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FATESB – Faculdade de Educação Teológica

“Fonte de Belém”
PREGAÇÃO E PREGADORES

PREGAÇÃO E PRREGADORES

Elaboração: Pr. Aldemário Alves Brandão – Th,B; Th,M


 Ministro do Evangelho desde 1992
 Membro da CGADB , COMADESPE, e OMEB
 Leciona Teologia desde 1989
 Pastor Presidente da AD- Missão no Brasil
 Fundador da FATESB em 1996
 Escritor , Colunista e Conferencista

Editoração : Hellen Wilma A. Brandão

A FATESB ministra os seguintes cursos:

 Básico em Teologia
 Médio em Teologia
 Bacharelado em Teologia

 2014 Direitos reservados por FATESB – Faculdade de Educação


Teológica “FONTE DE BELÉM”

FONES: 5971-1054
fatesb@gmail.com

“Você no caminho certo”


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PREGAÇÃO E PREGADORES
INTRODUÇÃO:

A Homilética estuda a arte de falar em publico. A palavra homilética vem


de homília que significa “conversa ou conversação,” porém com o passar
do tempo sofreu mudança semântica e veio a significar discurso.
Por que as pessoas falam em público, discursando tão mal? Por que para
uns falar representa um problema e para outros traz uma satisfação? Será
que é pelo desuso das regras básicas da comunicação?
A homilética, contrariando o que muitos pensam ( até mesmo a “ ética de
púlpito”) não se restringindo apenas a comunicação verbal.
O homem ou (mulher) de Deus é um instrumento que o Senhor usa para
transmitir Sua vontade, por isso temos que aprender a nos comunicar
muito bem com povo, para que seja garantida a recepção desta mensagem,
isto é, que todos venham a entender a mensagem claramente.

PREGAÇÃO E PREGADORES

Uma das maiores necessidades em todas as igrejas nos nossos dias é a de


pessoas preparadas para pregar a Palavra de Deus.
 O pregador é acima de tudo uma testemunha (At 1.8).
 Portanto é necessário que viva a experiência de que fala ( Lc 6.45).
 Antes de sair para pregar a outros é necessário poder dizer como o
Apóstolo Paulo: Eu sei em quem tenho crido, e estou certo de que
Ele é poderoso para guardar o meu tesouro até aquele dia (II
Tm1.12).
Ser um pregador é uma honra que Deus dá a um ser humano e requer, da
parte do candidato, VOCACÃO e CHAMADA , ambas dependentes de
Deus e manifesta pelo Espírito Santo. É necessário ao vocacionado que
tenha a disposicão de servir; e para que alguém se torne servo e seja
reconhecido, e assim se faca participante dessa honra que Deus confere a
seus servos, é indispensável que haja provado ser vocacionado e que por
Deus foi chamado para seu serviço.
O escritor aos Hebreus disse que: "Ninguém toma para si esta honra, senão
o que é chamado por Deus ,como Arão" (Hb5.4).

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PREGAÇÃO E PREGADORES
O maior pregador de todos os tempos que a bíblia nos apresenta é Jesus.
Ele é o modelo por excelência. E é dele que devemos tirar exemplos para
o perfeito desempenho ministerial.

O Pregador e os sermões

Pregar não é uma tarefa fácil, pregar é comunicar a mensagem Bíblica. E


as dificuldades mais comuns da pregação bíblica encontram-se nas
seguintes áreas:

1ª Falta de preparo adequado do pregador.


A falta de estudo por parte do orador, deixa a pregação pobre e sem vida.

2ª Falta de unidade corporal na prédica.


Uma mensagem que consiste numa mera junção de versículos bíblicos, ás
vezes até desconexos, pulando de um livro para outro, sem unidade
interior, sem um tema organizador.

3ª Falta de aplicação prática ás necessidades existentes na igreja.


A mensagem deve mostrar como colocar em prática, o ensino da palavra
de Deus. Pregar toda a verdade!

4ª Falta de um bom planejamento ministerial.


O pregador eficiente tem de planejar sua pregação com antecipação.Muitos
pregadores falam sem nenhum plano ou propósito.

