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Telma Lucia de Paulo Souza Cabral - telmasouzacabral@yahoo.com.br - CPF: 828.963.

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Cristologia.

❖ A Natureza de Cristo.

A natureza de Jesus Cristo, é uma questão da busca por


determinar se Cristo era um homem com a tendência para pecar
igual a de Adão antes do pecado (pré-lapsarianismo) ou uma
tendência ao pecado, igual a de Adão depois do (pós-
lapsarianismo), ambas diretamente relacionadas com o Plano da
Salvação, visto que o ministério de Cristo, se caracterizava pelo
exemplo na superação do pecado, mostrando que era possível o
homem viver sem pecar.
Entre as principais escolas que buscaram determinar a
natureza de Cristo temos:
• Arianismo, que crê que Jesus, apesar de um ser superior,
seja inferior ao Pai sendo uma criatura sua.
• Docetismo, defende que Jesus era um mensageiro dos céus
e que seu corpo era “carnal” apenas na aparência e sua
crucificação teria sido uma ilusão.
• Ebionismo, que crê em Jesus como um profeta, nascido de
Maria e José, que teria se tornado Cristo no ato do batismo.
• Monofisismo, segundo a qual Cristo teria uma única
natureza composta da união de elementos divinos e
elementos humanos.
• Nestorianismo, segundo a qual Jesus Cristo é, na verdade,
duas entidades vivendo no mesmo corpo: uma humana
(Jesus) e uma Divina (Cristo).
• Miafisismo, que defende que em Jesus Cristo há a natureza
humana e a natureza Divina, mas que estas duas naturezas
se unem natural e completamente para formar uma única
e unificada Natureza de Cristo.
• Sabelianismo, o qual defendia que Jesus e Deus não eram
pessoas distintas, mas sim “aspectos” ou “modos”
diferentes do trato da Divindade com a humanidade.
• Trinitarianismo, que crê em Jesus como a segunda pessoa
da Trindade Divina.

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❖ Jesus, o Mestre dos Mares.
Uma das maiores declarações acerca de Cristo foi feita por
Nicodemos. Ele disse a Jesus: “Rabi, bem sabemos que és
Mestre, vindo de Deus; porque ninguém pode fazer estes sinais
que tu fazes, se Deus não for com ele” (Jo 3.2). Das 90 vezes que
alguém se dirigiu a Cristo nos Evangelhos, 60 vezes Ele é
chamado de Mestre. Grande parte do ministério de nosso
Senhor Jesus foi ocupado com o ensino (Mt 4.23; 9.35; Lc 20.1).

❖ A autoridade dos ensinos de Jesus.


O que distinguia os ensinos de Jesus com os ensinos dos
escribas e fariseus era a autoridade com que Ele ensinava. Os
evangelistas afirmam que todos se maravilhavam de Sua
doutrina (Mt 7.28,29; Mc 1.21,22). A autoridade da mensagem de
Cristo era decorrente do fato de Ele exemplificar em sua própria
vida. Ele viveu o que ensinou e ensinou o que viveu! Quando Ele
ensinou a orar (Mt 6.9-13; Lc 11.2-4), é porque vivia uma vida de
oração e comunhão com o Pai (Mt 14.23; 26.36); Quando
ensinou sobre o perdão (Mt 6.14,15; Mc 11.25), é porque
vivenciava no dia a dia a prática do perdão (Mc 2.1-11; Lc 23.34).
Por essa razão, Lucas, ao relatar a Teófilo o ministério do Mestre,
coloca em primeiro lugar a ação e depois o ensino, quando diz:
“Fiz o primeiro tratado, ó Teófilo, acerca de tudo o que Jesus
começou, não só a fazer, mas a ensinar” (At 1.1).

❖ Os métodos de ensino de Cristo.


Os métodos de ensino de Cristo variavam de acordo com a
ocasião e a necessidade dos ouvintes. No entanto, podemos
observar que:
1. Ele ensinou utilizando a linguagem do povo: Ele ensinou,
principalmente, através de parábolas, utilizando a
linguagem do povo. Seus ensinos eram repletos de
ilustrações e exemplos do dia a dia, tais como: pesca, rede,
peixe; árvore, fruto, solo, semente, etc. Para descrever, por
exemplo, o amor de Deus pelos pecadores, ele falou sobre

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o pastor que saiu em busca de uma ovelha desgarrada e de
um pai que esperava ansioso, o retorno de um filho que
estava perdido (Lc 15.1-7, 11-24).
2. Ele ensinou alcançando o coração dos ouvintes: Os ensinos
de Jesus não alcançavam só o intelecto dos ouvintes, mas,
principalmente o coração. Eles eram ministrados no poder
do Espírito Santo, qual resplendor de luz a dissipar as
trevas das dúvidas, implantando no seu coração profunda
convicção da verdade. Um dos discípulos que o ouviram no
caminho de Emaús, disse: “Porventura não ardia em nós
o nosso coração quando, pelo caminho, nos falava, e
quando nos abria as Escrituras?” (Lc 24.32).

❖ Os Ensinamentos de Jesus.
❖ Os Ensinamentos sobre Deus.

Qualquer um que chega aos ensinamentos de Jesus depois


de ter lido o Antigo Testamento, percebe de cara que os
ensinamentos sobre Deus são paralelos. Jesus ensinou que Deus
é o Criador que se preocupa com a sua criação e cuida dela
desde as menores criaturas como o pardal (Mt 10.29). Não há
um suporte nos ensinamentos de Jesus para a visão que diz,
que, Deus não se importa com o mundo que Ele criou.
Jesus nos lembra que ele é um Deus de detalhes –
intimamente preocupado com a nossa vida.
Um dos títulos mais característicos que Jesus usou para
Deus foi Pai. Isso não era novidade, pois essa ideia ocorre no
Antigo Testamento, aonde Deus é visto como Pai de seu povo.
Esse tipo de paternidade era nacional ao invés de pessoal. No
período entre o Antigo Testamento e o Novo Testamento, os
judeus consideravam Deus tão santo que ele foi removido do
contato imediato com os compromissos humanos. Na verdade,
eles acreditavam que tinha que haver um mediador entre Deus e
o povo. Essa noção exaltada de Deus contradizia a ideia de Deus
como um Pai pessoal e amoroso. É por causa disso que os
ensinamentos de Jesus quanto à paternidade pessoal é tão

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única. Há alguma evidência nos ensinamentos judaicos dizendo
para orar a Deus como “Nosso Pai”. No entanto, o que distingui
Jesus de seus contemporâneos é que a paternidade de Deus era
o centro de seus ensinamentos.
A relação pai e filho é particularmente vivida no evangelho
de João, aonde Jesus como o Filho é visto como tendo uma
comunhão íntima com o Deus Pai. Isso aparece fortemente na
oração de Jesus em João 17 e nas afirmações frequentes que o
Pai tinha mandado o Filho e que o Filho estava cumprindo a
vontade do Pai. É esse forte relacionamento entre Deus e Jesus
em termos de Pai e Filho que fez Jesus ensinar as pessoas a se
aproximarem de Deus da mesma maneira.

❖ Ensinamentos sobre si.


O que Jesus falou de si próprio é de muita importância, pois
foi isso que a igreja primitiva veio a ensinar sobre ele. Jesus usou
alguns títulos para se descrever ou os aceitava quando os outros
os usavam.

❖ Filho do Homem.
O título mais usado é Filho do Homem. Algumas vezes ele
relacionava isso diretamente na sua ministração pública, como,
por exemplo, quando ele disse que o Filho do Homem era o
Senhor do sábado (Mc 2.28), ou que o Filho do Homem tinha o
poder de perdoar os pecados (Mc 2.10). Às vezes os dizeres
lidavam com o seu sofrimento, como quando Jesus falou que o
Filho do Homem tinha que sofrer várias coisas (8.31; note que
Mateus 16.21 usa “ele” ao invés de “Filho do Homem”). Em outros
trechos a referência é para uma aparição futura, como quando
ele disse ao sumo sacerdote que ele veria o Filho do Homem
assentado a destra de Deus vindo sobre as nuvens do céu (Mc
14.62). O que Jesus quis dizer com o título, e porque ele usou? A
razão mais provável é porque ele queria evitar o termo Messias,
que já carregava muitas implicações políticas.

