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Caderno do Professor

Aulas de
Protagonismo

Anos Finais do
Ensino Fundamental
9º ano
Realização

INSTITUTO DE CORRESPONSABILIDADE PELA EDUCAÇÃO

PRESIDENTE
Marcos Antônio Magalhães

CONSELHEIRO
Alberto Chinen

EQUIPE DE DIREÇÃO
Liane Muniz
Juliana Zimmerman
Thereza Barreto

CRÉDITOS DA PUBLICAÇÃO
Organização: Thereza Barreto
Coordenação: Johanna Faller e Solange Leal
Supervisão de Conteúdo: Thereza Barreto
Redação: Thereza Barreto
Leitura Crítica: Regina Lima
Revisão Ortográfica: : Cristiane Schmidt
Projeto Gráfico: Korá Design
Diagramação: Instituto Qualidade no Ensino

INSTITUTO DE CORRESPONSABILIDADE PELA EDUCAÇÃO


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CEP: 51010-000 | Recife, PE
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2ª Edição | 2021
© Copyright 2022 - Instituto de Corresponsabilidade pela Educação. “Todos os direitos reservados”

2 Caderno do Professor • Protagonismo • Anos finais do Ensino Fundamental • 9º ano


Caro professor!

A democracia de uma nação pode ser medida pela participação dos seus cidadãos, particular-
mente, em relação à sua atuação na comunidade. Observa-se lentamente o crescimento das
oportunidades de participação das crianças e adolescentes em suas comunidades naqueles
países aspirantes ao regime democrático, em particular onde esse regime já está consolidado.

Com o aumento da valorização dos direitos das crianças e adolescentes começamos a ver um
crescente conhecimento das suas capacidades de falarem por si próprias. Durante séculos
as especificidades e necessidades das crianças não eram reconhecidas pelos adultos, e a
literatura nos diz que foi uma longa caminhada histórica até as crianças serem percebidas em
sua plenitude, na forma de ser e estar no mundo. Porém ainda hoje, lamentavelmente, a parti-
cipação de crianças e adolescentes muitas vezes é de natureza exploradora, manipuladora ou
meramente decorativa, em diferentes graus ao redor do mundo.

Infância e adolescência são construções sociais e fatos biológicos. A maneira como são
entendidas é determinada socialmente e são sempre contextualizadas em relação ao tempo,
ao local e à cultura, e podem variar de acordo com a classe, o gênero e outras condições
socioeconômicas.

As crianças e adolescentes são atores sociais que de muitas formas podem e devem participar
da construção e determinar a própria vida, e também a vida daqueles que as cercam e das
sociedades em que vivem. Assim, devem ser compreendidas como construtores, desde seu
nascimento, do conhecimento, da cultura e da própria identidade. Para que atuem plenamente
nesses aspectos, precisam desenvolver integralmente algumas competências.

Para serem dotadas de confiança e competência e assim participarem de maneira


autêntica, a elas devem ser continuamente oferecidas condições para que se envolvam ativa-
mente e exercitem situações de tomada de decisão em diferentes níveis de temas que se refe-
rem a aspectos reais da vida. Essa participação implica, necessariamente, no desenvolvimento
de habilidades que permitam às crianças e adolescentes influenciarem, através de palavras e
atos, nos acontecimentos que afetam a sua vida e a vida de todos aqueles em relação aos quais
eles assumiram uma atitude de não-indiferença, uma atitude de valoração positiva.

Caderno do Professor • Protagonismo • Anos finais do Ensino Fundamental • 9º ano 3


É pela experiência, pela atividade e pela iniciativa que a criança aprende, e, quando adulto,
participa em níveis mais complexos da atividade humana nos seus diversos âmbitos. As
crianças têm algo a dizer e é necessário aprofundar a reflexão sobre esse processo, sobretudo
por aqueles que têm em seu poder a condição para ajudá-las a ter voz ativa, mas que, involun-
tariamente ou não, não potencializam essa condição ou mesmo banalizam o seu envolvimento.

O Ensino Fundamental tem como objetivo geral para a sua estruturação curricular a utilização
de diferentes linguagens – verbal, matemática, gráfica, plástica, corporal – como meios para
expressar e comunicar ideias, interpretar e usufruir das produções da cultura.

Assim, de acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Fundamental (1999), a


escola, em cumprimento ao seu papel primordial, deve pensar num currículo como instrumen-
tação da cidadania democrática, contemplando conteúdos e estratégias de aprendizagem que
capacitem o ser humano para a realização de atividades nos três domínios da ação humana: a
experiência subjetiva (dimensão pessoal), a vida em sociedade (dimensão social) e a atividade
produtiva (dimensão produtiva), e incorporar como diretrizes gerais e orientadoras as quatro
premissas apontadas pela UNESCO para a educação na sociedade contemporânea:

• APRENDER A CONHECER - Saberes que permitem compreender o mundo;


• APRENDER A FAZER - Desenvolvimento de habilidades e o estímulo ao
surgimento de novas aptidões;
• APRENDER A CONVIVER - Aprender a viver juntos, desenvolvendo o
conhecimento do outro e a percepção das interdependências;
• APRENDER A SER - Preparar o indivíduo para elaborar pensamentos autô-
nomos e críticos; exercitar a liberdade de pensamento, discernimento, senti-
mento e imaginação.

A partir desses princípios gerais, o currículo deve ser articulado em torno de eixos básicos
orientadores da seleção de conteúdos significativos, tendo em vista as competências e ha-
bilidades que se pretende desenvolver no Ensino Fundamental, considerando o contexto da
sociedade em constante mudança e aprovada validade e de relevância social desse currículo
para a vida do futuro do estudante que atuará no mundo que oferecerá cada vez mais e
sempre, novos desafios.

Isso exigirá que a escola ofereça a condição para que esse estudante se enxergue atuando no
mundo a partir daquilo que ele projetar para si como ser humano autônomo, solidário e com-
petente e crie as condições, espaços e oportunidades para que ele participe ativamente da vida
em seus distintos âmbitos.

O componente curricular Protagonismo foi introduzido neste Modelo na perspectiva de que


a Escola ofereça as condições para que a exploração desse currículo ocorra de forma plena e

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possa ser usufruído pelos estudantes de maneira significativa. Ao estudante devem ser ofere-
cidos espaços, condições e oportunidades para as suas aprendizagens e dentre elas, aquelas
que o possibilite envolver-se em atividades direcionadas a empreender ele próprio a realização
das suas potencialidades pessoais e sociais, atuando como fonte de iniciativa (porque atuará
e não será expectador de sua aprendizagem), liberdade (porque exercitará a capacidade de
analisar, avaliar e decidir) e compromisso (porque assumirá as responsabilidades sobre aquilo
que decide).

Cada ser humano nasce com um potencial e necessita de certas condições e de um ambiente
para se desenvolver, sobretudo onde possam expandir suas capacidades. Esse ambiente deve
oportunizar que as futuras gerações ampliem suas possibilidades e exercitem a fruição do
direito às oportunidades que lhe permitam melhor fazer uso de suas capacidades potenciais. A
forma pela qual realmente são aproveitadas essas oportunidades e quais os resultados alcan-
çados, é assunto que tem a ver com as escolhas que cada um faz ao longo de sua vida.

Todo ser humano deve ter possibilidade de escolha e não meramente chances, agora e no fu-
turo. Essas condições, no conjunto de outras, deverão contribuir para a sua formação e para o
seu projeto mais importante: o Projeto de Vida.

A adolescência é marcada pelo “segundo nascimento”. O momento em que começamos a nos


perceber como indivíduos e, não só isso, passamos a ser cobrados, no melhor dos casos por
nós mesmos, a participar de modo consciente, ativo e responsável da vida pública, seja no con-
texto mais próximo, como o entorno familiar, ou em âmbitos mais amplos.

Nenhum adolescente gosta de ser tratado como criança, pois espera ser visto e considerado
como um indivíduo capaz de pensar e agir por conta própria, de tomar decisões e seguir. Logo,
é preciso fazer jus a isso. Por aí se vê que a brincadeira de viver é séria. Que ser jovem não é ape-
nas se divertir. Sempre chega o momento de agir, de escolher e responder pelas escolhas – o
que enfim se espera de um protagonista.

São muitos os desafios. E o maior deles é a construção da identidade. Para tanto, é fundamen-
tal compreender e acompanhar o processo de construção do Projeto de Vida que neste mo-
mento acontece.

É nesse processo que por meio dos seus sonhos e ambições, o estudante será apoiado e
começará a estabelecer metas, compreendendo que para alcançá-las deverá perceber as
potências e os limites, as vontades e os desânimos, e aprender a lidar com tudo isso.

A escola é um lugar privilegiado para um primeiro exercício desse processo, sendo ela a pri-
meira etapa do ingresso das crianças e adolescentes na dimensão da vida pública onde atua-
rão como protagonistas da própria história e de transformações efetivas que impactarão diver-
sos campos de sua própria vida e de outros.

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Esse exercício, praticado por muitos no âmbito da escola, não se constitui tarefa fácil, mas é
uma tarefa possível e nos chama a todos ao compromisso inadiável de acolhermos os es-
tudantes que diante de nós se apresentam, cheios de sonhos, expectativas e desejos, e que
carecem do nosso trabalho dedicado para se tornarem planos.

As orientações aqui apresentadas fazem parte do processo de implantação das inovações em


conteúdo, método e gestão da Escola da Escolha nos Anos Finais do Ensino Fundamental.

O Protagonismo é uma das inovações e compõe a parte diversificada do currículo. Ele é o


exercício genuíno de participação ativa e autêntica dos adolescentes, apoiados pelos seus
professores e tem base na filosofia da Pedagogia da Presença, no olhar atento ao desenvolvi-
mento acadêmico, pessoal e social que cada estudante merece ter dos professores de uma
escola pensada para apoiá-lo na construção do seu Projeto de Vida.

Este material é constituído por um conjunto de aulas com foco no desenvolvimento de compe-
tências e habilidades para a formação do jovem protagonista. As aulas trazem temáticas que
exploram os seguintes elementos:

• Identidade protagonista
• Comportamento pró-social
• Função Executiva

6 Caderno do Professor • Protagonismo • Anos finais do Ensino Fundamental • 9º ano


Aulas de Protagonismo – O que você precisa
saber

Os autores envolvidos no processo educativo das aulas


não são apenas os estudantes.
Como as aulas abordam temáticas interdisciplinares e que se tornam significativas a partir
das relações com o contexto real da vida dos estudantes, toda a equipe escolar prospera
quando entende as possibilidades de trabalho junto a você, professor, e aos estudantes,
atuando na consolidação dos conhecimentos existentes nessas relações, que vão muito
além do que é estimulado em sala de aula. Portanto, é esperado que você, professor, ope-
re junto a sua equipe escolar nessa dimensão educativa, para que todos, não apenas os
estudantes sejam envolvidos em ações educativas e práticas que estimulem ainda mais a
participação, solidariedade e autonomia no ambiente escolar.

O Caderno está organizado em 62 aulas distribuídas


ao longo dos 4 anos do Ensino Fundamental.
As aulas não obedecem rigorosamente à distribuição de tempo do horário escolar, ou seja,
podem se estender para além do tempo de 50 minutos determinado por aula. Há também
uma indicação de duração de cada atividade, contudo, serve apenas como parâmetro para
planejamento do professor.

Para que você possa planejar e flexibilizar o tempo das aulas a partir das necessidades da
sua turma consulte o GPS1 das aulas que se encontra ao final da introdução deste Caderno.
Lá você encontrará o número mínimo de tempos previstos por aulas.

1 GPS (Sistema de Posicionamento Global traduzido do Inglês global positioning system) é um sistema
de radionavegação por satélite que permite determinar a posição, velocidade e o fuso horário dos
utilizadores em terra, mar e aerotransportados 24 horas por dia, em todas as condições climatéricas
e em qualquer parte do mundo.

Caderno do Professor • Protagonismo • Anos finais do Ensino Fundamental • 9º ano 7


As aulas possuem uma ordem de ensino que precisa
ser seguida.
A ordem a ser seguida por você ao desenvolver as aulas deve respeitar o seguinte itinerá-
rio formativo: identidade protagonista, participação social, atuação protagonista e suas
competências e ação protagonista transformadora

Durante e após as aulas os estudantes são avaliados.


A ordem a ser seguida por você ao desenvolver as aulas deve respeitar o seguinte itinerário
formativo: identidade protagonista, participação social, atuação protagonista e suas com-
petências e ação protagonista transformadora.

O conjunto de aulas está estruturado com focos


diferentes entre os anos do Ensino Fundamental.
Nos 6º e 7º anos, são apresentados os fundamentos sobre a atuação protagonista como
elemento de transformação social e liderança. Nesta etapa são introduzidos os primeiros
exercícios de protagonismo por meio da Liderança de Turma e Acolhimento Diário. É também
vivenciada a constituição de um Clube de Protagonismo como sendo uma das formas mais
frequentes de atuação protagonista dos estudantes no âmbito da escola.

Nos 8º e 9º anos, aumenta-se gradualmente a complexidade dos temas explorados. As


competências e habilidades produtivas ganham mais presença e o seu exercício leva os
estudantes a atuarem de maneira mais evidente em outros âmbitos que não apenas nos
Clubes de Protagonismo concebidos na escola. É quando as aulas de Protagonismo são espe-
cíficas para as demandas e vivências dos estudantes na constituição de seus projetos e organi-
zações sociais, e você, professor, precisa estar preparado para orientá-los. Por este motivo, as
aulas são essencialmente voltadas para a vivência prática.

Ao final do 9º ano espera-se que os estudantes tenham explorado temas que estimulem o com-
promisso com a transformação da sociedade a partir da sua própria participação.

8 Caderno do Professor • Protagonismo • Anos finais do Ensino Fundamental • 9º ano


As aulas devem ser conduzidas pelo professor na
consideração que:
• A participação ativa é essencial ao desenvolvimento do protagonismo;
• O trabalho em grupo é a metodologia mais utilizada e deve favorecer o exercício
do diálogo e escuta atenta;
• Além da capacidade de síntese e análise de situações, o mais importante
é estimular o comprometimento social fundamentado na própria criação
dos clubes.

Ao final do Ensino Fundamental, espera-se que os


estudantes sejam capazes de:
• Criar novas perspectivas de futuro;
• Ressignificar suas ações e formas de estar no mundo;
• Buscar a transformação social por meio do comprometimento pessoal;
• Exercer uma atuação cidadã;
• Adaptar-se às mudanças e solucionar problemas;
• Planejar, organizar e empreender projetos de acordo com os interesses e ne-
cessidades coletivas.

A nossa equipe estará sempre à disposição para mais esclarecimentos sobre este material.
Assim, não hesite em solicitar da Equipe de Implantação do Programa de Educação Integral
da Secretaria de Educação do seu Estado o esclarecimento de eventuais dúvidas e, por
meio desse fluxo de comunicação, nos acionar para apoiá-los.

Contamos com a sua dedicação e estudo para o uso desse Caderno de Aulas.

Bom trabalho!

Caderno do Professor • Protagonismo • Anos finais do Ensino Fundamental • 9º ano 9


ESTRUTURA DAS AULAS DE PROTAGONISMO - 9º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

OUTRAS
NÚMEROS
HABILIDADES HABILIDADES
NÚCLEO COMPE- DE
OBJETIVOS1 e FORÇAS CAPACIDADE5 AULAS VALORES6 SOCIOEMO-
FORMATIVO2 TÊNCIAS3 TEMPOS
PESSOAIS4 CIONAIS e
PREVISTOS
VALORES7

O mundo se Resolutividade
Foco
organiza, co-
Capacidade de Objetividade Coragem 2
meçando pelas
compreender a Vigor
formigas. Entusiasmo
atuação de um
empreendedor 3XXW: um Curiosidade
social. decodificador de Gestão da
1
possibilidades informação e
protagonistas. dados
Oba! Eu sei Determinação
gerar capital
Capacidade de Inteligência
social: confian- 1
compreender a social
ça, respeito e
importância do
conhecimento.
planejamento
para estruturação
Vamos lá, inco- Compaixão
de um projeto Inteligência
mode-se, mude
social. social
o mundo! Felicidade

Atitude ONG? Que tal


Formação empreende- uma organiza-
Função
do ser Produtiva dora ção de gente
executiva
protagonista que faz? Onde
tem problema
Capacidade de
deve haver
sistematizar o
solução. A serem
conhecimento
a serviço da socie-
trabalhas
dade
E se os duendes ao longo
Determinação Coragem
de Gringotes fi- dos 2º, 3º
zessem parte da e 4º bi-
organização de mestres
gente que faz?

Nada acontece
Capacidade de antes de um
aplicar o conheci- sonho. De volta
mento adquirido à Missão.
para atuar de Definindo os
maneira protago- objetivos e as Justiça
nista a serviço da metas de uma Determinação
sociedade. organização de Prudência
gente que faz.

10 Caderno do Professor • Protagonismo • Anos finais do Ensino Fundamental • 9º ano


ESTRUTURA DAS AULAS DE PROTAGONISMO - 9º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

OUTRAS
NÚMEROS
NÚCLEO HABILIDADES HABILIDADES
COMPE- DE
OBJETIVOS1 FORMATI- e FORÇAS CAPACIDADE5 AULAS VALORES6 SOCIOEMO-
TÊNCIAS3 TEMPOS
VO2 PESSOAIS4 CIONAIS e
PREVISTOS
VALORES7

Definindo as
estratégias e as Gerenciamento
funções de uma e aplicação de
organização de informações
gente que faz
Planejamento
financeiro
não é coisa de
economista!
Humildade
Organização de
gente que faz e
Determinação
Projeto de Vida A serem
precisam dele. trabalhas
Capacidade de Parceiros, ao longo
aplicar o conheci- bem-vindos! O dos 2º,
Formação Atitude em- mento adquirido diálogo com os 3º e 4º
Função preendedora
do ser Produtiva para atuar de que não estão bimestres.
executiva
protagonista maneira protago- na organização
nista a serviço da de gente que faz
sociedade. mas se interes-
Gratidão
sam pelo que ela
Coragem
faz.
Estamos
crescendo e
influenciando
Empatia
positivamente
todos que nos
cercam.
A serem
Start da ONG - Gerenciamento trabalhas
Organização de Produtiva e aplicação de ao longo
Gente que Faz. informações do 4º
bimestre

1. O que se espera como produto; 2. Eixos que indicam o percurso formativo para realizar o objetivo; 3. Como o conhecimento
adquirido se aplica às atividades humanas; 4. O conteúdo da competência; 5. Desdobramento das habilidades em objetivos
específicos; 6. Qualidades e convicções desejadas e valiosas que direcionam as atitudes; 7. Outras habilidades socioemocionais
e valores presentes nesta aula.

Caderno do Professor • Protagonismo • Anos finais do Ensino Fundamental • 9º ano 11


12 Caderno do Professor • Protagonismo • Anos finais do Ensino Fundamental • 9º ano
A Parte Que Vem Antes

Aula 50: O mundo se organiza, começando pelas formigas 15

Aula 51: 3XXW: um decodificador de possibilidades protagonistas 23

Aula 52: Oba! Eu sei gerar capital social: confiança, respeito e conhecimento 30

Aula 53: Vamos lá, incomode-se, mude o mundo! 35

Aula 54: ONG? Que tal uma organização de gente que faz? Onde tem problema deve
haver solução 41

Aula 55: E se os duendes de Gringotes fizessem parte da organização de gente que faz? 47

Aula 56: Nada acontece antes de um sonho. De volta à missão 54

Aula 57: Definindo os objetivos e as metas de uma organização de gente que faz 59

Aula 58: Definindo as estratégias e as funções de uma organização de gente que faz 66

Aula 59: Planejamento financeiro não é coisa de economista! Organização de gente


que faz e Projeto de Vida precisam dele 71

Aula 60: Parceiros, bem-vindos! O diálogo com os que não estão na organização de
gente que faz, mas se interessam pelo que ela faz 77

Aula 61: Estamos crescendo e influenciando positivamente todos que nos cercam 84

Aula 62: Start da ONG – Organização de Gente que Faz 91

Caderno do Professor • Protagonismo • Anos finais do Ensino Fundamental • 9º ano 13


Aula 50
O mundo se organiza, começando pelas formigas

Partindo do conhecimento que os estudantes vêm construindo sobre o funcionamento de


uma ONG, o conteúdo desta aula se restringe a apresentar como é feita a gestão/adminis-
tração de uma ONG, mesmo que, em linhas gerais, as ONGs visitadas pelos estudantes na
aula anterior, Os times que não são de futebol, não tenham estrutura administrativa orga-
nizada para servirem de exemplo.

Esta aula é, portanto, uma oportunidade para os estudantes compreenderem a estrutura


organizacional de uma ONG do ponto de vista das exigências e responsabilidade frente às
comunidades em que atuam. É preciso saber que não basta ter boas ideias, defender uma
causa e/ou querer empreender, para ter sucesso. Ter compromisso com um gerenciamen-
to eficiente e eficaz é fundamental.

