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Introdução
I. Cristo é a Missão
1
Dicionário Bíblico Wycliffe, CPAD, 2009, p.950.
2
IDEM, p.952.
Ensinar é um oficio que não se encaixa nas alternativas imediatistas da
atualidade. Quem ensina deve ter consigo a convicção de que está envolvido em um
projeto de longo prazo e que precisará de tempo e paciência para executá-lo.
Parecem contraditórias estas afirmativas ao falarmos de Cristo que teve pouco
tempo (três anos) de ministério, mas se levarmos em consideração toda sua vida antes
(preparação) e também pensarmos que sua estadia entre os homens inaugurava uma
missão que deveria ser continuada por seus seguidores, faz todo sentido.
Jesus é o mestre dos mestres, o excelente. A realidade de sua missão baseada
no ensino é claramente demonstrada em muitas narrativas, a exemplo: “E lhe ensinava
muitas coisas por parábolas” (Mc 4: 2); “E ensinava nas suas sinagogas” (Lc 4: 15); “E
ele começou a ensiná-los” (Mt 5: 1-2); “... porque os ensinava com autoridade” (Mc
1:22); “Ensinando em Cafarnaum” (Jo 6: 59).
Jesus o que cura, opera milagres e prodígio é muitas vezes esquecido no
aspecto mais lembrado nos Evangelhos acerca do seu ministério. Podemos dizer que
tudo que Jesus fazia tinha o intuito de apresentar suas posições, seu ensino.
Nicodemos, homem fariseu e um dos principais dos judeus (Jo 3:1), ao ter com
Jesus afirma algo que nos na atualidade insistimos em dizer ao contrário, ele disse:
"Mestre, sabemos que ensinas da parte de Deus, pois ninguém pode realizar os sinais
miraculosos que estás fazendo, se Deus não estiver com ele". João 3:2.
1. Autoridade
“As multidões estavam maravilhadas com seu ensino, porque Ele ensinava
como quem tem autoridade”, assim o evangelista Mateus (7: 28-29) disse acerca de
Jesus. A autoridade3 é a sua consciência de Deus.
Eles (os escribas) consumiram muito do seu tempo em disputas inúteis. Jesus estava
acessível, sua mensagem é simples e útil, entregando a verdadeira palavras de Deus;
não gastou seu tempo em disputas insignificantes e debate de questões sem
importância, mas confirmou sua doutrina por meio de milagres e da pregação;
ensinando com todo poder, e não da maneira vã e tola dos mestres judeus. Ele
mostrou que tinha autoridade para explicar, para fazer cumprir, e mudar as leis
cerimoniais dos judeus. Ele veio com autoridade, tal como nenhum homem poderia
ter, e não é notável que seu ensino os surpreendesse 4.
2. Eficácia
A eficácia é o efeito produzido pelo ensino de Cristo. Enquanto Jesus viveu seu
ensino em grande parte está relacionado ao “reino”. Marcos 1: 15 diz que Jesus veio
“pregando o Evangelho do Reino de Deus” e Mateus 4: 23 apresenta: “Jesus foi por
toda a Galileia, ensinando nas sinagogas deles, pregando as boas novas do Reino...”
Entendendo que eficácia está relacionada a fazer as coisas certas, diferente de
eficiência que consiste em fazer certas coisas, o ensino de Cristo torna-se eficaz na
3
Do grego exousia, “poder” ; “autoridade”. Em um sentido quase pessoal, derivado do judaísmo
posterior, significa: de um poder espiritual, e, portanto, de um poder terreno (STRONG).
4
Notes on the Bible by Albert Barnes [1834]. Text Courtesy of Internet Sacred Texts Archive.
igreja que entende os princípios do Reino de Deus e obedece a sua vontade. É
exatamente disso que se trata Hebreus 4: 11-12:
Procuremos, pois, entrar naquele repouso, para que ninguém caia no mesmo exemplo de
desobediência. Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada
alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e
é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração.
Então, Jesus aproximou-se deles e disse: "Foi-me dada toda a autoridade no céu e na terra.
Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e
do Espírito Santo, ensinando-os a obedecer a tudo o que eu lhes ordenei. E eu estarei sempre
com vocês, até o fim dos tempos".
A fins conclusivo, é preciso pensar esta tarefa na igreja atual. Temos vivido tempos
de corrupção da mensagem e de cumprimento da Palavra, entre elas Mateus 24: 11 –
13 que afirma: “e numerosos falsos profetas surgirão e enganarão a muitos. Devido ao
aumento da maldade, o amor de muitos esfriará, mas aquele que perseverar até o fim
será salvo”, mas não podemos nos esquecer do verso 14 que diz “E este evangelho do
Reino será pregado em todo o mundo como testemunho a todas as nações, e então
virá o fim”, ou seja, independente do que está acontecendo, o Evangelho do Reino
deve continuar a ser pregando (ensinado).
O grande desafio para nós é assumirmos nossa função de professores de Bíblia.
Uma necessidade urgente para atualidade. Não podemos simplesmente assistir as
atrocidades que o texto bíblico vem sofrendo pelos pregadores da prosperidade que
requerem para si conceitos distantes dos ensinamentos de Cristo, entre tantas outras
heresias que ofendem a Deus e os princípios do Reino.
Cabe à igreja ensinar e não omitir, instruir com autoridade e eficácia a verdade
frente à mentira e o engano que o mundo tem produzido e tentado de todas as formas