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8º ano: Simulado II – Língua Portuguesa

1. Assinalar a oração que começa com um adjunto adverbial de tempo:


a) Com certeza havia um erro no papel do branco.
b) No dia seguinte Fabiano voltou à cidade.
c) Na porta, (...) enganchou as rosetas das esporas...
d) Não deviam tratá-lo assim.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:


"Sobre a história do arquipelago, explicou que fora doado pelo Rei de Portugal, em
1504, a Fernão de Noronha. O primeiro nome fora ilha de São João. Naqueles tempos era
comum batizar os lugares com o nome da festa religiosa do dia da descoberta. Pode-se dizer,
então, que ela foi vista pela primeira vez por olhos de navegantes europeus num dia 24 de
junho, entre 1500 e 1503.
(Abdias Moura, em o SEGREDO DA ILHA)

2. Em qual alternativa a expressão não exerce, no Texto, a função de adjunto adverbial?


a) "... em 1504 ..."
b) "Naqueles tempos ..."
c) "... pela primeira vez ..."
d) "... pelo Rei de Portugal ..."

3. – No futuro, ao mapear o cérebro das pessoas cientificamente, poderemos saber se o


acusado de um crime está mentindo ao se declarar inocente.

Achei aquilo impressionante. Primeiro, porque era impressionante em si, e depois, porque eu
não conseguia imaginá-la fazendo algo assim. Parecia um ramo de estudo excessivamente
futurista para a minha princesa oriental. Seu interesse no assunto, contudo, era evidentemente
sincero.

LACERDA, Rodrigo. O Fazedor de Velhos. São Paulo: Companhia das Letras, 2017. p. 84.

O termo em destaque pode ser substituído, sem alterar o sentido do texto, por
a) portanto.
b) todavia.
c) então.
d) assim.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:


Trecho do livro A Guerra dos Tronos – As crônicas de gelo e fogo, Livro um, de George R.R.
Martin, que trata de uma conversa entre os personagens Jon Snow e Tyrion Lannister.

“– Por que lê tanto?


Tyrion ergueu os olhos a ouvir aquela voz. Jon Snow estava a alguns pés de distância,
olhando-o com curiosidade. Fechou o livro sobre um dedo e disse:
– Olhe para mim e diga o que vê.
O rapaz observou-o com suspeita.
– Isso é algum truque? Vejo você. Tyrion Lannister.
Tyrion suspirou.
– Você é notavelmente gentil para um bastardo, Snow. O que vê é um anão. Você tem
o quê? Doze anos?
– Catorze. Disse o rapaz.
– Catorze, e é mais alto do que alguma vez serei. Minhas pernas são curtas e tortas, e
caminho com dificuldade.
Necessito de uma sela especial para não cair do cavalo. Uma sela de minha própria
concepção, talvez lhe interesse saber. Era isso ou montar um pônei. Meus braços são
suficientemente fortes, mas, uma vez mais, curtos demais. Nunca serei um espadachim. Se

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tivesse nascido camponês, provavelmente me teriam abandonado para que morresse, ou


vendido para a coleção de aberrações para algum negociante de escravos. Mas, ai de mim!
Nasci um Lannister de Rochedo Casterly, onde as coleções de aberrações são das mais
pobres. Esperam-se coisas de mim. Meu pai foi mão do Rei durante vinte anos. Aconteceu que,
mais tarde, meu irmão matou esse mesmo rei, mas minha vida está cheia dessas pequenas
ironias. Minha irmã casou-se com o novo rei e meu repugnante sobrinho será rei depois dele.
Devo cumprir minha parte pela honra da minha Casa, não concorda? Mas como? 1Bem,
poderei ter as pernas pequenas demais para o corpo, mas minha cabeça é grande demais,
embora eu prefira pensar que tem o tamanho certo para a minha mente. Possuo um
entendimento realista das minhas forças e fraquezas. A mente é a minha arma. Meu irmão tem
a sua espada, o Rei Robert, o seu martelo de guerra, e eu tenho a mente... e uma mente
necessita de livros da mesma forma que uma espada necessita de uma pedra de amolar para
se manter afiada.
Tyrion deu uma palmada na capa de couro do livro:
2
– É por isso que eu leio tanto, Jon Snow.

Disponível em: http://valeapenalerumlivro.blogspot.com/2013/10/tyrion-guerra-


dostronos_20.html, acesso em 10 de maio de 2019.