A arte de falar em público

Como toda arte, a Oratória também possui suas técnicas e dicas relevantes.
Seguem as principais dicas e técnicas de oratória:
1. linguagem do auditório: descobrir qual a formação intelectual, seus
principais objetivos de vida, ocupações primordiais e qual o sexo
predominante – possibilita o uso dos ternos, exemplos, analogias e
idéias valorizadas pelo auditório.

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2. razão x emoção: a dosagem correta no tom do discurso ou da
apresentação é sempre definida pela platéia. Para predominância de
intelectuais privilegie a razão. Diante de auditório menos instruído,
deve haver a predominância da emoção.
3. ilustre suas idéias: nós, brasileiros, adoramos histórias. Uma boa
palestra possui muitos quadros, imagens, fatos, analogias,
estatísticas. Conceitos devem sempre vir acompanhados de
ilustrações.
4. tenha conhecimento extra: a abordagem clara e adequada requer
vasto conhecimento e experiência sobre o assunto..
As dicas e técnicas de oratória são imprescindíveis para qualquer tipo de
palestrante que busca o crescimento e sucesso em suas conferências. A Era
do Conhecimento e a dinâmica da globalização do nosso contexto atual
obrigam os pregadores e ensinadores a buscarem aprimorar-se e buscar
maiores conhecimentos.
Com a prática o orador aprimora as dicas e técnicas de oratória e
desenvolve sua maneira peculiar de expressar-se.
5. Evite pregar cansado:
O descanso do pregador é essencial, evite pregar quando estiver
cansado. Aliás, evitar o cansaço próprio é evitar o cansaço do auditório,
além de ajudar a saúde do pregador. O dirigente da reunião, demonstrando
cansaço, já trás monotonia ao culto, imagine o pregador!

A MEDITAÇÃO DO TEXTO BÍBLICO DO SERMÃO

O pregador leigo naturalmente precisa de um bom texto para cada


sermão que prega. Para isso é necessária a meditação durante a elaboração
do sermão.

1º A quietude e o silêncio
“Procure um lugar tranqüilo”
2º A ordem do local de estudo

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“Um lugar simples, limpo e tranqüilo ajuda-o a entrar num espírito de
meditação”.
3º Tempo para a meditação
“A meditação não é um exercício mental de apenas cinco minutos.”
4° Concentração metal
"Não fique dividido em pensamento, desligue aparelhos sonoros que tire a
sua atenção”
5º Identifique-se com o texto bíblico:
 O que o texto me diz pessoalmente.
 Onde eu me encontro no texto.
 Como eu teria agido na situação desta pessoa do texto?
 Qual exemplo deve seguir, qual erro evitar?

A IMPORTANCIA DA PREPARAÇÃO DO SERMÃO

Para falar em público e ter sucesso é preciso compreender que falar é


muito mais complexo do que se imagina, principalmente quando se tem
que falar em público. As regras básicas precisam de ser levadas em
consideração. Desta forma, vejamos alguns princípios técnicos que ajudam
as pessoas que ainda têm dificuldade para se expressar em público.

1. Preparar a estrutura intelectual do discurso. Não basta ficar de pé e


falar. É necessário ter uma mente organizada para se ter o que falar.
2. Arquitetar a forma de falar. Uma apresentação pessoal bem
equilibrada faz as pessoas que estão ouvindo sentirem-se bem.
Atentar para o ritmo de fala, que é um destaque na forma de falar.
Falar rápido ou muito lentamente transtorna a percepção; Deve-se
evitar gritos e falsas emoções. Deve-se falar corretamente, sem erros
gramaticais; frases não devem ser muito extensas nem curtas demais.
Isto complica em vez de ajudar.
3. Conhecer as características de cada auditório. Muitos oradores
acham que o importante é falar, e que para isto todos escutem! Isto
não é técnico nem correto. Ao ser convocado para falar, é preciso
perguntar-se: falar a quem: Crianças, Jovens, Idosos? O grupo é
intelectualizado ou não? O assunto será apresentado a interessados
ou especialistas? Cada situação, discurso, fala tem sua estratégia.
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4. Pregar com sermão ou de improviso? Como se poderia dispensar a
preparação do sermão? Aceitando a improvisação absoluta,
esperando que o Senhor cuide da mensagem? É absurdo! Nada tem a
ver negligencia, preguiça e inércia com a inspiração do Espírito
Santo num momento de emergência, em defesa da fé, como
registrado em Marcos 13.11. Em João 14.26 diz o Mestre: “e vos fará
lembrar de tudo quanto vos tenho dito”. Observemos que “lembrar”
é rememorar, trazer á tona o que já foi aprendido. A preparação do
sermão é tarefa das mais nobres. Os princípios básicos abaixo são
validos para todos os métodos, a todos os pregadores, em qualquer
situação:
 Começar, prosseguir e encerrar a preparação da mensagem com
oração; por isso certifique-se o pregador, ao iniciar a seleção, de que
o texto escolhido é canônico;
 Escolha textos que façam sentido;
 Dê preferência a orações, frases ou expressões positivas, e a textos
curtos, que apelem para a imaginação;
 Use, de preferência, um só texto;
 Utilize-se de textos diferentes, semana após semana (exceto se
estiver fazendo estudos bíblicos de textos longos ou livros inteiros da
Bíblia)

