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DEFINIÇÃO DO TERMO
O termo Homilética é derivado do Grego "HOMILOS" o que significa, multidão assembleia do povo,
derivando assim outro termo, "HOMILIA" ou pequeno discurso do verbo "OMILEU" conversar. O
termo Grego "HOMILIA" significa um discurso com a finalidade de Convencer e agradar. Portanto,
Homilética significa "A arte de pregar".
A arte de falar em público nasceu na Grécia antiga com o nome de Retórica. O cristianismo passou a
usar esta arte como meio da pregação, que no século 17 passou a ser chamada de Homilética.
Vejamos algumas definições que envolve essa matéria:
1. Discurso - Conjunto de frases ordenada faladas em público.
2. Homilética - É a ciência ou a arte de elaborar e expor o sermão.
3. Oratória - Arte de falar ao público.
4. Pregação - Ato de pregar, sermão, ato de anunciar uma notícia.
5. Retórica - Conjunto de regras relativas a eloquência; arte de falar bem.
6. Sermão - Discurso cristão falado no púlpito.
FINALIDADE
O estudo da Homilética abrange tudo o que tem a ver com a pregação e apresentação de práticas
religiosas: como preparar e apresentar sermões de maneira mais eficaz.
IMPORTÂNCIA DA MATÉRIA
Sendo a HOMILÉTICA a "Arte de Pregar", deve ser considerada a mais nobre tarefa existente na
terra. O próprio Jesus Cristo em Lucas 16 : 16 disse: Ide pregai o evangelho...
Quando a Homilética é observada e aplicada, proporciona-se ao ouvinte uma melhor compreensão do
texto.
A observação da Homilética traz orientação ao orador.
A ELOQUÊNCIA
ELOQUÊNCIA é um termo derivado Latim Eloquentia que significa: Elegância no falar, Falar
bem, ou seja, garantir o sucesso de sua comunicação, capacidade de convencer. É a soma das
qualidades do pregador.
Não é gritaria, pularia ou pancadaria no púlpito. A elocução é o meio mais comum para a
comunicação; portanto deve observar o seguinte:
1. Voz - A voz, é o principal aspecto de um discurso.
Audível Todos possam ouvir.
Entendível Todos possam entender. Pronunciar claramente as palavras. Leitura incorreta, não observa
as pontuações e acentuações.
2. Vocabulário - Quantidade de palavras que conhecemos.
Fácil de falar - comum a todos, de fácil compreensão - saber o significado
Evitar as gírias, Linguagem incorreta, Ilustrações impróprias.
A POSTURA DO ORADOR
É muito importante que o orador saiba como comportar-se em um púlpito ou tribuna. A sua postura
pode ajudar ou atrapalhar sua exposição.
A fisionomia é muito importe pois transmite os nossos sentimentos, Vejamos :
- Ficar em posição de nobre atitude.
- Olhar para os ouvintes.
- Não demonstrar rigidez e nervosismo.
- Evitar exageros nos gestos.
- Não demonstrar indisposição.
- Evitar as leituras prolongadas.
- Sempre preocupado com a indumentária. ( Cores, Gravata, Meias )
- Cabelos penteados melhora muito a aparência.
- O assentar também é muito importante.
Lembre-se que existem muitos ouvintes, e estão atentos, esperando receber alguma coisa boa da parte
de Deus através de você.
CARACTERÍSTICAS DE UM BOM SERMÃO
O sermão é caracterizado como um bom sermão não pela sua extensão e nem mesmo pelas virtudes
do pregador, sejam intelectuais ou morais, mas pelas qualidade do sermão:
1. UNÇÃO
Todo sermão deve ter inspiração divina. Um sermão sem unção, ainda que tenha uma excelente
estrutura, não apresentará poder para conversão, consolação e edificação.
Devemos lembrar que ao transmitir um sermão estamos não estamos transmitindo conhecimento
humano mas a Palavra de Deus e esta é a única que penetra até a divisão da Alma e Espírito, portanto
é fundamental a unção.
