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28/02/2019 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.

Módulo 6: A Daseinsanalyse de Medard Boss

Apresentação da Daseinsanalyse desenvolvida por Medard Boss

Indicação dos existenciais pertinentes ao Dasein

Bibliografia Básica: EVANGELISTA, P. A Daseinsanalyse de Medard Boss. In:


EVANGELISTA, P. (org.) Psicologia fenomenológico-existencial, pp. 139 –
158.

Medard Boss (1903 – 1990) é o psiquiatra suíço que realizará mais plenamente a
interlocução entre a analítica existencial (ontológica) de Heidegger e a prática
clínica. Ele se forma médico em Zurique e logo inicia análise didática com Freud
(1925) para se tornar psiquiatra psicanalista. Faz residência na clínica de
Bulghözli, chefiada então por Eugen Bleuler (que conceitua a esquizofrenia,
cunhando esse termo), na mesma época em que Carl Jung trabalha lá. É nessa
clínica que ele entra em contato com o pensamento de Binswanger, que vai ao
encontro de sua própria sensação de que as ciências do homem erram ao
pressupor uma cisão entre existência e mundo (sujeito e objeto). Como já visto,
isso era para Binswanger “o verdadeiro câncer da ciência”.

A II Guerra é ocasião para Boss ler Ser e tempo, de Heidegger, e iniciar troca de
correspondências que levará a uma amizade pessoal. As cartas, assim como
protocolos dos encontros realizados na casa de Boss em Zollikon foram publicados
sob o título Seminários de Zollikon (Petrópolis: Vozes, 2009) e fornecem ao
estudioso da psicologia fenomenológico-existencial referências muito importantes.
Segundo Boss, Heidegger viu no contato com o psiquiatra a possibilidade de que a
fenomenologia da condição humana pudesse contribuir para as formas de cuidado
com a existência.

Apoiando-se na ontologia fundamental de Ser e tempo, Boss assume como tarefa


entender o que e como acontece a relação psicoterapêutica sem recorrer a
hipótese. Ou seja, assume da fenomenologia a suspensão (epoché) como passo
necessário para que os fenômenos se mostrem tal como são. Como Boss é
psiquiatra e psicanalista, ele suspende os pressupostos médicos e psicanalíticos a
fim de conhecer a relação que se estabelece entre médico/psicanalista e paciente.
É disso que tratam suas principais obras, como Psicanálise e Daseinsanalyse
(1957), Fundamentos Existenciais da Medicina e da Psicologia (1971): uma
refundação na fenomenologia existencial dos fenômenos clínicos e dos modos de
ser-sadio e adoecer da existência.

Atividades Recomendadas

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1. Leia os textos indicados, prestando atenção para a história da fenomenologia e


da fenomenologia-existencial nos contextos clínicos.

2. Pesquise na bibliografia e pela internet sobre os autores Binswagner e Boss.


Descreva a abordagem aos fenômenos psicológicos chamada de Daseinsanalyse.

3. Acompanhe o exercício abaixo:

A fenomenologia-existencial inicia-se em 1927, com a publicação de Ser e Tempo.


Surge como filosofia, mas tem enorme repercussão nas ciências humanas,
tornando-se fundamento para a compreensão dos fenômenos humanos. Na
psicologia, essa influência se verifica em:

a) A ênfase na descrição da vivência do outro.

b) Uma nova formulação de aparelho psíquico.

c) Um novo método de mensuração do comportamento humano.

d) Um método de explicação da relação da consciência com o inconsciente.

e) O aperfeiçoamento do método científico-natural de pesquisa na psicologia.

Se você leu atentamente os textos e compreendeu a contribuição da obra de


Heidegger para a psicologia, pôde reconhecer a alternativa A como correta. A
alternativa B propõe que a fenomenologia-existencial realiza uma nova formulação
do aparelho psíquico. Isso está incorreto, pois esta abordagem compreende os
fenômenos psicológicos à luz do conceito de existência como ser-no-mundo. O
mesmo vale para a afirmação D, pois a compreensão da existência como ser-no-
mundo torna desnecessários os conceitos de consciente e inconsciente teorizados
por Freud. A afirmação C está incorreta, pois considera a mensuração dos
comportamentos como influenciada pela fenomenologia. A idéia da mensuração
como garantia da certeza do conhecimento está presente nas ciências naturais, de
modo que há psicologias que mensuram o comportamento. Por esse mesmo
motivo, a afirmação E está incorreta.

