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Capítulo I
(ue tudo pode ser uma questão de #nfase e nunca de separação de assuntos é devido
ao fato de que o Teísmo Cristão é uma unidade. Cristianismo e Teísmo estão implícitos um no
outro. )e per!untarmos% por e*emplo% por que Cristo veio ao mundo% a resposta é que "le veio
para salvar )eu povo de seus pecados. 'as% que é pecado+ , -qualquer falta de conformidade
com a lei de $eus ou qualquer trans!ressão dessa lei. " quem ou o que é $eus+
, verdade% n/s temos dado aqui a doutrina ortodo*a da o&ra de Cristo e a definição
ortodo*a de pecado. 'as poderíamos de i!ual forma dar qualquer outra definição da o&ra de
Cristo e desco&riríamos que ela sempre envolve um certo conceito de $eus. )e dissermos que
Cristo veio para dar0nos um &om e*emplo de moralidade e nada mais% então teremos
redefinido o pecado para si!nificar al!uma fraqueza inerente 1 natureza humana% e% assim%
teremos redefinido $eus como al!o menos do que o ser a&soluto e santo que a teolo!ia
ortodo*a conce&e que "le é. 2 Cristianismo nunca pode ser separado de al!uma teoria acerca
da e*ist#ncia e da natureza de $eus. 2 resultado é que o Teísmo Cristão deve ser visto como
uma unidade.
relacionado e de que tal fato como a ressurreição de 8esus% ainda que tivesse acontecido% não
teria qualquer si!nificado para n/s que vivemos dois mil anos depois dele. $ecorre disso que%
se quisermos realmente defender o Cristianismo como uma reli!ião hist/rica% devemos% ao
mesmo tempo% defender o Teísmo so&re o qual o Cristianismo se &aseia. 9sso nos leva a uma
discussão filos/fica. 9nterpretar um fato da hist/ria implica numa filosofia da hist/ria. 'as
uma filosofia da hist/ria é ao mesmo tempo uma filosofia da realidade% como um todo. $essa
forma% somos levados sempre a uma discussão filos/fica. :ão o&stante% ao defendermos a
&ase teísta do Cristianismo% conforme a natureza do caso% tratamos quase que e*clusivamente
com ar!umentos filos/ficos. :a Apologética n/s atiramos com as armas !randes so& a
proteção das quais os avanços específicos no campo hist/rico devem ser feitos. "m resumo%
há um aspecto hist/rico e um aspecto filos/fico na defesa do Teísmo Cristão. As Evidências
tratam principalmente com o aspecto ist!rico" ao passo #ue a Apologética trata com o
$ilos!$ico% Ca&a uma tem a sua pr!pria tare$a a $a'er" mas elas &e(em estar
constantemente em contato uma com a outra%
Para defendermos o Teísmo Cristão% como uma unidade% devemos mostrar que suas
partes estão realmente relacionadas entre si. :/s 6á indicamos a relação que e*iste entre a
doutrina da o&ra de Cristo% a doutrina do pecado e a doutrina de $eus. Todo o currículo de um
seminário ortodo*o é feito &aseado no conceito do Teísmo Cristão como uma unidade.
;í&lia não apenas está no centro de cada curso% mas no centro de todo o currículo. "la é tida
como autoritativa em tudo que fala. lém disso% ela fala de tudo. :ão queremos dizer que ela
fale de 6o!os de fute&ol% de átomos% etc.% diretamente% mas que fala de tudo diretamente ou por
implicação. :ão apenas nos fala de Cristo e )ua o&ra% mas tam&ém nos diz quem é $eus e de
onde veio o universo que nos cerca. "la nos fala tanto acerca do Teísmo quanto do
Cristianismo. "la nos dá tanto uma filosofia da hist/ria quanto a pr/pria hist/ria. lém disso%
a informação dada so&re esses assuntos é entretecida em um todo ine*tricável. , somente
re6eitando a ;í&lia como a palavra de $eus que voc# pode separar a assim chamada instrução
reli!iosa e moral da ;í&lia do que ela diz< como por e*emplo% acerca do universo físico.
"ste ponto de vista das "scrituras% portanto% implica na idéia de que não há nada neste
universo so&re o que os seres humanos possam ter informação% plena e verdadeira% a menos
que tomem a ;í&lia em consideração. :ão queremos dizer% naturalmente% que al!uém deva ir
1 ;í&lia e não ao la&orat/rio se dese6a estudar a anatomia da serpente. 'as se al!uém for
apenas ao la&orat/rio e não tam&ém 1 ;í&lia% tal pessoa não terá uma interpretação verdadeira
e completa da serpente. polo!ética% portanto% deve tomar um lu!ar definidamente
assinalado no currículo de um seminário ortodo*o. Para indicar esse lu!ar al!o deve ser dito
acerca do conte7do !eral da enciclopédia teol/!ica.
Por enciclopédia teol/!ica se quer dizer o arran6o no currículo das várias disciplinas
teol/!icas. "ssas disciplinas estão todas centradas em torno da ;í&lia% pois a ;í&lia é tida
como foi acima descrito. 3á% antes de tudo% os departamentos &í&licos que tratam do =elho e
do :ovo Testamentos% respectivamente. :esses departamentos as lín!uas ori!inais% a "*e!ese
e a Teolo!ia ;í&lica são ensinadas. "m tudo isso há uma defesa% assim como uma afirmação
positiva da verdade. questão da defesa da verdade do Teísmo Cristão não pode ser dei*ada
somente para o departamento de polo!ética. s verdades específicas do Cristianismo
precisam ser defendidas lo!o que se6am afirmadas. :enhuma delas tem ficado sem ataque e
os especialistas em cada campo podem melhor defend#0las. =em% então% a Teolo!ia
)istemática% que toma todas as verdades e*traídas das "scrituras pelos estudos &í&licos e as
transforma em um todo or!>nico. )o&re isso deveremos falar mais amplamente na pr/*ima
seção. (uando temos o sistema de verdade diante de n/s% dese6amos ver como ele deve ser
apresentado aos homens e como tem sido apresentado. 8á que ele é a Palavra de $eus ou a
interpretação de $eus aos homens% deve ser apresentado em nome de $eus e com a )ua
A
:essa cone*ão% devemos nos !uardar do mal uso que pode ser feito da fi!ura do forte.
Pode0se ar!umentar que isso parece colocar o Cristianismo na defensiva. :ão é verdade que o
Cristianismo foi intencionado para conquistar o mundo inteiro para Cristo+ )im% é. :/s 6á
dissemos que pensamos no Teísmo Cristão quando pensamos no Cristianismo. 9sso co&re toda
a terra. )e pudermos% com sucesso% defender a fortaleza do Teísmo Cristão% teremos o mundo
inteiro a nossos pés. :ão haverá% então% lu!ar para o inimi!o. :/s travamos uma !uerra tanto
ofensiva como defensiva. s duas coisas não podem ser separadas. 'as não precisamos
dei*ar o forte para travar uma &atalha ofensiva.
J
TEOLOGIA SISTEM)TICA
$epreende0se de nossa discussão até aqui que a Teologia Sistemática está mais
intimamente relacionada 1 Apologética do que qualquer outra das disciplinas. :ela temos o
sistema de verdade que devemos defender. $evemos% por conse!uinte% olhar &revemente para
esse sistema que nos é oferecido.
Sistemática divide o que ela tem para nos dar em seis capítulos% como se!uemB
Teolo!ia% ntropolo!ia% Cristolo!ia% )oteriolo!ia% "clesiolo!ia e "scatolo!ia. =eremos cada
um desses capítulos% por vez.
A% Teolo*ia
:aturalmente% no sistema da Teologia e na Apologética% a doutrina de $eus é de
fundamental import>ncia. :a Apologética ela deve ser sempre o 7ltimo ponto de ataque% se
não o primeiro. :a Teolo!ia as principais quest4es tratam com a e*ist#ncia e a natureza de
$eus. Fazemos as se!uintes per!untasB -$eus e*iste+ e -(ue tipo de $eus "le é+.
Freqüentemente a ordem em que são tomadas as várias quest4es pertinentes 1 doutrina de
$eus é a da co!nosci&ilidade% da e*ist#ncia e da natureza de $eus. Para o nosso prop/sito%
todavia% podemos começar com questão da natureza de $eus. :ão estamos interessados em
discutir a e*ist#ncia de um $eus cu6a natureza não conhecemos. Temos primeiro que
per!untar em que tipo de $eus cr# o Cristianismo% antes de per!untarmos% com inteli!#ncia%
se tal $eus e*iste. 2 -qual precede o -se. conotação precede a denotação< pelo menos a
7ltima questão não pode ser discutida inteli!entemente sem se considerar% de uma vez% a
primeira.
(ue queremos dizer quando usamos a palavra -$eus+ Sistemática responde essa
per!unta em sua discussão dos atri&utos ou propriedades de $eus. 'encionaremos apenas
aqueles que pertencem ao ser de $eus% )eu conhecimento e )ua vontade.
-% A Imuta-ili&a&e de $eus. :aturalmente $eus não muda e não pode mudar% 6á que não há
nada além de )eu pr/prio eterno ser de que "le dependa 'alaquias ABE< Tia!o BGH.
c% A uni&a&e de $eus. Como independente e imutável $eus tem unidade em )i mesmo. :/s
distin!uimos aqui entre a unidade de sin!ularidade singularitatisH e a unidade de
simplicidade simplicitatisH. unidade de sin!ularidade tem refer#ncia 1 sua unidade
numérica. 3á e s/ pode haver um $eus. unidade de simplicidade si!nifica que $eus em
nenhum sentido é composto de partes ou aspectos que e*istiram antes d"le 8er.IBI< 9 8oão
BDH. 2s atri&utos de $eus não podem ser vistos de nenhuma outra forma senão como
aspectos do 7nico ser ori!inal simples< o todo é id#ntico 1s partes. Por outro lado% os atri&utos
de $eus não são características que "le desenvolveu !radualmente< são fundamentais ao )eu
ser< as partes 6untas formam o todo. unidade e a diversidade em $eus são i!ualmente
&ásicas e mutuamente dependentes entre si. import>ncia dessa doutrina para a Apologética
pode ser vista a partir do fato que todo o pro&lema da filosofia pode ser resumido na questão
da relação entre unidade e diversidade< o assim chamado pro&lema -do um e dos muitos
rece&e uma resposta definitiva através da doutrina da simplicidade de $eus.
D
2 homem não pode participar desses atri&utos de $eus. 2 homem não pode% em
qualquer sentido% ser a fonte de seu pr/prio ser< o homem não pode% em qualquer sentido% ser
imutável ou simples. 2 ser de $eus% com seus atri&utos% é autocontido. $eus não pode
comunicar o )eu ser.
$evemos falar desse conhecimento que $eus tem de )i mesmo como analítico ou
sintético+ resposta depende do que entendemos por esses termos. "m tra&alho la&oratorial%
queremos dizer por conhecimento analítico aquele que foi adquirido por reduzir al!o a seus
elementos constitutivos% ao passo que conhecimento sintético é aquele adquirido através de
uma visão compreensiva de al!o. :a hist/ria da filosofia% todavia% essas palavras quase que
che!aram a ter si!nificados opostos. "specialmente desde o tempo de Kant% análise veio a
si!nificar aquele conhecimento através do qual n/s olhamos para dentro de n/s mesmos% sem
refer#ncia aos fatos spatio-temporal além de n/s. Parece que temos de escolher entre os usos
científico e filos/fico do termo. 2u devemos primeiro ver como os te/lo!os usaram os termos
e desconsiderar os outros+
teolo!ia tem estado disposta a usar o que chamamos de uso científico dos termos.
$esta forma% por e*emplo% na hist/ria da teolo!ia protestante tem havido um ar!umento%
principalmente entre os luteranos% pelo menos desde os dias de Cali*tus% e os calvinistas so&re
onde se deve começar% quando se discute a questão da predestinação. 2s luteranos
ar!umentavam que devemos começar com os fatos hist/ricos da e*peri#ncia cristã e% a partir
deles% ar!umentar em favor da idéia da predestinação. Cali*tus chamava a isto de método
analítico% ao passo que o método !eralmente se!uido pelos calvinistas% o de começar com a
doutrina de $eus% era chamado de método sintético.
)endo tudo isto assim% cremos que é melhor falar do conhecimento que $eus tem de )i
mesmo como analítico. 9sso não si!nifica que $eus deva% por um lento processo% analisar0se a
)i mesmo% mas enfatiza aquilo que mais precisa de #nfase% ou se6a% que $eus não precisa
&uscar adiç4es ao )eu conhecimento fora de )i mesmo. "ste uso nos porá facilmente em
contato com os sistemas filos/ficos que são opostos ao Cristianismo.
fatos antes que se6am fatos. É o plano &e Deus" a interpreta23o compreensi(a #ue Ele tem
&os $atos" #ue os torna o #ue s3o% ssim% o conhecimento que $eus tem das coisas criadas é
tam&ém analítico% no sentido acima definido.
$ois aspectos da vontade de $eus podem ser aqui distin!uidos. "stes correspondem a
dois aspectos do conhecimento de $eus. $eus conhece a )i mesmo e conhece o universo
criado. $a mesma forma% $eus dese6a a )i mesmo e tam&ém dese6a o universo criado.
(uando o que está em vista não é o universo criado% pode0se dizer que $eus conhece e dese6a
diretamente a )i pr/prio com todos os )eus atri&utos. 'as quando o universo criado está em
vista% ainda se deve dizer que% conhecendo0o e dese6ando0o% $eus conhece e dese6a a )i
pr/prio. $eus quer% e assim% cria o universo. $eus quer% e assim% por sua provid#ncia% controla
o curso do desenvolvimento do universo criado e o traz a seu clíma*. "m tudo isso "le quer%
isto é% "le -usca% a )ua !l/ria. "le a -usca e ao &uscá0la v# que )eu prop/sito em &uscá0la é
cumprido. :enhuma criatura pode privá0l2 de )ua !l/ria< todas as criaturas% querendo ou não%
acrescentam 1 )ua !l/ria. ssim $eus dese6a a )i mesmo em e através de )ua vontade com
respeito 1 realidade criada. 2 que quer que $eus dese6e com respeito ao universo criado é um
meio para aquilo que "le dese6a com respeito a si mesmo.
Lesumindo o que foi dito so&re o ser% o conhecimento e a vontade de $eus% pode0se
dizer que o ser de $eus é auto0suficiente% )eu conhecimento é analítico e )ua vontade é auto0
referencial. "m )eu ser% conhecimento e vontade $eus é autoconti&o. :ada há que lhe se6a
correlato. "le não depende em )eu ser% conhecimento ou vontade do ser% conhecimento ou
vontade de suas pr/prias criaturas. $eus é a-soluto. "le é aut5nomo.
2 ensino cristão so&re a Trindade ontol/!ica% portanto% lhe dá uma metafísica% uma
epistemolo!ia e uma ética claramente distin!uíveis. "m todos esses tr#s aspectos o Teísmo
Cristão é totalmente diferente de qualquer outra filosofia de vida.
a% Meta$ísica Crist3
$eus tem um tipo de ser% ser que é infinito% eterno% imutável e pleno de santos
atri&utos. 2 universo tem outro tipo de ser% ser que foi produzido e é sustentado por $eus. "m
contraste com isto% todas as formas não cristãs de metafísica falam do ser em *eral % que
e*iste como tal. "las reivindicam ser capazes de fazer assertivas inteli!íveis acerca da
natureza do ser em !eral. 2u mesmo que não reivindiquem ser capazes de fazer isso%
presumem que isso pode ser feito. ssim% por e*emplo% rist/teles fala da natureza do ser em
!eral e afirma que ele é anal/!ico em caráter. "le introduz a distinção entre tipos de ser% tais
como ser divino e ser humano% ap/s ter feito certas assertivas a respeito da natureza do ser em
!eral. 'as fazer afirmaç4es a respeito do ser em !eral constitui% pelo menos por implicação%
um ataque 1 natureza autocontida e% por conse!uinte% 7nica do ser de $eus. @ma posição é
melhor conhecida pelas distinç4es mais &ásicas que faz. distinção mais &ásica do
Cristianismo é a do ser de $eus como autocontido e a do ser criado como dependente d"le. 2
Cristianismo está comprometido para &em ou para mal com uma teoria de duas cate!orias da
realidade ou do ser. Todas as teorias não cristãs do ser chamariam essa posição de teísmo
cristão dualista. )o&re isso precisaremos falar mais tarde. Para o momento é importante que
os conceitos &ásicos do Cristianismo se6am claramente distin!uidos de outros pontos de vista.
" a doutrina do ser de $eus% como qualitativamente distinta de qualquer outra forma de ser% é
característica apenas do Cristianismo. $o ponto de vista cristão todas as outras formas de
teoria metafísica sustentam uma suposição monística.
posição da 9!re6a Cat/lica Lomana so&re este ponto pode ser lo!o notada. o
mesmo tempo em que afirmam sustentar a teoria cristã da realidade ou do serH Tomás de
quino e seus modernos se!uidores na verdade se!uem rist/teles ao falar primeiro do ser
em !eral e ao introduzir% depois% a distinção entre ser divino e ser criado. s conseqü#ncias
são fatais tanto para a Teologia Sistemática quanto para a Apologética. Pa ra a Teologia
Sistemática, si!nifica que $eus não é tido inequivocamente como a fonte do ser do homem e
o poder controlador de suas aç4es. Toda doutrina está destinada a ser falsa se a primeira e
&ásica doutrina de $eus for falsa. Para a Apologética% si!nifica que as formas não cristãs de
metafísica não podem ser desafiadas em suas pressuposiç4es &ásicas. :ão crendo na doutrina
&í&lica do ser autocontido de $eus% o Lomanismo não pode oferecer esse $eus como a
refer#ncia final para toda afirmação humana. )o&re isso falaremos mais amplamente depois.
-% Epistemolo*ia Crist3
Com isto temos che!ado 1 questão da epistemolo!ia. Porque $eus tem ser autocontido
e todos os outros seres t#m ser criado ou derivado% tam&ém $eus tem conhecimento
autocontido e o homem% conhecimento derivado. "m contraste com isto% todas as formas de
epistemolo!ia não cristãs falam primeiro do conhecimento em !eral e introduzem a distinção
entre conhecimento divino e humano% depois. , verdade que há formas de epistemolo!ia não
cristãs que falam do conhecimento divino como se fosse totalmente outro% qualitativamente
M
diferente do conhecimento humano. $e i!ual modo% há formas de metafísica não cristãs que
falam do ser de $eus como totalmente outro% como qualitativamente diferente do ser do
homem. "ste é particularmente o caso da Teolo*ia &a Crise% informada como ela é por uma
teoria cética do conhecimento. 'as quando esse $eus% cu6o ser e conhecimento se diz ser tão
totalmente diferente do ser e do conhecimento do homem% é% como deve ser% posto em contato
com o ser e o conhecimento do homem% ocorre uma fusão dos dois. 2u o ser e o
conhecimento de $eus são re&ai*ados para o nível do ser e do conhecimento do homem ou o
ser e o conhecimento do homem são elevados ao nível do ser e do conhecimento de $eus. 3á
sempre a mesma suposição monística em ação% reduzindo todas as distinç4es a uma
correlação entre um e outro.
@ma refle*ão por um momento so&re a queda do homem no paraíso provará que isto é
verdade. /o paraíso Deus &isse ao omem #ue se ele comesse &o $ruto proi-i&o
certamente morreria% A (er&a&e acerca &os $atos no uni(erso cria&o" a #ual $ oi &ita" com
e$eito" a A&3o e E(a" apenas po&eria ser coneci&a" em 7ltima inst8ncia" se uma pessoa
conecesse sua rela23o com o plano &e Deus% É esse plano &e Deus #ue $a' to&os os $atos
cria&os serem o #ue s3o% É certo #ue a ati(i&a&e &o omem" com respeito a muitos $atos"
0 um $ator #ue os $a' o #ue s3o" mas ain&a assim 0 (er&a&e #ue" por tr9s &e tu&o o #ue
esse omem possa $a'er 0" em 7ltima inst8ncia" o plano &e Deus #ue est9 controlan&o
tu&o% E este plano est9 &e acor&o com o ser e nature'a &e Deus% $eus não olhou% porque
não poderia faz#0lo% para um princípio a&strato de =erdade% acima de )i mesmo% para% de
acordo com esse princípio% formar o mundo. Satan" to&a(ia" su*eriu a E(a #ue a
&eclara23o &e Deus so-re a rela23o &e um $ato temporal com outro n3o era
&eterminante &a nature'a &a#uela rela23o% O #ue Satan ar*umentou $oi #ue os $atos e a
(er&a&e acerca &a rela23o &e uns para com os outros po&em ser coneci&os pelo omem
sem se o-ter #ual#uer in$orma23o so-re eles &e Deus" como seu autor e controla&or%
Como eles podem ser% ent3o" coneci&os: Em primeiro lu*ar" pela o-ser(a23o% Mas a
o-ser(a23o n3o 0 su$iciente% 2 homem precisava conhecer al!uma coisa acerca do futuro.
$eus intencionou interpretar as futuras relaç4es que os fatos temporais mant#m entre si. o
re6eitar a interpretação divina dos relacionamentos futuros dos fatos temporais entre si% o
homem s/ poderia depender dos poderes de seu pr/prio pensamento l/!ico. 'era o&servação
N
dos fatos não o a6udaria a oferecer uma afirmação su&stituta para a de $eus% pois ainda não
havia o passado. $essa forma% o homem tinha que depender apenas dos poderes de sua l/!ica.
" ele tinha que presumir que esses poderes eram capazes% de al!uma forma% de le!islar por
aquilo que ainda estava no futuro. "m resumo% ele tinha que presumir que seus poderes de
l/!ica podiam le!islar so&re o que é possível e impossível na realidade que o cercava. "le
tinha que dizer% com efeito% que o que $eus disse que aconteceria possivelmente poderia não
acontecer. " ele tinha que encontrar esse poder de le!islação e*clusivamente em si mesmo.
"le não tinha ainda qualquer e*peri#ncia a respeito do curso da natureza. :ão podia apelar
para qualquer lei da verdade em nenhum sentido o&6etivo. Ele tina #ue escoler entre
aceitar a mente &i(ina ou a sua pr!pria" como $onte &a (er&a&e acerca &os $atos% A
(er&a&e $ora &e #ual#uer relacionamento com al*uma mente 0 pura a-stra23o sem
senti&o%
Ora" o Catolicismo Romano" preso como est9 1 sua no23o -9sica &e uma
a$irma23o supostamente inteli*ente a respeito &o ser em *eral" 0 incapa' &e colocar essa
alternati(a perante os omens% Ele n3o po&e &esa$iar os #ue $a'em" &o omem" o centro
&e sua interpreta23o &a (i&a com um ponto &e (ista #ue $a'" &e Deus" o centro &a
interpreta23o &a (i&a%
c% Ética Crist3
:essa questão da ética% a doutrina do $eus autocontido implica que a vontade de $eus
é o poder final e e*clusivamente determinante de tudo que acontece. Como 6á foi notado% a
natureza de qualquer coisa criada é o que é devido a um ato de determinação a seu respeito% da
parte de $eus. s coisas criadas não são id#nticas a $eus% nem a qualquer ato de $eus com
respeito 1s mesmas. "las t#m um ser e uma atividade pr/prios. 'as esse ser e atividade são o
que são por causa do ser e atividade mais ulteriores provindos da vontade de $eus. s coisas
são o que são% em 7ltima inst>ncia% por causa do plano de $eus. "las são o que são% na relação
que t#m umas com as outras% por causa do lu!ar que $eus lhes atri&uiu em )eu plano. $eus
e*pressa o )eu plano% com respeito aos fatos e leis da natureza% nesses pr/prios fatos e leis.
re!ularidade das leis da natureza é devida 1 -o&edi#ncia dos fatos do mundo criado 1 ordem
de $eus. Claro que a palavra -o&edi#ncia s/ pode ser aplicada 1s leis da natureza em sentido
metaf/rico. 'as a6uda a e*pressar a idéia de que essas leis não t#m a sua re!ularidade em e de
si mesmas% sem qualque r ato de $eus a seu respeito. Toda força no universo criado atua de
acordo com a manifestação do poder de $eus que está por trás dela.
2 caso específico da vontade do homem em relação com a vontade de $eus pede uma
&reve o&servação neste ponto. Para começar% a vontade do homem% como um aspecto dessa
personalidade% depende para o que é% em 7ltima análise% de um ato criador e sustentador de
$eus% mas a vontade do homem% como um aspecto da personalidade humana% não é
o&servável a não ser em ato . Para o homem% compelido a a!ir% $eus esta&eleceu )eu
pro!rama. $eus deu esse pro!rama através de uma comunicação autoconsciente% no início da
hist/ria. 2 summum bonum do homem foi colocado perante ele% individual e coletivamente.
"le deveria dominar a terra e e*trair dela seus poderes latentes para a !l/ria de $eus. $everia
ser um servo voluntário de $eus% al!uém que encontrasse seu deleite na o&edi#ncia a "le. )eu
critério de ação seria a fé na verdade das promessas de $eus.