2. FIDELIDADE TEXTUAL
Fidelidade textual é importante, visto que os ouvintes estão atentos ao texto de referência ou ao tema
escolhido. Há muitos pregadores que tomam um texto como referência e depois esquecem dele.
3. UNIDADE
Todo sermão tem um objetivo a ser alcançado. O seu conteúdo deve convergir para um único alvo.
"Há sermões que são uma colcha de retalho, uma verdadeira miscelânea de assuntos, idéias e
ensinos".
4. FINAL
Tudo tem um começo e um final. O Pregador deve ter em mente que o ouvinte está se alimentando
espiritualmente.
Um sermão bem terminado será muito produtivo ao ponto de despertar o desejo de querer ouvir mais.
RECOLHENDO MATERIAL
Quase toda pesquisa serve como base para sermões. Todavia, é verdade incontestável que, quanto
mais instrução tem uma pessoa, tanto mais condições terá para preparar e apresentar sermões.
Toda pessoa que deseja ocupar-se na obra do Senhor, e especialmente falar diante do público, deve
formar paulatinamente uma biblioteca segundo suas capacidades mentais e financeiras.
Os quatro primeiros livros a serem adquiridos e que dever servir como base da sua biblioteca são:
Bíblia de estudo; Dicionário bíblico; Concordância; Um comentário bíblico. Depois pode ir
adquirindo outros, de acordo com as necessidades.
2. PREPARAR A INTRODUÇÃO
É o início da pregação.
O ideal é que a introdução seja algo que prenda logo a atenção dos ouvintes, despertando-lhes o
interesse para o restante da mensagem.
Pode até começar com uma ilustração, um relato interessante, porém sempre ligado ao tema do
sermão.
Um outro recurso muito bom é começar com uma pergunta para o auditório, cuja resposta será dada
pelo pregador durante a mensagem. Se for uma pergunta interessante, a atenção do povo esta
garantida até o final do sermão.
A introdução produz a primeira impressão aos ouvintes e esta deve ser boa.
Não é aconselhável ultrapassar os cinco minutos.
Nunca ( em hipótese alguma ) dizer que não está preparado ou foi surpreendido.
3. ESCOLHA DO TEXTO
É imprescindível a escolha de um texto que se relacione com o tema do sermão porém adequado.
Vejamos o tipo de textos que devemos evitar:
Textos longo Cansam os ouvintes. ( Salmo 119 )
Textos obscuro Causam polêmicas no auditório. ( I Cor. 11:10 Véu)
Textos difíceis Os ouvintes não entendem. ( Ef. 1:3 Predestinação )
Textos duvidosos " E Deus não ouve pecadores" ( João 9:31 )
Texto é importante porque ?
- O texto chama a atenção dos ouvintes.
- O texto desperta o interesse em conhecer a Palavra de Deus.
- O texto ajuda na exposição do sermão.
- O texto facilita ao ouvinte entender o assunto exposto.
Devemos escolher o texto em toda a Bíblia e não somente no Novo Testamento.
1. PELO ASSUNTO
- Doutrinário. É aquele que expõe uma doutrina. ( Ensinamento )
- Histórico. É aquele que narra uma história.
- Ocasional. É aquele destinados a ocasiões especiais.
- Apologético. Tem a finalidade de fazer apologia. ( defender )
- Ético. É quando exalta a conduta e a vida moral e ética.
- Narrativo Quando narra um fato, um milagre.
- Controvérsia tem por finalidade atacar erros e heresias.
2. PELO MÉTODO
SERMÃO TEMÁTICO: - os argumentos partem de um tema escolhido, de um mote externo. A
partir do tema, o orador se debruça sobre a Bíblia para encontrar elementos que embasem o sermão.