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❖ Messias
O termo “Messias” ou “Cristo”, não pertencem estritamente
aos ensinamentos de Jesus, já que ele mesmo nunca usou. No
entanto, ele aceitou esse título quando foi usado por Pedro.
Ele também não negou ser o Messias quando respondeu
ao sumo sacerdote que perguntou se ele era o Messias. No
evangelho de João, André diz a Pedro que havia achado o
Messias (Jo 1.41); a mulher em Samaria também conversa com
Jesus e ele revela que ele é o Messias (4.25,26). Havia uma
expectativa comum entre os judeus que o libertador viria para
derrubar os seus inimigos políticos, os romanos. Havia várias
ideias sobre a sua origem (um líder militar ou um guerreiro
celestial) e seus métodos.

❖ Filho de Deus.
O título “Filho de Deus” ocorre, principalmente, no
evangelho de João. Tanto em Marcos como João consideravam
Jesus assim (compare Mc 1.1 e Jo 20.30,31). Há algumas
passagens aonde o Messias é ligado ao Filho de Deus e que Jesus
não rejeita nenhum dos títulos (compare a Mt 16.16). Mas nos
ensinamentos de Jesus, uma passagem faz ficar muito clara à
relação especial que Jesus tinha com Deus como Filho (Mt 11.27;
veja também Lc 10.22). Muitas passagens parecidas no
evangelho de João, no entanto, são mais explícitas. O Filho é
inquestionavelmente pré-existente – já vivia antes do tempo
começar. Jesus sabe que ele veio do Pai e retornaria ao Pai. Jesus
considerava-se Divino – ele era inteiramente Deus. No entanto,
João retrata Jesus mais claramente também na sua natureza
terrena – ele também era inteiramente humano. Jesus não
explicou em nenhuma parte de seus ensinamentos como Deus
poderia se tornar homem, mas ele assumiu isso como um fato.
Como Filho de Deus, ele ensinou com a autoridade de Deus.

❖ Ensinamentos sobre o Reino de Deus.


Ninguém pode ler os evangelhos sinópticos sem notar que
o “reino de Deus” (ou dos céus) aparece frequentemente. Muitas

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das parábolas de Jesus são especificamente chamadas de
parábolas do reino. O conceito de Jesus sobre o reino era uma
ideia básica do evangelho cristão. A ideia principal é o reinado de
Deus sobre as pessoas ao invés de um reino físico que pertence
a Deus como Rei. O reino de Deus consiste do relacionamento
entre os membros e o Rei. Também significa que o reino não
será expresso em termos institucionais.

❖ O Reinado Presente.
Em Lc 17.20,21, fica claro que o reino era um tema de
interesse comum, aonde os fariseus perguntaram a Jesus
quando viria. Eles estavam esperando que o Messias
estabelecesse um derrubamento político dos romanos. Sua
resposta, que estava “entre eles”, é claramente uma ideia
presente. Espíritos imundos também foram exorcizados como
evidência que o reinado havia chegado (Mt 12.28; Lc 11.20). Além
disso, Jesus menciona que o reino havia sido vigorosamente
avançado (Mt 11.12), mas não por métodos revolucionários.
Ainda, alguma coisa dinâmica já estava acontecendo. Essa ideia
de poder dinâmico é um dos traços mais característicos do reino.
Jesus falou em amarrar os homens fortes e armados (Lc
11.21,22), o que mostra que no seu ministério ele esperava dar
uma demonstração poderosa contra as forças das trevas.
É evidente que o reino que Jesus proclamava presente ou
futuro, era um reino aonde Deus era supremo, O reino era parte
de seu ministério, onde Deus estava trazendo a libertação
espiritual para o seu povo. Além disso, os ensinamentos de Jesus
sobre o reino é parte da mensagem total. Nenhuma parte dessa
mensagem pode ser separada de qualquer outra parte sem que
o resto seja distorcido.

❖ O Reino Futuro.
As parábolas têm os ensinamentos mais claros no aspecto
futuro do reino (Mt 13). Jesus falou do uso futuro da imagem
retirada da literatura judaica. Ele relaciona nuvens, glória e anjos
com a vinda do Filho do Homem (Mc 13.26,27). Mateus fala de

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um som de trombeta, outro traço familiar (Mt 24.31). Vários
traços das parábolas do reino nos dá a mais clara ideia da
natureza do reino. A condição de membro do reino não é
considerada universal. Os membros do reino são aqueles que
escutam e entendem a palavra do reino (Mt 13.23). Apesar de
todas as nossas diferenças raciais, culturais e de gênero só
existem dois tipos de pessoas no mundo: as que são salvas e as
que não são. Cada pessoa responde, individualmente, a oferta
de salvação oferecida por Jesus para que seja parte do reino.
Há uma ênfase na parábola sobre o crescimento da
semente de mostarda, aonde um pequeno começo cresce para
se tornar uma grande coisa.

❖ Os Ensinamentos Sobre a Sua Própria Morte.


A anunciação do reino de deve ser ligado à abordagem de
Jesus a sua própria morte. Será que Jesus via a sua morte como
uma parte chave de sua missão? Alguns acreditam que ele
terminou a vida desiludido com algum tipo de desejo de morte.
No entanto, sua morte não foi um desvio de sua missão. Isso era
inteiramente a sua missão.
Jesus sabia que os detalhes de sua vida eram a realização
das escrituras (compare Mt 26.24; Mc 9.12; Lc 18.31; 24.25-27;
44,45). O sofrimento de Jesus é o assunto da profecia do Antigo
Testamento. Ele conhecia as previsões do Antigo Testamento e
reconhecia que elas só poderiam se realizar através de seu
próprio sofrimento.
Evidentemente que Jesus via a sua morte como um
sacrifício. Na ultima ceia, o cálice é ligado ao sangue da nova
aliança, que é conhecida como sendo para a “remissão dos
pecados” (Mt 26.26-28). Nenhuma explicação é dada sobre a
maneira em que a morte que estava próxima, simbolizada pelo
pão partido e pelo vinho servido, traria o perdão dos pecados.
Mas a igreja primitiva entendeu que Cristo morreu pelos nossos
pecados (compare a 1 Co 15.3). A ideia da nova aliança é paralela

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a velha aliança, que de acordo com Êxodo 24, foi selada com o
sangue de um sacrifício. Jesus tinha isso em mente quando ele
falou da nova aliança. Também era parecido com a ideia
expressada em Jeremias 31, que se refere a uma aliança escrita
no coração ao invés de numa pedra. Na oração de Jesus em João
17, ao encarar a cruz, ele declara que terminou a obra que o Pai
deu a ele (17.4). Isso é reforçado quando ele fala, já na cruz “está
consumado”, que só João menciona (19.30). Esse senso de
missão cumprida da um ar de triunfo para o que de outra
maneira, poderia ser visto como um desastre. Jesus não foi
assassinado. Ele deu a sua vida como um sacrifício pelos nossos
pecados. Apesar dos homens terem colocado ele numa cruz
superficialmente, o amor dele por todo o povo de Deus é o que o
manteve ali até o fim.

❖ Os Ensinamentos Sobre o Espírito Santo.