Contra este ponto de vista cristão da vontade de $eus% como 7ltima% está o ponto de
vista não cristão da vontade do homem% como 7ltima. moralidade é pressuposta como sendo
aut5noma. =irtualmente se diz que o homem é uma lei para si mesmo. "le pode% e em muitos
casos o faz% falar de $eus como seu le!islador. 'as% então% esse $eus é uma pro6eção de sua
pr/pria consci#ncia moral 7ltima< $eus não é mais do que a suposta consci#ncia moral
aut5noma e 7ltima do homem% em sentido amplo. )/crates queria sa&er o que era -o santo 1
parte do que qualquer homem ou $eus pudesse dizer a seu respeito. 9sto pode parecer apontar
para uma santidade -o&6etivaO% inteiramente separada da consci#ncia do homem. 'as tal
santidade% 1 parte da consci#ncia do homem% é vazia de si!nificado. :ão há alternativa para o
ponto de vista cristão da vontade de $eus% como 7ltima% a não ser a idéia da pr/pria
consci#ncia moral do homem como sendo 7ltima. "m tempos modernos% o imperativo
cate!/rico de Kant é uma &oa ilustração da suposta natureza aut5noma da ética não cristã. ,%
portanto% tarefa do apolo!eta cristão desafiar o ponto de vista não cristão de moralidade e
mostrar que% a menos que a vontade de $eus se6a tomada como 7ltima% não há qualquer
sentido para as distinç4es morais.
2 ponto de vista cat/lico romano da ética é incapaz de fazer isso. 8á foi notado que o
Lomanismo virtualmente fala do ser em !eral e do conhecimento em !eral% antes de falar do
ser e do conhecimento de $eus como distintos do ser e do conhecimento do homem. ,
natural% então% que a vontade de $eus não pode ser tida como primária em ética. teolo!ia
cat/lico0romana atri&ui 1 vontade do homem tal medida de autonomia e supremacia a ponto
de capacitá0la a determinar o pr/prio destino final do homem% quer para o &em quer para o
mal% requerendo apenas a assist#ncia de $eus. Para o Lomanismo% o homem é a fonte 7ltima
de sua pr/pria determinação. , verdade que o Lomanismo reduz esse ensino da autonomia do
homem por tam&ém ensinar o caráter -poderoso da vontade de $eus. 'as% no final das
contas% é pela supremacia da vontade humana que o Lomanismo arde em zelos.
homem natural pode fazer o que é certo% no que diz respeito 1 natureza da coisa% 1 parte da
motivação da mesma. 2 Lomanismo admite que o homem natural% que faz de si mesmo o
alvo de seus esforços% que usa suas pr/prias e*peri#ncias% ao invés da vontade de $eus% como
o critério de seus empreendimentos e que não tem a fé como a motivação de tudo o que faz%
ainda é capaz de fazer o que é certo% sem qualificação% em certas áreas da vida. " esse fato
desqualifica o Lomanismo para afirmar ou defender a verdadeira doutrina cristã do
comportamento humano.
Para o nosso presente prop/sito a doutrina de $eus não precisa de maior e*posição. 8á
ficou evidente que% na doutrina cristã da Trindade ontol/!ica autocontida% n/s temos o
conceito fundamental de uma teoria cristã do ser% do conhecimento e da ação. 2s cristãos
estão interessados em mostrar aos que n3o cr#em em $eus% ou cr#em em um $eus% e não no
$eus causa 7ltima ou a&soluto% que é neste $eus que eles devem crer% para que não
desapareça todo e qualquer sentido nas palavras humanas. 2s cristãos estão interessados em
mostrar aos que cr#em que -$eus possi(el ou pro(a(elmente e*iste% mas possivel ou
provavelmente não e*iste% que as palavras possi&ilidade e pro&a&ilidade não t#m qualquer
sentido a menos que o $eus do Cristianismo realmente e*ista. , convicção deles de que a
realidade da e*ist#ncia deste $eus é a pressuposição de toda afirmação possível.
Temos a!ora diante de n/s% em simples es&oço% os pontos principais da doutrina cristã
de $eus. 2 Cristianismo oferece o $eus triuno% a personalidade a&soluta que contém todos os
atri&utos enumerados como o $eus em (uem n/s cremos. "ste conceito de $eus é o
fundamento de tudo o mais que prezamos. A menos #ue creiamos neste tipo &e Deus ser9
&e nenum (alor ou(irmos #ue precisamos crer em #ual#uer tipo &e Deus ou em
#ual#uer outra coisa. Para n/s% tudo o mais% para ter sentido% depende deste tipo de $eus.
Por isso% não estamos interessados em que al!uém nos prove a e*ist#ncia de qualquer outro
tipo de $eus que não se6a este. (ualquer outro tipo de $eus não é $eus% e provar que
qualquer outro tipo de $eus e*iste é provar que não e*iste $eus.
<% Antropolo*ia
questão que tratamos em polo!ética é a da relação entre $eus e o homem. $aí%
6unto com a doutrina de $eus% a doutrina do homem é de fundamental import>ncia.
"ntão% depois de enfatizar que o homem foi criado i!ual a $eus e% pela natureza do
caso% tinha de ser i!ual a $eus% devemos ressaltar o ponto que o homem deve sempre ser
diferente de $eus. O omem $oi cria&o 1 ima*em &e Deus% O omem n3o po&e =amais" em
#ual#uer senti&o" ultrapassar sua con&i23o &e criatura . 9sto p4e uma conotação definida
na e*pressão de que o homem é i!ual a $eus. "le é i*ual a $eus% certamente% mas sempre
numa escala de criatura. Por essa razão a 9!re6a incorporou no cerne de suas confiss4es a
doutrina da incompreensi&ilidade de $eus. 2 ser e o conhecimento de $eus são
a&solutamente ori!inais< tal ser e tal conhecimento são maravilhosos demais para o homem<
ele não pode atin!i0los. 2 homem foi criado finito e sua finitude não lhe foi vista
ori!inalmente como um peso. 2 homem não poderia 6amais esperar atin!ir um convencimento
compreensivo todo a&ran!enteH no futuro. /3o po&emos esperar ter um conecimento
compreensi(o nem mesmo nos c0us% É (er&a&e #ue muito &o #ue a*ora 0 mist0rio para
nos ser9 re(ela&o" mas" &e(i&o 1 nature'a &o caso" Deus n3o nos po&e re(elar a#uilo
#ue" como criaturas" n3o po&emos compreen&er> teríamos #ue ser Deus para enten&er a
Deus" na pro$un&i&a&e &o Seu ser% O omem s! po&e enten&er a re(ela23o &e Deus
promensura humana ?em me&i&a umana@%
import>ncia deste ponto ficará mais saliente quando contrastarmos este conceito de
mistério com o conceito não cristão de mistério% que ho6e é corrente mesmo em círculos
cristãos. diferença entre os conceitos cristão e não cristão de mistério pode ser e*pressa em
uma palavra% por se dizer que os cristãos cr#em que há mistério para o homem mas não para
$eus% ao passo que os não cristãos cr#em que ou há mistério tanto para $eus como para o
homem% ou não há mistério tanto para $eus como para o homem.
Buan&o o omem pecou $oi" portanto" uma tentati(a &e (i(er sem Deus em to&o
senti&o% O omem procurou seus i&eais &e (er&a&e" -on&a&e e -ele'a em al*o al0m &e
Deus" #uer" &iretamente" em si mesmo ou" in&iretamente" no uni(erso ao seu re&or%
Ori*inalmente" o omem interpreta(a o uni(erso so- a &ire23o &e Deus" mas" a*ora"
A
"m con6unto com o falso ideal de conhecimento do homem podemos mencionar aqui
o fato de que% quando ele viu que não poderia atin!ir o seu pr/prio falso ideal de
conhecimento% culpou por isto o seu caráter finito. 2 homem confundiu finitude com pecado.
$esta forma ele misturou os aspectos metafísico e ético da realidade. :ão querendo assumir a
culpa pelo pecado% o homem atri&uiu0a 1s circunst>ncias ao seu redor e dentro dele. Contra
este ponto de vista &í&lico% o ponto de vista não cristão assume ou assevera que ele nem foi
criado nem pecou neste sentido descrito. 'uito em&ora muita #nfase se6a dada ao fato de que
o homem é finito e mau cf. ;arth% ;runner% :ieh&uhrH% não o&stante o homem é visto como
sendo o seu ponto 7ltimo de refer#ncia. 2 homem virtualmente ocupa o lu!ar que a Trindade
ontol/!ica ocupa na teolo!ia ortodo*a. "le é auto0suficiente e aut5nomo.
Trindade ontol/!ica< ele -prova a e*ist#ncia de um deus% um deus que se enquadra no padrão
do -ser em !eral. " -provaráO que esse $eus -provavelmente e*iste< pois o homem não tem
qualquer e*peri#ncia de qualquer tipo de ser% e*ceto do que 6az nos limites do não ser. $esta
forma% o Lomanismo não pode desafiar as interpretaç4es do não cristão. Procurando apelar 1
-razão do homem natural% da forma como o pr/prio homem natural interpreta a sua razão% o
apolo!eta cat/lico romano cai vítima tanto do racionalismo quanto do irracionalismo%
inerentes no ponto de vista de vida do não cristão.
Por outro lado% o homem médio não pode% através do Papa% ouvir a voz imperativa de
$eus% de forma al!uma. -2 ser em !eral e o -conhecimento em !eral t#m em si um
elemento de contin!#ncia 7ltima. 2 pr/prio $eus não tem controle so&re os limites mais
&ai*os do ser. "sses limites mais &ai*os do ser% em&ora muito atenuada% tem ainda em si uma
potencialidade toda pr/pria. $eus não poderia% por conse!uinte% fazer o homem perfeito.
3avia um tipo de -matéria com um poder refratário que tornou impossível a $eus fazer o
homem perfeito. , verdade que o Lomanismo afirma que $eus fez o homem perfeito. 'as a
sua noção de -ser em !eral impede que ele ponha sentido verdadeiramente cristão nessas
palavras. Como conseqü#ncia% as aç4es do homem na ética não t#m a ver e*clusiva ou
primariamente com a vontade e*pressa de $eus% mas com a -moralidade em !eral. ssim% a
idéia de autonomia% que constitui o coração da ética não cristã% não pode ser desafiada pelo
ponto de vista cat/lico0romano.
C% Cristolo*ia
!ora temos os dois pontos entre os quais a transação do conhecimento acontece.
Todavia% desde que o pecado entrou no mundo% n/s não podemos ter uma visão completa do
que é o ponto de vista cristão até que ve6amos como $eus e o homem são reconciliados% ap/s
sua separação. 2 7nico modo pelo qual eles poderiam ser reconciliados seria através de uma
salvação operada por $eus% por meio da qual o homem fosse reunido a $eus. Cristo veio
trazer o homem de volta a $eus.
Para fazer isso "le era e tinha que ser verdadeiramente $eus. Por essa razão% a 9!re6a
tem dado #nfase ao fato de que Cristo era uma pessoa divina% não humana. "ra a se!unda
pessoa da Trindade ontol/!ica a qual era% com respeito 1 )ua ess#ncia% inteiramente i!ual ao
Pai% e que% portanto% e*istiu desde toda a eternidade com o Pai e que% na encarnação% assumiu
uma natureza humana.
9sso não si!nifica que "le dei*ou de lado )ua natureza divina. :ão si!nifica que "le
)e tornou uma pessoa humana. :ão si!nifica que "le se tornou uma pessoa divino0humana.
:ão si!nifica que as naturezas divina e humana se misturaram. Cristo era e continuou sendo%
D
mesmo quando estava na man6edoura em ;elém% uma pessoa divina% mas essa pessoa divina
tomou para si% em íntima união com sua natureza divina% uma natureza humana. 2 Credo de
Calced5nia e*pressou tudo isso quando disse que% em Cristo% as naturezas divina e humana
são relacionadas de uma forma inconfundível sem confusãoH% imutável% indivisível e
inseparável. 2s primeiros dois ad6etivos salva!uardam a verdadeira doutrina contra a idéia de
que os elementos divino e humano tivessem sido% em qualquer sentido% misturados< os dois
7ltimos ad6etivos salva!uardam a verdadeira doutrina contra a idéia de que não houvesse uma
união real% devido 1 insist#ncia so&re a distinção distin!üi&ilidadeH entre os primeiros dois.
:ota0se% nesta questão% que este ponto de vista da encarnação está de pleno acordo
com a doutrina de $eus e do homem% acima apresentadas. )e Cristo é% realmente% a se!unda
pessoa da Trindade ontol/!ica% "le participa dos atri&utos da $eidade. Por outro lado% )ua
natureza humana foi a de uma criatura de $eus. Por conse!uinte% mesmo na encarnação%
Cristo não podia misturar confundirH o eterno e o temporal. 2 eterno deve sempre
permanecer independente e anterior ao temporal.
"m adição a esta &reve declaração da pessoa de Cristo% deve0se dizer uma palavra a
respeito de )eus ofícios. Cristo é o verdadeiro profeta% sacerdote e rei. 2 ;reve Catecismo de
Qestminster per!untaB Como Cristo e)erce o o(*cio de pro(eta+ resposta éB Cristo e)erce o
o(*cio de pro(eta, revelando-nos pela sua palavra e pelo Seu Esp*rito, a vontade de #eus para
a nossa salva" . 2 homem esta&eleceu para si um falso ideal de conhecimento quando se
tornou pecador% ou se6a% ele perdeu a verdadeira sa&edoria. "m Cristo% o homem foi
resta&elecido ao verdadeiro conhecimento. "m Cristo% o homem reconhece que é uma criatura
de $eus e que não deve &uscar conhecimento compreensivo não derivado. Cristo é a nossa
sa&edoria. "le é nossa sa&edoria não apenas no sentido em que nos diz como ir ao céu. "le é
nossa sa&edoria tam&ém por nos ensinar o verdadeiro conhecimento acerca de tudo que
devemos conhecer.
:ovamente o Catecismo per!untaB Como Cristo e)erce o o(*cio de sacerdote+
resposta éB Cristo e)erce o o(*cio de sacerdote, o(erecendo-se a si mesmo, uma s ve, em
sacri(*cio, para satis(aer a 'usti"a divina, para reconciliar-nos com #eus e para (aer
cont*nua intercesso por ns. :ão precisamos discutir esse ponto% mas apenas indicar que a
o&ra de Cristo como sacerdote não pode ser separada de )ua o&ra como profeta. Cristo não
poderia dar0nos verdadeiro conhecimento de $eus e do universo a menos que morresse por
n/s como sacerdote. questão do conhecimento é uma questão ética. ,% na verdade% possível
ter conhecimento teoricamente correto a respeito de $eus sem amar a $eus. 2 dia&o ilustra
este ponto. :ão o&stante% o que se quer dizer por conhecer a $eus na "scritura é conecer e
amar a $eusB este é o verdadeiro conhecimento de $eus< todo e qualquer outro conhecimento
de $eus é falso.
"m terceiro lu!ar o Catecismo per!untaB Como Cristo e)erce o o(*cio de rei+
resposta éB Cristo e)erce o o(*cio de rei, su'eitando-nos a si mesmo, governando-nos e
protegendo-nos, reprimindo e sub'ugando todos os seus e os nossos inimigos. :ovamente
o&servamos que esta o&ra de Cristo como Lei deve ser trazida em cone*ão or!>nica com )ua
o&ra como Profeta e )acerdote. Para dar0nos verdadeira sa&edoria ou conhecimento% Cristo
deve nos su&6u!ar. "le morreu por n/s para nos su&6u!ar e% assim% dar0nos sa&edoria. ,
somente enfatizando essa cone*ão or!>nica dos aspectos da o&ra de Cristo que podemos
evitar toda separação mec>nica do intelectual e do moral% na questão do conhecimento.
autoridade por e em nome de $eus. 'esmo assim% ele é essencialmente nada mais do que
uma pro6eção da mente humana. "le é o ideal que o homem coloca diante de si mesmo.
$esde que esse Cristo é pro6etado para as alturas% diz0se que ele -tornou0se carne%
humilhou0se a si mesmo% até a morte. 'as essa humilhação até a morte foi para a e*altação do
homem. " assim% afirma0se que% -em Cristo% todos os homens são salvos.
:otar0se0á que% neste ponto de vista% é a realidade como um todo% inclusive de Cristo e
do homem% que constitui o ponto da questão. , essa realidade% como um todo% que se su&mete
a um processo. $e acordo com ;arth% o $eus inteiro% o $eus totalmente outro% morre com o
homem e% então% o er!ue% como 1 humanidade% fora da morte% consi!o mesmo.
2 ponto de vista cat/lico romano de Cristo é% como se pode esperar% um meio termo
entre este ponto de vista não cristão e o cristão. $esde que a idéia do -ser em !eral controla o
seu pensamento% o ponto de vista cat/lico romano não pode ser fiel ao Credo Calced5nico. "le
confunde% por necessidade% as duas naturezas de Cristo. Como resultado% a )ua o&ra como
profeta% sacerdote e rei é tam&ém diminuída a ponto de assemelhar0se% !randemente% 1 posição
do não cristão acima descrita. Como profeta% Cristo não pode falar com autoridade por $eus e
como $eus. "le não é auto0interpretativo. "le não pode ser auto0interpretativo porque não
controla o todo da realidade. 2 -)er é o que é% até certa medida% sem relação com "le como
$eus. ssim% não pode falar através do c>non completado da "scritura. 2u% se o fizer% essa
fala deve ser mediada ao homem através da -voz viva da 9!re6a. 9sso eqüivale a dizer que ela
deve ser mediada através da voz do papa% como aquele que tem percepção de perito da
natureza do ser em !eral.
Como sacerdote% Cristo não pode oferecer um sacrifício aca&ado para satisfazer a
6ustiça divina< o -ser em !eral tem em si tal medida de contin!#ncia que um sacrifício
aca&ado% dessa natureza% não pode ser oferecido. 2 sacrifício de Cristo deve% portanto% ser um
processo% uma parte do processo do ser em !eral.
Como rei% Cristo não pode !overnar so&re n/s e defender0nos e*ceto através da -voz
viva da autoridade que fala na i!re6a. falha em tornar a distinção criador-criatura &ásica
no seu pensamento resulta numa o&strução da voz imperativa de $eus. criatura não é
claramente confrontada com seu $eus% na teolo!ia romana. ssim% as ordens de $eus não a
atin!em de forma inequívoca. " desde que há um elemento de contin!#ncia no -ser em !eral%
$eus não pode% nem mesmo através do sacrifício de Cristo% ter uma vit/ria completa so&re o
mal. 2 mal sempre terá sua influ#ncia so&re e em o homem. Cristo não pode defender os )eus
contra )atanás. (uando "le disse que o reino de )atanás não pode prevalecer contra o de
$eus% "le não o tinha avaliado suficientemente com a filosofia de rist/teles.
potencialidade nunca pode tornar0se e*clusivamente atual.
$esta forma% evidencia0se que é apenas na posição protestante que o homem natural
pode ser confrontado com o Cristo das "scrituras% tal como "le é% em )ua pessoa e o&ra.
Para completar o quadro da o&ra de Cristo% ainda uma palavra deve ser dita% de
passa!em% so&re as doutrinas da salvação% da i!re6a e das 7ltimas coisas.
G
D% Soteriolo*ia
Esse ponto =9 est9 en(ol(i&o no $ato #ue Cristo tem &e nos &ominar para nos &ar
conecimento% Mas esse &omínio &e n!s por Cristo 0 $eito atra(0s &o Seu Espírito% É o
Espírito #ue toma as coisas &e Cristo e nolas &9% Para #ue Cristo reali'e completamente
Sua o-ra" o Espírito precisa reali'ar a Sua . Foi por isso que Cristo disse aos discípulos que
convinha seria de proveito para elesH que "le ascendesse aos céus. )eria apenas ap/s a )ua
ascensão que o "spírito poderia vir e de fato concluir a o&ra que Cristo tinha começado a
fazer% enquanto estava na terra. 2 que Cristo fez enquanto estava na terra foi apenas o começo
de )ua o&ra.
, preciso notar% a essa altura% que o "spírito que aplica a o&ra de Cristo é% "le pr/prio%
um mem&ro da Trindade ontol/!ica. )e não fosse% a o&ra da salvação não seria o&ra apenas de
$eus. 7nica alternativa a isso seria que o homem poderia% em al!um ponto% tomar a
iniciativa na questão de sua pr/pria salvação. 9sso implicaria em que a salvação operada por
Cristo poderia ser frustrada pelo homem. )uponhamos que nin!uém aceitasse a salvação que
lhe é oferecida. :esse caso% toda a o&ra de Cristo seria em vão e o eterno criador% $eus% seria
reduzido a zero pelo homem% a criatura. )e dissermos que% no caso de qualquer pecador% a
questão da salvação depende% em 7ltima análise% do homem e não de $eus% isto é% se
dissermos que o homem pode% por si mesmo% aceitar ou re6eitar o evan!elho como queira%
teremos feito o eterno $eus depender do homem. Teremos% então% ne!ado os atri&utos
incomunicáveis de $eus. )e recusamos misturar o eterno e o temporal no ponto da criação e
no ponto da encarnação% devemos tam&ém recusar misturá0los no ponto da salvação.
E% Eclesiolo*ia
A .gre'a Catlica ou /niversal, !ue é invis*vel, consiste do n&mero total dos eleitos
!ue 'á (oram, dos !ue agora so e dos !ue ainda sero reunidos em um s corpo, sob Cristo,
seu Cabe"a0 ela é a esposa, o corpo, a plenitude da!uele !ue enche em tudo todas as coisas.
"sta é a definição de 9!re6a da Confissão de Qestminster. :ão precisamos dizer muito acerca
dessa definição para o nosso prop/sito. Pode0se ver prontamente que ela está de acordo com a
declaração anterior so&re a )oteriolo!ia. Contém o mesmo conceito da relação do eterno para
com o temporal% como se manifesta na doutrina da salvação. "m 7ltima análise% é o eterno que
precede o temporal< é $eus quem determina a salvação do homem< a 9!re6a% isto é% a 9!re6a
@niversal% é o -n7mero total dos eleitos. 9sto não e*clui a responsa&ilidade humana.
Confissão fala da responsa&ilidade do homem e do -livre ar&ítrio nos capítulos anteriores.
penas dei*a claro que $eus é a&soluto tanto aqui como em qualquer outra parte.
vão% a não ser que $eus tra!a os homens% através delas% a )i mesmo. 2s homens não podem
ser trazidos Ra &aia se tiverem qualquer outro lu!ar a que possam ir. 2ra% eles terão outro lu!ar
para ir se tiverem ha&ilidade inerente de aceitar ou re6eitar o evan!elho. :esse caso% não
precisam sentir0se incomodados por re6eitá0lo ho6e% porque podem aceitá0lo amanhã.
% Escatolo*ia
(uando che!amos ao conceito cristão das -ultimas coisas% vemos% mais uma vez%
quão diametralmente oposta é a posição cristã em relação 1 de seus oponentes. 'ais do que
nunca% fica claro aqui que% na concepção cristã das coisas% a interpretação que $eus tem dos
fatos precede os fatos. Todo cristão que entre!a seu futuro a $eus cr# que "le controla o
futuro. Cr# que $eus interpreta o futuro< cr# que o futuro acontecerá como $eus o plane6ou.
profecia ilustra esse ponto. crença nas promessas de $eus% com respeito 1 nossa salvação
eterna% é al!o sem sentido a menos que creiamos que $eus controla o futuro.
qui% tam&ém% vemos de novo que não podemos separar o homem do universo que o
cerca. Cristo falou da -re!eneração de todas as coisas quando falou do fim do mundo. s
promessas para o futuro incluem um novo céu e uma nova terra em que ha&ita a 6ustiça. "ssa
6ustiça inclui o fato de que o lo&o e o cordeiro ha&itarão 6untos. 9nterpretamos a natureza
apenas 1 luz da interpretação de $eus. :ovamente% então% o tempo quando tudo isto
acontecerá está e*clusivamente nas mãos de $eus. )e procurarmos interpretar os -sinais dos
tempos% devemos procurar interpretá0los da forma como $eus 6á os tem interpretado. :/s
interpretamos a hist/ria apenas 1 luz da interpretação de $eus. filosofia cristã da natureza e
a filosofia cristã da hist/ria são os opostos diametrais da filosofia não cristã da natureza e da
filosofia não cristã da hist/ria.
N
Capítulo II
/ota .% Fil/sofos calvinistas% tais como $.3. Th. =ollenhoven 3et Calvinisme en de
4e(ormatie der 52sbegeerteH% 3. $ooSeeerd #e 52sbegeerte der 5etsideeH e 3.U. )toVer
6ristendom en 5etenschapH t#m tam&ém enfatizado a diferença a!uda entre os campos da
filosofia e da teolo!ia. :ão o&stante% eles se op4em vi!orosamente 1 distinção entre razão e fé
como é feita pelos cat/licos romanos. "les falam dos princípios francamente a priori que a
filosofia deve tomar da "scritura. )eu o&6etivo em fazer uma distinção clara entre o campo da
filosofia e o da teolo!ia é% portanto% o de mostrar a variada riqueza do ponto de vista da vida
cristã e do mundo como um todo. Com este o&6etivo estamos de pleno acordo. 'as a
apolo!ética cristã deve concentrar0se nos conceitos &ásicos do ponto de vista da vida cristã e
do mundo como um todo. $eve enfatizar a unidade e não a distinção de uma teolo!ia e uma
filosofia realmente cristãs. $eve fazer uso dos principais conceitos de uma teolo!ia e de uma
filosofia realmente cristãs% com&inando0as para os seus prop/sitos.
2 que foi dito acerca da relação entre a teolo!ia e a filosofia tam&ém é verdadeiro 0
em&ora de forma menos /&via 0 com relação 1 teolo!ia e 1 ci#ncia. reli!ião cristã% conforme
es&oçada no primeiro capítulo% tem uma implic ação definida na atividade científica. 2
Cristianismo reivindica fornecer as pressuposiç4es sem as quais um verdadeiro procedimento
científico fica ininteli!ível. principal dessas pressuposiç4es é a idéia de $eus como
e*pressa na doutrina da Trindade ontol/!ica. lém dessa% há as doutrinas da criação% da
?I
provid#ncia e do plano 7ltimo de $eus para com o universo. 2 Cristianismo reivindica que o
pr/prio o&6etivo e o método da ci#ncia requerem essas doutrinas como seus pré0requisitos.
