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SOCIOLOGIA
SOCIOLOGIA 2020/2021
Esta apostila, caro(a) aluno(a), tem a intenção de oferecer-lhe um roteiro didático do conteúdo
principal que desenvolveremos em sala de aula. O texto não deve ser entendido como algo terminado. É
apenas o pontapé inicial para um estudo mais amplo. O aluno poderá modificá-lo e, principalmente,
completá-lo. A pesquisa em outras fontes poderá acrescentar muito, o que, aliás, deverá ser intenção de
todos os alunos; buscar outras fontes bibliográficas para aprofundamento do tema.
Nossa intenção é trazer ao aluno um texto com linguagem de fácil entendimento. A idéia é de
fornecer alguns conceitos gerais, conhecimentos básicos que permitam a busca de outros mais complexos
e possibilitem a consulta de obras mais especializadas e complexas sobre o assunto. Pretende ser uma
motivação à leitura. Por isso, o texto deverá ser utilizado como ponto de partida, nunca como ponto de
chegada. Tal resulta de uma pesquisa a varias fontes, por isso pode ser ser discutido, questionado, talvez,
mudado e ampliado; não pretende estar acabado.
O ensino deve ser feito, obviamente, através das aulas da professora. Porém, a aula, por si só,
representa muito pouco. A aprendizagem é algo mais amplo. O mais importante é o processo que deve
acontecer no aluno que aprende. Existe uma lacuna extensa entre estes actores, que abrange de um lado o
ensino e de outro a aprendizagem.
Como diria Pedro Demo “... aprender significa algo no sujeito histórico, tomado como
indivíduo. Ou seja, o esforço é pessoal e não pode ser substituído por outra pessoa, a não ser secundado,
apoiado, orientado por outra pessoa, a quem chamamos, via de regra, de professor. Seria o caso recordar
aqui a noção proverbial de Sócrates de maiêutica... a maiêutica não só releva a participação importante de
um agente externo ou ambiência social, mas igualmente ou sobretudo o esforço do próprio aluno”.
(DEMO, Pedro, 1998b, p. 49)1
Existe um desejo e necessidade de renovação. Precisamos criar um jeito que motive a cada
aluno construir a sua ciência. No entanto, muitas vezes, é difícil encontrar o caminho ou mesmo vencer os
problemas de ordem prática com que a renovação esbarra. Não se pode pretender que os métodos
tradicionais não tenham mais nada de aproveitável. Tão pouco se pode querer aprendizagem sem algum
esforço. Convém que nos convençamos de que temos uma tarefa a realizar e que devemos contribuir a que
o estudo se torne menos árduo, mais inteligível e, porque não dizer, se torne mais prazeroso.
Para nossa maior segurança convém que nosso estudo renovado se faça por etapas sucessivas. O
primeiro passo, portanto, como dizíamos acima, é a leitura e o entendimento do texto. Vamos a ele.
1
Pedro Demo é PhD em Sociologia e professor na UnB, com diversas obras de Sociologia, Pesquisa e
Educação. Fomos discípulo dele, no verdadeiro sentido da palavra e, além do mais, temos nele uma
referência de professor que sabe orientar com eficiência os seus alunos.
2
UNIDADE LETIVA I – SOCIOLOGIA E CONHECIMENTO DA REALIDADE
3
TEXTO 1: Como a Sociologia pode ajudar em nossa vida pessoal?
Ao contrário do que muita gente pensa, a Sociologia tem implicações práticas as quais
podem ser instrumentalizadas pelas experiências individuais e sociais de modo tal que sua
compreensão pode ajudar a desenvolver algumas habilidades. O sociólogo Antony Giddens nos
ajuda a pensar em alguns pontos em que a Sociologia, aliada à imaginação sociológica, pode nos
aprimorar como sujeitos. É fato que pensamos a partir da nossa visão de mundo. Portanto, nosso
ponto de vista algumas vezes é passível que equívocos o quais naturalizam certas diferenças
sociais e amplia o preconceito e a intolerância.
Giddens, em seu livro “Sociologia”, cita como exemplo “o fato de um assistente social
branco, operando numa comunidade predominante negra jamais ganhará a confiança dos
habitantes se não desenvolver uma sensibilidade às diferenças na experiência social, que amiúde,
separam brancos e negros” (Giddens, 2005, p.27). Além disto, a sociologia auxilia naquilo que
chamamos de exercício de alteridade, habilidade ou competência de se colocar no lugar do outro.
É o que foi apontado por Wright Mills: “Ver o similar como diferente e o diferente como
similar”. Ou ainda, o que DaMatta chama de “transformar o familiar em exótico e o exótico em
familiar”. Por tanto, a principal função da sociologia é proporcionar uma leitura do mundo social
para que o indivíduo possa compreender que vivemos numa teia de relações sociais, jogos de
poder impregnados por elementos simbólicos. Estamos mergulhados em elementos culturais que
carecem de leitura e releituras constantes e a Sociologia nos possibilita compreender tal
realidade, o que nos auxilia a jogar dentro das regras e possibilidades sociais a qual estamos
inseridos.
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O pensador Egdar Morin, usa a expressão made self para se referir a uma cegueira do
conhecimento que nos faz tomar para si um raciocínio que já vem pronto. Este equívoco, que é
provocado principalmente pelos meios de comunicação em massa, pode nos levar a termos uma
opinião vinculada a um “pensamento acabado”, de modo tal que as notícias sejam transmitidas de
maneira que já trazem um direcionamento de percepção e opinião.
Esta ciência tem oferecido subsídios para movimentos sociais, grupos de autoajuda e
grupos reivindicatórios, por exemplo, dando-lhes condições para alcançar um entendimento mais
amplo da realidade a qual estão inseridos, podendo igualmente contribuir para as resoluções de
problemas.
Esta ciência social pode nos fazer uma pessoa melhor pelo fato de instigar no indivíduo
a compreensão que a sua história de vida está entrelaçada com a vida de outros indivíduos os
quais são influenciados por fenômenos sociais dentro de uma estrutura social. Tal padrão
condiciona boa parte das escolhas dos indivíduos criando teias sociais que vão “amarando o
indivíduo”. Como diria Weber “é um animal amarrado a teia de significados que ele mesmo
teceu”. Diante disto o indivíduo passa a ter noção das suas limitações e possibilidades, assim
como o que pode ser modificado por ele e o que pode ser transformado pela coletividade. Nesse
sentido, aprende a fazer melhor suas escolhas e tendo consciência das limitações impostas pela
estrutura social buscar caminho para minimiza-las.
Finalizando, tomamos por exemplo comum: um indivíduo que tem uma visão
influenciada pela Sociologia entenderá que a sua atração pela compra de bens de consumo
oriundos de grifes famosas nada mais é que uma necessidade social que este tem pertencer a um
determinado grupo, grupo este que, por sua vez, tem seu padrão criado pela indústria da moda
que passa a lucrar a partir de uma necessidade canalizada para o consumo. Consciente pode optar
ou não por romper com tal atração. O que está em jogo não é a atração, mas a liberdade de
escolha diante a compreensão da realidade proporcionada pelo conhecimento sociológico.
PROPOSTA DE TRABALHO
3 – Partindo do que aprendemos aqui e unindo com o que você já sabia acerca de
sociedade e visões de mundo, discorra expondo suas ponderações.
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TEXTO 2 - A unidade do social
Augusto Santos Silva e José Madureira Pinto, Metodologias das Ciências Sociais,
Edições Afrontamento, 1989, 3.ªedição.
PROPOSTA DE TRABALHO
1. A partir da leitura do texto 2, demonstra por que razão a realidade social é uma unidade
complexa.
“Com o conceito de FST, Marcel Maus estabeleceu dois princípios. Qualquer fato, quer ocorra
em sociedades modernas quer em arcaicas, é sempre complexo e pluridimensional; pode, pois ser
apreendido a partir de ângulos distintos, acentuando cada um destes apenas certas dimensões.
Todo o comportamento remete para e só se torna compreensível dentro de uma totalidade, quer
dizer: constelações compostas de recursos, representações, acções e instituições sociais intervém
nas mais elementares relações entre pessoas.”
Augusto Santos Silva e José Madureira Pinto, op. cit.
Exemplo: O casamento
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1. Segundo Sedas Nunes (“Questões preliminares sobre as Ciências Sociais”, Editorial
Presença), “… desde Marcel Mauss, a unidade do objeto real das Ciências Sociais começou a
ser reconhecida com base na noção de fenómeno social total”.
1.1 – Indica o “objeto real das Ciências Sociais”.
1.2 – Explica por que motivo se afirma que o objeto real das Ciências Sociais constitui uma
unidade.
1.3 Fala-se muito hoje nessa unidade do social e na exigência do recurso a uma pluralidade de
ciências. Justifica esta afirmação, estabelecendo convenientemente o real significado de
cada uma das expressões destacadas.
2. “Se tomarmos um fenómeno como a emigração, com tantas e importantes repercussões para a
nossa sociedade, podemos ver alguns aspetos que as diversas ciências sociais podem assumir
como seus. Antes de mais, um demógrafo pode avaliar o volume de pessoas que atinge e os
efeitos de despovoamento que produz em determinadas regiões, além do envelhecimento da
população resulta do peso das categorias etárias mais idosas. Um economista pode interessar-
se, entre outros aspetos, pelos das remessas monetárias dos emigrantes e os seus reflexos na
balança de pagamentos ou pelas alterações introduzidas nos mercados de trabalho quer de
origem quer de destino (…). Ao lado do sociólogo, poderá o antropólogo centrar o seu
estudo em pequenas aldeias cuja economia de troca poderá revelar desajustamentos, cujas
relações comunitárias poderão acusar desintegração, etc. O psicólogo poderá desenvolver o
seu interesse pelo estudo do afluxo dos emigrantes aos hospitais psiquiátricos franceses (…).
O historiador, do seu lado, não se contentará com a afirmação corrente de que a emigração é
uma constante da nossa história, mas procurará estabelecer ciclos e a especificidade de cada
um deles”.
Como estudou e pode verificar pelo texto, cada uma das Ciências Sociais (Demografia,
Economia, Psicologia, Antropologia, História, etc.) apresenta uma “visão parcelar” sobre o
fenómeno da “emigração”.
2.1 – Falta no texto, propositadamente, a “visão parcelar” da Sociologia. No entender, quais os
aspetos desse fenómeno que deveriam merecer estudo e interesse por parte só sociólogo?
2.2 – Como verifica, a emigração é um fenómeno que, como muitos outros da realidade social,
tem grandes e importantíssimas repercussões na vida social. Somente depois de conhecidas
todas as “facetas” ou “visões parcelares”, será possível conhecer o fenómeno da emigração
na sua unidade-totalidade.
