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BEM VINDOS!!

VII EBOL – 2º ENCONTRO

TEMA: DISCIPULADO MINISTERIAL


TEMA EBOL VII

“Obreiros forjados na fornalha da aflição” (Is 48.10)

Necessidade de tratarmos sobre o “forjamento” dos


homens e mulheres salvos e chamados em Cristo a
fim de serem capacitados por Ele através do
discipulado para cumprirem o ministério cristão como
pessoas testadas e aprovadas:

“Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro


que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a
palavra da verdade.” (2 Tm 2.15)
RESUMO DO 1º ENCONTRO – Pr. Croce

✓ Análise no texto áureo do obreiro: (2 Tm 2.15)

✓ Jesus, o Mestre sentava e dialogava. Ele investiu sua vida em


formar discípulos.

✓ Tal como Paulo, quem tem um encontro real com Jesus é


mudado radicalmente. Suas vaidades pessoais caem por terra.
O discípulo passa a ter uma missão ligada ao céu.

✓ O objetivo de Paulo era preparar obreiros, assim como ele


mesmo foi discipulado.
RESUMO DO 1º ENCONTRO – Pr. Croce

✓ Obreiro aprovado precisa mostrar suas credenciais


como: servo, chamado, vocacionado, ministro, mordomo.

✓ Caráter dos chamados: confiabilidade, fidelidade,


verdade, lealdade

✓ Testes de têmpera: (1) Deus pode confiar em mim? (2)


Temos sido fiéis no chamado? (3) Nosso coração está
realmente a serviço de Deus? (4) Quem crê, obedece.
INTRODUÇÃO AO DISCIPULADO
O discipulado tem sido uma didática adotada por Deus no
decorrer da Bíblia para cumprir o propósito de forjar
pessoas para o ministério do Reino.

Jesus outorgou poder aos seus seguidores que se


submeteram ao processo do discipulado (Jo 20.21-22).
Assim, legado do discipulado tem sido transmitido ao
longo da história por aqueles que se submeteram ao
chamado do SENHOR a fim de servirem a Deus em sua
geração e transferir esse legado às gerações seguintes, a
exemplo de Paulo e Timóteo:
Tu, pois, meu filho, fortifica-te na graça que há em Cristo Jesus.
E o que de mim, entre muitas testemunhas, ouviste, confia-o a
homens fiéis, que sejam idôneos para também ensinarem os
outros. 2 Tm 2.1-2
“Quando as Escrituras Sagradas tratam do discipulado de
Jesus, proclamam a libertação do ser humano de todos os
preceitos humanos, de tudo que o oprime, de tudo que o
sobrecarrega, de tudo que lhe suscita preocupação e dor
na consciência. No discipulado, o ser humano deixa o duro
jugo de suas próprias leis e vai para o jugo suave de Jesus
Cristo”

Dietrich Bonhoeffer
“A escolha pelo discipulado começa com a admiração
por Cristo e se transforma na imitação diária de Cristo,
a ponto de sermos admirados por outras pessoas, não,
obviamente, por quem somos, mas por quem imitamos”

Jonas Madureira
“Há apenas um único nome no céu e na terra, somente
um único caminho, somente um único modelo. Aquele
que escolhe seguir após Cristo, escolhe o nome que está
acima de todo nome, o modelo, que está elevado acima
de todos os céus, mas, contudo, também tão humano que
ele pode ser modelo para um ser humano para que seja
nomeado e possa ser nomeado no céu e na terra... ... Este
nome é o nome de Nosso Senhor Jesus Cristo. Não é
maravilhoso ousar escolher trilhar o mesmo caminho que
ele andou?”
Søren Kierkegaard
“Decidi seguir a Cristo ainda na minha adolescência. Fui por
ele amado, escolhido, salvo, chamado, acolhido,
confrontado, corrigido, tratado, ensinado, fortalecido,
valorizado. Em Cristo pude resgatar a própria razão de
minha existência... O extraordinário é que tudo isso
aconteceu através de pessoas que Ele colocou em minha
vida. Pessoas desprendidas de si, verdadeiras imitadoras de
Cristo, que, pelo seu exemplo, deixaram refletir em mim
esta poderosa essência do discipulado.

