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A Educação Cristã e a Vida no Espírito

Reflexões sobre a maneira que tratamos o processo educacional na igreja

Educar é semear com sabedoria e colher com paciência (Augusto Cury). Todas as
pessoas passam por correções. Como um texto que precisa ser mudado, como uma casa que
precisa de melhoras, vidas precisa de retificações. O ser humano nasce numa família onde
deve ser educado, preparado para viver na sociedade, ouvindo sim e não, sendo corrigido e
amado.
Muitas são as pesquisas em torno do aprendizado e desenvolvimento da educação
infantil, mas pouco se fala sobre educar adultos, mal acostumados, cheios de “vícios”,
fechados em suas idéias e convicções. Os resultados destas pesquisas sempre apontam o
otimismo da educação de crianças e o pessimismo para os que já adquiriram “costumes e
tradições” difíceis de mudar.
O que lamentamos é que este pessimismo tem invadido a igreja. Mesmo com o pouco
investimento que se faz na educação cristã das crianças na igreja, o otimismo é aparente na
face dos pastores, professores e pais que estão envolvidos no trabalho educacional da igreja
em prol das crianças.
A reflexão que proponho hoje é sobre a maneira que tratamos todo processo
educacional na igreja, das crianças aos idosos, dos alunos da escola bíblica ao visitante da
igreja. Sabedoria e paciência são virtudes imprescindíveis neste trabalho, mas a essência se
chama: Espírito Santo.

O Espírito Santo e a Educação

“Mas o Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará
todas as coisas e vos fará lembrar de tudo que vos tenho dito” João 14.26.

A obra do Espírito Santo de ensinar todas as coisas e fazer lembrar-se de tudo que
Jesus falou, foi tão necessária quanto ainda o é. Os escritores do Novo Testamento, não
conseguiriam compor por si só o texto. Eles tinham lembranças recentes da companhia de
Cristo e de suas palavras, mas a promessa de João 14.26 descreve a obra do Espírito Santo
acompanhando, ensinando, como um professor cuidadosamente orienta seus alunos, fazendo-
os lembrar de tudo, dos sermões pregados no monte, até as reuniões nas casas e das curas e
milagres nos seus detalhes.
Além destas narrativas, o Espírito Santo doutrinou a igreja através das epístolas
(cartas), instruindo cada igreja, falando sobre suas necessidades e esclarecendo assuntos
importantes sobre a organização da igreja e elucidando os membros em suas dúvidas, sempre
convidando-os as mudanças a partir do que aprendiam.
Os cristãos de todas as épocas são convidados a ter o mesmo comportamento. Ouvir o
sermão, participar da escola bíblica nas igrejas, entendendo que o conhecimento bíblico é
espiritual e deve ser buscado por nós na dependência do Espírito Santo.
Não existe sermão eficaz ou escola bíblica transformadora sem a ação do Espírito
Santo, digo isto para reflexão tanto da parte do pregador (ou professor), quanto do ouvinte
(ou aluno).
Se existe alguma expectativa de que o sermão ou aula bíblica pode ser preparado
apenas com argumentações humanas, sem a necessidade de alento do Espírito Santo sobre o
pregador (ou professor), engana-se a si mesmo com este atrevimento sem base, pois a Bíblia
não é um livro comum, e quem está na posição de “ministrante” da palavra deve saber disso e
se colocar em oração durante o tempo de preparação do sermão (ou aula), para antes ser
ensinado pelo Espírito Santo, sobre o que se deve ensinar.
Assim também o ouvinte (ou aluno) que não pode sentir-se auto suficiente no
entendimento bíblico, e compreender que não existe no vocabulário cristão as frases “se eu
quiser eu consigo”, “qualquer hora que eu disser que não vou fazer mais, eu não faço”, “só
pensar positivo”. O cristão está sempre buscando aprender com a palavra de Deus, e mais do
que isto, vivê-la pela fé, sempre com espírito humilde, sendo guiado pelo Espírito de Deus.
Deus trabalha em cooperação com seus filhos, e a promessa de que o Espírito Santo
ensinará e fará lembrar é pouco mencionada, e assim vamos tentando realizar nosso
ministério sem espiritualidade, motivados por desejos materialistas, projetando didáticas e
dinâmicas, correndo o risco da educação não ser eficaz. Talvez aí repouse nossos medos e
pessimismos sobre a educação cristã para adultos, pelo fato de pensarmos na ineficiência de
nossos métodos de aula (ou pregação), mas o que precisamos é apenas depender de que o
Espírito Santo faça o sobrenatural, é Ele que move corações, o poder da palavra é suficiente
quando se confia em Deus.
Penso como Deus escolheu as palavras certas tanto para um povo especifico (As cartas
Paulinas eram direcionadas a um povo, uma igreja de determinada cidade), quanto para toda
humanidade (apesar de o primeiro momento ser direcionadas a igrejas de locais específicos,
estas cartas traz ensinos para a igreja moderna, em todos os lugares da terra).
Assim o Espírito Santo é o maior agente educacional da igreja, ministrando e
instruindo, sendo que sem Ele as palavras se tornam vãs e vazias. O pregador (ou professor)
não estará preparado sem a presença dEle. Todo trabalho prévio de ler, estudar e se preparar
para transmitir ensinamentos a igreja deve estar fundamentado na submissão do pregador (ou
professor) para com o Espírito Santo.

