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[...] galileu já havia estabelecido uma eidética da coisa física, de modo que
não se pode obter a lei da queda dos corpos induzido o universal a partir do
diverso da experiência, mas somente pela “intuição de essência” do corpo
físico. Antes de se fazer física, faz-se necessário refletir sobre o que seja o
“fato físico” em sua essência. O mesmo vale para as demais ciências. E a
cada ciência empírica corresponde uma ciência eidética concernente ao eidos
regional dos objetos adotados para investigação, na física por exemplo, uma
eidética da “coisa física”; na psicopatologia, uma eidética do “fator
psicopatológico”, e assim por diante.
REFERÊNCIAS
Objetivo geral
Como objetivo geral é importante realçar minhas vontades e desígnios para com
a disposição do presente projeto de pesquisa. Dado meu caráter pessoal para interesse
sobre o método fenomenológico dos pioneiros Husserl e Heidegger, e ainda implicado
especificamente no campo de estudo eleito por mim das psicopatologias, o presente
trabalho tem como proposição analisar a obra de Binswanger “Três Formas de
Existência Malograda” de modo a analisar a “Excentricidade” sendo uma de suas faces
da tríade: Extravagância, Excentricidade e Amaneiramento. Levo o psiquiatra Suíço em
consideração por ser um dos pioneiros na tradição da psicopatologia fenomenológica e
da metodologia da daseinanalyse. Como a própria história constata, o rompimento
teórico de Binswanger com Freud, se deu por um contato seu com as obras de Husserl e
a ontologia de Heidegger. Logo, minha dileção por filosofia, corrobora a finalidade aqui
presente que se volta a análise do livro Três Formas de Existência Malograda, por
considerar está uma autêntica concepção fenomenológica das psicoses1.
1
Psicose aqui realçado num sentido psicopatológico. Na presente obra mencionada constata-
se três casos clínicos psicopatológicos que Binswanger analisa em sua clínica-psiquiátrica, a
esquizofrenia, melancolia e a neurose obsessiva-compulsiva. O subtítulo que Binswanger
apresenta “Extravagância, Excentricidade e Amaneiramento” são modos frustrados (ou
igualmente malogrados) do ser-aí. “[...] onde quer que essa existência malograda se mostra
com certa desproporção antropológica da Extravagância, no ‘mau espírito’ da Excentricidade e
na ‘divisão interna’ do amaneirado” (BINSWANGER, 1977, p. 203). Constata-se portanto, em
tal terminologia, relações existenciais encontradas na obra de Binswanger que designa
aspectos da natureza psicótica, em torno de um prisma psicopatológico. Além disso, haverá um
parágrafo a seguir na fundamentação teórica que discutirá o conceito de psicose abrangendo o
livro que nesta pesquisa pretende-se analisar.