CLASSIFICAÇÃO DE SERMÕES

As obras homiléticas diferenciam três tipos de sermão: O sermão


Temático (chamado de sermão tópico), cujos argumentos resultam do
tema, independentemente do texto; O sermão Textual, cujos argumentos
são tirados do texto bíblico; e o sermão Expositivo, cujos argumentos
giram em torno de exposição exegética completa do trecho bíblico em
pauta.
O sermão temático gira em torno de um tema; o textual, em torno de
um texto e o expositivo, em torno de um assunto.

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1. O sermão Temático (tópico)


É aquele cuja divisão é extraída do tema. Em outras palavras, divide-
se o tema, e não o texto de onde o tema é extraído.

VANTAGENS DO SERMÃO TEMÁTICO


a. É o de divisão mais fácil, é o mais simples. ( visto que é mais fácil
dividir um tema do que um texto).
b. É de lógica mais fácil. É o que mais observa a ordem e a harmonia
das partes.
c. Conserva melhor a unidade dos subpontos.
d. Permite que se discuta qualquer assunto julgado necessário;
e. Ajuda na unidade dos subpontos;
f. É mais agradável ao ouvinte intelectual;
g. É geralmente o mais claro, fácil e objetivo, levando o ouvinte a uma
melhor compreensão.
h. Possui uma boa unidade entre texto e contexto.

DESVANTAGENS DO SERMÃO TEMÁTICO


A.Encorajar o pregador a enveredar por assuntos seculares, perdendo
de vista o objetivo;
B.Pode levar o pregador ao comodismo, por não exigir muito esforço
de interpretação;
C.Exige maior imaginação e vigor intelectual, visto ser nele
indispensável o emprego de figuras de linguagem ou
pensamentos;
D. Exige do pregador comprovações escriturísticas ou bíblicas em
todas as suas afirmações ou negações, o não é fácil.

2. O sermão Textual (Analítico)


Esse tipo de sermão tem as mesmas regras e princípios válidos para os
temáticos. A divisão é a mesma.
É aquele que se baseia em perguntas feitas ao texto, tais como:
onde?que?quem?porque?para que? As respostas são dadas pelas
declarações de que o texto é constituído.

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O sermão textual é muito lógico, podendo ser nele aplicados todos os
princípios gramaticais. Deve conter texto, tema e divisão. Sendo que tanto
o tema quanto o as divisões são derivados do texto e seguem
rigorosamente sua ordem natural.
Exemplo: Romanos 1.16 “Não me envergonho do evangelho, porque é o
poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê.” Tema geral: “ O
poder do evangelho”, derivado do texto. O desenvolvimento e seus pontos,
sugerem : a) “O evangelho é o poder de Deus”; b) “ O evangelho é o poder
de Deus para a salvação”, e c) “O evangelho é o poder de Deus para a
salvação de todo aquele que crê”.
As orações textuais são reduzidas a uma expressão sintética ou palavra
que encerra o conteúdo, sendo, portanto, a essência da frase ou declaração.
É usado á análise de textos que não podem ser divididos naturalmente.
O sermão textual é útil para explicar as Sagradas Escrituras, pois
fundamenta-se exclusivamente nelas. Por isso, exige do pregador profundo
conhecimento da palavra de Deus. Oferece ainda a vantagem de levar o
pregador a estudar constantemente a bíblia. É mais útil á doutrina, além de
se prestar muito ao pregador de cultura mediana.