8á foi dito o suficiente para indicar que a reli!ião cristã faz al!uns pronunciamentos
definidos a respeito daquela área da vida com a qual os cientistas tra&alham. :a ci#ncia% não
menos do que na filosofia% como são estas correntemente entendidas% há princípios de
interpretação em uso que devem% por necessidade% estar so& o escrutínio do teísmo cristão.
Para dizer o mínimo% é possível que os inimi!os da reli!ião cristã possam encontrar nos
campos da ci#ncia e da filosofia seu trampolim do qual se lançam quando se preparam para o
ataque. dmite0se que não é tarefa do te/lo!o ser fil/sofo ou cientista% mas ainda é verdade
que a teolo!ia cristã% e particularmente a apolo!ética cristã% t#m um interesse nos campos da
filosofia e da ci#ncia. Para preservar a sua pr/pria inte!ridade% uma teolo!ia verdadeiramente
cristã deve pu&licar% pelo menos em linhas !erais% al!o da natureza desses interesses.
Por outro lado a teolo!ia cristã pode muito &em oferecer assist#ncia a sistemas de
filosofia e ci#ncia que se6am consistentes com essas doutrinas.
:ovamente% uma solução do pro&lema da relação entre a teolo!ia e a filosofia ou ci#ncia pode
ser encontrada% ar!üir0se0á% se a teolo!ia limitar as suas asserç4es ao campo ou dimensão do
so&renatural e se a filosofia ou ci#ncia limitar as suas asserç4es ao campo ou dimensão do
natural. ;oas cercas fazem &ons vizinhos. @ma ci#ncia verdadeira dese6ará limitar0se em seus
pronunciamentos 1 descrição dos fatos que encontrar. , da ess#ncia de uma ci#ncia verdadeira
não fazer pronunciamentos acerca de ori!ens e prop/sitos. De i*ual mo&o uma $iloso$ia
(er&a&eira procurar9 relacionamentos l!*icos entre os $atos &a e;peri,ncia% Mas os
a-solutos &a reli*i3o n3o po&er3o ser alcan2a&os por meio &esses relacionamentos
l!*icos% A ra'3o" portanto" n3o preten&e $alar &e Deus" &a $orma como Ele e;iste em Si
mesmo% Assim" tanto a ci,ncia como a $iloso$ia limitamse ao campo $enomenal e
ale*remente &ei;am o campo &o numenal 1 autori&a&e e 1 $0% "ste é um método popular
de a&orda!em tanto entre os protestantes ortodo*os quanto entre os li&eraisH.
Todavia% ar!üir0se0á ainda% se al!uém re6eitar am&as essas possíveis soluç4es e insistir
que as doutrinas da reli!ião tratam com o fenomenal tanto quanto com o numenal% ainda que
se6am dados por autoridade% essa pessoa será o&ri!ada a &uscar a destruição tanto da filosofia
quanto da ci#ncia. Tal conceito da relação entre a teolo!ia e a filosofia ou ci#ncia% o&6etar0se0
á% é monopolístico e totalitário.
%sto não significa que a filosofia e a ciência d evam ser dependentes e&clusivamente
da teologia para os seus princ'pios b$sicos. (ignifica apenas que a filosofia e a ciência,
assim como a teologia, devem voltar-se para a Escritura para qualquer lu que tenham a
oferecer sobre princ'pios gerais e fatos espec'ficos. Para assim fazer% podem pedir a a6uda da
teolo!ia. , função da teolo!ia en!a6ar0se em detalhada e*e!ese da "scritura. 2 fil/sofo irá
naturalmente fazer uso dos frutos dessa e*e!ese. , tam&ém função da teolo!ia apresentar a
verdade da "scritura de forma sistemática. 2 fil/sofo e o cientista tam&ém farão uso
naturalmente do fruto desse esforço. 'esmo assim o fil/sofo e o cientista estarão antes de
tudo diretamente dependentes da pr/pria "scritura.
/ossa conclus3o ent3o &e(e ser #ue a &e$esa e (in&ica23o &e uma teolo*ia
realmente protestante re#uer tam-0m a &e$esa e (in&ica23o &e pelo menos al*uns
princípios &e uma $iloso$ia e ci,ncia realmente crist3s . :esse ponto% então% uns poucos
princípios !erais de uma filosofia e ci#ncia protestantes devem ser apresentados.
)e o que foi dito so&re o pacto for verdadeiro% se!ue0se que os fatos e princípios
empre!ados pelos fil/sofos e cientistas devem ser% antes de tudo% considerados so& o prisma
da revelação. )e o homem deve rea!ir como um ser do pacto% essa reação s/ pode ser em
resposta 1 revelação de $eus. Como 6á foi indicado% a face de $eus aparece em todos os fatos
e princípios com os quais tratam a filosofia e a ci#ncia. 'as uma complicação sur!e
imediatamente do fato da forma dupla da revelação. 3á a revelação na natureza e a revelação
que é dada nas "scrituras. (ual a relação entre elas+ per!unta deve ser respondida de
pronto. )em uma resposta a essa per!unta todo o empreendimento filos/fico e científico é
dei*ado na escuridão.
O primeiro ponto importa nte a ser notado é que a revela*ão nas Escrituras deve ser
considerada o nosso ponto de partida. + somente lu da doutrina protestante das
Escrituras que alguém pode obter também a doutrina protestante da r evela*ão de Deus na
naturea.
necessidade das "scrituras repousa no fato que o homem que&rou o Pacto das
2&ras. "le% portanto% precisa da !raça de $eus. :ão há fala ou manifestação da !raça na
natureza. $izer que há% como afirma ;utler em seu livro Analog2, é ne!ar o prop/sito da
apolo!ética protestante. , reduzir a pr/pria idéia da !raça para torná0la aceitável ao homem
natural. 2 homem natural precisa da !raça na sua forma não adulterada.H
autoridade das "scrituras está envolvida na natureza da revelação que ela dá.
mensa!em central da ;í&lia é a da !raça salvadora ao homem. 'as !raça salvadora é !raça
so&erana% e somente $eus sa&e o que é conceder !raça so&erana. )/ "le pode falar com
autoridade so&re ela. "le não é apenas um -e*pert no pro&lema da !raça< "le é o 7nico que
pode dispensá0la e% portanto% tam&ém o 7nico que pode falar de sua natureza.
Com este ponto de vista !eral das "scrituras em mente% voltamos 1 questão da
revelação que $eus faz de )i mesmo na natureza. 2 primeiro ponto que e*i!e refle*ão aqui é
o fato de que é% de acordo com a pr/pria "scritura% o mesmo $eus que )e revela na natureza e
em !raça. 2 $eus que )e revela na natureza pode% portanto% ser descrito como -infinito no
)eu ser% !l/ria% &em0aventurança e perfeição% todo suficiente% eterno% imutável%
incompreensível% onipresente% todo poderoso% onisciente% muito sá&io% muito 6usto% muito
misericordioso e !racioso% lon!>nimo e a&undante em &ondade e verdade Catecismo 7aior,
P. GH . ,% sem d7vida% das "scrituras e não da natureza que esta descrição é tirada. Todavia% é
este mesmo $eus% na medida em que "le é revelado% que é revelado na natureza.
revela*ão de Deus nas Escrituras, formam o grande esquema da revela*ão pactual que
Deus fa de (i mesmo a o homem. As duas formas de r evela*ão devem, p ortanto, ser vis tas
como pressupondo e suplementando-se mutuamente. Elas são aspectos de uma filosofia
geral da hist0ria.
filosofia da hist/ria que nos fala a partir de vários capítulos da Confissão pode ser
resumida em al!uns poucos traços salientes. )omos informados de que o homem nunca
poderia ter qualquer !ozo fruiçãoH de $eus através da revelação que lhe veio na natureza%
operada por si mesma. 3ouve% adicionada 1 revelação de $eus na natureza% uma outra
revelação% uma revelação positiva comunicada so&renaturalmente. revelação natural% somos
virtualmente informados% foi desde o início incorporada 1 idéia de uma relação pactual de
$eus com o homem. ssim% cada dimensão da e*ist#ncia criada% mesmo a mais inferior% foi
envolta numa forma de relação e*austivamente pessoal entre $eus e o homem. 2
-ateleol/!ico não menos do que o -teleol/!ico% o -mec>nico não menos do que o
-espiritual era pactual em caráter.
Sen&o pactual em car9ter &es&e o seu início" a re(ela23o natural &e Deus ao
omem tina a $inali&a&e &e ser(ir como p9tio para o processo &e &i$erencia23o #ue iria
acontecer ao lon*o &o tempo% 2 pacto feito com dão era condicional. 3averia revelação
adicional de $eus na natureza% ap/s a ação do homem com respeito 1 árvore do conhecimento
do &em e do mal. "ssa revelação adicional seria diferente da que a tinha precedido. " a
diferença dependeria definitivamente de um ato pactual c5nscio do homem com respeito 1
proi&ição positivamente comunicada. )a&emos al!uma coisa so&re a natureza dessa nova e
diferente revelação de $eus na natureza como conseqü#ncia da que&ra do pacto pelo homem.
-Pois a ira de $eus se revela dos céus contra toda impiedade e perversão dos homens -Lom.
BMH.
Aqui est$, então, o quadro de uma filosofia da hist0ria bem integrada e unificada,
na qual a revela*ão na naturea e a revela*ão nas Escritur as são mutuamente sem sentido,
uma sem a outra, e mutuamente frut'feras, quando postas /untas.
Para salientar a unidade% e com isso mais claramente o sentido desse quadro por
inteiro% passamos a!ora a notar a necessidade% a autoridade% a sufici#ncia e a perspicuidade da
revelação natural% pois estas correspondem 1 necessidade% 1 autoridade% 1 sufici#ncia e 1
perspicuidade das "scrituras.
?D
@m outro ponto precisa ser o&servado. $eus não deu )ua proi&ição de forma que o
homem pudesse ser o&ediente apenas no que diz respeito 1 árvore do conhecimento do &em e
do mal% e isso% meramente num determinado momento de tempo. "le deu a proi&ição para que
o homem pudesse aprender a ser de modo autoconsciente% o&ediente em tudo que viesse a
fazer% em todas as coisas e em todo o tempo. 2 homem foi criado para !lorificar a $eus tanto
nas dimens4es -inferiores da vida quanto nas -superiores. 2 ato do homem com relação 1
árvore do conhecimento do &em e do mal deveria ser um e*emplo para si mesmo do que
deveria ou não deveria fazer com relação a todas as outras árvores. 'as para que um e*emplo
pudesse ser realmente um e*emplo% precisaria ser e*cepcional. " para que o e*cepcional se6a
e*cepcional requer0se o que é re!ular. ssim% che!amos novamente 1 noção da necessidade
da revelação natural como uma pressuposição do processo de diferenciação% que é o&6etivo de
ser da hist/ria.
té aqui temos falado da necessidade da revelação natural% na forma como e*istiu
antes da queda. )e!uindo essa idéia% conclui0se que podemos tam&ém falar da necessidade da
revelação natural ap/s a queda. Tam&ém aqui o natural ou re!ular tem que aparecer como a
pressuposição do e*cepcional. 'as% a!ora% o e*cepcional tornou0se redentivo. Por
conse!uinte% o natural deve aparecer como necessitando de redenção. p/s a queda não é
suficiente que o natural apareça meramente como re!ular. 2 natural deve a!ora aparecer
como de&ai*o da maldição de $eus. ira do pacto de $eus repousa se!ura e
compreensivamente so&re o homem e so&re tudo que o homem tem mal administrado. ntes
da queda% o natural por ser meramente o re!ular% era a pressuposição do so&renatural como
redentoramente pactual. !raça s/ pode ser reconhecida como !raça em contraste com a
maldição de $eus so&re a natureza.
forma% o natural% como re!ular% aparece mais ainda como necessitando do dom da !raça de
$eus.
Porém% o dom está em ordem com a tarefa. 2 e*emplo é tam&ém dado como uma
amostra. Cristo percorre% na verdade% uma estrada c/smica. :o mesmo !rau em que a
maldição é encontrada é dada tam&ém a )ua !raça. 2s mila!res &í&licos de cura apontam para
a re!eneração de todas as coisas. s almas humanas curadas requerem e eventualmente
rece&erão corpos curados e um am&iente curado. ssim há unidade de conceito para os que
vivem pela promessa escriturística de redenção compreensiva a&ran!enteH% em&ora não
universal. "nquanto esperam Cristo voltar visivelmente nas nuvens dos céus% a!radecem a
$eus pela e*ist#ncia de cada dia ensolarado. té mesmo a!radecem a $eus por )ua !raça
restrin!ente e mantenedora% por meio da qual o descrente a6uda a manifestar a )ua ma6estade
e o )eu poder. Para o crente% o natural ou re!ular% com toda a sua comple*idade% sempre
fi!ura como o campo do processo de diferenciação que conduz em direção 1 plenitude da
!l/ria de $eus.
té então temos visto que o conceito da necessidade das "scrituras% da Confissão%
requer um conceito correspondente da necessidade da revelação na natureza. :ão é surpresa%
então% que a noção da autoridade das "scrituras% da Confissão% requeira uma noção
correspondente da autoridade da revelação na natureza. Tam&ém aqui é &om que comecemos
por estudar a situação como a encontramos antes da entrada do pecado.
O proce&imento cientí$ico &o omem &e(eria ser" por conse*uinte" marca&o pela
atitu&e &e o-e&i,ncia a Deus% Ele &e(eria compreen&er #ue encontraria a morte em t o&o
lu*ar na nature'a" se a manipulasse &e outra $orma #ue n3o a &e porta&or &ireto &as
or&ens &e Deus% A criatura racional &e Deus &e(e naturalmente (i(er por autori&a&e em
to&as as ati(i&a&es &e seu ser% To&as essas ati(i&a&es s3o inerentemente ati(i&a&es
pactuais" #uer &e o-e&i,ncia ou &e &eso-e&i,ncia% O omem $oi cria&o como um ser
an9lo*o a Deus seu pensar" seu #uerer e seu a*ir s3o" portanto" corretamente
conce-i&os como an9lo*os" em to&os os pontos" ao pensar" #uerer e a*ir &e Deus% É
somente &epois #ue recusa ser an9lo*o a Deus #ue o omem po&e pensar em esta-elecer
um contraste entre a atitu&e &a ra'3o" como pertencente a um tipo &e re(ela23o" e a
atitu&e &a $0" como pertencente a outro tipo &e re(ela23o.
?G
Por revelação% então% queremos dizer não meramente o que vem ao homem através dos
fatos que o cercam em seu am&iente% mas tam&ém aquilo que lhe vem por meio de sua pr/pria
constituição% como ser pactual. revelação que vem ao homem por meio de sua pr/pria
natureza racional e moral não lhe é menos o&6etiva do que aquela que lhe vem através da voz
das árvores e dos animais. pr/pria atividade psicol/!ica do homem não é menos
revelacional do que as leis da física ao seu redor. Toda realidade criada é inerentemente
reveladora da natureza e da vontade de $eus. Toda reação ética do homem 1 revelação de
$eus é ainda revelacional. " como reveladora de $eus% é autoritativa. 2 si!nificado da
doutrina da autoridade das "scrituras% da Confissão% não se torna claro a n/s até que a
ve6amos contra o pano de fundo do caráter ori!inal e &asicamente autoritativo da revelação de
$eus na natureza. A Escritura fala autor itativamente queles q ue devem viver naturalm ente
por autoridade. Deus fala com a utoridade sempre e onde quer que fa le.
:este ponto uma palavra pode ser dita acerca da revelação de $eus através da
consci#ncia e de sua relação com as "scrituras. A consciência é a percep*ão humana
falando sobre matéria de import1ncia diretamente moral. 2odo ato da consciência do
homem é moral, no sentido mais abrangente do termo. 2odavia, h$ uma diferen*a entre
quest3es de certo e errado, em um sentido restrito, e em quest3es gerais de interpreta*ão.
Ora, se toda a consciência 4percep*ão5 do homem foi criada srcinalmente perfeita, e como
tal, autoritativamente e&pressiva da vontade de Deus, essa mesma consciência é ainda
revelacional e autoritativa ap0s a entrada do pecado, na medida em que sua vo é ainda a
vo Deus. 2s esforços do pecador% até onde são feitos conscientemente% do seu ponto de vista%
procuram destruir ou a&afar a voz de $eus que lhe vem através da natureza% a qual inclui a sua
pr/pria consci#ncia. 'as esse esforço não pode ser totalmente &em sucedido em qualquer
ponto da hist/ria. O mais depravado dos homens não pode escapar totalmente da vo de
Deus. (ua pecaminosidade, por maior que se/a, fica sem sentido a não ser na base do
pressuposto de que pecou contra a autoridade de Deus. 6ensamentos e atos da maior
perversidade são em si mesmos revelacionais7 revelacionais, isto é, em sua pr0pria
anormalidade. O homem natural acusa ou /ustifica a si mesmo somente porque a sua
consciência, totalmente depravada, continua a apontar de volta ao estado srcinal e natural
das coisas . 2 filho pr/di!o nunca pode esquecer a voz do pai. , o al&atroz para sempre em
volta do seu pescoço.
a natureza é a&usada pelo homem% clama ao seu criador por vin!ança e% através dela% por
redenção.
Foi na promessa mãe que $eus deu a resposta para o clamor da natureza Uen. ABDH.
:essa promessa havia um duplo aspecto. 2 primeiro era o aspecto da vin!ança. quele que
haveria de vir esma!aria a ca&eça da serpente% aquela que levou os homens a esta&elecer a
natureza como independente da revelação so&renatural de $eus. $essa forma% seria dada
novamente 1 natureza a oportunidade de servir como o campo adequado para o e*ercício da
comunicação so&renatural de $eus ao homem. 'as nesse tempo% esse serviço che!aria a um
ponto mais avançado na hist/ria. natureza seria% então% a portadora da maldição de $eus
tanto como de )ua miseric/rdia !eral. 2s -&ons% isto é% os crentes% são !eralmente%
res!uardados por $eus. Todavia% eles não devem esperar que este se6a o caso sempre e em
todas as situaç4es. "les devem aprender a dizer como 8/% mesmo ap/s muita tri&ulaçãoB
-inda que ele me mate% nele esperarei 8/ ABDH. 2s -maus% isto é% os incrédulos% serão
recompensados de modo !eral com as conseqü#ncias de seus atos. 'as este tam&ém não é
sempre o caso% sem qualquer e*ceção. 2s ímpios al!umas vezes prosperam. natureza
apenas mostra tend#ncias. " tend#ncias apontam para o tempo quando elas se tornarão re!ras%
sem e*ceção. tend#ncia propriamente não tem sentido sem a certeza do clíma*.
re!ularidade atual da natureza deve% portanto% mais uma vez ser vista como uma noção
limitadora. Em qualquer est$gio da hist0ria a revela*ão de Deus na naturea é
suficiente para o prop0sito para o qual foi intencionada, o de ser o palco do
processo de diferencia*ão entre os que servem e os que não servem a Deus.
F% A Perspicui&a&e &a Re(ela23o /atural%
Finalmente
perspicuidade nos voltamos
das "scrituras. Temospara a perspicuidade
ressaltado da natureza
!ue a revela"o de #eusque corresponde
na naturea (oi, 1
desde o come"o da histria, intencionada para ser vista em con'unto com a Sua comunica"o
sobrenatural$ 9sto pode parecer indicar que a revelação natural não é inerentemente perspícua
claraH. Tam&ém tem sido indicado que por detrás de am&os os tipos de revelação está o $eus
incompreensível. " esse fato% novamente% pode parecer% 1 primeira vista% militar fortemente
contra a afirmação de que a natureza claramente revela a $eus. Todavia% esses pr/prios fatos
são a melhor !arantia da !enuína perspicuidade da revelação natural. A perspicuidade da
revela"o de #eus na naturea depende, para o seu prprio sentido, do (ato de ser um
aspecto da revela"o total e totalmente voluntária de um #eus !ue é autocontido$ A
incompreensibilidade de #eus para o homem se deve ao (ato de !ue Ele é e)austivamente
compreens*vel a Si mesmo. $eus é luz e n"le não há treva nenhuma. Como tal% "le não pode
ne!ar0)e a )i mesmo. "sse $eus tem% naturalmente% um plano todo a&ran!ente para o
universo criado. "le plane6ou todas as relaç4es entre todos os aspectos do ser criado. "le
plane6ou o fim desde o começo. Toda a realidade criada% portanto% demonstra de fato esse
plano. ,% por conseqü#ncia% inerentemente racional.
, &em verdade% naturalmente% que o homem criado não é capaz de penetrar no fundo
dessa revelação inerentemente clara. 'as isso não si!nifica que% por causa disso% a revelação
não se6a clara% mesmo para ele. 2 homem criado pode ver claramente o que é claramente
revelado% mesmo que não possa ver e*austivamente. 2 homem não precisa conhecer
e*austivamente para que possa conhecer verdadeiramente e corretamente. (uando% no nível
da e*ist#ncia criada% o homem pensa de acordo com os pensamentos de $eus% isto é% quando o
homem pensa em su&missão c5nscia 1 revelação voluntária do $eus auto0suficiente% ele tem%
com isso% a 7nica &ase possível de certeza para o seu conhecimento. (uando ele assim pensa%
pensa como uma criatura pactual dese6aria pensar. 9sto eqüivale a dizer que o homem
normalmente pensa de modo anal/!ico. "le compreende que os pensamentos de $eus são
?N
autocontidos. "le sa&e que sua pr/pria interpretação da natureza deve% portanto% ser uma
reinterpretação do que 6á está plenamente interpretado por $eus.
@m outro ponto deve ser notado aqui. Temos visto que desde a queda do homem a
maldição de $eus repousa so&re a natureza. 9sto trou*e !rande comple*idade so&re o quadro
!eral do pro&lema. Tudo isso% porém% de nenhuma forma diminui a perspicuidade hist/rica e
o&6etiva da natureza. natureza não pode revelar nem revela nada a não ser o plano todo
a&ran!ente de $eus. 2 salmista não diz que os céus possivelmente ou provavelmente
declaram a !l/ria de $eus. :em o ap/stolo assevera que a ira de $eus provavelmente se
revela dos céus contra toda impiedade e in6ustiça dos homens. "scritura toma a clareza da
revelação de $eus como pressuposta a cada está!io da hist/ria humana. 'esmo quando o
homem% como acontece% desvia os seus olhos% esse pr/prio ato torna0se revelacional em suas
ímpias mãos% testificando0lhe que seu pecado é um pecado contra a luz que ilumina a todo
homem que vem ao mundo. té o mais profundo da situação mais comple*a% envolvendo o
pecado e todas as suas conseqü#ncias% a revelação de $eus &rilha com inequívoca clareza. -)e
eu fizer a minha cama no inferno% eis qu e tu estás lá )alm o ANBMH. s criaturas não t#m
c>maras privadas.
Por conse!uinte% não é mais fácil para os pecadores aceitar a revelação de $eus na
natureza do que aceitar a )ua revelação na "scritura. "les não estão mais prontos para fazer
uma coisa do que para fazer a outra. $o ponto de vista do pecador% o Teísmo é tão o&6etável
quanto o Cristianismo. Teísmo que é di!no desse nome é Teísmo Cristão. Cristo diss e que
nin!uém pode ir ao Pai senão por "le. :in!uém pode se tornar um teísta sem se tornar um
AI
cristão. (ualquer $eus que não se6a o Pai de nosso )enhor 8esus Cristo não é $eus% mas um
ídolo.