SERMÃO EXPOSITIVO: - assim como o sermão textual, parte do próprio texto bíblico. Exigente,
demanda mais tempo para a transmissão do conteúdo. Os argumentos giram em torno da exposição
exegética e hermenêutica da Bíblia, buscando a ideia central do texto e a sua aplicação no momento
presente.
DIVISÃO DO SERMÃO
O Sermão deve possuir divisões, que permitem um bom aproveitamento do assunto que vai ser
apresentado:
1. Introdução ( Exórdio )
Tem por finalidade chamar a atenção dos ouvintes para o assunto que vai ser apresentado e também
para o pregador.
Tem que ser apropriado e deve estar relacionado com o tema, mas cuidado para não antecipar o
sermão.
Neste momento o pregador vai se familiarizar com o auditório, cuidado especial teve ser tomado
quanto ao entusiasmo, pois o povo pode ainda estar frio.
Deve ser breve, é muito importante pois é a primeira impressão produzida nos ouvintes. Pode conter :
o anúncio do tema, texto a ser lido.
2. Texto
É trecho lido pelo orador, podendo ser um capítulo, uma história, uma frase ou até mesmo uma
palavra.
Quando o texto é bem escolhido o pregador desperta nos ouvintes o desejo de conhecer mais a
Palavra de Deus. Não devemos escolher textos proferidos por homens ímpios ou por Satanás. Escolha
textos que tragam estímulo, lição etc. Evite textos que provoquem repugnância, gracejos ou que
descrevem cenas da vida sexual.
3. O corpo
É a parte mais linda porque aqui se revela a Mensagem como Deus que dar.
É o mesmo que desenvolvimento do sermão.
O corpo é a seqüência das divisões do sermão e pode ter de 2 a 5 divisões (quanto mais divisões mais
complexo ficará o sermão) e ainda conter subdivisões.
Deve chamar à consciência dos ouvinte para colocar em prática os argumentos expostos.
O pregador deve saber colocar em ordem as divisões ou seja os pontos que vão ser incluídos na
mensagem; geralmente, convém ordenar os pontos a fim de que aumentem em força até terminar com
o mais forte.
Esta é uma regra geral que pode ser aplicada a todos os pontos de ensinamento.
4. CONCLUSÃO
A conclusão é o fechamento do sermão e deve ser bem feita, um sermão com encerramento abrupto é
desaconselhável.
A conclusão deve ser breve e objetiva. É um resumo do sermão, uma recapitulação e reafirmação dos
argumentos apresentados.
Durante a conclusão pode efetuar um convite de acordo com a mensagem transmitida.
ILUSTRAÇÃO
A ilustração ajuda na exposição tornando claro e evidente as verdades da Palavra de Deus.
A ilustração atrai a atenção, quebrando assim a monotonia, e faz com que a mensagem seja gravada
nos corações com mais facilidade.
As ilustrações também ajuda na ornamentação do sermão tornando-o mais atraente, porém o pregador
deve ter o cuidado de não ficar o tempo todo contando "histórias".
Vamos comparar dois pregadores que estarão explicando o que é Ter fé.
Primeiro Pregador.
Ter fé é uma atitude da mente, da vontade, das emoções, em que todo o ser humano, conscientemente
e inconscientemente, resolve comportar-se de acordo com certas verdades, percebidas primeiramente
pela mente, depois sentidas...
Segundo Pregador.
Um homem está se afogando. Ele grita desesperadamente e de repente vê a bóia que alguém lhe
jogou. Com toda a força a agarra. Imediatamente se apóia nela. Está salvo! Isso é Ter fé.
Existem basicamente dois tipos de ilustrações.
Comparação da verdade que se deseja ilustrar com outra coisa ou situação bem conhecida, que seja
semelhante, ex. " Eu sou o pão da vida ".
Caso concreto da idéia geral que se quer ilustrar, ex. " Paciência de Jó ".
APLICAÇÃO
É a arte de persuadir e induzir os ouvintes a entender e colocar em prática em sua vida. Pode ser feita
ao final de cada divisão ou de acordo com a oportunidade.