Todas as Faixas Etárias São Alcançadas Pela Ação do Espírito Santo

A partir do momento que a igreja coloca dificuldade no processo educacional, limita-se


a Deus. Jesus ensinava a todos, de crianças aos idosos. Quando tentaram barrar as crianças de
chegar até Ele o que se ouviu foi “deixai vir a mim os pequeninos por que dos tais são o reino
dos céus”.
O Espírito Santo endireita vidas tortas pelo pecado, quebra tradições, refaz afirmações
antes tidas como corretas, faz pessoas se arrependerem de ter adotado tal postura de vida por
anos, coloca vontade, desejo nos corações pela palavra e pela educação cristã. Prende a
atenção dos desatentos na hora da ministração, tira o sono dos cansados ou sonolentos de
plantão, dar discernimento para compreensão da palavra pregada (ou ensinada).
Não existe tamanho, idade ou raça que impeça a ação do Espírito Santo. Reflito aqui
como uma palavra direcionada aos “educadores” da igreja, mas todos os ministérios devem
entender sua dependência plena do Espírito Santo, só assim prosseguimos e continuaremos a
aprender a vontade de Deus, não da forma superficial, mas sobrenatural, extraordinária.
É o Espírito Santo que ajuda-nos a sensibilizar com nossos alunos (ou irmãos), que
trata conosco, sobre o que se deve tratar com os outros, e como fazer isso. É em oração,
quando estamos preparando algo que vamos transmitir a vidas, não importa qual idade ela
tenha, é que somos tocados pelo Espírito Santo de Deus, e sabemos exatamente o que falar, e
como falar.
Conclusão
“Não extingais o Espírito”. É o contrário que tentamos fazer muitas vezes de forma
inconsciente. Esquecemos de quem não se esquece de nós, eliminamos o que nós da vida,
tornamos autos-suficientes o bastante para entrarmos num pessimismo questionador sobre
nosso ministério.
Independente de qualquer aparente desânimo ou descaso sobre as escolas bíblicas nas
igrejas, ou sobre os sermões que são pregados nos cultos, ou ações educacionais que se tem
feito em prol do corpo de Cristo, Deus nos anima a investir na educação cristã, já que sem ela
não existe resultado eficaz , mesmo que não se dê fruto imediato, com sabedoria, paciência e
dependência do Espírito Santo conquistamos impossíveis e agradamos a Deus.

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