2ra% se al!uma coisa é /&via na "scritura é que o homem não é considerado como um
6uiz adequado da revelação que $eus lhe faz. $a primeira 1 ultima pá!ina o homem é
apresentado como uma criatura de $eus. A consciência de #eus é, por conseguinte, tida como
naturalmente srcinal, assim como a do homem naturalmente derivada$ A atitude natural do
homem em toda atividade c9nscia (oi, portanto, intencionada para ser de obediência$ % a
essa e)trema pro(undidade, mais pro(unda do !ue a consciência do pecador 'amais poderá
alcan"ar por si mesma, !ue a Escritura apela !uand o di: ;Vinde, arraoemos 'unto s<$ Ela
apela aos violadores do pacto e argumenta com eles a respeito da irracionalidade da !uebra
do pacto$ E é somente !uando o Esp*rito Santo dá ao homem um novo cora"o !ue ele aceita
a evidência da Escritura acerca de si mesma e acerca da naturea, do !ue ela é$ O poder
regenerador do Esp*rito Santo capacita o homem a colocar todas as coisas na perspectiva
verdadeira$
2udo isso é simplesmente para dier que alguém precisa ser um crente para estudar
a naturea com a correta disposi*ão mental e com o correto procedimento. + apenas a
consciência cristã que est$ pronta e disposta a considerar toda a naturea, inclusive as
pr0prias rea*3es interpretativas do homem, como revelat0rias de Deus. 'as esse mesmo
fato requer que a consci#ncia cristã faça uma a!uda distinção entre o que é revelacional% neste
sentido amplo e &ásico% e o que o é em sentido estrito. (uando o homem ainda não tinha
pecado% estava naturalmente ansioso por &uscar constantemente contato com a revelação
so&renatural% positiva% de $eus. 'as é uma questão &em diferente quando pensamos no
pecador redimido. "le é restaurado ao relacionamento correto. 'as é restaurado apenas em
princípio. 3á uma amarra so&re ele. )eu -velho homem quer que ele interprete a natureza 1
parte da revelação so&renatural na qual ele opera. 7nica salva!uarda que ele tem contra essa
A
Capítulo III
O PO/TO DE CO/TATO
:as consideraç4es a se!uir será impossível tratar deste assunto em detalhes. :ossa
preocupação será com os princípios !erais% apenas.
primeira questão a ser considerada será a do ponto de contato. 3averá al!uma coisa
em que tanto os que cr#em no Cristianismo como os que não cr#em estão de acordo+ 3averá
al!uma área conhecida por am&os da qual% como ponto de partida% possamos prosse!uir para
aquilo que é conhecido pelos crentes mas desconhecido pelos descrentes+ "% ainda% haverá
al!um método comum para se conhecer essa -área conhecida que precise apenas ser aplicado
para aquilo que o descrente não conhece% a fim de que o convença de sua e*ist#ncia e
veracidade+ :ão se pode assumir% de começo% que essas per!untas possam ser respondidas na
afirmativa. Pois o conhecedor precisa% ele pr/prio% tanto da interpretação quanto das coisas
que ele conhece. mente humana% é a!ora comumente reconhecido% como su6eito do
conhecimento% faz a sua contri&uição para o conhecimento que ela o&tém. )erá inteiramente
impossível% então% encontrar uma área comum de conhecimento entre crentes e descrentes a
menos que ha6a acordo entre eles quanto 1 pr/pria natureza humana. 'as esse acordo não
e*iste. "m sua recente o&ra -@m "nsaio so&re o 3omem% "rnest Cassirer traça as várias
teorias do homem que t#m sido oferecidas pelos fil/sofos no curso dos anos. teoria
moderna do homem% afirma Cassirer% perdeu o seu centro intelectual. -"le adquiriu% por outro
lado% uma completa anarquia de pensamento. 'esmo em épocas anteriores havia uma !rande
discrep>ncia de opini4es e teorias com relação a esse pro&lema. 'as restava% pelo menos% uma
orientação !eral% um quadro de refer#ncia% ao qual todas as diferenças podiam ser referidas.
metafísica% a teolo!ia% a matemática e a &iolo!ia% sucessivamente assumiam a direção do
pensamento em pro&lemas do homem e determinavam a linha de investi!ação. verdadeira
crise deste pro&lema manifestou0se quando esse poder central capaz de diri!ir todos os
esforços individuais cessou de e*istir. import>ncia capital do pro&lema ainda continuou a
ser sentido em todos os diferentes ramos do conhecimento e pesquisa. 'as uma autoridade
esta&elecida 1 qual al!uém pudesse apelas não e*istia mais. Te/lo!os% cientistas% políticos%
soci/lo!os% &i/lo!os% psic/lo!os% etn/lo!os% economistas% etc.% todos a&ordavam o pro&lema
de seu pr/prio ponto de vista. Com&inar ou unificar todos esses distintos aspectos e
perspectivas era impossível. " mesmo dentro dos campos específicos não havia um princípio
científico !enericamente aceito. 2 fator pessoal tornou0se mais e mais prevalecente e o
temperamento de cada escritor tendia a desempenhar um papel decisivo.
Trahit sua !uem!ue voluptae< cada autor parece% em 7ltima inst>ncia% ser conduzido pelo seu
pr/prio conceito e avaliação da vida humana 2p. cit.% p. ?H.
AA
2 cristianismo% então% deve apresentar0se como a luz que faz os fatos da e*peri#ncia
humana% e acima de tudo a pr/pria natureza humana% aparecer como eles realmente são. 2
Cristianismo é a fonte de onde se derivam a vida e a luz para os homens.
diferença entre conceito protestante e cat/lico romano do ponto de contato terá que
ser naturalmente formulado de um modo semelhante 1quele em que n/s esta&elecemos a
diferença entre teolo!ia protestante e cat/lica romana. 3á duas maneiras de se esta&elecer
essa diferença. @Oa maneira muito comum é indicar primeiro uma área de doutrina que os dois
tipos de teolo!ia t#m em comum para que depois se possa enumerar as diferenças entre eles.
"sse é o modo se!uido no livrinho merecidamente famoso de ;.;. Qarfield The 1lan o(
Salvation -2 Plano da )alvação. "ntre os que acreditam num plano de salvação% diz
Qarfield% há aqueles que conce&em esse plano em linhas naturalistas e os que o conce&em em
linhas supernaturalistas. Contra os pela!ianos que sustentam um ponto de vista naturalista
-toda a 9!re6a or!anizada 0 2rtodo*a Ure!a% Cat/lica Lomana% atina e o Protestantismo em
todas as suas !randes formas hist/ricas% uteranos e Leformados% Calvinistas e QesleSanos 0
mant#m seu testemunho consentido% firme e enfático ao conceito so&renaturalista da
salvação Philadelphia% NM% p. GH.
homens% se6am eles de fato salvos ou não% ou se apenas so&re al!uns homens em particular% a
sa&er% so&re aqueles que realmente são salvos p.??H. )inalizando a diferença entre
-evan!élicos universalistas e particularistas% novamente Qarfield usa estas palavrasB -
questão e*ata que divide os universalistas e os particularistas é% por conseqü#ncia% se a !raça
salvadora de $eus% na qual e*clusivamente há salvação% salva realmente p. ?JH.
:ão é nosso prop/sito se!uir Qarfield mais além% quando ele mais uma vez diferencia
as várias formas de particularistas. s diferenças mais importantes estão diante de n/s.
Qarfield defende o particularismo ou Calvinismo. " 6á se tornou costume usar o termo
-evan!élico com refer#ncia aos protestantes não calvinistas.
2 que nos interessa a!ora é o fato que% em&ora começando com o ponto de vista de
um denominador comum% Qarfield é compelido% cada vez que sinaliza uma nova diferença% a
indicar que ela é feita para fins de consist#ncia. Protestantes são protestantes com o fim de
serem supernaturalistas mais consistentes do que os cat/lico0romanos. Calvinistas são
particularistas com o fim de serem mais -evan!élicos do que os outros protestantes. 2s
calvinistas o&6etivam ter uma posição% de acordo com Qarfield% que se6a -sem cor al!uma de
elementos estranhos p. ?H. Consequentemente% as várias concepç4es de salvação -não
e*istem sin!elamente lado a lado como concepç4es variadas do referido plano% cada uma
delas fazendo o seu apelo em oposição a todas as outras. "stão% antes% relacionadas umas com
as outras como uma série pro!ressiva de correç4es de um erro ori!inal% atin!indo cada vez
mais e mais consist#ncia na corporização da idéia fundamental da salvação p AH.
Parece% então% que o pr/prio Qarfield su!ere um modo melhor de se e*pressar tais
diferenças e*istentes entre o Lomanismo e o Protestantismo ou entre o Protestantismo
universalista e o particularista% do que o que ele pr/prio empre!ou. "sse modo melhor é
indicado pelo professor 8ohn 'urraS quando dizB -Parece% portanto% que a mais verdadeira%
efetiva e% por todas as formas% mais se!ura defesa do Cristianismo e e*posição de seu
conte7do essencial não é tomar como nosso ponto de partida esses termos que e*pressam a
confissão credal &ásica de al!umas de suas mais conhecidas deformaç4es hist/ricas% mas
daqueles termos que mais plenamente e*pressam e dão caráter 1quele reli!ião redentora que é
o Cristianismo. "m outras palavras% o Cristianismo não pode rece&er um entendimento
adequado nem sua e*posição e orientação pr/pria a menos que se6a visto como aquilo que
procede e se consuma na realização do conselho e prop/sito pactual do Pai% Filho e "spírito
)anto The 5estminster Theological =ournal % =ol. 9X% :um&er % p. NI H. :ão devemos
definir a ess#ncia do Cristianismo em termos de suas formas mais &ai*as mas de suas mais
altas. Calvinismo é Cristianismo trazido 1 sua pr/pria ess#ncia. Começando com o
Calvinismo deveríamos descer ao Protestantismo universalista e daí ao Lomanismo como
desvios do verdadeiro ponto de vista do Cristianismo.
2 Cristianismo% portanto% nessa &ase% precisa ser apresentado ao homem natural como
al!o que se6a apenas informação adicional ao que ele 6á possui. 2 conhecimento do
Cristianismo deve ser relacionado ao que é derivado do e*ercício dos poderes da razão e
o&servação humana% de modo semelhante 1quele em que% no começo% a retidão ori!inal foi
acrescentada 1 ima!em de $eus no homem.
'as sem a luz do Cris tianismo é tão pouco possível para o homem ter uma visão
correta de si mesmo e do mundo quanto o é ter a verdadeira visão acerca de $eus. Por causa
do fato do pecado o homem é ce!o com respeito 1 verdade sempre que ela aparece. " a
verdade é 7nica. 2 homem não pode conh ecer verdadeiramente a si mesmo a menos que
conheça verdadeiramente a $eus. :ão reconhecendo o fato da queda% os fil/sofos% diz
Calvino% lançam tudo em confusão. "les não consideram o fato de que -no princípio cada
parte da alma foi formada para a retidão% mas que ap/s a queda% o homem está i!ualmente
corrompido em todos os aspectos de seu ser .nstitutas 9% DBGH. -"les nos dizem% diz Calvino%
-que há !rande repu!n>ncia entre os movimentos or!>nicos e a parte racional do homem.
Como se a razão não estiv esse em desacordo consi!o mesma e as suas idéias 1s veze s
conflitando umas com as outras% como e*ércitos hostis. 'as desde que essa desordem resulta
AE
de privação da natureza% é err5neo inferir que ha6a duas almas pelo fato das faculdades não
estarem harmoniosamente de acordo% como deveriam estar 9% DBEH.
"m oposição a este ponto de vista 3od!e% se!uindo Calvino% salienta o fato que todo o
con6unto da natureza humana precisa ser renovado pelo poder do "spírito )anto. 2 homem
natural precisa ser -renovado no conhecimento se!undo a ima!em daquele que o criou Col.
ABIH. -3omem novo ne/onH% diz 3od!e% -na e*posição de )ão Paulo% de acordo com a
distinção ordinária entre ne/on e kain/oj si!nifica RrecenteO% Rrecentemente feitoO% em
oposição a palai/oj RvelhoO. qualidade ou e*cel#ncia moral desse homem recentemente
formado é e*pressa na palavra a)nakainou/menon, visto que no uso escriturístico o que é
kaino/j é puro. "sta renovação é dita ser ei)j e)pi/gnwsin - não em conhecimento% muito
menos pelo conhecimento % mas para o conhecimento% para que conheça. 2 conhecimento é o
efeito da renovação aqui falada S2stematic Theolog2% =ol. 99% p. NNH. @m pouco adiante
3od!e acrescentaB -2 conhecimento aqui intencionado não é mera co!nição. , conhecimento
pleno% acurado% vivo ou prático< tal conhecimento eqüivale 1 vida eterna% de modo que esta
palavra aqui inclui o que em "fésios JB?J é e*presso por retidão e santidade i&idH.
AG
3od!e tam&ém faz a e*e!ese de "fésios JB?JB - e vos revistais do novo homem que%
se!undo $eus% é criado em 6ustiça e santidade. -"stas palavras% diz 3od!e% -quando usadas
con6untamente t#m a intenção de ser e*austivasB i.e.% incluir toda a e*cel#ncia moral. (ualquer
um dos termos pode ser usado nesse sentido a&ran!ente% mas% quando distin!uidos%
dikaiosu/nh si!nifica RretidãoO Rser e fazer certoO o que a 6ustiça demanda< o)sio/thj
RpurezaO% RsantidadeO% o estado de mente produzido quando a alma está cheia de $eus. "m vez
de Rverdadeira santidadeO as palavras do ap/stolo deveriam ser traduzidas por R6ustiça e
santidade da verdadeO< isto é% a 6ustiça e a santidade que são o efeito ou a manifestação da
verdade. Por RverdadeO aqui% em oposição ao en!ano a)pa/thH% mencionado no verso ??%
intenciona0se o que em Colossenses ABI é chamado de RconhecimentoO. , a luz divina no
entendimento% da qual o "spírito da verdade é o autor e da qual% como sua causa pr/*ima%
todas as 6ustas afeiç4es e santos atos procedem 9dem% p. IH. Lepetidamente 3od!e
salienta o fato de que% de acordo com as "scrituras% o homem natural é incapaz de entender e
aceitar por si mesmo a verdade do Cristianismo. -2 homem natural% homem como é por
natureza% é destituído da vida de $eus% i.e.% de vida espiritual. )eu entendimento é o&scuro% de
modo que não conhece nem rece&e as coisas de $eus. "le não é susceptível para rece&er as
impress4es das realidades do mundo espiritual. , tão insensível a elas quanto um morto para
as coisas deste mundo 9dem% p. ?JJH. $iscutindo a re!eneração% 3od!e afirmaB - ;í&lia
faz a vida eterna consistir em conhecimento< pecaminosidade é ce!ueira% ou trevas< a
transição de um estado de pecado para um estado de santidade é a translação das trevas para a
luz< diz0se que os homens são renovados para o conhecimento< i. e.% o conhecimento é o efeito
da re!eneração% a conversação é apresentada como sendo efetuada pela revelação de Cristo< a
)ua re6eição como o Filho de $eus e salvador dos homens é atri&uída ao fato de que os olhos
dos que cr#em não estão ce!os pelo deus desse mundo =ol. 999% p. EH. 2u% novamente% -2
coração nas "scrituras é aquilo que pensa% sente% quer e a!e. , a alma% o ser. @m novo
coração% portanto% é um novo ser% um novo homem. 9mplica numa mudança de todo o caráter.
, uma nova natureza. $o coração procedem todos os e*ercícios c5nscios% voluntários e
morais. @ma mudança de coração% portanto% é uma mudança que precede esses e*ercícios e
determina o seu caráter 9dem% p. ADH. $e acordo com a doutrina evan!élica a alma toda é o
su6eito da re!eneração. :ão é nem o intelecto com a e*clusão das emoç4es nem as emoç4es
com a e*clusão do intelecto< nem é somente a vontade% quer em sentido mais amplo ou mais
limitado% o su6eito da mudança em questão.... - re!eneração asse!ura conhecimento correto
tanto quanto emoç4es corretas< e emoç4es corretas não são o efeito de conhecimento correto%
nem é o conhecimento correto o efeito das emoç4es corretas. m&os são efeitos inseparáveis
de uma o&ra que afeta toda a alma 9dem% p. AEH.
)em desafiar essa pressuposição &ásica com respeito a si mesmo como o ponto final
de refer#ncia na afirmação% o homem natural pode aceitar as -provas teístas como
inteiramente válidas. "le pode construir tais provas. "le assim o tem feito. 'as o $eus cu6a
e*ist#ncia ele prova para si mesmo% dessa forma% é sempre um $eus que é al!o diferente da
Trindade ontol/!ica autocontida das "scrituras . 'as o apolo!eta cat/lico romano não quer
provar a e*ist#ncia desse tipo de $eus. "le quer provar a e*ist#ncia de um $eus que dei*e
intacta a autonomia do homem pelo menos em al!um sentido. teolo!ia de Loma não quer
um $eus cu6o conselho controle tudo o que acontece.
, natural% então% que o ponto de vista romano do ponto de contato com o descrente
se6a o que é.
Para o nosso prop/sito% então% o ponto importante é que o "van!elicalismo tem retido
al!o do Catolicismo Lomano% tanto em seu ponto de vista do homem como em seu ponto de
vista de $eus. Como o Lomanismo% o "van!elicalismo conce&e a autoconsci#ncia humana e a
consci#ncia dos o&6etos como% até certo ponto% inteli!ível sem a consci#ncia de $eus. , de se
esperar que o "van!elicalismo concorde com o Lomanismo nessa questão do ponto de
contato. m&as as formas de teolo!ia são tin!idas por elementos de um certo naturalismo
su&6acente. m&as% portanto% recusam desafiar a pressuposição natural &ásica do homem com
AN
;asta então se!uir suas su!est4es% se se!uimos seus princípios em apolo!ética assim
como na pr/pria teolo!ia. $evemos defender% como o pr/prio Qarfield tão &em o e*pressa%
não uma ess#ncia mínima do Cristianismo% nem cada detalhe incluído nas doutrinas do
Cristianismo% mas -apenas o pr/prio Cristianismo% incluindo todos os seus detalhes e
envolvendo a sua ess#ncia 0 na sua inteireza não e*plicada e não resumida... Studies in
Theolog2% p. NH.
"sse Cristianismo é o que devemos levar 1queles que estão mortos em trans!ress4es e
pecados. -,% diz Qarfield% -so&re um campo de mortos que o )ol da 6ustiça tem nascido e os
&rados que anunciam )eu advento caem em ouvidos surdosB sim% ainda que as estrelas da alva
cantassem de novo de ale!ria e o ar palpitasse com o eco da !rande proclamação% sua voz não
poderia penetrar nos ouvidos dos mortos. W medida em que corremos os olhos so&re o mundo
que 6az na sua impiedade% é o vale da visão do profeta que vemos diante de n/sB um vale cheio
de ossos % e eiaY "les estão secos. (ue &enefício há em proclamar a ossos secos% ainda que
se6a a maior das redenç4es+ Como levantaremos e clamaremosB RZ ossos secos% ouví a palavra
do )enhorYO "m vão a redenção% em vão sua proclamação% a menos que venha um sopro do
céu para soprar so&re esses mortos para que vivam op$ cit .% p. JAH. -2 cristão vive em
virtude da vida que lhe foi dada% e antes do princípio desta vida% naturalmente% ele não tem
2 termo -"van!élicos entre aspasH está sendo empre!ado para traduzir o ori!inal -"van!elicals% usado pelo
autor. palavra é de uso mais ou menos recente e serve para identificar a posição teol/!ica daqueles que cr#em
nas doutrinas fundamentais da fé cristã% mas se recusam a ser chamados de -fundamentalistas% por entender que
essa terminolo!ia define uma posição ne!ativista de divisionismo e separatismo. :essa cate!oria de
-evan!elicals se encontram te/lo!os das mais variadas convicç4es% tornando0a% portanto% de difícil
classificação. Cf. The ?e@ .nternational #ictionar2 o( the Christian Church % ed% T.$. $ou!las% Urand LapidsB
[ondervan% NGMH. 2 autor a usa para ident ificar cris tãos de posiç ão ortodo *a% mas não calv inista. "m
portu!u#s% 1s vezes% é usada a e*pressão -evan!elicalistas% para traduzir o termo. 2 su&stantivo correlato
-"van!elicalism está traduzido neste tra&alho por -"van!elicalismo. :ota do tradutor.
JI
poder de ação< e é da maior import>ncia que% como cristãos% não re&ai*emos nosso
testemunho dessa so&renaturalidade de nossa salvação op$ cit .% p. JDH. Temos visto o
ar!umento de 3od!e de que a re!eneração é para conhecimento% 6ustiça e santidade.
Poderia parecer que temos descido deste alto patamar para o nível do "van!elicalismo%
quando 3od!e fala do ofício da razão em matéria de reli!ião. )o& esse t/pico ele coloca tr#s
pontos. Primeiro ele mostra que a razão é necessária como uma ferramenta para o
rece&imento da revelação. )o&re esse ponto deve haver pouca causa de discussão. -
revelação não pode ser feita a &rutos ou a idiotas S2stematic Theolog2% =ol. 9% p. JNH. "m
se!undo lu!ar% 3od!e ar!umenta que -a razão deve 6ul!ar a credi&ilidade de uma revelação
p. DIH. " que -o crível é aquilo que pode ser acreditado. :ada é incrível a não ser o
impossível. 2 que pode ser% pode ser crido racionalmente i.e.% em &ases adequadasH. 2 que é
então impossível+ 3od!e respondeB -H 0 9mpossível é o que envolve uma contradição< como%
por e*emplo% que uma coisa possa ser e não ser ao mesmo tempo< que o certo se6a errado e o
errado% certo. ?H 0 , impossível que $eus faça% aprove ou ordene o que é moralmente errado.
AH 0 , impossível que "le requeira de n/s que creiamos no que contradiz as leis da convicção
que "le mesmo imprimiu em nossa natureza. JH 0 , impossível que uma verdade contradi!a
outra. , impossível% portanto% que $eus revele qualquer coisa como verdadeira que contradi!a
qualquer verdade &em autenticada% quer de intuição% e*peri#ncia ou revelação anteriorop.
cit..% p. DH. "m terceiro lu!ar% continua 3od!e% -a razão deve 6ul!ar as evid#ncias de uma
revelação. Como -a fé envolve assentimento e assentimento é convicção produzida por
evid#ncias% se!ue0se que a fé sem evid#ncias ou é irracional ou impossível p. DAH.
se!unda e a terceira prerro!ativas da razão% diz 3od!e% são aprovadas pela pr/pria "scritura.
Paulo -reconhecia a suprema autoridade dos 6ul!amentos intuitivos da mente p.D?H% e -8esus
apelou 1s suas o&ras como evid#ncia da verdade de suas reivindicaç4es p. DMH.
:ão é nosso prop/sito aqui tratar de modo pleno da questão da razão e da revelação. ,
suficiente o&servar a am&i!üidade que su&6az a essa a&orda!em na questão do ponto de
contato. (uando 3od!e fala da razão ele quer dizer -aquelas leis da convicção que $eus
implantou em nossa natureza p.D?H. , verdade que $eus plantou tais leis de convicção no
nosso ser. , este o ponto em que Calvino dá !rande #nfase quando diz que todos os homens
t#m um senso da deidade. 'as o descrente não aceita a doutrina da sua criação 1 ima!em de
$eus. ,% portanto% impossível apelar 1 natureza intelectual e moral dos homens% da forma
como os pr/prios homens interpretam esta natureza% e dizer que ela deve 6ul!ar a credi&ilidade
e a evid#ncia da revelação. Pois se isto for feito% n/s estaremos virtualmente dizendo ao
homem natural que aceite do Cristianismo apenas e tão somente aquilo que% com seu conceito
pervertido da natureza humana% ele queira aceitar.
Para usar mais uma vez a ilustração da serraB a serra não é% em si mesma% senão uma
ferramenta. Para que mova e corte na direção certa ela depende do homem que a opera. $a
mesma forma% a razão ou o intelecto é sempre o instrumento de uma pessoa. " a pessoa que o
empre!a é sempre um crente ou um incrédulo. )e ele for um crente% sua razão 6á foi mudada
no seu a6uste% como 3od!e nos disse% pela re!eneração. "la não pode% então% ser a 6uíza< é%
a!ora% uma parte da pessoa re!enerada% ale!remente su6eita 1 autoridade de $eus. Permitiu%
pela !raça de $eus% ser ela pr/pria interpretada pela revelação de $eus. )e% por outro lado% a
pessoa que usa sua razão for descrente% então tal pessoa% usando sua razão% irá certamente
assumir a posição de 6uiz com respeito 1 credi& ilidade e evid#ncia da revelação% mas ela
certamente tam&ém achará a reli!ião cristã não crível por ser impossível e as suas evid#ncias%
sempre inadequadas. 2 pr/prio ensinamento de 3od!e so&re a ce!ueira e dureza do homem
natural corro&ora para este fato. tri&uir ao homem natural o direito de 6ul!ar% por meio de
sua razão% o que é possível ou impossível% ou de 6ul!ar por meio de sua natureza moral o que
é &om ou mau% é virtualmente ne!ar o -particularismo que 3od!e e não menos Qarfield%
J
cr#em ser a pr/pria marca de uma teolo!ia verdadeiramente &í&lica. :esse caso% o
Cristianismo não reivindicaria interpretar o pr/prio intérprete raciocinadorH. quele
interprete seria tido como 6á possuindo em si mesmo% antes de sua aceitação do Cristianismo%
a ha&ilidade para interpretar corretamente e corretamente empre!ar os poderes de sua pr/pria
natureza. " esse é o equivalente e*ato da posição arminiana% quando afirma que $eus tornou a
salvação o&6etivamente possível% mas não salvou realmente as pessoas% como indivíduos.
principal dificuldade com essa posição de 3od!e quanto ao ponto de contato% então%
é que ela não faz distinção clara entre a natureza ori! inal do homem e a decaída.
;asicamente% é claro que a intenção de 3od!e é referir0se 1 natureza humana da forma como
proveio das mãos do seu Criador. 'as ele freqüentemente ar!umenta como se aquela natureza
ori!inal ainda pudesse estar ativa no -senso comum dos homens. , certo que há um !rande
elemento de verdade na ale!ação de que o senso comum do homem não tem se desviado tanto
da verdade quanto o tem as sofisticaç4es dos fil/sofos. :ão se encontra !eralmente ateísmo
declarado e &lasfemo entre as massas humanas. 'as isso não elimina o fato de que todos os
homens são pecadores em todas as manifestaç4es de sua personalidade.
@ma comparação pode servir para clarear este ponto. :o capítulo sete de Lomanos%
Paulo fala de si mesmo% em&ora crente% como tendo uma lei do pecado em seus mem&ros que
freqüentemente o controla% contra a sua vontade. 2 seu -novo homem é o homem
verdadeiro% o homem em Cristo 8esus. 'as o seu -velho homem é o remanescente de sua
natureza pecaminosa que ainda não foi totalmente destruída. plicando0se esta analo!ia ao
homem natural n/s temos o se!uinteB 2 pecador é aquele cu6o -novo homem é o homem em
aliança com )atanás. 'as o seu -velho homem é aquele que !uerreia em seus mem&ros
contra a sua vontade< é a sua natureza como proveio das mãos do seu Criador. (uando o filho
pr/di!o dei*a a casa do pai ele está no caminho para o cocho do porco. 'as enquanto está no
caminho ele tem os seus receios. "le procura convencer0se de que a sua verdadeira natureza
consiste em sua auto0afirmação% lon!e da casa do pai. 'as ele luta contra os a!uilh4es dá
coices contra as a!uilhoadasH. "le peca contra o conhecimento melhor que tem.
