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Uma Vida Equipada – Livro 4

Life Church
Ficha técnica resumida

• Título: Uma vida equipada, material de discipulado no 4


• I Edição
• Traduzido do Original em Ingles por Filipe dos Santos
• Editado por Luis Sabonete, Francisco Pinto, Gervasia Raso,
Joaquina Munaveia.
• Life Church Quelimane
• Outubro, de 2022
Índice
INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 1
SECÇÃO 1: A PRIORIDADE - O DISCIPULADO ........................................................................... 2
A) O QUE É DISCIPULADO? ........................................................................................................ 2
B) O DISCIPULADO NO NOVO TESTAMENTO ........................................................................... 3
C) PRECISO SER DISCÍPULO? ................................................................................................... 8
SECÇÃO 2: OS ACTORES ........................................................................................................... 10
A) O ESPÍRITO SANTO: A INFLUÊNCIA DIVINA ......................................................................... 10
B) A IGREJA LOCAL: A INCUBADORA DIVINA ........................................................................... 10
C) O DISCÍPULO: A RESPONSABILIDADE DIVINA .................................................................... 11
SECÇÃO 3: O PROCESSO .......................................................................................................... 12
A) FAZER DISCÍPULOS É CONSTRUIR UM RELACIONAMENTO ........................................... 12
B) CINCO PRINCÍPIOS NA CONSTRUÇÃO DE RELACIONAMENTOS ................................... 14
SECÇÃO 4: A PRÁTICA ............................................................................................................... 18
A) 5 TAREFAS DE UM FAZEDOR DE DISCIPULOS ................................................................... 18
B) COMO DISCIPULAR ALGUÉM? ............................................................................................ 24
C) O QUE É QUE EU FAÇO NO NOSSO TEMPO JUNTOS? .................................................... 26
SECÇÃO 5: A JORNADA PESSOAL ........................................................................................... 29
A) NOVA ETAPA DO CRENTE ................................................................................................... 29
B) ESTÁGIO CRISTÃO EM CRESCIMENTO ............................................................................. 30
C) ESTÁGIO DE LÍDER .............................................................................................................. 31
SECÇÃO 6: PROBLEMAS? ......................................................................................................... 34
A) TENDO PROBLEMAS DE ENCONTRAR TEMPO ................................................................. 35
B) LUTANDO COM AREAS FRACAS ........................................................................................ 36
C) TENDO FALTA DE INTERESSE ............................................................................................ 37
D) COMPARAÇÃO - CIÚMES ..................................................................................................... 38
E) LIDANDO COM CONFLITOS E CRÍTICAS ............................................................................. 38
SECÇÃO 7: MULTIPLICAÇÃO ..................................................................................................... 40
BIBLIOGRAFIA .............................................................................................................................. 43
INTRODUÇÃO
Como alguém que está diariamente envolvido no crescimento e desenvolvimento pessoal das
pessoas, vejo frequentemente questões e lutas semelhantes que as pessoas têm. Uma delas é a
questão do proposito. ‘Porque estou aqui’, 'Qual é o meu propósito'. Estas são as questões que
surgem repetidamente, apesar de Jesus nos ter chamado a uma missão.

19 Portanto,ide e fazei discípulos de todas as nações, baptizando-os em nome do Pai e do


Filho e do Espírito Santo,20 e ensinando-os a obedecer a tudo o que vos tenho mandado. E
certamente estarei sempre convosco, até ao fim dos tempos". Mateus 28,19-20

Esta ordem foi dada aos primeiros discípulos e a todos os discípulos que os seguiram, incluindo
nós. Uma vez que temos esta revelação, a questão que se coloca constantemente é, 'Como?',
'Quais são as medidas práticas para discipular alguém? Este livro dar-lhe-á as ferramentas práticas
para cumprir este chamado sobre a tua vida.

Benjamin Wong, um amigo da Life Church, escreveu o livro ‘Marcando diferenças permanentes:
Investindo a sua vida nos outros". Ele permitiu-nos usar o seu material para acrescentar a este
livro, o que foi uma grande ajuda, nós o estudámos e aplicámos para nos tornarmos melhores
fazedores de discípulos, ou como ele chama, mentores.
A nossa oração é que à medida que leres, sejas inspirado a aceitar o apelo de discipular alguém
que, por sua vez, irá discipular outra pessoa e, desta forma, tornar-nos-emos mais como Jesus.

NOTA:
Ao longo deste livro, a palavra fazedores de discípulos é utilizada indistintamente com
Mentor. Estas duas palavras referem-se à comissão que Jesus nos deu em Mateus 28,19-
20.

A palavra "ele" também é frequentemente utilizada, mas note-se que isto se refere a ambos
os sexos, masculino e feminino.

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SECÇÃO 1: A PRIORIDADE - O DISCIPULADO

A) O QUE É DISCIPULADO?
Ao longo da história humana, construir numa base individual foi o principal meio de transmitir
conhecimentos e competências em todos os campos - desde o ensino da filosofia, à construção de
líderes, e à formação de carpinteiros. Não fazia diferença se fosse no Ocidente ou no Oriente; todas
as culturas faziam dessa forma. No entanto, o homem moderno mudou o processo de
aprendizagem. Agora depende principalmente de salas de aula, livros, cassetes, vídeos, CD's e
actualmente da Internet. Assim, hoje em dia, há muito pouca relação entre o professor e o aluno
(Wong 2008:20).

Mas o modelo um-a-um é um verdadeiro ensinamento, é o modelo que Jesus usou, partilhando a
vida com outras pessoas. Como diz o ditado, "mais é apanhado, do que ensinado". O discipulado
não é sentar-se numa sala de aula a passar por um livro ou curso. O discipulado é partilhar a vida
em conjunto, caminhar na jornada de ser cristão. É um investimento gratificante e significativo de
uma vida noutra vida. Significa dar sua vida para fazer uma diferença permanente noutra pessoa.

Compreende que este é o seu propósito? Você pode marcar diferença permanente na vida de
alguém que por sua vez irá afectar as gerações. Isto pode parecer esmagadoramente grande, mas
não é. Não precisa de nenhuma qualificação especial, apenas precisa de estar um ou dois passos
à frente na jornada espiritual da pessoa em que está a construir, o seu discípulo.

Você pode sentir-se inadequado para ajudar outro cristão mais novo no início. Podes pensar: "Eu
próprio sou pequeno no Senhor". Lembre-se de que ninguém pode mudar outra pessoa. Só Deus
pode fazer isso. De tal modo que estás disposto a ser usado por Deus, Ele mudará a vida das
pessoas através de ti.

Tú és um "Guia", capaz de conduzir outra pessoa na viagem sobre a parte da estrada que já
completou. Não precisa de ser um cristão que tenha amadurecido até à perfeição. Se fosse esse o
requisito, haveria poucos fazedores de discípulos. Você descobrirá rapidamente que ajudar outra
pessoa a viajar onde esteve faz com que você amadureça de uma forma muito especial! O pré-
requisito não é o quanto sabe, mas que também você está a crescendo em sua própria vida. Disse
Paulo Apóstolo, depois de ter sido cristão durante mais de trinta anos,

"Não que eu já tenha obtido tudo isto, ou que já tenha sido aperfeiçoado, ...
Mas uma coisa eu faço: Esquecer o que está para trás e esforçar-me para o que está à frente,
Continuo em direcção ao objectivo de ganhar o prémio para o qual Deus me chamou ao céu
em Cristo Jesus". (Filipenses 3:12-14)
(Wong 2008:30)

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B) O DISCIPULADO NO NOVO TESTAMENTO
(Extraído do Capítulo 3 de Making a Permanent difference de Benjamin Wong)

"Discipular alguém, faz parte do modelo do ministério do Novo Testamento. Vemos o ministério
público de pessoas como Jesus e Paulo, pregando de lugar em lugar e ministrando àqueles que a
eles se dirigem. No entanto, de baixo deste ministério público, há um ministério privado, o de
construção na vida do indivíduo. De facto, é esta disciplina que tem produzido líderes fortes.

Em primeiro lugar, vamos dar uma olhadela ao Mestre Fazedor de Discípulos, o próprio Jesus.
Depois, olharemos para outros dois fazedores de discípulos, que não são tão espectaculares no
Novo Testamento. Por vezes é difícil para nós identificarmo-nos com os grandes fazedores de
Discípulos. No entanto, há pessoas na Bíblia com as quais nós podemos identificar. Vamos
aprender com estes homens.

• JESUS, O MESTRE INSTRUTOR

Jesus tinha uma grande fé em discipular os outros. Ele acreditava que isso faria uma diferença
permanente neles. Os doze discípulos eram como o Seu Grupo Celular. Jesus era o exemplo
clássico de um Líder de Célula. Em Marcos 3,14, é-nos dito que Ele selecionou estes homens
para "que pudessem estar com Ele". Este é o valor de um Grupo Célula: as pessoas formam
relações à medida que se encontram umas com as outras. Isto não ocorre quando as pessoas
se encontram como uma "congregação" de quarenta ou cinquenta pessoas. É difícil alcançar
transparência e edificação quando o grupo é maior do que quinze pessoas. Esta construção
mútua na vida do outro só pode ter lugar num pequeno grupo.

Jesus modelou a vida de um líder de célula. O estudo da forma como Ele ministrou numa base
individual aos Seus discípulos fornece princípios que pode aplicar no seu ministério como
discípulo.
O tempo que estes doze homens passaram com Jesus foi tão importante para o seu
desenvolvimento espiritual como os seus ensinamentos. Todas as palavras de Jesus gravadas
nos Evangelhos podem ser lidas em voz alta em menos de uma hora, mas Ele passou pelo
menos três anos a interagir com eles.
Há quatro coisas que podemos aprender de como Jesus construiu na vida dos Seus discípulos.

1. Jesus modelou suas vidas

Jesus passou muito tempo a modelar o estilo de vida de como uma pessoa deve viver no
Reino de Deus. As suas noites passadas em oração; as viagens que fizeram juntos; a forma
como Ele lhes mostrou o poder de Deus; a sua compaixão pelos necessitados, o amor que Ele
tinha pelas crianças - tudo isto demonstrava valores do Reino que não podiam ser
comunicados simplesmente através do ensino. A observação proporcionou um impacto maior
do que a instrução. Um fazedor de discípulos sabe que o tempo passado em conjunto com a
pessoa é importante.

"Vinde a mim ... aprendei de mim" (Mateus 11:28,29)


"Eu dei-vos o exemplo que deveis fazer como eu fiz por vós" (João 13:15)
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2. Os Discípulos Observaram-se uns aos outros

O Grupo Célula de Jesus não só O observou; eles também se observaram uns aos outros.
Simultaneamente, viram a forma como Ele viveu, e contrastaram-no com o comportamento
dos outros no grupo. A ousadia de Pedro, o desejo de estatuto de Tiago, o cinismo de Tomé
e o terno coração de João, foram todos revelados ao lado do carácter de Jesus. Os conflitos
entre os homens foram expostos, e levaram Jesus a ministrar a eles separadamente, tal como
o faria um discípulo.
(Ver Marcos 10:35-38, 41-45; Lucas 22:31-34)

Outras pessoas, especialmente no Grupo Célula, terão um impacto na vida da pessoa que
estas a discípular. As observações da reacção da pessoa aos outros podem revelar áreas de
conflito interior em que o ministério deve ser prestado em sessões privadas. Esta interacção
pode ser muito significativa em alguns casos. Portanto, deve ter muito cuidado em observar e
ouvir as respostas da pessoa durante o Encontro de Células, especialmente durante o "tempo
de edificação". Muitas vezes, a pessoa expressará e partilhará coisas que precisam de ser
seguidas em conjunto no seu tempo. Se a celebração semanal da sua igreja tem um tempo de
ministério e a pessoa respondeu para o ministério, pode querer interagir com a pessoa que o
ministrou para descobrir o que ouviu do Senhor durante o tempo do ministério.

3. Jesus fez bom uso dos "Momentos Ensináveis"

Todos nós temos momentos em que estamos mais abertos a ser ensinados por causa do que
aconteceu. Há muitos desses momentos na interacção de Jesus com os discípulos.

Então a mãe dos filhos de Zebedeu veio a Jesus com os seus filhos e, ajoelhando-se, pediu-
lhe um favor. "O que é que quer?" perguntou Ele. Ela disse: "Concedei que um destes meus
dois filhos se sente à Vossa direita e o outro à Vossa esquerda no Vosso reino". "Não sabeis
o que estais a pedir", disse-lhes Jesus. "Podeis beber o cálice que vou beber?". "Podemos",
responderam eles. Jesus disse-lhes: "Vós ireis de facto beber do Meu cálice, mas sentar-
vos à Minha direita ou à Minha esquerda não me cabe a mim conceder". Estes lugares
pertencem àqueles para quem foram preparados pelo Meu Pai". Quando os dez ouviram
falar disto, ficaram indignados com os dois irmãos. Jesus chamou-os juntos e disse: "Vós
sabeis que os governantes dos gentios os dominam, e que os seus altos funcionários
exercem autoridade sobre eles. Convosco não é assim. Em vez disso, quem quiser tornar-
se grande entre vós deve ser vosso servo, e quem quiser ser o primeiro deve ser vosso
escravo - tal como o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a Sua
vida em resgate por muitos". (Mateus 20:20-28)

Este acontecimento dos dez discípulos zangados com os dois que pediram para estar no lado
esquerdo e direitao de Jesus no Céu, abriu uma oportunidade para Jesus ensinar uma verdade
importante. Eles precisavam de saber que os líderes do Reino não eram os mesmos que os
líderes do mundo. Para ser grande, é preciso ser um servo.

Houve muitos outros momentos ensináveis deste tipo. Por exemplo, Jesus ensinou aos seus
discípulos sobre a simples confiança no meio das tempestades da vida em Mateus 8,23-27.
Em João 13, Ele ensinou-os a tomar a iniciativa de servir os outros e, portanto, a demonstrar
amor. Jesus acolheu e abençoou as crianças quando os discípulos as viram como um
incómodo e quis afastá-las. Estes são apenas alguns exemplos. Em sua vida como Fazedor
de discípulos, também aí haverá momentos ensináveis que não podem ser antecipados. Estes

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são momentos em que a pessoa está pronta e aberta para ser ensinada. São frequentemente
momentos de dificuldades e crises. Aprenda a fazer bom uso destas voltas inesperadas dos
acontecimentos, que proporcionam momentos ensináveis.

