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ESPÍRITO SANTO
Sumário
1 OS PRÉ-SOCRÁTICOS.............................................................................. 2
3 LATÃO ........................................................................................................ 5
4 ARISTÓTELES ........................................................................................... 9
6 GLOSSÁRIO ............................................................................................. 21
10 UTILITARISMO...................................................................................... 29
BIBLIOGRAFIA ............................................................................................... 53
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1 OS PRÉ-SOCRÁTICOS
Fonte: filosofia.uol.com.br
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2 ALGUMAS OBSERVAÇÕES ACERCA DE ALGUNS PRÉ-SOCRÁTICOS:
O primeiro Filósogo grego conhecido foi Tales de Mileto que viveu por volta
do ano 600 a.C. Tales na companhia de Anaximandro e Anaxímenes defendia
que a água, o indefinido, e o ar eram o princípio ou origem de todas as
coisas. Preocupavam-se em encontrar a unidade por detrás da multiplicidade
dos bjectos do universo, e o princípio de explicação da natureza a partir da
própria natureza.
Fonte: encrypted-tbn3.gstatic.com/
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Era um defensor da mudança dizia que não se podia penetrar duas vezes no
mesmo rio.
O fogo de Heraclito:
Para Heraclito, o mundo era o mesmo para todos os seres, nenhum deus,
nenhum homem o criou; mas foi, é, e será sempre um fogo eternamente vivo,
que com medida se acende e com medida se apaga.
A esfera de Parménides:
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3 LATÃO
Fonte: 1.bp.blogspot.com
Platão nasceu em 427 a.C e faleceu na mesma cidade, Atenas, em 347 a.C.
Filho de uma família da aristocracia ateniense dedicada à política, foi discípulo de
Crátilo (séc. V a.C.) que por sua vez foi seguidor de Heráclito de Éfeso (séc. VI a.C.)
e, posteriormente, tornou-se discípulo de Sócrates (470-399 a.C). Fundou sua
Academia em 387 a.C., nos arredores de Atenas, em cujo pórtico figurava o lema:
“Não passe destes portões quem não tiver estudado geometria”. A academia de
Platão durou cerca de um milênio, até o momento em que Justiniano a dissolveu em
529 d.C.
O Platonismo é uma corrente filosófica baseada no pensamento de Platão.
Indica a filosofia de Platão e da sua escola, isto é, os filósofos que se situam entre o
século IV A.C. e a primeira metade do século I A.C. Cerca de um século depois da
morte de Platão, em 248 A.C., a Escola enveredou para o ceticismo sob a direção
de Arciselau (século III A.C.).
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A Academia de Platão
Fonte: www.infoescola.com/
A Academia foi fundada por Platão em 387 A.C. Seu nome é alusivo ao herói
de guerra Academo, que havia doado aos atenienses um terreno, nos arredores de
Atenas, onde se construiu um jardim aberto ao público.
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A Dialética, enquanto procedimento científico.
Fonte: 4.bp.blogspot.com
Períodos
Esta subdivisão foi operada por estudiosos dos tempos recentes. Todos
(médio ou neoplatônicos), embora ampliando e modificando o significado originário
da filosofia de Platão, pretendiam estar em linha de continuidade com a doutrina do
mestre. Consideravam-se, sobretudo, como simples exegetas, mais do que
inovadores.
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Fonte: image.slidesharecdn.com/
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4 ARISTÓTELES
Fonte: www.ghtc.usp.br
Aos dezessete anos, foi para Atenas prosseguir seus estudos. Em 367,
quando Platão retorna da Sicília e retoma seu magistério na Academia, Aristóteles
aparece como um de seus alunos mais assíduos e se distingue por seu ardor e pela
excepcional inteligência. Depois de alguns anos de estudo, rompe subitamente com
Platão, mas sem cessar de testemunhar-lhe respeito e continuando a conservar do
mestre uma grata lembrança. Permanece, no entanto, em Atenas até 347; presume-
se que teria fundado uma escola retórica que lhe valeu grande reputação.
