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MAÇÔNICO
n.º 34 – Jan./Fev. 2005
Ano V
EDITORIAL ÍNDICE
Quando 21 de Abril vier, fácil será encontrar, em João Pessoa / PB, os integrantes da Associação Brasileira da
Imprensa Maçônica; do Instituto Brasileiro de Pesquisas e Estudos Maçônicos; da União Brasileira dos Escritores Maçons;
da Associação das Academias Maçônicas de Letras; da Associação dos Maçons da Comunicação Eletrônica que, na
oportunidade, estarão realizando o ENCONTRO NACIONAL DA CULTURA MAÇÔNICA..
Coordenação: Grande Oriente da Paraíba. Grão- Mestre João Laércio Gagliardi Fernandes (celular: 83 / 9979.9903).
Informações: Rua da Areia, 265 – Varadouro – CEP 58010-640 / João Pessoa/PB. Fones: (83) 241.2270 ou 221.5728
Publicado no “INFORMABIM” n°133, de 31/12/2004.
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Um tratado de mútua cooperação (grifo do editor) celebrado entre as três Obediências do Maranhão, tem ensejado
grande prosperidade à Ordem naquele Estado. Sonho da Família Ferreira Marques que se tornou coletivo no seio da
Maçonaria maranhense. Coube a um dos seus componentes – o Ir.: Plínio – quando Grão-Mestre do GOAM, ser um dos
subscritores do tratado, merecendo o reconhecimento e os elogios, por seu esforço em favor da “paz de convivência”.
A Academia Maçônica Maranhense de Letras se insere entre os frutos desse tratado. Seus integrantes são membros do
GOEMA, da GLEMA e do GOAM. O Ir.: Plínio instalou e preside a Academia, suas reuniões, notícias dos trabalhos de seus
imortais, as idéias da elite pensante da Ordem, no Maranhão, onde um pólo de crescimento maçônico se torna evidente.
Publicado no INFORMABIM Nº 133, DE 31/12/2004
CLÍNICO E CARDIOLOGISTA
Consultório:
Rua Silva Jardim, 78 Centro - Cabo Frio - RJ
(Fundada em 25/08/1995)
LOJA ITINERANTE
Reuniões trimestrais (meses de : Março, Junho, Setembro e Dezembro)
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CURIOSIDADES
MISTÉRIOS JUDAICOS DE SALOMÃO
Colaboração do Ir.: Valfredo Melo e Souza
É no livro de Eclesiastes que se firmam os mistérios da entronização de um Venerável Mestre: a Sabedoria de Salomão.
Numa visão moderna, Salomão foi um existencialista. Livro difícil. Diferente dos demais da Bíblia. Próprio para Iniciados.
Salomão em momentos de depressão duvida de Deus e questiona o valor de se fazer o bem. “O homem não é superior aos
animais, pois ambos nada significam. Como morre um morre o outro, e ambos têm o mesmo destino” (Ecl. 7:15. 16). Estas e
muitas contradições com os demais livros bíblicos, nos deixam apreensivos. Não se pode lê-lo superficialmente. Às vezes,
Eclesiastes chega a ser ofensivo. Mas profundo. Literatura sapiencial. Busquem “A Lei de Moisés – A Tora – e as cinco
Meguilot”, Editora Séfer – São Paulo, 2001, para estudo.
Lembrei-me disto vendo uma foto de 1966 onde estou com a mão direita sobre a Meguilá (rolo de papirus onde estão, entre
outros, o Eclesiastes), em terras ancestrais. Consta de uma tradição judaica que Salomão é o autor de três livros bíblicos:
Cântico dos Cânticos (poemas de quando era jovem), Livro dos Provérbios (escrito na maturidade de sua vida) e Eclesiastes
(escrito na terceira idade).
O nome de Eclesiastes (Kohelet, em hebraico) é atribuído a um sábio, duvidosamente. O Rei Salomão era tratado, muitas
vezes, com este nome, porque concentrava grande sabedoria. Soa mais como um título do que nome de alguém. Se o autor do
livro foi ou não Salomão, pelo menos, está claro que o homem que se conhece com o nome de Kohelet era um sábio. A
inspiração é salomônica. A linguagem também. Ele conta a história da vida de um homem, às vezes amargurado, mas sempre
talentoso. Contém a sabedoria do Rei Salomão que no livro se autodenomina de “O Pregador”, como na tradução da Bíblia de
estudos de Genebra.
No século II houve alguma divergência quanto se o livro era uma obra de inspiração divina ou somente da expressão de
uma sabedoria terrena. Livro contraditório, levantou séria inquietação quanto a sua inclusão na Meguilá. Por estar, muitas vezes
contra as posições da religião judaica. A Igreja muito relutou em incluí-lo nos cânones bíblicos.
A Salomão, terceiro filho de David e Betsabá (1031 – 975 a.C.), Deus ofereceu um dom e ele escolheu a sabedoria, pois
tudo o mais depende dela, conta a tradição. O Kebra Negest (A Glória aos Reis), livro sagrado da Etiópia, traz relatos de
Salomão e Makeda, histórias que chegaram confusas aos nossos dias. Gênios e demônios trabalharam sob as ordens de
Salomão. Ele possuía um “trono voador” para visitar os cumes das montanhas. Comandava os ventos e neles se envolvia para
longas viagens. Um rei que detivera magníficos tesouros, muitas esposas e centenas de concubinas. Construíra o Templo de
Jerusalém com a ajuda de um verme, o “shamir”, para o corte silencioso das pedras. Protegeu o Templo com vinte e quatro pára-
raios. Fez contatos com extraterrestres (anjos e demônios). Capacidades impressionantes.
O verme “shamir” fora gerado por Deus, conta uma lenda, no sexto Dia da Criação, antes do início do Shabat. Foi usado na
construção do Templo onde ferramentas de metal eram proibidas por serem instrumentos de guerra. Numa manobra de
sabedoria, Salomão capturou-o do bico de uma ave vinda do Paraíso. Tinha o tamanho de um grão de cevada. Sabe-se hoje que
esse “verme” era do reino mineral (o diamante de corte), única pedra que pode cortar e polir outra pedra.
O encontro do sapientíssimo Salomão e Balkis (Makeda, Makida), a rainha de Sabá, numa memorável visita a Jerusalém,
faz parte do cerimonial de instalação de um Venerável Mestre, com todos os encantos e mistérios da Lenda. Venerável Mestre
instalado passa a ser um Pregador. Um formador de opinião. “Abençoado seja o Eterno que nos outorgou vida para poder
concluir esta obra em sua honra!”, diz Eclesiastes ao final.
E, no pensar de Confúncio, concluo: “Conte-me e esquecerei; mostre-me e lembrarei; envolva-me e entenderei”.
Vamos nos envolver mais com a Maçonaria!!!.
Praça Porto Rocha, 37 - sala 109 – Centro – Cabo Frio - RJ Praça Tiradentes 115, São Bento, Cabo Frio, RJ CEP. 28.906-290
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Artigo Relevante
E L E I Ç ÕE S
Ítalo Aslan (*)
Em maio próximo acontecerão as eleições para Grão-Mestre e Grão-Mestre Adjunto no Grande Oriente Independente
do Rio de Janeiro (GOIRJ). Os candidatos já começam a se movimentar. Vêm em caravanas, grandes ou de 2 ou 3
acompanhantes, mas vêm. Apresentam suas plataformas, com grandes planos para o futuro da Potência. Alguns itens
poderão ser realizados. Outros, independentes da vontade dos candidatos, necessitarão de recursos financeiros,
disposição para fazê-los e vontade política, ou digamos, vontade maçônica. Todos, candidatos e planos, são sempre
imbuídos de boas intenções. Mas sabemos que só isso não basta. Boa parte assenta com a poeira da estrada e acaba no
esquecimento. Mas é assim mesmo. Não há por que culpá-los.
No entanto, essas visitas são boas, não restam dúvidas. Revemos antigos Irmãos que há muito não tínhamos
notícias, conhecemos outros, Aprendizes, Companheiros e novos Mestres que chegam para fortalecer mais ainda a
fraternidade “que nos une como verdadeiros Irmãos”.É uma festa. “É uma festa da democracia”, como gosta de dizer na TV
o nosso Ministro do Tribunal Eleitoral, aquele lá de Brasília.
E eles, os candidatos, nos escutam. Claro, vieram para isso, também. Trocamos idéias, falamos de nossas queixas e
frustrações, sugerimos...ouvimos promessas. Tudo muito semelhante ao que acontece aqui fora.
