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O PESQUISADOR

MAÇÔNICO
n.º 37 – julho/Ago. 2005
Ano V

EDITORIAL ÍNDICE

C orrupção! Palavra que agora está em tamanha evidência atualmente –


lamentavelmente – que, confesso, me senti “desconfortável” e incomodado em Pág. 2 e 3
mencioná-la; além de querer “fugir” de ser mais um a discorrer sobre ela. Mas... não  Curiosidades
consegui!!!
O quadro de corrupção e degradação moral e ética que assola o nosso país fere
Pág. 4
mortalmente a dignidade e a cidadania do nosso povo, tão sofrido ao longo de séculos
de história.  Para Pensar
Sentimo-nos afrontados pela desfaçatez covarde com que os , maus brasileiros – não Pág. 5
são só os políticos - se apoderam do erário público, aproveitando-se da boa-fé e da
índole do nosso povo, mentindo, mentindo... mentindo!  Gr. Dic.Enciclopédico de
E não acreditem na sua – dos corruptos – ingenuidade, não! Eles tramaram um bem Maç. e Simbologia
urdido plano para se apoderar de um Poder Absoluto e “mudar a cara “ do Brasil. O resto (Nicola Aslan)
era discursos vazios, falsa ética e moral, para iludir ao povo.
 Biblioteca
Mas o passo foi maior que a perna! E tropeçaram feio nas próprias artimanhas!
Resta-nos a esperança de que, após esta tempestade, possa vir a BONANÇA, e Pág. 6
que possamos viver dias melhores.
 Polindo a Pedra Bruta
Exterminar a corrupção é uma utopia; mas que possamos ter um futuro com menos
ganância e um maior anseio de aumentarmos nossa riqueza espiritual.  Pílulas Maçônicas
Termino, citando VICTOR HUGO, para que possamos (TODOS) meditar a respeito:
“A suprema felicidade da vida, Pág. 7
é a convicção de ser amado,
 História Pura
por aquilo que você é...
ou melhor,
apesar daquilo que você é...” Pág. 8 à 11
 Viagem ao nosso interior
Pág. 12
Carlos Alberto dos Santos/ M...M...
 Biografia do bimestre
Pág. 13 à 14
O Pesquisador Maçônico  Depoimento
Fundação: Janeiro/2001
Editor: Ir.: Carlos Alberto dos Santos/M.: M.: Pág. 15 à 23
Revisor: Ir.: Ítalo Barroso Aslan/ M.: M.:
Registrado na ABIM sob o n.º 060-J • CADERNO DE
Os conceitos emitidos nos artigos aqui apresentados são de exclusiva responsabilidade TRABALHOS – De
de seus autores. Estudos e Pesquisas
Informativo Cultural da SOCIEDADE DE ESTUDOS ANTHERO BARRADAS, e
A... R...L...S... e de Instrução Renascimento n.º 08
Rua Nicola Aslan, 133 / Braga – Cabo Frio (RJ)
e-mail: opesquisadormaconico@ciclodagua.com.br 1
CURIOSIDADES
Phi 1,618 – DIVINA PROPORÇÃO NUMÉRICA

Todos nós já ouvimos falar em número PI. É o irracional mais famoso da história, com o qual se representa a razão constante
entre o perímetro de qualquer circunferência e o seu diâmetro (equivale a:
3,141592653589793238462643383279502884197169399375...e é conhecido “vulgarmente” como 3,1416).
Não confundir com o número Phi, que corresponde a 1,618. O número Phi (letra grega que se pronuncia “fi”), apesar de não
ser tão conhecido, tem um significado muito mais interessante.
Durante anos o homem procurou a beleza perfeita, a proporção ideal. Os gregos criaram então o retângulo de ouro. Era um
retângulo, do qual havia-se proporções do lado maior dividido pelo lado menor, e, a partir dessa proporção, tudo era construído.
Assim eles fizeram o Pathernon... a proporção do retângulo que forma a face central e lateral. A profundidade dividida pelo
comprimento ou altura, tudo seguia uma proporção ideal de 1,618.
Os egípcios fizeram o mesmo com as pirâmides: cada pedra era 1,618 menor do que a pedra de baixo, a de baixo era 1,618
maior que a de cima, que era 1,618 maior que a da 3ª fileira, e assim por diante.
Bom, durante milênios, a arquitetura clássica grega prevaleceu. O retângulo de ouro era padrão, mas depois de muito tempo,
veio a construção gótica com formas arredondadas que não utilizavam o retângulo de ouro grego.
Mas, em 1200... Leonardo Fibonacci, um matemático que estudava o crescimento das populações de coelhos, criou aquela
que é, provavelmente, a mais famosa seqüência matemática, a Série de Fibonacci.
A partir de 2 coelhos, Fibonacci foi contando como eles se aumentavam a partir da reprodução de várias gerações e chegou
numa seqüência onde o número é igual à soma dos dois números anteriores: 1,2,3,5,8,13,21,34,55,89...
1
1+1=2
2+1=3
3+2=5
5+3=8
8+5=13
13+8=21
21+13=34
E assim por diante...
Aí entra a 1ª coincidência: a proporção de crescimento média da série é... 1,618! Os números variam, um pouco acima às
vezes, um pouco abaixo, mas a média é 1,618; exatamente a proporção das pirâmides do Egito e do retângulo de ouro dos
gregos. Então essa descoberta de Fibonacci abriu uma nova idéia de tal proporção que os cientistas começaram a estudar a
natureza em termos matemáticos e começaram a descobrir coisas fantáticas.
 A proporção de abelhas fêmeas em comparação com abelhas machos em uma colméia é de 1,618;
 A proporção que aumenta o tamanho das espirais de um caracol é 1,618;
 A proporção em que aumenta o diâmetro das espirais de sementes de um girassol é de 1,618;
 A proporção em que se diminuem as folhas de uma árvore, à medida que subimos de altura, é de 1,618;
E não só na Terra se encontra tal proporção. Nas galáxias as estrelas se distribuem em torno de um astro principal numa
espiral obedecendo à proporção de 1,618 também por isso, o número Phi ficou conhecido como A DIVINA PROPORÇÃO.
Porque os historiadores descrevem que foi a beleza perfeita que Deus teria escolhido para fazer o mundo?
Bom, por volta 1500 com a vinda do Renascentismo, a cultura clássica voltou à moda... Michelangelo e principalmente Leonardo
da Vinci, grandes amantes da cultura pagã, colocaram esta proporção natural em suas obras. Mas DaVinci foi ainda mais longe;
ele, como cientista, pegava cadáveres para medir a proporção do seu corpo e descobriu que nenhuma outra coisa obedece tanto
a DIVINA PROPORÇÃO do que o corpo humano... obra prima de Deus.
Por exemplo:
- Meça sua altura e depois divida pela altura do seu umbigo até o chão; o resultado é 1,618.
- Meça seu braço inteiro e depois divida pelo tamanho do seu cotovelo até o dedo; o resultado é 1,618.
- Meça seus dedos, ele inteiro dividido pela dobra central até a ponta ou da dobra central até a ponta dividido pela
segunda dobra.O resultado é 1,618;
- Meça sua perna inteira e divida pelo tamanho do seu joelho até o chão. O resultado é 1,618;
- A altura do seu crânio dividido pelo tamanho da sua mandíbula até o alto da cabeça. O resultado 1,618;
- Da sua cintura até a cabeça e depois só o tórax. O resultado é 1,618;(Considere erros de medida da régua ou fita
métrica que não são objetos acurados de medição).
Tudo, cada osso do corpo humano é regido pela Divina Proporção.
Seria Deus, usando seu conceito maior de beleza em sua maior criação feita à sua imagem e semelhança?
Coelhos, abelhas, caramujos, constelações, girassóis, árvores, arte e o homem; coisas teoricamente diferentes, todas ligadas
numa proporção em comum.
Então até hoje essa é considerada a mais perfeita das proporções.
2
Meça seu cartão de crédito, largura/altura, seu livro, seu jornal, uma foto revelada (Lembre-se: considere erros de medida da
régua ou fita métrica que não são objetos acurados de medição).
Encontramos ainda o número Phi nas famosas sinfonias como a 9ª de Bethoven e em outras diversas obras.
Então, isso tudo seria uma coincidência?...ou seria o conceito de Unidade com todas as coisas sendo cada vez mais
esclarecido para nós?
MUITO INTERESSANTE..............

N.E.: Texto extraído da Internet (autor desconhecido).

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Causas cíveis, trabalhistas e vara de família
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Direção: Ir.: ROSELMO


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PARA PENSAR

TEXTO ESCRITO POR NIZAN GUANAES, PARANINFO DE UMA TURMA DE FORMANDOS DA FAAP

”Dizem que conselho só se dá a quem pede. E, se vocês me convidaram para paraninfo, estou tentado a acreditar
que tenho sua licença para dar alguns.
Portanto, apesar da minha pouca autoridade para dar conselhos a quem quer que seja, aqui vão alguns, que julgo
valiosos:
Não paute sua vida, nem sua carreira, pelo dinheiro.
Ame o seu ofício com todo o coração. Persiga fazer o melhor.
Seja fascinado pelo realizar, que o dinheiro virá como conseqüência. Quem pensa só em dinheiro não consegue
sequer ser um grande bandido, nem um grande canalha. Napoleão não invadiu a Europa por dinheiro. Hitler não matou 6
milhões de judeus por dinheiro. Michelangelo não passou 16 anos pintando a Capela Sistina por dinheiro. E, geralmente, os
que só pensam nele não o ganham.
Porque são incapazes de sonhar. E tudo que fica pronto na vida foi construído antes, na alma.
A propósito disso, lembro-me de uma passagem extraordinária que descreve o diálogo entre uma freira americana,
cuidando de leprosos no Pacífico, e um milionário texano. O milionário, vendo-a tratar daqueles leprosos, disse:
- ‘Freira, eu não faria isso por dinheiro nenhum do mundo”. E ela respondeu:
- ‘Eu também não, meu filho’.
Não estou fazendo com isso nenhuma apologia à pobreza, muito pelo contrário.
Digo, apenas, que pensar em realizar tem trazido mais fortuna do que pensar em fortuna.
Meu segundo conselho: pense no seu País. Porque, principalmente hoje, pensar em todos é a melhor maneira de
pensar em si. Afinal, é difícil viver numa nação onde a maioria morre de fome e a minoria morre de medo. O caos político
gera uma queda de padrão de vida generalizada. Os pobres vivem como bichos, e uma elite brega, sem cultura e sem
refinamento, não chega a viver como homens. Roubam, mas vivem uma vida digna de Odorico Paraguassú – que era
ficção, mas hoje é realidade, na pessoa de Geraldo Bulhões, Enilma e Rosângela, sua concubina.
Meu terceiro conselho vem diretamente da Bíblia: seja quente ou seja frio, não seja morno que eu te vomito. É
exatamente isso que está escrito na Carta de Laudicéia: ‘seja quente ou seja frio, não seja morno que eu te vomito’.
É preferível o erro à omissão. O fracasso ao tédio. O escândalo ao vazio. Porque já vi grandes livros e filmes
sobre a tristeza, a tragédia, o fracasso. Mas ninguém narra o ócio, a acomodação, o não-fazer, o remanso. Colabore com
seu biógrafo. Faça, erre, tente, falhe, lute. Mas, por favor, não jogue fora, se acomodando, a extraordinária oportunidade de
ter vivido.
Tendo consciência de que: cada homem foi feito para fazer história; que todo homem é um milagre e traz em si
uma evolução; que é mais do que sexo ou dinheiro. Você foi criado para construir pirâmides e versos, descobrir continentes
e mundos, e caminhar sempre, com um saco de interrogações na mão e uma caixa de possibilidades na outra.
Não use Rider; não dê férias aos seus pés. Não sente-se e passe a ser analista da vida alheia, espectador do
mundo, comentarista do cotidiano, dessas pessoas que vivem a dizer: ‘eu não disse!!?? Eu sabia!!’
Toda família tem um tio trabalhador e bem de vida. E, durante o almoço de domingo, tem que agüentar aquele
outro tio inteligente e fracassado contar tudo o que ele faria, se fizesse alguma coisa. Chega dos poetas não publicados;
empresários de mesa de bar; pessoas que fazem coisas fantásticas toda sexta de noite, todo sábado e domingo, mas que,
na segunda-feira, não sabem concretizar o que falam. Porque não sabem ansiar, não sabem perder a pose, porque não
sabem recomeçar. Porque não sabem trabalhar. Eu digo: trabalhem, trabalhem, trabalhem. De 8 à 12; das 12 às 8 e mais,
se for preciso. Trabalho, não mata. Ocupa o tempo. Evita o ócio, que é a morada do demônio e constrói prodígios.
O Brasil, este país de malandros e espertos, da vantagem em tudo, tem muito que aprender com aqueles trouxas
dos japoneses. Porque aqueles trouxas japoneses, que trabalham de sol a sol, construíram, em menos de 50 anos, a 2ª
maior megapotência do planeta. Enquanto nós, os espertos, construímos uma das maiores impotências do trabalho.
Trabalhe! Muitos de seus colegas dirão que você está ´perdendo a sua vida, porque você vai trabalhar, enquanto
eles veraneiam. Porque você vai trabalhar, enquanto eles vão ao mesmo bar da semana anterior, conversar as mesmas
conversas, mas o tempo, que é mesmo o senhor da razão, vai bendizer o fruto do seu esforço, e só o trabalho lhe leva a
conhecer pessoas e mundos que os acomodados não conhecerão. E isso se chama sucesso.”