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Fonte: encrypted-tbn0.gstatic.com/
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Fonte: encrypted-tbn3.gstatic.com/i
Morre ali um ano depois, em 322, aos 63 anos. Deixa dois filhos, uma menina,
Pítia, com o nome de sua mulher, e um menino, Nicômaco, com o nome de seu pai.
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ABSTRAÇÃO
Fonte: 2.bp.blogspot.com/_
SILOGISMO
Fonte: cdn.slidesharecdn.com
SÓCRATES
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Fonte : upload.wikimedia.org/
- Não penses mal dos que procedem mal; pense somente que estão
equivocados.
- O amor é filho de dois deuses, a carência e a astúcia.
Fonte: aopensar.zip.net/
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IDEALISMO
Fonte: encrypted-tbn2.gstatic.com
Definição de idealismo
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Fonte: www.migueljara.com
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6 GLOSSÁRIO
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7 RENÉ DESCARTES: UMA BREVE BIOGRAFIA
Fonte: encrypted-tbn3.gstatic.com/
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Os trabalhos de Descartes em filosofia e ciência foram publicados em cinco
livros: Le Monde (O Mundo), uma tentativa de descrever o universo físico, o
Discours de la Méthode Pour Bien Conduire Sa Raison et Chercher La Vérité Dans
Les Sciences (Discurso sobre o Método de Bem Conduzir sua Razão e Procurar a
Verdade nas Ciências), seu trabalho mais importante; Meditationes, um sumário de
suas ideias filosóficas em epistemologia, Principia Philosophiae (Princípios da
Filosofia), cuja maior parte foi devotada à física, especialmente as leis do
movimento, e Les Passions de L'ame (As Paixões da Alma), sua mais importante
contribuição à fisiologia e à psicologia. As contribuições de Descartes à física foram
feitas principalmente na óptica, mas ele escreveu extensamente sobre muitos outros
temas, incluindo biologia, cérebro e mente. Ele não foi um experimentalista, no
entanto.
Fonte: super.abril.com.br
O esteio da filosofia de Descartes pode ser resumida por sua famosa frase
em latim: Cogito, ergo sum (penso, logo existo). Ele foi o primeiro a levantar a
doutrina do dualismo corpo/mente, a propor uma sede física para a mente, e a
maneira como ela se inter-relaciona com o corpo. Portanto, ele discutiu temas
importantes para as neurociências, que vieram a dominar os quatro séculos
seguintes, tais como a ação voluntária e involuntária, os reflexos, consciência,
pensamento, emoções, e assim por diante.
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8 DEUS, A CIÊNCIA E O LIVRE-ARBÍTRIO
Fonte: /salmos3703.files.wordpress.com
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Fonte: 4.bp.blogspot.com/
Fonte: novotempo.com
b) nem tudo tem o mesmo valor na obra científica de Descartes. Se sua ótica
e suas considerações sobre a expressão algébrica das curvas (ele é, juntamente
com Fermat, o inventor da geometria analítica) constituem incontestável contribuição
científica, sua física (dada, aliás, mais como uma possibilidade racional do que como
a verdade certa) não passa de um romance. Mas o espírito dessa física e da
fisiologia cartesiana - que não passa de um capítulo da física - nada mais é do que o
espírito do mecanicismo. Quando Descartes declara que os animais são máquinas,
ele coloca, em princípio, que é possível explicar as funções fisiológicas por
intermédio de mecanismos semelhantes àqueles que fazem mover os autômatos
que vemos "nos jardins de nossos reis". O detalhe das explicações não passa de um
sonho. Mas a direção tomada é a ciência moderna. Para Descartes, o mundo físico
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não possui mistérios. As coisas se determinam reciprocamente (leis do choque), por
contato direto, num espaço em que não existe o vazio.
