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Homem &Método
Um estudo intensivo da pregação
e entrega de sermões
Stafford North
Vice-Presidente Executivo do
Oklahoma Christian College
t-----Y P ^ X
EDITORA VI DALa ÍCRISTÃ
DEDICATÓRIA
INTRODUÇÃO
No ano 490 A.C., o rei Dario da Pérsia, dirigiu sua
vasta arm ada através do Mar Egeu em direção a M ara
tona, que ficava poucos quilômetros a noroeste de
Atenas. Quando os atenienses souberam que estavam
para ser atacados, decidiram pedir aos seus vizinhos de
Esparta que esquecessem os conflitos do passado e os
ajudassem a proteger a Grécia do ataque persa. Em
menos de 48 horas Feidípedes correu os 160 quilômetros
que os separavam de Esparta e convenceu os espartanos
a se juntarem a eles na luta. Dois mil soldados esparta
nos seguiram imediatamente para Atenas.
Todos os americanos conhecem a história de Paul
Revere que na noito de 18 de abril de 1775 cavalgou
através do território da Nova Inglaterra p ara avisar que
as tropas inglesas comandadas pelo general Gage esta
vam a caminho de Lexington.
Honramos e louvamos aqueles que, com grande cora
gem, levaram uma mensagem importante com tanta
urgência. Nós os aplaudimos porque eles compreende
ram a sua missão e a executaram prontamente.
Com um sentido ainda maior de urgência, os apóstolos
receberam as palavras de Jesus. ‘‘Ide por todo o mundo e
pregai o evangelho a toda criatu ra” (Mc 16.15). Quando
as autoridades judias ordenaram que não falassem em
nome de Jesus, eles replicaram: “Antes importa obed
cer a Deus do que aos homens” (At 5.29). O zelo d
apóstolos era tão contagioso que Lucas registra: “Entr
mentes os que foram dispersos iam por toda par
pregando a palavra” (At 8.4).
Paulo chegou a declarar que era um “escravc
obrigado a pregar o evangelho, a levar as boas novas c
evangelho às almas perdidas (Rm 1.14-15). E escreve
aos coríntios: “Ai de mim se não pregar o evangelho!” |
Co 9.16). Não é de adm irar que dissesse a Timóteo,
quem convertera: “Prega a palavra, insta, quer sej
oportuno, quer não, corrige, repreende, exorta com tod
a longaminidade e doutrina” (2 Tm 4.2).
Comparadas com esta, as mensagens de Feidípedes
Paul Revere se reduzem a nada, pois aqui, sem dúvida
está a maior responsabilidade do mundo.
Não importa quão grande seja a graça de Deus oi
quão grande o sacrifício de Jesus, eles de nada valem at
que sejam conhecidos pelo pecador. E isto é sempre um;
responsabilidade humana. O Novo Testamento jamai
registra que Deus tenha falado diretamente a um peca
dor o que fazer para obter a salvação através de Cristo
Mesmo nos casos de Cornélio, Saulo e do etíope, ondí
Deus ajudou diretamente na transmissão da mensagem t
eles, o Senhor fez uso de um ser humano para esse fim
Como escreveu Paulo: “Como, porém, invocarão aquele
em que não creram? e como crerão naquele de quen
nada ouviram? e como ouvirão, se não há quem pregue?’
(Rm 10.14). Unicamente através do agente humano é que
Deus faz então conhecida a sua grande oferta de salva
ção por todo o mundo; e, neste estudo, estamos especial
mente interessados na proclamação pública como um
meio de cumprir esta responsabilidade a fim de fazer
discípulos de todas as nações.
“M as,” objeta alguém, “a própria Bíblia não declara
que pregar é loucura? Como pode a loucura ocupar um
lugar tão importante?” Em 1 Coríntios 1.21, Paulo escre
veu sem dúvida: “Aprouve a Deus salvar aos que crêem,
pela loucura da pregação”. O contexto torna claro, da
mesma forma que a construção grega, que ele se refere
aqui ao conteúdo da pregação como “loucura” e não ao
iilo (in pregação, pois ele continua: “mas nós pregamos a
Cristo crucificado, escândalo para os judeus, loucura
para os gentios” . Se falar bem fosse loucura, essa
técnica não seria empregada por aqueles que buscam o
sucesso em tudo desde a política até o romance.
Pregar, então é o papel mais vital entre os homens,
pois o pregador se torna um mensageiro de Deus, um
canal através do qual a mensagem divina pode fluir, uma
harpa afinada de acordo com a verdade e tocando o hino
cantado pelos anjos: “Paz na te rra aos homens de boa
vontade” .
A PREGAÇÃO E A HOMILÉTICA DEFINIDAS
A melhor definição de pregação foi dada por Phillips
Brooks: “Pregação é a comunicação da verdade, do
homem p ara os homens. Ela contém dois elementos
essenciais — verdade e personalidade”. 1 Esta definição
revela muito com respeito à grandiosidade quase incom
preensível da responsabilidade do pregador.
“Comunicação” sugere que a pregação envolve a
transmissão de uma idéia partida da mente do remeten
te p ara a do recipiente. Grande parte do conteúdo deste
livro ensina como compreender e usar as armas da
comunicação p ara proclam ar a mensagem.
“V erdade”, na definição de Brooks, implica em que o
conteúdo da pregação deve ser consistente com a pala
vra de Deus. Qualquer coisa acrescentada ou eliminada
dos “oráculos de Deus” não é uma pregação verdadeira.
Como é grande a obrigação do Pregador em transmitir a
mensagem de Deus e não a sua. As muitas passagens do
Novo Testamento que distinguem entro o que é “falso” e
o que é “verdadeiro” enfatizam a necessidade vital de
que o pregador estude com a monto aberta a fim de que
possa “pregar a p alavra” .
Com a frase “de homem para homens” , Brooks focali
za a atenção no elemento humano na pregação. Deus
queria que o pregador acrescentasse algo à mensagem
— não para mudar o significado, mas para acrescentar
o poder da experiência, personalidade e testemunho do
próprio pregador.
1 Phillips Brooks, Lectures on Proaching (Grand Rapids, Zondervan
Publishing House, n.d.), p. 5.
Deus faz então brilhar a sua luz como os raios do sol
sobre o mundo, mas todas as pessoas estão dentro de
casa onde o sol não pode ser visto. O pregador é a janela
que permite que a verdade brilhe para as pessoas que
estão tateando cegamente no escuro.
Isto não quer dizer, naturalmente, que não seja
possível aprender a verdade diretamente da palavra
escrita sem que se diga nada oralmente a respeito, pois
tal coisa pode acontecer e já aconteceu. Para o homem
comum, porém, ocasiões como essas são raras, pois
poucos se interessam o bastante para ler cuidadosamen
te por si mesmos até que sejam encorajados e ensinados
por algum cristão, geralmente um pregador ou alguém
que foi incentivado por ele. É desta forma então que o
pregador se torna a vidraça através da qual a luz de
Deus alcança a humanidade hoje.
Se o pregador, como uma vidraça, for colorido pelo
preconceito, as pessoas recebem uma iluminação imper
feita. Se ele fala com insegurança quando uma orienta
ção imediata é necessária, a luz é fraca e inadequada. Se
o pregador transmite a sua mensagem obscuramente,
sem o preparo adequado e sem clareza de pensamentos e
expressão, os que estão nas trevas permanecem nelas.
O pregador não deve então jamais distorcer ou modi
ficar a mensagem de Deus. Ele deve manter o foco de luz
sobre Jesus Cristo e não sobre si mesmo; deve falar sobre
tópicos de Deus e não do homem. Em resumo, ele deve
aclarar o caminho para o céu. Embora o seu exemplo e a
sua fé possam ajudar para que a mensagem passe de
coração p ara coração, o pregador deve comunicar a
palavra salvadora de Deus.
O propósito da homilética é auxiliar o pregador na
transmissão da mensagem de Deus de maneira a revelar
o máximo da verdade iluminadora. Podemos, portanto,
definir homilética como a ciência de aplicar os princípios
do discurso público eficaz na pregação religiosa; é a arte
de aplicar a verdade de Deus às necessidades do ho
mem. A homilética é uma “ciência” por basear-se em
princípios que foram observados como contribuindo p ara
o sucesso de oradores através dos séculos. Ao mesmo
tempo, há muito na pregação que participa da “a rte ” . O
pregador necessita de uma imaginação poética e precisa
fazer uso daqueles elementos contidos em toda arte, tais
como equilíbrio, ênfase, forma, unidade e clímax.
CONCLUSÃO
O pregador é então um oráculo de Deus. Ele deve
relacionar a Palavra de Cristo com as necessidades da
congregação. Ele deve ser verdadeiro, claro, dedicado;
deve ser profundo e pertinente. O pregador deve incum
bi r-se de seu trabalho com a determinação de levar todos
aqueles com quem entra em contato a uma associação
niíiis íntima com Deus. Sua luta constante é manter a
mente dos membros concentrada nas coisas do espírito e
nno na matéria. Ele deve guiá-los, a fim de que “busquem
primeiro o reino de Deus” e então não irão atentar “nas
<ousas que se vêem, mas nas que se não veêm; porque as
que se veêm são temporais, e as que se não vêem são
Ultimas” (2 Co 4.18).
Mesmo que faça uso dos instrumentos do orador
publico para tornar mais eficiente o seu trabalho, o seu
ílvn é mais elevado. George Sweazei expressou isto muito
bem:
Um sermão não é um discurso público, mas sim um
olomnnto numa experiência de adoração. A pregação
pode ser estudada por si mesma, como a hinologia ou
os sacramentos podem ser considerados separada
mente, mas é preciso lem brar sempre que o sermão é
apenas uma parte de uma experiência prolongada
com Deus. É disto que ele obtém um poder que, como
discurso, jamais poderia alcançar. Todas as profun
das necessidades hum anas que tornam a adoração
necessária também tornam necessária a pregação,
porque o sermão é um dos meios mais poderosos para
possibilitar o encontro entre Deus e os homens.6
INTRODUÇÃO
Pode haver diferenças de opinião com respeito a mui
tos aspectos da vida e do trabalho do pregador, mas exis
te um ponto em que o acordo é total: um bom pregador
deve ser um bom homem. Muito do poder da palavra
falada de Jesus veio do poder da sua origem — uma vida
sem pecado. Paulo, João, Pedro, Estêvão, todos eles,
acrescentaram força às suas palavras pela dedicação de
suas vidas.
No capítulo 1, o papel do pregador foi descrito como
uma tentativa de levar a congregação a uma vida de
maior espiritualidade, a uma compreensão maior da
alma e de seus valores. Ele busca desenvolver devoção
ao espírito juntamente com uma fuga da carne. O prega
dor deve levar seus ouvintes a “detestar o mal, apegan-
do-se ao bem” (Rm 12.9).
Se for este o alvo do ministro, ele não descobrirá
arma mais eficiente em seu arsenal do que o seu próprio
caráter digno. É freqüente o pregador e sua família
sentirem pena de si mesmos; eles se abandonam à
auto-piedade, lamentando o cuidado que precisam tor
para evitar críticas. Em lugar de deplorar o escrutínio do
sua vida, o pregador deveria comprazer-se em ter essa
oportunidade adicional para alcançar o seu alvo. Paulo
instou Timóteo a fazer uso de seu c aráter pessoal provei
tosamente: “Torna-te padrão dos fiéis, na palavra, no
procedimento, no amor, na fé, na pureza” (1 Tm 4.12).