Elias de O. Bispo
2.1 O discipulado de Cristo
Desde o início de seu ministério terreno, Jesus Cristo veio
pregando o Evangelho, focando a vinda do Reino de Deus e a
necessidade de arrependimento. Chama a si os primeiros
discípulos para andarem com ele. Imaginamos que os
discípulos de Jesus fossem homens de grande fé quando o
encontraram pela primeira vez.

Mas, como todos os cristãos, os discípulos, apesar dos


ensinamentos e experiências extraordinárias na caminhada
com Jesus, eles passaram por conflitos, altos e baixos,
tiveram que crescer espiritualmente e ter sua fé fortalecida.
✓ Há registros de Jesus ter chamado a Pedro, Thiago e
João mais de uma vez para segui-lo.

✓ Embora fosse necessário algum tempo para que as Boas


Novas fossem assimiladas, os discípulos decidiram
seguir a Jesus.

✓ Da mesma forma podemos questionar e hesitar, mas


nunca devemos deixar de seguir a Jesus (Jo 6.60-69).

Então Jesus interpelou os doze: “Vós também desejais ir


embora?” Mas Simão Pedro respondeu a Ele: “Senhor, para quem
iremos? Tu tens as palavras de vida eterna. Sendo assim, nós
temos crido e reconhecido que Tu és o Cristo, o Filho do Deus
Vivo.” (Jo 6.67-69)
Embora multidões seguissem a Jesus por toda a parte, Ele
escolheu doze discípulos (Mc 3.13-16, Mt 19.28) para serem
seus apóstolos, que significa “mensageiros ou
representantes autorizados”.

Esses discípulos eram pessoas comuns, sem grandes


habilidades ou talentos que merecessem destaque, que
vinham de uma variada formação profissional e de
diferentes experiências de vida.
Mesmo sendo judeus e conhecedores da religião
judaica, carregavam dentro de si correntes de
pensamentos diferentes e até divergentes entre si, com
respeito às suas crenças e esperança, incluindo a
vinda do Messias.

Apesar destas diferenças, a única característica que


esses discípulos tinham em comum era a disposição
para seguir e obedecer a Jesus.
Depois da ressurreição e ascensão de Cristo, eles foram
batizados com o Espírito Santo (At 1.8, 2.1-4)

O poder do Espírito Santo os capacitou para


desempenharem o importante papel na disseminação do
Evangelho, no crescimento da igreja primitiva e na
transmissão fiel do legado do Evangelho para as próximas
gerações (At 4.33).
O desafio de seguir a Cristo não ficou restrito ao grupo
dos doze discípulos. Além deles, Jesus designou
outros vários, lhes conferindo poder. A outros, Jesus
chamou particularmente para segui-lo (Mc 2.14, Lc 9.59,
Mc 10.21).

Jesus exortou os discípulos clamarem para que Deus


enviasse mais discípulos para a grande colheita (Mt
9.37-38, Lc 10.2).
Além disso, Jesus se voltava às multidões, demonstrando
grande compaixão por elas, pregando e ensinando o
Evangelho do Reino e curando (Mt 9.35-36).

Jesus também instava às multidões sobre a necessidade


de segui-lo a fim de acharem descanso Nele (Mt 11.28-30),
mas também as confrontava sobre a responsabilidade e o
preço do discipulado (Lc 14.25-35, Jo 6.60-71)
Após a sua ressurreição, Cristo aparece aos seus
discípulos na Galiléia e lhes ordena a pregar o
Evangelho por todo o mundo (Mc 16.14-20), fazendo
discípulos de todas as nações (Mt 28.16-20).