N.E.: Colaboração do Ir.: JÚLIO FERREIRA, da ARLS São João Batista, do Or.: de Porto Alegre (RS).

4
GRANDE DICIONÁRIO ENC. BIBLIOTECA
O RITO MODERNO
DE MAÇONARIA E (A Verdade Revelada)
SIMBOLOGIA
NICOLA ASLAN

NEM NÚ NEM VESTIDO– Expressão maçônica que


retrata a preparação a que é submetido o candidato
antes da Iniciação. Segundo Mackey:
“Na simbologia bíblica nudez denota pecado, ato
imoral, e vestido, proteção. Mas o Simbolismo
Maçônico, neste particular é diferente. Assim, estar
“nem nú, nem vestido” é não ter pretensões com
relação a bens temporais ou honrarias e cargos
honoríficos, que nada representam na Maçonaria,
porém méritos internos, que exercem influência sobre a
aparência exterior do corpo, mas são recebidos como
uma recomendação para a admissão”.

NEÓFITO – É o nome que recebe o candidato, no dia de


sua Iniciação, quando, terminadas as provas, é O Rito Moderno ou Francês, praticado,
proclamado, até o final do discurso do Orador, que essencialmente, na França (pelo Grande Oriente de
completa a sua instrução. França) e na Bélgica, é também conhecido em outros
Após receber a “Luz”, o Neófito é conduzido ao topo da países, mas sendo praticado por um pequeno percentual
Coluna do Norte, precisamente a Nordeste, lugar em que, de maçons, como é o caso do Brasil, onde é praticado
outrora, os construtores das catedrais colocavam a por apenas 5% das Lojas.
primeira pedra do edifício. Por desconhecimento –na maioria das vezes – muitos
“Em grego, diz Mackey, neófitos significa o repudiam e, alguns outros, o combatem
plantado recentemente. Na primitiva igreja, designava veementemente.
alguém que tinha recentemente abandonado o judaísmo
Por praticarmos, no Brasil, ritos teístas, há uma
ou o paganismo e abraçado o cristianismo; e na igreja
“tendência” a se “torcer o nariz” para os ritos deístas,
romana, aqueles recentemente admitidos na comunhão,
também assim eram chamados. Por esta razão, este
como é o caso do Rito Moderno ou Francês. E um dos
termo também foi aplicado aos jovens discípulos de principais motivos para este posicionamento foi a
qualquer arte ou ciência. Na Maçonaria, o candidato alteração doutrinária feita pelo Grande Oriente de França
recém-Iniciado e sem instrução é, muitas vezes, assim em 1877, quando alterou, principalmente o artigo 1º das
designado.” Constituições de Anderson, tornando não-obrigatória a
crença no G.A.D.U., como pré-condição para de adentrar
na Maçonaria.
OLHO – Nos antigos mistérios, o olho simbolizava a visão Antes das críticas, necessário se faz um maior
que anula o tempo e o espaço. É o emblema da aprofundamento do conhecimento do que realmente é o
clarividência mais elevada, cuja visão o Mestre sempre Rito Moderno ou Francês. E este livro, já na sua 3ª
possuía. Na Índia, chamava-se o Olho de Shiva. Os edição, escrito a quatro mãos pelos magníficos escritores
egípcios representavam Osíris com o símbolo de um olho maçons Frederico Guilherme Costa e José Castellani,
aberto, e desenhavam este hieróglifo em todos os seus disseca tudo o que precisamos saber para podermos
templos. emitir opiniões sobre o tema (você “corre o risco” de
Na Loja, representa a Onisciência de Deus: o olho que passar a amá-lo).
nunca dorme. Também pode simbolizar a visão superior, Boa leitura
como nos antigos mistérios. Editora Maçônica “A TROLHA “ Ltda.
Segundo a intrusão de alguns Graus, o olho que figura Londrina, 2005.
nas Lojas Maçônicas significa o G.A.D.U. contemplando a
criação, ou um emblema que nos lembra a Sua eterna Carlos Alberto dos Santos
vigilância. Editor

5
POLINDO A PEDRA BRUTA
SONHO DE UNIDADE
Tenho um sonho:
De que novas “potências” se vão formando e se multiplicando e em diluições sucessivas se espraiem e que
matematicamente se igualem ao número de Lojas existentes.
O paradigma basilar da maçonaria é a liberdade. “O Maçon livre na Loja livre”.
Graças a Deus, em nossa potência os Grandes Mestres têm aceitado comandar a diversidade, sinonímia da
liberdade. Sempre nos insurgimos contra o “poder” centralizador por uma necessidade de saúde de nossas almas que se
recusam a viver na ambiguidade da liberdade própria ao Mestre realizado e a “obediência” a qualquer padrão ditatorial de
comportamento.
Recordo, através da história bem recente, dos múltiplos e variados rituais franceses dos quais alguns foram
congregados sob a forma do rito de Heredom, precursor do R.: E.: E.:A.: .Os demais, muitos, foram considerados como
apócrifos. Também pontificam em minha imaginação as oficinas autônomas do mestres construtores operativos, landmark
considerável.
Admito um poder central fiscalizador, guardião de imprescindíveis landmarks que definam por sua natureza o
desiderato maçônico. E tais landmarks poderiam ser: a crença no G.:A.:D.: U.:; a linguagem simbólico/alegórica do mundo
(sendo a maçonaria organizada um produto ocidental, europeu, o uso preferencial do simbolismo bíblico e aquele derivado
dos construtores medievais); a fixação do objetivo iniciático de progressivo evoluir do homem; a adoção da lenda de Hiram;
os sinais, toques e palavras tradicionais; a inquestionável subordinação ao BEM.
Os demais procedimentos administrativos, mutáveis e não doutrinários fariam parte de adequado Regimento
Interno.
Enfim , eis em resumo, o sonho de unidade que acalento e que ouso pensar, ganhando adesões, seja um dia
concretizado .

Renato em Cabo Frio.

PÍLULAS MAÇÔNICAS
ESTRELA FLAMÍGERA

A estrela de seis pontas, chamada Magsen David, no judaísmo, e Blasing Star (Estrela Flamejante) no Rito de
York, é formada por dois triângulos eqüiláteros entrecruzados, um de ápice superior e outro de ápice inferior, que têm as
seguintes interpretações místicas: 1) Representa as duas naturezas humanas – masculina e feminina – que se unem e se
harmonizam, formando uma só figura, embora ambas conservando suas individualidades; é o símbolo do matrimônio perfeito
e da eternidade; simboliza o macho e a fêmea que se unem para formar um novo ser, ou seja, a perpetuação da espécie.
2)Representa, também, a relação Espírito-Matéria, pois o triângulo de ápice superior simboliza a espiritualidade e o inferior, a
materialidade.
Na administração da Loja, o Venerável e os Vvig.: representam o triângulo de ápice superior (espiritualidade),
enquanto o Orador, o Secretário e o Cobridor, simbolizam o triângulo de ápice inferior (materialidade)pois a eles compete a
execução das tarefas materiais da Oficina.

Colaboração do Ir.: ANTHERO BARRADAS/ M.:M.(*)