Deve ser dirigida a todos, com muito entusiasmo apelando à consciência e aos sentimentos dos
ouvintes
ENTREGANDO O SERMÃO
Para os que não estão acostumados a pregar, um dos problemas mais críticos é o nervosismo, sentem-
se amedrontados, começam a tremer e transpirar, pensam que não vão achar o que dizer, ou vão
esquecer-se e etc.
Não são apenas os novatos que sentem medo, ainda existem muitos com experiência que se sentem
assim.
Apresentaremos 3 passos importante que o pregador deve dar para amenizar o nervosismo durante a
pregação:
1. Respirar forte e relaxar,
Existem pregadores que cansam os ouvintes, pelo tempo, pelo despreparo ou até pela imprudência.
Há também aqueles que se movimentam como fantoches ou ficam estáticos como múmias.
Se puder não ultrapasse aos 45 minutos, procure evitar ultrapassar os limites, observe o auditório, não
julgue que todos estão gostando pois o "Amém, Amém" talvez seja para parar.
Procure olhar nos olhos das pessoas e nunca ficar olhando somente para uma única pessoa, nem
mesmo para o relógio, parede, janelas, pés, teto ou ficar com os olhos fechados.
PREPARANDO SERMÕES
1. Sermão Temático.
Como já estudamos, o sermão Topical é aquele cuja as divisões e derivada do Tema. Uma forma
lógica e prática para o desenvolvimento de um sermão Topical é a utilização das perguntas básicas ?
Porque ? Quando ? Como ? Onde? O que ?
Confissão
I João 1:9 Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos
purificar de toda injustiça.
I - O que devemos confessar ?
A ) Nossos pecados
B ) O Nome de Jesus
C ) O poder de Deus
II - Como confessar ?
A ) Com sinceridade
B ) Com fé
III - Quando devemos confessar ?
A ) Agora mesmo
B ) Ao ouvir a Palavra de Deus
IV - Qual o resultado da confissão ?
A ) Paz
B ) Perdão
C ) Comunhão
Desenvolver o sermão abaixo com as divisões já definidos, em grupo de 3 alunos .
Tema: O Cristo que não muda
Texto: Hebreus 13:8 Jesus é o mesmo ontem, hoje e eternamente.
I - O que não muda em Cristo ?
2. Sermão Textual
Como já estudamos, o sermão textual é aquele cuja as divisões e derivada do texto.
Uma forma lógica e prática para o desenvolvimento é utilizar as divisões do próprio texto.
A entrada
João 10:9 Eu sou a porta, se alguém entrar por mim, salvar-se-á
I - Eu sou a porta.
A ) Da Salvação
B ) Da felicidade
C ) Estreita
II - Se alguém entrar por Mim
A ) Não há acepção de pessoas
B ) A única entrada
III - Salvar-se-á
A ) Uma decisão própria
B ) Da perdição eterna
Desenvolver o sermão abaixo com as divisões já definidos, em grupo de 3 alunos .
A postura do cristão
Salmo 1:1 Bem-aventurado o varão que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no
caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores.
I - Bem-aventurado
3. Sermão Expositivo
Como já estudamos, o sermão expositivo é aquele cuja as divisões estão inseridas no fato narrado.
Uma forma lógica e prática para o desenvolvimento de um sermão é a descrição do episódio.
O encontro com a vida
Lucas 7:11-17
I - A multidão que seguia a Jesus
A ) Pessoas desejosas
B ) Pessoas com esperanças
C ) Pessoas alegres
II - A multidão que seguia a viúva
A ) Pessoas entristecidas
B ) Pessoas sem esperanças
C ) Pessoas inconformadas
III - O encontro da vida com a morte
A ) A vida é uma autoridade
B ) A morte se curva ante a vida
IV - O resultado do encontro
A ) A ressurreição do jovem
B ) A alegria da multidão entristecida
C ) A edificação da multidão que seguia Jesus
D ) A conversão de muitos
Desenvolver o sermão abaixo com as divisões já definidos, em grupo de 3 alunos .