4. Aprendem mutuamente uns com os outros

Quando Jesus veio à região de Cesaréia de Filipe, perguntou aos seus discípulos: "Quem
dizem as pessoas que é o Filho do Homem? Eles responderam: "Alguns dizem João
Baptista; outros dizem Elias; e ainda outros, Jeremias ou um dos profetas". "Mas e vós?"
perguntou ele. "Quem dizes tu que eu sou?" Simão Pedro respondeu: "Tu és o Cristo, o Filho
do Deus vivo". Jesus respondeu: "Bem-aventurado és tu, Simão filho de Jonas, pois isto não
te foi revelado pelo homem, mas pelo Meu Pai que está nos céus..." (Mateus 16,13-15)

Aqui, em vez de ensinar aos discípulos quem Ele realmente era, Jesus fez perguntas para os
atrair para fora deles. O seu desejo era o de deixar os discípulos aprender uns com os outros.
Há um grande valor em desenhar um pensamento, em vez de o ensinar. A isto chama-se
"auto-descoberta". O facto de um dos seus pares ter declarado esta grande verdade teve um
profundo impacto no grupo.

Pode achar esta ferramenta de Jesus útil enquanto ministra ao seu amigo. Por exemplo, um
homem tinha acabado de entrar no nosso Grupo Celular e era minha missão ser o seu mentor.
Como partilhámos, ele admitiu que tinha problemas e participava em jogos de azar. Em vez de
lhe dar aulas sobre o que a Bíblia diz sobre os jogos de azar, esperei até termos a oportunidade
de nos encontrarmos com alguém na nossa igreja que costumava ter um problema semelhante.
Pedi à pessoa para partilhar se alguma vez teve de superar a tentação dos jogos de azar. A
experiência pessoal deste irmão terá um impacto muito maior sobre esta nova pessoa do que
qualquer ensinamento ou encorajamento da minha parte. Depois, na nossa próxima
experiência um a um, podemos partilhar sobre como ultrapassar as suas tentações.
Jesus tinha-nos dado muitos conhecimentos sobre a forma de moldar valores na vida dos
outros. Ao leres os quatro Evangelhos, pense no que Ele disse, e na forma como Ele se dirigiu
aos seus discípulos no seu ministério. Ele é o Mestre, e portanto o exemplo mestre de como
discipular os outros.

• ANDRE, O DIRECTOR
O próximo Fazedor de discípulos no Novo Testamento, que iremos analisar, não é tão
conhecido como um Fazedor de discípulos. Nem sequer é mencionado demasiado, mas tem
um papel muito especial a desempenhar. O seu nome é Andre - o irmão de Simão Pedro. É
interessante notar que no Evangelho de João, André foi mencionado três vezes e, em cada
caso, ele trazia pessoas a Jesus. É por isso que o chamei de Director - ele estava sempre a
dirigir outros ao seu Senhor. Vamos olhar para cada uma destas três ocasiões:

1. Simão Pedro

Em João 1:40-42, vemos André a dirigir o seu irmão, Pedro, a Jesus. Todos sabemos que
Pedro acabou por se tornar o grande líder da igreja depois de Jesus ter ascendido. Sendo
irmãos, eles eram muito próximos uns dos outros. Pedro é o tipo de pessoa "rápida a
comprometer-se", mas também "rápida a desistir". Andre parece ser o mais reservado, mas

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consistente no temperamento. Tenho a certeza que Pedro precisou em numerosas
ocasiões de um lembrete do seu irmão mais firme. Para além de ser a pessoa inicial para
orientar Pedro para Jesus, André pode ter orientado a Pedro continuamente de volta para
o Senhor.

2. O Rapaz com a sua lancheira

Em João 6:5-9, André encontrou um rapazinho com os cinco pães e dois peixes e dirigiu-o
a Jesus para que o rapaz pudesse ser usado por Ele para alimentar a multidão. Note-se
que Jesus não estava sequer a falar com André. Ele tinha dito a Filipe para encontrar uma
forma de alimentar o povo. Filipe olhou para a grande multidão e os recursos limitados que
tinham - ele olhou para o problema. O resultado foi que ele não conseguia ver como podia
fazer o que Jesus lhe pedira - "Nem pensar!".
Andre, por outro lado, olhou para Jesus. Ele sabia que se conseguisse obter qualquer
alimento que Lhe fosse destinado, encontraria uma forma de fazer o impossível. Ele olhou
à sua volta e encontrou o rapaz com a sua lancheira por comer. Embora a comida seja
muito pouca e pareça até estúpido mencionar esta pequena lancheira, Andre sabia que se
de alguma forma dirigisse a Jesus, o problema poderia ser resolvido. Todos nós sabemos
o que aconteceu depois.

3. Os gregos

Em João 12:20-22, mais uma vez, vemos Andre, o Director, a dirigir as pessoas para Jesus.
Os discípulos muitas vezes não gostam que as pessoas incomodem o seu mestre e não
acolhem bem as intrusões. Neste incidente, temos alguns gregos, que, sendo gentios, não
eram pessoas muito importantes para os judeus, desejosos de ver Jesus. Foram perguntar
a Filipe - provavelmente sendo o primeiro discípulo a quem podem chegar. Filipe estava
indeciso sobre o que fazer e foi André. Qual foi a resposta de André? Como pode o director
resistir à oportunidade de dirigir as pessoas a Jesus?

Um Fazedor de discípulos é simplesmente uma pessoa que orienta os outros para Jesus.
Deus é aquele que eventualmente pode ajudar e mudar uma pessoa. O nosso trabalho é
dirigir as pessoas para Ele uma e outra vez. O excitante é que as pessoas que dirigimos a
Jesus podem vir a ser um Pedro que será usado poderosamente por Deus.

"Nós o proclamamos, admoestando e ensinando a todos com toda a sabedoria, para que
possamos apresentar todos perfeitos em Cristo". Para este fim trabalho, lutando com toda a
sua energia, que tão poderosamente funciona em mim. " (Colossenses 1:28,29)

• BARNABE, O CRENTE NAS PESSOAS


O nome Barnabé significa "incentivador". Barnabé está sempre a olhar para além dos
problemas dos outros para ver o potencial neles existente. A sua filosofia de vida é fazer
sobressair o que há de melhor nos outros. Ele iria construir naqueles em quem os outros não
tocariam.

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Quando Saul viajou para Jerusalém após a sua conversão, todos tinham medo dele. Barnabé
ouviu o testemunho deste jovem convertido que costumava matar cristãos e acreditava que era
genuíno. Afirmou Saul perante os irmãos. Mais tarde, estiveram juntos durante um ano de
ministério individual em Antioquia (ver Actos 11:22-26). Deus usou Barnabé para encorajar,
refinar, e fortalecer este irmão abençoado que outros não tocariam. Todos sabíamos que Paulo
se tornou o grande apóstolo dos gentios e cujo ministério ultrapassou de longe o de Barnabé.

Mais tarde, quando Paulo e Barnabé estavam na sua viagem missionária juntos, tiveram um
desentendimento sobre uma pessoa chamada João Marcos. Ele tinha anteriormente desistido
na sua primeira viagem missionária e Paulo recusou-se a dar-lhe uma segunda oportunidade.
No entanto, Barnabé insistiu em ficar de braços cruzados e continuar a construir este jovem
discípulo. Mais tarde, quando Paulo enfrentava a morte na prisão, ele reconhece que Marcos
foi "útil para mim no meu ministério" (2 Timóteo 4:11). Marcos tinha-se transformado de um
desistente em ajudante. O que é que fez a diferença? Certamente, uma das razões foi que
Barnabé nunca desistiu e continuou a gastar tempo pessoal para amar e treinar este
companheiro.

Que estes Discípulos do Novo Testamento sejam um incentivo e exemplo para si enquanto se
aventura nesta nova e excitante viagem. Estas caminhando nas pegadas do nosso Salvador, Jesus
Cristo. ‘ (Wong 2008:45-56)

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C) PRECISO SER DISCÍPULO?

Pode estar a pensar: 'Sou cristão, vou à igreja, pago o meu dízimo, sirvo onde posso, porque é que
preciso de estar envolvido nesta coisa chamada Discipulado'?
Estes são pensamentos que impedem muitos de discipular, mas precisamos de compreender o
que significa ser discípulo. O discipulado vem de um discípulo. E um discípulo? Isto é o que
Francis Chan descreve como discípulo:

O que significa ser um discípulo de Jesus Cristo? Como irá descobrir, a resposta é bastante
simples, mas muda completamente a sua vida.

A palavra discípulo refere-se a um estudante ou aprendiz. Os discípulos na época de Jesus


seguiam o seu rabino (que significa professor) para onde quer que fosse, aprendendo com
os ensinamentos do rabino e sendo treinados para fazer como o rabino fazia.
Basicamente, um discípulo é um seguidor, mas apenas se levarmos o termo seguidor,
literalmente. Tornar-se um discípulo de Jesus é tão simples como obedecer ao Seu
chamamento a seguir. Quando Jesus chamou os seus primeiros discípulos, eles podem não
ter compreendido para onde Jesus os levaria ou o impacto que isso teria nas suas vidas,
mas sabiam o que significava segui-los. Levaram o chamamento de Jesus literalmente e
começaram a ir a todos os lugares onde Ele foi e a fazer tudo o que Ele fez. É impossível
ser discípulo ou seguidor de alguém e não acabar como essa pessoa. Jesus disse: "Um
discípulo não está acima do seu mestre, mas todos quando estiver completamente treinado
serão como o seu mestre" (Lucas 6:40). Esse é o objectivo de ser discípulo de Jesus:
imitamo-lo, continuamos o Seu ministério, e tornamo-nos como Ele no processo. "
(Multiplicar; Chan 2012:15)

Os primeiros discípulos não se limitaram em encontrar 1 ou 2 dias na semana para encaixar Jesus,
mas antes perceberam que se tratava de uma chamada de vida. Este era o seu propósito, seguir
Jesus e fazer o que Ele fez. Será que isto não se aplica a nós também? Penso que demasiados
de nós pensam que ser cristão, um seguidor de Jesus, é segui-Lo até à igreja e talvez até ao grupo
das celulas, mas no resto da semana seguimos os nossos próprios planos.
Mas, é preciso fazer a si mesmo esta pergunta:

Chamar-se-ia a si próprio um seguidor de Jesus Cristo? Porque dizes isso? Vê provas da sua
fé tal como descrita em Lucas 6:40?

Se a sua resposta à pergunta for sim, então tem de se perguntar se está a viver isto nas suas
acções semanais. Embora saibamos que somos salvos pela fé, devemos estar todos numa jornada
contínua de aproximação a Jesus. Ao fazermos isto, as nossas vidas deveriam naturalmente
começar a imitar a Sua vida, reflectindo fortemente a construção naquelas pessoas que Deus tinha
colocado à sua volta, os Seus discípulos.

Nos círculos rabínicos, um discípulo, escolheria o seu próprio mestre e juntar-se-ia voluntariamente
à sua escola. Mas com Jesus, a iniciativa estava inteiramente com ele. Simão e André, Tiago e
João, Levi, Filipe e outros - todos foram pessoalmente chamados por Jesus para o seguirem.
(Watson 1981:20)

Jesus iniciou o apelo dos discípulos, até mesmo Jesus disse: 'Não me escolhestes a mim, mas eu
vos escolhi e vos designei para que vades e deveis dar fruto e que o vosso fruto permaneça; para
que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo possa dar. Isto vos ordeno: que vos
ameis uns aos outros". (João 15,16)
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Sabe que foi pessoalmente escolhido por Jesus? Isto não é uma tarefa, ou um "tem que fazer"
todas as semanas. Isto foi pessoalmente escolhido por Aquele que o criou, que sabe tudo sobre
si, que sabe o que é bom para si, que sabe como pode dar frutos da sua vida'. Isto deve alterar
toda a tua atitude para com Ele e motivar-nos para o trabalho que Jesus nos deu. Imagina se
fosses um atleta e um dia fosses escolhido para as Olimpíadas. Não haveria uma mudança em
toda a sua abordagem ao seu treino e concentração todos os dias? Seria muito diferente se fosse
apenas um espectador nas Olimpíadas! Foi-lhe agora dada a responsabilidade de representar o
seu país.

Foi-nos dada uma responsabilidade por Deus, o criador deste universo. Jesus modelou esta
responsabilidade e passou a ensinar aos discípulos o que eles tinham de fazer.

Ide e fazei discípulos, baptizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo,


ensinando-lhes tudo o que vos tenho ordenado". Mateus 28,19-20

Este é o apelo a todos os discípulos. Este é o NOSSO CHAMADO. Fazer Discípulos.

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SECÇÃO 2: OS ACTORES
Sabia que não tem de fazer isto sozinho? Não lhe cabe apenas a ti fazer essa pessoa crescer.
Não é mais capaz de causar crescimento do que de conseguir salvar alguém. Jesus não estava a
exagerar quando Ele disse em João 15,5: "Sem mim nada podeis fazer". É bom para ti saber desde
o início que a salvação e o crescimento do seu discípulando não depende totalmente de ti. Não
podes resolver todos os seus problemas. Não pode responder a todas as suas perguntas. Terás
momentos em que eles chorarão no teu ombro e não saberás o que fazer. Terá momentos em que
eles lhe pedirão ajuda financeira e não estarás em posição de lhes dar. Isto não é uma coisa má,
porque não somos os únicos envolvidos no discipulado desta pessoa. Há outros actores na equipa.

A) O ESPÍRITO SANTO: A INFLUÊNCIA DIVINA


"Nunca esquecer a necessidade absoluta do poder dos Espíritos Santos. Após anos de ser
discipulado pessoalmente por Jesus, a maioria dos discípulos abandonou-O na cruz e um
deles traiu-O. Foi o Pentecostes que fez a última diferença! Cheios do Espírito Santo, estes
discípulos saíram para mudar o mundo. ’

Compreende que quando começamos a discipular alguém, o Espírito Santo já tem estado a
trabalhar nas suas vidas? Desde que nasceram! O Espírito Santo conhece a pessoa que estás a
discipular de dentro para fora e tem planos para ela antes mesmo de pensarmos em ajudá-la.
Então, quem é Aquele com quem devemos consultar? Não somos o actor principal na vida desta
pessoa. O Espírito Santo é.
É vital que, quando pensamos no processo de fazer discípulos, nos vejamos como um instrumento
nas mãos de Deus. Ele está muito mais preocupado e activo no crescimento do discípulo do que
alguma vez podemos imaginar.