Mas esse cargo é muito importante para estar sobre os ombros de uma única pessoa. Vez por outra os epítetos
“soberano”, “poderoso”, “eminente” estimulam as vaidades e os seus detentores acham que os são de verdade, e desandam a
fazer arbitrariedades. O atavismo dos Grão-Mestres do passado, geralmente reis, príncipes ou nobres, aflora e os nossos
escolhidos, a essa altura engalanados de alfaias e colares multicores, cercados muitas vezes por bajuladores (não
entendemos por quê), começam a “reinar”. E expulsam, determinam, proíbem, fazendo, por vezes, alianças que nem sempre
são do interesse do todo, mas de alguns poucos, quiçá de um somente. Aquela serenidade inicial, aquela humildade
mascarada já não é mais necessária. Dirigem a “res publica” à sua vontade e bel prazer como se propriedade sua fosse.
Esse perigo existe e não é raro acontecer. Preocupados com esse poder, falamos aos candidatos sobre nossos
receios, quando de suas visitas à Loja.
Permitimo-nos sonhar e sugerir-lhes (aos candidatos) um triunvirato como uma forma eficiente e vacinada contra
várias patologias, inclusive a vaidade: não haveria 1 Grão-Mestre e sim 3 Grandes Secretários que se revezariam, em
comum acordo, na representatividade da Potência perante outras instituições. Atos e decretos de maior relevância só
seriam emitidos depois de um consenso geral e após terem sido ouvidos os Irmãos em Assembléia Geral. Tratados e
acordos? Quem decide é o povo maçônico. É ele, o povo maçônico, que dá a palavra final. São os maçons e suas Lojas
que mantêm a Potência. A Potência precisa dos Irmãos e das Lojas, não o contrário.Aquela não existe sem estes. Paga-se
por tudo... e caro. Exaurem-se as economias das Lojas e dos Irmãos em tempos tão difíceis em troca de quê? De uma
representatividade que nem sempre corresponde ao almejado?
Outro velho sonho acalentado há anos: “o maçom livre em Loja livre”. Condicionamo-nos a criar poderes que nos
governem. Não nos sentimos bem em liberdade. Precisamos de alguém que nos dirija, que nos dite as regras, que nos
conduza. Imitamos em tudo as instituições profanas, cacoete que vem dos tempos dos reis, dos príncipes, dos palácios.
Um anacronismo persistente que teima em permanecer. Naquela época, a dos reis, príncipes e palácios, justificava-se,
pelo menos na ótica deles, o grão-mestrado ocupado por um rei ou por um nobre designado para tal fim, passando pelo
crivo real. Justificava-se porque temia-se as reuniões secretas e a realeza deveria estar sempre bem informada acerca das
assembléias anuais de seus súditos. Reuniões eram sempre consideradas perigosas para os governos.
Mas o que fazer? As Potências existem, as eleições acontecem e os grão-mestres estão aí, “poderosos”,
“soberanos”, “eminentes”.
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A Maçonaria é, por essência e definição, uma instituição INICIÁTICA e pronto. Dispensa-se dizer que seja filosófica,
filantrópica, educativa e progressista. Ela o é, certamente, mas constar de sua definição é uma redundância. Existirá, por
acaso, um maçom INICIADO que não seja um filósofo ou filantropo, por excelência? Resistirá ele, o INICIADO, ao
chamamento do progresso e da educação? A Maçonaria é, como aprendemos e tantas vezes ouvimos falar, uma escola
para adultos. Ela coloca o seu adepto no caminho e ele, por esforço próprio, se torna um INICIADO. Ninguém ensina
ninguém a ser um INICIADO. A parte exotérica é muito fácil e por vezes exageradamente fútil. Seus caminhos e
procedimentos constituem-se em verdadeiras ciladas nas quais o vaidoso incauto se “esparrela”. Vêm-me à mente, agora,
a lembrança e os ideais de Krishnamurti. Viajou ele pelo mundo, visitou vários países, tentou passar aos que se
dispunham a ouvi-lo o sentido supremo da liberdade. Mas despreza-se a liberdade. É mais fácil seguir um guru, do que se
suprir a si mesmo do dom da compreensão e do entendimento do ser verdadeiramente livre. No início do século XX, por
volta de 1910, com apenas 15 anos de idade, Krishnamurti é feito chefe da recém-fundada Ordem da Estrela do Oriente,
instituição criada por membros da Sociedade Teosófica, cujo objetivo era reunir os espiritualistas do mundo inteiro. Em
meados de 1929, atormentado pelos rumos que o movimento tomara, pois não conseguira libertar aqueles que já o
seguiam, adorando a sua pessoa, proclamando-o guia espiritual, Krishnamurti dissolveu a Ordem da Estrela do Oriente.
Não queria ter discípulos. Queria ser o companheiro e não o mestre.
O maçom, como “como homem livre e de bons costumes” que apregoa ser, também não precisa de gurus. Ele deve
ser seu próprio mestre. Ele deve rejeitar que pensem por ele.
Grão-Mestres, por favor, derrubem seus palácios, dissolvam suas cortes, despojem-se de sua soberania,
desmantelem suas organizações. A Maçonaria não acabará, pelo contrário, se fortalecerá. Sem Potências seremos mais
unidos. Os maçons livres agradecem.
Trecho do “Poema da Prosperidade” , autor não mencionado, gentilmente enviado por “e-mail” pelo Padre e Irmão Aloísio Guerra.
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O Nosso Planeta
O lince ibérico, um felino selvagem que só existe em Portugal e na Espanha, corre o risco de ser o primeiro grande
felino a entrar em extinção desde a pré-história, denunciou a organização ecológica SOS Lynx. Restam apenas entre 100
e 120 exemplares destes felinos em liberdade, entre eles uma dezena de fêmeas em idade de procriação, frente aos cem
mil exemplares que existiam no início do século XX, segundo relatório do grupo.
A caça, o atropelamento nas estradas e a propagação da mixomatose, uma doença viral que afeta coelhos
selvagens, alimento principal dos linces, explicam o desaparecimento deste “tigre europeu”. “Não é na África, nem na
América Latina, nem mesmo na Ásia onde vai ocorrer a extinção dos grandes gatos selvagens, mas na Europa, na rica
União Européia, que supomos desenvolvida e protetora do meio ambiente”, escreveu o autor do documento, o especialista
britânico em conservação Dan Ward.
O lince ibérico, que pode medir até um metro de comprimento, o tamanho de um cachorro grande, vive nos bosques
do sul de Portugal e da Espanha, perto das áreas turísticas mais freqüentadas da região.
O relatório propõe a proteção do habitat do lince, regulamentando a agricultura intensiva e a urbanização. Também
sugere estabelecer limites de velocidade perto de duas áreas de reprodução desta espécie, reintroduzir o coelho selvagem
e desenvolver a criação de jovens linces em cativeiro.
Fonte: AMBIENTEBRASIL.
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PARA PENSAR
CLAREZA, CORAGEM E AÇÃO
a) A SUBLIME INSTITUIÇÃO
Às pessoas e organizações que consideram que um outro mundo é
possível, a Maçonaria lhes oferece um espaço para que se reconheçam
mutuamente, troquem experiências, se articulem para ampliar e desenvolver sua
ação, lancem novas iniciativas para efetivamente mudar para melhor o mundo.
A Maçonaria que é uma associação íntima de homens escolhidos, cuja
doutrina tem por base o Grande Arquiteto do Universo, que é Deus; como regra,
a Lei Natural. Sabemos que a Lei Natural está gravada em nossa consciência.
Certamente a Lei Humana, nem sempre está conforme a justiça definida pela Lei
Natural e pelas demais que definem apenas algumas das relações sociais; por
causa, a Verdade, a Liberdade e a Lei Moral; por princípio, a Igualdade, a
Fraternidade e a Caridade material (filantropia), como a caridade moral; por
frutos, a Virtude, a Sociabilidade e o Progresso; por finalidade, a felicidade de
todos os povos, procura incessantemente, a união sob a sua bandeira de paz,
abre-nos os olhos para todo o Bem que se pode fazer e não se faz.
Ela espera que seus adeptos desenvolvam o lado bom, praticando a
Caridade, a Humildade, a Tolerância, a Paciência, o Devotamento, a
Abnegação, a Resignação, virtudes todas filhas do amor. Sua doutrina é voltada
para esse fim. Sua aspiração por uma ordem melhor das coisas. Suas diretrizes
seguras tratam de destruir as causas que produzem o mal, para terminar com a ignorância e eliminar as diferenças gritantes
geradoras da miséria material e moral de milhões de indivíduos, na formulação proposta para promover os direitos humanos, a
justiça social, a democracia participativa, a paz e o desenvolvimento sustentável, criando para a humanidade um caminho de luz
e de esperança, enfeitado nas flores da fraternidade.