Desde os retóricos da antigüidade até o mais moderno
texto discursivo, a prova ética recebeu um lugar de
importância na realização da persuasão. Nas palavras
de Aristóteles: “O caráter ( rjdoç ) do orador é uma
causa da persuasão quando o discurso é pronunciado de
forma a torná-lo digno de fé”. De fato, continua ele,
‘poderíamos afirm ar que o seu caráter ( rjdoç ) é o mais
potente dos meios p ara persuadir.” 1 . Quintiliano, o
famoso retórico clássico do primeiro século A.D., acres
centa o seu testemunho: “Meu objetivo, portanto, é a
educação do orador perfeito. O primeiro ponto essencial
deste é que seja um homem bom, e conseqüentemente
exigimos dele não apenas a posse de dons excepcionais
de oratória, mas também todas as excelências de cará
te r.” 2 Tomando o seu lugar juntamente com o apelo
lógico e emocional, o apelo ético pode ser definido como o
apelo da personalidade do orador. Interpretado de ma
neira ampla ele envolve as qualidades pessoais e reputa
ção do orador, suas experiências, seu “toque comum”,
e, mais do que tudo, a maneira como ele utiliza essas
coisas na mensagem em si. Os retóricos reconheceram
então desde há muito que o caráter do orador eqüivale
aos seus apelos lógicos e emocionais.
0 relacionamento entre a vida do homem e a sua
mensagem pode ser facilmente divisado. Quando o minis
tro insiste para que haja fé em tempos difíceis, seu
próprio comportamento exemplar por ocasião da morte
de seu pai irá em prestar força ao seu sermão. Quando
elo argumenta a favor de elevados padrões de moral, sua
vida pura e feliz reforçará o seu ponto de vista. Quando
ele pede sacrifício, sua liberalidade, seu desprendimen
to, irão estabelecer o padrão para o seu pedido. Quando
suplica aos professores que planejem as suas aulas com
cuidado, kous hábitos cuidadosos de estudo darão poder
a esse apelo.
1 Aristòtulos, T Í M Hhetoric o/Aristotie, Translated by Lane Cooper (New
j
RESUMO
Essas dez qualidades, tomadas em conjunto, dão uma
idéia clara do homem qualificado p ara pregar. Apesar
de ninguém poder possuir todos esses traços ao ponto de
perfeição, aquele que é fraco em qualquer deles ou que
não parece ter a capacidade de desenvolvê-los, deve
reconhecer a sua incompetência e, se esta for demasiado
grande, ele deve buscar servir o Senhor de outra forma.
Os que possuem os ingredientes básicos devem concen- i
tra r suas energias no desenvolvimento contínuo dessas
qualidades — um crescimento constante em direção à
perfeição de Cristo. Apesar deste alvo ser impossível de
atingir, o esforço dispendido na tentativa irá trazer
dividendos à vida do pregador.
Mas, e se um homem que evidentemente não possui
essas qualidades for chamado para pregar? E se 0
homem tiver as qualidades e não for chamado? Grandfli
debate tem surgido a respeito do “chamado para p r a j
g ar” . Alguns acreditam que um chamado sobrenatural ■
exigido, enquario outros disseram que não existe c h a m a i
do algum. Apesar de que o propósito aqui não é discuti*
um detalhe a questão dos milagres no século vinte, ■
tendência hoje corretamente se afasta da crença de qijfl
o homem deve passar pela experiência de uma v i s ^ |
nobrenatural como um “chamado” para pregar. Que a
pessoa é chamada para pregar, entretanto, é de toda
forma verdade. Nathaniel Burton resumiu os elementos
ímturais no chamado para pregar como os “dons” , uma
"corta convergência das circunstâncias do indivíduo em
diroção ao ministério” e “o conselho unânime de amigos
fionsatos” .4 Batsell Baxter conclui: “O indivíduo pode
mupor que foi ‘chamado para p reg ar’ quando suas quali
ficações naturais são aquelas necessárias ao ministro,
quando ele tem a certeza de que Deus quer que seja um
proclamador público do evangelho, e quando ele mesmo
dosoja pregar a tal ponto que jamais se sentiria conscien
temente livre se declinasse da oportunidade p ara fazê-
lo ." 5
Paulo expressou o fardo que deve ser sentido por todo
ministro digno do evangelho: “Ai de mim se não pregar o
Bvongelho!” (1 Co 9.16). E aos Romanos (1.14-15) ele
PRoreveu: “Pois sou devedor tanto a gregos como a
brtrlmros, tanto a sábios como a ignorantes; por isso,
nuunto está em mim, estou pronto a anunciar o evange
lho, tam bém a vós outros, em Roma” .
flídtsell Barrett Baxter, The Heart of the Yale Lectures (New York: Tho
jgliHian Company, 1947), pp. 6,7; quoted from Nathaniel J. Burton, In Pulpit
ÍPariish (New York: The Macmillan Company, 1925), pp. 36-39.
Q 0 Processo da
Preparação
INTRODUÇÃO
Quando Jesus enviou os doze para a “comissão limita
da” , ele os instruiu: “não cuideis em como, ou o que
haveis de falar, porque naquela hora vos será concedido
o que havereis de dizer” (Mt 10.19). Na era miraculosa da
profecia, línguas, interpretações, e conhecimento, esta
foi uma excelente instrução para os pregadores e produ
ziu proclamação extremamente eficaz. Mas o pregador
de hoje que sobe ao púlpito sem preparar-se, apesar
disso ser necessário, nem merece nem recebe um mila
gre.
O que então pode e deve fazer o pregador antes
levantar-se para transm itir a mensagem de Deus ao
povo? So Deus não lhe dá a mensagem diretamente, comoj
ela vem o o que o pregador deve fazer para facilitar um a
boa reação? Alguns, à primeira vista, poderiam sugeria
que tudo o que ele precisa fazer é tomar de alguni
versículo bíblico, lê-lo e explicá-lo. Considerando melhorl
porém, descobriríamos que nem toda passagem se rv i
para esso uso o que a “explanação” pode variar dfl
clichês ao acaso até a exegese lingüística. I
A conclusão é portanto inescapável: o mensageiro de
I )<!us do século vinte deve escolher uma determinada
monsagem espiritual adequada às necessidades do audi
tório, procurar materiais para esclarecer e enfatizar a
mensagem, determ inar a sua ordem e arranjo, empregar
palavras que expressem melhor o pensamento, e falar
com clareza e força. Este processo de preparação de um
discurso, particularmente no que se aplica ao sermão, ê
o toma do restante deste livro. Neste capítulo veremos o
processo como um todo, e nos capítulos posteriores,
iramos observá-lo parte por parte.
A FAÍSCA CRIATIVA
Quase todo sermão digno de trinta minutos do tempo
do ouvinte começa com uma faísca criativa — aquela
porcepção instantânea em que o homem exclama: “É
BHsa a lição que eles precisam ” . Esta “semente de
ponsamento” 1 freqüentemente chega enquanto ele lê ou
modita sobre as Escrituras ou enquanto se aplica a algum
outro livro.2 O lampejo pode vir, entretanto, enquanto
fiHlivor ouvindo um sermão ou palestra, revendo livros de
notas ou arquivos, vendo televisão ou um filme, enquanto
ponvorsa, pesca ou dirige, ou enquanto sonha. Embora
#h faíscas pareçam espontâneas, elas na verdade são o
ffüialiado do riscar da mente p rep arad a com cuidado
íoiilra a pederneira das Escrituras, da experiência hu-
tjhmia ou da necessidade espiritual (Capítulos 4 e 5).
s Como qualquer escoteiro pode testemunhar, porém,
multas faíscas voam da pederneira sem inflamar os
Ifavolos e se perdem tão facilmente como foram produzi-
llftH, Por esta razão, todo pregador deve ter sempre a
pffo ama caneta e papel para apanhar esses lampejos.
MhNino (]ue uma só palavra seja às vezes suficiente p ara
falnm brar o pensamento, é preferível anotar tanto quan-
■ possível.3 O fato do pregador fazer uso de fichas, livro
I Amlrow W. Blackwood, A Preparação de Sermões, (São Paulo: Aste,
P ! P 41).
de notas, ou pedaços de papel não é tão importante como
capturar a faísca e preservá-la até que possa inflamar
uma congregação inteira, produzindo nela amor, zelo ou
compreensão.
Um método sistemático é naturalm ente melhor do que
um casual, e um plano para registrar, reter e revisar
esses “vislumbres eternos” é fundamental. Alguns pre
gadores experientes usam um fichário p ara idéias em
certas áreas gerais tais como “Espírito Santo”, “Amor”,
“Arrependimento” , e “Visitação”. Outros fazem uso de
um arquivo onde guardam idéias ou ilustrações para
referências futuras. Embora seja importante “planejar o
trabalho”, mais importante ainda é “trabalhar o plano” .
Da faísca p ara as chamas não é apenas o processo de
preparo e entrega do sermão, é também o ponto alto da
pregação, o entusiasmo criativo. Garrison chama isso de
“alegria da descoberta”, e o descreve como o “prazer”
que transform a “o trabalho em recreação” . “Para nós
que estamos no ministério,” continua ele, “uma das mais
sublimes fontes de prazer é a de ouvir uma mensagem de
Deus. Juntamente com a percepção de uma nova verda
de, ou um novo aspecto da antiga verdade, provavelmen
te haverá uma alegria que se aproxima do êxtase.” 4
Este princípio explica porque um auditório pode ge
ralmente dizer se o sermão é produto do estudo recente e
ativo do pregador, ou apenas um regurgitar mal digerido
de um livro de esboços, ou uma repetição apressada de
suas notas antigas. Se o sermão começar com a faísca,
ele pode acender o fogo; se se tra ta r simplesmente da
escolha de um assunto, é provável que o “ apague” .
4 Ibid., p. 17.
5 Blackwood, op, cit., p. 43.
lenta entre a faísca e a chama irá surpreender-se com a
grande quantidade de material que irá coletar por aci
dente e, naturalmente, terá mais tempo para estudar,
orar, discutir, e analisar o tema.
“Quando não existe tensão, isso favorece a descober-
la de coisas negligenciadas durante o período de concen
tração.” 6 A semelhança do encontro de Jesus com a
figueira estéril, o sermão entregue antes de se achar
plenamente desenvolvido pode ter uma bela folhagem,
mas provavelmente não produzirá muito fruto. Uma
criança natim orta é o resultado provável do parto antes
do final da gestação.
O período de combustão lenta é propício à investiga
ção, exegese, análise, pesquisa, meditação e oração. Ele
não só permite a coleta de mais material do que o
necessário p ara a meia hora do sermão (Capítulo 6), mas
também a escolha da maneira mais significativa de
apresentação (Capítulo 7). Mesmo que a entrega seja
feita de improviso (Capítulo 9), este período permite a
escolha de várias palavras e frases-chave.
O resultado final deste período é o esboço do sermão
— um meio de estabelecer, de forma resumida, as idéias
principais do sermão com o m aterial que o acompanha, e
de mostrar a relação exata que existe entre cada item e
todos os demais. Mesmo que o pregador planeje escrever
a mão o seu trabalho, ele deve primeiro fazer um esboço
a fim de esclarecer suas próprias opiniões e determinar
de que forma cada item ajuda a alcançar o seu objetivo.
Fazer um esboço é sem dúvida o melhor método p ara
reunir as diferentes idéias que o pregador possa ter
encontrado a respeito de um tema, transformando-as
num todo unificado.
A CHAMA
Quando o pregador sobe ao púlpito, ele deve estar
pegando fogo, queimando por dentro com sua mensagem.
Tudo teve início com uma faísca que associou criativa
mente uma verdade bíblica a uma necessidade humana,
entrou em lenta combustão durante um período de pre
paro e coleta de combustível, e agora explode em cha
mas.
Ele praticou o sermão a fim de dar-lhe os últimos
retoques; decorou o esboço para poder dar quase toda a
sua atenção ao auditório; e passou seus instantes finais,
antes de subir ao púlpito, em oração silenciosa e intensa
a Deus p ara que envie “fogo do céu” .8 Agora está pronto
para deixar que a chama que arde em seu íntimo seja o
combustível que vá inflamar a congregação para o
Senhor.