Isto significa que os discípulos não deveriam ir juntos a


todo o lugar, mas sim dispersar-se de maneira que
pudessem difundir melhor a luz do Evangelho.
Isto também significa que Cristo estava cancelando a aliança
de exclusividade com os judeus, quando os doze apóstolos
a ser enviados pela 1ª vez, foram proibidos de ir pelo
caminho dos gentios (Mt 10.1-8).

Mas, agora estavam


sendo enviados para
fazer discípulos de
todas as nações!
Aleluia!
2.2 Discípulo & Discipulado
Discípulo: uma pessoa que segue os ensinamentos de um
mestre. É o termo usado nos evangelhos para referir-se
aqueles que seguiam a Jesus Cristo.

Aparece mais de 250 vezes no NT. A palavra discipular


aparece 25 vezes (incluindo Atos) No grego secular, discípulo
significa “ser aprendiz”.

A marca de um verdadeiro discípulo: saber como ser


obediente, seguir o exemplo de seu Mestre e imitar aquele
que está seguindo.
▪ O termo “discipulado”, pode ser compreendido de duas
formas:

1. Bonhoeffer, em seu livro “Discipulado” define como


“o ato de seguir a Cristo”

2. Mark Denver, em seu livro “Discipulado” define como


“o ato de ajudar pessoas a seguirem Jesus”.
Neste sentido, conforme explica J. Madureira, há uma relação
de dependência entre estes dois sentidos do discipulado. “O
ato de ajudar alguém a seguir a Jesus, pressupõe o ato de
seguir a Jesus. Isto quer dizer que, quem não segue Jesus não
pode ajudar pessoas seguirem Jesus”.

Os termos discípulo e discipulado foram tão profundamente


associados ao ministério de Jesus, que, para os primeiros
cristãos, o termo discípulo, tornou-se basicamente sinônimo
de cristão. Ser cristão, portanto, é ser discípulo de Cristo.
Jesus não somente fez discípulos, como também os
encorajou e ordenou a fazer outros discípulos, não
tomando a si mesmos e suas idéias como modelo,
mas, pelo contrário, espelhando-se em Jesus e em
suas idéias, ou seja, imitando a Cristo.

(1 Co 11.1, Ef 5.1-2, Hb 13.7, At 4.13)


2.3 Chamado ao Discipulado

O chamado para seguir a Cristo inicia quando o ser


humano é despertado para crer em Jesus Cristo,
através da pregação do Evangelho (Mt 28.18-20; Mc
16.15, Ef 1.12-13), passando para uma nova condição, a
de filho de Deus (Jo 1.12, 1 Co 5.17).
A pregação do Evangelho ocorre por meio da Evangelização
(Mc 16.14-20) , que é a ação de informar os homens a
respeito de Evangelho de Jesus Cristo, para levá-los a:

(1) reconhecer a condição de pecadores perdidos


(Mt 9.13, Lc 13.3, 15.10)
(2) conhecer o plano de Deus para a sua salvação
(Jo 3.16-18, Ef 2.8-19)
(3) arrepender-se e crer em Jesus como Salvador e Senhor
(Mt 3.2, 4.17, At 3.19)
(4) Ser orientado a se integraram na igreja de Cristo
(At 2.42-48, Hb 10.24-25)
As mudanças ocorridas no novo discípulo de Cristo
envolvem:

Conversão: Latim: com (totalmente) + vetere: (virar) = fazer


uma mudança radical.

Regeneração: gr: renascimento. A renovação, restauração


final de todas as coisas (Tt 3.5, 1Pe 1.3, 1.23).