2ra% está &em de acordo com o tipo de teolo!ia de 3od!e apelar para o -homem
velho no pecador e totalmente fora de acordo com sua teolo!ia apelar para o -homem novo
nele% pecador% como se ele pudesse formar um 6uízo &asicamente adequado so&re qualquer
questão. Todavia% 3od!e dei*a de fazer distinção clara entre essas duas coisas. Por
conse!uinte% ele não distin!ue claramente entre o ponto de vista reformado e o cat/lico
romano so&re o ponto de contato. $o mesmo modo ele fala da -razão como al!o que parece
operar corretamente onde quer que se6a encontrada. 'as a -razão dos homens pecadores irá
invariavelmente a!ir de modo errado. $e modo particular isso é verdade quando eles se
confrontam com o conte7do específico das "scrituras. 2 homem natural empre!ará
invariavelmente a ferramenta de sua razão para reduzir esse conte7do a um nível naturalista.
"le deve fazer isso até mesmo no interesse do princípio da contradição. Pois a sua conclusão
7ltima é a pressuposição maior de toda a sua filosofia. , &aseado nessa pressuposição% como
seu fulcro% que ele usa as leis da contradição. )e lhe pedirem para usar sua razão como 6uiz da
credi&ilidade da revelação cristã sem% ao mesmo tempo% pedirem que renuncie seu ponto de
vista so&re si mesmo como final% então virtualmente estão lhe pedindo para crer e descrer em
sua conclusão 7ltima ao mesmo tempo e no mesmo sentido. lém disso% esse mesmo homem%
além de re6eitar o Cristianismo em nome da lei da contradição% o re6eitará tam&ém em nome
do que ele chama de sua intuição de li&erdade. Por isto ele quer dizer virtualmente o mesmo
que sua conclusão 7ltima. Falando dos -fil/sofos% Calvino dizB -2 princípio que
demonstraram é que o homem não poderia ser um animal racional a não ser que tivesse
li&erdade de escolha entre o &em e o mal ... Tam&ém ima!inaram que a distinção entre virtude
e vício seria destruída% se o homem não plane6asse a sua vida pelo seu pr/prio conselho
J?
, apenas levar até o fim a direção que 3od!e dá 1 sua teolo!ia% se!uindo Calvino% se
procuramos nosso ponto de contato não em qualquer a&stração% se6a ela a razão ou a intuição.
:ão e*iste tal a&stração no mundo dos homens. :/s sempre tratamos com indivíduos
concretos. "sses indivíduos são pecadores. "les sempre t#m um interesse pessoal. (uerem
suprimir a verdade pela in6ustiça. "mpre!arão sua razão para esse fim. " não serão
formalmente il/!icos se% aceita a pressuposição da conclusão 7ltima do homem% re6eitarem os
ensinos do Cristianismo. Pelo contrário% para serem lo!icamente consistentes serão o&ri!ados
a faz#0lo. "ste ponto vai nos envolver um pouco mais a se!uir. :o momento &asta ter
mostrado como o apolo!ista não é apenas incorreto para com sua doutrina do homem como
criatura de $eus% mas tam&ém frustra seus pr/prios intent os se apela para al!uma forma de
-senso ou consci#nciaH comum do homem.
ntes de discutir o que nos parece ser um ponto de vista mais &í&lico do pro&lema do
ponto de contato% queremos chamar a atenção a uma outra forma de Calvinismo inconsistente
nesse assunto. "m seu livro 3et Testimonium Spiritus Sancti% $. =alentine 3epp fala acerca
do prima principia com relação a $eus% ao homem e ao mundo o qual% se!undo ele% os
homens em !eral aceitam $ -Com respeito 1s verdades centrais que nos falam a partir da
criação como tais% há pouca d7vida entre os homens. @ns poucos cientistas en!anados% que
insistem em manter seus err5neos pontos de partida% insistem que duvidam se $eus ou o
homem ou o mundo e*istem. "les devem tais declaraç4es não 1 e*peri#ncia% mas aos seus
sistemas. 'as o seu n7mero% em&ora ouvimos muito deles% é muito pequeno. Considerada
como um todo% a humanidade não ne!a as verdades centrais. !rande maioria dos homens
reconhece um poder superior acima deles e não hesita em aceitar a realidade do mundo e do
homem p. EDH. posição de 3epp% como transparece nessa citação% é semelhante 1 de
3od!e. Como 3od!e% 3epp quer apelar a uma fé !eral como -verdades centrais que todos os
homens% quando não muito sofisticados% aceitam. Parece haver para 3epp% assim como para
3od!e% al!o da forma de uma filosofia de senso comum que o homem natural tem e que% por
ser intuitiva ou espont>nea% até onde se manifesta% não está maculada pelo pecado.
Transparece% todavia% mesmo dessa &reve citação% que as -noç4es comuns dos homens são
noç4es pecaminosas. Para o homem% o refletir so&re a sua pr/pria consci#ncia do si!nificado
das coisas e% então% meramente dizer que um poder superior% um $eus% e*iste% é na verdade
dizer que $eus não e*iste. , como se uma criança% refletindo so&re o am&iente de seu lar%
concluísse que e*iste um pai ou uma mãe. " -reconhecer a realidade do mundo e do homem
é% em si mesmo% não reconhecer até mesmo as verdades elementares da criação e da
provid#ncia. :ão é suficiente apelar desde os mais articulados sistemas de pensadores não
cristãos até 1 filosofia da consci#ncia comum% do senso comum% da intuição% a al!o que está
mais imediatamente relacionado com a pressão revelacional que repousa so&re os homens.
Tanto 3epp quanto 3od!e parecem não dese6ar fazer mais do que Calvino faz quando apela
ao senso da deidade presente em todos os homens. 'as essa noção% procurando demonstrar o
que o ensino de Paulo demonstra% que a revelação de $eus está presente a cada homem% deve
ser cuidadosamente distin!uida da reação que os homens pecadores fazem a essa revelação.
revelação de $eus% não de um $eus% está tão imediatamente presente a cada homem que%
como Qarfield% se!uindo Calvino% diz - convicção da e*ist#ncia de $eus traz as marcas de
uma verdade intuitiva até onde ela é uma crença universal e inevitável dos homens% e é dada
no mesmo ato que a idéia do ser% que é conhecido de uma vez como dependente e
responsável% e isto implica al!uém de quem ele depende e a quem é responsável Studies in
Theolog2% p. IH. , a esse senso da deidade% ou a esse conhecimento de $eus% o qual Paulo
JA
nos diz Lomanos BN0?IH que todo homem tem% mas que% como Paulo tam&ém diz% todo
pecador tenta suprimir% que o apolo!ista cristão deve apelar.
2 que foi dito até aqui pode pare ce desencora6ador ao e*tremo. Pode parecer que o
ar!umento até esse ponto nos tenha levado 1 ne!ação de qualquer tipo de ponto de contato
com o descrente. :ão é verdade que os homens devem ter al!um contato com a verdade para
que tenham um maior conhecimento dela+ )e os homens forem totalmente i!norantes da
verdade% como poderão até mesmo se interessar por ela+ )e os homens são totalmente ce!os%
por que dispor diante deles as cores do espectro+ )e eles são surdos% por que levá0los 1
academia de m7sica+
demais% não é a pr/pria razão um dom de $eus+ " não é verdade que o cientista%
mesmo que não se6a um cristão% conhece muito acerca do universo+ l!uém precisa ser
cristão para sa&er que dois e dois são quatro+ " além do tudo% o Cristianismo% enquanto nos
fala de muito coisa que está acima da razão% requer de n/s que aceitemos qualquer coisa que
se6a contra a razão+
2 pr/prio Platão interpreta essa ale!oria com relação 1 capacidade humana para a
verdade e para o conhecimento dela. 2s prisioneiros t#m olhos para com eles ver a verdade<
tudo o de que precisam é ter suas ca&eças voltadas para a direção certa para que possam ver a
face da verdade.
, desse modo que o Lomanismo considera o homem natural. )e!uindo o método !eral
de raciocínio de rist/teles% Tomás de quino ar!umenta que o homem natural pode% pelo
JJ
uso ordinário de sua razão% fazer 6ustiça 1 revelação natural que o cerca. "le apenas precisa de
al!uma assist#ncia para que possa tam&ém ver e rea!ir adequadamente 1 revelação
so&renatural que é encontrada no Cristianismo.
$e acordo com o ponto de vista romano% então% o homem natural 6á está na posse da
verdade. Para ser mais e*ato% diz0se que ele está na posse da verdade apenas no que diz
respeito 1 revelação natural. 'as se o homem natural pode interpretar a revelação natural de
uma forma essencialmente correta% e se o faz% não há qualquer razão para que ele precise de
a6uda so&renatural para interpretar verdadeiramente o Cristianismo. (uando muito% ele
precisaria da informação de que Cristo e )eu "spírito vieram ao mundo. 2uvindo essa notícia%
ele não falharia% como um ser racional% em rea!ir adequadamente a ela. )e os olhos do homem
natural razãoH o capacitam a ver corretamente em uma dimensão% não há uma &oa razão para
se pensar que esses mesmos olhos não o capacitem% sem assist#ncia e*terna adicional% a ver
corretamente em todas as dimens4es. :ão haveria qualquer razão por que todos os
prisioneiros da caverna não poderiam que&rar suas correntes e caminhar na luz do dia. :a
verdade Platão não dá a razão por que aqueles que não escaparam não poderiam ter escapado%
assim como um deles o fez.
Por outro lado% pode0se dizer que% de acordo com o ponto de vista cat/lico romano% o
homem natural não dá uma interpretação inteiramente correta da revelação natural. :ão é fato
que Tomás de quino corri!e as interpretaç4es que -os fil/sofos t#m dado das coisas da
natureza+ " não é verdade que o pr/prio ponto de vista cat/lico romano da ima!em de $eus
no homem implica em que% mesmo ori!inalmente% antes da queda% o homem era incapaz% sem
o bonum superadditum, de conhecer qualquer coisa de modo perfeito+
:/s replicamos que% em&ora Tomás de quino corri6a al!umas das conclus4es de
rist/teles% ele aceita o método aristotélico como essencialmente são. 'as% i!norando isto e
admitindo para efeito de ar!umentação que% de acordo com o Lomanismo% o ponto de vista do
homem natural so&re a revelação natural não se6a totalmente correto% deve ser notado que a
7nica razão que o Lomanismo pode invocar para esse fato é um defeito na pr/pria revelação
2s prisioneiros da caverna de Platão não podem ser culpados pelo fato de que de que s/ v#em
som&ras. "les fazem 6ustiça total 1 posição na qual se encontram. )e suas ca&eças estão
amarradas de forma que s/ v#em som&ras% isso não é devido a qualquer falta deles. , devido 1
constituição e ao curso da natureza. $e acordo com este ponto de vista a mente humana não
está ori!inal e naturalmente em contato com a verdade. idéia de li&erdade% como entendida
pela teolo!ia romana% é &aseada no fato do homem ser metafisicamente distinto de -deus. "
isto eqüivale a dizer que o homem é livre até o ponto em que ele não tem -ser. :ão há nessa
&ase qualquer ponto de contato !enuíno com a mente do homem natural.
"m tal &ase% tam&ém% a adição de revelação so&renatural 1 natural não remediaria a
questão. )eria verdade tanto da revelação so&renatural quanto da natural que ou ela não
alcançaria o homem ou% se o fizesse% ele não precisaria dela.
)e a revelação natural não envolve o homem de forma a tornar impossível para ele
olhar a qualquer coisa que não fale de $eus% então a revelação so&renatural não fará isso
tam&ém. )e a revelação natural não fala de um $eus que% pelo )eu conselho% envolve ou cerca
o homem completamente% então nem a revelação so&renatural pode falar a respeito desse
$eus. 'as se ela% ainda que impossível% tivesse falado de tal $eus% isso não teria qualquer
si!nificado 1 mente do homem como o Lomanismo a conce&e. revelação de um $eus auto0
suficiente não pode ter qualquer si!nificado para uma mente que pensa de si mesma como
aut5noma% em forma 7ltima. possi&ilidade de um ponto de contato desapareceu. Toda a
idéia da revelação de um $eus auto0suficiente das "scrituras cai por terra se o homem for
aut5nomo ou auto0suficiente. )e o homem não for em si mesmo revelacional% na estrutura
interna do seu ser% não pode rece&er qualquer revelação que lhe venha de fora.
Por outro lado% se o homem for% em qualquer sentido% aut5nomo% não necessita de
revelação. )e se diz então que ele possui a verdade% ele a possui como produto dos poderes
le!islativos 7ltimos de seu intelecto. )erá somente se ele puder virtualmente controlar% pela
aplicação da lei da não contradição% todos os fatos da realidade que o cerca% que ele poderá
conhecer qualquer verdade. " assim% se ele sou&er qualq uer verdade por esse modo% com
efeito% sa&erá toda a verdade.
A Posi23o Re$orma&a
2 conceito &í&lico completo do ponto de contato% como deve ficar claro a!ora% é o
7nico que pode escapar do dilema da a&soluta i!nor>ncia ou a&soluta onisci#ncia.
2 !rande defeito do ponto de vista cat/lico romano e arminiano é% como se notou% que
ele atri&ui supremacia ou auto0sufici#ncia 1 mente humana. 2 Lomanismo e o rminianismo
fazem isso em seu ponto de vista do homem% apresentado em seus tratados de teolo!ia
sistemática. ,% portanto% consistente para eles não desafiar a pressuposição de supremacia o
homem como refer#ncia 7ltimaH quando isto é feito pelo não crente. 'as a teolo!ia
reformada% conforme tra&alhada por Calvino e seus recentes e*poentes tais como 3od!e%
Qarfield% KuSper e ;avincV% mantém que a mente humana é derivativa. Como tal% está
naturalmente em contato com a revelação de $eus. :ão é cercada por nada a não ser a
revelação. , em si mesma inerentemente revelacional. :ão pode estar naturalmente c5nscia
de si mesma sem estar c5nscia de sua condição de criatura. Para o homem% autoconsci#ncia
pressup4e consci#ncia de $eus. Calvino fala disto como o inescapável senso humano da
deidade.
Para dão no paraíso a consci#ncia de $eus não poderia vir como o resultado de um
processo silo!ístico do raciocínio. consci#ncia de $eus era% para ele% a pressuposição do
si!nificado de seu raciocínio a respeito de qualquer coisa.
JE
, desse modo que se pode dizer que o homem está% pela sua constituição ori!inal% em
contato com a verdade% conquanto ainda não na posse de toda a verdade. 2 homem não está
na caverna de Platão. "le não está na posição an5mala de ter olhos para ver em&ora ainda
ha&ite na escuridão. "le não possui% como no caso dos ha&itantes da caverna de Platão% uOa
mera capacidade para a verdade que pode nunca vir 1 fruição. 2 homem não tinha
ori!inalmente uOa mera capacidade de rece&er a verdade< ele estava na posse real da verdade.
2 mundo da verdade não se encontrava em al!uma esfera distante dele< estava diante dele.
quilo que falava aos seus sentidos não menos do que falava ao seu intelecto era a voz de
$eus. 'esmo quando fechava seus olhos para o mundo e*terno% seu senso interno lhe
manifestaria $eus em sua pr/pria con stituição. matéria de sua e*peri#ncia não era em
qualquer sentido uOa mera forma com a qual pudesse or!anizar a matéria prima. Pelo
contrário% a matéria de sua e*peri#ncia era cada vez mais e mais incandescida. Todavia% lhe
era incandescida pela atividade voluntária de $eus cu6o conselho faz todas as coisas ser o que
são. 2 homem não poderia estar c5nscio de si mesmo sem tam&ém estar c5nscio dos o&6etos
ao seu redor% e sem ainda estar c5nscio de sua responsa&ilidade de !erir a si mesmo e todas as
coisas para a !l/ria de $eus. consci#ncia dos o&6etos e de si mesmo não era estática. "ra
consci#ncia no tempo. lém disso% consci#ncia de o&6etos e de si mesmo no tempo si!nificava
consci#ncia da hist/ria na sua relação com o plano de $eus% por trás da hist/ria. 2 primeiro
senso humano de autoconsci#ncia implicava na consci#ncia da presença de $eus como
quele para quem ele tinha uma !rande tarefa a cumprir.
)e apelarmos para o homem natural sem estar c5nscios desta diferença% admitimos% na
prática% que o conceito que o homem natural tem de si mesmo está correto. Podemos até
acreditar que ele precise de informação. Podemos até admitir que ele se6a moralmente
corrupto. 'as o que não podemos admitir% na &ase desse fato% é que sua pretensão de ser
capaz de interpretar% pelo menos al!umas áreas da e*peri#ncia% de modo essencialmente
correto% este6a errada. :ão podemos% por conse!uinte% desafiar sua mais fundamental
pressuposição epistemol/!ica de que sua autoconsci#ncia e sua consci#ncia do tempo se6am
auto0e*planat/ria. :ão podemos desafiar seu direito de interpretar toda a sua e*peri#ncia
JM
através de cate!orias e*clusivamente imanentistas. " tudo !ira em torno disto. Pois se
admitirmos a le!itimidade da pressuposição do homem natural so&re si mesmo% não
poderemos ne!ar seu direito a interpretar o pr/prio Cristianismo em termos naturalistas.
2 ponto de contato para o evan!elho% então% deve ser &uscado no pr/prio homem
natural. :o mais profundo de sua mente% todo homem sa&e que é criatura de $eus e
responsável perante "le. Todo homem% no fundo% sa&e que é um violador do Pacto. 'as todo
homem a!e e fala como se não fosse assim. "sse é um ponto que ele não suporta se6a
mencionado em sua presença. l!uém pode ter um c>ncer interno e% todavia% não permitir que
se fale so&re esse assunto em sua presença. "le admitirá que não está passando &em. "le
aceitará qualquer tipo de medicação desde que não se6a para o dia!n/stico de um c>ncer. 9rá
um &om médico atend#0lo% nesse sentido+ Certamente que não. "le dirá ao seu paciente que
ele tem e*pectativa de vida% mas e*pectativa de vida apenas so& uma condição% a de uma
imediata operação. , assim com o pecador. "le está vivo% mas vivo como um violador do
Pacto. Porém% sua pr/pria atividade interpretativa com relação a todas as coisas &aseia0se na
hip/tese de que este não é o caso. Tanto o Lomanismo quanto o "van!elicalismo% por dei*ar
de apelar e*clusivamente ao que está dentro do homem% mas é tam&ém suprimido por todo
homem% virtualmente admitem a le!itimidade do ponto de vista do homem natural so&re si
mesmo. :ão procuram e*plodir a 7ltima fortaleza 1 qual o homem natural sempre fo!e e onde
ele sempre coloca o seu ponto de apoio final. Cortam as ervas daninhas na superfície% mas não
arrancam as raízes dessas ervas% com medo de que os !rãos não cresçam .
2 verdadeiro ponto de vista &í&lico% por outro lado% aplica força at5mica e lança0
chamas 1 pr/pria pressuposição das idéias do homem natural% com respeito a si pr/prio. :ão
teme perder um ponto de contato por arrancar as ervas daninhas ao invés de apenas cortá0las
na superfície. sse!ura0se de um ponto de contato no fato de que todo homem é feito 1
ima!em de $eus e tem impressa nele a lei de $eus. penas nesse fato ele pode descansar
se!uro no que diz respeito ao pro&lema do ponto de contato% pois esse fato torna os homens
sempre acessíveis a $eus. "sse fato nos asse!ura que todo homem% para ser homem% deve
estar 6á em contato com a verdade. Tanto ele está em contato com a verdade que muito de sua
ener!ia é !asto no vão esforço de esconder esse fato de si mesmo. )eus esforços para
esconder esse fato de si mesmo estão fadados a serem autofrustantes.
Capítulo IV
O PRO<LEMA DO MÉTODO
Todavia% não podemos concordar com o homem natural no conceito que ele tem de si
mesmo. :ão é% então% provável que concordaremos com ele no pro&lema do método. Pois o
que está envolvido na posição a ser defendida não é menos verdade acerca do método do que
o é acerca do ponto de partida. 2 ponto de vista cristão so&re o homem e o ponto de vista
cristão so&re o método são% i!ualmente% aspectos da posição cristã como um todo. ssim
tam&ém% o ponto de vista não0cristão so&re o homem e o ponto de vista não0cris tão so&re o
método são% i!ualmente% aspectos da posição não0cristã como um todo. (ue este é o caso
ficará evidente 1 medida que prosse!uirmos. Para o momento% o ponto está afirmado
do!maticamente com o intuito de indicar o plano de procedimento deste capítulo.
que tem sua estampa indelevelmente !ravada nele. 2 padrão de tal lin/leo não pode ser
apa!ado sem que o pr/prio lin/leo se des!aste. $a mesma forma% inescapavelmente o
cientista encontra o padrão do teísmo cristão em cada fato com que trata. 2 ap/stolo Paulo dá
!rande #nfase ao fato de que o homem não tem desculpa se não desco&re $eus na natureza.
)e!uindo o e*emplo de Paulo% Calvino ar!umenta que os homens devem ver a $eus% não um
$eus% não al!um poder so&renatural% mas o 7nico $eus% na natureza. :ão fazem 6ustiça aos
fatos que v#em dia nte e dentro de si se diz em que e*i ste um $eu s ou que $eu s
provavelmente e*iste. 2 calvinista cr# tanto na perspicuidade da revelação natural quanto na
da &í&lica. 9sto não si!nifica que uma interpretação não0cristã e não0teísta da realidade não
possa parecer plausível. 'as si!nifica que nenhuma posição não0cristã pode parecer mais do
que meramente plausível.
o contrário tanto dos cat/licos romanos quanto dos arminianos% todavia% o apolo!eta
reformado não pode concordar de forma al!uma com a metodolo!ia do homem natural.
$iscordando da interpretação que o homem natural tem so&re si mesmo% como o ponto de
refer#ncia 7ltima% o apolo!eta reformado deve procurar seu ponto de contato com o homem
natural naquilo que está de&ai*o do limiar de sua percepção operante% no senso de deidade
que ele procura suprimir. " para fazer isso% o apolo!eta reformado deve tam&ém &uscar um
ponto de contato com os sistemas construídos pelo homem natural. 'as esse ponto de contato
deve ter a natureza de uma colisão frontal. )e não houver colisão frontal com os sistemas do
homem natural% não haverá ponto de contato com o seu senso de deidade. ssim% tam&ém%
discordando do homem natural so&re a natureza do o&6eto do conhecimento% o apolo!eta
reformado deve discordar dele so&re o método a ser empre!ado na aquisição do
conhecimento. $e acordo com a doutrina da fé reformada% todos os fatos da natureza e da
hist/ria são o que são% fazem o fazem e sofrem o que sofrem% de acordo com o conselho todo
compreensivo de $eus. Tudo que pode ser conhecido pelo homem 6á é conhecido por $eus. "
6á é conhecido por $eus porque é controlado por "le.
2 valor disto para a questão do método será salientado em &reve. Para o momento% este
simples fato deve ser sinalizado como a razão que e*clui a possi&ilidade de acordo em
metodolo!ia entre o te/lo!o reformado e o fil/sofo ou cientista não0cristão. Podemos
mencionar um ponto que mostra a diferença de metodolo!ia entre essas duas posiç4es. , o
ponto com refer#ncia 1 relev>ncia das hip/teses. Para o não0cristão% qualquer tipo de hip/tese
pode% no começo de uma investi!ação% ser tão relevante quanto qualquer outra. 9sto é assim
porque% numa &ase não0cristã% os fatos não são 6á o que são por causa da relação sistemática
D
que mant#m para com $eus. :uma &ase não0cristã os fatos são -racionalizados pela primeira
vez quando interpretados pelo homem. Para aquele que cr# que os fatos 6á são parte de um
sistema racional 7ltimo% por virtude do plano de $eus% está claro que tais hip/teses% como
pressupor a não e*ist#ncia de um tal plano% devem% desde o começo de sua investi!ação% ser
consideradas irrelevantes
)endo assim as coisas% nossa primeira tarefa neste capítulo será mostrar que um
método cristão consistente de ar!umentação apolo!ética% de acordo com o seu pr/prio
conceito &ásico de ponto de partida% deve ser o da pressuposição. r!umentar por
pressuposição é indicar quais são os princípios epistemol/!icos e metafísicos que sustentam e
controlam um determinado método. 2 apolo!eta reformado admite francamente que a sua
metodolo!ia pressup4e a verdade do teísmo cristão. @ma doutrina fundamental a todas as
outras do Cristianismo é a do $eus autocontido% ou se dese6armos% a da Trindade ontol/!ica.
, essa noção da Trindade ontol/!ica que% em 7ltima análise% controla uma metodolo!ia
verdadeiramente cristã. ;aseado nesta noção da Trindade ontol/!ica% e em consist#ncia com
ela% está o conceito do conselho de $eus% se!undo o qual todas as coisas no mundo criado são
re!uladas..
2 método de ar!umentar por pressuposição pode ser qualificado como sendo indireto
e não direto. questão entre os crentes e não crentes no teísmo cristão não pode ser resolvida
por um apelo direto aos -fatos ou -leis cu6a natureza e si!nificado 6á se6am de comum
acordo entre am&as as partes do de&ate. questão versa% isto sim% so&re qual é o ponto de
refer#ncia final requerido para tornar os -fatos -e -leis inteli!íveis. questão versa so&re o
que são realmente os -fatos e -leis. )ão o que a metodolo!ia não0cristã presume que se6am+
)ão o que a metodolo!ia teísta cristã presume que se6am+
resposta a esta per!unta não pode ser dada de modo final por qualquer discussão
direta dos -fatos. questão precisa ser resolvida% em 7ltima análise% indiretamente. 2
apolo!eta cristão deve colocar0se na posição de seu oponente% admitindo a e*atidão de seu
método apenas para efeito de ar!umentação% com o prop/sito de mostrar0lhe que em tal
posição os -fatos não são fatos e as -leis não são leis. $eve tam&ém pedir ao não0cristão
para colocar0se na posição do cristão para efeito de ar!umentação% para que lhe possa ser
mostrado que apenas nessa &ase os -fatos e as -leis revelam0se inteli!íveis.
