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A\R\L\S\ Grande Benfeitora da Ordem

FRATERNIDADE CAMPINEIRA N.º 2158


Rua Dr. Gabriel Penteado 360 – Or\ de Campinas – SP
Jurisdicionada ao GOSP – REAA

AUG\ E RESP\ LOJ\ SIMB\ Grande Benfeitora


da Ordem “FRATERNIDADE CAMPINEIRA”
N.º 2158 – ORIENTE DE CAMPINAS - SP
R\E\A\A\

“A Bíblia e o grau de companheiro”

Ir\ Marcelo Wiltemburg Alves C\M\


Orientação: Ir\ Leilo Lutti M\M\- 2º Vig\
(Novembro)/(2023) E\ V\

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FRATERNIDADE CAMPINEIRA N.º 2158
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1. Introdução:

A Bíblia e o grau de Companheiro na Maçonaria estão interligados de


forma significativa, na cerimônia de iniciação do grau de Companheiro, a Bíblia
é normalmente colocada aberta sobre o altar da loja maçônica, pois a Bíblia é
considerada um dos "Livros Sagrados", juntamente com outros textos
religiosos, dependendo da religião dos membros. Ela é vista como um símbolo
da vontade revelada de Deus, e os maçons são incentivados a estudar seus
ensinamentos e aplicá-los em suas vidas diárias. Embora a Bíblia ocupe um
lugar de destaque na Maçonaria, não é imposta como a única fonte de
ensinamentos religiosos ou morais aos seus membros. Cada maçom é livre
para seguir sua própria fé e interpretar os símbolos e ensinamentos maçônicos
de acordo com sua própria perspectiva. Além da Bíblia, outros livros sagrados
podem ser utilizados durante as sessões maçônicas, de acordo com a
orientação religiosa do obreiro. Por exemplo, muçulmanos podem optar pelo
uso do Alcorão, enquanto judeus podem optar pela Torá.1 Essa alternativa é
oferecida para respeitar a diversidade religiosa e a universalidade da
maçonaria.

A Bíblia na Maçonaria é considerada um símbolo da verdade e da


moralidade, e os maçons são encorajados a buscar a sabedoria contida nela
para aprimorar seu caráter e se tornarem melhores pessoas. No cerimonial de
elevação e no inicio da sessão ao grau de companheiro, no REAA, o texto
bíblico tradicional escolhido ficou sendo: (Amós, cap. 7, vs’ 7 e 8). Para que
não pareça um tema generalizado em relação à Maçonaria, cabe então aqui
salientar que a leitura desse trecho do Livro da Lei durante a abertura dos
trabalhos da Loja não é unânime na prática maçônica, senão como parte
integrante da liturgia de alguns Ritos que compõem a Maçonaria. Amós e a
abertura do Livro da Lei importam nos elementos alegóricos que aludem àquele
que busca aprimoramento norteado para uma vida de igualdade e retidão e.
Nada mais que virtudes que o companheiro deve adquirir.

2. Desenvolvimento:
A Bíblia e o Grau de Companheiro na maçonaria têm uma relação
significativa, pois a Bíblia é considerada um livro sagrado e é frequentemente
utilizado durante as reuniões maçônicas. A presença da Bíblia na maçonaria
está relacionada à fraternidade, espiritualidade e valorização dos ensinamentos
de regras de conduta.

A Constituição do Grande oriente de São Paulo (GOSP) estabelece que


um Livro da Lei seja parte indispensável dos utensílios de uma Loja .1 Essa
exigência é baseada nos Landmarks de Mackey, que são regras de conduta

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compiladas pelo médico e historiador maçônico Albert Gallatin Mackey em


1858.1 Os Landmarks são adotados por várias Potências Maçônicas latino-
americanas e algumas Grandes Lojas da América do Norte.1

A presença da Bíblia nas reuniões maçônicas remonta ao século XVII. A


introdução da Bíblia foi sugerida por George Payne em 1740, como uma forma
de bajulação à Igreja Anglicana, que predominava na Inglaterra na época.1
Embora não haja registros precisos sobre o uso da Bíblia antes de 1600,
alguns documentos e manuscritos indicam que a Bíblia era utilizada em rituais
maçônicos desde essa época.1

É importante ressaltar que a Bíblia na maçonaria não tem um caráter


religioso, mas sim simbólico. Ela representa a fé pessoal e alude a um código
de moral e ética sobre o qual os maçons prestam um compromisso solene.1 A
maçonaria exige dos seus membros a crença em Deus, mas permite que cada
um encontre conforto espiritual em sua própria crença.1

Em relação à leitura em Amós 7 no Segundo Grau, esse costume teria


surgido no Yorkshire na Inglaterra e posteriormente abandonado pelo Craft
inglês, permaneceria como prática em outros ritos maçônicos, inclusive do
Segundo Grau do Rito Escocês Antigo e Aceito. No cerimonial de elevação e no
inicio da sessão ao grau de companheiro, no REAA, o texto bíblico tradicional
escolhido ficou sendo: (Amós, cap. 7, vs’ 7 e 8).