INTRODUÇÃO
Como seria tolo p ara o capitão de um navio que
estivesse afundando, ficar no convés com a água subindo
cada vez mais e explicar aos passageiros em pânico
como ganhar no xadrez. Ainda mais tolo, porém, seria o
pregador falar às almas perdidas encerradas tem pora
riamente em corpos agonizantes a respeito das belezas
da literatura ou entretê-las com a sua verve. O pregador,
como já se disse muitas vezes, é um homem em agonia
falando a homens agonizantes. Como muitos sermões
seriam diferentes se o pregador acreditasse que estava
tendo a sua última oportunidade de levar uma alma
perdida a Jesus; todavia, em cada auditório, haverá
provavelmente pelo menos uma pessoa a quem o ministro
estará falando pela última vez.
Esses pensamentos apenas sublinham a importância
da escolha cuidadosa do tema da pregação. Os pregado
res não estão simplesmente envolvidos numa questão de
vida e morte, mas também de céu e inferno. Ao reconhe
cer que, com toda probabilidade, ele jamais falará de
novo ao mesmo auditório, o pregador deve tomar especial
cuidado em atingir diretamente as maiores necessidades
de seus ouvintes. Como é trágico quando os necessitado!
do poder de cura e sustentação da Palavra de Deus
“pedem” e não recebem resposta; “buscam ” e não
encontram; “batem ” e ninguém abre. O pregador pode
pronunciar uma obra-prima de homilética com brilhan
tes ilustrações, estilo vivido, organização incisiva, exe
gese original e entrega entusiástica, sem alcançar qual
quer êxito porque não satisfez as necessidades da con
gregação. Tal realização pode ser com parada à de um
jogador de basquete que faz ótimas jogadas, tem o tempo
perfeito, mas atira na cesta errada.
O pregador deve estar sempre consciente de que a
sua missão é guiar os homens em direção ao céu.
Qualquer outra coisa que faça é apenas incidental.
Nenhum serviço político, social, econômico ou intelectual
que o pregador possa prestar irá jamais igualar-se à sua
assistência espiritual. Outras necessidades são premen
tes e algumas vezes parecem mais imediatas, mas nada
deve obscurecer a maior de todas as necessidades —
reconciliação com Deus.
O pregador deve então conhecer a sua congregação.
Em termos do especialista em oratória, ele deve analisar
seus ouvintes.
Mas, exatamente o que o pregador deve saber a
respeito de seus ouvintes? Como é natural, o pregador
deve evidentemente, como qualquer outro orador, co
nhecer o tamanho do auditório, a idade e os níveis
culturais representados, a ocasião para que se reúnam,
suas ocupações e ambiente em que vivem, situação
cultural e econômica, filiações políticas e religiosas,
atitudes com relação ao tema a ser apresentado, assim
como a proporção de homens e mulheres e seu estado
civil. Na maioria das ocasiões de pregação, porém, o
auditório é heterogêneo, sendo difícil generalizar devido
às diferenças de idade, nível cultural, e ambiente. O
melhor que o pregador pode fazer é tomar conhecimento
dos diferentes grupos representados: adolescentes, la
vradores, membros de sindicatos, mães, universitários,
homens de negócio, aposentados, membros de partidos
políticos, e muitos outros. Ao saber quais os grupos
representados e as características gerais dos que neles
se encontram, ele pode obter uma idéia das particulari
dades dos seus ouvintes.
Esses elementos-padrão p ara análise do público irão ser
de auxílio p ara o pregador em (1) escolher e fazer a
abordagem apropriada do seu tema, (2) selecionar ilus
trações adequadas e m aterial de apoio, e (3) ad aptar o
seu apelo às principais convicções dos ouvintes.1
A fim de ser verdadeiram ente eficaz, porém, o minis
tro deve ir muito além dessas considerações superficiais
ao analisar o seu público. Ele deve descobrir as necessi
dades espirituais, os conflitos e os problemas daqueles
com quem fala.
É preciso ir além do sorriso e do aperto de mãos à
entrada e chegar ao conflito íntimo que aflige a maioria
dos ouvintes. Se Paulo pôde confessar a necessidade de
“esbofetear o seu corpo” a fim de vencer a sua luta
pessoal, poucos cristãos poderiam estar tão aperfeiçoa
dos a ponto de não mais precisarem lutar.
Mas, qual a natureza deste conflito íntimo e como
pode o pregador compreendê-lo? Os problemas que preo
cupam um pregador crescem num solo com três ingre
dientes: (1) o conflito contínuo entre a matéria e o
espírito, [2] a satisfação de impulsos inatos, e (3) a
solução de problemas emocionais. Esses três formam o
fundamento triangular sobre o qual outros problemas são
erigidos, e, embora a superestrutura esteja constante
mente se modificando à medida que alguns assuntos são
resolvidos e outros esquecidos, a base se mantém cons
tante. Antes do pregador poder satisfazer as necessida
des reais do seu povo, ele deve compreender o solo de
onde surgem os seus anseios e problemas. Ele não irá
naturalmente concentrar todos os seus sermões nesses
temas básicos, mas se observar apenas os problemas que
ficam acima do solo, deixará freqüentemente de tocar as
necessidades reais. O pregador deve dedicar-se ao de
senvolvimento espiritual de sua congregação, a p rep arar
os seus membros p ara o céu, e a ajudá-los a se ajustarem
à vida presente.
MATÉRIA VS. ESPÍRITO
Muito do que vai pela mente da congregação surge do
conflito infindável entre a m atéria e o espírito. Esto
1 Mais informação sobre a análise dos ouvintes pode ser encontrada
qualquer livro padrão sobre a arte de falar em público.
tópico, de fato, é talvez o tema mais citado na Bíblia.
Adão e Eva foram os primeiros a escolher, e infelizmente
para todos os seus descendentes, eles escolheram a
matéria. Moisés, por outro lado, escolheu “ser m altrata
do junto com o povo de Deus, a usufruir prazeres
transitórios do pecado” (Hb 11.25). Até mesmo Davi, um
homem “ segundo o coração de Deus”, achou Bate-Seba
mais atraente do que seu apego aos princípios retos.
Judas vendeu o seu Mestre por trinta moedas de prata,
mas Estêvão preferiu m orrer do que abandonar o que ele
sabia ser correto.
As escrituras se referem com freqüência ao apelo do
físico como sendo o “mundo” ou “a carn e”. Essas são
coisas opostas ao que é “celestial” e “espiritual”. Aos
Coríntios, Paulo descreveu o conflito nestes termos: “Não
atentando nós nas cousas que se vêem, mas nas que se
não vêem; porque as que se vêem são temporais, e as que
se não vêem são etern as” (2 Co 4.18). Pedro advertiu
seus leitores que se abstivessem “das paixões carnais
que fazem guerra contra a alm a” (1 Pe 2.11).
Muitos acham difícil desenvolver uma fé bastante
forte p ara dar realidade àquilo que não vêem: Deus,
Cristo, o Espírito Santo, inspiração, céu, inferno, amor,
tesouros no céu. É muito fácil, por outro lado, comprar as
mercadorias que o Diabo vende abertamente: dinheiro,
poder, orgulho, sabedoria terrena, paixão, revido, “pas
sar à frente” de outros.
Uma das necessidades cada vez mais prementes em
cada membro de todo auditório é ver o reino espiritual
com maior realidade, d ar mais importância aos valores
espirituais, tomar decisões numa perspectiva de eterni
dade, dar aos assuntos espirituais uma prioridade cres
cente, ao mesmo tempo que damos cada vez menos
importância às coisas materiais.
O pregador deve cuidar p ara que a maioria do seus
sermões tenha um efeito positivo na formação desta fé
ativa. Ele pode falar de Abraão que viu a cidade espiri
tual “com fundamentos” ou de Rute que escolheu seguir
um Deus invisível em lugar dos ídolos que deixara em
Moabe, ou de Barnabé que cedeu seus bens materiais
com um fim espiritual em vista. Ele pode explicar passa
gens que falem de “tesouros no céu” , “nascido da água e
do espírito” , “renovação da mente”, ou de “crescer na
graça e conhecimento de Jesus Cristo” .
Ele deve também m ostrar o materialismo à sua ver
dadeira luz como um destruidor da alma. Tiago retrata
graficamente o plantio da semente da cobiça, o cresci
mento da planta do pecado, e a ceifa do fruto da morte. A
verdade de tudo isso, continua Tiago, é que o caminho de
Satanás é falso e que “toda boa dádiva e todo dom
perfeito é lá do alto” (Tg 1.14-17).
IMPULSOS INATOS
Grande parte do tumulto e necessidade interiores do
homem surge do segundo dos três elementos do solo: a
satisfação dos impulsos inatos. Como uma corrente elé
trica, esses desejos surgem constantemente no homem e
a sua satisfação é o objetivo contínuo do mesmo. Cada
impulso é divinamente concedido e se destina ao bem-es
tar do indivíduo. Apenas quando as suas tentativas de
obter satisfação vão além dos limites dados por Deus é
que ele se sente frustrado, entra em conflito e peca.
O pregador presta importante serviço quando rela
ciona o cristianismo a esses desejos do homem, pois,
fazendo isso, ele o torna tão prático quanto espiritual. Os
pregadores salientam às vezes com excesso as responsa
bilidades e sacrifícios do cristianismo sem mencionar que
as bênçãos recebidas “tanto nesta vida como na vida por
vir” superam de muito aquilo que o cristão deve abando
nar. O pregador, além disso, deve salientar o ponto de
que tudo que é proibido ao cristão no final só pode
beneficiá-lo. Assassinato, roubo, fornicação, mentira —
nada disso é bom nem para o homem nem p ara a
sociedade. Deus arranjou então de tal forma os princí
pios do cristianismo que todo impulso é satisfeito em
proporção razoável, enquanto o indíviduo e a sociedade
se mantêm protegidos. Ao mesmo tempo, o homem está
servindo ao seu Criador e desenvolvendo um caráter
semelhante ao de Cristo.
O plano cristão para satisfazer os impulsos inerentes
a cada indivíduo é o melhor jamais imaginado. Ele evita
os extremos do estóico que afirma “evite o prazer” e do
hedonista que diz “ o prazer é tudo” . A verdade é que os
impulsos do homem são muito semelhantes aos controles
de um aparelho estereofônico. Perdemos quase sempre
os melhores sons quando sintonizamos tudo — volume,
agudos, baixos — no ponto mais alto. Da mesma forma,
quando alguém tenta levar todo impulso, ou qualquer
deles, até a sua completa gratificação, só irá encontrar
confusão e frustração.
Deus nos deu maneiras boas e belas de satisfazer
cada impulso, mas ele nos ensinou onde parar, identifi
cando como pecado aqueles atos que ficam além dos
limites. Os que aceitam essas restrições serão muito mais
felizes agora e terão a satisfação eterna dopois da morte.
Um breve exame de cada impulso irá sugerir a
satisfação certa que Deus recomenda o os pocados que
recaem sobre os que passam além das restrições feitas
por Deus.
AUTO-PRESERVAÇÃO. Deus foz com que o homem
quisesse manter a sua vida o guardar-so das injúrias
físicas, mas ele deve fazer isso dontro dos limites da
honestidade e tem perança. Aquolo quo abusa da comida
sob a bandeira da auto-prosorvação ostá seguindo o
plano do Diabo da cobiça descontrolada, mas não está
servindo aos seus melhores intoroHHUH. A auto-preserva-
ção, além disso, deve ser temporada pala generosidade,
caso contrário se transform a num cAncor que destrói o
indivíduo mediante o desejo dosonfroado. () trabalho do
pregador então, deve inculcar os princípios que orientam
este desejo dentro de canais apropriados.