O Apóstolo Paulo na Bíblia, um dos grandes fazedores de discípulos de todos os tempos, sabia
precisamente quem era o responsável pelo processo de discipulado:
Leia: 1 Coríntios 3:5-6; 2 Coríntios 3:18; Gálatas 3:2-3; Filipenses 1:6; Filipenses 2:13.

É mais fácil ser um discipulador se se andar com o inventor e director da vida e do crescimento.
Toda a nossa energia, ensino, dedicação e sacrifício não valem nada se não estivermos em união
vital com aquele que está no comando.

B) A IGREJA LOCAL: A INCUBADORA DIVINA


A igreja é o corpo de Cristo. Assim como os nossos corpos precisem de cada parte dela para
trabalhar em conjunto e funcionar correctamente, também cada cristão precisa de outros cristãos
à sua volta, para crescer e desempenhar todas as funções que Deus tem em mente para eles.

Cada um de nós está desesperadamente necessitando um do outro. Não esqueçamos que Deus
nos fez dessa forma. Embora talvez discipulando alguém, isso não significa que seja o único que
pode contribuir para a vida dos seus discípulos. Todos nós temos fraquezas e pontos cegos. Por
vezes, enfatizamos em demasia algumas coisas e subestimamos outras. Se somos o único a
contribuir para a vida dos nossos discípulos, então podemos transmitir algumas das deficiências
aos nossos discípulos. Não queremos cópias de carbono de nós próprios a andar por aí. Queremos
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que outros cristãos também falem da vida dos nossos discípulos, especialmente outros líderes em
quem confiamos. Mas certifiquem-se de que comunicam com aqueles que talvez estejam a
contribuir para a vida dos seus discípulos. Não queremos que o nosso discípulo fuja de pessoa a
pessoa tentando obter os conselhos que eles querem em vez dos conselhos que precisam.

A formação de discípulos tem de ter lugar na Igreja local. Aí o seu discípulo tem contacto com
outros que podem reforçá-los em áreas que você também não é capaz. Eles podem ter dons,
talentos ou habilidades que você não tem.

O discipulador é responsável por supervisionar e orientar o desenvolvimento deste discípulo em


crescimento enquanto depende do Espírito Santo, mas quando precisa de ajuda nisto a sua família
eclesiástica está lá para si, especialmente o seu grupo celular.

C) O DISCÍPULO: A RESPONSABILIDADE DIVINA


Temos de compreender que quando estamos a discipular alguém, temos uma grande parte da
responsabilidade de crescer e desenvolver-se.
Ao longo dos anos, experimentei e vi os fazedores de discípulos a assumir toda a responsabilidade
na vida dos discípulos, sempre a tentar estabelecer tempos de encontro, sempre a tentar
estabelecer ligações, sempre a tentar estar presente para o discípulo, enquanto que o discípulo
não faz nada para se encontrar ou a dar tempo ao seu líder para falar na sua vida.

Podemos correr atrás de alguém apenas durante algum tempo, mas essa pessoa precisa de chegar
a um lugar onde também assuma a responsabilidade pelo seu próprio crescimento. Também fazer
parte da equipa e investir tempo, esforço e energia para crescer. Pode haver exceções quando a
pessoa não é salva ou é recém convertida e precisa de alguém que a persiga por um pouco, mas
com ela também chegara o momento de assumir a responsabilidade.
Se estás a debater-te com o teu discípulo, dedica algum tempo a perguntar-lhes quais são as tuas
responsabilidades como discipulador e quais são as responsabilidades dele como discípulo.

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SECÇÃO 3: O PROCESSO
Primeiras coisas primeiro. Quando falamos de como discipular, estamos falando de um processo,
uma jornada e não apenas um programa. Esta não é outra tarefa para a sua semana, essa pessoa
não é outra caixa de seleção. Quando você assume a responsabilidade de discipular alguém, é
mais do que algo que você TEM que fazer. Mas é aí que as pessoas começam a ficar nervosas.
Você pode estar se perguntando o que vai fazer com essa pessoa, como vai ocupar o tempo dela.

A) FAZER DISCÍPULOS É CONSTRUIR UM RELACIONAMENTO


(Wong, Making a permanent difference pg. 53-66)

Discipular não é simplesmente se reunir uma vez por semana para ter uma reunião. É um processo
de "ligação". Seu papel mais importante vem de seu relacionamento com a pessoa, não de seu
conhecimento ou mesmo de sua experiência. O importante é o amor. A vida das pessoas será
mudada por Deus simplesmente porque você se importa com elas.

Jesus deu grande valor aos relacionamentos. Ele escolheu passar muito do Seu tempo
aprofundando suas conexões com algumas pessoas importantes, em vez de se dirigir às multidões.
Para discipular outro, você não pode melhorar o método que Jesus usou.
Você deve construir um vínculo pessoal próximo com a pessoa que você está discipulando. Como
Jesus fez isso? Jesus “escolheu doze para estarem com Ele” (Marcos 3:14). Ele conversou com
eles, comeu com eles, viajou com eles e compartilhou Sua vida com eles.

1. SER AMIGO
Desenvolver uma amizade íntima com a pessoa é um ingrediente básico para construir
efetivamente a vida de uma pessoa. Jesus disse aos Seus discípulos: "Eu os chamei de amigos"
(João 15:15).

O clima de seu relacionamento com a pessoa que você está discipulando não deve ser um
relacionamento do tipo conselheiro/aconselhado, mas mais como um amigo e irmão ou irmã mais
velho no Senhor. Portanto, é importante que você construa amizade com a pessoa. Você é um
ajudante e companheiro do lado, não um líder que está na frente.

Ser amigo ajudará a pessoa a se abrir. A atmosfera é casual em vez de formal. Você gosta de
estar com seu amigo porque gosta da companhia dele. Faça o seu tempo juntos divertido. Não
faça do seu tempo juntos apenas um tempo de ensino, mas um tempo entre amigos. Não torne
seu tempo muito solene. Você pode se divertir e ainda ser realmente sério com Deus também. É
possível ser divertido e sério ao mesmo tempo. Ser sério e ser solene podem ser duas coisas muito
diferentes.

Nunca deixe crescer na vida adulta tirar a diversão que costumávamos ter em nossos dias de
infância. Gosto de ver meus filhos se divertindo juntos. Eu nunca fui uma pessoa divertida, mas
agora sou; graças aos meus filhos. Eles me ensinaram a me divertir. Permita-se ser como uma
criança novamente. Aproveite sua vida e aprenda a se divertir.

12
Um amigo é leal e fica ao lado da pessoa. Isso significa que acreditamos uns nos outros. Não
ouvimos e acreditamos facilmente nas fofocas dos outros sobre nosso amigo. "Uma pessoa é
inocente até que seja provada a sua culpa." Esta é a base do nosso sistema judiciário e deve ser
a base da nossa amizade. Sem essa confiança básica, é muito difícil construir um relacionamento.
“Eu não acredito que você seja o que os outros dizem que você é, a menos que você mesmo me
diga isso. Eu confio que você é uma pessoa maravilhosa.”

Além disso, os amigos não falam um do outro pelas costas. Eles mantêm confidenciais as coisas
íntimas compartilhadas. Provérbios 6:28 diziam: "A fofoca separa amigos íntimos".

O amor é outro elemento-chave na amizade forte. Isto é demonstrado pela aceitação e perdão. É
por isso que 1 Pedro 4:8 nos diz que "Acima de tudo, amem-se profundamente, porque o amor
cobre uma multidão de pecados". Provérbios 17:9 acrescenta: "Aquele que encobre uma ofensa
promove o amor, mas quem repete o assunto separa amigos íntimos". É inevitável que haja
mágoas e ofensas em um relacionamento. Quando há amor, podemos ignorar qualquer mal que a
pessoa nos tenha feito. O perdão é, em essência, dizer: “Vamos começar tudo de novo. Não há
nada que você tenha feito que possa nos separar.”

1. SER UMA PESSOA QUE SE IMPORTA


Todo cristão precisa saber que Deus cuida dele. Esta é a segurança básica na vida de uma pessoa.
A Bíblia repetidamente enfatiza esse fato de que nossas vidas estão seguras nas mãos de nosso
amoroso Pai. No entanto, toda pessoa precisa saber que existem pessoas importantes em sua vida
que também cuidam dela. Você, sendo o Discipulador, é uma dessas pessoas. A pessoa pode
contar com você para carinho e apoio. Ele sabe que existe alguém que se importa quando ele está
no topo e quando está no chão. Quando ele estiver em necessidade, deprimido ou sofrendo, ele
pode contar com você para estar disponível para ser alguém que ficará ao seu lado.

Você pode não ser capaz de resolver o problema dele, mas está lá para cuidar e apoiar. Cuidar é
“carregar os fardos uns dos outros”. (Gálatas 6:2)

O verdadeiro cuidado não pode acontecer até que você se aproxime o suficiente da outra pessoa
para ver e entender suas necessidades. Cuidar é tornar-se irmão ou irmã. Cuidar não significa
que você é melhor que a pessoa; é identificar-se com sua necessidade de conforto e ajuda. É
dizer a uma pessoa ferida onde encontrar conforto e ajuda porque você esteve lá.

"Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das misericórdias e o Deus de
toda consolação, que nos consola em todas as nossas tribulações, para que possamos consolar
os que estiverem em alguma tribulação com a consolação que recebemos de Deus." (2 Coríntios
1:3,4)

13
B) CINCO PRINCÍPIOS NA CONSTRUÇÃO DE RELACIONAMENTOS
Aqui estão cinco princípios para ajudá-lo na construção de relacionamentos. Princípios são
diretrizes e não regras. Deixe-os ser uma ajuda ao invés de governar sobre você.

1. Tomar Iniciativas e Criar Oportunidades


Em um relacionamento, alguém precisa dar o primeiro passo. Já que você é o fazedor de
discípulos, isso significa que você é quem deve tomar a iniciativa. Em nossa sociedade ocupada,
a maioria das pessoas parece estar presa em um turbilhão de atividades. No entanto, muitos estão
morrendo por relacionamentos genuínos e carinhosos. Eles ficam ocupados para cobrir sua
solidão.

No período inicial do discipulado, desenvolver relacionamentos é sua atividade principal. Ligue


para a pessoa. Passe momentos casuais juntos. Divirtam-se juntos. Pratique esportes juntos.
Pense em qualquer coisa – procure oportunidades de passar tempo juntos.

Um conceito que tem sido usado por muitas pessoas (por exemplo, Stephen Covey) é que o
relacionamento humano é como uma conta bancária. Construímos ou esgotamos nossa “Conta
Bancária de Relacionamento” assim como fazemos com uma conta bancária comum: fazendo
depósitos e levantamento. Depósitos aumentam o saldo, enquanto levantamentos o reduzem.
Depósitos são coisas que fazemos que aumentam a confiança no relacionamento: pequenas
gentilezas e cortesias, cumprimento de promessas, etc. Levantamentos são atos que diminuem a
confiança.
Quando o equilíbrio é construído em um relacionamento, então nos sentimos bem um com o outro
e a confiança é forte. Isso permitirá uma comunicação mais eficaz e aumentará seus sentimentos
de boa vontade e proximidade um com o outro. Quando o saldo é muito pequeno, um levantamento
infeliz pode causar “falência” no relacionamento. Portanto, é muito importante que depositemos
continuamente na Conta Bancária de Relacionamento.
Para depositar na conta, existem algumas regras básicas:

A. O depósito precisa ser sincero – não algo que fazemos para cumprir: O melhor depósito
é o amor incondicional – demonstração de amor sem amarras. "Nenhuma dívida permaneça
pendente, exceto a dívida contínua de amar uns aos outros, pois quem ama o próximo
cumpriu a lei." (Romanos 13:8);

B. O depósito deve ser regular: Esta conta bancária não é como contas bancárias comuns.
Ele precisa ser mantido regularmente. Se não houver depósito por um tempo, o saldo
começará a diminuir automaticamente. Portanto, precisamos depositar continuamente nele
para manter o saldo na conta;

C. Os pequenos depósitos são os que contam: A chave é que os depósitos precisam ser
regulares. Quando não há depósito há muito tempo, mas durante o aniversário da pessoa,
ou alguns eventos importantes, mas pouco frequentes, um grande depósito é feito, o efeito
não é duradouro. É o que você faz diariamente ou regularmente que faz a diferença

Quando a pessoa tem problemas ou crises, o depósito e o levantamento ganham um significado


extra. Portanto, essas ocasiões são oportunidades para construir relacionamentos mais rápido do
14
que o habitual. É importante lembrar que, em um relacionamento, não podemos controlar os outros,
mas podemos influenciar os outros. O que podemos controlar são nossos próprios depósitos e
levantamentos. Quando fazemos depósitos sinceros, estabelecemos condições que nos permitem
influenciar, mas não ganhamos o controle da outra pessoa.

Depositar nas Contas Bancárias de Relacionamento das pessoas com quem nos associamos é
muito poderoso. A ideia é fazer pequenas coisas de forma consistente. É a regularidade que cria
o poder, não o tamanho do depósito.

2. Fazer do relacionamento uma prioridade

Somos pessoas ocupadas. Há tantas coisas para fazer. A menos que você faça do seu
relacionamento com a pessoa uma prioridade, isso não acontecerá. É preciso tempo e paciência
para desenvolver um relacionamento. Você não desenvolverá um relacionamento duradouro e
significativo em três encontros. Os relacionamentos vão nem sempre ser suave. A pessoa pode
nem sempre ser responsiva. É por isso que você deve fazer disso uma prioridade para perseverar
nessa construção de relacionamento.