Fonte: mises.org.br/
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Fonte: www.coladaweb.com
10 UTILITARISMO
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Fonte: m1.paperblog.com/i
Princípio da Utilidade
John Stuart Mill foi um dos filósofos que se debruçaram sobre o princípio da
utilidade. Bentham expõe o conceito central da utilidade no primeiro capítulo do livro
Introduction to the Principles of Morals and Legislation (―Introdução aos princípios
da moral e legislação‖), da seguinte forma:
Fonte: upload.wikimedia.org/
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Fonte: 2.bp.blogspot.com/
O utilitarismo assim difere radicalmente das teorias éticas que fazem o caráter
de bom ou mal de uma ação depender do motivo do agente porque, de acordo com
o Utilitarismo, é possível que uma coisa boa venha a resultar de uma motivação ruim
no indivíduo.
Antes, porém, desses dois autores darem forma ao Utilitarismo, o
pensamento utilitarista já existia, inclusive na filosofia antiga, principalmente no de
Epicuro e seus seguidores na Grécia antiga. E na Inglaterra, alguns historiadores
indicam o Bispo Richard Cumberland, um filósofo moralista do século XVII, como o
primeiro a apresentar uma filosofia utilitarista. Uma geração depois, Francis
Hutcheson, com sua teoria do "sentido interior da moralidade" ("moral sense")
manteve uma posição utilitarista mais clara. Ele cunhou a frase utilitarista de que "a
melhor ação é a que busca a maior felicidade para o maior número de indivíduos".
Também propôs uma forma de "aritmética moral" para cálculo da melhor
consequência possível. David Hume tentou analisar a origem das virtudes em
termos de sua contribuição útil.
O próprio Bentham disse haver descoberto o "princípio de utilidade" nos
escritos de vários pensadores do século XVIII como Joseph Priestley, um clérigo
dissidente famoso por haver descoberto o oxigênio, e Claude-Adrien Helvétius, autor
de uma filosofia de meras sensações, de Cesare Beccaria, jurista italiano, e de
David Hume. Helvétius foi posterior a Hume e deve ter conhecido seu pensamento,
e Beccária o de Helvétius.
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Outro apoio ao Utilitarismo é o de natureza teológica, devido a John Gay, um
filósofo estudioso da Bíblia que argumentava que fazer a vontade de Deus era o
único critério de virtude, mas que, devido à bondade divina, ele concluía que Deus
desejava que o homem promovesse a felicidade humana.
Bentham, que aparentemente acreditava que o indivíduo, no governo de seus
atos iria sempre buscar maximizar seu próprio prazer e minimizar seu sofrimento,
colocou no prazer e na dor ambos a causa das ações humanas e as bases de um
critério normativo da ação.
À arte de alguém governar suas próprias ações, Bentham chamou "ética
particular". Neste caso a felicidade do agente é o fator determinante; a felicidade dos
outros governa somente até o ponto em que o agente é motivado por simpatia,
benevolência, ou interesse na boa vontade e opinião favorável dos outros.
Para Bentham, a regra de se buscar a maior felicidade possível para o maior
número possível de pessoas devia ter papel primordial na arte de legislar, na qual o
legislador buscaria maximizar a felicidade da comunidade inteira criando uma
identidade de interesses entre cada indivíduo e seus companheiros. Aplicando
penas por atos mal-intencionados, o legislador seria prejudicial para um homem que
causasse danos ao seu vizinho. O trabalho filosófico mais importante de Bentham,
An Introduction to the Principles of Morals and Legislation ("Uma introdução aos
princípios de moral e legislação"), de 1789, foi pensado como uma introdução a um
projeto de Código Penal.
Jeremy Bentham atraiu jovens intelectuais como discípulos, entre eles o
economista David Ricardo, James Mill e o jurista John Austin. Mais tarde John Stuart
Mill, filho de James Mill, defendia o voto feminino, a educação paga pelo Estado
para todos, e outras propostas radicais para sua época, com base na visão
utilitarista de que tais medidas eram essenciais à felicidade e bem-estar de todos,
assim como também a liberdade de expressão e a não interferência do governo
quando o comportamento individual não afetasse as outras pessoas. Seu ensaio
"Utilitarianism," publicado no Fraser's Magazine (1861), é citado como uma elegante
defesa da doutrina Utilitarista e considerada ser ainda a melhor introdução ao
assunto, apresentando o Utilitarismo como uma ética tanto para o comportamento
do indivíduo comum quanto para a legislação social.