Em vários dos eventos principais na vida de Jesus, os
escritores dos evangelhos notam a atividade do Espírito Santo.
Por exemplo, o nascimento virgem, o batismo de Jesus e a sua
tentação mencionam o Espírito. A maioria dos ensinamentos
vem dos evangelhos de João. Quando Jesus começou a pregar o
seu ministério em Nazaré, de acordo com Lucas, ele leu o
depoimento em Isaías 61.1,2 sobre o Espírito de Deus e aplicou a
ele. Ele viu o Espírito marcando o começo do seu ministério. Ele
foi acusado de expulsar demônios como Belzebu, príncipe dos
demônios. No entanto, ele estava realmente expulsando
espíritos imundos pelo Espírito de Deus (Mt 12.28). Ele era, além
disso, sensível a seriedade de blasfemar contra o Espírito, que
ele implica que os seus acusadores estavam perigando fazer.
Criticar o seu ministério era criticar o mover do Espírito.
Enquanto avisava os seus discípulos que eles encontrariam
com a oposição, Jesus os assegurou que o Espírito os apoiaria
quando eles fossem forçados a encontrar com reis e
governadores (Mt 10.19,20; Mc 13.11). De fato, ele falou que o
Espírito continuaria a falar através deles muito tempo depois
que Jesus tivesse retornado ao céu. Lucas registra a promessa de

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Jesus que Deus daria o Espírito Santo para aqueles que
pedissem (Lc 11.13), como um pai dá bons presentes para os
seus filhos. Nós geralmente pedimos a Deus por paz, propósito
ou proteção. No entanto, Deus considera o Espírito Santo o
melhor presente que ele pode dar a seus filhos. Em outra
ocasião, Jesus reconheceu que Davi havia escrito o Salmo 110
(Mc 12.36) com a influência do Espírito. Como resultado desse e
de outros exemplos, sabemos que a Bíblia não é um livro
comum escrito por homens. De fato, o Espírito Santo inspirou as
Escrituras.

❖ Salvação.
O evangelho de João nos dá um desenvolvimento mais
detalhado do que o que Jesus ensinou sobre o Espírito. Os
ensinamentos do Espírito são geralmente ligados aos
ensinamentos de Jesus sobre dar à vida eterna a aqueles que
acreditassem nele e o recebessem. Quando ele falou com
Nicodemos sobre o novo nascimento e a vida eterna, Jesus
também falou do Espírito (Jo 3.3-8; 15-16). Quando ele falou da
água da vida para a mulher samaritana, ele também falou do
Espírito (4.14; 23,24), Por toda a Escritura, Jesus declara a várias
pessoas que ele poderia lhes dar a vida eterna se eles
acreditassem nele. Ele prometeu a água da vida, o pão da vida e
a luz da vida, mas eles só receberiam a vida eterna quando
viesse o Espírito depois de sua ressurreição. Jesus disse “É o
Espírito que dá a vida eterna” (Jo 6.63). Quando o Espírito se
tornasse disponível, eles poderiam ter vida. Uma vez que Jesus
havia sido glorificado através de sua ressurreição, o Espírito de
Jesus glorificado estaria disponível, a todos aqueles que cressem.

❖ A Segunda Vinda.
Ele falou para os discípulos que o Filho do Homem viria
com os seus anjos na glória de seu Pai (Mt 16.27). Ele descreve o
Filho do Homem vindo em nuvens com poder e glória (Mc 13.26).
Jesus descreve vários sinais que precederia a sua segunda vinda.
Ele falou de guerras, conflitos, terremotos, fome e distúrbios nos

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céus. O evangelho seria primeiramente pregado a todas as
nações. Ao mesmo tempo falsos “Cristos” surgiriam. Jesus deu
vários detalhes de seu retorno para encorajar os seus discípulos
a encararem a perseguição. Os discípulos teriam que vigiar, pois
a vinda aconteceria inesperadamente como um ladrão na noite.
Jesus disse que nem ele mesmo sabia quando isso aconteceria
(Mc 13.32).

❖ Ressurreição.
Outro tema importante afetando o futuro é enfatizado nos
ensinamentos de Cristo sobre a ressurreição. Os saduceus não
acreditavam na ressurreição do corpo. Eles tentaram enganar
Jesus com uma pergunta sobre uma mulher que havia se casado
sete vezes. Eles queriam saber esposa de qual dos sete maridos
ela seria depois da ressurreição (Mc 12.18-27), Jesus apontou
que não haveria casamento quando os mortos ressurgissem. A
ideia dos saduceus sobre a ressurreição estava claramente
errada. Os ensinamentos de Jesus seriam como os anjos. Não há
dúvida sobre a ressurreição dos mortos, apesar de não nos ser
dada informações específicas sobre o corpo ressurreto.

❖ Julgamento.
Jesus contou uma história sobre um homem rico e um
homem pobre que morreram (Lc 16.19-31). Na vida após a
morte, o homem rico gritava no tormento, enquanto o homem
pobre curtia o estado de bênção. A distinção entre os dois
homens nos dá uma dica do julgamento, apesar de não nos ser
falado como essa distinção é feita. Em outros lugares de seus
ensinamentos, Jesus disse que o requisito vital é a fé.
A conversa entre Jesus e o ladrão que estava morrendo na
cruz ao seu lado, sugere que o ladrão arrependido foi salvo (Lc
23.42,43).
O tema de recompensa e punição é visto em muitas
passagens. Em Mateus 16.27, Jesus diz que o Filho do Homem
recompensará todos de acordo com o que ele (a) fez. Aqueles
que são inúteis serão punidos nas trevas (25.30). Mais adiante,

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Jesus fala de um dia de julgamento, no qual homens e mulheres
prestarão contas até mesmo de suas palavras descuidadas
(12.36,37). Entre todas as afirmações solenes de Jesus estão
aquelas aonde ele fala do inferno. Seus ensinamentos sobre
punição eterna para injustos (Mt 25.41,46) são o oposto para a
vida eterna prometida para os justos. Ele disse que seus
discípulos teriam um lugar preparado para eles no céu (Jo 14.2),
e ele também falou de um Livro da Vida aonde o nome de todos
aqueles que creem está escrito (Lc 10.20).

❖ A Humanidade de Jesus.

“E o Verbo se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1.14).


A doutrina bíblica sobre a humanidade de Jesus não é tão
debatida quanto a sua divindade, mas seu estudo é tão
importante quanto este. Que Jesus é Deus, todos os cristãos
sinceros concordam e entendem, contudo a ideia da sua
humanidade, ainda que aceita, não é corretamente entendida, e
poucas vezes ensinada.
O dogma cristão que formula a natureza de Jesus como
sendo plenamente Deus e plenamente Homem. Ou seja, o Deus
encarnado assumiu completamente a humanidade, tornando-se
passível das mesmas limitações físicas e psicológicas comuns a
todos os homens. Uma vez que estávamos separados de Deus
pelo pecado, foi necessário que o próprio Deus encarnasse para
que pudéssemos voltar a ter novamente comunhão com Ele.
Dessa forma, a genuinidade da divindade de Cristo garante a
eficácia de sua obra realizada na cruz, e a realidade de sua
humanidade garante que sua morte é aplicável a todos os seres
humanos.

1. O Testemunho das Escrituras Sobre a Humanidade de


Jesus.

Há indicações claras na Bíblia que Jesus era uma pessoa


plenamente humana, sujeito a todas as limitações comuns à

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raça humana, mas sem pecado. Como tal nasceu como todo ser
humano nasce. Embora sua concepção tenha sido diferente,
uma vez que não houve a participação de um ser humano
masculino, todos os outros estágios de crescimento foram
idênticos ao de qualquer ser humano normal, tanto física como
intelectual e emocional. Também no sentido psicológico, era
genuinamente humano, pois pensava, raciocinava, se
emocionava, como todo ser humano normal.