Esteja interessado em mais do que sua vida "espiritual". Às vezes podemos ficar muito
preocupados com o lado "espiritual" da vida de uma pessoa e esquecer que a vida é uma
totalidade. Cada indivíduo é composto de muitas partes que formam um todo único com todas as
partes inter-relacionadas. O físico afeta o social, o social afeta o espiritual e o espiritual afeta o
físico. Essa inter-relação é encontrada em todas as áreas da vida de uma pessoa. Portanto,
precisamos cuidar mais do que as necessidades espirituais de uma pessoa.

3. Procurar interesses comuns

As pessoas geralmente são atraídas umas pelas outras em torno de interesses e atividades
comuns. À medida que você interage com a pessoa, identifique os interesses comuns que você
tem. Quando você os encontrar, comece a se concentrar neles como as forças atrativas entre
vocês. Isso é especialmente importante na parte inicial do seu relacionamento.

É interessante notar que, na maioria das vezes, as amizades dos homens giram em torno de
atividades enquanto as das mulheres giram em torno do compartilhamento. De um modo geral, as
mulheres falam sobre confiança e confidencialidade, enquanto os homens descrevem um amigo
como "alguém com quem saio" ou "alguém de cuja companhia gosto".

Um homem pode descrever como "meu melhor amigo" alguém com quem joga bola regularmente.
Eles geralmente não sentem que precisam compartilhar muito sobre suas vidas. Embora precisem
superar esse medo de serem vulneráveis, os homens geralmente são mais orientados para a
atividade. Preste atenção no interesse da pessoa. Deixe-o ensinar-lhe coisas novas. Seja um
aprendiz. Todo mundo gosta de falar sobre si mesmo.

Seja um ouvinte e aprenda. Jesus disse: "Em tudo, faça aos outros o que gostaria que fizessem a
você" (Mateus 7:12).

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Dale Carnegie deu-nos seis regras no seu livro "How To Win Friends And Influence People". Estas
podem ser dicas úteis para si:

a. Torne-se genuinamente interessado em outras pessoas;

b. Sorria;

c. Lembre-se que o nome de um homem é para ele o som mais doce em qualquer língua;

d. Seja um bom ouvinte. Incentivar os outros a falar de si próprios;

e. Falar em termos do interesse do outro homem;

f. Fazer a outra pessoa sentir-se importante - e fazê-lo com sinceridade.

4. Ser Aberto, Honesto e Transparente

A amizade é uma coisa mútua. Não é um trânsito de mão única. Isso significa que não apenas a
pessoa precisa ser aberta para você, mas também você precisa se abrir para a pessoa. Jesus disse
em João 15:15 "Chamo-vos amigos, porque tudo o que aprendi de meu Pai vos dei a conhecer."
Com os amigos, você compartilha não apenas informações, mas também as coisas que estão em
seu coração – suas necessidades, fardos, sentimentos, lutas e fraquezas. Vocês até confessariam
seus pecados uns aos outros.
As pessoas geralmente têm medo de se abrir e serem transparentes. Básico para este medo é o
medo da rejeição. "Se eu lhe disser quem eu realmente sou, você pode não gostar do que vê e não
vai querer ser meu amigo." Estamos convencidos de que, se as pessoas nos virem como nos
vemos, a visão as repelirá.
No entanto, cada pessoa tem uma necessidade profunda em seu coração que está clamando para
ser atendida. Esta é a necessidade de conhecer e ser conhecido. Todos nós precisamos ser
compreendidos e, portanto, amados. Quando abrimos nossas vidas, as pessoas são realmente
atraídas por nós, em vez de repelidas. As pessoas são mais tolerantes conosco do que nós
mesmos. Uma coisa estranha acontece quando contamos a outro nossos segredos mais profundos.
Começamos a nos entender melhor. O mundo procura pessoas transparentes para que se abram
e satisfaçam esse forte desejo de serem compreendidos.
As pessoas estão cansadas de ser uma farsa. O convite à transparência é realmente um convite à
autenticidade. Nenhum de nós pode amar uma máscara. Só podemos amar uma pessoa real. No
entanto, a maioria das pessoas está usando uma máscara. A chamada para sermos transparentes
é a chamada para tirarmos nossas máscaras. Na verdade, a palavra “hipócrita” vem de uma palavra
grega que significa máscara. Vamos aprender a tirar nossas máscaras.

5. Comunicar amor e afecto


"Deus pode testemunhar como anseio por todos vós com o afecto de Cristo Jesus" (Filipenses
1,8).
Que declaração! Ore para que isto seja o que sente pela pessoa que está a discipular.

16
Através da oração, Deus dar-lhe-á este tipo de afecto. Há algo em interceder por uma pessoa que
aumenta o seu amor por ela.
Jesus declarou livremente o Seu afecto pelo Seu povo. Ele disse de uma centena de maneiras
diferentes que amava os Seus discípulos. Paulo é uma pessoa que tem um grande afecto pelas
pessoas de quem cuida. Ele diz-lhes que "anseia por elas", e como "as tem no seu coração". Por
que estamos então tão relutantes, por vezes, em mostrar abertamente que nos preocupamos uns
com os outros? Deixemo-nos disso e tornemo-nos um povo afectuoso e carinhoso.

É importante ter um amor acolhedor. Isto é mesmo quando a pessoa falhou. A atmosfera a
criar é de aceitação incondicional e de amor. Isto não significa ignorar a sua
pecaminosidade, mas sim aceitá-lo face às suas falhas e mostrar-lhe como lidar com
quaisquer problemas que tenha.

17
SECÇÃO 4: A PRÁTICA

A) 5 TAREFAS DE UM FAZEDOR DE DISCIPULOS


(Ben Wong: Making a permanent difference pg76-88)

A disciplina não é uma coisa complicada. É uma arte a ser aprendida, mas não é difícil de aprender.
Podemos não nos aperceber disto, mas todos nós já temos um grande conhecimento sobre como
discipular outra pessoa. É simplesmente partilhar com alguém coisas que aprendemos e expor a
pessoa à nossa própria vida.

Lembre-se de que está a crescer para se tornar um discipulador. Dê a si próprio tempo para
aprender! As tarefas seguintes não se destinam a sobrecarregá-lo, mas sim a dar orientações
sobre as muitas facetas do seu papel. Não é suposto saber tudo para ser um bom Criador de
Discípulos, nem precisa de ser forte em todas as tarefas que lhe são apresentadas. Elas dão-lhe
toda a perspectiva e precisa de desenvolver estas competências à medida que avança. "Para fazer
uma viagem de mil quilómetros, é preciso dar o primeiro passo!"

1. SEJA UM OUVINTE
Para construir relações, é crucial que se aprenda a arte de ouvir. É importante que não só
partilhe a sua própria vida, mas também compreenda a vida da outra pessoa.

Nesta sociedade moderna, as pessoas anseiam por ser compreendidas e ouvidas. É


importante que, como Criador de Discípulos, não se esteja apenas a dar muitos conselhos.
Também deve ser um bom ouvinte. Quando ouvir, não será apenas um grande amigo, mas terá
uma boa compreensão da pessoa. De facto, os problemas da maioria das pessoas são
parcialmente resolvidos depois de os expressarem a alguém que os ouça activamente.

Ouvir significa entrar na forma de ver o mundo de outra pessoa. Uma vez feito isto, vemos o
mundo da forma como eles vêem o mundo, e podemos compreender como eles se sentem.
"Todos devem ser rápidos a ouvir, lentos a falar" (Tiago 1:19).
Quando estiver a disciplinar uma pessoa, seja lento a dar conselhos. Muitas vezes basta apenas
estar presente com a pessoa para a ouvir.

a. Ouvir com interesse


Isto significa dar toda a sua atenção enquanto a pessoa partilha. Aprenda a ouvir sem pensar
noutras coisas. Dêem à pessoa toda a atenção. Fazer contacto visual com a pessoa. O seu
objectivo é compreender a pessoa.
Não esteja a pensar no que vai dizer em resposta enquanto a pessoa está a falar. Ouça os
sentimentos da pessoa, assim como o que está a ser dito. Não escolha apenas o que quer ouvir
e descarte o resto dos comentários. Lembre-se, o objectivo ao ouvir é compreender.

b. Ouvir com aceitação


Não ouvir com julgamento quando uma pessoa partilha abertamente sobre os seus problemas ou
fraquezas. Ver o positivo na pessoa. Perceba que é uma grande coisa que a pessoa esteja
disposta a abrir-se a si. Crie uma atmosfera forte de aceitação. Nunca critique ou condene!

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A passagem de João 8, onde os fariseus trouxeram a mulher apanhada em flagrante adultério a
Jesus, não deixou de comover o meu coração. Eles viram nesta mulher uma pecadora suja digna
de um grande castigo e mesmo da morte.

No entanto, Jesus viu uma pessoa preciosa, mas desesperada, a precisar de perdão. Com efeito,
Jesus disse: "Quem és tu para condenar quando tu próprio és um pecador". Então Ele disse à
mulher: "Eu também não te condeno". Vai!".

c. Não crie fofocas sobre o que você ouve

Acima de tudo, mantenha a confidêncialidade. As fofocas vão fechar a porta mais depressa do
que qualquer outra coisa. As relações crescentes são desenvolvidas através da construção e
manutenção da confiança pessoal.

d. Escute a pessoa inteira e não apenas as palavras

O significado não é comunicado apenas através de palavras. Um estudo demonstrou que o


impacto da sua comunicação é classificado da seguinte forma:

Linguagem corporal (tais como movimento corporal, gestos, e


expressão facial) - 55%
Expressão vocal (tal como tom de voz, inflexão, espaçamento de
palavras, ênfase e pausas) - 38%
Verbal - 7%

A comunicação não verbal e vocal de uma pessoa pode estar em contradição com as palavras
ditas. Os comportamentos não-verbais constituem uma comunicação mais básica, menos
facilmente controlada e mais genuína.

2. SEJA UM INTERCESSOR
Todos os ministérios eficazes começam com a oração e terminam com a oração. É uma honra
para Deus quando a nossa resposta imediata e primeira a qualquer situação é a de O consultar. É
desonrar a Deus quando O fazemos a nossa última escolha. Faça da oração pela pessoa uma
prioridade chave na sua disciplina.

Se quer aprender a orar com poder e efeito, Ore! Nada lhe trará maior sede de orar do que fazê-lo
de facto. Fixe períodos regulares de oração na sua agenda. Se tiver de fazer uma escolha entre
orar e fazer, opte por orar. Realizará mais, e depois alcançará mais com o seu fazer, porque o fez!

A chave no cuidado de uma pessoa é a intercessão. A palavra vem de duas palavras em latim que
significam, "ir entre". Ser um Criador de Discípulos envolve trazer a pessoa de quem cuidamos
perante o "trono da graça". A sua intercessão pode determinar se a graça de Deus é trazida para
certas situações ou se o poder de Satanás continuará a controlar essa área.

Este foi o segredo do sucesso de Hudson Taylor no seu ministério na China. Ele disse uma vez: "É
possível mover os homens, através de Deus, apenas através da oração". Paulo reconheceu a forte
intercessão de Epáfras e elogiou-o por isso: "Ele está sempre a lutar em oração por vós, para que
possais permanecer firmes em toda a vontade de Deus, maduros e plenamente seguros"
(Colossenses 4:12).
19
a. Interceda no Dia de Acção de Graças
Muitas vezes quando as pessoas intercedem pelos outros, concentram-se em orar pelas suas
necessidades. Estas são normalmente algumas áreas da vida que não são tão fortes ou alguma
situação que precisa de ser mudada. Tendem a centrar-se nos aspectos negativos. No entanto,
como Paulo orava, ele muitas vezes começa com a acção de graças. Em nove das suas treze
epístolas, Paulo agradeceu a Deus pelo povo.5 Quando damos graças, nós estamos nos
concentrando nos aspectos positivos da vida da pessoa: as suas forças, a graça na sua vida e as
circunstâncias positivas que enfrenta. Isto vai fazer com que nos regozijemos pela pessoa e com
a pessoa. É por isso que, por vezes, Paulo se associa dando graças pela pessoa com alegria por
ela e sobre ela.

A maioria das pessoas são orientadas para problemas. A ansiedade e a preocupação são uma das
principais causas de fadiga nas pessoas. O problema de uma pessoa não é o seu problema, uma
vez que ela nunca ficará sem problemas. O problema de uma pessoa só se torna o seu problema
quando ela se concentra nele. É por isso que é importante ajudar as pessoas a não se
concentrarem nos seus problemas, mas sim em Deus. Em João 16,33, Jesus disse: "(Não te
preocupes!) Eu venci o mundo". Podemos dar graças em todas as coisas, porque Jesus venceu
todas as coisas (Romanos 8,28).

É importante para si desenvolver um hábito de acção de graças.

b. Ouça a Deus enquanto intercede


Desenvolver os bons hábitos de ouvir a Deus quando intercede. Deixai que Deus vos oriente
para as necessidades reais do vosso discípulo. Conhecerá melhor a pessoa através deste tipo de
interceder

c. Mantenha um registo das necessidades da pessoa


Mantenha uma lista de orações para cada pessoa que está a discipluar. Depois de conhecer a
pessoa, certifique-se de acrescentar quaisquer novas necessidades que tenha discernido ou que
tenha sido partilhada. Esta lista de orações permitir-lhe-á orar mais específicamente e
regularmente pela pessoa que está a cuidar.

d. Ore com a Pessoa

Terminem sempre o vosso tempo juntos em oração. Ore pelas necessidades que a pessoa
partilhou durante o tempo em que estiveram juntos. Permita que o Espírito Santo fale através de
si durante este tempo. Deixem que Ele vos dê os Seus dons para servir a pessoa. Não tenha
vergonha de orar juntos, mesmo num lugar público. Se for demasiado barulhento, então poderá
orar enquanto caminha. Se estiver a falar ao telefone, então ore por telefone.
Embora se tente sempre terminar num momento de oração, isso não significa que se tenha de
esperar até ao fim para orar. Seja sensível ao Espírito Santo. Ele pode levá-lo a orar pela pessoa
logo após ter partilhado algo.
Não há razão para que a pessoa não possa orar por si. Partilhe as suas necessidades e ensine a
pessoa a interceder, mesmo no início da sua vida cristã.

O discipulado começa na oração, é sustentado através da oração, e é bem sucedido pela oração.
A tentativa de ministério por qualquer outra abordagem torna-se rapidamente uma actividade da

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carne e está condenada ao fracasso. Todos os recursos de que necessita para o seu ministério
estão à sua disposição no Senhor Jesus. Deve aprender a fazer o trabalho de Deus usando os
recursos de Deus.

