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A Verdadeira Vida

“Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em
sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não sede
conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso
entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.”
(Romanos 12:1,2)

Quando nos encontramos com o Evangelho e cremos em Cristo, recebemos


uma nova maneira de viver. E parte do que ouvimos e vemos por aí acerca dessa maneira
é no sentido moralista. Tudo que é falado é que agora precisamos ter uma igreja, sermos
honestos, nos abstermos de tudo da criação ou mundo e etc... É claro que precisamos ter
uma vida santa diante de Deus - porque sem a santificação ninguém verá o Senhor – mas
a vida santa diante de Deus não se resume apenas às coisas religiosas (como ir ao culto
todo domingo), mas em como nós olhamos toda a vida: nosso relacionamento com Deus,
com as pessoas e com a criação.

Boa parte das pessoas entende o cristianismo como algo meramente religioso
e acabam dividindo sua vida espiritual da vida comum. O que é passado para nós,
erroneamente, é que se cumprirmos nossas obrigações religiosas, isto é, da igreja (ir a
todas as reuniões, nos cultos, etc...), estamos no caminho certo; e quando chegamos na
faculdade, na escola, no trabalho, na nossa casa, o cristianismo não precisa entrar, e
quando entra, é também no sentido religioso. O chamado à vida cristã é muito maior. É um
chamado integral e verdadeiro, porque o cristianismo é a Verdade sobre tudo! Então ter
uma vida cristã é ter uma vida verdadeira. É carregar a verdade ao mundo e carregar
aquilo que Deus pensa! Não podemos ter uma vida cristã santa apenas nas coisas que se
referem à igreja ou à religião; e o nosso trabalho, nossos relacionamentos, nossa escola,
se tornem coisas secundárias.

Como vemos, todos esses relacionamentos que Deus criou e ordenou ao


homem estão quebrados fora de Cristo. O relacionamento espiritual com Deus foi
quebrado pelo pecado, e separou o homem de Deus. O relacionamento familiar e social foi
quebrado; casamentos são desrespeitados, filhos contra pais, falta de amor no mundo e
etc... E o relacionamento com a sociedade e a criação também foi quebrado. O homem
começou a usar as coisas boas que Deus criou para fins maus.

Então, quando recebemos uma nova vida em Cristo, devemos mudar toda a
nossa maneira de pensar e viver, olhando para esses relacionamentos. Mas, como viver
uma verdadeira vida em Cristo; de maneira completa?

Novo relacionamento com Deus


Nesta divisão Paulo nos mostra como devemos ser e o porquê viver de forma
digna, por exemplo: “Quanto à antiga maneira de viver, vocês foram ensinados a despir-se
do velho homem, que se corrompe por desejos enganosos, a serem renovados no modo
de pensar e a revestir-se do novo homem, criado para ser semelhante a Deus em justiça e
em santidade provenientes da verdade.” Efésios 4.22-24. Fomos resgatados para
despirmos do velho homem, pois somos a imagem de Deus. Em Cristo este
relacionamento foi reconciliado por intermédio de Seu sangue derramado na cruz em favor
de Seu povo. O pecado que fazia separação fora pago por Cristo, logo, Deus não está
mais irado conosco. Por isso que Paulo admoesta aos crentes que vivamos
antiteticamente: “deixe a mentira, mas fale a verdade; Irai-vos e não pequeis; se furtava
não furte mais mas trabalhe; não saia palavra torpes da boca mas só boas para a
edificação.” (4.25-29). E como imagem de Deus, devemos imitar a Deus, como filhos
amados (5.1), produzindo frutos que provem de Deus ao contrário das obras das trevas,
vivendo cheio do Espirito Santo.
Novo relacionamento com nossa família
Aquilo que foi perdido na Queda no Éden, Paulo admoesta que deve voltar
ativa no casal cristão. A mulher deve ser submissa ao marido porque ele é o cabeça
constituído por Deus desde o Éden, oficio este que o homem não exerceu deixando a
mulher ser enganada, e assim, pecando (1 Tm 2.14). Assim como Cristo é o cabeça da
Igreja o marido deve ser o da esposa. O esposo deve amar sua esposa como Cristo amou
a igreja se entregando por ela e amando como se fosse o próprio corpo. Pois, o que as
crianças aprenderão ou descobrirão num casamento desestruturado? Um casamento
desestruturado é aquele em que há disputas e lutas sobre quem está no poder, e assim,
nenhum dos cônjuges cumpre o seu papel. Por isso que Paulo diz: “Portanto, cada um de
vocês também ame a sua mulher como a si mesmo, e a mulher trate o marido com
todo o respeito.” Efésios 5.33 (ênfase acrescentada). Os filhos devem obedecer a seus
pais de forma justa, no Senhor, pois isto é obedecer ao quinto mandamento que é o
primeiro mandamento como promessa: “honra teu pai e tua mãe” (6.2; cf. Êx 20.12). Os
pais devem amar seus filhos, mas não se esquecer da disciplina aplicada com amor e
ensinando a temer a Deus e ensinados a rejeitar suas inclinações naturais.

Novo relacionamento cultural


Em Gênesis, Deus dá o que chamaríamos de a primeira descrição de cargo:
"Frutificai, e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a..." (Gn 1.28) A primeira frase -
"Frutificai, e multiplicai-vos” - significa desenvolver o mundo social: formar famílias, igrejas,
escolas, cidades, governos, leis. A segunda frase - "enchei a terra, e sujeitai-a" - significa
subordinar o mundo natural: fazer colheitas, construir pontes, projetar computadores,
compor músicas. Isto significa que nossa vocação ou trabalho profissional não é uma
atividade de segunda classe, algo que fazemos para pôr comida na mesa. É a grande obra
para a qual fomos criados. O modo como servimos ao Deus Criador pode ser demonstrado
ao utilizarmos, com criatividade, os talentos e dons que Ele nos deu. Poderíamos dizer que
somos chamados a continuar a obra criativa de Deus. Claro que não criamos do nada,
como Deus fez; nosso trabalho é desenvolver a capacidade e potencial que Ele construiu
na criação, usando madeira para edificar casas, algodão para fazer roupas ou silício para
fazer chips de computador. Nosso chamado não é somente "ganhar o céu", mas também
cultivar a terra; não só "salvar almas", mas servir a Deus pelo trabalho que fazemos. Pois
o próprio Deus está comprometido no trabalho de salvação (graça especial) e no trabalho
de conservação e desenvolvimento de sua criação (graça comum). Quando obedecermos
ao mandato cultural, participaremos do trabalho do próprio Deus, como agentes da sua
graça comum.

Conclusão
Só em Cristo podemos restabelecer aquilo que Deus ordenou às suas
criaturas, podendo ter um relacionamento sincero com Deus. E assim, tendo um
relacionamento com Deus, os outros tendem a ser restabelecidos: Uma família que serve
a Deus em seus relacionamentos, bem como os servos que glorificam a Deus servindo ao
seu senhor como se fosse a Cristo. Ter uma vida santa e verdadeira diante de Deus não é
ter uma vida escondida numa caverna. Como se sagrado fosse tudo aquilo que é espiritual
e secular aquilo que não é espiritual. Mas não é isso que a Bíblia nos diz, pois em tudo
que fomos fazer, fazemos para a glória de Deus Pai. Tudo na nossa vida deve ser
santificado e para glória de Deus. Nossas orações, atividades da igreja, nosso trabalho,
nossos estudos, nossa leitura da Palavra, nossa maneira de comer, nossas conversas,
nossos relacionamentos. Tudo!

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