Indicação dos existenciais pertinentes ao Dasein

Bibliografia Básica: EVANGELISTA, P. A Daseinsanalyse de Medard Boss. In:


EVANGELISTA, P. (org.) Psicologia fenomenológico-existencial, pp. 139 –
158.

A descrição fenomenológica da existência como ser-no-mundo possível é


o fundamento da psicologia fenomenológico-existencial (Daseinsanalyse). O
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psicólogo que fundamenta o seu trabalho nesta abordagem está interessado em


compreender junto ao(s) outro(s) como é seu mundo e como se lança nesse que é
o seu mundo, resgatando sua condição ontológica de ser-possível.

Assim, Boss recorre a processos psicoterapêuticos próprios e de supervisionandos


para pesquisar o que acontece na relação entre terapeuta e paciente
costumeiramente chamado de “cura”. Esse termo tem forte viés médico e
significa, nesse contexto, remissão de sintomas. Na Daseinsanalyse, “cura”
significa o resgate da liberdade para dispor de si, podendo aceitar e recusar
solicitações dos entes que vêm ao encontro. Ou seja, os modos de ser-doente são
momentos de restrição na vida da existência, nos quais se encontra impedida de
assumir possibilidades existenciais.

Exemplos disso são os chamados sintomas histéricos tão discutidos pela


psicanálise. Enquanto a teoria de Freud os explica como resultantes do acúmulo
de energia sexual e consequente descarga, a fenomenologia existencial não pode
recorrer a uma explicação que hipotetize o funcionamento psíquico como um
aparelho hidráulico. Assim, pergunta quais são os modos de ser, as possibilidades
existenciais que se realizam e como se realizam nesses chamados sintomas
histéricos. Uma mulher que, andando na rua, vê um homem a quem se sente
atraída e suas pernas se paralisam é alguém que sente, ao mesmo tempo, atração
e repulsa, isto é, motivação para aproximar-se e distanciar-se. A paralisaria é o
modo como realiza esses movimentos opostos simultaneamente. Incapaz de
assumir seu desejo, pois em seu mundo o que é do âmbito do sensual e do sexual
é vivido como pecaminoso, não deixa essas possibilidades existenciais serem.

Vale lembrar que os sintomas não são interpretados como entidades diferentes
que se instalam no paciente. São modos de ser, isto é, modos de realizar
possibilidades existenciais, com a especificidade de que tais possibilidades não são
abertamente assumidas como próprias.

Para tecer suas análises, Boss recorre à descrição fenomenológica da existência


realizada em Ser e tempo por Heidegger, que apresenta os existenciais, ou seja, a
constituição ontológica da existência. Os existenciais indicam modos de a
existência acontecer, sendo que se dão no mundo, à luz de possibilidades
concretas. Em outras palavras, Heidegger descreve a existência como ser-no-
mundo, ser-com-outros, finitude, espacialidade, temporalidade, etc., conforme já
visto no livro de SAPIENZA (2015). Como cada existência é com outros, como
especializa-se, como são seus mundos varia para cada um.

Com análises assim, Boss cuida para que a experiência do paciente possa se
manifestar sem o recurso a teorias hipotéticas, cumprindo, assim, o imperativo
fenomenológico de voltar às coisas mesmas.

1. Leia os textos indicados, prestando atenção para a história da daseinsanalyse e


como fundamenta o trabalho do psicólogo.

2. Pesquise na bibliografia e pela internet artigos escritos na abordagem


fenomenológico-existencial.

3. Acompanhe o exercício abaixo:

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Leia o trecho abaixo, extraído do livro Psychoanalysis and Daseinsanalysis, de


Medard Boss.