1.1. Sua natureza física.


• Seu nascimento (Lc 2.6,7): Jesus não desceu dos
céus, e sim nasceu de uma mulher humana, passando
por todas as fases que uma criança normal passaria.
• Sua árvore genealógica (Lc 3.23-38; Mt 1.1-17): a
Bíblia deixa evidente, portanto, que Jesus teve, por
parte de Maria, ancestrais humanos, dos quais
provavelmente herdou características genéticas,
como todos os homens o recebem de seus
antepassados.
• Seu crescimento (Lc 2.52): cresceu como toda
criança normal cresceria, alimentada por comida e
água. Seu corpo não era sobre-humano, e não tinha
características especiais, diferentes de qualquer ser
humano normal.
• Suas limitações físicas: em tudo idênticas aos de um
ser humano.
Sentia fome (Mt 4.2; Mc 11.12);
Sentia sede (Jo 19.28);
Ficava cansado (Jo 4.6);
Sofria a dor (Jo 18.22; 19.2,3).
• Sua percepção pelos homens (1 Jo 1.1; Mt 9.20-22;
26.12; Jo 20.25,27): Jesus de fato foi visto e tocado
pelos homens a sua volta. Não era um espírito com a
forma humana, nem um fantasma, mas um homem
real, a ponto de Tomé só acreditar em sua
ressurreição após tocá-lo. Mesmo o testemunho do

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Espírito de Deus afirma que Jesus tomou plenamente
a forma humana (1 Jo 4.2,3a).
• Sua morte (Lc 23.46; Jo 19.33,34): Jesus podia morrer
como de fato morreu. Sua morte não foi aparente,
mas verdadeira. Seu corpo sucumbiu aos sofrimentos
infligidos e de fato expirou à semelhança de todos os
homens. Esta é talvez a suprema identificação de
Jesus com a humanidade, pois sendo Deus não
deveria morrer, mas ao assumir plenamente a
humanidade, torna-se sujeito a possibilidade da
morte. Eis uma verdade tremenda e profunda.

1.2. Sua natureza Psicológica e Intelectual.


• Quanto ao caráter emotivo.
Sentia emoções (Mt 9.36; 14.14; 15.32; 20.34): ainda
que sentir emoções não seja uma prova da
humanidade de Jesus, uma vez que Deus também se
emociona, elas demonstram a plena humanidade de
Cristo, como também deixam claro algumas reações
tipicamente humanas.
Sentia tristeza e angústia (Mt 26.37).
Sentia alegria (Jo 15.11; 17.13; Hb 12.2).
Sentia indignação (Mc 3.5; 10.14).
Sentia ira (Mt 21.12,13).
Surpreende-se (Lc 7.9; Mc 6.6): Jesus se mostra
genuinamente surpreso perante a fé do centurião e
se admira da incredulidade dos habitantes de Nazaré.
Não era uma atitude falsa ou de retórica, Jesus
realmente era surpreendido em algumas
circunstâncias.
Se sente atormentado (Mc 14.33): no Getsêmani
Jesus foi tomado de grande angústia e pavor. Estava
em conflito íntimo e se atormenta pelo fato de não
querer ser deixado só, contudo ainda assim escolhe
fazer a vontade do Pai. Mesmo na cruz, sua frase
“Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?”

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(Mc 15.34), é uma das expressões mais humanas de
solidão já registradas na história dos homens.
Comove-se e chora (Jo 11.33,35,38): Mesmo sabendo
de antemão que Lázaro havia morrido, Jesus é
tomado de comoção e chora ao ver tristeza ao seu
redor e a triste realidade humana da morte. A
expressão “agitou-se no espírito”, retrata vividamente
alguém gemendo no íntimo, aflito e comovido com
uma situação que traz dor e cansaço.

• Quanto ao caráter intelectual.


Seu conhecimento era superior ao dos homens:
em termos intelectuais, Jesus possuía um
conhecimento que se destacava em relação aos
outros homens. Mas muitos de seu conhecimento era
uma ação do Espírito Santo em seu ministério. Sabia
o que pensava os seus amigos e inimigos (Lc 6.8;
9.47). Conhecia coisas sobre o presente, pois sabia
que Lázaro estava morto (11.14), o passado, uma vez
que conhecia o fato da mulher samaritana ter tido
cinco maridos (Jo 4.18) e o futuro das pessoas,
ilustrado no fato de antemão ter avisado a Simão
Pedro de sua negação (Lc 22.33).
Seu conhecimento não era ilimitado: em algumas
passagens vemos Jesus fazendo perguntas retóricas a
fim de reforçar algum ensinamento (Mt 22.41-45),
contudo, há outras passagens em que Jesus pergunta
sinceramente em busca de informações às quais não
possuía. Um exemplo claro foi o caso do garoto
acometido de um espírito de surdez e mudez, onde
Jesus pergunta ao pai dele: “Há quanto tempo isto lhe
sucede?” (Mt 9.20,21). Há nesta passagem uma clara
alusão que Jesus não tinha tal informação, e a julgava
útil e necessária para promover a restauração
daquele garoto. Um caso ainda mais explícito foi no
discurso apocalíptico em Mc 13.32, quando ao ser

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interpelado sobre quando voltaria uma segunda vez,
Jesus respondeu francamente: “Mas ao respeito
daquele dia ou da hora ninguém sabe; nem os anjos
no céu, nem o Filho, senão o Pai”. Foi uma declaração
clara da sua falta de conhecimento sobre essa
informação.
• Quanto ao Caráter religioso.
Participava regularmente dos cultos na sinagoga
(Lc 4.16): era de seu costume ensinar, visitar e
participar dos cultos no templo quando estava em
Jerusalém. Humanamente mantinha um padrão de
vida religioso irrepreensível quanto aos parâmetros
de Deus
Mantinha uma vida de oração (Lc 6.12; 22.41; Jo
6.15): várias ocasiões vemos Jesus sair para orar
sozinho ou em grupo. Sua dependência do Pai era
total e a oração era uma prova disso. Em todas as
coisas Jesus se mostrou plenamente humano, tanto
no aspecto físico, como no mental. Não havia dúvidas
para os autores do N.T. que Jesus era plenamente
homem.
2. Jesus, Plenamente Homem, Totalmente Singular.
Pelos tópicos acima está claro que Jesus assumiu
completamente a humanidade, sujeito a todos os revezes que o
estado de humanidade poderia lhe trazer, contudo, Jesus não
era um homem qualquer, igual a todos os homens. Vários fatos
em sua vida mostram essa santa singularidade.

2.1. O Nascimento Virginal.


Jesus nasceu como todos os homens, no entanto sua
concepção no ventre de Maria foi de origem Divina, sem a
participação do componente sexual masculino (Mt 1.18; Lc 1.26-
38). Teologicamente chamamos a isso de concepção virginal.
Maria era virgem na época da concepção e assim continuou até
o momento do nascimento de Jesus. As Escrituras deixam muito

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claro que José não teve qualquer intercurso (relação sexual) com
Maria antes do nascimento de Jesus (Mt 1.25).
A influência sobrenatural do Espírito Santo é que tornou
possível a geração de Jesus no ventre de Maria. Isso não significa
que Jesus é o resultado de uma relação de Deus com Maria,
longe de nós tal ideia. O que Deus fez foi providenciar, por uma
criação especial, tanto o componente humano ordinariamente
suprido pelo macho (e assim o nascimento virginal), como um
fator Divino (e assim a encarnação). Assim o nascimento de Jesus
nos aponta algumas verdades essenciais no cristianismo:
• Que nossa salvação é sobrenatural (Jo 1.13): a
salvação não vem pelo nosso esforço ou realização.
• Que a salvação é uma dádiva da Graça (Ef 2.8):
assim como não houve nenhum mérito em Maria
para que fosse escolhida, da mesma forma acontece
conosco quando somos salvos.

2.2. A Impecabilidade Jesus.


Outra prova da singularidade de Jesus como homem é o
fato de não ter pecado: “...antes foi ele (Jesus) tentado em
todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado.” (Hb
4.15).
A Bíblia mostra Jesus como um sumo sacerdote totalmente
sem mancha e feito mais alto que os céus (Hb 7.26; 9.14). Pedro
nos ensina que Jesus é o Santo de Deus (Jo 6.69) e que não
cometeu pecado (2 Pe 2.2). O que está de acordo com as
afirmações de João, que em Jesus não existe pecado (1 Jo 3.5), e
as de Paulo que Cristo não conheceu pecado (2 Co 5.21).
Mesmo as acusações de blasfêmia feitas a Jesus pelos
judeus são infundadas (Lc 5.21), uma vez que Ele sendo Deus
tinha pleno poder para perdoar os pecados. E mesmo algumas
pessoas da época deixaram bem claro a inocência de Jesus.
• A esposa de Pilatos (Mt 27.19): “Não te envolvas com
o sangue deste justo”.
• O ladrão na cruz (Lc 23.41): “este nenhum mal fez”.