O diálogo de Jesus com Nicodemos é o mais um importante


ensinamento sobre a regeneração (Jo 3.1-22).
Portanto, “o chamado ao discipulado é o compromisso
exclusivo com a pessoa de Jesus Cristo. E porque Cristo
existe, tem de haver discipulado”.
Bonhoeffer

“O discipulado está comprometido com o Mediador entre


Deus e os homens, Jesus Cristo (1 Tm 2.5). Somente Jesus,
que se fez humano, pode chamar ao discipulado”.
2.4 Processo do Discipulado

A continuidade deste despertar para a fé em Jesus


Cristo na vida do discípulo após aceitar o Evangelho
de Cristo é o que denominamos discipulado, ou
como Cristo diz: “fazei discípulos”. (Mt 28.19 ARA)
O processo do discipulado são as etapas de inclusão do
discípulo na comunidade cristã, onde ocorre o aprendizado
das doutrinas bíblicas, crescimento na fé e aplicação dos
princípios e ordenanças bíblicos no serviço a Deus que
durará por toda a sua vida (Ef 4.11-16).

O novo discípulo deve estar ciente de que a salvação é pela


graça (Efésios 2:8-10), mas a caminhada para o cristão tem o
claro propósito de andar nas boas obras.

“A salvação é de graça, mas o discipulado custa tudo o que


temos” (Billy Graham).
Na Grande Comissão de Cristo (Mt 28.16-18) ao ordenar o
“fazei discípulos batizando-os e ensinando-os” são
traduzidas como: em todo o tempo, indo, fazei discípulos,
batizando e ensinando a permanecerem nas verdades que os
alcançou. Estas expressões trazem o sentido direto de
“discipulai”.
▪ O foco do Mestre era gerar discípulos deixando para os
seus seguidores a mesma orientação, através do modelo
dado por ele (1 Pe 2.21, 1Ts 1.6-7, Ef 5.1, Hb 12.2)

▪ O Evangelho é a mensagem, o conteúdo a ser anunciado


(Mc 16.15-16). Porém, no discipulado, esta mensagem
deve ser vivida e transmitida conforme o modelo e
procedimento de Jesus.
2.5 Aprofundando no chamado ao Discipulado

O convite de Jesus ao discipulado envolve a decisão


“deixar” para seguir. Este chamado para segui-lo era o alvo
de sua misericórdia: “Vendo ele as multidões, compadeceu-
se delas, porque estavam aflitas e exaustas como ovelhas
que não têm pastor.” Mt 9.36

O discipulado está intimamente relacionado à cruz. Ele


envolve a renúncia do ego, das inclinações da carne, de todo
pecado, da condução da própria vida, disposição de se
submeter a Deus de forma incondicional, entregando todo
ser, demonstrando confiança completa estou e segura nele.
O chamado ao discipulado se encontra presente no contexto
do anúncio do sofrimento de Jesus”:

“Então, convocando a multidão e juntamente os seus


discípulos, disse-lhes: Se alguém quer vir após mim, a si
mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me. Quem quiser,
pois, salvar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a vida por
causa de mim e do evangelho salvá-la-á.” Mc 8:34-35

Discipulado é a negação de nossa velha natureza, nos


rendendo e nos submetendo à obediência do Senhor Jesus
Cristo para sermos moldados e transformados por ele.
Discipulado significa unir-se com Cristo e seu sofrimento:

”Sim, todas as outras coisas são insignificantes comparadas


ao ganho inestimável de conhecer a Cristo Jesus, meu
Senhor. Por causa dele, deixei de lado todas as coisas e as
considero menos que lixo, a fim de poder ganhar a Cristo 9 e
nele ser encontrado. Não conto mais com minha própria
justiça, que vem da obediência à lei, mas sim com a justiça
que vem pela fé em Cristo, pois é com base na fé que Deus
nos declara justos. 10 Quero conhecer a Cristo e
experimentar o grande poder que o ressuscitou. Quero
sofrer com ele, participando de sua morte,” (Fp 3.8-10)
O discipulado de Cristo requer dedicação total, e não um
compromisso indiferente. Não basta escolher algumas ideias
de Jesus e segui-las de forma seletiva.