Esta aula também funciona como base para que os estudantes possam aprender a gerenciar
uma ONG, tendo em vista que esse desafio será proposto nas próximas aulas.

Caderno do Professor • Protagonismo • Anos finais do Ensino Fundamental • 9º ano 15


Para saber mais
Ser empreendedor: uma herança genética?
Hoje é consensual que não se nasce empreendedor. O que é certo é a
herança de algumas características que ajudam nessa questão desde cedo,
o que pode surgir muito precocemente (durante a infância e adolescência).
As características mais presentes nas pessoas empreendedoras são as
habilidades de liderança, criatividade e competitividade. Contudo, está ao
alcance de qualquer pessoa ser um empreendedor.

Objetivo Geral
• Conhecer como se faz a gestão ou administração de uma ONG.

Roteiro

ATIVIDADES PREVISÃO DE
DESCRIÇÃO
PREVISTAS DURAÇÃO

Atividade:
Elaboração de planilha com informações sobre a
Quem cuida e 45 minutos
gestão ou organização administrativa da ONG.
faz o quê?

Avaliação. Observação do professor. 5 minutos

16 Caderno do Professor • Protagonismo • Anos finais do Ensino Fundamental • 9º ano


Orientações para as atividades

ATIVIDADE: QUEM CUIDA E FAZ O QUÊ?

Objetivo

• Identificar nas informações que possuem sobre a ONG pesquisada, a organi-


zação administrativa ou de gestão que uma ONG possui.

Desenvolvimento

Desde a aula É do terceiro setor, mas nós cuidamos de quê mesmo? os estudantes vêm
aprendendo sobre a estrutura e organização de uma ONG. Assim, dando continuidade a
esse processo, nesta atividade os estudantes aprenderão como se realiza a gestão de uma
ONG. Para isso, o professor deve retomar os pontos sobre as atribuições e funções dos seus
responsáveis, pois, por meio dessa retomada, será possível chegar aos fundadores da ONG,
pessoas que compõem a sua estrutura de gestão ou administrativa e, assim, entender
sobre o seu funcionamento.

Fazendo uso da planilha de informações gerais construída pelos estudantes na aula É do


terceiro setor, mas nós cuidamos de quê mesmo? o professor deve, em Roda de Conversa,
estimular os estudantes a fazerem as seguintes correlações:

1. a composição básica da ONG - retomar as informações colhidas pelos


estudantes durante a ida à ONG para saber, dentre os seus responsáveis,
quais são as pessoas fundadoras, colaboradoras, diretor, conselheiro fiscal
da ONG, tendo em vista que elas fazem parte da composição básica da ges-
tão da ONG;
2. funções e atribuições dos fundadores da ONG - é importante ajudar os
estudantes a entenderem que existe uma relação entre a composição bási-
ca da ONG, com as atribuições e funções dos fundadores da ONG e mem-
bros, com a dinâmica geral de funcionamento da ONG. Geralmente, as
ONGs são gerenciadas por um(a) presidente e um(a) vice, além de um(a)
secretário(a). As decisões, por exemplo, são deliberadas de acordo com o po-
der de atuação desses membros. No caso de uma diretoria, é de sua res-
ponsabilidade aprovar modificações no Estatuto da ONG e firmar parcerias;
3. a atuação das ONGs - retomar as informações que os estudantes pos-
suem sobre as ações desenvolvidas pela ONG para discutir com eles o seu
funcionamento. Esse ponto é importante para que os estudantes come-
cem a compreender a razão das ações da ONG e como seus fundadores se
mobilizam para alcançar a sua visão de futuro;
4. beneficiários da ONG - as ações desenvolvidas pela ONG têm uma

Caderno do Professor • Protagonismo • Anos finais do Ensino Fundamental • 9º ano 17


relação com os projetos e seus beneficiários. Isso inclui uma gestão que
faça o levantamento dos beneficiários, se for o caso, frequência, um
cronograma de atividades e controle de gastos e receitas, assim como um
acompanhamento dos resultados. Para isso, o professor deve perguntar
aos estudantes como eles acham que cada ONG acompanha tudo o que faz,
de onde acham que vem a matéria-prima/objetos/recursos e se mantém a
estrutura física de cada ONG, assim como perguntar aos estudantes se eles
visualizaram a existência de espaços específicos da ONG (salas do(a) dire-
tor(a) ou secretário(a)), de móveis e/ou objetos (arquivos, pastas, mate-
riais) que demonstram, minimante, como é a sua organização administra-
tiva. Todos esses pontos ajudam o professor a explicar sobre a importância
de uma gestão, mesmo que os estudantes não tenham feito as correlações
necessárias sobre este ponto durante a visita à ONG. É importante que sai-
bam que toda ONG tem, minimamente, que cumprir semelhantes exigên-
cias.

Na Roda de Conversa, o professor deve fazer a mediação das falas dos estudantes sobre as
informações que têm, direcionando-as para a estrutura de gestão e funcionamento que as
ONGs possuem. À medida que forem apresentando as informações, o professor deve es-
crevê-las no quadro da sala de aula formando uma imensa planilha, organizada sobre cada
ONG. É importante que os estudantes também tomem nota da planilha em seus cader-
nos. Será por meio da retomada dessas informações que os estudantes consolidarão o que
aprenderam e iniciarão os primeiros passos para a estruturação de uma ONG na próxima
aula 3XXW: Um decodificador de possibilidades protagonistas.

Avaliação

Observar a percepção e conhecimento dos estudantes sobre como é feita a gerência da


ONG e quais as relações, se eles são capazes de fazer esse contraponto com as informa-
ções que possuem sobre a ONG visitada/pesquisada.

Assim, é importante se certificar se os estudantes identificam a equipe de gestão ou admi-


nistrativa da ONG de acordo com as funções e atribuições dos seus fundadores/responsá-
veis. Quanto mais relações os estudantes fizerem sobre o que cada uma dessas pessoas
faz, mais fácil será entender sua estrutura administrativa e dinâmica de funcionamento.

Sobre as ações da ONG, observar como os estudantes, por meio da mediação do professor,
conseguem relacioná-las com a visão de futuro que cada ONG possui. A título de exemplo,
será que os estudantes conseguem explicar porque cada ONG atua de forma diferente?

Por último, verificar se, nas discussões sobre gastos, observaram quem são as pessoas
beneficiadas e como é a manutenção da estrutura física, ou seja, se os estudantes com-
preendem que existem pessoas para controlar tudo isso e que cada ONG realiza controles
semelhantes, mesmo que atuem em áreas diferentes.

18 Caderno do Professor • Protagonismo • Anos finais do Ensino Fundamental • 9º ano


Texto de apoio ao professor

DE UMA BOA IDEIA AO DESAFIO DE GERENCIAR E MANTER UMA ONG2

Guilherme Guerra

“É preciso ter planejamento para conciliar as causas sociais com a necessidade de cuidar
dos recursos de uma instituição”.

Beatriz Martins descobriu que queria ajudar crianças – e isso quando ela própria tinha seis
anos. Enquanto Amanda Novais, apaixonada por animais, leva cuidados a gatos de rua de
São Paulo. Em comum, as duas têm mais que a clareza das causas que escolheram
defender. Ambas criaram projetos aos quais dedicam tempo e recursos próprios, além das
doações que recebem.

Com 18 anos, Beatriz ainda conta com alguns meses pela frente para decidir se vai cursar
relações públicas ou jornalismo. Mas tem uma certeza: quer que a graduação ajude a
aprimorar o trabalho da organização que montou Olhar de Bia. “A minha história e a da
ONG são a mesma”, justifica. E não é exagero.

A iniciativa surgiu em 2006, quando Bia resolveu juntar balas para distribuir a meninos e
meninas carentes de Guarulhos, onde mora. Com o incentivo da família, seguiu em frente.
No Natal daquele ano, reuniu parentes e vizinhos para entregar alimentos e brinquedos
para mais de 10 mil crianças! Ação que se repetiu na Páscoa seguinte, com mais de 2 mil
pessoas beneficiadas.

As duas Bias (física e jurídica) cresceram juntas, bem como os desafios para manter a
ONG. No sufoco para seguir com o projeto, a família dela já deixou de pagar as contas de
luz e de água para manter o trabalho nos trilhos. “Todas as dificuldades que passamos ser-
viram para formar meu caráter”, diz a jovem. Hoje, a organização se sustenta sozinha, com
apoio das empresas GP Result e Vegus Construtora, e com doações recebidas pelo site da
Olhar de Bia.

Algo que ainda é uma batalha para a estudante de veterinária Amanda Novais, de 20 anos.
Ela é uma das fundadoras do projeto voluntário Castralinos, criado em março de 2018 para
castrar gatos abandonados e diminuir a população dos animais nas ruas. E os custos são

2 GUERRA, Guilherme. De uma boa ideia ao desafio de gerenciar e manter uma ONG. Disponível em:
<www.icebrasil.org.br/surl/?b8994d>. Acesso em dezembro de 2018

Caderno do Professor • Protagonismo • Anos finais do Ensino Fundamental • 9º ano 19


altos: é preciso ter comida, carro com gasolina e veterinário profissional para realizar a ci-
rurgia, além de gatoeira e caixa de transporte para os animais.

“A gente só consegue fazer isso com o dinheiro vindo de doações e rifas”, diz Amanda. Mas
o valor levantado muitas vezes não é suficiente. Ela e as duas outras fundadoras do Castra-
linos tiram do próprio bolso para fazer as castrações, com preço fechado de R$ 70 por gato.
As dívidas já se acumulam.

“Chegamos a dever R$ 4 mil à clínica veterinária”, conta, referindo-se ao valor acumulado


no período de maio a julho de 2018.

De acordo com a diretora-executiva da Associação Brasileira de Organizações Não Gover-


namentais (Abong), Adriana Ramos, arcar com os custos para manter um projeto ou uma
ONG é justamente a parte mais difícil. O registro, em si, não é complicado: basta ter mais de
18 anos e registrar a entidade em um cartório.

Mas quem cria a organização deve ter muito clara a sua missão e o compromisso com a so-
ciedade civil. E também buscar legitimidade pública, algo que pode ajudar em uma possível
vaquinha on-line para angariar financiamento, por exemplo. “Para trabalhar em uma ONG,
é preciso estar realmente muito associado a uma motivação e ao compromisso social”, afir-
ma Adriana, que também é coordenadora do Instituto Socioambiental (ISA).

O início requer perseverança. Organizações novatas precisam continuar vivas até comple-
tarem dois anos. Segundo Adriana, essa é a idade mágica para que a entidade consiga ser
considerada pela maior parte dos editais para obtenção de recursos, vindos em boa parte
de instituições privadas estrangeiras. “Muita gente acha que ONG dá dinheiro e é fácil de
manter. Não é verdade”, afirma a diretora da Abong. “É custoso o processo de captação de
recursos.”

De grão em grão

“Os jovens são mais preocupados com uma causa e mais propensos ao trabalho voluntário
em relação às gerações anteriores”, afirma a coordenadora de comunicação do Instituto
para o Desenvolvimento do Investimento Social (Idis), Andrea Wolffenbüttel. E, de acordo
com ela, são os jovens de 18 a 24 anos que mais fazem doações em dinheiro, ainda que se
trate de uma faixa etária sem muitos recursos financeiros.

Nos últimos 12 meses, 39% desses jovens patrocinaram uma causa ante 23% das pessoas
com mais de 55 anos, segundo o estudo Country Giving Report, elaborado pelo Idis com a
Charities Aid Foundation (CAF), entre 2016 e 2017. O estudo também aponta que 41% dos
jovens nessa faixa etária fizeram trabalho voluntário nas últimas quatro semanas, contra
25% daqueles com mais de 55.

20 Caderno do Professor • Protagonismo • Anos finais do Ensino Fundamental • 9º ano


“O que é interessante nessa geração é essa noção de causa e que eles podem fazer a
diferença. Existe muito empenho individual”, afirma a coordenadora de Comunicação do
Idis. Entre eles, as causas mais incentivadas são em defesa dos direitos humanos, do meio
ambiente e de combate à pobreza e ao desemprego.

São pessoas como a estudante Júlia Calçade, de 23, que todo mês doa para a ONG Action
Aid R$ 52 dos R$ 400 da bolsa que recebe da Universidade de São Paulo. A universitária
não pensa em parar de contribuir. “Eu me planejo bem e, se precisar, corto outras
coisas”, conta.

Esporadicamente, Júlia também contribui com a Associação Bezerra de Menezes. E se pu-


desse, contribuiria muito mais vezes com outros projetos e não só financeiramente. “Sem-
pre que posso gosto de ajudar. Faz parte da minha personalidade.”

Na estante

VALE A PENA LER

Livro: Empreendedorismo para jovens Autora:


Autores: Jerônimo Mendes e Iussef Zaiden Filho
Editora: Atlas Editora
Ano: 2012
Número de páginas: 160
Esse livro é indicado para o professor apoiar os estudantes no desenvolvi-
mento do espírito empreendedor. O livro apresenta ferramentas práticas,
exemplos reais e exercícios que permitem aos jovens ter uma visão prática de como
transformar suas ideias em um plano de negócios, destaca suas vantagens competitivas,
como lidar com o mercado e definir suas estratégias.3

3 Disponível em: <www.icebrasil.org.br/surl/?a5fa8e>.

Caderno do Professor • Protagonismo • Anos finais do Ensino Fundamental • 9º ano 21


VALE A PENA LER

Livro: Brincadores de sonhos


Autor: Jacinto Jardim
Editora: Theya
Ano: 2016
Número de páginas: 126
A importância do empreendedorismo é bastante notória na sociedade
atual. Daí o imperativo de uma educação que estimule a inovação e a
criatividade nas gerações mais jovens. Tendo isso em vista, A Universidade de Aveiro, a Uni-
versidade Aberta e o Instituto Europeu de Ciências da Cultura Padre Manuel Antunes apre-
sentam este roteiro infanto-juvenil ilustrado, Brincadores de Sonhos, com dez soft skills que
constituem os pilares de uma cultura empreendedora.
Na viagem pelo Castelo dos Sonhos, o Dragão Botafogo partilha as suas experiências e
competências com um grupo de amigos e faz uma visita guiada a todos os que quiserem
sonhar na sua companhia. O fascínio do Programa Brincadores de Sonhos encontra-se na
promoção de uma cultura empreendedora, estimulando de um modo evidente a capacidade
de sonhar das gerações mais jovens.

Referência Iconográfica:
Disponível em: <www.icebrasil.org.br/surl/?427f4e>. Acesso em dezembro de 2021.

Disponível em: <www.icebrasil.org.br/surl/?2b1051>. Acesso em dezembro de 2021.

Disponível em: <www.icebrasil.org.br/surl/?f8da53>. Acesso em dezembro de 2021.

22 Caderno do Professor • Protagonismo • Anos finais do Ensino Fundamental • 9º ano


Aula 51
3XXW: um decodificador de possibilidades
protagonistas

A trajetória protagonista foi iniciada desde as aulas do 6º ano, quando os estudantes se


tornaram sujeitos de cada ação executada em seus Clubes e comunidades. Assim, dando
continuidade a essa atuação, espera-se que o “decodificador de possibilidades protagonis-
tas” traduza todo o entusiasmo dos estudantes diante das soluções encontradas para as
problemáticas de suas comunidades na criação coletiva de uma ONG.

Considerando que a proposta de criar a ONG é uma forma também de compartilhar saberes
e consolidar a consciência coletiva e de pertencimento dos estudantes nas suas comunida-
des, antes disso, será feita uma retomada das experiências de atuação dos estudantes.

Objetivo Geral
• Aprender sobre os passos necessários para a criação de uma ONG.

Caderno do Professor • Protagonismo • Anos finais do Ensino Fundamental • 9º ano 23


Roteiro

ATIVIDADES PREVISÃO
DESCRIÇÃO
PREVISTAS DE DURAÇÃO

Atividade: Criação de um “Espaço Aberto” para comparti-


45 minutos
Tudo o que sei. lhamento das experiências e conhecimento.

Avaliação. Observação do professor. 5 minutos

Orientações para as atividades

ATIVIDADE: TUDO O QUE SEI

Objetivo

• Apresentação do passo a passo para estruturação de uma ONG.

Desenvolvimento

Para seguir os primeiros passos na construção de uma ONG é preciso retomar as


experiências dos estudantes ao longo das aulas. Isso proporcionará sentido ao documento
de construção da ONG e um olhar ampliado dos estudantes para novas possibilidades de
atuação nessa perspectiva. Para isso, será proposta, mais uma vez, a criação de um
“Espaço Aberto” como o primeiro passo na mobilização dos estudantes.

A atividade é, portanto, uma maneira de favorecer a interação dos estudantes, de ge-


rar novos esquemas de conhecimento, de identidades e sentidos de pertencimento; assim
como meio para o alinhamento de perspectivas diversas e complementares sobre a ONG
que os estudantes precisam criar.

Dessa forma, o mais importante nesta aula é proporcionar um ambiente de trocas entre os
estudantes, que devem ser mediadas pelos seguintes temas estratégicos: forma eficiente de
promover mudanças; como criar uma ONG; valores, visão e missão da ONG; planejamento,
avaliação e gerenciamento da ONG; autonomia e participação da comunidade; parceria e
financiadores da ONG. Sobre os temas propostos, é importante que o professor perceba

24 Caderno do Professor • Protagonismo • Anos finais do Ensino Fundamental • 9º ano


que as informações entre eles são complementares e não se esgotam nesta atividade, pois
serão aprofundados no decorrer das próximas aulas. Dessa forma, cabe ao professor esti-
mular os estudantes a discutirem os temas de acordo com as suas experiências e capaci-
dade de estabelecer correlações entre o que sabem, e isso é mais importante.

Organizados em grupos, os estudantes devem discutir um dos temas estratégicos para que
possam definir que tipo de ONG pretendem criar na aula: ONG? Que tal uma Organização de
Gente que faz! Onde tem problema deve haver solução.

Abaixo seguem orientações para o professor mediar as discussões dos estudantes


em grupo:

• Grupo 1 - Forma eficiente de promover mudanças - a principal discussão


a ser realizada pelos estudantes desse grupo é sobre montar uma ONG como
sendo uma forma eficaz de promover mudanças, ajudar a mediar conflitos
ou a encontrar soluções para problemas comuns da sociedade. Para isso, os
estudantes devem retomar os registros sobre as ONGs que visitaram e as
anotações que fizeram nos cadernos de boas práticas (na aula: O cesto dos
sentidos: dos dados e das decisões) com o intuito de fomentar as discus-
sões. São válidas discussões sobre a área e escopo de atuação das ONGs,
bem como ações desenvolvidas pelos estudantes em suas comunidades,
desde a atuação em seus Clubes;
• Grupo 2 - Como criar uma ONG - o grupo desse tema deve direcionar as
suas discussões sobre os tipos de suportes necessários para montar uma
ONG, como: voluntários, pessoas que forneçam recursos e defensores que
acreditam nos esforços da ONG, por exemplo. Os estudantes devem trocar
informações também sobre o planejamento necessário. Vale lembrar que,
como foi discutido em aulas anteriores, para criar uma ONG é preciso muito
mais que paixão pela comunidade ou causa social;
• Grupo 3 - Valores, visão e missão da ONG - assim como todas as temáticas
discutidas anteriormente, esta será retomada de forma profunda numa aula espe-
cífica. Assim, mais do que discutir esse tema em grupo a partir dos exemplos
das ONGs visitadas e vivências nos Clubes, os estudantes são responsáveis
por criar uma base de orientações necessárias para abordagem desse pon-
to durante a criação da ONG na aula: E se os duendes de Gringotes fizessem
parte da Organização de Gente que Faz? Portanto, cabe a esse grupo pensar
na importância da Missão e visão para uma ONG. Vale ressaltar que uma mis-
são e visão mal definida faz com que uma ONG fique sem foco e direção. É a
missão e visão que definem o “tom” do trabalho a ser desenvolvido pela ONG;

Caderno do Professor • Protagonismo • Anos finais do Ensino Fundamental • 9º ano 25


• Grupo 4 - Planejamento, avaliação e gerenciamento da ONG - os es-
tudantes devem retomar pontos que acharam interessante sobre este tema
na aula: O mundo se organiza começando pelas formigas. E os registros
realizados na aula: O cesto dos sentidos, dos dados e das soluções, quando
analisaram as ações e estratégias adotadas pelos Clubes para tomar novas
decisões e resolver problemas com a aplicação do PDCA. Além disso, os
estudantes devem discutir como uma gestão pode organizar o trabalho,
responder às necessidades e desafios de uma ONG;
• Grupo 5 - Autonomia e participação da comunidade - os estudantes devem
discutir formas conhecidas sobre autonomia e participação da comunidade
nas ONGs que visitaram. Além disso, devem relembrar as experiências vi-
vidas nas Exposições que realizaram para a comunidade durante as aulas:
Protagonismo ganha o mundo; O que é que eu tenho a ver com isso? Contigo?
E nós com isso?, quando estabeleceram relações entre o que é pertencer à
comunidade e como qualificar esse pertencimento;
• Grupo 6 - Parcerias e financiadores da ONG - assim como as parcerias
firmadas nos Clubes, as parcerias da ONG também podem ser baseadas
numa gama de partes interessadas – associações comerciais e profis-
sionais, organizações de doadores, instituições religiosas, coalizões e grupos
informais da comunidade que permitem à ONG ter sucesso. As partes inte-
ressadas oferecem recursos à ONG, que não precisa se resumir apenas ao
apoio financeiro, mas à prestação de um serviço voluntário, por exemplo. As
discussões dos estudantes devem perpassar, portanto, a necessidade da
ONG de buscar uma ampla variedade de fontes de fundos, incluindo fundações,
empresas, governos e pessoas. Cabe ao professor mediar a discussão dos
estudantes para que, além de fazer essas relações, os estudantes possam
trazer suas próprias experiências com os Clubes também. Neste caso, são
pertinentes perguntas, como: Será que algum Clube criou um comitê de
arrecadação de fundos? Quanto tempo o Clube levou até conseguir uma
parceria? Quando e como um Clube entrou numa nova parceria? Essas perguntas
são alguns exemplos de experiências que os estudantes podem trazer para
aumentar o conhecimento do grupo sobre o que está sendo discutido.
Para cada grupo temático deve ser entregue um papel pardo ou similar e canetas hidrográ-
ficas coloridas para que possam pontuar as questões de maior relevância sobre os temas
discutidos. É importante destacar que essas anotações são “o motor” para início da próxima
aula: Oba! Eu sei gerar capital social: confiança, respeito e conhecimento. Por este motivo, cabe
ao educador avisar aos estudantes que as anotações devem marcar não apenas experiências,
mas caminhos e possibilidades de atuações. A socialização das anotações, portanto, ocorre
no próximo encontro. A atividade se consolida com o encerramento das trocas entre os
estudantes de cada grupo temático e com as anotações do que validaram nessa perspectiva.