SEXO. Contrariamente à crença do alguns, não há
mal no sexo em si; somente o abuso dosto 6 urrado. Assim
como a auto-preservação leva o homom a cuidar de si
mesmo, o sexo leva à procriação da raça. Som esses dois
impulsos, a história do homem teria terminado muito
antes do grande dilúvio. A fim de concodor algo especial
e unificador ao relacionamento marido-osposa, para
proteger a sociedade contra a existência do crianças sem
lar, assim como para o bem-estar emocional do indiví
duo, Deus ordenou que a satisfação sexual fosso obtida
dentro da estrutura do amor e do casamento. Fornica-
ção, adultério e lascívia, portanto, são coisas pecamino
sas desde, que não visam o bem final do homem. Quando
os pregadores preparam ensinamentos adequados sobre
este assunto, estão não apenas fortalecendo a primeira
instituição divina, o lar, mas também ajudando os mem
bros de sua congregação a evitar os perigos da satisfa
ção pecaminosa que leva à miséria, sentimento de culpa,
e destruição. Poderia ser acrescentado que os profetas
da “nova moral” não apresentam nada de novo e certa
mente não têm qualquer moral.
APROVAÇÃO SOCIAL. O desejo de aprovação faz
com que os homens se reúnam socialmente p ara o bem-
estar de todos. Os ensinamentos de Jesus sobre o amor
ao próximo, bondade, mansidão, humildade, paz, paciên
cia e domínio próprio, são todos destinados a ajudar o
cristão a receber a aprovação tanto de seus semelhantes
como de Deus. O serviço cristão, da mesma forma, irá
receber aprovação. Por outro lado, os pecados da dispo
sição: ódio, malícia, inveja e ira, separam os amigos,
enquanto o egoísmo destrói os casamentos, as relações
de negócios e as naçõe.s. O pregador deve advertir contra
os perigos da pressão por parte do meio em que vivem,
que leva a muitos pecados.
AFEIÇÕES. Unido à aprovação social está o desejo de
laços pessoais mais íntimos, “am ar e ser amado” . Tais
afeições são uma parte básica do lar e da vida em
família. Família nenhuma é tão unida como aquela em
que o pai, a mãe e os filhos são cristãos, seguindo assim
os princípios de preocupação com os outros em lugar de
si mesmo. O amor encontrado na comunhão cristã tam
bém é de ajuda na satisfação deste impulso. Por outro
lado, os que estão ansiosos demais para ter amigos
podem cair em muitas arm adilhas “dolorosas e insensa
tas”.
POSSESSÕES. Desde a criança que pega o seu
primeiro brinquedo, todos nós desejamos possuir coisas.
É este desejo que estimula a maior parte das pessoas a
trabalhar mais em suas ocupações seculares. Confinado
aos seus limites adequados, o impulso de posse fornece
uma importante motivação na rotina diária; mas além
desses limites, esse desejo se torna insaciável e leva o
indivíduo a um círculo vicioso de insatisfação. Os princí
pios cristãos de honestidade, economia e mordomia são
básicos para uma satisfação adequada deste desejo; mas
a cobiça, a inveja, o materialismo e a tristeza aguardam
os que ultrapassam os limites dados por Deus.
PODER. O homem instintivamente deseja livrar-se
das restrições e a maioria almeja posições de liderança.
Sem este impulso não pode existir uma sociedade livre,
nem se encontra iniciativa no lar, nos negócios, na escola
ou na igreja. Mas a cobiça e a ambição surgem de um
desejo incontido de poder e, como resultado, um Hitler ou
um Stalin precipitam o mundo num abismo. O cristianis
mo coloca o desejo de poder em seu lugar adequado,
combinando-o com a humildade e o amor.
PRAZER. O próprio Deus deve am ar a beleza, pois
artista algum pode igualar o quadro de um pôr-do-sol
feito por Deus ou a sua sinfonia da floresta. Ele deu ao
homem a capacidade de apreciar o belo e o que dá
prazer, e o homem goza da satisfação de todos os seus
sentidos. Existe, todavia, um constante perigo de que o
prazer se torne o impulso controlador em nossa vida, e o
indivíduo passa a viver para a luxúria da carne e não
para o fruto do Espírito. É Deus novamente quem fornece
os limites, apresentando exemplos desde Eva até Demas
daqueles que cairam nas armadilhas de Satanás, tendo
sido seduzidos pelo “mundo”. O pregador deve ajudar
seus ouvintes a manterem uma perspectiva divina.
CONVICÇÕES. O homem precisa de nlgo em que
acreditar, e como já visto, ele necessita do limites para
as suas atividades. O cristianismo pode fornecer essas
convicções. Como é trágico quo alguns lenluun tentado
eliminar do cristianismo qualquer doutrina quo pudesse
ser controversa, removendo assim grande parte de sua
força e valor. É interessante notar em relação a isto que
as religiões que mais crescem na América em anos
recentes têm sido as que oferecem uma doutrina mais
forte e mais definida, à qual a pessoa pode agarrar-se.
As que ofereceram apenas “relativismo” fizeram um
progresso mais lento ou declinaram. Os pregadores,
como os pais, precisam exercer uma orientação positiva
sobre aqueles que deles dependem, e devem fornecer
ensinamento suficiente a fim de p rep arar uma base firme
para as sólidas convicções.
EXPLORAÇÃO. O desconhecido contém tal fascina
ção para o homem que o desejo de explorar deve ser
contado entre os impulsos básicos. Quer seja voar para a
lua, subir a um pico de montanha ainda inconquistado,
ou ler pela primeira vez um pergaminho recém-descober-
to, o ser humano vibra com a exploração. O pregador
pode ajudar na satisfação desse impulso orientando a
congregação no sentido de realizar atividades e estudos
que despertem o entusiasmo da exploração: testem unhar
a alguém que não conheça o evangelho, levar alimento e
roupas p ara os necessitados, ajudar uma família a
unir-se mais, levar a uma viúva sozinha, a um ex-convic-
to, ou a um membro de uma raça minoritária, uma
palavra de solidariedade a fim de que se sintam deseja
dos. A vida cristã é vista dem asiadas vezes como monóto
na, pouco excitante e aborrecida e as pessoas voltam-se
então p ara outras explorações, envolvendo-se com fre
qüência de tal forma nas coisas materiais que abando
nam por completo a vida espiritual. Cristo oferece muita
excitação e estímulo, bastando que os cristãos busquem
isso da m aneira certa.
RESPEITO E ADORAÇÃO. Onde quer que o homem se
encontrasse, ele sempre buscou algo além de si mesmo. A
pá do arqueólogo revela objetos de culto em todas as
civilizações do passado. O cristianismo fornece a melhor
de todas as satisfações p ara esta necessidade: um Deus
de amor, um guia da verdade, um alvo do céu. Todo
pregador deve fazer pleno uso do impulso humano inato
de descobrir algo acima e além de si mosmo p ara o qual
possa voltar-se.
Esses dez impulsos então, resumem as necessidades e
desejos fundamentais e inatos do cada indivíduo. Embora
cada um deles varie de intensidade de pessoa para
pessoa e até mesmo na mosma pessoa em ocasiões ou
estágios diferentes da vida, o pregador deve compreen
der esses aspectos da natureza humana e seu relaciona
mento com o ensino cristão. Seus sermões devem focali
zar freqüentemente a ajuda que pode ser dada à congre
gação a fim de que esta encontre satisfação plena
embora evitando a “concupiscência” , que é a procura
desenfreada de satisfação de um impulso que as escritu
ras chamam de “am ar o mundo” .
OBSERVAÇÕES FINAIS
4 Batsell Barrett Baxter, The Heart of the Yale Lectures (New York: The
MacMillan Company, 1947), pp. 241, 242. Citado em parte de William M.
Taylor, The Ministry of the Word (London: T. Nelson and Sons, 1876), pp.
41-44.
5 Henry Ward Beecher, YaJe Lectures on Preaching, 3 vols. (New York:
Charles Scribner’s Sons, 1890), p. 147; citado em Baxter, op. c ii , p. 243.
maioria dos pregadores é que os ouvintes sempre pergun
tam: “E dai?” “E daí se Davi pecou com Bate-Seba?” “E
daí se existem diferentes tipos de am or?” Todo sermão
deveria fazer com que cada ouvinte dissesse: “Eu sei
como isto se aplica a mim”.
Todo ministro que possa fazer com que os irmãos se
lembrem do que verdadeiram ente precisam e possa
ajudá-los a aplicar o remédio às suas próprias vidas, irá
prestar um serviço de eterna importância.
Para a tu a r
1. Influenciar os membros da congregação a se apresen
tarem como voluntários para um program a de tra b a
lho pessoal a partir da .semana seguinte.
2. Influenciar os quo não híío membros a tomarem a deci
são de aceitar a Cristo.
3. Influenciar a congregação no sentido de freqüentar a
Escola Dominical com mais assiduidade.
Outra m aneira do estabelecer o propósito de um sermão
é determ inar a reação exata que os membros da audiên
cia deveriam ter.
1. Informar a audiência para que os ouvintes possam ex
plicar a diforonça outro “lei” e “g raça” .
2 . Convencer oh ouvintes para que o fato da mentira ser
proibida ao cristão em qualquer circunstância se
torne um ponto do crença para ele.
3. Estimular a congregação a fim de que aprecie melhor
o sacrifício de Cristo.
4. Motivar a congregação a fim de que aumente a sua
contribuição semanal,
É possível quo do voz em quando seja apropriado com
binar dois propósitos num só sermão: convencer a con
gregação do quo um programa de transporte é necessá
rio e motivá-la a cooperar voluntariamente no mesmo. Na
maioria dos casos, poróm, o objetivo secundário é abran
gido pelo principal o a dupla declaração se faz desneces
sária.
Quanto maiH específico o direto for o estabelecimento
do propósito, e quanto mais observável o ato por ele
sugerido, tanto mais o sermão terá probabilidade de
alcançar o sou alvo. Com freqüência, os pregadores
melhorariam tromendamento a sua pregação, pelo sim
ples expediente do determ inar no estabelecimento do
propósito exatamente o quo esperam obter com o sermão.
O que esperam quo os ouvintes façam com a mensagem?
De que maneira ela irá modificar as suas vidas? Que
pecados irão evitar? Que graças cristãs irão manifestar?
Que obra p ara o Senhor farão? Como suas vidas, seus
empregos, seus lares, sua igreja, irão melhorar? Lembre-
se, “E daí?”
Esta determinação específica do resultado, não só
auxilia a fixar o alvo, mas também fornece a base para
medir até que ponto o pregador alcançou o seu objetivo.
Alguns objetivos são naturalmente a longo prazo e não
serão observados numa semana ou num mês, mas outros
podem ser medidos mais rapidamente ou pelos menos
estabelecida uma tendência que possa ser observada.
REVISÃO
INTRODUÇAO
Todo especialista em oratória desde os dias de Platão
e Aristóteles, testemunhou quanto à importância de orga
nizar os materiais a serem utilizados nos discursos. Os
antigos chamavam a isso de arranjo ou disposição e
pensavam no assunto em termos da estratégia de que um
general poderia valer-se p ara desdobrar as suas tropas.
Apesar de ninguém negar a necessidade de um sermão
bem organizado, muitos não dão suficiente valor a isso.
Alguns, por exemplo, considerariam a organização como
adequada, desde que o orador reúna tudo o que tem a
dizer em um determinado ponto, em um só lugar. Vere
mos, no entanto, que muito mais do que isso está envolvi
do na questão.
O desenvolvimento da estrutura apropriada de um
sermão exige (1) a escolha do tema central do sermão
e dos pontos principais; (2) o apoio de cada um desses
pontos principais; (3) a ordem em que os pontos princi
pais devem apresentar-se; (4) as transições de uma para
outra idéia; (5) a introdução e conclusão do discurso; e
(6) o desenvolvimento do clímax.
Quer o sermão seja destinado a informar, convencer,
estimular ou motivar, a mensagem fundamental do dis-
curso é uma série de idéias ou pontos relacionados.
Os pontos podem estabelecer informação básica a ser
aprendida, ou o ato a ser realizado. Essas declarações
formam o esqueleto ou esboço do discurso. A atenção
cuidadosa com a organização desses pontos fundamentais
facilitará tanto o ato de pregar como o de ouvir o sermão.