Discipulado requer aceitar a cruz, juntamente com a coroa.


Devemos considerar o preço e estarmos dispostos a
abandonar todas as demais coisas que nos davam uma
sensação de segurança – sem olhar para trás.

Com nosso foco em Cristo, não devemos permitir que nada


nos impeça de segui-lo:

Mas Jesus lhe disse: “Quem põe a mão no arado e olha para
trás não está apto para o reino de Deus”. Lc 9.62
Nesse sentido, todos que entregam suas vidas a Jesus são
chamados para a condição de discípulo, por isso não faz
nenhum sentido um cristão que esteja fora esta condição,
muito menos a possibilidade de não se comprometer com
chamado de novos discípulos para Cristo.

Assim todos devem estar engajados agindo com fidelidade


incondicional a Cristo.
Em um de seus ensinos dobre as condições e os custos para
segui-lo, Jesus responde a um certo escriba: Segue-me, e
deixa aos mortos sepultar os seus mortos (Mt 8.19-22).

É possível que este escriba, que se ofereceu para seguir a


Cristo (Mt 18.19) não tivesse pedido permissão para ir ao
enterro de seu pai, mas na verdade, adiando a decisão de
seguir a Jesus, até que seu pai idoso falecesse.

Talvez quisesse reivindicar sua herança, ou não quisesse


enfrentar a ira de seu pai se deixasse os negócios da família
etc. Qualquer que fosse o seu interesse, ele não queria se
comprometer ainda – com Jesus. Jesus, no entanto, não
aceitou a sua resposta.
“Indo eles caminho fora, alguém lhe disse: Seguir-te-ei
para onde quer que fores. Mas Jesus lhe respondeu: As
raposas têm seus covis, e as aves do céu, ninhos; mas o
Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça. A outro
disse Jesus: Segue-me! Ele, porém, respondeu: Permite-
me ir primeiro sepultar meu pai. Mas Jesus insistiu: Deixa
aos mortos o sepultar os seus próprios mortos. Tu,
porém, vai e prega o reino de Deus. Outro lhe disse:
Seguir-te-ei, Senhor; mas deixa-me primeiro despedir-me
dos de casa. Mas Jesus lhe replicou: Ninguém que, tendo
posto a mão no arado, olha para trás é apto para o reino
de Deus.”

Lucas 9:57-62
“No atendimento ao chamado de Cristo: “Segue-me” resta
a única condição: segui-lo.

Um discípulo chamado não vem a Cristo com intuito de


fazer algo especial, mas simplesmente por causa do
chamado de Jesus. Tem que renunciar a tudo que viveu.

O que é velho deve ficar para trás. E deixar a segurança da


vida ir para “insegurança”, isto, na realidade para a
segurança da comunhão de Cristo. Significa sair da zona
de toda possibilidade finita, para as possibilidades infinitas
em Cristo
“O primeiro discípulo se oferece ele próprio para seguir a
Jesus. Ele não foi chamado. A resposta de Jesus adverte o
entusiasta de que ele não sabe o que faz.

Por que no chamado se mostra a vida com Jesus como de


fato ela é. Aqui fala aquele que está a caminho da cruz,
cuja vida inteira, está escrita no credo apostólico: padeceu.
Ninguém pode desejar isto por escolha própria.

Nisto fica um abismo entre a vontade de querer ser


desprovido da chamada do próprio Cristo. Mas quando é o
próprio Jesus que chama, ele constrói a ponte que
transpõe o abismo mais profundo.
O segundo discípulo quer enterrar o pai antes de seguir
Jesus, mas a lei o prende. Ele sabe o que quer e o que
deve fazer, antes porém deve cumprir a lei, e só então
poderá seguir Jesus.

Nesse momento temos algo até justificável pela lei que se


interpõe entre a pessoa chamada e Jesus: um
mandamento.

