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Universidade Do Estado Do Rio Grande Do Norte – UERN

Campus Avançado de Pau dos Ferros – CAPF


Departamento de Educação - DE
Curso: Pedagogia - 2° período
Disciplina: Psicologia da Educação I
Docente: Sandra Sinara Bezerra
Discente: Laura Milena Soares

FICHAMENTO CRÍTICO DO CAPÍTULO I – PSICOLOGIA: CONTRIBUIÇÕES


PARA O DESENVOLVIMENTO HUMANO

PAU DOS FERROS/RN


2022
BOCK, Ana Mercês; FURTADO, Odair; TEIXEIRA, Maria de Lourdes Trassi.
Psicologias: uma introdução ao estudo de psicologia. 13. ed. São Paulo: Saraiva, 1999.

1.1 A Psicologia e suas Relações com a Educação


1.1.1 A Psicologia: um resumo histórico e seus avanços
“[...] iniciamos definindo a psicologia como a “[...] ciência que se concentra no
comportamento e nos processos mentais.” (DAVIDOFF, 2001, p. 6). Sua base científica
tem origem no século XIX.” (p. 05)
A autora nos apresenta uma breve introdução sobre o conceito e a origem da
psicologia. Com isso, ela leva-nos a compreender a importância de conhecer e estudar cada
fase da psicologia, desde o início da história da humanidade, para entender suas contribuições
nos mais diversos âmbitos, sendo um deles a educação, área abordada no decorrer texto.

“[...] outros importantes personagens contribuíram para o estabelecimento da psicologia


como ciência. Um deles foi Wilhelm Wundt, considerado o fundador da psicologia
científica. Inicialmente, os conhecimentos psicológicos estavam associados à filosofia e,
por isso, o pesquisador desejava que a psicologia fosse reconhecida como ciência. Para
tanto, Wundt criou o primeiro laboratório de pesquisa em psicologia, em Leipzig na
Alemanha, em 1879.” (p. 06)
O desejo de Wilhelm Wundt (1832-1920) era dissociar a psicologia da filosofia, a fim
de transformá-la em ciência e ressaltar suas especificidades, já que a psicologia busca
compreender a subjetividade humana e a filosofia apresenta, de modo geral, um estudo sobre
a existência humana. Wundt alcançou tal feito quando instituiu o primeiro laboratório de
pesquisa e experimentos em psicologia. De fato, essa criação foi significativa para a evolução
da história da psicologia científica, visto que marcou o desligamento das ideias espiritualistas,
relacionadas com a filosofia, salientando que tanto o homem quanto a ciência estão em
constante processo de evolução, sendo assim, não podem ser definidos ou estudados a partir
de um conceito estático.
“[...] Com o tempo, outros pesquisadores trouxeram novos questionamentos e rumos à
ciência psicológica. No século XX, James Watson indicou a necessidade de ater-se aos
comportamentos passíveis de serem observados, possibilitando seu estudo e a realização de
testes. A esta altura, em 1912, surge o behaviorismo – do inglês, behavior
(comportamento).” (p. 06)
Outro marco importante na evolução histórica da psicologia: o surgimento do
Behaviorismo. Com esta teoria foi possível observar e analisar as particularidades
comportamentais do homem e também dos animais. Além disso, a teoria behaviorista serve de
base auxiliar para trilhar o diagnóstico de alguns transtornos de conduta humana.

“[...] Não obstante, um novo personagem surge para marcar a história da psicologia: Freud,
médico neurologista de Viena, na Áustria, preocupado com o entendimento das neuroses.
Freud trouxe à tona questões que envolviam o consciente e o inconsciente. Além disso, sua
teoria contribuiu para a compreensão do desenvolvimento humano, abordando a estrutura
do aparelho psíquico ou da personalidade no livro A interpretação dos sonhos, de 1900.
Dessa maneira, surge a psicanálise, que muito contribuiria para pensar a sexualidade como
fator importante da personalidade.” (p. 07)
Sigmund Freud (1856-1939), o pai da psicanálise, fez estudos revolucionários em
torno da mente humana, não limitando-se apenas a isso, também apresentou teorias
significativas para a área da educação. Suas pesquisas o levaram a compreender a importância
de estudar o desenvolvimento da mente humana em cada etapa da vida. Outro ponto
importante apresentado em seus estudos é a importância de que nós, enquanto educadores,
possamos incentivar os educandos a relatarem suas histórias, sabendo que faz parte do
processo de cura na psicanálise o fato de narrar todos os acontecimentos, tal conduta contribui
em muito para o desenvolvimento particular e criativo dos alunos.
“Outra abordagem de grande relevância para compreensão do sujeito é a Psicologia da
Gestalt (do alemão, forma). Seus fundadores foram Max Wertheimer (1880-1943),
Wolfgang Köhler (1887-1967) e Kurt Koffka (1886-1941). Os três teóricos estabeleceram a
doutrina por volta do ano 1912, buscando entender o comportamento humano por meio da
percepção dos estímulos físicos pelos sujeitos, bem como as alterações de percepção
ocasionadas pôr numa ilusão de ótica.” (p.07)
A ilusão de ótica é capaz de enganar a mente humana, mostrando que temos diferentes
pontos de vista sob o mesmo objeto/imagem. Aqui entra a questão da subjetividade humana,
que nos atenta a deixar de lado as comparações. Afinal, podemos ver e entender as coisas de
modo singular e, com isso, fazemos interpretações distintas.