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Segundo Mauss, que nome dá a estes fenómenos? Explique-os convenientemente segundo
o conceito desse autor.
2.3 – Em face da introdução do referido conceito, levanta-se imediatamente o problema de saber
se as diversas Ciências Sociais são ou não complementares e interdependentes. Como
analisa esta questão?
3. “Não é, pois, suficiente que cada cientista social faça do seu ponto de vista o estudo do
fenómeno e o acrescente aos demais – abordagem pluridisciplinar. Torna-se imprescindível,
ao contrário, que todos eles trabalhem em conjunto desde a definição do fenómeno, passando
pela elaboração das hipóteses de trabalho até à elaboração do relatório final”.
3.1 – Distinga pluridisciplinaridade de interdisciplinaridade e diga se, nas Ciências Sociais, se
verificam ambas as situações.
3.2 – Em que tipo de questões inclui este pequeno texto? Qual é a finalidade desta proposta?
Explicite-a convenientemente.
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A Revolução Francesa (França, 1789) e a Revolução Industrial (Inglaterra, 1780 a 1860)
são conhecidas como o cenário para o surgimento da Sociologia. A Europa estava sofrendo
grandes mudanças, transformando a vida social da população, dando ênfase no processo de
industrialização e urbanização da sociedade Capitalista que ali se implantava. Foram desfeitos
alguns costumes e tradições, como a família patriarcal, a servidão e o trabalho manufatureiro,
dando início à indústria capitalista.
Com a Revolução Industrial, as localidades devido a um crescimento demográfico
significativo, acabavam por não disponibilizar para seus habitantes uma boa infra-estrutura. Ao
que tange moradias e serviço de saúde, as civilizações deixavam a desejar para aqueles que saiam
do campo e vinham tentar a vida na cidade. Um importante crescimento que houve na época, sob
um ponto de vista, foi na área de técnicas produtivas e na introdução da máquina a vapor, que
proporcionava mais comodidade para os trabalhadores do ramo. Por outro lado, a substituição da
energia humana pela energia motriz, das ferramentas pelas máquinas, bem como a produção
doméstica pelo sistema fabril, trouxe alguns prejuízos para as famílias que começaram a se
encontrar desempregadas. As consequências da rápida industrialização não foram as melhores
possíveis, já que aumentos na criminalidade, alcoolismo, violência, prostituição e surtos de
epidemias de tifo e cólera foram rapidamente constatados. Estas interferências terminaram por
exterminar uma fatia considerável da população.
Já na Revolução Francesa, o objetivo era fazer triunfar os ideais seculares, como
liberdade e igualdade sobre a ordem social tradicional, fazendo com que essas ideias se
espalhassem pelo mundo. A antiga forma de sociedade (Ancien Regime) foi abolida,
promovendo muitas transformações na política, na vida cultural e na economia do país, não
havendo mais as instituições aristocráticas e tradicionais, possibilitando igualdade entre todos os
cidadãos perante a lei. Muitas das explicações baseadas na religião passaram a receber criticas e
serem suplantadas por pensamentos racionais e lógicos, radicalmente mudando do modelo
teocêntrico (Deus) para o antropocêntrico (Homem).
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TEXTO 5 - O Suicídio como fato social
O suicídio é, antes de mais, um acontecimento humano, um ato pessoal e íntimo. O seu estudo
entra no campo da Psicologia na medida em que o suicídio está ligado à estrutura da
personalidade. Contudo, Durkheim constatou que o suicídio é um facto social ao estabelecer uma
relação entre esse facto e outros. Este constatou que, o suicídio é mais frequente nas pessoas
solteiras do que nas casadas, nos protestantes do que nos católicos, nas sociedades industriais
modernas do que nas sociedades tradicionais, em períodos de crise politica, económica, etc. deste
modo Durkheim que existem forças sociais externas aos indivíduos que influenciam as taxas de
suicídio, principalmente o grau de integração do indivíduo na sociedade
Segundo Durkheim há três tipos de suicídio, o suicídio egoísta, o suicídio anomico e, por fim, o
suicídio altruísta.
Suicídio egoísta: O suicídio será tando mais frequente, quando menor for o grau de integração
nos grupos sociais (família, politica e religião). O egoísmo: É um estado onde os laços entre o
indivíduo e os outros na sociedade são fracos. Uma vez que o indivíduo está fracamente ligado à
sociedade, para ele, terminar a sua vida terá pouco impacto no resto da sociedade.
Suicídio anómico: O suicídio será tanto mais frequente, quanto menores forem as estruturas de
integração social, como é o caso dos centros urbanos mais industrializados (em relação aos
centros rurais). A anomia: É um estado onde existe uma fraca regulação social entre as normas da
sociedade e o indivíduo, mais frequentemente trazidas por mudanças dramáticas nas
circunstancias económicas e/ou sociais. Uma vez que o indivíduo não se identifica com as
normas da sociedade, o suicídio passa a ser uma alternativa de escape.
Suicídio altruísta: O suicídio será tanto mais frequente, nos casos de transgressão às normas,
quanto maior for o grau de integração social, como é o caso das sociedades tradicionais (em
relação às modernas). O altruísmo: É o oposto do egoísmo, onde o individuo esta extremamente
ligado à sociedade, de forma que não tem vida própria. Acredita que a sua morte pode trazer uma
espécie de benefício para a sociedade.
PROPOSTA DE TRABALHO
1. Faz uma pesquisa na Internet sobre Émile Durkheim e redige uma breve biografia deste
sociólogo, bem como, as principiais características das suas linhas teóricas de intervenção
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referenciado o contributo dado à Sociologia. No final, reflete sobre se este seria um
procedimento que Durkheim adoptaria para estudar um fato social. Concordas com a posição
teórica deste autor.
2. Explica em que medida o suicídio pode ser considerado um fato social. Discute as tuas
reflexões com um/a colega.
3. Comenta a seguinte frase: “O homem, enquanto ser social, é um sujeito activo e dotado de
relativa autonomia, e não um sujeito passivo que se limita a reproduzir esquemas adquiridos.”
4. A partir da leitura de uma fonte a tua escolha, elabora uma pesquisa do fenómeno suicídio nas
sociedades contemporâneas. Em seguida, e após dividir a análise com um/a colega, cada um
ira debater esse assunto as perspectivas sociológicas de Durkheim e de Weber. Com qual dos
autores o grupo mais se identifica. Argumenta convenientemente.
1.”A palavra Sociologia foi empregada pela primeira vez por Augusto Compte, em
1839. O seu primeiro curso intitulava-se “Física Social”. Mas o livro de Quetelet, que
apareceu ao mesmo tempo, trazia igualmente esse titulo, o que levou Augusto Compte a
alterar o seu. W o novo termo “Sociologia” prevaleceu”.
2.2 – Enuncia os princípios a que o sociólogo se deve subordinar nas suas investigações
de factos sociais.
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2.3 – Social e Sociológico são termos que se referem a vida social. Como os distingue?
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MÓDULO II – CULTURA E SOCIALIZAÇÃO
Cultura é diferente de herança biológica. Por exemplo, comer para sobreviver é algo
biológico, mas alimentar-se de acordo com um horário fixo, comer determinados alimentos e usar
determinados utensílios é algo que se aprende de acordo com a cultura em que estamos inseridos. O
significado popular do termo cultura está relacionado com o facto de a pessoa ser culta, isto é, de ter
conhecimentos em vários domínios do saber. O significado sociológico do termo cultura está
relacionado com o conjunto de maneiras de pensar, sentir e agir de um determinado grupo, isto é,
quando o indivíduo é portador de cultura, que varia de grupo social e quando cada grupo social se
integra na sua cultura, com maneiras específicas de pensar, sentir e agir.
Todas as sociedades são portadoras de uma cultura que as distingue e as identifica porém, é possível
encontrar grupos numa determinada cultura que têm alguns traços distintos, por exemplo, os jovens
têm maneiras próprias de falar, vestir e pensar. Estas diferenças dentro de uma determinada cultura
são chamadas de subculturas, que embora tenham traços culturais diferentes da cultura principal não
põem em causa a cultura dominante, coexistindo com ela.
PROPOSTA DE TRABALHO
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2. Pesquisa (em jornais, em revistas e na Internet) padrões de cultura diferentes,
nomeadamente no que diz respeito:
--- à forma de cumprimentar
--- ao vestuário
--- à alimentação/culinária
Os temas podem ser divididos por grupos e as pesquisas efetuadas podem ser
documentadas com imagens afixadas em cartolinas. Partilha-as com o resto da turma.
Arte Valores
Construção Crenças
Tecnologia Normas
Legislação Usos
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Porque é que as pessoas se apaixonam e casam? A resposta parece obvia. O amor
expressa uma atracção física e pessoal que dois indivíduos sentem um pelo outro. Hoje
em dia podemos achar que o “amor é para sempre”-, mas pensamos que “apaixonar-se”
deriva de sentimentos e emoções humanas universais. Parece completamente natural
que um casal que se apaixona queira viver em conjunto e procure na sua relação uma
realização pessoal e sexual.
No entanto esta visão, que parece tao evidente, é na verdade pouco usual. Apaixonar-se
não é uma experiencia que a maioria das pessoas tenha, e está raramente associada ao
casamento. A ideia do amor romântico só se generalizou recentemente no mundo
ocidental, e nunca existiu na maioria das outras culturas. Só nos temos modernos o
amor, o casamento e a sexualidade se consideram como estando ligados uns aos outros.
Na idade média, e durante seculos depois, as pessoas se casavam sobretudo para
perpetuar a posse de um título de propriedade de família, ou para criar filhos para
trabalhar na propriedade da família. Uma vez casados, os indivíduos podem ter-se
tornado companheiros próximos; isto aconteceu depois do casamento e, não antes. (…)
O amor romântico surgiu nas cortes como uma característica das aventuras sexuais
extramaritais permitidas entre os membros da aristocracia. Ate há dois séculos atrás,
estava confinado a esses círculos, e claramente separado do casamento. As relações
entre marido e mulher entre grupos aristocráticos eram frias e distantes. (…)
Estre ricos e pobres, a decisão de casar era tomada pela família e parentes, e não pelos
indivíduos em questão, que tinham pouco ou nada a dizer sobre o assunto.
(isto ainda acontece em muitas culturas não ocidentais.)
Portanto, nem o amor romântico nem a sua associação ao casamento podem ser
entendidos como características “dadas” da vida humana, mas como moldadas por
influências sociais.
