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são milhares, mais de vinte e sete mil, como afirma René Fullop Muller, em seu
livro: Os Santos que abalaram o mundo. São de todas as condições de vida,
raças, cores, culturas, países, etc. Porém, uma coisa é comum a todos: eles
foram heroicamente bons; basta analisar a vida deles.
Muitos santos não foram tão santos antes de se colocarem nesse caminho. Um
santo vence a fraqueza. Em cada santo encontramos uma singularidade.
Os santos não foram pessoas raras e especiais que viveram numa só terra ou
numa só época particular. Pertencem a todas as épocas e a todas as
nacionalidades. O que talvez seja mais surpreendente é a enorme variedade
de personalidades entre esses santos. Eram reis e rainhas; sapateiros e
agricultores; sacerdotes, bispos, freiras; soldados; juristas; professores; donas-
de-casa e mulheres profissionais, que se elevaram às alturas da santidade.
Nenhuma classe tem o monopólio da santidade, embora talvez bispos e
religiosos, por força da sua profissão, tenham mais freqüentemente chegado à
santidade.
Texto 2 - Um grande dom do Concílio Vaticano II foi ter nos ajudado a
compreender melhor que, enquanto batizados, todos os cristãos têm igual
dignidade diante do Senhor e são irmanados pela mesma vocação, que é a
santidade. Agora, interroguemo-nos: em que consiste esta vocação universal a
sermos santos? E como a podemos realizar?
Antes de tudo, devemos ter bem presente que a santidade não é algo que nos
propomos sozinhos, que nós obtemos com as nossas qualidades e
capacidades. A santidade é um dom, é a dádiva que o Senhor Jesus nos
oferece, quando nos toma consigo e nos reveste de Si mesmo, tornando-nos
como Ele é. Na Carta aos Efésios, o apóstolo Paulo afirma que «Cristo amou a
Igreja e se entregou por ela para a santificar» (Ef 5, 25-26). Eis que,
verdadeiramente, a santidade é o rosto mais bonito da Igreja, o aspecto mais
belo: é redescobrir-se em comunhão com Deus, na plenitude da sua vida e do
seu amor. Então, compreende-se que a santidade não é uma prerrogativa só
de alguns: é um dom oferecido a todos, sem excluir ninguém, e por isso
constitui o cunho distintivo de cada cristão.
Tudo isto nos leva a compreender que, para ser santo, não é preciso ser bispo,
sacerdote ou religioso: não, todos somos chamados a ser santos! Muitas vezes
somos tentados a pensar que a santidade só está reservada àqueles que têm a
possibilidade de se desapegar dos afazeres normais, para se dedicar
exclusivamente à oração. Mas não é assim! Alguns pensam que a santidade é
fechar os olhos e fazer cara de santinho! Não, a santidade não é isto! A
santidade é algo maior, mais profundo, que Deus nos dá. Aliás, somos
chamados a tornar-nos santos precisamente vivendo com amor e oferecendo o
testemunho cristão nas ocupações diárias. E cada qual nas condições e
situação de vida em que se encontra. Mas tu és consagrado, consagrada? Sê
santo vivendo com alegria a tua entrega e o teu ministério. És casado? Sê
santo amando e cuidando do teu marido, da tua esposa, como Cristo fez com a
Igreja. És batizado solteiro? Sê santo cumprindo com honestidade e
competência o teu trabalho e oferecendo o teu tempo ao serviço dos irmãos.