VANTAGENS DO SERMÃO TEXTUAL


a. É profundamente bíblico
b. É o que melhor se encaixa no doutrinamento Cristão.
c. É o mais apreciado pelo povo Cristão.

3. O sermão Expositivo
Tem o objetivo de exposição do texto sagrado. É excelente para
explicações das escrituras. Ele trata da explicação de uma unidade bíblica
de quatro ou mais versículos ou ainda de toda a bíblia.É excelente para
explicação das Sagradas Escrituras; o principal objetivo desse tipo de
sermão é a exposição do texto sagrado.
O pregador, ao prepara-lo, precisa cuidar para não fragmenta-lo demais,
quebrando sua unidade, transformando-o numa série de pequenos sermões
textuais. É ótimo para se agrupar comentários de parte sucessivas de uma
passagem bíblica longa, que não ofereça ligações entre as partes.

VANTAGENS DO SERMÃO EXPOSITIVO


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a. É apropriado a culto de ensino
b. É útil a uma interpretação natural da bíblia.
c. Prende-se exclusivamente a Palavra de Deus.
d. Dá ocasião de fazer menção de muitas passagens bíblicas.

DESVANTAGENS DO SERMÃO EXPOSITIVO


a. Pode não ter atenção, de ouvintes menos interessados.
b. Não oferece as mesmas condições dos outros para a concentração de
idéias.
c. O excessivo número de textos paralelos ou de referencias bíblicas
sobrecarrega o discurso e pode torna-lo cansativo.
O pregador e a eloquencia
A seguir recomendações que o ajudarão:
1. Domine o assunto sobre o qual irá falar.
Não acredite na sorte, no improviso, porque só com seu estudo e esforço
obterá êxito. Se não tiver tempo para dominar totalmente o assunto, use
apoios como anotações para consulta ou projeções. Não abuse destes
recursos para não evidenciar falta de preparo. Procure saber mais do que
irá expor. Imagine as perguntas que a platéia poderá fazer. Estude as
respostas. Reduza as possibilidades de risco de se perder, esquecer ou
confundir assuntos. Quando não dominamos a matéria temos medo de
esquecer algo, não sabermos a resposta para as perguntas da platéia, não
sermos eficientes na argumentação e passarmos por inseguros ou
incompetentes.
2. Pratique, pratique e pratique o que vai falar.
2.1. O ensaio é importante para você fazer uma boa ministração.
2.2. Organize uma seqüência ideal para falar.
2.3. Reorganize se preciso.
2.4. Cronômetre o discurso sempre! Respeite o tempo da platéia. Treine
em casa !!!

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Siga as dicas para o ensaio:
 Use inicialmente suas anotações. Depois, aos poucos, livre-se delas.
 Só use anotações em última necessidade.
 Pratique situações em que você olha seu roteiro e em seguida volta o
olhar para a platéia.
 Desenvolva a espontaneidade dominando totalmente o tema.
Ganhará confiança.
 Depois que ensaiou olhando as anotações, treine falar de improviso,
sem uso de roteiros, para inspirar mais credibilidade diante da
platéia.
 Pratique usando gestos, variando a intensidade da voz e a velocidade,
as pausas, depois decida qual o modo ideal de comunicar
determinado ponto.
 Pratique na frente do espelho para se observar.
 Pratique na frente de família e amigos e peça para que corrijam você
quanto à postura, gestos, fisionomia, tiques, vícios de linguagem e
intensidade da voz. Seja receptivo às críticas ou sugestões.
 Tente reproduzir as condições da apresentação para tornar mais real
o ensaio.
 Cada vez que você ensaia percebe que sua fala acaba sendo um
pouco diferente do que ensaiou. É assim mesmo. Na sua memória
ficam os pontos principais que servem de gatilho para você
improvisar o resto.
Quando não temos prática ou experiência para falar receamos ter de
enfrentar situações difíceis e demonstrar nosso nervosismo e falta de
prática diante de público. Problemas técnicos, falha de equipamentos e a
inabilidade para lidar com eles também podem causar medo. Conclusão:
prepare-se para falar ensaiando muito! Leia o texto bíblico que irá
ministrar no mínimo 15 vezes, para que sinta firmeza ao recita-lo.