)
Anthony Giddens, Sociology, Polity Press, 1989 (adaptado)
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EXERCICIOS PARA REVISÃO E DISCUSSÃO
1.Observando a realidade à tua volta, que culturas consegues identificar para além da
tua? Em que medida é que elas são diferentes e/ou semelhantes relativamente à tua
cultura?
4 - Cada uma das questões que se segue é composta por 4 itens. Indica, em cada uma
delas, o item que lhe parece correto:
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6 – “(…) Os Gusii, do Quénia, não conhecem
qualquer horário de alimentação. A mãe amamenta
acriança todas as vezes que esta chora. De noite
dorme nua sob uma coberta, com a criança nos
braços. Na medida do possível, a criança tem acesso
ininterrupto e imediato do seio materno.
Quando a mãe trabalha, carrega a criança amarrada
às costas, ou então esta é encarregada por alguém que se mantém a seu lado. Também
nesta oportunidade, a criança, assim que começa a chorar, é alimentada o mais
rapidamente possível. De acordo com uma norma geral, a criança não deve chorar
mais do que cinco minutos antes de ser alimentada. Em comparação com a maior parte
dos padrões de alimentação prevalecentes nas sociedades ocidentais, esta prática
choca-nos por ser excessivamente – permissiva.
Mas existem outros aspetos das práticas alimentares dos Gusii que nos impressiona sob
um ângulo totalmente diverso. Poucos dias antes após o nascimento, a criança passa a
receber um mingau como complemento alimentar ao leite materno. Segundo indicam os
dados de que dispomos, a criança não demonstra muito entusiasmo por esse mingau.
Mas isso não lhe adianta nada, pois é alimentada à força. E a alimentação forçada é
realizada de uma maneira bastante desagradável: a mãe segura no nariz da criança.
Quando esta abre a boca para respirar, o mingau é empurrado para dentro da mesma.
Além disso, a mãe demonstra pouca afeição pela criança, e raramente a acaricia,
embora outras pessoas possam fazê-lo. Provavelmente procede assim no intuito de
evitar ciúmes das pessoas que poderiam assistir às suas demonstrações de afecto; de
qualquer maneira, na prática isso significa que a experiência da criança encontra
maiores demonstrações de afecto de outras pessoas do que da própria mãe. Vê-se que
mesmo sob outros aspectos a maneira pela qual os Gusii criam os filhos na fase inicial
da vida choca bastantes se a compararmos com os padrões ocidentais (…)
(Beger, A Socialização: como ser membro da Sociedade)
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6.2 - As formas de comportamento social variam de sociedade para sociedade. Defina
comportamentos e caracterize os 3 tipos de comportamentos humanos.
6.3 – Exponha as razoes que determinam comportamentos diferentes de sociedade para
sociedade.
8 – “Durante uma grande parte das suas vidas, os indivíduos não entram em contacto com outros
padrões comportamentais, provenientes de outras culturas. Caso alguma vez venham a entrar em
contacto, com toda a probabilidade preferirão não mudar o próprio modo de vida.”
(Bruce Cohem, Sociologia Geral)
9 – “ A ideologia é, em parte, o fruto das alienações do nosso mundo; para isto, as ideologias, são
muitas vezes, visões antagónicas da vida social e, podem ser estudadas como fenómeno – chave
do conflito social”.
(S. Giner, Initiation à L´inteligence sociologique, P., Toulouse)
9.1 – Explica a acção das ideologias sobre as realidades sociais.
9.2 – “A ideologia não é mero elemento da cultura, mas o seu verdadeiro núcleo”.
9.2.1 – Comenta a frase, relacionando ideologia e cultura.
9.3 – Porque razão se diz que a ideologia é um elemento propulsor da evolução social?
A SOCIALIZAÇÃO
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LEITURA COMPLEMENTAR II- Crianças Selvagens
As crianças selvagens são crianças que cresceram com contacto humano mínimo, ou
mesmo nenhum. Podem ter sido criadas por animais (frequentemente lobos) ou, de
alguma maneira, terem sobrevivido sozinhas. Normalmente, são perdidas, roubadas ou
abandonadas na infância e, depois, anos mais tarde, descobertas, capturadas e
recolhidas entre os humanos.
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ocasionais, mordendo ou arranhando outros ou até eles mesmo.
O ser humano quando nasce é um ser culturalmente vazio, somo apenas um ser
biológico geneticamente preparados para crescermos como seres culturais.
“O que sabe a criança da sociedade em que vive? Como aprende o que significa viver
em sociedade?
Por um lado, há a sua vida de todos os dias no seio do seu núcleo ou grupo familiar,
lugar primeiro e decisivo da sua socialização e de construção de uma identidade; por
outro lado, há a escola e aquilo que se ensina à criança, conhecimento transmitido com
formalismo e que, no seu aspeto substantivo, esta frequentemente desligado das
realidades vividas pela criança fora da escola.
Estando a sua vida muito polarizada em torno destes dois contextos sociais, a presença
da criança na rua permite-lhe alargar o seu leque de conhecimento do mundo que a
rodeia e assim adquirir um complemento indispensável de experiencia e informação.
Quando esta na rua, brincando ou não, a criança posiciona-se como observadora
permanente das realidades que a cercam, observação que, alem da permanência, tem
ainda mais duas importantes características: é direta e é autónoma, ou seja, a criança vê ,
interpreta, julga e aprende sem a mediação de adultos.
Quando se pergunta, o que é que a criança que brinca na rua aprende, por essa via, sobre
a realidade e a cultura de que faz parte, pode-se dizer que ela começa por conhecer bem
a “parcela” que coincide com o território físico da sua comunidade ou, por outras
palavras, ela começa por conhecer essa sociedade e cultura tal como elas se manifestam
no seu meio local: o modo de vida das pessoas, os seus comportamentos, os pápeis
diferenciados que desempenham na vida local, a diversidade daqueles que aí vivem, as
regras de relacionamento com eles e entre eles, em suma, todo um conjunto de praticas
e relações sociais que fazem a vida quotidiana de uma sociedade.
Ana Benavente, António Firmino da costa, Fernando Luís Machado e Manuela G. Neves, Do
Outro lado da Escola, Teorema, 1993, 3.ª edição.
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PROPOSTAS DE TRABALHO
5. Em tua opinião, a partir do que você aprendeu até aqui, como se dá o poder
da média no mundo moderno?
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– PAPÉIS E ESTATUTOS SOCIAIS
No teatro grego, para cada personagem, ou papel, era utilizada uma máscara diferente
(própria), a fim de levar a plateia a entender que trata-se de um outro personagem. Assim para
cada papel havia uma máscara diferente. Trazendo isso para a nossa vida cotidiana, torna-se
possível entender que nós desempenhamos papéis sociais, ou seja, para cada situação temos
máscaras diferentes, atuamos de forma diferenciada.
Voltando a comparação com o teatro, a diferença está no fato deste ser composto por
três partes: seu personagem, os outros personagens e a plateia. Na vida cotidiana, resume-se a
duas partes, uma vez que a plateia são os demais personagens - todos participam da
representação.
Podemos nos indagar: qual o papel que devo desempenhar? Geralmente buscamos conhecer os
outros, o que eles esperam de nós, assim como conhecer as regras e normas existentes para
projetar o personagem. Se estamos representando a todo instante, a pergunta mais difícil de
responder seria: quem realmente sou eu? Sou o professor? Sou o consumidor? O filho? ...
É importante dizer que existem papéis sociais sinceros e cínicos. Os sinceros são
aqueles que representamos e acreditamos nessa representação. Os cínicos são aqueles que
representamos más temos consciência de sua falsidade. Este é apenas reflexo do que os outros
personagens espera de nós, assim vamos nos socializando e colaborando para a socialização do
outro.
Cristiano Bodart
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-- ESTATUTO SOCIAL
implica direitos, deveres, manifestações de prestígio e até privilégios, conforme o valor social
conferido a cada posição. Assim, os diretores de uma grande empresa gozam de certas regalias -
altos rendimentos, carro à disposição, sala bem decorada, secretárias, tratamento cerimonioso
por parte dos funcionários -, vantagens que os outros empregados não têm. Ou seja, o status dos
diretores é mais elevado. Seus deveres e responsabilidades estão ligados a esse status, e muitas
vezes eles precisam tomar decisões difíceis a favor da empresa, como demitir funcionários ou
cortar salários.
Numa sociedade, o indivíduo ocupa tantos status quantos são os grupos sociais a que pertence.
Vejamos o exemplo de uma pessoa que é chefe de família, ocupa o cargo de gerente de vendas
de uma empresa, é sócio de um clube, frequenta a igreja de seu bairro, pertence ao diretório
regional de um partido político. Essa pessoa tem um status no grupo familiar, um status
ocupacional, um status no grupo de recreação, outro no grupo religioso e outro ainda no partido
político.
Dependendo da maneira pela qual o indivíduo obtém seu status, este pode ser classificado em:
Em nossa sociedade, os indivíduos geralmente buscam status mais elevados. Isso explica a
insistência com que se procura "subir na vida". Quanto mais escassas as oportunidades para se
conquistar determinado status, mais intensa a competição entre os concorrentes em disputa por
ele.
Fonte: http://sociologiasenatore.blogspot.com/2015/03/sistema-de-status-e-papeis-
sociais.html
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– REPRESENTAÇÕES SOCIAIS
Ou seja: uma representação social é uma ideia vulgarizada numa sociedade acerca de
um certo fenómeno social, é o modo como num certo momento da vida dessa sociedade a
maioria das pessoas encara esse fenómeno.
Corto Maltese é um herói, um homem de acção. Mas é também uma pessoa inquieta e
capaz de refletir acerca da vida e do sentido das suas acções. Uma imagem, em que surge a ler
um livro com manifesto prazer, está de acordo com a personalidade que Hugo Pratt (o autor da
BD) lhe foi conferindo ao longo de muitas histórias e aventuras.
Todavia, será essa a atual representação social da leitura? Na sociedade em que vivemos
existirá essa visão positiva da leitura? Seria possíveis os heróis dos filmes que atualmente têm
sucesso aparecerem a ler, em vez de surgirem a conduzir carros muito sofisticados ou a utilizar
os mais recentes telemóveis?
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bipotalamica?), com fatores precipitantes que levam a insatisfação com a imagem
corporal (pressão sociocultural para ser magra) e fatores que perpetuam a doença
(desnutrição e reações dos familiares e amigos).”
PROPOSTA DE TRABALHO
--- à juventude
--- ao lazer
--- ao trabalho
--- à mulher
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EXERCICIOS PARA REVISÃO E DISCUSSÃO
1.1 – Comenta o pequeno texto recorrendo aos conceitos de: socialização / papel social;
1.2 – Explica, sinteticamente, os mecanismos de socialização.