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• Judas, o traidor (Mt 27.4): “Pequei, traindo sangue
inocente”.
A Bíblia deixa claro, portanto, a impecabilidade de Jesus,
mas isso não invalida as tentações que sofreu como algo de
somenos. Foram as tentações genuínas, e embora Jesus pudesse
pecar, era certo que não pecaria. Entretanto alguém poderia
levantar a questão: uma pessoa que não pode cair ao ser
tentado, de fato experimentou a tentação?
Outra pergunta que fica no ar é: se Jesus não pecou, Ele era
realmente humano? Se respondermos não, estaremos
incorrendo em gravíssima heresia, pois estamos dizendo em
outras palavras que Deus criou o homem naturalmente pecador
e portanto, Ele é a causa do pecado e o criador de uma natureza
má e corrompida. O Senhor é puro de olhos, Ele sequer pode
contemplar o pecado (Hc 1.13), quanto mais ser a causa
intencional de seres corrompidos pelo mesmo pecado. Não, a
resposta não só não é esta como a pergunta está formulada de
maneira errada, pois estamos de certa forma perguntando se
Jesus é tão humano quanto nós. O correto é perguntar:
Somos tão humanos quanto Jesus? Esta pergunta nos
remete a verdade que não temos a humanidade em toda a sua
plenitude. Não somos seres humanos genuinamente puros,
assim como Jesus o foi. Do ponto de vista bíblico só houve três
seres humanos completamente humanos: Adão e Eva (antes da
Queda), e Jesus. Todo o restante da humanidade é apenas uma
sombra da humanidade original. Nossa humanidade é
totalmente conspurcada pelo pecado que tenazmente nos
assedia. Somos versões inferiores da versão adâmica original.
Dessa maneira Jesus não só é humano como nós, como também
é mais humano. É sua humanidade que deve ser padrão para
nós e não o inverso.

❖ A Divindade do Filho.
“Que pensais vós do Cristo? De quem é filho?” (Mt 22.42).
“Tu és o Cristo, o Filho do Deus Vivo” (Mt 16.15).

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A Bíblia afirma claramente que Jesus, o Verbo Divino, se fez
carne e andou entre os homens (Jo 1.14). Quando estudamos a
pessoa e a obra de Jesus, não podemos fugir ao importante fato
de Deus ter se encarnado e assumido a condição humana, à
semelhança de todos os homens. Igualmente importante é a
pergunta: Jesus é realmente Deus ou apenas um homem
extraordinário? Todos os verdadeiros cristãos creem que Jesus é
Deus, com todas as prerrogativas Divinas do Pai. Mas há
sustentação bíblica para tal afirmação? Vejamos:

1. As Características Exclusivas de Deus em Jesus.


As Escrituras não afirmam explicitamente que Jesus é Deus,
mas deixam claro que o Filho possui todas as características e
atributos de Deus, não podendo ser tido por alguém menos que
Deus. As provas são abundantes em todo N. T. Comecemos pela
ideia que Cristo tinha a seu próprio respeito.

1.1. A Autoconsciência de Jesus.


Jesus tinha uma clara consciência sobre sua pessoa. As
alegações que Jesus fez sobre sua própria pessoa não teriam
sentido se Ele não tivesse sobre si mesmo a clara noção de
divindade. Tudo indica que Ele sabia que era Deus, pois disse:
• Que os anjos eram seus, e os poderia enviar (Mt 13.41). Em
Lc 12.8,9 e 15.10, os anjos são chamados anjos de Deus.
• Que o reino dos Céus (Mt 13.24,31,33,44,45,47), que é o
reino de Deus (Lc 17.20), é também o seu reino (Mt 13.41).
• Ter autoridade para perdoar os pecados (Mc 2.1-12), tarefa
que cabe exclusivamente a Deus. Aliás, por causa disso os
fariseus o acusaram dizendo “Isto é blasfêmia! Quem pode
perdoar pecados, senão um que é Deus?”. Perdoar pecados
é prerrogativa Divina.
• Que julgará todos os homens, separando os bons dos
maus (Mt 25.31-46; Lc 13.23-30). No A. T., o Deus Todo-
Poderoso, é o único chamado de Juiz de toda a terra (Gn
18.25) e o único com prerrogativa de julgar as nações (Jz

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11.27; Sl 75.7; Sl 82.8; Ec 11.9 e 12.4). Só Deus pode exercer
tal autoridade e poder.
• Ser o Senhor do sábado (Mc 2.27,28). O valor do sábado foi
definido por Deus (Êx 20.8-11), e somente alguém igual a
Deus poderia anular ou modificar essa norma.
• Ter autoridade pessoal no mesmo nível que a autoridade
do A. T. (Mt 5.21,22,27,28). Nessas passagens, Jesus deixa
claro ter autoridade para estabelecer novos ensinamentos,
no mesmo nível da autoridade que era dispensada ao
ensino de Moisés e dos profetas das Escrituras.
• Ter poder para vivificar e ressuscitar os mortos (Jo 5.21).
Somente Deus teria poder para vivificar os mortos. Jesus
não só alegou, como também ressuscitou a várias pessoas
(Lc 7.11-15; Mt 9.18,19,23-26; Jo11.17-44). Mas de seus
milagres, sem dúvida, a ressurreição, foi o seu maior sinal
(Mt 12.39).
• Ser a ressurreição e a vida (Jo 11.25). Alegava ter poder
suficiente para fazer tornar a viver qualquer que cresse
nEle, mesmo que este morresse. Um atributo exclusivo do
Senhor Deus, que Ele estava reivindicando nessa
passagem.

1.2. Suas afirmações com respeito ao Pai.


Jesus alegou várias vezes possuir um relacionamento
íntimo e mesmo bastante incomum com o Pai, que soaria como
loucura, caso Ele não fosse Deus.
• Ele afirma ser um com o Pai (Jo 10.33).
• Afirma que quem o vê, vê o Pai (Jo 14.7-9).
• Afirma que preexistia antes de Abraão (Jo 8.58). Sua
afirmação é no presente “EU SOU”, semelhante ao nome
que o Deus Eterno se revelou a Moisés no Sinai (Êx
3.14,15). Isso ficou tão claro para os judeus (sua
reivindicação de divindade, que quiseram apedrejar a Jesus
por blasfêmia.
• Afirma que quem O honra, está honrando o Pai (Jo 5.23).

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• Afirma ter a mesma natureza de vida que existe somente
em Deus, o Pai (Jo 5.26).

1.3. As reações e afirmações das pessoas que conviveram


com Ele.
Várias pessoas do N. T., que tiveram contato com Jesus, se
manifestaram, uns contra, outros a favor, da clara posição e
prerrogativa que Jesus queria e assumiria para a sua vida.
• A reação do povo comum (Jo 7.11,12,31,40,41,46): muitos
acreditavam ser Ele o Messias prometido, outros que
enganava o povo. Ninguém permanecia indiferente ante a
sua pessoa.
• A reação e declaração do sumo sacerdote à resposta franca
de Jesus (Mt 26.62-65): a clara afirmação de Jesus que se
sentaria a direita do Todo-Poderoso (o lugar de honra, que
só deveria ser dada a Deus), levou o sumo sacerdote a
rasgar suas vestes (ato realizado na presença de uma
grande calamidade) e o sinédrio a sancionar a pena de
morte por blasfêmia, uma vez que Ele se fizera igual a
Deus. Aliás, essa passagem é uma das declarações mais
claras da divindade de Jesus.
• De alguns escribas e fariseus (Jo 19.7,8): que Ele se fez a si
mesmo o Filho de Deus.
• A declaração de Tomé (Jo 20.28): “Senhor meu e Deus
meu!!”. Jesus aceita a declaração e adoração de Tomé. Caso
não fosse Deus, certamente Ele aproveitaria tal
oportunidade para corrigir uma concepção errada sobre a
sua pessoa.

2. Vários Testemunhos das Escrituras sobre a divindade


de Jesus.