A Maçonaria deseja e espera que acreditem na forma transformadora das ações que visam construir uma sociedade
mundial igualitária, pacifica e justa. Pelo modelo a seguir na solução dos problemas e pelo fortalecimento da convicção de que
aquilo que parece destino pode ser mudado, passo a passo e ponto por ponto. Para tudo existe conserto, sim. É só juntar
CLAREZA, CORAGEM E AÇÃO.
b) AS OBEDIÊNCIAS
A Maçonaria se parece mais a uma organização militar do que a uma associação política. A ordem deve ser obedecida, o
seu caráter e suas conseqüências devem ser matérias de averiguações posteriores. A regra maçônica de disciplina e obediência
é igual ao imperativo náutico: “Obedecer às ordens, mesmo que contrariam as suas próprias”.
A doutrina da obediência à autoridade em todas as Antigas Constituições maçônicas é poderosamente reprisada como
sendo necessária para a preservação da associação. Ensina-se nelas que o Mestre Maçom obedece a ordem de sua Loja, a Loja
obedece os mandatos da Grande Loja.
OBEDIÊNCIA é uma Potência Maçônica soberana, constituída pela reunião de várias Lojas formando uma federação sob
o nome de Grande Loja ou de Grande Oriente.
Todo o Maçom deve obedecer à sua Loja e aos Altos Corpos a que pertence. Isto, porém, não significa que um Maçom
ou uma Loja deva sujeitar-se a decretos ou a quaisquer outros atos de uma autoridade que exorbite de suas atribuições,
passando por cima das leis estabelecidas pela Constituição que é a Lei à qual todos os Maçons, inclusive os Grão-Mestres, para
não dizer principalmente estas altas autoridades, devem obedecer.
Será pelo conhecimento e vivência dessas leis, dos Landmarques e aos antigos regulamentos que a Obediência
Maçônica trilhará o caminho certo. E´só juntar CLAREZA, CORAGEM E AÇÃO.
c) AS LOJAS (SIMBÓLICAS)
Uma Loja (ou Oficina) é o lugar onde se reúnem e em que trabalham os Maçons. É um Templo, consagrado segundo um
Ritual especial, cujo modelo é o Templo de Salomão, do qual é a alegoria.
Por isto, os Maçons procuram preparar adequadamente esta moradia, na qual se reúnem homens de todas as raças,
cores e religiões e também de partidos e nacionalidades, expulsando dela paixões e fraquezas, limpando-a de vícios e de maus
pensamentos. Cada Maçom, individualmente, é considerado o símbolo do universo.
A Loja é, portanto, no momento em que aparece o Aprendiz, um símbolo do mundo, e a Iniciação é o emblema da nova
vida que o candidato está prestes a iniciar.
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A Loja complementa a Obediência em seu objetivo moral que se propõe agir de acordo com as regras, devendo praticar a
Justiça recíproca, como verdadeira salvaguarda dos direitos e dos interesses de seus congregados, para que sejam alcançados
seus objetivos de conquistar a Verdade, a Moral, a Paz e o Bem Estar Social, visando o melhor, o justo, o equânime, para todos.
A Loja é a oficina para a formação e aprimoramento do homem, visando torná-los fraternos e esclarecidos, ensinando-os
como conseguir dominar as paixões que corroem o coração humano. O importante é não perdermos de vista que no espaço da
Loja, nós mostramos o “melhor de nós”.
Contudo, não se confunda educação com instrução. A instrução faz parte da educação, sem dúvida, mas educar é
transformar, para melhor, o caráter individual, construindo uma sociedade justa, fraterna, unida, esclarecida, destruindo as
causas que produzem o mal, só extintas pela educação, pela instrução, pelo amor, pela solidariedade, pela tolerância, só
possíveis se juntarmos CLAREZA, CORAGEM E AÇÃO.
d) CONCLUSÃO
Para isso deve haver entre nós durante as Sessões disciplina, profunda introspecção, elevação espiritual,
manifestação de cultura e inteligência, e principalmente o sentimento de que algo excepcional acontece em nossas Sessões.
Sem esse sentimento, os mais capazes passarão a críticos e debandarão, deixando nossas Cerimônias ao capricho e arbítrio
dos inábeis, ignorantes, a possibilidade de que, sem o aprofundamento necessário, podem levar a fanatismos, pois são “cegos
que guiam cegos”. Poderão galgar posições e obter honrarias, dissolvendo o que estava agregado, desunindo, tornando nossos
Trabalhos apenas encontros sociais, mundanos e pragmáticos, sem qualquer conteúdo mais elevado que nos propicie afirmar ao
final deles: “eu sou agora, um ser mais perfeito do que quando aqui entrei”.
Temos que acreditar no Homem, mesmo que ele não seja um ser perfeito. Desde que devidamente preparado, doutrinado
para a interpretação correta dos ensinamentos, pela prática das virtudes, o Iniciado trilhará o caminho certo e transformará a
Terra em um mundo melhor. É só juntar CLAREZA, CORAGEM E AÇÃO.
Valdemar Sansão
Fone: (0xx 11) 3857-3402
LAVAJATO PARADA 33
Alfredo P. Cunha
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Dr. Wagner Buono
Glaicy M. Cunha Ginecologista e Obstetra
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Acompanhamento Pré-Natal
Atendimento: Tratamento de Doenças Sexualmente Transmissíveis
2ª, 3ª, 5ª e 6ª 8h às 11h – 14h às 17h Prevenção do Câncer de Colo
Prevenção do Câncer de Mama
Avaliação Hormonal na Peri-Menopausa e Menopausa
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GRANDE DICIONÁRIO ENC. BIBLIOTECA
DE MAÇONARIA E
SIMBOLOGIA
NICOLA ASLAN
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POLINDO A PEDRA BRUTA
Do Homem Integral
A psicologia estuda o homem “esse desconhecido” e nos adverte que através da reflexão, conseguimos
dominar uma pequena parcela do que somos e, assim, por só percebermos essa manifestação da nossa
totalidade, exaltamos o “eu reflexivo” e dele exigimos o que não nos pode dar, ou seja, o pleno aflorar da
experiência humana.
Ainda nos oferece a Psicologia a metáfora do “iceberg” cuja fração que emerge acima da linha d’água,
visível, é ínfima quando comparada com a gigantesca porção submersa que o completa. Assim se compara o “eu”
discursivo, conceitual, com a sua totalidade.
O nosso EU tem que deslocar-se da lógica e racional reflexão para uma zona intermediária que limita com
o misterioso “não conhecido” mas que vitalmente atuante, e que atende pelas denominações de “inconsciente”,
“id”, “inconsciente coletivo”, “vontade” etc. Nesse umbral deve haver uma conjunção entre o reflexivo solar e o
sentimental lunar propiciando então a ansiada completude.
PÍLULAS MAÇÔNICAS
O LIVRO DA LEI
Como tudo na Maçonaria, também existem controvérsias no uso do Livro da Lei. Acham alguns que “Livro Sagrado” seria o
termo mais apropriado, principalmente no mundo ocidental, onde prevalece o uso da “Bíblia Sagrada”. O “Livro da Lei” seria mais
adequado para Lojas que usassem a Constituição. Na realidade, dependendo do país onde a Loja está situada, este livro pode ser o
Alcorão, a Thorá, o Veda, ou outros, colocados sobre o altar, sozinhos, ou acompanhados da nossa Bíblia.
Nas Lojas americanas e inglesas, o Livro da Lei é aberto na página correspondente ou, então, em qualquer página, mas sem
ser feita a leitura, procedendo-se, porém, à colocação adequada do Esq. e do Comp., sendo que este com as pontas posicionadas para o
Venerável, ou seja, para o Oriente. Também varia o Irmão que procede à abertura do Livro da Lei: em algumas Lojas, tal incumbência é
dada a um ex-Venerável, de preferência ao último. Na grande maioria, porém, é o Ir.: Orador que, ajoelhado ou em pé, à frente do Altar
dos Juramentos, debaixo de um pálio, formado pelos bastões portados pelos DDiac.: e Mestre de Cer.:, lê os versículos e abre o Livro da
Lei. São lidos, via de regra, o Salmo 133, versículos 1 e 3 (no 1° Grau); o Amós 7, versículos 7 e 8 (no 2º Grau) e o Eclesiastes 12,
versículos 1 e 12 (no 3º Grau).