A mulher Samaritana
Texto: João 4:1-42
I - O encontro com a mulher
II - O diálogo
IV - O resultado do testemunho
1. A. É melhor confiar em estudos expositivos do livro para a sólida dieta de seu povo, porque isto
assegurará de que eles receberão “todo o conselho de Deus”.
1. C. Mantenha um caderno para escrever idéias para sermões, percepções, apreensões, ilustrações, etc.
Registre-os imediatamente sempre que eles vieram à mente, porque você geralmente esquecê-los-á
mais tarde.
1. Seu sermão deve transmitir somente uma mensagem principal. Todos os detalhes de seu sermão
devem ser organizados para ajudar seu povo a captar esta mensagem e sentir seu poder.
2. Você deve ser capaz de expressar o pensamento dominante em uma curta, clara e vívida sentença.
1. Esculpa e modele seu material. Descarte implacavelmente todo material que é irrelevante para o
pensamento dominante. Subordine o material restante ao pensamento dominante usando este material
para iluminar e reforçar o pensamento dominante.
2. A estrutura de seu sermão deve ser adaptada ao texto, não artificialmente imposta. Evite a estrutura
que é muito destra, proeminente ou complexa.
3. Decida sobre seu método de pregação para este texto: argumentação, facetação, categorização,
analogia, etc.
4. Escolha cuidadosamente palavras que sejam precisas, simples, claras, vívidas e honestas. Escreva as
seções chaves, frases e sentenças para ajudá-lo em sua escolha da palavra. Prenda-se às sentenças
declarativas e interrogativas com poucas, se alguma, cláusulas subordinadas.
5. Sugira ilustrações e exemplos que explanem e convençam. Empregue uma larga variedade: figuras de
linguagem, imagens, recontando histórias bíblicas em linguagem contemporânea, inventando novas
parábolas, recontando histórias verdadeiras e/ou eventos biográficos, etc. Mantenha um fichário
destes, especialmente se eles não lhe vêem facilmente. Evite fazer ilustrações e exemplos tão
proeminentes que eles diminuam o pensamento dominante. Também, evite aplicá-los
inapropriadamente ou exageradamente.
1. A introdução não deve ser elaborada, mas suficiente para estimular sua curiosidade, para molhar seus
apetites e para introduzir o pensamento dominante. Isto pode ser feito por uma variedade de meios:
explanando o cenário da passagem, história, o evento ou assunto atual, etc.
2. A conclusão não deve ser meramente recapitular seu sermão – ela deve aplicá-lo. Obviamente, você
deve aplicá-lo durante todo o tempo, mas você deve guardar algo para o fim que persuadirá seu povo
a fazer algo. “Nenhuma intimação, nenhum sermão”. Pregue tanto para a cabeça como para o coração
(isto é, vontade). O objetivo do sermão deve ser “atacar a fortificação da vontade e capturá-la para
Jesus Cristo”. O que você quer que eles façam? Empregue uma variedade de métodos para fazer isto:
1. Argumento: antecipe objeções e refute-as.
2. Admoestação: advirta das conseqüências da desobediência.
3. Convicção Indireta: desperte a indignação moral e então a volte para eles (Natã e Davi).
4. Imploração: aplique as gentis pressões do amor de Deus, o interesse pelo seu bem-estar e as
necessidades de outros.
5. Visão: pinte uma figura do que é possível através da obediência a Deus nesta área.
NOTA: Este esboço foi condensado a partir de John R. W. Stott, Entre Dois Mundos (Grand Rapids:
Eerdmans Publishing Co., 1982), pp. 211-216.