26 Caderno do Professor • Protagonismo • Anos finais do Ensino Fundamental • 9º ano


Avaliação

Observar se durante o “Espaço Aberto” os estudantes trocaram informações e experiências


sobre suas vivências em relação ao tema que foi proposto para o seu grupo. É importante
destacar que a troca entre os estudantes é apenas o primeiro movimento para a construção
da ONG. Assim sendo, nesta aula, cabe ao professor perceber a capacidade dos estudantes
em relacionar os temas propostos com suas experiências desde os Clubes até agora. Isso
porque a atividade favorece a consolidação do conhecimento e, assim, é esperado que du-
rante as discussões eles percebam o quanto sabem sobre o conteúdo da aula.

A objetividade na abordagem do tema em grupo é outro ponto importante a observar, pois


é exigido ao final da atividade o registro das informações mais relevantes sobre o que foi
discutido. Dessa forma, cabe ao professor também verificar se todos os grupos concluíram
essa etapa final da atividade.

Durante as discussões em grupo, o professor deve observar a participação dos estudantes,


identificando quem está liderando as discussões junto ao grupo e registrando as informações,
tendo em vista o que a atividade demanda. Nesse sentido, fatores como divisão de tarefas,
gerenciamento do tempo e informações são fatores que precisam ser acompanhados pelo
professor durante toda a atividade. Além disso, atitudes como respeito, tolerância e
cooperação, atenção ao que está sendo discutido, qualidade na exposição de ideias e
argumentos (consistência dos conteúdos, argumentação, clareza e precisão conceitual)
são pontos que o professor deve observar para avaliar a participação.

Espera-se que, além de trocarem experiências, os estudantes tenham melhorado suas


habilidades de pensamento crítico e argumentação. O professor percebe isso quando os
estudantes sabem eleger, estruturar e dialogar sobre as informações pertinentes ao tema
abordado por seu grupo ou quando fazem conexões lógicas entre suas experiências e o
tema abordado, bem como, se foi aumentado o conhecimento sobre organização e as
possibilidades de atuação de uma ONG. Isso se torna perceptível quando os estudantes
levantam questões novas ou trazem uma nova perspectiva ao que aprenderam sobre uma ONG.

Caderno do Professor • Protagonismo • Anos finais do Ensino Fundamental • 9º ano 27


Na estante

VALE A PENA LER

Livro: Trem bala


Autora: Ana Vilela
Editora: Editora Voo
Ano: 2017
Número de páginas: 62
Este livro recebe apoio da Fundação Playing For Change Brasil, parceira da
Editora Voo. A fundação atende crianças no contraturno escolar, ofere-
cendo aulas de música, canto, violão, percussão, inglês e educação ambiental. Na America
Latina é a única Fundação nesse formato. A cada livro Trem Bala vendido, a Fundação gera
uma contribuição para a escola que possui na comunidade do Cajuru, em Curitiba, onde
viabiliza aula de música.

O livro é da cantora Ana Vilela, que transformou os versos da música Trem bala em um
livro-presente, cheio de ilustrações.

VALE A PENA ASSISTIR

Filme: Quando tudo começa


Direção: Bertrand Tavernier
País de origem: França
Ano: 1999
Duração: 105 minutos
A trama focaliza a história do professor Daniel Lefebvre (Philippe Torreton), que
ensina crianças em Hernaing, uma pequena cidade que sofre com o fechamento das minas
de carvão e enfrenta uma taxa alarmante de 34% de desemprego. Daniel e os outros profes-
sores são aconselhados a não se envolver com os problemas crônicos da comunidade, mas é
impossível para Daniel permanecer imune à miséria, à falta de assistentes sociais, à indife-
rença do governo e aos sérios problemas domésticos que suas crianças enfrentam.

28 Caderno do Professor • Protagonismo • Anos finais do Ensino Fundamental • 9º ano


Depois de um trágico incidente na escola, Lefebvre decide comandar uma campanha contra
o governo local, reivindicando condições mínimas de vida e dignidade para a população. Além
de dificuldades pessoais, como a doença do pai, um ex-mineiro que sofre de enfisema, ele irá
enfrentar enormes dificuldades burocráticas e a maquinação das autoridades educacionais,
que farão de tudo para colocar o professor na linha. O filme recebeu Menção Especial do Júri no
Festival de Berlim de 1999.

Referência Iconográfica:
Disponível em: <www.icebrasil.org.br/surl/?91eb5e>. Acesso em dezembro de 2021.

Disponível em: <www.icebrasil.org.br/surl/?387968>. Acesso em novembro de 2021.

Disponível em: <www.icebrasil.org.br/surl/?f34dc4>. Acesso em novembro de 2021.

Caderno do Professor • Protagonismo • Anos finais do Ensino Fundamental • 9º ano 29


Aula 52
Oba! Eu sei gerar capital social: confiança,
respeito e conhecimento

A gestão de conhecimento leva os estudantes a desenvolverem a capacidade de


sistematizar novos conhecimentos e usá-los de maneira efetiva. É uma forma de expandir
a curva de aprendizagem e potencializar as experiências.

Sendo assim, dando continuidade ao processo de retomada de experiências, esta aula tem
como ponto de partida a socialização do conhecimento construído pelos estudantes desde
as aulas anteriores, para que possam ordená-lo e estruturá-lo com base nos critérios
necessários para a construção de uma ONG.

Objetivo Geral
• Valorizar o conhecimento adquirido como sendo mais um passo dado na
construção da ONG.

30 Caderno do Professor • Protagonismo • Anos finais do Ensino Fundamental • 9º ano


Roteiro

ATIVIDADES PREVISÃO
DESCRIÇÃO
PREVISTAS DE DURAÇÃO

Atividade:
Elaboração de documento orientativo para a
A integração do 45 minutos
criação da ONG.
conhecimento.

Avaliação. Observação do professor. 5 minutos

Orientações para as atividades

ATIVIDADE: A INTEGRAÇÃO DO CONHECIMENTO

Objetivo

• Socializar o que se aprendeu desde a criação de um documento integrador


de conhecimentos.

Desenvolvimento

Tomando como ponto de partida os registros dos estudantes realizados na aula anterior
3XXW: Um decodificador de possibilidades protagonistas, o professor deve abrir espaço
para que os conhecimentos dos estudantes sejam sistematizados com toda a turma. A
proposta não é medir qual grupo sabe mais sobre os temas trabalhados, mas permitir que,
a partir das exposições orais, os estudantes possam se aprofundar na estrutura
organizacional necessária para a construção de uma ONG. Vale lembrar que será, sempre,
a partir de suas próprias vivências que os estudantes vão seguindo o passo a passo nessa
construção.

A atividade propõe que à medida que os estudantes forem apresentando seus registros
para os colegas, o professor vá juntando e ordenando os cartazes produzidos para apre-
ciação de todos. Será necessária, a partir disso, a criação de uma estrutura que facilite a
utilização do conhecimento de forma efetiva nas próximas aulas. Isso implica, portanto, na
produção de um documento que deve ter como base a seguinte questão:

Como extrair dos registros o que é mais importante para a criação de uma ONG?

Caderno do Professor • Protagonismo • Anos finais do Ensino Fundamental • 9º ano 31


A proposta é transformar o conhecimento explícito em tácito. Em síntese, dar estrutura ao
conhecimento que os estudantes possuem para facilitar o processo de distribuição e sua
posterior aplicação na aula: ONG? Que tal uma Organização de Gente que faz! Onde tem
problema deve haver solução. Para isso, os estudantes devem ser informados previamente
da proposta da atividade, antes mesmo do momento das socializações, para que possam
se mobilizar nessa direção.

Além das informações que os estudantes forem apresentando, o professor deve questionar
se existe algum conhecimento que gostariam de acrescentar às informações que trouxeram. O
professor, portanto, deve estar voltado a todo tempo a mediar as colocações dos estu-
dantes ao contexto específico de criação de uma ONG.

Em síntese, os estudantes têm como desafio realizar a gestão do próprio conhecimento


para a geração de novos conhecimentos e a construção de uma ONG.

Avaliação

Observar se todos os estudantes participam do momento de socialização proposto pela


atividade e se demonstram entusiasmo na elaboração do documento que tem como base
o que é preciso para a criação de uma ONG. É neste momento que o professor percebe se
os estudantes respondem satisfatoriamente ao desafio proposto pela atividade ao conse-
guirem organizar as informações e integrá-las na criação do documento.

Ao socializar os registros feitos na aula anterior, os estudantes determinam o que sabem


e, por meio da mediação do professor, descobrem o que deveriam saber, o que, ao mesmo
tempo, contribui para melhor organização das informações e a própria elaboração do
documento proposto, sendo esta, uma estratégia de gestão do conhecimento a saber.

Assim, ao final da aula, o professor deve abrir espaço para uma Roda de Conversa com os
estudantes para que eles possam falar sobre as informações que consolidaram e por que
acreditam que elas são essenciais para serem seguidas na construção de uma ONG. Vale
ressaltar que a atividade desta aula integra a aprendizagem dos estudantes numa única
direção – formar a base necessária e definir os próximos passos na criação de uma ONG.

Ao escutar as falas dos estudantes, o professor deve estar atento às evidências que
demonstram a integração do conhecimento pelos estudantes (orientada a garantir também
novos conhecimentos). A forma como os estudantes selecionam as informações,
relacionam entre si, abordam o que é mais importante, verbalizam o que é necessário são
alguns exemplos disso. Por meio dessas evidências, o professor percebe também se os
estudantes são capazes de valorizar o que aprenderam.

32 Caderno do Professor • Protagonismo • Anos finais do Ensino Fundamental • 9º ano


Na estante

VALE A PENA LER

Livro: Genial! As invenções mais espantosas de todos os tempos


Autora: Deborah Kespert
Editora: Círculo-Leitores
Ano: 2017
Número de Páginas: 98
O livro integra uma coleção chamada Saber para todos. Este
volume (são quatro no total) recorda como foram inventados os
objetos e criadas utilidades que fazem parte do cotidiano das pes-
soas. As invenções são organizadas por temas, como Pionei-
ros, Comunicação, Tecnologia, Transporte e Espaço. Para cada invenção são apresentadas
notas enciclopédicas, as histórias e os desafios sentidos pelo inventor. A autora promove
ainda um desafio para que o leitor reaplique algumas invenções – como construir um tele-
fone ou levar a água a subir uma encosta. O interessante é que o livro traz as invenções desde
antes de Cristo até a modernidade, com muitas ilustrações e fotografias. Ao final do livro,
há um espaço, para outros inventos, onde se incluem “inventos por engano”, “inventos
de adolescentes”, “inventos femininos” – sem qualquer depreciação – e “inventos invulgares”,
bem como um glossário e um índice remissivo. O livro é, portanto, indicado tanto para o
professor como para os estudantes para que possam refletir como esses inventos impac-
taram positivamente a vida social das pessoas.

VALE A PENA NAVERGAR

ONG: Transforme Sorrisos


País de origem: Brasil
Ano: 1999
Duração: 1h24min
A Transforme Sorrisos é uma ONG que tem como objetivo levar
acesso à cultura para crianças e adolescentes em situação de
vulnerabilidade social por meio da arte, do voluntariado e da prática de boas ações.

Caderno do Professor • Protagonismo • Anos finais do Ensino Fundamental • 9º ano 33


Hoje, atende mensalmente 55 crianças com oficinas culturais, e mais de 2 mil crianças por
ano com oficinas e apresentações, com 400 voluntários cadastrados.

A sede administrativa da organização fica no bairro do Capão Raso, em Curitiba-PR.


Contudo, crianças beneficiadas ficam em instituições parceiras no Paraná, em Curitiba e
na Região Metropolitana.

É um exemplo de ONG para que os estudantes conheçam mais uma forma de organização
administrativa/gestão nesse formato. O trabalho principal da ONG é inspirador, pois leva
a Arte até onde as crianças e adolescentes estão abrigados, como estratégia para a
transformação pessoal e social deles. A ONG começou com uma ideia simples de fazer do
Natal uma data feliz para crianças de instituições sociais e chegou ao que a Transforme
Sorrisos é hoje. No site da ONG os estudantes encontram a sua missão, visão e premissas,
o que pode contribuir para expandir a compreensão sobre os passos necessários para a
construção de uma ONG.4

Referência Iconográfica:
Disponível em: <www.icebrasil.org.br/surl/?f48cd5>. Acesso em novembro de 2021.

Disponível em: <www.icebrasil.org.br/surl/?730ee4>. Acesso em novembro de 2021.

Disponível em: <www.icebrasil.org.br/surl/?a0968b>. Acesso em novembro de 2021.

4 Disponível em: <www.icebrasil.org.br/surl/?c94eb0>. Acesso em janeiro de 2019.

34 Caderno do Professor • Protagonismo • Anos finais do Ensino Fundamental • 9º ano


Aula 53
Vamos lá, incomode-se, mude o mundo!

É chegada a hora de pôr a “mão na massa”. Toda a aprendizagem construída até agora foi
devidamente ordenada, estruturada para dar subsídios à escolha do tipo de ONG a ser cria-
da pelos estudantes nesta aula e nas próximas.

Como se sabe, uma das propostas pedagógicas defendidas nas aulas de protagonismo é
sempre: Faça você mesmo! É dessa forma que se valoriza o conhecimento e coloca o
estudante no centro do aprendizado. Não se trata de algo novo, pois é assim que se aprende
desde a infância. Contudo, ainda é preciso romper as barreiras de uma Educação que, ao
longo da sua história, cedeu espaço para outras formas de conceber o currículo.

Assim sendo, o que se propõe de agora em diante é o resgate do “aprender fazendo”, algo
que pode ser assustador para os mais céticos devido às inúmeras possibilidades de
caminhos a se seguir nessa construção.

Assim, o que antes foi agrupado e organizado será utilizado pelos estudantes ao seu modo.
A princípio, tudo se torna mais imprevisível, o que, aos olhos de quem está de fora, pode
parecer sem lógica e sem solução. O que será! Mas só até o momento em que todos
(professor e estudantes) buscarem dentro de si os seus recursos e se dispuserem a
experimentar sem medo de errar.

Caderno do Professor • Protagonismo • Anos finais do Ensino Fundamental • 9º ano 35


Objetivo Geral
• Montar uma ONG de acordo com a estrutura necessária.

Materiais Necessários
• Folhas de papel ofício – para cada estudante sugerir nome da ONG;
• Folhas de papel ofício – para cada estudante definir os valores da ONG.

Roteiro

ATIVIDADES PREVISÃO
DESCRIÇÃO
PREVISTAS DE DURAÇÃO

1º Momento: Escolha do tipo de ONG a ser


50 minutos
criada.
Atividade:
Juntos nessa!
2º Momento: Definição dos valores da ONG. 45 minutos

Avaliação. Observação do professor. 5 minutos

Orientações para as atividades

ATIVIDADE: JUNTOS NESSA!

Objetivo

• Mobilizar o conhecimento necessário para escolha do tipo de ONG a ser criada.

Desenvolvimento

1º Momento

Essa atividade propõe que os estudantes definam que tipo de ONG pretendem criar. Como
ponto inicial, é preciso discutir com os estudantes os seus interesses, mediando a
conversa para que todos possam convergir o que querem para o surgimento de uma única

36 Caderno do Professor • Protagonismo • Anos finais do Ensino Fundamental • 9º ano


ONG. A princípio parece estranho propor esse direcionamento e não possibilitar que cada
estudante crie a sua ONG. Contudo, existe um propósito maior nisso. Primeiro, como o pro-
fessor deve ter percebido, desde as aulas do 9º ano, os estudantes vêm fazendo a gestão do
conhecimento em conjunto com os colegas, o que fortaleceu todas as trocas de in-
formações necessárias para que pudessem pensar juntos sobre as problemáticas comuns
das suas comunidades e soluções encontradas. Como segundo ponto, essa é uma forma
de os estudantes perceberem, no conjunto das ações já empreendidas pelas ONGs que
conheceram, quais os caminhos que ainda não foram propostos. E isso somente é
possível por meio das discussões que vêm sendo proporcionadas nas aulas até aqui. Por
último, a própria base para a criação de uma ONG exige uma mobilização conjunta de
pessoas, que partem da convergência de interesses comuns, sempre unidas por uma mes-
ma causa que acreditam.

Assim sendo, posto o desafio, cabe ao professor mobilizar os estudantes nessa direção.
Não basta aguçar apenas o que viram, ouviram, aprenderam e socializaram até esta aula,
também é importante estimular que todos busquem dentro de si uma vontade interna na
defesa da causa escolhida. Isso porque, é preciso lembrar que toda ONG não parte só da
necessidade de uma comunidade, mas, sobretudo, da realização individual das pessoas
que descobrem que podem fazer algo para melhorar a vida de outras.

Abaixo seguem alguns pontos para mediar a escolha dos estudantes:

• Quais os problemas que integram a turma com interesses comuns na criação


de uma ONG?
• Quais dos problemas identificados anteriormente podem ser solucionados
total ou parcialmente por meio da ONG que pretendem criar?
• Qual é o tipo de ONG que pode criar mudanças mais duradoras para a comu-
nidade que pretendem atuar?
• É possível mobilizar outras pessoas e construir algo maior por meio da ONG
que pretendem criar?
• A ONG que pretendem criar é de interesse também da comunidade?
• Uma vez escolhida a ONG, cada etapa de sua criação é sustentável?
Neste momento da atividade é pertinente abrir espaço para os estudantes que queiram
falar sobre alguma ação ou atividades que já empreenderam em suas comunidades e que
podem integrar o conjunto de ações da ONG a ser criada. O que, mais à frente, os ajudará a
construir o próprio histórico da ONG.

É importante destacar que muitas ONGs partiram de um ou dois projetos que realizaram
bem na sua comunidade. Muitas vezes, esses projetos definem a escolha do tipo do ONG a
ser criada, funcionando como ponto de partida para a definição e até escolha do nome que
a ONG leva. Um exemplo disso é uma ONG criada depois das oficinas de arte para filhos de
trabalhadores de uma usina ou depois de uma campanha para arrecadação de donativos
para uma comunidade carente do bairro.

Caderno do Professor • Protagonismo • Anos finais do Ensino Fundamental • 9º ano 37


Uma vez respondidas as questões iniciais da atividade, é chegada a etapa de definição do
nome da ONG. A definição do nome deve ter relação direta com o público-alvo e os objetivos
da ONG. Como os objetivos são assunto de uma aula mais à frente: Definindo os objetivos
e as metas de uma Organização de Gente que Faz, cabe ao professor não querer que os
estudantes aprofundem esse conteúdo agora. O importante é colocar as opções de nomes
numa coluna e abrir votação para escolha. Se os estudantes preferirem, podem abrir a
votação numa rede social para que a própria comunidade participe. Essa atitude representa
uma forma de ir engajando o público-alvo da ONG.

2º Momento

Ao escolherem que tipo de ONG vão criar, os estudantes devem incluir nessa etapa quais os
valores fundamentais que compartilham. Os valores funcionam como princípios que uma
ONG se compromete a manter em todos os aspectos do seu trabalho. A título de exemplo,
responsabilidade e transparência são valores que todas as ONGs devem compartilhar.
Isso ajudará os estudantes a definirem a missão e visão da ONG nas próximas aulas.