$i!amos que o apolo!eta cristão tenha colocado a posição do teísmo cristão diante de
seu oponente. $i!amos ainda que ele tenha salientado que seu método de investi!ação da
realidade pressup4e a verdade de sua posição. 9sto vai soar ao seu ami!o% a quem ele procura
fazer aceitar a posição cristã% como altamente autoritário e em desacordo com o uso adequado
do raciocínio humano. (ue fará% a se!uir% o apolo!eta+ )e ele for um cat/lico romano ou
arminiano% vai a&randar a natureza do Cristianismo em certa medida para dei*ar entender que
a aplicação consistente do método neutro de seu ami!o o levará afinal 1 aceitação do teísmo
cristão. 'as se ele for um calvinista% esse caminho não lhe está a&erto. "le salientará que
quanto mais seu ami!o consistentemente aplicar seu método% supostamente neutro% mais
certamente che!ará 1 conclusão de que o teísmo cristão não é verdadeiro. Cat/licos romanos e
arminianos% apelando para a -razão do homem natural da forma como ele pr/prio interpreta
sua razão% isto é% como aut5noma% são o&ri!ados a usar o método direto de a&orda!em para
com o homem natural% o método que admite a e*atidão de um conceito não0cristão e não0
teísta da realidade. 2 apolo!eta reformado% por outro lado% apelando 1quele conhecimento do
$eus verdadeiro no homem natural% que este suprime através de sua suposição de
supremacia% irá apelar tam&ém ao conhecimento do verdadeiro método que o homem natural
conhece% mas suprime. 2 homem natural% no fundo% sa&e que é uma criatura de $eus. )a&e
tam&ém que ele é responsável a $eus. )a&e que deveria viver para a !l/ria de $eus. )a&e que
em tudo que faz deveria enfatizar que o campo da realidade que ele investi!a tem a estampa
da propriedade divina so&re ela. 'as ele suprime o conhecimento de si mesmo% como ele
verdadeiramente é. , o homem com uOa máscara de ferro. @m método verdadeiro de
apolo!ética deve procurar que&rar essa máscara de ferro. 2 cat/lico romano e o arminiano
não tentam fazer isso. Pelo con trário% adulam o que a usa por sua &oa apar #ncia. :a
introdução de seus livros de apolo!ética os apolo!etas arminianos% tanto quanto os cat/licos%
freqüentemente procuram dei*ar seus -oponentes 1 vontade% asse!urando0lhes que seu
método% no seu campo% é tudo quanto qualquer cristão poderia dese6ar. "m contraposição a
isso% o apolo!eta reformado irá salientar% vez ap/s vez% que o 7nico método que conduz 1
verdade% em qualquer campo% é o que reconhece o fato de que o homem é uma criatura de
$eus e que% por isso% deve procurar pensar conforme o pensamento de $eus a seu respeito.
:ão é que o apolo!eta reformado não deva interessar0se pela natureza do método do
não0cristão. Pelo contrário% ele deve fazer uma análise crítica desse método. , como se ele se
aliasse ao seu ami!o no uso desse método. 'as deve fazer isso de modo c5nscio% com o
prop/sito de mostrar que a sua aplicação mais consistente não apenas o desvia do teísmo
cristão mas% fazendo isso% o leva 1 destruição da razão e da ci#ncia.
@ma ilustração pode indicar mais claramente o que isso si!nifica. Pensemos num
homem feito de á!ua% num oceano infinitamente e*tenso. (uerendo sair da á!ua% ele faz uma
escada de á!ua. "le p4e essa escada so&re a á!ua e contra a á!ua% e% então so&e da á!ua
apenas para cair na á!ua. @m quadro assim tão sem esperança e sem sentido deve ser traçado
para retratar a metodolo!ia do homem natural &aseada% como é% na suposição de que o tempo
e o acaso são finais. :a &ase dessa suposição% sua pr/pria racionalidade é produto do acaso.
:a &ase dessa suposição% até as leis da l/!ica que ele empre!a são produto do acaso.
racionalidade e o prop/sito que ele possa estar &uscando estão fadados a ser produto do acaso.
$e modo que o apolo!eta cristão% cu6a posição requer que ele creia que o teísmo cristão se6a
realmente verdadeiro e como tal se6a tomado como a 7nica pressuposição que produz a
aquisição de conhecimento% em qualquer campo inteli!ível% deve associar0se ao seu ami!o em
suas desesperadas suposiç4es para mostrar0lhe que seus esforços são sempre em vão.
Ficará evidente% então% que o teísmo cristão% que de início fora re6eitado por causa de
seu suposto caráter autoritário% é a 7nica posição que dá% 1 razão humana% campo para uma
operação &em sucedida e um método de verdadeiro pro!resso em conhecimento.
DA
$uas o&servaç4es podem ser feitas aqui 1 !uisa de responder 1s mais /&vias o&6eç4es
que possam ser levantadas contra este método do apolo!eta reformado. primeira possível
o&6eção a ser levantada pode ser e*pressa na se!uinte questão ret/ricaB -=oc# quer dizer que
os não0cristãos não desco&rem verdade pelos métodos que eles empre!am+ resposta é que
não queremos dizer coisa tão a&surda. implicação do método aqui defendido é
simplesmente que os não0cristãos nunca são capazes de empre!ar seus métodos
consistentemente% e% portanto% nunca o fazem. $iz .". TaSlor% discutindo a questão da
uniformidade da naturezaB -2 pensamento fundamental da ci#ncia moderna% pelo menos até
ontem% era de que há um Rimpério universal da leiO em toda a natureza. natureza é racional
no sentido em que tem% em toda parte% um padrão coerente que podemos pro!ressivamente
detectar pela aplicação persistente de nossa inteli!#ncia na investi!ação dos processos
naturais. ci#ncia tem sido sempre construída na &ase do princípio de Runiformidade da
naturezaO e o princípio é al!o que a pr/pria ci#ncia não tem meios de demonstrar. :in!uém
poderia provar sua verdade a um oponente que seriamente a contestasse. Pois todas as
tentativas para produzir a Revid#nciaO da Runiformidade da naturezaO pressup4em% elas
pr/prias% o mesmo princípio que pretendem provar #oes >od E)ist+ p. ?H. :osso ar!umento
contra isso seria que a e*ist#ncia do $eus do teísmo e o conceito do )eu conselho que
controla todas as coisas no universo é a 7nica pressuposição que pode responder pela
uniformidade da natureza que o cientista necessita. 'as a melhor e a 7nica prova possível da
e*ist#ncia de tal $eus é que sua e*ist#ncia é requerida para a uniformidade da natureza e para
a coer#ncia de todas as coisas no mundo. :ão podemos provar a e*ist#ncia de vi!as de&ai*o
de um assoalho se% por prova% queremos dizer que eles devem ser verificáveis pelo fato que
podemos ver as mesas e as cadeiras na sala. 'as a pr/pria idéia de um assoalho como o
suporte de mesas e cadeiras requer a idéia de vi!as que estão por de&ai*o. 'as não haveria
assoalho se não houvesse vi!as por &ai*o. ssim% há prova a&solutamente certa para a
e*ist#ncia de $eus e para a verdade do teísmo cristão. té os não0cristãos pressup4em esta
verdade ao mesmo tempo em que ver&almente a re6eitam. Precisam pressupor a verdade do
teísmo cristão para responder pelas suas pr/prias realizaç4es.
A Escritura
Todo o de&ate so&re o teísmo será puramente formal a não ser que o teísmo se6a tido
como a &ase do Cristianismo. " se for assim tido% não será mais o teísmo como tal% mas o
teísmo cristão que estará em de&ate. Panteístas% deístas e teístas% isto é% simples teístas% podem
concordar formalmente em que $eus e*iste. )/crates% ar!umentando so&re a natureza da
piedade com "utifro% diz que os homens -6oin issue a&out particular. ssim% se todo o de&ate
em apolo!ética é para ser mais do que uma discussão sem sentido so&re o fato da e*ist#ncia
de $eus e se deve prosse!uir para uma consideração do tipo de $eus que e*iste% então a
questão da revelação de $eus ao homem deve ser trazida 1 &aila. 'esmo antes da entrada do
pecado% como 6á foi notado% o homem precisava de revelação positiva so&renatural como
suplemento 1 revelação e*istente no universo criado ao seu redor e dentro dele. Para entender
corretamente a revelação !eral de $eus no universo era imperativo que o homem visse essa
revelação em relação a uma revelação superior so&re o seu destino final e o universo. ssim%
se até o homem no paraíso s/ podia ler corretamente a natureza em cone*ão com e na luz de
uma revelação so&renatural positiva% quanto mais isso é verdade em relação ao homem ap/s a
queda. :o paraíso% a revelação so&renatural de $eus ao homem disse0lhe que se ele comesse
da árvore proi&ida% certamente morreria. Tendo comido deste fruto ele não poderia esperar%
por conse!uinte% outra coisa a não ser a separação de $eus como o seu destino final. $a
intenção de $eus de salvar um povo para ser a sua preciosa possessão particular% ele nada
poderia aprender através da natureza. :em estava isto envolvido na revelação so&renatural
DD
pre0redentiva que lhe foi concedida no paraíso. 9sto teve que vir por meio de uma revelação
so&renatural pos0lapsariana. =ioladores do pacto não poderiam esperar nada mais do que a ira
do pacto. (ue $eus pretendia trazer violadores do pacto de volta a uma comunhão pactual
com "le através do pacto da !raça não poderia% de maneira nenhuma% ser desco&erto a não ser
por revelação redentiva so&renatural. ;.;. Qarfield salienta esse ponto quando diz que além
de crer no fato so&renatural% isto é% em $eus como um ser transcendente e auto e*istente% e no
ato so&renatural e*emplificado na criação e na provid#ncia% o cristão deve tam&ém crer numa
redenção so&renatural. -Tão certo como o reconhecimento do !rande fato do pecado é um
elemento da concepção que o cristão tem do mundo% a necessidade e% portanto% a realidade do
ato corretivo direto de $eus 0 do mila!re% numa palavra 0 entra inerradicavelmente nesta
crença Studies in Theolog2% p. AMH
'as redenção so&renatural% em si mesma% não seria de qualquer utilidade. -Pois como
poderíamos ser &eneficiados por uma redenção so&renatural da qual nada sou&éssemos+
(uem é competente para nos desvendar o si!nificado desta !rande série de atos redentivos
senão o pr/prio $eus+ ... 3á dois mil anos uma criança nasceu em ;elém% a qual prosperou e
cresceu no&remente% viveu uma vida de po&reza e &enefic#ncia% foi cruelmente morto e
ressur!iu dos mortos. (ue si!nifica isto para n/s+ Pouco depois% estando seus se!uidores
esperando em 8erusalém% houve uma precipitação% como de vento impetuoso% e a aparição de
lín!uas de fo!o descendo so&re suas ca&eças. "stranhoB 'as que interesse temos em tudo
isto+ :/s precisamos da Palavra reveladora para nos dizer quem e o que esta admirável
criança era% porque viveu e o que operou por sua morte% o que si!nifica que não pudesse ser
retida pela sepultura% e o que aquelas lín!uas de fo!o partidas si!nificavam... antes que estas
coisas nos possam ser 7teis como fatos redentivos Qarfield% idem% p. J?H. 9ndo um pouco
além disto pode0se afirmar que o homem pecador dese6aria naturalmente destruir uma
revelação so&renatural que retratasse seu pecado e ver!onha e lhe dissesse que sua situação é
desesperadora e imperfeita. 9sto está fora de conson>ncia com o or!ulho que é uOa marca
primordial do pecado. $aí a necessidade da inscrituração escrituraçãoH da interpretação
divina da revelação so&renatural pos0lapsariana de $eus ao homem
2 que 6á foi dito até aqui so&re a "scritura diz respeito primariamente ao seu lu!ar na
doutrina protestante. (ue implicação tem este fato so&re o lu!ar da "scritura na apolo!ética
cristã+ " que implicação tem so&re o método da apolo!ética em !eral+ :ada que se assemelhe
a uma resposta completa pode ser dado até que venhamos a discutir mais particularmente a
relação da autoridade com a razão% no capitulo se!uinte. 'as umas poucas o&servaç4es de
caráter !eral podem ser feitas aqui.
"m primeiro lu!ar% deve0se afirmar que um protestante aceita que a "scritura é o que
ela mesma diz ser a respeito de sua pr/pria autoridade. "scritura apresenta0se como sendo a
7nica luz em termos da qual a verdade a respeito dos fatos e suas relaç4es pode ser
desco&erta. Talvez o relacionamento do sol para com a nossa terra e os o&6etos que a
constituem possa tornar isto claro. :/s não usamos velas ou luz elétrica para desco&rir se a
DE
luz e a ener!ia do sol e*istem. 2 inverso é que é o caso. :/s temos luz em velas e l>mpadas
elétricas por causa da luz e da ener!ia do sol. $a mesma forma% não podemos su&meter os
pronunciamentos autoritativos da "scritura so&re a realidade dos fatos ao escrutínio da razão%
porque é a pr/pria razão que aprende qual é a sua função a partir da "scritura.
3á% sem d7vida% o&6eç4es que ocorrem a al!uém imediatamente ap/s ouvir o assunto
apresentado assim tão diretamente. l!umas delas serão encaradas no pr/*imo capítulo. Para
o momento% é da maior import>ncia que este ponto simples% mas &ásico% se6a considerado 1
parte de qualquer assunto su&sidiário. Todas as o&6eç4es que são levantadas contra tal
posição &rotam% em 7ltima análise% da suposição de que o ser humano é so&erano e% como tal%
deve a!ir como 6uiz de todas as reivindicaç4es de autoridade que se6am feitas por qualquer
um. 'as se o homem não for aut5nomo e se ele for e*atamente o que a "scritura diz que ele
é% a sa&er% uma criatura de $eus e um pecador diante da )ua face% então o homem deverá
su&ordinar sua razão 1 "scritura e procurar interpretar sua e*peri#ncia 1 luz dela.
atitude pr/pria da razão para com a autoridade da "scritura% então% é típica da atitude
pr/pria da razão para com o todo da revelação de $eus. 2s o&6etos que o homem procura
conhecer são sempre de natureza tal qual $eus afirma que eles são. revelação de $eus é
sempre autoritativa. 9sto é verdade tanto de )ua revelação na natureza quanto de )ua
revelação na "scritura. 2 método verdadeiramente científico% o 7nico método que pode fazer
verdadeiro pro!resso no aprendizado é% portanto% aquele que &usca simplesmente pensar como
$eus pensa.
(uando se tem em mente estes assuntos% torna0se claro que o verdadeiro método para
qualquer protestante com respeito 1 "scritura CristianismoH e com respeito 1 e*ist#ncia de
$eus TeísmoH deve ser o método indireto do raciocínio por pressuposição. $e fato% fica
evidente que o ar!umento em favor da "scritura como a infalível revelação de $eus é% em
todo o seu sentido e prop/sito% semelhante ao ar!umento em favor da e*ist#ncia de $eus. 2s
protestantes precisam% pelos princípios mais &ásicos de seu sistema% vindicar a não e*ist#ncia
de qualquer outro $eus além dquele que falou na "scritura. 'as não se pode provar que este
$eus e*iste por qualquer outro método% além do indireto de pressuposição. :enhuma prova
em favor deste $eus e da verdade de )ua revelação na "scritura pode ser oferecida por um
apelo a qualquer coisa na e*peri#ncia humana que não tenha rece&ido sua luz do $eus cu6a
e*ist#ncia e cu6a revelação se sup4e provar. :ão se pode provar a utilidade da luz do sol para
os fins da visão voltando0se para a escuridão de uma caverna. pr/pria escuridão da caverna
deve ser iluminada pelo &rilho do sol. (uando a caverna é% assim% iluminada% cada o&6eto que
está nela -prova a e*ist#ncia e a natureza do sol% por rece&er sua luz e inteli!i&ilidade dele.
2ra% o cat/lico romano não está comprometido com uma doutrina da "scritura como
esta que foi acima e*pressa. "le pode% por conse!uinte% construir sua apolo!ética pelo método
direto. Pode% como 6á foi mostrado% em !rande parte concordar com o homem natural em seu
conceito tanto do ponto de partida quanto do método de conhecimento humano. Pode%
portanto% 6untar0se ao não0cristão em sua &usca pela e*ist#ncia ou não de $eus pelo uso da
razão% sem qualquer refer#ncia 1 "scritura. 2u se6a% ele e o homem natural podem procurar
construir o teísmo independentemente do Cristianismo. "ntão% quando o romanista tiver% 6unto
com seu ami!o% o homem natural% construído o primeiro andar da casa para satisfação de
am&os% pedirá ao seu ami!o para a6udar0lhe a construir o se!undo andar% o andar do
Cristianismo. "le asse!urará a seu ami!o que usará os mesmos princípios de construção para
o se!undo andar que eles 6untos empre!aram na construção comum do primeiro andar. 2
se!undo andar é% de acordo com Loma% com certeza% o campo da fé e da autoridade. 'as%
então% essa autoridade não será outra senão a do perito. Loma não conhece qualquer
autoridade a&soluta tal como a tem o Protestantismo% na sua doutrina da "scritura.
DG
autoridade de Loma é a autoridade daqueles que são peritos no que eles dizem ser
considerado os oráculos de $eus. "stes oráculos rece&em sua iluminação autoritativa de seus
peritos intérpretes< do papa% antes de tudo. 'as tal conceito de autoridade assemelha0se 1quele
a que )/crates se referiu em The S2mposium% quando falou de $iotima% o inspirado. (uando
seu esforço por uma interpretação racional falhou% )/crates refu!iou0se na mitolo!ia como
se!unda opção. 2 -palpite do sá&io é o melhor que resta ao homem com respeito 1quilo que
ele não pode alcançar pelos métodos da razão aut5noma. :enhum -homem sá&io deve
o&6etar a tal conceito do -so&renatural. "ste apenas envolve o reconhecimento de que ele
ainda não desco&riu a verdade acerca de toda a realidade por meio da razão. ssim% o homem
natural não precisa realmente o&6etar% mesmo de seu pr/prio ponto de vista% 1 apresentação da
revelação so&renatural como lhe é oferecida pelo apolo!eta cat/lico romano.
:ão é uma o&6eção válida contra esta afirmação dizer que certamente muitos
rminianos não cr#em em nenhuma concepção naturalista do Cristianismo. Pois a questão
não é tanto% a!ora% o que as pessoas arminianas cr#em. sua crença% na melhor das hip/teses%
envolve uma transi!#ncia com o naturalismo. 'as o ponto que estamos discutindo a!ora é
so&re o método de apolo!ética que se encai*a na teolo!ia arminiana. " nesta questão devemos
n/s% por mera honestidade% afirmar que este método é essencialmente i!ual ao método do
Catolicismo Lomano e é essencialmente reducionista e% portanto% auto0frustrante. "videncia0
se% então% que o principal inimi!o do rminianismo% isto é% o Calvinism o% é seu melhor
ami!o. )/ na Fé Leformada há uma declaração infle*ível intransi!enteH das doutrinas
principais do Cristianismo. Todas as outras declaraç4es são deformaç4es. , de se esperar%
então% que s/ na Fé Leformada encontraremos um método infle*ível intransi!enteH de
apolo!ética. 2 Calvinismo não faz qualquer concessão ao homem natural% tanto na sua visão
da autonomia da mente humana quanto na da natureza da e*ist#ncia como não controlada
pelo plano de $eus. Portanto% o Calvinismo não pode encontrar um ponto direto de contato
em quaisquer dos conceitos aceitos do homem natural. "le discorda de toda doutrina do
homem natural% em particular% porque discorda da perspectiva do homem natural% como um
todo. "le discorda da pressuposição &ásica imanentista do homem natural. Pois é esta
pressuposição &ásica que dá cor a todas as suas declaraç4es so&re ensinos específicos. ,%
portanto% esta pressuposição &ásica do homem natural que enfrenta o seu primeiro e principal
desafio quando é confrontada pela declaração de um Cristianismo desenvolvido.
direção. " como há mais carros indo na direção errada do que na certa% a manutenção da
estrada será provida em maior medida por aqueles que vão na direção errada. Conversando
num desses postos de serviço% dois via6antes que vão em direç4es opostas podem estar de
perfeito acordo quando elo!iam a estrada em que estão via6ando e a qualidade aditivada da
!asolina "sso que estão adquirindo% sem pa!ar o preço da aditivada. 'as como o Cristão
de ;unSan% o apolo!eta Leformado falará para o seu ami!o que o caminho em que ele está
indo leva ao precipício. "le apontará os sinais feitos pelo construtor da estrada que
indicam% todos% para a direção oposta 1 que seu ami!o% o homem natural% está indo. "
quando a resposta for dada pelo homem natural de que ele teve muito #*ito na sua via!em
até então% e de que ele tam&ém tem se!uido sinais% sinais que apontam na direção em que
ele está indo% o apolo!eta Leformado eliminará sinais como estes% que estiverem em sua
pro*imidade% e desafiará o seu ami!o a eliminar quaisquer dos sinais que tenha i!norado.
'etodolo!ia do Forte
@m 7ltimo ponto deve ser considerado antes de se concluir este capítulo. :/s vimos
que o método adequado para a apolo!ética protestante é o da pressuposição% em vez da
a&orda!em direta. 'as a teolo!ia de Loma e a teolo!ia do rminianismo não permitem tal
ar!umento. 2s cat/licos romanos e os arminianos devem% por necessidade% ar!umentar
pelo modo da a&orda!em direta. Como deformaç4es do teísmo cristão% eles não cont#m
qualquer desafio 1 posição do homem natural% até que se6a muito tarde.
Lesta a!ora indicar% de modo mais completo do que foi feito% que o método cat/lico
romano e arminiano de ar!umentação é o&ri!ado não somente a dividir a unidade do
Teísmo Cristão em dois% mas a provar seu teísmo parte por parte. 2 Lomanismo e o
rminianismo não somente conduzem ao dualismo% mas ao atomismo% em sua
metodolo!ia.
'as se isto for verdade 0 e parece ser da pr/pria ess#ncia do ponto de vista &í&lico
dizer que é verdade 0 então se!ue0se que toda a reivindicação do Teísmo Cristão está em
6o!o% em qualquer de&ate so&re qualquer fato. 2 Teísmo Cristão deve ser apresentado
como aquela luz em termos da qual qualquer proposição so&re qualquer fato rece&e um
si!nificado. )em a pressuposição da verdade do Teísmo Cristão nenhum fato pode ser
distin!uido de qualquer outro. $izer isto não é mais do que aplicar o método dos l/!icos
idealistas de um modo como esses pr/prios l/!icos idealistas% por causa das suas
pressuposiç4es teístas anti0cristãs% não podem aplicar. 2 ponto esta&elecido por esses
l/!icos é que até mesmo a mera conta!em de determinadas coisas% em particular%
pressup4e um sistema de verdade da qual estas coisas fazem parte. )em tal sistema de
verdade não haveria qualquer diferença distin!uível entre um particular e outro. )eria tão
impossível de se distin!uir um do outro como os milh4es de !otas de á!ua no oceano
seriam indistin!uíveis uma da outra% a olho nu. \2 ponto principal é este% que toda conta
pressup4e e depende de um todo qualitativo% e que o 8ul!amento Coletivo afirma uma
cone*ão !enérica dentro de seu !rupo. Por conse!uinte% nenhum particular pode mais ser
contado \ F.3. ;radleS% The 1rinciples o( ogic% =ol. 9% p. AENH. .
Pode0se o&6etar que um fato difere dos outros 6ustamente porque nenhum deles é
racionalmente controlado. :ão é a inserção de fatos individuais em um sistema
lo!icamente concatenado que faz estes fatos perderem a sua individualidade+ Kant não nos
ensinou que% se quisermos ter concatenação l/!ica entre os fatos individuais de nossa
e*peri#ncia% s/ podemos ter isto na medida em que desistimos do ideal impossível de
conhecer as coisas individualmente em si mesmas+
"m resposta% precisamos o&servar que esse modo de escape não está a&erto ao
apolo!eta Leformado. 2 apolo!eta Leformado deve% se ele for ao mesmo tempo um
te/lo!o Leformado% manter o que o cientista e fil/sofo mediano ho6e olha como a forma
E
9sto não implica em que será possível trazer todo o de&ate so&re o Teísmo Cristão a
uma plena e*pressão em toda discussão de um fato hist/rico específico. :em si!nifica que
o de&ate so&re detalhe hist/rico é sem import>ncia. )i!nifica que nenhum apolo!eta cristão
pode esquecer a reivindicação do seu sistema com respeito a qualquer fato em particular.
"le sempre tem que manter que o \fato\ em discussão com o seu oponente deve ser o que
a "scritura diz que ele é% se é que é para ser entendido como um fato% em qualquer sentido.
"le tem que manter que não pode haver qualquer fato% em nenhum campo% a não ser os que
E?
realmente e*i&e a verdade do sistema do qual fazem parte. )e os fatos são o que são como
parte do sistema teísta cristão de verdade% então% o que mais podem os fatos fazer senão
revelar aquele sistema% no limite da sua ha&ilida de% como parte dele+ , somente como
manifestaç4es daquele sistema que eles são o que são. )e o apolo!eta não os apresenta
como tais% ele não os apresenta como realmente são.
