico, materiais e equipamentos diversificados e estimuladores; capacidade de estimular grupos
de interesse; mobilidade para controlar e avaliar os programas educacionais, de acordo com Machado
(1989 ).

Porém, a realidade é bem diferente, porque, na maioria das vezes, o professor não está preparado para
lidar com esse tipo de aluno e, por isso, surgem dificuldades e problemas, já que há escassez de preparação
de recursos humanos nessa área, impossibilitando o aperfeiçoamento desse professor, que deveria usar
adequadamente, instrumentos e estratégias de ensino que seriam válidas e inovadoras para sua clientela
superdotada.
Um problema bastante frequente é que muitos professores tendem a competir com seus alunos
superdotados pelo fato de não admitirem que estes saibam mais ou tenham idéias mais criativas e mais
originais do que eles, os próprios professores. Isso ocorre porque, normalmente, a metodologia e os
procedimentos pedagógicos utilizados pelos professores não atendem à rapidez de raciocínio ou à grande
capacidade de abstração de seus alunos superdotados, que estão sempre em busca de novos conhecimentos
para satisfazer sua curiosidade constante e seu espírito crítico. Outro problema sério que se configura, é
com relação aos programas de desenvolvimento de habilidades para o aluno superdotado e os conteúdos
utilizados, que são tidos como insensatos e superficiais, sem riqueza, significado ou sequência, que são
elementos indispensáveis para desenvolver a compreensão nas disciplinas acadêmicas.

Por essas e outras razões, é que deveria haver uma maior preocupação nesse sentido, onde programas de
treinamento para professores de alunos superdotados deveriam ser desenvolvidos e aplicados. . Programas
estes que estimulariam a modificação da postura e do comportamento do professor, levando-o a
compreender melhor a natureza dos problemas relacionados ao atendimento do aluno superdotado, a
redefinir soluções, a agilizar sua própria capacidade intelectual, a utilizar sua imaginação e sua capacidade
de especulação na avaliação de situações na rotina escolar, entre outras coisas. E, seria primordial, que
houvesse uma modificação no conteúdo curricular ensinado, no sentido de focalizar novas idéias, propiciar
ensino de melhor qualidade, dar a matéria em menos tempo, estudar outros ângulos e implicações dos
assuntos e aprimorar temas já estudados, acrescentando outros novos, que venham a favorecer o
desenvolvimento das habilidades específicas e potencialidades dos alunos superdotados.

Desta forma, é fundamental, segundo Raposo ( 1989 ), construir uma realidade de atendimento
educacional que seja compatível com as necessidades e as possibilidades do próprio sistema de ensino
vigente, porque são poucos os professores especializados e competentes, assim como os recursos
financeiros e humanos; quer dizer que o governo tem investido muito pouco na área educacional, alegando
que existem outras prioridades sociais. Contudo, se os professores de classe comum forem preparados e
informados sobre as características e necessidades do superdotado, esses alunos poderão ter, ao menos, um
mínimo de compreensão e um pouco mais de estimulo e de orientação, tendo em vista suas dificuldades e
peculiaridade. Com isso, articular recursos de comunidade, sensibilizando escola, família, empresas e meio
social em geral, é fundamental para propiciar oportunidades para suprir e satisfazer os interesses do aluno
superdotado, desenvolvendo, então, suas aptidões e talentos.

A identificação precoce é fundamental, dada a multiplicidades, interesses e talentos existentes e a


necessidade de um pronto atendimento. A escolha de critérios e testes relacionados e da formação dos
recursos humanos disponíveis. Tal processo deve incluir uma
variedade de critérios, a fim de que a seleção não seja prejudicada, de maneira que as crianças de nível
sócio-econômico desfavorecido, com carência cultrural, bem como aquelas provenientes de grupos
minoritários, não sofram o impacto do ambiente na perfomance dos testes. A solução dos testes e das
técnicas de identificação depende das condições oferecidas pelos serviços diagnósticos e do conhecimento
dos profissionais que trabalham naquela escola determinada, bem como das adaptações de instrumentos
para os diversos campos da inteligência.
Pesquisa bibliográfica ( livros, revista, jornais e internet ).