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11 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA SOCIOLOGIA
INSTINTO CULTURA
Nascemos aptos a realizar esta Aprendemos com as
característica por vezes é uma Instituições Sociais.
necessidade biológica.
Seres Humanos e animais Apenas os seres humanos
possuem. possuem.
O indivíduo não tem como O indivíduo tem escolha, cabe
escolher ou optar. exceção.
É igual em todas as sociedades. Varia conforme a sociedade.
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Todo este complexo que inclui conhecimentos, crenças, arte, moral, leis,
costumes ou qualquer outra capacidade ou hábitos adquiridos pelos seres humanos
como membro de uma sociedade é chamado de cultura. Todas as possibilidades de
realização humanas, sendo todas aprendidas pelo ser humano independem de uma
transmissão genética. O ser humano é o único ser capaz de produzir cultura.
A cultura é sempre dinâmica, ou seja, vai se transformando ao longo do
tempo, assim como nós vamos mudando nossa forma de pensar conforme a cultura
de nossa sociedade vai mudando.
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Sociais, não é menos fundamental. Isto porque a sociedade está em permanente
construção, precisando constantemente de nossa intervenção. E a gente só pode
intervir naquilo que conhece. Caso contrário, é intervenção cega e esta pode nos
levar aonde não queremos ir.
As Ciências Sociais se interessam por explicar como as sociedades
funcionam, como está distribuído o poder, qual o papel das várias instituições, como
os grupos se formam e para quê, o que a sociedade produz para a sobrevivência
dos homens e como produz, o que faz uma sociedade diferente de outra, quais as
ideias que cimentam essa sociedade, que transformações sociais as transformações
técnicas engendram, etc., etc. Tudo isso são assuntos que dizem respeito às
Ciências Sociais.
O trabalho do sociólogo, do antropólogo e do cientista político ajuda a tornar
mais racional à ação humana e mais equilibrado o convívio entre os seres humanos.
Áreas de concentração
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Sociologia – Como já dissemos anteriormente, trata-se da ciência que estuda
as relações sociais e as formas de associação, considerando as interações
que ocorrem na vida cotidiana; abrange, portanto, estudos relativos aos
grupos e camadas sociais, aos processos de cooperação, competição e
conflitos na sociedade.
Conhecer e entender (sobre a Sociologia) é preciso! A Sociologia não é
redentora ou solucionadora dos males sociais, ou dos problemas intelectuais das
pessoas. Ela surge como uma ciência que vai fornecer novas visões sobre a
sociedade. Sua contribuição está no fato de nos dar referenciais para refletirmos
sobre as sociedades.
12 O SURGIMENTO DA SOCIOLOGIA
Fonte: ensinomedioonline.com.br/
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Eles criaram a Filosofia (que significa amor ao conhecimento) e que, por sua
vez, foi um impulso para o surgimento daquilo que chamamos, hoje, de ciência, a
qual se consolidaria a partir dos séculos XVI e XVII, sendo uma forma de
interpretação dos acontecimentos da sociedade mais distanciada das explicações
míticas. Foram com os filósofos gregos Platão (427-347 a.C) e Aristóteles (384-322
a.C), que surgiram os primeiros passos dos trabalhos mais reflexivos sobre a
sociedade. Platão foi defensor de uma concepção idealista e acreditava que o
aspecto material do mundo seria um tipo de fruto imperfeito das ideias universais, as
quais existem por si mesmas.
Aristóteles já mencionava que o homem era um ser que, necessariamente,
nasce para estar vivendo em conjunto, isto é, em sociedade. No seu livro chamado
Política, no qual consta um estudo dos diferentes sistemas de governo existentes,
percebesse o seu interesse em entender a sociedade.
Já na Idade Média...