Por outro lado% qua ndo )atanás tentou a "va% ele lhe ped iu virtualmente que se
tornasse uma racionalista. "le lhe pediu que assumisse a posição de quem não precisava
o&ter qualquer informação so&re o curso da eventuação fatual de fonte al!uma% a não ser
sua pr/pria mente. ntes de qualquer tend#ncia que tivesse se desenvolvido no curso dos
eventos hist/ricos% ela% se!uindo o conselho de )atanás% fez o que era equivalente a um
6ul!amento universal ne!ativo so&re a realidade do tempo. "la teve como certo que o
casti!o não poderia vir como conseqü#ncia do comer do fruto proi&ido. "ste racionalismo
aparece de modo muito consistente em homens tais como Parm#nides. 'as até mesmo os
racionalistas inconsistentes são% realmente% aprioristas< eles s/ fazem concess4es porque
não podem concretizar o seu ideal. \2s racionalistas $escartes% )pinoza e ei&nizH
ar!umentavam que tod o conhecimento vem somente da razã o U.3.C. in Christian
Opinion% 8an. NJDH. Todavia% ei&iniz foi forçado a falar de verdades do fato como
tam&ém de verdades da razão.
para a á!ua. diferença é que os fenomenalistas não t#m nenhum direito de ima!inar um
fundo de&ai*o da á!ua% no qual lancem sua su6eira.
)e% neste ponto% a idéia de $eus é introduzida e é dito que% enquanto o homem% por
necessidade% não pode conhecer de outra forma que não discursivamente e% portanto% não
pode conhecer todas as coisas% mas que $eus conhece intuitivamente e% portanto% sa&e
todas as coisas% a respost a seria que tal $eus tem que estar% então . numa relação não0
racional para com o universo e para com o conhecimento que o homem possui. )empre
o&ri!ado a pensar atomisticamente% o homem nada poderia sa&er de um $eus que conhece
intuitivamente e% não o&stante% ainda conhece a individualidade e a concreta fatualidade
hist/rica. 2 $eus de rist/teles é 6ustamente um $eus como este. :a medida em que ele
conhece intuitivamente% nada conhece da e*ist#ncia individual. "le s/ conhece a si mesmo
e aos homens na medida em que eles são e*austivamente classificados% e quando eles são
assim classificados e ele os conhece% então% ele não os conhece. " o homem de rist/teles
não conhece coisa al!uma do $eus de rist/teles.
:ão é difícil ver que a posição cristã e*i!e que o apolo!eta desafie toda esta
a&orda!em no interesse do conhecimento da verdade. Para o pensamento necessariamente
EJ
:ão precisamos a!ora nos aprofundar mais neste assunto. $eve ser demonstrado% isto
sim% nesta cone*ão% que desde que o Catolicismo Lomano e o rminianismo estão
comprometidos com um ponto de partida e uma metodolo!ia neutros% tam&ém são
o&ri!ados a cair no atomismo do pensamento não0cristão. $esde que eles não verão todos
os fatos como fatos do sistema teísta cristão% e cate!oricamente se recusam a admitir que
nada% a não ser um fato teísta cristão% pode e*istir % e com esta reivindicação desafiam a
metodolo!ia não0cristã% 6á no começo do ar!umento% eles são forçado s a che!ar a uma
conclusão não0cristã. , da ess#ncia do método romanista e arminiano de ar!umentação
concordar com o não0cristão em que proposiç4es individuais so&re muitas dimens4es da
realidade são verdadeiras% quer o Cristianismo se6a verdadeiro ou não. :em apolo!etas
cat/lico0romanos nem arminianos estão em posição de desafiar o procedimento
atomístico do homem natural. )uas pr/prias teolo!ias são atomísticas. "las não são
construídas ao lon!o de linhas cristãs consistentes. )uas doutrinas espe cíficas não são
apresentadas% então% como sendo o que são e*clusivamente em virtude da sua relação para
com os princípios &ásicos da posição cristã. )ua afirmação de que a Fé Leformada está
errada ao conce&er todas as coisas no mundo como sendo o que são% em 7ltima inst>ncia%
em virtude do plano de $eus com respeito a elas% compele o apolo!eta cat/lico romano e o
arminiano a admitirem a e*atidão essencial do atomismo não0cristão. " com isto eles
perdem% ao mesmo tempo% todo o poder para desafiar a metodolo!ia não0cristã% 6á no início
de seu ar!umento. o invés disto% eles pr/prios se tornam as vítimas deste método. Como
os princípios da sua teolo!ia não lhes permitirão ar!umentar por meio de pressuposição%
sua pr/pria apresentação partilhada do teísmo cristão constantemente che!a a um triste
fim. , como se um e*ército estivesse enviando al!uns poucos soldados para arrancar
al!um atol das mãos de uma concentração poderosa de forças inimi!as. :ão pode haver
qualquer 6unção de quest4es no ponto central de diferença 0 a interpretação por cate!orias
e*clusivamente imanentistas ou a interpretação em termos do $eus auto0suficiente 0 a
menos que isto se6a feito por meio de pressuposição. " o apolo!eta reformado tem uma
teolo!ia que tanto lhe permite como e*i!e que ele faça isto.
ED
Capítulo V
AJTORIDADE E RAKÃO
Para responder a esta ponto é &om que comecemos per!untando que lu!ar o não0
crente atri&ui 1 autoridade. " para desco&rirmos o lu!ar que é dado 1 autoridade% pelo
homem natural% é imperativo notar o que ele quer dizer por autoridade.
Pondo o assunto deste modo% a natureza da autoridade que pode ser admitida pelo
homem natural 6á é indicada. 2 homem natural admitirá ale!remente a idéia de autoridade
somente se for a autoridade do especialista% no uso da razão. Tal conceito de autoridade é
&astante consistente com a suposição da autonomia do pecador.
Por outro lado% o conceito de autoridade como al!o que está \acima da razão\ é
inaceitável ao homem natural. 'as não é fácil distin!uir% em qualquer caso% quando é
considerado que a autoridade está \acima da razão\. 3á al!umas formas de autoridade que
poderiam parecer% 1 primeira vista% estar \acima da razão\ quando% na realidade% não estão.
l!uma discussão deste assunto tem% porta nto% que preceder nossa análise da diferença
entre os métodos cat/lico0romano e protestante de apresentar a autoridade do Cristianismo
para o homem natural.
:otemos% então% al!umas das formas de autoridade que são &astante aceitáveis ao
homem natural porque% para a sua mente% elas não violam o princípio da autonomia.
, da maior import>ncia notar que o homem natural não precisa% por menor que se6a%
fazer o&6eção ao tipo de autoridade que está envolvida na idéia do irracionalismo. " isto%
principalmente% por duas raz4es. "m primeiro lu!ar% o irracionalismo de nossos dias é o
descendente linear direto do racionalismo de dias anteriores. idéia de pura chance
acasoH tem sido inerente a toda forma de pensamento não0cristão no passado. , a 7nica
alternativa l/!ica 1 posição do Cristianismo% de acordo com a qual o plano de $eus está
por trás de tudo. Tanto Platão como rist/teles foram compelidos a a&rir espaço para ela%
em seu pensamento mais amadurecido. 2 puro \não0ser\ do racionalismo mais primitivo
da Urécia não era mais do que a suprimida \qualidade de outro\ da filos ofia final de
Platão. ssim tam&ém a idéia da pura fatualidade ou pura chance como final não é mais do
que a idéia da \qualidade de outro\ e*plicitada. $ada a suposição não0cristã com respeito 1
autonomia do homem% a idéia do acaso tem direitos i!uais 1 da l/!ica. )e Parm#nides foi o
primeiro% no cenário% a enfatizar as reivindicaç4es do intelecto% dizendo que ser e sa&er
devem ser contérminos coe*tensivosH para o homem% era natural que o acaso não dei*asse
de afirmar% em al!um tempo no futuro% sua independ#ncia.
"m se!undo lu!ar% o irracionalismo moderno não tem% mesmo em escala mínima% usurpado
o domínio do intelecto como o homem natural ima!ina. 2 9rracionalismo tem meramente
tomado posse daquilo que o intelecto% por sua pr/pria admissão% de forma al!uma pode
controlar. 2 irracionalismo tem um acordo secreto com o racionalismo pelo qual o
primeiro cede ao 7ltimo tanto de seu territ/rio quanto este 7ltimo possa% em determinado
tempo% achar forças para controlar. 2 campo do noumenal de Kant tem% por assim dizer%
concordado em ceder tanto de sua área para o fenomenal quanto o intelecto% através das
mais novas armas% possa manter em controle. lém disso% pelo mesmo acordo% o
irracionalismo tem prometido manter fora de seu pr/prio territ/rio qualquer forma de
autoridade que possa ser o&6etável ao intelecto aut5nomo. pr/pria idéia de pura
fatualidade ou chance é a melhor !arantia de que nenhuma autoridade verdadeira% como a
de $eus como o Criador e 8uiz dos homens% irá 6amais confrontar o homem. )e
compararmos o reino do fenomenal% da forma como tem sido or!anizado pelo intelecto
aut5nomo% a uma clareira numa !rande floresta% podemos tam&ém comparar o reino do
noumenal 1quela parte da mesm a floresta que aind a não rece& eu a contri&uição do
intelecto. 2 reino do mistério é% nesta &ase% simplesmente o reino daquilo que ainda não é
conhecido. " o serviço do irracionalismo ao racionalismo pode ser comparado ao de um
cora6oso caçador% no mato% que mantém distante da clareira todos os le4es e ti!res. "ste
cora6oso caçador co&re toda a infinita florest a% sempre mantendo todo peri!o lon!e da
clareira. "ste Lo&in 3ood irracionalista é tão racionalista que virtualmente che!a a fazer
uma declaração universal ne!ativa so&re o que pode acontecer no futuro. :o tratado
secreto de que se falou% tem0se asse!urado ao intelecto do homem aut5nomo que o $eus do
Cristianismo não pode possivelmente e*istir% e que nenhum homem% então% precisa temer
EG
a vinda de um 6ul!amento. )e todo o curso da hist/ria for% pelo menos em parte% controlado
pela casualidade% então não há qualquer peri!o de que o homem aut5nomo 6amais conheça
as reivindicaç4es de autoridade% na forma como a conce&e o protestante. Pois a noção de
autoridade é apenas a e*pressão da idéia de que $eus% pelo )eu conselho% controla todas as
coisas que acontecem no curso da hist/ria.
3á um se!undo tipo de autoridade que o homem natural está &astante pronto para
aceitar. :ão &rota% como no caso do primeiro% do fato que o intelecto não pode% por
definição% controlar todo o campo da casualidade. ;rota do fato que até mesmo o que o
intelecto afirma so&re os o&6etos do conhecimento está% por necessidade% envolvido em
contradição. 2 notável livro de F.3. ;radleS% Appearance and 4ealit2% destacou este ponto
com o maior n7mero possível de detalhes. questão não é que os muitos fil/sofos que
especularam so&re a natureza da realidade t#m% de fato% se contradito uns aos outros e a si
mesmos. questão é% isto sim% que% na natureza do caso% toda afirmação l/!ica com
respeito ao mundo da e*ist#ncia temporal precisa ser% por necessidade% auto0contradit/ria
em caráter.
Perce&endo este dilema% muitos fil/sofos modernos t#m ar!umentado que qualquer
sistema intelectual de interpretação não é% então% mais do que uma perspectiva. :enhum
sistema% afirmam esses homens% deveria pretender ser mais do que um sistema \para n/s\.
:/s temos que lidar com a realidade como se ela sempre fosse se comportar da forma
como a temos visto se comportar no passado. 2 mundo da apar#ncia% formado pelo
e*ercício do intelecto% deve ser tido como de al!uma maneira semelhante ao mundo da
Lealidade. " assim% parece que che!amos de novo 1 idéia de mistério% ao mundo da \fé\ e
da \autoridade\% onde profetas e videntes podem su!erir a n/s as vis4es que t#m tido 1
noite.
Tal% então% parece ser a presente situação. filosofia moderna% em praticamente todas
as suas escolas% admite que todas as suas especulaç4es terminam em mistério. Falando de
modo !eral% a filosofia moderna e a ci#ncia tam&émH é fenomenalista. "la admite que a
realidade 7ltima é inco!noscível ao homem. $iz0se que todos os sistemas de interpretação
são necessariamente relativos para a mente do homem. " assim parece% 1 primeira vista%
que a filosofia moderna% em seus pr/prios princípios% deve admitir que há uma dimensão
EM
da realidade que está além de seu alcance e a respeito da qual% portanto% ela deve estar
pronta a ouvir% através da avenida da autoridade. filosofia moderna pareceria estar%
então% pronta a ouvir a voz da \reli!ião\. , o modo como $orothS "mmet% por e*emplo% v#
o assuntoB \2 coração da reli!ião% até onde eu posso ver% parece ser uma resposta intuitiva
a al!o que evoca adoração. $ei*em0me primeiro e*plicar o que quero dizer por Ointuitivo].
"u estou usando a palavra para representar um tipo de apreensão que é alcançado através
de métodos outros que não os da refle*ão crítica. , o tipo de refle*ão que n/s usamos
quando conhecemos o caráter de uma pessoa% ou as e*i!#ncias de uma situação% sem estar
atentos aos passos pelos quais che!amos a este 6ul!amento \ 1hilosoph2 and 8aith%
ondres% NAE% p. MJH. $e acordo com tal ponto de vista poderia parecer que al!uém fosse
capaz de aceitar a autoridade de 8esus. " a senhorita "mmet pode admitir a autoridade de
8esus. 'as ainda não é mais do que a autoridade do especialista peritoH. Para esses que
pensam da mesma forma% 8esus não é mais do que o tipo de pessoa que eles !ostariam de
ser e poderiam ser% se vivessem 1 altura dos seus pr/prios ideais.
2 homem natural presume% então% que ele tem o critério final da verdade dentro de si
mesmo. Toda forma de autoridade que vem a ele deve se 6ustificar pelos padr4es inerentes
ao homem e que operam 1 parte da autoridade que fala.
'as o que foi dito s/ tratou da filosofia moderna. @ma palavra deve ser acrescentada
so&re a teolo!ia moderna. )e!uramente n/s acharemos aqui um reconhecimento mais
pronto da necessidade da autoridadeY 'ais do que isto% n/s esperaremos encontrar aqui os
defensores da autoridadeY 'as nisto ficamos desapontados. teolo!ia moderna está% sem
d7vida% pronta a defender a necessidade e o lu!ar da autoridade. 'as não defenderá
qualquer autoridade que não se6a aceitável 1 filosofia e 1 ci#ncia modernas. "la tam&ém
advo!a somente a autoridade do especialista.
:ão é preciso ar!umento para provar ser verdadeira esta afirmação%com respeito a
)chleiermacher% o pai da teolo!ia moderna. )ua !rande o&ra The Christian 8aith Fé
CristãH é lar!amente controlada em sua epistemolo!ia pelos princípios da Cr*tica da
4ao 1ura de Kant. "le parece limitar as reivindicaç4es do intelecto humano. "le diz que%
por meio dele% n/s não podemos che!ar a $eus. , pelo nosso senso de depend#ncia que
temos contato com $eus. 'as em tudo isso ele está simplesmente e*pondo um
fenomenalismo reli!ioso. :ão é virtude depreciar o intelecto aut5nomo se a pessoa coloca
em seu lu!ar um sentimento aut5nomo. " isso é 6ustamente o que )chleiermacher faz. :a
sua teolo!ia% é ainda a personalidade humana% como tal% que tem o critério final da verdade
em si mesma.
Para uma discussão contempor>nea da relação entre autoridade e razão% por parte de
um !rande cléri!o e !rande fil/sofo% podemos nos voltar para a o&ra de .". TaSlor% The
8aith o( a 7oralist Fé de um 'oralistaH. TaSlor pleiteia um lu!ar para a autoridade no
pensamento humano. 'as nenhuma autoridade% diz ele% pode ser a&soluta. @ma autoridade
a&soluta não poderia ser transmitida pela hist/ria% e se pudesse ser transmitida não poderia
ser rece&ida. mente do homem contri&ui para tudo aquilo que ela rece&e. Kant nos
ensinou isto de uma vez por todas e n/s não podemos nos afastar disto. Conseqüentemente%
nenhuma doutrina ortodo*a da autoridade pode 6ama is ser aceita. "ste é o peso do
ar!umento de TaSlor e é típico do que se ouve% de variadas formas =ol.99% p.?II ss.H.
2 falecido arce&ispo Qilliam Temple tam&ém não pede autoridade mais alta do que a
do especialista% na sua o&ra ?ature, 7an and >od :atureza% 2 3omem e $eusH%
ondres% N?D. autoridade espiritual da revelação% afirma ele% \depende inteiramente da
EN
qualidade espiritual do que é revelado\ p.AJGH. " se o que é revelado é espiritual% disso%
com efeito% o pr/prio homem deve ser sempre o 6uiz final% ar!umenta Temple.
'as o que dizer de Karl ;arth e "mil ;runner+ :ão defenderam eles% &ravamente% o
$eus \a&solutamente outro\+ :ão são eles os \te/lo!os da Palavra\+ =e6am a chicotada
que ;arth dá nos \ te/lo!os da consci#ncia\% os se!uidores de )hleiermacher e Litschl% s/
porque t#m sido ventríloquos virtuais% falando em nome de $eus o que% na verdade% s/
procede deles pr/prios #ogmati, N?GH. :otem tam&ém com que crescente consist#ncia%
através dos períodos do seu desenvolvimento% ;arth colocou a sua teolo!ia em oposição 1
do \protestantismo moderno\. @ma verdadeira teolo!ia% ar!umenta ;arth% tem seu c>non
principal no primeiro mandamentoB \:ão terás outros deuses diante de mim\% e não na
l/!ica de rist/teles ou Kant. @ma verdadeira teolo!ia tem que romper com todos os
sistemas de filosofia% com todas as construç4es prometeanas ousadas ou inventivas% como
do mito Prometeu 0 nota do tradutorH do intelecto humano e alcançar o homem na
profundidade do seu ser% com a voz da autoridade de $eus% que fala em seu pr/prio nome.
qui% então% pareceria que% entre todos os \tipos de teolo!ia moderna\% teríamos
encontrado uma que se levanta como um $aniel contra a filosofia e a ci#ncia modernas%
com a voz do $eus vivo.
2 que foi dito so&re ;arth% com pequenas mudanças% tam&ém pode ser dito a respeito
de "mil ;runner e de outros te/lo!os como Leinhold :ieh&uhr% Lichard :ieh&uhr% :els L.
Fereé% 8ohn . 'acVaS e "lmer Ueor!e 3omri!hausen. :a sua teolo!ia% como na de ;arth% é
a consci#ncia reli!iosa aut5noma que se divide em duas seç4es% conforme o estilo do $r.
8eVSll e do )r. 3Sde. 2 aspecto mais elevado se diri!e ao aspecto mais &ai*o e insiste na
o&edi#ncia 1 sua voz. ssim os homens dizem a si mesmos que ouviram e o&edeceram 1 voz
de 8esus ou de $eus% quando% na verdade% apenas o&edeceram a si mesmos.
)e!ue0se então que% pelo menos nos círculos protestantes% parece haver em nossos dias
um acordo !eral so&re a natureza da autoridade e a relação que ela deve manter para com a
razão. 3á uma aceitação &astante !eral da autoridade% mas é meramente a autoridade do
especialista peritoH. " esta autoridade pressup4e que% em 7ltima análise% o homem está
tratando com um am&iente% no final das contas% misterioso. Toma como certo que $eus% não
menos do que o homem% está cercado pelo mistério. :ão é nenhuma maravilha que esses que
tra&alham com o princípio da autonomia da razão não t#m qualquer dificuldade em aceitar tal
conceito de autoridade. 2s se!uidores da razão aut5noma t#m% em tempos modernos%
afirmado a necessidade da idéia do misterioso% no final das contas. 2 @niverso 'isterioso% o
universo no qual fatos são o que são não por uma razão racional% é a pressuposição tanto da
ci#ncia moderna como da filosofia moderna. " esta posição não é desafiada pela teolo!ia
moderna.
,% então% 1 i!re6a de Loma que n/s temos que ir para achar um desafio a este conceito
moderno da razão como aut5noma% e de autoridade como meramente a desses que t#m
sondado o reino da escuridão a&soluta um pouco mais profundamente do que os outros+ W
primeira vista% parece ser este o caso. . ". TaSlor relata uma pequena hist/ria que poderia
parecer apontar nesta direção. \Consta \ conforme ele% \ que um te/lo!o cat/lico romano
estava em conversa com um estranho que comentou que parecia não haver diferença real entre
a posição de Loma e a de um famoso e altamente respeitado ]n!lo0cat/lico. ] ]Perdão% ]
respondeu o te/lo!o% ] n/s estamos em posição oposta 1 de X. "le sustenta toda doutrina que
n/s sustentamos% mas as sustenta pela razão inteiramente irrelevante de pensar% ele pr/prio%
que são verdadeiras\ ] The 8aith o( a 7oralist% =ol. 99% pá!.% NMH. 'as esta hist/ria em e por
si s/ não daria uma noção adequada da posição cat/lica romana% quer so&re o si!nificado de
autoridade% quer so&re sua relação para com a razão. @ma &reve palavra deve ser dita% então%
so&re o assunto.
Para averi!uar o conceito romanista da razão% n/s podemos começar pelo fato que
rist/teles é tido por te/lo!os cat/licos romanos como o \fil/sofo por e*cel#ncia\ % como
)ão Tomáz é o -te/lo!o por e*cel#ncia 8.'aritain% An .ntroduction to 1hilosoph2% NAG%
pá!.% NNH. 2ra% a teolo!ia% diz 'aritain% pressup4e certas verdades da \ordem natural\.
"stas verdades são conhecidas naturalmente por todos os homens e foram ela&oradas
cientificamente pelos fil/sofos% e% particularmente% por rist/teles. s \premissas da
filosofia são auto0mantidas e não derivadas das da teolo!ia\ 9dem% pá!.%. ?EH. "ttienne
Uilson e*pressa o mesmo pensamento quando dizB \ herança do pensamento !re!o%
mesmo quando reduzida ao mínimo e 6ul!ada criticamente% ainda é merecedora de
admiração. 9sto é tão verdadeiro que vários Pais da 9!re6a estavam convencidos de que os
pensadores pa!ãos tiveram acesso 1 ;í&lia% sem admiti0lo. @m )er primeiro% a causa
suprema e princípio e causa da natureza% fonte de toda inteli!i&ilidade% de toda a ordem% e
de toda &eleza% que eternamente leva uma vida de felicidade porque% sendo ele pr/prio
pensamento% é uma contemplação eterna de seu pr/prio pensamento% tudo isso foi ensinado
por rist/teles< e se n/s compararmos a sua teolo!ia com as mitolo!ias anti!as veremos%
lo!o de início% que imenso pro!resso a razão humana fez desde a era de Chronos e 87piter%
sem a a6uda da Levelação Cristã. 9ndu&itavelmente% houve muitas lacunas e erros
G
inumeráveis% misturados com estas verdades. 'as% ainda assim% eram verdades.
$esco&ertas pela razão natural dos !re!os% elas nada ficaram devendo 1 fé< podendo ainda
ser desco&ertas ho6e% com até maior facilidade% pela mesma razão natural% por que
precisariam dever mais 1 fé em nossa pr/pria razão do que na de rist/teles+ Cristianit2
and 1hilosoph2% NANH.
lém desta \ordem natural\% que pode ser desco&erta através da razão% 1 parte da fé% há
a ordem da fé. " como as afirmaç4es através da razão da ordem natural não dependem da
fé% para a sua validez% assim tam&ém as da ordem da fé não dependem% para a sua validez%
das afirmaç4es da razão. \s afirmaç4es da fé cat/lica não dependem% em 7ltima inst>ncia%
de qualquer arrazoamento% falível ou não% mas da Palavra de $eus. Pois% na verdade% o que
quer que a razão possa sa&er acerca de $eus com um conhecimento perfeito% 6ustamente
porque é assim conhecível% não pode essencialmente pertencer 1 ordem da fé\ 9dem% p.DEH.
ordem da natureza% como apresentada pela razão aut5noma% e a ordem da fé% aceita
e*clusivamente na &ase da autoridade% tratam am&as com $eus e )ua relação para com o
homem. per!unta que sur!e% imediatamente% é como se pode sa&er que o $eus da razão e
o $eus da fé são o mesmo $eus. 3á muita razão para se fazer esta per!unta 6á que é
admitido que a razão que desco&re as verdades da ordem natural está \pre6udicada\.
verdadeira posição cat/lica consiste em manter que a natureza foi criada &oa% que foi
pre6udicada% mas que pode ser curada% pelo menos parcialmente% pela !raça% se $eus assim
dese6ar\ 9dem% pá!.% ?H. Poderia parecer que a !raça deve primeiro resta&elecer os
poderes da razão% pelo menos a ponto de curar suas feridas% antes que a razão possa
funcionar normalmente. " Uilson fala% de fato% de uma filosofia cristã que é o produto de
uma razão que é restaurada pela !raça. Tal filosofia% ar!umenta ele% é a melhor filosofia. ,
a melhor filosofia porque% nela% a razão tem a sua melhor e*pressão. 'as% mesmo assim% o
pro&lema permanece o mesmo. qui é rist/teles quem tem% por meio da sua razão
pre6udicada% construído as verdades da ordem natural% como se notou. ,% então% o $eus que
rist/teles desco&re o mesmo $eus de quem a teolo!ia cristã fala+
2 pr/prio Uilson nos faz confrontar a seriedade do pro&lema quando diz% de modo
saliente% que a razão ou a filosofia s/ podem tratar com ess#ncias e não com e*ist#ncia.
