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Fábula da ratoeira: uma reflexão sobre omissão e solidariedade

As fábulas têm um incrível poder de fazer com que a gente reflita de forma desarmada
sobre situações que passamos em nosso cotidiano. Nesta fábula podemos refletir sobre
como nossas omissões e nossa falta de sensibilidade política podem nos prejudicar.

Um rato olhando pelo buraco da parede, viu o fazendeiro e a mulher abrindo um


pacote.

Ao descobrir que era uma ratoeira, ficou aterrorizado. Correu ao pátio advertindo a
todos:- Há uma ratoeira na casa, uma ratoeira na casa!

A galinha disse:- Desculpe – me, Sr. Rato. Eu entendo que isso seja um grande
problema para o senhor, mas não me prejudica em nada, não me incomoda.

O rato foi até o porco e lhe disse:

– Há uma ratoeira na casa!

– Desculpe – me, Sr. Rato, disse o porco. Mas, não há nada que eu possa fazer, a não
ser rezar. Fique tranqüilo. O senhor será lembrado em minhas preces.O rato dirigiu – se,
então, à vaca. Ela, num muxoxo, disse:

– Uma ratoeira? Isso não me põe em perigo…

Então, o rato, cabisbaixo, voltou para a casa para encarar a ratoeira. E naquela noite,
ouviu – se um barulho!

Meu Deus, era a ratoeira pegando sua vítima! A mulher do fazendeiro correu para ver o
que estava lá. No escuro, ela não viu que a ratoeira havia pego a cauda de uma cobra
venenosa. E a cobra picou a mulher…

O fazendeiro a levou imediatamente ao hospital. Ela voltou com febre.

E para alimentar alguém com febre, nada melhor que uma canja de galinha. O
fazendeiro pegou seu cutelo e foi providenciar o ingrediente principal.

Como a doença da mulher continuava, os amigos vieram visitá-la. Para alimentá-los, o


fazendeiro matou o porco.

A mulher não melhorou e acabou morrendo. Muita gente foi ao funeral. Para alimentar
todo aquele povo, o fazendeiro, então, sacrificou a vaca.
Fábula da Ratoeira – Moral da História

Na próxima vez que você ouvir dizer que alguém está diante de um problema e
acreditar que o problema não lhe diz respeito, lembre – se que, quando há uma
ratoeira em casa, toda a fazenda corre risco!

Ou seja, em uma comunidade, o problema de um é problema de todos.

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Dinâmica papel social – Assassino, vítima e delegado

Por Roniel Sampaio Silva

Objetivos da atividade:

– Apresentar o conceito e característica de papéis sociais a partir do jogo.

Introdução:

Papeis sociais é um dos conceitos-chave em sociologia. Segundo Lakatos (1999) tal


conceito pode ser definido como “um padrão de comportamento esperado, exigido de
uma pessoa que ocupa um determinado status. Portanto, são as maneiras de
comportarem-se, esperadas de qualquer indivíduo que ocupe certa posição (status),
constituem o papel associado com aquela posição.” Neste sentido status é o lugar ou
posição que a pessoa ocupa na estrutura social, de acordo com um julgamento coletivo
ou consenso da opinião do grupo. (LAKATOS, 1999)

Neste sentido cada papel desempenhado tem respaldo em um status e, a partir disto,
há na sociedade a possibilidade de assumir vários papéis, dependendo da situação:
filho, aluno, namorado, jogador e etc. Para cada um destes papéis há um sistema
simbólico que pode proporcionar um status maior ou menos. Para tanto, para cada um
desses papéis há uma expectativa em relação a cada comportamento: como aluno é
esperado que você faça as atividades, passe de ano e seja engajado nas aulas. O nome
“papel social” pode ser entendido como uma metáfora empregada por Goffman em
que o sujeito representa a si próprio, interagindo com outros sujeitos, dos quais têm
que se preocupar com a impressão que os outros terão sobre seu comportamento.
Para cada situação em que se desempenha determinado papel social. Há, por um lado,
a preocupação consigo em relação à própria atuação e a expectativa de
comportamento do outro.
Metodologia:

Papeis sociais:
1-Delegado
2-Assassino
3-Vítima

Organização

Os participantes devem ordenar as carteiras em círculo. A brincadeira é recomendável


para um número de 10 a 40 pessoas. Antes de iniciar a rodada é necessário que o
professor sorteie os papéis sociais. Para cada 10 alunos é necessário 1 Delegado, 1
Assassino, o resto do grupo deverá ser composto de vítimas.

Andamento

Durante a brincadeira cada participante tem um objetivo: o assassino vitimar os


participantes; o delegado encontrar o assassino e a vítima nada mais lhe resta além de
ser assassinada ou permanecer viva. Ninguém deverá dar pistas sobre os papeis
desempenhados. O assassino para tombar a vítima, deve piscar um dos olhos para a
mesma caia. O delegado, na suspeita ou constatação de algum assassino pode dar voz
de prisão apontando para o suspeito e dizer: “Preso em nome da lei”. O delegado sairá
do jogo caso erre três vezes consecutivas a acusação.

Os participantes assassinados, presos ou demitidos devem ficar com a cabeça abaixada


ou com a mão no queixo (isso previamente estabelecido) para que os demais
participantes identifiquem quem ainda está no jogo. Em caso de impasse quanto ao
papel que cada um pegou os jogadores devem guardar o papel sorteado. Para otimizar
o andamento da brincadeira poderá ser estipulado o tempo de 15 minutos para cada
rodada, dependendo do tempo disponível e o número de participantes.

Desfecho Terminada a brincadeira, dialogue com seus alunos e faça algumas perguntas
para que eles identifiquem na brincadeira elementos dos papeis sociais.
1) O que poderíamos dizer ser o status na brincadeira?
2) O que é papel social a partir da brincadeira?
3) Quais as características do papel social?
4) Como identificamos os status de cada um?
5) Há como ter status de delegado e exercer papel de vítima?
6) “qual a implicação desse tipo de comportamento indefinido na sociedade?”

Referências

GOFFMAN, Erving. A representação do eu na vida cotidiana.Trad. Maria Célia Santos


Raposo. 8ª ed. Petropolis, RJ: Vozes, 1999.
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Sociologia Geral. 7ª ed. São Paulo;
Atlas,1999.

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