Séculos mais tarde, no período chamado de Idade Média (que vai do século V
ao XV, mas exatamente entre os anos 476 a 1453), houve, segundo os
renascentistas (que vamos conhecer mais à frente), um período de “trevas” quanto à
maneira de ver o mundo. Segundo eles, havia um prevalecer da fé, onde os campos
mítico e religioso, tendiam a oferecer as explicações mais viáveis para os fatos do
mundo.
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Fonte: www.ucsminhaescolha.com.br
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e a filosofia, defendendo, sempre, o espírito crítico. Nesse tempo, começaram a
aparecer homens que, de forma mais realista, começavam a investigar a sociedade.
A exemplo disso temos Nicolau Maquiavel (1469-1527) que, em sua obra intitulada
de O Príncipe, faz uma espécie de manual de guerra para Lorenzo de Médici. Ali
comenta como o governante pode manipular os meios para a finalidade de
conquistar e manter o poder em suas mãos.
Obras como estas davam um novo olhar para sociedade, olhar pelo qual,
através da razão os homens poderiam dominar a sociedade, longe das influências
divinas. Era a doutrina do antropocentrismo ganhando força. O homem passava a
ser visto como o centro de tudo, inclusive do poder de inventar e transformar o
mundo pelas suas ações. Além de Maquiavel, outros autores renascentistas, como
Francis Bacon (1561-1626), filósofo e criador do método científico conhecido por
experimental, ajudavam a dar impulso aos tempos de domínio da ciência que se
iniciavam.
Estamos contando tudo isso para que você perceba que nem sempre as
pessoas puderam contar com a ciência para entender o mundo, sobretudo o social,
que é o queremos compreender. Dessa maneira, muitas pessoas no passado,
ficaram ‘presas’ principalmente, àquelas explicações a respeito da realidade que
eram baseadas na tradição, em mitos antigos ou em explicações religiosas.
O Iluminismo
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Média, no século XV, em que o rei concentrava todo o poder em suas mãos e
governava sendo considerado um representante divino na terra, uma voz de Deus, a
qual até a igreja, não raramente, se sujeitava.
Com a ciência ganhando força, era, digamos, inviável o fato de voltar a
pensar a vida e a organização social por vias que não levassem em conta as
considerações da ciência em debate com as de fundo religioso. Como por exemplo,
imaginar os governantes como sendo representantes sobrenaturais.
Fonte: 2.bp.blogspot.com/
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A partir das teorias sobre a sociedade que no período Iluminista surgiram, é
que começa a ser impulsionada, ou preparada, a ideia da existência de uma ciência
que pudesse ajudar a interpretar os movimentos da própria sociedade.
13 A IMPORTÂNCIA DA SOCIOLOGIA
Fonte: /2.bp.blogspot.com/
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experiências pessoais. Pois nós somos simplesmente pequenos jogadores num
mundo imenso e complexo, com pessoas, símbolos e estruturas sociais, e somente
ampliando nossa perspectiva além do “aqui e agora” é que podemos perceber as
causas que moldam e limitam nossas vidas.
Agimos em um meio social que influencia profundamente nossa maneira de
sentir e ser em relação a nós mesmos e ao mundo que nos cerca, como nos vemos
e percebemos os acontecimentos, como agimos e pensamos, e onde e a que
distância podemos ir na vida. Às vezes a limitação é óbvia, até mesmo opressiva e
enfraquecedora, em outras tantas é sutil e até mesmo despercebida. Mas sempre
ela está moldando nossos pensamentos, sentimentos e ações.
Examine a situação de um/uma aluno. Há grandes valores culturais e crenças
que enfatizam a importância da educação e, desse modo, forçam os alunos a
acreditar que eles devem ir à escola e, em seguida, à universidade.
Há um ponto que espero que esteja claro: todos nós vivemos em uma teia
complexa de causas que dita muito do que vemos, sentimos e fazemos. Nenhum de
nós é totalmente livre; na verdade, podemos escolher nosso caminho na vida
cotidiana, mas nossas opções são sempre limitadas. Isso reforça a ideia sociológica
de que o ser humano é produto e produtor de sua cultura. A sociologia examina
essas limitações e, como tal, é uma área muito ampla, pois estuda todos os
símbolos culturais que os seres humanos criam estruturas sociais que ditam a vida
social; examina todos os processos sociais, tais como desvio, crime, divergência,
conflitos, migrações e movimentos sociais que fluem através da ordem estabelecida
socialmente; e busca entender as transformações que esses processos provocam
na cultura e estrutura social.