Jesus reage imediatamente deixando claro que nada pode


impedir, mesmo que seja um ditame da lei, do discípulo
não cumprir o seu chamado. Isto prova que a lei não tem
direito de se interpor entre Jesus e a pessoa chamada.
O terceiro, assim como primeiro, impõe condições para
atender ao chamado de Jesus. Quer segui-lo, mas ele
próprio quer criar as condições para o discipulado. É o
famoso “primeiro faça uma coisa e depois outra”.

Mas deixa-me primeiro… O discípulo desta forma se põe à


disposição, mas achasse por isso no direito de impor
condições. Nesse momento o discipulado deixa de ser
discipulado e se transforma em um programa humano que
será realizado segundo meu próprio julgamento em que
posso justificar por meio da razão e da ética.
O terceiro discípulo deseja ingressar no discipulado,
porém no momento em que ele aceita condicionalmente,
mostra não desejar mais ser discípulo. O modo como fez a
própria oferta anula o discipulado que não tolera nenhuma
condição que se interponha entre Jesus e o que obedece.

A resposta de Jesus confirma este conflito interior, que


acaba excluindo o discipulado: “ninguém que tem do posto a
mão no arado e olha para trás é apto para o Reino de Deus”
2.6 – O CUSTO DO DISCIPULADO

▪ Custo é a capacidade que temos de calcular perdas e


ganhos com vistas a uma tomada de decisão. Toda decisão
que tomamos, seja qual for haverá perdas e ganhos. Então,
calcular o custo é termos consciência daquilo que vamos
perder e ganhar nas decisões que tomaremos.
▪ A questão de calcular custos faz parte de nossa vida neste
mundo, o tempo todo, mesmo quando ainda nem decidimos.
Porque até o “não decidir” também é uma decisão, e como
toda a decisão, o “não decidir” haverá perdas e ganhos
envolvidos.
2.6 – O CUSTO DO DISCIPULADO

Em Lucas 14.25-35, vemos Cristo dizer claramente sobre o


cálculo de custo relacionado à nossa vida espiritual,
sobretudo quando se decide ser discípulo de Cristo. E esta
decisão inevitavelmente implica um custo
SEGUIR A CRISTO IMPLICA UMA TOMADA DE DECISÃO:
O discipulado como um ato de seguir a Cristo é uma
decisão. Aqui vemos três exigências que se não forem
cumpridas, desqualificam uma pessoa ao discipulado de
Cristo:
“Se alguém vem a mim e ama seu pai, sua mãe, sua
mulher, seus filhos, seus irmãos e irmãs e até sua própria
vida mais do que a mim, não pode ser meu discípulo.”
Lucas 14:26
“E aquele que não carrega sua cruz e não me segue não
pode ser meu discípulo.” Lc 14:27
“Da mesma forma, qualquer de vocês que não renunciar a
tudo o que possui não pode ser meu discípulo.” Lc 14:33
SEGUIR A CRISTO IMPLICA UMA TOMADA DE DECISÃO:

Nestes versículos, Jesus expõe claramente as exigências


que impedem uma pessoa no ato de ser seu discípulo. Isto
está definido na expressão proferida por Cristo por três
vezes: “Não pode ser meu discípulo”.

Todo aquele que não levar em conta qualquer destas três


exigências, não está habilitado para ser discípulo de Cristo.
SEGUIDORES OU DISCÍPULOS DE CRISTO?

Essas exigências são a essência que distingue seguidores


de Cristo de discípulos de Cristo. John P. Meier classifica
os seguidores de Jesus em três círculos:

(1) círculo externo: multidões que o seguiam no sentido


físico
(2) círculo intermediário: os discípulos chamados por
Jesus para segui-lo tanto no sentido físico como no
espiritual
(3) círculo dos Doze: (o grupo especial dos doze homens
que, além de serem discípulos, também formavam o
círculo íntimo em torno de Jesus)
SEGUIDORES OU DISCÍPULOS DE CRISTO?