Há boas razões para supor que a ‘análise do dasein’ de Martin Heidegger é mais
apropriada para uma compreensão do homem do que os conceitos que as ciências
naturais introduziram na medicina e na psicoterapia. [...] Se o pensamento
daseinsanalítico de fato se aproximar mais da realidade humana do que o
pensamento científico natural, poderemos encontrar algo que até hoje não
encontramos na teoria sobre a psicoterapia: uma compreensão do que estamos
realmente fazendo (e por que estamos o fazendo dessa maneira) quando
tratamos um paciente psicanaliticamente, estando tal compreensão baseada em
intuições sobre a essência do ser humano. (Boss, p.29)

A compreensão de homem “mais apropriada” à qual Boss faz menção é a descrita


por Heidegger através dos “existenciais”. Os “existenciais” são:

a) os aspectos co-originários do ser-aí, tais como ser-no-mundo, ser-com-os-


outros, cuidado, abertura, clareira, ser-para-a-morte. São determinações
ontológicas.

b) os momentos em que o ser-aí se sente angustiado por saber que vai morrer,

c) as situações em que o ser-aí descobre sua finitude, o que o leva a tomar


decisões.

d) os aspectos concretos que determinam cada situação fáctica do ser-aí.

e) os momentos em que o dasein se apercebe de si mesmo como abertura para a


significância.

Se você leu atentamente os textos, pôde compreender o que são os existenciais


descritos por Heidegger e como aparecem na psicologia fenomenológico-
existencial. São os aspectos constitutivos co-originários da existência. Identificou,
portanto, a alternativa A como a correta. A afirmação B associa os existenciais
com momentos de angústia e a C, com momentos de possível singularização do
ser-aí. Estão incorretas. A alternativa D identifica os existenciais a ‘aspectos
concretos’, como se fossem exteriores ao ser-no-mundo, determinando-o. A
alternativa E também está incorreta, pois associa os existenciais a ‘momentos’.

4) Realize os exercícios deste módulo, anotando as dúvidas que surgirem durante


a resolução. Estas dúvidas devem ser motivo de novas pesquisas bibliográficas, na
tentativa de saná-las. Caso elas persistam, apresente-as ao professor, nas aulas
presenciais.

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Exercício 1:

Édson, comerciante de 49 anos, procurou psicoterapia no começo do ano. Logo no


início da primeira sessão conta que tem dúvidas quanto a permanecer casado.
Considera que se casou jovem, quando não tinha tanta experiência, e que se
pudesse voltar no tempo teria esperado mais para tomar essa decisão. Está
casado há 30 anos e tem 3 filhos (João, 27, Édson Jr., 24 e Juliana, 16). Perdeu o
emprego há 10 anos e começou um negócio própria de venda de cosméticos, mas
desde então vivencia dificuldades financeiras. Conta que a esposa, que ”tem um
salário muito bom”, ajuda nas finanças. Sente que ela o cobra e critica
constantemente. Não fez a faculdade de administração que queria ter feito, o que
contribui para a sua sensação de ser um fracassado. Conta que quando fica em
casa é desleixado, às vezes nem faz a barba. Conversa muito pouco com sua
esposa e quando faz, frequentemente acabam discutindo. Conta que não têm
relações sexuais há muitos anos.

Conta que antes de se casar saía com muitas mulheres. Essa atitude não mudou
desde que casou, pois frequentemente sai com mulheres sem que sua esposa
saiba. Às vezes os relacionamentos extraconjugais ficam mais sérios, como o que
vivencia atualmente. Está se relacionando com Joana há 2 anos. Sente-se
cobrado por Joana, que mais uma vez ameaçou terminar o relacionamento com
ele caso ele não se divorcie para ficar ela. Nos últimos meses, não sente “tanto
tesão por ela”, explicando que “não tem suportado ficar deitado junto com ela por
muito tempo. Temos discutido muito.” Está muito aflito neste momento também
porque sua filha descobriu o caso com Joana. Édson está confiante de que sua
filha não contará nada à mãe, mas sabe que ela não concorda com a situação,
pois ela deixou de falar com o pai desde que descobriu. Conta por fim que
procurou a terapia, pois já teve que ir ao hospital duas vezes por fortes dores no
peito e sensação de que ia morrer, mas chegando lá os médicos não
diagnosticaram nenhum problema cardíaco e recomendaram a visita a um
psiquiatra.