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3. Procure se conhecer.

3.1. Identifique seus pontos fracos e também os positivos. O auto


conhecimento permite que a pessoa saiba quem é, como os outros a vêem e
ouvem.
3.2. A imagem que fazemos da nossa pessoa pode ser pior do que aquela
que os outros de fato observam.
3.3. Ao falar em público, nervosos, imaginamos que a imagem transmitida
é ruim. Se você não se conhece, é certo que ficará inseguro diante de
uma situação estressante como é falar em público.

4. Faça contato com os ouvintes antes de falar.


Isto funciona como quebra-gelo. Você ficará mais à vontade por não ter de
lidar com ouvintes totalmente estranhos. Cumprimente os ouvintes na
entrada, a liderança do evento e todos os que tiverem a sua volta.

5. Use todas as possibilidades para falar em público.


Quanto mais apresentações realizar, ganhará mais autoconfiança.

6. Não eliminamos totalmente o medo.


O que precisa ser combatido é o medo excessivo. Oradores experientes
controlam o medo. Sempre haverá algo desconhecido que nos deixa com
receio. Isto é positivo porque nos mantém atentos. Uma pessoa totalmente
segura, correrá o risco de se tornar negligente. Excesso de confiança pode
deixar uma pessoa arrogante. Trabalhe para controlar o medo, não para
eliminá-lo.

7. Canalize a energia do nervosismo para o entusiasmo.


O nervosismo pode ser transformado em energia positiva e emoção.
Aproveite a energia nervosa e coloque emoção nas palavras. Dê vida ao
discurso. Adrenalina e emoção são duas coisas intimamente ligadas. Faça-
as trabalharem em sintonia, não uma contra outra.

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Simplicidade, naturalidade e amor.
Veja como pode ser simples planejar e fazer preleções de sucesso.
Acompanhe passo a passo um conjunto de regras que irão ajudá-lo a falar
em público com segurança e desembaraço.
1. A naturalidade pode ser considerada a melhor regra da boa comunicação
 Se você cometer alguns erros técnicos durante uma apresentação em
público, mas comportar-se de maneira natural e espontânea tenha
certeza de que os ouvintes ainda poderão acreditar nas suas palavras
e aceitar bem a mensagem.
 Entretanto, se usar técnicas de comunicação, mas apresentar-se de
forma artificial, a platéia poderá rejeitar a sua prédica.
 A técnica será útil quando preservar suas características e respeitar
seu estilo de comunicação.
 Apresentando-se com naturalidade, irá se sentir seguro confiante e
suas comunicações serão mais eficientes.
2. Não confie na memória – leve um roteiro como apoio
 Algumas pessoas memorizam suas apresentações palavra por palavra
imaginando que assim se sentirão mais confiantes. A experiência
demonstra que, de maneira geral, o resultado acaba sendo muito
diferente. Se você se esquecer de uma palavra importante na ligação
de duas idéias, talvez se sinta desestabilizado e inseguro para
continuar. O pior é que ao decorar uma apresentação você poderá
não se preparar psicologicamente para falar de improviso e ao não
encontrar a informação de que necessita, ficará sem saber como
contornar o problema.
 Uma grande vantagem desse recurso é que você se sentirá seguro por
ter um roteiro com toda a seqüência da apresentação, ao mesmo
tempo que terá a liberdade para desenvolver o raciocínio diante do
público.
3. Use uma linguagem correta
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 Uma escorregadela na gramática aqui, outra ali, talvez não chegue a
prejudicar sua apresentação. Afinal, quem nunca comete erros
gramaticais que atire a primeira pedra. Entretanto, alguns erros
grosseiros poderão prejudicar a sua imagem e a da instituição que
estiver representando.
 Mesmo que você tenha uma boa formação intelectual, sempre valerá
a pena fazer uma revisão gramatical, principalmente quanto à
conjugação verbal e às concordâncias.
4. Tenha começo meio e fim
 Guarde essa regrinha simples e muito útil para organizar uma
apresentação: Anuncie o que vai falar, fale e conte sobre o que falou.
 Depois de cumprimentar os ouvintes e conquistá-los com elogios
sinceros, ou mostrando os benefícios da mensagem, conte qual o
tema que irá abordar.
 Ao anunciar qual o assunto que irá desenvolver, a platéia
acompanhará seu raciocínio com mais facilidade, porque saberá
aonde deseja chegar.
 Em seguida, transmita a mensagem, sempre facilitando o
entendimento dos ouvintes. Se, por exemplo, deseja apresentar a
solução para um problema, diga antes qual é o problema. Se pretende
falar de uma informação atual, esclareça inicialmente como tudo
ocorreu até que a informação nova surgisse.
 Se, eventualmente, perceber que os ouvintes apresentam algum tipo
de resistência, defenda os argumentos refutando essas objeções.
 Finalmente, depois de expor os argumentos e defendê-los das
resistência dos ouvintes, diga qual foi o assunto abordado, para que a
platéia possa guardar melhor a mensagem principal.
5. Tenha uma postura correta
 Evite os excessos, inclusive das regras que orientam sobre postura.

