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O papel da educação no processo de socialização

Introdução
Enquanto estudamos Durkheim, modificamos os preconceitos adquiridos no senso
comum e analisamos a sociedade em termos mais próprios pois assim, exercitamos e
acrescentamos uma metodologia científica. E esta, auxilia de maneira bastante eficaz pois,
delimita o objeto da sociegênia que será capaz de nos conduzir com precisão.
Por isso, nos foi proposto esse trabalho a fim de discorrer o papel da educação
enquanto nos integramos à sociedade. A proposta é interessante pois nos levará a fazer uso da
filosofia socrática: nascer o pensamento com objetivo de induzir a leitura e adquirir
conhecimento. Entretanto espera-se não emitir juízo de valor inadequadamente e adentrar ao
tema de modo a esclarecer idéias.
Diante dessa proposta, são necessárias reflexões e análises que serão apresentadas no
desenvolver deste trabalho. Falam-se reflexões, porque a sociologia na visão de um estudioso
sobremaneira brilhante em seus pensamentos, e que tem em sua essência um objetivo não
menos complexo: tornar seu objeto de estudo uma “ciência verdadeiramente científica”
(Durkheim), exige que se faça uma análise aprofundada de suas idéias para que estas, tenham
sentido.
Assim, abordar cientificamente o vínculo da educação quanto ao processo social, há de
convir não ser uma tarefa fácil, entretanto sem dúvida auxiliará no desenvolvimento do
impulso fundamental para aprender sociologia, decorrendo o fato social, suas características e
fundamentos a partir do tema proposto.
Costuma-se dizer, que a educação é o fruto e a origem de nossas concepções, métodos
e até mesmo ações. Isso porque utilizamos dela inconscientemente até para sobreviver.
Levando a educação ao diálogo com sociologia, exige sistematicamente um ser pensante
ainda que termos mais impróprios, pois o indivíduo único não pode ser fato social corrigindo,
seria mais conveniente uma sociedade pensante, e para assim ser , é necessário conhecimento
e o conhecimento ainda que o mínimo que é adquirido através da educação formal, em partes,
daí uma primeira relação ainda que mal fundamentada de educação e sociologia.

Educação na sociologia
Ao falar em ser pensante e educação é necessário ouvir as idéias de Hegel, ele
imaginava que quando o homem nasce, as idéias já são vigentes na sociedade e à medida que
ele conhece e se interessa pelo mundo, passa a pensar e pensando ele compreende e modifica
o mundo. Mas as idéias individuais não têm poder de repercussão capaz de transformar o
mundo, ele precisará socializá-las, persuadir pelo menos boa parte dessa sociedade, pois ela é
dividida em classes e os seres que a compõem pensam, a partir da consciência coletiva que
cada classe construiu, ou seja, um operário não tem de certa forma, os mesmos interesses que
os mais altos membros da burguesia.
Contudo sua teoria é valida se pensarmos nas idéias como a educação. Intensificando:
quando nascemos o conceito de educação já era presente, não participamos de sua formação e
fomos por ela moldados ao longo de nossa existência. Não escolhemos a educação que
recebemos,ela nos foi transmitida conforme costumes e crenças de nossos pais.
Tomando por base o método de Durkheim, ela é fato social (exterior, coercitivo,
coletivo). Ainda que apresentamos hábitos individuais e cada ser seja impar na sociedade,
temos características geralmente semelhantes que se estende à sociedade, a educação
sutilmente pretende que sejamos passivos diante das sanções que ela nos submete , pois ela
nos induz a cultivar as tradições como meio de unir as classes e formar uma sociedade
compactada. Assim sendo, o ser pensante não modifica, no entanto a classe pensante pode
realizar esta transformação, foi assim na Revolução Francesa e é assim atualmente, pois
segundo Durkheim “as idéias são fatos e quando alcançam repercussão são fatos sociais”.
(Durkheim 1978).
Então, é possível analisar o papel da educação , na socialização dos indivíduos, é
visível a imposição, pois sem ela a socialização é difícil, já que as pessoas apresentam hábitos
naturais que sem dúvida, iriam se divergir e as pessoas seriam de forma cada vez mais
progressiva individuais.
É a educação que nos faz perceber que necessitamos uns dos outros, que ser social
favorece a ambas partes, pois a sociologia busca antes de tudo organizar, e a organização é
mantida a partir de regras que não poderiam ser transmitidas a não ser por meio da educação,
ou ainda, conforme Florestam Fernandes “a educação seria técnicas racionais de controle”
(1976 p.162). Apesar de que hoje, muito tempo após o surgimento da sociologia, essa idéia
não é de todo antiquada, pois essa manifestação de caráter impositivo é hoje, muito mais sutil.
Assim, os hábitos individuais não vão interferir na consciência adquirida na vivência
com a sociedade, pois novos hábitos serão aprendidos coletivamente e desta forma, pelo
menos o essencial de conceitos será homogêneo e o papel da educação será renovar e reforçar
as idéias de vida coletiva, na mente e na formação dos indivíduos. E é exatamente isto que a
sociologia estuda, posto a definição de Fernandes:
“a ciência que tem por objeto estudar a interação social dos seres vivos nos diferentes
níveis de organização da vida”.
A educação vista por esse aspecto faz o ser social a cada nova geração, posto que é
necessária porque como já disse Durkheim, a espontaneidade quebraria o equilíbrio, ou seja,
por natureza o homem não se submeteria à autoridade moral e política e principalmente às leis
religiosas, já que muitas coisas que trazem lazer ao homem são condenadas por elas.
Somos racionais e esta racionalidade pode ser conduzida. A prova disto, são as ações
instintivas dos animais. Apesar de que o poder da educação já se estendeu a eles também, para
o convívio com o homem.
A educação é que faz com que a pessoa ofensora se desculpe com o ofendido para não
alterar o convívio. Por isso, os objetivos da educação visam o bem-estar da sociedade.
Ensinam a ação pela prudência, como imaginou Spencer: um conjunto de modelos capazes de
induzir o homem à perfeição. Ou ainda em termos mais positivos e pitorescos, manter a
sociedade alinhada.