Como fazedor de discípulos, deve compreender que pouco pode fazer para mudar ou ajudar uma
pessoa. É vital aprender que a chave para uma boa disciplina é a intercessão. Ama-se mais a
pessoa quando se levanta essa pessoa perante o Trono de Graça.

3. SEJA UM MODELO
A maior parte do que aprendemos na vida é capturado e não ensinado. Desde os nossos tempos
de infância até ao presente, o exemplo que nos é dado é o processo de aprendizagem
predominante e mais eficaz.

"O nosso evangelho não veio até vós simplesmente com palavras, mas também
com poder, com o Espírito Santo e com profunda convicção. Vós sabeis como
vivemos entre vós por vossa causa. Tornastes-vos imitadores de nós e do
Senhor; apesar de grande sofrimento, acolheu a mensagem com a alegria dada
pelo Espírito Santo. E assim se tornou um modelo para todos os crentes na
Macedónia e na Achaia". (1 Tessalonicenses 1:5-7)

É assim que muitos personagens bíblicos influenciaram os outros. Moisés construiu na vida de
Josué, exemplificando a vida que ele deveria viver. Isto é como um aprendiz. Elias desenvolveu
Eliseu da mesma forma. João Baptista, Jesus e Paulo tinham pessoas que se associavam a eles
para aprenderem com as suas vidas. A modelação é a forma bíblica de desenvolver as pessoas.

A sua mente está a pensar: "Não estou preparado para isto. Como posso ser um modelo para os
outros? Vejam a minha vida. Ainda está numa confusão. Não! Eu não"!

Considere o seguinte: não escolheste ser um modelo. É o resultado inevitável da vida. Não pode
deixar de ser um modelo para os outros enquanto estiver disposto a ser aberto e honesto com eles.
Em 1 Coríntios 11:1, Paulo disse: "Segue o meu exemplo, como eu sigo o exemplo de Cristo".

Cada modelo tem um modelo! Um modelo não é perfeito, ele ainda está a modelar atrás de outra
pessoa. Na verdade, os melhores modelos ainda estão a crescer - estão a modelar o crescimento.

Ninguém esperará que sejas impecável. Se é impecável, então é uma falsificação. Deixe as suas
fraquezas aparecerem - escondê-las seria um grande erro. Mas estás na tua própria jornada
espiritual e estás a aprender com o teu discipulador- é tudo o que é preciso para ser um modelo
perfeito. Só precisas estar alguns passos à frente da pessoa para quem está a servir de modelo.
Não precisa de ser perfeito para ser um modelo.

Outro aspecto de ser um modelo é de ser um Precursor. Um Precursor é um termo empregado da


corrida. Um corredor lidera o caminho, estabelecendo um ritmo a ser seguido pelos outros. O
Precursor mostra como correr com firmeza. Com um Precursor experiente, os corredores não
andam muito depressa e queimam-se a si próprios, ou muito lentamente que não terminem bem.

É muito mais fácil ser um corredor consistente quando se tem alguém para correr consigo. É ainda
melhor quando o seu parceiro de corrida é mais experiente e disciplinado do que você. Em muitas
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corridas, há muitos que iniciam mas poucos terminam - especialmente quando a corrida é uma
corrida de longa distância.
Nesta corrida da vida, todos nós precisamos de parceiros e precursores. Muitos cristãos são
demasiados ambiciosos com a sua viagem espiritual e depois de um tempo se cansam. Alguns
deles memorizariam um verso por dia, mas não o conseguem manter por muito tempo. Outros lêem
a Bíblia uma hora por dia, mas não podem continuar após uma semana. É importante que, como
precursor, ajude a pessoa a não ser preguiçosa, mas também a não se cansar. Há muitas áreas
da vida cristã que requerem precursor. Ter uma vida devocional consistente é um exemplo. A
Memória das Escrituras e o testemunho são outras áreas em que ter um Precursor é tão importante.

Se quiser liderar uma pessoa numa viagem, precisa de ter viajado nessa viagem você mesmo.
Paulo disse: "O que quer que tenha aprendido, recebido ou ouvido de mim, ou visto em mim -
ponha em prática". (Filipenses 4:9)
Ele não só nos disse para fazermos o que disse, mas acrescentou "visto em mim". Isto é um
"Precursor".

4. SEJA UM COACH

Ser Coach tem a ver com competências. Todos, a dada altura, precisam de desenvolver
competências na sua vida cristã - especialmente para aqueles que estão a ministrar de alguma
forma aos outros. Já que um fazedor de discípulos, é também um treinador. A tarefa do treinador
tem duas vertentes:

a. Transmitir as competências necessárias para que a pessoa desempenhe com sucesso


uma tarefa.
Como o podemos fazer melhor? Esta é a questão chave. Que melhorias precisam de ser feitas?
O que é que uma pessoa faz bem e o que é que faz mal?

b. Encorajar e motivar a pessoa a utilizar bem essas competências.


Estamos todos familiarizados com a conversa animada que o treinador daria a equipa durante os
intervalos do jogo. O treinador estimula as pessoas para jogarem melhor ou para não desistirem.

No desporto, um bom treinador faz toda a diferença no desempenho de um jogador. Muitas vezes
constroem boas relações e formam fortes laços com os que estão a treinar. Da mesma forma, o
treinador criador de discípulos relaciona-se com indivíduos e ajuda-os a reforçar o desempenho
nas responsabilidades pessoais e ministeriais.

Segue-se uma lista de áreas, que o ajudarão a ver a importância de e apreciar o papel de ser
coach na vida e no ministério:
- Ser marido/esposa
- Ser pai/mãe
- Ter uma boa devoção familiar
- Usar o tempo correctamente
- Como ter uma devoção pessoal eficaz
- Como memorizar a escritura para que se lembre dela
- Como planear
- Como passar um dia com o Senhor
- Comunicar eficazmente com os outros
- Construir boas relações
- Tornar-se uma pessoa disciplinada
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- Manipular sabiamente o seu dinheiro
- Escrever e dar um testemunho
- Partilhar o evangelho com outros
- Liderar um grupo de células

Estas são apenas algumas das possíveis áreas em que é necessária a formação.

Aqui estão duas dicas para os treinadores:


a. Habilidades de transmitir
Os passos seguintes são os passos para a transmissão de competências.
i. Diga-lhe como se faz
ii. Mostrar-lhe como se faz
iii. Deixe que a pessoa o faça enquanto observa
iv. Deia feedback à pessoa
v. Liberte a pessoa para o fazer por conta própria

b. Imponha Confiança e Proporcione Motivação


As aptidões são mais eficazes quando a pessoa tem confiança na sua
utilização.
Normalmente, o maior problema não é a falta de habilidade, mas sim a falta
de confiança. É por isso que uma das principais tarefas do treinador é a
criação de confiança. As pessoas precisam de ser motivadas para se
destacarem. Focalizar a pessoa no seu sucesso e não no seu fracasso.

5. SEJA UM AJUDANTE NA VIAGEM ESPIRITUAL


A partir do momento em que uma pessoa entra no Reino de Deus, embarca numa viagem
espiritual, que continuará toda a sua vida. Nunca deixamos de ser discípulos de Jesus. Um
discípulo é um aprendiz, por isso nunca deixamos de aprender. Esta é uma verdade
fundamental da Bíblia. Isaías disse: "Ele desperta-me pela manhã, desperta-me o ouvido
para ouvir como quem está a ser ensinado (um aprendiz.)". (Isaías 50:4) Nunca termina a
sua viagem espiritual.
Uma das tarefas de um Criador de Discípulos é ajudar a pessoa a imaginar a sua viagem
espiritual e a aventurar-se nela.

23
B) COMO DISCIPULAR ALGUÉM?

PASSO 1: VENHA COMIGO

Então como se seleciona um discípulo?


Esta pode ser uma tarefa assustadora. E se eu escolher mal? É por isso que é tão importante
perguntar a Deus quem se deve discipular. Começa aí. Mesmo antes de Jesus escolher os Seus
discípulos, Ele subiu a montanha para orar (Lucas 6,12-13). Deus quer mostrar-te a quem deves
discipular, mas não tens de o fazer sozinho. Ele vai dirigir-vos.

Se Deus lhe mostrar uma pessoa que normalmente não escolheria, saiba que Cristo escolheu
homens com tendências muito humanas. Eram homens e indivíduos comuns, por exemplo: Simão
o Zelote odiava os romanos que ocupavam a Palestina, enquanto Mateus, o cobrador de impostos,
trabalhava para eles.

Ao pedir à pessoa que Deus pôs no teu coração para a discipular, não tens de dizer uma coisa
específica, mas podias dizer algo na linha de, 'Ei Nina, adoraria passar algum tempo extra contigo
durante a semana, pois adoraria ajudar-te na tua viagem espiritual'. Não o compliques, apenas o
diga algo como isto.

PASSO 2: ESTEJA COMIGO

O ditado "mais é capturado, do que ensinado", é uma ilustração perfeita para fazer discípulos.
Pode-se ensinar às pessoas tudo o que se quer, mas se elas te virem a viver esse ensinamento,
ele torna-se real o suficiente para imitar. Há muitos exemplos disto na Bíblia: Elias e Eliseu, Paulo
e Timóteo, Rute e Noemi, Jesus e os seus discípulos.

Leia Marcos 3:14


Para alguém 'estar contigo', significa que precisamos de estar dispostos a passar tempo com
aqueles que estamos á discipular em horas de conversa e de ligação dentro da vida normal. Não
é apenas um encontro semanal, mas sim um envolvimento diário com o seu discípulo.
Quando você faz as coisas que são importantes na sua vida com ele, isso começa a 'esfregar' o
caráter nele. Leia 2 Timóteo 3:10.

Quando se começa a passar tempo individual com outro cristão com o propósito de ter um
ministério na sua vida - tempo juntos na Palavra, oração, companheirismo, treino sistemático -
algo acontece também na sua própria vida. Leroy Eims

PASSO 3: APRENDA DE MIM

Além de aprenderem pelo estilo de vida de Jesus, os discípulos tiveram momentos de instrução
especial por parte de Jesus (Marcos 4:11). Jesus preparou-os para a oposição que eles poderiam
enfrentar (Marcos 10,16-18).

Dawson Trotman, fundador de Os Navegadores diz: 'Deixem os discípulos participar nas vossas
derrotas e nas nossas vitórias, mas também no que diz a Palavra de Deus (Isaías 54,17).
Tudo o que Jesus ensinou, Ele deixou então os Seus discípulos verem implementado na Sua
vida. Isto é aprender em acção.

24
PASSO 4: AGORA MOSTRE-ME

Depois de ter ensinado, não é o momento de se afastar. Tem de observar o seu discípulo, e dar
avaliação e feedback. Esta é a área de crescimento. Se não o fizer, o seu discípulo não crescerá
de forma constante. Eles precisam de saber que o que estão a fazer está certo ou errado, porque
começarão a fazer isto ao longo das suas vidas. Por isso, o feedback é essencial.

25
C) O QUE É QUE EU FAÇO NO NOSSO TEMPO JUNTOS?
(Extraído do Capítulo 6 do livro de Ben Wongs: Fazendo uma diferença permanente)

Fazer uma diferença permanente na vida das pessoas significará eu doar parte da minha própria
vida em troca disso. Há um preço a ser pago. Não é um preço de capacidade, mas sim um preço
de disponibilidade. Envolve o meu tempo e a minha vontade de dar na minha vida.
Alguém disse uma vez: "A maior capacidade é a disponibilidade". Como isto é verdade. Deus está
à procura da nossa disponibilidade e não da nossa capacidade. Ele pode dar-nos as capacidades
que não temos, mas não pode dar-nos o tempo que nós próprios não estamos dispostos a abdicar.

Todo o crescimento leva tempo. Demora tempo a desenvolver uma relação. Quanto mais tempo
passarem juntos, mais forte será a relação. Para que a confiança solidifique, tem de haver tempo.
É preciso tempo para se poder discipular.

Passar tempo juntos não significa necessariamente mudanças maciças nos seus horários ou estilos
de vida. O que é que já estão a fazer para que possam convidar a pessoa ou fazê-lo juntos?
Poderão ter uma refeição juntos - almoçar com ele se ele trabalhar perto de si.
Jantarmos juntos. Tomem um pequeno-almoço de manhã cedo antes de irem ambos para o
trabalho.

Seja criativo na sua utilização do tempo. Outro bom princípio é usar o tempo em que pode conhecer
a pessoa de qualquer maneira – pegue carona no seu tempo. Podem ir juntos para a igreja? Podem
sentar-se juntos durante a celebração? Pode tomar o pequeno-almoço antes das celebrações? Que
tal jantarmos juntos antes da célula ou jantar depois da célula? Ao fazer duas coisas ao mesmo
tempo, espreme-se mais horas no seu dia.

Para além dos tempos formais, há também actividades divertidas que podem ser realizadas em
conjunto - praticar desporto em conjunto, ir às compras, ir a um evento desportivo, acampar, fazer
um piquenique, passar férias em conjunto, etc. Decidir a frequência em conjunto. Para um novo
crente, o encontro todas as semanas é bom. Um novo bebé precisa de uma atenção mais intensiva.

Depois disto, poderia encontrar-se uma vez de duas em duas semanas ou ainda com mais
frequência. No entanto, a frequência precisa de ser aumentada novamente quando se estiver a
treinar um líder.
Quando não se pode encontrar pessoalmente use, o telefone, sms, WhatsApp ou outras formas
disponíveis numa sociedade moderna.

A coisa chave que se consegue ao passar tempo com a pessoa é a transmissão da sua vida. A sua
vida irá afectar a pessoa. Aceite este facto. Portanto, quanto mais aberto for, mais a sua vida será
usada por Deus para ter um impacto na pessoa.
Planear tanto para tempos formais como divertidos! Os tempos formais são mais estruturados -
planeados para alcançar certas coisas no vosso tempo juntos. Para os tempos informais, os planos
não são tão estruturados e detalhados.

1. A ÊNFASE IRÁ VARIAR NAS DIFERENTES FASES DA JORNADA

Há três fases da jornada espiritual de uma pessoa. É importante que a nossa ênfase seja
diferente para cada uma destas fases, uma vez que as necessidades são diferentes.