2.1. No Evangelho de João.


João identifica Jesus como o Verbo pré-encarnado, a
Palavra em ação. Em Jo 1, lemos “No principio era o Verbo, o
Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus” (vs 1). João deixa

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claro que é um com Deus, e ao mesmo tempo o distingue de
Deus (vs. 2). Afirma que todas as coisas foram feitas por meio
dEle, e sem Ele nada doque foi feito se fez (vs. 3). A Bíblia
também afirma que no principio todas as coisas foram criadas
por Deus (Gn 1.1), e assim João estabelece uma identificação
entre Jesus e o Deus Criador. Afirma também que esse Verbo
Divino se fez carne (vs. 14), e que somente Ele revela plenamente
a Deus (vs. 18). É um grande testemunho a respeito da divindade
do Filho.

2.2. Nos escritos de Paulo.


Paulo mostra claramente sua crença na divindade de Jesus.
Em Cl 1.15-20, Paulo afirma que Jesus é a imagem do Deus
invisível, no qual todas as coisas subsistem, e que nEle reside
toda a plenitude (veja também Cl 2.9). Paulo se refere ao
julgamento de Deus (Rm 2.3) e ao julgamento de Cristo (2 Tm
4.1; 2 Co 5.10), de maneira intercambiável.
Em Fp 2.5-11, Paulo ensina que Jesus, sendo Deus, se
autolimitou, esvaziando-se a si mesmo de seus privilégios
Divinos e sendo reconhecido em figura humana. Quando Paulo
diz que Jesus tem a forma (morphé no original) de Deus, a ideia é
que Cristo tem a mesma essência de Deus. Em outras palavras, o
vs. 5 quer dizer que, embora Jesus tivesse a mesma essência de
Deus, não utilizou isso em vantagem própria. E logo em seguida
deixa claro que virá um dia em que todos prestarão honras e
louvores a Ele, numa linguagem só permitida a alguém que crê
que Jesus seja realmente Deus.

2.3. Nas outras epístolas.


Em Hebreus: das epístolas não-paulinas, a de Hebreus, é a
que mais constata a divindade de Jesus com relação aos anjos e
aos homens. Em Hb 1.3, afirma que Jesus é o resplendor da
glória e a expressão exata de Deus. Não somente isso, mas
também afirma que Jesus foi o meio pelo qual todas as coisas
foram feitas (vs. 2), as quais são sustentadas pela palavra do seu
poder (vs. 3). Uma afirmação clara é encontrada no vs. 8, no qual

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Jesus é tratado por Deus: “mas acerca do Filho: O teu trono, ó
Deus, é para todo o sempre, e: Cetro de equidade é o cetro do
seu reino”. A epístola continua argumentando que Jesus é muito
superior aos anjos (Hb 1.4-2.9), a Moisés (Hb 3.1-6) e aos sumos
sacerdotes (4.14-5.10). Mas o autor deixa claro que sua
superioridade não reside apenas em termos de posição
hierárquica, mas sim de natureza intrínseca, pois todos os outros
são criaturas, mas o Filho é Deus. Vejamos mais alguns
argumentos da Bíblia:

• Em 1 Jo 1.1-3, Jesus é o Verbo da vida eterna, já pré-


existente no princípio de todas as coisas, juntamente com
o Pai. No capítulo 5.20, Jesus é chamado de Filho de Deus e
explicitamente identificado como verdadeiro Deus e a vida
eterna:
“Também sabemos que o Filho de Deus é vindo, e nos tem
dado entendimento para reconhecermos o verdadeiro; e
estamos no verdadeiro, em seu Filho Jesus Cristo. Este é o
verdadeiro Deus e a vida eterna”.
• Em 2 Pe 1.1, Pedro também chama a Jesus de Deus e
Salvador:
“Simão Pedro, servo e apóstolo de Jesus Cristo aos que
conosco obtiveram fé igualmente preciosa na justiça do
nosso Deus e Salvador Jesus Cristo”.
• Em Ap 1.8, o Senhor Deus Todo-Poderoso é apresentado
como o Alfa e o Ômega, que representado o princípio e o
fim de todas as coisas. Mas em Mt 1.17,18, Jesus se
apresenta com os mesmos títulos outorgados ao Deus
Todo-Poderoso:
“Quando o vi, caí aos seus pés como morto. Porém ele pôs
sobre mim a sua mão direita, dizendo: Não temas; eu sou o
primeiro e o último, e aquele que vive; estive morto, mas eis
que estou vivo pelos séculos dos séculos, e tenho as chaves
da morte e do inferno”.

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• Também em Ap 19.16, Jesus recebe o título de Rei dos reis
e Senhor dos senhores, uma clara alusão a sua soberania e
majestade divinas.

2.4. No uso comum do termo Senhor por todo o N.T.


Vários foram os nomes pelos quais as Escrituras provam
ser Jesus, o próprio Deus encarnado: Deus (Hb 1.8); Filho de
Deus (Mt 16.16); Rei dos reis e Senhor dos senhores (Ap 19.16);
Verbo (Jo 1.1), etc. Mas é pelo título Senhor que Jesus é mais
conhecido, ainda que tal termo seja geral e não prove por si
mesmo a divindade de Jesus, em várias passagens ele realmente
indica a posição que Jesus desfrutava.
Quando os judeus traduziram o A.T. para o grego, os
nomes sagrados de Yahveh (YHWH) e Adonai, foram traduzidos
por Kyrios (que quer dizer Senhor, dono), sendo tido por um
termo reverente. O termo era também usado respeitosamente
pelos romanos para se referir a César, como o Senhor. Somente
por estas razões, este termo quando aplicado a Jesus já deveria
dar suficiente conotação da divindade de Jesus. Mas além disso,
várias passagens que se referem a Jesus como Senhor são na
verdade citações do A.T., onde o nome original de Deus foi
traduzido por Senhor (At 2.20,21 em contraste com o 36 e Rm
10.9,13 e verifique Jl 2.31,32; 1 Pe 3.15, confira com Is 8.13). O
título aqui dado a Jesus é no mesmo sentido que o A.T. dava ao
Deus Todo-Poderoso. Há outros textos que o título Senhor é
usado tanto para o Pai (Mt 1.20; 9.38; At 17.24) quanto para o
Filho (Lc 2.11; Jo 20.28; 1 Co 2.8; Fp 2.11).
Para o judeu, chamar a Jesus de Senhor, seria coloca-lo na
mesma posição de igualdade com o Deus das Escrituras. Os
escritores do N.T., tinham isso em mente ao se referir, muitas
vezes a Jesus como Senhor.

❖ A Obra de Cristo.
Cristo realizou muitas obras, porém a obra suprema que
ele consumou foi a de morrer pelos pecados do mundo (Mt 1.21;
Jo 1.29). Incluídas nessa obra expiatória figuram a sua morte,

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ressurreição, e ascensão. Não somente devia ressuscitar por
nós, mas também ascender para interceder por nós diante de
Deus (Rm 8.34; 4.25; 5.10).

❖ Sua morte.
Sua importância: O evento mais importante e a doutrina
central do Novo Testamento resumem-se nas seguintes
palavras: “Cristo morreu (o evento0 por nossos pecados (a
doutrina)” 1 Co 15.3. A morte expiatória de Cristo é o fato que
caracteriza a religião cristã. Martinho Lutero declarou que a
doutrina cristã de ser é a doutrina da Cruz. Todas as batalhas da
Reforma travaram-se em torno da correta interpretação da Cruz.
É essa característica singular dos Evangelhos que faz do
Cristianismo a única religião; pois o grande problema da
humanidade é o problema do pecado, e a religião que apresenta
uma perfeita provisão para o resgate do poder e da culpa do
pecado tem um propósito Divino. Jesus é o autor da “salvação
eterna” (Hb 5.9), isto é, da salvação final. Tudo quanto a salvação
possa significar é assegurado por Ele.
Seu significado: Havia certa relação verdadeira entre o
homem e seu Criador. Algo sucedeu que interrompeu essa
relação. Não somente está o homem distanciado de Deus, tendo
seu caráter manchado, mas existe um obstáculo tão grande no
caminho que o homem não pode removê-lo pelos seus próprios
esforços. Esse obstáculo é o pecado, ou melhor, a culpa. O
homem não pode remover esse obstáculo; a libertação terá que
vir da parte de Deus. Para isso Deus teria que tomar a iniciativa
de salvar o homem. O testemunho das Escrituras é este: Deus
assim fez. Ele enviou seu Filho do céu à terra para remover esse
obstáculo e dessa maneira reconciliou os homens com Deus. Ao
morrer por nossos pecados. Jesus removeu a barreira; levou o
que devíamos ter levado; realizou por nós o que estávamos
impossibilitados de fazer por nós mesmos; isso ele fez porque
era a vontade do Pai. Essa é a essência da expiação de Cristo.
Considerando a suprema importância deste assunto será ele
abordado mais pormenorizadamente em um capítulo à parte.