1.3 – Refira-se a três dos mais importantes agentes responsáveis pela socialização.
1.4 – Diz-se, muitas vezes, que o homem é um “produto fabricado”.
1.4.1 – Porque se fará tal referência ao homem? Justifica.
1.4.2 – Muitas vezes esse “ produto fabricado” sai com deficiências. Porquê e sob que
formas?
1.4.3 – Como deverá a sociedade proceder tais “produtos” deficientes” explica
convenientemente.
3 – “É importante, para os indivíduos, assumir o papel de outro, porque é somente através desse
processo que os indivíduos podem imaginar como os outros membros da sociedade reagirão ao
seu comportamento”.
3.1 – Porque é que o acto de assumir o papel do “outro” é um estágio importante no processo de
socialização?
3.2 – Dê exemplos de tipos de papéis sociais nos quais os indivíduos são socializados.
3.3 – Embora a socialização possa ser diferente em várias sociedades, ela possui objetivos
comuns que estão presentes em todas as sociedades. Quais são esses objetivos?
3.4 – O que é, afinal, a socialização?
26
TEXTO 11 - O peso do público
27
num palco por atores – ou em muitos palcos, já que os nossos atos dependem dos papéis
que desempenhamos em cada momento. Esta abordagem é por vezes apelidada
de modelo dramatúrgico. As pessoas são sensíveis à forma como são vistas pelos
outros, usando muitas formas de gestão de impressões para assegurar que os outros
reagem da forma desejada. Embora isto possa ser feito de forma consciente e
premeditada, está usualmente entre as coisas que fazemos sem disso termos consciência.
Por exemplo, no emprego as pessoas sentem-se obrigadas a vestir-se – ou são mesmo
obrigadas a vestir-se – mais formalmente do que quando se encontram com os amigos.
Goffman sugeriu que grande parte da vida pode ser divida em regiões da frente e da
retaguarda. As regiões da frente, ou fachada, são situações sociais ou encontros em
que os indivíduos desempenham papéis formais – são “atores em cena”. O trabalho, a
aula, o julgamento são situações onde mesmo que dois indivíduos se detestem
mutuamente, são obrigados a forjar uma imagem apresentável perante os outros.
As regiões da retaguarda ou bastidores são onde armazenamos os adereços e os
indivíduos se preparam para a interacção em contextos mais formais. Analogamente
com os bastidores de um teatro, as pessoas podem descansar e libertar as emoções e
estilos de comportamento que ocultam enquanto estão no palco. Os bastidores permitem
“profanidade, comentários livres de índole sexual, beliscões, uso de roupas informais,
posturas desengonçadas, utilização de dialetos e gírias, murmúrios e gritos, palavras
agressivas e gracejos, desconsideração pelos outros em atos menores mas
potencialmente simbólicos, sussurrar, assobiar, mastigar, mordiscar, vomitar e arrotar”
(Goffman, 1969). Uma empregada de mesa pode ser a imagem de serenidade quando
atende os clientes e ser agressiva e barulhenta para lá das portas da cozinha do
restaurante. Há provavelmente poucos clientes que aprovariam os restaurantes se
pudessem ver tudo o que se passa nas cozinhas.
28
LEITURA COMPLEMENTAR V - Interacção social a distância
Daí que não entendo a pressão que volta e meia me fazem para navegar na Internet. Um
dos argumentos que me dão é que posso falar com pessoas na Indonésia, saber como
vão as colheitas de arroz na China e como estão os melões na Espanha.
Extraído de
http://www1.folha.uol.com.br/folha/pensata/cony_20000504.htm
PROPOSTAS DE TRABALHO
29
1. “Os brancos no sul dos Estados Unidos eram conhecidos no passado por fixar o olhar
nos negros em ambientes públicos, refletindo uma rejeição dos direitos dos negros de
participarem de certas formas ortodoxas da interacção quotidiana com brancos”.
(Goffman)
1.1 - Refere a importância da desatenção civil para que cada um consiga fazer a sua
vida.
2. Distingue a interacção focalizada da não focalizada e apresenta alguns exemplos.
3. Refere a importância do corpo:
a) num contexto normal (de norma) de interacção, explicitando o conceito de estigma;
4. Justifica a diferença quando se encontram no elevador estranhos vs. amigos.
5.Comenta a afirmação, tendo em conta o conceito de Outro Significativo: “Eu não sou
eu Sem o Outro”.
– COLETIVIDADES ESTRUTURADAS:
Deste modo, os grupos sociais não são simples conjuntos de indivíduos que se
encontram por acaso, por exemplo, num autocarro ou num espetáculo.
Uma tendência natural do ser humano é a de procurar uma identificação em alguém ou
em alguma coisa. Quando uma pessoa se identifica com outra e passa a estabelecer um
vínculo social com ela, ocorre uma associação humana. Com o estabelecimento de
muitas associações humanas, o ser humano passou a estabelecer verdadeiros grupos
sociais.
Podemos definir que grupo social é uma forma básica de associação humana que se
considera como um todo, com tradições morais e materiais. Para que exista um grupo
social é necessário que haja uma interação entre seus participantes. Um grupo de
pessoas que só apresenta uma “serialidade” entre si, como em uma fila de cinema, por
exemplo, não pode ser considerado como grupo social, visto que estas pessoas não
interagem entre si.
Os grupos sociais possuem uma forma de organização, mesmo que subjetiva. Outra
característica é que estes grupos são superiores e exteriores ao indivíduo, assim, se uma
pessoa sair de um grupo, provavelmente ele não irá acabar. Os membros de um grupo
30
também possuem uma consciência grupal (“nós” ao invés do “eu”), certos valores,
princípios e objetivos em comum.
Fonte: http://www.mundoeducacao.com.br/sociologia
31
Outra forma de classificar grupos sociais:
Esta divisão não é absoluta, pois os grupos de ócio e de jogo, por exemplo, podem
considerar-se simultaneamente como fazendo parte das duas categorias. Consideramo-
los primários porque são os primeiros grupos em que a criança se encontra na
aprendizagem da vida social, diversamente dos grupos secundários. No entanto, como
os grupos do primeiro tipo subsistem durante toda a vida, seria mais correto designá-los
por «grupos de contacto direto». Um clube, um grupo de amigos, pertencem a esta
categoria. As pessoas reúnem-se por motivos de simpatia e para manterem entre si
relações imediatas e contactos recíprocos.
Além do simples motivo de contactos recíprocos, estes grupos constituem-se para fins
utilitários comuns aos membros, por necessidades estranhas à simpatia recíproca que
pode resultar desses contactos. Para o funcionamento correto da sociedade industrial,
estes grupos devem multiplicar-se, por vezes em detrimento dos grupos primários, mais
persistentes nas sociedades tradicionais. O conflito entre o meio de trabalho e a família
é um exemplo desta oposição possível entre grupos secundários e primários.
32
PROPOSTA DE TRABALHO
1. Os estilos, as imagens, a roupa (“o vestuário é comunicação”, diz Humberto
Eco), a linguagem, as formas de apresentação pública, os rituais distinguem os
grupos. Através do uso da “fotografia social” retrata alguns dos diferentes
grupos que coabitam na tua escola. Caracteriza-os em conjunto com os teus
colegas.
2. E tu? Fazes parte de um ou vários grupos? Quais? O que o(s) identifica e
distingue dos demais?
3. Um conjunto de alunos na fila da cantina é um grupo? Justifica a tua resposta
4. Identifica, juntamente com os teus colegas, os teus grupos de pertença e de
referência.
5. Quais desses grupos se situam no espaço escolar?
6. Quem determina mais as tuas aspirações, sonhos e desejos – os grupos de
pertença ou os de referência.
33
MÓDULO 4 – ESTRATIFICAÇÃO SOCIAL E CLASSES SOCIAIS
34
- O gênero é a diferenciação entre homens e mulheres em termos de características
culturalmente definidas e status na sociedade. A estratificação de gênero existe quando os
homens e as mulheres em uma sociedade recebem efetivamente parcelas desiguais de
dinheiro, poder, prestígio e outros recursos.
As relações de gênero estão mudando nos Estados Unidos, visto que esses ciclos estão
sendo quebrados pela participação das mulheres no trabalho e na política e pelos ataques
às crenças que colocam as mulheres em desvantagem.
35
Afirmam sobre o proletariado: "Sua luta contra a burguesia começa com sua
própria existência". O operariado tomando consciência de sua situação tende a se
organizar e lutar contra a opressão e ao tomar conhecimento do contexto social e
histórico onde está inserido, especifica seu objetivo de luta. Sua organização é ainda
maior pois toma um caráter transnacional, já que a subjugação ao capital despojou-o de
qualquer nacionalismo. Outro ponto que legitima a justiça na vitória do proletariado
seria de que este, após vencida a luta de classes, não poderia legitimar seu poder sob
forma de opressão, pois defende exatamente o interesse da grande maioria: a abolição
da propriedade (“Os proletários nada têm de seu para salvaguardar”). A exclusividade
entre os proletários conscientes, portanto comunistas, segundo Marx e Engels, é de que
visam a abolição da propriedade privada e lutam embasados num conhecimento
histórico da organização social, são portanto revolucionários. Além disso, destaca que o
comunismo não priva o poder de apropriação dos produtos sociais; apenas elimina o
poder de subjugar o trabalho alheio por meio dessa apropriação. Com o
desenvolvimento do socialismo a divisão em classes sociais desapareceriam e o poder
público perderia seu caráter opressor, enfim seria instaurada uma sociedade comunista.
Analisam e criticam três tipos de socialismo. O socialismo reacionário, que seria
uma forma de a elite conquistar a simpatia do povo, e mesmo tendo analisado as
grandes contradições da sociedade, olhava-as do ponto de vista burguês e procurava
manter as relações de produção e de troca; o socialismo conservador, com seu caráter
reformador e anti-revolucionário; e o socialismo utópico, que apesar de fazer uma
análise crítica da situação operária não se apoia em luta política, tornando a sociedade
comunista inatingível. E fecham com as principais ideias do Manifesto, com destaque
na questão da propriedade privada e motivando a união entre os operários. Acentua a
união transnacional, em detrimento do nacionalismo esbanjado pelas nações, como
manifestado na célebre frase: “Proletários de todo o mundo, uni-vos!”
MARX, Karl e ENGELS, Friedrich, Manifesto do Partido Comunista – 1848
http://www.culturabrasil.pro.br/manifestocomunista.htm )
Nosso país também é marcado por uma grande desigualdade social: poucos tem muito, muitos
tem pouco.
