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VALORES
A escala de valores de muitos cristãos está desordenada. Alguns estão vivendo de
modo desordenado porque não fazem a menor ideia do que as Escrituras ensinam
a respeito do assunto; outros porque, mesmo tendo os valores e prioridades
devidamente ordenados no conceito mental, não conseguem mantê-los na prática.
Para quem deseja viver no lugar correto de importância à família atribuída por
Deus, a primeira coisa a ser feita é conhecer a escala de valores do ponto de vista
de Deus, ou seja, aquilo que a Bíblia ensina. Depois, é lutar para fazer funcionar.
Não há nada, absolutamente nada, que possa ocupar o primeiro lugar de nossas
vidas, a não ser Deus. O mandamento dado a Moisés foi lembrado e enfatizado
pelo próprio Senhor Jesus:
“Se alguém vier a mim, e não aborrecer a pai e mãe, a mulher e filhos, a irmãos
e irmãs, e ainda também à própria vida, não pode ser meu discípulo Quem não
leva a sua cruz e não me segue, não pode ser meu discípulo. Assim pois todo
aquele dentre vós que não renuncia a tudo quanto possui, não pode ser meu
discípulo” Lucas 14.26,27 e 33
O Senhor deve estar à frente dos pais, cônjuge, filhos e qualquer outro familiar. Ele
deve ser o primeiro valor em nossa lista ou escala de prioridades. Deve vir antes
de nossa própria vida. Deve vir antes de nossos bens ou qualquer outra coisa.
Quando falamos sobre Deus vir antes, não é porque as outras coisas não têm
mais lugar em nossas vidas; apenas elas vêm depois.
“Mas buscai primeiro o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão
acrescentadas” Mateus 6.33
Repetindo: isso não quer dizer que as outras coisas não caibam em nossas vidas;
tão somente que elas vêm depois de Deus.
Muita gente tem errado ao pensar que a igreja ou o ministério vem logo depois de
Deus. Na verdade, a família vem em segundo lugar. Conheci, quando ainda era
um adolescente, uma senhora (do interior de São Paulo) que disse que Deus a
chamou para uma missão e desapareceu de casa por mais de um mês. Quando os
irmãos da congregação perceberam o que estava acontecendo, tiveram que cuidar
dos filhos dessa mulher, que não tinham o que comer e nem vestir. O marido
estava furioso porque roupas chegaram a apodrecer no tanque enquanto a família
aguardava ansiosa o término da “missão”. Isto é um absurdo! Uma mulher dessas,
ainda que se intitule missionária, não conhece a Bíblia. Até no caso de diminuir a
intensidade do contato físico para se dedicar à oração, o casal deve estar em
acordo (1 Co 7.5). Mas aquela mulher não consultou seu marido, e apenas
disse: “Deus me chamou e eu estou indo”. E ainda por cima, dizia que o marido é
que era um carnal ao ponto de não discernir a voz de Deus.
A Palavra de Deus não deixa a menor sombra de dúvida quanto ao lugar que
nossa família deve ter na nossa escala de valores. Mas muitos cristãos têm
negligenciado a sua família. Muitos pais que não dão tempo e atenção aos seus
filhos se queixam de vê-los desviados, mas não se apercebem que estão andando
em desordem. Há esposas perdendo seus maridos e vice-versa, porque não os
colocaram no lugar certo na sua escala de valores. É hora de ordenarmos nossos
passos e darmos atenção, honra e dedicação devidas à família.
O trabalho é uma ordem bíblica. É o meio do homem sustentar sua casa e viver
dignamente. Além disso, por meio do seu ganho ele também poderá servir ao reino
de Deus e ao necessitado:
“Aquele que furtava, não furte mais; antes trabalhe, fazendo com as próprias
mãos o que é bom, para que tenha com que acudir ao necessitado” Efésios
4.28
A Bíblia também diz que aquele que não trabalha está andando
desordenadamente, fora do plano divino:
“Porque, quando ainda convosco, vos ordenamos isto: Se alguém não quer
trabalhar, também não coma. Pois, de fato, estamos informados de que entre
vós há pessoas que andam desordenadamente, não trabalhando; antes se
intrometem na vida alheia. A elas, porém, determinamos e exortamos, no
Senhor Jesus Cristo que, trabalhando tranquilamente, comam o seu próprio
pão” 2 Tessalonicenses 3.10-12
O mandamento de Deus é claro: quem não trabalha, não deve ser sustentado
pelos outros. Cada homem tem a obrigação e a responsabilidade de se envolver
com o trabalho; isto não apenas o proverá quanto às suas necessidades, mas
ocupará corretamente o seu tempo, livrando-o de outros problemas. Paulo se
orgulhava de nunca ter sido um peso para ninguém, e suas próprias mãos (seu
trabalho) terem lhe provido o sustento (Atos 20.34)
Mesmo quando Deus chama alguém para o ministério de tempo integral – o que
também é trabalho – deve-se ter a sensibilidade de reconhecer que, em
determinados momentos, devido à falta de recursos, nada há de errado em se
trabalhar em uma outra área até que a condição de sustento mude – foi isto o que
aconteceu com Paulo em Corinto (At 18.1-5).
Alguns estudantes crentes não sabem onde devem colocar seus estudos nessa
escala. Considerando que o estudo é um meio de profissionalização e preparo
para melhores trabalhos, deve ser colocado no mesmo lugar que trabalho. Porém,
algumas famílias conseguem manter seus filhos somente estudando sem que
trabalhem, mas a maioria não. Portanto, devemos aconselhar e encorajar nossos
jovens que enfrentem a correria de exercer as duas atividades, pois,
independentemente da necessidade financeira, o trabalho engrandece e
amadurece a pessoa.