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Trabalhos maçônicos
A MAIS SUBLIME CERIMÔNIA
“Quem pouco sabe, valorizará o conhecimento conquistado. Quem muito sabe, certamente, terá dúvidas”.
(Lao Tse)
O Venerável Mestre deve ter estudado a ciência maçônica e desempenhado os postos e dignidades inferiores. É
necessário que possua um conhecimento profundo do homem e da sociedade, além de um caráter firme, mas razoável. As
atribuições e deveres dos Veneráveis são muitos e de várias índoles e acham-se definidos e detalhados com precisão, de
acordo com o Rito, a Constituição, o Código Maçônico, Leis e Resoluções da Potência de sua jurisdição, os decretos e
Atos do Grão-Mestre, o Regulamento Particular e as deliberações da Loja.
Segundo o Ir.’. Gonzáles Ginório, da Venezuela, para ser Venerável Mestre de uma Oficina Maçônica, e por
conseguinte tornar-se o guia dos Irmãos que compõem a sua Loja, o candidato deve possuir os seguintes predicados:
1 – Sentir-se Maçom, de preferência a qualquer outra formação doutrinária;
2 – Não ser indiscreto, injusto ou indiferente;
3 – Não estar despido de entusiasmo e de espírito;
4 – Não ser indisciplinado, intolerante, inconformado e irascível;
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5 – Não ser invejoso, apaixonado, rancoroso e intrigante;
6 – Ser estudioso e não superficial;
7 – Não alardear e abusar de sua inteligência;
8 – Não cabalar em eleições;
9 – Não pedir, suplicar ou de qualquer forma desejar posições.
Há sem dúvida um sinal infalível: o verdadeiro candidato para o posto governante de sua Loja é o Maçom que não
pede cargo; não o cobiça e que, aspirando essa exaltação como um ideal, não se julga merecedor dela. Sentir-se sem
mérito para um posto de preeminência é apreciar a dignidade do cargo e começar a ser merecedor do mesmo.
Conhecidos os pré-requisitos que deve possuir um Venerável Mestre, devem os Mestres maçons, instalados ou não,
procurarem em suas Oficinas Irmãos que atendam a estas condições para que possam ser “o Pai, o Conselheiro, o Chefe
e para tanto, deve ser aquele que harmoniza e pacifica;aquele agente transformador, aquele que, transformando-se, ajuda
o seu Irmão também transformar-se; que passa a viver e representar a vontade da maioria sem impor a sua própria
vontade”. Essa reunião de elementos concretos ou abstratos de um todo, só reúne um líder que “mobiliza” os Irmãos a seu
favor, que define as metas, mostra os caminhos e faz com que todos tenham vontade e orgulho de caminhar a seu lado.
Para ser claro, ser Venerável Mestre de uma Loja requer que o Mestre maçom, regularmente Iniciado, Elevado e
Exaltado, possua: reputação ilibada; seja sincero e verdadeiro; seja afável no trato, inabalável, firme, arraigado, constante,
intrépido e intransigente em seus princípios; seja amante da sabedoria; versado na nobre ciência da Arte Real, e ter sido
legalmente eleito pelos Mestres Maçons de sua Loja. É na Oficina que se forja o homem maçom que irá zelar pelos
destinos maiores da Sublime Instituição.
O cargo de Venerável é eletivo e temporário. O exercício do cargo de Venerável dignifica seu ocupante, por ter sido
escolhido entre os seus pares para a distinção de representá-los e conduzi-los à continuidade, visto, pois, como iluminado
para a direção dos trabalhos, e tudo com sabedoria precisa para a orientação dos obreiros do quadro.
Na essência, o Venerável Mestre é um coordenador, um instrumento gerador de freqüência, de vibração, um
modelo organizador, mediador, aglutinador, preceptor, é com certeza um líder, tendo por princípio ser possuidor de
grandes virtudes, e não um mandante, decisor, chefe ou ditador, mesmo porque lhe cabe manter a união do grupo, a
harmonia do todo, o exemplo da conduta maçônica. É só ter a coragem de enxergar as coisas como elas são, sem ter a
mente embaçada, pelo conformismo, e saber diferenciá-los. Mas isto tudo não se completará se o Venerável se esquecer
da humildade e do senso de justiça que o cargo exige.
Se não for possível ao Irmão ter certeza de possuir os pré-requisitos de um Venerável Mestre ou, ainda, as
qualidades de um Mestre Instalado, não deve aceitar o Primeiro Malhete de sua Oficina.
Este Mestre deve ser o exemplo da conduta moral e espiritual de uma comunidade maçônica, pois este é o seu
destino, assumido de livre e espontânea vontade. Deverá ser o espelho de sua Oficina ou sua Oficina seu espelho. Deverá
ser um exemplo no cumprimento das Leis, Regulamentos, Regimentos etc., que regem a Sublime Instituição, não
descurando, no mínimo detalhe, da Ritualística.
Concluindo, diríamos que, somente seremos fortes, individual e coletivamente, no dia em que conhecermos nossas
fraquezas e nos dispusermos ao trabalho de sustentação das Colunas, suporte, amparo, e apoio do Venerável Mestre de
nossa Augusta e Respeitável Loja Simbólica, pois sabemos que o homem se mantém e cresce na proporção da força do
apoio de seus Irmãos.
Valdemar Sansão
Fone: (11) 3857-3402
E-mail: vsansao@uol.com.br
Consultas:
- Grande Dicionário Enciclopédico de Maçonaria e Simbologia – Nicola Aslan;
- Planejamento para Administração de uma Loja Maçônica (aguardando publicação) Valdemar Sansão.
Queridos Irmãos!
Se não pudermos transformar a humanidade, torná-la feliz, transformemos, pelo menos, nossas LOJAS,
dentro de um pragmatismo.
E um dos caminhos por nós imaginados, passa pela figura do .. VENERÁVEL MESTRE.
Poderíamos dizer que é muito pouco, mas se pudéssemos ter em cada uma das LOJAS, um Venerável
preparado, cônscio de sua responsabilidade, um Venerável apto à propiciar ao iniciando, se não ao quadro como um
todo – o caminho que leva a VERDADEIRA DETERMINANTE MAÇÔNICA, não veríamos, hoje, tantos torneios para
melhorar a MOTIVAÇÃO e a freqüência da LOJA.
12
A MAÇONARIA SIMBÓLICA NO MUNDO CONTEMPORÂNEO
Ir.: Paulo de Tarso Liberalesso
As Lojas Iniciais
Na Inglaterra, as quatro Lojas iniciais fundaram a Grande Loja de Londres, em 1717. Até 1720, essa Grande Loja tem
sua vida referida como “tranqüila”. Mas nos cinco anos seguintes sua atividade foi febril, registrando-se que em 1725
Londres já contava com 50 Lojas que, somadas a outras 14 no interior, perfaziam o total de 64.
Na França, nesse mesmo ano de 1725, registra-se a existência de uma única Loja, em Paris, na Rua de la Boucherie,
trabalhando na casa do estalajadeiro Hure. Uma década depois, em 1735, já existiam 7 Lojas em Paris e mais algumas no
interior, perfazendo pouco mais de uma dezena. Em 1743 surge a Grande Loja Inglesa da França, que em 1755 perde sua
característica de provincial, tornando-se independente, com o título de Grande Loja da França.
Ou seja, em 1787 tínhamos 3.217 Lojas, em 19 países, totalizando cerca de 80.000 membros.
Em pouco mais de dois séculos o número de Lojas no mundo multiplicou-se por 18, e o número de membros por 45.
Hoje temos cerca de 60.000 Lojas, em 173 países, com aproximadamente 3.600.000 membros.
As Potências Maçônicas
O agrupamento das quatro Lojas iniciais (Ganso Grelhado, Coroa, Taberna da Macieira e Taberna Caneca de Vinho),
em 1717, formando assim a Grande Loja de Londres, é indiscutivelmente considerado um marco histórico da Maçonaria
mundial. No entanto, não há unanimidade quanto a que esta tenha sido uma boa opção. Lepage, por exemplo, declarou ser
essa uma data nefasta, que assinalava o declínio da Maçonaria tradicional, com a morte do conceito de “Maçons livres em
Lojas livres” (*grifo do editor).
Essa tendência mostrou-se irreversível, sendo hoje raríssimos os casos de Lojas livres, que quando existem, não são
aceitas como “regulares”.