"[...] a subjetividade é um modo particular pelo qual nos constituímos, e somos


reconhecidos pelos outros. Você entende a importância do termo na compreensão do
sujeito? Essa compreensão influenciará nosso olhar sobre o aluno, seu desenvolvimento e
aprendizado e sobre as particularidades do seu modo de ser e de ver o mundo ao redor.” (p.
08)
Buscar compreender a subjetividade de cada aluno nos auxiliará a formular uma
metodologia de ensino muito mais eficaz, podemos começar nos aproximando da história de
vida de cada um, tendo em mente que a sala de aula é um ambiente plural, com alunos
repletos de características distintas, provindos de diversas culturas.

1.1.2 A Psicologia na Educação e suas Contribuições


“Já no século XX, surge a Psicologia da Educação como área que “[...] inclui trabalhos e
pesquisas sobre a aprendizagem, os testes mentais, a medida do comportamento, a
psicologia da criança e a clínica infantil, tudo referido direta ou indiretamente à
problemática educativa escolar.” (SALVADOR, 2000, p. 26)” (p. 09)
O surgimento da Psicologia da Educação foi outro marco importante, além de ter
proporcionado uma modernização nas formas e ensino, predispôs aos educadores métodos
eficazes e atualizados de compreender e conhecer cada aluno em qualquer fase de
desenvolvimento, para que possa proporcionar a ele um ensino adequado e justo.
“De modo semelhante, o psicólogo e pedagogo Édouard Claparède (1873-1940) influenciou
a educação ao realizar pesquisas relacionadas à psicologia da criança na Universidade de
Genebra. Ele criou o instituto Jean-Jacques Rousseau, em 1912, e suas contribuições foram
extremamente importantes para os fundamentos da educação na contemporaneidade,
apontando que “[...] a educação deveria ter como eixo a ação e não apenas a instrução pela
qual a pessoa recebe passivamente os conhecimentos.” (GADOTTI, 1999, p. 154).” (p. 10)
A ideia apresentada por Claparède (1873-1940) mostra-se ser bastante atual. Podemos
fazer uma analogia com os estudos do célebre educador brasileiro, Paulo Freire (1921-1997),
a respeito do Ensino Bancário, onde o professor enxerga o aluno realmente como um “banco”
e vai aplicando ideias e fundamentos, até enchê-lo de conhecimentos. Compreende-se que a
educação não deve ser feita dessa forma, afinal o aluno não é uma mente vazia aguardando ser
preenchida. Portanto, deve existir uma troca saudável entre o educando e o educador, onde
este possa proporcionar ao aluno participação nas discussões durante aula, sabendo ouvi-lo
atentamente.

“[...] Como o objeto de estudo é compreender as mudanças dos processos psicológicos nas
práticas educativas, o trabalho da psicologia da educação está diretamente ligado a
melhorias e ao aumento da compreensão, servindo de apoio teórico para que o educador
possa auxiliar seus alunos na aprendizagem.” (p. 10)
Compreendendo que cada aluno aprende e entende um conteúdo de forma diferente,
cabe ao educador formular metodologias de ensino-aprendizagem que atendam às
particularidades e necessidades de cada aluno na sala de aula.

1.2 O Desenvolvimento como um Processo: Aspectos Importantes


1.2.1 O Desenvolvimento Humano como um Processo
“O desenvolvimento é “[...] o processo através do qual o indivíduo constrói ativamente, nas
relações que estabelece com o ambiente físico e social, suas características.” (DAVIS;
OLIVEIRA, 1994, p. 19). Ou seja, o desenvolvimento está relacionado com as questões
internas e externas do indivíduo.” (p. 12)
O desenvolvimento humano é dividido por etapas. Em cada uma dessas etapas
passamos por mudanças físicas e comportamentais. Acredito que o convívio com pessoas e
culturas diferentes também influenciam nossas opiniões, muitas vezes ocasionando mudanças
internas e de personalidade. Cabe a cada um de nós observar como reagimos a essas
mudanças e isso nos afeta negativa ou positivamente.
“[...] estudar as características referentes a cada faixa etária, ou fase do desenvolvimento
humano, é importante para escolher os métodos, brincadeiras e recursos adequados.” (p. 13)
É muito importante que saibamos fazer essa diferenciação, que saibamos utilizar a
linguagem e a metodologia corretas em cada faixa etária. Ao utilizarmos uma linguagem mais
formal e cheia de palavras difíceis com crianças do ensino infantil estaremos atrapalhando, de
certa forma, o seu desenvolvimento. Por isso a importância de saber respeitas cada fase da
vida estudantil.