Essa etapa da atividade é tão importante que o professor deve pedir para cada estudante
desenhar a sua mão numa folha de papel. Em cada dedo da mão desenhada devem colocar
um valor que acreditam que deva orientar a ONG. Em seguida, colocar os estudantes em
grupos para compartilharem as mãos com os valores. Cada integrante do grupo deve
concordar sobre cinco valores mais importantes que têm em comum. Depois, cada grupo
precisa escrever a sua lista e colocá-la exposta numa parede para apreciação de todos.
Com o apoio do professor, os estudantes precisam encontrar um conjunto principal de va-
lores que todos compartilharam.

Nessa etapa final é importante expor a lista de valores com o nome da ONG já definido no
momento anterior. Esse material será um recurso valioso para os próximos passos na cria-
ção da ONG pelos estudantes.

Avaliação

Espera-se que os estudantes tenham mobilizado todo o conhecimento para escolha do tipo
de ONG a ser criada. Ao definirem o nome da ONG e os valores, que eles tenham ressignifi-
cado a aprendizagem construída até esta aula e tenham se sentido representados nas es-
colhas que fizeram. Para isso, é importante que o professor realize uma Roda de Conversa
com os estudantes para que eles possam falar sobre isso.

Na sequência abaixo seguem alguns pontos para apoiar a avaliação dos estudantes. Cabe
ao professor constatar:

- a identificação dos estudantes com o tipo de ONG escolhida - deve estar


presente na fala dos estudantes uma satisfação pela área de atuação da

38 Caderno do Professor • Protagonismo • Anos finais do Ensino Fundamental • 9º ano


ONG. Precisa existir uma validação por parte de todos ao enxergarem como
necessária a criação da ONG para resolver um problema trazido por eles ou
como forma de atender um interesse comum de suas comunidades.
Assim sendo, as falas dos estudantes devem se complementar nesse sentido,
como forma também de gerar um primeiro movimento de comprometimento,
responsabilidade, solidariedade, compaixão sobre a causa social que estão
procurando defender;
- a identificação com o nome da ONG - além de representar todas as ques-
tões pontuadas anteriormente, representa o desejo comum de todos, a capa-
cidade de síntese, objetividade e criatividade. Por trás do nome deve existir
um reconhecimento pessoal pelo que ele representa para cada um;
- a definição dos valores da ONG - a princípio essa etapa apresenta-se como
sendo a mais desafiante da atividade, pois traz um universo muito subjetivo
e distinto de representações. Contudo, se torna mais simples quando surge
um movimento de votação para a definição. É nesta etapa que o professor
deve observar e saber dos estudantes como foi chegar à lista final. A definição
se torna complexa quando entendem o quanto devem estar comprometidos
com os valores identificados. Então, é pertinente perguntar aos estudantes o
quanto eles se sentem confortáveis com as escolhas que fizeram.

Na estante

VALE A PENA LER

Livro: : SOS ONG: Guia de gestão para organizações do terceiro se-


tor
Autor: José Alberto Tozzi
Editora: Gente
Ano: 2015
Número de páginas: 160
O livro é indicado para apoiar os estudos do professor sobre ONGs. O
autor do livro aborda tudo o que é preciso saber para fazer das ONGs modelos de negó-
cio sustentáveis. Temas como planejamento eficiente, objetivos da ONG, captação de
recursos e projetos são abordados. Além disso, o livro traz dez passos para quem deseja
começar uma ONG.

Caderno do Professor • Protagonismo • Anos finais do Ensino Fundamental • 9º ano 39


VALE A PENA ASSISTIR

Curta: Piper: descobrindo o mundo


Direção: Alan Barillaro
País de origem: Estados Unidos
Ano: 2016
Duração: 6 minutos
O filme conta a história de um filhote de maçarico (uma ave marítima) que
se aventura a sair do seu ninho pela primeira vez para procurar comida. O filhote luta contra
o medo das ondas assustadoras da praia por meio de sua perspectiva. O curta é uma suges-
tão para o professor tratar a importância de superar o medo de conhecer o desconhecido
para efetivação de novas aprendizagens.

Referência Iconográfica:
Disponível em: <www.icebrasil.org.br/surl/?f6a6fe>. Acesso em novembro 2021.

Disponível em: <www.icebrasil.org.br/surl/?5f7702>. Acesso em novembro 2021.

Disponível em: <www.icebrasil.org.br/surl/?ec9d4d>. Acesso em novembro 2021.

40 Caderno do Professor • Protagonismo • Anos finais do Ensino Fundamental • 9º ano


Aula 54
ONG? Que tal uma organização de gente que
faz? Onde tem problema deve haver solução

Tão importante quanto saber qual a causa que se pretende defender ou problema social
que se busca resolver é direcionar a motivação necessária dos estudantes para a construção
de uma visão de futuro.

A Visão de futuro revela o sonho da ONG a ser fundada, algo simples de ser construído se
não desafiasse os estudantes a pensarem em longo prazo. Isso porque alguns estudantes
não sabem como adquirir uma visão para mais além de umas vagas ideias sobre o que
desejam alcançar. Entretanto, para se ter êxito em qualquer empreendimento é necessário
ir mais adiante. É preciso fazer um esforço consciente para determinar um rumo mais
específico para a ONG.

Sem Visão não se pode prever nada adequadamente. Não tendo claro o destino da ONG,
tampouco se pode investir tempo para alcançá-la. Ter uma Visão ajudará a fixar as metas
e os objetivos da ONG, ajudará na elaboração de um planejamento das ações. É relevante
adquirir uma Visão para se ter uma imagem clara do que se pretende conquistar no futuro.
É sobre a construção da Visão de futuro que essa aula irá tratar.

Caderno do Professor • Protagonismo • Anos finais do Ensino Fundamental • 9º ano 41


Objetivo Geral
• Montar uma ONG de acordo com a estrutura necessária

Roteiro

ATIVIDADES PREVISÃO
DESCRIÇÃO
PREVISTAS DE DURAÇÃO

Atividade
Preliminar: Três Reflexão pessoal sobre a Visão de futuro. 25 minutos
perguntas

1º Momento: Ilustrar e/ou escrever a Visão de


25 minutos
futuro da ONG.
Atividade:
Juntos nessa!
2º Momento: Definição da Visão de futuro da
45 minutos
ONG por meio do diálogo com a comunidade.

Avaliação. Observação do professor. 5 minutos

Orientações para as atividades

ATIVIDADE PRELIMINAR: TRÊS PERGUNTAS

Pedir que, previamente, os estudantes dediquem tempo a pensar e meditar acerca da


Visão de futuro da ONG e que se façam as seguintes perguntas:

• O que é mais importante para a ONG?


• Qual o propósito que a ONG tem que me faz querer fazer parte dela?
• O que estou disposto a sacrificar para que o seu propósito seja realizado?
Os estudantes devem responder honestamente a essas três perguntas antes de partir para
a próxima atividade, pois isso vai ajudá-los a pensar no futuro com a motivação necessária
para seguir perseverando no alcance das metas da ONG, que se encontram na aula Definindo
os objetivos e as metas de uma organização de gente que faz.

42 Caderno do Professor • Protagonismo • Anos finais do Ensino Fundamental • 9º ano


ATIVIDADE: JUNTOS NESSA!

Objetivo

• Construção da Visão de futuro da ONG

Desenvolvimento

1º Momento

Uma vez definido o tipo de ONG, seu nome e os seus valores, de fato, pode-se dizer que os
estudantes deram o primeiro passo na sua construção. Contudo, nesta aula será necessário
preparar os estudantes para o planejamento da ONG nos mínimos detalhes. Para isso, é
preciso definir a Visão da ONG.

Como não basta ter boas ideias e amor a uma causa, uma ONG deve ser capaz de ter uma
Visão de futuro e traduzir sua Visão em projetos e atividades que tenham impactos men-
suráveis e bem recebidos pela comunidade. Nesse sentido, é preciso retomar com os estu-
dantes uma conversa sobre “começar pequeno” ou não “dar um passo maior que as per-
nas”. Isso quer dizer que eles precisam decidir se todas as coisas que pretendem realizar na
ONG seriam eficientemente atendidas logo no início. Se eles não estão certos dos projetos
e atividades por onde começar, devem retomar os pontos que traduzem as necessidades
da comunidade e o que validaram na aula anterior: Vamos lá, incomode-se, mude o mundo!

Essa retomada é necessária porque, assim como os valores, a Visão é a “bússola” da ONG.
Ela vai orientar todas as decisões da ONG.

Assim sendo, os estudantes, em grupos, devem ilustrar e/ou escrever sua Visão em palavras.
Algumas perguntas devem ser mediadas pelo professor para estimular a Visão de futuro dos
estudantes, a exemplo: Como ficará a sua comunidade com a existência da ONG? Como
será a vida das pessoas? O que elas farão?

Em seguida, os grupos devem compartilhar suas visões com a turma para que todos identi-
fiquem pontos comuns e possam reescrever, com a mediação do professor, esses pontos em
uma frase concisa. Ao final, é esperado que a declaração de Visão descreva o que os estu-
dantes querem ou a imagem de mundo que querem criar. A Visão nada mais é do que como
a vida das pessoas, comunidades e da sociedade em geral ficará melhor com o resultado do
trabalho da ONG. Ela determina um cenário ideal a ser alcançado. Determina a direção que
deve servir de referência para os estudantes definirem os objetivos e propósitos da ONG
a serem alcançados. Nesta etapa, a mediação do professor é fundamental para se chegar
nessa construção.

Caderno do Professor • Protagonismo • Anos finais do Ensino Fundamental • 9º ano 43


É importante fazer o registro de todo o percurso construído pelos estudantes para retomada
no próximo momento e aulas.

2º Momento

Uma vez que os estudantes colocaram no papel a Visão da ONG, é preciso envolver também a
comunidade nesse processo. Para isso, definir dia para diálogo com a comunidade. O diálo-
go com a comunidade deve partir da aplicação do mesmo processo de construção da Visão
até a elaboração a qual chegaram os estudantes no primeiro momento. Sobre a organiza-
ção desse encontro, é imprescindível que os estudantes preparem tudo, contando com
o apoio do professor e da gestão escolar (Gestor, Coordenador Pedagógico e Coordenador
Administrativo-Financeiro), quando necessário.

A proposta é que, somente depois desse momento, se chegue à escrita final da visão de
futuro da ONG. É importante que os estudantes saibam que esse é apenas um dos primeiros
passos para o engajamento da comunidade com a ONG. Daqui para frente, tudo vai se tra-
duzir em muito esforço combinado e trabalho juntos. É importante que todos saibam que
esta aula será retomada para definição dos objetivos e metas da ONG. Portanto, é impor-
tante que desde já se firme o compromisso de todos com o propósito. Para ajudar nisso, os
estudantes devem criar uma lista de contatos e e-mails de todas as pessoas presentes. A ativida-
de se consolida quando os estudantes construírem e validarem, junto com a comunidade,
a visão de futuro da ONG.

Avaliação

Nesta atividade é preciso observar se a visão de futuro construída pelos estudantes


contempla um cenário futuro como ponto de referência para orientar as ações da ONG.
Para isso o professor deve verificar se o foco da visão de futuro determina uma imagem
de “mundo” que os estudantes buscam criar ou desejam que o mundo seja. É por isso que
a visão de futuro deve ser audaciosa, grandiosa. Sendo assim, é importante, também,
verificar se a visão de futuro não está limitada pelas circunstâncias atuais ou está numa
esfera do que os estudantes consideram impossível.

A construção da visão de futuro é um momento importante, pois é quando os estudantes


validam aquilo que lhes toca e vale a pena perseguir. Assim, é válido observar o entusiasmo
com que os estudantes constroem a Visão e se conseguem expandir os propósitos que a
ONG possui. O professor percebe o entusiasmo quando os estudantes compartilham suas
ideias e o que os inspiram no momento de construção da Visão. Os propósitos são expan-
didos quando, ao exercitar a própria escrita da visão de futuro, os estudantes descobrem
que a ONG tem capacidade de lidar com outras necessidades da comunidade, e não apenas
aquela que foi pensada inicialmente.

44 Caderno do Professor • Protagonismo • Anos finais do Ensino Fundamental • 9º ano


Durante todos os processos de elaboração da Visão é preciso observar se os estudantes
constroem uma identidade e criam um vínculo de equipe. O professor visualiza esses pontos
quando os estudantes são capazes de se identificar com os valores compartilhados
que orientam a ONG e quando eles conseguem expressar a Visão que definiram com fa-
cilidade. Vale salientar que a visão de futuro é uma estratégia poderosa para motivar os
estudantes e inspirar outras pessoas a se unirem na defesa de uma causa social. Para isso,
o professor deve organizar uma Roda de Conversa com os estudantes para que a visão de
futuro possa ser lida em voz alta e cada estudante possa falar sobre o significado que vê
nela. O significado deve convergir para tudo aquilo que colabora para a realização da Visão
da ONG. Espera-se que as falas direcionem todos em busca da mesma visão de futuro.

Na estante

VALE A PENA LER

Livro: Alice no País das Maravilhas


Autor: Lewis Caroll
Editora: L&PM Editores
Ano: 2003
Número de Páginas: 176
O livro conta a história de Alice que, quando caiu em uma toca de coelho,
foi transportada para um lugar povoado por criaturas peculiares,
revelando uma lógica do absurdo, característica dos sonhos. Repleto de
sátiras, paródias e referências linguísticas e matemáticas, é uma ótima sugestão de leitura
para trabalhar a visão de futuro com os estudantes.

Livro: Pollyanna
Autora: Eleanor H. Porter
Editora: Martin Claret
Ano: 2007
Número de Páginas: 192
Embarque na emocionante história da doce Pollyanna que, após ficar órfã
aos 11 anos, vai morar com a sua amarga tia Polly, sua única parente viva. Rica e intransigente,
a tia é desprovida de compreensão e afetividade, e recebe a menina em sua casa como um

Caderno do Professor • Protagonismo • Anos finais do Ensino Fundamental • 9º ano 45


dever. Essa convivência, aparentemente impossível, vai transformar a vida de ambas
e de todos à sua volta. Isso porque Pollyanna traz uma forma diferente de se enxergar a vida
– aos seus olhos, sempre existe um lado bom de tudo e de que todas as coisas podem ser
melhores, dependendo da forma como as olhamos. Além disso, o livro é um dos mais tradu-
zidos e adaptados romances do século XX que os estudantes precisam conhecer.

Referência Iconográfica:
Disponível em: <www.icebrasil.org.br/surl/?fe8e15>. Acesso em fevereiro de 2019.

Disponível em: <www.icebrasil.org.br/surl/?c2a823>. Acesso em fevereiro de 2019.

Disponível em: <www.icebrasil.org.br/surl/?f4e6f3>. Acesso em fevereiro de 2019.

46 Caderno do Professor • Protagonismo • Anos finais do Ensino Fundamental • 9º ano


Aula 55
E se os duendes de Gringotes fizessem parte
da organização de gente que faz?

A temática desta aula faz referência aos Gringotts Bank que somente quem é fã de Harry
Potter sabe o que significa. Assim sendo, cabe ao professor descrever um pouco o que é essa
série de ficção para que todos os estudantes compreendam a aula. No Beco Diagonal estão
os Gringotts Bank, onde os bruxos guardam dinheiro e têm seus cofres. Sobre isso, as habi-
lidades e a sagacidade dos Duendes de Gringotes é tamanha que controlam grande parte
das finanças no mundo dos bruxos e administram o Banco Gringotes. É por este motivo que,
de forma criativa, esta aula estabelece relações com a ficção, tendo como principal
foco a necessidade de os estudantes regulamentarem seus processos administrativos para
controle da sua ONG. Para isso, é necessário entender que o Planejamento deve fazer parte
da rotina da ONG, sendo um instrumento de extrema importância para organização diária de
cada um, que deve ser construído e partilhado entre todos.

Além disso, como toda instituição, todas as pessoas que fazem parte dela precisam conhecer
a sua Missão e estar de acordo a sua forma de funcionamento para que possam agir
de acordo com o que ela defende. Não é à toa que os Duendes de Gringotes consideram
“máxima traição” se alguém do seu meio, conhecedora do funcionamento da segurança dos

Caderno do Professor • Protagonismo • Anos finais do Ensino Fundamental • 9º ano 47


cofres, quebre qualquer um dos seus códigos de acesso.

Dessa forma, assim como a Visão e Valores, a Missão é orientadora de todas as decisões que
as pessoas tomam na instituição. É sobre a definição da Missão como parte de um tripé fun-
damental na estruturação de um Plano estratégico que esta aula irá tratar.

Para saber mais


Gringotts Bank (Banco Gringotes, no Brasil) é o banco com filiais em vários países, usa-
do pela comunidade mágica da série Harry Potter. Ele fica num edifício de mármore bran-
co, localizado no Beco Diagonal (em Londres, Inglaterra). Portanto, Gringotes é um Banco
dos Bruxos e é o único banco do mundo onde os donos e funcionários são todos duendes.
Foi criado por um duende chamado Gringote, em 1474. Nele, é possível trocar dinheiro
“trouxa” por dinheiro “bruxo”. O lema do banco Gringotes é “Fortius Quo Fidelius”, que em
latim significa “força pela lealdade”.
Esse banco é administrado pelos duendes e seus cofres se localizam centenas de
quilômetros sob o solo. Inclusive, existe uma lenda que diz que os guardiões dos cofres de
segurança subterrâneos são dragões.
Ao se aproximar do prédio são encontradas portas de bronze muito polidas, onde um duen-
de fica de guarda, usando um uniforme vermelho e dourado. Atravessando essas portas
você desemboca num grande saguão de mármore. Lá, existem mais de cem duendes sen-
tados em bancos altos atrás de um longo balcão, escrevendo em grandes livros-
-caixa, pesando moedas em balanças de latão, examinando pedras preciosas com óculos
de joalheiro.
Em Gringotts é possível fazer câmbio, trocar dinheiro de muggles por dinheiro de bruxos.
Nesse saguão, há um grande número de portas, todas guardadas por duendes, que acom-
panham as pessoas que entram ou saem. Ultrapassando essas portas, nada mais de már-
more, e sim passagens estreitas de pedras, na descendente, iluminadas por archotes, que
levam aos cofres no subsolo. Um duende serve de guia nesse labirinto, pilotando um vago-
nete que ele chama com um assobio. Na verdade, parece que o vagonete anda sozinho
e em alta velocidade.
Os cofres, que são mais de setecentos, podem ser abertos de várias maneiras. Os comuns
usam uma chave pequena. Os de alta segurança possuem encantamentos nas portas e não
têm fechaduras.5

5 Disponível em: <www.icebrasil.org.br/surl/?e34ae9>. Acesso em janeiro de 2022.

48 Caderno do Professor • Protagonismo • Anos finais do Ensino Fundamental • 9º ano


Objetivo Geral
• Montar uma ONG de acordo com a estrutura necessária.

Roteiro

ATIVIDADES PREVISÃO
DESCRIÇÃO
PREVISTAS DE DURAÇÃO

Atividade: 1º Momento: Definição da Missão da ONG. 50 minutos


Como os
Gringotes. 2º Momento: Espaço de encontro com a co-
munidade para validação da Missão e levan- 45 minutos
tamento das atividades e projetos da ONG

Avaliação. Observação do professor. 5 minutos

Orientações para as atividades

ATIVIDADE: COMO OS GRINGOTES

Objetivo

• Definir a missão da ONG.

Desenvolvimento

1º Momento

Ao estabelecer relações entre a temática da aula e o filme de Harry Potter, o professor tem
possibilidade de abordar o conteúdo da aula de forma criativa e estimulante aos estudantes.
Assim, é preciso que, antes de tudo, o professor apresente aos estudantes, que não conhecem,
parte da história da obra sobre os Gringotes.

Assim como os Gringotes, que sabem exatamente o que têm que fazer e, por isso, tomam
contam dos ouros, armaduras, peles e porções dos bruxos, os estudantes precisam saber

Caderno do Professor • Protagonismo • Anos finais do Ensino Fundamental • 9º ano 49


qual a Missão da ONG, pois é a Missão que descreve o que a ONG destina-se a fazer de forma
única. Para isso, solicitar que os estudantes, em uma ou duas frases, informem o que a ONG
faz e as mudanças de longo prazo que buscam alcançar. É necessário que a descrição da
Missão seja realizada em pequenos grupos para que, numa próxima etapa, os estudantes
possam discutir sobre o que concordam das frases e/ou conceitos apresentados e che-
guem ao que melhor comunica sobre o que é a ONG e por que ela existe.

Para facilitar o processo de construção, o professor deve solicitar que os estudantes con-
cordem sobre as palavras-chave ou conceitos trazidos pelos estudantes nas frases. É im-
portante que neste momento o professor reescreva no quadro branco da sala a Visão de
Futuro elaborada por eles na aula anterior: ONG? Que tal uma organização de gente que
faz! Onde tem problema deve haver solução. Essa é uma forma de ajudá-los a integrar o
funcionamento da ONG ao conjunto de um tripé que envolve também os valores. Em se-
guida, deve atribuir a um pequeno grupo a tarefa de unir as palavras-chave e conceitos em
uma ou duas frases concisas. É necessário preparar várias opções diferentes para que, no
fim, todos possam escolher entre elas a que acharem melhor. Caso seja necessário, o pro-
fessor pode trazer as declarações de Missão de outras ONGS como modelo para estudo
dos estudantes.