(*) Membro da ARLS RENASCIMENTO N º 08

6
7
HISTÓRIA PURA
A REPÚBLICA INGLESA
Ir.: Valfredo Melo e Souza

Era uma vez uma república no reino britânico. Uma única vez! A República de Oliver Cromwell – a commonwealth
– proclamada em 1649, na Inglaterra. Surgiu da intolerância religiosa e do autotitarismo dos reis Jaime Charles I. Episódio
histórico vivenciado em três situações políticas conhecidas com “A Revolução Inglesa”:
1. A Revolução Puritana (1641 – 1649);
2. A República de Cromwell (1649 – 1658);
3. A Revolução Gloriosa (1666 – 1689).
É o registro histórico das idéias políticas da reforma monárquica na Inglaterra. O berço das instituições
parlamentares modernas do hoje chamado Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte, isto é, a Inglaterra, o País de
Gales e a Escócia (plantados na grande ilha britânica), e a Irlanda do Norte, anexada desde 1801.
Cromwell, num curto período, mudou o curso da história européia fixando a idéia que mais tarde iria eclodir na
França, com a deposição da monarquia e a implantação definitiva da república, embora, na Inglaterra a idéia não tenha
prosperado pois, desde então, o país nunca se tornou uma república. No conflito das idéias e das paixões, prevaleceu o
desejo de uma reforma monárquica moderada preconizada pelo Lorde General Thomas Fairfaix sobre o radicalismo de
Oliver Cromwell.
Na monarquia dos Stuarts, de um lado, o rei, os anglicanos, católicos, nobres, latifundiários, predominava o
esnobismo, o pedantismo, tudo sobre o poder absoluto do rei (que tinha poderes divinos). Eram os “cavaleiros” do rei. Do
outro lado, o parlamento, os calvinistas, presbiterianos, pequenos proprietários de terra, comerciantes, manufatureiros.
Eram os “cabeças redondas”, assim chamados por não usarem a whig (peruca dos nobres).
A nação estava em ruínas. A guerra civil instalada pelas intrigas e corrupção, que dividia o país, terminara.
Sustentado pelo exército, Cromwell logo dominou o Parlamento e o Conselho de Estado (órgão que substituía o rei). As
forças revolucionárias desbarataram o exército real, mas Cromwell não conseguiu bons resultados nas negociações de
paz, pela intransigência de ambos os lados. O rei é decapitado. É proclamada a república da Comunidade Britânica de
Nações, em referência à comunidade dos povos que integravam o reino britânico. Restava a união dos países. Cromwell
tornou-se ditador vitalício e hereditário com o título de Lorde Protetor da Inglaterra, da Escócia e da Irlanda e passou a
governar sozinho.Muitas reivindicações não foram atendidas. As estruturas feudais ainda existentes foram eliminadas,
favorecendo o livre desenvolvimento do capital. A propriedade absoluta das terras ficou legalizada favorecendo o
cercamento dos campos para a produção mercantil e de consumo.Com isso, muitos camponeses foram expulsos da área
rural ou transformaram-se em mão-de-obra assalariada.
De fundamental importância para o desenvolvimento comercial e marítimo da Inglaterra, foi a promulgação da Lei
de Navegação de 1651, estabelecendo que o transporte de mercadorias importadas para o país deveria ser feito apenas
em navios ingleses. Cromwell aumentou o domínio dos mares com navios comandados por um capitão inglês e tripulados
por uma equipagem com três quartos de ingleses.
Oliver Cromwell nasceu em Huntingdon, leste da Inglaterra, em 1599 e foi educado em um forte ambiente
calvinista e anticatólico. De profunda fé, calcada nas Escrituras, chegou a acreditar que era “um eleito de Deus na Terra”, e
sempre investiu contra as igrejas católica e anglicana na Inglaterra quando atuava no Parlamento, como deputado.
Com a morte de Cromwell (1658), seu filho Richard o substituiu no governo, mas sem o carisma e a autoridade do
pai renunciou no ano seguinte. Foi restaurada a monarquia dos Stuarts em 1660. Em 1668 a Revolução Gloriosa (assim
chamada por ocorrer sem derramamento de sangue) eleva Guilherme de Orange ao trono, que logo sanciona o “Bill of
Rights” limitando a autoridade do monarca e dando garantias ao Parlamento. Estavam assegurados os direitos civis e as
liberdades individuais de todos os cidadãos ingleses.

(*) Membro da Academia Maçônica de Letras do DF


8
Viagem ao nosso interior
Vencendo nossos Medos
“Classificamos o medo como dos piores inimigos da criatura, por alojar-se na cidadela da alma, atacando as forças mais profundas”
Eurípedes Kühl
MEDO
Segundo a Grande Enciclopédia Larousse Cultural, por definição, medo é o sentimento de inquietação, de apreensão em
face de um perigo real ou imaginário.A palavra medo relaciona-se também com receio, temor, horror, pavor, pânico.
A propósito, vejamos como se expressou sobre o medo Thomas Hobbes (1588-1679), filósofo inglês, há algum tempo
muito discutido nos meios da psicanálise:
“(...) o medo é um sentimento que nos inspira a possibilidade real de sermos afetados por um mal real, por um mal
que conhecemos pela experiência”.
Nós, espíritas, bem sabemos que além dos “males reais”, visíveis, tangíveis, existem os também reais, invisíveis,
intangíveis,do que nos dá conta a obsessão...
De início, se analisarmos desde quando o homem tem medo, certamente chegaríamos à idade da pedra lascada,
com nossos ancestrais se refugiando nos fundos das cavernas, ante os grandes perigos dos raios, dos trovões, dos
furacões, dos vulcões, dos terremotos, dos maremotos, das eclipses cósmicas,etc.
Tais acontecimentos, hoje bem explicados, antanho eram tidos como sobrenaturais e determinados por deuses
terríveis, vingativos.
Holocaustos, oferendas e promessas começaram ali e pelo jeito ainda não aplacaram a cólera daqueles deuses...
Vamos elencar algumas espécies de medo.

Medos
Medos Naturais
São aqueles medos com os quais, praticamente, todos nascemos com eles... Fogo/Grandes ruídos/Desequilíbrios/
Morte-mortos/(do) Desconhecido.
OBS: Dizer que todos nascem com medo da morte ou dos mortos, remete, aos ocidentais, à infância, quando
ainda sem despertar de todo a razão, vêem os familiares com grandes sofrimentos em velórios e enterros de parentes ou
amigos, com isso inculcando-instalando no subconsciente infantil que aquilo (a morte) é terrível...

“Medos amigos”
Os chamados “medos amigos” são aqueles ditados pela prudência e basicamente são por eles que os seres vivos mantêm
sua integridade, como por ex:
- o vegetal: procura a luz e a água, pelo que, de forma indireta está evitando a sombra e a seca, regime no qual
feneceria; -- o animal: foge de um predador ou do combate no qual esteja em desvantagem, e não o faz por
covardia, senão sim para continuar vivendo;
- o homem: num gradiente que vai ao infinito, posto que a inteligência abre um leque de infinitas hastes de
opções, sempre evitará a ação de conseqüências prejudiciais; por ex: não ultrapassar na curva, não brincar à
beira do precipício, não riscar fósforos próximo a combustíveis etc.
- Afirmamos, enfaticamente, que esses não são medos, senão sim, frutos da prudência, ditada pelo abençoado
instinto de conservação, engendrado por Deus e que nasce com todas as criaturas.
- “Medos inimigos” são os que causam prejuízos ao ser humano, não por alguma ação, mas justamente ao
contrário, pela inação, como por ex:- medo de mudanças: é um arqui-inimigo de toda a Humanidade; num
ambiente de trabalho ou de reuniões, por ex., medo de mudar de lugar pessoas/objetos/móveis...
- medo de enfrentar desafios da vida, tais como assumir responsabilidades (sejam familiares, profissionais,
sociais,).

Medos irracionais
São aqueles sentimentos que bloqueiam o raciocínio e se edificam sob bases que contrariam o bom senso, como
por exemplo:- “medo de ir ao dentista” — vejam bem, que o que se diz não é “ter medo de ser submetido a um tratamento
odontológico”, e sim, “de ir ao dentista...”.
Ora: se um pai contar para seu filho (desde criança), que antigamente eram necessárias seis pessoas para extrair
um dente (cinco para segurar o paciente e uma sexta pessoa para usar o alicate-boticão), certamente esse filho, durante
sua vida, será o primeiro a buscar o dentista, na salutar trilha da “visita de prevenção”. Se necessário tratamento, talvez até
exija “injeção” (anestesia), para só sentir uma picadinha...
9
Medos reais
Situam-se entre as inquietações que se seguem após traumas, como por exemplo:
- assalto: alguém é assaltado e passa a ter receio de voltar a ser vítima; como defesa deixa de sair de casa, até
quase que enclausurar-se por completo; o correto seria continuar normalmente saindo, mas com cuidado
redobrado; e se voltar a ser assaltado, com certeza já terá muito mais equilíbrio para proceder sem riscos;
- falar em público; alguém diz algo para algumas pessoas e é ridicularizado... aí implanta-se tal medo; mas, se
a pessoa treinar, nem que seja no banheiro, em frente ao espelho, e depois para a família, verá que aos
poucos dominará essa técnica, não sendo necessário ser um brilhante orador, mas sim alguém que fala com
clareza;
- infecção: sempre lavar as mãos é excelente, tal cuidado; só haverá problema se houver exagero...
- “andar de avião”: de fato, desastres aéreos ocorrem, mas o avião é dezenas, ou centenas de vezes mais
seguro do que automóveis...
OBS: Geralmente, esses medos se transformam em manias, daí em fobias, depois em neuroses, podendo evoluir
para psicoses...

Medos imaginários
Falsos sentimentos, pois ainda não aconteceram, mas já vivem na mente, como se reais fossem. Considerando que o
homem formula pensamentos, cuja fixação os converte em “realidade” mental, surge aqui — apenas entre nós, homens —,
o medo imaginário, isto é, temor de algo que ainda não aconteceu. Esse é o mais prejudicial dos medos, pois o medo real,
muitas vezes tem raízes no passado, a se expressar no presente. Agora: como ter medo de algo que ainda não aconteceu?
Exemplos:
- um estudante (ou muito magro, ou de pouca estatura, ou de óculos, ou algo obeso) traz em estado latente o
receio de que não será aceito e com isso evita se enturmar;
- um jovem que sofre, antecipadamente, a angústia de não arranjar namorada...
- um entregador que desde a infância não tenha sido esclarecido que os dentistas existem exatamente para
tirar “a dor de dente” e não para causar dor; esse entregador terá receio até de ir entregar uma pizza ao
coitado do profissional lá no seu consultório, que quase não tem tempo para uma alimentação calma, de tanto
que precisa trabalhar para sobreviver...
- medo de terroristas: o nível de medo pode atingir a fase do pavor, muito comum nas pessoas que sofrem a
“síndrome do pânico”
OBS: Síndrome do pânico: a expressão é originária de Pan, deus grego, tocador de flauta, que aterrorizava os
camponeses com seus chifres e pés de eqüinos; os pacientes que apresentam essa síndrome sofrem intensamente,
com graves sintomas, de vão da angústia a palpitações, sudoreses, tremores, falta de ar, náuseas, medo da loucura e
medo extremo com sensação de morte. Nos EUA, o trauma pós 11 de Setembro de 2001 (derrubada das “torres
gêmeas”, por terroristas), levou até mesmo a propaganda a colocar máscara contra gases na famosa boneca “Barbie”...

Fobias
A fobia é acompanhada de um medo exagerado e persistente (mórbido) que não tem limites em relação às causas
que o produzem. O fóbico sofre terrivelmente.
O exército de medos, nesse patamar, é quase ilimitado.
Pela Psicanálise temos que a maioria das fobias, na verdade, mascaram um perigo simbólico, cujo objeto exato
esconde-se nas fímbrias do subconsciente, que muitas vezes, como defesa subjetiva, derivando um fato real para um
perigo imaginário.
Como exemplo, podemos citar o caso de Hans, uma criança que foi psicanalisada por Freud, e que tinha “pavor” de
cavalos, aos quais, paradoxalmente, admirava... Em suas pesquisas, o grande mestre austríaco percebeu que, para Hans,
o cavalo (animal forte) era uma representação simbólica do pai, que vivia ameaçando-o de castração.
Vamos citar algumas fobias:
- claustrofobia: é a mais citada de todas as fobias e refere-se ao medo de lugares fechados: [pela teoria
junguiana — Carl Gustav Jung (1875-1961), notável psiquiatra suíço —, esse medo está relacionado ao
nascimento — o ser precisa deixar o conforto e atravessar um túnel estreito, rumo ao desconhecido...];
também se manifesta junto a multidões;
- nosofobia: o medo de adoecer, o que leva o fóbico a se julgar doente; começa pelo medo de se infectar por
micróbios e por isso até não dá a mão nos cumprimentos... essa fobia conduz rapidamente à hipocondria
(busca obcecada de tratamento para doenças inexistentes)
- agorafobia: medo de espaços abertos e amplos: (medo de deslocar-se sem ajuda); (meditando sobre essa
fobia, bem podemos calcular a coragem de Cristóvam Colombo...);
- altofobia: medo das alturas;
10
- antropofobia: medo de enfrentar a sociedade, levando o indivíduo a trágicas solidões;
- gerontofobia: medo de envelhecer... e até do convívio com pessoas idosas;
- necrofobia: medo da morte e até dos mortos;
- obesofobia: medo de engordar (fobia muito cultivada pelas jovens modelos de modas); quase sempre leva à
anorexia (perda do apetite), que é porta aberta ao comprometimento do sistema orgânico de defesa
autoimune;
- talassofobia: medo das águas, rios, etc.