HERMENÊUTICA
ORIGEM E SURGIMENTO
1 INTRODUÇÃO
Neste início de estudo serão tratadas questões históricas relativas à Hermenêutica a serem utilizadas
em nosso curso. Neste primeiro tópico vamos adquirir conhecimentos específicos quanto à
necessidade histórica que os seres humanos têm da hermenêutica. Daremos atenção à origem e
contexto histórico da hermenêutica; a alguns conceitos e definições; aos principais problemas com os
quais ela se envolve; à hermenêutica bíblica e, finalmente, à contribuição de F. D. E. Schleiermacher
para a constituição da hermenêutica como saber moderno. O interesse é que você tenha familiaridade
prévia com o assunto a partir do qual poderá desenvolver o restante do estudo.
“Hermenêutica é uma palavra cuja origem está na mitologia grega, envolvendo o deus Hermes, em
latim Mercúrio” (ROHDEN, 1999, p. 112). No Panteão grego ele era associado à linguagem ou fala,
pois como deus, poderia nomear as coisas e as pessoas. Também era o intérprete da vontade dos
deuses aos seres humanos. A hermenêutica, como um conjunto do saber humano ocidental, nasceu no
século XVII, da necessidade de superar a distância cultural e/ou cronológica que prejudicava a
compreensão dos textos antigos, pretendendo determinar o seu significado e demonstrar sua
pertinência na atualidade. Ela foi nomeada ars interpretandi, ou arte da interpretação. E foi dividida
em três disciplinas:
Hermenêutica sacra (teologia).
Hermenêutica profana (filosofia e filologia).
Hermenêutica juris(direito)
3 CONCEITOS E DEFINIÇÕES AMPLAS
4. GLOSSÁRIO
HERMENÊUTICA - É a ciência e a arte que estuda a interpretação da Bíblia. Ciência porque
estabelece regras positivas e invariáveis Arte porque as suas regras são práticas. [Do grego
hermeneuticós] Ciência que tem por principal objectivo descobrir o verdadeiro significado de um
texto. É a base para toda a crítica filológica. Quando empregada nas Sagradas Escrituras a sua missão
passa a ser interpretar o que realmente Deus quer revelar através da Bíblia.
EXEGESE - É a aplicação das regras estabelecidas pela hermenêutica. [Do grego ek + egéomai]
Literalmente, arranco do texto. É a prática da hermenêutica sagrada que busca a real interpretação dos
textos que formam o Antigo e o Novo Testamento. Vale-se, pois, do conhecimento das línguas
originais (hebraico, aramaico e grego), da confrontação dos diversos textos bíblicos e das técnicas
aplicadas na linguística e na filosofia.
5 – EXEGESE
A exegese é distribuída em 5 bases:
a) Exegese Estrutural - Doutrina que sustenta que o significado do texto bíblico está além do
processo de composição e das intenções do autor. .../...
b) Exegese Gramático-histórica - princípio de interpretação bíblica que leva em conta apenas a
sintaxe e o contexto histórico no qual foi composta a Bíblia. .../...
c) Exegese Teológica - Princípio de interpretação bíblica que toma por parâmetro as doutrinas
sistematizadas pelos estudiosos da Igreja. .../…
d) Texto e Contexto - O texto bíblico é a passagem focalizada como um todo significado dependente
do contexto para interpretação. O contexto é o que vem antes e depois do texto .../…
e) Contexto Bíblico e Histórico - O contexto bíblico realiza-se na própria Bíblia. O Contexto
histórico leva em consideração a época em o autor escreveu. Nalguns casos a própria Bíblia oferece o
contexto histórico, mas noutros, é preciso recorrer a livros que abordem questões culturais e
históricas.
HERMENÊUTICA BÍBLICA
A hermenêutica dos textos bíblicos é um caso especial no estudo da Hermenêutica. De fato, o
desenvolvimento mesmo da hermenêutica se deve à necessidade do Cristianismo de entendimento do
texto bíblico, o que demandou grande investimento da sua parte nesta tarefa interpretativa.