26
E são:
a. Nova Etapa do Crente
É muito importante, nesta fase, dar à pessoa um grande carinho. Os bebés morrem sem ele.
É preciso construir uma forte ligação com o novo crente. É também importante ajudar o crente a
fazer parte do Grupo " da Célula" - a sua nova família no Senhor. No entanto, a sua ligação com
ele é essencial.

b. Estágio Cristão em Crescimento


Há quatro áreas que desejará salientar nesta fase:
i. Comunhão com outros Membros da Célula
ii. Mudança de Valores, Relacionamentos e Atitudes
iii. Fundação em Cristo e a Sua Palavra
iv. Guerra Espiritual
v. Testemunhar e Cuidar dos outros

c. Estágio Líder
Nesta fase, a ênfase deve ser colocada no carácter e nas competências no ministério. No
entanto, ao ajudar outros a crescer, ele também crescerá em todas as áreas da vida cristã

2. PROCURE BASEIAR O QUE VOCÊ FAZ E O TEMPO QUE VOCÊ GASTA NA


PALAVRA DE DEUS

"Ouve, ó Israel: O Senhor nosso Deus, o Senhor é um só. Ama o Senhor teu Deus com todo o teu
coração, com toda a tua alma e com todas as tuas forças. Estes mandamentos que eu te dou hoje
devem estar sobre os vossos corações. Impressionem-nos nos vossos filhos. Falem deles quando
se sentam em casa e quando andam pela estrada, quando se deitam e quando se levantam.
Amarre-os como símbolos nas suas mãos e prenda-os na sua testa. Escrevam-nos nas ombreiras
das vossas casas e nos vossos portões". (Deuteronómio 6:4-9)

Para os judeus, a construção de uma pessoa começa desde a infância e tem lugar em casa. Os
pais foram instruídos para que os seus filhos memorizassem a Palavra de Deus. A memorização
foi o primeiro passo para compreender os conceitos da lei de Deus.
Embora uma criança não pudesse compreender as implicações das longas passagens das
Escrituras, que ele se comprometeu a memorizar, a interiorização das palavras foi o primeiro passo
no processo de compreendê-las.

Que o seu discipulado se baseie firmemente na Palavra de Deus. Concentre-se na memorização e


no estudo da Palavra. Pode usar os livros da Life Church para o ajudar a avançar com a materia,
mas ajude-os a incutir o hábito de ter um tempo diário com o Senhor. Partilhe as suas próprias
bênçãos e revelações da Palavra. Deixe que as suas conversas e as suas opiniões sejam baseadas
nas Escrituras.

3. CONSTRUA RELAÇÕES COM OS SEUS AMIGOS E FAMILIARES

Não se esqueça de conhecer e tocar a vida dos oikos (aqueles que têm relações estreitas com o
discípulo). Ore por eles regularmente quando se encontrarem. No início da sua relação, passe por
casa dele. Conheça os seus amigos através de ocasiões casuais.

27
Participar nas suas festas de aniversário. Va a sua casa durante o Ano Novo. Ao fazer isto, mata-
se dois coelhos com uma cajadada só. A sua família normalmente gosta de saber quem são os
amigos dos seus filhos. Vai satisfazer a sua curiosidade e aliviar a sua ansiedade.
Por outro lado, ensinará a esta pessoa como testemunhar perante aqueles que lhe interessam.

Aqui estão seis coisas que podem querer planear em conjunto para as vossas sessões. Podem
servir de enquadramento para si.

a. Construa relacionamento com a pessoa.


Desenvolver uma melhor compreensão um do outro. O relacionamento é a chave para
o sucesso da construção um-a-um.
b. Cuide das suas necessidades pessoais e ministeriais.
Ouça os problemas que possa ter e ajude-o. Existem algumas coisas
que ele não compreende ou não sabe como lidar?
Muitos cristãos queixam-se de se cansarem, mas a verdade é que ele se sente
realmente só - não se sente cuidado. É surpreendente o que um pouco de carinho e de
estar ao lado da pessoa pode fazer.
c. Partilhe uma bênção pessoal a partir da sua experiência ou da Palavra que teve
recentemente. Pode ser um testemunho de acção de graças pelo que Deus tinha feito.
Pode ser algo da Palavra no seu tempo de devoção. Pode até ser alguma dificuldade
que esteja a enfrentar, mas confia que irá funcionar para o seu bem.
Poderá então pedir-lhe para partilhar uma bênção que teve na última semana. Estas
partilhas mútuas de bênçãos tornar-se-ão momentos memoráveis para ambos. Deus é
real nas vossas vidas.
d. Prestem contas um ao outro nas áreas em que ambos estão a crescer. Isto pode ser
uma fraqueza com que estejam a lidar. Pode ser algo que Deus tenha condenado em
si. Pode também ser algumas disciplinas espirituais como a memória da Escritura, a
vida devocional, o testemunho de amigos, etc. Se está a trabalhar através dos manuais
da Life Church, poderia usar isso neste momento. Trabalhar através do material para
ver se a pessoa tem alguma dificuldade em compreendê-lo. Há alguma verdade em
particular que queira ter a certeza de que ele entendeu? E para você ter a certeza de
que ele fez as perguntas da aplicação nos módulos.
e. Decida em conjunto os materiais ou metas de crescimento o que ele precisaria de
fazer para a próxima vez que se encontrassem.
f. Orarem uns pelos outros.
Acaba sempre por ministrar-lhe através da oração. Se estiver a falar ao telefone, então
ore ao telefone. Assegure-se de orar tanto durante os tempos formais como informais.
Pode orar no restaurante ou no parque. Prepara a o atmosfera para que possa orar em
qualquer lugar.

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SECÇÃO 5: A JORNADA PESSOAL
Ao começar a discipular pessoas, apercebe-se de que pessoas diferentes estão em fases
diferentes e, portanto, podem precisar de um enfoque diferente dos outros que talvez esteja a
discipular. Saber onde a pessoa pode estar, ajudá-lo-á a compreender as necessidades da pessoa
nessa fase.

A) NOVA ETAPA DO CRENTE

Esta é a fase inicial de seguimento de um novo crente. Cada novo crente deve primeiro passar
por esta fase.

O seu primeiro passo é sempre relacional, tome tempo para construir um nível de confiança de
modo a permitir-lhe falar na sua vida. Isto pode levar muitos momentos de ligação, ouvindo a sua
história e contando a sua história. À medida que desenvolve a relação, aperceber-se-á de que a
pessoa precisa de crescer espiritualmente. Os nossos livros Equipar 1 e 2 podem ser utilizados
como ferramenta para o ajudar a identificar áreas de crescimento na vida do seu discípulo.
Mesmo que a pessoa seja nova na igreja mas tenha sido cristã durante algum tempo, encoraje a
pessoa a passar por estes livros, mais cedo ou mais tarde, talvez estará discipulando um novo
crente, e precisará de levar a pessoa através destas fases. Assim, a familiarização com o material
é útil.
Se o crente sente que tem necessidades imediatas a satisfazer que são urgentes e gostaria de
ser ajudado nessas áreas primeiro, então veja qual do material se aplica e ajude-o através disso.
Mais cedo ou mais tarde, ele irá percorrer o resto dos livros.

O que se segue é o projecto que estabelecemos para um novo crente. Isto irá ajudá-lo a saber o
que está a tentar construir numa pessoa enquanto cobre os livros 1 e 2. Os materiais são apenas
os meios para um fim e não o fim em si.
O novo crente deve chegar a esse nível:

1. Tem uma compreensão clara do que significa tornar-se cristão e tem a certeza da
sua salvação. Partilhou isto com outra pessoa - com base na sua experiência da nova
vida e na verdade das escrituras.

2. Ele sabe como ter um tempo devocional e está a tomar medidas para ter um diário.

3. Ele compreende o significado do baptismo e é baptizado no Corpo de Cristo.

4. Tem a sensação de fazer parte de uma nova família e compreende que, nesta família,
todos participam.

5. Ele faz parte de um grupo celular e está a descobrir os papéis que pode desempenhar
nele.

6. Compreende que é agora uma nova criação, nascida numa nova família e vivendo num
novo Reino. Neste novo Reino, existe um novo sistema de valores e a pessoa
precisa de se livrar dos valores antigos e vestir o novo. Ele está a começar a fazer
mudanças.

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7. Ele compreende a importância de esconder a palavra de Deus no seu coração e está
a fazer um esforço para memorizar as escrituras.

8. Ele compreende a importância de orar e está a aprender a ouvir a voz de Deus (The
Listening Room).

9. Ele compreende como identificar as tentações que entram na sua vida e sabe como
resistir ao Diabo.
10. Chegou a perceber as atitudes erradas na sua vida: quer pessoais ou sociais; e está
a tomar medidas para construir atitudes saudáveis. Fez uma lista de tais atitudes negativas
e está a desfazer-se delas. Ele determinou as atitudes positivas e está a tomar medidas
para as estabelecer na sua vida.

11. Ele compreende que é um seguidor de Jesus na sua vida diária e ser cristão não
equivale a "ir às reuniões cristãs".

12. Ele percebe que precisa de ser testemunha para outros da sua nova vida em Cristo,
especialmente com os seus oikos (as suas redes de relacionamento). Ele escreveu o seu
testemunho e sabe como partilhá-lo com os outros.

13. Compreende a importância de ter um cristão mais velho para o ajudar no seu
crescimento e está ligado a um Criador de Discípulos.

B) ESTÁGIO CRISTÃO EM CRESCIMENTO

Esta é a fase após o seguimento inicial, mas antes de uma pessoa se tornar um Líder. Um cristão
precisa de continuar a crescer. É importante que uma pessoa tenha uma base forte para a sua vida.
A primeira e segunda fase são cruciais para cada membro da igreja. Os livros Equipar, 3 e 4
ajudarão a pessoa a crescer e a tornar-se mais parecida com Cristo. Aqui estão alguns dos
fundamentos básicos que precisam de ser a base para cada crente.

Aqui está o projecto para esta etapa. O Cristão em crescimento deve chegar a esse nível:

1. Ele não só compreende que é agora um cidadão de um novo Reino com um novo
conjunto de valores, como está a reconstruir positivamente cada um dos seus principais
valores de acordo com os deste novo Reino.

2. Ele compreende que é um administrador do dinheiro que Deus confiou aos seus cuidados
e percebe a importância de dar generosa e regularmente à medida que Deus o conduz.

3. Ele sabe orar e está a demonstrar a sua dependência de Deus através de uma conversa
consistente com Ele em oração. Está também a aprender a responder às circunstâncias da
sua vida, levando-as perante o Senhor.

4. Ele sabe ouvir a voz de Deus e procura dialogar com Ele em todas as situações da vida.
Está a aprender a obedecer à liderança de Deus na sua vida.

5. Tem um forte sentido de pertença à família de Deus, nomeadamente à sua comunidade


de crentes, e procura construir e preservar a sua unidade. Ele participa activamente nesta
comunidade e faz disto uma grande prioridade na sua vida.

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6. Identificou as fraquezas da sua própria vida e está a experimentar avanços nestas
questões.

7. Ele alimenta-se regularmente da Palavra de Deus e aplica-a à vida. Ele está


constantemente a memorizar as escrituras. Ele tem uma compreensão básica da Bíblia.

8. Aprende a ser sempre alegre e grato por todas as coisas. Tem uma perspectiva positiva
em relação à vida e ao ministério que se baseia nas promessas de Deus e, por isso, eleva-
se acima das circunstâncias da sua vida.

9. Ele aprendeu a construir relações com outros que glorificam a Deus. Ele está disposto a
estar aberto aos outros, especialmente à sua comunidade e ao seu mentor. Está a viver em
harmonia com as pessoas que o rodeiam e com os seus familiares.

10. Ele está a viver o amor e o cuidado no seu local de trabalho (ou de estudo) e demonstra
o mais alto nível de integridade. Sente-se chamado ao local onde é colocado no trabalho,
família, amigos e na sua comunidade.

11. Ele conhece a importância de ter um coração de servo e demonstra uma vontade de
servir os outros mesmo em tarefas de serviço. Ele é imparcial na escolha de quem serve.

12. É sensível às necessidades das pessoas que o rodeiam, e toma a iniciativa de cuidar
e orar por aqueles que precisam.

13. Ele está a construir o hábito de orar regularmente pelos seus amigos e familiares
incrédulos.

14. Ele testemunha activamente a bondade de Deus na sua vida e na vida dos que o
rodeiam.

15. Tem uma compreensão básica de como acompanhar um novo crente. Está a ajudar
alguém ou a ser ele próprio responsável por acompanhar um novo crente, levando uma
pessoa através dos itens da fase de Novo Crente, iniciando o processo de se tornar um
Criador de Discípulos.

16. Ele está a desenvolver uma preocupação com os não alcançados noutras partes do
mundo. Ou apoiou um membro da sua comunidade para ir numa viagem de missão de curto
prazo, ou juntou-se a uma missão ele próprio.

C) ESTÁGIO DE LÍDER

Uma pessoa pode não ter todos os itens definidos para o Cristão em Crescimento antes de se
tornar um Líder. Quaisquer itens que ainda estejam em falta precisam de continuar a ser
construídos nesta fase. Não se esqueça que a primeira e segunda fases são as fases fundamentais
para todos na Igreja.
Agora vejamos o projecto de um líder. Quais são as qualidades e aptidões que queremos
desenvolver nele?

1. Desenvolver uma ânsia de aprender e está a tomar a iniciativa de aprender. Aprende


com Deus, com os seus líderes, com o seu mentor, bem como com os membros da sua
equipa.

31
2. Ele tem a convicção básica de que nada pode fazer sem Deus (João 15:5). Ele está a
desenvolver uma confiança em Deus e um desejo de orar. Isto torna-se a maior fonte de
força para ele.

3. Ele tem um bom testemunha em casa. Os seus familiares podem não concordar com a
sua crença em Jesus, mas podem ver que as mudanças na sua vida são boas.

4. Desenvolveu fidelidade no seu trabalho (ou escola) e tem influência sobre os seus
colegas de trabalho (ou colegas de escola).