Ao final, os estudantes precisam verificar, conjuntamente, se a Missão descrita reflete


quem são e o que realmente fazem.

2º Momento

Como toda ONG faz, os estudantes devem revisar e atualizar periodicamente a declaração
de Missão da sua ONG. O melhor momento para fazer isso é no início de um processo de Pla-
nejamento estratégico, pois, é esperado que, na medida em que a ONG for “amadurecendo”,
ela provavelmente tenha que passar pelo refinamento da sua missão. É importante que os
estudantes percebam que não é possível partir para um Planejamento das ações da ONG
sem definição, primeiro, da sua Missão, pois é ela quem descreverá a principal atividade-pro-
pósito da ONG. Isso porque, é dela também que partirão as principais estratégias e atividades
em resposta às mudanças nas necessidades da comunidade e/ou ambiente no qual a ONG
envolve. Fazendo alusão aos Duendes de Gringotes, sobre a execução do seu trabalho como
guardiões dos tesouros dos bruxos e das responsabilidades as quais compartilhavam, eles
formavam um grupo fiel de guardiões porque sabiam exatamente por que trabalhavam, sen-
do essa a sua razão de existir. Assim sendo, uma vez definida a Missão, os estudantes preci-
sam comunicá-la a todas as partes interessadas, pois ela é meio para a participação coesa de
todos, principalmente da comunidade local e possíveis financiadores e parceiros. Tendo cla-
reza da Missão, não há motivos para não confiar no que a ONG faz, ser responsável e apoiá-la.

Tendo uma Missão clara, ela será traduzida nos projetos e atividades da ONG, o que

50 Caderno do Professor • Protagonismo • Anos finais do Ensino Fundamental • 9º ano


exigirá um Planejamento. É neste momento que os estudantes precisarão movimentar os
seus conhecimentos sobre Plano de Ação mobilizados nas aulas dos Clubes de Protagonismo.
Porém, antes de partir para o detalhamento do Plano de Ação da ONG que ocorrerá na aula:
Definindo os objetivos e as metas de uma organização de gente que faz, os estudantes, nes-
te momento da atividade, precisam criar um espaço de consulta com a comunidade local
interessada sobre a Missão da ONG e para que possam se certificar dos projetos/atividades
de interesse/necessidade da comunidade. Vale salientar a importância do registro de todas
as trocas estabelecidas entre os estudantes e a comunidade para retomada na próxima aula:
Nada acontece antes de um sonho. De volta à Missão.

Esse momento deve ocorrer com o apoio do professor e Gestão Escolar.

Para próxima aula

É necessário que o professor entregue aos estudantes os Valores, Missão e Visão impressos.

Avaliação

Verificar se os estudantes chegaram à construção final da Missão da ONG por meio da


elaboração das frases e palavras-chave propostas pela atividade, assim como, se por
meio do processo de elaboração da Missão, eles estabeleceram relações com os Valores
e Missão da ONG construídos anteriormente. O professor percebe isso quando os estu-
dantes tentam desenvolver a Missão a partir da Visão reescrita pelo professor no quadro
da sala de aula e quando se esforçam para manter um alinhamento entre ambas as
definições com a mediação do próprio professor.

Após o encontro com a comunidade, o professor deve realizar uma Roda de Conversa
com os estudantes para que todos possam falar sobre como foi a apresentação da Missão
da ONG e/ou se a comunidade apresentou dúvidas sobre o que a ONG faz ou, ainda, se
houve propostas de outras iniciativas de interesse da comunidade que os estudantes não
estão contemplando até o momento.

Caderno do Professor • Protagonismo • Anos finais do Ensino Fundamental • 9º ano 51


Na estante

VALE A PENA LER

Livro: Projeto Arrastão


Autor: Criada por mães voluntárias
Ano: 1968
Com a filosofia de “não dar o peixe, mas ensinar a pescar”, o Projeto
Arrastão6 se tornou uma grande rede de cidadania baseada nas áreas
pedagógica, social e cultural.

O Projeto Arrastão atua no Campo Limpo, São Paulo, com uma série de programas aten-
dendo desde crianças, jovens e mães e também em projetos habitacionais e ambientais.
Mais que prestar assistência a essas comunidades, a organização promove mudanças cul-
turais minimizando riscos sociais e vem consolidando o seu papel de criar oportunidades
para o desenvolvimento sustentável local.

A instituição ainda realiza eventos para a comunidade do entorno do Arrastão.

VALE A PENA ASSISTIR

Filme: Harry Potter


País de origem: EUA
Ano: 2001 (2011 último filme)
Foram 10 anos. Desde a estreia de Harry Potter e a
Pedra Filosofal, em 2001, até o lançamento de Harry
Potter e as Relíquias da Morte: Parte 2, em 2011, uma
década de aventuras, suspense, mistério, magia e muitas
emoções foram levadas às telas de todo o mundo, movimentando um elenco fenomenal,
conquistando o reconhecimento da crítica e gerando milhões nas bilheterias.
A saga Harry Potter é a série mais bem-sucedida da história do cinema mundial. Os oito
filmes faturaram mais de 6,5 bilhões de dólares nos cinemas de todo o mundo, e ao todo
somaram 12 indicações ao Óscar. Todos os longas foram baseados nos sete livros
escritos pela escritora inglesa J.K. Rowling, inevitáveis best sellers mundiais. Os diretores

6 Disponível em: <www.icebrasil.org.br/surl/?1d7e78>. Acesso em fevereiro de 2019.

52 Caderno do Professor • Protagonismo • Anos finais do Ensino Fundamental • 9º ano


Chris Columbus, Alfonso Cuarón, Mike Newell e David Yates foram os responsáveis por
essas adaptações, transformando em ícones também os três protagonistas, Daniel
Radcliffe (Harry Potter), Emma Watson (Hermione Granger) e Rupert Grint (Ron Weasley).
Os filmes são, portanto, uma oportunidade para professor e estudantes viajarem na
imaginação e criatividade da saga e ousarem no desafio das correlações possíveis entre
a organização dos Gringotes com a da ONG criada pelos estudantes.7
[...]

Referência Iconográfica:
Disponível em: <www.icebrasil.org.br/surl/?2df13f>. Acesso em dezembro 2021.

Disponível em: <www.icebrasil.org.br/surl/?1d7e78>. Acesso em dezembro 2021.

Disponível em: <www.icebrasil.org.br/surl/?44ac02>. Acesso em dezembro 2021.

7 Disponível em: <www.icebrasil.org.br/surl/?a7f19e>. Acesso em fevereiro de 2019.

Caderno do Professor • Protagonismo • Anos finais do Ensino Fundamental • 9º ano 53


Aula 56
Nada acontece antes de um sonho. De volta à
missão

Para manter a ONG focada em sua Missão, o Planejamento estratégico é fundamental para
a definição dos objetivos, metas e avaliação dos resultados alcançados. Isso é importante
porque o Planejamento organiza todo o trabalho da ONG com tarefas, responsabilidades
e cronogramas definidos. Ou seja, o Planejamento estratégico é uma maneira sistemática
de avaliar onde a ONG se encontra agora e onde ela quer estar no futuro. Ele responde
perguntas sobre como a ONG será e o que fará de cinco a dez anos a partir de agora.

Um Plano de Ação começa pelos Valores, Visão, Missão da ONG, depois com o estabeleci-
mento da sua direção, prioridades e metas. Assim sendo, esta aula mantém os estudantes
“antenados” à Missão da ONG para que eles possam percorrer as principais etapas do Pla-
nejamento estratégico, por meio da elaboração do Plano de Ação da ONG.

Objetivo Geral
• Criar uma ONG de acordo com a estrutura necessária.

54 Caderno do Professor • Protagonismo • Anos finais do Ensino Fundamental • 9º ano


Roteiro

ATIVIDADES PREVISÃO
DESCRIÇÃO
PREVISTAS DE DURAÇÃO

Atividade: Respostas a questões orientadas para o Pla-


45 minutos
Mundo real. nejamento estratégico da ONG.

Avaliação. Observação do professor. 10 minutos

Orientações para as atividades

ATIVIDADE: MUNDO REAL

Objetivo

• Estabelecer o planejamento necessário para a estruturação da ONG.

Desenvolvimento

A atividade consiste no agrupamento dos estudantes (dez pessoas), com apoio do professor,
para início do Planejamento estratégico da ONG por meio da elaboração do Plano de Ação,
tendo como base os Valores, Visão e Missão da ONG. Cada grupo deve ter um moderador e
um escriba que possa cuidadosamente registrar as discussões em grupo. Sobre o papel do
moderador é importante saber:

• condução do grupo - o moderador é quem gerencia a ordem das falas dos


estudantes, solicitando que todos respeitem o turno de fala de cada um;
• participação igualitária - o moderador é responsável por facilitar as discus-
sões em grupo, incentivando a todos os membros a participarem, num
processo que valoriza a vivência e o conhecimento de cada um. Na discussão
em grupo, cada pessoa tem direito de emitir a sua opinião e defender seus
pontos de vista. É o grupo e não o moderador, individualmente, quem deve
decidir os rumos da discussão e as decisões em grupo;
• o ponto de partida são as pessoas - o moderador é a primeira pessoa a levar
em conta os problemas, desejos e inquietações de cada um para serem par-
tilhados e discutidos em grupo.

Caderno do Professor • Protagonismo • Anos finais do Ensino Fundamental • 9º ano 55


Para isso, o professor deve apoiar todos os moderadores do grupo, mediando as discus-
sões em cada um deles, quando necessário. É importante ressaltar que o professor é quem
deve estar atento para o entendimento entre os estudantes; isso significa fazer uso dos
pontos fortes de cada estudante do grupo para consolidar a fluidez das discussões. Sobre
todas as conclusões alcançadas pelos grupos, o professor também deve estar atento se o
escriba faz as anotações necessárias. Portanto, nesta aula, mais importante que chegar às
respostas para as perguntas da atividade, é possibilitar o processo de construção delas.

De posse dos Valores, Visão e Missão da ONG, assim como do registro das trocas estabele-
cidas com a comunidade na aula anterior: E se os duendes de Gringotes fizessem parte da
organização de gente que faz? os estudantes devem discutir sobre os propósitos da ONG,
só que agora com foco nos projetos a serem desenvolvidos, no envolvimento de pessoas da
comunidade e nos recursos necessários.

Portanto, com ajuda do professor, cada grupo deve fazer um cuidadoso levantamento das
necessidades e pontos de interesses da comunidade buscando responder as seguintes
questões:

• Quais as atividades ou projetos da ONG? É preciso que neste ponto os


estudantes verifiquem se as atividades estão alinhadas com os Valores, Visão e
Missão da ONG, pois é a partir disso que todo o Plano de Ação vai se estruturar;
• A ONG possui os recursos necessários para execução das atividade/
projetos iniciais? Sobre essas questões é preciso pensar como a ONG
determinará suas necessidades em termos de equipe e recursos. É funda-
mental que os estudantes compreendam que os recursos são todas as coisas
que uma ONG precisa para realizar sua Missão. Incluem dinheiro, pessoas,
espaço, habilidades, experiência e relacionamentos;

Sobre recurso financeiro, é importante o detalhamento de como e quem fará a


supervisão financeira da ONG, pois este detalhamento, além de fazer parte do Planeja-
mento, é meio para o professor estimular os estudantes a pensarem nas responsabilidades
de cada pessoa que compõe a ONG também. Como exemplo, o gerenciamento financeiro
da organização pode ocorrer por meio de um sistema de contabilidade, que se utiliza de
voluntários especialistas na área.

• Como garantir que o trabalho da ONG seja eficiente? Neste ponto,


os estudantes devem pensar como as atividades e projetos devem trazer
progresso para a Missão da ONG. Nesta discussão, os estudantes devem
compreender que tudo deve ter sentido para a ONG por trazer resultados.
É importante saber, por exemplo, que, em algum momento, pode ser que os
estudantes precisem encerrar ou reestruturar um projeto, ou iniciar um novo
que atenda melhor às necessidades da comunidade, sendo o monitoramento
a garantira da eficiência do trabalho. É fundamental, neste caso, que a ONG
tenha um plano claro e bem pensando para lidar com as necessidades e com
os resultados;

56 Caderno do Professor • Protagonismo • Anos finais do Ensino Fundamental • 9º ano


• Que tipos de conexões e relacionamentos a ONG precisa agora e no fu-
turo? Discutir essa questão ajudará os estudantes a buscarem parcerias na
aula: Parceiros, bem-vindos! O diálogo com os que não estão na organização
de gente que faz mas se interessam pelo que ela faz. Contudo, é impor-
tante saber que uma ONG não realiza sozinha sua Visão para uma sociedade
melhor. As necessidades da comunidade são inúmeras e os problemas da
sociedade muito complexos. A ONG precisará trabalhar, no mínimo, com
outras ONGs, Fundações e com o Governo para atingir os seus objetivos.

Todas essas questões são importantes para início da elaboração do Plano de Ação da ONG
que deve começar a partir de então.

O momento final da atividade deve proporcionar a socialização das informações trazidas


pelos grupos, pois elas funcionam como alavancas motivadoras para materializar tudo o
que os estudantes pensaram inicialmente sobre a ONG em ações. À medida que os
estudantes forem avançando nas respostas, o professor deve ir aprofundando partes do
Plano de Ação de acordo com a estrutura que os estudantes já conheceram desde as aulas
dos Clubes de Protagonismo. De toda forma, nas próximas aulas, os estudantes iniciarão
a formulação dos objetivos, metas e estratégias do Plano de Ação. Por este motivo, todas
as informações referentes às questões trazidas nesta atividade devem ser registradas
pelos estudantes.

Avaliação

Observar se os estudantes conseguiram pensar e descrever as principais etapas do Plane-


jamento estratégico da ONG; se, ao fazer esse movimento, identificaram novas necessidades
e interesses da comunidade, bem como meios específicos de conseguir os recursos que
precisam e sobre como garantir um resultado eficiente da ONG.

Dessa forma, o professor deve avaliar durante toda a atividade a capacidade dos estudantes
em estabelecer relações entre o resultado pretendido da ONG, com o trabalho que precisa
ser planejado. Ou seja, quanto mais os estudantes conseguirem descrever o que precisam
para alcançar resultados, mais capazes e empoderados do Planejamento eles demonstra-
rão estar. Essas relações facilitarão a elaboração do Plano de Ação, que já se inicia nesta
aula. Cabe ao professor observar, portanto, o quanto os estudantes conseguem avançar no
Plano. De toda forma, vale ressaltar que nas próximas aulas os estudantes vão dar continui-
dade à elaboração do Plano de Ação que já se iniciou.

Caderno do Professor • Protagonismo • Anos finais do Ensino Fundamental • 9º ano 57


Na estante

VALE A PENA LER

Livro: Hobbit
Autor: John Ronald Reuel Tolkien
Editora: WMF Martins Fontes
Ano: 2013
Número de Páginas: 328
Prelúdio de O senhor dos anéis, O Hobbit conquistou sucesso imediato
quando foi publicado em 1937. Vendeu milhões de cópias em todo o mundo e estabeleceu-se
como um clássico moderno e um dos livros mais influentes de uma geração. Bilbo Bolsei-
ro é um hobbit que leva uma vida confortável e sem ambições. Mas seu contentamen-
to é perturbado quando Gandalf, o mago, e uma companhia de anões batem à sua porta
e levam-no para uma expedição. Eles têm um plano para roubar o tesouro guardado por
Smaug, o Magnífico, um grande e perigoso dragão. Bilbo reluta muito em participar da
aventura, mas acaba surpreendendo até a si mesmo com sua esperteza e sua habilidade
como ladrão! Tradução de Lenita Maria Rímoli Esteves.8

Referência Iconográfica:
Disponível em: <www.icebrasil.org.br/surl/?737b82>. Acesso em dezembro de 2017.

Disponível em: <www.icebrasil.org.br/surl/?35214f>. Acesso em dezembro de 2017.

8 Disponível em: <www.icebrasil.org.br/surl/?4ba4d0>. Acesso em março de 2019.

58 Caderno do Professor • Protagonismo • Anos finais do Ensino Fundamental • 9º ano


Aula 57
Definindo os objetivos e as metas de uma
organização de gente que faz

Toda ONG que se preze constrói uma rede de aliados por meio de relacionamentos sólidos,
baseados em objetivos e metas compartilhadas, confiança e benefício mútuo, com a sua
comunidade. Sendo assim, dando continuidade à aula anterior Nada acontece antes de
um sonho: de volta à missão, a definição dos objetivos da ONG é apenas uma das etapas
iniciais do Planejamento estratégico e tão importante quanto a sua Missão, pois é por meio
dos objetivos alcançados que a ONG cria mudanças duradouras para a sua comunidade.
É também por meio dos objetivos que é possível responder o que a ONG fará e o que terá
realizado em um tempo estimado. É sobre isso que esta aula irá tratar.

Objetivo Geral
• Criar uma ONG de acordo com a estrutura necessária.

Caderno do Professor • Protagonismo • Anos finais do Ensino Fundamental • 9º ano 59


Roteiro

ATIVIDADES PREVISÃO DE
DESCRIÇÃO
PREVISTAS DURAÇÃO

1º Momento: Retomada conjunta dos Valo-


res, Visão e Missão da ONG para definição 45 minutos
Atividade:
dos objetivos.
Jovens
atuantes.
2º Momento: Retomada dos objetivos da
45 minutos
ONG para definição das metas.

Avaliação. Observação do professor. 5 minutos

Orientações para as atividades

ATIVIDADE: JOVENS ATUANTES

Objetivo

• Definir os objetivos e metas da ONG.

Desenvolvimento

1º Momento

A atividade proposta nesta aula exige que os estudantes, conjuntamente, definam os


objetivos e metas da ONG. Para isso, é preciso que retomem todos os seus registros das
aulas anteriores para apoiá-los nessa elaboração. Para início da construção entre os
estudantes, o professor deve escrever no quadro branco da sala de aula os Valores, Missão e
Visão definidos nas aulas anteriores, para que todos possam visualizá-los e tomá-los como
ponto de partida na criação dos objetivos e metas da ONG. É importante orientar os estu-
dantes para não definirem mais que cinco objetivos, pois mais que isso pode inviabilizar a
qualidade dos resultados a serem alcançados em relação a cada um deles.

Antes de partir para os objetivos:

1- solicitar que os estudantes façam uma breve introdução sobre a ONG que
criaram, situando a sua causa atual e seus desafios. É possível também fazer
uma descrição sucinta da realidade da comunidade que a ONG atende. Neste
momento, é importante retomar a aula: ONG? Que tal uma organização de

60 Caderno do Professor • Protagonismo • Anos finais do Ensino Fundamental • 9º ano


gente que faz? Onde tem problema deve haver solução, quando os estudan-
tes discutiram o que era mais importante para a ONG, o seu propósito e o que
estavam dispostos a sacrificar para que a ONG fosse bem-sucedida;
2- ao retomar as aulas anteriores e seus registros sobre a Missão e Visão da
ONG, os estudantes devem buscar quais devem ser os objetivos que vão
garantir o alcance da Visão. Vale salientar que será a partir dos objetivos que
irão definir as Metas e Estratégias da ONG, também. Sobre isso, é valiosa a
mediação do professor retomando os conhecimentos prévios dos
estudantes sobre Plano de Ação, pois é esperado que os estudantes já te-
nham repertório suficiente para essa construção depois desta aula (usar Mo-
delo do Plano de Ação disponível no Anexo A para todas as aulas subsequen-
tes e como referência para todas as ações desenvolvidas pela ONG ao longo
do ano);
3- para a definição dos objetivos da ONG, o professor deve explicar aos
estudantes que todos os objetivos juntos representam aonde eles querem
chegar e devem partir do “quem”, que neste caso se refere à comunidade.

2º Momento

Definidos os objetivos, é chegado o momento de mediar as discussões para que os estudantes


possam definir as metas do Plano de Ação. Contudo, para isso, a organização dos
estudantes deve ser por grupos de cinco pessoas, e cada grupo deve ser responsável por
atribuir metas para cada objetivo definido no momento anterior. É necessário informá-los
que meta é sempre um número: percentual, quantidade e pontuação. A título de exemplo:
70% de arrecadação de fundos adicionais para um projeto X da ONG ou 50% dos voluntários
da ONG com conhecimento e formação na área dos projetos em que atuam (> ou < ou =
100%). Para definição das metas da ONG, o ponto de partida será sempre os objetivos, pois as
metas representam “um degrau que os estudantes estão subindo” na direção dos objetivos.