Os seguidores de Jesus eram formados a partir de grupos


muito diferentes, desde discípulos comprometidos,
ouvintes moderadamente simpáticos, até multidões apenas
curiosas.

Nos Evangelhos, o verbo “seguir” pode significar:

✓ um mero movimento físico (Mc 14.13, Jo 11.31),


✓ um movimento físico de aproximação de Jesus
equivalente a pseudodiscipulado (Mc 14.54),
✓ um movimento físico exprimindo adesão íntima a Jesus
(Mc 1.18, 2.14, Mt 8.19-22, Jo 1.43)
SEGUIDORES OU DISCÍPULOS DE CRISTO?

Apesar de Jesus ter muitos seguidores, é questionável se


todos esses seguidores eram realmente seus discípulos.
Como observado no círculo, as multidões seguiam Jesus
mais por interesse e curiosidade do que por consciência
do discipulado e do custo envolvido.

Porém só é possível avaliar o custo do discipulado quando


o seguidor está realmente convicto das exigências e das
demandas do discipulado, e somente assim, o seguidor
será capaz de avaliar de forma adequada o significado e o
custo do discipulado de Cristo.
SEGUIDORES OU DISCÍPULOS DE CRISTO?

▪ A necessidade da consciência do custo do discipulado é


a razão da exortação de Jesus, direcionada não aos
Doze, mas à grande multidão que o seguia (Lc 14.25)

▪ Olhando para esta grande multidão, é como olhar para


uma pessoa sem identidade. É olhar para algo indefinido,
neutro, sem responsabilidades quanto a Cristo e seus
ensinamentos.

▪ Eram os simpatizantes, admiradores das virtudes


sobrenaturais do Nazareno e das coisas que ele poderia
lhes oferecer.
SEGUIDORES OU DISCÍPULOS DE CRISTO?
▪ Em outro panorama, João descreve o perfil da “imensa
multidão que seguia a Jesus” atraída pelos milagres de
cura que ele havia realizado e por alimentar
milagrosamente cerca de cinco mil pessoas (Jo 6.1-13), a
multidão concluiu com entusiasmo que o novo Moisés
estava com eles (Jo 6.14), mas compreenderam apenas
parcialmente o propósito do sinal.

▪ Eles entenderam que Jesus havia vindo da parte de Deus


quando lhes deu uma refeição milagrosa, mas
entenderam errado o sinal quando quiseram transformá-
lo em um rei que os libertasse do domínio romano (Jo
6.15).
SEGUIDORES OU DISCÍPULOS DE CRISTO?

Diante disso, Jesus retirou-se para as montanhas. Aquela


multidão queria forçar Jesus a fazer o que achavam que ele
deveria fazer. Embora Jesus sendo Rei, de fato, o modo
como ele governa não é o modo da multidão.

Quando eles encontraram Jesus novamente, ele os criticou


pelo fato de o seguirem apenas em busca de benefícios
físicos e temporários, e não para satisfazer sua fome
espiritual.
SEGUIDORES OU DISCÍPULOS DE CRISTO?

Quanto a este comportamento da multidão:

“Jesus respondeu: Vocês vêm à minha procura não porque


viram Deus no que eu fiz, mas porque enchi a barriga de
vocês – e de graça! Não gastem energia, lutando por
comida perecível como aquela. Trabalhem pela comida que
permanece, comida que sustenta a vida eterna, comida que
o Filho do Homem providencia. Ele e o que ele faz são
permanentes, porque têm a garantia de Deus, o Pai”.
(Jo 6.26 – BLC).
SEGUIDORES OU DISCÍPULOS DE CRISTO?
Quando Jesus confrontou aquela multidão sobre essência do
seu propósito de que a decisão de segui-lo requer que a Sua
vida tinha que se tornar a vida deles (Jo 6.53-58), essas
palavras fizeram com que muitos de seus seguidores e
discípulos o abandonassem (Jo 6. 60-66)

Os Evangelhos mostram que Jesus se compadecia das


multidões que o seguiam e que se importava com elas.