5. Ele sabe como escrever a declaração de visão de vida para a sua própria vida.

6. Ele tem uma compreensão do preço de ser um líder e tem um compromisso básico de
pagar tal preço. Ele tomou a decisão de seguir Jesus mesmo em tempos turbulentos.

7. Ele é claro quanto ao porquê de acreditar em Jesus Cristo e tem uma forte convicção da
sua fé. Ele demonstrou esta convicção através de momentos de tremor na sua vida.

8. Tem as competências básicas nas relações interpessoais:


a. Construir relações fortes e saudáveis
b. Resolução de conflitos entre indivíduos
c. Competências básicas de comunicação
d. Conhecimentos básicos de namoro e cortejo.

9. Ele captou a visão da igreja e compreende as "atmosferas" (cultura) que a sua igreja
quer construir. Ele é um membro activo da igreja. Ele frequenta uma célula e serve em
Celebração.

10. Ele tem um desejo e sabe como fazer sobressair o melhor nos outros.

11. Está a discipular alguém e está a encorajá-lo a discipular outra pessoa.

12. Tem uma compreensão de como equipar outros e tomou medidas para equipar
algumas das pessoas que lidera.

13. Está a desenvolver-se para ser um bom ouvinte e sabe como cuidar das pessoas que
está a liderar.

14. Ele sabe como usar o momento de edificação um-a-um para ajudar alguém a crescer.

15. Ele sabe relacionar-se bem com as pessoas novas da comunidade.

16. Ele sabe como motivar e levar os outros a alcançar a comunidade.

17. Ele sabe como unir o povo como uma comunidade amorosa.

18. Ele sabe como acompanhar um novo crente e pode ensinar outros a fazê-lo:

19. Ele sabe o que fazer para treinar outro.

32
20. Compreende a importância do trabalho de equipa e sabe como liderar uma equipa.

É importante compreender que esta é a imagem final de um líder totalmente treinado. À medida
que vemos potencial nos próximos líderes, certificamo-nos de que estão a ser discipulados dos
líderes acima descritos.

33
SECÇÃO 6: PROBLEMAS?
(Benjamin Wong: Fazendo uma diferença permanente pg 211-226)

"Sabe que os problemas serão o seu companheiro constante ao longo da vida. Não há maneira
de poder estar sem eles. Jesus prometeu àqueles que O seguem que terão problemas.

"Tenho-vos dito estas coisas, para que em mim possais ter paz". Neste mundo tereis
problemas. Mas tende bom ânimo! Eu venci o mundo".João 16:33)

No entanto, Jesus disse que podemos relaxar (ter bom ânimo) - na Versão Autorizada, diz, "ter
bom ânimo". É algo para alegrar quando se tem dificuldades. Sim! Sejam felizes! Viva!
Tiago deu-nos a mesma mensagem. Disse ele,

Considerai-a pura alegria, meus irmãos, sempre que enfrentais provas de muitos tipos,
porque sabeis que a prova da vossa fé desenvolve a perseverança. A perseverança deve
terminar o seu trabalho para que possais estar maduros e completos, não vos faltando nada.
" (Tiago 1:2-4)

Quando temos todo o tipo de problemas a invadir as nossas vidas, é tempo de nos regozijarmos.
Não apenas alegria vulgar, mas alegria "pura". Um proverbio chinesa, diz-se para a tratar como
"grande alegria" - não apenas alegria normal. Quando surgem problemas - ha, ha, ha, ha, ha! Mais
problemas - ho, ho, ho, ho, ho! Muitos problemas - Yipppeeee - Wooooeeeeee! Esta é a vida cristã
normal.
Porque podemos ser tão felizes quando temos problemas? Jesus disse que é porque Ele venceu
o mundo (João 16,33). Problemas e dificuldades inevitavelmente criarão uma maior fé e nos
tornarão mais fortes para perseverarmos em ver a vontade de Deus feita. Isto é certo porque Jesus
já conquistou a vitória. Não há dúvida de que iremos vencer, mas precisamos de passar pelo
processo de teste. É por isso que Deus permite que os problemas entrem nas nossas vidas e que
precisamos de ser felizes quando eles chegam.

UMA ILUSTRAÇÃO INTERESSANTE


Quando fabricaram pela primeira vez as bolas de golfe, fizeram as coberturas suaves. Depois
descobriu-se que, depois de uma bola ter sido polida, era possível obter mais distância da
mesma. Assim, começaram a fabricá-las com coberturas com covinhas. Os testes
subsequentes provaram que há menos fricção quando a bola viaja pelo ar quando há covinhas
na bola. Portanto, é como a vida; são necessários alguns pontos ásperos na sua vida para o
fazer ir mais longe.

A sua vida não será livre de problemas e isto inclui a sua vida como mentor. Isto é ainda mais
inevitável quando consideramos que estamos a lidar com a relação de duas pessoas aqui. O facto
de os homens poderem formar relações vitais um com o outro, que serão basicamente livres de
problemas e conflitos, é um mito. Também na esfera das relações, as dificuldades podem tornar-
se uma grande bênção.

Um ditado chinês diz assim: "Sem lutar, não nos conhecemos realmente uns aos outros".
Da mesma forma, Lord Kelvin disse: "Quando se está frente a frente com uma dificuldade, está-se
contra uma descoberta". Quando surge um problema, esse é geralmente o momento para uma
34
descoberta. Portanto, quando a pessoa que estás a discipular enfrenta um problema, espera que
Deus a use para mudar a sua vida.
Portanto, é óbvio que a questão não é o problema, mas como podemos enfrentá-la e transformá-
la numa vantagem nas nossas vidas. Alguém disse: "A vida é cerca de 20% no que nos acontece
e 80% na forma como respondemos aos acontecimentos". Neste capítulo, identificaremos alguns
dos problemas que você ou a pessoa que está a discipular irão enfrentar e mostrar-lhe-emos como
maximizar os seus benefícios.

A) TENDO PROBLEMAS DE ENCONTRAR TEMPO

As pessoas da cidade estão muito ocupadas. Com as pesadas exigências do trabalho, já é difícil
encontrar tempo para a Igreja, grupo de celulas, família e amigos. Ser um Fazedor de Discípulos
significará tempo para além de todos estes compromissos. Uma das maiores queixas dos
Fazedores de discípulos e daqueles que querem ser discípulos é "Eu não tenho tempo! Este pode
ser um problema legítimo, mas pode haver respostas.

É UMA QUESTÃO DE IMPORTÂNCIA E NÃO DE TEMPO


O que fazer se for o mentor e não tiver tempo suficiente? Bem, ninguém conhece melhor o
seu tempo do que você; no entanto, a experiência diz-nos que as pessoas tendem sempre
a encontrar tempo para fazer as coisas que ele realmente quer fazer. Portanto, será que a
questão é prioritária e importante e não o tempo? Então, vê realmente o valor de investir o
seu tempo na construção de outra pessoa?

Quando se torna um mentor para alguém, está a desempenhar o papel de pai espiritual. Um
pouco de investimento de tempo irá contribuir muito para as suas vidas. Que oportunidade
fantástica de fazer uma diferença permanente!

NÃO FAÇA MUITO


Os pais têm tendência a fazer demasiado pelos seus filhos devido ao seu grande amor por
eles. Como resultado, as crianças são estragadas. Nunca ajudam a arrumar as suas
próprias meias e sapatos quando os tiram. Eles não penduram as suas próprias roupas.
Não fazem a sua própria cama. Não ajudam a pôr a mesa, a limpar a loiça, a trabalhar em
casa ou a passar a ferro. Por outras palavras, tornam-se preguiçosos, dependentes e
irresponsáveis.
Assim, é com os pais espirituais. Os discipuladores podem fazer demasiado. São sempre
eles que fazem as chamadas telefónicas. Eles fazem todas as visitas. Eles fazem todos os
trabalhos de casa. Quando o fazem, então ele não precisa de fazer nada. Um pobre líder de
célula é aquele que faz tudo no grupo de células. Um discipulador que faz tudo é um mau
discipulador. Nunca faça nada pela pessoa que ele possa fazer por si próprio. Esta é uma
regra muito importante. Não faça a pessoa depender de si.

AS SUAS EXPECTATIVAS SÃO IRREALISTAS


Como se afirma na maior parte deste livro, é muito importante que tenhamos um plano em
tudo o que queremos fazer - especialmente quando queremos construir uma pessoa. No
entanto, é fácil ser irrealista na nossa expectativa de crescimento da pessoa. Não há atalho
para o crescimento. Muitas vezes, esquecemo-nos de que levámos tempo a crescer. É como

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se os adultos por vezes esperassem que as crianças pudessem comportar-se como adultos
- esquecemo-nos de que são apenas crianças.
Há também a possibilidade de esperar demasiado de si próprio. Lembre-se de que deve
assegurar-se de que a pessoa está a ser construída. Não pode fazer tudo sozinho. A maior
parte dos tempo, outros podem fazê-lo melhor do que você. Exponha a pessoa a quem o
pode fazer - isto facilita a sua vida.

NÃO TEM TEMPO


O que é que se faz quando a pessoa que se está a ajudar parece não ter tempo? Não
aparece ou aparece muito tarde. Quando ele chega, a sua mente está noutro lugar. Qual é
o problema? Ele pode estar a ter algum problema pessoal que ocupa o seu coração e que
não lhe tenha dito. Diga à pessoa que se preocupa e que está interessado em qualquer
coisa que o possa estar a incomodar. Não assuma que ele não está interessado em crescer,
mas que pode ter alguns problemas que está a enfrentar. "Podemos Orar juntos?"

A comunicação é a chave - certifique-se de que ouve o que lhe vai no coração. Atraia-o para
lhe dizer a verdade. Ele pode ter medo de lhe dizer o que realmente sente. Ele pode estar
aborrecido com o tempo que passam juntos. Pode estar a ter um problema consigo que
precisa de ser resolvido. Pode estar desanimado porque há um problema na sua vida em
que está a tentar trabalhar, mas está sempre a falhar. Pode haver muitas razões pelas quais
ele não tem interesse ou não tem tempo.
Também neste caso, ele pode estar genuinamente a lutar pelo tempo - é preciso dar-lhe
alguma margem de manobra. Encontrar-se mais curto ou encontrar-se mais raramente. Um
dia, basta fazer uma pausa durante algum tempo para que ele possa lidar com alguma
situação - por exemplo, exames, fazer um inventário no trabalho, lidar com um problema
familiar, etc. Basta Orar por ele e telefonar-lhe durante esses momentos. Pode até querer
orar ao telefone. Por vezes, não se encontrarem juntos está a mostrar que se preocupam.

B) LUTANDO COM AREAS FRACAS


Uma das maiores fontes de desânimo está a cair repetidamente numa área de fraqueza.
Todos nós temos coisas de que não gostamos em nós próprios ou fraquezas que queremos
ultrapassar. É como as pessoas que tentam deixar de fumar. Algumas pessoas têm mau
feitio que tentam ultrapassar, mas de vez em quando um surto resultará num profundo
sentimento de derrota. Como superamos estas areas fracas em nossas vidas? Como
podemos ajudar os outros a vencê-los?
Paulo tinha uma fraqueza com a qual se debateu repetidamente. Por vezes, falhou e caiu
em pecado. No seu desespero, ele gritou a Deus - "Oh Deus! Por favor, ajude-me a superar
esta fraqueza. Tira-ma, para que eu não lute mais com ela". No entanto, mais uma vez ele
lutou com ela e caiu. Três vezes Paulo chamou a Deus para lhe tirar a sua fraqueza - então
a resposta veio:

"A minha graça é suficiente para vós, porque o meu poder se torna perfeito na
fraqueza". Por isso, vangloriar-me-ei ainda mais das minhas fraquezas, para que o
poder de Cristo repouse sobre mim (2 Coríntios 12,9).

A resposta foi um retumbante "Não! Deus disse que Paulo teria de combater a sua fraqueza
durante toda a sua vida. Contudo, cada vez que ele pedia ajuda, o poder de Deus estava
36
disponível. A frase anterior diz: "A minha graça é suficiente para vós". A graça é receber o
que não merecemos. Isto irá manter-nos humildes para o resto das nossas vidas. A graça e
a misericórdia de Deus seguir-nos-ão durante todos os dias da nossa vida. Isso não é
excitante!

Por vezes temos de lutar com algumas das nossas areas para o resto das nossas vidas.
Contudo, existe uma grande diferença entre "area fraca" e "coração fraco". Deus permite-
nos ter problemas - como Paulo - mas Deus quer que tenhamos um coração terno para com
Ele.

Ele odeia a rebelião deliberada. Ao rei David não faltaram deficiências, mas Deus estava
satisfeito com ele porque tinha um coração arrependido.

C) TENDO FALTA DE INTERESSE

Uma situação desprovida de moral e entusiasmo pode ser como comer caril que não está
quente (cresci a comer caril). Para aqueles que não sabem o que quero dizer, é como beber
um refrigerante que não tem efervescência. Quando isto acontece, ou é algo de errado com
a relação, com o que fazem juntos ou como o fazem. É importante que acrescentemos mais
caril ou a comida não será consumida.

Se não estiver entusiasmado, é difícil criar entusiasmo quando se encontra. Aprenda a ser
entusiasmado e a mostrar entusiasmo. Se não souber como, peça ao seu mentor que lhe
mostre. Algumas pessoas geram entusiasmo para onde quer que vão, porque estão a
borbulhar com ele. O entusiasmo pode ser construído.

Algumas pessoas gostam de falar enquanto outras gostam de fazer coisas em conjunto.
Jesus fez as duas coisas com os seus discípulos. Tentam visitar outros juntos - visitar
amigos mútuos, visitar os seus amigos, ou visitar os doentes. Jogar juntos - uma das
melhores alturas para falar é depois de um jogo de bola. Comam juntos. Passeiem juntos.
Tornar as coisas interessantes através de actividades criativas. Viagens de campo são uma
das melhores coisas - ir juntos numa viagem de missão vai fazer muito à sua relação.
Acampem juntos. Aprendam um curso de formação juntos. Leiam um livro interessante
juntos.

Ajude a pessoa a sobressair em fazer coisas em que ela é boa. Por vezes somos tão bons
a enfatizar o que a pessoa não é boa a fazer que esquecemos que é mais fácil motivar uma
pessoa encorajando-a quando ela é bem sucedida. Sim, o fracasso é um bom professor,
mas o sucesso é um melhor professor. Muitas vezes, aprendemos muito mais com o nosso
sucesso do que com os nossos fracassos. O fracasso mostra-nos o que não funciona, mas
o sucesso mostra-nos o que funciona.