13
O “Grupo Principal” citado no quadro congrega as potências onde estão filiados mais de 80% dos maçons do mundo,
que se reconhecem como regulares. E esse conceito de “regularidade” será discutido adiante.
Apenas para fins comparativos, observe-se que o Rotary tinha, no mesmo período de 2003, 31.725 clubes, com
1.213.021 membros, atuando em 166 países, o que dá 38,2 membros por clube, contra 60 maçons por Loja, em média.
Além do declínio das grandes potências mundiais, temos o problema das guerras, que invariavelmente levam ao
decréscimo da atividade maçônica; nos países onde se implantam ditaduras, invariavelmente a Ordem é perseguida,
levando ao fechamento de Lojas, à sua transferência para o exílio e à extinção de potências, sendo raras as exceções,
como no caso de Cuba, por exemplo. Nos países onde se instalam governos teocráticos, como os islâmicos, geralmente a
Maçonaria também se ressente. Outro fator é a crescente expansão das religiões mundo afora, as quais tem-se mostrado
agressivamente contrárias à Maçonaria, na maior parte das vezes.
Veja-se outro exemplo de potência mundial:
Conforme se nota, o nº de Lojas decresceu 16%. Mas, em contrapartida, o nº de maçons caiu para a metade do que
era em 1970, com óbvia redução no tamanho médio das Lojas.
De uma forma geral, as potências mais tradicionais, conservadoras, entendem que existem alguns critérios que não
podem ser transgredidos por potências que se pretendam regulares. Entre esses critérios, geralmente tem-se a exclusiva
iniciação de homens, a crença no Grande Arquiteto do Universo, que é Deus, e a abstenção de discussão em Lojas quanto
a política partidária e religiões específicas. Assim, se uma determinada potência, por exemplo, admite a iniciação de
mulheres, em hipótese alguma será reconhecida como maçonicamente regular perante outra mais tradicional.
Um outro grupo é o constituído pelas potências ditas liberais, ou seja, aquelas que aceitam a participação feminina,
que aceitam membros adogmáticos, que assumem abertamente posições políticas e religiosas e que até admitem
interpretações diversas sobre partes das Constituições de Anderson.
14
Essa forma de ver a Maçonaria tem geralmente uma conseqüência prática, comum nos países latinos: na visitação, é
relativamente comum ser permitido o contato entre Lojas do 1º grupo entre si, mesmo que suas potências não tenham
tratado de reconhecimento formalmente assinado. O mesmo ocorre entre os membros do 2º grupo. Agora, entre o 1º e o 2º
grupo, a situação fica diferente: as potências tradicionais nunca aceitam as liberais, ao passo que as liberais, com
frequência, não vêem problemas no relacionamento com as tradicionais.
1. A Potência deve ter sido criada de forma regular, ou seja, a partir de outra reconhecidamente regular, ou
a partir de três ou mais Lojas regularmente fundadas (Regularidade de Origem);
2. A crença no Grande Arquiteto do Universo e na revelação do Ser Supremo é uma exigência
indispensável a todos os seus membros (Regularidade de Conduta);
3. O compromisso dos novos membros deve ser tomado sobre ou à vista do Livro da Lei Sagrada
(Regularidade de Conduta);
4. A composição exclusivamente por homens, não se admitindo nenhum relacionamento com Lojas ou
potências mistas ou femininaS (Regularidade de Conduta);
5. A Potência deve ser independente e autônoma dentro da sua jurisdição e com total soberania sobre os
graus de Aprendiz, Companheiro e Mestre, não dividindo sua autoridade sobre esses graus com nenhum
Supremo Conselho ou Poder similar (Regularidade quanto à Autonomia);
6. Todos os trabalhos das Lojas deverão se processar estando presentes as Três Grandes Luzes da
Maçonaria: o Livro da Lei Sagrada, o Esquadro e o Compasso, sendo a primeira a mais importante delas
(Regularidade de Conduta);
7. A discussão de política e religião no interior das Lojas é terminantemente proibida (Regularidade de
Conduta);
8. Os princípios contidos nos Antigos Landmarques, os usos e os costumes maçônicos deverão ser
estritamente observados (Regularidade de Conduta).
Os Blocos de Reconhecimento
Com base nos critérios descritos, as potências maçônicas do mundo foram se agrupando em blocos, dentro de cada
qual as potências em sua maioria se reconhecem (mas nem sempre de forma total). Muitos desses blocos se entrelaçam,
alguns quase que em sua totalidade. Outros não se reconhecem nem remotamente, pelo não atendimento aos critérios
vigentes em cada qual. No âmbito mundial, alguns exemplos de blocos de reconhecimento são:
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• Grupo Principal: encabeçado pela Grande Loja Unida da Inglaterra e pelas Grandes Lojas da Escócia e da
Irlanda, congrega cerca de 195 potências, com mais de 39.200 Lojas e 2.930.000 maçons, regendo o mundo
maçônico. Com pequenas variações seus membros aceitam os oito pontos de reconhecimento, reconhecem-se
mutuamente (mas não totalmente) e apresentam entrelaçamento com outros blocos.
• Grupo George Washington: também conhecido como Maçonaria Caucasiana, congrega as 51 Grandes Lojas
dos Estados Unidos, que praticamente em sua totalidade também estão no Grupo Principal (mas há exceções
pontuais: a Grande Loja de Minnesota, por exemplo, não é reconhecida pela Grande Loja Unida da Inglaterra).
• Grupo PHA: também chamado de Maçonaria Africana, congrega as 49 Grandes Lojas Prince Hall Afiliadas dos
USA (os Estados de Vermont e do Hawaii não têm GGLL PHA).
• Grupo PHO: também conhecido como Nacional Compacto, agrega as Grandes Lojas Prince Hall de Origem, dos
Estados Unidos, que pouco relacionamento mantêm com outras potências do mundo.
Muitos outros exemplos podem ainda ser citados no mundo, como a Confederação Maçônica Interamericana
(CMI), e o grupo das Grandes Lojas Escandinavas do Rito Sueco, e o grupo das Grandes Lojas da Australásia, etc.
No Brasil também temos exemplos de grupos de potências que internamente se reconhecem, como pro exemplo:
• CMSB – Confederação da Maçonaria Simbólica do Brasil: congrega as 27 Grandes Lojas do Brasil, que gozam
de reconhecimento por parte das GGLL dos USA (Grupo George Washington), mas apenas 3 são reconhecidas
pela Grande Loja Unida da Inglaterra (até 2003): São Paulo, Rio de Janeiro e Mato-Grosso do Sul. E apenas 11
têm tratado de reconhecimento com o Grande Oriente do Brasil (GOB).
• COMAB – Confederação da Maçonaria do Brasil: congrega os Grandes Orientes Independentes do Brasil. Estes, por
sua vez, praticamente não têm reconhecimento por parte dos demais blocos mundiais, pela regra dos oito pontos.
Outros grupos existem ainda no Brasil, com menor expressão, como por exemplo a COMUB – Confederação da
Maçonaria Unida do Brasil, que congrega as Grandes Lojas Unidas, que também não têm reconhecimento por
parte dos grandes blocos mundiais regulares tradicionais.
Existem ainda no mundo alguns blocos de destaque, mas não considerados integrantes da Maçonaria regular,
compostos pelas potências ditas liberais. Alguns exemplos:
• CLPSAS – Centre de Liaison et d’information des Puisances Maçoniques Signataires de l’Appel de Strasbourg:
fundado pelos Grandes Orientes da França e da Bélgica, que depois se retiraram com seus 40.000 membros, congrega
Lojas masculinas, femininas e mistas, afirmando integrar 44 potências e cerca de 90.000 membros.
• SIMPA – Secrétariat International Maçonique des Puisances Adogmatiques. É formado pelo Grande Oriente
da França e pelo Grande Oriente da Bélgica, mais 23 potências, muitas delas egressas do CLPSAS.
• AMIL – Association Maçonique Internationale et Libérale: com quase nenhuma expressão mundial, congrega
9 potências.
• CATENA: o nome vem do latim, significando CADEIA (alusão à Cadeia de União). Encabeçado pelas potências
mistas da Holanda, da Alemanha e da Áustria, exige autonomia de seus membros, só admitindo uma potência por
jurisdição. Veda a discussão de matéria política ou religiosa e quanto à visitação , separa as categorias das Lojas
masculinas, das femininas e das mistas. Exige a crença na Suprema Realidade, que não coincide exatamente
com o conceito de Grande Arquiteto do Universo.