VENCENDO OS MEDOS
Auto-análise
Todos nós, sem exceção, temos medos...
Disso, de alguma forma, sempre resultam grandes ou pequenos desconfortos.
Assim, impõe-se que idealizemos uma “administração” dos nossos medos.
Dizemos “administração” pois extingui-los é totalmente impossível.
Em primeiro lugar, nada melhor do que identificar e classificar o medo.
Uma vez identificados e classificados os nossos medos, o trabalho agora é realizar um mapeamento da origem deles.
Para começar, devemos ter como certeza de que a humanidade sempre se defrontou com o medo e poucos não
foram os homens que se dedicaram a explicá-lo, primeiro para poderem entendê-lo, para em seguida eliminá-lo.
Todos fracassaram, eis que o medo, enquanto sentimento de evitação do mal, é um instrumento de sobrevivência,
sem exageros, de todos os seres vivos.
Até porque há a classe de medo que é muito benéfica, como vimos.
Dessa forma, o medo tanto pode ser, em potencial, um amigo ou um grande inimigo.
Se o perigo pode ser real ou imaginário, o medo também o será.
Para um medo ser identificado necessário se torna compreender como ele se instalou, ou dizendo de outra forma,
como é que ele “apareceu”: quando, como, porquê.
Quase sempre o medo se disfarça, lançando mão de símbolos, num processo muito parecido com os sonhos, cuja
interpretação é problemática, justamente pelo simbolismo com o qual a maioria se apresenta ao sonhador.
É sob convicção que afirmamos que o medo pode e deve ser trabalhado para se tornar um incomparável
instrumento de equilíbrio no nosso dia-a-dia.
Em todos os medos, se a pessoa não conseguir dominá-los racionalmente (auto-libertação), um bom caminho a
seguir será procurar um aconselhamento:
- na fé: em primeiro lugar, orações a Deus e ao Anjo Guardião!
- na família: ouvindo a experiência dos pais e familiares mais íntimos;
- na ajuda espiritual: outra via será procurar um orientador espiritual; de nossa parte, sugerimos visita a um
Centro Espírita e um diálogo com alguém disposto a ouvir essa pessoa com tolerância e fraternidade,
sugerindo caminhos evangelhoterápicos.
OBS: Se a pessoa fizer questão, nada objeta o auxílio de um psicanalista. Devemos considerar que a
Medicina terrena e seus avanços científicos é um dos canais pelo qual mais têm aportadas benesses vindas
da Espiritualidade, a bem da Humanidade.

No Espiritismo
A Doutrina dos Espíritos leciona que todos temos um extenso passado existencial, de multiplicadas existências, que
espelham atualmente nosso painel mental de emoções e sentimentos, painel esse que se atualiza segundo a segundo.
De posse de tão transcendental entendimento, ao espírita convicto será possível iniciar, por uma enérgica e sincera
auto-reforma, um intenso e permanente tratamento, visando libertar-se de seus medos, manias, fobias, neuroses e
eventuais psicoses.
Na questão 919 de “O Livro dos Espíritos”, o Espírito Santo Agostinho nos dá preciosa maneira de nos
conhecermos a nós mesmos, através balanço diário das nossas ações, ao final de cada dia, bem como interrogação
constante à consciência. E na “Introdução” da mesma obra registrou, a propósito dos nossos temores:
“O Espiritismo mostra a realidade das coisas e com isso afasta os funestos efeitos de um temor exagerado”.
Tratando-se dessa realidade das coisas, aos espíritas acorre compreender muitos fatos da presente existência,
conjeturando que sua origem pode estar em vidas passadas.
OBS: Em Psicologia, segundo C.G.Jung, que já citamos, esse atavismo recebe o nome de “sombra”, caracterizando-se por
componentes da personalidade, formado por instintos, que produzem sentimentos e ações desagradáveis.
Sabendo que o perispírito guarda indelevelmente as chamadas “matrizes psíquicas” (fatos marcantes de outras
existências) não ficará difícil conjeturar que o medo, no presente, pode ter se originado por suicídio ou por ter sido vítima,
assim:
- medo de multidão: será que essa pessoa não foi condenada e quem sabe até apedrejada em público?
11
- medo de altura: não teria se suicidado atirando-se ou sido vítima de queda de penhascos?
- medo de água: não teria se afogado?
- medo de lugares fechados: não teria morrido num calabouço?
- medo de animais: não teria morrido sob ataque de algum deles?
Além disso, a obsessão e seus agentes ocultos fragilizam a razão do obsidiado. Daí que, vulnerável, ele se
torna quase sempre cliente de novos medos... É nesse ponto que a prece sincera e a auto-reforma carreiam-
lhe o amparo do Mais Alto.

CONCLUSÃO
O medo edifica muros altos ao discernimento, impedindo análises, reflexões e soluções para nosso dia-a-dia, qual
lanterna que se apaga na mente. Além disso, é um grande gerador de bloqueios, com perda de novas oportunidades de
aprendizado.
Infinitos medos existem e infinitas são também as maneiras de administrá-los.
Uma constante, porém, se impõe: é que o medo seja reconhecido, analisado racionalmente e aceito como parte da
estrutura emocional.
Em sendo real, a prudência dará o toque de como agir.
Contudo, se imaginário, conscientizado disso, por si mesmo, em auto-análise ou por aconselhamento, esse medo
deverá ser enfrentado pelo “medroso”.
Logo se perceberá que até o medo tem medo...
Como asseverou Santo Agostinho, qualquer medo se dissolve, diante da fé, numa enfrentação racional. Com
respeito, acrescentamos:

A luta entre o medo e a razão


É igual à da vespa contra o leão:
Incomoda sim, mas vence não!
Ir.: Sérgio Magalhães / M.: M.:

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BIOGRAFIA DO bimestre
LABATUT (Marechal Pedro)

Nasceu na cidade de Cannes, Departamento do Var, na França, no ano de 1778, sendo filho de Antônio
Labatut e D. Genoveva Alegre.
No ano de 1811, ao emigrar para a América do Sul, o ditador Torrices, de Cartagena, Colômbia, entregou a
Labatut o comando de suas forças.
Em 18/11/1811, Labatut bate os espanhóis realistas de Santa Marta, em diversos encontros, apoderando-se
de Guainaro. Apoderando-se, em seguida de Santa Marta, recebe a patente de general pelo governo de Cartagena.
No entanto, sua rudeza e a sua falta de qualidades de administrador – ao que parece – desgostou as
populações, obrigando-o a fugir de Santa Marta. Isto ocasionou sua expulsão do país, levando-o a fixar residência nas
Antilhas.
Em 1817, labatut passa para a Caiena, que então pertencia ao reino Português.
Vindo de Montevidéu, Pedro Labatut chega ao Rio de Janeiro com sua esposa, em 29/01/1819.
A Ata da 3ª sessão do Grande Oriente Brasílico, datada de 29/6/1822, relata o seguinte:

“Anunciou mais o Ir.: Presidente (Gonçalves Ledo) a próxima partida do Mac.: Obes para Montevidéu
e a do Mac.: Labatú (sic) para a Bahia, e refletiu sobre a vantagem de abrirmos por meio deles, comunicação
com as Lloj.: daquelas Províncias; portanto, que a Gr.: Loj.: decidisse se lhe convinha, pela brevidade da
partida de ambos, dispensar as formalidades exigidas nas filiações, para serem aqueles Iir.: propostos e,
sendo aprovados, filiados em uma mesma sessão de qualquer das Lojas Metropolitanas; resolveu-se pela
afirmativa. Em virtude desta resolução, foi o Ven.: da Loj.: Comércio e Artes incubido de assim o executar,
na sessão que teria lugar no dia seguinte”.
“Determinou igualmente a Gr.: Loj.: que ao Ir.: Delamar, se se filiasse amanhã, se passasse carta ao
Delegado do Gr.: Or.: na Provìncia da Bahia, para onde partia brevemente, e que se lhe dessem as
instruções necessárias para preencher esta comissão...”

Em 03/7/1822, Pedro Labatut é admitido no Exército Brasileiro no posto de Brigadeiro.


Tendo sido nomeado por D. Pedro, em 09/7/1822, comandante da expedição que seguiu com destino à
Província da Bahia contra as tropas portuguesas do General Luís Inácio Madeira de Melo, que resistiam à
independência do Brasil.Após o reconhecimento por suas diversas vitórias contra a esquadra portuguesa, Labatut foi
investido, em 22/01/1823 – por uma portaria do Ministério da Guerra – de todo o poder militar na Bahia.
Vítima da conspiração da Brigada da Esquadra – este é um simples episódio da indisciplina reinante, então,
no Exército Brasileiro e que se prolongaria ainda por duas ou três décadas – Labatut é preso, deposto do comando
geral, insultado e transferido, dias depois para a Vila de Maragogipe.
Em 05/02/1829, o Marechal Oliveira Álvares, inimigo pessoal do General Labatut, esquecendo ser ele
brasileiro naturalizado, elimina-o do exército. Em revide ao seu protesto e reclamação ao Imperador, Labatut é
intimado a deixar o país no prazo de seis dias, sendo apontado como elemento perigoso, partidário e correligionário
de José Bonifácio.
Logo após a abdicação de D. Pedro I, a Regência reintegra Labatut no exército, readmitindo-o no posto de
brigadeiro ‘em consideração à injustiça e arbitrariedade com que, sem preceder sentença e sem alguma outra
declaração foi demitido do serviço militar, quando era digno decerto de melhor sorte pelos serviços prestados à
independência do Império na expulsão dos lusitanos”.
Labatut foi reformado do serviço ativo em 30/9/1834..
Foi promovido ao posto de Marechal de Campo graduado, quatro anos depois (02/12/1839).
Mesmo tendo se retirado do serviço ativo, em 10/01/1840, Labatut é nomeado comandante das forças da
fronteira de São Paulo, em observação contra os farrapos rio-grandenses.
O Marechal Pedro Labatut, aos 76 anos de idade, morre (04/9/1849), sendo sepultado no hospício da
Piedade, na Bahia – onde viveu seus últimos anos de vida .