O pregador irá mais facilmente lembrar-se do que deseja
dizer e os ouvintes podem tanto seguir como registrar
melhor suas palavras. Nada é mais desconcertante do
que ficar sentado durante trinta minutos e ouvir cerca de
4.500 palavras atiradas sem qualquer ordem aparente.
Como é frustrante ouvir exemplos, testemunhos e dados
fatuais sem saber qual o ponto importante ligado a eles.
Desde que a mente humana foi criada p ara compreender
e apreciar aquilo que tem ordem, propósito e equilíbrio, o
pregador descobrirá que a organização dos materiais é
uma das suas armas mais poderosas.
SENTENÇA-TEMA
Se a estrutura de um sermão fosse encarada como
sendo um míssil, a ogiva do mosmo seria a sentença-te-
ma; ou, em outras palavras, a proposição ou a tese. Em
todo sermão, o pregador devo loolar introduzir uma
mensagem fundamental ou vordado básica na mente da
sua congregação. Assim como acionar a ogiva é a
finalidade última do míssil, tudo no sermão também
busca “registrar” a sontonça-toma que expressa aquilo
que o pregador dosoja quo os ouvintes conheçam,
creiam, sintam ou façam.
Num sermão para informar, por oxomplo, a sootença-
tema poderia ser:
Sentença-tema: Davi ora um homom segundo o cora
ção de Deus.
Pontos Principais do Corpo:
I. A derrota de Golias, por parto do Davi, mostra a
plena confiança que ele depositava 0 111 Deus.
II. A recusa de Davi em m atar Soul mostrou sua
completa aceitação dos propósitos do Dons.
III. O arrependimento de Davi depois do sou pecado
mostrou sua completa devoção a Dous.
Esses três pontos se juntam na declaração de que
Davi era um homem que agradava a Deus e cada ponto
desenvolve um aspecto da sentença-tema.
Num discurso para convencer, a sentença-tema é a
proposição a ser provada:
Sentença-tema: Jesus é o Cristo
Pontos Principais do Corpo:
I. O cumprimento da profecia por parte de Jesus
prova ser ele o Cristo.
II. Os milagres de Jesus provam que ele é o Cristo.
III. A ressurreição de Jesus prova que ele é o Cristo.
Quando o propósito do pregador é estimular, a sen
tença-tema expressa o tema que ele crê que irá inspirar
os ouvintes:
Sentença-tema: Os cristãos são os que extraem maior
satisfação da vida.
Pontos Principais do Corpo:
I. Os cristãos podem gozar a vida sem o peso do
orgulho, da malícia e da preocupação.
II. Os cristãos gozam a vida mediante o serviço a
outros.
III. Os cristãos gozam a vida por estarem próximos de
Deus.
Por último, no sermão p ara motivar, a sentença-tema
é no geral a atividade requerida: “visitar os doentes”,
“ler a Bíblia todos os dias” , “aum entar as ofertas”,
“freqüentar a escola dominical”. Em muitas ocasiões,
porém, o pregador obterá uma reação mais positiva se
usar uma abordagem mais sutil. Se ele quiser motivar a
congregação a uma participação maior no programa da
igreja, por exemplo, poderá pregar sobre a igreja de
Laodicéia:
Sentença-tema; .A carta de Jesus à igreja de Laodi
céia indica sua reação com respeito
aos membros da igreja que não estão
trabalhando.
Pontos Principais do Corpo:
I. Jesus sabia que a igreja era morna e presunçosa.
II. Jesus ofereceu um remédio para sua condição,
III. Jesus prometeu, até mesmo a esta congregação,
grandes bênçãos condicionadas à sua aceitação
dos termos dele.
O primeiro passo na organização do sermão é pois de
terminar a sentença-tema. A ogiva a ser lançada.
TRANSIÇÕES
Se os pontos e o m aterial de apoio do sermão podem
ser vistos como tijolos, o cimento que mantém unidos os
tijolos deve constituir as transições no sermão. Algumas
transições são compostas de declarações bastante for
mais: “Tendo visto que Jesus cumpriu as profecias do
Velho Testamento com respeito ao Messias, vamos obser
var agora o testemunho dos seus milagres” . Nesta única
sentença, o orador tanto faz uma revisão do ponto que
está concluindo como uma previsão daquele que vai
iniciar.
Em outras ocasiões, transições importantes podem
ser feitas mediante uma única palavra: primeiro, segun
do, terceiro, portanto, então, também, por exemplo, além
disso, da mesma forma, em adição, conseqüentemente,
outro. Tais palavras fornecem a cola que faz grudar o
sermão como um todo na mente dos ouvintes e ajuda a
colocar cada parte em seu lugar adequado ao ser gruda
da.
Muitos sermões parecem bem organizados no papel,
mas para os ouvintes se mostram confusos e desconjunta-
dos porque as transições não foram adequadas. A natu
reza do sermão irá, certamente, determ inar quão eviden
tes devem ser as transições. Se o sermão tiver a finalida
de de informar ou convencer, os ouvintes devem perce
ber perfeitamente cada ponto destacado e exatamente
quando um novo ponto é introduzido. Com este propósito,
o ministro deve empregar expressões como: “tendo vis
to... vamos agora p a ra ”, “a seguir devemos considerar”,
e “a segunda razão p a ra ”. Ele deve tomar cuidado para
evitar o uso excessivo das mesmas transições, e d#
expressões banais como “achamos que” e “vemos que".
Os sermões p ara estimular e motivar, quando ligados
a um apelo mais emocional do que argumentativo, podem
não exigir transições tão óbvias, desde que os pontos
particulares que estão sendo feitos são na realidade
menos importantes para alcançar a reação geral. Nesses
sermões o pregador não está tão interessado em que o
auditório se lembre dos pontos principais, mas sim em
estabelecer um clima e uma reação. Mesmo nesses
casos, todavia, deve ser dada cuidadosa atenção às
transições, pois estas devem ser incluidas mesmo que
sejam óbvias p ara os ouvintes, e as transições mais sutis
freqüentemente exigem mais esforço do que as óbvias.
INTRODUÇÃO
Embora a parte introdutória do sermão possa tomar
cerca de cinco a dez por cento do tempo total, trata-se de
uma parte muito importante. Não é preciso defender os
méritos do adágio: “ as primeiras impressões são as que
duram ”, pois quer o orador goste ou não, o caso é
provavelmente sempre esse. Uma boa impressão inicial
levará a audiência a tender p ara a reação desejada, mas
,/um começo negativo vai esvaziar os pneus antes da
viagem começar.
Uma introdução irá geralmente alcançar três objeti
vos: (1) cham ar atenção p ara o assunto, (2) fornecer o
material de apoio necessário, e (3) obter a boa vontade
dos ouvintes. No momento em que o orador sai da
introdução e avança para a sentença-tema e o corpo do
discurso, todos esses objetivos devem ter sido alcança
dos. Em muitos c o r o s o pregador já é conhecido e
apreciado pelos ouvintes e precisará fazer pouco portan
to para ganhar a sua boa vontade. Se for desconhecido
p ara eles, porém, deve reconhecer a necessidade de
atingir este objetivo. Km alguns'casos, será necessário
muito material de apoio para orientar a audiência em
direção ao assunto, mas em outros casos pouca coisa
será exigida p ara que compreenda o que virá em segui
da. Obter a atenção dos ouvintes para o assunto ou fazer
com que sintam necessidade de ouvir o que vai seguir-se
irá, entretanto, ocupar um lugar importante em toda boa
introdução. O pregador deve ter então em mente que o
alvo não é apenas ganhar atenção, mas ganhar atenção
para o assunto. O orador pode chamar atenção sobre si
mesmo andando de gatinhas até o pódio, soprando uma
corneta, ou contanto a última piada, mas nada disso
chama atenção p ara o assunto a não ser que esteja
falando sobre ginástica, sobre como tocar corneta ou a
respeito do humor contemporâneo.
A introdução, naturalmente, é composta de unidades
básicas — declarações e material de apoio concernente
— assim como as outras partes do discurso; mas as
unidades são escolhidas de acordo com os alvos particu
lares da introdução a serem alcançados. O pregador
pode, por exemplo, começar com uma narração a fim de
atrair o interesse para o seu tema, citar um testemunho
de um autor favorito dos ouvintes para ganhar a sua boa
vontade e intensificar o interesse, e finalmente suprir
informação fatual como material de apoio.
Quase todos os materiais de apoio discutidos no
Capítulo 7 podem ser usados na introdução, mas existem
algumas técnicas especiais que são úteis, especialmente
para focalizar a atenção no assunto.
1. O método mais freqüente usado para iniciar um
sermão talvez seja citar ou ler um “texto” da Bíblia.
Quando o sermão é textual ou expositivo, a passagem a
ser estudada deve ser naturalmente lida na introdução, a
não ser que seja muito extensa; mas não há necessidade
disso no caso do sermão tópico, uma escritura pode ou
não ser empregada para introduzir o tópico. O uso do
“texto” tem a vantagem de manter as Escrituras em
lugar de destaque no sermão e é simples p ara o pregador
encontrar m aterial para este fim. Caso faça uso desse
método, entretanto, a leitura deve ser bem feita a fim de
não perder o impacto; e em alguns casos é melhor
preceder o “texto” com algum outro material a fim de
despertar o interesse.
2. Outra técnica para a introdução pode ser chama
da de “abordagem do problema” . Enquanto este método
é especialmente útil no padrão de organização do tipo
solução de problema e no passo da “necessidade” na
seqüência motivada, ele pode ser usado em quase todo
tipo de organização de sermões. O pregador pode come
çar por exemplo, com uma contradição aparente nas
escrituras, tal como entre Paulo e Tiago sobre a salvação
pela fé, e proceder então com a solução para o problema.
Harry Emerson Fosdick usou a “abordagem do proble
m a” em grande número de seus sermões.
3. Uma declaração ou demonstração da importância
do tópico p ara a audiência é especialmente positiva
quando bem feita. Em alguns casos a importância do
tema p ara os ouvintes pode ser destacada por uma
narração, testemunho, ou descrição; outras vezes uma
declaração ousada da importância seguida de um teste
munho de apoio mostra-se eficaz.
4. A fim de fazer com que o sermão pareça relevante
para os problemas humanos desde o início, alguns prega
dores gostam de começar com uma referência a um
acontecimento corrente. Billy Graham usou com freqüên
cia este método com grande sucesso. O acontecimento
corrente pode ser nacional ou internacional, ou limitar-
se a um evento local de importância, mas se for bem
contado e tiver uma ligação direta com a lição a ser
apresentada, pode ser especialmente eficaz.
5. Em ocasiões especiais ou quando o pregador é um
orador convidado, alguma referência à ocasião pode
proporcionar um inicio positivo. Em ocasiões como dedi
cação de um prédio, observância de uma realização
especial ou aniversário, a referência à ocasião é quase
obrigatória. Pode ser feita também menção de algum
empreendimento especial dos ouvintes. Um cumprimento
sincero sempre gera boa vontade.
6. Ainda outro método de iniciar um sermão é a
referência a alguma parte precedente do programa. A
menção de um hino ou oração, por exemplo, pode forne
cer um meio excepcionalmente positivo de começar um
sermão, isto tem a vantagem de destacar o que é familiar
e parecer espontâneo.
CONCLUSÃO
Qualquer pessoa que tenha participado de um debate
de oratória pode confirmar a importância da última
réplica afirmativa, pois neste discurso final muitos deba
tes foram vencidos. Assim como a primeira impressão
determina com freqüência se o sermão vai ser ouvido, a
última impressão determina geralmente a sua aplicação.
Num sermão p ara informar ou convencer, a conclusão
irá regularmente incluir um resumo e recapitulação. Nos
sermões para estimular ou praticar, a conclusão será o
ponto de apelo final e deve ser particularm ente persuasi-
va.
Quase todo tipo de material de apoio pode ser usado
na conclusão, mas a narração interessante, descrição
vivida, fato surpreendente, ou testemunho impressionan
te serão de grande valia. Em muitas ocasiões o pregador
desejará desafiar os ouvintes e pode até afirmar seu
intento pessoal de agir de acordo com o apelo do sermão.