Em tempos de mudança, em que a cultura e a estrutura estão atravessando
transformações drásticas, a sociologia torna-se particularmente importante. Como a
velha maneira de fazer as coisas se transforma, as vidas pessoais são interrompidas
e, como consequência, as pessoas buscam respostas para o fato de as rotinas e
fórmulas do passado não funcionarem mais. O mundo hoje está passando por uma
transformação dramática: o aumento de conflitos étnicos, o desvio de empregos
para países de mão de obra mais barata, as fortunas instáveis da atividade
econômica e do comércio, a mudança no mercado de trabalho, a propagação do
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HIV/AIDS, o aumento da fome, a quebra do equilíbrio ecológico, a redefinição dos
papéis sociais dos homens e das mulheres e muitas outras mudanças.
Enquanto a vida social e as rotinas diárias se tornam mais ativas, a percepção
sociológica não é completamente necessária. Mas, quando a estrutura básica da
sociedade e da cultura muda, as pessoas buscam o conhecimento sociológico.
14 A SOCIOLOGIA NO BRASIL
Fonte: www.infoescola.com/
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não estamos afirmando que antes da data acima ninguém havia se proposto a
entender nossa sociedade. Antes da década de 1930 muitos ensaios sociológicos
sobre o Brasil foram elaborados por historiadores, políticos, economistas, etc. No
entanto, na maioria destes trabalhos, os autores apresentavam a tendência de
escrever sobre raça, civilização e cultura, mas não tentavam explicar a formação e a
estrutura da sociedade brasileira.
A partir de 1930, surge no Brasil um período no qual a reflexão sobre a
realidade social ganha um caráter mais investigativo e explicativo. Esse caráter mais
investigativo e explicativo foi impulsionado pelos muitos movimentos que
estimularam uma postura mais crítica sobre o que acontecia na sociedade brasileira.
Dentre alguns destes movimentos estão o Modernismo, a formação de partidos
(sobretudo o partido comunista) e os movimentos armados de 1935.
Movimentos como esses, de alguma forma, traziam transformações de ordem
social, econômica, política e cultural ao país, e despertavam o interesse de
pensadores em dar explicações a tais fenômenos. Aos poucos a Sociologia passa a
constituir-se como uma forma de reflexão sobre a sociedade brasileira. Veja como
isso aconteceu:
Movimento Modernista:
Lutava para que as regras vigentes sobre a arte e a literatura deixassem de
“engessar” a produção brasileira. A intenção do movimento era que os moldes
internacionais não sufocassem o que viesse a ser arte com um jeito nacional. A
Semana de Arte Moderna de 1922, em SP, foi uma espécie de marco da
independência da arte brasileira.
Partido Comunista
Fundado em 25 de Março de 1922, tinha o ideário de criar uma cultura
socialista no Brasil. Com base em teóricos como o alemão Karl Marx, inauguraram
uma maneira de se fazer política voltada aos interesses do proletariado.
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Também conhecidos como o “Levante Comunista”. Tiveram como
protagonistas o Partido Comunista (PCB) e os Tenentes de esquerda do exército
brasileiro. Alguns de seus projetos e lutas eram pelo fim do imperialismo e pela
existência de uma ditadura democrática. Apesar de vencidos, serviram para que o
PCB ficasse conhecido e ganhasse maior força no cenário brasileiro.
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Por fim, Cunha descreve a guerra, isto é, como foi que o governo da época
conseguiu acabar com o que considerava ser uma revolução que reivindicava a volta
do sistema monárquico no Brasil. Na verdade Antônio Conselheiro (o líder da
Revolução de Canudos) e seus seguidores apenas defendiam seus lares, sua
sobrevivência.