Porém, olhando para esta grande multidão, é como olhar para


uma pessoa sem rosto, sem nome. É olhar para algo indefinido,
neutro, sem responsabilidades quanto a Cristo e seus
ensinamentos. Contudo, Jesus estava realmente preocupado
com esta “massa cinzenta” que o seguia”.
SEGUIDORES OU DISCÍPULOS DE CRISTO?

Eram os simpatizantes, admiradores das virtudes


sobrenaturais do Nazareno e das coisas que ele poderia lhes
oferecer, mas que em dado momento muitos dessa mesma
multidão, trocaram os gritos de “hosanas e “Bendito o que
vem em Nome do Senhor” (Mt 21.9).

Apenas uma semana depois, pelo “crucifica-o” e “solta-nos


Barrabás” (Lc 23.18)
Eram os simpatizantes, admiradores das virtudes
sobrenaturais do Nazareno e das coisas que ele poderia
lhes oferecer, mas que em dado momento muitos dessa
mesma multidão, trocaram os gritos de “hosanas e
“Bendito o que vem em Nome do Senhor” (Mt 21.9).

Apenas uma semana depois, pelo “crucifica-o” e “solta-


nos Barrabás” (Lc 23.18)
A individualidade do chamado ao discipulado
:
As altas exigências no custo do Discipulado
:
Jesus não se interessava por popularidade, nem se
impressionava com o número de pessoas

Aqui Jesus está declarando que não queria uma


multidão meramente o seguindo, mas sim, pessoas
comprometidas com ele, custe o que custar.

Ao discorrer àquela multidão que o caminho do


discipulado tem um preço, Jesus apresenta três
condições exigidas
1ª Condição: Amor a Jesus acima de TUDO

“Se alguém vem a mim e não me ama mais do que ama


o seu pai, a sua mãe, a sua mulher, os seus filhos, os
seus irmãos, as suas irmãs e até a sua própria vida,
não pode ser meu discípulo.” Lucas 14:26
2ª Condição: Carregar a cruz

E quem não tomar a sua cruz e vier após mim não


pode ser meu discípulo.” Lucas 14:27 NAA

“Não pode ser meu seguidor quem não estiver pronto


para morrer como eu vou morrer e me acompanhar.”
Lucas 14:27 NTLH
Parábola do Construtor:
Importante não é iniciar, mas sim, terminar!

“Pois qual de vocês, pretendendo construir uma torre,


não se assenta primeiro para calcular a despesa e
verificar se tem os meios para a concluir? Para não
acontecer que, tendo lançado os alicerces e não
podendo terminar a construção, todos os que a virem
zombem dele, dizendo: “Este homem começou a
construir e não pôde acabar.” Lucas 14:28-30
Parábola da Guerra:
Discipulado é TUDO ou NADA:

“Pois qual de vocês, pretendendo construir uma torre,


não se assenta primeiro para calcular a despesa e
verificar se tem os meios para a concluir? Para não
acontecer que, tendo lançado os alicerces e não
podendo terminar a construção, todos os que a virem
zombem dele, dizendo: “Este homem começou a
construir e não pôde acabar.” Lucas 14:28-30
Parábola da Guerra:
Discipulado é TUDO ou NADA:

“Pois qual de vocês, pretendendo construir uma torre,


não se assenta primeiro para calcular a despesa e
verificar se tem os meios para a concluir? Para não
acontecer que, tendo lançado os alicerces e não
podendo terminar a construção, todos os que a virem
zombem dele, dizendo: “Este homem começou a
construir e não pôde acabar.” Lucas 14:28-30
Parábola da Guerra:
Discipulado é TUDO ou NADA:
GRATO PELA PRESENÇA!
VII EBOL

DISCIPULADO MINISTERIAL

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