Você está na página 1de 4

Texto 1 – Os homens e as mulheres que a Igreja Católica chama de santos

são milhares, mais de vinte e sete mil, como afirma René Fullop Muller, em seu
livro: Os Santos que abalaram o mundo. São de todas as condições de vida,
raças, cores, culturas, países, etc. Porém, uma coisa é comum a todos: eles
foram heroicamente bons; basta analisar a vida deles.

A santidade é basicamente a estreita união do homem com Deus; desse


contato resulta a perfeição moral. Deus é santo por natureza; os homens são
santos na medida em que se aproximam d’Ele.

No céu todos os bem-aventurados estão intimamente unidos a Deus pela visão


imediata d’Ele. Isso é chamado de visão beatífica. Todos os que estão no céu
atingiram a santidade perfeita. Aqui na terra os homens são unidos a Deus por
meio da graça divina. Essa graça é um dom, livremente dado por Ele, por meio
do qual nos tornamos participantes da natureza divina, como São Pedro afirma
(cf. 2 Pd 1, 4). Quanto mais graça um homem tem, tanto mais semelhante a
Deus se torna.

Um santo canonizado foi alguém que na terra praticou a bondade heróica em


todas as suas ações. Um homem ou uma mulher não é canonizado por ter uma
só virtude. Um santo tem um controle perfeito de todas as virtudes. O santo
não faz da sua vida espetáculo. Começa pelas virtudes sólidas, comuns da
vida cristã, e depois as desenvolve até um grau extraordinário. São Vicente de
Paulo costumava dizer que um cristão não deveria fazer coisas extraordinárias,
mas sim fazer extraordinariamente bem as coisas ordinárias.

Muitos santos não foram tão santos antes de se colocarem nesse caminho. Um
santo vence a fraqueza. Em cada santo encontramos uma singularidade.

Os santos não foram pessoas raras e especiais que viveram numa só terra ou
numa só época particular. Pertencem a todas as épocas e a todas as
nacionalidades. O que talvez seja mais surpreendente é a enorme variedade
de personalidades entre esses santos. Eram reis e rainhas; sapateiros e
agricultores; sacerdotes, bispos, freiras; soldados; juristas; professores; donas-
de-casa e mulheres profissionais, que se elevaram às alturas da santidade.
Nenhuma classe tem o monopólio da santidade, embora talvez bispos e
religiosos, por força da sua profissão, tenham mais freqüentemente chegado à
santidade.
Texto 2 - Um grande dom do Concílio Vaticano II foi ter nos ajudado a
compreender melhor que, enquanto batizados, todos os cristãos têm igual
dignidade diante do Senhor e são irmanados pela mesma vocação, que é a
santidade. Agora, interroguemo-nos: em que consiste esta vocação universal a
sermos santos? E como a podemos realizar?

Antes de tudo, devemos ter bem presente que a santidade não é algo que nos
propomos sozinhos, que nós obtemos com as nossas qualidades e
capacidades. A santidade é um dom, é a dádiva que o Senhor Jesus nos
oferece, quando nos toma consigo e nos reveste de Si mesmo, tornando-nos
como Ele é. Na Carta aos Efésios, o apóstolo Paulo afirma que «Cristo amou a
Igreja e se entregou por ela para a santificar» (Ef 5, 25-26). Eis que,
verdadeiramente, a santidade é o rosto mais bonito da Igreja, o aspecto mais
belo: é redescobrir-se em comunhão com Deus, na plenitude da sua vida e do
seu amor. Então, compreende-se que a santidade não é uma prerrogativa só
de alguns: é um dom oferecido a todos, sem excluir ninguém, e por isso
constitui o cunho distintivo de cada cristão.