CAPÍTULO V

CONCLUSÃO

De acordo com uma nova política social brasileira, a Educação Especial deve mobilizar a sociedade no
empenho constante e consciente do sistema educacional, atuando em todos os níveis e esferas, priorizando
a unerversalização do ensino, visando proporcionar aos indivíduos portadores de necessidades especiais,
condições que favoreçam sua integração na sociedade. É importante entender que todo indivíduo é um
elemento valioso, qualquer que seja a idade, sexo, nível mental, condições emocionais e antecedentes
culturais que possua, ou grupo técnico, nível social e credo a que pertença, pois seu valor é inerente à
natureza do homem e às potencialidades que traz em si.

O direito do indivíduo superdotado a um atendimento especial fundamenta-se nas próprias


características da sociedade democrática brasileira, uma vez que todos os indivíduos devem ter
oportunidades iguais em desenvolver ao máximo suas potencialidades. Devem ser-lhes garantidos meios
educacionais adequados e diferenciados, favorecendo seu desenvolvimento e participação ativa na
comunidade, já que o aproveitamento e a maximização das potencialidades humanas, sobretudo nos países
em desenvolvimento, constituem-se em meta de fundamental importância para o próprio progresso da
nação.

Por isso, o objetivo das leituras realizadas para este estudo, foi o de esclarecer algumas idéias errôneas
sobre o indivíduo superdotado, garantindo-lhes um atendimento adequado que lhes é de direito.

É importante ressaltar que existe uma necessidade eminente com relação à criação de recursos humanos
especializados, de forma a se introduzir nos cursos de formação de magistério e de licenciatura, por
exemplo, em disciplina pertinente, tópicos e conhecimentos relativos à conceituação, caracterização,
identificação e atendimento ao superdotado, para que, desde já, professores de turmas regulares tenham
condições de trabalhar e atuar em programas com atividades diversificadas em suas próprias classes.

A idéia de que pelo fato de um indivíduo ser portador de altas habilidades e, por isso, apresenta
recursos suficientes para crescer sozinho, sem necessitar de condições que se adequem mais ao
desenvolvimento de seu potencial, ainda existe. Em um país onde a Educação está praticamente
abandonada, onde encontram-se elevados índices de evasão e repetência nas escolas públicas, por que
preocupar-se com idivíduos superdotados, portadores de inteligência acima da média, se não se consegue
resolver questões relacionadas à evasão e repetência? Para que investir naqueles que já possuem algum
potencial, se a maioria não consegue terminar o 1o. grau?

Esse pensamento é comum para a maioria das pessoas e, principalmente, ao governo do país. Deveria
ser evidente que se houvesse uma maior atenção dispendida para a criação de programas especícficos de
formação de profissionais que vão lidar diretamente com este indivíduo, haveria um retorno tão
significativo quanto produtivo para as diversas áreas sociais.

Assim sendo, duas questões são de extrema importância, já que as possibilidades de atendimento
educacional aos indivíduos superdotados estão relacionadas à problemática da educação brasileira: como
mobilizar a estrutura do ensino do sistema regular de ensino para tais atendimentos? Como sensibilizar os
agentes educativos, levando-os a uma participação expressiva?