13
Fonte: “PEQUENAS BIOGRAFIAS DE GRANDES MAÇONS BRASILEIROS”, Ed. Maçônica – Rio de Janeiro, 1973; de NICOLA ASLAN

14
DEPOIMENTO

Nada X NadaNada = NADA!


*Coré∴*
“Errar é humano, permanecer no erro é ignorância”
(Provérbio Popular)

Com quarenta e dois anos que pesquiso, quase que diariamente, sobre Maçonaria e com nove anos trabalhando
com a Imprensa Maçônica através d’O Reunificador, me sinto plenamente à vontade para opinar com imparcialidade sobre
o desenvolvimento de nossa Instituição, pelo menos nas últimas quatro décadas.
No Brasil, Maçonaria virou uma engrenagem totalmente emperrada; com raríssimas e honrosas exceções não
funciona mesmo. O que realmente encontramos, também com honrosas e raríssimas exceções, são Irmãos realmente
empenhados, abnegados e preocupados em serem úteis à Ordem, independentemente de Potências Maçônicas.
A Maçonaria começou sua involução no Brasil em 1927, quando Mário Bhering, Grão-Mestre Geral do GOB
derrotado nas eleições, armou a trama da “Regularidade do Supremo Conselho”, para encobrir a má administração do
dinheiro do GOB que resultou na hipoteca do Palácio Maçônico do Lavradio, fundou as Grandes Lojas. Qualquer outra
explicação que se queira dar aos “motivos” de Bhering para trair o GOB, não passa de remendo novo em pano velho e foge
à realidade histórica dos fatos. Acredita quem quiser ou aquele que não tem como forte o gosto pelas pesquisas.
Em 1973 novo golpe contra o GOB: A formação dos Grandes Orientes Independentes; o motivo foi o mesmo de
1927 – A insanidade da manutenção do Poder, sendo que, desta vez, a falta de observância democrática das eleições,
partiu do Grão-Mestre Geral do GOB da época.
Daí pra cá, fundar Potências e Obediências virou moda. Bastava um Irmão perder uma “eleiçãozinha” para Ven∴ e
não demorava muito a aparecer mais uma “Potência Maçônica”. Hoje, se não temos umas 100 Potências, o número real
não está muito longe.
Apareceram as Grandes Lojas Unidas, apareceu até um tal de “Riquinho”, em São Paulo, com uma Kombi velha
ornamentada como Loj∴ na parte interna, fazendo “iniciações” dentro da mesma e em pleno centro de São Paulo. Agora já
existem “Potências” que “iniciam” e conferem, pela Internet, todos os Graus, até o 33º, mediante pagamentos, fora algumas
poucas Lojas Independentes (sem subordinação à nenhuma potência) , formando toda esta parafernália, uma verdadeira
Torre de Babel.
A grande maioria dos maçons brasileiros ainda não caiu na realidade, não gosta de ler, não tem o mínimo interesse
pela história da Ordem, é avessa à informática, mas em contra partida acredita piamente no “ouvi dizer”, ou “falaram que é
assim”; para complicar um pouco mais, a grande maioria dos VVen∴, e até dos Grão-Mestres, faz o que bem entende,
inventa rituais, cria “leis” que passam a ser verdadeiros “novos landmarques” que são aceitos pacificamente pelos incautos
e desatenciosos maçons.
Os tristes e “famosos” Tratados de Mútuos Reconhecimentos” e, as não menos famosas “Regularidades
Maçônicas”, de úteis nada trazem, a não ser fomentar discórdias e separações entre maçons brasileiros.
Maçons do porte de Breno Trautwein, Xico Trolha e Castellani, passaram suas vidas maçônicas pregando contra o
separatismo férreo que existe dentro da Ordem, mas foram vozes que pregaram no deserto, porque os interesses de
alguns grupos donos de Potência, sempre falaram e ainda falam mais alto do que a voz da lógica e da razão.
Existe de uns trinta anos para cá, uma enfermidade incurável dentro da Ordem – A febre pelo veneralato ou pelo
grão-mestrado que geralmente atinge a todos os membros de uma Loja ou de uma Potência; depois que o maçom atinge
tais postos, com raríssimas e honrosas exceções, nunca mais se conformará em não ser um “Grande-Qualquer-Coisa”.
Acha ele que, seus “conselhos e opiniões” são os únicos válidos e que, sem sua “benfazeja” interferência, nada funciona...
É dose!!!
Enquanto isto acontece, vem o inevitável que é a proliferação de lojas e de potências. Lojas aos milhares e
Potencias já passando de um cento.
O que vemos hoje são Lojas que muitas vezes não conseguem número legal para fazer suas sessões, e potências
com pouquíssimas lojas, com as mesmas características – Sem nenhuma finalidade ou representatividade!
A realidade nua e crua é que, Potência Maçônica mesmo, com representatividade em todo o território nacional é o
GOB, com suas quase, ou mais de, três mil Lojas. Fora do GOB, existem algumas com cerca de trezentas a quatrocentas
Lojas em âmbito nacional, e a grande e esmagadora maioria não tem nem representação estadual ou municipal, mas em
contrapartida as mesmas possuem seus pomposos e autoritários grão-mestres, como verdadeiros “deuses” que de útil
nada fazem a não ser participarem de festas estrondosas com muitos comes e bebes, ou melhor dizendo, com mais
“bebes”do que “comes”.
15
Acho que já passou muito da hora, dos maçons brasileiros se conscientizarem disto, e começar a inverter a
situação de uma maneira bem prática, sem brigas e simples: Pedir seu Quite-Placet em sua potência de origem e passar
para o GOB. Chegará o momento que, os próprios grão-mestres das demais potências, tomarão o mesmo caminho. O
GOB, por sua vez, reconheceria os graus dos maçons chegantes.
Outro abacaxi grave que aparece é quando um maçom perde qualquer eleição para Venerável ou para Grão-
Mestre: Há o risco de surgir uma nova Loja e/ou uma nova Potência.
Se eu ainda fosse Dep∴ Fed∴ do GOB, iria tentar, pelos meios legais, modificar os critérios para a fundação de
uma nova Loja: Seria necessário que a nova Loja começasse a funcionar com um mínimo de cinqüenta mestres-maçons,
em vez de os atuais vinte e um, sendo que em tal número teria que existir um mínimo de cinco Mestres-Instalados e todos
os componentes da nova Loja teriam que ter dez anos de filiação na Loja de origem.
Com o mínimo de cinqüenta obreiros, a nova Loja teria um prazo de, no máximo, três anos para erguer seu templo
em prédio próprio. Tal exigência não é absurda, se observarmos que, qualquer templo evangélico, com a maioria de seus
membros pobres, consegue realizar tal façanha. A Loja que não conseguisse tal objetivo, seus membros seriam
novamente integrados em outras Lojas da jurisdição. Com certeza absoluta acabaria o festival de fundação de novas Lojas!
É mais lógico e racional uma Loja com cinqüenta obreiros ativos do que uma fundada por desistentes ansiosos para serem
“ortoridades maçônicas”.
Em diversas potências o mandato de Venerável é de apenas um ano. Tal procedimento transforma a Loja em uma
verdadeira fábrica de Mestres-Instalados.
Observem ainda que, o Grão-Mestre do GOB não é plenipotenciário, mas os Grão-Mestres das demais Potencias
são .
Existem Grão-Mestres que já estão no terceiro mandato consecutivo; por mais que queiram tentar justificar tal
situação, a mesma se caracteriza simplesmente como perpetuação no poder e transmite a terrível sensação que, fora os
Grão-Mestres entronizados, não existem em tais potências obreiros com capacidade de assumirem o Grão-Mestrado.
Observem também que, os obreiros de uma potência só são realmente aceitos e entrosados dentro de suas pequenas
potências, quando no GOB são aceitos em todo o território nacional.
Ainda existe neste conturbado universo maçônico, a Maçonaria Mista que, apesar de seus bons propósitos, ainda é
uma utopia, pois de um modo geral e ainda bem pétreo, a sociedade brasileira é patriarcal, machista e conservadora.
Dificilmente, nas próximas duas décadas, será assimilada e reconhecida pelas potências maçônicas tradicionais, formadas
exclusivamente por homens, tendo em vista que, na maioria das vezes, as mulheres continuam lutando por direitos iguais,
mas ao mesmo tempo, ainda claudicam em entender e aceitar que, para que haja direitos iguais tem que haver também
deveres iguais. A mulher brasileira, com honrosas exceções, ainda não sabe abrir mão de seus pseudos direitos de
precedência sobre os homens.
Quanto à disputa acirrada pela perpetuação no poder, a Maçonaria Mista é absolutamente igual a Maçonaria
tradicional, pois é nato no ser humano a sede desenfreada pelas mordomias do poder.
Finalizando: O GOB não tem nenhuma necessidade de fazer tratados de mutuo reconhecimento com as demais
potências brasileiras, e dentro de tal assertiva deveria suspender os mesmos, como também proibir visitas de irmãos de
qualquer potência em sua Lojas.
Estaria, ao meu ver, em menos de três anos feita a tão sonhada reunificação da Maçonaria no Brasil, porque é
totalmente impossível encontrar um meio para administrar a Maçonaria que é única, por meio de mais de cem cabeças
pensantes. Atualmente, nenhum Grão-mestre tem legitimidade para falar em nome da Maçonaria no Brasil, ao passo que,
com um só Grão-Mestre, nossa Ordem seria verdadeiramente unida, ouvida e respeitada, em torno do mais alto interesse
comum que é o Brasil.

“Errar é humano, permanecer no erro é ignorância”


(Provérbio Popular)

OBSERVAÇÃO: Já pertenci a três potências maçônicas e isto me deu profundo conhecimento de causa. Com
exceção do GOB, as demais são pequenas, praticamente inoperantes, os conflitos e os interesses
puramente pessoais são enormes e quase sempre falam mais alto.
É a triste realidade do...
Nada X NadaNada = NADA!
Estou aberto pacificamente para debates.
Coré∴
M∴I∴ - Gr∴33.
Com mais de 42 anos de vida maçônica
core-annibal@infonet.com.br
16
CADERNO DE
TRABALHOS
-
De Estudos;

17
PEDAGOGIA MAÇÔNICA

Ir.; Pedro Demo(*)