4. A conjunção sublinhada no enunciado “Bem, poderei ter as pernas pequenas demais para o
corpo, mas minha cabeça é grande demais...” (referência 1) foi usada para expressar a ideia de
a) causa.
b) consequência.
c) oposição.
d) finalidade.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:


O PODER DA LITERATURA
José Castello
1
Em um século dominado pelo virtual e pelo instantâneo, que poder resta à literatura?
Ao contrário das imagens, que nos jogam para fora e para as superfícies, a literatura nos joga
para dentro. Ao contrário da realidade virtual, que é compartilhada e se baseia na interação, 2a
literatura é um ato solitário, nos aprisiona na introspecção. Ao contrário do mundo instantâneo
em que vivemos, dominado pelo “tempo real” e pela rapidez, a literatura é lenta, é indiferente
às pressões do tempo, ignora o imediato e as circunstâncias.
Vivemos em um mundo dominado pelas respostas enfáticas e poderosas, enquanto a
literatura se limita a gaguejar perguntas frágeis e vagas. A literatura, portanto, parece caminhar
na contramão do contemporâneo. Enquanto o mundo se expande, se reproduz e acelera, 3a
literatura contrai, pedindo que paremos para um mergulho “sem resultados” em nosso próprio
interior. Sim: a literatura – no sentido prático – é inútil. 4Mas ela apenas parece inútil.
A literatura não serve para nada – é o que se pensa. A indústria editorial tende a
reduzi-la a um entretenimento para a beira de piscinas e as salas de espera dos aeroportos. De
outro lado, a universidade – em uma direção oposta, mas igualmente improdutiva – transforma
a literatura em uma “especialidade”, destinada apenas ao gozo dos pesquisadores e dos
doutores. Vou dizer com todas as letras: são duas formas de matá-la. A primeira, por
banalização. A segunda, por um esfriamento que a asfixia. Nos dois casos, a literatura perde
sua potência. 5Tanto quando é vista como “distração”, quanto quando é vista como “objeto de
estudos”, 6a literatura perde o principal: seu poder de interrogar, interferir e desestabilizar a
existência. 7Contudo, desde os gregos, a literatura conserva um poder que não é de mais
ninguém. 8Ela lança o sujeito de volta para dentro de si e o leva a encarar o horror, as
crueldades, a imensa instabilidade e 9o igualmente imenso vazio que carregamos em nosso
espírito. Somos seres “normais”, como nos orgulhamos de dizer. Cultivamos nossos hábitos,
manias e padrões. Emprestamos um grande valor à repetição e ao Mesmo. Acreditamos que
somos donos de nós mesmos!
Mas 10leia Dostoievski, leia Kafka, leia Pessoa, leia Clarice – 11e você verá que rombo
se abre em seu espírito. Verá o quanto tudo isso é mentiroso. 12Vivemos imersos em um
grande mar que chamamos de realidade, mas que – a literatura desmascara isso – não passa
de ilusão. A “realidade” é apenas um pacto que fazemos entre nós para suportar o “real”. A

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realidade é norma, é contrato, é repetição, ela é o conhecido e o previsível. O real, ao contrário,


é instabilidade, surpresa, desassossego. O real é o estranho.
(...)
A literatura não tem o poder dos mísseis, dos exércitos e das grandes redes de
informação. Seu poder é limitado: é subjetivo. 13Ao lançá-lo para dentro, e não para fora, ela se
infiltra, como um veneno, nas pequenas frestas de seu espírito. Mas, 14nele instalada pelo ato
da leitura, 15que escândalos, que estragos, 16mas também que descobertas e que surpresas ela
pode deflagrar.
Não é preciso ser um especialista para ler uma ficção. Não é preciso ostentar títulos,
apresentar currículos, ou credenciais. A literatura é para todos. Dizendo melhor: é para os
corajosos ou, pelo menos, para aqueles que ainda valorizam a coragem.
(...)

http://blogs.oglobo.globo.com/jose-castello/post/o-poder-da-literatura-444909.html.
Acesso em: 21 de fev 2017.

5. Assinale a opção em que NÃO se percebe uma ideia adversativa.


a) “Contudo, desde os gregos, a literatura conserva um poder que não é de mais ninguém.”
(ref. 7)
b) “Ela lança o sujeito de volta para dentro de si e o leva a encarar o horror, as
crueldades...” (ref. 8)
c) “...que escândalos, que estragos, mas também que descobertas e que surpresas ela pode
deflagrar.” (ref. 15)
d) “Vivemos imersos em um grande mar que chamamos de realidade, mas que – a literatura
desmascara isso – não passa de ilusão”. (ref. 12)

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:

6. Em “Recicla-me ou te devoro”, há a presença de duas orações que estabelecem entre si


uma relação de
a) adição.
b) alternância.
c) conclusão.
d) explicação.

Gabarito:

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Resposta da questão 1:
[B]

Resposta da questão 2:
[D]

Resposta da questão 3:
[B]

A palavra “contudo” tem valor de adversidade, assim como “todavia”, “porém”, “mas”, etc.

Resposta da questão 4:
[C]

A conjunção “mas” expressa uma ideia de oposição entre o fato da personagem ter pernas
pequenas demais e uma cabeça grande demais.

Resposta da questão 5:
[B]

Em [B], ao invés de adversidade, temos adição: a literatura, além de lançar o sujeito de volta
para dentro de si, o leva a encarar o horror, as crueldades.

Resposta da questão 6:
[B]

As orações se relacionam a partir da conjunção “ou”, que indica alternância.

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