Observe que a história passada de Israel é aplicada a Jesus Cristo e a seus discípulos, que passaram a
se autodenominar, mais adiante, em novo povo de Deus ou povo da nova Aliança, mais simplesmente:
igreja. Como o foco deles estava no futuro, isto é, em como as Escrituras judaicas apontavam para a
realização do plano de Deus para a história do povo de Israel, a orientação das comunidades cristãs
não significava uma orientação para sua experiência presente, considerada um período provisório até
que o plano de Deus fosse totalmente cumprido em Jesus Cristo.
OS 10 PRINCÍPIOS BÁSICOS DA INTERPRETAÇÃO DA BÍBLICA:
Eis aqui os dez princípios que devem ser seguidos por quem deseja interpretar corretamente a Bíblia:
1° – Denomina-se princípio da unidade escriturística. Sob a inspiração divina a Bíblia ensina apenas
uma teologia. Não pode haver diferença doutrinária entre um livro e outro da Bíblia.
2° – Deixe a Bíblia interpretar a própria Bíblia. Este princípio vem da Reforma Protestante.
3° – Jamais esquecer a Regra Áurea da Interpretação, chamada por Orígenes de Analogia da Fé. O
texto deve ser interpretado através do conjunto das Escrituras e nunca através de textos isolados.
4° – Sempre ter em vista o contexto. Ler o que está antes e o que vem depois para concluir aquilo que
o autor tinha em mente.
5° – Primeiro procura-se o sentido literal, a menos que as evidências demonstrem que este é figurado.
6° – Ler o texto em todas as traduções possíveis – antigas e modernas.
Muitas vezes uma destas traduções nos traz luz sobre o que o autor queria dizer.
7° – Apenas um sentido deve ser procurado em cada texto.
8° – O trabalho de interpretação é científico, por isso deve ser feito com isenção de ânimo e
desprendido de qualquer preconceito. (o que poderíamos chamar de “achismos”).
9° – Aprender a ler cuidadosamente o texto e fazer algumas perguntas relacionadas com a passagem
para chegar a conclusões circunstanciais. Por exemplo:
a) – Quem escreveu?
b) – Qual o tempo e o lugar em que escreveu?
c) – Por que escreveu?
d) – A quem se dirigia o escritor?
e) – O que o autor queria dizer
10° – Feita a exegese, se o resultado obtido contrariar os princípios fundamentais da Bíblia, ele deve
ser colocado de lado e o trabalho exegético recomeçado novamente.
Nota:
Definição de Exegese: Guiar para fora dos pensamentos que o escritor tinha quando escreveu um
dado documento, isto é, literalmente significa “tirar de dentro para fora”, interpretar.
6. A LINGUAGEM DA BÍBLIA
METÁFORA: é a figura em que se afirma que alguma coisa é o que ela representa ou simboliza, ou
com o que se compara. (Zc.3.8).
SÍMILE: também afirma que alguma coisa é o que ela representa ou simboliza, sendo que apresenta
um elemento comparador. (Is.53.2).
METONÍMIA: o emprego do nome de uma coisa pelo de outra com que tem certa relação
(Gn.25.26; Lc.16.29; Gn.41.13; Jó.32.7)
SINÉDOQUE: a substituição de uma ideia por outra que lhe é associada (Mt.3.5; 6.11; Gn.3.19;
19.20).
HIPÉRBOLE: É a afirmação em que as palavras vão além da realidade literal das coisas (Dt.1.28).
IRONIA: É a expressão dum pensamento em palavras que, literalmente entendidas, exprimem
sentido oposto (Gn.3.22;Jz.10.14; Jó.12.2; Mt.27.40).
PROSOPOPEIA: É a personificação de coisas ou de seres irracionais (Sl.35.10; Jó.12.7; Gn.4.4).
ANTROPOMORFISMO: É a linguagem que atribui a Deus ações e faculdades humanas, e até
órgãos e membros do corpo humano (Gn.8.12; Sl.74.11).