Olhando mais pelo lado sociológico, podemos perceber que Cunha estava
fazendo revelações quanto à organização da República que estava sendo
consolidada. Canudos era um retrato de uma sociedade republicana que não
conseguia suprir as necessidades básicas de seu povo. Coisa que Antônio
Conselheiro, com sua maneira missionária de ser, acreditava e lutava para
acontecer, pois... “...abria aos desventurados os celeiros fartos pelas esmolas e
produtos do trabalho comum. Compreendia que aquela massa, na aparência inútil,
era o cerne vigoroso do arraial. Formavam-na os eleitos, felizes por terem aos
ombros os frangalhos imundos, esfiapados sambenitos de uma penitência que lhes
fora a própria vida; bem-aventurados porque o passo trôpego, remorado pelas
muletas e pelas anquiloses, lhes era a celeridade máxima, no avançar para a
felicidade eterna”. (CUNHA, 1979: 132 ).
Após duas tentativas sem sucesso de “tomar” Canudos – pois os sertanejos
tornavam difícil a vida dos soldados, por conhecerem muito bem a caatinga
sertaneja – o governo federal republicano deixou de subestimar a força daquelas
pessoas que se uniram a Conselheiro. Convocou para uma terceira expedição
batalhões armados de vários estados brasileiros e promoveu uma grande guerra e
matança naquela região, em prol da República.
A observação de Euclides da Cunha e as revelações que faz quanto à
sociedade brasileira em Os Sertões, transforma esta obra em um dos referenciais
de início do pensamento sociológico no Brasil.
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No entanto, vamos nos fixar em dois deles, os quais podem ser vistos como
clássicos do pensamento social brasileiro: Gilberto Freyre e Caio Prado Júnior.
Gilberto Freyre foi o autor de Casa Grande & Senzala (1933), livro no qual
demonstrou as características da colonização portuguesa, a formação da sociedade
agrária, o uso do trabalho escravo e, ainda, como a mistura das raças ajudou a
compor a sociedade brasileira.
Freyre foi um sociólogo que nasceu em Pernambuco no ano de 1900 e, no
desenvolver de sua profissão, criou várias cátedras de Sociologia, como na
Universidade do Distrito Federal, fundada em 1935. Freyre faleceu em 1987.
Quando escreveu Casa Grande & Senzala tinha 33 anos e, antirracista que era,
inaugurou uma teoria que combatia a visão elitista existente na época, importada da
Europa, a qual privilegiava a cor branca. Segundo tal visão racista, a mistura de
raças seria a causa de uma formação “defeituosa” da sociedade brasileira, e um
atraso para o desenvolvimento da nação.
Freyre propõe um caminho inverso. Em Casa Grande & Senzala ele começa
justamente valorizando as características do negro, do índio e do mestiço
acrescentando, ainda, a ideia de que a mistura dessas raças seria a “força”, o ponto
positivo, da nossa cultura. Este autor forneceu, para o seu tempo, uma nova
maneira de ver a constituição da nacionalidade brasileira, isto é, o Brasil feito por
uma harmoniosa união entre o branco (de origem europeia), o negro (de origem
africana), o índio (de origem americana) e o mestiço, ressaltando que essa “mistura”
contribuiu, em termos de ricos valores, para a formação da nossa cultura.
Veja alguns trechos de sua obra a este respeito:
“Um traço importante de infiltração de cultura negra na economia e na vida
doméstica do brasileiro resta-nos acentuar: a culinária” (FREYRE, 2002).
“Foi ainda o negro quem animou a vida doméstica do brasileiro de sua maior
alegria.” (FREYRE, 2002).
“Nos engenhos, tanto nas plantações como dentro de casa, nos tanques de
bater roupa... carregando sacos de açúcar... os negros trabalhavam sempre
cantando.” (FREYRE, 2002).