Uma sociedade visivelmente heterogênea, onde nos vidros de carros importados, crianças
passando fome se refletem. Os problemas são muitos mas as soluções são quase inexistentes.
36
O desemprego no Brasil, uma das grandes causas dessa desigualdade vem aumentando. De
acordo com o IBGE o índice que em dezembro de 99 era de 6,3% começou o ano 2000 em 7,6% .
Muitos dos que já se encontram no mercado de trabalho se submetem a salários de verdadeira
miséria.
O salário mínimo que nesse ano de 2000 completa 60 anos é um dos mais baixos do Mercosul,
pois seus R$ 136,00 só ficam a frente dos salários do Uruguai e Bolívia. Vinte por cento dos
trabalhadores e sessenta por cento dos aposentados recebem somente um salário mínimo por mês.
Enquanto o governo estuda um irrisório aumento para o mínimo, o teto salarial dos funcionários
públicos chega às alturas, aumentando as diferenças sociais já existentes.
Somam-se a estes fatores o enorme descaso com as crianças que em grande número trocam as
salas de aula pelo subemprego, segundo o IBGE 92,18% destas crianças não recebem nenhum
rendimento. Só em Santa Catarina já são 99 mil menores entre 10 e 14 anos trabalhando na
produção de calçados, olarias e madeireiras. Sabendo que 2,9 milhões de crianças entre 9 e 14 em
todo o Brasil trabalham para ajudar a família o governo criou o PETI (Programa de Erradicação
do Trabalho Infantil) onde cada família que retirar sua criança da atividade e levar à escola
recebe R$40,00. Felizmente vem ocorrendo uma queda do anafalbetismo no país mas no
nordeste, onde as desigualdades são maiores, 40% dos adolescentes na faixa de 15 a 17 anos têm
menos de 4 anos de estudo.
O grande debate que os padres dominicanos espanhóis travavam entre si, durante o século
XVI, era se os indígenas da América possuíam ou não alma. Rei Bartolomeo de las Casas,
apelidado de “defensor dos povos indígenas”, apoiava fervorosamente o princípio de
Direito Natural que afirmava “serem todos os homens iguais perante Deus”. Ora , este
princípio era uma declaração de importância fundamental para proteger os indígenas da
matança indiscriminada praticada pelos espanhóis e portugueses; reconhecia, assim, que os
povos indígenas pertenciam à espécie humana e eram, portanto, portadores de uma alma.
Nesse sentido, poderiam ser catequizados em nome da verdade divina e da fé cristã e eram
reconhecidos como humanos, contrariamente às teses de outros teólogos que não
reconheciam neles uma condição humana, não sendo pecado escravizá-los nem exterminá-
los.
O princípio da igualdade dos seres humanos, perante Deus, foi um importante passo para
que dois séculos após se declarasse como inalienável, inegociável e fundamental o
37
princípio da igualdade entre os homens. As revoluções norte-americanas ( 1778) e francesa (
1789) consagrariam esse princípio nos termos da Declaração Universal dos Direitos
Humanos. Apenas substituíram o argumento de fundo, que dava suporte e legitimidade ao
princípio , isto é, humanizando a referência da igualdade, não mais em nome de Deus, mas
em nome da Lei ( “todos os homens são iguais perante a lei”). E esta lei deveria ser
garantida pelo Contrato Social que os homens selariam entre si, em sociedade, abdicando
parcialmente de sua liberdade, em nome da proteção e da segurança das instituições
públicas, ou seja, do Estado de Direito.
Não se pode deixar de mencionar uma dimensão histórica, como pano de fundo, em relação
a princípio de igualdade. Não se deve esquecer de que a emergência da sociedade
industrial foi impulsionada pelo surgimento de uma nova classe social, a burguesia,
defensora de valores e princípios, tais como:
• a liberdade de ir e vir;
38
PROPOSTAS DE TRABALHO
2.1 - O capital atrai capital, assim como a escassez de recursos acarreta maior escassez
de recursos;
4. Comenta a seguinte frase de João Ferreira de Almeida, escrita a partir das pesquisas
de Pierre Bourdieu: “As zonas de residência e de convívio selecionadas e a endogamia
de classe nas escolhas matrimoniais, isto é, a tendência para as pessoas se casarem
dentro da mesma classe e não entre classes diferentes, são outros exemplos dos
constrangimentos sociais que a condição de classe impõe às práticas de cada indivíduo”.
5. Na localidade e/ou cidade onde vives, como em qualquer outro lugar, as diferenças e
desigualdades sociais inscrevem-se no próprio espaço e nos modos de habitar, com
zonas “nobres” ou “chiques” e áreas “degradadas” ou de habitação “social”. Discute na
turma esta questão partindo do levantamento da realidade circundante.
39
O grau de estratificação está relacionado ao nível de desigualdade, à
distinção entre as classes em nível de mobilidade entre as classes e à
durabilidade das classes.
40
– MOBILIDADE SOCIAL
Fonte: http://www.infopedia.pt/$mobilidade-social
41
EXERCICIOS PARA REVISÃO E DISCUSSÃO
1.3 – O texto refere dois critérios geralmente utilizados na definição de estrato social.
Identifica-os, estabelecendo a distinção entre eles, exemplificando.
1.4 – Explica de que modo os estratos sociais se podem transformar em classes sociais.
2.1 – Estabeleça a distinção entre classe social e estrato social, podendo recorrer, se o
desejar, ao corte vertical e horizontal de uma população.
3.4 – Como explica que a mobilidade social seja mais fácil nas sociedades modernas?
Quais os dois principais canais de mobilidade nessas sociedades?
42
4.1 – Qual a diferença, em termos de mobilidade, entre esses dois sistemas de
estratificação social?
5.2 – Embora a socialização possa ser diferente em diferentes sociedades, ela possui
objetivos comuns que estão presentes em todas as sociedades. Quais são esses
objetivos?
5.3 – Explica como é que a socialização funciona como forma de controlo social
(explicite previamente a ideia de controlo social).
5.4 – Comenta a seguinte frase: “Sob muitos aspectos, a experiencia de vida de cada
pessoa é única”.
6. Faz o levantamento das profissões e níveis de escolaridade dos teus avós e pais.
Tendo em conta o nível de escolaridade que já atingiste ou pretendes atingir e os teus
projetos e possibilidades de futura inserção profissional, como classificarias a tua
trajectória de mobilidade social intergeracional.
43
MÓDULO III – O Processo de investigação em Sociologia
44
LEITURA COMPLEMENTAR – Dificuldades na Observação em Ciências Sociais
Esta dificuldade prende-se com a própria natureza do objeto de estudo das Ciências
Sociais. Os seres humanos são seres racionais, conscientes de si e do mundo. Se
perceberem que estão a ser observados os seus comportamentos podem alterar-se. Desse
modo, os observadores não captarão o modo como as pessoas habitualmente agem e
poderão formar ideias erradas sobre o assunto que estiverem a estudar.
Eis um exemplo célebre, ocorrido numa pesquisa feita no âmbito da Psicologia Social:
“Quando as pessoas sabem que estão a ser submetidas a uma experiência, assumem
comportamentos que julgam ser adequados à situação. Procuram reagir de acordo com o que
supõem ser o desejo do experimentador. Um exemplo possível diz respeito a uma experiência
orientada por Elton Mayo (1880-1949) numa fábrica de equipamentos telefónicos nos EUA. O
investigador pretendia determinar a correlação entre a produtividade e a iluminação do local de
trabalho. Para surpresa de Mayo, os operários reagiram de acordo com as suas suposições
pessoais: devia-se trabalhar mais quando a intensidade da luz fosse maior. Esta situação foi
comprovada quando os experimentadores trocaram as lâmpadas por outras da mesma potência,
fazendo crer que a intensidade da luz variava. Verificou-se um nível de rendimento proporcional
à intensidade da luz sob a qual os operários supunham trabalhar [trabalhavam mais quando
julgavam que a intensidade da luz tinha aumentado e trabalhavam menos quando julgavam que
tinha diminuído].”
Uma outra dificuldade com que o cientista social se depara na sua busca de
conhecimentos rigorosos e objetivos prende-se com o facto de ser ao mesmo tempo
observador e observado. Ou seja: é um ser humano a estudar seres humanos, é um
membro da sociedade a estudar a sociedade, estuda certos grupos sociais de que pode
fazer parte (um partido político ou uma Igreja, por exemplo) ou acerca dos quais tem
opiniões anteriores ao estudo (algumas delas provenientes do senso comum). Estuda
realidades com as quais está envolvido e de algum modo comprometido. Essa
proximidade em relação ao objeto de estudo pode eventualmente impedi-lo de ser
imparcial. Mesmo que não faça de propósito, pode inconscientemente “puxar a brasa à
sua sardinha”.
Por exemplo: Um sociólogo que seja religioso ao estudar a religião pode, mesmo sem
consciência disso, retratar a religião de um modo favorável, ainda que os factos
apurados não o justifiquem.
45
---- As dificuldades da produção do conhecimento científico em Sociologia
--- Individualistas
--- Etnocentricas
PROPOSTA DE TRABALHO
1. Identifica outros exemplos de explicações naturalistas, individualistas e
etnocentristas que utilizes ou vejas utilizar no teu quotidiano para explicar
fenómenos sociais.
2. Analisa de que forma esses exemplos podem constituir obstáculos à construção
do conhecimento cientifico em Sociologia.
3. Procura encontrar explicações sociais para os fenómenos que identificaste nesses
exemplos.
4. Elabora uma crítica ao etnocentrismo tendo em atenção a diversidade cultural.
46
– Estratégias de Investigação: Os Métodos mais utilizados em Sociologia
Para realizarmos um estudo é necessário definirmos uma estratégia de investigação, isto
é, definir um conjunto de procedimentos adequados ao estudo que vamos realizar e que nos
ajudem a completar esse estudo. Desta forma, as estratégias de investigação mais utilizadas são
a intensiva, a extensiva e a investigação-ação.
Estratégias de investigação
Intensiva Extensiva
Investigação-ação
O investigador está
inserido no grupo que
vai estudar, procurando
soluções para o
problema.
47
Análise e observação de Obter o máximo de
situações reais e conhecimento de
informações obtidas opiniões comuns para
junto dos indivíduos que podermos prever
fazem parte da comportamentos em
investigação. situações comparáveis.
As soluções surgem a
partir da análise de
práticas quotidianas
durante o processo de
investigação.