ENIGMA: É a enunciação duma ideia em linguagem difícil de entender. (Jz.14.14)
ALEGORIA: É a narrativa em que as pessoas representam ideias ou princípios (Gl.4.21-31).
PARÁBOLAS: É uma forma de história colhida da natureza ou de ocorrências diárias normais, que
lança luz sobre uma lição moral ou religiosa.
PROFECIA: A profecia da Escritura pode ser definida como a inspirada declaração da vontade e
propósitos divinos. (Ver. Is.61.1,2; Lc.4.21). Não se deve esquecer que Jesus é o tema de toda a
profecia (I Pe.1.10,11).
TIPOS: É uma classe de metáforas que não consiste meramente em palavras, mas em factos, pessoas
ou objetos que designam factos semelhantes, pessoas, ou objetos no porvir (Hb. 9.8,9; Jo. 3.14; Mt.
12.40).
SÍMBOLOS: É uma espécie de tipo pelo qual se representa alguma coisa ou algum facto, por meio
doutra coisa ou facto conhecido, para servir de semelhança ou representação. É diferente do tipo por
não prefigurar a coisa que representa. Ele simplesmente representa o objecto (Ap. 5.5; I Pe 5.8; Js.
2.18). Os símbolos podem ser apresentados na forma de objetos (sangue, ouro, etc.); nomes (Abraão,
Israel, Jacó, etc); números (seis, sete, oito, etc.) e cores (púrpura, escarlate, etc.).
POESIA: é a mensagem de Deus revelada através do lirismo da poesia judaica. Está presente desde
Gênesis até o Apocalipse. A poesia hebraica não possui rima. Composta por paralelismo: sinônimo – o
segundo verso repete com sinônimos (Sl 20.2, 3 ; Pv. 23.24,25); antético - o segundo verso
é uma antítese ao primeiro. (Sl. 1.6; 71.7; Pv. 12.1,2) e sintético – o segundo verso amplia a
mensagem do primeiro (Sl. 19.7; 119.97,103; Pv. 23.23). Hermenêutica Bíblica
3. ENTENDER O CONTEXTO –
Nenhuma passagem bíblica existe sem contexto. É bem possível que, ao ler um texto distante de seu
contexto, a interpretação seja equivocada. Cada versículo faz parte de uma história maior, e por isso,
para fazer sentido, deve ser entendida dentro de seu momento. Leve em consideração as seguintes
informações: Os textos que vêm antes e depois da passagem, o tipo de livro da Bíblia em que a
passagem está inserida, quem foi o autor da passagem, ou quem disse as palavras, quem era o
público-alvo original, qual era a mensagem para o público-alvo original, qual era o contexto histórico
e cultural da passagem .
Método é a maneira ordenada de fazer alguma coisa. É um procedimento seguido passo a passo, cujo
objectivo é levar o estudante a uma conclusão.
1 Método Analítico – Analisar algo é estudar em seus pormenores, detalhe por detalhe, tendo o
cuidado de anotar os aspectos por menores que eles sejam e por mais insignificantes que eles pareçam
ser. É o método microscópico.
2 Método Sintético - Aborda cada livro como uma unidade inteira e procura entender o seu sentido
como um todo. Procura analisar o livro de forma global. É o método telescópico.
3 Método Temático - É o método de estudo de um tema específico.
4 Método Biográfico - Aborda narrativas e exposições biológicas de personagens bíblicos.
5 Método Histórico - É o método de estudo com sentido histórico de livros ou passagens bíblicas.
Consideram-se os fatos contemporâneos, lugares, tendências, movimentos e outras questões.
6 Método Teológico - É o método de estudo onde se sistematiza as doutrinas bíblicas.
7 Método Devocional - É o método de estudo da Bíblia com fins de aplicar várias passagens às
necessidades particulares do crente. " Nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação.
Poque a profecia nunca foi produzida por vontade dos homens, mas os homens da parte de Deus
falaram movidos pelo Espírito Santo" (2 Pe 1.20,21).