Tudo isto nos leva a compreender que, para ser santo, não é preciso ser bispo,
sacerdote ou religioso: não, todos somos chamados a ser santos! Muitas vezes
somos tentados a pensar que a santidade só está reservada àqueles que têm a
possibilidade de se desapegar dos afazeres normais, para se dedicar
exclusivamente à oração. Mas não é assim! Alguns pensam que a santidade é
fechar os olhos e fazer cara de santinho! Não, a santidade não é isto! A
santidade é algo maior, mais profundo, que Deus nos dá. Aliás, somos
chamados a tornar-nos santos precisamente vivendo com amor e oferecendo o
testemunho cristão nas ocupações diárias. E cada qual nas condições e
situação de vida em que se encontra. Mas tu és consagrado, consagrada? Sê
santo vivendo com alegria a tua entrega e o teu ministério. És casado? Sê
santo amando e cuidando do teu marido, da tua esposa, como Cristo fez com a
Igreja. És batizado solteiro? Sê santo cumprindo com honestidade e
competência o teu trabalho e oferecendo o teu tempo ao serviço dos irmãos.
«Mas padre, trabalho numa fábrica; trabalho como contabilista, sempre com os
números, ali não se pode ser santo...». «Sim, pode! Podes ser santo lá onde
trabalhas. É Deus quem te concede a graça de ser santo, comunicando-se a
ti!». Sempre, em cada lugar, é possível ser santo, abrir-se a esta graça que age
dentro de nós e nos leva à santidade. És pai, avô? Sê santo, ensinando com
paixão aos filhos ou aos netos a conhecer e a seguir Jesus. E é necessária
tanta paciência para isto, para ser um bom pai, um bom avô, uma boa mãe,
uma boa avó; é necessária tanta paciência, e é nesta paciência que chega a
santidade: exercendo a paciência! És catequista, educador, voluntário a serviço
de um movimento religioso? Sê santo tornando-te sinal visível do amor de
Deus e da sua presença ao nosso lado. Eis: cada condição de vida leva à
santidade, sempre! Em casa, na rua, no trabalho, na igreja, naquele momento e
na tua condição de vida foi aberto o caminho rumo à santidade. Não
desanimeis de percorrer esta senda. É precisamente Deus quem nos dá a
graça. O Senhor só pede isto: que permaneçamos em comunhão com Ele e ao
serviço dos irmãos.
Texto 3 - Devemos ser gente do bem, mas, antes de tudo, somos convidados a
ser santos, a seguir a nossa vocação. Se somos santos, automaticamente
somos gente do bem! Deus quer de nós santidade e radicalidade. Você
pode se questionar: "É possível viver a santidade?". Eu lhe respondo que
podemos, sim, ser luz, a chama de Deus, e ter uma vida sem pecado.

Você quer ser uma pessoa do bem? Então, atente-se para os mandamentos
deixados pelo Senhor. Se seguir essas recomendações, você terá uma vida de
santidade.

A nossa casa precisa ser um ambiente de Deus, precisamos seguir fielmente


os mandamentos que Ele nos deixou. É preciso conservar e cultivar o amor. O
que adianta ganhar o mundo inteiro e perder a vida eterna? Desta forma,
precisamos nos atentar para as coisas de Deus.

Para sermos pessoas do bem e cheias de Deus é necessário que sejamos


cheios do Espírito Santo.

Deus nos olha com amor, por isso precisamos nos deixar ser amados pelo
Senhor. À medida que aceitarmos e abrirmos o nosso coração para Deus
seremos capazes de dizer: "Por hoje não vou pecar!". Portanto, diga e repita
com o seu coração: "Jesus me ama!". O Senhor nos ama sem nos impor
condições, porque Ele nos aceita da maneira que somos. A partir do momento
que experimentarmos o Seu amor, seremos santos.

Reflita sobre esta frase da passagem de Marcos 10,17: 'E, pondo-se a


caminho, correu para ele um homem, o qual se ajoelhou diante dele, e lhe
perguntou: Bom Mestre, que farei para herdar a vida eterna?'
Não podemos querer simplesmente ser uma pessoa boa, devemos ir além para
sermos, verdadeiramente, homens de Deus. Nas pequenas coisas e nos
pequenos gestos, o Senhor vai nos santificando.

Se você já é bom, tente ser melhor ainda. Algo que todos nos precisamos
é ser santos e santas de Deus, precisamos praticar o bem. Deus o convida
à vida em santidade. Então, levante-se e ande; dê a sua resposta a Cristo.
Texto 4 - A figura de João Batista nos mostra que precisamos deixar Jesus
aparecer através de nós. Percebam que Joao Batista ao longo de sua
caminhada vai desaparecendo para que Jesus apareça: “Convém que Cristo
cresça e eu diminua”. Jesus tem que crescer e nós diminuirmos e isso é a
essência da santidade.

Um santo é uma pessoa que se uniu tanto a Deus que diz: “eu vivo, mas não
sou eu quem vive, é Cristo que vive em mim”. Se você perguntar para a maior
parte das pessoas o que é ser santo elas vão responder: ‘é não pecar e seguir
os mandamentos’. A pessoa que não rouba, não mata, não comete adultério
não é santo. Parar de pecar é chegar na estaca zero. Enquanto você peca sua
conta está negativa. Parou de pecar? Você parou de dever. Agora vamos
começar a vida de santidade. Não basta parar de pecar, é preciso amar. Mas,
como é possível que pessoas egoístas como nós sejamos capazes de amar?
Precisamos da ajuda de Deus. Você vai se unindo a Deus e Ele vai
transformando você e o tornando capaz de amar. Mas para que Deus faça isso,
existem duas fases nessa purificação. São João da Cruz faz uma comparação
explicando como é. A madeira verde, para que se transforme em carvão, você
começa a esquentar. Nesse processo a madeira fede, vai perdendo suas
características, vai ficando mais escura, até que vira carvão. A primeira parte
da nossa purificação é algo negativo porque nós precisamos nos livrar das
coisas ruins que estão encardidas dentro de nós.
A segunda parte é quando nós nos unimos a Deus. A madeira se une ao fogo
de tal maneira que fica igual ao fogo. Assim somos nós, na nossa união com
Deus. É preciso amar como Deus ama. Precisamos passar por essas fases
espirituais para amarmos verdadeiramente o próximo, a nós mesmos e a Deus.

Você também pode gostar