“[...] A genética e o meio são fatores importantes para compreensão do desenvolvimento


dos alunos, que estarão também sob a influência dos educadores.” (p. 14)
No ensino infantil, ao ingressar na sala de aula, o aluno carrega consigo
particularidades, muitos provavelmente ainda não experienciaram a vivência com culturas
diferentes. Com isso, o primeiro contato com o educador poderá ser marcante, nosso modo de
falar e de ensinar influenciará a aprendizagem dos alunos, além de ser capaz de propiciar
mudanças internas e de comportamento.

“O planejamento de atividades, a preparação de avaliações e a escolha dos métodos


utilizados para auxiliar os alunos na aprendizagem são parte do cotidiano profissional de
um professor. Mas o diferencial está justamente na atenção que o educador dedica à
subjetividade de seus alunos, ou seja, quando o educador observa o nível que os alunos têm
de compreensão dos assuntos, a cultura da qual os alunos provêm, suas necessidades e
estímulos imprescindíveis para que estejam em sala de aula. Todos esses elementos
acompanham cada aluno, desde a infância até a maturidade.” (p. 15)
É fundamental que estejamos frequentemente revendo nossas metodologias de ensino,
observando como os educandos estão reagindo a cada prática aplicada, tendo em mente que
cada um aprende de forma diferente: alguns mais rápido, outros necessitando de mais tempo
para compreensão. Seremos profissionais melhores, justos e humanizados ao tratarmos com
delicadeza a subjetividade e cada aluno. Assim, contribuiremos com uma boa formação
futuramente.

“Um ponto de grande repercussão no desenvolvimento de um indivíduo é a cultura, pois


influencia atitudes, valores e interesses por meio de normas quanto ao vestir e ao portar-se
(CARRARA et al, 2012). O ambiente em que seus alunos vivem é incessantemente
atravessado por essas normas assimiladas, portanto, não podemos desconsiderar a cultura e
sua potencial influência!” (p.15)
A cultura em que os educandos são inseridos quando nascem é um forte potencial de
influência para toda sua vida, por isso não podemos desprezá-la.

1.2.2 Aspectos Relevantes no Desenvolvimento Humano


“[...] precisamos entender que um indivíduo não é somente um organismo biológico, mas
que sofre alterações ambientais. Mais ainda, que essas alterações podem influenciar
positiva ou negativamente seu desenvolvimento e aprendizado, por isso, precisamos olhar
para as subjetividades que se nos apresentam!” (p.17)
Todos nós temos características únicas (subjetividade), no entanto, o meio em que
somos inseridos pode acabar nos influenciando tanto externa quanto internamente. Mas,
também devemos levar em consideração a questão da hereditariedade, onde acabamos
herdando algumas características dos nossos pais.

“[...] A compreensão do desenvolvimento humano ajudará a perceber possíveis dificuldades


na aprendizagem por meio dos aspectos físico-motores, sociais, intelectuais e afetivo-
emocionais, já apresentados. Tal entendimento permitirá ao educador planejar e
desenvolver atividades educativas compatíveis com o grau de maturação de cada um de
seus alunos.” (p. 17)
O texto nos atenta a adotarmos práticas pedagógicas embasadas na subjetividade de
cada aluno. Esse fato lembrou-me o filme Escritores da Liberdade (2007), onde a professora
Erin Gruwell é inserida em uma sala de aula com alunos de culturas diversas, em sua maioria
negros e menosprezados pelo tanto pela família quanto pela comunidade escolar, isso faz com
que eles não sintam motivação em frequentar a escola. Erin consegue mudar essa realidade ao
observá-los em suas subjetividades, adotando práticas pedagógicas dinâmicas e inovadoras,
incentivando a escrita, a leitura e proporcionando experiencias incríveis para todos eles, sem
excluir ninguém. Com isso, presumo que nós, enquanto futuros educadores, devemos
proporcionar uma troca mútua com os educandos para que, juntos, possamos construir boas
experiências de ensino-aprendizagem.

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