“Mostrou-me também isso: eis que o senhor estava sobre um muro


levantado a prumo, e tinha um prumo na mão. O senhor me disse: que
vês tu Amós? Respondi: Um prumo. Então me disse o senhor: Eis que
porei um prumo no meio do meu povo de Israel; e jamais passarei por
ele”

Amós, uma espécie de camponês daquela, época nascido em Tecoa, no


deserto de Judá, acabou recebendo chamado de Deus, pregando e
denunciando a situação pela qual o povo passava, que perpassavam os
aspectos singulares da aparente injustiça social, abrangendo outros problemas
que assolava a região, tornando-se um Profeta. Israel passava por um período
econômico difícil. A riqueza estava depositada na mão de poucos, a justiça
estava ao lado dos ricos e a população sofria com a situação. Amós teve cinco
visões para o fim do Reino de Israel, exatamente uma destas cinco visões,
relatada em Amós 7:7-9, que foi escolhida para ser o trecho de leitura utilizado
para a abertura do Livro da Lei no Segundo Grau.

Amós vê o cesto de frutas maduras que simboliza o fim do verão e o


início do outono, o fim de Israel. É que na quinta visão Amós conta que, o
“Senhor” bate nos capitéis provocando um terremoto que destrói o santuário e
extermina as pessoas que lá estavam abrigadas. (cap. 8, vs. 1-3)

Ele era um homem de origem humilde, condutor de gado e agricultor que


laborava no cultivo de uma espécie de fruto comestível muito parecido com
figo, comum àquela região. Em (760 a.C.) Amós abandonaria a sua vida

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tranquila de camponês para pofetizar e denunciar episódios acontecidos


durante o reinado de Joroboão II, esse mesmo reinado então seria também
acompanhado do aumento da luxúria, do vício e da idolatria. Nessa conjuntura,
a magnificência luxuosa dos ricos ultrajava a miséria dos fracos e dos
oprimidos, bem como o esplendor do culto dissimulava a carência de uma
religião verdadeira. Além da injustiça social, especificamente Amós denunciava
os ricos que acumulavam cada vez mais riquezas para viverem em ostentação,
o que muitas vezes criava um regime de opressão. As mulheres abastadas
que, para viverem no luxo, estimulavam seus cônjuges a explorar os fracos. Os
hipócritas que roubavam e exploravam e depois se dirigiam ao templo para
rezar, pagar dízimo e dar esmolas para aplacar a própria consciência. Os
inescrupulosos comerciantes que deixavam os pobres incapacitados de
adquirir e comercializar suas mercadorias por preço justo.

Assim no Livro de Amós, o profeta defende a justiça e a equidade. Em


cinco visões simbólicas, com a dos gafanhotos e o fogo e o estanho e o fim do
verão. Amós anunciaria o fim do reino setentrional de Israel, devido à situação
precária, ou insustentável diante de Deus, cujas visões aparentam serem sinais
que o profeta vislumbra no cotidiano da vida e simbolizam a conjuntura
problemática à época da nação israelita. Nessas visões Amós vê o “Senhor”
(cap. 7, vs. 7-9) verificando o alinhamento de um muro com um fio de prumo. É
justamente essa a que suporta a alegoria presente na moderna maçonaria
durante a abertura e leitura do livro da lei no grau de companheiro maçom.2

A tríade simbólica do prumo, a justiça e a equidade expressam à lição de


se ter pautado a vida com disposição de reconhecer igualmente o direito de
cada um. Busca o aprimoramento norteado para uma vida de igualdade e
retidão. Apresenta a sensação de possuir um sentimento de justiça avesso a
qualquer critério de desigualdade e tratamento ilegal. O muro levantado a
prumo suporta um conjunto de princípios de justiça que induzem o juízo da
consciência a possuir um critério de moderação e de igualdade.7

3. Conclusão:

O Segundo Grau, a “obra de vida”, feita pelo Companheiro-


Maçom tem o objetivo de se aprofundar em temas metafísicos que convidam a
melhorar seu aprendizado e compreender sobre sua iniciação, sua participação
e do que ele pode vir a fazer para “tornar feliz a humanidade. Dentre outros, os
seus simbólicos cinco anos de aperfeiçoamento com o sentido lato da justiça e
da equidade na construção social, cuja obra especulativa da Moderna
Maçonaria o Companheiro a eleva aprumando os cantos com o prumo. O
Companheiro quando passa para a perpendicular ao nível, ou seja, em loja, do
Norte para o Sul, ou do nível para o prumo, ele está aplicando as suas ações
na vida, desde que suportada pela justiça, simbolizada pelo prumo. Assim
como no Livro da Lei, a Biblia em Amós, cap. 7, vs’ 7 e 8, o profeta defende a
justiça e a equidade em cinco visões simbólicas buscando o aprimoramento
norteado para uma vida de igualdade e retidão. Nada mais que virtudes que o
companheiro deve adquirir.

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4. Referências Bibliográficas:

1. https://www.freemason.pt/a-influencia-da-biblia-na-maconaria-2/
2. https://www.freemason.pt/estrutura-biblica-maconaria/
3. https://www.maconariaonline.com/trabalho/16
4. O Segundo Grau do Simbolismo Maçônico no Rito Escocês
Antigo e Aceito, Rui Samarcos Lóra. Revista A Trolha, ed. 400 e 401, em
fevereiro de 2020
5. https://roi-luria.webnode.pt/Aldo Lavagnini, Manual do
Companheiro Maçom, TRADUÇÃO: Roger Avis Porto Velho – RO – 2007
6. Rizzardo da camino. Rito escocês antigo e aceito. Loja de
perfeição (graus Io AO 33°) 2a Edição. 1999
7. https://pt.scribd.com/document/540944404/A-Biblia-e-o-Grau-de-
Companheiro

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Membros da Comissão Trabalhos e Admissão de


Grau:

Ir\ Adilton Ruas Oliveira M\M\

Ir\ Leilo Luti de Lima M\M\

Ir\ Túlio Siqueira M\I\

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