Considerando que os estudantes, desde as aulas iniciais, vêm atuando no Planejamento


estratégico da ONG, é possível solicitar que eles retomem, por exemplo, alguns projetos que
pensaram incialmente desenvolver na ONG, para definirem algumas metas para cada um.
Esse movimento contrário na lógica de construção do Plano de Ação é uma oportunidade
para que todos possam contar se os projetos pensados estão realmente alinhados com a
Missão, Visão e Objetivos da ONG. Lembrar que as metas serão sempre atualizadas à medida
que forem alcançadas.

É a partir desta aula em diante que os estudantes devem buscar tornar sustentável sua
ONG, e isso é muito mais do que torná-la financeiramente operante, é preciso buscar isso
desde a sua Visão e Missão. Tendo essa compreensão, ao final, cada grupo deve apre-
sentar as metas que definiram para discussão e validação das mesmas envolvendo toda a
turma.

Caderno do Professor • Protagonismo • Anos finais do Ensino Fundamental • 9º ano 61


Para próxima aula

Solicitar que os estudantes definam grupos de oito pessoas para criação de um comitê
estratégico, responsável por discutir com a comunidade estratégias do Plano de Ação da
ONG. Além disso, é preciso que todos (professor e estudantes) articulem com a Equipe
Gestora da Escola a data para divulgação e realização desse momento.

Avaliação

Desde o início do Planejamento estratégico, os estudantes são estimulados a construir


uma ONG por meio da experiência que possuem e conhecimentos adquiridos nos Clubes
de Protagonismo. Assim sendo, a atividade proposta nesta aula busca verificar se os es-
tudantes são capazes de definir os objetivos e metas da ONG. Contudo, mais que uma sim-
ples definição de duas etapas do Plano de Ação, é preciso que o professor esteja atento à
determinação dos estudantes na consecução dos propósitos da ONG, pois tudo o que eles
idealizaram em aulas anteriores, agora, precisam levar à frente.

Nesta aula, o domínio na construção do Plano de Ação da ONG é fundamental, mas isso
depende das articulações que os estudantes são capazes de fazer entre o que idealizaram e
a realidade apresentada. É por isso que deve ser mais valorizado pelo professor o processo
que leva a definição dos objetivos e metas da ONG, do que propriamente a escrita deles no
“papel”.

Além disso, é importante observar, durante as atividades, como todos participam e cola-
boram apresentando as suas propostas, se existe alinhamento entre os estudantes, se to-
dos convergem para um mesmo ponto de entendimento, se existe capacidade de síntese
e fluidez de pensamento. Além destes pontos, é importante observar também o nível de
comprometimento de cada um com a ONG, isso se torna observável quando os estudantes
expressam falas do tipo: “Isso é um grande desafio, mas todos juntos conseguiremos
alcançar”, “Vamos fazer a diferença na comunidade se cuidarmos dessa questão”, “Sonha-
mos com esse dia e vamos fazer a nossa parte”.

Outro ponto importante que merece atenção do professor é a qualidade do relaciona-


mento que os estudantes procuram estabelecer com a comunidade, pois isso garantirá o
alcance dos objetivos da ONG. É esperado que o relacionamento com a comunidade seja
realmente duradouro e traga impacto positivo na vida das pessoas. Isso se evidencia prin-
cipalmente no detalhamento das metas do Plano.

Por último, nesta aula, é importante observar também se os estudantes conseguem pontuar
as condições necessárias para o alcance da Visão da ONG, pois é por meio da definição dos
objetivos que eles entram num processo reflexivo de “conversar com a realidade” da comu-
nidade na qual estão inseridos. Sobre isso, pode ser que, ao formular os objetivos da ONG,

62 Caderno do Professor • Protagonismo • Anos finais do Ensino Fundamental • 9º ano


os estudantes deem conta que nunca será possível alcançá-los porque precisam ajustar
primeiro a Missão e Visão da ONG. Caso isso aconteça é uma oportunidade valiosa para o
professor perceber que os estudantes avançam um passo na direção do foco e direção da
ONG que antes não possuíam.

Portanto, o exercício de definição de objetivos e metas valida tudo o que os estudantes


idealizaram sobre a ONG, pois isso exige uma visão geral sobre os componentes necessários
para criar e manter uma ONG. Cabe ao professor estar atento a todas as movimentações
que os estudantes são capazes de fazer a respeito disso.

Na estante

VALE A PENA NAVEGAR

ChildFund 9 - Conheça 6 exemplos de projetos so-


ciais que transformam vidas.
Ano: Ativa desde 1966
Começar a modificar a sociedade não precisa de
grandes passos. Na verdade, existem inúmeros exemplos
de projetos sociais que estão modificando a vida de várias pessoas neste exato minuto
e que precisam de doação (tempo, dinheiro ou conhecimento) para que essas ações
continuem existindo.
Se você está cansado de tantas injustiças sociais ou apenas deseja começar a praticar o
bem, saiba que existem muitas maneiras de ajudar e fazer com que os bons projetos so-
ciais continuem transformando várias realidades.

9 Disponível em: <www.icebrasil.org.br/surl/?63cca4>.Acesso em junho de 2019.

Caderno do Professor • Protagonismo • Anos finais do Ensino Fundamental • 9º ano 63


Material: As melhores ONGs de 201810
É possível acessar no link disponibilizado aqui “As 100 melhores
ONGs de 2018” em ordem alfabética. Existe a possibilidade de pes-
quisar as ONGs destaques por região e área de atuação também.

Referência Iconográfica:
Disponível em: <www.icebrasil.org.br/surl/?9f46f2>. Acesso em dezembro de 2021.

Disponível em: <www.icebrasil.org.br/surl/?77afc5>. Acesso em dezembro de 2021.

Disponível em: <www.icebrasil.org.br/surl/?64ecac>. Acesso em dezembro de 2021.

10 Disponível em: <www.icebrasil.org.br/surl/?2e0caf>. Acesso em junho de 2019.

64 Caderno do Professor • Protagonismo • Anos finais do Ensino Fundamental • 9º ano


Anexo A - Plano de ação estratégico da ONG

1. Introdução e 2. Valores 3. Visão 4. Missão


Diagnóstico O que guia nossa O que queremos ser no Qual a nossa causa e
A situação atual, conduta. futuro. razão.
constatações, descrições
da realidade, causa da
ONG e seus desafios.

5. Premissas e Objetivos
Pontos de partida e de chegada para atingir a visão.

6. Prioridades
Para cada objetivo: quais os pontos de maior impacto nos resultados.

7. Indicadores e metas 8. Estratégias


Para cada prioridade, os indicadores de resultado e as Direcionamentos a
metas que, ao serem alcançadas, nos deixarão mais serem desdobrados em
próximos dos objetivos. ações para atingir os
objetivos.

De Resultados De Processos
Apuração de Medições no decorrer
resultados de médio do processo e o
e longo prazo período de apuração
(diário, semanal,
META
bimestral, etc.)
>.....%
>.....%
<.....%

Caderno do Professor • Protagonismo • Anos finais do Ensino Fundamental • 9º ano 65


Aula 58
Definindo as estratégias e as funções de uma
organização de gente que faz

Para que uma ONG alcance os seus resultados e tenha sucesso é fundamental um detalhamento
de ações que devem acontecer em curto, médio e longo prazos, implementadas por meio
de estratégias que são gerenciadas para que os objetivos sejam alcançados. As estratégias,
portanto, são mobilizadoras de esforços e, por isso, quando bem elaboradas conseguem
reunir ações precisas para obter o melhor retorno possível. Sobre isso, agora, mais do que
nunca, os estudantes devem ter clareza sobre o presente e o futuro da ONG, pois é nesta
aula que passarão a ter critérios para uma atuação mais direcionada na ONG

Objetivo Geral
• Compreender a importância das estratégias para alcance dos objetivos da ONG.

66 Caderno do Professor • Protagonismo • Anos finais do Ensino Fundamental • 9º ano


Roteiro

ATIVIDADES PREVISÃO
DESCRIÇÃO
PREVISTAS DE DURAÇÃO

1º Momento: Criação de um comitê estratégi-


Atividade: co para definição das estratégias do Plano de 50 minutos
Transformando Ação da ONG.
informações
em estratégias. 2º Momento: Apresentação e validação das
45 minutos
estratégias pelos estudantes.

Avaliação. Observação do professor. 5 minutos

Orientações para as atividades

ATIVIDADE: TRANSFORMANDO INFORMAÇÕES EM ESTRATÉGIAS

Objetivo

• Definir as estratégias da ONG.

Desenvolvimento

1º Momento

A proposta desta aula é que os estudantes criem um “comitê estratégico”, composto por
oito pessoas em cada grupo, para organizar plenárias abertas à comunidade com o intuito
de discutir e decidir as estratégias do Plano de Ação da ONG. É fundamental que este
momento seja alinhado com a Equipe Escolar (Gestor e Coordenador Pedagógico) e
realizado com a participação ativa de todos os estudantes. A proposta é que a comunidade
contribua no alcance dos resultados a serem alcançados pela ONG ou na solução de algumas
problemáticas. Vale ressaltar que o conhecimento da comunidade e as coisas que ela está
interessada em aprender e fazer podem vir a ser ótimas estratégias para a ONG.

Um ponto importante na construção das estratégias é que elas devem ser discutidas numa
ordem de trás para frente do Plano de Ação, ou seja, ao descrevê-las é preciso assegurar
que elas produzirão os resultados esperados. Isso porque, embora o Plano de Ação seja es-
crito da esquerda para direita, ele ajuda a trabalhar da direita para a esquerda à medida que
os estudantes o desenvolvem. Portanto, quando lidos os objetivos, metas e estratégias, em

Caderno do Professor • Protagonismo • Anos finais do Ensino Fundamental • 9º ano 67


conjunto, tudo deve descrever aspectos básicos da ONG ao longo do tempo, do plane-
jamento aos resultados. Considerar que um Plano de Ação ao ser lido deve seguir uma se-
quência de raciocínio, ou declarações do tipo: “se”; “então”, que conectam partes do Plano.

No momento de discussões com a comunidade para definição das estratégias, a mediação


do professor é necessária para que sejam provocados a uma reflexão sobre a importância
de uma estratégia desencadear não só uma ação da ONG, mas uma série de outras relacio-
nadas, pois são das estratégias que serão desdobradas as ações pelos membros da ONG.
A proposta do comitê, portanto, é de que deve ser formado para que cada grupo de estu-
dantes fique responsável por discutir e definir, junto com a comunidade, direcionamentos a
serem desdobrados em ações para atingir um dos objetivos do Plano de Ação.

2º Momento

Após a definição das estratégias, todos os estudantes devem socializar suas elaborações
para a turma. Para isso, serão realizadas apresentações de cada comitê. A proposta é que
todos validem o que construíram junto com a comunidade e alinhem o que for necessário.

Feito isso, o Plano de Ação está pronto para atribuir tarefas e responsabilidade a cada mem-
bro que compõe a ONG. Lembrar que as ações irão concretizar as estratégias e atingir as
metas do Plano de Ação, o que exigirá também, um cronograma com prazo das ações para
cada pessoa.

É importante ressaltar que a partir desta aula os estudantes devem fazer uma avaliação
sistemática dos resultados alcançados na ONG (aplicação do *PDCA). É por este motivo
que as estratégias do Plano de Ação podem mudar com o passar do tempo, pois é por
meio das estratégias que a ONG, continuamente, seguirá aprendendo e crescendo, e que
os estudantes vão conseguir identificar o que realmente devem fazer para isso acontecer.

Para apoiar os estudantes nessa etapa subsequente à elaboração do Plano de Ação,


cabe fazer uma avaliação se perguntando:

- O que nós fizemos que funcionou?


- O que poderia ter funcionado melhor?
- Por que determinadas coisas funcionaram (ou não)?
- O que nós aprendemos e como podemos usar esse conhecimento para
fortalecer o nosso trabalho?

*Para PDCA – Ciclo da melhoria contínua. Sobre isso, retomar aula: Nada está tão bem que
não possa melhorar: Como fazer a engrenagem girar? O PDCA ao vivo no Clube. Quando
os estudantes utilizaram esse instrumento de gestão para aprimoramento dos seus Clubes
de Protagonismo.

68 Caderno do Professor • Protagonismo • Anos finais do Ensino Fundamental • 9º ano


Avaliação

Um ponto principal a ser avaliado nesta aula é se os estudantes são capazes de definir as
estratégias do Plano de Ação. Contudo, vale ressaltar que mais que conseguirem colocar
“no papel” as estratégias, é importante que durante essa construção tenham feito uma
análise sistemática dos resultados que buscam alcançar na ONG. O professor observa isso,
principalmente no primeiro momento da atividade, quando os estudantes analisam os ob-
jetivos e identificam os pontos fortes da comunidade.

Outro ponto a ser observado é se a estratégia é atualizada (baseada em dados e informa-


ções atuais e úteis) e se os estudantes demonstram ser capazes de vivê-la no dia a dia. O
professor observa isso quando os estudantes possuem clareza sobre os caminhos que de-
vem ser seguidos para alcançar os objetivos e/ou quando possuem uma visão geral sobre a
ONG, identificando os possíveis riscos e oportunidades que estão presentes nas pequenas
situações.

Por fim, cabe ao professor observar o esforço, determinação, conhecimento e experiência


dos estudantes em todos os momentos da aula.

Na estante

VALE A PENA NAVEGAR

Agência de Desenvolvimento Econômico Local - Adel


A Agência de Desenvolvimento Econômico Local (Adel) é
uma organização sem fins lucrativos que tem como mis-
são promover o desenvolvimento local de comunidades
rurais no sertão do Nordeste brasileiro, por meio do em-
preendedorismo e do protagonismo social de jovens e agricultores rurais.
A criação da Adel é resultado da mobilização de jovens de comunidades rurais no semiárido
do Ceará que tiveram a oportunidade de cursar a universidade na capital do Estado,
Fortaleza, e que optaram por retornar à região, onde nasceram e foram criados, para investir
os conhecimentos e as habilidades adquiridas em prol do desenvolvimento local.

Caderno do Professor • Protagonismo • Anos finais do Ensino Fundamental • 9º ano 69


Enquanto estudavam em cursos como Economia, Administração, Agronomia, Engenharia,
Comunicação e Ciências Sociais, eles entenderam a importância do conhecimento e de
ferramentas que estavam aprendendo nas aulas para o desenvolvimento e para a transfor-
mação social das comunidades rurais onde moravam.
Em 2007, esses jovens se organizaram e começaram a atuar na região de Pentecoste, no
norte do estado, onde fundaram a Adel para apoiar pequenos produtores rurais em si-
tuação de vulnerabilidade com foco no fortalecimento da agricultura familiar.
A sede da Adel fica em Pentecoste, uma cidade distante cerca de 90 km de Fortaleza, e o
Centro de Formação da instituição localiza-se no município vizinho, São Gonçalo do Amarante.

Referência Iconográfica:
Disponível em: <www.icebrasil.org.br/surl/?e02255>. Acesso em dezembro de 2021.

Disponível em: <www.icebrasil.org.br/surl/?fa7380>. Acesso em dezembro de 2021.

70 Caderno do Professor • Protagonismo • Anos finais do Ensino Fundamental • 9º ano


Aula 59
Planejamento financeiro não é coisa de
economista! Organização de gente que faz e
Projeto de Vida precisam dele

Todas as coisas que uma ONG precisa para realizar sua Missão requerem um planejamento fi-
nanceiro, pois isso inclui recursos. Isso significa que, além de recursos financeiros, é preciso
que a ONG tenha condições ou alternativas para manter seus funcionários, espaço, equipa-
mentos, materiais, suprimentos, desenvolver habilidades, pessoas para trocar experiên-
cias e construir uma rede ampla de relacionamentos. Portanto, desenvolver um orçamento
para a organização é uma das tarefas mais desafiadoras para os estudantes. O importante
é que todos compreendam que orçamento é um componente crítico para o sucesso da
ONG, pois isso determina o limite da sua atuação. Sendo assim, esta aula insere os estu-
dantes no exercício constante de desenvolvimento financeiro da sua ONG.

Caderno do Professor • Protagonismo • Anos finais do Ensino Fundamental • 9º ano 71


Para refletir
Existem muitas razões pelas quais toda pessoa precisa de orçamento para planejar as
despesas do seu projeto. Para construir um Projeto de Vida, por exemplo, os estudantes
partiram da sua própria história, trouxeram explicações para cada objetivo do seu Plano
de Ação, definiram suas metas e estratégias. A honestidade e transparência, com certeza,
passaram a ser valores básicos para a realização dos seus sonhos. Tudo isso porque todo
projeto requer um Plano e se tratando de uma organização isso também não é diferente.
Planejamento financeiro é fundamental.

Objetivo Geral
• Compreender a importância do planejamento financeiro para estruturação da ONG.

Roteiro

ATIVIDADES PREVISÃO
DESCRIÇÃO
PREVISTAS DE DURAÇÃO

1º Momento: Criação de Comitê para cuidar


do planejamento financeiro da ONG, validação 50 minutos
Atividade: dos cargos e funções existentes na ONG.
Líderes, cadê
vocês? 2º Momento: Definição das prioridades e
ações da ONG sob liderança dos membros do 45 minutos
Comitê.

Avaliação. Observação do professor. 5 minutos

72 Caderno do Professor • Protagonismo • Anos finais do Ensino Fundamental • 9º ano


Orientações para as atividades

ATIVIDADE: LÍDERES, CADÊ VOCÊS?

Objetivo

• Definir um planejamento geral dos recursos da ONG.

Desenvolvimento

1º Momento

Para que uma ONG funcione bem e alcance os seus resultados é preciso que ela tenha um
planejamento financeiro em longo prazo e adote uma prática de prestar informações à
comunidade sobre de onde vem o seu dinheiro e para que ele é usado. Isso porque o suces-
so de uma ONG depende da gestão de todos os recursos e, principalmente, do financeiro.
Outro ponto importante é que a comunidade tem o direito de saber o que a ONG realiza e
como está usando tudo o que recebe.

Uma ONG é uma organização sem fins lucrativos e pode ter diversas fontes de recursos
e estratégias para captar recursos, uma delas pode ser oriunda do voluntariado de
pessoas da própria comunidade para realizar seu trabalho com eficiência. Sabendo disso,
os estudantes precisam criar um Comitê formado por estudantes interessados para o
gerenciamento e as finanças da ONG. Uma das atribuições de quem participa desse Comitê
é analisar e aprovar as parcerias da ONG (assunto abordado na próxima aula: Parceiros,
bem-vindos! O diálogo com os que não estão na Organização de Gente que Faz, mas se
interessam pelo que ela faz) e supervisionar todas as questões de orçamento, arrecadação
de fundos e planejamento de projetos da ONG.

Assim sendo, para escolha dos membros do Comitê é preciso buscar, entre os colegas
aqueles que, além de interessados, tenham maior facilidade em tomar decisões e sejam
flexíveis (na sequência desta aula há mais informações sobre o perfil desses estudantes).
Além disso, é fundamental que esses membros estejam comprometidos com a Visão, Valo-
res e Missão da ONG, além de serem líderes servidores. Outro ponto importante na escolha
é informá-los previamente que todos precisarão dedicar mais tempo à “gestão” da ONG,
diferentemente dos outros membros da ONG. É neste momento que o professor deve apro-
veitar para validar com os estudantes as funções e cargos existentes na ONG. É importante
que todos entendam que possuem um trabalho a realizar e todos são importantes para
a ONG.

Caderno do Professor • Protagonismo • Anos finais do Ensino Fundamental • 9º ano 73


Para escolha dos membros do Comitê, caso seja necessário, o professor deve retomar con-
ceitos sobre liderança servidora trabalhados nas aulas: Das fronteiras às membranas, dos
muros à pele: eu e o mundo e Liderar é servir: os protagonistas que mudaram o mundo.
Essas aulas, além de trabalharem as características de um líder servidor, também
abordaram a atuação dos estudantes em espaços coletivos por meio do estímulo ao
espírito colaborativo. E, se ainda necessário, o professor pode buscar apoio numa aula de
Projeto de Vida: Zona de conforto, fora. A vida não é um algodão doce, para tratar com os
estudantes sobre os desafios na consecução de projetos, pois esta aula traz exemplos de
biografias que estimulam o olhar dos estudantes para a importância da determinação, co-
ragem e humildade na vida.

Abaixo, seguem alguns pontos para apoiar os estudantes na identificação dos membros do
Comitê. Espera-se que os escolhidos sejam capazes de:

- analisar e ouvir um problema trazido pela comunidade;


- trazer soluções para as problemáticas apresentadas;
- planejar eventos e projetos;
- gerenciar tarefas, cronogramas e recursos;
- realizar reuniões com a comunidade;
- falar em público;
- lidar com conflitos.

2º Momento

Uma vez definidos os membros do Comitê, estes devem articular com os outros estudantes
as direções das ações da ONG e suas prioridades para trazer recursos para a organização.
Isso porque, ao validarem as prioridades e ações da ONG, os estudantes criam condições
para a operacionalização do planejamento financeiro da ONG, facilitando a tomada de
decisões quanto à autorização dos projetos e aprovação das despesas. Para isso, dar
seguimento ao preenchimento do Plano de Ação disponibilizado no anexo da aula anterior:
Definindo os objetivos e as metas de uma organização de gente que faz.