A Maçonaria tem proposta peculiar de aprendizagem. Poderíamos dizer que confina com dois próceres destacados
da arte de aprender: Sócrates e Paulo Freire. De Sócrates, retira algo parecido com a “maiêutica”, método de educar pelo
questionamento irrestrito com base na habilidade de argumentar. De Paulo Freire (1997), aproveita o sentido propedêutico
da conscientização, com o objetivo de construir sujeitos capazes de história própria. No campo da educação, dificilmente
encontramos idéias propriamente novas, porque, algum dia, alguém já disse e vivenciou, com exceção de fundamentos
científicos novos, como os oriundos da biologia, que tais autores ainda não conhecem. Enquanto a ciência avança na
compreensão da aprendizagem humana, a prática histórica já colocava em marcha, desde sempre, a noção de que
aprender é basicamente a habilidade reconstrutiva política de, não aceitando limites externos nem internos, confrontar-
se com a realidade e tentar superá-la, fora de nós e dentro de nós. Perfectibilidade ilimitada.
A Maçonaria não faz compêndios de pedagogia, porque não é escola formal. Mas tem práxis exuberante de
aprendizagem da melhor qualidade, inclusive com relação a fundamentos científicos modernos e pós-modernos. A regra
crucial é: Maçom precisa saber fazer-se. Pode e deve receber orientação, é Iniciado ritualmente, participa das sessões, é
motivado a estudar doutrina e história, mas ninguém pode fazer-se maçom em seu lugar. Assim como ninguém pode
pensar, argumentar, questionar pelo outro, não se pode substituir o esforço próprio de autoconstrução do maçom. Dizem
alguns mais experimentados: não basta entrar na Maçonaria; essencial é a Maçonaria entrar na pessoa. “Entrar na pessoa”
significa que se trata de convencimento que provém de dentro, ao estilo da conscientização que não pode ser fabricada de
fora. Por tratar-se de cidadãos livres e de bons costumes, não se pode também impor qualquer paradigma que não seja
aceito a partir de convicções pessoais. Quem quer, permanece na instituição, quem não quer, se vai. Não haveria como
arrastar, atemorizar, violentar, pois seria puro instrucionismo de fora para dentro e de cima para baixo. Imbecilizaria, não
convenceria.
Paulo Freire dizia não ter resolvido bem o problema da conscientização, porque abriga enigma aparente, mas que,
na verdade, é sua dialética típica: não se pode “fazer” a conscientização do outro, pois seria destruir a própria idéia. Feita
de fora, seria inculcação, não consciência crítica, sobretudo autocrítica. O aparente enigma para o educador está no
desafio de exercer influência tão bem concebida que permita ao educando não se deixar influenciar. Se quisermos
despertar no educando a habilidade de questionar, argumentar, aprender, ´é preciso fazê-lo de tal modo que sua condição
de sujeito não se apague –é preciso influir de sorte que possa resistir à influência. Existe desafio similar na democracia:
governante democrático precisa exercer poder de tal modo que os comandados possam não ser submissos. Dito de outra
forma, deve exercer o poder de tal maneira que a população o possa controlar. Difícil certamente. Para muitos é quase
milagre, sobretudo no campo da política.
Recebemos “instruções” como Aprendiz, Companheiro, Mestre. Mas a nada disso é decisivo, se cada qual não
resolver assumir a Maçonaria. É sábia a sugestão de que, em boa parte, o aprendizado começa com o silêncio. Quem é
Iniciado, antes precisa saber ouvir, observar, acompanhar. Não lhe cabe usar da palavra, porque ainda nada tem a dizer.
Só fala se for perguntado ou designado. Este exercício de modéstia estratégica indica a receptividade necessária para que
a Maçonaria entre na pessoa. Não se trata, porém, de atitude passiva, como se fosse levado sem querer e perceber.
Ninguém pode substituir sua decisão pessoal e intransferível. Convicção não se faz. Se constrói. A Maçonaria também
aprendeu em sua história que somente vale a pena ficar com o Maçom convicto, que continua querendo aprender e elabora
seu projeto próprio de vida conforme a doutrina maçônica.
A única coisa que “amarra” o Maçom é a liberdade irrestrita de permanecer. Não sendo religião, a Maçonaria não
impõe qualquer dogma. É pluralista por vocação. Por isso mesmo, é mais que religião, porque “religa” pela via da adesão
livre e libertadora. Seus “Landmarks” são referências cultivadas e identificadoras, mas não “artigos de fé”. A única coisa de
que não abre mão é certo tipo de espiritualidade inspirada na fraternidade igualitária e nas virtudes da sociedade justa e
moral, sob a égide do Grande Arquiteto. Tais referências, entretanto, não são impostas. São apresentadas, oferecidas,
celebradas. O Maçom tem toda a liberdade de as observar, medir, sopesar, e decidir se fica com elas, ou desiste. Se ficar
com elas, continua eterno Aprendiz, no caminho da perfectibilidade infinita do ser humano. A hierarquia apenas assinala
passos ulteriores do aprendizado, mas não muda a condição de Aprendiz. Chegado a Mestre – relembrando Sócrates –
sabe ainda mais que precisa continuar aprendendo, pois Mestre é quem persiste na aprendizagem, não quem cai na
fatuidade de tudo já saber.

18
A Iniciação maçônica, ao contrário de outras iniciações autoritárias, tem muito mais a perspectiva do convite,
encantamento, aceno. Alguns resquícios de autoritarismo ainda sobrevivem no ritual (certo terror na Câmara de Reflexões,
idéia das viagens a serem vencidas com dificuldade, alguns efeitos especiais para impressionar o candidato, juramentos
em tom áspero etc.), mas isto se deve à tradição medieval, guardada até hoje de maneira já muito abrandada, pela razão
maior de que só temos futuro se tivermos passado. A identidade mais profunda da Iniciação, porém, é pedagógica: propõe
tipo de pedagogia espiritual de autoconstrução, devidamente orientada e ritual, mas no âmago livre e libertadora. O Iniciado
deixa de ser profano, em gesto típico de libertação. Não está, porém, “libertado”, pois, na realidade, “liberta-se”. O
cerimonial apenas apóia. O candidato assume.
Na “Pedagogia do Oprimido/”, Paulo Freire trabalhou a idéia forte da libertação emancipada do oprimido. Enquanto
o oprimido esperar a libertação do opressor, não pode libertar-se. Não faz sentido incorporar projeto de libertação que
venha de fora para dentro, de cima para baixo. O próprio oprimido precisa fazer-se sujeito de sua história. Sócrates, em
outro contexto, insistia que o educador não educa; apenas propicia condições de o educando se educar. Na etimologia
latina, “educar” significa “puxar de dentro”. Por isso mesmo, a Iniciação puxa de dentro, não impõe de fora. Iniciação
autêntica é, no fundo, “auto-iniciação”. Isto tem seu preço. Dizem os Mestres que bom era o tempo de Aprendiz: todos
cuidavam dele. Agora, está sozinho. Cada um por si. O preço da emancipação é andar com pernas próprias. Ninguém se
emancipa sozinho, porque somos seres sociais, mas emancipar-se implica dispensar tutela. Processo emancipatório
profundo tem como fase primeira o desespero, como diz a psicologia, pois é preciso descobrir que ninguém pode
propriamente resolver os problemas de cada um. Cada um os precisa resolver por si. O apoio que vem de fora é bom e
necessário, mas é só acréscimo. Enquanto se procura a felicidade de fora, geralmente temos, acrescida à nossa
infelicidade, também a do outro. Aprender é, por isso, na longa história maçônica da construção espiritual, saber cultivar
projeto próprio de construção, sobretudo de auto-construção. Como construtores da sociedade, são, antes de mais nada,
construtores de si mesmos.
Paulo Freire colocava, de maneira inspirada, o desafio da rebeldia salutar, quando instigava o educando a tornar-se
mestre. Problema maior do mestre é influenciar o educando de tal modo que o educando não se deixe influenciar.
Dito de outro modo: busca-se a autoridade não autoritária, ou a autoridade do argumento, que exclui o argumento de
autoridade. Enquanto se apela para a submissão, aquele que é capaz de convencer, sem vencer. A pedagogia maçônica,
desde sempre, acreditou nesta máxima: a iniciação é convite à autonomia, não ao alinhamento subalterno a idéias alheia.
A única obrigação do Maçom é não se sentir obrigado. Por isso mesmo, o landmark dos landmarks é a liberdade de
pertença, o aperfeiçoamento espiritual e moral, a disponibilidade irrestrita do sujeito livre e liberto. No patamar superior da
Maçonaria Simbólica está o “Mestre”, não à-toa: significa alguém que comanda seu destino com autonomia, conquistou o
mérito de orientar porque sabe orientar-se, é exemplo que pode ser seguido. O mais interessante é que os Mestres se
mantêm Aprendizes eternos, porque é melhor mestre o Mestre que continua aprendendo.

BIBLIOGRAFIA:
Demo, P. 2002. “Politicidade – Razão Humana”. Papirus, Campinas;
Freire, P. 1997. “Pedagogia da Autonomia – Saberes Necessários à Prática Educativa”. Paz e Terra, Rio de Janeiro.

(*) Escritor e Mestre Maçom.

N.E.: Artigo extraído da revista “EGRÉGORA”, nº 46 (Agosto/Outubro de 2004)

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BEM-VINDOS À MAÇONARIA
2ª PARTE
“Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina” (Cora Coralina)

a) O QUADRO DO APRENDIZ

01 – Três Degraus (Corpo, Alma e Espírito)


02 – Porta do Templo
03 – Delta Radiante com o OLHO SIMBÓLICO no
meio
04 – Coluna J (Jachin) e Coluna B (Booz)
05 – Romãs (a multiplicação e a União)
06 – Esquadro e Compasso (Justiça e Retidão) – O
Compasso abre-se para o Céu
07 – Prumo ou Perpendicular
08 – Nível
09 – Pedra Bruta
10 – Pedra Cúbica
11 – Prancha de Traçar
12 – Malhete e Cinzel
13 – Sol (ativo)
14 – Lua (passiva)
15 – Janela de Grades fixas
16 – Corda de 7 Nós (Artes ou Ciências Liberais)
17 – Borlas
18 – Orla Denteada (ou corda de 81 Nós)
19 – As 4 Borlas (Prudência, Temperança, Justiça e
Coragem) ou (Terra, Água, Fogo e Ar)

No início, qualquer local podia ser


transformado em Templo. Bastava desenhar com giz,
no chão, o “Quadro” simbólico do grau em que a
Oficina trabalhava. Após cada reunião, esse
“Quadro” era apagado.
Mais tarde, fez-se uso de uma tela pintada,
Este “Quadro” deveria figurar em todas as Lojas do Primeiro Grau e ser que era desenrolada por ocasião das reuniões;
comentado pelos 1ºs Vigilantes, cuja missão é despertar nos aprendizes atualmente, o Templo reproduz todos os símbolos do
o sentido simbólico. Só quando o Aprendiz conhecer bem o simbolismo “Quadro”.
de tudo o que diz respeito a seu grau é que ele estará apto a galgar o Esse “Quadro” comporta duas Colunas,
segundo grau, que fará dele um Companheiro. encimadas por Romãs, enquadrando uma Porta à
qual conduzem três Degraus; estes, seguidos de um
Adro em mosaico. Vêem-se ai também Três Janelas, uma Pedra bruta e uma Pedra cúbica pontiaguda. Uma corda com
três nós emoldura esse “Quadro”, que compreende, além disso, o Sol e a Lua, as duas Luminárias, o Esquadro e o
Compasso, a Perpendicular e o Nível, o Malhete e o Cinzel, a Prancha de traçar.
No Painel da Loja se condensam todos os símbolos que devemos conhecer; e, se bem os interpretarmos, fáceis e
muito claras ser-nos-ão as Instruções subseqüentes.
A Loja Maçônica, possui três JÓIAS MÓVEIS que são: o Esquadro, o Nível e o Prumo, assim chamadas porque são
transferidas, cada ano, aos novos Veneráveis e Vigilantes, com a passagem da Administração.
As JÓIAS FIXAS são três: a Prancheta da Loja, a Pedra Bruta e a Pedra Polida.
A Prancheta da Loja serve para o Mestre desenhar e traçar. Simbolicamente, exprime que o Mestre guia os
Aprendizes no trabalho indicado por ela, traçando o caminho que eles devem seguir para o aperfeiçoamento, a fim de
poderem progredir nos trabalhos da Arte Real. (A expressão Arte Real é um termo que tem diversas definições). Entre elas:
“A Maçonaria chama-se Arte Real, porque ensina aos homens a se governarem a si mesmos”; “a Arte Real é aquela que
leva o homem à perfeição humana”.
A Pedra Bruta (no painel acima o 9), serve para nela trabalharem os Aprendizes, marcando-a e desbastando-a, até
que seja julgada polida, pelo Mestre da Loja;
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A Pedra Polida ou Cúbica é o material perfeitamente trabalhado, de linhas e ângulos retos, que o Compasso e o
Esquadro (06) mostram estar talhado de acordo com as exigências da Arte. Representa o saber do Homem no fim da vida,
quando a aplicou em atos de piedade e virtude, verificáveis pelo Esquadro da Palavra Divina e pelo Compasso da própria
consciência esclarecida.