-- As técnicas de investigação
48
Histórias de vida
Inquérito por questionário
5 Formação dos inquiridores (caso não seja o próprio investigador a administrar o inquérito)
7 Análise de informações
PROPOSTA DE TRABALHO
1.Elabora e aplica um pequeno inquérito aos teus colegas de turma e outros amigos
sobre os respetivos consumos culturais (incluindo, por exemplo, nas áreas de musica, da
televisão e do cinema), procurando identificar países de origem predominante desses
produtos culturais. Em seguida, apresenta os teus resultados à turma e debate-os.
2. Demonstra, recorrendo a exemplos teus conhecidos, a influência da televisão sobre os
processos de aculturação de dimensão mundial.
3. Elabora um guião de entrevista semidiretivas sobre as opiniões da mulher face ao
casamento. Tenta aplica-lo a uma mulher analfabeta e a uma outra possuidora de um
diploma superior. Retira as tuas conclusões e discute-as com a turma.
49
a) Técnicas de amostragem
Definição do público-alvo da investigação:
Escola tem:
Logo, o universo da escola é de
1200 Alunos no ensino básico 2000 Alunos. A amostra será de
100 Alunos.
800 Alunos no ensino
Agora que já sabemos o universo e a amostra a ser estudada é necessário calcular
que percentagem representam os 100 alunos em relação à totalidade dos 2000 alunos
que a escola tem e que constituem o nosso universo.
50
𝑃=
100/2000×100
– Etapas de investigação
51
3. Verificação das explicações formuladas.
Fases/Etapas de Investigação
As etapas de investigação seguem normalmente um modelo padrão do qual se destacam
as seguintes fases:
Etapas de investigação
As etapas do procedimento
Etapa 2: A exploração
Rutura
Leituras Entrevistas
Etapa 3: A problemática
Etapa 5: A observação
Etapa 7: As conclusões
52
1.1 – Tanto os métodos quantitativos como os qualitativos são usados pelos sociólogos
no estudo do comportamento humano. Por que é desejável que o sociólogo utilize
igualmente a focagem quantitativa?
1.2 – Como diferem os métodos de investigação usadas pelas ciências sociais dos
métodos usados pelos cientistas naturais?
1.3 - Explica a importância do uso de conceitos, para o sociólogo, quando pretende
elaborar teorias.
1.4 – Explica as etapas que o sociólogo deve percorrer para realizar a pesquisa.
1.5 – Explica como é que a teoria e a pesquisa se complementam mutuamente.
2. “Se se definir ciência como método de estudo, então a Sociologia é uma ciência na medida
em que usa métodos científicos de estudo.”
2.1 – Quais os métodos de investigação mais utilizados pelas Ciências Sociais?
2.2 – Geralmente, os sociólogos acham difícil o recurso ao método experimental?
Porquê? Que problemas eles encontram normalmente?
2.3 – Por que razão consideram-se os sociólogos útil a utilização do método estatístico
para a apresentação e analise dos dados da pesquisa?
2.4 – Espera-se que os sociólogos sejam eticamente neutros. O que se pretende
significar com isso?
3 – “Ameaçada pela ideologia, a Sociologia é-o também pelo seu contrário, o espírito
doutrinário, sistema de pensamento que julga a sociedade de um lugar que lhe é
exterior”.
1.1 Por que razão a ideologia e o espírito doutrinário constituem verdadeiras ameaças
para a Sociologia?
Texto A)
Passam apenas alguns minutos das 5 horas da manha. Nas águas calmas da barra de Lagos,
protegidas pelo molhe, o “Virgem te guie” deixa cair a âncora pela segunda vez nessa noite.
Horas antes, idêntico movimento tivera lugar em Sagres, no amparadouro do molhe. Então e
agora os movimentos de dezenas de pescadores, habituais e quase mecânicos, têm algo de
desespero impotente. Falta-lhes cansaço mas também lhes falta alegria. Não admira pois o
“Virgem te guie” voltava mais uma vez do mar sem ter lançado uma só vez as suas redes, do
seu convés não há sardinha nem carapau mas apenas meia dúzia de lulas fisgadas à linha, num
53
entretém. Noutros tempos, havia peixe com fartura. Nem eram precisas cordas, bastava lançar
as redes. Agora nada.
Era bem preciso que o governo olhasse para isto, que procedesse a uma fiscalização efectiva,
que os vapores de arrasto não dizimassem as “zonas maternidade”, que as traineiras não
cometessem os excessos de matar a criação e de destruir pastos e, finalmente, que os barcos
estrangeiros cumprissem as leis e os regulamentos que não cumprem. Pesca-se pouco e cada
vez se pescará menos, enquanto permitirem a anarquia, o egoísmo e a ganância dos homens.
Seria bom que o Governo impusesse, pelo menos, zonas e épocas vedadas à pesca de peixe
juvenil…
Texto B)
… No porto de Lagos, por exemplo, em 1981 das capturas totais foram de 1415 toneladas, em
1982 desceram para 1399 e este ano, até ao final de Agosto, eram 631 quando, para manter os
índices anteriores, já se deveria ter pescado perto de um milhão de quilos. Para esta quebra de
produtividade da faina marítima há razoes de ordem meramente conjunturais como, no caso
concreto da costa algarvia, a seca que tem marcado os últimos anos. Com efeito, os pesqueiros
dependem de boa parte dos nutrientes que lhes vem da terra nos aluviais. Ora, este notório
enfraquecimento de circulação dos nutrientes no meio aquático está intimamente relacionado
com o actual período de seca prolongada. A imagem do “mar Barrento” em frente à
embocadura de um rio na sequência de uma chuvada pode dar-nos uma ideia da importância
deste fenómeno na “alimentação” das zonas costeiras. Mas existe uma outra razão, talvez mais
profunda, que justifica esta queda generalizada das capturas. O que se passa sobretudo com o
carapau e com a pescada, é que os nossos stocks estão a ser sobreexplorados. No caso concreto
do carapau, pescam-se cada vez mais indivíduos, mas indivíduos cada vez mais pequenos, para
continuar a capturar quantidades significativas. Por lei, a malha de arrasto, que devia ser de
60 mm, raramente é maior do que 40 mm.
3.2.1– Ambos os textos que acabou de ler se referem a uma mesma realidade: a falta de
pescado. Todavia, ambos têm tratamentos diferentes. Em que tipo de atitudes inclui a
tomada em cada um desses textos? Justifica convenientemente.
3.2.2 – De qual desses dois tipos fundamentais de atitudes deriva o ramo das chamadas
Ciências Sociais?
54
3.2.3 – Qual dos dois textos lhe parece ser o mais correcto na tentativa de explicar esta
questão das pescas? Justifica.
Verme na cerveja
Um professor de química queria ensinar aos seus alunos do Ensino Secundário os males
causados pelas bebidas alcoólicas e elaborou uma experiência que envolvia um copo com
água, outro com cerveja e dois vermes.
- 'Agora alunos, atenção'! Observem os 'vermes', disse o professor, colocando um deles dentro
da água.
O bicho contorceu-se todo, desesperadamente, como se estivesse louco para sair do líquido e
depois afundou-se como uma pedra, absolutamente morto.
Fonte: http://sociologiaemaccao.blogspot.pt/
Sociologias especializadas:
Sociologias especializadas são os ramos da Sociologia cujo objeto de estudo é uma área
específica da ação social estudada com maior profundidade.
Da Família Urbana
Da Politica Do Lazer
55
Do Trabalho Do Desvio
Sociologias
Da Educação especializadas
Exclusão
Da Religião Da Discriminação
Rural Do Quotidiano
Antropológica Da Comunidade
Da Comunicação Industrial
PROPOSTA DE TRABALHO
1 – O sociólogo é um especialista social desempenhando papéis muito diversificados.
1.1 – Identifica alguns desses papéis desempenhados pelos sociólogos.
56
"Do rio que tudo arrasta, diz-se que é violento. Mas ninguém chama violentas às
margens que o comprimem."
Bertolt Brecht, escritor/ poeta/dramaturgo alemão (1898-1956)
Toda a gente sabe, ou pensa que sabe, quem são os indivíduos desviantes - pessoas que
se recusam a viver de acordo, com as regras pelas quais se rege maioria da população.
São criminosos violentos, drogados ou marginais, gente que não se encaixa no que a
maior parte das pessoas define como padrões normais de comportamento aceitável.
Contudo, as coisas não são exactamente o que parecem – uma lição que se aprende com
frequência em Sociologia, porque esta nos incentiva a olhar para além do óbvio.
Todos nós tanto desrespeitamos regras como as seguimos; todos somos também
criadores de regras. Os condutores podem não circular a 120 km/h nas autoestradas
nem a 100 km/h nas vias rápidas, mas a maioria dos condutores não ultrapassa os 140
km/h nas primeiras, nem os 120 km/h nas segundas, e tem tendência a reduzir a
velocidade sempre que atravessam áreas urbanas.
Ninguém quebra todas as regras, assim como ninguém as respeita todas. Mesmo
57
indivíduos que estão totalmente à margem da sociedade respeitável, como os assaltantes
de bancos, seguirão as regras dos grupos a que pertencem.
2.Mostra com dois exemplos do teu quotidiano que “todos nós tanto desrespeitamos
regras como as seguimos, assim como também todos somos criadores de regras”.
3. Relaciona a conformidade das mulheres com o papel que lhes foi atribuído pelo poder
social dominante (masculino) com a sua literacia.
5. Justifica porque o código moral é aquele que mais frequentemente nos impõe normas
de conduta, relativamente às sanções impostas pelos grupos.
7. Dá dois exemplos de:
a) Sanções físicas positivas;
b) Sanções físicas negativas;
c) Sanções económicas positivas;
d) Sanções económicas negativas;
e) Sanções religiosas positivas;
f) Sanções religiosas negativas;
g) Sanções formais;
h) Sanções informais.
- As Instituições Sociais
58
Todas as instituições devem ter função e estrutura.
Ora a observação social mostra-nos o contrario. Grupos concretos, mas desligados, que
são simplesmente semelhantes quanto á sua função social, tem uma maneira de se
estabelecer e de funcionar de tal modo semelhante que devemos perguntar se obedecem
a qualquer autoridade superior. Em certos casos, essa autoridade existe. Pode ser a lei
ou uma autoridade religiosa. Mas esta semelhança excede o quadro das leis ou das
regras formuladas por essas autoridades. Devemos, pois, verificar que os grupos agem,
numa sociedade global (determinada, como se tivessem obrigação de seguir “modelos
institucionais”, quer na maneira de se estabelecerem, quer na maneira de agirem e de se
comportarem.