A conclusão deve, naturalmente, assegurar que os ouvin
tes farão a aplicação adequada da lição à sua vida
pessoal. Sem isto, tudo o mais será inútil.
Em muitos casos, o apelo emocional mais forte será
reservado p ara a conclusão a fim de term inar o sermão
num ponto alto. A sentença final deve ser forte, e não um
“muito obrigado” inepto ou uma desculpa murmurada
por ter falado demais.
Se a conclusão deve ser realmente um ponto alto, é
preciso que não se alongue demasiado. Alguns sermões
se parecem com certas composições musicais que dão a
impressão que term inaram em meia dúzia de lugares,
apenas para começar de novo. Uma vez que os ouvintes
sintam que o pregador está prestes a term inar a lição,
não continuarão a p restar atenção por muito mais tempo.
Uma boa regra a seguir na conclusão é então esta: faça
um plano cuidadoso, tornando a conclusão forte mas
breve.
CLÍMAX
Um dos aspectos mais importantes e também mais
negligenciados da organização do sermão é o “clímax”,
(|ue vem do termo grego que significa “escad a”. O esboço
n a estrutura preparados com cuidado são característi
cos de toda arte e, neste sentido, a pregação deve ser
uma arte. Da mesma forma que a seleção musical de bom
nível não se processa do princípio até o fim no mesmo
volume de som e à mesma velocidade, o sermão deve ter
também os seus picos e vales. Alguns pregadores pare
cem subir no púlpito a toda velocidade e mantêm esse
compasso até que “quebram a fita” no final da corrida.
Outros começam a passo de tartaruga e mantêm-se a
essa mesma velocidade todo o tempo.
Uma das qualidades que diferencia a boa pregação
da comum, é justamente este assunto do clímax. Deve ser
primeiramente notado que o sermão não tem um único
mas muitos pontos altos, todos eles tecidos dentro de uma
estrutura dirigida constantemente para o ponto mais
alto. O intérprete de um poema deve estar capacitado
para indicar com exatidão como cada linha do poema se
encaixa em seu padrão, orientado no sentido do clímax
principal. O ator, da mesma forma, deve poder indicar
onde cada linha de uma dada cena se encaixa no clímax
da peça. O mesmo deve aplicar-se ao pregador. O seu
sermão precisa ser estruturado de m aneira que certas
declarações principais se destaquem como pontos de um
clímax intelectual. A comunicação do sermão feita pelo
pregador, a ser discutida num outro capítulo, desempe
nha naturalm ente um papel vital no desenvolvimento do
clímax. O pico intelectual geralmente precede o ponto
alto emocional, mas ambos com freqüência ficam próxi
mos do final. Deve haver uma leve “queda” depois do
clímax mais alto, a fim de que o sermão pareça ter sido
terminado.
PALAVRA FINAL
À medida que surge cada um dos aspectos da estrutu
ra do sermão, ele parece ser mais importante do que
qualquer outro. Mas na verdade, as partes principais,
como os elos de uma corrente, são de igual importância,
pois sem eles, os outros perdem o valor. O sermão bem
organizado irá falhar se não tiver um bom material de
apoio; assim também acontece com aquele cujo tema é
excelente e o material bem escolhido, mas que não tenha
sido adequadamente estruturado. Da mesma forma que a
construção de um prédio, o preparo do sermão possui
muitas fases, o o pregador deve ser um perito em todas
elas.
Uso de
Material de
Boa Qualidade,
Interessante
e Poderoso
“Tu, porém, fala o que convém à sã doutrina” — Tito 2.1
INTRODUÇÃO
Suponhamos que um pregador se coloque diante de
sua congregação, faça uma pausa enquanto observa a
audiência, e depois diga exatamente as seguintes pala
vras:
“A partir de Hebreus 5.11 até 6.12 vemos o contraste
entre o cristão que cresceu em direção à maturidade e o
que não se desenvolveu:
I. O cristão amadurecido pode ensinar outros en
quanto o subdesenvolvido precisa aprender ain
da.
II. O cristão amadurecido tem bastante experiência
p a ra alimentar-se de carne, enquanto o subde
senvolvido continua necessitando de leite.
III. O cristão amadurecido é paciente (diligente) en
quanto o subdesenvolvido é vagaroso.
IV. O cristão amadurecido avança p a ra a perfeição
enquanto o subdesenvolvido se conserva nos fun
damentos.
V. O cristão amadurecido pode gozar da plenitude
da esperança enquanto o subdesenvolvido com to
da probabilidade se desviará.”
Depois dessas palavras, o pregador pede que se faça
um hino de convite.
Embora esta análise expositiva seja certam ente ade
quada, o esboço por si mesmo não pode ser qualificado
como pregação. O ministro precisa injetar carne neste
esqueleto. Ele deve elaborar os pontos principais a fim de
esclarecer o seu significado, mas nem isto basta. Da
mesma forma que um vendedor de diamantes capacitado
gira a pedra preciosa p ara a que a luz brilhe em suas
várias facetas, o pregador deve fazer com que cada
faceta do seu sermão faisque. Com a engenhosidade de
um perito ele deve moldar ou “co rtar” cada uma das
idéias principais de modo que ao apresentá-la p ara uma
observação mental, ela pareça tanto interessante como
vivida. Em alguns casos ele deve além disso descobrir o
meio de convencer o auditório de que um ponto é
verdadeiro e em outros deve motivá-lo a fazer o que ele
lhes pede.
Antes de uma declaração de importância fundamen
tal evocar a reação desejada, algo deve então acompa-
nhá-la p ara emprestar-lhe maior força, maior apelo,
maior vitalidade. Se o ponto principal é retratado como
uma bala pronta a ser lançada na mente, algo precisa
impeli-la. Se o ponto principal é visto como um quadro
preso na parede da mente, algo tem de prendê-lo no
lugar. Essas forças propulsoras, esses pregos são cha
mados de material de apoio, e cada declaração com seu
material relacionado toma o nome de unidade b ásica.1 O
discurso inteiro é então composto de uma série dessas
unidades. Considere, por exemplo, a seguinte unidade
composta de uma declaração e o seu apoio:
Declaração: Jesus é a luz do mundo.
Material de Apoio:
Existe uma pequena igreja num lugar distante
onde não chegou ainda a eletricidade, mas mesmo
nas noites mais escuras o serviço divino é ali
celebrado. Cada fiel traz de casa uma vela e esta
é acesa na do ministro da pequenina igreja. O
prédio fica repleto de gente e a cena é descrita
1 Donald C. Bryant e Karl R. Wallace, Fundamentais of Public Speaking
ShiioikI Hditinn (New York: Appleton-Century-Crokftls, 1953), p. 42.
como “cheia de brilho”. Que a nossa vida não
passe de uma simples vela, que tire a sua luz da
vida de Cristo e leve a sua chama, e estaremos
aptos p ara ajudar a encher este grande templo da
necessidade e do pecado humano com a luz do
conhecimento da glória de Deus.2
A declaração é portanto impelida pela narração
que a apóia, e ambas se completam. A declaração terá
pouca força sem o material de apoio, e o material de
apoio não terá sentido sem a declaração. Juntos eles
constituem uma unidade básica, um tijolo, e quando
vários tijolos são colocados juntos na ordem apropriada,
cies representam o sermão inteiro.
Em resumo, um grupo de afirmativas ou asserções,
mesmo resultantes de uma análise cuidadosa, não basta
para um sermão. Cada uma delas deve estar acompanha
da de m aterial de apoio que tornarão o ponto claro,
interessante, convincente ou comovente. E esses são
naturalmente os objetivos do material de apoio.
Os terapeutas da oratória na antigüidade considera
vam a coleta e o uso de m aterial sob o título de invenção e
pensaram em três tipos de persuasão que tais materiais
poderiam obter: lógica, emocional e ética. Tenha em
mente esses pontos de vista enquanto estudamos este
lópico.
Este capítulo sobre material de apoio irá: (1) especi
ficar os tipos de material que podem ser usados p ara
obter clareza, interesse, convicção e motivação; (2). su
gerir como tais materiais poderão melhor alcançar essas
finalidades, e (3) descrever como localizar esses mate
riais.
* y
1. Autopreservação
a. Prolongarei minha vida.
b. Sentirei uma necessidade biológica de comida ou
bebida.
c. Ficarei livre de perigos e / ou terei mais seguran
ça.
d. Aumentarei o meu respeito próprio.
2. Aprovação Social
a. Receberei reconhecimento ou respeito de outros.
b. Obterei a boa vontade ou aprovação de alguém.
3. Sexo
a. Sentirei uma satisfação sexual física.
b. Sentirei uma satisfação emocional como homem
ou mulher.
c. Sentirei atração por alguém do sexo oposto.
d. Aprenderei algo a respeito da satisfação do meu
desejo sexual.
4. Bens Materiais
a. Receberei dinheiro ou o seu equivalente.
b. Obterei ou manterei a posse de algo.
5. Prazer
a. Terei conforto físico ou prazer.
b. Terei prazer mental.
c. Evitarei a dor.
6. Poder
a. Influenciarei alguém ou farei com que façam o
que desejo.
b. Terei livre-arbítrio.
c. Farei algo que a maioria das pessoas não pode
fazer ou não faz.
7. Afeições
a. Receberei amor de alguém.
b. Darei amor a alguém.
c. Serei aceito por aqueles a quem amo.
8. Convicções
a. Ajudarei alguém a fazer o que é importante para
ele.
b. Cumprirei o meu dever.
c. Viverei de acordo com meu código de ética.
d. Entenderei mais claram ente meus princípios de
conduta.
e. Farei algo útil à minha comunidade ou ao meu
país.
!). Exploração
a. Aprenderei algo novo.
b. Enfrentarei um desafio.
c. Terei uma aventura.
10. Respeito e Adoração
a. Me sentirei ligado a alguém maior do que eu.
b. Terei comunhão com algo maior do que o homom.
c. Entenderei melhor o poder do sobrenatural.
Mas como pregador associa suas esperanças do que
os ouvintes farão com essas reações que acabamos de
rever? Ele pode, naturalmente, falar apenas desta rela
ção. “Se quiserem preservar a si mesmos”, poderia
dizer, “então não vão para o inferno. A salvação pode
ser sua” . O apelo direto tem valor algumas vezes, mas
em muitos casos será através de algum tipo de material de
apoio, geralmente uma narração ou descrição, ou um
testemunho, que o orador pode mais eficazmente apre
sentar seu apelo à audiência. Algumas das maneiras
mais eficazes de associar aquilo que você quer que o
ouvinte faça com os próprios desejos dele são:
1. Contar uma história que envolva crianças, pessoas
idosas ou deficientes. Todos parecem comover-se
com tais narrativas porque facilmente nos identifi
camos com elas e temos uma afeição natural por
tais pessoas.
2. Descrever ou contar uma narrativa a respeito de
pessoas que enfrentaram um grande desafio e ven
ceram. Nos sentimos atraídos por livros, filmes,
program as de televisão e pessoas que enfrentaram
problemas ou dificuldades e os venceram mediante
seus impulsos de exploração, convicções e respeito.
Qual o americano, por exemplo, que não se sentiu
comovido quando os seus compatriotas presos pelo
norte-vietnamistas foram libertados e fizeram de
clarações cheias de patriotismo, saudando a ban
deira de seu país? Eles tinham vencido da mesma
forma que os primeiros cristãos, que um aluno do
colegial ao recusar beber mesmo quando pressiona
do por seus colegas, e que o executivo que recusou
participar de um negócio desonesto, a fim de alcan
çar êxito.
3. Descrever eventos ou pessoas a fim de levar o ou
vinte a recordar momentos tocantes de sua própria
vida — o nascimento de um filho, a perda de um en
te querido, o amor a um animal de estimação, um
casamento, uma formatura, um momento de alegria
ou tristeza. Tais acontecimentos são facilmente li
gados a nossos impulsos de afeição, prazer, explo
ração, poder e sexo.