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 Alguns, com o intuito de corrigir erros, partem para os extremos e
condenam até atitudes que, em determinadas circunstâncias, são
naturais e corretas.
 Assim, cuidado com o “não faça”, “não pode”, “está errado” e outras
afirmações semelhantes. Prefira seguir sugestões que dizem “evite”,
“desaconselhável”, “não é recomendável”, e outras que se pareçam
com essas.
 Portanto, evite apoiar-se apenas sobre uma das pernas e procure não
deixá-las muito abertas ou fechadas. É importante que se movimente
diante dos ouvintes para que realimentem a atenção, mas esteja certo
de que o movimento tem algum objetivo, como por exemplo,
destacar uma informação, reconquistar parcela do auditório que está
desatenta, etc. caso contrário é preferível que fique parado.
 Cuidado com a falta de gestos, mas seja mais cauteloso ainda com o
excesso de gesticulação.
 Procure falar olhando para todas as pessoas da platéia, girando o
tronco e a cabeça com calma, ora para a esquerda, ora para a direita,
para valorizar e prestigiar a presença dos ouvintes, saber como se
comportam diante da exposição e dar maleabilidade ao corpo,
proporcionando, assim, uma postura mais natural.
 O semblante é um dos aspectos mais importantes da expressão
corporal, por isso dê atenção especial a ele. Verifique se ele está
expressivo e coerente com o sentimento transmitido pelas palavras.
Por exemplo, não demonstre tristeza quando falar em alegria.
 Evite falar com as mãos nos bolsos, com os braços cruzados ou nas
costas. Também não é recomendável ficar esfregando as mãos,
principalmente no início, para não passar a idéia de que está inseguro
ou hesitante.
6. Prepare-se para falar
 Assim como você não iria para a guerra municiado apenas com balas
suficientes para acertar o número exato de inimigos entrincheirados,
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também para falar não deverá se abastecer com conteúdo que atenda
apenas ao tempo determinado para a apresentação. Saiba o máximo
que puder sobre a matéria que irá expor, isto é, se tiver de falar 15
minutos, saiba o suficiente para discorrer pelo menos 30 minutos.
7. Fale com emoção
 Fale sempre com energia, entusiasmo, emoção. Se nós não
demonstrarmos interesse e envolvimento pelo assunto que estamos
abordando, como é que poderemos pretender que os ouvintes se
interessem pela mensagem?
 A emoção do orador tem influência determinante no processo de
conquista dos ouvintes.