Não sabe o que fazer e se sente impotente par agir. Veio pedir ajuda ao psicólogo
para tomar uma decisão. Considera-se numa situação difícil, pois não quer
magoar ninguém. Descreve-se como doente.

Sendo daseinsanalítico, o psicólogo que atende Édson:

I – ouve a fala dele como reveladora de sua realidade. Conhecer Édson significa
compreender seu modo de ser-no-mundo, isto é, sua situação enquanto modo
como está sendo possível existir neste momento.

II – para conhecer Édson, precisará conhecer as pessoas de sua convivência,


assim desvelar mais claramente os fenômenos referentes à vida conjugal. Para
isso o psicólogo precisa convidar a esposa dele para pelo menos uma sessão.

III –entende que Édson está distante de si mesmo, pois se enxerga a partir das
relações que vivencia. Seu bem-estar está condicionado aos relacionamentos.
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Para a daseinsanalyse, o dasein é singular e precisa cuidar de sua existência a


partir de si mesmo, tornando-se independente.

IV –ouve as falas de Édson sobre sua esposa, sua amante e sua filha como
descritivas de seus modos de ser-com-os-outros. A existência é sua situação, é
suas relações. Nestas relações Édson é ser-no-mundo-com-os-outros e esses
outros desvelam-se para ele tal como ele os descreve.

Estão corretas:

A)

II e III, apenas.

B)

I, II e III, apenas.

C)

I, II, III e IV.

D)

I, II e IV, apenas.

E)

I e IV, apenas.

Comentários:

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Exercício 2:

Segundo a daseinsanalista Ida Cardinalli, “O método fenomenológico


heideggeriano exige o passo de volta para trás do fenômeno, no sentido vulgar,
para o âmbito em que o fenômeno é, antes, aquilo que se oculta” (Daseinsanalyse
e Esquizofrenia, 2004, p. 62). Assim a autora retoma a idéia de fenômeno, que
constitui a busca metodológica da fenomenologia. Podemos dizer que, no contexto
daseinsanalítico, a definição de fenômeno indica:

I – Explicitar os fundamentos do modo de ser do Homem.

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II – Não ver o Homem como objeto da Natureza, possível de estudo e


mensuração igual aos demais objetos da Natureza.

III – O método não pode visar determinação causal, mensurabilidade,


objetificação.

IV – Deve ser precisa e conseguir determinar suas conclusões baseadas em uma


estrutura teórica bem definida.

V – Conseguir qualificar e classificar os fenômenos estudados, sem deixar a


subjetividade alheia atrapalhar.

Estão corretas apenas:

A)

I, II, e III.

B)

I, III e IV.

C)

I, II, III e IV.

D)

II, IV e V.

E)

II, III e V.

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Exercício 3:

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A daseinsanalista Cardinalli afirma que “a compreensão do homem, em cada caso


particular, também precisa estar orientada pela explicitação do existir como
Dasein, para superar a concepção de homem presente nas diversas teorias das
Ciências Humanas” ((Daseinsanalyse e Esquizofrenia, 2004, p. 75). Isso significa
dizer que:

A)

Os fenômenos humanos devem ser compreendidos a partir do modo pelo qual


correspondemos a algo, ou seja, a partir do modo como nossa relação com o
mundo é definida.

B)

Os fenômenos humanos só devem ser compreendidos em particular, como algo


interior e subjetivo ao indivíduo.

C)

A existência humana é independente do modo como estabelecemos nossa relação


com o mundo.

D)

Ao se orientar pela explicitação do existir como Dasein, a fenomenologia visa


propor um ideal de saúde psicológica a ser atingido pelos pacientes.