É importante explicar aos estudantes que, na medida em que a ONG cresce e amadurece, é
necessário um planejamento financeiro para assegurar novos projetos, funcionários, re-
cursos, doadores e parceiros. O planejamento financeiro é, portanto, uma forma de ga-
rantir, desde o início, que a ONG tenha o que é necessário para realizar o seu trabalho, pois
tudo deve perpassar também pelo financeiro. E, isso é responsabilidade que cabe agora ao
Comitê que, mais que buscar recursos, tem que saber priorizar o que querem para alcançar
seus objetivos. Assim sendo, cabe ao Comitê:

- planejar a aplicação de recursos (os gastos projetados para uma atividade e


de onde eles se originarão);
- realizar prestação de contas à comunidade (Accountability – sobre isso, caso

74 Caderno do Professor • Protagonismo • Anos finais do Ensino Fundamental • 9º ano


necessário, o professor pode retomar a aula: Quem está no banco do moto-
rista, afinal?);
- monitorar se tudo o que foi ação prevista está sendo realizada;
- definir as prioridades da ONG com vista ao orçamento financeiro.
Sobre onde e como buscar recursos, cabe ao professor explicar que a ONG pode captar
todo tipo de recursos, seja com pessoas jurídicas: por meio de propostas de patrocínio ou
por meio de um projeto conjunto, que avalie os interesses da empresa aos da ONG, ou com
pessoas físicas: por meio de doações e voluntariado, por exemplo. Outra forma é propondo
jantares, bingos, bazares e realizando campanhas, pois essas são estratégias bem efetivas
ou, ainda, firmando parcerias com fundações, órgãos internacionais e governamentais, as-
sunto este que será abordado na próxima aula: Parceiros, bem-vindos! O diálogo com os
que não estão na organização de gente que faz, mas se interessam pelo que ela faz. Ao final
da aula, espera-se que os estudantes tenham conseguido definir um planejamento geral
para os recursos da ONG. E, assim como todo planejamento, este deve ser reavaliado e
refeito periodicamente, de modo que esteja adequado e fiel à realidade da ONG.

Avaliação

Embora a liderança servidora seja algo desenvolvido na prática, ao longo da própria vivência
dos estudantes na ONG, o professor deve estar atento ao movimento de identificação que
os estudantes realizam para definição dos membros do Comitê, pois isso tem que ocorrer
a partir do perfil determinado. Assegurar o perfil dos membros do Comitê é uma forma de
garantir que a ONG tenha, de fato, um planejamento financeiro bem produzido, estratégico
e que antecipe os mais diferentes cenários possíveis.

Outro ponto importante é sobre a definição de um planejamento geral para os recursos da


ONG e, sobre isso, cabe ao professor observar se os estudantes têm uma visão de curto,
médio e longo prazo quanto aos recursos da ONG, se falam em reservas financeiras para
imprevistos (anteveem as situações de crises) e se conseguem definir as prioridades do
Plano de Ação de acordo com essa visão (se sabem quais as demandas principais da ONG).
Sobre isso, deve ser valorizado todo o movimento que os estudantes fazem no sentido
de definir novas metas para que a ONG tenha menos gastos e/ou consiga alocar mais in-
vestimento. Essa é uma forma de construir situações favoráveis para que os objetivos da
ONG sejam alcançados, assim como, se estão sendo realistas, de forma a refletir sobre as
possibilidades de cada projeto e ação proposta pela ONG diante da visão geral do planeja-
mento financeiro.

Caderno do Professor • Protagonismo • Anos finais do Ensino Fundamental • 9º ano 75


Na estante

VALE A PENA LER

Livro: Social em foco: ONGs – orientações legais e práticas


Autora: Ana Cláudia P. Simões
Editora: A Gazeta
Ano: 2014
Número de páginas: 402
Este livro é uma coletânea de textos de autoria de Ana Cláudia Pereira
Simões, publicados na coluna Social em Foco, do jornal A Gazeta, de Vitória-ES; e tem como
objetivo esclarecer as dúvidas mais frequentes dos gestores de instituições do Terceiro
Setor. Essas entidades, para garantir qualidade à sua atuação, são compelidas a cumprir
exigências cada vez mais numerosas e rigorosas da legislação e das entidades financiado-
ras dos projetos. Dirigidas por voluntários idealistas, as entidades do Terceiro Setor já per-
ceberam que a qualificação é o melhor caminho a ser trilhado para atingir os resultados
desejados. A qualificação possibilita a elaboração de bons projetos, a captação de recursos
para realizá-los ao alcance de resultados que, por sua vez, resultam na continuidade da or-
ganização, com o pleno atendimento aos condicionantes da lei e dos parceiros. Ao esclarecer
as dúvidas dos gestores, este livro pretende contribuir para o fortalecimento das instituições
do Terceiro Setor para que elas se tornem capazes de beneficiar uma quantidade ainda maior
de pessoas.11

Referência Iconográfica:
Disponível em: <www.icebrasil.org.br/surl/?0353f0>. Acesso em dezembro de 2021.

Disponível em: <www.icebrasil.org.br/surl/?b93339>. Acesso em dezembro de 2021.

11 Disponível em: <www.icebrasil.org.br/surl/?ed78a4>. Acesso em dezembro de 2021.

76 Caderno do Professor • Protagonismo • Anos finais do Ensino Fundamental • 9º ano


Aula 60
Parceiros, bem-vindos! O diálogo com os que
não estão na organização de gente que faz,
mas se interessam pelo que ela faz

Uma ONG não pode concretizar sozinha sua Visão para uma sociedade melhor sem criar
uma rede de parceiros que possa apoiá-la. É por meio de parcerias que a ONG pode ampliar
sua base de suporte, ter acesso a novos recursos, incluindo fundos, verbas, além de informações,
experiências e habilidades, assim como pode atingir novas populações, ganhar espaço
e visibilidade.

As parcerias podem ser firmadas de diferentes formas, mas quanto mais formal e estruturada,
mais fácil de avaliar os resultados alcançados. Um bom parceiro para a ONG é aquele que
agrega valor a ela, pode ser na troca de informações, ideias, experiências e não só investindo
dinheiro. Partindo disso, esta aula estimula os estudantes a pensarem nas parcerias que
devem ser criadas para a sua ONG e o tipo de relacionamento que desejam construir por
meio delas. Esta aula é, portanto, uma fonte de ideias e de informações que fortalecem ainda
mais a causa da ONG.

Caderno do Professor • Protagonismo • Anos finais do Ensino Fundamental • 9º ano 77


Objetivo Geral
• Estabelecer parcerias que dialogam com os princípios da Organização de Gente
que Faz.

Roteiro

ATIVIDADES PREVISÃO
DESCRIÇÃO
PREVISTAS DE DURAÇÃO

1º Momento: Elaboração de apresentação em


Power Point para estimular parcerias para a 50 minutos
Atividade:
ONG.
Todos pela
mesma causa!
2º Momento: Encontro com a comunidade e
45 minutos
elaboração de lista de parceiros para a ONG.

Avaliação. Observação do professor. 5 minutos

Orientações para as atividades

ATIVIDADE: TODOS PELA MESMA CAUSA!

Objetivo

• Propor lista de possíveis parceiros para a ONG.

Desenvolvimento

1º Momento

Dando continuidade à aula anterior: Planejamento Financeiro não é coisa de economista!


Organização de Gente que Faz e Projeto de Vida precisam dele, os estudantes devem am-
pliar suas reflexões sobre o quanto é importante buscar recursos para manter o funcio-
namento da ONG, só que agora por meio da possibilidade de se construir parcerias com
diferentes públicos interessados.

Para início de conversa, o professor deve perguntar aos estudantes sobre os projetos da
ONG e quais deles já acontecem com apoio de algum parceiro. Assim como, para novos

78 Caderno do Professor • Protagonismo • Anos finais do Ensino Fundamental • 9º ano


projetos ou os que ainda precisam de apoio, quais os motivos que eles acreditam que os
“parceiros” poderiam demonstrar interesses em apoiá-los. Por meio dessas perguntas, o
professor deve estimular os estudantes a pensarem sobre que tipo de conexões e relacio-
namento a ONG precisa agora e no futuro.

Outro ponto a ser discutido com os estudantes é sobre a importância da confiança que
a comunidade deposita na ONG, pois isso é um dos ativos mais importantes para a ONG
ter uma boa reputação diante de todos, principalmente, dos parceiros. Vale ressaltar que
quanto mais a ONG conquista essa reputação executando projetos que respondem às
necessidades da comunidade, mais recompensa a confiança com os parceiros que possuem.

É necessário destacar a importância de momentos de conversas com a comunidade como


parte da rotina de funcionamento da ONG, pois essa também é uma forma de prestar contas
à comunidade e gerar confiança a todos os envolvidos. Lembrar de que a ONG existe para
o bem público e deve responder ao público e, por isso, deve envolver os membros da co-
munidade no seu planejamento.

Para mobilizar o conhecimento dos estudantes na identificação dos possíveis parceiros da


ONG, o professor deve retomar a aula: O melhor invento do século: procura-se um parceiro,
para mobilizar os conhecimentos prévios dos estudantes, pois nessa aula eles buscaram
parcerias para os seus Clubes e foram discutidos valores fundamentais, práticas coopera-
tivas, solidárias e sustentáveis que deveriam nortear as escolhas dos parceiros.

Uma vez discutidas todas as questões pontuadas anteriormente, é necessário que os


estudantes realizem um encontro com a comunidade alvo da ONG para informar sobre
como ela trabalha, quais são suas limitações e os recursos que precisa para funcionar. É
importante falar também sobre os projetos, equipe, membros, diretoria, financiadores –
principalmente o motivo pelo qual alguns financiadores apoiam a ONG. Para isso, solicitar
que os estudantes construam uma apresentação em Power Point com foco nas possíveis
parcerias que necessitam para divulgá-la à comunidade. É por meio dessa apresentação
que os estudantes iniciam o processo de construção de uma lista de possíveis parceiros
para a ONG.

2º Momento

Após fazer a apresentação em Power Point elaborada no momento anterior, o professor


deve estimular uma discussão dos estudantes com a comunidade para a criação de uma
lista com possíveis parceiros para ONG. Contudo, o professor deve considerar alguns
pontos importantes:

- visão compartilhada - embora cada parceiro possa ter sua própria Visão,
uma Visão compartilhada ajuda a todos a definir objetivos comuns;

Caderno do Professor • Protagonismo • Anos finais do Ensino Fundamental • 9º ano 79


- envolvimento coordenado - é importante que os parceiros tenham ações
coordenadas com a ONG. Isso deve existir desde o compartilhamento de in-
formações até as iniciativas tomadas, assim como, regras básicas para ações
conjuntas e comunicação. Isso significa discutir e decidir o que será feito por
ambas as partes.
Um ponto a ser destacado é que os estudantes podem buscar parcerias com outras ONGs,
pois é possível encontrar ONGs que trabalham pela mesma causa, só que em diferentes
lugares. Isso possibilita que as ONGs trabalhem juntas e coordenem ações em âmbito ainda
mais amplo, como o nacional, por exemplo.

Por fim, uma vez identificados possíveis parceiros, cabe aos estudantes organizarem ma-
neiras de entrar em contato com eles, o que pode ser por meio de chamadas por telefone,
reuniões e/ou e-mails.

Para saber mais


Exemplo de parceria: Uma ONG que se chama Ruas da Cidade decidiu que quer construir
uma parceria de longo prazo com uma universidade local para levar estudantes de Enge-
nharia e Ciências Ambientais para os projetos de saneamento na comunidade na qual ela
atua. Para isso, seus fundadores partiram de um levantamento dos resultados alcançados
pela ONG e identificaram a necessidade de cuidar da saúde da comunidade investindo em
saneamento. A partir disso, buscaram pessoas e outras instituições que pudessem apoiá-los.
Essa parceria também foi uma forma de aumentar a visibilidade da ONG.

Avaliação

É preciso observar se os estudantes conseguiram construir uma lista de possíveis parceiros


considerando os pontos discutidos nesta aula. Cabe ao professor verificar os pontos de
convergência que os estudantes encontraram entre a ONG e seus parceiros, assim como a
facilidade que tiveram para pensar nas regras básicas de trabalho a serem firmadas entre
ambas as partes. Neste caso, é valorizada a cooperação, determinação e empatia entre
todos os envolvidos

80 Caderno do Professor • Protagonismo • Anos finais do Ensino Fundamental • 9º ano


Para saber mais
O Prince Claus Fund e o Goethe-Institut costumam lançar Chamadas de Propostas para
apoiar iniciativas culturais e artísticas que abordam questões ambientais urgentes em todo
o mundo. A título de exemplo, recentemente abriram convite à apresentação de propos-
tas destinadas a África, América Latina, Ásia, Caribe e Europa Oriental. Eles buscam
apoiar iniciativas que permitam que as comunidades locais, bem como as instituições
globais, se envolvam com as mudanças ameaçadoras da natureza e do meio ambiente por
meio de intervenções artísticas e culturais contemporâneas.
Outra solicitação frequente de propostas ocorre por meio de agências doadoras bilaterais
(financiamento bilateral de doadores refere-se à ajuda do governo do país doador ao país
beneficiário numa parceria Governo-para-Governo ou Governo-ONG/Sociedade Civil),
como a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional - USAID. Ela
também costuma anunciar frequentemente a Solicitação de Propostas, em que
ONGs locais, internacionais e nacionais podem participar ativamente e receber financia-
mento para uma ampla gama de atividades de desenvolvimento. A Aliança para o Desen-
volvimento Global é um desses programas que acredita no estabelecimento de parcerias
público-privadas para o desenvolvimento sustentável, e as ONGs são partes interessadas
importantes nela.

Caderno do Professor • Protagonismo • Anos finais do Ensino Fundamental • 9º ano 81


Na estante

VALE A PENA LER

Livro: Tribos – Nas trilhas da cidadania: histórias e guias para o


voluntariado juvenil
Autor: ONG Parceiros Voluntários
Ano: 2004
Número de páginas: 194
Livro12 para o professor refletir sobre itinerários, caminhos percorridos
e sentido das ações que podem ser usadas em grupos de jovens, em
casa, na escola para a implantação do voluntariado juvenil. No livro, o professor encontra
histórias de jovens que participaram da ação de voluntariado juvenil, realizada em agosto
de 2003, no Rio Grande do Sul. A ação foi organizada pela ONG Parceiros Voluntários, com
o título Tribos nas trilhas da cidadania. Este livro descreve que, por meio do voluntariado, os
jovens desenvolvem novas formas de convívio social, trazem novas reflexões sobre o mun-
do no qual estão inseridos, ou seja, constroem novas identidades, novos jeitos de aprender
e ensinar, novas formas de viver em sociedade. Por fim, o livro traz algumas orientações
para dar mais qualidade ao desejo de qualquer pessoa de se voluntariar.

Para saber mais


A ONG Parceiros Voluntários é uma organização não governamental, sem fins lucrativos e
apartidária, fundada em janeiro de 1997, que se propõe a desenvolver a cultura do trabalho
voluntário organizado no Rio Grande do Sul. A ONG está presente em muitos municípios
do Rio Grande do Sul, estruturando sua atuação por meio de programas de voluntariado
Pessoa Física, Pessoa Jurídica, Organizações da Sociedade Civil (OSCIP) e Voluntariado da
Escola (PVE).

12 O professor pode acessar o livro no link: www.icebrasil.org.br/surl/?9d7f43. Acesso em maio de 2019.

82 Caderno do Professor • Protagonismo • Anos finais do Ensino Fundamental • 9º ano


VALE A PENA ASSISTIR

Documentário: Um dia eu voltaria


Direção: Lucas Bogo
País de origem: Brasil
Ano: 2017
Duração: 1h
O documentário é totalmente independente e foi produzido em parceria
com o cineasta Lucas Bogo. Ele conta uma história inspiradora da brasi-
leira Letícia Mello, que realizou uma viagem durante seis meses pelo Sudeste Asiático com
um único intuito: ser voluntária de causas sociais.

A jovem dedicou seus dias em países como Tailândia, Camboja e Vietnã dando aulas de
inglês para crianças, policiais, monges e agricultores. Em troca, ela recebeu alimentação
e acomodação. Além dessas ações, Letícia conseguiu, de forma coletiva, arrecadar fundos
para ajudar na cirurgia de um aluno que tinha dificuldades para falar.

Referência Iconográfica:
Disponível em: <www.icebrasil.org.br/surl/?ac43d8>. Acesso em dezembro de 2021.

Disponível em: <www.icebrasil.org.br/surl/?35a87a>. Acesso em dezembro de 2021.

Disponível em: <www.icebrasil.org.br/surl/?aedc1d>. Acesso em dezembro de 2021.

Caderno do Professor • Protagonismo • Anos finais do Ensino Fundamental • 9º ano 83


Aula 61
Estamos crescendo e influenciando
positivamente todos que nos cercam

Pessoas e comunidades são o motivo central da existência de uma ONG. Independente-


mente dos problemas com os quais lidam, todas as ONGs são criadas para melhorar a vida
das pessoas e fortalecer a comunidade. Assim sendo, é chegado o momento de identificar
como a ONG tem influenciado positivamente todos que a cercam. Ou seja, se ela foi capaz,
de fato, de transformar vidas por meio da aquisição de conhecimento por parte de todos
os envolvidos e desenvolver seus potenciais, pois é através disso, que uma relação de
confiança se constrói com a comunidade e parceiros, e todos podem ajudá-la a crescer
ainda mais.

Objetivo Geral
• Articular o plano com a comunidade e seu entorno para envolvimento cada vez
maior da comunidade e seus parceiros com a ONG.

84 Caderno do Professor • Protagonismo • Anos finais do Ensino Fundamental • 9º ano


Roteiro

ATIVIDADES PREVISÃO
DESCRIÇÃO
PREVISTAS DE DURAÇÃO

Atividade:
Florada das Desenvolvimento de ações para identificar no-
45 minutos
cerejeiras da vas lideranças e espaços de atuação da ONG.
ONG.

Avaliação. Retomada dos objetivos da aula. 10 minutos

Orientações para as atividades

ATIVIDADE: FLORADA DAS CEREJEIRAS DA ONG

Objetivo

• Explorar todo o potencial da Organização de Gente que faz e mostrar como


todos podem ajudá-la a crescer ainda mais.

Desenvolvimento

Não deve ser novidade para os estudantes que uma boa forma de ajudar a ONG a crescer e
perpetuar o seu trabalho é abrindo as portas para que os membros da comunidade pos-
sam contribuir com as suas ideias e com a revisão anual do seu Plano de Ação. É também
por meio dessa prática que a ONG obtém feedbacks da própria comunidade sobre suas
propostas e comprova o impacto de suas ações. Assim sendo, abaixo seguem algumas
ações para os estudantes fortalecerem ainda mais o crescimento e atuação da ONG:

1 – investir em lideranças - é preciso identificar novos líderes entre os mem-


bros da ONG e/ou na comunidade. Isso se torna visível quando existe alguém
que acaba se destacando em algum projeto que atua na ONG ou quando al-
guém da própria comunidade, ao ser um dos “afetados” por alguma problemá-
tica de combate da própria ONG, acaba trazendo a solução tão esperada

Caderno do Professor • Protagonismo • Anos finais do Ensino Fundamental • 9º ano 85


por seus representantes. Geralmente essas pessoas possuem um perfil de
liderança e são uma referência para todos. É importante ressaltar que iden-
tificar novos líderes garante que o trabalho da ONG perdure, mesmo depois
que seus fundadores se extingam. Sabendo disso, solicitar que os estudantes
busquem entre as pessoas da ONG e da comunidade alguém com esse perfil.
Sobre isso, abaixo seguem alguns pontos para apoiar ainda mais na identifi-
cação dessas pessoas:
- Diante de alguma situação-problema vivenciada pela ONG, houve alguém
que se tornou parte da solução que todos buscavam? Quem foi essa pessoa?
Quais as principais qualidades que essa pessoa possui e que o grupo acredita
que contribuiria para o sucesso da ONG?
- Existem pessoas com muita proximidade com a ONG e que conseguem dar
sugestões para resolver problemas cotidianos dela com muita tranquilida-
de? E/ou existem pessoas que os próprios fundadores da ONG procuram em
momentos específicos, em busca de conselho, que eles admiram e ouvem
sempre as suas orientações? Quem são essas pessoas? Obs.: essas pessoas
podem ser pessoas mais experientes ou jovens. Considerar que a capacidade
de motivar os outros também é uma valiosa qualidade de um líder e, quem
sabe, a ONG dos estudantes possa estar precisando de uma pessoa assim.
2 – organizar sessões de visualizações - como mencionado na aula anterior:
Parceiros, bem-vindos! O diálogo com os que não estão na organização de
gente que faz, mas se interessam pelo que ela faz!, o contato com a comu-
nidade é fundamental, mas é preciso ter em mente ideias de como realizar
encontros com a comunidade. Uma sugestão é fazer isso para que ela possa
compartilhar seus sonhos. Essa é uma forma de manter a visão da ONG arti-
culada com os interesses e necessidades de seus beneficiários. Isso fideliza
a própria comunidade como “mensageira” da ONG sempre que for preciso.
Para isso, solicitar que os estudantes insiram no Plano de Ação disponibili-
zado na aula Definindo os objetivos e as metas de uma organização de gente
que faz, essa ação e cronograma de visitas;
3 – defender a causa em diferentes espaços - é necessário que, junto com
a comunidade, a ONG defenda sua causa e saiba expressar suas “preocu-
pações” para as autoridades eleitas e responsáveis governamentais. Assim
sendo, é importante que o professor estimule a presença do Comitê ou gru-
po de pessoas membros da ONG em eventos e instituições de participação
civil para falarem sobre a causa que os movem. Para isso, é necessário que
os estudantes criem uma lista das possíveis instituições públicas e privadas
de interesse da ONG. A título de exemplo, pode ser uma universidade, uma
associação de defesa da mulher (se esta também for a causa da ONG), etc.
É importante também que estruturem material de apresentação para uso
nessas ocasiões. Sobre isso, é interessante colher depoimentos da própria
comunidade para elaborar o material.

