Você está na página 1de 2

...

igualmente verdadeiras sobre o ser homem e seu adoecimento


(KARWOWSKI, 2015, p. 63). É esperado de acordo com a linguagem empregada até o
momento, que o leitor tenha sentido uma leve inclinação pessoal para com um olhar
colocado sobretudo em uma filosofia nas raízes de Husserl, haja vista o que expomos e
a volta que caminhamos para com razões de interesses na pesquisa e princípios da
psicopatologia diferente ao que concebe por exemplo no paradigma externalista. Para
não prolongarmos muito o discurso e esclarecermos com um exemplo sobre a
preocupação com os fatores de tais oposições ao externalismo, o próprio Husserl em A
Crise das Ciências Europeias e a Fenomenologia Transcendental ressaltava que não há
ciência que não comece por estabelecer um quadro de essências obtidas pelas técnicas
de variação imaginária dos objetos. Destaco uma nota de Tourinho (2011, p.134)

[...] galileu já havia estabelecido uma eidética da coisa física, de modo que
não se pode obter a lei da queda dos corpos induzido o universal a partir do
diverso da experiência, mas somente pela “intuição de essência” do corpo
físico. Antes de se fazer física, faz-se necessário refletir sobre o que seja o
“fato físico” em sua essência. O mesmo vale para as demais ciências. E a
cada ciência empírica corresponde uma ciência eidética concernente ao eidos
regional dos objetos adotados para investigação, na física por exemplo, uma
eidética da “coisa física”; na psicopatologia, uma eidética do “fator
psicopatológico”, e assim por diante.

REFERÊNCIAS

TOURINHO, Carlos Diógenes Cortes. A CRÍTICA DA FENOMENOLOGIA DE


HUSSERL À VISÃO POSITIVISTA NAS CIÊNCIAS HUMANAS. Rev.
abordagem gestalt., Goiânia, v. 17, n. 2, p. 131-136, 2011. Disponível em:
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-
68672011000200003&lng=pt&nrm=iso. Acesso em: 01/06/2023.

Objetivo geral

Como objetivo geral é importante realçar minhas vontades e desígnios para com
a disposição do presente projeto de pesquisa. Dado meu caráter pessoal para interesse
sobre o método fenomenológico dos pioneiros Husserl e Heidegger, e ainda implicado
especificamente no campo de estudo eleito por mim das psicopatologias, o presente
trabalho tem como proposição analisar a obra de Binswanger “Três Formas de
Existência Malograda” de modo a analisar a “Excentricidade” sendo uma de suas faces
da tríade: Extravagância, Excentricidade e Amaneiramento. Levo o psiquiatra Suíço em
consideração por ser um dos pioneiros na tradição da psicopatologia fenomenológica e
da metodologia da daseinanalyse. Como a própria história constata, o rompimento
teórico de Binswanger com Freud, se deu por um contato seu com as obras de Husserl e
a ontologia de Heidegger. Logo, minha dileção por filosofia, corrobora a finalidade aqui
presente que se volta a análise do livro Três Formas de Existência Malograda, por
considerar está uma autêntica concepção fenomenológica das psicoses1.

1
Psicose aqui realçado num sentido psicopatológico. Na presente obra mencionada constata-
se três casos clínicos psicopatológicos que Binswanger analisa em sua clínica-psiquiátrica, a
esquizofrenia, melancolia e a neurose obsessiva-compulsiva. O subtítulo que Binswanger
apresenta “Extravagância, Excentricidade e Amaneiramento” são modos frustrados (ou
igualmente malogrados) do ser-aí. “[...] onde quer que essa existência malograda se mostra
com certa desproporção antropológica da Extravagância, no ‘mau espírito’ da Excentricidade e
na ‘divisão interna’ do amaneirado” (BINSWANGER, 1977, p. 203). Constata-se portanto, em
tal terminologia, relações existenciais encontradas na obra de Binswanger que designa
aspectos da natureza psicótica, em torno de um prisma psicopatológico. Além disso, haverá um
parágrafo a seguir na fundamentação teórica que discutirá o conceito de psicose abrangendo o
livro que nesta pesquisa pretende-se analisar.

Você também pode gostar