A Situação no Brasil
Os números da Maçonaria Brasileira, infelizmente, não impressionam. Se forem comparados com os dos Estados
Unidos, de dimensão territorial equivalente, as diferenças serão gigantescas. Mesmo somando-se toda a Maçonaria
brasileira, o número de Lojas fica na terça parte do das Lojas americanas. E o número de maçons... não chega à décima
parte, nem mesmo se considerarmos só as 51 Grandes Lojas George Washington daquele país.
Além dos números pouco significativos, a Maçonaria do Brasil acha-se extremamente dividida, como aliás vem sendo
observado em inúmeros países, como nos USA, na Itália, no México etc.
Hoje podem ser identificadas pelo menos 66 potências maçônicas atuando no Brasil, com menos de 150.000
membros, se não forem computadas as duplicidades de filiação, como ainda se observa nas estatísticas da maioria delas.
Congelando-se os dados de 2003, para homogeneizar os dados, e estimando-se alguns poucos números não
fornecidos pelas potências, uma boa estimativa da situação brasileira pode ser vista no resumo que se segue.
BLOCOS POTÊNCIAS LOJAS MEMBROS
GOB 1 2.018 53.233
GGLL 27 2.221 97.830
GLUI 1 10 300
GGOOII 19 1.005 24.618
Outras 18 86 2.150
TOTAIS 66 5.340 178.131
16
(Para referência, registramos que no mesmo ano de 2003, o ROTARY tinha 2.311 clubes no Brasil, com 51.400
rotarianos. Ou seja, uma situação praticamente idêntica à do Grande Oriente do Brasil).
Como se observa, o Grande Oriente do Brasil é a maior potência, uma vez que as Grandes Lojas, na verdade, são 27
potências independentes, o mesmo ocorrendo com os Grandes Orientes Independentes.
Quanto ao número de maçons, os dados do quadro não são exatamente comparáveis, uma vez que as estatísticas
do GOB não computam as filiações múltiplas, nem os regulares inativos, critérios que não são uniformemente adotados
pelas demais potências. Se o GOB continuasse a apresentar suas estatísticas no critério de filiação múltipla, o número de
seus membros seria registrado como um pouco superior a 110.000, conforme as estatísticas de 2002 mostravam.
17
Nota do Editor 1: Ao estudo acima apresentado (com base em dados de 2003), devem ser acrescentados – por
serem significativos - os dados históricos da GRANDE LOJA SYMBÓLICA DO RIO DE JANEIRO:
Assim denominada, quando de sua fundação em 22/06/1927, teve inicialmente sua denominação
alterada para GRANDE LOJA DO RIO DE JANEIRO (em 25/08/1950), passando a denominar-se
GRANDE LOJA DA GUANABARA, tendo esta sido extinta pelo decreto 363/77 (em 04/11/1977).
Após um movimento de descontentamento havido no seio da Grande Loja Maçônica do Estado Rio
de Janeiro, foi a GRANDE LOJA SYMBÓLICA DO RIO DE JANEIRO reerguida em 22/07/2002, tendo
sido seu primeiro Grão-Mestre JOSUÉ LUCAS BRAVO (reeleito para o triênio 2004 / 2007.
Conta atualmente a GRANDE LOJA SYMBÓLICA DO RIO DE JANEIRO, com um total de 17 Lojas
montadas e outras 4 em formação.
Possui 528 Irmãos.
Nota do Editor 2: texto extraído da Revista “EGRÉGORA”, de Agosto/outubro de 2004.
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J Gottieb Fichte (1762 – 1814) sustentava que só se atingiria a verdade maçônica pelo conhecimento de suas fontes
esotéricas, isto é, conhecimentos transmitidos a círculo restrito e fechado de ouvintes. Diferente, portanto, da fonte
exotérica que difunde conhecimentos ao público, sem restrição, como nas escolas gregas da antiguidade.
A tão almejada Egrégora ou Egregons (do grego egregoroi), “são príncipes das almas, os espíritos de energia e
ação”, no pensar de Eliphas Levi (1810 – 1875, França). Os ocultistas orientais descrevem os Egrégores como Seres cujos
corpos e essência são um tecido da chamada Luz Astral. Faça-se a Luz. E a Luz foi feita. São sonhos dos Espíritos
planetários superiores cujos corpos são da essência da Luz Divina superior. Emanações das Sefirot. Manifesta-se em uma
força-pensamento coletiva. É o que se espera alcançar entre as colunas de obreiros.
Fiquemos com a idéia de que é uma força gerada pelo somatório de energias físicas, emocionais e mentais de um
grupo reunido com qualquer finalidade e passemos à nossa fonte esotérica de maior credibilidade: a Cabala.
Apego-me às doutrinas lurianas (Isaac Luria – 1534 / 1572) manifestadas no “tsimtsum”, onde a quebra dos vasos
divinos que retinham a Luz do Adão do Kadmon, o homem primordial (corpo de Deus metafórico), feito da luz que se
formou no início da emanação transcendente do próprio Deus, uma estrutura personalizada das Sefirot (Deus em si
mesmo, em Sua essência, incognoscível para o homem). O Es-Soph (absoluto, sem limites, infinito).
Luria viveu no Egito onde ditou que as centelhas dessa Luz ficaram aprisionadas aos pedaços quebrados. Era
missão do homem libertar essas centelhas para que pudessem retornar à sua fonte em Deus, através das Sefirot. Quando
essa atividade tiver terminado , estará reparado o mundo pelo exercício da correção espiritual – o Tikun.
A missão nossa é a cada dia buscar pedacinhos desses vasos despedaçados e libertar as centelhas neles
aprisionados como fios tramados na figura humana que nos rodeia. Juntar pedaços. Reconstruir os vasos divinos
(Humanidade). Formar a Egrégora. Buscar o Centro da Idéia. Deus é suscetível de ser conhecido em suas manifestações.
A Lenda dos Três Magos que visitaram a Grande Abóbada e descobriram esse Centro da Idéia, relata-nos que as
portas de bronze subterrâneas do Templo de Enoch foram abertas, cada uma, sucessivamente, com o nome de uma
Sefirat: Malkuth (a primeira) e a seguir, Iesod, Netzah, Hod, Thifereth, Chesed, Geburah, Chochmah, Binah e Kether.
Ao se abrir o bronze Kether, o último Arco, o Mago levanta a “pedra de ágata”, volta-se para seus dois discípulos
dizendo: olhai a Concepção Suprema (mostra o Delta Luminoso gravado). E ei-la: estais no Centro da Idéia. Os discípulos
soletram as letras Iod, He, Vau, He, o nome do Senhor (Iavé ), sem pronunciá-lo. A pedra, quem ali colocou foi Enoch, o
primeiro Iniciado. O Iniciado-Iniciante. Os novos Mestres vislumbram, ao final, outra porta cuidadosamente dissimulada.
Desobedecem. Desarmonizam-se. Desfazem a egrégora tão bem trabalhada. Querem ir ao infinito (En-Soph). E ao
pronunciar esta palavra a porta abre-se com violência de um vento que arrebata os Magos e apaga as luzes mágicas.
Trevas. Deram-se as mãos , os três, para na escuridão procurarem o caminho de volta. Agora harmonizados, em perfeita
Egrégora, conseguem o intento.
O “vaso quebrado’, símbolo da última abóbada que abriga a “pedra de ágata” )o Delta Lulinoso) é o local do Centro
da Idéia. Formar uma Egrégora é buscar esse Centro.
É a capacidade humana de realizações, conjuntamente.
(*) Pertence aos quadros da ARLS Dirceu Torres, Oriente de Brasília |(DF)
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O ATEU
(Segundo o conceito de Nicola Aslan)
Ítalo Aslan (*)
Fazendo recentemente uma busca e organização nos arquivos deixados pelo escritor Nicola Aslan, deparamo-nos
com um trabalho de sua autoria: “O Homem e a Concepção de Deus”. Trabalho inédito, de umas poucas páginas,
apresentando em seu índice os seguintes capítulos:
- Os problemas metafísicos perante a Teologia e a Filosofia.
- O Deus da Bíblia.
- Evolução da idéia de Deus.
- O Deus dos Filósofos.
- Teologia e Agnosticismo.
- A vertigem das alturas.
- Dois extremos: Antropomorfismo e Ateísmo.
- Bibliografia.
Na última página, após o índice acima, há uma carta do autor
endereçada ao seu editor, na ocasião, apresentando seu trabalho.