59
Da mesma maneira, os preâmbulos de casamentos, as formalidades do pedido, as
condições de dote, de pagamento, etc. ainda do mesmo modo, os ritos de celebração,
tribal, civil ou religiosa, as festividades de acompanhamento. Interessa, neste exemplo,
fazer sentir de que modo uma questão como o casamento, ato essencialmente contratual
e consensual, se situa num quadro profundamente determinado, sancionado não somente
pelo direito (nas sociedades ocidentais a bigamia é um crime, noutros lados uma
instituição normal), mas ainda por costumes independentes de sanções jurídicas (como a
viagem de núpcias).”
PROPOSTAS DE TRABALHO
Nas gerações mais velhas, sobretudo para as avós (...) os namoros são descritos como
amizades onde a aproximação entre os protagonistas repousa sobre um compromisso
pouco rígido, e onde não parece haver lugar para grandes experimentações ou contactos
físicos; (...)
Enquanto nas gerações mais velhas prevalece uma moral sexual mais conservadora,
institucionalizadora e defensora do puritanismo sexual, os jovens transportam uma
nova ética, mais experimentalista e fragmentada, “onde há lugar para ligações
fugazes e românticas; experiências pré-matrimoniais e coabitacionais; iniciações sexuais
precoces e relações heterogâmicas; sendo, finalmente, observável uma relativa
60
tolerância a diversas formas de sexualidade socialmente ou ideologicamente
consideradas mais ‘periféricas’”.
Fonte: http://www.aps.pt/vicongresso/pdfs/438.pdf
“Na produção das práticas sociais, os agentes humanos não agem no vazio. A estrutura social
impõe-lhes constrangidos e, ao mesmo tempo, fornecem-lhes possibilidades de acção. No
decurso dos processos sociais, as estruturas surgem, numa ciclicidade dinâmica. Como meios
condicionadores e propiciadores da acção social como resultados dessa acção.
Os agentes sociais atuam em condições que os precedem e ultrapassam. Mas são agentes
reflexivos, com capacidade de seguir diferentes cursos de acção – dentro de limites e
possibilidades variadas (…). A sociedade é vista, assim, como o resultado, continuamente refeito,
de consequências voluntárias e involuntárias de acção social.”
Embora se fale da democratização do acesso e se diga que as portas da universidade estão abertas
a todos, um inquérito revela que continuam a ser os filhos das classes "melhor providas de
recursos" os que têm mais facilidade em entrar e escolher as licenciaturas com melhores saídas
profissionais, como Ciências Médicas. (...) De uma maneira geral, o recrutamento dos alunos
concentra-se nas classes com maiores recursos e mais influência. Paralelamente, verifica-se um
menor acesso dos filhos de famílias com menos recursos. Os investigadores construíram um
"índice de recrutamento escolar" onde jogam com dois factores: a família de origem e a
população nacional. Concluíram que os indivíduos oriundos das famílias que não ultrapassam o
1º ciclo do básico "têm nove a 20 vezes menos probabilidades de aceder à universidade do que os
61
que são provenientes de grupos domésticos que atingiram o mais alto nível de escolaridade". No
cenário do ensino superior português, os filhos de pais com o secundário ou um curso superior
estão portanto sobrerepresentados, porque têm mais hipóteses de aceder à universidade.
Fonte: PÚBLICO, Filhos das "Elites" Têm Maiores Probabilidades de Entrar para Cursos com
Boas Saídas, por BÁRBARA WONG, Sexta-feira, 29 de Março de 2002.
Vejamos agora, a partir do fenómeno das telenovelas oriundas do Brasil, como podemos
demonstrar o que acabamos de ler.
62
1 – “Numa sociedade de classes, a produção material, e sobretudo cultural, das crianças
e dos adultos é um alvo social”.
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A mudança social é uma alteração na organização social da sociedade, nas suas
instituições ou na sua estrutura. Esta pressupõe alterações na estrutura socioeconómica,
nas instituições, nas relações entre as instituições e nas atitudes, valores e
comportamentos.
“Os seres humanos habitam a Terra há cerca de meio milhão de anos. A agricultura, a
base necessária à fixação de aglomerados, tem apenas doze mil anos. As civilizações
remontam no máximo a seis mil anos atras. Se se comparar a complexa existência
humana a um dia, a agricultura teria surgido às 23:56 e as civilizações às 23:57. O
desenvolvimento das sociedades modernas dar-se-ia apenas às 23:59 e 30 segundos! No
entanto, é possível que se tenham dado tantas mudanças nos últimos trinta segundos
deste “dia da história humana” como no tempo precedente restante.
64
1.4 – Que outros tipos ou situações de mudança conhece?
1.5 – Também se fala de mudança funcional ou mudança estrutural. Como as distingue?
2 – “Os cientistas sociais levantaram muitas questões relativas aos vários níveis de
mudança social e cultural ocorridas em diferentes sociedades. A tarefa básica do
sociólogo é identificar os principais factores causais dessas mudanças”.
2.2 – Caracteriza:
2.4 – A tecnologia de informação está a mudar o mundo? Que comentário pode fazer
sobre esta questão?
3.2 – Em que diferem as mudanças sociais evolutivas das mudanças sociais impostas?
3.3 – Das várias teorias evolutivas que estudou, escolha uma e explica sinteticamente o
que ela afirma e relação à evolução da sociedade.
3.5 – Hoje, acerca das mudanças sociais impostas, é muito defendida a “teoria do
grande homem”. Porquê?
4 – São várias as causas que levam a sociedade em geral a aceitar mais ou menos
rapidamente as mudanças sociais. Todavia, podem ser-lhe criadas séries resistências.
65
PROPOSTA DE TRABALHO
1. Procura na Internet informação sobre uma empresa multinacional à tua
escolha e descreve, nomeadamente, o tipo de atividade que exerce, os
países onde esta implantada, o numero de trabalhadores que emprega e o
seu volume de negócios.
2. Explora o portal da União Europeia na Internet:
http://europa.eu.int/index_pt.htm. Em seguida, dá exemplos que ilustrem
a forma como a União Europeia pode ser considerada um fator
impulsionador da globalização.
PROPOSTA DE TRABALHO
66
CONSUMO E ESTILOS DE VIDA
Desde tempos remotos que o homem grava símbolos da cultura na pele. Para os índios
Sioux, e já para os Egípcios também era assim, tatuar o corpo servia como meio de
expressão religiosa ou mágica. (…) para algumas comunidades primitivas das ilhas do
Pacifico, ato de pintar o corpo marcava a passagem da infância para a maioridade. E
funcionava também como sinal de ascensão social: quanto mais tatuado fosse o
indígena, mais elevado era o seu estatuto na tribo.
Já no Japão feudal, diz-se, as coisas eram diferentes. Neste caso, as tatuagens era
usadas, ao que parece como forma de punição. Dai talvez a conotação, ainda hoje
presente nas sociedades ocidentais, das tatuagens com determinados movimentos
marginais e grupos específicos, tais como marinheiros, soldados e prisioneiros. (…)
Mas apesar das contraindicações – a dor, o caracter permanente, o risco para a saúde, os
preconceitos -, o uso de tatuagens e piercings deixou de ser apenas uma pratica
simbólica de grupos marginais ou movimentos contestatários da sociedade. Passou a ser
apropriado pela cultura de consumo, explorado pelo fascínio de diferente e pelo
“exótico”. “ser diferente” ao que parece, é uma das motivações mais frequentemente
apontadas para a realização de tatuages e piercings.
Diferente, nota-se tanto pode significar em relação a sociedade …
67
Devemos, no entanto, questionar quer o modo como estes símbolos mundialmente
reconhecidos se tornaram parte integrante da cadeia quer os próprios símbolos. Todos
aqueles critérios, a partir dos quais nos habituámos a pensar na McDonald´s, são
construções culturais, como nos lembra John Law (apud Star: 1996), devendo ser
analisados sob este ponto de vista.
Sendo a McDonald’s um símbolo da globalização, da “americanização” e da
“McDonaldização”, suscita o debate que opõe os que defendem que a globalização e os
objectos culturais globais destroem o particular e único, contribuindo para o seu
desaparecimento, aos que, por outro lado, acreditam no carácter mutuamente
constitutivo do local e do global. Entendendo-se a globalização como a intensificação
de trocas sociais, políticas, económicas e culturais a nível mundial, devemos, a nosso
ver, compreender este conceito e os fenómenos a ele associados, particularmente no
campo da alimentação, como estando numa tensão entre a tendência para a
homogeneização e a impulsão do aumento da diversidade e heterogeneidade,
permitindo o acréscimo do poder de escolha e o contacto com outras realidades.
É verdade que a McDonald’s está espalhada um pouco por todo o mundo, sendo
responsável pela introdução de um tipo de alimentação homogénea e padronizada em
várias partes do planeta. No entanto, o impacto da sua implantação depende do país em
causa. Não podemos generalizar as consequências da introdução da McDonald’s, pois
estaríamos a correr o risco de considerar o próprio mundo e os consumidores como
estandardizados.
O facto de pertencermos a uma dada cultura dá-nos acesso a determinados significados
que utilizamos quotidianamente para atribuir sentido ao mundo em que vivemos.
68
como são confeccionados os hambúrgueres e as batatas, uma vez que isso, por si só, não
nos permite saber como é construído o significado social conotado com a McDonald´s.
A apreensão do modo como os significados e práticas que associamos à McDonald’s se
tornaram emblemáticos implica a análise dos processos de difusão utilizados pela cadeia
para transmitir mundialmente a sua mensagem, da sua história e cultura, o que está
directamente associado à identidade da mesma e ao perfil dos funcionários e dos
franqueados que encontramos na McDonald´s.
http://www.aps.pt/cms/docs_prv/docs/DPR4628d6b350935_1.pdf
69
TEXTO COMPLEMENTAR: Mais de 150 mil migrantes cruzaram o Mediterrâneo desde o início de 2015
Fonte: http://g1.globo.com/mundo/noticia/2015/08/mais-de-300-mil-migrantes-tentaram-atravessar-o-
mediterraneo-em-2015.html
70
Mais de 300 mil imigrantes atravessaram o Mediterrâneo em 2015.
O número de migrantes que arriscaram a vida tentando cruzar o Mediterrâneo em 2015
supera 300 mil, segundo estimativa do Alto Comissariado das Nações Unidas para os
Refugiados (Acnur) divulgada nesta sexta-feira (28). Mais de 2.500 morreram na travessia.
Quase 200.000 pessoas chegaram à Grécia desde janeiro, enquanto outras 110.000
desembarcaram na Itália, contra um total de 219.000 que cruzaram o Mediterrâneo no ano
passado, afirmou a porta-voz do Acnur, Melissa Fleming.
O organismo calcula que este ano mais de 2.500 pessoas morreram na viagem, segundo
Fleming. Ela disse que o número não inclui os mortos e as pessoas desaparecidas após o
naufrágio de um barco na quinta-feira na costa da Líbia com quase 200 pessoas a bordo.