4. Dar testemunho pessoal — ou o seu ou o de outrém
— que associe o seu objetivo com as necessidades
do ouvinte. Se você e outros puseram em prática a
atitude ou ato que está instando e tiraram proveito
do mesmo, então esta experiência pessoal pode co
mover. O testemunho dos que não fizeram o que es
tá sendo sugerido e mais tarde se arrependeram po
de também ser usado, como é natural.
5. Ajudar o ouvinte a visualizar a si mesmo fazendo o
que você sugere e descobrir nisso uma maneira de
satisfazer suas necessidades. A fim de levar à ação
o orador deve engajar a imaginação do ouvinte e a
visualização é um meio excelente de conseguir isso.
INTRODUÇÃO
Certas pessoas “têm um jeito todo especial com as
palavras” . Alguns falam em sentenças curtas e claras;
outros em frases mais longas e complexas, salpicadas
com uma linguagem altamente descritiva e figurada. O
termo usado p ara descrever o uso das palavras caracte
rístico ao orador, é estilo.
Toda pessoa tem o seu estilo — sua própria maneira
de usar as palavras, Shakespeare linha um estilo elegan
te repleto de todo tipo de figura do linguagem. A maior
parte dos pregadores tom um estilo simples e direto.
Desde que as palavras escolhidas pela pessoa para
revestir os seus pensamentos desempenham uma parte
tão importante na comunicação de idéias da mente do
orador p ara a do ouvinte, o pregador não deve deixar o
seu estilo à mercê do acaso ou do hábito. Pelo contrário,
ele deve treinar a si mesmo para fazer uso das palavras
da maneira mais positiva possível.
Embora existam e devam oxistir grandes variações no
estilo dos diversos oradores, há certas qualidades de
estilo que todos devem buscar.
CLAREZA
A qualidade de estilo mais fundamental p ara o prega
dor é a clareza; pois, acima de tudo o mais, a audiência
deve compreender a sua mensagem. Desde que as pala
vras não passam de símbolos dos pensamentos a serem
transmitidos, a clareza do estilo significa na verdade
transparência, a fim de que os ouvintes possam ver o
significado através das palavras. Se o sentido for consi
derado como um quadro ou imagem mental, as palavras
devem pintar o quadro com tal exatidão que a audiência
possa vê-lo em detalhe.
A fim de obter esta clareza, o pregador deve escolher
palavras que expressem o sentido exato. “Filipe correu”,
por exemplo, torna o quadro mais claro do que “Filipe
foi” . “Lançou” , “deixou c a ir”, ou “empilhou” é melhor
do que “colocou” , e “esmurrou” ou “golpeou” melhor do
que “bateu”. Os verbos que descrevem a ação ou o
movimento com precisão tornam o quadro mais claro.
Outro elemento da clareza é a concretização. En
quanto os detalhes do “continuum concreto-abstrato”
devam ser deixados para os escritores de semântica, é
importante notar aqui que o “sintonizador fino” que
torna a imagem nítida é o uso de palavras concretas.
Todas as palavras, desde que não passam de símbolos,
omitem necessariam ente alguns detalhes. Isto é, nenhu
ma palavra ou combinação de palavras pode dar todos os
detalhes do quadro, assim como artista algum consegue
incluir em sua paisagem cada um dos detalhes. Os
termos que melhor conseguem incluir todos os dados são
chamados concretos, enquanto as palavras que excluem
a maior parte deles são denominadas abstratas. Note,
por exemplo, como o quadro gradualmente se ilumina à
medida que esta seqüência de palavras se move do
abstrato para o concreto: algo — objeto — animal —
mamífero — canino — cão — collie — Lassie. Existem,
como é natural, usos p ara as palavras abstratas, mas na
maioria das vezes o termo concreto, específico, torna
muito mais nítida a imagem na mente do ouvinte.
Outro aspecto da clareza é o uso de detalhes específi
cos. É no geral simples incluir detalhes específicos numa
descrição ou narrativa, aguçando assim a imagem men
tal. Ao falar da competição entre Elias e os profetas de
Baal no Monte Carmelo, por exemplo, detalhes como a
altura do monte, sua proximidade do mar, e sua vegeta
ção podem facilmente ajudar os ouvintes a desenharem o
seu quadro: “Entre toda a multidão que se encontrava no
alto do monte, somente Elias era um servo dedicado de
Deus; os profetas de Baal eram 450. Ele tinha subido
sozinho a ladeira coberta de árvores a fim de postar-se a
quase 300m acima do Mar M editerrâneo.” Adjetivos
como “rochoso” , “íngreme”, “claro” , “pálido”, “vento
so”, “quieto” , “áspero” , “tempestuoso”, “fresco”, e
“colorido” podem ser empregados a fim de suprir muitos
detalhes necessários. A variação no uso destes termos é
essencial: “muito” , “grande”, “belo” e “maravilhoso”
são palavras no geral empregadas em excesso.
Um ingrediente final do estilo claro é a concisão. Os
pregadores com freqüência tomam o “caminho mais
longo” com uma barragem de palavras desnecessárias.
“Vemos agora que p ara a pessoa viver como o cris
tão deve fazê-lo, é necessário que tenha fé.” Tudo
isto poderia ser dito em seis palavras: “Os cristãos,
então, devem ter fé” . A verbosidade obscurece a com
preensão do ouvinte e no geral não passa de um subterfú
gio p ara a falta de preparo do pregador. Um grande
número de pregadores tiraria sem dúvida proveito da
advertência feita ao fazendeiro cujo estábulo se encon
trava tão cheio de feno que não havia espaço para
ordenhar as vacas: “Enfarde-o”.
A clareza de estilo pode ser então obtida empregando
palavras exatas, concroías, suprindo detalhes específi
cos, e desenvolvendo a concisão. Assim sendo, os pensa
mentos não serão aponas percebidos claramente, mas
aparecerão também revestidos do onorgia.
CORREÇÃO
A segunda qualidade do estilo quo devo receber a
atenção do pregador é a correção. Muitas portas se
fecharão p ara o ministro cuja gramática 6 embaraçosa
para a congregação. Os erros de concordância entre
sujeito e verbo ou o uso de adjetivos onde são exigidos
advérbios cham ará a atenção p ara as palavras em lugar
do significado, levantando assim barreiras p ara a com
preensão, Uma audiência não pode senão perder o
respeito pelo homem que dedica sua vida à oratória sem
levar o assunto suficientemente a sério p ara aprender a
usar corretam ente sua língua nativa. Embora seja verda
de que exista certa tolerância com relação ao discurso
oral, o que não acontece com o escrito, não há desculpa
para o pregador que usa “eu” em lugar do caso objetivo
ou que confunde “infligir” (aplicar) com “infringir”
(transgredir).
COLORIDO
Parte da fama de Van Gogh como pintor se deve às co
res particularm ente brilhantes conseguidas por ele. Seus
quadros são memoráveis pòr serem vividos. Um estilo
colorido não só torna um ponto claro como interessante,
O pregador pode usar dois elementos especiais de estilo a
fim de tornar sua linguagem colorida e vivida: fantasia e
figuras.
Fantasia significa simplesmente fa z e r com que os
ouvintes usem a imaginação. O estímulo de cada um dos
cinco sentidos pode ser tanto imaginário como real, de
forma que a pessoa pode “v er” e “ouvir” uma batalha,
aspirar o incenso forte, sentir a dor causada por uma
coroa de espinhos, e provar vinagre sem na verdade
experimentar qualquer dessas coisas. A fa n ta sia é me
lhor usada, naturalmente, quando recorda experiências
que fo rn ece ra m forte estímulo aos sentidos. As experiên
cias desconhecidas devem ser associadas às conhecidas.
Phillips Brooks algumas vezes chegou quase a alcan
çar o nível da poesia com sua viva imaginação:
Existe uma nova tranqüilidade que não é es
tagnação, mas segurança, quando uma vida entra
assim em Cristo. É como a correnteza de um
milhão de riachos descendo a montanha, murmu
rando e tagarelando enquanto se aproximam do
mar e se enchem com seus propósitos profundos.
É o firm ar das asas trêmulas de um pássaro
perdido quando avista finalmente o ninho e se
acalma com a certeza de alcançá-lo. Compara-se
a isso a serenidade da alma inquieta que desco-
bre a Cristo e descansa suas asas exaustas na
atmosfera da sua verdade, e assim permanece
nEle enquanto segue em sua direção.1
A segunda m aneira de adquirir um estilo vivido é
fazer uso de figuras de linguagem. Desde que algumas
listas de figuras ou tropos chegam até a 200 itens, é
impossível discutir aqui o assunto em detalhe; mas o
pregador deve, sem dúvida, tomar tempo para estudar
cuidadosamente este aspecto. A Bíblia está cheia de
imagens figuradas, e a não ser que ele se familiarize com
as mesmas, terá grande dificuldade em interpretar ade
quadamente muitas passagens das Escrituras. Ao estu
dá-las com o propósito de exegese, o ministro irá, ao
mesmo tempo, aprender a aplicá-las em sua própria
pregação.
Algumas das figuras de linguagem mais comuns in
cluem:
Metáfora —uma comparação direta de coisas essen
cialmente diferentes, uma comparação condensa
da: “Eu sou a porta” , “Vós sois a luz do mundo”,
“Este é o meu sangue”, “Vocês são soldados de
Cristo” .
Símile — uma comparação de coisas essencialmente
diferentes, usando os sinais de uma comparação,
“equivalente” ou “como” : “A vida cristã é como
uma corrida” , “Vós sois como figueiras estéreis,
como poços sem água” , “Precisamos de Deus como
as ovelhas precisam de pastor, como os que estão
nas trevas precisam da luz”.
Hipérbole — é uma afirmação exagerada com o inten
to de enfatizar e não de enganar: “ a tua descen
dência será como as estrelas dos céus e como a
areia na praia do m ar”. “Toda Judéia foi ouvir
João.”
Metonímia — consiste em usar uma palavra por ou
tra, tal como a parte polo todo, um autor pela sua
obra, um adjetivo pelo substantivo que ele modifica,
a causa pelo efeito, ou o continente pelo conteúdo:
1 Citado no livro de Marie Hochmuth e Norman W. Mattis, “Phillips
Brooks”, A History and Criticism of American Public Address (New York:
McGraw-Hill Book Company, Inc., 1943), I, 319.
“quantas vezes beberem esta taça”, “Eles têm
Moisés e os profetas”, “acima do luminoso azul”.
Personificação — fazer os seres inanimados ou irra
cionais agirem e sentirem como pessoas humanas:
“as pedras clamam” , “os céus declaram a glória de
Deus”, “até mesmo as árvores pareciam sussurrar
que ele estava perdido” .
As imagens e figuras de linguagem dão cor e vida ao
estilo, mas não devem ser usadas com tanta freqüência
que os ouvintes comecem a brincar de “descubra a
figura” e se esqueçam de atentar no sermão. Em desa
cordo com a opinião de alguns, as figuras de linguagem
não são artificiais; elas são naturais p ara a pessoa
envolvida em sentimentos fortes e excitação. O pregador
deve, portanto, fazer uso das imagens somente quando
tiver elevado o nível de excitação ao ponto delas parece
rem naturais.
Uma palavra de precaução deve ser dita quanto ao
uso de chavões. Algumas figuras de linguagem e outras
frases se tornaram tão comuns que chegam a ser ofensi
vas ao ouvinte atento. Quem não sente um certo desa
grado ao ouvir frases como estas: “apanhado como um
rato numa rato eira”, “alegre como um passarinho”?