Diz-se que o poeta é aquele que consegue expressar o que o comum das pessoas sente, mas que não consegue
transmitir. Evidentemente que não se trata de poesia o que se segue, nem tampouco achamos que todos poderão concordar
com a opinião do autor, mas deixamos à meditação dos leitores o pensamento de Nicola Aslan sobre o tema abordado. Ei-lo:
Amigo Mandarino.
Eis aqui, se não tudo, pelo menos a parte mais substancial do que se poderia dizer sobre Deus.
Tudo isto, porém, não representa ainda todo o meu ponto de vista sobre a relevante matéria. Falta-me conceituar o
ateu dentro da minha filosofia
Para mim, o ateu não é aquele que não acredita em Deus. Esta é uma definição arcaica, teológica e fanática. O Ateu
é, antes, aquele que não pauta a sua conduta dentro dos preceitos da moral e da virtude. Esta é a sua demonstração de
sua indiferença para com Deus, que ele não respeita. Hoje não se tem mais receio de castigos teológicos e metafísicos,
mas o homem que sente dentro de si Deus vivo receia a opinião que Ele poderá fazer de atos menos nobres. O
desinteresse pela opinião divina é descrença.
Por outro lado, aquele que se conduz honestamente, que vive uma vida virtuosa e moral, embora não acreditando em
Deus, não pode ser ateu. Ele não encontrou ainda o seu Deus, como diz Georges Barbarin, mas ele o intui. E a intuição, a
meu ver, é mais do que as definições e os sofismas teológicos.
É tempo de modificarmos o conceito arcaico e oitocentesco de que um homem sem Deus é um homem perverso e
sem moral. Esta conceituação está de acordo com a época de Anderson e de Jean-Jacques Rousseau, mas não se
coaduna com a nossa época, realmente mais civilizada.
Não é nenhum paradoxo dizer que, com raras exceções, todos os crimes e impiedades foram sempre cometidos por
pessoas que acreditavam num Deus qualquer. Duvido que os cometessem se sentissem a presença de Deus dentro de si.
Por isto, para mim, ateu é o homem que, por não sentir a presença divina dentro de si, comete todas as desonestidades.
Ele não as cometeria se ele realmente sentisse a presença divina.
Administração de Condomínios
Venda e Aluguel
A MAÇONARIA ARISTOCRÁTICA
Ir.: Nicola Aslan
A partir de 1717, a Maçonaria abandona a sua condição de simples sindicato de operários para, com as alterações
que se introduziram em seus costumes a partir do século XVII, transformar-se em clube social, do qual as mulheres
estavam afastadas, clube tipicamente inglês só para homens, only for men.
Exaurida pelas guerras civis, todas de fundo religioso, a Inglaterra procurava a paz para refazer-se. Idéias de
tolerância religiosa faziam-se sentir e ouvir por toda a parte e se impunham. Embora eclesiáticos, como Desaguiliers e
Anderson, os pró-homens da Maçonaria procuravam dar à novel Instituição, que surgira em 1717, pela união de quatro
Lojas londrinas, uma diretriz filosófica que deixava de lado os problemas religiosos e políticos.
E assim, logo no primeiro landmarque, daqueles que se convencionou chamar “de Anderson”, verifica-se esta nova
orientação, quando se deixa ao maçom a liberdade de seguir “a religião em que todos estão de acordo, deixando-lhes a
liberdade plena quanto às suas convicções particulares”.
Porém, este landmarque vai ainda bem mais longe, visto que não somente define e aponta a religião a ser seguida,
mas ainda caracteriza com nitidez o papel da Maçonaria especulativa, quando diz:
“Essa religião consiste em serem bons, sinceros, honrados, de modo que possam ser diferenciados dos outros. Por
esse motivo, a Maçonaria é considerada como o CENTRO DE UNIÃO e faculta meios de se estabelecer amizade entre
pessoas que, sem ela, não se conheceriam”.
Como os objetivos basilares da Maçonaria moderna eram o melhoramento da sociedade humana sem o auxílio da
religião, que por esta época atravessava o seu nível mais baixo, e que tantos males causaria, moral e materialmente, à
Inglaterra, e como as suas finalidades eram humanitárias, além do cuidado que pretendeu manter em seu recrutamento, a
Instituição incipiente passou a atrair pessoas escolhidas, particularmente entre as camadas mais elevadas da sociedade.
Desta forma, pouco tempo depois, ou seja em 1721, a Maçonaria conseguiu indicar para Grão-Mestre um duque. E
a partir deste momento, ela receberia outra nova orientação. Ela seria a Maçonaria Aristocrática.
Os nobres e os “snobs”, ou seja os burgueses ricos “sine nobilitas”, começaram a entrar por toda a parte na
Maçonaria, fundando numerosas Lojas. Em breve, foram seguidos por príncipes, reis e imperadores, transformando-se a
Maçonaria em uma sociedade muito procurada pelas boas relações que nela se faziam.
Porém, no decorrer do século XVIII, a Maçonaria especulativa desenvolveu-se de modo excessivamente rápido,
assim como uma planta selvagem, sem regras ou diretrizes outras daquelas que, no primeiro impulso, recebera da
organização londrina. Mas foi precisamente durante este período que se plasmou a sua fisionomia atual. O século XVIII foi
o cadinho dentro do qual se acrisolaram ritos, graus, rituais, catecismos, jóias, indumentária, cerimonial, liturgia, doutrina,
filosofia, enfim tudo aquilo que hoje constitui a Maçonaria moderna.
Durante este período que podemos chamar de heróico, a Maçonaria cindiu-se nas mais variadas divisões,
fracionando-se em inúmeras sub-divisões de ritos e graus, que se partiam e voltavam a fusionar, até que finalmente alguns
Ritos ficaram definidos em certos países nórdicos, e outros encontraram o seu centro de equilíbrio no Rito Escocês Antigo
e Aceito que, resumindo todos os Altos Graus, numa dosagem equilibrada, deu-lhes a forma aceita universalmente. A sua
missão foi trazer, um por um, todos os países, como elos que são de fato da Cadeia de União que faz da Maçonaria a
Fraternidade Universal.
Durante um certo tempo, os adversários esforçaram-se por demonstrar que a Maçonaria era uma religião. Eles não
o conseguiram. E de fato a Maçonaria não pode ser uma religião desde que recebe em seu seio fiéis de todas as religiões
aos quais não prega dogmas, não sendo mesmo permitido em Loja o trato de matéria religiosa ou política. Porém a
Maçonaria é uma idéia, uma diretriz, um norte e um ideal para aqueles que, tendo já uma religião definida, passam também
a ter a religião em que todos estão de acordo. Por esta razão, a Maçonaria deu-lhes a forma aceita universalmente. A
unidade é estabelecida pela idéia de Fraternidade e foi conseguida dentro da própria multiplicidade.
Todo trabalho desenvolvido foi realmente benéfico para a Humanidade, e as lutas da Ordem durante o século XVIII
podem ser classificadas como doenças de crescimento, E é preciso dizê-lo, todos os países trouxeram para o fundo
comum o seu contingente de trabalhos, de lutas, de sacrifícios, que constituem a maravilhosa história desta associação
leiga, única e ímpar, e também a messe de glórias conquistadas. Porém, em cada país ela tomou aspectos diferentes, de
acordo com o ambiente encontrado, desenvolvendo-se pacificamente e prestando valiosos serviços quando encontrava um
ambiente de paz.
A sua maior expansão, durante este período, que se verificou na França, deveu-se à situação especial encontrada
pela Maçonaria. Misto de hostilidade e de tolerância que, de um lado a manteve em eterna vigilância, por sentir-se cercada
21
e ameaçada, embora sem grandes perseguições que impedissem o seu desenvolvimento natural, como acontecia nos
países diretamente subordinados à Igreja, mas que, de outro, não a deixaram na monótona sonolência das Maçonarias
inglesa e americana, as quais, sentindo-se protegidas pelos poderes públicos, transformaram-se em meras sociedades de
beneficência.
O período heróico terminou com a Revolução Francesa, embora a Maçonaria Aristocrática se prolongasse por
muitos anos ainda nos países em que ela não se viu obrigada a imiscuir-se, através de seus membros, nas lutas políticas
que prepararam a Maçonaria Democrática, ou como pretende o anti-maçom Lusol, “A Idade Maçônica”.
N.E.: Texto extraído do Livro “A MAÇONARIA OPERATIVA”, de Nicola Aslan; Editora Aurora; Rio de Janeiro
BIOGRAFIA DO bimestre
MACAÉ (José Carlos Pereira de Almeida Torres, 2º Visconde de)
22
Em 26/05/1848, por uma emenda substitutiva apresentada pelo governo, sendo rejeitada por 54 votos contra 40, o
ministério solicitou sua demissão, depois do revés sofrido na Câmara dos Deputados.