Assim sendo, para todos os pontos acima mencionados, os estudantes devem discutir em

86 Caderno do Professor • Protagonismo • Anos finais do Ensino Fundamental • 9º ano


grupo e decidir como aplicá-los ao momento vivido pela ONG. É importante o apoio do pro-
fessor durante o planejamento das ações que serão empreendidas pelos estudantes. Vale
ressaltar que as ações validadas pelos estudantes devem estar registradas e pactuadas
entre todos por meio do Plano de Ação da ONG.

Avaliação

O envolvimento cívico é um exercício de cidadania que cabe a todos. Assim como todas
as pessoas podem desenvolver o perfil para a liderança, toda pessoa pode colaborar na
melhoria de suas comunidades. Dessa forma, o professor deve estar atento à participação
e ao amplo envolvimento dos estudantes e comunidade nesta direção. Para isso, verificar
as oportunidades criadas pelos estudantes para que outras pessoas se beneficiem e par-
ticipem da ONG.

Nesta aula, também é possível verificar a capacidade de articulação do estudante com a


Visão de futuro da ONG, pois quanto mais envolvida a comunidade mais indícios de que os
estudantes estejam movimentando a ONG de acordo com o seu Plano de Ação.

O crescimento da ONG por meio desse reconhecimento pela comunidade e todos os en-
volvidos (parceiros também) é demonstração do desenvolvimento do protagonismo pelos
estudantes. Assim sendo, cabe ao professor valorizar isto no momento de avaliação junto
com os estudantes. Para isso, é apropriada uma Roda de Conversa com estudantes para
ouvir deles sobre como se enxergam. Como apoio ao professor, abaixo seguem alguns pon-
tos que devem ajudar na valorização das falas dos estudantes em relação ao protagonismo
deles, quando eles relatam:

• maior abertura ou reconhecimento de conquista de novos espaços de falas e


escuta dentro e fora da escola. Quando eles alegam que se sentem acolhidos
em relação a uma maior abertura para a expressão de suas opiniões;
• atitudes para realizar mudanças no espaço em que vivem;
• maior atuação colaborativa em diversas situações e momentos. Exemplo:
em reuniões, em ações de limpezas, festivais culturais do bairro;
• maior participação voluntária na escola e/ou dentro da própria ONG ou em
outros espaços. Exemplo: criação de um grupo comunitário voluntário;
• maior participação em reuniões da escola (líderes e presidentes de Clubes
com o Gestor da escola), na ONG ou, até mesmo, em conselhos municipais e
audiências públicas, assim como em fóruns para discutir problemas da pró-
pria comunidade.

Caderno do Professor • Protagonismo • Anos finais do Ensino Fundamental • 9º ano 87


Para saber mais

Para aprofundar conhecimentos do professor sobre a sociedade civil, esferas pública e


privada e culminância do espaço público, alguns filósofos são referências, como Santo
Agostinho (354-430), o primeiro autor a lidar com essa questão, que foi vivenciada pela
sociedade civil no século XIX, dentro de um panorama caracterizado por um acelerado
desenvolvimento científico e técnico; Hagel (o primeiro grande filósofo moderno que
conceituou em de forma complexa o termo “sociedade civil”); John Stuart Mill (esse
filósofo também desenvolveu amplamente teorias sobre o Estado e a liberdade) e Adam
Smith (outro ilustre pensador do século XIX, ele lançou as bases da ciência econômica
e, em menor escala, fez contribuições no campo da filosofia política. Muitas de suas
reflexões fundamentais estão contidas em sua Teoria dos Sentimentos Morais, na qual
ele expõe e analisa as características da natureza humana e da ação individual. Smith
concebeu o Universo como um sistema cujo propósito é expresso em termos de ordem,
estabilidade, harmonia e felicidade).

Na estante

VALE A PENA LER

Livro: Protagonismo: a potência de ação da comunidade escolar


Produzido por: Ashoka/Alana
Ano: 2017
Número de páginas: 88
Fruto da roda de conversa Protagonismo na Educação: Por uma Socieda-
de de Sujeitos Transformadores (www.icebrasil.org.br/surl/?5ef44e),
realizada em novembro de 2016 na capital paulista, esta publicação13

13 Disponível em: <www.icebrasil.org.br/surl/?cc547b>. Acesso em maio de 2019.

88 Caderno do Professor • Protagonismo • Anos finais do Ensino Fundamental • 9º ano


lança luz à discussão sobre o conceito de protagonismo na educação. Aqui, arquitetos,
sociólogos, professores, estudantes, jornalistas e outros atores comprometidos com a
construção de um cenário mais justo, solidário e amigável pensam o que é ser protagonista
e como esse protagonismo se revela entre crianças e jovens. Os autores, todos participantes
da roda de conversa, também oferecem insumos importantes para a reflexão sobre o pa-
pel do professor e da escola no fortalecimento do protagonismo na comunidade escolar. A
decisão de pensar sobre esse tema nasceu da crença máxima do Programa Escolas Trans-
formadoras: todos podem ser agentes de transformação, e para isso é preciso que tenham
acesso a uma educação que contemple competências como empatia, criatividade, traba-
lho em equipe e protagonismo.

Tão importantes quanto a matemática ou o ensino de línguas, essas competências ainda


são, no entanto, desconsideradas por muitas escolas, profissionais da educação e famílias,
fato que justifica a relevância desta publicação e de outras ações do Escolas Transforma-
doras, como as rodas de conversa e o reconhecimento de escolas que trabalham com foco
nessas competências e auxiliam, assim, a influenciar e a provocar uma mudança na socie-
dade. Lançado no Brasil em setembro de 2015, o Programa procura mostrar que a edu-
cação está se abrindo a um novo diálogo, marcado por valores que colocam os sujeitos
no centro do processo educativo, compreendendo-os como protagonistas de sua própria
vida, de seu território e do mundo. O desafio é grande, por isso o Programa conta com uma
comunidade ampla e diversa, formada por equipes de escolas, empreendedores sociais,
empresários, pesquisadores, jornalistas e especialistas de diversas áreas do saber, que,
unidos, buscam construir coletivamente um entendimento sobre a educação que queremos.

[...]

VALE A PENA ASSISTIR

Filme: Quem se importa


Direção: Mara Mourão
País de Origem: Alemanha
Ano: 2014
Duração: 1h31mim
Com roteiro escrito pela diretora brasileira Mara Mourão, é um filme
sobre voluntariado que pode ser utilizado em sala de aula para fazer os
estudantes refletirem sobre como fazer do mundo um lugar melhor. Esse documentário foi
gravado em diferentes partes do mundo, como Brasil, Estados Unidos, Peru, Tanzânia, Ca-
nadá, Alemanha e Suíça, e tem como assunto principal a narrativa de várias pessoas que, de
alguma maneira, tentam mudar o mundo com atitudes próprias.
Com o título autoexplicativo, “Quem se importa” é também uma crítica à atual sociedade,
que parece ignorar as diferenças sociais, sem perceber que “todo mundo é capaz de mudar
o mundo”.

Caderno do Professor • Protagonismo • Anos finais do Ensino Fundamental • 9º ano 89


Referência Iconográfica:
Disponível em: <www.icebrasil.org.br/surl/?6bee8d>. Acesso em dezembro de 2021.

Disponível em: <www.icebrasil.org.br/surl/?be201e>. Acesso em dezembro de 2021.

Disponível em: <www.icebrasil.org.br/surl/?05cf28>. Acesso em dezembro de 2021.

90 Caderno do Professor • Protagonismo • Anos finais do Ensino Fundamental • 9º ano


Aula 62
Start da ONG – Organização de Gente que Faz

O start da Organização de Gente que Faz se inicia com a validação final do Plano de Ação da
ONG construído até esta aula, pois foi por meio desse instrumento que a Visão de futuro da
ONG se pactuou perante todos os envolvidos, e tudo o que foi planejado até agora pode ser
implementado com maior propriedade daqui para frente.

É chegada a hora, portanto, de os estudantes ressignificarem ainda mais todas as práticas


que vivenciaram para a construção da ONG por meio do seu funcionamento. E isso só é
possível com a consolidação e operacionalização do Plano estratégico que criaram. Assim
sendo, esta aula não só ressignifica tudo o que os estudantes aprenderam como inaugura
um novo ciclo de vivências para todos.

Objetivo Geral
• Aplicar o conhecimento adquirido no âmbito da atuação protagonista na
efetivação da ONG construída.

Materiais Necessários
• Computadores ou tablets conectados à internet para a elaboração
de storytellings .

Caderno do Professor • Protagonismo • Anos finais do Ensino Fundamental • 9º ano 91


Roteiro

ATIVIDADES PREVISÃO
DESCRIÇÃO
PREVISTAS DE DURAÇÃO

1º Momento: Planejamento para coleta e


50 minutos
Atividade: divulgação de depoimentos.
É chegado o
grande dia! 2º Momento: Divulgação dos depoimentos
45 minutos
para a Equipe Escolar e grupos de interesses.

Avaliação. Observação do professor. 5 minutos

Orientações para as atividades

ATIVIDADE: É CHEGADO O GRANDE DIA!

Objetivo

• Compartilhar histórias e experiências adquiridas durante o processo de cria-


ção da própria ONG.

Desenvolvimento

1º Momento

Para reflexão e valorização do conhecimento dos estudantes construído até essa aula, é
importante que o professor retome as aulas Vamos lá, incomode-se, mude o mundo! e
ONG? Que tal uma Organização de Gente que Faz! Onde tem problema deve haver solu-
ção, pois essas aulas tratam do envolvimento dos estudantes com as problemáticas de
suas comunidades no nível de construção de uma ONG. Os estudantes iniciaram, naquele
momento, um processo reflexivo sobre a importância de defender uma causa de interesse
comum e construíram uma Visão de futuro compartilhada com o planejamento da ONG.

Assim sendo, considerando que defender uma causa mobiliza pessoas a contarem histó-
rias, esta aula incentiva os estudantes a buscarem depoimentos de pessoas para quem a
ONG presta serviço (membros da comunidade) para falarem sobre seu envolvimento com

92 Caderno do Professor • Protagonismo • Anos finais do Ensino Fundamental • 9º ano


as ações da ONG ou sobre algumas expectativas que possuem quanto à atuação da ONG
na sua comunidade. Os integrantes da ONG também podem falar sobre as vivências mais
significativas que foram proporcionadas durante o processo de construção da ONG. Contu-
do, antes mesmo de partir para a coleta dos depoimentos, os estudantes precisam planejar
sobre quem são as pessoas que vão coletar os depoimentos. Assim como, qual será o for-
mato do relato a ser utilizado, pois os depoimentos podem ser na formar de narrações,
vídeos ou simplesmente, registrando no caderno as histórias. Para subsidiar esse processo
de coleta, retomar as orientações sobre a construção de storytelling apresentadas na
aula É preciso que tudo mude para que tudo mude!

É importante destacar que esse movimento de coleta de depoimentos fortalece ainda mais
o trabalho da ONG e é uma forma de valorizar tudo o que os estudantes criaram e apren-
deram ao longo desse percurso até esta última aula. Isso também proporciona um registro
“histórico” sobre como tudo começou, antes mesmo da ONG ser o que é hoje (uma Organi-
zação de Gente que Faz planejada estrategicamente). É por meio da busca de depoimento
que os estudantes também são mobilizados a relatarem a própria trajetória protagonista
a partir de suas perspectivas e das aulas de Protagonismo. Assim, além de aprenderam a
contar histórias, estão valorizando as suas trajetórias.

É importante saber que nesta atividade é necessário que os estudantes divulguem tudo o
que produziram, haja vista que é por meio da divulgação dos depoimentos que os estudan-
tes vão ajudar tantas pessoas a entenderem o trabalho da ONG, principalmente em torno
do seu público, doadores e parceiros, além de influenciarem outras pessoas a quererem
participar da ONG e impactarem positivamente no mundo da mesma maneira que eles.
Portanto, essa divulgação fortalece e cria ainda mais um grupo de defesa, aliados e parceiros
que apoiarão a ONG no que for preciso.

2º Momento

Uma vez coletados os depoimentos, os estudantes precisam escolher local na escola em


que eles serão divulgados, sendo por meio de uma exposição na própria escola e divul-
gações nas mídias sociais e, caso já possuam, no site da própria ONG. É importante que
os depoimentos sejam organizados para proporcionarem uma comunicação com públicos
externos e partes interessadas, haja vista que essa é uma forma de ajudar a ONG a cons-
truir uma rede de contatos e a desenvolver relacionamentos. E é por meio dessa ação que
a ONG coleta cada vez mais evidências acerca das expectativas e impacto do seu trabalho.
Pensando nisso, é importante que a divulgação seja organizada separando os depoimentos
por tipos de pessoas: beneficiários, voluntários, convidados, integrantes, parceiros, inves-
tidores. Vale destacar que esses depoimentos são iniciais, funcionando para dar o Start da
ONG, mas é necessário que os estudantes sigam coletando ao longo do funcionamento
da ONG outros depoimentos, para que possam fazer uma comparação antes/depois e, de

Caderno do Professor • Protagonismo • Anos finais do Ensino Fundamental • 9º ano 93


fato, personalizar seus beneficiários (por meio do que sabem sobre eles e o que precisam).
Lembrar que essa proposta de atividade fecha um ciclo de planejamento da ONG e insere
os estudantes numa nova etapa de experiências, com a efetivação da ONG que se
propuseram a criar desde a aula ONG? Que tal uma Organização de Gente que Faz! Onde
tem problema deve haver solução.

Avaliação

É importante que o professor, em Roda de Conversa, crie um espaço para autoavaliação


dos estudantes para que eles relatem sobre como foi a experiência de coletar os depoi-
mentos e, principalmente, o quanto, na perspectiva deles, os depoimentos retratam a VISÃO
da ONG. Caso seja necessário, perguntar aos estudantes se os depoimentos refletem
aquilo que a ONG se propôs a “cuidar” – sobre este ponto, o professor pode retomar a aula
Nada acontece antes de um sonho. De volta à Missão, pois essa aula, além de abordar a Missão
da ONG, trabalhou a definição de sua Visão. É importante que os estudantes percebam o
quanto os depoimentos estão alinhados com as ideias e o planejamento da ONG.

Outro ponto importante é que os estudantes falem sobre a divulgação dos depoimentos e
seu impacto na visibilidade da ONG e façam isso falando não apenas sobre como outras
pessoas enxergam a ONG, mas como eles se identificam com o que escutaram/coletaram
das pessoas. Assim sendo, é necessário que eles digam o que perceberam de positivo na
forma como a ONG se faz representada por seus beneficiários, voluntários, convidados,
integrantes, parceiros e investidores. Espera-se que os depoimentos tenham colaborado
na maior interação entre todos e agregado ainda mais valor à ONG.

Por fim, é importante que os estudantes falem sobre todo o percurso de elaboração da
ONG e das suas expectativas de trabalho que avançam nesta nova etapa. Sobre isso, é
esperado que os estudantes estejam apropriados de todo o percurso de planejamento da
ONG e tenham clareza de todos os critérios da sua execução.

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Na estante

VALE A PENA LER

Site: Nossa Causa - Conteúdo que Transforma o Mundo


O Instituto Doar e a Rede Filantropia, que contam com o apoio do
CEAPG/FGV e da Junior Pública para o processo seletivo,
estimulam a melhoria contínua da gestão das entidades e criam
espaços de visibilidade para ONGs encontrarem mais doadores.
Após rigorosa avaliação, são selecionadas as 100 melhores entre as
mais de 800 mil instituições em atuação no país. Além de trazer re-
conhecimento para as instituições vencedoras, o prêmio foi criado para acabar com aquela
frase “Não sei pra quem doar!”. De acordo com o Instituto Doar, a premiação resolve esse
problema e ajuda todas as pessoas e empresas que buscam ONGs sérias e comprometidas
para realizar doações ou fazer voluntariado.

No link14 do site abaixo, os estudantes encontram as 100 melhores ONGs do Brasil que
receberam uma premiação pela consultoria Mundo que Queremos e o Instituto Doar.

VALE A PENA ASSISTIR

Filme: Okja
Direção: Bong Joon-ho
Países de Origem: Coréia do Sul e Estados Unidos
Ano: 2017
Duração: 1h58mim
Capaz de cativar e assustar na mesma proporção, o filme conta a
história de uma porca gigante chamada Okja e sua amizade com a
pequena Mikha (Seo-Hyun Ahn), uma menina órfã que vive com o avô em uma casinha
isolada no meio das montanhas. Parando por aí, Okja poderia facilmente ser confundido com
uma obra de Miyazaki, cheia de ternura e fantasia. Mas há mais pontos de comparação com
o cineasta japonês. Marcadamente político, o pano de fundo dessa amizade é uma engenho-
sa ação de marketing de uma poderosa corporação do agronegócio chamada Mirando. In-
terpretada por Tilda Swinton, a empresária Lucy faz de tudo para que seus consumidores
comprem a ideia de que Okja foi criada por um fazendeiro, em razão de um concurso para
eleger o melhor superporco. Porém, a porca, na verdade, é fruto de um experimento em la-

14 Disponível em: <www.icebrasil.org.br/surl/?2e0caf>. Acesso em junho de 2019.

Caderno do Professor • Protagonismo • Anos finais do Ensino Fundamental • 9º ano 95


boratório que deu origem a milhares de aberrações genéticas que iriam diretamente para
as bandejas de supermercado e, consequentemente, para a mesa das pessoas. O objetivo
da empresa era induzir as pessoas a acreditarem que essas criações seriam o futuro autos-
sustentável da indústria de alimentos, e a solução para a futura escassez de carne no mundo.
Crítico sem ser panfletário e propositalmente caricato, o filme conversa com o consumidor
comum, acostumado a adquirir alimentos sem questionar de onde eles vêm. É uma denúncia
irônica à produção em massa e ao consumo passivo. O filme é dono de uma delicadeza digna
do cinema de arte, ao mesmo tempo em que transmite sua mensagem de forma clara e sem
floreios. Apesar de não ser voltado diretamente para o público infantil, Okja se junta a uma
série de filmes que transformam temas “de adulto” em assuntos de criança, ao narrar tudo
do ponto de vista de uma menina. Assim, pode ser usado em sala de aula para abordar temas
como indústria alimentícia, consumo massivo, direitos dos animais e muitos outros assuntos
pertinentes ao desenvolvimento do espírito crítico. [...].15

Filme: Lionheart
Direção: Genevieve Nnaji
País de Origem: Nigéria
Ano: 2018
Duração: 1h35mim
A história de Lionheart fala sobre Adaeze, uma mulher que se preparou
a vida toda para substituir o pai na transportadora da família, chamada
Lionheart – daí o título do filme. Quando o patriarca sofre um enfarto e
precisa se afastar da empresa, em vez de colocar Adaeze no lugar ao qual ela se dedicou para
assumir, ele escolhe um irmão – tio dela – que é inexperiente para negócios. É um sujeito
que nunca comandou nada e que não faz a menor ideia de como gerir um negócio. Com a
Lionheart prestes a falir, Adaeze precisa se unir ao tio para salvar a empresa. Nesse caminho,
ela acaba se aproximando dele e descobrindo que, mesmo sendo uma pessoa sem tino para
negócios, eles têm várias coisas em comum além do parentesco.16

Referência Iconográfica:
Disponível em: <www.icebrasil.org.br/surl/?240c7b>. Acesso em dezembro de 2021.

Disponível em: <www.icebrasil.org.br/surl/?99dfc0>. Acesso em dezembro de 2021.

Disponível em: <www.icebrasil.org.br/surl/?208d0d>. Acesso em dezembro de 2021.

15 Disponível em: <www.icebrasil.org.br/surl/?71d139>. Acesso em junho de 2019.


16 Disponível em: <www.icebrasil.org.br/surl/?99310d>. Acesso em dezembro de 2021.

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