«Mas padre, trabalho numa fábrica; trabalho como contabilista, sempre com os
números, ali não se pode ser santo...». «Sim, pode! Podes ser santo lá onde
trabalhas. É Deus quem te concede a graça de ser santo, comunicando-se a
ti!». Sempre, em cada lugar, é possível ser santo, abrir-se a esta graça que age
dentro de nós e nos leva à santidade. És pai, avô? Sê santo, ensinando com
paixão aos filhos ou aos netos a conhecer e a seguir Jesus. E é necessária
tanta paciência para isto, para ser um bom pai, um bom avô, uma boa mãe,
uma boa avó; é necessária tanta paciência, e é nesta paciência que chega a
santidade: exercendo a paciência! És catequista, educador, voluntário a serviço
de um movimento religioso? Sê santo tornando-te sinal visível do amor de
Deus e da sua presença ao nosso lado. Eis: cada condição de vida leva à
santidade, sempre! Em casa, na rua, no trabalho, na igreja, naquele momento e
na tua condição de vida foi aberto o caminho rumo à santidade. Não
desanimeis de percorrer esta senda. É precisamente Deus quem nos dá a
graça. O Senhor só pede isto: que permaneçamos em comunhão com Ele e ao
serviço dos irmãos.
Texto 3 - Devemos ser gente do bem, mas, antes de tudo, somos convidados a
ser santos, a seguir a nossa vocação. Se somos santos, automaticamente
somos gente do bem! Deus quer de nós santidade e radicalidade. Você
pode se questionar: "É possível viver a santidade?". Eu lhe respondo que
podemos, sim, ser luz, a chama de Deus, e ter uma vida sem pecado.
Você quer ser uma pessoa do bem? Então, atente-se para os mandamentos
deixados pelo Senhor. Se seguir essas recomendações, você terá uma vida de
santidade.
Deus nos olha com amor, por isso precisamos nos deixar ser amados pelo
Senhor. À medida que aceitarmos e abrirmos o nosso coração para Deus
seremos capazes de dizer: "Por hoje não vou pecar!". Portanto, diga e repita
com o seu coração: "Jesus me ama!". O Senhor nos ama sem nos impor
condições, porque Ele nos aceita da maneira que somos. A partir do momento
que experimentarmos o Seu amor, seremos santos.
Se você já é bom, tente ser melhor ainda. Algo que todos nos precisamos
é ser santos e santas de Deus, precisamos praticar o bem. Deus o convida
à vida em santidade. Então, levante-se e ande; dê a sua resposta a Cristo.
Texto 4 - A figura de João Batista nos mostra que precisamos deixar Jesus
aparecer através de nós. Percebam que Joao Batista ao longo de sua
caminhada vai desaparecendo para que Jesus apareça: “Convém que Cristo
cresça e eu diminua”. Jesus tem que crescer e nós diminuirmos e isso é a
essência da santidade.
Um santo é uma pessoa que se uniu tanto a Deus que diz: “eu vivo, mas não
sou eu quem vive, é Cristo que vive em mim”. Se você perguntar para a maior
parte das pessoas o que é ser santo elas vão responder: ‘é não pecar e seguir
os mandamentos’. A pessoa que não rouba, não mata, não comete adultério
não é santo. Parar de pecar é chegar na estaca zero. Enquanto você peca sua
conta está negativa. Parou de pecar? Você parou de dever. Agora vamos
começar a vida de santidade. Não basta parar de pecar, é preciso amar. Mas,
como é possível que pessoas egoístas como nós sejamos capazes de amar?
Precisamos da ajuda de Deus. Você vai se unindo a Deus e Ele vai
transformando você e o tornando capaz de amar. Mas para que Deus faça isso,
existem duas fases nessa purificação. São João da Cruz faz uma comparação
explicando como é. A madeira verde, para que se transforme em carvão, você
começa a esquentar. Nesse processo a madeira fede, vai perdendo suas
características, vai ficando mais escura, até que vira carvão. A primeira parte
da nossa purificação é algo negativo porque nós precisamos nos livrar das
coisas ruins que estão encardidas dentro de nós.
A segunda parte é quando nós nos unimos a Deus. A madeira se une ao fogo
de tal maneira que fica igual ao fogo. Assim somos nós, na nossa união com
Deus. É preciso amar como Deus ama. Precisamos passar por essas fases
espirituais para amarmos verdadeiramente o próximo, a nós mesmos e a Deus.