b) A PEDRA BRUTA
À direita e à esquerda do “Quadro do Aprendiz” figuram uma Pedra Bruta e uma Pedra Cúbica pontiaguda. Se
certos símbolos maçônicos provocaram poucos comentários, a Pedra bruta e a Pedra cúbica não estão nesse caso. Aqui
as dissertações abundam e os cursos de moral se inflam, transformando-se em rios.
A Pedra Bruta simboliza as imperfeições do espírito e do coração que o Maçom deve se esforçar por corrigir.
A Pedra bruta, com efeito, pode ser considerada como o símbolo da Liberdade, e a Pedra talhada como o símbolo
da Escravidão.
Vemos o profano apresentar-se à porta do Templo e pedir Luz. Uma Loja, justa e perfeita, proporciona-lhe essa Luz
e, ao mesmo tempo, liberta-o iniciaticamente da servidão. Livre, o neófito simbolizará sua liberdade por uma “pedra bruta”,
com a qual se identificará. E a Pedra talhada, terminada, feita de todos os preconceitos, de todas as paixões, de toda
intransigência das fórmulas absolutas, aceitas sem controle como expressão de uma verdade inexpugnável e única, fazem
do homem o escravo de seu meio.
Sim, o Aprendiz, pela Iniciação maçônica, que é um novo nascimento, reencontra o estado da natureza; ele se
liberta de tudo o que ela lhe tirou de espontâneo e de bom. (No hermetismo, a pedra bruta simboliza a primeira matéria, a
“matéria-prima” que servirá para a elaboração da “Pedra Filosofal”. – Hermetismo – Doutrina esotérica que tira o seu nome
de Hermes Trismegisto e que os primitivos gregos teriam ensinado aos iniciados). Ele reencontra a “Liberdade de
Pensamento”, e, com os “Instrumentos” que lhe são fornecidos, desbastará ele próprio a “sua pedra” e conseguirá torná-la
perfeita, imprimindo-lhe um caráter de personalidade que será seu e único.
Na Maçonaria, contrariamente ao que ocorre na maioria dos outros agrupamentos humanos, cada Irmão conserva
sua inteira liberdade; ele não pode nem deve receber nenhuma palavra de ordem suscetível de influenciar seus atos. Os
anti-maçons, que pretendem o contrário, mostram com isso um desconhecimento total acerca da verdadeira Maçonaria.

c) TRATAMENTO FRATERNO
O tratamento fraterno de você (tratamento íntimo entre iguais) é geralmente adotado pelos Maçons.
O tratamento cerimonioso do mundo profano levanta uma barreira entre os homens e também entre os irmãos. O
ideal seria a introdução obrigatória do tratamento coloquial na Loja, porque isso garante a igualdade de todos os irmãos e
permite o nascimento de um verdadeiro sentimento de união. Se uma pessoa julgou-se digna de ser recebida como
Franco-Maçom, ela é igualmente digna de ser colocada em pé de igualdade com todos os seus irmãos. Se ela se mostra
indigna dessa familiaridade, é igualmente indigna de permanecer na Loja. Aquele que se nega a ser chamada de você dá
provas de uma vaidade deveras deslocada em nosso meio.
Para a Maçonaria o maior será sempre aquele que mais disposto estiver a servir, o que mais se dedique ao bem comum.

EPÍLOGO
Coloquemos o Grande Arquiteto do Universo em nossas vidas, em nossas Lojas e não apenas em nossas palavras.
Não recusemos a prece e o estudo. Pratiquemos todo o bem de que sejamos capazes.
É preciso dedicação e estudo. Conhecimento e exercício. Sem exercitarmos o que parece termos aprendido jamais
aprenderemos.
Somos igualmente iniciados para construir o Reino do Grande Arquiteto do Universo, a principiar de nós mesmos.
Trabalhemos por mais luz no nosso próprio caminho.

Valdemar Sansão
E-mail: vsansao@uol.com.br Fone: (011) 3857-3402

Fontes consultadas:
- Ritual do Aprendiz Maçom – GLESP;
- “A Simbólica Maçônica” – Jules Boucher;
- “O DESPERTAR PARA A VIDA MAÇÔNICA”
Valdemar Sansão (aguardando publicação)

“Templo Maçônico é a atmosfera de amor, de verdade e de justiça formada pela união de corações
ávidos das mesmas esperanças sequiosos de idênticas aspirações porque sem esse isocronismo de
ação, sem essa elevação, poderá haver quando muito, grupos de homens, nunca porém Maçonaria”.
21
A ACÁCIA

A acácia é uma planta da família das leguminosas-mimosas. Trata-se de uma árvore ou arbusto de folhagem muito
leve, elegante, resistente e muito comum nas regiões tropicais e subtropicais. Fornece madeira de longa duração e, pelo
fato de não apodrecer com a umidade, nem mesmo quando diuturnamente mergulhada na água, e não ser sujeita às
pragas, adquiriu no passado oriental fama de eterna e incorruptível.
Os antigos acreditavam que tais características simbolizavam, assim, a natureza incorruptível da alma. No
Tabernáculo hebraico, eram feitos de madeira de acácia: a Arca da Aliança (Êxodo, 25-10), a Mesa dos Pães Propiciais
(Êxodo 25, 23) e o Altar dos Holocaustos (Êxodo 27-1).
Na Maçonaria, além de ser o símbolo da Grande Iniciação, a Exaltação representa, também, a pureza e a
imortalidade, além de ser o símbolo da ressureição, por influência da tradição mística dos árabes e dos hebreus. E isso
mostra claramente que essa madeira era tida como sagrada, também, pelos egípcios, já naquela época; sobretudo,
provavelmente, por causa da sua imputrescibilidade.
Símbolo da imortalidade, deduzida de sua durabilidade excepcional, e por sua tenacidade à vida; com efeito,
plantada como batente da porta, cria raízes e ramos acima da entrada. É, portanto, a representação da vida eterna,
simbolizada pela semente escondida na terra e que revive na árvore. É na certeza de que a morte simbólica de Hiram,
como a morte de Osíres e a de Cristo anunciam, não uma destruição do ser, mas a renovação ; uma metamorfose.
Nas antiguidade, os povos tiveram um respeito extremado pela acácia, chegando a ser considerada um símbolo
solar, porque suas folhas se abrem com a luz solar do amanhecer e fecham-se ao desaparecer do sol, ao final do dia; sua
flor imita o disco solar. Na China, a acácia é usada para amortalhar os mortos. Para os egípcios, era uma árvore sagrada
como, igualmente, para as tribos árabes; entre os árabes, seu nome é Houza e acredita-se ser a origem de nossa palavra
“Huzé”. Também é chamada como Hoshea, palavra sagrada usada num capítulo do R.:E.:A.:A..:. O sentimento dos
israelitas pela acácia começa com Moisés, quando da construção dos utensílios mais sagrados do Tabernáculo (Arca,
Mesa, Altar), onde a mesma foi empregada, devido, principalmente, por suas características de imputrescibilidade.
Na botânica, a acácia é uma árvore de madeira dura, e muitas espécies produzem a goma-arábica e outras
fornecem caucho, guache (fruto comestível), tanino e madeiras valiosas. Todas as espécies produzem flores perfumadas
brancas e amarelas, sendo muito usadas como plantas de adorno. A acácia existe, praticamente, no mundo todo: América
do Norte, Ásia, Índia, Egito, Norte da África, China, Austrália, Brasil – onde a espécie acácia negra constitui uma riqueza
do Rio Grande do Sul – Etc. Ela é universal.
Ir.: Willer José Guerra Schettino

22
SEDE DE CONHECIMENTO
Ir.: Valfredo Melo e Souza(*)

O sonho de armazenar todo o conhecimento do mundo é antigo. Boécio (480 – 524), com o trivium (gramática, retórica
e lógica) e o quadrivium (aritmética, geometria, música e astronomia) limitou o contexto dos saberes do mundo no século VI.
Alcuíno, a seguir, reúne as Sete Artes Liberais, base das universidades medievais. No século XVIII, Diderot e D’Alembert
expandem o campo do conhecimento com a Enciclopédia. No século atual, é cobiça da Internet ser a detentora do saber
universal. A Super Memória. Todavia, a Educação nasceu e progrediu em pequenas bolhas que, somadas, desembocaram
nesse magnífico processo de desenvolvimento cultural. Nada de planos mirabolantes.
Assim chegara o fim do século XVII com métodos de ensino pouco diferentes dos que já existiam na antiguidade. Surge
a figura de Johann Heirich Pestalozzi (1746 – 1827) cujas teorias iriam produzir importante revolução nas práticas educacionais.
Nascido em Zurich, Suíça, emérito pedagogo, adepto da educação pública, democratizou a educação abarcando as crianças das
classes menos favorecidas. Isto numa época em que a Igreja controlava, praticamente, todas as escolas e não havia
preocupação com a melhoria da qualidade de ensino.
O processo vigente era o de memorização de palavras, acompanhado de severos castigos. Foi sucessor de Rousseau
no campo da educação. Émile (1762), de Rousseau, é a narrativa de um menino criado separadamente de outras crianças e
sujeito a métodos experimentais com grande influência na madura educação elementar.
Numa obra antológica, “Gertrudes Ensina a seus Filhos” (1801), Pestalozzi descreveu o sistema então existente:
“Deixamos que as crianças gozem plenamente as delícias da natureza até os cinco anos de idade; depois interrompemos
despoticamente essa agradável liberdade... confinamo-las como ovelhas amontoadas em salas malcheirosas; acorrentamo-las
durante horas, dias, semanas, meses, anos à contemplação de letras monótonas e sem atrativos” As mais pobres eram
excluídas. Nesta obra ele desenvolve seu plano de trabalho com um tratamento mais humano e inclui os pobres.
Sua primeira experiência se deu em 1774, transformando a casa da fazenda em escola para filhos de lavradores e
outros abandonados. Trabalhos práticos, serviços domésticos, fiação e tecelagem, lições elementares de leitura, escrita e
aritmética. Não havia memorizações, nem pancadas. Foi um sucesso, mas, sem recursos, não prosperou.
Uma segunda experiência, de 1799 a 1804, em Burgdorf, Suíça, Pestalozzi fundou um instituto para formar professores
com as diretrizes de seu “Como Gertrudes Ensina a Seus Filhos”.
Depois, de 1805 a 1825, veio a escola de Yverdum que oferecia cursos de treinamento industrial para meninos e
meninas, formando professores. Intelectuais da Europa e da América acorreram ao local, em visita à famosa instituição. Os
métodos pestalozianos foram divulgados por professores que ali haviam feito o curso de preparação.
Um dos princípios básicos de Pestalozzi era que a personalidade do indivíduo é sagrada. Toda criança era considerada
uma pessoa com natureza própria e era dever do professor desenvolver ao máximo essa personalidade. O ensino devia ser feito
por meio da experiência, da observação e do manuseio de objetos reais. Deu-se a expansão do currículo. Além da leitura, escrita
e aritmética, os alunos aprendiam canto, desenho, cartonagem, modelagem, jardinagem, história natural, geologia, cálculo
mental e geografia. Um grande esforço para despertar o interesse do aluno. Sem a exigência da memorização, a escrita se
corporificou. A leitura era ensinada por meio de palavras, não por letras isoladas.
No século XIX a influência de Pestalozzi contagiou o mundo, na liberdade de idéias, na educação, na comunicação
escrita.
Por isso, abraço uma convicção estética e comportamental: sem os nossos clássicos jornais é impossível criar uma
precisa visão do mundo. O jornal terá sempre um papel decisivo neste e nos outros séculos vindouros, no campo do
conhecimento.