O PREGADOR E A FALA EM PÚBLICO

Aos problemas relacionados á voz são um dos principais motivos de


licença médica de professores, locutores operadores de telemarketing e
outros profissionais que fazem uso da voz. Assim como eles, todo o
profissional que usa a voz como instrumento de trabalho e este submetido
a estresse e a condições que exijam esforço das cordas vocais – Um
ambiente que tenha de gritar para se fazer ouvir, por exemplo – pode sofrer
uma rouquidão e outros distúrbios. Para que isso venha a ser evitado, o
melhor é prevenir:
 Não principie sua mensagem em tom demasiadamente alto,
especialmente ao ar livre ou ambiente muito espaçoso. É difícil
abaixas o timbre de voz, mesmo quando se percebe que o tom está
muito alto.
 Procure abastecer cuidadosamente os pulmões, evitando falar
quando estão vazios, faça pequenos intervalos nas locuções ou
orações, para poder respirar.
 Mantenha sempre a cabeça erguida e não permita que nada
(colarinho, gravata, posição do pescoço) oprima sua garganta.
 Procure ouvir-se de forma mais natural possível, se para você
ouvir a si mesmo, for necessário falar em tom alto, é melhor pedir
mais volume de som, duque ficar fônico.
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 O Pregador deve calcular o volume de voz de acordo com o
ambiente. (fechado, aberto, ar livre). A educação da voz, o timbre
e a qualidade da voz faz parte de uma boa mensagem, o emissor
deve ter cuidados com a velocidade e tom em que prega.
 Procure tomar água durante toda a ministração.
 Se você prega freqüentemente, esqueça os seguintes alimentos:
leite, sorvete, chocolate, noz, chá, suco de limão e líquidos em
geral. Eles costumam aumentar a produção de secreção na
garganta e dando necessidade de pigarrear.
 Fuja de comidas apimentadas e temperadas demais. Digestão lenta
atrapalha a respiração e a fala.
 Consuma alimentos ricos em proteínas, que fortalecem as cordas
vocais.
 Dispense o café, que resseca a boca.
 Coma maçã diariamente, pois ela “limpa” e hidrata a faringe
(órgão que funciona como um alto-falante) deixando a voz mais
ressonante.
 Use pastilhas com moderação. “como elas tem afeito anestésico, a
pessoa continua a fazer esforço sem perceber” Observações feitas
pelo Otorrinolaringologista da Universidade Federal de São Paulo
( Unifesp) Afirmam “com o tempo, prejudicam mais do que
ajudam.”

A TONALIDADE, O RITMO E SUA CONSEQÜENCIAS

Conforme a tabela analítica apresentada a seguir, os ritmos influenciam de


forma decisiva.São Variações em p.p.m. (palavra por minuto):

 Até 60 p.p.m.-Tendência á concentração: compreensão incerta.


 Até 80 p.p.m.- Comunicação eficiente, ótimo captação:compreensão
total.
 Até 100 p.p.m.- Baixa eficácia articular, dicção sofrível:compreensão
de 30%.
 Até 120 p.p.m.- Respiração descoordenada, dicção confusa:
compreensão de 50%.

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 Até 140 p.p.m. – Ineficácia articular. Péssima dicção. Compreensão
de 30%.
 Acima de 160 p.p.m. – Grave distúrbio da comunicação, compatível
com distúrbio psíquicos, descontrole, confusão de idéias
(superposição).Compreensão totalmente bloqueada.A mais grave
forma de Compreensão (85).
Um professor que fala atropeladamente,um pastor que veicula sua
mensagem de forma muito rápida, um vendedor que expõe seu produto de
forma confusa tende não fixar no ouvinte a essência do que se quer fixar.

CONCLUSÃO: A homilética e a Oratória, tem sido das disciplinas


teológicas, mais comentada e discutida no campo teológico, tendo em vista
ser ela, a regra básica para todo e qualquer pregador. Assim como um
texto sem contexto se torna um pretexto para muitas heresias, assim
também um pregador sem conhecimento hermenêutico, exegético e
homilético pode pregar heresias por falsa interpretação bíblica. Portando
lembre-se “ Aquele que sabe e não sabe que sabe é tolo, aquele que sabe e
sabe que sabe é sábio e aquele que sabe mais finge que não sabe é
hipócrita.”

Meditação Tg 3.1 “Meus irmão não sejais muito de vós mestres, sabendo
que receberemos um juízo mais severo”.

Bibliografia:

Homilética – Ed. Graça


Como preparar sermões – Anísio Batista Dantas -CPAD
Um pregador Leigo – Jerry Stanley Key – Juerp
Exposição do Novo Testamento – Walter Liefeld –Ed. Vida Nova
Pregação ao Alcance de Todos – Hans U. Reifler – Ed. Vida Nova
Você pode falar melhor – Noélio Duarte – Juerp
Socorro!!! Tenho que preparar um sermão! – César Augusto – A.D.Santos

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