E)

Para constituir-se como mais uma teoria científica humana, a fenomenologia


precisa orientar-se pela explicação do existir humano como Dasein.

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Exercício 4:

Evangelista (2015) apresenta a Daseinsanalyse de Medard Boss e suas


contribuições para uma prática clínica fundamentada no pensamento
heideggeriano. Para Boss, a psicopatologia daseinsanalítica não se baseia nos
manuais de psiquiatria e ganha nova dimensão, quando pautada no existir
humano como Dasein.

Considere as afirmações abaixo e indique a alternativa correta:

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I – A descrição do fenômeno patológico supõe o esclarecimento entre a realidade


e a experiência do paciente, que não se adequa à realidade vivida pelo paciente
sadio.

II – Os sintomas corporais patológicos e os chamados psíquicos são sempre


privações e podem ser compreendidos como reduções de possibilidades de
compreensão do mundo e de si mesmo.

III – A Daseinsanalyse se ocupa com trazer à luz o que se mostra do próprio


fenômeno e tornar visível o fenômeno patológico.

Estão corretas somente:

A)

I.

B)

II e III.

C)

I e II.

D)

I e III.

E)

III.

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Exercício 5:

O psicopatologista francês Tatossian fundamenta suas pesquisas e sua prática


clínica na fenomenologia existencial, dialogando constantemente com a
Daseinsanalyse de Boss e Binswanger. Para ele, no contexto fenomenológico-
existencial, a psicopatologia adquire nova significação. Ele afirma:

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A especificidade psicopatológica não é fornecida pelas modificações de


comportamento, mas pelas modificações do vivido que compreendem as diversas
formas de delírio, o distúrbio do humor melancólico ou maníaco e uma grande
parte dos distúrbios da percepção e do pensamento da psicopatologia clássica.
Mas essas modificações do vivido que se apresentam na pessoa global, e não são
redutíveis aos distúrbios das funções parciais do psiquismo, estão escondidas sob
o que se mostra imediatamente ao psiquiatra e não podem ser apreendidas, a não
ser indiretamente, pela observação psiquiátrica, em que os dados resultam do
comportamento material. Essas são as modificações do vivido, que se pode
chamar, por exemplo, de ‘estruturas’, para distingui-los dos sintomas, que são as
modificações do comportamento que carregam todo o peso da especificidade
psiquiátrica. (2006, p.41)

Considerando que Tatossian se aproxima da Daseinsanalyse, é correto afirmar:

A)

O psicopatologista observa os comportamentos tidos como psicopatológicos, a fim


de reuni-los como ‘síndromes’. As psicopatologias (depressão, esquizofrenia, etc.)
são conjuntos de sintomas. É fenomenologia pois observa estritamente o que se
mostra, (o comportamento observável).

B)

As ‘modificações do vivido’ de que fala Tatossian são modificações no psiquismo


do sujeito, portanto, interiores. O sentido das ações do paciente permanece
oculto, sendo que a fenomenologia é o desvelamento das causas ocultas dessas
ações.

C)

Ao afirmar que as modificações do vivido “estão escondidas sob o que se mostra


imediatamente ao psiquiatra e não podem ser apreendidas, a não ser
indiretamente” Tatossian está afirmando que existem motivações inconscientes
que precisam descobertas pela fenomenologia.

D)

Para a fenomenologia o delírio, os distúrbios do humor e os da percepção e do


pensamento devem ser pensados como modos possíveis de ser e estar no mundo
com os outros.

E)

A fenomenologia busca as estruturas existenciais da psicopatologia. Assim, busca-


se fenomenologicamente no enfermo qual é a estrutura que está se manifestando
nele: uma “estrutura psicótica”, “estrutura maníaca”, etc.