Força. O pregador deve também esforçar-se para
obter um estilo vigoroso, que impressione. Isto não quer
dizer, de forma alguma, que ele deva “im pressionar” a
audiência com a sua habilidade; mas, sim, que deve
procurar fazer uso de palavras que “penetrem”, ou
fiquem gravadas. Alguns oradores fizeram isto tão bem
que as frases por eles cunhadas passaram a fazer parte
da língua: “a cortina de ferro” (Churchill), “nada a
temer a não ser o medo em si” (Roosevelt), “do povo, pelo
povo e p ara o povo” (Lincoln), “nunca tantos deveram
tanto a tão poucos” (Churchill).
Uma técnica para desenvolver frases memoráveis é o
uso da frase equilibrada — uma declaração contendo
duas partes que se eqüivalem. “O evangelho é a pérola
de grande preço tornada possível pelo príncipe de gran
de paz”, “Aborreça o que é mau, apegue-se ao que é
bom”, “O cristianismo exalta o indivíduo, o comunismo
exalta o estado” .
A repetição é outro método do estilo impressivo.
Churchill de novo é que fornece o exemplo mais conheci
do: “Lutaremos com eles nas praias: lutaremos com eles
em terra; lutaremos com eles nas cidades”. Podemos
resumir um sermão expositivo extraído de Efésios, dizen
do: “Andar de modo digno significa então andar em
amor, andar em paz, andar em boas obras, andar nos
passos de Jesus, e andar como filhos da luz” . A repetição
de uma palavra ou frase em cláusulas sucessivas faz com
que a idéia fique profundamente gravada.
A aliteração pode também tornar uma declaração
impressiva, mas é preciso cuidado p ara não abusar deste
método. Alguns pregadores começam cada título princi
pal em todos os seus sermões com a mesma letra. Embora
isto seja eficaz quando aplicado cuidadosamente, o seu
efeito fica perdido pelo excesso de uso. É possível, por
exemplo, falar da igreja na profecia, na apresentação e
na perfeição, e dos pecados gêmeos da arrogância e da
avareza. Podemos também falar das “pobres perspecti
vas de paz” e dos “desvios do diabo” .
ORIGINALIDADE
Embora o pregador deseje em certas ocasiões men
cionar frases proveitosas pronunciadas por outros, ele
deve esforçar-se p ara desenvolver o seu próprio estilo.
Deve também evitar cuidadosamente os chavões comuns
entre pregadores e oradores: “o último mas não o
menor” , “e em conclusão gostaria de dizer”, “obrigado
pela sua bondosa atenção” , “disse tudo isso p ara dizer
isto”, “vemos que” , “vamos examinar João, capítulo
quatro e verso cinco” , “enquanto ficamos de pé e canta
mos” .
O pregador irá aporfoiçoar melhor o seu próprio
estilo, compreendendo om primeiro lugar as várias quali
dades e técnicas de estilo apresentadas aqui e elabora
das em outro ponto. A soguir, elo deve ler e ouvir com
particular atenção tudo quo so roforo à escolha e combi
nação de palavras. A escrita, com sua oportunidade
para refazer e melhorar, proporciona uma oportunidade
excelente de treinamento com vistas a um estilo bom e
original. A correção e a clareza devem vir em primeiro
lugar, seguidas do colorido e força. Depois de anos de
prática adquire-se originalidade.
0 Sermão
9 Poderoso
INTRODUÇÃO
As opiniões divergem amplamente quanto ao pronun
ciamento do sermão. Alguns diriam: “Desde que a pessoa
esteja de posse da verdade, não importa a maneira como
a transm ita.” Essas pessoas apontariam p ara 1 Coríntios
2.1 onde Paulo afirma: “não o fiz com ostentação de
linguagem” e p ara 2 Coríntios 11.6 onde alegou “embora
seja falto no falar” . Eles argumentariam que desde que
Paulo não precisou fazer uso de linguagem “floreada”,
também não precisamos disso hoje.
Outros argumentariam em resposta que Apoio é des
crito favoravelmente como “homem eloqüente” (Atos
18.24) e que uma análise dos sermões de Paulo mostra
com clareza que ele foz uso tanto dos princípios retóricos
como psicológicos. Sua referência a uma falta de exce
lência no falar, alegam eles, não tinha o propósito de
indicar que ele não dava importância ao estilo claro,
vigoroso e eficaz, mas que em contraste com os sofistas
gregos, comuns naquela época, ele não fez qualquer
tentativa no sentido de imitar a sua eloqüência floreada,
excessiva.
É naturalmente verdade que a aplicação sistemática
dos princípios de retórica à pregação cristã surgiu
centenas de anos antes da idade apostólica. Paulo torna
porém claro que ele está plenamente a favor de um estilo
que permite uma apresentação clara, facilmente capta
da pelos ouvintes. Em 1 Coríntios 14, ele enfatiza a
importância de falar p ara que a audiência possa compre
ender: “Assim vós, se, com a língua, não disserdes
palavra compreensível, como se entenderá o que dizeis”.
Em Efésios 6.20, Paulo escreve também que será “ousado
p ara falar, como me cumpre fazê-lo”.
O Novo Testamento, no mínimo, permite e até mesmo
encoraja que seja dada atenção ao estilo, não para que o
orador venha a ser elogiado ou para que a mensagem do
evangelho pareça estar alicerçada na sabedoria huma
na, mas a fim de que a Palavra de Deus penetre
vigorosamente no coração dos homens.
A observação de pregadores e igrejas irá confirmar a
necessidade de pregadores que possam falar as verda
des do evangelho com clareza e vigor. A pessoa que fala
mal não só mata o interesse, como também obscurece a
verdade. O pregador pode unir-se a Aristóteles ao consi
derar a oratória como uma necessidade lamentável
[Retórica 3.1), ou concordar com Demóstenes que afir
mou que a primeira, a segunda e a terceira leis da
oratória eficaz eram “falar”, falar, falar” . Mas em
ambos os casos, a comunicação bem feita deve ser
considerada como essencial para a excelência no púlpi
to.
Embora o modo de falar deva ser naturalmente manti
do em sua própria área, ele afeta o sucesso do trabalho
do pregador, e ministro algum pode ignorar a importân
cia da “entrega” do sermão ou doixar de desenvolver a
sua habilidade na mesma, ü bom estilo pode tornar
passável o sermão medíocre e excelente o de superior
qualidade. Por outro lado, um estilo pobre torna até
mesmo a melhor mensagem fraca e ineficaz.
USO DA VOZ
Muitos dos aspectos do pleno uso da voz no pronun
ciamento do sermão são quase óbvios demais p ara men
cionar e certam ente não exigem elaboração. O pregador
deve falar suficientemente alto p ara ser ouvido “pelo
surdo no último banco” ; ele deve articular bem as
palavras para que as mesmas possam ser facilmente
compreeendidas; ele deve pronunciar suas palavras de
maneira aceitável. Existem porém muitas outras conside
rações que às vezes são negligenciadas: adquirir varie
dade vocal, utilizar a voz p ara obter ênfase e clímax, e
evitar um tom artificial de “pregação”.
1. ADQUIRIR VARIEDADE VOCAL. Um dos requisi
tos mais essenciais para a pregação manter-se interes
sante é a variedade da voz. O pregador que falar sempre
com a mesma velocidade e altura de voz durante todo o
sermão irá descobrir com freqüência que muitos dormi
ram enquanto pregava. São apenas quatro os fatores que
podem variar na voz e pelas modificações destes surgem
todas a.s variações vocais: velocidade, volume, modula
ção, qualidade.
A velocidade na voz se refere à velocidade com que as
palavras são ditas, sendo a mesma controlada pelo
tempo tomado para pronunciar cada palavra e pelo
espaço deixado entre elas. Isso indica que as sentenças a
serem enfatizadas devem levar mais tempo p ara serem
pronunciadas, enquanto outras frases ou sentenças
devem ser ditas com rapidez, evidenciando assim serem
incidentais ao núcleo da mensagem. A pausa entre as
palavras possui também grande importância. Uma pausa
é um período de silêncio planejado com um propósito
específico, enquanto uma hesitação é uma perda momen
tânea de controle. A pausa pode ser usada para alcançar
vários objetivos: (1) antes de um termo importante, p ara
“gravá-lo” ou m ostrar o seu significado pouco usual;
(2) depois de uma palavra, p ara que a mesma “penetre”;
(3) depois de uma sentença ou clímax p ara permitir um
descanso antes de entrar na nova área de pensamento. A
pausa, então, realiza grande parte daquilo que o uso de
espaço, recuos e grifo representa na palavra impressa.
A velocidade é, talvez, o mais simples dos fatores
variáveis que podem ser controlados na voz, e os prega
dores que percebem um problema na variação devem
fazer uma tentativa consciente de obter variedade pri
meiramente no que se relaciona com a velocidade.
O volume deve também mudar durante o discurso,
pois se for mantido um nível constante de altura os
ouvintes se cansarão com facilidade. Desde que um
volume mais alto é no geral associado com a ênfase, uma
altura constante irá parecer aos ouvintes como uma
tentativa de d ar a tudo uma ênfase igual. Quando tudo é
enfatizado, evidentemente nada é enfatizado.
Os aumentos de volume são essenciais quando se
chega a um climax e o pregador deve usá-los para os
pontos de especial destaque. Desde que a ênfase é
produzida pela mudança e não só pela altura da voz, um
volume baixo pode ser com freqüência empregado eficaz
mente p ara obtê-la. Assim sendo, se o pregador estiver
falando rapidam ente e em voz alta, a mudança súbita
para um tom mais vagaroso e uma sentença mais suave
será especialmente eficaz.
A modulação se refere aos altos e baixos na escala
musical. Quase ninguém fala na verdade em um só tom
de voz, de modo uniforme. Isso seria insuportável depois
de algum tempo. O erro mais comum na modulação é
repetir a mesma série de tons. Alguns pregadores come
çam cada sentença do sermão no ponto médio de sua
tonalidade de voz e depois a levantam gradualmente; a
seguir, perto do final da frase ou sentença, a voz cai de
súbito. Isto pode ser visto no diagrama abaixo:
-------N --------- X
o indivíduo precisa nascer primeiro da água e do espírito.
----------------------- \ ------------------------------\
O USO DO CORPO
A audiência não ouve apenas o pregador, mas tam
bém o vê. Para alguns, isto é prejudicial; enquanto para
outros, dá oportunidade para que a apresentação se
torne mais positiva. O ponto principal a ser enfatizado é
que o corpo deve estar alerta e receptivo, da mesma
maneira que os ouvintes devem estar. O ouvinte pode
prestar uma atenção superficial sem qualquer reação, e
o orador também. O exemplo extremo é o do pregador
que lê um manuscrito de forma a indicar que não está na
verdade consciente daquilo que lê. Desde que o auditório
se inclinará a reagir àquilo que ouve da mesma maneira
que o orador o faz, este deve parecer alerta, ativo e cheio
de energia.
A linguagem do corpo do pregador deve acrescentar
algo à mensagem transm itida e não diminuir algo. Quan
do estiver insistindo p ara que haja ação, ele deve movi
mentar-se com entusiasmo; quando pedir orações, seu
corpo e sua voz devem sugerir suavidade. O seu rosto,
igualmente, deve refletir o tom emocional da mensagem;
alguns movimentos no púlpito proporcionam alívio; e
gestos podem ser utilizados com o fim de enfatizar e
esclarecer.
O pregador, outrossim, deve evitar que seus gestos,
movimentos ou expressões faciais provoquem distrações.
Andar de lá para cá, usar o mesmo gesto repetidamen
te, criizar as mãos como se estivesse orando, bater no
púlpito — todas essas distrações e outras semelhantes
devem ser evitadas. O corpo, a voz, e as palavras devem
colaborar como um todo na comunicação das idéias e da
disposição.
Não é preciso dizer que o pregador tem como obrigi-
ção vestir-se com cuidado e de maneira conservadora.
Isto é importante, não necessariam ente pelo que pode
acrescentar, mas em vista da distração geralmente re
sultante do trajar-se com negligência ou com excessivo
apuro.
CASAMENTOS
FUNERAIS
EDITORA VIDAlAiCRISTA