Entanto, vale ressaltar aqui que Gilberto Freyre tinha um “olhar” aristocrático e
conservador sobre a sociedade brasileira, pois além de justificar as elites no
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governo, sua descrição do tempo da escravidão em Casa Grande & Senzala
adquire uma conotação harmoniosa, ele não via conflitos nessa estrutura. Mas se
para Gilberto Freyre era um erro pensar que a mistura das raças seria um atraso
para o Brasil, há outro autor que se propôs a verificar qual seria e onde estaria a
origem do atraso da nação brasileira.
Estamos falando de Caio Prado Júnior. Este autor vai nos fornecer uma visão
muito mais crítica sobre a formação da nossa sociedade. Veja por quê.
Enquanto Gilberto Freyre fazia uma análise conservadora da formação da
sociedade brasileira, Caio Prado recorria à visão marxista, isto é, partindo do ponto
de vista material e econômico para o entendimento da nossa formação. Caio Prado
Júnior nasceu em 1907 e faleceu em 1990.
Formou-se em direito e, de forma autodidata, leu e tomou para si os ideais de
Marx, o que o fez uma pessoa comprometida com o Socialismo. Caio Prado também
era uma espécie de “contramão” do Partido Comunista Brasileiro no seu tempo, pois
um dos militantes daquele partido, Octávio Brandão (1896-1980), havia escrito um
livro na década de 1920, chamado Agrarismo e Industrialismo no qual
apresentava a tese de que o atraso do Brasil, em termos econômicos, estava no fato
dele ter tido um passado feudal. E esta tese continuou a ser defendida pelo PCB
com o historiador Nelson Wernek Sodré (1911-1999), que interpretava o
escravismo, no Brasil Colonial, como uma característica do feudalismo.
É por essa razão que Caio Prado era contrário ao Partido Comunista, pois a
ideia de que no passado o Brasil havia sido feudal era “importada” do marxismo
oficial, da Europa, e que na sua opinião, não funcionava aqui. E, para Caio Prado, a
prova disso estaria no fato de que no sistema feudal o servo não era considerado
uma mercadoria, coisa que ocorria aqui com os escravos, o que denota uma
característica do sistema capitalista (e não feudal) no que tange à análise da mão-
de-obra.
No seu livro Formação do Brasil Contemporâneo, publicado em 1942, Caio
Prado apresenta a tese de que a origem do atraso da nação brasileira estaria
vinculada ao tipo de colonização a que o Brasil foi submetido por Portugal, isto é,
uma colonização periférica e exploratória. Traduzindo para melhor
compreendermos... Caio Prado explica que Portugal teve grande contribuição no
“nosso atraso” como nação, pois o centro do capitalismo, na época do
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“descobrimento” do Brasil, estava na Europa, o que fazia com que as riquezas daqui
fossem levadas para lá. Este tipo de organização econômica foi denominado de
primária e exportadora, pois os produtos extraídos das monoculturas brasileiras, nos
latifúndios, eram exportados para os países que estavam em processo de
industrialização.
As teses desse autor rompem com as análises dos autores que antes dele
apresentaram um pensamento conservador restrito, isto é, de reprodução daquilo
que estava posto na sociedade brasileira e, consequentemente, sem a intenção de
apresentar propostas para sua transformação.
Assim sendo, segundo a visão de Caio Prado, Gilberto Freyre, em Casa
Grande e Senzala, pode ser considerado “conservador”. Veja por que:
a) Seus escritos nos levam a pensar que a miscigenação acontecia sempre
de maneira harmoniosa. Mas é a relação entre os senhores brancos e
suas escravas negras, por exemplo? Se verificarmos relatos da história
veremos que as negras eram forçadas a terem relações sexuais com eles,
o que é bem diferente de harmonia.
b) Sobre os problemas sociais da época, Freyre não apresenta nenhuma
proposta para a solução dos mesmos, ou para a transformação da
sociedade.
50
Para Caio Prado Júnior, os pontos “a” e “b” mencionados acima demonstram
a postura conservadora de Gilberto Freyre, pois transparece um certo conformismo
com a situação em que se apresentava a sociedade. Conformismo que pressupõe
continuidade, sem transformação.
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Fonte: 4.bp.blogspot.com/-
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