Todavia% é da e*ist#ncia de $eus que se sup4e falar.
ssumindo esta filosofia de rist/teles% )ão Tomáz foi o&ri!ado% por conse!uinte% a
\transferir todos os pro&lemas concernentes ao ser% da lin!ua!em das ess#ncias para a das
e*ist#ncias\. 'as poderia faz#0lo sem suprimir a razão+ Foi )ão Tomáz o te/lo!o que% por
G?
causa da sua fé% p5de fazer esta transposição do domínio das ess#ncias a&stratas para o da
e*ist#ncia+ )e foi% então nenhum pro!resso se fez para resolver o pro&lema da relação
entre autoridade e razão. $e fato% o pro&lema% então% parece ser mais difícil ainda. Pois o
deus de rist/teles começa% então% a parecer totalmente diferente do $eus da fé cristã. 2
deus de rist/teles% é admitido% não criou o mundo e não conhece o mundo. )e tal deus é o
resultado natural da atividade da razão% quando esta não estiver iluminada pela fé% não nos
parece que a fé terá que inverter as decis4es da razão com respeito a $eus+ @ma filosofia
que s/ trata com ess#ncias pareceria se assemelhar a um ale!re circunl/quio% rodopiando
so&re a realidade mas nunca tocando0a. Todavia% de acordo com Loma% )ão Tomáz% o
te/lo!o cristão% não precisa a&solutamente pedir a )ão Tomáz% o fil/sofo aut5nomo% para
inverter as suas decis4es so&re a questão fundamental acerca da e*ist#ncia de $eus.
Pareceria% então% que )ão Tomáz% o te/lo!o% pudesse aparecer com o $eus de 'oisés%
\aquele que é\ para apresentá0lo a )ão Tomáz% o filos/fo% para sua aceitação. )e o $eus de
'oisés% o criador e controlador do mundo% é aquele que deve ser aceito por )ão Tomáz% o
fil/sofo% ele deve ser primeiro reduzido da condição de um $eus e*istente para a de uma
ess#ncia% da condição \daquele que é \ para a \daquilo que não é\. )ão Tomáz% o
fil/sofo% é o&ri!ado% pelos princípios de sua razão% a trazer a informação que lhe é dada por
)ão Tomáz% o te/lo!o% em relação met/dica com o con6unto de suas convicç4es so&re a
realidade em !eral. " isto envolve a re6eição da e*ist#ncia de um $eus% cu6a e*ist#ncia e
conhecimento não podem ser relacionados deste modo. Pareceria não haver como fu!ir 1
conclusão de que se n/s começamos com a razão aut5noma e afirmamos que ela s/ trata de
ess#ncias% o ser que vem 1 e*pressão por estas ess#ncias é um ser cu6a pr/pria e*ist#ncia é
correlativa ^a mente humana. Kant e seus se!uidores não foram il/!icos quando tiraram
esta conclusão. :ão podemos começar com rist/teles sem% eventualmente% cair como
presas de Kant.
inda poderia parecer que n/s alcançamos uma posição que envolve a idéia de
autoridade a&soluta para% pelo menos% uma dimensão da vida. ordem da fé e tudo que ela
contém deve ser aceita puramente na &ase da autori dade. qui% então% parecemos ter
alcançado a idéia do a&soluto% em vez da autoridade do especialista. ntes% porém% de
concluirmos com a visão cat/lica romana da relação da autoridade para com a razão% há
outras quest4es adicionais a ser consideradas.
GA
"m primeiro lu!ar% 6á se notou como Uilson procura valentemente defender a idéia da
autonomia da razão. )e% então% as dimens4es da razão e da fé forem finalmente postas em
união uma com a outra% terá que haver uma concessão. )e há uma coisa na qual os
cat/licos romanos insistem% é que s/ na posição deles é possível fazer 6ustiça 1 declaração
de )ão Paulo de que todo homem conhece naturalmente al!uma coisa de $eus% sem
comprometer a sin!ularidade da fé cristã. "m outras palavras% eles mant#m que é no
sistema deles% como um todo% que há uma verdadeira união do natural com o so&renatural.
'as não é difícil ver que se a autonomia da razão for mantida e a autoridade a&soluta da fé
tam&ém o for% qualquer união entre elas deve importar numa concessão.
2ra% é este fato de que Loma está sempre e em todos lu!ares comprometida com a
idéia do fato &ruto% como tal% com a eventuação 1 parte do conselho de $eus% que é
determinante na questão de seu conceito da relação entre razão e autoridade. Loma
simplesmente não tem os materiais com que construir um conceito realmente cristão de
autoridade. @m conceito verdadeiramente cristão de autoridade pressup4e que% em tudo
que o homem faz% ele está face a face diante das e*i!#ncias de $eus. 'as como poderia o
homem estar face a face diante das e*i!#ncias de $eus se "le não possuísse e não
controlasse todas as coisas+ Como poderia $eus confrontar o homem com suas e*i!#ncias
quando "le não tem nenhum poder para !overnar+ , somente na idéia da a&ran!#ncia total
do plano de $eus que um verdadeiro conceito de autoridade pode ser &aseado. " isto
eqüivale a dizer% com efeito% que somente na idéia do pacto como todo0a&ran!ente% com
respeito a toda e qualquer fase da vida humana% a idéia de autoridade pode encontrar
fundamento.
sendo curado% ainda é aconselhado a e*ercitar a sua vontade aut5noma% até certo ponto%
contra o plano de $eus. 2 conceito de o&edi#ncia pactual não se a6usta% em nenhum lu!ar%
na teolo!ia ou na filosofia cat/lico0romana. :ossa conclusão deve ser% então% que mesmo
Loma nada oferece em matéria de autoridade que se6a claramente diferente da idéia do
especialista% da forma como esta é aceita% de &oa vontade% pelo homem natural.
2 conceito cat/lico romano de tradição s/ confirma o que foi dito. "m seu \$ecreto
so&re as "scrituras Can5nicas\% o Concílio de Trento fala de \tradiç4es não escritas\% que
são como se fossem transmitidas de mão a mão. estas tradiç4es não escritas é outor!ada
a mesma autoridade da "scritura. verdade cristã% é dito% veio a n/s através de duas
correntes distintas% uma das quais é encontrada na "scritura e a outra% na tradição.
Certamente esta tradição pode% até certo ponto% pelo menos% ser ela pr/pria reduzida a
escrita. Contudo% não há qualquer con6unto de escritos que a i!re6a aceite oficialmente
como contendo a declaração escrita do que ela aceita como tradição. , a voz viva da 9!re6a%
falando através de seus ministros oficiais% e especialmente pelo Papa% que é a !uardiã final
desta tradição. tradição é% portanto% em 7ltima inst>ncia% o que a i!re6a prop4e de tempos
em tempos.
Parece% então% que lon!e de ser o defensor do verdadeiro conceito cristão de autoridade
e da razão% Loma oferece uma transi!#ncia acomodaçãoH tanto quanto 1s idéias como%
conseqüentemente% quanto 1 relação entre elas. 'antendo um conceito de razão que não é
interpretado em termos da doutrina de $eus% como auto0suficiente% não pode oferecer um
conceito de autoridade que realmente este6a acima da razão. )ua autoridade é% então% a
autoridade atormentadora de um homem que lida com \o ser em !eral \ e faz suposiç4es
so&re ele% acima de outro homem que tam&ém lida com \o ser em !eneral\ e faz suposiç4es
so&re eles. , a autoridade que traz os homens 1 escravidão.
Toda a posição de Loma% então% com respeito 1 autoridade e suas relaç4es com a
razão% ilustra a fraqueza da apolo!ética cat/lico0romana em !eral. :ão tem uma posição
clara e definida que possa ser contrastada com a do homem natural. :ão pode% portanto%
desafiar a posição do homem natural com eficácia% em nenhum ponto. dmitindo a
e*atidão do ponto de partida e do método do homem natural% na esfera natural% não pode
lo!icamente pedir aos homens que aceitem a autoridade de $eus% mesmo na esfera
espiritual.
Arminianismo
GD
Parecerá a muitos uma coisa muito estranha dizer que a teolo!ia arminiana é
semelhante 1 romana% na questão da autoridade. Todavia% este é realmente o caso. Claro
que é verdade que os arminianos evan!élicos re6eitam o ritualismo e a hierarquia de Loma.
Tam&ém é verdade que os arminianos% individualmente% são muito melhores% na sua atitude
prática para com as "scrituras% do que permite o seu sistema de teolo!ia. , somente deste
sistema de teolo!ia que estamos falando. " dele 0 não há como fu!ir 0 deve0se afirmar que
seu conceito de razão é semelhante ao de Loma e% portanto% seu conceito de autoridade não
pode ser diferente do de Loma.
:ão há nada em que a teolo!ia arminiana se6a mais insistente do que na crença de que
a doutrina Leformada da eleição faz in6ustiça 1 responsa&ilidade humana. :ada o&stante% a
doutrina Leformada da eleição não é mais do que a e*pressão consistente% no campo da
relação do homem para com $eus% do ensino !eral das "scrituras de que todas as coisas% na
hist/ria% acontecem pelo plano de $eus. doutrina arminiana da responsa&ilidade
pressup4e% portanto% a re6eição da idéia do plano de $eus como incluindo todas as coisas. "
isto si!nifica que a idéia do fato &ruto é um dos in!redientes &ásicos da posição arminiana.
Portanto% o homem é% uma vez mais% em parte% relacionado com $eus e% em parte%
relacionado a al!uma forma de \ser em !eral\. " isto% por sua vez% si!nifica que o pr/prio
$eus é confrontado com aquilo que determina os )eus poderes e aç4es. "le está limitado
pelos fatos da Lealidade ao )eu redor e )eu conhecimento está% por conse!uinte% cercado
de mistério.
:em é esta forma moderna de manifestação do suposto homem aut5nomo il/!ica. "m
todo conceito não0cristão de realidade% os fatos &rutos% ou acaso% desempenham um papel
&ásico. 9sto acontece porque qualquer um que não cr# que o conselho de $eus se6a o
am&iente final do homem% não tem outra alternativa senão admitir ou afirmar que o acaso é
final ou definitivo. 2 acaso é simplesmente o correspondente metafísico da idéia do
homem aut5nomo. 2 homem aut5nomo não vai admitir que a realidade 6á é estrutural na
natureza% em virtude da atividade estrutural do eterno plano de $eus. 'as se a realidade
não for estrutural na natureza% o homem é aquele que pela primeira vez% e% portanto% de um
modo a&solutamente ori!inal% supostamente traz a estrutura 1 realidade. 'as tal estrutura
s/ pode e*istir \para ele \. Pois% na natureza do caso% o homem não pode% como um ser
finito e% por conse!uinte% temporalmente condicionado% controlar o todo da realidade. 'as
tudo isso se resume em dizer que a filosofia moderna é &em consistente com seus pr/prios
princípios% quando afirma que em tudo que o homem conhece ele dá tanto quanto rece&e. ,
meramente o não0racional que lhe é dado< é ele pr/prio quem racionaliza isto pela primeira
vez. " assim% o que lhe parece como realidade racionalmente relacionada s/ é relacionada%
primariamente% porque ele pr/prio a racionalizou.
(ual é a atitude para com a idéia da "scritura que n/s esperaríamos encontrar por
parte do homem moderno+ ceitará a idéia prontamente+ Terá a mente a&erta 1s
-evid#ncias do ensino &í&lico com respeito a doutrinas como criação% provid#ncia% e
mila!res+ Terá a mente a&erta com respeito 1 revelação dada so&re eventos futuros+ (uer
dizer% estará pronto para a informação so&re o que acontece num campo totalmente além da
e*peri#ncia humana% ou para o que aconteceu% acontece e acontecerá no campo da
e*peri#ncia% através da influ#ncia daquele campo que está totalmente além da e*peri#ncia
humana+ resposta é /&via. Toda a idéia de revelação so&renatural não escriturística não
seria apenas estranha 1 idéia de autonomia% na qual o homem moderno constr/i o seu
pensamento% mas tam&ém destrutiva a esta idéia. )e o homem moderno está certo em sua
pressuposição% com respeito 1 sua pr/pria autonomia% então ele não pode% nem mesmo por
um momento sequer% considerar lo!icamente a evid#ncia para o fato do so&renatural
aparecer ao homem% de qualquer forma. pr/pria idéia de $eus como auto0suficiente fica
sem sentido% na &ase dos seus princípios. idéia de um $eus assim% diz o moderno
se!uidor de Kant% fica &em como uma noção limitadora. Tomada como uma noção
limitadora% é al!o inocente e até mesmo 7til. Pois% então% ela representa meramente o ideal
da racionalidade e*austiva. " a ci#ncia requer tal ideal. 'as a idéia de um $eus tal como é
conce&ido pelos cristãos ortodo*os% de que é um conceito constitutivo e não limitador% não
tem sentido< mataria a idéia do fato puro como o correlato da racionalidade pura. " a idéia
do fato puro como um conceito limitador é tão necessária para a ci#ncia moderna como o é
a idéia da racionalidade pura.
,% então% lo!icamente impossível para o homem natural% mantendo como ele mantém a
idéia de autonomia% até mesmo considerar a \evid#ncia\ em favor da "scritura como sendo
a revelação final e a&solutamente autoritativa do $eus do Cristianismo. , lo!icamente
impossível% para ele% dizer qualquer coisa so&re a revelação de um $eus assim% tanto no
universo como para a mente do homem. 2 $eus do Cristianismo é% para ele% lo!icamente
irrelevante 1 e*peri#ncia humana. )eria% então% tão sensato falar so&re a )ua revelação de
)i mesmo% tanto na natureza quanto na "scritura% como seria atri&uir ao homem na lua a
perpetração de al!um assassinato na vizinhança de al!uém.
"ste modo de colocar o assunto pode parecer e*tremado para al!uns. Contudo%
acreditamos que está estritamente de acordo com os fatos. 3á% se!uramente% al!uns entre
os fil/sofos modernos% particularmente os das escolas teísta e personalista% que parecem ser
favoráveis ao que eles chamam de uma reli!ião positiva. "% entre as reli!i4es positivas%
eles escolherão o Cristianismo como a mais aceitável. Pode0se fazer menção novamente de
.". TaSlor. :o seu recente livro #oes >od E)ist+ \$eus "*iste+\H% TaSlor ar!umenta em
favor da \e*ist#ncia de $eus\. 'as desde que ele tra&alha na suposição da autonomia do
homem% o tipo de $eus em que ele acredita é% afinal de contas% uma deidade finita. (uando
lida com as doutrinas do Cristianismo hist/rico% TaSlor dei*a perfeitamente claro que% de
acordo com seus princípios% uma pessoa não poderia aceitar essas doutrinas como sendo
aquilo que a "scritura afirma que elas são. Falando da ressurreição de 8esus% ele dizB \(ue
)ão Paulo e os outros p/stolos criam nisto é tão certo quanto qualquer fato da hist/ria
possa ser< a!ora% se essa crença não era uma interpretação err5nea das suas e*peri#ncias é
outra questão. Considerando0se que é um fato familiar que os homens% 1s vezes%
GG
2ra% o rminianismo não tem nenhum ar!umento válido para a idéia de autoridade
&í&lica com que possa desafiar a posição do homem moderno. )eu pr/prio conceito do
homem% como a!indo independentemente do plano de $eus% até certo ponto% e% por
conse!uinte% sua pr/pria visão da mente humana como sendo 7ltima em al!uns aspectos%
paralisam seus esforços apolo!éticos. Como o cat/lico romano% o apolo!eta arminiano é
o&ri!ado a começar com o seu oponente em uma &ase supostamente comum. 2 rminiano
tem que admitir que este oponente tem interpretado corretamente muito da e*peri#ncia
humana em termos da autonomia da mente humana e do acaso% como sendo final e
decisivo. 'as se o homem natural% que tra&alha com a idéia da autonomia% pode interpretar
corretamente o mundo fenomenal sem $eus% por que ele deveria estar pronto para mudar
de repente e passar a interpretar coisas espirituais em termos de $eus+ )e ele for
consistente consi!o mesmo% não fará isto.
"m se!undo lu!ar% o arminiano pode falar ao homem natural so&re a pro&a&ilidade da
revelação so&renatural% como se a palavra pro&a&ilidade si!nificasse a mesma coisa para o
crente e para o não0crente. 'as não si!nifica. Para o não0crente% o si!nificado da palavra
pro&a&ilidade está envolvido no seu conceito da idéia de possi&ilidade% como foi lo!o
GM
atrás discutido. Portanto% como mostrou efetivamente 3ume na sua crítica ao ar!umento da
pro&a&ilidade empírica em favor do Cristianismo% não pode haver qualquer presunção para
a eventuação acontecimentoH de certas coisas em lu!ar de outras% uma vez que a pessoa
admita% de qualquer modo% a idéia do acaso. :ão pode haver qualquer pro&a&ilidade de que
$eus vai revelar0)e so&renaturalmente ao homem a menos que se6a certo que% sem a
pressuposição de tal revelação% a e*peri#ncia humana% mesmo no campo das coisas
naturais% fica sem sentido.
"m terceiro lu!ar% o arminiano falará ao homem natural so&re o fato hist/rico da
revelação% como re!istrada na "scritura. "le acentuará o fato que o Cristianismo é uma
reli!ião hist/rica. isso ele acrescentará que% portanto% é simplesmente uma questão de
evid#ncia se% di!amos% a ressurreição de Cristo é ou não um fato. :esta questão% insistirá
ele% qualquer um que puder usar os c>nones de estudo hist/rico é tão &om 6uiz quanto
qualquer outro. \2 si!nificado da ressurreição é uma questão teol/!ica% mas o fato da
ressurreição é uma questão hist/rica...\ Qil&ur )mith% There(ore Stand% pá!. AMEH. , dito%
então% que a prova da ressurreição é apenas o tipo de prova que os homens e*i!em% em
todo lu!ar% em quest4es de hist/ria.
'as este ar!umento so&re os fatos da revelação so&renatural esquece novamente que a
atitude inteira do homem natural% com respeito aos fatos que lhe são apresentados% será
controlada% naturalmente% pelas suas noç4es de possi&ilidade e pro&a&ilidade% como 6á se
discutiu. "le pode% portanto% admitir que um homem chamado 8esus de :azaré ressur!iu
dentre os mortos. "le não precisa hesitar% nos seus princípios% para aceitar o fato da
ressurreição. 'as para ele esse é um tipo de fato diferente do que é para o cristão. :ão é o
mesmo fato% a&solutamente. , in7til falar so&re o fato sem se falar so&re o seu si!nificado.
Pois é a fatualidade o conte7doH do fato que é o seu si!nificado% para aquele que lida com
ele. , o seu si!nificado que é o fato para ele. " é impossível até mesmo apresentar o fato
pelo que ele realmente é% isto é% por aquilo que ele é% de acordo com sua interpretação dada
na "scritura% para o homem natural% se a pessoa não desafia as noç4es de possi&ilidade e
pro&a&ilidade que estão por detrás de seu ponto de vista da hist/ria. Falar so&re apresentar
a ele o fato da ressurreição sem apresentar seu verdadeiro si!nificado é falar so&re uma
a&stração. ressurreição ou é o que o cristão diz que é% ou não é. )e é% então é tal como% na
verdade% aparece na hist/ria.
"m quarto lu!ar% então% o arminiano falará ao incrédulo so&re a ;í&lia como a
revelação inspirada e infalível de $eus. "le vai ar!umentar que é o mais maravilhoso dos
livros% que é o &est0seller% que todos os outros livros perdem o seu charme ao passo que a
;í&lia não. Todas estas coisas o incrédulo pode prontamente admitir% sem fazer qualquer
viol#ncia 1 sua pr/pria posição e sem se sentir desafiado a o&edecer 1 sua voz. )omente
si!nifica para ele que al!uns peritos em reli!ião deram% de al!uma maneira% e*pressão ao
sentimento profundo da Lealidade que eles pr/prios e*perimentaram. posição deles
admite livros sa!rados e até mesmo um livro superior. 'as uma coisa que ela não admite é
um livro a&solutamente autoritativo. Tal livro pressup4e a e*ist#ncia e co!nosci&ilidade
do $eus auto0suficiente do Cristianismo. 'as tal $eus% e a revelação de tal $eus no
universo e ao homem% são noç4es que% como 6á foi o&servado% o homem natural tem que
GN
re6eitar. ssim% ele re6eitará naturalmente tam&ém aquilo que é simplesmente a sua
implicação l/!ica% a idéia de um $eus tal e de tal revelação. pr/pria idéia do pecado% por
causa da qual se torna imperativa a idéia de uma revelação so&renatural da !raça%
e*ternamente promul!ada% não tem sentido para ele. Para ele% pecado ou mal é uma ação
metafísica% inerente ao conceito do caso.
A Posi23o Re$orma&a
8á foi dito o &astante para indicar que os métodos cat/lico romano e arminiano%
procedendo como fazem pela aceitação do ponto de partida e do método do homem
natural% com respeito a uma área de e*peri#ncia supostamente conhecida% são auto0
refutantes na questão mais importante da ;í&lia e sua autoridade. Lepetimos que muitos
arminianos são muito melhores que sua pr/pria posição. Tam&ém ressaltamos que muitas
das coisas que eles dizem so&re pontos de detalhes são realmente e*celentes. "m outras
palavras% nosso o&6etivo não é depreciar o tra&alho que tem sido feito por crentes
estudiosos no campo arminiano. Pelo contrário% nosso o&6etivo é fazer melhor uso dos seus
materiais do que eles pr/prios t#m feito% acrescentando como &ase a esses materiais uma
epistemolo!ia e uma metafísica que os tornem realmente frutíferos% na discussão com não0
crentes.
Tal &ase é a que é fornecida pela posição Leformada. 'as é fornecida pela posição
Leformada simplesmente porque esta posição &usca ser consistentemente cristã% em seu
ponto de partida e em sua metodolo!ia. " aqui se deve confessar que aqueles de n/s que
defendem esta posição são% !eralmente% piores que nossa posição. 2s que defendem a
posição Leformada não t#m nenhuma razão para se or!ulhar. 2 que eles rece&eram%
rece&eram pela !raça.
qui% portanto% estão os fatos ou al!uns dos fatos principais que o apolo!eta
Leformado apresenta ao homem natural. 3á% primeiro% o fato da e*ist#ncia auto0suficiente
de $eus. "m se!undo lu!ar% o fato da criação% em !eral% e do homem% em particular% feito 1
ima!em de $eus. "m terceiro lu!ar% há o fato do plano e da provid#ncia a&ran!entes de
$eus% com respeito a tudo aquilo que acontece no universo. $aí% então% há o fato da queda
do homem e do seu su&seqüente pecado. , em relação a estes fatos e s/ em relação a eles
que os outros% que pertencem 1 o&ra redentora de Cristo% são o que são. )ua pr/pria
fatualidade como fatos não seria o que é% a menos que os fatos% há pouco mencionados%
MI
se6am o que são. ssim% há um sistema de realidade da qual tudo aquilo que e*iste faz
parte. " qualquer fato individual deste sistema é o que é% primariamente% por causa de sua
relação com este sistema. Portanto% é uma contradição de termos falar de apresentar certos
fatos aos homens% a menos que a pessoa os apresente como parte deste sistema. pr/pria
fatualidade de qualquer fato individual da hist/ria é% precisamente% o que é% porque $eus é
o que é. , o conselho de $eus que é o princípio de individuação para o homem cristão.
$eus faz os fatos serem o que são.
)e!uramente% as aç4es do homem t#m o seu lu!ar neste sistema. 'as elas não são% em
7ltima inst>ncia% determinantes< elas são su&ordinada e derivadamente importantes.
Conseqüentemente% a idéia da autonomia humana não pode achar lu!ar no sistema
verdadeiramente cristão% nem a idéia do acaso. 2 ser humano é anal/!ico e não ori!inal%
em todos os aspectos de sua atividade. "% como tal% sua atividade é verdadeiramente
si!nificativa.
Tendo alcançado este ponto% o cat/lico romano e o arminiano podem ar!umentar que
foi para evitar este mesmo impasse que eles &uscaram esta&elecer o seu ponto de contato%
com o homem natural% em uma &ase neutra. resposta do apolo!eta Leformado é a
se!uinteB ;oa pre!ação% dirá ele% reconhecerá a verdade da "scritura de que o homem foi
ce!ado pelo pecado% e de que sua vontade está pervertida para &uscar a si mesmo% ao invés
de $eus. 'as como podem ouvidos surdos ouvir% e olhos ce!os ver+ 9sto quer dizer que a
pre!ação é confrontada com o mesmo dilema como o é o raciocínio apolo!ético. "m
am&os os casos% o cat/lico romano e o arminiano reduzem os fatos do evan!elho para
!anhar aceitação% por parte do homem natural. "m nenhum dos casos o apolo!eta
Leformado fará isso. "m am&os os casos ele desafiará o homem natural% desde o início.
Tanto na pre!ação% quanto na ar!umentação 0 e toda a&orda!em ao homem natural deveria
incluir am&as 0 o te/lo!o Leformado pedirá para o pecador que faça o que ele sa&e que o
pecador não pode fazer por si mesmo. 2 cristão Leformado é% !eralmente% reformado na
M
Conclui0se que% na questão da "scritura como em toda outra questão qualquer% o 7nico
modo possível para o cristão ar!umentar com o não0crente é por meio da pressuposição.
"le tem que dizer ao incrédulo que a menos que ele aceite as pressuposiç4es e% com elas% as
interpretaç4es do Cristianismo% não há coer#ncia na e*peri#ncia humana. 2u se6a% o
ar!umento deve ser tal que demonstre que% a menos que uma pessoa aceite a ;í&lia como o
que o verdadeiro Protestantismo diz que ela é% como a interpretação autoritativa da vida e
e*peri#ncia humanas% como um todo% será impossível achar si!nificado em qualquer coisa.
, somente quando esta pressuposição é constantemente lem&rada que pode ser mantida
uma discussão frutífera de pro&lemas que pertencem ao fen5meno da "scritura e ao que ela
ensina so&re $eus% na )ua relação com o homem.