Em 25/04/1850, morre no Rio de Janeiro o Senador Visconde de Macaé, vítima da febre amarela, trazida ao Brasil,
ao que se diz, por um navio vindo de Nova Orleans.
Além de Conselheiro e Senador, cargos vitalícios durante o Império, Almeida Torres era Gentil-Homem da Imperial
Câmara, Membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, Comendador da Ordem de Cristo, possuindo várias outras
distinções honoríficas.
Fonte: Extraído do Livro “Pequenas Biografias de Grandes Maçons”, NICOLA ASLAN, Editora Maçônica – Rio de Janeiro
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Viagem ao nosso interior
CORREDOR DA MORTE
D. Villela
“Vou dormir bem esta noite”. Com esta frase, o governador de Illinois, o republicano George Ryan, esvaziou o
corredor da morte do estado americano, que tinha 156 pessoas, transformando a pena da maioria deles em prisão
perpétua, sem direito à liberdade condicional. A decisão não tem precedentes na história americana.
A notícia foi destaque na seção “O Mundo”, do jornal “O Globo”, e revelou ainda que o então governador tomou a
decisão depois que um grupo de estudantes de Jornalismo da Universidade NorthWestern investigou e provou a inocência
de Anthony Porter. Depois de 17 anos no corredor da morte, Porter foi libertado no final dos anos 90.
A educação é um processo que promove o ser humano intelectual e socialmente. Sobre o assunto, Pedro de
Camargo, conhecido escritor espírita, oferece, em seu livro “O Mestre na Educação”, valiosas considerações no capítulo “O
Criminoso e o Crime”:
“O mal não é intrínseco no indivíduo, não faz parte da natureza íntima do Espírito; é, antes, uma anomalia, como o
são as enfermidades. O bem, tal como a saúde, é o estado natural, é a condição visceralmente inerente ao Espírito. Um
corpo doente constitui um caso de desequilíbrio, precisamente como um espírito transviado, rebelde, viciado, ou criminoso.
Há tantas variedades de distúrbios psíquicos quantas de distúrbios físicos, aos quais a medicina rubrica com
variadíssimas denominações. A origem do mal, quer no corpo, quer no espírito, é a mesma: a infração das leis de higiene
(...).
Aa ignorância torna os homens capazes de todas as insânias. Pois é essa mesma ignorância, com referência aos
transviados da senda nobre da vida, que gera a repulsa e mesmo o ódio contra os delinqüentes. Os velhos códigos
humanos, assim civis que religiosos, foram vazados nos moldes dessa confusão entre o ato delituoso e o seu agente.
Quando Jesus preconizou o “amai os vossos inimigos; fazei bem aos que vos fazem mal”, não proclamou somente
um preceito altamente humanitário, proferiu uma sentença profundamente pedagógica e sábia. A benevolência,
contrastando com a agressão, é o único processo educativo capaz de corrigir e regenerar o pecador...
Para varrer-se o mal da face da Terra, é preciso que se apliquem métodos naturais, conducentes a esse objetivo.
O método natural é a educação do Espírito. Com o velho sistema de castigar, ou eliminar as vítimas do crime e do vício,
nada se logrará de positivo, conforme os fatos atestam eloqüentemente.
A medicina jamais pensou na eliminação dos enfermos; toda a sua preocupação está em curar as doenças. Pois o
processo deve ser o mesmo, em se tratando dos distúrbios que afetam o moral dos indivíduos...
Toda punição imposta de fora, como revide social, é contraproducente, conforme os fatos, em sua irretorquível
expressão, têm comprovado mil vezes. É muito fácil encarcerar ou eletrocutar um criminoso. Educá-lo é mais difícil, mais
trabalhoso, demanda esforço, tempo, saber e caridade.
A educação vence e previne o mal. O homem educado conhece o senso da vida, age conscienciosamente com
critério, com discernimento: é um valor social. É pela educação que se hão de vencer os vícios repugnantes (haverá algum
que não o seja?), que se hão de domar as paixões tumultuárias que obliteram a inteligência e a razão. E, de tal modo,
sanear-se-á a sociedade.
Retirem-se os delinqüentes do convívio social, como se faz com o pestoso que ameaça a insalubridade pública;
mas, como a este, preste-se `àquele a assistência que lhe é devida: educação. Na educação do Espírito está o senso da
vida, está a solução de todos os seus problemas.”
Em volvendo nossos olhos para a realidade da Maçonaria no Brasil, verificamos que alguns maçons estão
querendo colocar a Sublime Instituição em uma realidade que não se coaduna com os ensinamentos da Arte Real.
E o que é mais grave é que a realidade não mente, além do que é impossível silenciá-la. E o que se vê é uma
realidade que nos é outorgada pelos que não estudam, pelos que desconhecem os sagrados princípios que norteiam a Arte
Real; a nossa realidade é, muitas vezes, imposta por quem não conseguiu penetrar no âmago da essência doutrinária da
Maçonaria.
Antes de tudo, convém seja dito que a Maçonaria se fundamenta em princípios que não podem ser modificados.
Isto significa que nossa Sublime Instituição não pode abrir mão de sua essência, isto é, de seus princípios fundamentais.
Existe uma gama de “Old Charges” que jamais podem ser esquecidas. Os verdadeiros Landmarques são imutáveis.
Isto não significa que nossa Ordem não esteja a pedir mudanças urgentes para que possa cumprir sua missão
específica, qual seja o aperfeiçoamento cultural e espiritual de seus afiliados, como o primeiro passo em busca do
aperfeiçoamento da humanidade.
É indiscutível que a Maçonaria é uma Escola, daí por que a primeira mudança de que ela necessita é convencer a
um grande número de maçons de que é preciso estudar. O maçom que não estuda, não pode ser um bom maçom. A
palavra mestre lembra conhecimento, lembra saber, lembra cultura.
O maçom tem que ser, há de ser um buscador, um investigador da verdade. Ninguém aprende sem luta, ninguém
aprende sem o querer aprender ; ninguém aprende sem estudar, sem pesquisar.
É preciso que não nos esqueçamos que a Maçonaria é uma instituição Iniciática e, assim sendo, o conhecimento é
necessário para que se possa entender e praticar os fundamentos maçônicos em toda a sua plenitude.
Todo interesse maçônico se centraliza no homem, razão por que não se pode desfitar os olhos de uma grande
verdade: o saber, de qualquer natureza ou índole, é legítima contribuição para que se possa chegar a ter um maior
conhecimento do homem em si e de tudo aquilo que lhe diz respeito. A Maçonaria tem conhecimento de que o saber se
reflete no homem como um complexo tecido de fatores que se interdependem, que se chocam num mundo subjetivo ou
nos domínios da intersubjetividade.
Pelo que já dissemos, verifica-se que estamos plenamente de acordo com o excelente historiador, Irmão Frederico
Guilherme Costa, quando enfatiza “que é imperativo estabelecer novos rumos para a Instituição”.
Pelos descampados da historiografia isto já está acontecendo, mercê do trabalho de Frederico G. Costa, de José
Castellani, de Antônio do Carmo Ferreira, de Mário Name, de Hércule Spoladore, de Octacílio Schüller Sobrinho, de Fuad
Haddad, de Édison Carlos Ortiga, de Armando Righetto, de Francisco Gomes da Silva, de Darley Worm, de Luiz Carlos
Bedran, de Régis de Souza, de Lúcio Nelson Martins, de Valdemar Sansão, de Oswaldo Ortega, de Minoru Tamura, de
Wilson Bezerra de Moura, de Pedro Juk, dos inesquecíveis Francisco de Assis Carvalho, João Carlos Maciel de Almeida e
de alguns outros estudiosos, inimigos de invenções e achismos.
Contudo a coisa é muito mais difícil do que se possa imaginar...
Para que se possa estabelecer novos rumos para a Maçonaria, além desse trabalho de historiadores e escritores,
é preciso lutar pelo aprimoramento da consciência maçônica de nossos jornais, revistas e boletins, buscando influir, de
maneira decisiva nos meios maçônicos com a exortação constante de que é imperioso que o maçom estude; é imperioso
seja atirada para longe de nossos muros a vaidade tola que leva a nada e coloca o nimbo da ignorância na cabeça
dos vaidosos.
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O PESQUISADOR
MAÇÔNICO
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