Deveriam ser implementados em escolas regulares no decorrer do ano letivo, cursos de preparação para
atendimento do superdotado, ao professor que estivesse interessado pelo assunto, ou ao professor que
tivesse em sua sala de aula um aluno portador de altas habilidades, ou de uma forma global, para todos os
professores daquelas determinadas escolas, de maneira a expandir seus conhecimentos na área educacional.
Cursos, esses, que ofereceriam entre outras coisas, um treinamento em serviços para professores iniciantes
no atendimento do educando superdotado; atualização sobre questões em Educação Especial / Educação de
Superdotados, sempre que houvesse quaisquer publicações ou novas pesquisas sobre o assunto; encontros
de sensibilização; encontros de estudo; reuniões de orientações e avaliações com os demais profissionais
envolvidos na área (psicólogos, orientadores educacionais, fonoaudiólogos etc.); intercâmbio entre as
escolas interessadas sobre o assunto. O que se pretende enfatizar é que ao invés de ficar esperando que haja
uma conscientização social e/ou governamental para que sejam criados cursos específicos para a formação
de professores que pretendem trabalhar com os superdotados,a própria escola deveria, dentro de suas
condições com o pouco recurso que recebe, tomar a iniciativa e criar, ela mesma, tais atendimentos,
permitindo que seus alunos superdotados frequentem as turmas comuns, em estabelecimento de ensino
regular, participando de grupos de estudos de enriquecimento e aprofundamento, que podem, também, vir a
serem oferecidos pela própria escola.
É, então, sensibilizando escola, família, comunidade em geral, partindo do pressuposto de que a
Educação é um processo mediador da prática social, de valores, de tradições e de significaçãoes culturais,
que o atendimento específico ao indivíduo superdotado deve ter objetivos de desenvolver ao máximo suas
potencialidades e talentos, de modo a este indivíduo poder se auto-realizar, crescer de acordo com seu
próprio ritmo, promover o seu ajustamento pessoal, social e escolar, e explorar, enriquecer e aprofundar
assuntos do seu interesse.

Desta forma, pode-se perceber como será importante o papel exercido pelo professor com relação à
educação do aluno portador de altas habilidades, já que será o grande estimulador, oportunizador,
planejador de atividades diversas e situações que desencadearão o desenvolvimento cognitivo e pessoal de
seu aluno superdotado, favorecendo suas potencialidades e habilidades específicas, propiciando multimeios
para transferência de aprendizagem e independência intelectual. Se estiverem bem preparados, esses
educandos, então contribuirão de forma imprescindível para o desenvolvimento nacional.

Com isso, autores como Alencar (1986) e Raposo (1989) identificam algumas sugestões para que se
quantifique e se qualifique os programas de atendimento aos superdotados, conjuntamente com os
princípios norteadores da Educação Especial. São elas: a intensificação à implementação e ao
desenvolvimento de ações de atendimento ao superdotado, congregando esforços de participação dos vários
segmentos da sociedade, de forma a assumirem sua quota de responsabilidade nos processos de
conceituação, caracterização e identificação e de inserção social ao mercado de trabalho; promover a
organização e a elaboração de propostas curriculares flexíveis e consistentes, a fim de serem utilizadas por
professores interessados nessa área; o aproveitamento e adaptações de novas tecnologias de ensino para
esssa clientela, controlando a eficácia das mesmas e avaliando seus resultados; a ampliação de
oportunidades de atendimentos nos diversos níveis de ensino formal e não-formal, a fim de envolver
maiores contingentes da população brasileira; a criação de mecanismos junto as áreas públicas
competentes para agilizar o aperfeiçoamento de recursos humanos; entre outras.

É ousando, acreditando no potencial desse indivíduo portador de altas habilidades, oferecendo-lhe


atendimento adequado às suas necessidades, através de uma melhor formação de professores, que se poderá
obter um retorno significativo para o desenvolvimento de um país, já que a inteligência é um bem social.

Todo ser humano conta com possibilidades reais, por mínimas

que sejam, de alcançar pleno desenvolvimento de suas habilidades e

de obter positiva adaptação ao ambiente normal.

Todo ser humano, a despeito de menos valia que possa ter, deve
fazer jus ao direito de igualdade de oportunidades, que lhe assiste como integrante de uma sociedade.

(Declaração Universal dos Direitos Humanos)


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