(*) MI; membro da Academia Maçônica de Letras do DF

AUGUSTA E RESPEITÁVEL LOJA SIMBÓLICA DE PESQUISAS MAÇÔNICAS DO


ESTADO DO RIO DE JANEIRO “NICOLA ASLAN”

(Fundada em 25/08/1995)
LOJA ITINERANTE
Reuniões trimestrais (meses de : Março, Junho, Setembro e Dezembro)

23
“À GLÓRIA DO GRANDE ARQUITETO DO UNIVERSO”
CIÊNCIA, RELIGIÃO E MAÇONARIA
A Maçonaria vem demonstrar a realidade, rasgando o véu
que a oculta a muitas criaturas. Mas não pode impor suas
verdades a quem não as quer aceitar ou aos que não têm
ainda condições para a aceitação.

Os 288 anos decorridos desde a Instituição da Maçonaria Especulativa,


foram pródigos em notáveis avanços no terreno dos conhecimentos e da
tecnologia no mundo.
Os homens desenvolveram e retificaram as ciências, no que se refere à
matéria, dominaram o espaço do Planeta, chegaram à Lua, foram ao fundo
dos oceanos, venceram obstáculos de várias ordens, dominaram doenças
milenares do corpo, avançaram muito no que concerne à vida transitória na
Terra.
Entretanto, o conhecer-te a ti mesmo permanece como desafio ao
homem, há 2500 anos.
Esse desafio demonstra quão difícil se torna ao homem o conhecimento
da realidade de si próprio, de sua individualidade, e das leis que regem a
vida, pela eternidade.
A Humanidade tem propensão para enfrentar os problemas que dizem
respeito à vida transitória, mas tem muita dificuldade no entendimento da vida
eterna, apesar das religiões milenares que estão no mundo.

a) Ciência
Ciência – Como as Letras e as Artes, as Ciências compõem todo o
domínio do espírito humano.
Na antiguidade a Ciência, que os gregos denominavam Sofia ou Filosofia, era pouco extensa e era fácil a um só
homem abarcá-la toda.
A Ciência, envolta com o engenhoso simbolismo dos graus, é a base do sábio sistema iniciático praticado pela
Maçonaria.
Se as ciências cultivadas pelos homens têm por escopo o conhecimento da verdade, nada justifica a separação e até o
combate entre cientistas e maçons, uma vez que uns e outros estão sempre em busca da verdade, dos fatos, das
realidades, das leis naturais.
O que tem ocorrido é que as ciências, que se têm desenvolvido através de observações, de experiências, de
descobertas de leis naturais e métodos próprios, só se preocupam com um dos elementos do Universo – a matéria –
deixando de lado o outro elemento, de vital importância – o espírito.
Aquele que se limita a pesquisar no infinito faz ciência. Se sua imaginação se inflama, se sua alma se emociona e
impõe regras morais que lhe tracem a conduta, pratica, desde então, uma religião.

b) Religião
Religião – Vários são os conceitos formados para a definição da religião. Segundo uns, é o conjunto das crenças, dos
sentimentos e dos atos que religam (de religare) o homem a Deus e que lhe dão a solução dos problemas relativos ao seu
destino. Outros fazem derivar esta palavra de religere, adorar com temor e respeito. Para outros, enfim, é o culto prestado
a uma divindade, representando uma etapa da civilização humana, e, fundado por um “Instrutor” (Buda, Zoroastro, Moisés,
Platão, Orfeu, Maomé e Cristo), enviado ao mundo para preparar uma nova fase na vida social, moral e intelectual.
Os grandes desvios da Igreja, desde o acordo com o Imperador Constantino, em 312 e 325; o grande delito jurídico
perpetrado a 13 de outubro de 1307, sob a tiara de um papa, quando o Gr.’. M.’. da ex-Ordem do Templo Jacques De
Molay foi condenado por se ter recusado a confissões arrancadas pela fraude, visando o poder temporal e interesses
materiais, até os nossos dias, quando seu chefe pede perdão pelos erros cometidos, ao mesmo tempo que reafirma a
infalibilidade papal, aprovada no Concílio de 1870, estão a demonstrar a profunda diferença entre a Maçonaria e a Doutrina
das Igrejas denominadas cristãs.
Como conciliar um Cristianismo instigador das guerras das Cruzadas, instituidor da Inquisição e do Tribunal do Santo
Ofício, perseguidor de judeus, muçulmanos, espíritas, assim como a bula de excomunhão contra a Maçonaria, de triste
memória “In Eminenti Apostolatus Specula”, lançada em 1738 pelo papa Clemente XII (1652 – 1741), presunçosa,
24
orgulhosa, violenta, em total divergência com os ensinos do Cristo, que têm por base o amor a Deus e ao próximo, o
perdão aos inimigos, a tolerância, a indulgência para com todos.

c) Maçonaria
A Doutrina Maçônica possuí os seus aspectos essenciais. Não cerceia seu adepto que se dedique à ciência que a
cultive em sua dignidade, que se devote à filosofia que lhe divinize as aspirações, mas que a base maçônica permaneça
em tudo e todos, para que não venhamos a perder o equilíbrio sobre os alicerces em que se levanta a Ordem. Daí a
necessidade de que a ninguém seja possível interpretar nossos símbolos, segredos e alegorias, nossas Leis ao sabor de
suas paixões e interesses diversos, nem falsear o sentido dessas Leis.
A Maçonaria não é um movimento filosófico admitindo toda a orientação de opinião. A verdadeira Maçonaria é um culto
para conservar e difundir a crença na existência de Deus, para ajudar os Maçons a regularem a sua vida e conduta sobre
os princípios de sua própria religião, qualquer que ela seja, mas ela deve ser uma religião que exija a crença em Deus
como ser supremo e deve possuir um livro sagrado sobre o qual o Iniciado possa prestar juramento à Ordem.
Nenhuma hostilidade, nenhum desapreço a quem quer que seja. Acontece, porém, que temos a necessidade de
preservar os fundamentos maçônicos, honrá-los e sublimá-los, senão acabaremos estranhos uns aos outros, ou mutilados
em nossos melhores anseios, convertendo o movimento de lutar por uma Humanidade melhor, mais feliz e mais próxima
da Verdade.
Estudar, ensinar, aconselhar, mas exemplificar. Nada que lembre castas, discriminações, evidências individuais
injustificáveis, privilégios, imunidades, prioridades.
O ensino maçônico tem que ser claro e sem equívocos, para que ninguém possa pretextar ignorância e para que todos
o possam julgar e apreciar com a razão.

d) Conclusão
O cientista se utiliza do método científico para estudar um fato e interpretá-lo. No campo religioso, é a partir da crença
ou da fé que se interpreta o fato. Na constante observação da ação de seus adeptos, a Maçonaria pelo aperfeiçoamento do
coração, pelo trabalho, pela prática da Moral e pela observação da Ciência, não permite que seja esquecido que devemos
procurar sempre a mais iluminada e mais profunda compreensão das religiões, com o sentimento de tolerância e
solidariedade, que nasce da sincera comunhão entre Irmãos, com a Liberdade que aspira Luz e Igualdade para que se
possa solidificar os sentimentos de Fraternidade.
O homem, nascido em uma religião, contrai o hábito de só crer, porque nela vê a única verdade religiosa possível, ou
melhor, a prova da falsidade das outras.
A Maçonaria que não é de nenhuma época, pertence a todas as épocas; não sendo de nenhuma religião, encontra em
todas as religiões as suas grandes verdades, encara cientificamente a idéia religiosa, suas origens, sua evolução, as
influências recíprocas das diferentes doutrinas, respeitando a todas, com a sinceridade da ciência.
Não resta dúvida que o materialismo deve ser destruído e a Maçonaria é, no mundo atual, seu grande opositor, uma
vez que as religiões tradicionais, por seus desvios e enfraquecimento, se tornaram impotentes para se lhe oporem.
Em cada Loja, o mais forte deve ser escudo do mais fraco, o mais esclarecido a luz para o menos esclarecido, e
sempre seja o Aprendiz o mais protegido e o mais auxiliado, que seja maior aquele que se fizer o servidor de todos.
É necessário definirmos objetivos que devemos alcançar, sem sermos apressados, porquanto não nos compete
violentar consciência alguma, mantendo o projeto de irmanar, aproximar, confraternizar e compreender.
Trabalhemos, pois, conscientes, aproveitando a oportunidade de servir que se nos oferece, unindo nossas mãos,
nossos esforços e nossos sentimentos nessa grande obra, não perdendo de vista essa realidade de suma importância – a
total vinculação da Sublime Instituição, sem os desvios impostos pelos interesses dos homens.
Sigamos em frente buscando a inspiração do Grande Arquiteto do Universo.

Valdemar Sansão
E-mail: vsansao@uol.com.br Fone: (011) 3857-3402

Fontes Consultadas:
- Rituais Maçônicos;
- Grande Dicionário Enciclopédico de Maçonaria e Simbologia – Nicola Aslan;
- “O Despertar para a Vida Maçônica” – Valdemar Sansão (aguardando publicação)

Superando os homens o preconceito contra o que lhes é desconhecido, se desvenda à humanidade,


com extraordinário progresso para as ciências e as religiões, a Maçonaria desvenda toda a riqueza a par de
conquistas importantes, como a Liberdade, a Igualdade, ao lado da Fraternidade, como aspiração para toda
a Humanidade.
25
O PESQUISADOR
MAÇÔNICO

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