Conclusão:

A educação, não há quem negue, que é uma instituição verdadeiramente social. É


através dela que somos julgados perante a humanidade, uma vez que essa é de caráter
extremamente “coercitivo”. Ao usar este termo, muitas opiniões irão diferir de muitas crenças,
pois alguns poucos utópicos, ainda acreditam que a educação gera apenas a produção de
conhecimento e este só traz benefícios ao homem, pois é acima de tudo particular, ou seja,
cada indivíduo possui em seu poder intelectual informações um tanto subjetivas.
Já vimos através do brilhantíssimo Durkheim que essas idéias são mal fundamentadas.
A educação é de caráter extremamente exterior, não atuamos nela em praticamente nada ou
ainda, ela independe de nossas manifestações, uma vez que é transmitida de igual modo para
todos.
Até mesmo o professor tem de se submeter ao modelo educativo, ensinar de forma a
impregnar conceitos sociais e ver a educação como grande socializadora da criança. O papel
da educação é colossal, e poucas linhas talvez sintetizem demasiadamente seus efeitos, mas
não se pode deixar de incluir, é que a educação também promove posse e poder. Esses dois
dividem os homens tornando-os desiguais e a sociedade em que eles vivem divide-se em
classes sociais.
Essa divisão, é objeto de estudo de sociólogos, isso porque traz anomalias à sociedade
desestruturando-a. A educação molda o ser humano e acima de tudo torna o acesso ao
conhecimento mais facilitado. O conhecimento nos torna enquanto humanos, pessoas0,,,,01
pensantes, tomando isto de forma geral e esta coletividade necessita de uma avaliação,
avaliação esta que foi causa do esforço de Durkheim em fazer presente o ser enquanto
verdadeiramente social.

BIBLIOGRAFIA:

FERNANDES,Florestam. Ensaios de sociologia geral e aplicada. 3 ed. São Paulo: Pioneira


1976.

DURKHEIM,Emile. Educação e sociologia. 11 ed. São Paulo: Melhoramentos.1978.


UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS-UNIMONTES
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS-CCH
CURSO: PEDAGOGIA/ 1° PERÍODO
PROFESSORA: ISABEL BRITO

O PAPEL DA EDUCAÇÃO NO PROCESSO DE SOCIALIZAÇÃO

MONTES CLAROS, MAIO, 2007.


LAIANE DE JESUS MUNIZ

O PAPEL DA EDUCAÇÃO NO PROCESSO DE SOCIALIZAÇÃO

Trabalho apresentado à professora Isabel


Brito, como exigência parcial para nota do
1º Semestre da disciplina “Sociologia
geral” do curso de Pedagogia da
UNIMONTES.

MONTES ClAROS, MAIO, 2007

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