No ano passado, quase 3.500 pessoas morreram ou foram consideradas desaparecidas no
Mediterrâneo, segundo o Acnur.
Um vídeo mostra um barco de madeira depois que ele foi interceptado por guardas da
marinha sueca no Mediterrâneo. Integrantes de instituições que prestam auxílio aos
migrantes, como Médicos Sem Fronteira, ajudam os sobreviventes. No porão, foram
encontrados 52 corpos na quarta-feira (26). De acordo com sobreviventes, eles morreram
após inalar a fumaça produzida pelo motor da embarcação. Apenas na quarta-feira, três mil
migrantes foram resgatados.
Mais de 2.500 morreram na travessia, segundo a ONU.
Quase 200 mil chegaram à Grécia e 110 mil chegaram à Itália.
Fonte: http://g1.globo.com/mundo/index.htmlDa France Presse
PROPOSTA DE TRABALHO
1.Comenta a seguinte frase do escritor francês Saint-Exupéry: “O Outro, ao ser diferente
de mim, longe de me prejudicar aumenta-me”.
2. Relaciona a diversidade étnica existente na sociedade cabo-verdiana com o processo
de globalização.
3. Traz para as aulas recortes de jornais sobre conflitos entre culturas e/ou religiões,
bem como relatos de atos de xenofobia e/ou racismo. Discute-os com os teus colegas.
4. Se tens colegas oriundos de outros países, convida-os a falar sobre a sua experiencia
de vida em Cabo Verde.
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Comportamentos
As diferenças de comportamento entre homens e mulheres não se devem
exclusivamente a fatores naturais pois são influenciados socialmente.
Sexo VS Género
Para clarificar as influências dos aspetos naturais (fisiologia e biologia) e sociais nas
diferenças entre homens e mulheres, os sociólogos costumas distinguir sexo – termo
utilizado para designar a identidade biológica que define o corpo masculino e o corpo
feminino – de género – termo que designa as caraterísticas psicológicas, sociais e
culturais associadas aos indivíduos do sexo masculino e do sexo feminino.
Com efeito, o fato de um indivíduo nascer, biologicamente, homem ou mulher não lhe
impõe os papéis que, numa determinada sociedade, estão atribuídos aos homens e às
mulheres. Estes papéis são aprendidos pelos indivíduos no decurso da sua vivência em
sociedade. Quer isto dizer que cada sociedade constrói os seus próprios conceitos de
masculino e de feminino, isto é, das caraterísticas consideradas masculinas ou
femininas, e os indivíduos interiorizam essas caraterísticas através do processo de
socialização – socialização de género.
72
mulheres são mais mal pagos do que os dos homens, porque os seus empregos
são mais precários ou porque, no desempenho da mesma função, os salários dos
homens são superiores aos auferidos pelas mulheres. As mulheres também
sentem maiores dificuldades em aceder a cargos de chefia, ainda que tenham a
mesma formação e qualificação que os homens;
As mulheres também participam pouco ativamente na atividade política, isto
porque o mundo da política continua a ser considerado como um «território
masculino por excelência». Isto evidencia-se pelo facto de apenas cerca de 23%
dos deputados dos países da UE serem mulheres;
Continuam a ter a seu cargo a maior parte do trabalho doméstico, embora este
padrão esteja lentamente a ser alterado, principalmente entre os casais mais
jovens, nos estratos sociais mais elevados ou quando as mulheres trabalham a
tempo inteiro.
Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=zdW39oE-6xY (assistir vídeo completo)
PROPOSTA DE TRABALHO
1. Relê o texto ACIMA e identifica os estereótipos de género aí presentes.
2. Observa e comenta o quotidiano escolar tendo em conta as diferenças de género.
3. Reflete, por exemplo, na forma de apresentação dos rapazes e das raparigas, nos
territórios e espaços que ocupam dentro da escola, no seu comportamento na sala de
aula, nas conversas e gostos predominantes. Partilha as conclusões com os teus colegas
e afere da importância da socialização de género no moldar de condutas “femininas” e
“masculinas”.
4. Relê o texto … e responde à pergunta final que a autora lança.
5. Organiza um debate na sala de aula, dividindo-a em dois grupos: um defendera as
medidas de discriminação positiva, como as “quotas”; o outro desenvolvera uma
argumentação no sentido contrário.
6. Encena uma interacção quotidiana no espaço público: por exemplo, duas raparigas
falando na rua e dois rapazes na mesma situação. Propõe uma troca de papéis. Tira
conclusões sobre a construção de papéis sociais de género.
“Se deres um peixe a um homem faminto, vais alimentá-lo por um dia. Se o ensinares a pescar,
vais alimentá-lo toda a vida.”
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TEXTO COMPLEMENTAR - Panorama Económico de Cabo Verde
Em Dezembro de 2007, Cabo Verde saiu da lista das Nações Unidas de Países Menos
Desenvolvidos. A boa governação, uma gestão macroeconómica sólida, a abertura
comercial e a maior integração na economia global bem como a adopção de políticas de
desenvolvimento social eficazes sustentaram uma notável trajetória de
desenvolvimento. O crescimento per capita do produto interno bruto (PIB) real situou-
se numa média de 7,1% entre 2005 e 2008, valor bastante acima da média da África
Subsariana e dos pequenos estados insulares.
De 2003 a 2008, a taxa de pobreza nacional per capita baixou de 37% para 27%,
enquanto a taxa de pobreza extrema descia de 21% para 12% (utilizando as definições
nacionais). O sector do turismo de Cabo Verde, o motor de crescimento do país, tem
sido um dos principais responsáveis por estas reduções significativas. De registar o
enorme progresso no aumento da prosperidade partilhada. O coeficiente de Gini caiu de
0,55 em 2003 para 0,48 em 2008, enquanto o rendimento dos 40% mais pobres, como
uma percentagem do rendimento total, aumentou de 9,9% no mesmo período. Acresce
que a percentagem de despesas dos 40% mais pobres no total das despesas aumentou de
7% para 19%, demonstrando que o bem-estar dos 40% mais pobres melhorou
consideravelmente.
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Perspectivas de Médio Prazo
Contexto Social
Cabo Verde ocupa o 123º lugar entre 187 países no Índice de Desenvolvimento
Humano do PNUD em 2014. A esperança média de vida de Cabo Verde está estimada
em 71 anos, a mais alta na África Subsariana. A taxa de mortalidade infantil caiu de 26
por 1000 nados-vivos em 2007, para 15 em 2011. A taxa de mortalidade materna baixou
de 36 por 100 000 nados-vivos em 2006 para 26 em 2011. Em 2011, 94% das crianças
com menos de um ano de idade estavam totalmente imunizadas e a percentagem da
população total a viver a menos de meia hora de distância de um centro de saúde era de
86%. Na mesma linha, os resultados da educação puseram Cabo Verde no topo da
África Subsariana. A taxa de literacia adulta está estimada em 87%, embora continuem
a persistir disparidades entre homens e mulheres. Cabo Verde está no caminho certo
para alcançar todos os ODM, à excepção de um (saúde materna) até ao fim de 2015.
Desafios ao Desenvolvimento
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Do ponto de vista estrutural, Cabo Verde tem de enfrentar a fragmentação resultante de
uma população distribuída por nove ilhas e a distância entre as ilhas traduz-se em custos
de transporte mais altos. A pequena dimensão do país reduz a possibilidade de retornos
crescentes em função da escala. Os custos unitários do trabalho são elevados. Ainda
existem constrangimentos de infraestruturas e a prestação de serviços públicos,
incluindo energia, pode ser melhorada. O clima árido reduz o potencial agrícola embora
comecem a produzir resultados os esforços consideráveis destinados a aumentar a
mobilização de água. Por último, o país é vulnerável a alterações climáticas, à subida
dos níveis do mar e aos desastres naturais.
PROPOSTA DE TRABALHO
BIBLIOGRAFIA
76
É importante ressaltar que o uso dos trabalhos aqui compilados respeita as suas fontes e,
que não há pretensão de fazer uso dos direitos autorais das respetivas fontes.
Para além das fontes já citadas ao longo deste trabalho foram utilizados outros, a saber:
Manuais:
POMBO e tal, Sociologia em acção – Sociologia 12.º ano, Porto Editora, ISBN – 978-
972-0-41171-6
Sites:
http://sociologiaemaccao.blogspot.com
http://www.colegioconsolata.com.br/downloads/sociologia.htm
http://duvida-metodica.blogspot.com/search/label/Fichas%20de%20Trabalho%20%28C
ÍNDICE GERAL
Apresentação …………………………………………………………………………………... 2
77
Proposta de Trabalho …….……………………………………………...…………………….. 5
Os Fenómenos Sociais Totais …………………………………..………………………………. 5
Texto 3 - O conceito de fenómeno social total …………………..…………………………….. 5
Exercícios de Revisão e Pesquisa …….………………………………...……………………… 6
Génese e Objeto da Sociologia ……………………………………………………………….... 8
Texto 4: A origem histórica da Sociologia ………………………………………………..……. 8
Os factos Sociais como objeto de estudo da Sociologia ……………………………….………. 9
Texto 5 - O Suicídio como fato social ………………….…………………………………….... 9
Proposta de Trabalho …... ……………………………………………………………..……… 10
78
Coletividades Estruturadas ………….…………………..……………………………………. 29
Texto 12 - Grupo social ………………………………………………………………………. 29
Leitura Complementar - Grupo de Referência …………………………………………….….. 30
Leitura Complementar – Grupos primários e Grupos secundários ……………………….….. 31
Proposta de Trabalho - ……………………………………………………………………… 32
79
TEMA III – PROCESSOS DE REPRODUÇÃO E MUDANÇA NAS
SOCIEDADES ATUAIS
PARTE 6 – As Instituições Sociais e Reprodução Social ………………………… 55
As Instituições Sociais e Reprodução Social ………………………………………… 55
Texto 16 - Comportamentos desviantes ……………………………………………... 55
Exercícios para Revisão e Discussão …………………………………………………. 56
Instituições Sociais …………………………………………………………………... 57
Texto 17 - O casamento como instituição social ……………………………………... 57
Propostas de Trabalho ………………………………………………………………... 58
Produção e Reprodução Social ……………………………………………………….. 59
Leitura Complementar - Uma definição de reprodução social …………….……..…. 59
Texto 18 - As telenovelas brasileiras ………………………………………...……….. 60
Exercícios para Revisão e Discussão ………………………………………………… 61
80
Proposta de Trabalho …………………………………………………………………. 71
81