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❖ Sua ressurreição.
A ressurreição de Cristo é o milagre do Cristianismo. Uma
vez que é estabelecida a realidade deste evento, torna-se
desnecessário procurar provar os demais milagres dos
Evangelhos. Ademais, é o milagre com o qual a fé cristã está em
pé ou cai, isso em razão de ser o Cristianismo uma religião
histórica que baseia seus eventos definidos que ocorreram na
Palestina há mais de mil e novecentos anos. Esses eventos são: o
nascimento e o ministério de Jesus Cristo, culminando na sua
morte, sepultamento e ressurreição. Desses, a ressurreição é a
pedra angular, pois se Cristo não tivesse ressuscitado, então não
seria o que ele próprio afirmou ser, e sua morte não seria
expiatória. Se Cristo não houvesse ressuscitado, então os
cristãos estariam sendo enganados os fiéis estariam sendo
enganados durante séculos; os pregadores estariam
proclamando um erro; e os fiéis estariam sendo enganados por
uma falsa esperança de salvação. Mas, graças a Deus, que, em
vez de ponto de interrogação, podemos colocar o ponto de
exclamação após ter sido exposta essa doutrina: “Mas agora
Cristo ressuscitou dos mortos, e foi feito as primícias dos que
dorme!”.
Ela significa que Jesus é tudo quando ele afirmou ser: Filho
de Deus, Salvador, e Senhor (Rm 1.4). A resposta do mundo às
reivindicações de Jesus foi a cruz; a resposta de Deus,
entretanto, foi a ressurreição. A ressurreição significa que a
morte expiatória de Cristo foi uma Divina realidade, e que o
homem pode encontrar o perdão dos seus pecados, e assim ter
paz com Deus (Rm 4.25).
A ressureição é realmente a consumação da morte
expiatória de Cristo. Como sabemos, pois, que não foi uma
morte comum – e que realmente ele tira o pecado? Porque ele
ressuscitou! A ressurreição significa que temos um Sum
Sacerdote no céu, que se compadece de nós, que viveu a nossa
vida e conhece as nossas tristezas e fraquezas; que é poderoso
para dar-nos poder para diariamente vivermos a vida de Cristo.

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Jesus que morreu por nós, agora vive por nós (Rm 8.34; Hb 7.25).
Significa que podemos saber que há uma vida vindoura. Uma
objeção comum a essa verdade é: “Mas ninguém jamais voltou
para falar-nos do outro mundo.” Mas alguém voltou – esse
alguém é Jesus Cristo! “Se um homem morrer, tornará a viver?” A
essa pergunta antiga a ciência somente pode dizer: “não sei”. A
filosofia apenas diz: “Deve haver uma vida futura”. Porém, o
cristianismo afirma: “Porque ele vive, nós também viveremos;
porque ele ressuscitou dos mortos, também todos
ressuscitaremos”! A ressurreição de Cristo não somente constitui
a prova da imortalidade, mas também a certeza da imortalidade
pessoal, (1 Ts 4.14; 2 Co 4.14; Jo 14.19). Isto significa que há
certeza de juízo futuro. Como disse o inspirado apóstolo, Deus
“tem determinado um dia em que, com justiça, há de julgar o
mundo, por meio do varão que destinou; e disso deu certeza a
todos, ressuscitando-o dos mortos” (At 17.31). Tão certo como
Jesus ressuscitou dos mortos para ser o juiz dos homens, assim
ressuscitarão também da morte os homens para serem julgados
por ele.

❖ Sua ascensão.
Os evangelhos, o livro de Atos e as Epístolas dão
testemunho da ascensão. Qual o significado desse fato histórico?
Quais as doutrinas que nele se baseiam? Quais seus valores
práticos? A ascensão ensina que nosso Mestre é:
a) O Cristo celestial. Jesus deixou o mundo porque havia
chegado o tempo de regressar ao Pai. Sua partida foi uma
“subida”, assim como sua entrada ao mundo havia sido uma
“descida”. Ele que desceu agora subiu para onde estava antes. E
assim como sua entrada no mundo foi sobrenatural, assim o foi
sua partida. Consideremos a maneira de sua partida. Suas
aparições e desaparições depois da ressurreição foram
instantâneas; a ascensão foi, entanto gradual – “vendo-o eles” (At
1.9). Não foi seguida por novas aparições, nas quais o Senhor
surgiu entre eles em pessoa para comer e beber com eles; as
aparições dessa classe terminaram com a sua ascensão. Sua

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retirada da vida terrena que vivem os homens aquém da
sepultura foi de uma vez por todas.
Dessa hora em diante os discípulos não deveriam pensar
nele como o “Cristo segundo a carne”, isto é, como vivendo uma
vida terrena, e sim, como o Cristo glorificado, vivendo uma vida
celestial na presença de Deus e tendo contato com eles por meio
do Espírito Santo. Antes da ascensão, o Mestre aparecia,
desaparecia e reaparecia de tempos em tempos para fazer com
que paulatinamente os discípulos perdessem a necessidade de
contato visual e terreno com ele, e acostumá0los a uma
comunhão espiritual e invisível com ele. Desse modo, ascensão
vem a ser a linha divisória entre dois períodos da vida de Cristo:
do nascimento até à ressurreição, ele é o Cristo da história
humana, aquele que viveu uma vida humana perfeita sob
condições terrenas. Desde a ascensão, ele é o Cristo da
experiência espiritual, que vive no céu e tem contato com os
homens por meio do Espírito Santo.
b) O Cristo exaltado. Afirma certa passagem que Cristo
“subiu”, e outra vez diz que foi “levado acima”. A primeira
representa a Cristo como entrando na presença do Pai por sua
própria vontade e direito; a segunda acentua a ação do Pai pela
qual ele foi exaltado em recompensa por sua obediência até a
morte. Sua lenta ascensão ante os olhares dos discípulos trouxe-
lhes a compreensão de que Jesus estava deixando sua vida
terrena, e os fez testemunhas oculares de sua partida. Mas uma
vez fora do alcance de sua vista, a jornada foi consumada por
um ato de vontade. O dr. Swete assim comenta o fato: Nesse
momento toda a glória de Deus brilhou em seu derredor, e ele
estava no céu. Não lhe era a cena inteiramente nova; na
profundidade do seu conhecimento divino, o Filho do homem
guardava lembranças das glórias que, em sua vida anterior à
encarnação, gozava com o Pai “antes que o mundo existisse” (Jo
17.5). Porém, a alma humana de Cristo até o momento da
ascensão, não experimentara a plena visão de Deus que
transbordou sobre ele ao ser levado acima. Esse foi o alvo de sua
vida humana, o gozo que estava proposto (Hb 12.2), que foi