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Exercício 6:

Segundo Evangelista (2015), nos Seminários de Zollikon Heidegger apresenta aos


médicos psiquiatras convidados de Medard Boss indicações para a elaboração de
uma nova ciência do homem que leve em conta a condição humana, chamada por
ele de Dasein (ser-aí). Em relação à nova ciência do homem, está correto afirmar
que:

I – é necessário ter uma explicação clara dos modos de ser do homem;

II – os conceitos que se referem aos modos de ser do homem são investigados a


partir da abstração do contexto social em que a existência acontece;

III – após encontrar uma pluralidade de significados para o fenômeno estudado,


faz-se necessário a escolha de apenas uma definição/conceito;

IV - o homem não deve ser representado como objeto da natureza.

Estão corretas somente:

A)

I, III e IV.

B)

I e II.

C)

III e IV.

D)

II e III.

E)

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I e IV

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Exercício 7:

Juarez (66 anos, aposentado) é trazido à psicoterapia por sua filha. Na entrevista
inicial, ele entra sozinho e explica que caiu no banheiro e quebrou o fêmur há 3
meses. Fez cirurgia, inserindo uma prótese de quadril. Desde então, sua
mobilidade restringiu-se. Frequentava um clube perto de sua casa, onde
encontrava velhos amigos para jogar dominó e conversar, mas não consegue mais
caminhar até lá. Diz: “fiquei dependente da boa vontade de meus filhos, mas não
quero atrapalhar a vida deles.” Não vê motivo para ir ao psicólogo, pois “meu
problema é ortopédico”.

Medard Boss, fundador da Daseinsanalyse, “critica a medicina científico-natural


por não compreender o sentido do adoecer humano, focalizando apenas os
mecanismos que explicam o processo biológico. Critica-a também por cindir a
existência humana em aspectos biológicos e psicológicos, relegando os
psicológicos a outro profissional.” (EVANGELISTA, 2015, p.147-8)

Considere as afirmações abaixo a respeito da Daseinsanalyse de Medard Boss e


indique a alternativa correta.

I – Para a compreensão existencial (daseinsanalítica) do sofrimento de Juarez, o


psicólogo deve considerar quais as possibilidades de ser no mundo que estão
atualmente restritas. Como ele informa dificuldades para encontrar amigos, a
fratura no fêmur é “fratura” desse modo de ser.

II – Por enquanto, Juarez não demanda para psicoterapia, pois o motivo do seu
sofrimento já é conhecido e explicável fisiologicamente: quebrou o fêmur e, de
fato, a recuperação da mobilidade leva tempo e depende de fisioterapia.

III – Com dificuldades para encontrar seus amigos no clube, Juarez está com esse
modo de ser-com-outros restrito.

Estão corretas somente:

A)

I e III.

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B)

II e III.

C)

I e II.

D)

I.

E)

I, II e III.

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Exercício 8:

Evangelista (2015) apresenta a Daseinsanalyse de Medard Boss como uma nova


ciência da saúde humana, que conjuga aspectos da Psicanálise de Freud com a
filosofia de Martin Heidegger. Por meio dessa articulação, Boss entra na discussão
da “Psicossomática”, disciplina que explica a relação entre o “psíquico” e o
“somático”. Considerando essa disciplina é correto afirmar:

I – Quanto à Psicanálise e Freud, Boss é crítico somente da Metapsicologia, isto é,


o modelo hipotético que explica o funcionamento mental. A prática investigativa
de sentido formulada por Freud – a psicoterapia – é seguida por ele, mas
fundamentada na fenomenologia existencial de Heidegger.

II – Boss é crítico da Psicossomática psicanalítica, pois, para a Daseinsanalyse, as


causas dos sintomas psicossomáticos devem ser buscadas nos sentimentos de
culpa e angústia do Dasein.

III – Na Daseinsanalyse, o termo “Psico-Somática” é inadequado, pois a


existência é um todo não divisível em psique e corpo.

IV – A Daseinsanalyse não compreende as histerias de conversão como


manifestação corpórea de mecanismos psíquicos. Tratam-se, outrossim, de modos
de realizar, sem assumi-las clara e abertamente, determinadas possibilidades
existenciais.

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A)

I, II e III.

B)

I, III e IV.

C)

III e IV.

D)

I e II.

E)

I, II, III e IV.

Comentários:

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