Preste atenção às coisas que motivam a pessoa - aquilo por que ela é apaixonada! Faça
disto o ponto de partida do seu edifício para a sua vida. Certifique-se de que celebra os
seus sucessos. Marque o seu progresso. Irá descobrir que, muitas vezes, esta área tem a
ver com a visão ou o projecto que ele tem para a sua vida. Ajude-o a manter a sua visão
clara perante ele. A sua visão irá motivá-lo a partir de dentro.

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D) COMPARAÇÃO - CIÚMES
Um ditado chinês diz: "A cor verde, sai do azul, mas ultrapassa a cor azul". Significa que a
pessoa que vem depois supera o seu antecessor. Este é um ideal dos Chineses. No entanto,
na realidade, os chineses têm tido muito medo de serem ultrapassados pelos seus
seguidores. É por isso que no kung fu chinês, o mestre não ensinaria ao aluno tudo o que
ele sabe. Ele só entregará 80% da sua arte marcial - no caso dos seus alunos se rebelarem
contra ele. Isto não é assim com Jesus. Antes de os deixar para irem à cruz, Ele disse-lhes
isto.

"Digo-vos a verdade, qualquer pessoa que tenha fé em mim fará o que eu tenho
feito. Ele fará coisas ainda maiores do que estas, porque eu vou para o Pai".
(João 14:12)

Jesus certificou-se mesmo de que fariam coisas maiores do que Ele, pedindo ao Pai que
lhes enviasse o Espírito Santo.

A comparação, inveja e ciúme sempre foram um problema com as pessoas ao longo dos
tempos. Continua a ser um dos principais motivos de desunião na cristandade e entre as
Igrejas. Sim, há uma hipótese de que a pessoa que vem depois de si o ultrapasse. Vai dizer
"aleluia" ou vai tentar suprimir o seu sucesso?
O rei Saul não pôde viver com o sucesso de David - especialmente quando o jovem o
superou. Quando o povo saudou Saul após a sua vitória sobre o inimigo, dançou e cantou,

"Saul matou os seus milhares e David as suas dezenas de milhares". (1 Samuel 18,7)

A Bíblia diz-nos isso,

"Saul estava muito zangado; este refrão galopou-o. "Eles creditaram David com
dezenas de milhares", pensou ele, "mas eu com apenas milhares". Que mais pode
ele obter senão o reino?". E a partir desse momento Saul manteve um olhar
invejoso sobre David". (1 Samuel 18:8-9)

Os ciúmes têm matado muitas pessoas. Vai envenenar muitas relações. É preciso pedir a
Deus que lhe dê o espírito de Jesus, que, em primeiro lugar, nunca procurou a glória para si
próprio, mas tudo só para Deus. Não preciso de temer que outros roubem a minha glória se
eu não tiver com quem começar. Procurai glorificar a Deus sozinho. Um bom lema para o
mentor seria: "Sem controlo, não há glória!"

E) LIDANDO COM CONFLITOS E CRÍTICAS


Os problemas nas relações apresentam-se de duas formas - conflitos e críticas. Os conflitos
podem ser uma bênção se nos certificarmos de que compensamos após o conflito através
do perdão e do pedido de perdão. A melhor fase do grupo celular é a fase do conflito. Esta
é a fase em que o grupo de células pode crescer mais. Quando saímos da fase de conflito,
a nossa relação é muito melhor. A chave é que não desistimos e não permitimos que
ninguém na célula desista. Temos de ultrapassar, e ultrapassaremos. Portanto, é com a
relação de construção.

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O segundo tipo de problema é mais difícil de resolver. Isto tem a ver com críticas. Há dois
tipos de críticas - as que são construtivas e as que são destrutivas. É importante que
façamos uma distinção entre elas.

"Não repreendas um escarnecedor ou ele irá odiar-te; repreende um homem sábio e


ele irá amar-te. Instrui um homem sábio e ele será ainda mais sábio; ensina um
homem justo e ele contribuirá para a sua aprendizagem". (Provérbios 9:8-9)

Um homem sábio aceita as críticas dos outros. Veja o motivo por detrás da crítica. Qual é o
espírito em que a crítica foi feita?

• É a pessoa que o diz como algo para o ajudar e construir ou para o destruir?
• As palavras são ditas por preocupação pessoal ou por ofensa pessoal?
• É a pessoa que o ama ou que não gosta de si?
• A pessoa é positiva a seu respeito ou tende a ser frequentemente negativa?

Agradeço a Deus por me ter dado muitas pessoas que amorosamente me repreenderam ou
criticaram. Em chinês, chamamos-lhes lembretes. A minha vida está em dívida para com
eles. Alguns dos meus melhores críticos têm sido a minha mulher e os meus colegas mais
próximos. Tenho sido repreendido pelo meu pai espiritual muitas vezes e tenho estado
melhor por causa deles. Na construção da relação, precisamos de ser responsáveis uns
pelos outros. Por vezes, significa lembrar gentilmente a outra pessoa quando ela está errada.
Precisamos de nos amar o suficiente para nos atrevermos a enfrentar. Contudo, a regra é
que temos de nos certificar de que a pessoa sabe que o amamos muito. Não se deixe levar
por críticas que se avariem, seja sensato para assumir as críticas que o constrói.

Quando se enfrenta um problema, então é-se abençoado, porque é tempo de crescer - é tempo de
confiar em Deus. A verdade é que não se pode discipular uma pessoa sozinha. Não se pode mudar
uma pessoa com sucesso - só Deus o pode fazer. Os problemas tornam-no mais consciente de
que precisa de confiar em Deus.

Tenho perguntado a muitos cristãos se acham que Orar é muito importante. Até agora, ainda não
encontrei uma pessoa que dissesse que não é importante. Contudo, perguntei também a muitos
cristãos se estão satisfeitos com as suas vidas de oração e, na maioria das vezes, a resposta não
é afirmativa. Isto levanta uma questão interessante, porque é que os cristãos não oram mais, uma
vez que pensam que Orar é importante?

No início, não consegui compreender, até que um dia, essa resposta se tornou óbvia para mim.
Não oramos porque não temos de Orar. Pensamos que podemos tratar das coisas nós próprios.
Dito de outra forma, quando é que um cristão Ora com mais Perseverança? A resposta é quando
ele próprio não consegue lidar com as questões - quando elas estão para além dele. Quando não
podemos depender de nós próprios, sentimos a necessidade de confiar em Deus - precisamos de
orar. É por isso que os problemas são tão bons para nós.
Os problemas são oportunidades - oportunidades para confiar em Deus - oportunidades para
crescer!

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SECÇÃO 7: MULTIPLICAÇÃO
Pode estar a pensar que o seu trabalho termina depois de ter discipulado alguém, mas isto é apenas
o começo. É um começo emocionante. Quando Jesus disse em Mateus 28,19-20: 'Ensinai-lhes
tudo o que vos ensinei', isto também significava ensiná-los a discipular outra pessoa. O discipulado
nunca foi um programa estático, mas sim uma viagem viva e dinâmica que passa por gerações de
pessoas. É assim que ocorre a multiplicação.

Ao estudar as Escrituras, descobre-se que a preocupação de Deus é sempre para o indivíduo. As


multidões estão sempre presentes e muito no coração de Deus, mas parecem ser o pano de fundo
no palco da eternidade. O centro do palco é sempre o homem que Deus pode usar para multiplicar
o ministério. Ele sabia que se houver um Josué ou Gideão ou Moisés ou David ou Paulo, as
multidões serão alcançadas e receberão a instrução e ajuda de que necessitam. (Eims 1978:112)

Bengamin Wong explica a multiplicação desta forma:


Quando eu era um jovem cristão, o meu pai espiritual costumava dizer-me: "Ben, não basta que
tenhas filhos. É bom ser pai, mas é preciso ter netos para se ter realmente sucesso". Agora,
obviamente, ele apontava para filhos e netos espirituais.

O objectivo de um mentor é ver os seus netos ou bisnetos. Por outras palavras, o seu filho espiritual
deve reproduzir-se e ter os seus próprios filhos. A afirmação é verdadeira que "o sucesso sem
um sucessor é um fracasso". Quando a reprodução tem lugar, então o processo torna-se
multiplicador. (Wong 2008:227-228)

UMA VERDADEIRA HISTÓRIA


Um dia, trouxe a pessoa que eu estava a discipular para conhecer o meu mentor. Quando
apresentei o jovem ao meu pai espiritual, vi nele algo que nunca pensei ter visto antes. Havia
uma alegria que parecia borbulhar nele. Ele não podia deixar de sorrir e o seu sorriso
estendia-se de um lado do seu rosto para o outro lado. Fiquei curioso por ele estar tão feliz
naquele dia. Era o seu aniversário? O que era?

Não podia esperar mais, assim que o jovem saiu naquela tarde, perguntei imediatamente ao
meu mentor: "Diz-me, porque estavas tão cheio de alegria hoje"? "Descobrirás um dia", foi
a sua resposta. "O que queres dizer? Não compreendo. Diz-me agora".

"Um dia, olhará para o seu neto e sentirá o mesmo que eu sinto hoje. Nesse dia,
compreenderá plenamente o que lhe estou a dizer hoje".
Hoje, descobri o que ele quis dizer - muitas vezes ao longo do tempo. Lembro-me de quando
me tornei pai físico pela primeira vez - trouxe à tona tal amor que não sabia que fazia parte
da minha personalidade. Pensei que esta era a plenitude máxima de amor que uma pessoa
poderia ter. No entanto, um dia, quando tiver os meus netos, penso que essa experiência
será a melhor. Até certo ponto, já conhecia este olhar sobre os meus netos espirituais e
sobre os meus bisnetos. ’ (Wong 2008:229)

Na Life Church desenvolvemos uma roda, significando o círculo de multiplicação a partir da


reprodução espiritual de si próprio. Em cada fase, incluímos alguns passos úteis a dar à medida
que se cresce espiritualmente. A quarta fase centra-se no discipulado, que começarão então a

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discipular outra pessoa desde a fase infantil até à fase parental. Esta roda de discipulado continua
a rolar dinamicamente à medida que multiplicamos os nossos discípulos.

NÓS PERTENCEMOS: A Fase Infantil


Objectivo:
Para saber se a Life Church é a família a que pertence.

Como?
1. Visite a nossa celebração e as nossas celas. Como está em comunidade com outros,
começará a sentir se pertence ou não a esse lugar.
2. Salvação: Começa-se a compreender que se pertence a Deus e que Ele quer uma relação
consigo. A Salvação é aceitar Jesus como parte da tua vida.
3. Encontre uma célula (pequeno grupo que se reúne todas as semanas) na qual se sinta
como se pertencesse. Desenvolver amizades e 'Fazer a vida em conjunto'.

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NÓS CONECTAMOS: A Fase da Criança
Objectivo:
Para desenvolver relações significativas à medida que se liga com as pessoas e com Deus.

Como?
1. Discipulado: Realiza-se principalmente através dos nossos grupos celulares. O
discipulado não é um programa, mas sim "viver a vida em conjunto".
Estão disponíveis ferramentas como os nossos livros de discipulado para o ajudar a ser
discipulado.
2. Explorar o fim-de-semana: Este decorre durante um sábado e um domingo. É um tempo
relacional, pois irão conhecer os Pastores e o Pessoal e ouvir mais sobre a Visão da igreja
e como podem estar envolvidos.
3. Servir: Somos todos chamados a servir-nos uns aos outros. Na Igreja da Vida
encorajamos todos a servir num domingo, na cela e na vossa comunidade. Isto é ser as
mãos e os pés de Jesus

ESTAMOS EQUIPADOS: A Fase Adulto Jovem


Objectivo:
Para se equipar para fazer a diferença no seu mundo

Como?
1. Desenvolvimento Espiritual Pessoal: Cada um de nós precisa de ser responsável pelo
nosso crescimento pessoal. Temos recursos tais como livros, devocionais, CDs à sua
disposição no nosso Balcão de Recursos para o ajudar.
2. Desenvolvimento da Liderança: Acreditamos que todos podem ser um líder. À medida
que cresce através das suas células, será desenvolvido na sua capacidade de liderança
para influenciar os outros. Formação interna, formação de Líderes de Células e cursos de
desenvolvimento de Liderança são ministrados para o ajudar a crescer.
3. Aplicação prática de liderança: À medida que aprende, precisa de se candidatar nas suas
áreas de influência, na sua comunidade e na igreja para fazer a diferença.

SOMOS LIBERADOS: A fase dos pais


Objectivo:
Para chegar a um lugar de multiplicação. Para ter filhos espirituais que irão fazer a viagem
de discipulado como discípulos de outra pessoa.

Como?
1. Discípulo dos outros: Obedecer ao apelo de Jesus sobre a tua vida para 'Vai e faz
discípulos', é a chave para o teu contínuo crescimento e transformação
a sua comunidade, uma vida de cada vez.
2. Chumbo e multiplicar: Liderar e multiplicar continuamente o que aprendeu pode ter uma
influência significativa no seu mundo e nas gerações vindouras.
3. Transformação da Comunidade: Tornamo-nos sal e luz à medida que resolvemos os
problemas nas nossas comunidades e sociedades à medida que se transformam em lugares
onde Deus reina e não o mal.

O seu objectivo não deve ser apenas um fazedor de discipulos, mas ver o seu discípulo tornar-se
ele próprio um fazedor de outros dicipulos. É assim que iremos discipular as nações. Prepara-te
para ser avó espiritual e prepara os teus filhos espirituais para se tornarem pais. Os discípulos
discipularam os seus discípulos para discipular novos discípulos. O resultado? A tua e a minha
salvação.
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BIBLIOGRAFIA
• Eims, Leroy 1978. A arte perdida de fazer discípulos. Editora Zondervan: Michigan
• Moore, Ralph. 2012. Fazendo Discípulos. Livros de padeiro: Michigan
• Watson, David. 1981. Discipulado. Hodder & Stoughton: Londres
• Wong, Benjamin 2008. Fazendo uma diferença permanente. Tocar em ministérios
limitados: Hong Kong

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