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alcançado no momento da sua ascensão. Foi em vista de sua
ascensão e exaltação que Cristo declarou: “é-me dado todo o
poder (autoridade) no céu e na terra” (Mt 28.18; vide Ef 1.20-23; 1
Pe 3.22; Fl 2.9-11; Ap 5.12). Citemos outra vez o dr. Swete: “Nada
se faz nesse grandioso mundo desconhecido, que chamamos o
céu, sem sua iniciativa, direção e autoridade determinava.
Processos incompreensíveis à nossa mente realizam-se no outro
lado do véu por meios divinos igualmente incompreensíveis.
Basta que a igreja compreenda que tudo que se opera ali é feito
pela autoridade de seu Senhor.
c) O Cristo Soberano. Cristo ascendeu a um lugar de
autoridade sobre todas as criaturas. Ele é a “cabeça de todo o
varão” (1 Co 11.3), a “cabeça de todo o principado e potestade”
(Cl 2.10); todas as autoridades do mundo invisível, tanto quanto
as do mundo dos homens, estão sob seu domínio, (1 Pe 3.22; Rm
14.9; Fl 2.10,11). Ele possui essa soberania universal para ser
exercida para o bem da igreja, a qual é seu corpo; Deus “sujeito
todas aas coisas a seus pés, e sobre todas as coisas o constituiu
como cabeça da Igreja”. Em um sentido muito especial, portanto,
Cristo é a Cabeça da igreja. Essa autoridade se manifesta de
duas maneiras:
1) Pela autoridade exercida por ele sobre os membros da
igreja. Paulo usou a relação matrimonial como ilustração da
relação entre Cristo e a igreja (Ef 5.22-23). Como a igreja vive em
sujeição à Cristo, assim as mulheres devem estar sujeitas a seus
maridos; como Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou
por ela, assim os maridos devem exercer sua autoridade no
espírito de amor e autossacrifício. A obediência da igreja de
Cristo é uma submissão voluntária: da mesma maneira a esposa
deve ser obediente, não só por questão de consciência, mas por
amor e reverência. Para os cristãos, o estado de matrimônio se
tornou um “mistério” (isto é, uma verdade com significado
espiritual), porque revela a união espiritual entre Cristo e sua
igreja, “autoridade da parte de Cristo, subordinação da parte da
igreja, amor de ambos os lados – o amor retribuindo amor, para
ser coroado pela plenitude do gozo, quando essa união for

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consumada na vinda do Senhor” (Swete). Uma característica
proeminente da igreja primitiva era a atitude de amorosa
submissão a Cristo. “Jesus é o Senhor” não era somente a
declaração do credo mas também a regra de vida.
2) O Cristo glorificado não é somente o Poder que dirige e
governa a igreja, mas também a fonte de sua vida e poder. O
que a videira é para a vara, o que a cabeça é para o corpo, assim
é o Cristo vivo para a sua igreja. Apesar de estar no céu, a
Cabeça da igreja, Cristo está na mais íntima união com seu corpo
na terra, sendo o Espírito Santo o vínculo. (Ef 4.15,16; Cl 2.19).
d) O Cristo que prepara o caminho. A separação entre
Cristo e sua igreja na terra, separação ocasionada pela ascensão,
não é permanente. Ele subiu como um precursor a preparar o
caminho para aqueles que o seguem. Sua promessa foi: “Onde
eu estiver, ali estará também o meu servo” (Jo 12.26). O termo
“precursor” é primeiramente aplicado a João Batista como
aquele que prepararia o caminho Cristo (Lc 1.76). Como João
preparou o caminho para a igreja. Esta esperança é comparada a
uma “âncora da alma segura e firme, e que penetra até o interior
do véu; onde Jesus, nosso precursor, entrou por nós” (Hb
6.19,20). Ainda que agitada pelas ondas das provações e das
adversidades, a alma do crente fiel não pode naufragar
enquanto sua esperança estiver firmemente segura nas
realidades celestiais. Em sentido espiritual, a igreja já está
seguindo o Cristo glorificado; e tem-se “assentado em lugares
celestiais, em Cristo Jesus” (Ef 2.6). Por meio do Espírito Santo os
crentes, espiritualmente, no coração, já seguem a seu Senhor
ressuscitado. Entretanto, haverá uma ascensão literal
correspondente à ascensão de Cristo (1 Ts 4.17; 1 Co 15.52). Essa
esperança dos crentes não é uma ilusão, porque eles já sentem
o poder de atração do Cristo glorificado ( 1 Pe 1.8). Com essa
esperança, Jesus confortou os seus discípulos antes de sua
partida (Jo 14.1-3). “Portanto, consolai-vos uns aos outros com
estas palavras “ (1 Ts 4.18).
e) O Cristo intercessor. Em virtude de ter assumido a
nossa natureza e ter morrido por nosso pecados, Jesus é o

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Mediador entre Deus e os homens (1 Tm 2.5). Mas o mediador é
também um intercessor, e a intercessão é mais do que
mediação. Um mediador pode juntar as duas partes e depois
deixa-las a si mesmas para que resolvam suas dificuldades;
porém, um intercessor diz alguma coisa a favor da pessoa pela
qual se interessa. A intercessão é um ministério importante do
Cristo glorificado (Rm 8.34). A intercessão forma o apogeu das
suas atividades salvadoras. Ele morreu por nós; ressuscitou por
nós; ascendeu por nós; e intercede por nós (Rm 8.34). Nossa
esperança não está em um Cristo morto, mas em um Cristo que
vive e reina com Deus. O sacerdócio de Cristo é eterno; portanto,
sua intercessão é permanente. “Portanto, ele pode levar um
desfecho feliz (“perfeitamente”, Hb 7.25) toda a causa cuja defesa
ele pleiteia assegurando assim aqueles que se chegam a Deus,
por sua mediação, a completa restauração ao favor e à benção
divinos. Realmente, propósito de sua vida no céu é precisamente
esse; ele vive sempre com esse intento de interceder diante de
Deus a favor dos seus.
Enquanto Deus existir, não pode haver interrupção de sua
obra intercessora... porque a intercessão do Cristo glorificado
não é uma oração apenas, mas uma vida. O Novo Testamento
não o apresenta como um suplicante constantemente presente
perante o Pai, de braços estendidos e em forte pranto e
lágrimas, rogando por nossa causa diante de Deus como se fora
um Deus relutante, mas o apresenta como um Sacerdote-Rei
entronizado, pedindo o que deseja de um Pai que sempre o
ouve e concede Sua petição” (Swete). Quais as principais petições
de Cristo em seu ministério intercessor? A oração do capítulo 17
de João sugere a resposta. Semelhante ao ofício de mediador é o
de advogado (no grego, “paracleto”). (1 Jo 2.1) Advogado ou
paracleto é aquele que é chamado a ajudar uma pessoa
angustiada ou necessitada, para confortá-la ou dar conselho e
proteção. Essa foi a relação do Senhor para com os seus
discípulos durante os dias de sua carne. Mas o Cristo glorificado
também está interessado no problema do pecado. Como
Mediador, ele obtém acesso para nós na presença de Deus;

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como Intercessor, ele leva nossas petições perante Deus; como
Advogado, ele enfrenta as acusações feitas contra nós pelo
“acusador dos irmãos”, na questão do pecado. Para os
verdadeiros cristãos uma vida habitual de pecado não é
admissível (1 Jo 3.6); porém isolados atos de pecado podem
acontecer aos melhores cristãos e tais ocasiões requerem a
advocacia de Cristo. Em 1 Jo 2.1,2 estão expostas três
considerações que dão força a sua advocacia: primeira, ele está
“com o Pai”, na presença de Deus; segunda, ele é “o Justo”, e
como tal, pode ser uma expiação por outrem; terceira, ele é “a
propiciação pelos nossos pecados”, isto é, um sacrifício que
assegura o favor de Deus por efetuar expiação pelo pecado.
f) O Cristo onipresente. (Jo 14.12). Enquanto estava na
terra, Cristo necessariamente limitava-se a estar em um lugar de
cada vez, e não podia estar em contato como todos os seus
discípulos ao mesmo tempo. Mas ao ascender ao lugar de onde
procede força motriz do universo, foi-lhe possível enviar seu
poder e sua personalidade divina em todo tempo, a todo lugar e
a todos os seus discípulos. A ascensão ao trono de Deus deu-lhe
não somente onipotência (Mt 28.18), mas também onipresença,
cumprindo-se assim a promessa: “Porque onde estiverem dois
ou três reunidos em meu nome, aí estou no meio deles” (Mt
18.20).

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